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Mundo
Menina de 9 anos mata acidentalmente instrutor detiro ao treinar com submetralhadora Uzi nos EUA
PÁGINA 36
Consumo de energia cai em julho, com freio naatividade da indústria por causa da Copa do Mundo
PÁGINA 29
Contealgoquenãosei_
‘O conceito de crime passional é uma invenção’_
Isabelle DelplaFilósofa francesa e professora da Universidade de Lyon, esteve no Rio para dar uma palestra sobre violência e paixão no evento Ciclo Mutações 2014
“Tenhoum filho de 10 anose adoro fazer longascaminhadas. Faço parte deuma geração que ficouchocada coma guerra naantiga Iugoslávia e comogenocídio emRuanda.Nosúltimos anos, trabalhei emtemas relacionados comaviolência, acompanhando ojulgamento de criminososde guerra na Iugoslávia”_
ENTREVISTA A:
CARLOS [email protected]
l Conte algo que não sei.O conceito de crime passio-
nal é uma invenção, uma cria-ção judicial, feita para ajudarna defesa de criminosos, ca-muflando um histórico de vio-lência contra as mulheres.
l Qual a ligação entre vio-lência e paixão? Aparente-mente, são duas coisas quenão combinam.São dois conceitos que in-
fluenciam decisões judiciaise nossas percepções sobresuas relações. Durante mi-nhas pesquisas, aprendi queexiste sempre um aspectohumano na violência. A pai-xão, estritamente falando,não explica as causas da vio-lência, mas ajuda a entendersuas motivações. A violênciasem paixão, por exemplo, foiusada pelos oficiais nazistase muitos outros para justifi-car seus atos, sob o argumen-to de que estavam apenascumprindo ordens.
l Então a obediência cega àsordens é ummito?Sim, semdúvida. É uma cria-
ção jurídica para ajudar na de-fesa dessas pessoas. Há sem-pre um espaço de liberdadepara interpretar ordens.
l Recentemente, um polici-al aplicou uma gravata emum homem desarmado nu-ma rua de Nova York e nãolargou, mesmo com a vítimadizendo que não conseguiarespirar. O homem, que eraasmático, morreu na calça-da. Esse seria um exemplode tal mito?Sim, porque ele poderia ter
soltado, ninguém tem ordemde enforcar alguém até a mor-te. Desde os julgamentos deNuremberg, o argumento deque se está apenas obedecen-do a uma ordem é falho por-que é possível, dentro de umaótica humana, saber que umaordem é moralmente ilegal. (Afilósofa alemã) Hannah Arendt
cunhou a expressão “banaliza-ção domal” após o julgamentodo oficial nazista Adolf Eich-mann por genocídio e crimescontra a Humanidade, descre-vendo-o como uma pessoaque apenas cumpria ordens,sem questioná-las. Mas ela seenganou porque engoliu o ar-gumento da defesa. Isso seriaum exemplo do mito do crimesem paixão, da indiferençafrente aos horrores.
l O recente assassinato deum jornalista americano porextremistas islâmicos na Sí-ria também não pode ser vis-to como banalização domal?Não, porque há uma motiva-
ção política e um interesse dis-farçado de religião por trás da-quele crime. Tudo ali foi plane-jado, da mise en scène à divul-gação pelas redes sociais. Nãofoi um ato puramente insano,como parece. Ninguém faz umexército com um bando de se-rial killers. Há uma logística na
guerra e nos conflitos. Eles pa-recem ser dirigidos pelo caos,mas seguem uma organizaçãoe um comando humanos
l E os crimes passionais, co-mo podem ser analisados se-guindo esse raciocínio?Sãoumaversãoatualizadados
antigos crimes de honra. Bus-cam uma desculpa legal parajustificar a dominação masculi-na na sociedade, onde os ho-mens são, de alguma forma, in-duzidos amandar porque há to-do um sistema os apoiando.
l A violência quase institu-cionalizada contra as mu-lheres na Índia é cultural oupolítica?Muitas feministas vão dizer
que é cultural, mas acreditoque seja política, porque refle-te não apenas uma dominaçãomasculina, mas um poder en-raizado que trata temas comoos estupros dessas mulherescomo algo corriqueiro.
