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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE
FORTALEZA – CE.
PAULO VICTOR DA COSTA E SILVA ERVEDOSA,
brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no CPF-MF sob o n.º 034.945.823-
51, residente e domiciliado na R. Eduardo Ellery Barreira, 29, c, apto. 304, por
sua advogadas abaixo subscritas, vem, tributando o máximo respeito e
acatamento, perante a insigne presença de V. Exa. propor a presente
AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE
Contra GLAUCIA CUNHA SARAIVA, brasileira,
funcionária pública estadual, solteita, inscrita no CPF-MF sob o nº 170.162.743-
49 e NIVIA CUNHA SARAIVA, brasileira, comerciária, solteira, CPF 314.325.903-
59, residentes e domiciliadas na Rua C, nº 065, apt nº 101, no primeiro
pavimento do bloco 18, Quadra 2, integrante do empreendimento Marcos Freire
IV, Bairro Itaperi, distrito de Mondubim, Fortaleza/CE, pelos fáticos e jurídicos
argumentos a seguir aduzidos.
1. DOS FATOS
O autor comprou da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL,
em 20 de novembro de 2012, por escritura pública de venda e compra, o
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imóvel objeto da matrícula 1818, com a seguinte descrição: “Um apartamento
residencial de nr. 101, no 1º pavimento, do Bloco 18, localizado na Rua C,
nº
065, da Quadra 02, integrante do empreendimento denominado Conjunto
Marcos Freire IV, situado nesta cidade, no bairro Itaperi, distrito de Mondubim,
com área privativa de 49,43 m², uma área comum de 4,134 m², uma área total
de 53,564 m² e uma fração ideal de 0,6579%, em terreno constituído da
GLEBA I, com as seguintes metragens e confrontações: AO NORTE medindo
103,00m com a Rua C; AO NASCENTE, medindo 112,50m com a estrada da
Pajussara; AO SUL, medindo 114,00m com terreno de propriedade da
Construtora Montenegro LTDA e Construtora Sumaré Ltda; e, AO POENTE,
em
9 segmentos, o 1º medindo 8,00m no sentido sul-norte, o 2º medindo
7,50m no sentido poente-nascente, o 3º medindo 6,00m no sentido sul-
norte, o 4º medindo 8,50m no sentido poente-nascente, o 5º
medindo16,00m no sentido sul-norte, o 6º medindo 44,00m no sentido
poente-nascente, o 7º medindo
18,60m no sentido sul-norte, o 8º medindo 37,00m no sentido nascente-
poente, e, o 9º medindo 63,00m no sentido sul-norte, todos limitando-se
com área Verde, com uma área total de 10.758,50 m²”. Devidamente
registrado no
6º Ofício de Registro de Imóveis, da Comarca de Fortaleza.
07.12.2012.
Referida escritura foi levada a registro em
venda direta.
Em verdade, o autor adquiriu o bem, por meio da
Os imóveis ofertados ao mercado para venda direta
são aqueles que foram objeto de adjudicação compulsória pela CAIXA,
tendo em vista a inadimplência do contrato de financiamento que viabilizou a
venda.
Assim, descumprido o contrato de mútuo, o crédito
hipotecário é executado e o imóvel adjudicado em favor da CAIXA.
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Com vistas a recuperar o crédito, a CAIXA leva os
imóveis a leilão. Inviabilizada a venda dos bens em leilão, a CAIXA contrata
administradoras de imóveis para efetuar a venda direta do bem a terceiros.
Foi dessa forma que o autor passou a ser o legítimo
proprietário do imóvel em questão.
Ocorre que, após a compra do imóvel, o autor foi
visitar o bem e, lá chegando, verificou que o imóvel encontrava-se ocupado
pelas antigas proprietárias do imóvel. Ou seja, aquelas que houveram por bem
não cumprir com suas obrigações junto à CAIXA, ocasionando a execução e a
adjudicação do bem em favor da empresa pública.
