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Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR-1349-44.2013.5.21.0011 Firmado por assinatura digital em 13/04/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GDCMP/lafj/ AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI N.º 13.015/14. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SÚMULA N.º 331, V, DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. CONDUTA OMISSIVA. Não merece provimento o Agravo quando as razões apresentadas não conseguem invalidar os fundamentos expendidos na decisão mediante a qual se denegou seguimento ao Agravo de Instrumento. Agravo a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo em Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-Ag-AIRR-1349-44.2013.5.21.0011, em que é Agravante PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS e são Agravados WILLAMY SANTOS DA COSTA e SERTEL - SERVIÇOS DE INSTALAÇÕES TÉRMICAS LTDA. Inconformada com a decisão monocrática mediante a qual se denegou seguimento ao seu Agravo de Instrumento [pp. 335/346 do Sistema de Informações Judiciárias (eSIJ), aba “Visualizar Todos (PDF)”], interpõe a segunda reclamada Embargos de Declaração, recebidos como Agravo, em face do princípio da fungibilidade. Pugna a agravante pela reforma da decisão. Alega que houve má-aplicação da Súmula n.º 331 deste Tribunal Superior. Sustenta a agravante que o ordenamento jurídico pátrio veda a transferência de responsabilidade pelo pagamento de débitos trabalhistas aos entes da administração pública. Alega que as verbas decorrentes do contrato de emprego existente entre a primeira reclamada e o autor são de responsabilidade exclusiva daquela. Argumenta que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade n.º 16, declarou a constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei n.º 8.666/93. Ressalta que, na hipótese dos autos, não resultou evidenciada a sua conduta culposa, não havendo falar, assim, em culpa in vigilando. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100124D7B207D499A7.

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PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR-1349-44.2013.5.21.0011

Firmado por assinatura digital em 13/04/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

A C Ó R D Ã O

(1ª Turma)

GDCMP/lafj/

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI N.º

13.015/14. RESPONSABILIDADE

SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

SÚMULA N.º 331, V, DO TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHO. CONDUTA OMISSIVA. Não

merece provimento o Agravo quando as

razões apresentadas não conseguem

invalidar os fundamentos expendidos na

decisão mediante a qual se denegou

seguimento ao Agravo de Instrumento.

Agravo a que se nega provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo

em Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n°

TST-Ag-AIRR-1349-44.2013.5.21.0011, em que é Agravante PETRÓLEO

BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS e são Agravados WILLAMY SANTOS DA COSTA e

SERTEL - SERVIÇOS DE INSTALAÇÕES TÉRMICAS LTDA.

Inconformada com a decisão monocrática mediante a qual

se denegou seguimento ao seu Agravo de Instrumento [pp. 335/346 do Sistema

de Informações Judiciárias (eSIJ), aba “Visualizar Todos (PDF)”],

interpõe a segunda reclamada Embargos de Declaração, recebidos como

Agravo, em face do princípio da fungibilidade.

Pugna a agravante pela reforma da decisão. Alega que

houve má-aplicação da Súmula n.º 331 deste Tribunal Superior. Sustenta

a agravante que o ordenamento jurídico pátrio veda a transferência de

responsabilidade pelo pagamento de débitos trabalhistas aos entes da

administração pública. Alega que as verbas decorrentes do contrato de

emprego existente entre a primeira reclamada e o autor são de

responsabilidade exclusiva daquela. Argumenta que o Supremo Tribunal

Federal, no julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade n.º

16, declarou a constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei n.º

8.666/93. Ressalta que, na hipótese dos autos, não resultou evidenciada

a sua conduta culposa, não havendo falar, assim, em culpa in vigilando.

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100124D7B207D499A7.

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Afirma que o ônus de provar a efetiva fiscalização não pode ser repassada

ao ente público. Aponta violação dos artigos 5º, II, 37, cabeça, inciso

XXI, e § 6º, e 102, § 2º, da Constituição da República, e 71, § 1º, da

Lei n.º 8.666/93. Reputa como contrariada a Súmula n.º 331 deste Tribunal

Superior. Transcreve arestos com o fito de demonstrar dissenso de teses.

