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24 Romanos e as Epistolas Gerais

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Romanos

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SUMÁRIO 1 - ROMANOS.............................................................................................................2

1.1. AUTORIA...................................................................................................................2 1.2. DATA, PROVENIÊNCIA E DESTINO .................................................................................3 1.3. CANONICIDADE..........................................................................................................3 1.4. A IGREJA CRISTÃ EM ROMA.........................................................................................4 1.5. PROPÓSITOS..............................................................................................................5 1.6. TEMAS PRINCIPAIS .....................................................................................................6

2 - EPISTOLAS GERAIS ..............................................................................................7

3 - TIAGO ...................................................................................................................7

3.1. AUTORIA...................................................................................................................7 3.2. AUTOR .....................................................................................................................8 3.3. DATA .......................................................................................................................8 3.4. PROPÓSITO ...............................................................................................................8 3.5. CONTEÚDO DO LIVRO .................................................................................................8 3.6. A FÉ E AS OBRAS SE COMPLETAM (EF. 2:8-10) .............................................................9

4 - I PEDRO..............................................................................................................10

4.1. AUTORIA.................................................................................................................11 4.2. AUTOR ...................................................................................................................11 4.3. DATA .....................................................................................................................11 4.4. PROPÓSITO .............................................................................................................12 4.5. CONTEÚDO .............................................................................................................12

5 - II PEDRO.............................................................................................................13

5.1. AUTORIA.................................................................................................................13 5.2. DATA .....................................................................................................................13 5.3. PROPÓSITO .............................................................................................................13 5.4. CONTEÚDO .............................................................................................................14 5.5. I JOÃO..................................................................................................................14 5.6. AUTORIA.................................................................................................................15 5.7. O AUTOR................................................................................................................15 5.8. DATA .....................................................................................................................15 5.9. PROPÓSITO .............................................................................................................15 5.10. CONTEÚDO .............................................................................................................16

6 - II E III JOÃO .......................................................................................................16

6.1. AUTORIA.................................................................................................................17 6.2. II JOÃO - PROPÓSITO................................................................................................17 6.3. CONTEÚDO .............................................................................................................17 6.4. III JOÃO - PROPÓSITO ..............................................................................................17 6.5. CONTEÚDO .............................................................................................................17

7 - JUDAS.................................................................................................................18

7.1. AUTORIA.................................................................................................................18 7.2. AUTOR ...................................................................................................................18 7.3. DATA .....................................................................................................................19 7.4. PROPÓSITO .............................................................................................................19

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1 - ROMANOS Nenhuma pessoa tem exercido tanta influência como intérprete do Senhor Jesus e da

fé cristã como o apóstolo Paulo, quer nos tempos antigos ou modernos. Certos elementos se têm mostrado infelizes ante essa influência de Paulo, porquanto supõem que ele perverteu o Evangelho de Cristo – em vez de interpretá-lo corretamente, sobretudo no que diz respeito à sua doutrina da graça, porquanto com base nos evangelhos sinópticos, poderíamos supor que o Senhor Jesus sempre foi um típico judeu, em sua doutrina soteriológica. Porém, até mesmo os que assim pensam acerca do apóstolo Paulo precisam admitir que ninguém jamais exerceu influência semelhante à sua, por todo o mundo cristão, em qualquer época.

O apóstolo Paulo foi o vaso escolhido de Cristo glorificado para levantar a Sua Igreja no mundo gentílico, revelando a todos os homens qual é a vontade de Deus por meio de Sua Igreja, e, ao mesmo tempo, revelar quais são os mais altos cimos do destino humano, tudo de conformidade com o plano divino. A fim de cumprir apropriadamente essa missão, Paulo teve de ser o incansável missionário do mundo gentio, bem como o profeta inspirado, através de seus escritos inspirados. Mediante esta combinação de dois fatores, naqueles primeiros tempos do cristianismo, Paulo ergueu, quase sozinho, a igreja cristã no mundo pagão.

Isto posto, se tivermos de falar sobre a influência literária de Paulo, será extremamente difícil exagerar acerca do impacto que a sua epístola aos Romanos tem exercido durante todos os séculos. Eleva-se acima de todas as demais porções do Novo Testamento, em sua declaração sobre a independência da Igreja de Cristo. Dentro de sua mensagem jazem, em forma de semente, todas as características distintivas do Cristianismo. Lutero costumava dizer que se pudéssemos preservar somente o evangelho de João e a epístola aos Romanos, o Cristianismo seria salvo.

1.1. Autoria

Dentre as treze epístolas tradicionalmente atribuídas ao apóstolo Paulo, nove delas são quase universalmente aceitas como de autoria paulina, quais sejam: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Filemon. As epístolas chamadas “pastorais” também são aceitas como paulinas apenas por um número bem reduzido de estudiosos modernos, porquanto se pensa que essas epístolas as quais contêm muito material de valor, foram produto da pena de algum dos discípulos de Paulo. A epístolas aos Efésios, na opinião de alguns eruditos, igualmente tem sido atribuída a algum dos discípulos de Paulo, especialmente nos últimos tempos. Já as nove epístolas acima citadas, são quase universalmente aceitas como epístolas genuínas do apóstolo Paulo. Dentre essas nove, uma aceitação absolutamente universal é conferida a quatro clássicos escritos paulinos, quais sejam: Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas. Dentre estas quatro, a epístola aos Romanos ocupa lugar de proeminência, não somente devido à sua extensão e ao seu tratamento mais completo acerca de questões de magna importância para a doutrina cristã, mas também porque os assuntos ali abordados são todos de grande profundidade e fundamentais para nossa fé. A epístola aos Romanos não foi a primeira obra inspirada a sair da pena do apóstolo Paulo, mas a sua importância lhe tem conquistado o primeiro lugar dentro do arranjo das epístolas paulinas, em nosso NT, o que também sucede entre as coleções ordinárias de epístolas paulinas escritas em grego e em outros idiomas antigos. Sendo essa a principal das epístolas de Paulo, e sendo Paulo uma das mais importantes personagens da história da humanidade, essa epístola pode ser reputada como um dos mais importantes documentos que a raça humana conhece.

A simples comparação entre as quatro obras clássicas de Paulo – Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas – no que diz respeito a questões de estilo e vocabulário, revela-nos que todas essas quatro epístolas foram indisputavelmente produzidas pelo mesmo autor sacro. Aceitar uma delas como paulina é aceitar todas as outras três, e rejeitar uma delas, é rejeitar as demais.

