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0 Giselle Medeiros da Costa One Helder Neves de Albuquerque (Organizadores) SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE: Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida João Pessoa-PB 2012

cinasama.com.br · 2 INSTITUTO BIOEDUCAÇÃO Diretor Presidente Helder Neves de Albuquerque Coordenação do Evento Giselle Medeiros da Costa One Revisão Final Giselle Medeiros da

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    Giselle Medeiros da Costa One

    Helder Neves de Albuquerque (Organizadores)

    SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE:

    Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida

    João Pessoa-PB

    2012

  • 1

    Giselle Medeiros da Costa One

    Helder Neves de Albuquerque

    (Organizadores)

    SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE:

    Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida

    João Pessoa - PB Impressos Adilson

    2012

  • 2

    INSTITUTO BIOEDUCAÇÃO

    Diretor Presidente Helder Neves de Albuquerque

    Coordenação do Evento Giselle Medeiros da Costa One

    Revisão Final Giselle Medeiros da Costa One

    Designer da Capa

    José da Silva Barbosa

    FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPB

    S612

    Simpósio paraibano de saúde: tecnologia, saúde e meio ambiente à

    serviço da vida [recurso eletrônico] / Giselle Medeiros da Costa One e Helder Neves de Albuquerque (Organizadores). - - João Pessoa: Impressos Adilson, 2012.

    217 p. ISBN 978-85-60643-18-9

    1. Ciências Médicas. 2. Saúde - Meio Ambiente. I. One, Giselle Medeiros da Costa. II. Albuquerque, Helder Neves de.

    UFPB/BC CDU: 61

    Esta obra tem o incentivo e apoio da Coordenação de Eventos do Instituto Bioeducação

    Direitos desta Edição reservados ao:

    Instituto Bioeducação Rua Jornalista Evandro Barros,16A - Malvinas – Campina Grande – PB CEP: 58.433-545 / Telefone: (0xx83) 3339-1855 / www.institutobioeducacao.org.br

    Email [email protected] Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    http://www.institutobioeducacao.org.br/mailto:[email protected]

  • 3

    COMISSÃO CIENTÍFICA

    Alana Moura Quintans

    Ednice Fidelles Cavalcante Anízio

    Eduardo Porto dos Santos

    Esther Pereira da Silva

    Flávio William Brito

    Geovanna Torres de Paiva Bandeira

    Jéssica Bezerra dos Santos Rodrigues

    Noádia Priscila Araújo Rodrigues

    Maria Emília Evaristo

    Raquel Patrícia Ataíde Lima

    Ronilson José da Paz

    Sócrates Pereira Ferreira

  • 4

    Proibida a reprodução, total ou parcial, por qualquer meio ou processo, seja

    reprográfico, fotográfico, gráfico, microfilmagem, entre outros. Estas proibições

    aplicam-se também às características gráficas e/ou editoriais.

    A violação dos direitos autorais é punível como Crime (Código Penal art. 184 e §§;

    Lei 9.895/80), com busca e apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 – Lei

    dos Direitos Autorais - arts. 122, 123, 124 e 126)

    Todas as opiniões e textos presentes neste livro são de

    inteira responsabilidade de seus autores, ficando o organizador isento dos crimes de plágios e informações

    enganosas.

    © Gráfica Impressos Adilson

    Rua João Alves de Oliveira, 28 - Centro - CEP 58100-250

    Campina Grande - PB - Fone: (83) 3341-2500 endereço

    Impresso no Brasil

    2012

  • 5

    Aos participantes do

    SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE

    pelos esforços e dedicação

    na execução das atividades.

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    Os analfabetos desse século

    não são aqueles que não sabem ler ou escrever,

    mas aqueles que se recusam

    a aprender, reaprender

    e voltar a aprender.

    Alvin Toffler

  • 7

    LISTA DE PALESTRANTES Sábado 08/12/12

    “Dermatoses corriqueiras: diagnóstico e conduta” Dr. João Luiz Costa Cardoso - Dermatologista / Médico do Instituto Butantan

    Graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1970), residência em Dermatologia na mesma escola, Hansenologista, Sanitarista. Toxinologista clínico no Hospital Vital Brazil do Instituto Butantan desde 1974 e dermatologista na Santa Casa de Ubatuba. Interesse em Dermatologia Tropical, clínica dos envenenamentos por toxinas; Políticas de Saúde nestas áreas. Médico assessor da Fundação de Medicina Tropicl do Amazonas (FMTAM) na área de atendimento clinico ao Ofidismo (2010/2011). Tem participado de grupos de trabalho, investigação clínica e capacitação de pessoal na área dos Acidentes por Animais Peçonhentos. Assesor ad hoc do Ministério da Saúde na elaboraçao/atualização de normas técnicas na sua área de competência Há cerca de 10 anos dedicando-se a estudos atedimento dos casos de Leishmaniose Tegumantar Americana(LTA) no litoral norte de SPaulo (Ubatuba). Desenvolve trabalhos de documentação e estudos dos aspectos dermatológicos dos acidentes humanos por toxinas e outros produtos animais. Interesse em História da Medicina no Brasil ; Numismática e Saúde.

    “Saúde e Meio Ambiente” Msc. Ronilson José da Paz - Biólogo, Mestre em Ciências Biológicas/IBAMA-PB

    Possui graduação em Ciências Biológicas, nas habilitações Bacharelado e Licenciatura Plena, pela Universidade Federal da Paraíba (ambas em 1989) e mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia), também pela Universidade Federal da Paraíba (1997). Atualmente, é Servidor Público Federal, exercendo o cargo de Analista Ambiental e a função de Superintendente Substituto, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, lotado na Superintendência em João Pessoa (Paraíba), e Servidor Público Estadual, exercendo o cargo de professor de ensino fundamental e médio, das disciplinas Ciências e Biologia, lotado também em João Pessoa. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada (Limnologia), atuando principalmente nos seguintes campos de pesquisa: ecologia de ecossistemas de água doce (limnologia), entomologia e malacologia de parasitos e vetores, toxicologia aquática, ensino de Biologia, Educação Ambiental e ensino de Ciências.

    “Aplicações da Biotecnologia na Saúde” Msc. Rodrigo Niskier Ferreira Barbosa – Biomédico/Mestre em Genética e

    Biologia Molecular/Membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-FIP)

    Possui graduação em Biomedicina pela Universidade Federal de Pernambuco (1999-2003), especialização em Biologia Molecular pela Universidade de Pernambuco (2004-2006) e Mestrado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005-2007). Atuou em pesquisas envolvendo polimorfismos genéticos, bioinformática, biossegurança e genética de populações. Atua como docente nos cursos de Biomedicina e Nutrição na instituição de ensino superior FIP (Faculdades Integradas de Patos, Patos-PB) onde leciona as disciplinas de Biologia Molecular, Genética Médica, Biologia Celular e Molecular e Instrumentação Biomédica. É membro do comitê de ética em pesquisa (CEP-FIP), supervisor de estágio curricular e coordenador do núcleo de pesquisa experimental. Ministra palestras nas áreas de biologia molecular, genética, genética forense, diagnóstico molecular, biosseguranca, gestão e qualidade em saúde, nutrigenômica e outros relacionados. Orienta alunos de graduação em temas diversos, principalmente nas áreas de genética e biologia molecular. Em 2011 completou 4 anos e meio de experiência no ensino superior.

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    “Plantas medicinais em Odontologia” PhD. Fabio Correia Sampaio – Professor de Odontologia da UFPB/Pesquisador

    colaborador do Academic Centre for Dentistry Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal da Paraíba (1986), mestrado em Odontologia (Odontologia Social) pela Universidade Federal Fluminense (1992), doutorado em Cariologia pela Universidade de Oslo, Noruega (2000) e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo (USP-Bauru) e Universidade Técnica da Dinamarca (Lyngby). Atualmente é professor associado II da Universidade Federal da Paraíba. Pesquisador colaborador do Academic Centre for Dentistry (Amsterdam, Holanda). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da UFPB. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Cariologia, Bioquímica e Microbiologia. Atua principalmente nos seguintes temas: flúor, fluorose dentária, desfluoretação, cárie dentária, microbiologia (biofilmes, antimicrobianos e atividade quorum sensing), fitoterapia e farmacognosia.

    LISTA DE PALESTRANTES Domingo 09/12/12

    “Biossegurança Aplicada à Pesquisa Científica” Dr. Jorge Luiz Silva Araújo Filho – Doutor em Ciências Biológicas/Consultor

    Regional da ANBIO – Associação Nacional de Biossegurança

    Doutor em Ciências Biológicas pela UFPE (2011) possui graduação em Bacharelado em Ciências Biológicas (UFPE, 2003) e mestrado em Patologia (UFPE, 2006). Têm experiência na área de Saúde, com ênfase na pesquisa em Biologia Celular, Histologia e Embriologia, Alterações Patológicas em Células e Tecidos (grupo de pesquisa GP3), atuando como professor e consultor em Biossegurança e com experiência docente nos seguintes temas: Biossegurança, Histologia, Embriologia, Biologia Celular, Metodologia Científica e Saúde Ambiental.

    MESA REDONDA: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Coordenadora: Luciana Martinês Vaz

    Educador Físico: Eduardo Porto dos Santos Nutricionista esportista: Sebastião José Filho

    Nutricionista: Luciana Martinês Vaz Mestre em Ciências da Nutrição pela UFPB. Nutricionista do Hospital Universitário. Docente da UNPBFPB e da FCMPB. Delegada do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região.

    Educador Físico: Eduardo Porto dos Santos

    Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba, onde investigou os efeitos da suplementação de Ômega-3 no processo inflamatório e dano muscular induzido por estresse físico. Tem atuado na pesquisa dos mecanismos envolvidos no exercício físico induzindo dano muscular, processo inflamatório e Overtraining.

  • 9

    Nutricionista esportista: Sebastião José Filho Possui graduação em Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba (1983). Atualmente é professor da Faculdade Maurício de Nassau. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Nutrição, atuando principalmente nos seguintes temas: atividade física, alimentação, hipertensão arterial, avaliação nutricional e massa muscular.