Na ocasião, o autor entrou contato com as rés, as
quais manifestaram recusa em desocupar o imóvel.
Por essa razão o autor notificou extrajudicialmente as
rés (notificação em anexo), para esclarecer a situação e tentar composição
amigável.
Diante da notificação, as rés não manifestaram
interesse em comprar o imóvel, nem procederam a desocupação do bem.
Tendo em vista que as rés mantiveram-se omissas
acerca das tentativas de soluções extrajudiciais, não restou outra maneira, a
não ser postular em juízo pela resolução desta querela.
2. DO DIREITO
2.1. DA IMPERIOSA NECESSIDADE DE IMISSÃO DO AUTOR NA POSSE:
A presente petição visa garantir à parte requerente o
direito à posse direta do imóvel, cujo exercício foi inviabilizado em razão da
ocupação do bem pelas requeridas.
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A ação de imissão de posse pode ser definida como
o meio processual cabível para satisfação rápida da aquisição de posse por
quem ainda não a obteve, em face do possuidor ou servidor da posse do bem,
tenham estes título justo ou não.
Ou, em outras palavras, de acordo com o professor Ovídio Baptista Silva, como a ação que visa a proteger “o direito a adquirir uma posse da qual ainda não desfrutamos”. (in Curso de Processo Civil. 2 vol. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 232)
assunto, ensina que:
Com efeito, ORLANDO GOMES, a respeito do
“(...) quem está impedido de exercer sobre a coisa o
poder físico ou privado de utilizá-la, pela forma
que lhe convenha, deve ter meio rápido de
retomá-la como, por exemplo, a pessoa que adquire
um bem e dele não pode servir-se porque terceiro
se recusa a entregá-lo”. (Direitos Reais, 9ª ed., Ed.
Forense, p.
78).
É, induvidosamente, o caso em tela.
Em verdade, a Ação de Imissão de Posse se
fundamenta no artigo 461-A, que reza que, na ação que tenha por objeto a
entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o
cumprimento da obrigação.
Consoante o §2º do mesmo artigo, se a
decisão judicial não for cumprida “expedir-se-á em favor do credor (autor)
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se trata de
coisa móvel ou imóvel.
Tratando do cabimento da ação de imissão de posse
para proteger o direito de propriedade de adquirente de imóvel adjudicado pela
CAIXA, já decidiram os tribunais pátrios:
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AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE. A D Q U I R E N T E
D E I M Ó V E L A D J U D I C A D O PE LA C A I X A
EC ONÔ M I C A F EDE RA L. AÇÃO MOVIDA CONTRA O
EXECUTADO QUE PERMANECE NO IMÓVEL.
POSSIBILIDADE. MEIO ADEQUADO. É através da
ação de imissão de posse que o adquirente de
um bem, móvel ou imóvel, ingressa na sua
posse direta, contra o alienante ou terceiro
que injustamente a detém (Ap. Cív. n.
98.005003-0, rel. Des. Silveira Lenzi, j. 7-12-1999).
Assim, indubitável a adequação da via eleita pelo
autor para fazer valer o seu direito.
Consigne-se que, como bem chancelou a
jurisprudência, "À procedência da imissão de posse é necessário que os autores
comprovem sua propriedade e a posse injusta dos réus, assim entendida como
a desprovida de título dominial ou posse ad usucapionem.” (AC n. , de
Criciúma, rel. Des. Subst. Carlos Adilson da Silva, j. 31-3-2010; grifou-se).
Ora, Exa., o Autor é legítimo proprietário do imóvel
anteriormente descrito, conforme se comprova pelo R. 08 da matrícula 1818 da
6º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Fortaleza.
Civil:
Em verdade, dispõe o art. 1245, caput, do Código
"Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o
registro do título translativo no Registro de Imóveis".