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1.2. Data, Proveniência e Destino

Podemos considerar os trechos de Atos 22 e ss e Rm 15:24,28 como indicações sobre o tempo em que esta epístola de Paulo foi escrita. Todas as indicações mostram-nos que o apóstolo escreveu-a quase no fim de sua permanência na Grécia, ou seja, em Corinto, durante a sua terceira visita àquela cidade (ver 2Co 13:1). Paulo escreveu esta epístola quando estava prestes a visitar a cidade de Roma, pois então se voltou decididamente para o Ocidente, porquanto cria que seus labores missionários se estenderiam naquela direção, atingindo, finalmente, até mesmo a Espanha. Assim sendo, Paulo provavelmente escreveu imediatamente antes da porção final de sua terceira viagem missionária, o que situaria a data da epístola a partir de 53 d.C. Alguns intérpretes, entretanto, atribuem-na a uma data cerca de quatro ou cinco anos mais tarde. A data da Epístola aos Romanos está vinculada à menção que Paulo faz da coleta em que estava atarefado, entre as igrejas gentílicas. As epístolas que mencionam esta questão são: Romanos (15:25-28), 1Coríntios (16:1-4), 2Coríntios (8-9) e, naturalmente, o livro de Atos (24:17). Os indícios de que dispomos, mostram-nos que quando ele escreveu a epístola aos Romanos, já havia completado o seu serviço de recolhimento da oferta, a última parte da qual foi efetuada em Corinto. A passagem de 2Co 9:3ss mostra-nos que, então, cumpria essa intenção, e se dirigia para Corinto a fim de completar sua incumbência, antes de subir a Jerusalém, a fim de levar a oferta completada. De Jerusalém ele iria Roma. Assim, pois, durante algum tempo, quando de sua permanência final em Corinto (que foi a terceira visita; ver 2Co 13:1), foi escrita esta epístola aos Romanos, por várias razões, entre as quais, essa de anunciar a sua visita que tencionava fazer ali.

1.3. Canonicidade

Nenhum os livros do Novo Testamento foi aceito como canônico antes da Epístola aos Romanos, pois quando se fizeram as primeiras declarações sobre o “cânon” neotestamentário, a epístola aos Romanos sempre foi incluída, e isto nos pronunciamentos de grupos ou pessoas ortodoxas ou heréticas. A passagem de 2Pe 3:15-17, que cita o trecho de Rm 2:4, chama-o de “escrituras”, sendo esse o mais antigo pronunciamento que temos sobre a canonização de qualquer dos livros do NT. Por conseguinte, pode-se dizer que a epístola aos Romanos aparece em primeiro lugar no “cânon” do NT. Outrossim, essa epístola foi escrita antes de qualquer dos evangelhos, com a possível exceção exclusiva do evangelho de Marcos, ainda que, na ordem cronológica, isto é, na ordem da escrita, a epístola aos Romanos apareça no sexto lugar entre os escritos de Paulo.

Márcion, aquele antiquíssimo herege (150 d.C.), incluía a epístola aos Romanos em seu cânon, e esse pronunciamento levou outros Pais da Igreja a fazerem seus respectivos pronunciamentos. Todos esses Pais da Igreja, sem qualquer exceção, dentre os que se preocuparam com esse problema, também incluíram a epístola aos Romanos em seus respectivos “cânones”. Os “cânones” mais antigos (pertencentes ao século II d.C.) incluíam cerca de dez das epístolas de Paulo, bem como os quatro Evangelhos, ou seja, os mais antigos livros do Novo Testamento, num total de cerca de catorze livros. Mas alguns estudiosos supõem que o próprio Márcion não preparou o “cânon” de sua época, mas antes, aceitou tão somente a opinião corrente da Igreja de seus dias. Se assim realmente sucedeu, então talvez possamos fazer retroceder o mais primitivo “cânon” neotestamentário para 125 d.C. mais ou menos.

Escritores anteriores, que não contavam com qualquer “cânon” formal, mesmo assim demonstraram respeito e conhecimento por diversas das epístolas de Paulo, incluindo a epístola aos Romanos. Entre estes podemos citar Clemente de Roma (95 d.C.), Inácio de Antioquia (110 d.C.) e Policarpo de Esmirna (110 ou 130 d.C.).

Inácio de Antioquia (martirizado em cerca de 110 d.C.), escreveu várias epístolas às Igrejas, como também uma endereçada a Policarpo, e esses escritos sobreviveram como uma “coleção”. Cabe-nos o direito, portanto, de suspeitar que muitos crentes, daquela época primitiva, possuíam várias coleções das epístolas de Paulo. Além disso, é extremamente improvável que qualquer coleção de epístolas de autoria de outrem tenha precedido a coleção dos escritos do apóstolo dos gentios. E, assim sendo, podemos supor que, pelo fim

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do primeiro século da era cristã, alguma forma de coleção já fora feita, tendo sido esse o mais primitivo “cânon” do NT, o qual, sem a menor sombra de dúvida, incluía a epístola aos Romanos.

A primeira dessas coleções consistia de dez dessas epístolas paulinas, conforme eram aceitas por Márcion, e, subseqüentemente, por outros Pais da Igreja. A ordem escrita por Márcion era a seguinte: Gálatas, 1 e 2 Coríntios, Romanos, 1 e 2 Tessalonicenses, Efésios, Colossenses, Filemon e Filipenses. E isso nos mostra quais as epístolas formadoras do mais primitivo “cânon”. Já a lista muratoriana, feita posteriormente, pertencente cerca de 200 d.C., apresenta uma ordem diferente, a saber: 1 e 2 Coríntios, Efésios, Filipenses, Colossenses, Gálatas, 1 e 2 Tessalonicenses, Romanos e Filemon. Com esse número e com essa ordem de epístolas paulinas, Tertuliano (cerca de 200 d.C.), parece concordar.

Os elementos hereges, que admitiam a canonicidade da epístola aos Romanos, além de Márcion, foram os seguintes: os ofitas, Basilides, Valentino, Heracleon e Ptolomeu, Taciano. Crentes de séculos posteriores, que igualmente aceitavam a epístola aos Romanos como canônica, foram: as Igrejas de Viena e Lions, Atenágoras e Teófilo de Antioquia.

1.4. A Igreja Cristã em Roma

A Igreja Cristã da cidade de Roma já existia por algum tempo quando Paulo lhe escreveu a epístola que tem o seu nome (ver Rm 1:8,10,12,13; 15:23). Em At 28:15 a existência da Igreja Cristã de Roma é aceita como algo largamente conhecido, do que é demonstrado pelo grupo de irmãos que veio receber Paulo, no Apio Fórum como representação oficial daquela Igreja. A data e a circunstância da origem e da organização da Igreja de Roma, entretanto, não podem ser determinadas com qualquer precisão, ainda que existam diversos informes tradicionais a esse respeito. Existem tradições que vinculam tanto Pedro quanto Paulo aos primórdios da Igreja de Roma, mas esses declarações se alicerçam mais no zelo torcido, que pretendia conferir aquela Igreja um início importante e digno e não em fatos conhecidos sobre o caso. Clemente de Roma, já em 95 d.C. liga ambos esses apóstolos a Roma no que diz respeito ao martírio deles. Isso já parece muito mais provável, tendo obtido boa dose de aceitação, por parte de muitos.

Cumpre-nos observar, entretanto, que o apóstolo Pedro ainda se encontrava em Jerusalém, no tempo da conferência referida em Gl 2:1-10, que corresponde à chamada visita da fome, que Paulo fez a Jerusalém, segundo se vê em At 11:27ss. Portanto, é altamente improvável que Simão Pedro tenha tido qualquer participação pessoal na fundação da Igreja Cristã de Roma. Além disso, Paulo nos dá a impressão de que a Igreja romana fora estabelecida muitos anos antes de sua visita: “... e desejando há muito visitar-vos” (Rm 15:23). – Em parte alguma Paulo dá a impressão de que a fundação dessa Igreja tenha sido realização sua. Andrônico e Júnias, compatriotas judeus de Paulo, já estavam em Cristo antes de Paulo (ver Rm 16:7), e, se o décimo sexto capítulo da epístola aos Romanos realmente faz parte original desse livro, tendo sido endereçado aos romanos, então vemos que a Igreja Cristã original dali teve seu começo antes mesmo da conversão de Saulo de Tarso. É bem possível que foram convertidos judeus, quando do dia de Pentecostes (ver At 2), vindos de Roma a Jerusalém, a fim de participarem daquela festa religiosa, que voltaram à sua cidade, e através de seu testemunho, formou-se um núcleo original, que tornou-se a base daquela igreja local. Sendo assim, somente de forma muito indireta é que Pedro foi fundador da Igreja Cristã da cidade de Roma, embora ele mesmo não o tenha feito, indo a Roma.

