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Material Digital do Professor
Ciências – 8º ano
2º bimestre – Sequência didática 1
O sistema Sol, Terra e Lua e as fases da Lua, eclipses e
estações do ano
Duração: 4 aulas
Referência do Livro do Estudante: Unidade 2, Capítulo 4
Relevância para a aprendizagem
Nesta sequência didática são propostas atividades que envolvem a construção de modelos
representativos do sistema Sol, Terra e Lua. Por meio desses modelos, os estudantes poderão
investigar e compreender as fases da Lua, eclipses solar e lunar e as estações do ano. Esse conjunto de
aulas de caráter investigativo possibilita aos estudantes o desenvolvimento científico, uma vez que
eles se envolverão em atividades as quais lhes permitirão realizar a representação de sistemas com
modelos simplificados, a observação de fenômenos, a elaboração de hipóteses, a coleta, a organização
e a análise de dados. Desse modo, as atividades sugeridas nesta sequência têm o propósito de
desenvolver, também, o entendimento dos estudantes acerca da construção de modelos científicos e
sua importância para a ciência.
Objetivos de aprendizagem
• Identificar e caracterizar os aspectos observáveis das fases da Lua.
• Relacionar as fases da Lua às posições relativas do Sol, da Terra e da Lua.
• Reconhecer a influência das fases da Lua na cultura indígena.
• Representar o fenômeno do eclipse utilizando modelos representativos do Sol, da Terra e da Lua.
• Diferenciar o eclipse lunar do solar, comparando-os quanto à posição relativa do Sol, da Terra e da Lua.
• Compreender a relação entre a inclinação do eixo de rotação da Terra e as estações do ano.
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Ciências – 8º ano
2º bimestre – Sequência didática 1
Competências gerais e específicas (BNCC)
Competências
Gerais
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes
áreas.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens
artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações,
experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Específicas
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da
Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação
científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas,
tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e
colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos
ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as
relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer
perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das Ciências da Natureza.
Objetos de conhecimento e habilidades (BNCC)
Objeto de conhecimento Habilidades
Sistema Sol, Terra e Lua
(EF08CI12) Justificar, por meio da construção de modelos e da observação da Lua no céu, a ocorrência das fases da Lua e dos eclipses, com base nas posições relativas entre Sol, Terra e Lua.
(EF08CI13) Representar os movimentos de rotação e translação da Terra e analisar o papel da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita na ocorrência das estações do ano, com a utilização de modelos tridimensionais.
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Ciências – 8º ano
2º bimestre – Sequência didática 1
Desenvolvimento
Aula 1 – Compreendendo as fases da Lua (Parte 1)
Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).
Local: sala de aula.
Organização dos estudantes: inicialmente, sentados em suas carteiras na disposição usual. Em um segundo momento, os
estudantes formarão grupos de quatro integrantes, de modo a construírem um modelo simplificado para a compreensão
das fases da Lua.
Recursos e/ou material necessário: quadro de giz, giz, bolas de tênis de mesa ou de isopor, pedaço de papelão, papel preto,
objeto esférico (bola de tênis, por exemplo), tinta guache preta e amarela, estilete e cola.
Atividade 1 – Levantamento de conhecimentos prévios (15 minutos)
Inicie a aula investigando quais são as concepções dos estudantes a respeito da Lua com
questões como: “O que vocês sabem sobre a Lua?”; “Em relação ao seu tamanho, ela é maior ou menor
que a Terra? E em relação ao Sol?”; “Por que ela é brilhante?”; etc. Aproveite esse momento para
estabelecer com os estudantes algumas características da Lua: a Lua é um astro aproximadamente
esférico que orbita a Terra, sendo o satélite natural do nosso planeta. Faça perguntas aos estudantes
acerca das fases da Lua: “Ao observar a Lua no céu, ela sempre apresenta o mesmo aspecto?”; “Quais
são as fases da Lua?”; “Por que elas ocorrem?”. Anote as respostas dos estudantes no quadro de giz
para possível discussão posterior.