    “O cuidar por você e pelo outro” Msc. Edenice Fidelles Cavalcante Anízio

    Enfermeira, psicopedagoga clínica e institucional. Mestre em Espiritualidade e Saúde – UFPB. Doutoranda em Educação/Neurociência – FSCG. Docente da FACENE e IFPB. Pesquisadora de grupos de estudos Hígea – UFPB.

  • 10

    SUMÁRIO PREFÁCIO................................................................................................................................................12

    CAPÍTULO I - BIOTECNOLOGIA E BIOLOGIA MOLECULAR TERAPIA GÊNICA 1. Nanotecnologia na alimentação................................................................................................ .................................14 2. Terapia Gênica: Tratamento com introdução de material genético..........................................................20 3. Genética da intolerância à lactose........................................................................................... ................................25 4. Vacinas Gênicas: artigo de revisão....................................................................................................... .................30 5. A biologia molecular favorecendo atletas............................................................................................................34

    CAPÍTULO II - ONCOLOGIA 6. Uso de glutamina no tratamento do câncer...................................................................................40 7. Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero...........................................45

    CAPÍTULO III - EPIDEMIOLOGIA 8. Epidemiologia e estratégias de controle de DST no Brasil............................................................50

    CAPÍTULO IV – EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOLOGIA DO ESPORTE, TREINAMENTO E ATUAÇÃO EM SAÚDE 9. Exercício físico e ingestão calórica..................................................................................................56

    CAPÍTULO V – ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 10. Conhecimento e práticas quanto às opções do tratamento da hipertensão arterial no idoso.......................62

    CAPÍTULO VI – SAÚDE E MEIO AMBIENTE 11. Conservação e manejo de sistemas de captação de água de chuva em cisternas do semiárido nordestino: sua relação com diarréias.................................................................................................68 12. O descarte de Resíduos da Construção e Demolição (RCD) no município de João Pessoa-PB: implicações à saúde pública................................................................................................................74 13. Água armazenada em cisternas e seu impacto na saúde de populações rurais do médio sertão paraibano..............................................................................................................................................80

    CAPÍTULO VII – NUTRIÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR 14. A importância da alimentação no processo de cicatrização de feridas.....................................88 15. Consumo alimentar e fatores de risco para doenças crônicas não Transmissíveis em estudantes de uma faculdade particular de João Pessoa-PB...........................................................93 16. Consumo alimentar de gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB............................................................................................................................. ..............100 17. Prevalência de anemia em gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde do município de Cabedelo-PB............................................................................................................................. ............106 18. Perfil nutricional de fumantes do projeto multidisciplinar do hospital Universitário de Campina Grande-PB.............................................................................................................................112

    CAPÍTULO VIII – SAÚDE DA MULHER 19. Câncer de mama e qualidade de vida: Artigo de revisão...........................................................118

  • 11

    CAPÍTULO IX-BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS 20. Conhecimento dos estudantes de nutrição acerca dos produtos diet e light...........................124 21. Panificação: uma visão bioquímica.............................................................................................129 22. Ácidos graxos trans: alerta na sua ingestão e de olho nas possíveis Consequências.............134 23. Estabilizantes alimentares: efeitos desejáveis nos alimentos..................................................139 24. Bebidas energéticas: benefício ou malefício?............................................................................144 25. Azeite e seus benefícios...............................................................................................................149 26. Glutamato monossódico..............................................................................................................153 27. Corantes alimentícios: naturais x artificiais..............................................................................158 28. Probióticos: a importância na ingestão diária e seus benefícios na atividade física.............163 29. A visão bioquímica do sorvete....................................................................................................167

    CAPÍTULO X - GENÉTICA HUMANA 30. Síndrome de Rett: artigo de revisão....................................................................................................174 31. Síndrome de Williams-Beuren: artigo de revisão...............................................................................179 32. Síndrome do Miado do Gato: artigo de revisão....................................................................................182 33. Síndrome de Prader–Willi: artigo de revisão...............................................................................................188 34. Anemia Falciforme: artigo de revisão....................................................................................................192

    CAPÍTULO XI – SAÚDE ANIMAL 35. Levantamento epidemiológico de enfermidades infecciosas de caráter urbano que comprometem a saúde pública, no município de João Pessoa-PB...................................................199 36. Casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) no município de João Pessoa-PB..................202 37. Casos de Raiva Animal no Estado da Paraíba.........................................................................................206

    CAPÍTULO XII – EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL 38. Programa de Educação e Assistência Nutricional (PROANUTRI): uma vivência em extensão....................... 211

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    PREFÁCIO

    É com grande satisfação e orgulho que apresento a publicação dos Anais do I SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE (I SIMPS) intitulado “Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida”. Satisfação de poder compartilhar com um grupo de professores e pesquisadores competentes e que conduziu os trabalhos de avaliação das propostas de forma cordial e eficiente e orgulho em ver a consolidação crescente da pesquisa na área da saúde no nosso Estado.

    O SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE tem como público alvo estudantes e profissionais da área saúde e áreas afins e tem como objetivo de proporcionar, por meio de um conjunto de palestras, mesa redonda e apresentações de trabalhos, subsídios para que os participantes tenham acesso às novas exigências do mercado e da educação no contexto atual. E ao mesmo tempo, reiterar o intuito Educacional, Biológico e Ambiental de inserir todos que formam a Comunidade Acadêmica para uma Educação Sócio-Ambiental para a Vida.

    Esse evento de natureza interdisciplinar e de múltiplos enfoques promoveu discussões, por meio da ciência e da técnica, produzindo o saber necessário para compreender e suprir as necessidades e/ou satisfazer os interesses básicos das mais diversas espécies, neste sentido, os artigos nos anais foram agrupados pelos eixos temáticos, a saber: Biotecnologia e Biologia molecular, Genética, Bioquímica, Microbiologia, Anatomia e Fisiologia humana, Nutrição, Saúde e Segurança Alimentar, Oncologia, Epidemiologia, Educação física: Fisiologia do esporte, Treinamento, Administração em saúde, Fisioterapia, Saúde mental e psicologia, Saúde e Meio Ambiente, Ecologia humana e saúde.

    Assim, o presente volume não é apenas uma destacada contribuição aos estudos, é um exemplo da expansão das temáticas e das instituições de estudos, com enfoque específico para saúde.

    Parabenizo a todos os autores pela escolha do evento como fórum de publicação para seus trabalhos e a todos os participantes que promovem esta Comunidade.

    Também parabenizo a todas as instituições e organizações que apoiaram a realização deste evento, tornando-o possível.

    Finalmente, este simpósio não seria possível sem os esforços das várias pessoas envolvidas em sua organização. Deste modo, parabenizo a todo o comitê organizador do I SIMPS 2012 e a todas as pessoas que contribuíram para o sucesso deste evento.

    Luciana Maria Martinez Vaz

    Nutricionista do HULW/UFPB/PB Mestre em Ciências da Nutrição

    Docente da UNPBFPB Docente da FCMPB

    Membro do CONSEA/PB Delegada do CRN6/PB

  • 13

    Capítulo I

    BIOTECNOLOGIA E BIOLOGIA MOLECULAR TERAPIA GÊNICA

  • 14

    NANOTECNOLOGIA NA ALIMENTAÇÃO Mônica Henriques da SILVA

    Charline SOUZA Giselle Medeiros da Costa ONE

    1.INTRODUÇÃO

    A nanotecnologia tem atraído o interesse de inúmeros grupos de pesquisa em todo o mundo, devida as inúmeras vantagens nos diversos setores industriais. O Brasil tem realizado várias pesquisas e desenvolvidos vários produtos expandindo suas pesquisas se aliando aos Estados Unidos, Europa, China, América Latina e Japão, fazendo parte da Rede de Nanotecnologia, a qual é formada por três sub-redes: nano partículas para liberação controlada de fármacos, materiais nano estruturados para sensores e nano partículas magnéticas.

    A promessa dessa área espantosa que é a nanotecnologia é a capacidade para processar alimentos naturalmente perniciosos para o organismo humano como: hambúrgueres, gelados, chocolates, enfim tudo aquilo que consumido em excesso tem efeitos negativos na nossa saúde e de tornar estes alimentos em saudáveis sem afetar o seu sabor. Outros benefícios potenciais que são proporcionados pela nanotecnologia são eles: sensor de contaminação, melhoras no estoque de alimentos, potencialização de nutrientes, embalagens ecológicas, textura, sabor e identificação e eliminação de bactérias.

    2. OBJETIVOS

    Realizar uma revisão bibliográfica acerca da nanotecnologia dos alimentos. 3. MATERIAL e MÉTODOS

    Este trabalho tratou-se de uma revisão bibliográfica realizada através de artigos científicos e livros.

    4.RESULTADOS

    O prefixo “nano” vem do grego e significa “anão”. Após toda a ciência na escala “micro” (pequeno em grego) desenvolvida a partir do século XVII, inaugura-se agora a era “nano”. Sai micro partícula entra agora nano partícula que é igual a um milímetro dividido por um milhão.

    Nanotecnologia na Alimentação

  • 15

    Em 1986, o mundo da observação nano teve início,com o advento do microscópio de força atômica:podia-se agora observar a matéria no nível do átomo, nascia a nanociência. As vantagens desse novo mundo minúsculo são várias, entre elas a facilidade para a miniaturização.

    O nanômetro (abreviado nm) é a bilionésima parte do metro, ou seja: 10-9 do metro, ou seja:o número 1/1.000.000.000, ou, ainda: 0, 000 000 001 m, ou ainda que o nanômetro é nove ordens de grandeza menor que o metro. Para se ter uma idéia destas grandezas, ou melhor – o senso da nanoescala –, vejamos alguns exemplos um fio de cabelo humano tem cerca de 50.000 nanômetros; célula de uma bactéria tem cerca de algumas centenas de nanômetros; 10 átomos de hidrogênio, alinhados, perfazem 1 nanômetro.