Outrossim, as primeiras perseguições movidas contra a Igreja de Jerusalém e das áreas em derredor sem dúvida, forçavam alguns crentes a se exilarem em Roma, onde podiam dar continuação a uma vida normal, perdidos em meio à uma população numerosíssima. Esses convertidos originais da Igreja de Roma, por conseguinte, mui provavelmente eram todos judeus. Mas não tardou que o elemento passasse à maioria dominante, conforme se depreende de trechos como Rm 1:5,13; 9:3,4: 10:1. Que a Igreja de Roma consistia tanto de judeus como de gentios, podemos compreender com base nos seguintes versículos: Rm 1:5,12-16; 3:27-30; 4:6; 6:19; 11:13,25,28,30; 15:1,8,15. A lista de nomes, existente no décimo sexto capítulos de Romanos, para os quais Paulo se dirigiu,

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inclui tanto nomes de origem judaica, como de origem gentílica, principalmente grega, e não latina, e isso talvez indique que muitos dos convertidos eram gregos que residiam em Roma.

A mais antiga declaração sobre essa questão, de um ponto de vista não bíblico, foi a de um escritor do século IV d.C., chamado Ambrosiastro. Ele escreveu o seguinte: “É fato estabelecido de que havia judeus que habitam na cidade de Roma, no tempo dos Apóstolos, e que aqueles judeus que haviam crido em Cristo, passaram para os romanos a tradição de que deveriam professar a Cristo, mas também guardar a Lei. Não deveríamos condenar os romanos, mas antes, louvar a sua fé, porquanto, sem quaisquer sinais ou milagres, e sem terem visto qualquer dos apóstolos, não obstante, aceitaram a fé em Cristo, ainda que de conformidade com os ritos judaicos”.

Não há qualquer evidência sólida em contrário a essa declaração de Ambrosiastro, a qual sem dúvida é exata. Portanto, chegaram à cidade de Roma os cristãos, antes de quaisquer missionários cristãos apostólicos ou não. Essa citação também subentende aquilo que podemos depreender da epístola de Paulo àquela Igreja, isto é, que originalmente aquela congregação tinha um caráter judaico. E isso provavelmente explica o poderoso argumento de Paulo em prol da justificação pela fé, logo nos primeiros capítulos dessa epístola, como também no tratamento amplo que ele dá à questão da cegueira e a final restauração da nação de Israel, nos capítulos 9 e 11 da mesma, porquanto haviam em Roma crentes que estariam intensamente interessados por esses esclarecimentos.

1.5. Propósitos

Podemos estar certos de que os poderosos argumentos de Paulo sobre a justificação pela fé, nos capítulos 1 a 5 da epístola aos Romanos, não eram de natureza meramente informativa e didática. Também eram de fundo apologético. Em outras palavras, ele fazia a oposição aos judaizantes que atuavam na cidade de Roma, os quais sentiam obrigação ante as leis cerimoniais mosaicas, bem como ante o conceito de salvação através de obras, formalidades e ritos religiosos. Já tivemos ocasião de notar, na quinta divisão deste trabalho qual era o provável caráter judaico da Igreja Cristã de Roma, e seria apenas natural esperarmos que ali agissem alguns elementos de tendência judaizante, não menos do que as igrejas da Galácia.

O apóstolo Paulo tencionava fazer trabalho missionário no Ocidente, começando o mesmo com uma visita a Roma, e daí estendendo sua jornada até a Espanha e territórios adjacentes. E desejava encorajamento dado pelo crentes de Roma, bem como qualquer ajuda que fossem capaz de prestar-lhe (ver Rm 15:24).

Na igreja de Roma tinham surgido dificuldades de natureza doutrinária e prática, - e Paulo estava ciente desses problemas. Alguns dos membros gentios da mesma abusavam da liberdade cristã, participando de alimentos oferecidos a ídolos e fazendo outras coisas perniciosas, que eram especialmente ofensivas para o segmento judaico daquela igreja (ver os capítulos 14 e 15).

Havia muitas indagações, entre os primitivos cristãos de origem judaica, acerca da posição da nação de Israel aos olhos de Deus, bem como sobre a validade sobre as promessas feitas aos patriarcas, agora que a nação judaica havia rejeitado o Messias, o Senhor Jesus. Tal rejeição significava que os judeus seriam repelidas irrevogavelmente por Deus? Por essa razão é que encontramos os esclarecimentos dados por Paulo, nos capítulos 9 a 11 dessa epístola, o que forma a explicação mais completa sobre esse assunto.

A epístola aos Romanos é de natureza didática, pois nem tudo o que Paulo escreveu visou dar solução a algum problema. Seus estudos completos sobre a doutrina da graça e da fé (capítulos 1 a 5), seu estudo sobre a vida piedosa, sobre a graça de Deus (cap. 6), seu tratamento sobre o matrimônio (cap. 7), e sua sessão prática geral, sobre a moral e a conduta cristãs (capítulos 12 a 15), têm por propósito ensinar, informar e iluminar, e não meramente resolver determinados problemas. Acima de todas as suas demais epístolas, Paulo escreveu aos romanos a fim de fazer uma exposição ordeira e completa das mais importantes verdades cristãs.

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Paulo apresentou novas revelações, novas idéias e novos profundos conceitos, como a doutrina da transformação dos crentes segundo a imagem de Cristo e a herança que possuem nEle (cap. 8), o que também nos mostra que um dos principais propósitos do apóstolo dos gentios era de informar aquela igreja sobre seu elevado destino. Ver este conceito também em 2Co 3:18, 1Co 15:49 e em Ef 1:23; 3:19.

1.6. Temas Principais

Queremos apresentar abaixo uma declaração ampla acerca dos temas abordados na epístola aos Romanos.

A. A justiça de Deus, que requer um plano de redenção para o homem. Os capítulos 1 a 3 trazem a lume a acusação de Deus contra a culpada raça humana, composta de judeus e gentios, igualmente culpados. A revelação dada pela natureza condena os povos gentílicos, e a revelação escrita da lei mosaica condena os judeus, porquanto nem um nem outro obedeciam à luz que possuíam (ver os capítulos 1 e 2). Portanto, a “ira” é um fator que precisa ser levado em conta, porquanto justiça e ira são elementos inseparáveis da natureza divina. Pois o pecado não pode passar sem receber a sua devida retribuição, porque isto seria contra a justiça de Deus (ver cap. 3).

B. Cristo é a justiça de Deus, a qual pode ser imputada ou atribuída aos homens. Existem dois homens representativos: Adão, em que todos os homens morrem; e Cristo, em que todos os homens são vivificados. A sentença oficial contra o homem reside em Adão, como representante da humanidade, ao passo que a redenção espiritual do homem reside em Jesus Cristo, através de Quem fluem até nós todas as bênçãos celestiais. Esse fluxo de bênçãos espirituais chegam até nós mediante as realidades da justificação, da regeneração, da santificação e da glorificação, tudo o que é feito através do Espírito (ver os capítulos 5 e 8).