Discuta com os estudantes os movimentos da Terra e da Lua. Explique que esses astros
apresentam movimentos de rotação (em torno de seu próprio eixo) e de translação (em torno do Sol,
no caso da Terra, e em torno da Terra, no caso da Lua). Informe também que a Lua orbita a Terra e por
isso é considerada seu satélite natural. Explique ainda que o tempo que a Lua leva para percorrer uma
volta em torno da Terra é, aproximadamente, o mesmo tempo que leva para dar uma volta completa
em torno de si mesma. Comente que é por isso que a Lua sempre apresenta a mesma face voltada
para a Terra. Amplie a conversa, dizendo que entre Terra, Sol e Lua, a Lua é o menor astro e possui
ambiente frio e seco. Além disso, apresenta superfície rochosa e cheia de crateras que foram formadas
ao longo de milhões de anos por choques de meteoritos.
Atividade 2 – Construindo um modelo para compreender as fases da Lua (30 minutos)
Solicite aos estudantes que se organizem em grupos de quatro integrantes. Proponha que
construam um modelo simplificado, de modo que possam compreender as mudanças de aspecto da
Lua. Distribua os materiais necessários para cada grupo e instrua os grupos a construírem o modelo
seguindo o procedimento a seguir.
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2º bimestre – Sequência didática 1
Material necessário por grupo:
• Pedaço de papelão retangular com dimensões aproximadas de 1 m × 1,2 m;
• Pedaço de papel preto suficiente para cobrir o papelão;
• Estilete;
• 8 bolas de tênis de mesa;
• Pincel;
• Cola;
• Tinta guache preta ou aquarela;
• Um objeto esférico maior que uma bola de tênis de mesa, como uma bola de tênis.
Procedimento:
1. Faça um orifício no centro do pedaço de papelão. Esse buraco deve ser suficientemente grande para que uma pessoa consiga passar a sua cabeça por ele. Supervisione o manuseio de materiais cortantes.
2. Utilizando a cola, cubra o papelão com o papel preto.
3. Com o pincel e a tinta, pinte de preto metade da superfície das bolinhas de tênis de mesa.
4. Cole as bolinhas ao redor do orifício circular, de modo que a parte clara de todas elas fique voltada para um dos lados do papelão em distâncias igualmente espaçadas. Elas devem ser coladas de maneira que, vistas de cima, apresentem metades das duas cores e com a cor branca igualmente orientadas para a parte superior do papelão.
5. Pinte o objeto esférico maior com a tinta amarela e cole-o na frente de uma das bolinhas menores. Esse objeto deve ser colado de forma que esteja de frente para uma das faces brancas (claras) da bolinha.
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2º bimestre – Sequência didática 1
Avits Estúdio Gráfico/Arquivo da editora
Representação do modelo a ser construído pelos estudantes. (Esquema e elementos
sem proporção de tamanho entre si. Cores fantasia.)
Informe aos estudantes que na próxima aula eles utilizarão esse modelo para investigar as
fases da Lua. Solicite aos grupos que pesquisem a respeito da influência da Lua na cultura e no
conhecimento de povos indígenas brasileiros, como mitos e lendas ou aplicações das observações do
céu nas atividades desses povos.
Aula 2 – Compreendendo as fases da Lua (Parte 2)
Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).
Local: sala de aula.
Organização dos estudantes: em grupos de quatro integrantes, os mesmos da aula anterior, de modo que possam trocar
ideias a respeito do modelo simplificado, construídos por eles, e com base nesse modelo desenvolver a compreensão
acerca das fases da Lua.
Recursos e/ou material necessário: modelo construído na aula anterior, quadro de giz, giz e livro didático.
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2º bimestre – Sequência didática 1
Atividade 1 – Identificando as fases da Lua (25 minutos)
Inicie a aula solicitando aos estudantes que se organizem nos grupos formados na aula
anterior. Entregue a eles os modelos construídos na aula anterior. Solicite a cada integrante do grupo,
um de cada vez, que segure horizontalmente a placa de papelão e coloque a cabeça no orifício central.
Peça que observem o aspecto da representação da Lua e que esquematizem, em seus cadernos, cada
aspecto da Lua observado.
Em seguida, apresente aos estudantes as características das fases da Lua e peça a eles que
associem essas fases às posições das bolinhas menores no modelo. Ressalte que o modelo construído
não está em escala, sendo um modelo simplificado para auxiliar a visualização dos aspectos da Lua em
suas diferentes fases.
Com base nas explicações apresentadas na aula anterior e considerando as observações
realizadas utilizando o modelo simplificado, solicite aos estudantes que elaborem hipóteses a respeito
das fases da Lua. Espera-se que eles relacionem os diferentes aspectos desse satélite à porção da sua
superfície que está voltada para a Terra.