GUITO MORETO
2 l O GLOBO Quinta-feira 28 .8 .2014
Página2
A REVISTA DIGITALPARA O SEU TABLET
No LíbanoUma obraabandonadade Niemeyer
Leia também_
Melhores de julho
O GLOBO
PorDentro_
MICHELFILHO
A cobertura dos 100 anosda PrimeiraGuerraMun-dial, projeto das editorias
Mundo e Sociedade, foi escolhi-da pelos editores doGLOBO co-mo o melhor trabalho de julho.A primeira menção honrosa fi-cou com o Segundo Caderno,pela reportagem de Carlos Helíde Almeida que revelou a proi-bição, pela Arquidiocese do Rio,do uso da imagem do Cristo nofilme“Rio, eu teamo”.A segundamenção foi para Evandro Eboli,Eduardo Barreto e WashingtonLuiz, pelo levantamento emPaísque mostrou dados curiosos decandidatos, como o valor quedeclararam guardar em espécie.Entre os suplementos, a repor-
tagemvencedora foi a sobre o le-gado de Millôr Fernandes, deGuilherme Freitas, no Prosa. O“Movimento dos Sem Sexo”, deRoberta Salomone na Revista OGLOBO, recebeu a primeiramenção honrosa, e a segunda fi-cou com Igor Mello, do Globo-
Niterói. O destaque emmultimí-dia foi para Liane Thedim, Cás-sia Almeida, Daniel Lima, daEconomia, pela edição dos 20anosdoPlanoReal.OBoaChan-ce ganhou o prêmio gráfico pelacapa sobre o movimento queprega que todo e-mail tenha cin-co linhas.Omelhorvídeo foiodeFernandoDonasci, que recolheunaCopa expressões dos torcedo-res estrangeiros, e a melhor foto,a deMichel Filhomostrandoumtorcedor barra-brava argentinodisfarçado de torcedor suíço.
Premiada.Amelhorfoto do mêsfoi a queflagrou umtorcedorbarra-bravaargentinodisfarçadode torcedorsuíço
Loteriasl O leitor deve checar os resultados em agências oficiais e nosite da CEF porque, com os horários de fechamento do jornal,os números aqui publicados, divulgados sempre no fim danoite pela CEF, podem eventualmente estar defasados.
QUINA 3.572
l39 l41 l62l65 l72
MEGA-SENA 1.630
l01 l07 l30l43 l44 l54
LOTOMANIA 1.481
l04 l08 l09 l11 l16 l19 l21 l31 l40 l46l48 l50 l55 l59 l62 l64 l66 l70 l80 l99
LOTOFÁCIL 1.100
l05l06l07l09l10 l11 l12 l14l15 l16 l18 l19 l20l23l24
País
Relatório do TCU aponta irregularidades noMinha Casa Minha Vida por falta de fiscalização
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Rio
Novas frentes de obras vão investir R$ 1,8 bi parareduzir despejo de esgoto na Baía de Guanabara
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Economia
Proposta do governo para Orçamento de 2015 prevêleve alta das receitas e pressão de despesas
PÁGINA 31
Após campanha na internet, Zara retira de lojas blusaque lembra uniforme de campo de concentração
PÁGINA 30
Assaltos a carteiros, que hoje entregam 70% dascompras feitas pela internet, aumentaram 122% este ano
PÁGINA 17
|Panoramapolítico
|
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CREDIBILIDADE. Pela pesquisa MDA/CNT, 73,8% dosentrevistados não acreditam na veracidade dasinformações que recebem pelas redes sociais._
Com JulianaBraga, sucursais e [email protected]
_ILIMAR [email protected]_
Tucanos e petistas, segundo cientistaspolíticos, estão diante de um novo Lula:Marina. Aecistas veem “fenômenopsicossocial”. Marqueteiros, da arquibancada,avaliam que Marina virou uma idealização. E,para derrubá-la, seria preciso “colocar odedo na cara dela”. No debate de anteontem,registram que “ninguém teve coragem” parao confronto. E apostam: o PT terá de sacar ovelho Lula para enfrentar o novo Lula.
