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DISCIPLINA – FILOSOFIA GERAL PROFESSOR: JOÃO BATISTA DO MITO À RAZÃO: O NASCIMENTO DA FILOSOFIA A passagem da oralidade para escrita tem como referência na cultura ocidental Homero e Hesíodo. As epopéias: Homero (séc. IX a.C.?) Obras: Ilíada - Guerra de Tróia Odisséia - Retorno de Ulisses (Odisseus) a ilha de Ítaca. Principais características das epopéias: - Racionalização do divino; - Aproxima a compreensão dos homens, por outro lado a intervenção dos deuses limita a racionalidade. - Do ponto de vista ético a suserania de Zeus que introduz o principio da ordem. - O esforço de Ulisses e a Fidelidade de Penélope como valores morais; - A noção de virtude (areté) como excelência humana, atributo dos nobres (aristoi), herança dos seus ancestrais (força, valentia e habilidade); - E a função didática das epopéias. Hesíodo (final do século VIII e princípios do século VII a.C.): Obras: Teogonia: Origem dos deuses Os Trabalhos e os Dias: trabalho e justiça Principais características: Teogonia: - Relata as origens do mundo e dos deuses e as forças que surgem não é pura natureza, mas sim as próprias divindades; - Dele provém à idéia de que os seres individuais que constituem o universo do divino estão vinculados por sucessivas procriações, que os prendem aos mesmos antecedentes primordiais; - Esboça um pensamento racional sustentando pela exigência de causalidade e abre caminho para as cosmogonias posteriores. Trabalho e Dias: - Surge a noção de virtude (areté) como filha do esforço e a de que o trabalho é o fundamento e salvaguarda da justiça. 1

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DISCIPLINA – FILOSOFIA GERAL PROFESSOR: JOÃO BATISTA

DO MITO À RAZÃO: O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

A passagem da oralidade para escrita tem como referência na cultura ocidental Homero e Hesíodo. As epopéias:Homero (séc. IX a.C.?)Obras: Ilíada - Guerra de TróiaOdisséia - Retorno de Ulisses (Odisseus) a ilha de Ítaca.

Principais características das epopéias:- Racionalização do divino;- Aproxima a compreensão dos homens, por outro lado a intervenção dos deuses limita a racionalidade. - Do ponto de vista ético a suserania de Zeus que introduz o principio da ordem. - O esforço de Ulisses e a Fidelidade de Penélope como valores morais; - A noção de virtude (areté) como excelência humana, atributo dos nobres (aristoi), herança dos seus ancestrais (força, valentia e habilidade);- E a função didática das epopéias.

Hesíodo (final do século VIII e princípios do século VII a.C.): Obras:Teogonia: Origem dos deusesOs Trabalhos e os Dias: trabalho e justiça

Principais características:Teogonia:- Relata as origens do mundo e dos deuses e as forças que surgem não é pura natureza, mas sim as próprias divindades; - Dele provém à idéia de que os seres individuais que constituem o universo do divino estão vinculados por sucessivas procriações, que os prendem aos mesmos antecedentes primordiais;- Esboça um pensamento racional sustentando pela exigência de causalidade e abre caminho para as cosmogonias posteriores. Trabalho e Dias: - Surge a noção de virtude (areté) como filha do esforço e a de que o trabalho é o fundamento e salvaguarda da justiça.

O surgimento da filosofia: Milagre Grego ou resultado de um processo histórico? As novidades que contribuíram para transformar a visão de mundo:- A escrita - reservada aos privilegiados (sacerdotes e reis), surge por influência dos fenícios no século VIII a.C., gerando uma nova idade mental, propiciando o distanciamento do vivido, o confronto de idéias e ampliação da crítica. Surgindo a possibilidade da abstração; A moeda - inventada na Lídia aparece na Grécia por volta do século VII e representa a abstração, a racionalização da idéia de valor, sobrepondo aos símbolos sagrados e afetivos o caráter racional; A Lei escrita - Drácon, Sólon e Clístenes os primeiros legisladores e a nova era da justiça;

A Polis - Século VII e VII a.C., a elaboração de um novo ideal de justiça a autonomia da palavra e a participação do cidadão nos destinos da cidade. Daí a invenção da política.

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As viagens marítimas - os locais que os mitos diziam ser habitados por deuses, titãs e heróis eram habitados por outros seres e os mares que diziam ser habitados por monstros ou seres fabulosos não existiam;A invenção do calendário - a abstração do tempo, a percepção do tempo como algo natural.

Marilena Chauí afirma que a filosofia resulta do ato de indagar e aponta duas diretrizes que coloca o pensamento em movimento. São elas:

A ATITUDE FILOSÓFICA - dirige-se ao mundo que nos rodeia. São perguntas sobre a essência, estrutura e origem de todas as coisas. E

O que é? Qual são a realidade ou a natureza ou significação de alguma coisa.Como é? - qual é a estrutura e quais são as relações que constituem uma coisa.Por que é? Qual a origem ou a causa de alguma coisa.

A REFLEXÃO FILOSÓFICA- o movimento pelo qual o pensamento volta para si, interrogando a si mesmo. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humana para conhecer e agir.

Quais são as razões, os motivos e as causas?- de pensar o que pensamos?- de dizer o que dizemos?- de fazer o que fazemos?

Quais são os conteúdos ou o sentido?- do que pensamos?- do que dizemos?- do que fazemos?

Quais são as intenções ou finalidades?- do que pensamos?- do que dizemos?- do que fazemos?

A ORIGEM DA FILOSOFIAAtribui-se a Pitágoras de Samos, século V a.C. a primeira definição de filosofia, numa

tentativa de compreender a realidade de seu tempo.Philo - deriva de filia = amizade Sophia - deriva de sophos = sábio

Filosofia - amizade pela sabedora, amor e respeito pelo saber, um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.

Atribui-se a Heráclito de Éfeso a segunda definição de Filosofia. Segundo Heráclito a Filosofia é a busca da compreensão da realidade total que se opõe à polimathéia, saber fragmentado, limitado e preconceituoso.

Observa-se desde os primórdios que a Filosofia é: - saber sobre o homem; - saber sobre o mundo; - saber sobre a própria realidade.

Rejeita-se:

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- o status de possuidor da verdade;- a possibilidade de compreensão total da realidade. Admite-se:- a precariedade de sua busca; - o dinamismo do próprio processo de definição de “verdades” de cada época;- conhecimento sistematizado sobre o mundo da natureza, sobre a condição humana, pessoal e social, sobre a sociedade, sobre a cultura; - como uma ciência humana, de longa tradição histórica, que tem privilegia a pesquisa de questões fundamentais sobre a existência humana, a natureza e a cultura.

Filosofia: ÚTIL OU INÚTIL?INÚTIL: uma visão dos inimigos a Filosofia - Os tiranos, os mistificadores, os dominantes e todos os interessados na alienação na mediocridade do povo preferem uma consciência de rebanho, de fácil manipulação, cativa e obediente, a questionamento sistemático e profundo sobre a realidade.- O estereótipo do filosofo como um pesquisador de coisas descabíveis, um alienado, alguém “fora da realidade”.- É entediante, é necessário impedir que os homens se tornem sensatos;- A sociedade consumista, pragmática e tecnocrata atual criaram uma escola tecnicista e autoritária, banindo dos currículos a Filosofia, uma vez que, a ordem era produzir uma massa passiva, homens sem consciência crítica.

ÚTIL: uma atitude questionadora e ao mesmo tempo inquietadora- Gera a inquietação do espírito humano; - Não aceita passivamente, as diversas explicações sobre a realidade; - Tem uma postura crítica e autocrítica em todos os tempos; - Abandona os preconceitos, a ingenuidade, o senso comum.- Altera o sentido da vida, o que para alguns a torna perigosa; - Altera os juízos uma conseqüência do próprio ato de indagar.

OS PRÉ-SOCRÁTICOSO que terá levado o homem, a partir de determinado momento, a fazer ciência teórica e filosofia?Como surgiu a Filosofia?Teria sido a Filosofia um milagre grego?Existem duas linhas de interpretação:1ª - Orientalista - que reivindicam para as antigas civilizações orientais a criação de uma sabedoria que os gregos teriam depois apenas herdado e desenvolvido.2ª - Ocidentalista - que viam na Grécia o berço da filosofia e a ciência teórica.

Os primeiros filósofos ou os filósofos menores, os pré-socráticos buscavam compreender a Physis (fonte originária, gênese, natureza) das coisas ou ainda, a arché (princípio) das coisas e estavam com os olhos voltados para mundo exterior.

Qual é o elemento constitutivo primordial de todos os seres?

OS JÔNIOS - os filósofos de mileto Principais características:- julgaram encontrar a substância última de todas as coisas em uma matéria única; - pensaram que nessa matéria fosse imanente uma força ativa de uma ação derivariam toda a multiplicidade de seres, ou seja, hilozoísmo (matéria animada).

TALES DE MILETO (624-23 - 546-45 a.C.)

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- A água é a substância única de todas as coisas;- A terra era concebida como um disco boiando no oceano; Algumas das interpretações dos fragmentos de Tales:- Para Aristóteles a água era a causa material; - Para Paul Tannery, Tales foi importante apenas como introdutor na Grécia de noções da matemática oriental e de mitos cosmogônicos; - Todo ser individual seria apenas uma manifestação deste ser primitivo; - Sendo a água o princípio de tudo, o elemento constitutivo de todos os seres, tudo está cheio de deuses, o universo é dotado de animação e a matéria é viva (hilozoísmo);- Para Olof Gigon, ”o surgir da água” significaria um processo geológico, sem acepção metafísica. - A partir de Tales uma nova visão de mundo é proposta, cuja base racional está evidenciada.

ANAXIMANDRO (610-9 - 547-46)- Autor de uma obra chamada Da Natureza; - O elemento originário de todas as coisas é o ápeiron, que é infinito e em movimento perpétuo; - Imaginava a terra como uma coluna cilíndrica- Introdutor na Grécia e aperfeiçoador do relógio de sol (gnomon), de origem babilônica, foi também o primeiro a traçar um mapa geográfico. Algumas interpretações de Anaximandro:- Desde a antigüidade discute-se se o ápeiron pode ser interpretado como infinitude espacial, como indeterminação qualitativa, ou se envolve dois aspectos; - Certo é que para Anaximandro, o ápeiron estaria animado por um movimento eterno, que ocasionaria a separação dos pares opostos. No único fragmento que restou Anaximandro afirma que, ao longo do tempo, os opostos pagam entre si as injustiças reciprocamente cometidas. ((Para alguns interpretes isso significaria a afirmação da lei do equilíbrio universal, garantida através do processo de compensação dos excessos), por exemplo, no inverno, o frio seria compensado pelos excessos cometidos pelo calor durante o verão); - Os melhores intérpretes de Anaximandro consideram o ápeiron como um celeiro infinito e inesgotável, do qual se alimenta todo o devir, e que, ao mesmo tempo, é algo divino, imortal e eterno;- Para Aristóteles, ele tudo abarca e dirige.

ANAXÍMENES (585-4 - 528-4 a.C.)- O ar (pneuma ápeiron), é o elemento primordial de todos os seres; - As coisas são produzidas por um processo de rarefação e condensação do ar infinito: “Rarefeito o ar se torna fogo; condensado, vento; depois nuvens; a seguir, por uma condensação mais forte, água; depois, terra, depois, pedra; e tudo o mais nasceu desses seres”; - Como Tales, imaginava a terra como um disco suspenso no ar.Obs. O pensamento da escola de mileto adquiriu, assim, consistência, pois alem de identificar qual a Physis, mostrava-se um processo capaz de tornar compreensível a passagem da unidade primordial à multiplicidade de coisas diferenciadas que constituem o universo.

OS PITAGÓRICOS PITÁGORAS DE SAMOS (571-70 - 532-31 a.C.)

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- O elemento primordial de todos os seres é o número, ou seja, as relações matemáticas, não distinguindo ainda bem forma, lei e substância das coisas, consideraram o número como sendo a união de um e de outro elemento;- Buscou descobrir a harmonia que preside a constituição do cosmo e traçar, de acordo com ela, as regras da vida individual e do governo das cidades; - Os elementos constitutivos de cada coisa - sendo cada coisa numero - são o par e o ímpar, o ilimitado e o limitado, o pior e o melhor;- Afirmava a esfericidade da Terra e dos demais corpos celestes, bem como a rotação da Terra, explicando assim o dia e a noite.

HERÁCLITO DE ÉFESO (544 -484 a.C.)A especulação dos jónios culmina na doutrina de Heraclito, que pela primeira

vez acomete o próprio problema da pesquisa e do homem que a institui.Até agora os pré-socráticos puseram-se a indagar sempre sobre o ser: em que

consiste a matéria original de que tudo consta e o que torna as coisas o que elas são?- 1º - O elemento primordial de todos os seres é o vir-a-ser: tudo se acha em perpétuo fluxo, a realidade está sujeita a um vir-a-ser contínuo. O único princípio estável da realidade é a lei universal do próprio devir, que Heráclito concretiza no fogo (racional) visto ser o elemento da realidade material mais adequado a representar o vir-a-ser.- 2º - “a luta é a regra do mundo e a guerra é geradora e a dominadora de todas as coisas”; - 3º - Este vir-a-ser e esta oposição são reconduzidos à estabilidade e à unidade pela harmonia, pela sabedoria universal, que determinam o acordo entre as oposições. A unidade do real está na lei da dialética, racional, do vir-a-ser; a causa da diferenciação das coisas está no devir; ]Fragmentos de Heráclito“Não podemos nunca entrar duas vezes no mesmo rio, pois, como as águas, nos mesmos já somos outros”

“Este mundo, nenhum deus nem homem algum produziu, mas sempre foi e será um fogo eterno e vivo que ora se acende e ora se apaga”.

“O mundo é um fluxo perpétuo: "Não é possível descer duas vezes no mesmo rio nem tocar duas vezes numa substância mortal no mesmo estado, pois que, pela velocidade do movimento, tudo se dissipa e se recompõe de novo, tudo vem e vai"

"Este mundo, que é o mesmo para todos, não foi criado por qualquer dos deuses ou dos homens, mas foi sempre, é e será fogo eternamente vivo que com ordem regular se acende e com ordem regular se extingue""Todas as coisas se trocam pelo fogo e o fogo troca-se por todas, como o ouro se troca pelas mercadorias e as mercadorias pelo ouro"

"Tu não encontrarás os confins da alma, caminhes o que caminhares, tão profunda é a sua razão. A razão, a lei última do eu, aparece continuamente mais além, em uma profundidade sempre mais longínqua e ao mesmo tempo sempre mais íntima.

"Heraclito põe constantemente defronte do homem a alternativa entre o estar acordado e o dormir; entre o abrir-se, mediante a pesquisa, à comunicação inter-

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humana, que revela a realidade autêntica do mundo objectivo: e o fechar-se no próprio pensamento isolado, num mundo fictício que não tem comunicação com os outro”.

“A harmonia não é para Heraclito a síntese dos opostos a conciliação e o anulamento das suas oposições; é antes a unidade que submete precisamente as oposições e a torna possível”

“A Homero, que dissera: "Possa a discórdia desaparecer de entre os deuses e de entre os homens", Heraclito replica: "Homero não se apercebe que pede a destruição do universo; se a sua prece fosse atendida, todas as coisas pereceriam" A tensão é uma unidade (isto é, uma relação) que pode encontrar-se somente entre coisas opostas enquanto opostas”.

“Segundo Heraclito, os opostos estão unidos, é certo, mas nunca conciliados: o seu estado permanente é a guerra”.

OS ELEATASPARMÊNIDES DE ELÉIA (540 - 470 a.C.)- O principio primordial e todas as coisas é o Ser:

-sempre idêntico a si mesmo, estático, indivisível, uno;-Só o Ser existe, não há o devir;- O ser é visível apenas ao pensamento (pensar difere de perceber); - A contradição (o não-ser) é impensável, indizível;- Só podemos pensar aquilo que é sempre idêntico a si mesmo; - O devir, o fluxo de contrários é apenas uma aparência;- O devir dos contrários é uma linguagem ilusória, não existe, é irreal, é o não-ser, o nada;- Os nossos sentidos nos dão a aparência mutável e contraditória, o não-

ser; - Somente o pensamento puro pode alcançar e conhecer aquilo que é.

A separação entre mundo sensível (via para opinião ou doxa) e mundo inteligível (via para a verdade ou alethéia).

ZENÃO DE ÉLEIA: As respostas as críticas a escola eleática e a imobilidade do ser1º - Não pode haver movimento, pois, para tal, deveríamos percorrer sempre um determinado espaço. Ora, cada espaço pode, por ser extenso, ser dividido em partes infinitamente pequenas. Mas, pretender percorrer uma série infinita de partes é o mesmo que querer chegar ao fim do que não tem fim.2º - AQUILES não poderá alcançar uma tartaruga. Pois na realidade, para vencer a distância que os separa, precisa ele de um certo tempo; mas nesse ínterim, também a tartaruga já avançou, e quando recobrar essa distância a tartaruga já avançou, e quando recobrar essa distância, já a tartaruga estará mais adiante. 3º - Uma seta que voa está em repouso. Ela só se move na aparência, na realidade ocupa ela, em cada momento um determinado espaço. Mas, ocupar em cada momento de tempo um determinado espaço é, propriamente, estar em repouso; e como o espaço

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percorrido pela seta consta desses momentos em número infinito, a seta não está em movimento. 4º - Todo movimento é ilusório; pois, se dois corpos percorrem, à mesma velocidade e em direção oposta, um mesmo espaço, eles atravessarão um corpo em repouso, nesse espaço, numa velocidade diferente da com que se atravessarão a si mesmos, quando se cruzarem.

Comparados com a realidade experimental, os argumentos de Zenão são paradoxos, contradições.

EMPÉDOCLES (492 -432 a.C.) - As coisas constam de quatro elementos: a terra, a água, o fogo e o ar e o amor e o ódio causam a combinação dos elementos.

ANAXÁGORAS (500 428 a.C.)- A REALIDADE CONSTA DE PARTÍCULAS INÚMERAS ORDENADAS POR UMA INTELIGÊNCIA SUPREMA - O NOÛS (Espírito);

DEMÓCRITO DE ABDERA (460 - 370 a.C.)- Aceita o ser eterno e imóvel de Parmênides. Mas divide-o em uma infinidade de corpúsculos simples e homogêneos (átomos), iguais na qualidade, diversos por grandeza, forma posição. Esses átomos (não divisíveis) são separados pelo espaço vazio, julgando, entretanto o filósofo explicar as combinações atômicas e, por conseguinte, a variedade das coisas;- Imagina imanente na própria matéria a força animadora da matéria; - Mediante os átomos, o vácuo, a gravidade a alma; seria ela composta de átomos mais sutis, sempre átomos, todavia, de sorte que é destinada também a perecer pela separação fatal dos átomos; - Os deuses são compostos de átomos, estão sujeitos a morte como os homens, embora mais majestosos e duradouros do que eles; - O sábio, mesmo admitindo os deuses, não tem deles temor religioso algum, pois não se interessam pelos mortais; nem tem medo da morte, pois não há imortalidade. - O conhecimento intelectual está sujeito a uma modificação material da alma.

BibliografiaABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia. Lisboa: Presença, 2000.CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática 1997.JAEGER, Werner Wilhelm. Paidéia: A formação do homem grego. São Paulo: Martins fontes, 1986.MARCONDES DANILO. Iniciação à historiada filosofia. Rio de Janeiro: Zaahar, 2000.MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zaahar, 2000.MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo – história da filosofia greco-romana. São Paulo: Mestre Jou, 1996.REZENDE, Antônio (org.). Curso de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

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