Pergunte aos estudantes qual é a duração de um ciclo lunar, ou seja, qual é o intervalo de
tempo necessário para que a Lua apresente o seu aspecto inicialmente observado. Finalmente, faça
um esquema das fases da Lua no quadro de giz ou utilize o livro didático. Assim, os estudantes poderão
verificar se estabeleceram a relação correta entre os esquemas em seus cadernos e as fases da Lua.
Discuta as dúvidas apresentadas pelos estudantes e os auxilie, de modo que se sintam motivados a
recorrerem aos conceitos estudados previamente e aos resultados da observação do modelo, para
elaborar explicações.
Atividade 2 – Discutindo a presença da Lua na cultura indígena brasileira (20 minutos)
Nesse segundo momento da aula, comente que a Lua é o corpo celeste mais próximo da Terra
e que a observação de suas características e aspectos ao longo do tempo sempre despertou
curiosidade dos povos que aqui viveram em diferentes épocas. Mencione que os povos indígenas
brasileiros, por exemplo, apresentam diversos mitos e lendas que envolvem a Lua. Comente também
que o povo indígena construiu, por meio de observações meticulosas e transmissão por linguagem
oral, um profundo conhecimento de seu ambiente, plantas, animais e astros.
Peça aos grupos que apresentem oralmente uma história mitológica relacionada à Lua ou uma
observação da Lua pesquisada por eles. Alguns dos mitos que podem figurar nessas apresentações são
os da origem da mandioca e da vitória-régia. Além disso, os estudantes poderão discutir acerca da
relação entre as fases da Lua e os movimentos de marés observados pelos povos Guarani que
habitavam o litoral; ou acerca da relação entre a luminosidade correspondente a cada fase da Lua e o
comportamento de animais. Os estudantes poderão citar eventos significativos que dependem da fase
da Lua, como o ritual guarani no qual as crianças recebem seus nomes, ocorrendo geralmente na
primeira Lua minguante de agosto.
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2º bimestre – Sequência didática 1
Finalmente, discuta com a turma a importância de saber e preservar o conhecimento
construído pelos povos indígenas. Destaque que esse conhecimento é resultado de práticas,
observações e representações mantidas e desenvolvidas por um longo tempo de interação com o
ambiente. Comente também que, em geral, esse conhecimento é transmitido oralmente de geração
em geração. Mencione que uma das ações que visam valorizar e preservar o conhecimento dos povos
indígenas é o Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas que atua em 105 aldeias no
Brasil, disponível em: <http://prodoc.museudoindio.gov.br/> (acesso em: 10 out. 2018).
Aula 3 – Compreendendo a dinâmica dos eclipses com um modelo simplificado
Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).
Local: sala de aula e, se necessário, posteriormente um espaço aberto com incidência solar.
Organização dos estudantes: em grupos de quatro integrantes, de modo a construírem um modelo simplificado para
compreender os eclipses lunar e solar.
Recursos e/ou material necessário: papelão, material para modelar, régua, pregos, linha ou barbante, fonte de luz.
Atividade 1 – Construindo um modelo simplificado para compreender eclipses (30 minutos)
Inicie a aula questionando os estudantes se eles se lembram de algum eclipse que tenham
observado e como acham que esse fenômeno acontece. Durante a conversa, estimule-os a se lembrar
de alguns detalhes desses fenômenos, como o tamanho da Lua, sua cor e tempo de duração.
Indague os estudantes acerca dos tamanhos relativos do Sol, da Terra e da Lua. Em seguida,
apresente alguns questionamentos acerca de características do sistema Sol, Terra e Lua:
• Quantas vezes o Sol é maior que a Terra?
• Quantas vezes a Terra é maior que a Lua?
Escreva no quadro de giz os diâmetros da Terra (aproximadamente 12 742 km) e da Lua
(aproximadamente 3 474 km) e incentive os estudantes a perceber que a Terra é, aproximadamente,
quatro vezes maior que a Lua.
Em seguida, explique que eles construirão um modelo simplificado para que possam
compreender os eclipses. Solicite que formem grupos de quatro integrantes.
Com os estudantes já organizados em grupos, entregue a cada grupo o material necessário
para a construção do modelo.