    Vários estudos estão sendo realizados afim de desenvolver bioprodutos nanoencapsulados com aplicabilidade em vários setores. No setor da agropecuária, pesquisadores da EMBRAPA, unidade São Carlos-SP, estudam o uso de películas invisíveis comestíveis para a proteção de frutas e legumes (Figura 1). Peras, maçãs, goiaba fatiada, alho descascado, nozes e macadâmias têm tido resultados promissores. Com a película, as frutas demoram até 20 dias para começar a apodrecerem. A idéia principal é aumentar o tempo de prateleira de produtos perecíveis em 100% em média (DIÁRIO DA SAÚDE, 2010).

    Figura 1: Representa as nanopartículas microscopicamente Fonte: diariodasaude.com.br

    Uma das grandes vantagens da utilização das películas protetoras comestíveis é evitar o desperdício. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil perde cerca de 35% de todas as frutas e legumes que produz. Além disso, a utilização dessa inovação pode agregar valor a frutas e hortaliças brasileiras destinadas a exportação (DIÁRIO DA SAÚDE, 2010).

    Nanotecnologia na Alimentação

  • 16

    Os alimentos são banhados em uma solução (Figura 2) e depois secos naturalmente. Ao secar, um filme invisível se forma na superfície, protegendo os alimentos (Figura 3). Isso só é possível devido ao tamanho nanométrico das partículas que compõem as películas. Após a imersão no líquido, elas ficam recobertas por um filme fino, que funciona como uma barreira de proteção ao reduzir a quantidade de oxigênio que entra e a de gás carbônico que sai,o que evita a perda de água. Quando a fruta é lavada em água corrente o biofilme é totalmente eliminado. (ERENO, 2004).

    São dois tipos principais de filmes comestíveis: um a base de proteínas do milho e outro à base de quitosana (polissacarídeo de origem animal).Cada película é indicada a um tipo de alimento (DIÁRIO DA SAÚDE, 2010).

    Figura 2. Representação da fruta recebendo o filme comestível. Fonte: cnpdia.embrepa.br

    Figura 3. Fruta parcialmente protegida com o biofilme comestível. Fonte: cnpdia.embrepa.br

    Diversas outras pesquisas comprovam a importância da

    nanotecnolgia para os alimentos, como a microencapsulação de própolis, onde o mesmo foi processado até obter um pó que tornou o produto isento de álcool e com gosto e aroma atenuados (podendo ser introduzido no alimento (Figura 4). O pão TipTop produzido na Austrália (Figura 5), onde foram incorporadas nanocápsulas de Ômega 3 a fim de elevar a função de suplemento alimentar (AGENDA SUSTENTÁVEL, 2007)

    Nanotecnologia na Alimentação

  • 17

    Figuras 4 e 5 . Microencapsulação da Própolis e Pão com nanopartículas de

    ômega 3. Fonte: perfecta.com.br

    Figuras 6 e 7: Embalagens plásticas inteligentes e Agrotóxicos com nanopartículas Fonte: comprar-vender.mfrural.com.br

    Entre as muitas possíveis aplicações da nanotecnologia na

    indústria da agroindústria, destacam-se as embalagens inteligentes (Figura 6), estas podem alertar o consumidor quando o seu conteúdo está vencido ou contaminado adaptando-se as mudanças no ambiente, ou a sua própria deterioração, corrigindo aberturas ou rasgos, além de serem antimicrobianas, e o uso de agrotóxicos nanoencapsulados, que está sendo patenteado por BASF, Bayer, Crop Science, Syngenta e Monsanto (Figura 7), que se dissolvem na água com maior durabilidade,requerem menor quantidade de produto ativo e têm maior poder letal,ou alcançam exclusivamente o objetivo,sem maiores efeitos secundários anunciados (FOLADORI E INVERNIZZI, 2007).

    Estudos recentes que examinam a toxidade dos nanomateriais produzidos nos cultivos de células e animais mostram que o tamanho, a área de superfície,a química de superfície,a solubilidade e possivelmente a forma, tudo isso desempenha um papel na determinação do potencial prejudicial dos nanomateriais.

    Nanotecnologia na Alimentação

  • 18

    Outras das dificuldades enfrentadas pelo regulamento é a dedicação marginal de fundos à pesquisa de riscos.Estima-se que do total do orçamento destinado à nanotecnologia no mundo,menos de 4% está orientado para pesquisar riscos potenciais para saúde,para o meio ambiente ou suas implicações legais,éticas,sociais e econômicas (PROPHETARUM, 2008). No entanto, os estudos de que se dispõem até o momento são ainda limitados. A escassa informação sobre a caracterização, bioacumulação, potenciais efeitos tóxicos após a ingestão e impacto a longo prazo na Saúde Pública,dificulta a adequada avaliação dos riscos,necessária para estabelecer uma legislação específica para os produtos NT,que protejam os consumidores dos riscos de exposição aos mesmos (FOLADORI E INVERNIZZI, 2007). 6. CONCLUSÃO

    As Nanotecnologias se constituem na revolução tecnológica em andamento. Apesar de estas tecnologias mostrarem o potencial de propiciar alguns benefícios significativos aos consumidores é extremamente importante fazer pesquisas detalhadas e completas sobre as potenciais implicações de saúde e segurança a fim de garantir que os possíveis riscos sejam identificados. A grande promessa da nanotecnologia é permitir uma engenharia de ingredientes de forma que os nutrientes atuem de forma mais eficaz no corpo humano, enquanto que impedem a passagem de outros elementos prejudiciais e menos desejáveis.

    7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    DIÁRIO DA SAÚDE. Própolis com nanotecnologia melhora conservação de alimentos. 15/12/2012. Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br . Acesso em:17/09/2012.

    FOLADORI, G.; INVERNIZZI, N. Os trabalhadores da alimentação e da agricultura questionam as nanotecnologias. IIEP – São Paulo – Brasil. Junho de 2007. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br. Acesso em 12/11/2012.

    AGENDA SUSTENTÁVEL. Nanotecnologia na alimentação. HSM Online. 08 de Julho de 2009. Disponível em:http://www.parceirosvoluntarios.org.br/ Acesso em 11/10/2012.

    Nanotecnologia na Alimentação

    http://www.diariodasaude.com.br/http://www.fundacentro.gov.br/http://www.parceirosvoluntarios.org.br/

  • 19

    PROPHETARUM, C. A nova ameaça dos ONM. 17/05/2008. Disponível em http://movv.org Acesso em : 9/11/2012.

    DURAN, N.; MORAIS, P. C. DE; MATTOSO, L. H. C. Nanotecnologia: introdução, preparação e caracterização de nanomateriais e exemplos de aplicação. São Paulo; Artliber, 2006. 208p.

    OSWALDO, L. A. Nanotecnologia, nanociência e nanomateriais: quando a distância entre presente e futuro não é apenas questão de tempo. PARCERIAS E STRATÉGICA. No 18. Agos. 2004.

    Nanotecnologia na Alimentação

    http://movv.org/author/ogrunho/

  • 20

    TERAPIA GÊNICA: Tratamento com introdução de material genético

    Priscila Elaine de Carvalho SANTOS Juciara Viegas GALVÃO

    Iranilde do Nascimento Silva ARAÚJO Giselle Medeiros da Costa ONE

    1. INTRODUÇÃO Fundada pelo monge Johann Gregor Mendel no século XIX, a

    genética obteve grande evolução, conquistando um lugar de destaque entre as ciências. Recentemente, no ano de 2000, foi completado o sequenciamento do genoma humano, um feito grandioso que promete acelerar o progresso da biologia e da medicina do século XXI.

    A expectativa de curar doenças genéticas repousa sobre a identificação de genes responsáveis por sua patogênese e sobre o avanço das tecnologias de DNA recombinante, ou “engenharia genética”, que permitem a manipulação do genoma de forma cada vez mais eficiente e segura.

    Terapia gênica é a introdução de genes nas células para o tratamento de algumas doenças, especialmente as hereditárias. Ela consiste em identificar pelas técnicas da biologia molecular, o gene com a enfermidade e visa suplementar com alelos funcionais aqueles que são defeituosos. 2. OBJETIVO

    Objetivou-se aprofundar o conhecimento sobre terapia gênica e sua utilização no tratamento de doenças. 3. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi do tipo bibliográfica com base em artigos científicos e livros específicos da área. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    As terapias gênicas são procedimentos novos que ainda se encontram em fase experimental. O conhecimento básico vem sendo adquirido em laboratórios de pesquisa fundamental por meio de testes em modelos experimentais e ensaios pré-clínicos. Esses estudos validam o potencial de eficácia de uma estratégia terapêutica, bem como permitem detectar potenciais riscos a seres

    TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético

  • 21

    humanos, antecipando modificações dos vetores e outros componentes da estratégia terapêutica que aumentem a segurança para uso humano. A pesquisa fundamental em terapia gênica é intensa e crescente no mundo.

    A realização de ensaios clínicos de terapia gênica depende de aprovação prévia por comitês de ética locais e nacionais, como a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) no Brasil ou a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos. No caso de terapia gênica, no Brasil tem a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e nos Estados Unidos o National Institutes of Health (NIH), chamado RAC (do inglês Recombinant DNA Advisory Committee), que devem autorizar procedimentos envolvendo DNA recombinante. No entanto, diferentemente dos Estados Unidos, ainda não existe no Brasil regulamentação específica sobre terapia gênica, a qual precisa, urgentemente, ser elaborada tanto para evitar o uso inadequado das terapias quanto para controlar a produção e importação de insumos do exterior. No momento, resta às autoridades sanitárias aplicar normas consagradas no exterior para examinar eventuais pedidos de licença ou fiscalizar ensaios clínicos e eventuais produtos de terapia gênica no país.

    Em todo o mundo, até junho de 2010 haviam sido compilados cerca de 1.650 ensaios clínicos em terapia gênica na base de dados da revista Journal of Gene Medicine.

    A partir de 2005, começou a ser organizada no Brasil uma Rede de Terapia Gênica. Essa rede congregou inicialmente 14 grupos de pesquisa de três Estados (Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul), dedicados à pesquisa na área de terapia gênica e vacinas de DNA. Os estudos envolvem desenvolvimento de vetores virais, pesquisa básica e testes pré-clínicos nas áreas de câncer, doenças genéticas, doenças neurodegenerativas e vacinas de DNA para dengue, doença de Chagas, infecções por estreptococos e câncer.