Dessa forma, sendo o Autor legítimo proprietário do
imóvel, indevidamente ocupado pela Ré, invoca-se a proteção assegurada no
art. 1228 do mesmo diploma legal:
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Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar,
gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do
poder de quem quer que injustamente a possua ou
detenha.
assim se manifesta:
Sobre esta matéria, Carlos Alberto Dabus Maluf
“Na definição de R. Limongi França, propriedade é o
direito, excludente de outrem, que, dentro dos
limites do interesse público e social, submete
juridicamente a coisa corpórea, em todas as suas
relações (substância, acidentes e acessórios),
ao poder da vontade do sujeito, mesmo quando,
injustamente esteja sob a detenção física de
outrem”. (Instituições de direito civil, São Paulo,
Saraiva, 1998, p. 436).
O direito de propriedade assegura, pois, ao
proprietário o direito de USAR, FRUIR e DISPOR de um bem (três
faculdades/atributos/poderes do domínio), e mais: o DIREITO DE REAVER ESSA
COISA DO PODER DE QUEM INJUSTAMENTE A OCUPE.
Ora, Exa., patente que o autor é proprietário do bem,
conforme registro na matrícula do imóvel acostada a esta petição.
No que tange à natureza injusta da posse exercida
pela ré, convém destacar que, há muito já chancelam os tribunais que é injusta
a posse do bem adjudicado em execução pelo devedor expropriado, senão
vejamos:
“é i n j u s t a a po ss e do s a n t i g o s p r o p r i e t á r i o s d e
p r o p r i e d a d e l e il o a d a e x t r a j u d i c i a l m e n t e e a d j u d i c a d a
e m f a v o r d o s n o v o s a dq u i r e n t e s ." (TJSC, Apelação
Cível , de Criciúma, Segunda Câmara de Direito Civil,
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Relator Des. Monteiro Rocha, julgada em
27/09/2007).
E mais,
IMISSÃO DE POSSE - PROVA DE DOMÍNIO -
EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL - ARREMATAÇÃO -
ANTIGO PROPRIETÁRIO - LEGITIMIDADE.1) A ação
de imissão de posse cabe ao adquirente de bem para
haver a sua posse, contra o alienante ou terceiro
que injustamente detenha a coisa, devendo ser
instruída com a prova do domínio.2) A arrematação
de imóvel perante o sistema financeiro de habitação
autoriza o adquirente, nos termos do art. 37,
parágrafo 2º, do Decreto- lei 70/66, a pleitear a
imissão de posse contra quem a detenha
injustamente.37parágrafo 2º703) Possui legitimidade
para figurar no pólo passivo da ação de imissão de
posse o ex-mutuário que a detém.
(200000043121520001 MG 2.0000.00.431215-
2/000(1), Relator: ELIAS CAMILO, Data de
Julgamento: 09/06/2004, Data de Publicação:
03/08/2004)
E ainda, tratando especificamente dos imóveis
adjudicados pela CAIXA, chancelou o TJSP:
IMISSÃO DE POSSE - Imóvel adquirido da Caixa
Econômica Federal pela agravante, por meio de
leilão extrajudicial - (...) - Co m a a d j udi caçã o d o
i m óv e l p e la Ca i x a E co n ô m i c a F e d er a l, o p e r o u -
s e a ex t in çã o do co n t r at o que h o u v e r a s i d o
f i rm a do co m o a g r ava d o , p a ss a ndo a p o ss e
d es t e a s e r i n j u s t a ( .. . ) (990102924521 SP ,
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Relator: Paulo Eduardo Razuk, Data de Julgamento:
21/09/2010, 2ª Turma Cível, Data de Publicação:
05/10/2010)
Nesse sentido, evidencia-se o caráter injusto
da posse exercida pelas rés, tendo em vista que, com a adjudicação do imóvel
pela CAIXA, operou-se a extinção do seu contrato com a empresa pública,
razão pela qual sua posse passou a ser qualificada como injusta.