Material necessário por grupo:
• Pedaço de papelão grosso do tamanho aproximado de uma folha de papel ofício;
• Dois palitos de madeira ou de bambu, semelhantes aos palitos utilizados para churrasco, medindo em torno de 12 cm;
• Material para modelar (massa de modelar, argila, epóxi, etc.);
• Régua;
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• Linha ou barbante;
• Uma fonte de luz (pode ser uma lanterna, um abajur ou até mesmo o Sol).
Nessa atividade, é importante utilizar um papelão grosso, pois esse material será a base para
encaixar as varetas (palitos), as quais serão suportes para as esferas. Vale lembrar que o modelo não
deve ser montado sobre uma folha branca de papel, que, além de ter espessura pequena, refletiria a
luz oriunda da fonte, dificultando as observações.
Solicite aos estudantes que modelem dois objetos aproximadamente esféricos utilizando o
material para modelar. Explique que uma das esferas deve ter diâmetro de 2,5 cm e a outra, de 10 cm.
Em seguida, solicite que encaixem um suporte (palito) em um dos cantos do papelão e o outro, no
canto diametralmente oposto, colocando fita adesiva, do outro lado do papelão, nos locais por onde
os palitos passaram e se fixaram, impedindo que eles se movimentem. Peça que tenham cuidado ao
encaixá-los. Por envolver o manuseio de objetos perfurantes, é importante supervisionar o trabalho
dos grupos. Assim, com os dois suportes já fixados, é preciso encaixar as esferas, uma em cada
extremidade livre dos suportes (palitos). Feito isso, solicite que amarrem a linha ou barbante nos
suportes, logo abaixo da base das esferas, conectando-as. Peça que a linha fique inicialmente paralela
ao papelão.
Pergunte aos estudantes quais configurações do modelo em relação à fonte de luz
correspondem ao eclipse lunar e ao eclipse solar. Explique que ambos eclipses ocorrem quando o Sol,
a Terra e a Lua estão alinhados. Em seguida, utilizando a fonte de luz (a lanterna acesa), solicite aos
estudantes que investiguem sob quais condições ocorrem os dois eclipses. Para tanto, eles podem
verificar a sombra projetada por um corpo no outro. Mencione que eles podem inclinar a base do
modelo em relação à fonte de luz e alterar a altura dos suportes dos objetos.
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Representação do eclipse lunar utilizando o modelo construído. (Esquema e elementos
sem proporção de tamanho entre si. Cores fantasia.)
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Proponha que eles representem em seus cadernos, utilizando esquemas simplificados, o
modelo e as características que possibilitaram a observação dos eclipses. Espera-se que os estudantes
compreendam que, para a observação do eclipse solar, o objeto menor (Lua) deve estar mais próximo
da fonte de luz, entre o Sol (lanterna) e a representação da Terra, e que, para a observação do eclipse
lunar, o objeto maior (Terra) deve estar mais próximo à fonte de luz, entre o Sol e a representação da
Lua. Durante as produções, acompanhe os estudantes para aferir o aprendizado dos conceitos
expostos na aula e, se necessário, tire as dúvidas deles.
Atividade 2 – Relacionando as observações do modelo aos fenômenos reais (15 minutos)
Nesse segundo momento da aula, proponha uma discussão com a turma acerca da atividade
experimental realizada. Pergunte aos estudantes quais foram suas dificuldades, se a representação do
modelo em seus cadernos esclareceu a dinâmica dos eclipses.
Mencione que modelos, mesmo que simplificados como o construído por eles, são
importantes por auxiliar na compreensão de fenômenos e por permitirem a elaboração de previsões.
Mencione a distância entre a Terra e a Lua (aproximadamente 384 400 km) e pergunte aos estudantes
se o modelo construído está em escala. Informe-os que os objetos esféricos estão aproximadamente
em escala (o diâmetro da Terra é aproximadamente quatro vezes maior que o da Lua), mas que a
distância entre esses corpos não está em escala. Para que estivesse em escala, seria necessário que a
distância entre os pregos fosse de aproximadamente 4,43 m.
Algumas perguntas podem surgir ou podem ser propostas aos estudantes, por exemplo: “Por
que eclipses não ocorrem toda vez que a Lua está entre a Terra e o Sol ou a quando Terra está entre o
Sol e a Lua?”; “Pessoas em todas as regiões da Terra podem observar um eclipse quando ele ocorre?”.
