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XXI 115 28/05/2013 Superintendência de Comunicação Integrada CLIPPING Nesta edição: Clipping Geral Procon-MG Destaques: Câmara vai instalar câmaras 360 º e sistema biométrico - p.01 PF e MP prenderem 13 pessoas por fraude no Norte de Minas - p. 11 Deputados prometem barrar projetos que beneficiam TJMG - p. 15

28 maio 2013

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Clipping Geral e Espec. Eletrônico

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XXI

115

28/05/2013

Superintendência de Comunicação Integrada

CLIPPINGNesta edição:

Clipping GeralProcon-MG

Destaques:

Câmara vai instalar câmaras 360 º e sistema biométrico - p.01

PF e MP prenderem 13 pessoas por fraude no Norte de Minas - p. 11

Deputados prometem barrar projetos que beneficiam TJMG - p. 15

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Casa vai instalar câmeras 360º e sistema biométrico

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mUNICÍpIoS

Governo busca prazo para a transparência Minas pede mais 60 dias para que prefeituras liberem dados em site.

Descumprimento de data-limite pode levar a sanções

Isabella SoutoUm dia antes da data-limite dada pela

Lei da Transparência para que as prefeituras de cidades com até 50 mil habitantes dispo-nibilizassem seus dados em sites, o governo mineiro tentou adiar o prazo para a aplicação de sanções a quem não cumprir a legislação. Durante toda a tarde de ontem, representan-tes da Secretaria de Planejamento e Governo e Controladoria Geral do Estado (CGE) ne-gociariaram com a Controladoria Geral da União (CGU) um prazo de 60 dias, que per-manecia em aberto na noite de ontem. As ne-gociações deverão continuar hoje. Pela lei, a partir da 0h de amanhã, quem não cumprir a regra estará sujeito à suspensão de repasses de verbas estaduais e federais.

Como a norma é federal, o adiamento da sanção depende de uma autorização do governo federal.

Para auxiliar as prefeituras, na semana passada um decreto do governo estadual es-tabeleceu a possibilidade de as prefeituras criarem seus sites de acesso a informação no portal da transparência estadual, no en-dereço www.transparencia.mg.gov.br, sem qualquer custo.

Até ontem, véspera do prazo para a ade-são ao decreto, 120 prefeituras já haviam manifestado interesse em hospedar sua pá-gina no portal. Dados da CGE e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) revelam que, até janeiro, cerca de 75% dos municípios pes-quisados ainda não haviam criado sites de-dicados à transparência.

Do total de 853 cidades mineiras, 722 (85%) tinham algum site ou hospedavam in-formações em algum portal na internet. Já 566 prefeituras (66%) e 252 câmaras muni-cipais (30%) têm site próprio. Um problema apontado é que a publicação na internet de informações definidas na Lei de Responsa-

transparência

Cidades pequenas têm que divulgar dados na web hoje

bilidade Fiscal ainda é feita ti-midamente. O relatório apontou também que muitos sites trazem links quebrados ou informações desatualizadas.

A Lei Complementar 11 (Lei da Transparência) foi pro-mulgada em 27 de maio de 2009 e acrescentou artigos à Lei de Responsabilidade Fiscal

(LRF), criada para moralizar a aplicação de recursos públicos. A nova legislação tornou obri-gatória a publicação de gastos públicos em sites na internet e já está em vigor para a União (poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), estados e municí-pios com mais de 50 mil habi-tantes.

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Meninos entre 11 e 14 anos são maiores ítimas

do bullying, aponta pesquisaAdolescentes do sexo masculino, com idades entre 11 e 4 nos,

são as principais vítimas de bullying nas escolas de Divinópolis e da Região Centro-Oeste. A constatação é de uma pesquisa feita pela Superintendência Regional de Ensino (SRE), apresentada, on-tem, em reunião da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, realizada na cidade. De acordo com a analista educacional da SRE Ana Paula de Oliveira, foi aplicado um questionário em 134 escolas estaduais. O levantamento coloca o bullying como a segunda maior causa de violência dentro dos estabelecimentos educacionais.

Para a professora da Fundação Educacional de Divinópolis (Fu-nedi/Uemg) Ariane Garrocho de Faria, crianças que possuem doen-ças crônicas, principalmente asma e diabetes, são três vezes mais sujeitas a serem vítimas de bullying. Essas enfermidades demandam uso de equipamentos especiais e, muitas vezes, esses instrumentos são tomados da criança, o que prejudica o seu tratamento.

Especialistas apresentaram o perfil dos agressores, como essa situação afeta as vítimas e como é possível tomar providências para prevenção e punição. O promotor Carlos José Fortes disse que aqueles que praticam as agressões são covardes e têm problemas fa-miliares. “O agressor também precisa de ajuda porque, geralmente, vem de uma família desestruturada”, afirmou.

