7
1 O VALOR INTRÍNSECO DA VIDA EM DWORKIN [email protected] O presente trabalho pretende reconstruir e avaliar criticamente a concepção ética defendida por Dworkin em “Life´s Dominion an argument about abortion, euthanasia and individual freedom”. A tese central de Dworkin, parecida com uma sustentada por Hare e muitos outros bioeticistas, é a de que a discussão sobre as principais questões bioéticas está, hoje, deslocada e isto explicaria a diversidade de opiniões que podem ser encontradas sobre o aborto, a eutanásia etc. Por exemplo, o debate sobre se o aborto é ou não moralmente permitido é geralmente feito a partir da questão de saber se o feto é ou não uma pessoa e se ele pode, então, ter interesses ou direitos. Segundo Dworkin, esta questão é derivada. Há um problema mais fundamental, a saber, se a vida possui ou não valor intrínseco. Dependendo da posição que for assumida neste particular, as questões bioéticas adquirem maior clareza e podem, então, ser discutidas racionalmente. O que se pretende avaliar criticamente, aqui, é a concepção sobre o valor intrínseco da vida defendido por Dworkin e não as particularidades de seus argumentos jurídicos baseados nas decisões da Suprema Corte norte-americana. Como veremos, ele parece defender uma posição filosófica realista num sentido problemático desse termo (isto é, como valor transcendente): o valor seria uma propriedade das próprias coisas independentemente do que as pessoas possam pensar ou desejar. Essa concepção será questionada mostrando que ela possui uma série de problemas e outra mais plausível de valor intrínseco será proposta. A conclusão será a de que a vida possui valor intrínseco, não no sentido de Dworkin, mas no sentido de ser preciosa se bem-vivida. O ponto de partida filosófico de Dworkin consiste numa tentativa de caracterizar claramente o que é para algo possuir valor intrínseco. No início do terceiro capítulo, o autor de Life´s Dominion procede negativamente, isto é, procura dizer primeiro o que não é o valor intrínseco. Nesse sentido, ele faz duas distinções sobre valor:

238244181 Dall Agnoll O Valor Intrinseco Da Vida Em Dworkin 2014

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1

    O VALOR INTRNSECO DA VIDA EM DWORKIN

    [email protected]

    O presente trabalho pretende reconstruir e avaliar criticamente a concepo tica

    defendida por Dworkin em Lifes Dominion an argument about abortion, euthanasia

    and individual freedom. A tese central de Dworkin, parecida com uma sustentada por

    Hare e muitos outros bioeticistas, a de que a discusso sobre as principais questes

    bioticas est, hoje, deslocada e isto explicaria a diversidade de opinies que podem ser

    encontradas sobre o aborto, a eutansia etc. Por exemplo, o debate sobre se o aborto

    ou no moralmente permitido geralmente feito a partir da questo de saber se o feto

    ou no uma pessoa e se ele pode, ento, ter interesses ou direitos. Segundo Dworkin,

    esta questo derivada. H um problema mais fundamental, a saber, se a vida possui ou

    no valor intrnseco. Dependendo da posio que for assumida neste particular, as

    questes bioticas adquirem maior clareza e podem, ento, ser discutidas racionalmente.

    O que se pretende avaliar criticamente, aqui, a concepo sobre o valor

    intrnseco da vida defendido por Dworkin e no as particularidades de seus argumentos

    jurdicos baseados nas decises da Suprema Corte norte-americana. Como veremos, ele

    parece defender uma posio filosfica realista num sentido problemtico desse termo

    (isto , como valor transcendente): o valor seria uma propriedade das prprias coisas

    independentemente do que as pessoas possam pensar ou desejar. Essa concepo ser

    questionada mostrando que ela possui uma srie de problemas e outra mais plausvel de

    valor intrnseco ser proposta. A concluso ser a de que a vida possui valor intrnseco,

    no no sentido de Dworkin, mas no sentido de ser preciosa se bem-vivida.