C. A fé é o veículo por meio do qual fluem as bênçãos de Cristo. A fé não é meritória, por si mesma. A idéia do ensinamento bíblico não é que Deus fica mais satisfeito com a fé do que com as obras, como se a fé fosse mais meritória do que estas. Pelo contrário, a fé consiste em uma entrega confiante da alma, sendo ela mesma resultado da atuação do Espírito Santo. Portanto, a fé é o primeiro passo da regeneração, e vem à tona por meio da conversão, sendo uma virtude gêmea do arrependimento, que também é operação do Espírito de Deus. Essa atuação do Espírito de Cristo, naturalmente, se verifica em união e cooperação com a vontade humana, já que Deus não reduz o homem a um mero autômato (ver capítulos 4 e 5). Em todo esse processo, domina a graça divina. Paulo tinha em mente uma religião mística na qual há um contacto genuíno de Deus com o homem, por intermédio do Seu Espírito, em que a salvação se torna uma experiência viva, e não uma doutrina inanimada e fria, como se tudo não passasse no assentimento a um credo de qualquer espécie.

D. A identificação espiritual com Cristo, mediante um batismo espiritual (morte e ressurreição) é o tema do sexto capítulo. Por semelhante modo trata-se de uma doutrina mística, pressupondo um contacto real, ao nível da alma, com o Espírito de Cristo, o que capacita o crente a ser vencedor. Aquele que goza desse contacto deve levar uma vida diária transformada. Pois aquele que não desfruta de uma vida diária transformada não desfruta também dessa comunicação com Cristo, ao nível de sua alma. Assim, pois, a graça divina capacita o homem a triunfar. E essa graça divina é outorgada aos homens pela pura bondade e a misericórdia de Deus, e não provocada por qualquer mérito que o homem porventura possua.

E. O conflito entre a antiga e a nova natureza, que existe no indivíduo regenerado, é considerado no sétimo capítulo. Os intérpretes não estão acordes entre se isso significa o conflito antes da pessoa converter-se, embora já sujeita a certas influências espirituais, ou se se refere à experiência cristã, após a conversão, em que o crente continuaria tendo problemas com a carne. A experiência humana natural, entretanto, mostra-nos que pode haver aplicação desse ensino paulino a ambos os aspectos, e que esse conflito pode ocorrer tanto antes como depois da conversão.

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F. Os mais profundos temas desta epístola são apresentados todos no capítulo oitavo, isto é, as doutrinas da chamada, da eleição, da predestinação, da justificação, da glorificação, da herança e da segurança eternas. A gama de ensinamentos paulinos, nesta sua epístola aos Romanos, portanto, é bastante lata, todavia, existe um tema dominante em tudo. A reforma protestante enfatizou a retidão e a justificação pela fé, questões estritamente legais, sem jamais ter levado a Igreja Cristã aos pensamentos paulinos mais profundos. É lamentável que a Igreja em geral tenha obtido tão parco progresso na percepção espiritual, desde aquela época. Os membros comuns das Igrejas Evangélicas, ainda mesmo aqueles que conhecem bem a epístolas aos Romanos e a doutrina cristã em geral, quando indagados sobre qual o tema dominante do Evangelho de Cristo, invariavelmente retrucam com a “justificação pela fé” ou com o “perdão dos pecados”. No entanto, o Evangelho de Cristo consiste em muito mais do que isto...

2 - EPISTOLAS GERAIS As Epístolas de Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas, pertence àquela classe de

epístolas do Novo Testamento chamadas " Gerais. Tal designação foi dada a estas sete cartas nos primórdios da história da igreja, pelo fato de cada uma ser endereçada à igreja em geral, e não a uma única congregação.

A igreja primitiva incluiu 2 e 3 João como epístolas gerais. Essas, contudo, são epístolas pessoais dirigidas a indivíduos.

3 - TIAGO A primeira menção nominal à epístola de Tiago aparece no início do terceiro século.

Entre os primeiros textos cristãos não-canônicos, o Pastor de Hermas é o que mais apresenta paralelos com Tiago, encontra-se vários temas característicos de Tiago; estímulos à oração com fé.

Entre o quarto e quinto século a influência de Jerônimo foi importante na aceitação final pela igreja da epístola de Tiago. Em um documento que devia possuir uma certa importância, Jerônimo identificou o autor como o "irmão" do Senhor. Por volta desta época, Agostinho acrescentou a força de sua autoridade e nenhuma outra dúvida foi levantada até o período da Reforma.

Assim Tiago passou a ser reconhecida como canônica em todos os segmentos da igreja primitiva. Mas é importante enfatizar que Tiago não foi rejeitada, mas negligenciada.

A. Como se explica tal negligência? Pode ter sido a incerteza da origem apostólica do livro, uma vez que o autor se identifica apenas pelo nome de Tiago.

Outro fator pode ter sido o caráter tradicional do ensino de Tiago, contendo pouca doutrina, portanto pouco combustível para os ardentes debates teológicos na igreja primitiva.

Talvez, a natureza e o destino da epístola. A epístola tem forte orientação judaica, e provavelmente foi escrita para os judeus.

3.1. Autoria

O autor da carta simplesmente se identifica como "TIAGO"

A. Quem é este indivíduo? Sabemos que no Novo Testamento há pelo menos três pessoas com esse nome no Novo Testamento: Tiago, filho de Zebedeu; Tiago, filho de Alfeu; e Tiago, irmão de nosso Senhor Jesus Cristo.

Embora as escrituras não sejam precisas sobre esta questão, a maioria dos eruditos concorda em identificar o autor desta epístola com Tiago, irmão de Jesus. Tiago filho de Zebedeu foi morto por Herodes (Atos 12:2). Tiago filho de Alfeu só vem mencionado na lista

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dos apóstolos e talvez Mar. 15:40 se refere a ele. Resta o Tiago; irmão do Senhor, homem que ocupava uma posição de grande autoridade na igreja em Jerusalém, presidindo as assembléia e pronunciando palavras de autoridades. O tom de autoridade desta epístola condiz bem com a posição de primazia atribuída a ele. (Atos 15: 6 - 29; 21: 18) Ficamos, então, com Tiago, o irmão do Senhor, como o mais provável autor desta epístola.

3.2. Autor

Forte antagonista do Senhor, durante seu ministério terreno. João 7:5 Tiago veio a se converter após a ressurreição de Cristo, (I Cor.15:7) em um encontro especial, com Cristo já ressuscitado.

Tornou-se Bispo da igreja em Jerusalém (Atos 15:13) e foi reconhecido comosuperior até mesmo pelos apóstolos. Atos 12:17.

Tinha grande preocupação com os Judeus (Tiago 1:1) e dava apoio a evangelizaçãodos gentios. Atos 15:19

O Apóstolo Paulo aconselhava-se com Tiago. Atos 21:18

Diz-se que orava intensamente.

Foi assassinado pelos Judeus no ano 62 A.D.

3.3. Data

Sendo Tiago, o irmão do Senhor, quem escreveu a carta, conforme argumentos, ela deve ser datada em algum tempo antes de 62 AD. Ano em que Tiago foi martirizado.

Algumas autoridades apresentam argumentos na defesa de uma data entre os anos de 45 a 53 AD, pelo fato da epístola omitir alguns fatos ocorridos na época como o Concílio de Jerusalém e a resolução que lá fora tomada.