Autos não submetidos ao parecer da douta

Procuradoria-Geral do Trabalho, à mingua de interesse público a tutelar.

É o relatório.

V O T O

I – CONHECIMENTO

Observada a cláusula constitucional que resguarda o

ato jurídico (processual) perfeito (artigo 5º, XXXVI, da Constituição

da República), o cabimento e a admissibilidade deste Agravo serão

examinados à luz da legislação processual vigente à época da publicação

da decisão agravada.

O Agravo é tempestivo (publicação da decisão no Diário

Eletrônico da Justiça do Trabalho em 3/2/2016, quarta-feira, consoante

certidão lavrada à p. 347 do eSIJ, e razões recursais protocolizadas em

5/2/2016, conforme comprovante à p. 364 do eSIJ). Regular a representação

da Agravante, consoante procuração e substabelecimentos acostados às pp.

359/363 do eSIJ.

Conheço do Agravo.

II – MÉRITO

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA. SÚMULA N.º 331, V, DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. CONDUTA

OMISSIVA.

Por meio da decisão monocrática proferida às pp.

335/346 do eSIJ, foi denegado seguimento ao Agravo de Instrumento

interposto pela segunda reclamada, mediante os seguintes fundamentos:

Sustenta a agravante que seu Recurso de Revista merecia

processamento, porque preenchidos os requisitos previstos no artigo 896 da

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Consolidação das Leis do Trabalho. Insurge-se contra o reconhecimento da

sua responsabilidade subsidiária pelos créditos deferidos ao obreiro. Ressalta

que a primeira reclamada fora contratada por intermédio de regular

procedimento licitatório. Pugna pela sua exclusão do polo passivo da

demanda, com espeque no artigo 267, VI, do Código de Processo Civil.

Alega que o ordenamento jurídico pátrio veda a transferência de

responsabilidade pelo pagamento de débitos trabalhistas aos entes da

administração pública. Ressalta que, na hipótese dos autos, não resultou

evidenciada a sua conduta culposa. Aponta violação dos artigos 5º, II, e 37,

incisos II e XXI, da Constituição da República, e 71, § 1º, da Lei n.º

8.666/93. Reputa como contrariada a Súmula n.º 331 deste Tribunal

Superior. Transcreve arestos com o fito de demonstrar dissenso de teses.

O Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação Declaratória de

Constitucionalidade nº 16 (ADC 16), firmando o seguinte entendimento:

EMENTA: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL.

Subsidiária. Contrato com a administração pública.

Inadimplência negocial do outro contraente. Transferência

consequente e automática dos seus encargos trabalhistas, fiscais

e comerciais, resultantes da execução do contrato, à

administração. Impossibilidade jurídica. Consequência proibida

pelo art. 71, § 1º, da Lei federal nº 8.666/93. Constitucionalidade

reconhecida dessa norma. Ação direta de constitucionalidade

julgada, nesse sentido, procedente. Voto vencido. É

constitucional a norma inscrita no art. 71, § 1º, da Lei federal nº

8.666, de 26 de junho de 1993, com a redação dada pela Lei nº

9.032, de 1995. (STF, Tribunal Pleno, ADC 16, Relator:

Ministro Cezar Peluso, DJe nº 173, divulgado em 08/09/2011.)

Na esteira desse julgamento, tem-se que, em caso de terceirização

lícita, não há responsabilidade contratual da Administração Pública pelas

verbas trabalhistas dos empregados terceirizados, conforme a literalidade do

art. 71, § 1º, da Lei 8.666/1993. E, de fato, a responsabilidade não poderia ser

contratual, visto que entre a Administração Pública e o terceirizado não

existe, em princípio, relação jurídica.

Também, conforme posicionamento do STF, a responsabilidade da

Administração Pública, nesses casos, não estará calcada no art. 37, § 6º, da

CR/88, não sendo objetiva.