    O ponto de partida filosfico de Dworkin consiste numa tentativa de caracterizar

    claramente o que para algo possuir valor intrnseco. No incio do terceiro captulo, o

    autor de Lifes Dominion procede negativamente, isto , procura dizer primeiro o que

    no o valor intrnseco. Nesse sentido, ele faz duas distines sobre valor:

  • 2

    a) algo pode ser instrumentalmente valioso: o seu valor depende da

    sua utilidade, de sua capacidade em ajudar as pessoas a conseguir o

    que querem a medicina e o dinheiro so exemplos de coisas

    instrumentalmente valiosas -;

    b) algo pode ser subjetivamente valioso: o seu valor depende do fato

    de que as pessoas desejam tais e tais coisas; whiskey escocs, assistir

    futebol, tomar banho de sol etc. so exemplos de coisas

    subjetivamente valiosas para o prprio Dworkin (cf. 1994: 71).

    Tendo feito estas duas observaes, ele pode agora afirmar quando algo possui valor

    intrnseco:

    c) algo intrinsecamente valioso ... se o seu valor independente do

    que as pessoas de fato gostam ou querem ou precisam ou bom para

    elas (Idem, Ibid.).

    Essa caracterizao perfeitamente compreensvel. Todavia, ela no explica de forma

    positiva o que para algo possuir valor intrnseco. Mais importante, ela parece ser por

    demais ambgua sob o ponto de vista filosfico: seu autor parece mostrar, em termos

    metaticos, um vis fortemente realista no sentido transcendente. E exatamente aqui,

    como veremos, que residem os maiores problemas de suas concepes bioticas.

    Antes de analisarmos criticamente essa posio, convm explicar melhor a

    definio apresentada. Um esclarecimento maior sobre o que valor intrnseco pode ser

    extrado da distino que Dworkin faz entre duas subespcies de coisas valiosas em si:

    - incremental ou

    - sagrado.

    O primeiro deve ser compreendido da seguinte forma: h coisas que possuem

    valor intrnseco, como por exemplo o conhecimento que pode ser desejado na maior

    quantidade possvel. Desse modo, valor intrnseco incremental aquele em que quanto

    mais temos melhor (Idem, p.70). Aproximando Dworkin de Moore, podemos dizer

    tambm que algo possui valor intrnseco quando consideramos que deva existir.

    H, todavia, coisas que possuem valor intrnseco, mas que pertencem outra

    classe. A vida humana, as obras de arte e as diferentes espcies de animais possuem

  • 3

    valor intrnseco sagrado. Assim, algo possui este tipo de valor quando ele j existe

    (Idem, p.73). Segue-se que ningum est moralmente obrigado a, por exemplo, trazer

    mais seres humanos, obras de arte etc. ao mundo. Somente so portadores de valor

    intrnseco sagrado aquelas coisas que j so existentes.

    Dworkin procura, tambm, esclarecer a origem do valor sagrado. Primeiro,

    necessrio salientar que o termo sagrado no possui necessariamente uma conotao

    religiosa. Dworkin sustenta que seu sentido pode ser aceito tanto por pessoas com fortes

    convices religiosas quanto por pessoas secularizadas ou at mesmo atestas. Na

    verdade, ele sugere que os termos inviolvel e santidade possuem o mesmo sentido

    (1994: 73). Quer dizer, quando algum diz que a vida possui valor intrnseco, est

    querendo dizer que ela inviolvel, isto , valiosa em si mesma. Certamente, todos ns

    j experimentamos algum tipo de encantamento diante da existncia da vida, diante da

    sua raridade, diante da beleza da formao de um novo ser humano etc.

    Tradicionalmente, esta experincia diante da vida, do mundo, est na origem do

    filosofar: consiste num misto de espanto e profunda admirao pela sublimidade do

    existir. Assim, pode-se dizer que a vida sagrada num sentido no-religioso. Portanto,

    podemos concordar com Dworkin que a vida possui valor intrnseco se por isso

    entendermos que ela nos leva a uma postura de reverncia diante das condies da sua

    existncia.

