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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR 17. SET.2013 N.611 www.aese.pt NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Escolher a escola, independentemente de onde se viva A liberdade religiosa que Obama não compreende Novos traços nas famílias da América Latina AGENDA Portugal recua para a 51ª posição “Keynes vs. Hayek” União de facto: mulheres e homens não procuram o mesmo Portugal é mais conformista do que reformista EDP escolhe AESE para a redação dos seus casos Internacionalização das empresas Fundação Bissaya Barreto (Coimbra), 24 de setembro de 2013 Quão competitivo é Portugal? Agricultura em Portugal Lisboa, 1 de outubro Gestão de incompetentes Lisboa, 24 de setembro de 2013 PADIS Porto Palácio Congress Hotel & Spa, 30 de setembro GAEM Lisboa, 3 de outubro Banca 2.0 Porto Palácio Congress Hotel & Spa, 3 de outubro AESE faz balanço num encontro com as Empresas Patrocinadoras Os custos da desestruturação familiar

17. SET.2013 N - AESE · trabalho deve ser trabalhada em função da gestão dos recursos humanos, da motivação e da meri-tocracia”, ao invés da flexibilização laboral pela

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NOTÍCIAS

17. SET.2013 N.611

www.aese.pt

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Escolher a escola,

independentemente

de onde se viva

A liberdade religiosa

que Obama não

compreende

Novos traços

nas famílias

da América Latina

AGENDA

Portugal recua

para a 51ª posição

“Keynes vs. Hayek”

União de facto:

mulheres e homens

não procuram

o mesmo

Portugal é mais

conformista

do que reformista

EDP escolhe AESE

para a redação

dos seus casos

Internacionalização

das empresas

Fundação Bissaya Barreto (Coimbra), 24 de setembro de 2013

Quão competitivo

é Portugal?

Agricultura em Portugal Lisboa, 1 de outubro

Gestão de incompetentes

Lisboa, 24 de setembro de 2013

PADIS Porto Palácio Congress Hotel & Spa, 30 de setembro

GAEM Lisboa, 3 de outubro

Banca 2.0 Porto Palácio Congress Hotel & Spa, 3 de outubro

AESE faz balanço

num encontro

com as Empresas

Patrocinadoras

Os custos

da desestruturação

familiar

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A performance de Portugal no In-

dex de Competitividade do World

Economic Forum foi tornada pú-

blica hoje na AESE, num evento

que resultou da parceria com a

PROFORUM e o FAE - Forum dos

Administradores de Empresas.

Segundo os dados revelados, Por-

tugal continua a descer (de 49º

para 51º) no ranking mundial de

competitividade, mantendo a ten-

dência de queda iniciada em 2005.

O Global Competitiveness Report

2013-2014 identificou a dívida pú-

blica, o acesso ao financiamento, o

incentivo ao investimento, a buro-

cracia, a carga fiscal, a solidez dos

bancos, a instabilidade política, a

política fiscal e a legislação laboral

como os pilares mais relevantes na

queda de Portugal no ranking,

constituindo obstáculos ao desen-

volvimento da vida económica.

Portugal classificou-se positivamen-

te em matéria de segurança, infra-

estruturas, acesso às tecnologias,

inovação e saúde.

A progressão no ranking de compe-

titividade de países como Casa-

quistão, Ilhas Maurícias e Indonésia

foram também um dos argumentos

apresentados para a queda de

Portugal em duas posições.

Importa recordar que, desde 2005 –

exceto em 2011 (em que se

conseguiu uma subida de 46º para

45º) - Portugal tem tido uma

tendência de queda no ranking de

22º a 51º, isto depois de, entre

2001 e 2005, o país ter conseguido

subir do 25º para o 22º lugar neste

Relatório Global de Competitivi-

dade do WEF. No quadro dos 27

países da União Europeia, Portugal

manteve o 19º lugar, com a Grécia

a ocupar a última posição.

2 CAESE setembro 2013

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Portugal recua para a 51ª posição

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

GCR do World Economic Forum apresentado na AESE

Lisboa, 4 de setembro de 2013

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Em Portugal coligiram-se 135 res-

postas ao Executive Opinion Sur-

vey organizado pela PROFORUM e

pelo FAE. O inquérito realizou-se

tendo por base um universo de

cerca de 15.000 inquiridos,

distribuídos pelos 148 países que

integraram este relatório (144 no

ano anterior).

Aposta nos estímulos às PME’s

Perante esta situação global negati-

va, a PROFORUM e o FAE reafir-

mam o imperativo de Portugal re-

forçar a intensidade das reformas

estruturais necessárias ao substan-

cial aumento da competitividade e

do crescimento da economia, insis-

tindo que o foco deve ser colocado

na aposta nos estímulos às suas

Pequenas e Médias Empresas

(PMEs).

Neste sentido, assume uma espe-

cial importância a concretização de

uma análise aprofundada dos fa-

tores que mais diretamente afetam

o PIB e a competitividade, isto com

o objetivo de intervir e inverter os

fatores mais críticos, como sejam a

despesa pública, o ambiente ma-

croeconómico ou a eficiência do

mercado de trabalho. Será após a

evolução positiva destes fatores

mais débeis que se tornará possí-

vel prosseguir o investimento nos

importantes aspetos que já hoje se

revelam num nível muito aceitável

de competitividade, como sejam os

casos das tecnologias, da inovação

e das infraestruturas.

Em termos gerais, o Relatório

Global de Competitividade (2013-

-2014) do WEF evidencia a subida

da Alemanha (de 6º para 4º lugar)

e dos EUA (de 7º para 5º lugar),

enquanto a queda mais pronun-

ciada nas primeira posições é da

Holanda, que desce de 5º para 9º

lugar. Os três lugares do pódio

mantiveram-se inalterados: a Suíça

à frente, seguida de Singapura e da

Finlândia.

.

PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

3 CAESE setembro 2013

Top 10 da Competitividade

GCI 2013 GCI 2013

Suíça 1 1 =

Singapura 2 2 =

Finlândia 3 3 =

Alemanha 4 6 >

EUA 5 7 >

Suécia 6 4 <

Hong Kong 7 9 >

Noruega 8 5 <

Japão 9 10 >

Reino Unido 10 8 <

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O Global Competitiveness Report

2013-2014 revelou que Portugal se

encontra ao mesmo nível do sul e

leste da Europa comunitária, sendo

que os países nórdicos, Singapura

e Japão ocupam os lugares cimei-

ros do ranking, que coloca Portugal

na 51ª posição.

Pontos de melhoria na compe-

titividade

A melhoria das performances da

Indonésia, Maurícias e Brasil

influenciou a classificação obtida

por Portugal.