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Aferida tal decisão, na hipótese de terceirização lícita, não há

responsabilidade contratual da Administração Pública pelas verbas

trabalhistas dos empregados terceirizados, conforme a literalidade do art. 71,

§1º, da Lei 8.666/1993:

§ 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/1993 - A inadimplência do

contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e

comerciais não transfere à Administração Pública a

responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto

do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e

edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

Contudo, nada obsta a responsabilização dos entes públicos por

créditos trabalhistas relacionados a serviços terceirizados, desde que

presentes os pressupostos de matiz extracontratual e subjetivo da

responsabilidade civil.

Transcrevo excertos dos judiciosos debates ocorridos no julgamento da

ADC 16:

O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - É bem verdade

que os pontos que têm sido suscitados pelo TST fazem todo o

sentido e talvez exijam dos órgãos de controle, seja TCU, seja

Tribunal de Contas do Estado, aqueles responsáveis pelas contas

do município, que haja realmente a fiscalização, porque,

realmente, o pior dos mundos pode ocorrer para o empregado

que prestou o serviço, a empresa recebeu da Administração, mas

não cumpriu os deveres elementares. Então, essa questão

continua posto e foi o que o TST, de alguma forma, tentou

explicitar ao não declarar a inconstitucionalidade da lei e resgatar

a ideia da súmula, para que haja essa culpa in vigilando,

fundamental. Nós tivemos esses casos aqui mesmo na

administração do Tribunal e tivemos de fiscalizar, porque pode

ocorrer que a empresa terceirizada receba, como sói acontecer,

em geral, o Poder Público é adimplente, pelo menos no plano

federal essa questão não se coloca, mas não cumpre esses

deveres elementares. Talvez, aqui, reclamem-se normas de

organização e procedimento por parte dos próprios órgãos que

têm de fiscalizar, inicialmente são os órgãos contratantes e,

depois, os órgãos fiscalizadores. De modo que haja talvez até

uma exigência de demonstração de que se fez o pagamento, o

cumprimento pelo menos das verbas elementares: pagamento de

salário, recolhimento da Previdência Social e do FGTS.

A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Mas já há. A

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legislação brasileira exige. Só se pode pagar a posteriori, por

exemplo, nesses casos dos contratos, e se está quitada com a

Previdência, porque inclusive a empresa não pode mais

contratar. É que talvez ela não esteja sendo cumprida, o que não

significa ausência de lei.

O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE E

RELATOR) - Vossa Excelência está acabando de demonstrar

que a Administração Pública é obrigada a tomar atitude que,

quando não toma, configura inadimplemento dela!

A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Claro, não

discordo disso.

O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - Na verdade,

apresenta quitação em relação à Previdência, aos débitos

anteriores.

O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE E

RELATOR) - Dela. Isso é que gera responsabilidade que vem

sendo reconhecida pela Justiça do Trabalho. Não é a

inconstitucionalidade da norma. A norma é sábia. Ela diz que o

mero inadimplemento deveras não transfere, mas a

inadimplência da obrigação da Administração é que lhe traz

como consequência uma responsabilidade que a Justiça do

Trabalho eventualmente pode reconhecer a despeito da

constitucionalidade da lei.

O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES - O que estava

acontecendo, Presidente, é que, na quadra que se desenhou, a

Justiça do Trabalho estava aceitando, de forma irrestrita, a

responsabilidade do ente estatal.

O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO (PRESIDENTE E

RELATOR) - Agora há de ser no sentido de que ela vai ter de

examinar os fatos. Estou de acordo. Vai ter de examinar os fatos.

(negritos do original) (sublinhei)

O Acórdão prolatado nos autos da ADC 16 pelo Pretório Excelso não

sacramenta a intangibilidade absoluta da Administração Pública pelo

descumprimento de direitos trabalhistas dos empregados lesados quando

terceiriza serviços.