    Quanto origem do valor intrnseco sagrado, Dworkin sustenta que ele se d por

    dois processos:

    - atravs do investimento natural;

    - atravs do investimento ou humano.

    Ambos pressupem algum tipo de ato criativo (cf. 1994: 78). Agora, o

    investimento natural pode ser compreendido ou a partir de um criador do mundo ou de

    um processo evolutivo. As diferentes espcies de animais podem ser o resultado de um

    investimento natural. J o investimento humano ocorre atravs de um processo criativo

    guiado pela ao intencional. Por exemplo, artistas investem na criao de obras que,

    posteriormente, sero apreciadas e preservadas. De um modo geral, investimos na nossa

    vida procurando desenvolver o carter, elaborando projetos, cultivando relaes etc.

    Por isso, tanto o investimento natural quanto o humano dependem de atos criativos que

    so a origem do valor intrnseco sagrado. A ideia de investimento permite Dworkin

    elaborar uma mtrica do desrespeito ao valor da vida: ela consiste no maior ou menor

    grau de frustrao (Idem, p.88). Quer dizer, seja no caso do investimento humano, seja

  • 4

    no natural, toda perda de uma vida (aborto, suicdio, eutansia) considerado algo

    frustrante e por isso que devem ser evitados.

    Tendo reconstrudo, embora de forma breve, a ideia principal de Dworkin,

    podemos entender as aplicaes que ele faz a alguns problemas especficos da biotica.

    O autor de Lifes Dominion discute longamente os problemas do aborto e da eutansia a

    partir de interpretaes diferentes da constituio americana (cf. captulo 5), algumas

    das quais so fundamentadas implicitamente a partir da noo de valor intrnseco da

    vida. Esse aspecto filosfico-jurdico do livro no nos interessa aqui. Tampouco sero

    analisadas as divergncias entre as diferentes religies quanto ao problema de saber se

    um feto ou no uma pessoa. Somente para ilustrar: o judasmo nega, mas o

    catolicismo insiste na tese de que o feto possui pessoalidade. A tese feminista de que a

    mulher tem o direito de livre escolha, pois dona de seu prprio corpo, tambm no

    ser examinada, apesar do fato de que Dworkin concorda basicamente com ela, mas

    tambm acrescenta que o problema do aborto dependente de uma questo mais

    originria, a saber, se a vida possui ou no valor intrnseco (Idem, p.50-60). Por isso, o

    que pretendemos discutir se a aplicao da noo de valor intrnseco pode jogar

    alguma luz sobre os problemas bioticos mencionados.

    No que diz respeito ao aborto (ver captulos 2, 4 e 6), Dworkin muito enftico

    ao sustentar que, independentemente de posies polticas mais conservadoras ou

    liberais, quase todos possuem uma profunda convico de que intrinsecamente errado

    terminar de forma deliberada com uma vida humana. As diferenas entre conservadores

    e liberais no so muito grandes: enquanto os primeiros sustentam que somente no caso

    de salvar a vida da me ou em caso de estupro ou incesto o aborto moralmente

    permitido, os ltimos acrescentam que tambm nos casos de anormalidade grave do feto

    pode-se optar pela interrupo da gravidez. Seja qual for a posio poltica adotada, o

    certo que ambas as vises partilham a ideia de que a vida humana possui valor

    intrnseco sagrado, que ela inviolvel. Em outros termos, a vida possui algum tipo de

    inviolabilidade que precisa ser respeitada.