O promotor aproveitou para apresentar as ações legais à dispo-sição das vítimas de agressões. Segundo ele, a família pode entrar com um processo civil por danos físicos e morais e, caso o agressor seja menor, o processo pode ser contra os seus responsáveis. Em caso de omissão da instituição escolar, é possível processar a pró-pria escola. Quando o praticant de bullying é maior de idade, ele pode responder criminalmente por agressão e injúria.

A secretária municipal de Educação de Divinópolis, Eliana Cançado Ferreira, reforçou que tanto o agressor quanto o agredido precisam de apoio. De acordo com ela, escolas sem um projeto pe-dagógico adequado, em que não há uma parceria com as famílias e onde os professores deixam os estudantes sozinhos e sem ativi-dades por muito tempo são mais propensas a apresentar casos de bullying.

Sintomas – Eliana Ferreira apontou algumas atitude que podem ser sintomas de que as crianças estão sofrendo bullying. “São vá-rios os indicativos: se a criança tem dor de barriga ou dor de cabeça na hora de ir para a escola, se fica isolada dentro de casa, se começa a ser violenta com crianças menores”, afirmou.

A deputada Maria Tereza Lara (PT) e o deputado Fabiano To-lentino (PSD) reforçaram o quanto o bullying pode marcar a tra-jetória das vítimas e como uma fala pode ferir. “Um aluno que se sente humilhado pode ter a trajetória de vida destruída”, declarou o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG).

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Laura DaudénAinda surgiam notícias sobre

o andamento da Operação Leite Compensado, que identificou no Rio Grande do Sul um esquema de adulteração de leite cru com ureia, quando uma nova denúncia desa-bou sobre o setor. Em Goiás, foi descoberta uma quadrilha que fur-tava cooperativas e adicionava uma mistura de água, sal e açúcar ao lei-te – que era vendido, na última eta-pa do esquema, a laticínios ilegais. No caso gaúcho, 12 pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público, mais de 300 mil litros de leite fo-ram apreendidos e três marcas (Ita-laq, Líder e Mumu) tiveram de tirar seus produtos do mercado por con-terem formaldeído, uma substância cancerígena presente na ureia. Em Goiás, sete pessoas foram presas. Os crimes são distantes e diferentes em tamanho e método, mas expõem uma realidade única em todo o Bra-sil: as brechas do sistema de fisca-lização de alimentos. “As pessoas estão desacreditadas não só com a cadeia do leite, mas também com o setor de alimentos do País. Pas-samos por uma crise de credibilida-de”, afirma Paulo Fernando Macha-do, coordenador da Clínica do Leite da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP). “Se eu fosse um tomador de leite na França e visse uma notícia como essa, não beberia mais leite do Brasil.” Esse, e outros casos que surgiram nas últimas se-manas, mostrando os perigos a que os consumidores brasileiros estão expostos quando se sentam à mesa, remetem à pergunta: afinal, os ali-mentos consumidos no País são se-guros?

Na família da fotógrafa mineira Adriana Gonçalves, 42 anos, a per-

gunta ainda deixa um gosto amargo. No início de maio, eles compraram um suco da marca Del Valle sabor goiaba e o consumiram no dia se-guinte, dentro do prazo de validade. Foram salvos de uma experiência mais traumática pelo hábito de nun-ca tomar nada direto da embala-gem. “Quando meu marido serviu a bebida para os meus filhos, saiu uma coisa branca. Se as crianças estivessem sozinhas, com certeza teriam ingerido.” Adriana coou o conteúdo da caixa e entrou imedia-tamente em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor da Coca-Cola Brasil, dona da Leão Alimentos, que produziu o lote do suco. “Os problemas acontecem, mas a empresa tem a obrigação de informar o consumidor sobre os riscos e assumir a responsabilida-de pelas falhas”, diz Adriana. Por meio de nota, a fabricante informou que o caso é “pontual e isolado” e aparenta ser fruto da “formação de bolor causada por perda de veda-ção da embalagem, provavelmente por impacto durante o transporte ou armazenamento”. Em sua busca de mais respostas e, sobretudo, de uma mudança de conduta por parte da marca, Adriana postou uma foto do suco contaminado no Facebook. Até o fechamento desta edição, a denúncia já havia sido compartilha-da mais de 300 mil vezes.