3.4. Propósito

Os cristãos Judeus atravessaram um período de provas e tentações terríveis, e Tiago escreve para anima-los e para conforta-los.

Sucediam-se grandes desordens nas assembléias cristãs, judaicas e ele escreve para instruir as mesmas.

Havia a tendência de divorciarem a fé das obras.

3.5. Conteúdo do Livro

Há pouca doutrina. nesta epístola, mas muito de prática e de moral. Tiago, soube ser muito prático, vivia o que pregava.

Este é o livro do viver santo. Seu verso chave é 2:26, na verdade, um tratado muito prático, sobre a fé, sua natureza e obras.

A. Saudação. Notemos sua humildade não fazendo referência a sua relação com Jesus. Quando se refere a Jesus, o faz com reverência (Família).

B. A Fé e Provações. Tiago 1:2-21 . Tentações no grego (pairasmos) significa provações com um propósito e efeito benéfico, divinamente permitida ou enviada. (Para aperfeiçoar o cristão).

Devemos ter em conta que as Tentações (Provações) é uma gloriosa oportunidade para por à prova a nossa fé (vv. 2-4).

Pedir a Deus a sabedoria afim de enfrentar as tentações (vv. 5-11). Observar o verso 12 (“Bem aventurado”).

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Romanos e as Epístolas Gerais - 9

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Tentações com efeito maléfico não vem de Deus (vv. 13-18).

Sob a provação sede paciente (vv. 19-21).

2 Timóteo 3:12: as provações são constantes.

Romanos 8:18: não se compara com a glória futura.

C. Fé e Obras. Tiago 1:22-26. Este tema é ponto principal desta epístola e contém declarações que tem dado lugar a infindáveis debates na igreja. Foi este tema que levou Lutero a proferir sua famosa critica, quando chamou esta carta de palha.

Tiago 2:24 – “Vede então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pelas...”

Romanos 3:28 – “Concluímos pois que o homem é justificado pela Fé sem as obras da lei.”

Para interpretarmos corretamente estes dois versos, devemos observar o propósito de cada autor.

TIAGO PAULO

Pastor Missionário

Se preocupa com a santificação Se preocupa com a salvação

Fala da vida após a conversão Fala da vida do novo convertido

3.6. A Fé e as Obras se Completam (Ef. 2:8-10)

Este tema tem mostrado que, a fé, quando viva e real, se evidencia pelos seus frutos, ou seja, através das obras.

A. A Fé e as Palavras. Tiago 3:1–12. Tiago já demonstrou sua preocupação com os pecados da língua. Em 1: 19, ele encorajou seus leitores a serem tardios para falar.

Aqui, ele revela que uma das provas de sermos justificados é nas nossas - palavras - essas dirão quem somos. Vejamos os efeitos nocivos de uma língua sem controle:

Lucas 6:45 – “O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.”

Filipenses 2:14 – “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas;”

Apocalipse 22:15 – “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira.”

Mateus 12:36 – “Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.”

B. A Fé e a Sabedoria. Tiago 3:13-18. Há uma distinção entre conhecimento e sabedoria.

O sábio é aquele que tem fé, é submisso a Deus e ensinado por Ele.

É possível alguém conhecer muita coisa e ter pouca sabedoria. Há entretanto uma sabedoria falsa, simulada, que produz invejas e rivalidades. Tal espécie de sabedoria não é divina, e pode ser:

Tiago 3:15 – “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.”

Terrena, sabedoria do mundo (I Coríntios 1:20-21),

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Animal, sabedoria natural sem relação espiritual,

Demoníaca, sabedoria de proveniência satânica.

A sabedoria verdadeira é de origem lá do alto verso 15, sua natureza não é terrena, sensual ou demoníaca; antes é sobrenatural, sua excelência é sétupla:

Pura, Pacifica, Meiga, Conciliadora, Misericórdia, Bons frutos, Simples, Sincera.

C. Fé e Oração. Tiago 4:1-17; 5:7-20. Este parágrafo final da epístola contém uma de suas notas características. Desde o principio Tiago vem insistindo na necessidade de orar e no valor da oração.

Tiago cultivava o habito de orar. Uma tradição a seu respeito diz terem-se calejado os seus joelhos, ficando como os de camelo, devido as constantes orações.

Por conseguinte, seu conselho aos que sofrem é que orem pois dai vem o auxílio e conforto.

A falta de oração.

o “... Nada tendes porque não pedis.” (4:2).

o “Nunca dizem se o Senhor quiser.” (13-15).

o “Não prosperam e nada perduram” (Jeremias 10: 21).

Orações não respondidas.

o “Pedis, e não recebeis, por que pedis mal...” (4:3).

Pedem para seu deleite próprio .

o Por causa do pecado (Isaías 59:2).

o Por causa da desobediência (Hebreus 2:2).

o Por causa das dúvidas (Tiago 1:5-7).

o Contra a vontade de Deus (II Cor. 12:9).

o Sem fé (Mateus 21;22).

o Sem sentido (Jonas 4:3).

4 - I PEDRO Esta epístola nos oferece uma ilustração esplêndida de como Pedro cumpriu a missão

que lhe foi dada pelo Senhor: "tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos" (Lucas 22:32).

Purificado e confirmado por meio do sofrimento e amadurecido pela experiência, Pedro podia pronunciar palavras de encorajamento a grupos de cristãos que estavam passando por duras provas.

Muitas das lições que ele aprendeu do Senhor, ele fez saber aos seus leitores. Aqueles a quem esta epístola se dirige, estavam passando por tempos de prova. Assim, Pedro os anima demonstrando-lhes que tudo quanto era necessário para Ter força, caráter e coragem havia sido provido na graça de Deus.

Ele é o Deus de toda a graça (5:10), cuja mensagem ao seu povo é: " A minha graça é suficiente ". O tema desta epístola pode ser: a suficiência da graça divina e a sua aplicação prática com relação à vida cristã e para suportar a prova e o sofrimento.

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4.1. Autoria

Aparentemente, a questão da autoria de I Pedro é simples. Logo no início da carta, lemos o seguinte: Pedro, apóstolo de Jesus Cristo... Conforme o costume da época, começava-se uma carta dizendo-se o nome e a quem se estava escrevendo.

I Pedro, então, apresenta-se como tendo sido escrita pelo conhecido apóstolo Pedro.

A. Alguns argumentos contra a autoria petrina, Vejamos:

I Pedro foi escrita num grego bastante culto, revelando por parte de quem aescreveu um bom domínio dessa língua. Pedro era um homem pescador da Galiléia,das margens do, judeu: como poderia ele conhecer tão bem o grego? Ademais, emAtos 4:13, ele, junto com João, é chamado de "Homem Iletrado e inculto". Poderiaesse Pedro ser o mesmo que aqui está escrevendo uma carta em bom e fluentegrego, mostrando aqui e ali detalhes retóricos que indicam alguém bastante capazno uso dessa língua? Foi utilizado, na escrita, um grego polido, culto de altasociedade, 36 termos utilizados não se acha em nenhum autor clássico da época.

I Pedro estaria pressupondo a "teologia paulina". Ou seja parece mais que o autor éum discípulo de Paulo do que o apóstolo Pedro, homem de uma tradiçãoindependente, que não precisaria estar modelando o seu ensino pelo de Paulo (porexemplo no que Gálatas 2 nos fala de certas diferenças de pontos de vista, ouprática, entre os dois).