Na análise de Ilídio Ayala Serôdio,

Vice Presidente da PROFORUM, a

posição de Portugal congelou, me-

lhorando nos aspetos em que a

pontuação já havia sido franca-

mente positiva antes, piorando

inversamente nos itens de

avaliação em que o score tem sido

tendencialmente mais deficitário. As

condições do mercado laboral, o

desenvolvimento do mercado finan-

ceiro e a burocracia foram os calca-

nhares de Aquiles apontados a

Portugal, em face da capacidade

de inovação, mão de obra

qualificada, ética no trabalho,

transportes e infraestruturas em

que o país se demarcou.

Bastará “melhorarmos os indica-

dores em que estamos pior classifi-

cados” para que Portugal seja per-

cecionado pelos CEO auscultados

mundialmente como sendo mais

competitivo.

Gestão eficiente dos recursos

humanos para uma melhor com-

petitividade

“Todos os países da Europa estão

à nossa frente” sublinhou Luís

Filipe Pereira, Presidente do FAE –

Fórum dos Administradores de

Empresas, que defende que a

competitividade é imprescindível:

4 CAESE setembro 2013

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Quão competitivo é Portugal?

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Lisboa, 4 de setembro de 2013

Ilídio Ayala Serôdio, PROFORUM

GCR do World Economic Forum apresentado na AESE

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dela depende a resolução dos

problemas trazidos pela crise. “Não

adianta batalhar nos efeitos da

crise. A eficiência do mercado de

trabalho deve ser trabalhada em

função da gestão dos recursos

humanos, da motivação e da meri-

tocracia”, ao invés da flexibilização

laboral pela via do despedimento

mais facilitado.

No seu entender, o desenvolvimen-

to do mercado financeiro deve

passar pela acessibilidade a capital

ventures, assim como a juros com-

petitivos.

Curiosamente, é “nos pontos em

que estamos cotados acima dos 51

pontos, que pensamos ter uma per-

formance nacional pior”. Luís Filipe

Pereira referiu-se às infraestru-

turas, à inovação, à saúde e educa-

ção primária.

Deixar de temer as soluções

“O trabalho é meritório mas fica

aquém do ponto de vista técnico e

científico”, comentou Augusto

Mateus, que esperava que o Global

Competitiveness Report tivesse um

impacto quinquenal mais eficiente.

“A leitura é clara e os resultados

demonstram a eficiência dos mer-

cados e o recurso ao finan-

ciamento”, dos países abrangidos.

Temos de nos focar nos vetores

que nos ajudarão a mudar. Há uma

agenda política e de comunicação”

que para Augusto Mateus “está

profundamente errada, privile-

giando os indicadores de despesa,

políticas centradas nos recursos e

não nos resultados.” “Precisamos

de ter mais confiança nas soluções

do que na permanência dos

problemas.”

O acento tónico da inovação deve

ultrapassar o plano da investigação

e assentar nos progressos da

aplicabilidade nas empresas, na

criação de mais valor acrescen-

tado e numa maior eficiência.

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5 CAESE setembro 2013

Luís Filipe Pereira, FAE

Augusto Mateus

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A associação da AESE à Proforum

e ao FAE - Fórum dos Adminis-

tradores de Empresas, para a apre-

sentação mundial dos resultados

obtidos por Portugal no Global

Competitiveness Report foi ocasião

de debate entre personalidades de

referência no mundo empresarial

português. Coube a António Pita de

Abreu, Presidente da Proforum e

Administrador da EDP, e a José

Ramalho Fontes, Diretor geral da

AESE, darem as boas vindas aos

participantes.

“Desde há três anos constituímos

uma troika que tem vindo a entro-

sar-se, cada vez mais, produzindo

comentários e desenhando ações

de sequência com o objetivo de

implementar as medidas que este

diagnóstico anual suscita.” José

Ramalho Fontes integrou esta par-

ceria como forma de capitalizar

este “persistente esforço de mu-

dança e de inovação que conduza

ao progresso da economia (e da

sociedade) portuguesa baseado na

dinâmica empresarial e na qua-

lidade da gestão dos presentes e

de muitas outras pessoas.”

Os portugueses são mais confor-

mistas do que reformistas

O financiamento, a burocracia e os

impostos praticados são os fatores

mais problemáticos patentes na

análise feita a Portugal. António

Correia, Partner da PwC, considera

que a cultura portuguesa não ajuda

na evolução da despesa pública:

“os portugueses são menos

reformistas e mais conformistas. A

confiança nas instituições em

Portugal decresceu 4 posições,

agravando assim a sua disparidade

em face da média mundial.”

A ausência de uma boa estratégia

de inovação nas empresas portu- 6 CAESE setembro 2013

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Portugal é mais conformista do que reformista

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

António Correia, PwC

Lisboa, 4 de setembro de 2013

António Pita de Abreu, Proforum e EDP

GCR do World Economic Forum apresentado na AESE

Page 7: 17. SET.2013 N - AESE · trabalho deve ser trabalhada em função da gestão dos recursos humanos, da motivação e da meri-tocracia”, ao invés da flexibilização laboral pela

guesas poderá ser um dos motivos

pelos quais o país não está entre

os líderes de inovação.

Em jeito de conclusão, António

Correia, deixou uma nota anima-

dora à assistência: apesar do oti-

mismo global estar a decrescer, o

de Portugal tem aumentado pro-

gressivamente.

Na sequência do diagnóstico da

PwC, Francisco Ferreira da Silva,

Subdiretor do Diário Económico,

moderou um painel de empresá-

rios.

Pedro Ferraz da Costa, Presidente

do Fórum para a Competitividade,

diz haver em Portugal uma cris-

talização de posições erradas. A

nossa capacidade de mudança é

muito limitada. A fraca confiança na

classe política faz com que ela

também não seja audaz. Melhorar

o ambiente de cooperação nas

empresas deve ser uma prioridade,

que não se compadece com o atual

código de trabalho.

“Nós devíamos mudar radicalmente

o sistema de contratação”: a exis-

tência de sindicatos desinteres-

sados, e a oferta de carreiras e

remunerações pouco aliciantes

para os jovens “é um caminho sui-

cida”.

Pararelamente aos desperdícios

dos dinheiros públicos, a dificulda-

de de acesso ao crédito e a fragili-

dade financeira, existem argumen-

tos que António Ramalho, Vice

Presidente da FAE e Presidente

das Estradas de Portugal, consi-

dera subestimados e que podem

contribuir significativamente para

uma melhoria da competitividade

nacional. A performance de Portu-

gal em matéria de custos em crime,

combate à violência e terrorismo, a

qualidade das estradas e das

infraestrututras contribuem para

que o país possa concorrer com um

padrão de desempenho mais van-

tajoso.