“A distribuição global de ali-mentos e a complexidade da cadeia produtiva propiciaram um aumento na ocorrência de eventos e emer-gências relacionados à inocuidade de alimentos”, afirmou à ISTOÉ, em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A participação dos consumidores por meio de denúncias e reclamações também vem crescendo.” O proble-

ma apontado pela agência se verifi-ca em diversas cadeias produtivas. No caso dos produtos de origem animal, por exemplo, há uma evi-dente falta de pessoal para dar conta do trabalho de fiscalização. Segun-do Wilson Roberto de Sá, presiden-te do Sindicato dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA), são ape-nas 3.307 profissionais para todo o País. “O sistema está fragilizado e, sem dúvida, estamos correndo riscos porque o produto que chega à mesa pode não ter passado pelos processos de fiscalização”, afirma. Outras organizações vão além e de-nunciam a falibilidade da estrutura de inspeção. “No caso do alimento, a pior coisa que pode acontecer é segmentar, porque ninguém carrega responsabilidade de nada”, diz Ro-berto Smeraldi, presidente da ONG Amigos da Terra, que vem denun-ciando falhas graves na cadeia pro-dutiva da carne. “O que você tem de fazer é exatamente o contrário: rastrear e unificar o receituário em todas as fases da cadeia, de maneira que aquele boi tenha nome, sobre-nome e apelido.” Smeraldi dirige sua crítica à divisão das inspeções de produtos de origem animal entre as esferas federal, estadual e muni-cipal, o que permite que um produ-to recusado por estabelecimentos de uma rede seja aceito em outras por conta da diferença de critérios e, também, do rigor na fiscalização. “O Ministério da Agricultura nem sequer olha para um terço da carne que chega à mesa dos brasileiros”, diz. Segundo o relatório “Radiogra-fia da Carne no Brasil”, publicado pela organização no início de 2013, 80% dos abatedouros que não estão sob controle do ministério apresen-tam irregularidades.

O sistema tripartido foi criado

ISto é - Sp - p. 60 A 65 - 29.05.2013 Comportamento

Você sabe o que você come?Leite adulterado, carne sem origem, suco estragado: o crescimento de problemas de saúde relacionados à ingestão de alimentos contaminados coloca em xeque a eficiência da fiscalização e mina a credibilidade da indústria de alimentos

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em 1989 pela Lei 7889, mas há um decreto de 2006 regulamentando a aplicação da legislação e instituindo o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). O projeto, no entanto, apenas come-ça a ser implantado pelo Ministério da Agricultura – a quem compete a fiscalização de todos os produtos de origem animal e vegetal vendidos in natura, além das bebidas alcoó-licas e não alcoólicas. No caso dos produtos de origem animal, essa central unificada foi chamada de Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi), mas apenas cinco Estados já fazem parte do programa. Outros 16 estão em processo de cadastramento.

A fragmentação também acon-tece na divisão de responsabilidades entre o Ministério da Agricultura e a Anvisa. Para Carlos Thadeu Oli-veira, gerente técnico do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), “não parece haver simbiose entre os órgãos de vigilância. A Anvi-sa e as vigilâncias sanitárias locais não conversam com a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério e menos ainda com os serviços estaduais de inspeção”. Essa falta de centralidade nos pro-cessos relacionados à segurança dos alimentos produz casos como o da autorização, por parte do Mapa, de um agrotóxico vetado por técnicos da agência em 2007 – a decisão foi reiterada pelo comitê de assessora-mento técnico criado para avaliar a infestação de lagartas em lavou-ras de algodão e soja na Bahia, em março deste ano. O benzoato de emamectina é considerado tóxico para o sistema neurológico. Segun-do a Anvisa, o uso de agrotóxicos não autorizados é responsável pela maior parte das irregularidades en-contradas nos alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil. De acordo com o último relatório do

Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, da agência, 30% dos produtos estão fora dos parâmetros.

Essa situação não afeta apenas os consumidores, mas também os produtores e a indústria, que se vê cada vez mais pressionada a aprimo-rar seus mecanismos de autocontro-le – o que exige mais investimentos e compromissos do setor privado. “A indústria é quem coloca a marca no produto e, portanto, é responsá-vel”, diz Paulo Fernando Machado. “Agora, para detectar essa fraude de adição de ureia no leite, como acon-teceu no Rio Grande do Sul, ela pre-cisaria ter capacidade de fazer uma análise específica. O procedimento é fácil e rápido, desde que você te-nha o equipamento necessário, mas ele é caro.” Nilson Muniz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), afirma que “a indústria aplica todas as análises previstas na legislação e é a maior interes-sada em receber a melhor matéria-prima”. Ele também ressalta que o teste para detectar o fomaldeído não fazia parte do conjunto de me-didas obrigatórias, já que esse tipo de adulteração não era registrado há mais de 20 anos (a análise voltou a ser exigida em fevereiro de 2013, justamente por causa do crime).