Tais dificuldades se dissipam a vista de I Pedro 5:12. Por Silvano, nosso fiel irmão, como o considero, escravo abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus; nela permanecei firmes.

Silvano, de I Tes. 1:1 e II Tes. 1:1, e Silas, de Atos 15:18, é o mesmo que auxiliou Pedro na elaboração desta epístola.

4.2. Autor

Pedro no grego “pedra” o equivalente em aramaico é Cefas. Tinha um irmão também discípulo, André e eram pescadores de profissão (Mateus 4:18). E Jesus, andando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores.

Casado, porém não sabemos quem era sua esposa (Mateus 8:14).

Residia em Cafarnaum (Marcos 1:21-29).

Era impulsivo (Mateus 14:28).

Indouto (Não doutor) (Atos 4:13).

Sincero (Mateus 18:21).

Demonstrava lealdade (João 6:68).

Corajoso (João 18:10).

Falava muitas coisas sem pensar (João 13:6-10).

Foi martirizado na época de Nero.

Segundo a tradição ele fora crucificado de cabeça para baixo por opção própria poisachava que não era digno de ser crucificado como Cristo

4.3. Data

Provavelmente esta carta tenha sido escrita por volta de 62 a 64 AD, devido as grandes perseguições da época.

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Em 62 ocorreu o martírio de Tiago causando assim a separação entre o cristianismo e o judaísmo, abrindo caminho à tempestade de perseguições. Dois anos depois em 64 AD ocristianismo foi considerado ilegal, nesta época Nero os acusa de incendiários.

4.4. Propósito

Evidentemente foi escrita com duplo propósito:

Muitos crentes primitivo chegaram a pensar que Paulo e Pedro esboçavamdiferentes idéias sobre os fundamentos da Fé cristã, para destruir estes mauspensamento é que Pedro a escreveu e a remeteu, justamente, por um companheirode Paulo ás igreja Asiáticas.

Outro propósito do escritor, foi o de animar e fortalecer os judeus convertidos, osquais, a essa altura, passavam por duas provações e enfrentevam amargasperseguições, assim fazendo, Pedro cumpria o ministério que impusera o nossoSenhor. Lucas 22:31-32 Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandarcomo trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando teconverteres, fortalece teus irmãos.

4.5. Conteúdo

Esta é essencialmente a epístola da esperança, esperança viva, fundada na ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.

É portadora da certeza de uma herança gloriosa, descrita como incorruptível, incontaminada. Pedro coloca estes pensamentos, acerca da viva esperança e da herança gloriosa, no princípio de sua carta, para encorajar seus companheiros de fé com as consolações do evangelho, a fim de que permaneçam firmes no dia da prova de fogo, suportando pacientemente sobre as perseguições, aflições e tentações.

A. A Grande Salvação. I Pedro 1: 3-13. A Salvação não somente é uma bênção presente, por meio da qual recebemos perdão, justificação, santificação e outros dons divinos; atingirá sua plenitude somente quando formos apresentados sem defeito diante do Trono, feitos semelhantes a Cristo.

Tal Salvação, em seu sentido mais amplo, está preparado agora e aguarda sua manifestação no último Tempo (v. 5). Esta salvação gloriosa que, pela graça, é nossa através de sofrimento e provas nos leva ao gozo inefável e glorioso eternamente.

B. O Convite a Santidade. I Pedro 1:4; 2:10. O convite para a santidade é necessariamente um convite para a obediência. Pedro emprega muito nesta epístola a palavra obediência. O primeiro dever do homem sempre foi obedecer a Deus, guardando-lhe os mandamentos e fazendo-lhe a vontade. Cristo em seus ensinos deu ênfase a isto constantemente.

Esta exortação vem reforçada por uma citação em Levítico 11:44, livro cuja palavra chave é Santidade.

O sentido fundamental da Palavra SANTO é separado, retirado do uso ordinário e posto a parte para uso sagrado.

C. Deveres Cristãos. Havendo tratado dos privilégios especiais que lhes pertenciam como novo cristão, o apóstolo passa a esboçar alguns princípios que devem governar a vida deles como membros da comunidade de que agora fazem parte.

Devem manifestar este comportamento conveniente submetendo-se ás autoridades. Surge a questão; até onde o cristão está obrigado a obedecer as ordens das autoridades ?

Submissão as autoridades (I Pedro 2:11-25).

o Civis (v. 14).

o Superiores (v. 18).

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Boa Conduta no Lar (I Pedro 3:1-7).

o O porte da esposa (v. 1).

Amor Fraternal (I Pedro 3:8-22).

o Até para com os inimigos (v. 16).

Ofício Pastoral (I Pedro 5:1-9).

o Dedicação ao rebanho (v. 2).

5 - II PEDRO A primeira epístola de Pedro trata do perigo fora da igreja: perseguições. A Segunda

epístola, do perigo dentro dela: a falsa doutrina. A primeira foi escrita para animar, a Segunda, para advertir.

O tema pode-se resumir da seguinte maneira: um conhecimento completo de Cristo é uma fortaleza contra a falsa doutrina e uma vida impura.

5.1. Autoria

A epístola declara, explicitamente, ser a obra de Simão Pedro (1:1). O autor apresenta-se como tendo presenciado a transfiguração de Cristo (1:16-18), e sido avisado por Cristo de sua morte próxima (1:14). Significa que a epístola é um escrito autêntico de Pedro, ou de alguém que se declara ser Pedro. Se bem que demorasse a ser recebida no Cânon do N.T.

Não há, no Novo Testamento, um livro que suscite tanta questão como esta epístola, no que diz respeito a sua autoria.

Esta epístola tem passado pelos séculos em meio a tempestades. Sua entrada no Cânon foi extremamente precária. Na Reforma, foi considerada por Lutero como Escritura de Segunda classe, foi rejeitada por Erasmo e olhada com hesitação por Calvino. As perguntas críticas que levanta são muito desconcertantes.

Vejamos algumas objeções sobre esta autoria, porém essas objeções podem ser resolvidas de maneira satisfatória;

Não podia ter sido escrito o ver. 16 do capítulo 3 durante a vida de Pedro (66-67d.C).

O capítulo 2 igual a Epístola de Judas. (Não se admite que Pedro fosse umplagiador de Judas).

O contraste com I Pedro. A linguagem é bem diferente (e isto de modo marcante nooriginal) e o pensamento também é muito diferente. O Grego de I Pedro é polido,culto de alta sociedade (dos melhores da Bíblia), dignificado. O grego de II Pedro érude, fraco e limitado com frases desajeitadas.

Obs. II Pedro 1:17-18 A experiência no monte da transfiguração.

5.2. Data

Se I Pedro foi escrita durante as perseguições desencadeadas por Nero, e se Pedro foi martirizado nela, então esta epístola deve Ter sido escrita pouco antes de sua morte, provavelmente, por volta de 67AD.

5.3. Propósito

A Segunda epístola de Pedro foi escrita com um propósito bem diferente da primeira. A primeira foi delineada para animar e fortalecer os cristãos sob as provações.

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II Pedro foi escrito para advertir contra a apostasia vindoura, quando líderes na igreja, por interesses pecuniários, permitiriam licenciosidade e toda má ação; apostasia em que a igreja deixaria de aguardar a vinda do Senhor, e para dar a entender que essa vinda podia demorar longo tempo.