    A primeira pesquisa com terapia genética foi autorizada em Ashanti DeSilva, de 4 anos de idade. Nascida com uma rara doença genética chamada Imunodeficiência Combinada Grave. Os médicos recolheram glóbulos brancos do corpo da criança, e cultivaram as células em laboratório. No segundo momento, inseriram o gene que faltava nas células e reintroduziram os glóbulos brancos geneticamente modificados na corrente sanguínea da paciente.

    TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético

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    Exames de laboratório mostraram que a terapia fortaleceu o sistema imunológico de Ashanti; ela parou de contrair resfriados recorrentes e pôde voltar a frequentar a escola. Esse procedimento não a curou; os leucócitos reintroduzidos só funcionaram por poucos meses, e o processo teve de ser frequentemente repetido.

    Um primeiro ensaio clínico de terapia gênica para revascularização miocárdica com emprego de vetores plasmidiais contendo o gene do VEGF (Vascular Endothelial Growth Factor), promovido conjuntamente pelo Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul e pela Rede de Terapia Gênica ocorreu em fevereiro de 2009 em Porto Alegre.

    Em relação à forma de transferência do DNA, podem ser utilizados dois procedimentos distintos para realizar a terapia gênica: in-vivo e ex-vivo.

    Com os procedimentos da terapia gênica in-vivo, o DNA é transferido diretamente para as células do paciente. Já nos procedimentos ex-vivo, o DNA é transferido para células isoladas de um organismo crescidas em laboratório, onde são modificadas e introduzidas no paciente.

    Existe uma variedade de métodos diferentes para substituir ou reparar os genes focados na terapia genética. O mais comum seria a inserção de um gene normal em um local não específico no genoma, substituindo o problemático. Pode ser feito também a recombinação por meio de troca de um gene defeituoso por outro sadio.

    A entrada do DNA puro através da membrana plasmática de células eucariotes é rara, podendo ser utilizado para fazer a inserção um carreador com vistas a facilitar a entrada do DNA nas células vivas. Esse carreador é chamado de “vetor”. Os 3 principais vetores existentes em desenvolvimento são: plasmídeos, os vetores virais e os vetores nanoestruturados: os Plasmídeos, vetores virais, vetores nanoestruturados.

    Há ainda a vacina de DNA, onde o paciente recebe o gene que codifica uma proteína típica do agente agressor, fazendo com que o organismo do paciente fabrique permanentemente a proteína exógena, estimulando seu próprio sistema imune. Essas vacinas tem a finalidade preventiva ou curativa, levando o sistema imune a atacar os agressores já instalados no organismo.

    TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético

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    Dentre as centenas de ensaios clínicos de terapia gênica já encerrados, a maioria destinou-se a testar a segurança do procedimento. Dor ou inflamação leve no local da injeção, febre baixa transitória, dor de cabeça passageira, sintomas semelhantes à gripe e outros efeitos suaves são, em geral, toleráveis em vista do potencial de tratamento de uma doença incurável.

    Em 1999, um paciente morreu logo após a injeção de um vetor viral durante um ensaio clínico de terapia gênica, vitimado por uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica causada pelo vetor adenoviral de primeira geração. Em ensaios clínicos mais recentes, realizados na França e Inglaterra, de um total de 20 crianças abaixo de um ano de idade submetidas à terapia gênica para síndrome de imunodeficiência combinada severa ligada ao cromossomo X (SCID-XL), cinco desenvolveram leucemias. Dessas, uma foi a óbito e quatro apresentaram remissão completa da leucemia após quimioterapia. Exames feitos após o aparecimento das leucemias revelaram que os vetores retrovirais utilizados em ambos os ensaios produziram mutagênese insercional, ou seja, mutações produzidas pela intromissão do vetor no DNA, rompendo a continuidade da sequência genética.

    Os casos citados constituem graves exemplos efetivamente caracterizados como efeitos adversos diretos da terapia gênica, tendo origem em características dos vetores virais utilizados. Porém, a pesquisa fundamental, aliada à observação criteriosa dos eventos associados ao tratamento e ao curso clínico dos efeitos colaterais, contribuiu para avanços no desenho e produção de novos vetores, destinados a evitar tais efeitos adversos.

    No caso de vetores adenovirais, em contraposição à primeira geração de vetores empregada no ensaio clínico que resultou no caso fatal de 1999, já estão disponíveis vetores adenovirais de terceira geração, construídos com deleção completa de genes virais e capazes de transdução gênica muito mais segura em seres humanos.

    A Terapia Gênica ainda esta dando os primeiros passos de uma longa caminhada. Riscos existem, especialmente no que diz respeito aos efeitos adversos que podem ocorrer no paciente, mas estudos e pesquisas têm avançado no sentido de aumentar a segurança dos ensaios clínicos. É preciso também que os órgão governamentais competentes definam regras e parâmetros aos

    TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético

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    procedimentos, dando, assim, maior segurança para a prática da terapia gênica 5. CONCLUSÃO

    Depois de todas as pesquisas realizadas e o aprofundamento da compreensão do tema, percebemos que a terapia gênica poderá ter aplicações extremamente benéficas no tratamento das mais variadas doenças. Existem grandes avanços em relação ao tratamento de hemofilia, de alguns tipos de câncer e de doenças neurodegenerativas, como o mal de Parkinson por exemplo. 6. REFERÊNCIAS

    U. DANI, SERGIO. Terapia Gênica. Bio Tecnologia, Ciência & Desenvolvimento. Disponível em: . Acesso em: 18/09/2012.

    LINDEN, Rafael. Terapia Gênica: o que é, o que não é e o que será. SciELO Brazil – Scientific Eletronic Library Online. Disponível em: . Acesso em: 18/09/2012.

    O que é Terapia Gênica?. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 18/09/2012.

    MENCK, CARLOS; VENTURA, ARMANDO. Manipulando genes em busca de cura: o futuro da terapia gênica. Revista USP. Disponível em: < http://www.usp.br/revistausp/75/05-carlos-armando.pdf>. Acesso em: 07/10/2012.

    TERAPIA GÊNICA: tratamento com introdução de material genético

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    GENÉTICA DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE Charline Silva de SOUZA

    Mônica Henriques da SILVA Rowse Alencar Ramalho de FIGUEIRÊDO

    Giselle Medeiros da Costa ONE

    1. INTRODUÇÃO

    Nos mamíferos ocorre uma gradativa a queda atividade da enzima lactase na parede intestinal após o desmame, caracterizando a hipolactasia primária que provoca sintomas de intolerância à lactose. A má absorção da lactose se dá em decorrência da diminuição da capacidade da enzima intestinal hidrolisar este dissacarídeo.

    Há um declínio natural da capacidade de absorção de lactose após o desmame. A hipolactasia primária do tipo adulto ou simplesmente intolerância a lactose, é a forma mais comum de deficiência de dissacaridase determinada geneticamente.

    O teste mais usado para identificação da intolerância à lactose é o teste do hidrogênio expirado. A fermentação da lactose não absorvida pela flora colônica resulta na produção de hidrogênio. Parte desse gás será eliminada pelos pulmões, podendo ser detectado no ar expirado.

    O limiar de lactose capaz de produzir sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da dose de lactose ingerida, o grau de deficiência de lactase e a forma de alimento consumido.

    No geral, a prevalência da hipolactasia primária do adulto varia no mundo, sendo em torno de 5% no nordeste da Europa próximo ao Mar do Norte, com a menor de todas encontrada na Dinamarca (4%), na Grã-Bretanha (5%), e na Suécia (1% a 7%). A prevalência da hipolactasia vai aumentando na direção do centro-sul da Europa para chegar próximo aos 100% na Ásia e Oriente Médio. 2. OBJETIVO

    Realizar uma pesquisa bibliográfica acerca da genética da intolerância a lactose, suas causas e conseqüências. 3. MATERIAL e MÉTODOS

    Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza bibliográfica. Foi realizada através de pesquisas em artigos científicos e livros.

    Genética da intolerância à lactose

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    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A lactose é um glicídio proveniente do leite e dos seus

    derivados. No processo de digestão a lactose é hidrolisada no intestino delgado originando dois monossacarídeos: glicose e galactose. A absorção se dá por meio transporte ativo dependente de sódio. A enzima lactase hidrolisa a lactose em glicose e galactose que são absorvidas pela mucosa intestinal. A glicose é absorvida no intestino, e a galactose é metabolizada no fígado para ser convertida em glicose principal para o metabolismo celular.

    Os humanos são os únicos animais que na fase adulta são capazes de absorver lactose, todavia, após o desmame ocorre um declínio gradual da atividade da lactase. A incapacidade de absorção da lactose é denominada de hipolactasia primária do tipo adulto ou intolerância a lactose, sendo mais incidente em grupos étnicos nativos das regiões da Austrália, Oceania, leste e sudeste da Ásia, África Tropical e Américas.

    Segundo os pesquisadores esse variante na forma originou do gene que mutou para tolerar produtos lácteos de origem animal, quando nossos primatas passaram a consumir leite não humano e produtos lácteos sugerindo que todo mundo já foi originalmente intolerante à lactose.

    Uma única mutação gênica permite que as pessoas tolerem a lactose. A descoberta veio de uma pequena mudança no código genético onde os cientistas realizaram um teste simples, indolor, não invasivos apropriado para estudos de larga escala deve se fazer, preferencialmente, após 10 ou 12 anos de idade onde uma criança pode possuir a variância genética. Associada com a intolerância e ao mesmo tempo ter a lactase ativa e não possuir sintomas.