Encaminhe a discussão, com o auxílio do livro didático e do modelo, para que os próprios estudantes
possam responder a essas perguntas.
Aula 4 – Compreendendo a dinâmica das estações do ano
Duração: 1 aula (cerca de 45 minutos).
Local: sala de aula.
Organização dos estudantes: sentados em suas carteiras de frente para o quadro de giz.
Recursos e/ou material necessário: papelão, material para modelar, régua, pregos, linha ou barbante, fonte de luz.
Inicie a aula perguntando aos estudantes a respeito das estações do ano, quando ocorrem e
quais são suas características. Pergunte a eles se as características usualmente associadas às estações
do ano são verificadas em sua localidade. Em seguida, pergunte a eles o motivo pelo qual temos
diferentes estações ao longo do ano. Nesse momento, é possível que surjam respostas que relacionem
as estações do ano à distância entre a Terra e o Sol. Explique a eles que o fator determinante para a
ocorrência das estações do ano é a inclinação do eixo de rotação da Terra, e não a órbita elíptica da
Terra ao redor do Sol. Sob essa perspectiva, proponha que construam um modelo simplificado para
que possam compreender como a inclinação de um corpo em relação a uma fonte de luz determina a
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intensidade da energia luminosa que incide sobre esse corpo. Para tanto, posicione uma placa rígida,
como um livro grande ou um pedaço de papelão, sobre a mesa. Coloque uma folha de cartolina branca
sobre a placa. Posicione a fonte de luz (pode ser utilizada uma lanterna com diâmetro acima de 10 cm
ou um abajur com um cilindro de papel preto envolvendo a fonte de luz) a uma pequena distância da
placa. Informe os estudantes que é necessário reduzir a iluminação externa para que seja possível
realizar as observações, então mantenha o ambiente escurecido.
Com a ajuda de estudantes voluntários, ligue a fonte de luz e posicione a placa
perpendicularmente à mesa. Peça a um dos estudantes que circule a área iluminada no papel branco.
Em seguida, modifique o ângulo de inclinação da placa em relação à mesa e peça novamente ao
estudante que marque a área iluminada. Realize esse procedimento para ângulos agudos (menores
que 90°) e obtusos (maiores que 90°). Em todas as etapas, solicite que realizem observações. Pergunte,
por exemplo, como a área iluminada varia com a inclinação da placa ou como a intensidade da luz varia
com a inclinação da placa. Peça a eles que anotem essas observações em seus cadernos. Essas
observações podem ser sistematizadas em uma tabela que utiliza os padrões da área e luminosidade
quando a placa está posicionada perpendicularmente à mesa.
Ângulo aproximado Área Intensidade da luz
90° --- ---
120° Maior/menor Mais intensa/menos intensa
45° Maior/menor Mais intensa/menos intensa
Solicite aos estudantes que relacionem as situações observadas de incidência luminosa com as
estações inverno e verão. Proponha uma discussão acerca dessas relações, encaminhando o debate
para que os estudantes compreendam que a placa representa uma parte da Terra (o hemisfério norte
ou sul). Sugira que a placa representa a inclinação do hemisfério sul em relação ao Sol e pergunte a
eles como seria a inclinação do hemisfério norte em relação ao Sol. Com isso, desenvolva a discussão
para que os estudantes compreendam que a inclinação dos hemisférios em relação ao Sol é sempre
oposta e, por isso, as estações também o são.
Para finalizar, faça na no quadro de giz um diagrama da inclinação da Terra em relação ao Sol
em diferentes posições, ou utilize o livro didático, para que os estudantes possam relacionar a
inclinação do eixo de rotação da Terra, a intensidade luminosa e a área iluminada pelo Sol nas
diferentes estações do ano.
Aferição do objetivo de aprendizagem
A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades
propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual dos estudantes.
Desse modo, promove-se a avaliação visando a formação do estudante em todas as dimensões,
considerando aspectos procedimentais, atitudinais e elaboração de conceitos.
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Em um primeiro momento, espera-se que os estudantes sejam capazes de caracterizar os
aspectos observáveis da Lua em diferentes posições da sua órbita ao redor da Terra, relacionando
esses aspectos à ocorrência de fases da Lua. No desenvolvimento dessa atividade, os estudantes são
estimulados a pesquisar a influência das fases da Lua no contexto da cultura indígena. Dessa maneira,
eles poderão valorizar o conhecimento construído empiricamente pelos povos indígenas, assim como
poderão conhecer, valorizar e difundir aspectos dessa cultura.