O painel contou ainda com Paulo

Barradas, Diretor geral da Blue-

pharma, que interveio no debate,

partilhando a sua visão sobre os

resultados do relatório, à luz da

PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

7 CAESE setembro 2013

António Ramalho, Estradas de Portugal

Pedro Ferraz da Costa, Fórum para a

Competitividade, Augusto Mateus e Paulo

Barradas, Bluepharma

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sua experiência positiva na

indústria farmacêutica .

O evento terminou com a interven-

ção do Secretário de Estado Ad-

junto e da Economia. Para Leo-

nardo Mathias “os estudos têm de

ser vistos com algum cuidado dado

que são momentos. O Governo

está empenhado em desenvolver

um modelo económico sustentável.

Temos de pensar na economia

portuguesa em movimento, em

crescimento, em agilidade e não

necessariamente numa fotografia

de um relatório.

Global Competitiveness report

nos media

Convidado Adrián Caldart

In ETV - Grande Jornal, 04-09-2013

Portugal perde mais dois lugares …

In Económico online, 04-09-2013

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8 CAESE setembro 2013

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Lisboa, 11 de julho de 2013

A 11 de julho, a AESE organizou

um jantar convívio entre as empre-

sas patrocinadoras.

Nele participaram: José Galamba

de Oliveira (Accenture), Carlos

Jesus (Colt), António Augusto

Marques (CTT), António Pita de

Abreu (EDP), Manuel Ferreira de

Oliveira (Galp), José Luís Simões

(Grupo Luís Simões), Fritz Sacher

(Merck), Miguel Maya (Millennium-

bcp), Catarina Marcelino (Pfizer) e

José Alves (PwC).

A Direção da AESE apresentou o

balanço das atividades no ano

letivo 2012/2013, apontando os

sucessos e os desafios que a

Escola tem pela frente, encarando

a Formação de Executivos como

um investimento nas “competências

e capacidades de gestão e lide-

rança, nestes momentos de insta-

bilidade económica e de incertezas”

“É especialmente oportuna e, ao

mesmo tempo, uma resposta

inteligente ao enquadramento, pro-

porcionando aos colaboradores

(clientes e conhecidos...) os meios

adequados de contribuírem para a

competitividade das empresas,

para o seu progresso, que tem de

se ligar ao progresso dos outros...

(ao da AESE!) ou não será

sustentável.”

9 CAESE setembro 2013

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AESE faz balanço num encontro com as Empresas Patrocinadoras

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

As Empresas Patrocinadoras da AESE

encontraram-se logo após a sessão de

continuidade dos Alumni da AESE,

realizada a 11 de julho, tendo como

orador Manuel Ferreira de Oliveira.

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A EDP convidou recentemente um

grupo restrito de escolas de negó-

cios e consultoras para partici-

parem num concurso que visa a

seleção da entidade que elabore

seis casos sobre a empresa de

António Mexia e desenvolva com-

petências internas para a sua dis-

cussão.

Neste processo, a AESE foi a ins-

tituição escolhida pela EDP.

Investigação AESE

10 CAESE setembro 2013

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EDP escolhe AESE para a redação dos seus casos

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Programa

PADIS Porto Palácio Congress Hotel

& Spa, 30 de setembro

Saiba mais >

Programa

GAEM Lisboa, 3 de outubro de 2013 ›

Saiba mais >

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AGENDA

ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

11 CAESE setembro 2013

Programas

Sessão de continuidade

Agricultura em Portugal Lisboa, 1 de outubro de 2013

Saiba mais >

Seminário

Seminário

Gestão de

incompetentes Lisboa, 24 de setembro de

2013

Saiba mais >

Sessões de continuidade

Sessão de continuidade

Banca 2.0 Porto Palácio Congress Hotel

& Spa, 3 de outubro de 2013

Saiba mais >

Sessão de continuidade

Internacionalização das

empresas Fundação Bissaya Barreto

(Coimbra), 24 de setembro de

2013

Saiba mais >

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AESE nos Media

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De 31 de agosto a 13 de setembro de 2013

12 CAESE setembro 2013

Portas e Maria Luís no Parlamento antes da 8ª e 9ª avaliações da 'troika In Etv 11-09-2013 Com o Prof. Jorge Ribeirinho Machado AESE explica finanças a não financeiros In Advocatus Online- 09-09-2013 Judicialização da política In Diário Económico- 09-09-2013 Convidado Adrián Caldart In ETV - Grande Jornal- 04-09-2013 CA Seguros com novo presidente In Human Resources Portugal Online- 04-09-2013 AESE com formação sobre Economia do Mar a partir de outubro In Cargo Edicões.pt- 03-09-2013 Hélder Rosalino falha prazo para entrega de declaração de rendimentos In Público- 03-09-2013

Novo presidente da CA Seguros João Pedro Borges (na foto) foi nomeado presidente do Conselho de Administração Executivo da CA Seguros In Human.pt- 02-09-2013 Futuro das TIC em destaque no Q-Day Conference 2013 In Fibra Online- 02-09-2013 Finanças para não financeiros na AESE In Diário Económico - Emprego & Universidades- 02-09- -2013 O Papel das escolas de negócios na formação de empresários In Revista Aspectos - 08-2013 Em movimento In Água & Ambiente- 01-09-2013 As Olimpíadas da Matemática In Expresso - Economia- 31-08-2013

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PANORAMA

Escolher a escola, independentemente de onde se viva Para o ano letivo a iniciar, a

Comunidade (região) de Madrid

converter-se-á definitivamente (já

o tinha feito em parte no último

ano letivo) em zona escolar única,

de maneira a que os pais que não

optem por uma escola privada

possam escolher entre todos os

centros públicos e com convénios

da região, independentemente de

onde vivam.

As linhas mestras da reforma são

conhecidas desde há algum

tempo. Diversos membros do

governo regional referiram que

serão incluídas medidas para

evitar a segregação que, segundo

os críticos, trará a liberalização da

oferta escolar. Estas medidas –

como a obrigação para as escolas

de publicarem os seus resultados

nas provas externas e padroni-

zadas, o programa educativo e o

regime interno e de conduta, e os

serviços complementares ofereci-

dos – procuram evitar que as

famílias de baixos estratos socio-

económicos se envolvam menos

na escolha da escola, o que na

prática significa que muitas delas

decidem apenas por um critério de

proximidade geográfica.

A assimetria de informação (e de

interesse) entre as famílias de

maiores e menores rendimentos é

um dos argumentos para os detra-

tores das políticas “liberalizado-

ras” do mercado educativo. Na

realidade, o debate sobre este

assunto segue com muita frequên-

cia os canais (e o estilo panfletário

e pouco profundo) da discussão

política entre liberalismo ou inter-

vencionismo.