    A intolerância à lactose pode ser congênita, primária ou genética e secundária ou adquirida, sendo bastante raro casos de intolerância congênita. A deficiência de lactase primária é a ausência de lactase, parcial ou total e é a causa mais comum de má absorção de lactose e intolerância. A deficiência secundária de lactase é resultado de lesões no intestino delgado ou por alguma patologia. A HPT caracteriza-se por carência ou deficiência na produção da lactase, que é a enzima responsável por degradar a lactose proveniente do leite e derivados durante a alimentação. Quando ocorre a falta desta enzima, a lactose, que é uma boa fonte de

    Genética da intolerância à lactose

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    energia para os microorganismos do cólon, é fermentada a ácido láctico, metano (CH4) e gás hidrogênio (H2), o que resulta na permanência de lactose no intestino delgado, provocando um fluxo de água extracelular para o interior do duodeno e jejuno, bem como para o estômago, em razão da diferença da pressão osmótica (FIGURA 1), promovendo a formação de ácidos orgânicos, gases e o aumento do peristaltismo dos músculos do intestino, manifestações de flatulência, fluxo intestinal anormal, cólicas abdominais e diarreias com fezes aquosas, esses sintomas podem causar mal-estar ou até o bloqueio das atividades normais do indivíduo.

    Figura 1: Atividade normal e anormal da lactose ao passar no intestino. Fonte: http://www.milkpoint.com.br/

    Genética da intolerância à lactose

  • 28

    Dados epidemiológicos demonstram que populações

    humanas que desde os primórdios faziam da pecuária, e por decorrência consumiam leite e laticínios em geral, apresentam menor prevalência de intolerância à lactose em relação àquelas que dependeram mais da agricultura para sobreviver.

    Métodos de avaliação da intolerância à lactose são eficazes, porém podem causar feitos colaterais tais como:vômitos, distensão abdominal,cólicas e diarréias.O testes diretos na mutação do gene LPM,desde que validado,poderia substituir os outros métodos (Figura 2).

    Figura 2: Testes realizados para avaliação a Intolerância a Lactose. Fonte: www.labluxor.com

    Genética da intolerância à lactose

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    Nos pacientes com lactase não persistente, o tratamento é considerado exclusivamente naqueles com sintomas de intolerância à lactose. Inicialmente se recomenda evitar temporariamente leite e produtos lácteos da dieta para se obter remissão dos sintomas. Tal tarefa pode ser dificultada pela presença de alimentos com lactose não identificada na sua composição.

    5. CONCLUSÕES

    A intolerância à lactose é a diminuição da capacidade da enzima LPH. Provocada por mutação no gene CT 13910 e GA 22018 de digerir a lactose podendo provocar várias complicações a quem possui essa deficiência, mas que com diagnostico e alimentação adequada pode-se vive bem. Difere no sentido prevalência diferentes grupos étnicos e regiões do mundo. Ainda se desenvolveu a cura para esse distúrbio,mas evita os desconfortos dos sintomas diminuindo ou a removendo os produtos lácteos da Dieta melhoram os sintomas.Pessoas com baixos níveis de lactase podem tolerar de 55 a 115 gramas de leite de uma sé vez sem ter sintomas.Porções maiores de 225 gramas podem causar problemas para pessoas com deficiência de lactase. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. QUIMICA DE ALIMENTOS DE FENNMA. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. REIS J.C., MORAIS M.B, FAGUNDES-NETO U. Teste do hidrogênio no ar expirado na avaliação de absorção de lactose e sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado de escolares. Arq Gastroenterol 1999; 36:169-76. FIGUEIREDO R.C.P. Absorção e tolerância à lactose na população de escolares do município de Rio Acima- MG [tese]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2000.p.200. MATTAR, R., MAZO, D. F.C. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular.Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 56, n. 2, 2010 . Available from. access on 01 Dec. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S010442302010000200025. MORETTO, E.; FEET, R.; GONZAGA, L. V.; KUSKOSHI, E. M. Introdução a ciência de alimentos. 2ed. Florianólopes: Ed da UFSC. 2008.

    Genética da intolerância à lactose

    http://dx.doi.org/10.1590/S010442302010000200025

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    VACINAS GÊNICAS: ARTIGO DE REVISÃO Iranilde do Nascimento Silva ARAÚJO

    Juciara Viegas GALVÃO Priscila Elaine de Carvalho SANTOS

    Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO

    As vacinas gênicas são caracterizadas por vacinas feitas a partir de um gene ou fragmentos, do agente causador da doença, onde codificam antígenos potencialmente imunizantes, os genes isolados são ligados a outros fragmentos de DNA denominados plasmídeos, que permitem a replicação do gene em bactérias ou células eucarióticas.

    A primeira demonstração de que a injeção intramuscular de um gene poderia ser empregada como vacina gênica foi feita em 1993, por pesquisadores da indústria farmacêutica Merck. Desde então foram desenvolvidas vacinas gênicas contra uma série de agentes patogênicos. Nas vacinas gênicas, a síntese dos antígenos endógenos ocorre com características estruturais muito semelhantes à molécula nativa sintetizada pelo patógeno, criando epitopos conformacionais necessários para introdução de uma resposta imune mais efetiva.

    Existem doenças que não possuem vacinas contra elas desenvolvidas. Em grande parte isto se deve à falta de conhecimento do mecanismo de ação destes agentes patogênicos e do funcionamento do sistema imune humano.

    O custo de produção das vacinas gênicas é mais acessível do que a produção das vacinas recombinantes, peptídeos sintéticos e outras. A vantagem é que ela pode ser estocada em sedimento seco e temperatura ambiente, e no momento da utilização adicionado uma pequena quantidade de água. 2. OBJETIVOS

    Realizar uma revisão bibliográfica sobre a Vacina gênica. 3. MATERIAL E MÉTODOS

    A pesquisa foi do tipo bibliográfica e foi realizada através de revisão bibliográfica em livros e artigos científicos.

    Vacinas Gênicas: artigo de revisão

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    4. RESULTADOS E DISCUSÃO

    A vacinação começou a ser utilizada após o sucesso de

    Pasteur e Jenner, dois dos primeiros cientistas que obtiveram sucesso no controle de doenças por meio de vacinas, sendo que um grande triunfo aconteceu na década de 70, quando uma campanha mundial de vacinação praticamente erradicou a varíola - doença que atingia de 10 a 15 milhões de pessoas. Apesar destes grandes benefícios existem ainda muitas doenças que não possuem vacinas contra elas desenvolvidas. A imunidade depende de vários fatores como a seleção do gene alvo, construção do vetor de expressão, freqüência e via de administração da vacina. Mas graças aos grandes avanços obtidos recentemente nestas áreas novos enfoques de confecção de vacinas estão ficando acessíveis.

    A vacina de DNA é considerada mais eficaz e segura que a vacina convencional, normalmente preparada a partir de uma parte atenuada do agente causador da doença. Em ambos os casos, o objetivo é induzir o sistema imunológico humano a produzir defesas.

    Os cientistas retiram do agente causador da doença. Que pode ser um vírus, bactéria, fungo ou parasita, um fragmento da molécula de DNA.

    Quando introduzido nos animais ou em humanos, este fragmento de DNA codifica uma proteína imunogênica, que tem a potencialidade de induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos ou estimular a imunidade mediada por células, principalmente linfócitos T auxiliares ou citotóxicos (uma das principais células de defesa de nosso organismo), protegendo contra a infecção causada pelo agente patogénico de onde se originou o DNA.

    A via de administração mais comumente utilizada é a injeção intramuscular direta do DNA de interesse, diluído em solução salina. Atualmente, um sistema de transferência de vacinas de DNA para células hospedeiras de mamíferos é o uso de bactérias carreadoras. Já foi relatada a O uso das vacinas de DNA oferece uma série de vantagens econômicas, pois é possível produzi-la em grande escala, mantendo o controle de qualidade facilmente.

    A comercialização não necessita a uma rede de refrigeração, pois estas vacinas são estáveis a temperatura ambiente. No entanto estes fatores, facilitam assim ao transporte e distribuição, desta

    Vacinas Gênicas: artigo de revisão

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    nova tecnologia para outros países. Além disso, as técnicas de biologia molecular possibilitam a modificação de seqüências e adição de epitopos a uma proteína antigênica, usando-se somente manipulações simples feitas diretamente no plasmídeo, que é o componente das vacinas gênicas

    A vacina de DNA é produzida em laboratório básico de biologia molecular, onde é desenvolvida em cultura de bactérias, são vacinas menos complexas em termos estruturais. Algumas das principais vacinas gênicas produzidas no Brasil:

    • Vacina Gênica contra Herpes • Vacina Gênica contra Diarréia • Vacina Gênica contra Tuberculose

    Figura 1: demonstração da vacina de DNA intramuscular.

    5. CONCLUSÕES

    As vacinas têm como objetivo fundamental a imunização prévia do indivíduo, de modo que ele passe a responder rápida e eficientemente quando em contato com o agente infeccioso, evitando assim a ocorrência ou desenvolvimento da doença. A eficácia dessa vacina varia de zero a 70% entre as diferentes populações do mundo submetidas ao teste. Assim, o alto índice de mortalidade dessa doença e a baixa eficiência da vacina BCG justificam o desenvolvimento de uma nova vacina.

    As vacinas de DNA foram criadas com o intuito de ajudar a exterminar as varias enfermidades existentes em todo o mundo, apresentando algumas vantagens que assim fazem com que elas

    Vacinas Gênicas: artigo de revisão

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    superem as vacinas comuns. Porém por mais avançada que seja as tecnologias elaboradas hoje nenhuma doença poderá ser combatida pois é preciso combater em primeiro lugar a miséria que populações inteiras vivem, propiciando assim ao surgimento de novas doenças.

    6. Referências Vacina de DNA: uma nova geração de imunobiológico, artigo de Eloi S. Garcia JC e-mail 2808, de 11 de Julho de 2005: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=29694 VACINAS DE DNA Disponível em: http://www.icb.ufmg.br/big/vacinas/Vacinas%20de%20DNA.htm VACINAS DE DNA: aspectos gerais e sua aplicação na medicina humana e veterinária:http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/view/2925

    Vacinas Gênicas: artigo de revisão

    http://www.icb.ufmg.br/big/vacinas/Vacinas%20de%20DNA.htm

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    A BIOLOGIA MOLECULAR FAVORECENDO ATLETAS Camila Alves CARVALHO

    Cássia Priscilla Santos DUARTE Andréia Silva BATISTA

    Giselle Medeiros da Costa ONE 1. INTRODUÇÃO

    Na medicina esportiva (principalmente relacionadas às melhorias do desempenho no esporte de alto rendimento). Entrando em um contexto esportivo, estas descobertas cientificas tem sido utilizadas também como um recurso ergogênico farmacológico por parte de atletas de diversos segmentos esportivos, sendo caracterizado como doping genético. A definição exata dada ao termo Doping Genético seria: "O uso não terapêutico de genes, elementos gênicos e/ou células que tem a capacidade de aumentar a performance atlética”.