Em regra, a Administração Pública (tomadora dos serviços) não poderá

ser condenada a cumprir as obrigações trabalhistas assumidas pelos

prestadores de serviços, diretriz que será mitigada em benefício do

trabalhador prejudicado, desde que verificado no caso concreto o

descumprimento de leis referentes ao dever de fiscalização da Administração

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Pública, consectário dos postulados constitucionais da legalidade e da

moralidade.

Registre-se que, consoante o art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993,

constitui cláusula necessária dos contratos administrativos aquela que

estabelece “a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do

contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as

condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação”. E entre esses

requisitos, conforme ressaltado, estão a regularidade fiscal e trabalhista e a

qualificação econômico-financeira, que devem ser aferidas na forma dos

arts. 29 e 31 do mesmo diploma legal, dos quais se destacam os seguintes

trechos:

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e

trabalhista, conforme o caso, consistirá em (redação dada pela

Lei n.º 12.440/2011):

[...]

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando

situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos

por lei.

V - prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a

Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão

negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis

do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio

de 1943. (item incluído pela Lei n.º 12.440/2011 - grifos

acrescidos ao original)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação

econômico-financeira limitar-se-á a:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último

exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que

comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua

substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser

atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3

(três) meses da data de apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo

distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução

patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;

[...]

§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será

feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis

previstos no edital e devidamente justificados no processo

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administrativo da licitação que tenha dado início ao certame

licitatório, vedada a exigência de índices e valores não

usualmente adotados para correta avaliação de situação

financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes

da licitação. (grifos acrescidos ao original)

Como exigência que decorre do contrato administrativo, a manutenção

das condições de habilitação e qualificação deve ser fiscalizada pelo ente

público contratante, configurando obrigação legal a que está adstrita a

Administração, por força dos arts. 55, inciso XIII, 58, inciso III, e 67 da Lei

8.666/1993.

O art. 67 da Lei nº 8.666/1993 é enfático ao determinar que a

Administração deve designar um representante, a fim de acompanhar e

fiscalizar a execução do contrato, determinando o que for necessário à

regularização das pendências verificadas:

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e

fiscalizada por um representante da Administração

especialmente designado, permitida a contratação de terceiros

para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa

atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro

próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do

contrato, determinando o que for necessário à regularização das

faltas ou defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência

do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em

tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. (grifo

acrescido ao original)

O dever de fiscalizar, imposto ao Poder Público, pressupõe a prova da

regularidade fiscal e trabalhista e da boa situação financeira durante toda a

execução dos serviços contratados, suplantando, pois, o procedimento de

habilitação realizado no âmbito do certame licitatório.

Essa conclusão impõe-se porque a saúde financeira da empresa

prestadora de serviços constitui condição indispensável para o adequado

cumprimento do objeto pactuado. Isso de forma a garantir à Administração

as condições necessárias para o exercício das atribuições essenciais que lhe

compete, resguardando-se, sem sobressaltos, o atendimento do interesse

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público. Não há outra razão para a consagração das chamadas cláusulas

exorbitantes nos contratos administrativos, independentemente do objeto que

é contratado.

Em caso de reiterado descumprimento da legislação trabalhista, estaria

a prestadora de serviços acumulando um passivo capaz de reduzir ou até

mesmo de extirpar o equilíbrio econômico-financeiro necessário à fiel

execução do contrato.

É imperativo destacar que a fiscalização da execução do contrato não

constitui um fim em si, consoante a clara dicção do art. 67, § 1º, da Lei

8.666/1993. Estatui esse dispositivo que “o representante da Administração

anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a

execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização

das faltas ou defeitos observados” (grifo e negrito acrescido ao original). O

§ 2º do mesmo artigo, em idêntico diapasão, estabelece que “as decisões e

providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser

solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas

convenientes” (grifo e negrito acrescido ao original).

A fiscalização da execução, nesse contexto, é o procedimento

necessário à perfeita consecução do objeto do contrato, permitindo a

tempestiva identificação e superação de problemas, consistentes nas

irregularidades ou defeitos observados.