Daí, valer a pena recordar alguns

raciocínios realistas (isto é, liga-

dos à realidade das escolas) e

afastados das palavras de ordem

ideológicas. Estas abordagens

costumam reconhecer, primeiro, a

complexidade do problema: não é »»

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13 CAESE setembro 2013

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ÍNDICE · NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

fácil determinar a influência de

medidas liberalizadoras do merca-

do educativo (como a da zona

escolar única, ou os cheques

escolares) na segregação socio-

económica das salas de aula,

visto que para esta segregação

contribuem outros fatores alheios

à escola, como a política urbanís-

tica, a imigração, e até a situação

económica do país.

A OCDE publicou vários docu-

mentos a este respeito. Num de

2012, assinalava-se que, em ge-

ral, a segregação socioeconó-

mica por tipo de centro escolar

(concentração de alunos com me-

nos rendimentos nas escolas pú-

blicas) era menor nos países que

mais financiavam a sua escola

privada. Esta tendência geral

segue a lógica de que, se um

governo propicia que todas as

escolas estejam ao alcance de

todas as famílias, a mistura de

estratos socioeconómicos nas

aulas deveria ser o normal (como

acontece, por exemplo, na Finlân-

dia e na Holanda, onde quase não

existe diferenciação socioeconó-

mica entre salas de aula privadas

e públicas). Todavia, existem ex-

ceções como a Suécia, onde a

segregação aumentou na última

década apesar da subsidiação

praticamente total da escola

privada.

Noutro relatório, de setembro de

2011, a OCDE referia alguns dos

riscos das políticas educativas

baseadas na livre concorrência

das escolas, e propunha uma

série de medidas para contrariar

os efeitos negativos. Umas desti-

nadas a facilitar a escolha dos

pais: alargar as políticas de che-

ques escolares entre as classes

mais desfavorecidas (atribuindo,

por exemplo, um dinheiro extra

para o transporte das famílias de

bairros mais pobres, para evitar

que as suas escolas se convertam

em guetos); outra medida consiste

em proporcionar mais informação

a todas as famílias, mas sobre-

tudo às que tradicionalmente se

envolvem menos nas decisões.

Entre as propostas dirigidas às

escolas, sugere-se incentivá-las

para que escolarizem os alunos

em maior perigo de exclusão

(através de um cheque escolar

mais elevado ou de benefícios

fiscais). Por último, o relatório da

OCDE, consciente da importância

de acompanhar os estímulos com

medidas coercivas, propunha a

vigilância das escolas, de modo a

não estabelecerem cr i tér ios

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14 CAESE setembro 2013

»»

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seletivos destinados a repelir os

alunos de famílias com menores

rendimentos.

Assim, deveria, para além da

prestação de informações aos

pais, haver vigilância para as es-

colas não se aproveitarem dos cri-

térios de admissão, e premiarem

economicamente os centros esco-

lares mais abertos a todo o tipo de

alunos. Outra condição indispen-

sável para a liberdade dos pais

fazer sentido, é que a oferta das

escolas seja realmente diversa.

No seu livro “The Schools We

Need: And Why We Don’t Have

Them”, E. D. Hirsch explica as

limitações de aplicar ao âmbito

educativo o modelo económico

liberal (a maior oferta, maior con-

corrência e, portanto, mais quali-

dade do produto). Por um lado,

comenta, enquanto que na esfera

económica os clientes costumam

saber o que querem, na escolha

de uma escola não acontece o

mesmo, seja por ignorância, falta

de interesse ou incapacidade: “os

resultados da escolarização de-

moram muito tempo a ver-se.

Mesmo quando os pais sabem

que resultados pretendem a longo

prazo, raras vezes têm uma ideia

clara daquilo que desejariam que

as escolas fizessem no dia a dia

para o conseguir”.

A falta de conhecimentos pedagó-

gicos da grande maioria dos pais

(lógica, por outro lado) e a ausên-

cia de resultados imediatos são

dois importantes obstáculos para

que exista uma liberdade real na

escolha de um centro escolar.

Além disso, não são de fácil

solução. Pelo lado da procura, tu-

do o que se pode fazer, além de

disponibilizar meios económicos a

todos consoante as suas neces-

sidades, tem de haver o cuidado

de as famílias menos envolvidas

acederem a um mínimo de infor-

mação.

Por outro lado, Hirsch assinala

outra disfunção do mercado,

relacionada desta vez com a

oferta, e que tem solução possí-

vel, embora não seja fácil. Trata-

-se de as escolas oferecerem

realmente modelos pedagógicos

diferenciados. Para Hirsch, existe

uma espécie de monopólio inte-

lectual na pedagogia moderna que

uniformizou (e empobreceu inte-

lectualmente) a escola. Todo o

seu livro é uma acusação contra

esse modelo pedagógico, centra-

do mais no processo de aprender

do que na profundidade e rigor

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15 CAESE setembro 2013

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dos conteúdos ensinados: assim,

os clichés desta tendência

educativa são “o fomento da

autoestima do aluno”, o “respeito

pelo seu ritmo individual de

aprendizagem”, “a alegria de

aprender” ou a “aprendizagem

cooperativa”.

Uma das consequências deste

monopólio intelectual é que os

projetos educativos observados

pelos pais nas escolas são todos

parecidos. Por falta de propostas

pedagógicas originais, as escolas

acabam por concorrer (e os pais

por decidir) em função das instala-

ções ou das atividades extraesco-

lares. Os pais a quem estes aspe-

tos não lhes interessam em espe-

cial, acabam por escolher o centro

escolar mais próximo da sua casa.

Para Hirsch, se realmente se pre-

tende que os pais possam esco-

lher livremente, a primeira medida

deveria ser obrigar as escolas a

definir um projeto educativo sério

e centrado nos aspetos acadé-

micos.

F. R.-B.

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PANORAMA

A liberdade religiosa que Obama não compreende O Governo de Obama tentou

fechar a polémica em torno do

chamado “mandato anticoncetivo”

fazendo uma concessão às insti-

tuições religiosas. Mas a jogada

correu mal, porque os que têm

objeções pelos mesmos motivos,

sem serem organizações religio-

sas (donos de empresas familia-

res, sobretudo), não se vão retirar

da batalha jurídica e política.

Muito menos vão fazê-lo os bispos

dos EUA, pois consideram que o

mandato continua a vulnerabilizar

a liberdade religiosa dos indiví-

duos.