    O Comitê Olímpico Internacional incluiu o doping genético na sua lista de métodos e substâncias proibidas a partir de 2003, tendo a WADA, a partir de 2004, tomado a responsabilidade de incluí-lo em sua lista, atualizando-a anualmente com uma nova lista de genes passíveis à modulação e consequente melhora no desempenho esportivo. Além disso, novos métodos de detecção estão sendo desenvolvidos para preservar a real proposta da prática esportiva, seja ela competitiva ou não, embora a tecnologia atual não possua um meio eficaz para isso até então.

    2. OBJETIVO

    Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre as proteínas utilizadas na Terapia gênica visando a melhoria no desempenho físico.

    3. MATERIAL E MÉTODOS

    A pesquisa foi do tipo bibliográfica realizada através de revisão em artigos científicos e livros.

    4. RESULTADOS E DISCUSÃO

    Algumas proteínas utilizadas na Terapia gênica visando a melhoria no desempenho físico: ERITROPOETINA: É uma proteína produzida nos rins cujo principal efeito é o estímulo da hematopoese. Logo, uma cópia

    A Biologia Molecular favorecendo a atletas

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    adicional do gene que codifica a eritropoetina resulta no aumento da produção de hemácias. De modo que a capacidade de transporte de O2 para os tecidos é aumentada. Sabe-se que a performanceaeróbia é melhorada quando usados mecanismos que otimizam o transporte e distribuição de oxigênio pelos tecidos e músculos periféricos. É uma das formas de aumentar o transporte de oxigênio e, consequentemente, o desempenho esportivo em modalidades de longa duração. Muitos estudos já existem visando a utilização do gene EPO, porém, estes não são ainda confiáveis o suficiente para garantir a segurança e eficácia no tratamento de anemias agudas e crônicas e, principalmente, no uso de tal método visando o rendimento esportivo. Já que da mesma forma que a transferência gênica com EPO se mostra eficiente, alguns estudos mostram que esse mesmo tratamento pode causar aumento excessivo de EPO (75%), levando a concentração de hemácias incompatível com a vida, tornando-se claros os cuidados a serem tomados em sua manipulação. IGF-1E GH (FATOR DE CRESCIMENTO 1 SEMELHANTE À INSULINA): Dependendo da modalidade esportiva, até 55% das lesões ocorridas estão ligadas ao tecido muscular, estando essas relacionadas a uma variedade de causas diretas (contusões) ou indiretas (isquemia ou disfunção neurológica). Muitos estudos têm mostrado que os chamados “Fatores de Crescimento” possuem uma variedade de funções durante o processo de regeneração muscular. Técnicas de manipulação genética vêm sendo desenvolvidas visando inicialmente à recuperação de tecidos lesionados e mais recentemente surgiu à possibilidade de seu uso para fins de performance esportiva e ganho de massa muscular. O IGF-1 é uma cadeia polipeptídica formada por 70 aminoácidos que além de possuir uma estrutura tridimensional semelhante à insulina, permite a ação do hormônio do crescimento (GH), por ser mediador de quase todos os efeitos desse hormônio. O doping genético com GH levaria a efeitos bastante semelhantes aos produzidos por IGF-1, haja vista que a ação do GH é mediada pelo próprio IGF-1. Portanto, pode-se esperar que o doping genético com GH produza ganhos de força e hipertrofia muscular. O principal local de produção do IGF-1 é o fígado, embora outros tecidos o sintetizem e são sensíveis ao seu efeito. O aumento na concentração de IGF-1 pode promover a hipertrofia pelo aumento da síntese de proteínas,

    A Biologia Molecular favorecendo a atletas

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    bem como pela proliferação das chamadas “células satélites”. Tais células são importantes para o processo de regeneração muscular, pois quando o músculo sofre um traumatismo ou lesão, ou ainda quando se treina vigorosamente, tais células são acionadas. A partir disso as mesmas se proliferam através do processo de mitose celular (divisão celular que pode causar a hiperplasia) e originam células mioblásticas (células musculares imaturas). Estas células se fundem com as células pré-existentes levando há fenômenos hipertróficos ou mesmo entre si, levando à formação de novas fibras (hiperplasia). Embora apresentem certa eficácia, mais estudos com humanos são necessários, já que uma possível modulação em tais genes poderia induzir à possíveis efeitos colaterais. VEGF 8 (FATOR DE CRESCIMENTO DO ENDOTÉLIO VASCULAR): A terapia gênica com VEGF é uma das poucas já utilizadas em seres humanos. A introdução do gene que codifica a VEGF. Principalmente para idosos que possuem fluxo inadequado de oxigênio, e em pacientes com disfunção endotelial responsável por quadros de doença arterial coronariana e doença arterial periférica.Tem produzido bons resultados, com formação de novos ramos vasculares. Em atletas, a inserção vetorial do VEGF poderia produzir vasculogênese. Dessa maneira, o fluxo sanguíneo para todos os tecidos seria aumentado, assim como sua oxigenação e nutrição. Considerando que isso ocorra em tecidos como a musculatura esquelética e a cardíaca, pode-se esperar aumento da produção energética, diminuição da produção de metabólitos e o retardo da fadiga. Atletas de endurance seriam, teoricamente, os mais interessados na terapia gênica com inserção do VEGF.

    BLOQUEADORES DE MIOSTATINA: A miostatina é uma proteína expressa na musculatura esquelética tanto no período embrionário quanto na idade adulta. Sua ação consiste em regular a proliferação dos mioblastos durante o período embrionário e a síntese proteica na musculatura esquelética durante e após o período embrionário. Em algumas raças de bois, observa-se crescimento incomum da musculatura de alguns animais (fenômeno conhecido por doublemuscling). Há poucos anos foi verificado que esses animais apresentavam mutações no gene da miostatina, de modo que se formava uma proteína não funcional, o que demonstrou que a miostatina inibia o crescimento da musculatura

    A Biologia Molecular favorecendo a atletas

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    esquelética. Além destes fenótipos (características observáveis de um organismo) relacionados à mutação no gene da Miostatina observados em animais, sendo o bloqueio da sinalização da miostatina seja um dos candidatos de maior potencial de abuso no esporte, já que o ganho de massa muscular pode ser decisivo em diversas modalidades esportivas.

    PPARs: As proteínas da família dos PPARs atuam como fatores de transcrição de genes envolvidos no metabolismo de carboidratos e lipídeos. Primeiramente elas foram descobertas desempenhando papel na síntese de peroxissomos, e por esse motivo foram denominadas de peroxissome proliferator-active receptors. Existem diversas proteínas PPAR, mas a que apresenta, pelo menos do ponto de vista teórico, maior potencial para abuso em doping genético é a PPAR-d. A PPAR-d é uma proteína reguladora-chave do processo de oxidação de lipídeos. Atuando no fígado e no músculo esquelético, ela estimula a transcrição de diversas enzimas. A PPAR-d também está relacionada com a dissipação de energia na mitocôndria que ocorre por meio das proteínas desacopladoras, de modo que sua ação leva à diminuição da produção de energia. Como resultado, a PPAR-d diminui a quantidade de tecido adiposo, reduz o peso corporal e aumenta a termogênese. Essa é, portanto, uma das justificativas para o possível interesse de atletas em usar doping genético com PPAR-d. A melhora na oxidação lipídica, além de reduzir a adiposidade (efeito que despertaria o interesse de atletas de quase todas as modalidades esportivas), preservaria os estoques de glicogênio, aumentando o tempo de tolerância ao esforço e provavelmente o desempenho em provas de resistência. Portanto, atletas cujas modalidades não dependem da força, mas exigem que eles se mantenham com baixo peso e baixo percentual de gordura (como maratonistas, ginastas, patinadores e outros) seriam potencialmente os mais interessados na transferência do gene PPAR-d. LEPTINA: A leptina, hormônio peptídico produzido principalmente no tecido adiposo cuja principal ação está relacionada ao controle da sensação de fome e saciedade, redução do consumo alimentar e consequente perda de peso, também é um candidato para abusocomo doping genético. Em 1997 um estudo demonstrou que a introdução do gene leptinapor vetor viral produzia significativa perda

    A Biologia Molecular favorecendo a atletas

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    de peso em ratos. Em contrapartida, talvez o mesmo fenômeno não seja observado em humanos, já que indivíduos obesos, os quais apresentam elevada concentração plasmática de leptina, não têm apetite reduzido. Essa resistência à ação da leptina pode representar importante obstáculo para a terapia gênica com esse hormônio. Além disso, diferentemente dos modelos animais, o comportamento alimentar humano depende também de outros fatores (nutricionais, psicológicos, sociais e culturais).

    ENDORFINA E ENCEFALINA: As endorfinas e encefalinas são peptídeos endógenos de atividade analgésica. O uso da terapia gênica com os genes da endorfina e encefalina poderiam, portanto, melhorar o desempenho esportivo pela diminuição da sensação de dor associada a algum tipo de lesão, fadiga ou excesso de treinamento. Isso, teoricamente, permitiria que atletas treinassem mais, ou evitaria seu afastamento temporário de treinos e competições por pequenas lesões. 5. CONCLUSÕES

    A biologia molecular é utilizada, através das proteínas, de forma legal na pré-seleção e seleção de talentos esportivos e na prescrição do treinamento físico. A falta de casos comprovados de atletas geneticamente modificados não exclui a possibilidade de que estes atletas já estejam sendo "produzidos" em laboratório, uma vez que a WADA não implementou, até o momento, testes para o antidoping genético. 6. REFERÊNCIAS BUENO, C. R. J.. Biologia Molecular como ferramenta no esporte de alto rendimento. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-32892010000300016&script=sci_arttext#fig01. Acesso: 04 de Set. de 2012. CUNHA, E. K.; PADILHA, M. de S. R. Miostatina: da terapia gênica ao dóping genético. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd150/miostatina-da-terapia-genica-ao-doping-genetico.htmAcesso: 05 de Set. de 2012 Baoutina, A.. Developing strategies for detection of gene doping. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18081214. Acesso: 06 de Set. 2012.