Segundo Ênio Marques, da SDA, fazer com que as empresas assumam a tarefa de garantir a qua-lidade de seu próprio produto é uma tendência dentro do Ministério da Agricultura. Ari Crispin, coorde-nador de Programas Especiais do Mapa, afirma que isso não signifi-ca o afastamento do poder público. “Trata-se de um aprimoramento do sistema. Nós estabelecemos os limi-tes e avaliamos o comprometimento do empresário com essas metas”, afirma. Outra figura que precisa-rá entrar na receita do ministério

é o produtor, que muitas vezes re-presenta a ponta fraca do sistema. Carlos Thadeu de Oliveira, do Idec, ilustra a situação. “Por ocasião de um teste que fizemos com 25 marcas de queijo minas frescal, recebemos vários produtores pequenos. O que vimos é que eles não são orienta-dos corretamente sobre como fazer o controle, são ameaçados, tratados como cachorros pelos fiscais”, diz. Das 25 amostras coletadas, cinco estavam contaminadas com colifor-mes fecais – todas faziam parte do Sistema de Inspeção Federal.

Esse emaranhado de agentes e responsabilidades já passa fatura ao setor exportador, cada vez mais cer-cado por barreiras sanitárias – ainda que a origem de muitas delas esteja ligada a interesses políticos e eco-nômicos de parceiros comerciais do Brasil. Em 2011, o País recebeu 95 notificações do sistema de vigilân-cia sanitária da União Europeia, o Rapid Alert System, o que o colo-ca na 12ª posição na lista de países mais notificados pelo bloco. Em 2009, foram 84 alertas e, em 2010, 110. Atualmente, nove países se-guem com embargos à carne brasi-leira, por conta de um episódio de encefalopatia espongiforme bovi-na (doença conhecida como “Vaca Louca”), no Paraná.

Do ponto de vista da saúde, não faltam motivos para cultivar a pre-venção. Entre 2008 e 2012, houve um aumento de 226% nos casos de intoxicações provocadas por alimentos (leia quadro), conforme dados do Ministério da Saúde. Nu-tricionista e técnica da associação de consumidores Proteste, Manuela Dias diz que “os problemas ocasio-nados por alimentos contaminados por bactérias podem variar de uma dor de barriga leve até a morte”. Ela também ressalta que o perío-do de incubação da doença dura de horas até dias – o que dificulta

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a identificação do produto conta-minado. “No Brasil, o problema é completamente subnotificado. Só acontece quando é um surto e acomete muitas pessoas.” Apenas um recall de produto alimentício foi feito no Brasil em 2012. Nos Estados Unidos, no mesmo perí-odo, foram 80.

Um dos afetados pelo proble-ma foi o aposentado José Barbo-sa da Silva, 63 anos. Ele foi parar no hospital com uma infecção es-tomacal depois de consumir uma bebida de soja da marca AdeS em março deste ano, na mesma épo-ca em que a empresa anunciou a contaminação de um lote do pro-duto por soda cáustica. “Ele tem o estômago sensível e, por isso, temos muito cuidado com tudo o que toma”, diz Luciano Barbosa da Silva, filho de José. “Naquela

noite, ele comeu algo muito leve e isso fez com que a gente descar-tasse, em um primeiro momento, a possibilidade de intoxicação alimentar.” Justamente por isso, a família não guardou a caixa e o registro do lote do produto con-sumido pelo aposentado, o que dificultou a busca por reparação. “Nós chegamos a acionar dois advogados, mas nenhum quis le-var o caso adiante, por se tratar de um embate com uma empresa muito grande.”

Judi Nóbrega, diretora do De-partamento de Inspeção de Produ-tos de Origem Animal do Mapa, explica que é muito importante que a informação sobre esses ca-sos chegue aos canais formais de denúncia – Vigilância Sanitária e Ministério da Agricultura –, com dados que permitam às autorida-

des identificar a empresa implica-da e o lote do produto. “A partir daí, podemos fazer uma fiscaliza-ção para verificar a procedência da denúncia e as condições dos estabelecimentos. Além disso, a ouvidoria do ministério gera rela-tórios que possibilitam programar inspeções direcionadas.” Mesmo recorrendo aos canais disponíveis e recebendo as compensações de-vidas – como a troca do produ-to ou a devolução do dinheiro –, os consumidores se sentem cada vez mais distantes da produção do alimento e, assim, bastante vulneráveis. “Você fica traumati-zado porque poderia ter aconteci-do o pior”, diz Luciano Silva. “A gente está falando de uma grande indústria, mas imagine as peque-nas. O governo precisa nos prote-ger.”

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