Marina: o novo Lula?
Missão cumpridaEspecialistas consideramque Marina Silva cumpriuseus objetivos no debate daBand. Ela passou firmeza,superando a percepção defragilidade. E fixou umaimagem de quem tem umraciocínio articulado.Elogiaram sua promessa degovernar com todos, compessoas de bem e de buscá-las onde estiverem.Seu alvo foi o eleitor farto com a polarização.
AILTON DE FREITAS/17-5-2014
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“Votar em Marina é adiar a crise.Não adianta substituir Dilma poruma aventura. Com o tempo, Marinanão será mais essa imagem virtual”Alberto GoldmanCoordenador da campanha de Aécio Nevesem São Paulo_
A cidadela tucana ameaçadaA reviravolta nas eleições presidenciais podeafetar um dos pilares do PSDB: o governo deMinas. Aécio Neves tinha a expectativa de tiraremMinas uma diferença de três milhões de votossobre a presidente Dilma. ComMarina Silva, essecenário virou fumaça. Pelo Ibope, Aécio tem 34%,Dilma 31% e Marina 20%. Esse empate técnicopode ter reflexos na disputa estadual. O petistaFernando Pimentel lidera com 37% contra otucano Pimenta da Veiga, 23%. Aécio contava comuma goleada emMinas para alavancar seucandidato. Agora, o embate deve ficar no terrenoda comparação entre Pimentel e Pimenta.
O eleitor da mudançaOs tucanos estão se debatendo para ver comomanter e recuperar os eleitores que foram paraMarina Silva. A tarefa será mostrar, para quemquer mudança, que Aécio é mais competitivo queMarina para derrotar a presidente Dilma.
FidelidadeO tucano Aécio Neves não titubeou no debate daBand. Provocado pela presidente Dilma, defendeuo ex-presidente FH. “Me sinto lisonjeado quandoela (Dilma) me olha e enxerga o ex-presidenteFernando Henrique Cardoso”, arrematou.
Garantir o territórioO PT organiza neste fim de semana caminhadasem cidades com até 30 mil moradores, parafidelizar eleitor mais simpático à sigla. Nelas, nãohá problemas comomobilidade, típicos de cidadegrande. O roteiro já estava previsto, mas se tornouurgente. Pelo Ibope, Dilma tem 43% contra 24%de Marina nas cidades com até 50 mil habitantes.
Os eleitores na mãoSe o TSE e o STF fizerem o que é de costume, ojulgamento do candidato José Roberto Arruda(DF) não será concluído até as eleições. O TSE odeclarou inelegível por ter sido condenado porimprobidade administrativa pelo TJDF em julho.
O voto contra o tapetãoO deputado Alfredo Sirkis já recebeu dois votosno TSE mantendo seu mandato mesmo tendodeixado o PV para se filiar ao PSB. Os ministrosacataram sua defesa, na qual sustenta que estavasendo perseguido em seu antigo partido.
Daniella Franchin, diretorada área comercial daReuters naAmérica Latina, e Sebastian La-ver, vice-presidente, visitaramontem a Redação, onde foramrecebidos por editores. Tam-bém visitaram a Redação os di-retores da Cetip Roberto Dag-noni, Carlos Ratto e ReinaldoRabelo de Morais Filho, acom-panhados de assessores. l
Product: OGlobo PubDate: 28-08-2014 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_B User: Asimon Time: 08-27-2014 22:00 Color: CMYK