Em seguida, espera-se que os estudantes consigam compreender como as posições relativas
entre Sol, Terra e Lua possibilitam a ocorrência de eclipses. Espera-se também que eles sejam capazes
de caracterizar cada um desses eclipses e compreender suas particularidades, como o motivo pelo qual
não há um eclipse lunar e outro solar uma vez por mês. Por fim, espera-se que os estudantes sejam
capazes de relacionar a ocorrência das estações do ano com a inclinação do eixo de rotação da Terra
e não com a posição relativa da Terra ao Sol.
A construção de modelos, mesmo que simples, possibilita aos estudantes a investigação dos
fenômenos representados. Dessa maneira, fomenta-se o desenvolvimento científico dos estudantes,
estimulando-os a pensar sistematicamente nos fenômenos para a construção de modelos, a realizar
observações, a elaborar e testar hipóteses. É importante que os estudantes compreendam as
limitações dos modelos construídos, como a representação fora de escala proposta em alguns casos,
uma vez que explorar essas limitações também faz parte da prática da investigação científica.
Além disso, as atividades investigativas possibilitam levantamento de hipóteses, coleta e
organização de dados, bem como mobilização de conceitos trabalhados ao longo das aulas de Ciências
e sua contextualização, considerando situações familiares aos estudantes. Finalmente, destacam-se
como elementos avaliativos o trabalho em equipe e o desenvolvimento das habilidades sociais dos
estudantes, por meio da rotatividade de funções no grupo, bem como a participação nos debates e
discussões.
Além disso, é possível promover uma autoavaliação dos estudantes com os seguintes
questionamentos:
• O que eu compreendi a respeito da relação entre o sistema Sol, Terra e Lua e fenômenos como as fases da Lua, os eclipses e as estações do ano?
• Qual foi minha maior dificuldade nos experimentos investigativos?
Questões para auxiliar na aferição
Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser
utilizadas para aferir a aprendizagem dos estudantes em relação aos objetivos aqui explorados. Por
exemplo:
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1. A Lua, satélite natural da Terra, exerce grande influência sobre a cultura, desde as primeiras civilizações. Sua presença, seguida de suas mudanças, possibilitou a marcação do tempo e inspirou a criação de mitos, lendas e diversas manifestações artísticas, tanto na literatura quanto nas artes plásticas. Dentre tantas formas de manifestações, podemos citar a obra A Lua (1928, óleo sobre tela, 110 cm × 110 cm, Coleção particular, SP) de Tarsila do Amaral (1886-1973). Procure uma reprodução dessa obra na internet e pesquise um pouco a respeito da pintora e sua obra. Registre em seu caderno o resultado de sua pesquisa e suas impressões acerca da obra. O que pode ser observado na obra? Qual é a fase da Lua representada no quadro?
2. Durante a ocorrência de um eclipse solar, o que um observador na Lua observaria ao olhar para a Terra?
3. Uma pessoa que mora na região por onde passa a linha imaginária do equador observou que, em um mesmo horário, sua sombra projetada é maior no inverno que no verão. Como você explicaria isso?
Gabarito das questões
1. Espera-se que o estudante pesquise a obra, faça apontamentos acerca de Tarsila do Amaral e sua contribuição para o movimento modernista brasileiro e registre suas impressões da obra. Espera-se também que ele consiga relacionar a representação da Lua à fase crescente da Lua.
2. Espera-se que o estudante compreenda que, durante um eclipse solar, o Sol, a Terra e a Lua estão alinhados, e a Lua está posicionada entre o Sol e a Terra. Dessa maneira, um observador na Lua, ao olhar a Terra, veria uma pequena região sombreada.
3. Espera-se que o estudante seja capaz de relacionar o tamanho da sombra projetada nas diferentes estações do ano à inclinação do eixo de rotação da Terra. No inverno, os raios solares incidem na região por onde passa a linha do equador com maior inclinação, resultando na projeção de uma sombra de maior tamanho. Já no verão, os raios solares incidem nessa mesma região com menor inclinação, resultando em uma sombra de menor tamanho.