Por via de consequência, há algum vício nesse procedimento se as

desconformidades não são tempestivamente identificadas, como também na

hipótese de as medidas necessárias, diante da situação concreta, não serem

adotadas.

No caso dos autos, a Corte de origem consignou expressamente que,

“No caso em análise, é evidente a existência de culpa in vigilando da

litisconsorte, diante da omissão de fiscalizar o cumprimento das

obrigações trabalhistas por parte da sua contratada durante o tempo de

vigência do contrato, pois não trouxe comprovantes de adimplemento das

obrigações trabalhistas, inclusive verbas rescisórias, sendo certo que o

contrato firmado com a reclamada principal contém cláusula (2.3.6) que

determina que "a CONTRATADA deverá apresentar, sempre que solicitada,

a documentação relativa à comprovação do adimplemento de suas

obrigações trabalhistas, inclusive contribuições previdenciárias e depósitos

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do FGTS, para com seus empregados" (Id. 334949, p. 7).” (pp. 69/70 do eSIJ

– grifos acrescidos).

Sendo assim, restou evidente que o tomador de serviços não carreou

aos autos evidências da efetividade das medidas tomadas para evitar as

irregularidades observadas.

Vale ressaltar, por derradeiro, que o Supremo Tribunal Federal, ao

examinar a Reclamação n.º 13.272, Relatora Ministra Rosa Weber, Dje de

03/09/2012, em sede liminar, sufragou entendimento no sentido de que

incumbe à Administração Pública o ônus da prova de sua conduta comissiva,

ao registrar, expressamente, que “a recorrente não comprova ter fiscalizado,

por qualquer meio, a execução do contrato, especialmente quanto ao

cumprimento das obrigações contratuais devidas ao reclamante,

notadamente quanto às garantias previstas no art. 56 da Lei 8.666/93,

evidenciando-se a inércia do tomador na fiscalização quanto aos encargos

trabalhistas e sociais referentes aos empregados que despenderam força de

trabalho em seu favor”.

Assim, não se desincumbindo a Administração Pública de comprovar a

adoção de referidas medidas, de forma eficiente, ônus que lhe competia, nos

termos do artigo 333, II, do Código de Processo Civil, a decisão proferida

revela estrita consonância com a jurisprudência cediça desta Corte superior,

consagrada na Súmula nº 331, inciso V, desta Corte superior.

Acresça-se que, em face do processo de intermediação de mão de obra,

não compete ao empregado terceirizado suportar o ônus decorrente da

negligência do Poder Público na fiscalização da empresa prestadora de

serviços. Insta salientar que tal supervisão há de ser, sobretudo, preventiva, a

fim de não comprometer a execução do contrato, evitando igualmente a

transgressão dos direitos dos trabalhadores.

O adimplemento de obrigações trabalhistas por parte da prestadora de

serviços guarda estreita relação com a execução dos serviços contratados e

deve, sim, sofrer intenso controle por parte da Administração. Essa

obrigação avulta não somente do dever de se observar o que estabelece a Lei

8.666/1993, mas também da necessidade igualmente imperiosa de atender

aos princípios constitucionais da eficiência e da moralidade administrativa

(art. 37, caput, CR). Descabe ao Poder Público, estribado apenas no preço do

serviço contratado, negligenciando o dever de fiscalizar que lhe é imposto,

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beneficiar-se à custa da exploração do trabalho daqueles que são chamados a

operar, como agentes terceirizados, em sua própria intimidade.

Manifesta, pois, a culpa in vigilando do tomador de serviços, sendo,

ademais, patente a relação de causalidade entre a conduta culposa omissiva

do referido ente público, qualificada pelo descumprimento dos deveres

legais a que estava jungido, e a violação de direitos trabalhistas do autor.

A despeito de o contratante ostentar a condição de ente público, não há

óbice para que lhe seja imposta a responsabilidade subsidiária, nos termos

dos arts. 186, 187 e 927 do Código Civil Brasileiro.

Esse entendimento está em consonância com o princípio da

valorização social do trabalho (art. 1º, inciso IV, da Constituição).