Em verdade, os tribunais brasileiros já chancelaram
que deve ser deferida a imissão na posse do imóvel ao proprietário
adquirente de imóveis adjudicados pela CAIXA. Senão vejamos:
"IMISSÃO DE POSSE - Imóvel -... – Aquisição do
imóvel mediante contrato de compra e venda
firmado com a Caixa Econômica Federal
(arrematante do bem em decorrência de
execução extrajudicial) - Imissão de posse
como conseqüência da referida aquisição -
Cabível o ajuizamento de ação de imissão de
posse visando a outorga da posse direta do
bem em favor dos apelados - Ajuizamento de
ação de usucapião que, na hipótese, não reúne o
condão de suspender o julgamento da demanda de
imissão de posse (o que já foi observado por esta
Turma Julgadora em sede de agravo de
instrumento, ao manter a imissão liminar dos
autores na posse do bem) - Demanda de usucapião,
aliás, ajuizada após a aquisição do bem junto à
CEF
- Execução das verbas da sucumbência que fica
suspensa, na forma do art. 12 da Lei 1.060/50 (ante
o deferimento da gratuidade) - Sentença de
procedência mantida - Recurso improvido, com
observação." (TJSP Apelação Cível n°: 614.478.4/7-
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00 da 8ª Câmara de Direito Privado e Relatoria do
Des. Salles Rossi).
na posse do bem.
Nestes termos, imperiosa a imediata imissão do autor
Ademais, patente a má-fé das rés no exercício da
posse injusta, eis que não restam dúvidas de que estas não ignoraram que
possuem indevidamente o bem, já que foram citadas e intimadas de todos
os atos processuais na execução de seu débito hipotecário, inclusive quando
da emissão da carta de adjudicação.
Destaque-se que, ainda que assim não fosse, as rés
foram notificadas extrajudicialmente pelo autor. Ocasião em que restou
esclarecido que o imóvel que outrora lhe pertenceu fora adjudicado e
vendido pela CAIXA ao autor.
Desta feita, no caso em tela, demonstrado que a
propriedade do imóvel em lide pertence ao autor e que a posse exercida
pelas rés é injusta e de má-fé, tem o autor o direito de ser imitido
imediatamente na posse de seu imóvel.
2.2 – DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE
No caso em tela, o peticionante busca ser investido
no direito à posse direta do imóvel que lhe pertence, mas que está sob a posse
do peticionado.
Conforme amplamente demonstrado, não resta
dúvida acerca do direito do autor de exercer plenamente o seu direito de
propriedade sobre o bem e que, por esta razão, imperioso o julgamento
procedente desta querela.
O artigo 330 do Código de Processo Civil, autoriza o
juiz a julgar a lide de forma antecipada quando a questão de mérito for
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unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não existir
necessidade de se produzir prova em audiência.
Os requisitos objetivos para decretação da imissão na
posse consistem no título de propriedade, o qual instrui a presente, e a injustiça
da posse exercida, que se demonstra pelo fato de ser entendimento
jurisprudencial que é injusta a posse exercida pelo antigo proprietário após
perfectibilizada a adjudicação.
Denota-se clara a posição das rés de antigas
proprietárias do bem pela sequência de registros constantes da matrícula do
referido imóvel.
Assim, as provas que instruem a presente são mais
do que suficientes ao julgamento desta demanda, não se fazendo necessária
produção de provas em audiência.
pátrios. In verbis:
Tratando de caso semelhante, decidiram os tribunais
IMISSÃO DE POSSE- Procedência -Cerceamento de
defesa - Inocorrência - Correta aplicação do artigo
330, I, do CPC - Aquisição do imóvel mediante
escritura pública de venda e compra firmada com a
Caixa Econômica Federal (arrematante do bem) -
Imissão de posse como conseqüência da referida
aquisição - Cabível o ajuizamento de ação de imissão
de posse visando a outorga da posse direta do bem
em favor dos apelados - Sentença mantida -Recurso
improvido.330ICPC (994081291537 SP , Relator:
Salles Rossi, Data de Julgamento: 27/10/2010, 8ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
10/11/2010)
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Desta feita, amplamente demonstrada a satisfação
dos requisitos autorizadores da medida, requer-se o julgamento antecipado da
lide e a imediata imissão do autor na posse de seu bem imóvel.