    A Biologia Molecular favorecendo a atletas

    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-32892010000300016&script=sci_arttext#fig01http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-32892010000300016&script=sci_arttext#fig01http://www.efdeportes.com/efd150/miostatina-da-terapia-genica-ao-doping-genetico.htmhttp://www.efdeportes.com/efd150/miostatina-da-terapia-genica-ao-doping-genetico.htmhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18081214

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    Capítulo II

    ONCOLOGIA

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    USO DE GLUTAMINA NO TRATAMENTO DO CÂNCER Wanessa Belarmino de MORAIS

    Alane RIBEIRO Lavoisiana Mateus de LACERDA

    1. INTRODUÇÃO

    O câncer é caracterizado por proliferação anormal de determinado tecido que escapam parcial ou totalmente da regulação dos processos homeostático: divisão celular, replicação do DNA e apoptose. A anormalidade das células cancerígenas é fenotípica sendo decorrente de mutação genética, adquirida ao longo do ciclo de vida da célula ou transmitida pela célula- mãe (MANN, 2011).

    Nas últimas décadas, o câncer ganhou uma dimensão maior, transformando-se em um importante problema de saúde pública mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no ano 2030 existirão 27 milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com câncer. No Brasil, as estimativas para o ano de 2012 serão válidas também para o ano de 2013 e apontam a ocorrência de aproximadamente 518.510 casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes serão os cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago para o sexo masculino e os cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glândula tireóide para o sexo feminino (INCA 2011).

    Sabe-se que o câncer é considerado uma patologia multifatorial onde a associação de fatores ambientais e intrínsecos são determinantes para o desenvolvimento de suas formas mais comuns. Estudos apontam que a alimentação tem uma função importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer, destacando-se entre outros fatores de risco. Entre as mortes por câncer atribuídas a fatores extrínsecos, a dieta contribui com cerca de 35%, seguida pelo tabagismo responsável por 30% dos casos e outras, tais como econômicas e ocupacionais, alcoolismo, poluição e aditivos alimentares contribuem com menos do que 5%. Segundo estudos estima-se que uma alimentação adequada seria capaz de prevenir milhões de novos casos de câncer anualmente (GARÓFOLO, 2004).

    Segundo Krause (2011) as implicações nutricionais do câncer estão relacionadas principalmente aos efeitos do tratamento, assim como o estado físico e psicológico do paciente. Dentre os

    Uso de glutamina no tratamento do câncer

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    efeitos adversos principais estão a diminuição dos estoques de nutrientes, levando a desnutrição energético-proteica, anorexia, imunossupressão, fraqueza. Há também diminuição da taxa metabólica basal.

    De acordo com Silva (2006) o metabolismo energético do indivíduo com câncer apresenta alterações, pois a célula cancerosa usa primordialmente glicose como substrato energético, chegando a aumentar em até 50 vezes o consumo, comparado a células normais. Para manter os níveis plasmáticos de glicose há uma elevação na gliconeogênese hepática, onde são utilizados aminoácidos musculares o lactato.

    Considerada o mais abundante aminoácido do organismo a glutamina é sintetizada por inúmeros tecidos, sendo encontrado em maiores quantidades no sangue e músculo esquelético. É definida com um aminoácido condicionalmente essencial, pois organismo consegue sintetizar na quantidade ideal em condições normais, mas, situações de hipercatabolismo como infecções graves e câncer, onde existe o balanço nitrogenado negativo e elevação das taxas de degradação muscular, ocorrer o aumento da demanda de glutamina nos tecidos, resultando na redução significativa dos seus níveis plasmáticos. (ALBERTINI; RUIZ, 2001).

    A glutamina corresponde a um substrato celular importante, pois é fonte de energia e é utilizada para sintetizar outras substâncias como biossíntese dos ácidos nucléicos. Dentre as fontes alimentares da glutamina disponíveis estão as carnes, ovos e derivados do leite e soja. (FONTANA, 2003)

    A deficiência de glutamina sob condições metabólicas de catabolismo intenso pode ocorrer a atrofia intestinal progressiva, podendo levar ao desenvolvimento de síndromes sépticas e a falência de múltiplos órgãos (FRENHANI, 2006).Alguns estudos clínicos mostram que o uso da glutamina pode levar a redução do tempo de hospitalização e da taxa de infecção, retardando a resposta inflamatória de citorredução, ativando os linfócitos T de pacientes oncológicos. Além disso, pode diminuir os efeitos tóxicos ocorridos na radioterapia e quimioterapia melhorando a qualidade de vida do paciente neoplásico. (BOLIGON, 2010)

    Portanto, o presente estudo tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre o efeito do aminoácido glutamina no tratamento de pacientes acometidos com o câncer.

    Uso de glutamina no tratamento do câncer

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    2. MATERIAL e MÉTODOS

    Este trabalho foi realizado a partir de uma revisão literária nos principais bancos de dados, tais como livros especializados e artigos em revistas científicas coletados no Scielo, PubMed, NCBI, Web of Science entre outros. Também foram consultadas teses e dissertações relacionadas ao tema. Para acesso a estes sítios utilizou-se as palavras chaves: Glutamina e câncer. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se na análise dos 13 artigos que o número de publicações aumentou nos últimos anos, demonstrando grande interesse em pesquisas sobre a ação da glutamina na melhoria do tratamento do paciente oncológico. A analise qualitativa dos conteúdos abordados nos artigos será apresentada em dois subitens: ação imunomoduladora da glutamina e a utilização da glutamina no tratamento do câncer. 3.1- Ação imunomoduladora da glutamina

    Tem-se demonstrado que a glutamina influencia nas funções e vias de sinalização celular. A modulação da expressão de gene está relacionado com a síntese e a degradação das proteínas. A proliferação celular e a ativação das vias envolvidas de apoptose celular é um dos papéis exercidos na glutamina. (CRUZAT, 2009) A glutamina, por constituir um nutriente imunomodulador, também é substrato fundamental para as células do sistema imunológico, estimulando a multiplicação de linfócitos, a diferenciação das células B, a produção de interleucina 1 e a fagocitose dos macrófagos. As células NK, um tipo de linfócito importante no combate de células tumorais e infecções virais, são dependentes de estoques adequados de glutamina para sua proliferação. A glutamina também exerce um efeito imunoestimulante local, aumentando as células T intestinais, causando, assim, um estímulo da função imunológica geral do organismo (FRENHANI, 2006).

    Uso de glutamina no tratamento do câncer

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    3.2- Utilização da glutamina no tratamento do câncer Alguns estudos examinaram os efeitos protetores da suplementação parenteral da glicil-L-glutamina em pacientes com carcinoma colorretal metastático tratados com quimioterapia. Os resultados demonstram que a glutamina atua na proteção da mucosa gastrintestinal, além de estimular o crescimento da mucosa intestinal, reduzindo as alterações na absorção e permeabilidade intestinais. (SANTOS, 2011)

    Estudos sugerem que a suplementação de glutamina possa ajudar na prevenção dos efeitos tóxicos do tratamento antitumoral, pois evitam a depleção dos estoques, além de produzir subprodutos protetores às células normais. (SAVARESE,2003)

    Boligon (2011) verificou menor prevalência e severidade da mucosite em pacientes com câncer de cabeça e pescoço durante o tratamento radioterápico e/ou quimioterápico que utilizaram glutamina, quando comparados ao grupo controle (sem ingestão de glutamina). Além disso, o Índice de Risco Nutricional aumentou nos pacientes sem glutamina.

    A glutationa (GSH), subproduto do metabolismo da glutamina, protege as células normais contra a injúria oxidativa, ou seja, faz parte do sistema antioxidante natural. Foi observado que a toxicidade da QT e RT são maximizadas quando os níveis de GSH intracelular encontram-se baixos. Por outro lado, as células tumorais possuem menor quantidade de glutationa intracelular, permitindo maior ação do tratamento oncológico nessas células. (PACCAGNELLA,2011) 5. CONCLUSÕES

    O estudo dos imunomoduladores como a glutamina é de

    grande relevância para criação de condutas dietoterápicas. Os resultados demonstram que o uso da glutamina pode trazer possíveis benefícios na prevenção e tratamento do câncer, possibilitando uma maior sobrevida ao paciente acometido, ou pelo menos melhorar sua qualidade de vida.

    Uso de glutamina no tratamento do câncer

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    6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    ALBERTINI, S.M.; RUIZ, M.A. O papel da glutamina na terapia nutricional do transplante de medula óssea. Revista Brasileira de Hematologia. São José do Rio Preto, v. 23, n. 1, p. 41-47. 2001.

    BOLIGON C.S.; HUTH, A. O impacto do uso de glutamina em pacientes com tumores de cabeça e pescoço em tratamento radioterápico e quimioterápico. Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 31-38.

    CRUZAT, V.F; PETRY, E.R; TIRAPEGUI, J. Glutamina: Aspectos Bioquímicos, Metabólicos, moleculares e suplementação. Revista Brasileira Medicina do Esporte. v.15, n. 5- set/out, 2009.

    Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil/ Instituto Nacional de câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Promoção e Vigilância. Rio de Janeiro: Inca, 2011.

    FONTANA, K. E; VALDES, H. VALDISSERA, V. Glutamina como suplemento ergogênico. Revista Brasileira Ciência e Movimento. 2003; 11(3):91-96.

    FRENHANI, P.B. Terapia Nutricional em estados hipermetabolicos. Revista Nutrição em Pauta. São Paulo: maio/junho, n.60, p.40-46, 2006.

    GARÓFOLO, A. Dieta e câncer: um enfoque epidemiológico. Revista de Nutrição. Campinas, v.17 n.4, out./dez., 2004.

    KRAUSE. Alimentos, nutrição & dietoterapia. 12ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2011.

    MANN, Jim; TRUSWELL, A. Stewart. Nutrição Humana. 3ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2011.