5.4. Conteúdo

Esta carta contém referências sobre a Exortação na graça e no conhecimento divino, as advertências contra os falsos mestres as promessas da vinda do senhor.

É feita em três divisões, como segue:

A. O Progresso dos Cristãos (1:3-21). Deus é a fonte de todo crescimento espiritual, Ele tem feito tudo quanto é necessário implantando a natureza divina mas o cultivo da nova vida, assim recebida, deve ser providenciado por quem a recebeu, na dependência do Espírito Santo (II Pedro 1:5).

Cada qualidade é considerada uma espécie da camada em que nutre a qualidade seguinte.

A existência abundante “destas coisas” levam o crente a frutuosa atividade em Cristo, porém a ausência destas coisas leva a cegueira espiritual (II Pedro 1:8-9).

B. Os Falsos Mestres (2:1-22). Em volta deste capítulo tem-se travado a controvérsia denominada de Pedro-Judas. A semelhança entre os dois documentos é muitíssimo impressionante, especialmente II Pedro 2:2,4,6,11,17 e Judas 4-18.

Começa este capítulo lembrando Que na história de Israel muitos falsos mestres surgiram. Nosso Senhor também advertiu contra falsos mestres. Pedro confirma agora tais advertências

Da parte final deste capítulo colhe-se que esses falsos mestres já haviam aparecido e estavam agindo na Igreja.

C. A Esperança dos Cristãos. O capítulo final da epístola começa referindo o propósito que o apóstolo teve em escrever, a saber, " despertar com lembrança a vossa mente esclarecida" recordar-lhes o ensino dos profetas e dos apóstolos, especialmente os avisos de que nos últimos dias se levantariam homens que ridicularizariam a idéia da Segunda vinda do Senhor. Ver. 4

D. Por que a Segunda vinda do Senhor era ridicularizada? Leiamos II Pedro 3:8-9. A esperança do cristão sempre foi a vinda do Senhor e a demora foi motivo de desanimo para alguns.

Esta demora tem sua razão de ser no caráter e no propósito de Deus. Qualquer aparente demora deve-se antes interpretar como oriunda de compaixão misericordiosa.

Sua demora é mais uma oportunidade de salvação, e não é sinal de esquecimento.

5.5. I JOÃO

O Evangelho de São João expõe os atos e palavras que provam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; A primeira epístola de São João expõe os atos e palavras obrigatórios àqueles que crêem nesta verdade. O Evangelho trata dos fundamentos da fé cristã, a epístola, dos fundamentos da vida cristã. O Evangelho foi escrito para dar um fundamento de fé; a epístola para dar um fundamento de segurança.

A epístola é uma carta afetuosa de um pai espiritual a seus filhos na fé, na qual ele os exorta a cultivar a piedade prática que produz a união perfeita com Deus, e a evitar a forma de religião em que a vida não corresponde à profissão.

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5.6. Autoria

Esta epístola foi escrita pelo velho apóstolo João, mais ou menos no ano 90 AD., provavelmente de Éfeso.

Não foi endereçada a uma igreja, em particular, nem a um indivíduo, mas, a todos os cristãos.

As epístolas que trazem o nome de João são anônimas. A primeira não tem dedicatória nem assinatura. Há porém, afinidade tão íntimas entre ela e o quarto evangelho, no tocante ao estilo e a matéria versada, que a maioria dos eruditos concordam que os quatro escritos tiveram um só autor.

5.7. O Autor

Pescador, irmão de Tiago e filho de Zebedeu. Mateus 4:21

Conhecido como apóstolo do amor, um dos discípulos mais íntimos de Jesus. De acordo com a antiga tradição, João fez de Jerusalém seu centro de operações, cuidando da mãe de Jesus enquanto ela viveu, e, depois da destruição, fixou residência em Éfeso, que, no fim da geração apostólica, tornara-se o centro da população cristã, tanto em número como pela posição geográfica. Aí viveu e chegou à idade avançada. Seu cuidado especial era pelas igreja da Ásia.

Entre seus discípulos, contavam-se Policarpo, Papias e Inácio, que vieram a ser, respectivamente, bispos de Esmirna, Hierápolis e Antioquia.

Escreveu o Evangelho, três epístolas e o Apocalipse, perto do fim do século.

Responsável para cuidar de Maria (João 19:27).

São João não morreu mártir porém fora exilado na Ilha de Pátmos para que ali morresse e então O Senhor deu-lhe a visão descrita no livro do Apocalipse. Segundo tradição, João foi jogado em um tacho de óleo fervente e mesmo assim o Senhor o preservou com vida.

5.8. Data

Provavelmente por volta do ano 90 AD em Éfeso, onde João vivia.

5.9. Propósito

A epístola foi escrita num tempo em que a falsa doutrina, do tipo gnóstico, havia surgido e até levado alguns a se afastar da igreja 2:19 Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.

Sem dúvida, ao escrever esta epístola, João tinha em mente combater o gnosticismo.

Nota: Gnosticismo (Conhecimento). filosofia falsa que se propagou nos dois primeiros séculos do cristianismo. Alguns ensinamentos:

A matéria é má, só o espírito é bom porém somente através do saber o espírito dohomem pode libertar-se desta prisão e ergue-se para Deus.

Negava a encarnação de Cristo, porque, sendo Deus bom não lhe era possívelentrar em uma matéria má.

Não aceitava a salvação pelo sacrifício da cruz, se a salvação vinha pelo saber.

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5.10. Conteúdo

Não tem saudações ou quaisquer alusões pessoais. Tem mais a natureza de uma dissertação sobre a crença e deveres dos crentes, do que a de uma certa igreja. O livro é uma carta íntima do Pai aos Seus filhinhos.

A freqüente repetição da palavra "Amor" e a expressão "filhinho", faz com que a carta tenha uma atmosfera de ternura

A. As Condições para Comunhão com Deus (I João 1:1-10; 2:17). A mensagem desta epístola fora proclamada afim de que possam gozar de comunhão com aqueles que proclamam. João passa a deduzir da natureza de Deus as condições dessa comunhão.

Veremos dois obstáculos à comunhão:

Alegação de estarmos em comunhão com Ele, enquanto andamos em trevas (I João1:6-7).

Sustentar que não temos pecado nenhum (I João 1:8)

O termo pecado significa mais que pecar, e inclui a idéia de responsabilidade pelos pecados cometidos, contrariando aqueles que dizem que o pecado é apenas uma fraqueza e que é destino do homem e portanto não falta sua.

Tais pessoas só fazem enganar-se a si mesmas.

B. O Cristão e o Anti-Cristo (João 2:18-29). O termo Anti-Cristo significa um rival, um que é contra o nome e as prerrogativas de Cristo (I João 2:18). Conforme o verso 19, observamos que essas pessoas pertenciam a igreja.

Isto nos adverte que se quisermos ser membros do corpo de Cristo, é necessário que sejamos membros da igreja invisível.

C. Os Filhos de Deus (I João 3:1-24). Filhos de Deus são aqueles que demonstram qualidades de caráter iguais as Dele, estes demonstram que nasceram do céu (I João 3:1).

Somos considerados filhos de Deus pelo próprio Deus não como adotados mas como nascidos do Espírito.

6 - II E III JOÃO A Segunda e a Terceira epístolas de São João são os documentos mais curtos do Novo

Testamento.