2.3 – DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
A teor do art. 273, I, do CPC, requer-se a
antecipação dos efeitos da tutela e a imediata imissão do autor na posse do
imóvel, uma vez que inegável a verossimilhança das alegações consignadas por
este meio, materializada no título de aquisição devidamente registrado
no cartório imobiliário em nome do autor, bem como na injustiça que
macula a posse da ré e na manifesta recusa da ré em proceder à devida
desocupação do imóvel.
O periculum in mora está evidenciado no fato de que
o autor vem sendo prejudicado em seu direito de propriedade, uma vez que
não pode dispor do bem que adquiriu, em função de as rés estarem usufruindo
do imóvel injustamente e sem prestar nenhuma contribuição pecuniária.
Assim sendo, visto que, além de o proprietário do
bem estar impedido de usar, gozar e dispor da propriedade adquirida, o que
por si já é fato suficiente para demonstrar o receio de dano irreparável, denota-
se que essa situação pode se tornar insustentável se permanecer até a decisão
final da lide, haja vista que as atuais possuidoras do imóvel sequer têm
efetuado de forma regular o pagamento dos encargos que recaem sobre o
imóvel, restando sobre o autor essa obrigação, mesmo sem que este esteja na
posse do imóvel.
Outrossim, além de tamanha injustiça, a situação
financeira do autor não é confortável para suportar os prejuízos advindos da
injusta posse do imóvel.
Há que se dizer que o autor adquiriu lidimamente o
bem em questão e se vê impedido de usufruir da propriedade em
decorrência
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da inércia das rés que lá permanecem instaladas sem qualquer preocupação de
ordem financeira, seja com o pagamento de alugueis e ou impostos.
Em verdade, o autor, que já arcou com o pagamento
do preço do imóvel, emolumentos cartorários para escrituração e registro, bem
como imposto de transmissão, não tem condições socio-econômicas para
suportar o pagamento dos encargos advindos da propriedade do imóvel sem
que dele possa dispor.
Por outro lado, as rés não terão como ressarcir o
autor dos prejuízos que este vem sofrendo.
Desta forma, nada mais justo do que o autor ser
imitido imediatamente na posse do imóvel de sua propriedade, por meio de
tutela antecipada a ser concedida por este douto juízo.
jurisprudência:
Sobre o assunto, assim se manifesta a
AGRAVO DE INSTRUMENTO - IMISSÃO DE POSSE -
TUTELA - ANTECIPAÇÃO - IMÓVEL ADQUIRIDO
DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E QUE FOI OBJETO
DE ARREMATAÇÃO EM LEILÃO EXTRAJUDICIAL -
AGRAVANTES QUE SÃO TERCEIROS ADQUIRENTES
JUNTO AO BANCO - AÇÃO ORDINÁRIA MANEJADA
PELOS MUTUÁRIOS CONTRA A INSTITUIÇÃO DE
CRÉDITO - DISCUSSÃO JUDICIAL QUE NÃO OBSTA
A LIMINAR DE IMISSÃO DE POSSE - TERCEIRO
ESTRANHO À RELAÇÃO, QUE NÃO PODE SER
AFETADO - RECURSO PROVIDO. (5869123 PR
0586912-3, Relator: Paulo Roberto Hapner, Data de
Julgamento: 05/08/2009, 17ª Câmara Cível, Data de
Publicação: DJ: 203)
Na mesma trilha:
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"IMISSÃO DE POSSE - TUTELA ANTECIPADA -
IMÓVEL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO -
CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CONTRATO DE
GAVETA - EXECUÇÃO DO CONTRATO PELO AGENTE
FINANCEIRO - ADJUDICAÇÃO - VENDA DO IMÓVEL
A TERCEIRO, AUTOR DO PEDIDO DE IMISSÃO DE
POSSE - PROPRIEDADE DEMONSTRADA - TUTELA