    PACCAGNELLA, A., MORASSUTTI, I, ROSTI, G. Nutricional intervention for improving treatment tolerance in cancer patients. Curr Opin Oncol, 23(4): 322 30, 2011.

    SANTOS, A.L. B; NOVAES, M.R.C.G. Qualidade de vida de pacientes com câncer colorretal em uso de glutamina. Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(4): 541-546.

    SAVARESE, D.M.F, SAVY, G et alli. Prevention of chemotherapy and radiation toxity with glutamine. Cancer Treatment Reviews, 29:501-513, 2003.

    SILVA. M.N.P. Síndrome da anorexia-caquexia em portadores de câncer. Revista brasileira de cancerologia 2006; 52(1): 59-77.

    Uso de glutamina no tratamento do câncer

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    MEDIDAS DE PREVENÇÃO E RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

    Chisleide Costa LIMA Ana Flávia Carlos de MELO

    Scarlett Felipe da SILVA

    1. INTRODUÇÃO

    Apesar de ter sido um dos primeiros países a utilizar o exame Papanicolaou para detecção do câncer cérvico-uterino, os dados estatísticos mostram que esse tipo de câncer continua sendo um caso de saúde pública no Brasil (NOBRE; LOPES NETO, 2009).

    O câncer do colo do útero é um câncer com mortalidade elevada, que, mesmo com as campanhas e programas governamentais de prevenção, ainda continua sendo um problema de Saúde Pública no Brasil, embora já apresente conhecimentos técnicos de prevenção suficientes para fornecer um dos mais altos potenciais de cura (CRUZ; LOUREIRO, 2008).

    Os fatores de risco para seu desenvolvimento são: a idade precoce na primeira relação sexual; multiplicidade de parceiros; baixa condição sócio-econômica; história de infecções sexualmente transmitidas (da mulher e de seu parceiro). Atualmente, considera-se que a persistência da infecção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) represente o principal fator de risco; multiparidade; tabagismo, diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados; alimentação pobre em alguns micronutrientes, principalmente vitamina C, beta caroteno e folato, e o uso prolongado de anticoncepcionais (BRASIL, 2006; SMELTZER; BARE, 2002).

    É preciso atentar para os motivos que podem interferir na decisão da mulher em realizar ou não realizar a prevenção do câncer do colo do útero. Motivos esses que em alguns casos estão ligados a tabus, valores culturais e sua própria sexualidade (OLIVEIRA; PINTO, 2007).

    De acordo com Otto (2002), as recomendações do agente comunitário de saúde para o rastreamento do câncer do colo do útero em mulheres assintomáticas incluem um Papapanicolaou e um exame pélvico que deve ser feito anualmente em todas as mulheres que são ou foram ativas sexualmente ou que apresentam menos de 18 anos de idade.

    Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero

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    2. OBJETIVO Abordar as principais estratégias de prevenção e rastreamento do câncer do colo do útero por meio da revisão sistemática da literatura científica. 3. MATERIAL e MÉTODOS

    Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que se desenvolve por meio de materiais já publicados, constituídos principalmente de artigos científicos ou livros.

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    O carcinoma do colo é o câncer que é predominante de células escamosas. Nos últimos 20 anos, a incidência do câncer do colo invasivo diminuiu de 14,2 casos por 100.000 mulheres para 78 casos por 100.000 mulheres. Ele é menos comum que outrora por causa da detecção precoce das alterações celulares. Na maioria dos casos, a evolução do câncer do colo do útero é lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis (BRASIL, 2002).

    A detecção precoce do câncer do colo do útero em mulheres assintomáticas por meio do exame citopatológico (Papanicolaou), permite a detecção das lesões precursoras e da doença em estágios iniciais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas (BRASIL, 2002). O exame para o rastreamento do câncer é amplamente propagado, não apresenta custos ao paciente e é facilmente colhido e executado, mesmo assim o câncer ainda representa a terceira maior estimativa de incidência de neoplasia maligna na população feminina brasileira (COSTA et al., 2007).

    O exame recebe o nome de Papanicolaou, pois George N. Papanicolaou, nos anos 30 do século passado, estudando as manifestações hormonais nas células escamosas das paredes vaginais, detectou, em alguns casos, em colos uterinos absolutamente normais, células com alterações semelhantes àquelas encontradas nos processos neoplásicos. No aprofundamento dos seus estudos, passou a colher rotineiramente secreções cervicais em mulheres aparentemente hígidas e, com isso, concluiu pela eficácia do método de diagnóstico precoce da neoplasia (FOCCHI; ROBERTO NETTO, 2006).

    Para realização do exame preventivo do câncer do colo do útero a mulher não deve usar duchas, e não deve ter realizado exames intravaginais, como a ultrassonografia nas 48 horas antes

    Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero

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    da coleta, evitar relações sexuais 2 dias antes da coleta, evitar os anticoncepcionais locais, espermicidas 2 dias até a realização do exame, o exame não deve ser feito no período da menstruação, pois o sangue dificulta o diagnóstico (SOUZA et al., 2008).

    Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), após um resultado negativo, a realização trienal do exame é tão eficiente quanto a anual, no que diz respeito à redução das taxas de incidência por esse câncer. Além disso, a recomendação de que a periodicidade seja trienal, somente após dois resultados consecutivos, obtidos em exames realizados com intervalo anual, permite identificar os casos nos quais possa ter ocorrido um resultado falso-negativo (BRASIL, 2002).

    O resultado encontrado no exame citopatológico apresenta a Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) I, NIC II e NIC III. NIC I é a alteração celular que acomete as camadas mais basais do epitélio estratificado do colo do útero. Cerca de 80% das mulheres com esse tipo de lesão apresentarão regressão espontânea. NIC II é a existência de desarranjo celular em até três quartos da espessura do epitélio, preservando as camadas mais superficiais NIC III é a observação do desarranjo em todas as camadas do epitélio (displasia acentuada e carcinoma in situ), sem invasão do tecido conjuntivo subjacente (BRASIL, 2002). Alguns fatores podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer, tais como: alimentação saudável (comer mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos alimentos gordurosos, salgados e enlatados) – a dieta deve conter pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes; dar preferência às gorduras de origem vegetal como o azeite extra virgem, óleo de soja e de girassol e evitar gorduras de origem animal, como leite e derivados, carne de porco, carne vermelha, pele de frango e algumas gorduras vegetais, como margarinas e gordura vegetal hidrogenada (BRASIL, 2006).

    Ainda, de acordo com o Ministério da Saúde (2006), outras medidas preventivas para o câncer é a realização de atividade física regular, evitar ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas e parar de fumar. 5. CONCLUSÕES Com este estudo fica bastante claro que a prevenção do câncer do colo uterino é feita por meio do exame citopatológico

    Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero

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    também chamado de Papanicolaou, que é um exame de fácil acesso a população, muito fácil de ser realizado e que apresenta muita eficácia para o diagnostico de lesões pelo HPV, que é a principal causa que leva ao câncer e é de extrema importância para diminuição dos índices crescentes de câncer do colo do útero, que ainda se constitui um importante problema de saúde pública. 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer do colo do útero, 2002: Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2012, 18:10. ______. Secretaria de Atenção a Saúde. Controle dos cânceres do colo do útero e de mama. Departamento de atenção básica, n.13. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. COSTA, M. A et al. Palestra sobre HPV e Câncer de colo de útero em escolas de ensino médio do município de Cascável-PR. In: CONGRESSO DE FARMÁCIA DE MARINGÁ, I, 2006, Maringá. Resumos. Disponível em: . Acesso em: 07 nov. 2012. CRUZ, L. M. B; LOUREIRO, R. P. A comunicação na abordagem preventiva do câncer do colo do útero: importância das influências histórico-culturais e da sexualidade feminina na adesão às campanhas. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.17, n.2, p.120-132, abr./jun. 2008. FOCCHI, J; ROBERTO NETTO, A. Câncer do colo do útero, dez. 2006. Disponível em:http://www.rksoul.net/edv64 >. Acesso em: 15 out. 2012. NOBRE, J. C. A. de A.; LOPES NETO, D. Avaliação de Indicadores de Rastreamento do Câncer do Colo do Útero no Amazonas, Norte do Brasil, de 2001 a 2005. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 55, n. 3, p. 213-220, 2009. OLIVEIRA, M. M.; PINTO, I. C. Percepção das usuárias sobre as ações de Prevenção do Câncer do Colo do Útero na Estratégia Saúde da Família em uma Distrital de Saúde do município de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v.7, n.1, jan./mar. 2007. OTTO, S. E. Oncologia. Rio de Janeiro: Reichmann e Affonso Editores, 2002. SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. SOUZA, A. S. R et al. Prevenção e Controle do Câncer de colo do útero. Protocolos de Atenção à Saúde da Mulher. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, 2008. 24p.

    Medidas de prevenção e rastreamento do câncer de colo do útero

    http://www.pec.uem.br/pec_uem/revistas/arqmudi/volume_11/suplemento_01/CostaMA%20etal.pdfhttp://www.rksoul.net/edv64

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    Capítulo III

    EPIDEMIOLOGIA

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    EPIDEMIOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE DST NO BRASIL

    Adriana dos Santos ALVES Edith de Carcia Pontes A. de AZEVEDO

    Manuela Barbosa GALVÃO Rowse Alencar Ramalho de FIGUEIRÊDO

    1. INTRODUÇÃO

    Doenças sexualmente transmissíveis (DST) são processos

    infecciosos causados por um grupo heterogêneo de microorganismos, com grande potencial epidemiológico. Atualmente as DST são tratadas como pandemias cuja transmissão se dá por meio do contato sexual sem uso de preservativo (camisinha), embora este não seja necessariamente o único meio de transmissão.

    Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no Brasil 10 a 12 mil pessoas são portadoras de DST curáveis (gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase), sendo 25% dos portadores tratam-se de jovens com idade inferior a 25 anos. Dentre as DST incuráveis, somente a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), sífilis congênita e hepatite B (HBV) fazem parte da lista nacional de doenças de notificação compulsória. Dados de incidência das demais DST no Brasil são ausentes ou insuficientes.

    A incidência de DST em mulheres teve um aumento progressivo. A razão de infecção por HIV passou de