A supremacia do interesse público assenta-se, de forma primaz, na

concretização dos fundamentos e objetivos da República e na garantia dos

direitos fundamentais de todos os cidadãos, entre os quais aqueles

expressamente vinculados à garantia da dignidade obreira (art. 7º da CR).

Logo, não há que prevalecer o interesse secundário do Poder Público na

defesa, a qualquer custo, do próprio patrimônio, a expensas dos mais

elementares princípios e direitos, consagrados nos âmbitos civil,

administrativo e trabalhista, os quais devem ser primordialmente

resguardados pela própria Administração.

Considerando o descumprimento por parte do ente público do seu

dever de fiscalização, é induvidosa a sua responsabilização patrimonial em

caráter subsidiário.

Essa compreensão está em perfeita sintonia com a celeridade e a

efetividade que informam a execução dos créditos trabalhistas, os quais se

revestem de índole inegavelmente alimentar. É de se ressaltar que ao ente

público caberá ainda intentar ação de regresso, a fim de resgatar os valores

eventualmente pagos ao trabalhador, nos termos do art. 934 do Código Civil.

Tampouco se deve olvidar que a Administração poderá valer-se da garantia

ofertada pela empresa contratada, conforme preceitua o art. 56 da Lei

8.666/1993, de modo a assegurar o ressarcimento de eventuais danos que lhe

forem causados.

A edição de Súmulas por esta Corte uniformizadora pressupõe a

análise exaustiva do tema, à luz de toda a legislação pertinente, o que afasta

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qualquer possibilidade de reconhecimento de violação de dispositivo de lei

ou da Constituição da República.

O ordenamento jurídico brasileiro autoriza a negativa de seguimento a

recurso manifestamente improcedente ou em confronto com súmula ou com

jurisprudência pacificada do mesmo Tribunal, do Supremo Tribunal Federal

ou de Tribunal Superior (artigo 557, caput, do CPC).

Essa modalidade de decisão, em que se rejeita in limine o recurso

manifestamente improcedente ou cujos fundamentos sejam contrários ao

posicionamento pacífico dos Tribunais Superiores, é consentânea com os

princípios da celeridade e da duração razoável do processo, ambos

albergados pelo artigo 5º, LXXVIII, da Constituição da República de 1988.

Tendo sido confirmada a decisão por meio da qual se denegou

seguimento ao Recurso de Revista, com fulcro no artigo 557, caput, do CPC,

nego seguimento ao Agravo de Instrumento.

Pugna a agravante pela reforma da decisão. Alega que

houve má-aplicação da Súmula n.º 331 deste Tribunal Superior. Sustenta

a agravante que o ordenamento jurídico pátrio veda a transferência de

responsabilidade pelo pagamento de débitos trabalhistas aos entes da

administração pública. Alega que as verbas decorrentes do contrato de

emprego existente entre a primeira reclamada e o autor são de

responsabilidade exclusiva daquela. Argumenta que o Supremo Tribunal

Federal, no julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade n.º

16, declarou a constitucionalidade do artigo 71, § 1º, da Lei n.º

8.666/93. Ressalta que, na hipótese dos autos, não resultou evidenciada

a sua conduta culposa, não havendo falar, assim, em culpa in vigilando.

Afirma que o ônus de provar a efetiva fiscalização não pode ser repassada

ao ente público. Aponta violação dos artigos 5º, II, 37, cabeça, inciso

XXI, e § 6º, e 102, § 2º, da Constituição da República, e 71, § 1º, da

Lei n.º 8.666/93. Reputa como contrariada a Súmula n.º 331 deste Tribunal

Superior. Transcreve arestos com o fito de demonstrar dissenso de teses.

Ao exame.