DEFERIDA – ARTIGO 273, INCISO I, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL - DESPACHO CORRETO -
DESPROVIMENTO." (TJPR - 17ª C.Cível - AI
0571455-0 - Cascavel - Rel.: Des. Paulo Roberto
Hapner - Unânime - J. 29.04.2009)
E ainda,
Agravo de instrumento Ação de imissão na posse
ajuizada pela agravada Liminar concedida para
imiti- la na posse de bem imóvel objeto de
anterior aquisição pelo réu Decisão
agravada Bem arrematado por banco, em razão do
inadimplemento do recorrente Venda do imóvel à
recorrida Atribuição de efeito suspensivo ao
recurso, para manter o agravante na posse do bem
Análise dos documentos trazidos aos autos que não
autoriza o provimento da pretensão ora perseguida,
porquanto inadimplente confesso e autor de
demandas ajuizadas perante a Justiça Federal para
revisão das cláusulas contratuais, mas que se
processaram sem nenhuma medida assecuratória
para mantê-lo na posse do bem Agravada, por
seu turno, que, aparentemente de boa-fé, adquiriu
o imóvel e vem arcando com as parcelas do
financiamento, não ostentando situação
financeira confortável que a isente de
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inegáveis prejuízos até o provimento final da
demanda se não imitida, desde logo, na posse
do bem Decisão mantida Agravo desprovido.” (TJSP
AI 612.183-4/6- 00 Rel. João Carlos Garcia 9ª
Câmara de Direito Privado j. 03.02.09).
E mais,
Inscrita a carta de arrematação/adjudicação no
Registro Imobiliário, mostra-se legitima a decisão
liminar que concede a imissão de posse em favor do
arrematante contra o devedor mutuário. Agravo de
Instrumento negado" (Agravo de Instrumento nº
495.848-5, julg. 16.12.2009, Rel. Juiz Substituto 2º
Grau Doutor Francisco Jorge - unânime).
Nesse sentido, presentes todos os requisitos
ensejadores da concessão da tutela antecipada, nos moldes do art. 273, I, do
CPC, requer-se a concessão da medida, por ser meio necessário e
imprescindível à garantia do direito do Autor.
3. DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto e das provas ora colacionadas,
requer-se que V. Exa. se digne de:
i) Deferir o pedido de antecipação de tutela sem
oitiva da parte contrária para determinar a expedição de
ordem judicial de imissão do autor na posse do imóvel,
contra as rés, bem como contra qualquer outra pessoa
que eventualmente esteja lá residindo. Requer-se,
desde já, caso haja resistência por parte dos
ocupantes, que a medida seja efetivada com auxílio de
força policial;
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ii) mandar citar a REQUERIDA no endereço constante no
preâmbulo desta peça, para que esta, querendo, conteste
a presente ação cível, no prazo legal, sob pena de revelia,
de acordo com o art. 277, caput e § 2° c/c o art. 319 do
CPC;
iii) proceder ao julgamento antecipado desta lide,
procedente, em todos os seus termos, para que o autor
seja, definitivamente, imitido na posse do imóvel objeto
do presente litígio;
iv) condenar as Rés no pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, à ordem de
20% (vinte por cento) sobre o valor da causa.
Requer-se a produção de todas as provas em direito
admitidas, particularmente as documentais.
Dá-se à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais).
Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.
Fortaleza, 23 de abril de 2013.
NATHÁLIA ERVEDOSA TAINAH CARNEIRO PICANÇO
OAB/CE 18.892 OAB/CE 19.552