    A eutansia discutida, no captulo 7, de forma parecida. A diferena que,

    agora, Dworkin introduz outros princpios para esclarecer mais a questo, basicamente,

    o da autonomia e o do melhor interesse (best interests). Esses dois princpios, que de

    resto so parte do principialismo tal como foi adotado como teoria predominante na

    biotica, so complexos e podem, potencialmente, entrar em conflito. Por um lado,

    quem defende que pacientes competentes podem decidir sobre quando e como morrer

  • 5

    apelam, geralmente, para o princpio da autonomia pessoal. Por outro lado, h aqueles

    que sustentam que intrinsecamente mau que as pessoas morram, mesmo quando

    escolhem deliberadamente encurtar a vida. Por exemplo, uma pessoa jovem, com

    depresso, que escolhe morrer no estaria agindo segundo os seus melhores interesses.

    Em outros termos, o melhor para ela seria viver. A compatibilizao desses dois

    princpios no fcil e no pode ser feita de forma intuitiva, mas pode ser feita a partir

    de algum tipo de metaprincpio (por exemplo, Imperativo Categrico ou da

    Utilidade). Esse ponto no ser discutido aqui. O dado importante que Dworkin pensa

    que o suicdio e a eutansia so, em princpio, moralmente proibidos porque a vida

    humana possui valor intrnseco. Segundo o autor de Lifes Dominion (cf. p.195), tanto

    teistas quanto atestas concordariam com esse ponto. As discordncias so relativas s

    circunstncias sob as quais algum estaria justificado em encurtar uma vida penosa.

    Antes de discutirmos a aplicao do princpio da reverncia vida a problemas

    da biotica de forma mais pontual, temos que analisar criticamente a concepo realista

    de valor intrnseco sustentada por Dworkin. Procuraremos, agora, mostrar que o valor

    intrnseco de algo no pode ser compreendido a partir de um realismo filosfico forte.

    Posteriormente, uma viso diferente sobre o valor da vida ser apresentada e defendida.

    O ponto central do problema consiste em saber quais so as caractersticas

    definidoras de valor intrnseco. Em alguns eticistas clssicos, por exemplo, em Moore,

    encontramos uma anlise desse conceito que pressupe que valores sejam propriedades

    das prprias coisas. Numa de suas muitas tentativas de esclarecer o que valor

    intrnseco, Moore sustenta que dizer que um tipo de valor intrnseco significa

    meramente que a questo de se uma coisa o possui, e em que grau ela o possui, depende

    somente da natureza intrnseca da coisa em questo (1993: 286). Pode-se perceber

    aqui, claramente, que Moore pensa em vrias caractersticas constitutivas de valor

    intrnseco: ele seria uma propriedade interna, norelacional, necessria e essencial

    das coisas.

    No claro se Dworkin subscreveria todas essas caracterizaes do valor

    intrnseco de algo. Na verdade, Dworkin parece querer esquivar-se do debate e acaba

    por assumir uma posio ambgua:

  • 6

    No pretendo tomar qualquer posio mais aprofundada sobre uma questo filosfica muito abstrata que no pertinente para esta discusso: se grandes pinturas ainda teriam valor se a vida inteligente fosse completamente destruda para sempre e, deste modo, ningum poderia ter experincias delas novamente. No h inconsistncia em negar que elas ento teriam valor, porque o valor de uma pintura est

    no tipo de experincia que ela disponibiliza, e ainda insistir que este

    valor intrnseco porque ele no depende de quaisquer criaturas de

    fato quererem aquele tipo de experincia. (1994: 248)

    Certamente, no existe nenhuma necessidade de nos comprometermos com uma viso

    essencialista. Parece, entretanto, correto assumir que a aparente concepo realista de

    Dworkin, assim como a de Moore, est comprometida com a tese de que valor

    intrnseco uma propriedade no-relacional, isto , que ela pode ser atribuda s coisas

    independentemente de qualquer relao cognitiva ou volitiva com o sujeito avaliador.

    Essa posio parece, todavia, difcil de ser sustentada.