Fruto da lei de reforma da saúde,

o “mandato anticoncetivo” impu-

nha aos empregadores a obriga-

ção de financiar anticoncetivos, a

pílula do dia seguinte e a este-

rilização nos seguros médicos dos

seus empregados, para que estes

usassem esses serviços sem que

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lhes custasse nada. Os emprega-

dores que se negassem a fazê-lo

seriam multados e perderiam cer-

tas deduções fiscais.

Para justificar esta carga sobre os

empregadores, o Governo de

Obama alegou razões de saúde

pública: o objetivo era reduzir o

mais possível o número de gravi-

dezes não desejadas. O acesso

gratuito aos métodos anticonce-

tivos permitiria reduzir esse núme-

ro, sobretudo entre os mais po-

bres para quem o copagamento

pode ser um obstáculo.

Mas os oponentes ao mandato

contra-argumentaram: que o Go-

verno queira garantir para todas

as mulheres – qualquer que seja o

seu lugar de trabalho – o acesso

gratuito à contraceção, à pílula do

dia seguinte e à esterilização, não

lhe dá direito de obrigar os empre-

gadores a violar as suas consciên-

cias, forçando-os a financiar servi-

ços que vulnerabilizam as suas

convicções morais ou religiosas.

A contestação a esta norma, apro-

vada pelo Ministério da Saúde em

janeiro de 2012, foi tão forte que o

próprio Obama se viu obrigado a

modificá-la um mês depois. Em

fevereiro, apresentou a sua pri-

meira “solução de compromisso”:

isentou as instituições de inspira-

ção religiosa (hospitais, universi-

dades, escolas, organizações de

beneficência...) de financiar direta-

mente o polémico lote de serviços

e transferiu essa obrigação para

as suas seguradoras. Este ajus-

tamento não convenceu, pois não

eliminava a imposição de cobrir o

financiamento dos métodos anti-

concetivos.

A recusa do Governo de Obama

de regulamentar uma objeção de

consciência razoável (a que tinha

previsto no mandato original era

raquítica) desencadeou uma cas-

cata de queixas judiciais contra a

norma. Em maio, 43 instituições

católicas apresentaram as primei-

ras 12 nos tribunais federais. Em

dezembro, o número de queixosos

ultrapassava os 110. Às institui-

ções católicas juntaram-se donos

de empresas, assim como univer-

sidades protestantes.

Atualmente, existem 44 processos

pendentes e 130 queixosos. Os

tribunais já se pronunciaram sobre

14 casos que afetam empresas:

onze concederam medidas caute-

lares a favor dos queixosos e três

negaram-nas. O escritório de

advogados The Becket Fund de-

fende as empresas que se opõem

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17 CAESE setembro 2013

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ao mandato e publica informação

atualizada sobre os processos em

(www.becketfund.org/hhsinformati

oncentral/), a sua web.

Como a obrigação de financiar os

métodos anticoncetivos nos segu-

ros entrou em vigor a 1 de agosto

de 2012, as medidas cautelares

conseguiram que os donos das

empresas queixosas se libertem

das multas até que se decida a

legalidade do mandato.

O Governo tinha concedido mais

um ano de prazo às instituições

de inspiração religiosa, talvez para

fazer baixar a polémica em tempo

de eleições. Sobre este período,

que expirou a 1 de agosto de

2013, disse Timothy Dolan, arce-

bispo de Nova Iorque e presidente

da Conferência Episcopal dos

EUA.: “São doze meses para

aprender a violar as nossas

consciências”.

Com os 44 processos pendentes

contra o mandato, o Governo de

Obama decidiu não se arriscar e

atuar. A nova “solução de compro-

misso”, que avançou em fevereiro,

oferece às instituções religiosas o

que não se atreveu a oferecer na

primeira: isenta-as da imposição

de cobrir nos seguros dos seus

empregados anticoncetivos, a pí-

lula do dia seguinte e a esterili-

zação.

A partir de agora, as instituições

religiosas poderão oferecer ao seu

pessoal um plano de seguros sem

esses serviços. Os empregados

receberão sem quaisquer custos

uma apólice complementar que os

cubra; será fornecida por uma

seguradora e financiada pelo

Governo, embora não esteja claro

de onde vai retirar o dinheiro para

os financiar.

Dá a impressão de que, com este

ajustamento, Obama pretendia

duas coisas: blindar o mandato

contra as queixas que questionam

a infração da liberdade religiosa e,

de passagem, tirar os bispos

católicos do debate. Mas estes,

em coerência com a linha de

argumentação que avançaram até

agora, não estão dispostos a

retirar-se.

Para os bispos, instituições de

inspiração religiosa não são os

únicos titulares da liberdade reli-

giosa: as objeções que encontra-

ram aquelas na imposição de

cobrir nos seus seguros serviços

contrários às suas convicções,

podem tê-las os “indivíduos que,

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18 CAESE setembro 2013

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na sua vida diária, se esforçam

por atuar de acordo com a sua fé

e os seus valores morais”. Daí

que na nota (“Statement of

Cardinal Timothy Dolan Respon-

ding to Feb. 1 Proposal from

HHS”) publicada pelo cardeal

Dolan em nome da Conferência

Episcopal diga: “Não podemos

abandoná-los agora e deixar que

os obriguem a violar as suas

consciências”.

Em segundo lugar, os bispos

entendem que a garantia da

liberdade religiosa acolhida na

Primeira Emenda protege o direito

dos crentes a atuar de acordo

com as suas convicções em todos

os aspetos da sua vida (a

profissão incluída). O Governo de

Obama, pelo contrário, continua a

conceber essa proteção só para o

que ocorre dentro das quatro

paredes de uma igreja. Por isso, a

nota denuncia que o novo ajusta-

mento “parece estar a conceder

uma cidadania de segunda classe

às instituições católicas que se

dedicam à saúde, à educação e à

beneficência”.

J. M.

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19 CAESE setembro 2013

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PANORAMA

“Keynes vs. Hayek” “Keynes vs. Hayek”

Autor: Nicholas Wapshott

Deusto. Barcelona (2013)

400 págs.

Tradução (castelhano):

Ana García Bertrán

Nicholas Wapshott, jornalista e

escritor britânico, efetua um

interessante percurso pela época

mais recente para explicar o

confronto intelectual entre dois

gigantes da economia, cujas

doutrinas recuperaram, devido à

crise atual, um novo protago-

nismo. O leitor não iniciado na

matéria talvez encontre demasia-

das referências a economistas

daquela altura (como Robbins,

Friedman, Kahn e Knight), os

quais não precisa de conhecer.

Mas essas alusões ajudam bas-

tante a entender o contexto

político, social e pessoal no qual

se movimentaram ambos os

protagonistas.