Consoante consignado na decisão agravada, o Tribunal

Regional, soberano no exame do conjunto fático probatório dos autos,

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

registrou que ”No caso em análise, é evidente a existência de culpa in

vigilando da litisconsorte, diante da omissão de fiscalizar o cumprimento

das obrigações trabalhistas por parte da sua contratada durante o tempo

de vigência do contrato, pois não trouxe comprovantes de adimplemento

das obrigações trabalhistas, inclusive verbas rescisórias, sendo certo

que o contrato firmado com a reclamada principal contém cláusula (2.3.6)

que determina que "a CONTRATADA deverá apresentar, sempre que solicitada,

a documentação relativa à comprovação do adimplemento de suas obrigações

trabalhistas, inclusive contribuições previdenciárias e depósitos do

FGTS, para com seus empregados" (Id. 334949, p. 7).” (pp. 69/70 do eSIJ

– grifos acrescidos)”.

Consoante se observa do quadro-fático delineado pelo

Tribunal Regional, a culpa in vigilando decorreu da ausência de prova

relacionada à efetiva fiscalização do contrato celebrado com a empresa

de prestação de serviços. Destaque-se, nesse sentido, que incumbia ao

ente público fiscalizar, efetivamente, a execução do contrato e o

cumprimento das obrigações contratuais assumidas pela demandada, bem

como lhe incumbia o ônus de comprovar as condutas adotadas como mecanismo

de fiscalização.

Conforme expressamente registrado na decisão

recorrida, esta Egrégia Corte superior, na esteira do entendimento do

Supremo Tribunal Federal, já se manifestou no sentido de que o encargo

processual acerca do poder-dever da administração pública de fiscalizar

o fiel cumprimento das obrigações atribuídas à empresa contratada não

incumbe ao autor, tendo em vista que não configura fato constitutivo e

sim fato impeditivo à sua pretensão, consoante disposto no artigo 333,

II, do Código de Processo Civil. Citem-se os seguintes precedentes: AIRR

- 1429-19.2012.5.05.0195 Data de Julgamento: 22/10/2014, Relator

Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT

31/10/2014; AIRR - 822-56.2012.5.10.0004, 1ª Turma, Relator Ministro

Lelio Bentes Corrêa, DEJT 04.10.2013; RR-444-35.2011.5.03.0100, 2ª

Turma, Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT 17.08.2012;

AIRR-297400-59.2009.5.09.0965, 4ª Turma, Relatora Ministra Maria de

Assis Calsing, DEJT 21.02.2014; RR-98400-64.2009.5.21.0021, 5ª Turma,

Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT 08.03.2013;

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ARR-1621-58.2011.5.12.0011, 6ª Turma, Relatora Ministra Kátia Magalhães

Arruda, DEJT 07.03.2014; RR-557-97.2010.5.15.0129, 7ª Turma, Relator

Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 21.02.2014;

RR-1405-45.2010.5.01.0074, 8ª Turma, Relator Desembargador Convocado

João Pedro Silvestrin, DEJT 07.02.2014.

Devidamente caracterizada a conduta omissiva do ente

público.

A decisão proferida pelo Tribunal Regional está em

consonância com o entendimento sedimentado neste Tribunal Superior, nos

termos da Súmula n.º 331, item V, que consagra tese no seguinte sentido:

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta

respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso

evidenciada sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º

8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das

obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora.

A aludida responsabilidade não decorre do mero inadimplemento das

obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

Revelando a decisão recorrida sintonia com a

jurisprudência pacífica deste Tribunal Superior, não se habilita a

conhecimento o recurso de revista, nos termos do artigo 896, § 7º, da

Consolidação das Leis do Trabalho, razão pela qual passível de denegação

o recurso, no particular, nos termos do artigo 557 do Código de Processo

Civil de 1973, vigente à época da prolação da decisão agravada.

Nesse contexto, a decisão mediante a qual se denegou

seguimento ao Agravo de Instrumento revela-se juridicamente

incensurável.

Ante o exposto, nego provimento ao Agravo.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal

Superior do Trabalho, por unanimidade, negar provimento ao Agravo.

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Brasília, 13 de abril de 2016.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

MARCELO LAMEGO PERTENCE Desembargador Convocado Relator

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