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Ilustres internautas e concursando(a)s, em especial, os visitantes do Ponto dos Concursos! Sucesso e bom estudo a todos, principalmente aos que vão fazer o concurso para Agente Fiscal do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul. O assunto que vamos abordar hoje será cobrado nesse concurso, portanto, com o intuito de colaborar um pouquinho, iremos discorrer nesta aula e nas próximas, sobre o Relatório de Gestão Fiscal – RGF. Então, vamos ao trabalho! Relatório de Gestão Fiscal – RGF 1ª. PARTE O que é o Relatório de Gestão Fiscal – RGF? A palavra relatório designa, de forma genérica, a síntese ou o resumo de atividades desenvolvidas. A título de exemplo, os balanços públicos e demonstrações de resultados são relatórios de determinada gestão, de um período qualquer. 1

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Ilustres internautas e concursando(a)s, em especial, os visitantes do Ponto dos Concursos

Ilustres internautas e concursando(a)s, em especial, os visitantes do Ponto dos Concursos!

Sucesso e bom estudo a todos, principalmente aos que vo fazer o concurso para Agente Fiscal do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul.

O assunto que vamos abordar hoje ser cobrado nesse concurso, portanto, com o intuito de colaborar um pouquinho, iremos discorrer nesta aula e nas prximas, sobre o Relatrio de Gesto Fiscal RGF.

Ento, vamos ao trabalho!

Relatrio de Gesto Fiscal RGF 1. PARTEO que o Relatrio de Gesto Fiscal RGF?A palavra relatrio designa, de forma genrica, a sntese ou o resumo de atividades desenvolvidas.

A ttulo de exemplo, os balanos pblicos e demonstraes de resultados so relatrios de determinada gesto, de um perodo qualquer.

Gesto Fiscal o ato de gerir parcela do patrimnio pblico sob a responsabilidade de uma determinada unidade gestora, atravs de um agente pblico. Aplica-se o conceito de gesto fiscal a fundos, entidades supervisionadas (administrao indireta) e a outras situaes em que se justifique a administrao das finanas pblicas.

O RGF um instrumento imprescindvel no acompanhamento das atividades financeiras e de gesto do Estado e est previsto no art. 54 da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF.

Portanto, o RGF um documento obrigatrio estabelecido pela LRF, devendo ser emitido de forma padronizada pelos titulares de Poderes e rgos, com a finalidade de demonstrar o resultado da gesto; relativos a gastos com pessoal, dvidas pblica consolidada e mobiliria, emprstimos, garantias, disponibilidades de caixa, restos a pagar e outros dados relevantes.

Um primeiro alerta!

No confundir o anexo de riscos fiscais com o relatrio de gesto fiscal. Portanto, risco fiscal diferente de gesto fiscal.

O anexo de riscos fiscais um documento previsto pela LRF e dever estar contido na lei de diretrizes oramentrias LDO.

Alis, a LRF estabelece que a LDO dever conter dois anexos:

O de metas fiscais;

E o de riscos fiscais.

Portanto, o RGF no anexo, mas sim, um documento parte, a ser emitido de quatro em quatro meses por diversos rgos e Poderes ou semestralmente para municpios com menos de 50 mil habitantes.

O que so riscos fiscais?

Riscos fiscais so a possibilidade da ocorrncia de eventos ou fatos econmicos que venham a impactar ou onerar de forma substancial e negativamente nas contas pblicas.

Previso legal dos riscos fiscais

A LRF estabelece que a lei de diretrizes oramentrias conter anexo de riscos fiscais, onde sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se concretizem (art. 4, 3, da LRF).

Classificao dos riscos fiscais:

Os riscos fiscais so classificados em dois grupos:

Riscos oramentrios;

E os riscos da dvida.

Portanto, os riscos fiscais so divididos em riscos oramentrios e da dvida.

Os riscos oramentrios referem-se possibilidade de as receitas previstas no se realizarem ou a necessidade de execuo de despesas inicialmente no fixadas ou oradas a menor durante a execuo do Oramento.

Resumindo:Riscos oramentriosPossibilidade de algumas receitas previstas na LOA no se realizarem;

Necessidade de execuo de despesas no fixadas na LOA ou oradas a menor.

Exemplo de riscos oramentrios:

Arrecadao de tributos menor do que o previsto na lei oramentria frustrao na arrecadao, devido a fatos ocorridos posterior elaborao da LOA ou restituio de determinado tributo no previsto.

Restituio de tributos a maior que a prevista nas dedues da receita oramentria.

Ocorrncia de epidemias, enchentes, abalos ssmicos e outras situaes de calamidade pblica que demandem do estado aes emergenciais.

Os riscos da dvida referem-se a possveis ocorrncias, externas administrao, caso sejam efetivadas resultaro em aumento do servio da dvida pblica no ano de referncia.

Ocorrem, geralmente, a partir de dois tipos de eventos.

O primeiro deles est relacionado com a gesto da dvida, ou seja, decorrem de fatos como a variao das taxas de juros e de cmbio em ttulos vincendos.

O segundo tipo so os passivos contingentes que representam dvidas cuja existncia depende de fatores imprevisveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais.

Resumindo:Riscos da dvida Variao das taxas de juros e de cmbio em ttulos vincendos. Cuidado! No so ttulos vencidos.

Passivos contingentes que representam dvidas cuja existncia depende de fatores imprevisveis, a exemplo dos resultados de julgamentos de processos judiciais.