Keynes, conforme o retrato

apresentado nestas páginas, pro-

vinha de uma família de classe

média e aos trinta anos de idade

relacionava-se já com os grandes

políticos da altura, a aristocracia e

os círculos milionários. O seu

poder sobre a opinião pública foi

enorme: todas as suas ideias

suscitavam ecos, eram discutidas

acaloradamente e acabavam por

se impor.

Tanto pelas ideias como pelo

temperamento, Hayek era o con-

trário. De origem checa e nobre, a

sua família movimentava-se no

âmbito académico. Isto fez com

que se inclinasse sempre mais

para o lado científico do que para

o protagonismo político: era um

estudioso, um erudito, e não um

homem de ação nem com inquie-

tações ativistas.

As relações entre Keynes e Hayek

foram cordiais. Keynes teve de

início mais influência que o seu

contemporâneo, sobretudo devido

à publicação da “Teoria Geral do

Emprego, do Juro e da Moeda”

em 1936. Há fatores que explicam

o seu êxito; nomeadamente, a

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20 CAESE setembro 2013

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esperança de vencer o ciclo pós-

-depressivo de 1929, e as suas

medidas de cariz mais interven-

cionista. Mas é importante assi-

nalar que também Keynes orques-

trou a receção do seu livro, com

talento e com a entusiástica ajuda

dos seus seguidores e discípulos.

Quando Keynes brilhava mais

alto, Hayek tentou criticar a sua

teoria, mas perdeu protagonismo

e mudou a orientação do seu

trabalho.

Foi em 1944 que Hayek irrompeu

com mais força graças à pu-

blicação de “Caminho para a

Servidão”, a sua obra mais conhe-

cida, onde defendeu que o

socialismo económico nem traz

prosperidade nem liberdade e que

o sistema mais eficaz para o bem-

-estar é o liberalismo. O texto,

mais político do que económico,

catapultou-o para a fama rapida-

mente e converteu-se num livro

clássico em teoría política.

Embora no livro de Wapshott fique

claro desde o começo que a visão

de ambos os autores é diferente,

também se explicam algumas das

suas semelhanças, e isto é talvez

o aspeto mais interessante da

análise. Por exemplo, os dois

sublinham a necessária presença

do Estado para a sobrevivência do

mercado, mesmo que com impor-

tantes matizes; os dois foram

brilhantes e os dois continuam a

ter seguidores atualmente, num

momento em que se debate de

novo entre intervenção ou mer-

cado.

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21 CAESE setembro 2013

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Tinham, contudo, diversas formas

de entender o homem. Keynes

considerava que o indivíduo devia

tomar medidas perante os proble-

mas, sem pensar demasiado no

amanhã; Hayek pensava que o

homem estava destinado a viver

de acordo com as leis naturais da

economia, do mesmo modo que

era obrigado a viver segundo as

restantes leis naturais, porque o

mercado tem a sua própria lógica.

A obra não clarifica quem é o

vencedor definitivo deste duelo,

talvez porque os dois, em parte,

tinham alguma razão, e nenhum

deles toda ela.

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22 CAESE setembro 2013

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DOCUMENTAÇÃO

Novos traços nas famílias da América Latina Importantes alterações demográ-

ficas estão a acontecer nas

famílias latino-americanas. Como

aconteceu antes noutras regiões,

os latinos estão a aproveitar o

“dividendo demográfico”, um ciclo

histórico de aproximadamente 40

anos, que se produz quando a

população economicamente ativa

(18-65 anos) supera a população

dependente (crianças e idosos)

elevando os índices de produção

e consumo, num clima de aparen-

te prosperidade.

Queda da fecundidade

A Europa, a América do Norte e a

Ásia experimentaram o seu bónus

demográfico com a queda das

suas taxas de fecundidade, e

aproveitaram as circunstâncias

para fortalecer os seus sistemas

de Segurança Social e acelerar o

seu crescimento económico. Na

América Latina, a redução da

fecundidade produziu-se ao dobro

da velocidade que acontecera nos

países desenvolvidos. Nos anos

60, uma família latina tinha uma

média de 6 filhos e, atualmente,

este número diminuiu, em média,

para 2,2; isto enquanto alguns

países já se encontram abaixo do

nível de substituição das gerações

(2,1 filhos por mulher): é o caso

do Chile (1,9), Brasil (1,8) e Costa

Rica (1,8).

Numa reunião familiar no Peru,

por exemplo, é comum encontrar

uma bisavó que teve 8 filhos.

Estes filhos converteram-se em

pais de não mais de 4 crianças.

Estes netos, agora adultos, têm 2

filhos em média, 73% fora do

casamento, como solteiros ou em

união de facto.

Os efeitos desta mudança social

acelerada são preocupantes prin-

cipalmente na perspetiva demo-

gráfica e, sobretudo, económica.

Mas pouco se discute o impacto

social na vida familiar que terá (e

já está a acontecer) a existência

dos fenómenos relacionados com

a “segunda transição demográfi-

ca” (STD): o aumento da união de

facto, a maternidade na situação

de solteira e o divórcio, a redução

do número de casamentos e o

adiamento da paternidade.

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23 CAESE setembro 2013

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Menos casamentos

e mais uniões de facto

Embora a união de facto tenha

origens históricas e culturais que

podem encontrar-se na herança

das colónias africanas, nos cos-

tumes andinos e amazónicos de

começar uma nova família sem

formalizar juridicamente a união

conjugal, o boom da união de

facto na América Latina inicia-se

nos anos 70, segundo Teresa

Martín-Castro, investigadora do

Conselho Superior de Investi-

gações Científicas de Espanha. A

expansão da união de facto come-

çou nas classes socioeconómicas

baixas e alargou-se para as

mulheres com maiores níveis de

escolaridade, ao ponto de se

converter num quadro legítimo e

socialmente aceite para ter e criar

filhos.

Em regiões como Ásia e Médio

Oriente, onde ainda existe uma

forte cultura matrimonial, a união

de facto e a maternidade extra-

-casamento apresentam percen-

tagens mínimas. O contrário acon-

tece na América Latina. Esta

região encontra-se nos últimos

lugares no índice do número de

casamentos (casamentos realiza-

dos por cada mil habitantes) e no

topo nos níveis de união de facto

e de maternidade fora do casa-

mento, segundo o relatório “Mapa

Mundial da Família 2013”, que

inclui indicadores de 44 países.

Nesta amostra, a Colômbia ocupa

o primeiro lugar, com 35% dos

seus adultos em união de facto e

com 85% do total dos nasci-

mentos ocorridos fora do casa-

mento. Não é um caso isolado:

semelhantes indicadores mostram

Peru, Chile, Brasil, Argentina,

Bolívia e México. Enquanto no

Egito ou Indonésia se realizam

mais de 8 casamentos por cada

mil habitantes, na Colômbia e no

Peru, o índice respetivo é inferior

a 3.