    Para fins de um maior esclarecimento sobre as diferentes posies filosficas

    relacionadas com valor intrnseco, podemos ter presente o seguinte panorama. Uma

    primeira divergncia aquela existente entre cticos e no-cticos: os primeiros

    defendem que nada possui valor intrnseco. Entre os no-cticos, podemos encontrar

    posies subjetivistas ou objetivistas. Um subjetivista sustenta, por exemplo, que

    qualquer coisa desejada por si mesma possui valor intrnseco. J os objetivistas podem

    ser classificados em dois grandes grupos: h aqueles que defendem que o valor

    intrnseco uma propriedade no-relacional das coisas e h aqueles que defendem que

    uma propriedade relacional. Os primeiros so realistas num sentido transcendente:

    sustentam que o valor uma propriedade das prprias coisas independentemente de

    qualquer relao com um sujeito volitivo. Aqueles que defendem que falar do valor de

    algo s faz sentido se tivermos presente para quem ele valioso so tambm realistas no

    sentido de sustentarem que o valor intrnseco de algo no fictcio ou ilusrio.

    Aristteles foi, certamente, um objetivista e realista, isto , sustentou que o valor est

    relacionado com o ser humano e que no existe em si mesmo. Moore defendeu, em

    alguns momentos de sua vida, uma concepo realista transcendente de valor intrnseco,

    isto , que ele seria uma propriedade das prprias coisas sem relao alguma com um

    sujeito volitivo (1993: 135). Em outras ocasies analisou o conceito valor intrnseco

    como aquilo que valioso de se ter por si mesmo (1959: 89s). Essa posio

    obviamente realista-relacional. A real posio de Dworkin difcil de estabelecer, pois

    ele no aprofunda suficientemente a questo.

  • 7

    O que h de errado com a concepo realista, no sentido transcendente, de valor

    intrnseco que algo somente possui valor na medida em que satisfaz alguma

    necessidade, algum interesse, algum desejo etc. de algum. Se Dworkin a subscreve,

    ento ele est sujeito a todos os problemas aqui apontados. Agora, a relao cognitiva e

    volitiva entre um sujeito e um objeto fundamental para definirmos se algo valioso ou

    no. Esse o caso tambm com o valor intrnseco. O que essa expresso significa que

    o valor interno, que algo valioso em si e por si mesmo. Essa caracterizao no

    implica que valor intrnseco tenha que ser entendido em termos no-relacionais. claro

    que ela pressupe que todos os portadores desse tipo de valor sejam coisas que

    envolvam um sujeito e algum tipo de relao com um objeto, por exemplo, certas

    experincias. Para ser mais exato, os possveis candidatos a portadores de valor

    intrnseco so: certos tipos de atividades, por exemplo, o conhecimento, a apreciao

    esttica; aes ou atitudes morais; experincias etc. Sem fazermos uma enumerao

    completa dos portadores de valor intrnseco, parece claro que ele uma propriedade

    relacional que pressupe um sujeito avaliador num certo tipo de relao com um objeto

    apropriado. Isto no significa, entretanto, que o valor de algo seja subjetivo.

    Se esse argumento correto, ento a questo de saber se a vida possui ou no

    valor intrnseco exige uma resposta um pouco diferente daquela dada por Dworkin.

    Quer dizer, o autor de Lifes Dominion parece sustentar que a vida possui valor

    intrnseco no sentido realista, isto , que ela valiosa independentemente do que as

    pessoas pensam, desejam etc. Desse modo, a concepo realista transcendente tambm

    est errada ao sustentar que o valor intrnseco de algo uma propriedade necessria, que

    pertence essncia de algo. Claramente, esse no parece ser o caso. A vida valiosa em

    si mesma, mas tambm parece ser o caso que ela deva ser vivida de certa maneira e que

    sob certas circunstncias para que ela no perca o seu valor. No so poucos os relatos

    de pessoas muito idosas ou muito enfermas que dizem que a vida, sob certas condies,

    no vale a pena ser vivida e preferem a morte. Por isso, deveramos tornar permissvel a

    eutansia voluntria nesses casos.