A Segunda epístola é uma carta a um membro particular da igreja, especificamente a uma senhora, escrita com propósito de instruí-la quanto à atitude correta para com os falsos mestres. Não devia dar-lhe hospitalidade.

João não ensinava o mau tratamento aos cristãos que doutrinariamente diferem de nós ou que se encontram nos laços do erro. Alguns comentadores afirmam ser uma igreja.

A terceira epístola dá uma idéia de certas condições que existiam numa igreja local no tempo de João.

João tinha enviado um grupo de mestres itinerantes, com cartas de recomendação, a diferentes igrejas, uma das quais, era assembléia a que pertenciam Gaio e Diótrefes.

Esta foi escrita para elogiar Gaio por Ter recebido os obreiros cristãos que dependiam inteiramente da hospitalidade dos crentes e para denunciar a falta de hospitalidade de Diótrefes.

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6.1. Autoria

As epístolas de II e III João, não trazem o nome do seu autor, que se apresenta simplesmente debaixo do nome de presbítero, e da a entender que os destinatários dela sabem quem ele é.

No estilo e na matéria que versa muito se assemelham a primeira epístola, de sorte que a maioria dos eruditos estão convencidos de que todas as três tiveram um mesmo autor.

6.2. II João - Propósito

Prevenir uma bondosa senhora a respeito da hospedagem de alguns falsos mestres.

6.3. Conteúdo

A. "O Presbítero". O título descrevia, não simplesmente a idade, mas a posição de ofício. É evidente que ele era conhecido desse modo. Ele não tinha dúvida de que eles o identificariam imediatamente por esse título, que dá testemunho da sua autoridade reconhecida

B. "A Senhora Eleita". Não meio de saber se a palavra Cyria traduzida por senhora, se refere a uma pessoa, ou a igreja. Onde os seus filhos seriam os membros da igreja. Se era uma pessoa então era muito conhecida e residia próximo a cidade de Éfeso em cuja casa a igreja se reunia.

C. "A Verdade". A palavra favorita de João verdade aparece cinco vezes nesta epístola. Esta palavra é usada em três sentidos:

1. Como base do ensino cristão

2. Como próprio Cristo

3. Sinceramente

Temos, assim um ensino maravilhoso

Verso 1 - A Verdade: como fonte de Amor, Natureza do Amor, Razão para o Amor

Verso 2 - A Verdade: Cristo é a Verdade, Em nós, Conosco

Verso 3 - A Verdade: A graça, A Misericórdia, Paz, Fruto da verdade

Verso 4 - A Verdade: Como caminho, Como mandamento divino

6.4. III João - Propósito

Agradecer ao simpático e generoso Gaio pelos benefícios prestados.

6.5. Conteúdo

É uma carta pessoal do Presbítero a seu amigo Gaio, a quem saúda calorosamente e com quem se congratula por sua bem conhecida hospitalidade.

Muitos dos cristãos dedicavam suas vidas na evangelização itinerante, sem salário ou recompensa, e dependiam da hospitalidade dos cristãos.

Analisemos os três personagens mencionados nesta epístola:

A. Gaio (v. 1). Havia um Gaio em Corinto, I Cor. 1: 14, que, depois de batizado por Paulo tornou-se hospedeiro do apóstolo e de toda a igreja.

Segundo uma tradição de que ele mais tarde veio a ser escriba de João.

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Homem de bom testemunho (v. 3).

Homem bondoso, cheio de caridade (v. 6).

Homem hospitaleiro (v. 10. Comparar com Romanos 16:23).

Provável filho na fé de João (v. 4).

B. Diótrefes (v. 9). Diótrefes era, provavelmente, um dos falsos mestres arrogantes referidos em I João. No caráter e na conduta ele era inteiramente diferente de Gaio. Diótrefes é visto como alguém que se ama a si próprio mais que os outros, e que recusa a acolher os evangelistas em viagem

Queria ser o principal (v. 9).

Não hospitaleiro (v. 9).

Homem de mal testemunho (v. 10).

Homem de palavras maliciosas (v. 10).

Homem que influenciam os outros (v. 10).

Provavelmente escondeu uma carta de João (v. 9).

C. Demétrio. Nada sabemos ao certo, deste Demétrio, fora o que nos é dito neste único versículo. Tem-se feito a conjetura de que João o recomendou desse modo porque foi ele o mensageiro da epístola.

Homem de bom testemunho (v. 12).

Um homem cristão.

7 - JUDAS Há certa semelhança entre a Segunda epístola de Pedro e a de Judas; ambas tratam

da apostasia na igreja. Pedro descreve a apostasia como futuro e judas, como presente. Pedro expõe os falsos mestres como perigosos; Judas descreve-os em extrema depravação e na maior desordem.

7.1. Autoria

O autor desta epístola descreve-se como "Judas", servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago. Sabemos que no Novo Testamento há vários homens com este nome.

Como identificar o autor desta carta?

Judas Iscariotes, o traidor. Mateus 26:14

Judas (Tadeu) filho de Tiago. Lucas 6:16. Alguns estudiosos tem atribuído a esteJudas a autoria da epístola, pois segundo a ARA aparece "irmão de Tiago" Leiamoso verso 17.

Judas irmão de Jesus. Mateus 13:55. Este tem recebido o apoio da grande maioriados eruditos da Bíblia.

Não pode haver dúvida quanto a sua autoria. Devemos observar a expressão de Judas quando diz "irmão de Tiago". Fica caracterizado de modo suficientemente claro, que havia um só Tiago eminente e bem conhecido, o irmão do Senhor.

7.2. Autor

Conforme vimos acima Judas era irmão do Senhor, fora disto, nada sabemos a seu respeito. Podemos aprender muita coisa de Judas ao escutar o que tem a dizer de si mesmo.

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Era homem humilde(se identificava como servo de Cristo) Devemos observarRomanos 1:1, I Pedro 1:1

Era reconhecido como irmão do Senhor. I cor. 9:5

7.3. Data

Devia Ter sido escrita, provavelmente no ano 70 AD, visto que faz referência à profecia de II Pedro que por sua vez, não foi escrita antes do ano 66

7.4. Propósito

Pelo verso 3 deduz-se que, Judas pretendia escrever um tratado sobre salvação, quando, foi constrangido pelo Espírito a mudar o tema.

Judas então passou a escrever uma defesa veemente do padrão moral da fé cristã.

Dividiremos o estudo em seis partes:

1. Guardados por Deus para o Senhor Jesus (vv. 1,2). Foi escrito aos que são:Chamados, Amados, Conservados em cristo e Conservados por Cristo.

2. Guardar a fé (v. 3,4). O Espírito constrange a mudar o tema: salvaçãocomum(esta ao alcance de todos).

3. Guardados para o juízo (v. 5-7). Como solene aviso: deve-se guardar osmandamentos.

4. Não guardar a fé (vv. 8-19). Abandonando a Fé, segue-se uma terríveldeterioração do caráter: Sensualidade, Pensamentos corruptos,Incontinentes, Espírito Zombeteiro

5. Guardados no Amor de Deus (vv. 20-23). O Amor é tudo. Como devemosproceder: Edificando, Orando, Conservando, Olhando, Compaixão, SalvandoEtc..

6. Guardados de tropeçar (vv. 24,25). Tropeçar precede cair. Deus nos livra dostropeços.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento. São Paulo: Editora Atos, 2008.

MARSHALL, I. Howard. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: VIDA NOVA, 2007.