Albert Esteve e um grupo de

investigadores registaram o acele-

rado aumento da união de facto

entre mulheres de 25-29 anos,

grupo etário que geralmente

completou os seus estudos supe-

riores (ver tabela inserida em

“Aceprensa”, de 24.7.2013). Em

2010, esta união de facto ultrapas-

sava os 65% no Panamá, Uruguai

e Argentina. Martín-Castro acres-

centa que, na região sul do

continente, se instaurou um sis-

t e ma d u a l d e f e cun d i da d e

(matrimonial e extramatrimonial)

em todos os estratos sociais, mas

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24 CAESE setembro 2013

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com especial intensidade nas

mulheres mais jovens, de escassa

escolaridade formal e rendimen-

tos.

As taxas de divórcio são menos

fiáveis de comparar, em parte por

causa do registo defeituoso que é

feito nos países latinos. Nestes, o

índice de divórcios parece redu-

zido, pois os casais das uniões de

facto não enfrentam um divórcio,

mas sim a separação de facto,

permanente ou temporária.

Adiamento da maternidade

A instabilidade das uniões con-

jugais prejudica diretamente os

filhos, e condiciona o seu cres-

cimento sem a presença de am-

bos os pais biológicos. A África,

continente especialmente afetado

pela imigração laboral e pela

mortalidade causada pelo HIV e

pela malária, exibe os níveis mais

elevados de crianças que são

criadas por um só pai e órfãs. A

América Latina ocupa o segundo

lugar em lares monoparentais:

28% na Bolívia, 26% na Colômbia

e 24% no Peru. Embora a

emigração internacional pudesse

ser uma causa, não é a mais

relevante, pois muitos países da

região sul conseguiram reduzir

significativamente os seus níveis

de pobreza.

O adiamento do casamento e da

paternidade são acontecimentos

recentes, cuja expansão está a

suceder em sentido contrário ao

da união de facto, de cima para

baixo. Segundo Esteve, o fenó-

meno do “adiamento” começa

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25 CAESE setembro 2013

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pelos grupos com mais escolari-

dade e difunde-se pelos que têm

menos; e simultaneamente, com a

contínua redução dos nascimen-

tos nos grupos de menores

rendimentos.

Embora a decisão de formar um

lar caiba aos adultos, não se pode

minimizar o impacto que tem a

estrutura familiar no bem-estar

das crianças, apesar de existir

escassa evidência para esta re-

gião. São abundantes as investi-

gações sobre os benefícios dife-

renciais que oferece uma família

matrimonial intacta nas socieda-

des desenvolvidas, especialmente

nos EUA. As crianças com origem

neste tipo de lares têm maiores

possibilidades de se converter em

adultos produtivos e bem inte-

grados na sua comunidade.

Sobre a América Latina, as inter-

rogações que esta nova fotografia

demográfica e familiar suscita são

complexas. Não se conhece de

modo aprofundado o prejuízo no

capital humano e social provoca-

do pela instabilidade familiar. In-

vestigadores identificaram as suas

relações com os resultados edu-

cativos das crianças e a desigual-

dade socioeconómica, mas persis-

tem temas pendentes de especial

urgência, como a ligação que po-

deria haver entre a violência fami-

liar e a alarmante delinquência.

As fontes para este texto foram:

– “Mapa Mundial de la Familia

2013: Los cambios en la familia y

su impacto en el bienestar de la

niñez” (Universidad de Piura,

2013).

– Castro-Martín, Teresa; Cortina,

Clara; Martín García, Teresa;

Pardo, Ignacio (2011), “Materni-

dad sin matrimonio en América

Latina: Análisis comparativo a

partir de datos censales”, Notas

de Población 93 (37-76) (CEPAL:

Comisión Económica para Amé-

rica Latina).

– Esteve, Albert; Garcia-Roman,

Joan; Lesthaeghe, Lopez-Gay,

Antonio (2013), “The ‘Second

Demographic Transition’ Features

in Latin America: the 2010 Update”

(pro manuscripto) (Centre d’Estu-

dis Demografics, Universitat Autò-

noma de Barcelona).

G. H.

(Instituto de Ciencias para la

Familia de la Universidad

de Piura)

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26 CAESE setembro 2013

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DOCUMENTAÇÃO

União de facto: mulheres e homens não procuram o mesmo Conviver juntos antes de casar-se

é encarado como um passo prévio

para se conhecer melhor e evitar

assim as uniões infelizes. Mas a

união de facto não está isenta de

surpresas: sucede muitas vezes

que, enquanto elas decidem for-

malizar a união depois de terem

vivido em união de facto, eles não

têm particular interesse em com-

prometer-se para a vida inteira.

Revela-o um estudo realizado por

dois sociólogos do think tank

RAND Corporation [Michael Pol-

lard, Kathleen Mullan Harris, “Co-

habitation and Marriage Intensity.

Consolidation, Intimacy, and Com-

mitment”, Working Papers WR-

-1001 (Rand Corporation, 2013)].

A partir de uma amostra de 2.068

homens e mulheres de 18 a 26

anos, Michael Pollard e Kathleen

Mullan Harris mostram que o nível

de compromisso dos casais que

vivem em união de facto é menor

do que o dos casados. Além

disso, é mais provável que, após

meses ou anos de união de facto,

muitos homens continuem a

rejeitar um projeto de vida em

comum permanente.

41% dos homens que vivem em

união de facto afirmam que não

estão “completamente comprome-

tidos” com as suas parceiras,

contra 26% das mulheres que

declaram o mesmo. Entre os

casados, estas percentagens são

muito mais baixas: 18% entre os

homens e 12% entre as mulheres.

As uniões de facto são as mais

pessimistas quanto ao futuro: 52%

dos homens e 39% das mulheres

que vivem desse modo, têm

dúvidas de que a sua relação seja

estável. Estas percentagens bai-

xam para 19%, tanto nos homens

como nas mulheres, entre os

casados.

A união de facto antes da

surpresa

Ao comentar o estudo em “The

Atlantic” (8.7.2013), o sociólogo

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27 CAESE setembro 2013

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norte-americano Bradford Wilcox

faz três advertências aos casais

que estão a planear viver juntos

antes de casarem:

Falar sobre o futuro. Este

conselho interessa especialmente

às mulheres, pois são elas que

têm mais probabilidade de des-

cobrir que o seu parceiro pode

não estar interessado num futuro

comum. Além disso, devem saber

que, para muitos jovens, uma

relação longa de união de facto

pode ser um obstáculo em vez de

um passo prévio para o casa-

mento ou para a decisão de

constituir uma família.