Ateno! Importante! Os precatrios judiciais no se enquadram no conceito de risco fiscal porque se trata de passivos alocados no oramento (LOA). Os precatrios judiciais so previsveis e devero constar na LOA.

Conforme estabelecido na Constituio Federal, obrigatria a incluso, no oramento das entidades de direito pblico, recursos necessrios ao pagamento de seus dbitos oriundos de sentenas judiciais transitadas em julgado constantes de precatrios judicirios, apresentados at 1 de julho, fazendo-se o pagamento at o final do exerccio seguinte, quando tero seus valores atualizados monetariamente (art. 100, 1 da CF).

Vamos praticar um pouquinho!

(Analista de Finanas e Controle - AFC - STN 2005) Assinale, a seguir, a opo correta em relao aos Riscos Fiscais, segundo disposio do Manual de Elaborao do Anexo de Riscos Fiscais e do Relatrio de Gesto Fiscal de que trata a Portaria STN n 470, de 31.08.04.

a) Os Riscos Fiscais so todas as ocorrncias que impactam as contas pblicas.

b) Os precatrios so um tipo de Riscos Fiscais.

c) A reserva de contingncia a nica forma de cobertura dos Riscos Fiscais.

d) Os Riscos Fiscais so classificados em Riscos Oramentrios e Riscos da Dvida.

e) A restituio de receitas tributrias em valores superiores aos previstos no oramento no constitui Riscos Fiscais por se tratar de recursos dos contribuintes.

Comentrios:

a) Incorreta. Todos os impactos das contas pblicas no pode ser considerados riscos fiscais. Se assim fosse, as despesas com juros da dvida e os precatrios judiciais seriam riscos fiscais.

b) Incorreta. Os precatrios judiciais no se enquadram no conceito de risco fiscal porque se trata de passivos alocados no oramento e so despesas previsveis.

c). Incorreta. A reserva de contingncia uma das formas de cobertura dos riscos fiscais. Ela destinada ao pagamento dos passivos contingentes e esses passivos devem constar na LOA. Outra forma poderia ser atravs de emprstimos aprovado pelo Poder Legislativo.

d) Correta. Os riscos so classificados em dois tipos: oramentrios que so aqueles que dizem respeito possibilidade de as receitas e despesas previstas no se confirmarem, isto , de existir desvios entre as receitas ou despesas oradas e as realizadas e os riscos de dvida, que podem gerar ou no despesa primria, afetando a relao entre dvida e PIB, que considerada o indicador mais importante de solvncia do setor pblico.e) Incorreta. A restituio de receitas tributrias ocorre quando, por exemplo, o governo cobra tributos a mais da sociedade em um ano e, no ano seguinte tem de devolver parte dessa receita. Exemplo: IRPF a restituir na declarao de ajuste anual. A restituio de tributos em valores superiores ao previsto na LOA se constitui em um tipo de risco fiscal.Importante!

A reserva de contingncia prevista no inciso III do art. 5 da LRF, contida na Lei Oramentria Anual LOA, poder ser utilizada para cobrir riscos fiscais?

Sim, a reserva de contingncia dever ser destinada:

Ao atendimento de passivos contingentes;

E outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

Conforme estabelecido pela LRF, a reserva de contingncia se destina ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos (art. 5, inciso III, alnea b).

A reserva de contingncia uma das fontes de recursos utilizadas para a abertura de crditos adicionais.

Portanto, essa reserva dever ser utilizada para a cobertura de riscos e eventos fiscais, entretanto, essa no ser necessariamente a nica forma de cobertura dos riscos fiscais, podendo ser utilizados outros meios como, por exemplo, a realocao ou a reduo de outras despesas.

Portanto, no esquecer! Risco fiscal diferente de gesto fiscal.

Instrumentos normativos do RGF:O RGF encontra sua abordagem legal nos artigos 54 e 55 da LRF, na Portaria STN n 586, de 29 de agosto de 2005, que aprova a 5 edio do manual de elaborao do anexo de riscos fiscais e do relatrio de gesto fiscal e em diversas Notas Tcnicas da STN.

Na qualidade de rgo central do sistema de contabilidade federal, cabe STN a edio de normas, harmonizao dos conceitos, definies, regras e procedimentos contbeis a serem observados por todas as esferas de governo na elaborao do RGF. Para tanto, existe a participao dos Estados, Distrito Federal, Municpios e entidades tcnicas representativas da sociedade.

O que a LRF estabelece acerca do RGF?

A LRF determina que ao final de cada quadrimestre ou semestralmente para municpios com populao inferior a 50 mil habitantes, dever ser emitido o Relatrio de Gesto Fiscal RGF pelos seguintes rgos (art. 54 da LRF):

Ministrios Pblico Federal e Estadual.No Poder Legislativo Federal: Cmara dos Deputados;

Senado Federal;

E o Tribunal de Contas da Unio.

No Poder Legislativo Estadual: Assemblia Legislativa;

E os Tribunais de Contas;

No Poder Legislativo do Distrito Federal:

Cmara Legislativa;

E o Tribunal de Contas do Distrito Federal.

No Poder Legislativo Estadual: Cmara de Vereadores;

E o Tribunal de Contas do Municpio, quando houver.

No Poder Judicirio Federal: Supremo Tribunal Federal; Conselho Nacional de Justia (EC 45). Ateno! A ESAF gosta de novidade! Portanto, o Conselho Nacional de Justia obrigado a elaborar o RGF.

Superior Tribunal de Justia; Tribunais Regionais Federais e Juzes Federais; