1.ano

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Corre, Corre, Cabacinha

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E logo ali lhe contou o que se tinha passado e o que prometera ao lobo. O velho

conversou uns minutos com as suas cabaas, e depois ofereceu-se para padrinho,

dizendo-lhe que no pensasse mais no assunto, que tudo se resolveria:

Comei e bebei

bebei e comei,

que em chegando a hora

eu vos salvarei!

Batizado foi o neto, e a tarde se passou em danas e folias, com muito po de

l, arroz-doce, coscores e papas de farinha com mel.

E, de vez em quando, a velha murmurava:

Compadre, dizei:

em chegando a hora

como escaparei?

Mas o velho bailava, bailava, e s respondia:

Comei e bebei

bebei e comei,

que em chegando a hora

eu vos salvarei!

Quando o Sol desapareceu nas montanhas, o velho foi ento buscar uma das

suas cabaas, a maior de todas, a mais redondinha e amarela, e disse velha que se

metesse la dentro e fosse a rolar pelo caminho fora ate casa, sem nunca parar.

E assim a velha foi rolando, rolando, rolando, por caminhos e ladeiras, atalhos e

clareiras, quando de repente o lobo lhe saltou ao caminho, perguntando:

cabaa, cabacinha

amarela, redondinha,

no viste no teu caminho

uma velha mirradinha?

Cantinho da Leitura

1.ano

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Tremendo, tremendo, tremendo de medo, a velha respondeu:

No vi velha nem velhinha

no vi velha nem velho

corre, corre, cabacinha

corre, corre, cabao.

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VIEIRA, Alice "Corre, Corre, Cabacinha" in O Menino da Lua | Corre, Corre, Cabacinha. Alfragide: Editorial Caminho, 2009 [fragmento].