Objetivos comuns. Como a

união de facto serve para obje-

tivos muito variados (um passo

prévio ao casamento, uma alter-

nativa a casar-se, uma forma de

poupar no aluguer, uma fórmula

cómoda para ter relações se-

xuais…), uma pessoa pode depa-

rar-se com a surpresa de o outro

não procurar o mesmo na relação.

Não “escorregar” para o casa-

mento. Há algo pior, diz Wilcox,

que conviver com alguém que não

sabe para onde vai, e é casar-se

com essa pessoa. Uma inves-

tigação realizada por três psicó-

logos [Scott M. Stanley, Galena

Kline Rhoades, Howard J.

Markman, “Sliding Versus Deci-

ding: Inertia and the Premarital

Cohabitation Effect”, Family

Relations 55 (2006): 499-509].

mostra que um problema frequen-

te entre os casais que vivem em

união de facto é o de “escor-

regarem” para o casamento, devi-

do à pressão da família e dos

amigos ou, simplesmente, por

inércia, em vez de o fazerem

conscientemente. Sem valores co-

muns e sem um sentido partilhado

do compromisso, estes casais são

mais propensos a divorciar-se.

Segundo esta investigação, o

risco de divórcio é 40% maior

entre os casais que vivem em

união de facto do que entre os

que se casam sem terem passado

pela união de facto. O risco

diminui se se começa a conviver

com a meta clara do casamento,

embora seja maior do que o dos

que foram diretamente ao altar.

Pensando nos casais que veem a

união de facto como um período

de teste, Wilcox conclui dizendo

que prescindir do sentido do

compromisso não é uma boa

maneira de começar a construir

um casamento estável.

(“The Atlantic”)

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28 CAESE setembro 2013

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DOCUMENTAÇÃO

Os custos da desestruturação familiar O Centre for Social Justice (CSJ)

foi fundado em 2004 pelo atual

ministro do Trabalho e Pensões

do governo de Cameron, Iain

Duncan Smith. Nos seus relatórios

sobre a sociedade britânica,

dedicou particular atenção aos

fatores sociais que provocam a

pobreza. O relatório publicado

recentemente é o que com mais

profundidade fixou o foco em

como as diferentes estruturas

familiares influem no desenvol-

vimento da sociedade.

Tendo em conta os dados deste

estudo, pode afirmar-se que a

Grã-Bretanha padece de uma

autêntica epidemia familiar, onde

é especialmente notório o pro-

gressivo desaparecimento do pai.

Alguns números ilustram esta

situação: mais de três milhões de

crianças (aproximadamente 25%

de toda a população infantil

britânica) vivem em lares mono-

parentais; a percentagem aumen-

ta à medida que a criança cresce:

aos 15 anos, a percentagem de

crianças em famílias separadas

chega aos 45%; em cerca de 90%

destes lares o pai está ausente, e

4 em cada dez crianças criadas

somente pela sua mãe (no total,

cerca de um milhão) mal contacta

o seu pai.

O relatório procura não fazer uma

avaliação moral da separação ou

do divórcio, mas recorda que as

crianças criadas em lares mono-

parentais (mães separadas ou sol-

teiras por escolha) ou com pa-

drastos, têm duas vezes mais

possibilidades de fracassar na

escola, sofrer problemas de auto-

estima e de comportamento. Tam-

bém aumenta a incidência de

gravidezes juvenis, o que por seu

turno está associado a futuras

famílias frágeis. A percentagem de

lares pobres é 2,5 vezes maior

nos monoparentais que nos estru-

turados em torno de um casa-

mento.

O auge da união de facto também

é um dado negativo para a esta-

bilidade social, visto que – segun-

do os dados do relatório – os

casais da Grã-Bretanha em regi-

me de união de facto têm três

vezes mais probabilidades do que

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29 CAESE setembro 2013

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Page 30: 17. SET.2013 N - AESE · trabalho deve ser trabalhada em função da gestão dos recursos humanos, da motivação e da meri-tocracia”, ao invés da flexibilização laboral pela

os casais com matrimónio de es-

tarem desfeitos (inclusivamente se

mais tarde houve casamento)

quando o primeiro filho atingir os

cinco anos de idade. Os adultos

que vivem em união de facto sem

compromisso matrimonial passa-

ram de 2% em 1960, para 16%

atualmente; e este tipo de uniões

já representa uma em cada quatro

famílias com filhos.

Promessas e complexos dos

conservadores

Quando David Cameron chegou

ao poder, anunciou que o seu

governo promoveria as relações

familiares estáveis, embora tenha

preferido não falar abertamente de

casamento. O CSJ pediu-lhe que

deixasse clara a opção preferen-

cial pelo casamento sobre as

uniões de facto e que a fomentas-

se com uma política fiscal mais

favorável para as uniões com

matrimónio. No entanto, como

recorda o CSJ, três anos depois, a

promessa dos incentivos fiscais

para os matrimónios ainda não se

concretizou, embora o CSJ reco-

nheça os méritos do programa

Troubled families para ajudar

famílias em risco de desestrutu-

ração.

Muitas vezes, o partido conser-

vador deitou as culpas à falta de

apoio do seu aliado liberal demo-

crata por não ter proposto mais

reformas destinadas a favorecer o

casamento. Com a recente apro-

vação do casamento homosse-

xual, o partido conservador aca-

bou por trair a sua aposta no

modelo de família que mais bene-

fícios sociais e económicos tem

demonstrado ter.

O relatório do CSJ, embora não

mencione o casamento homosse-

xual, critica os conservadores por

se terem deixado levar pela doce

retórica dos “diversos modelos de

família”. “Dizer que o tipo de

família é irrelevante não é de todo

verdade e, no final, acaba por ser

contraproducente. Devemos ama-

durecer o nosso discurso político

sobre a família”.

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30 CAESE setembro 2013

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Falta de modelos masculinos

Um dos aspetos derivados da

epidemia familiar britânica é o

desaparecimento progressivo da

figura do pai. Em quase 90% dos

lares monoparentais, a família é

formada pela mãe e pelos filhos. À ausência do pai na família,

junta-se a falta de professores,

especialmente na escola primária.

Segundo os dados do CSJ, 25%

das escolas britânicas não têm um

único professor do sexo masculino

nos seus quadros, e 80% dos

centros públicos de ensino

primário contam com três ou

menos.

O relatório do CSJ cita numerosos

estudos que mostram a reper-

cussão negativa nos filhos da falta

de um pai no lar.

F. R.-B.

(com autorização de

www.aceprensa.pt)

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31 CAESE setembro 2013

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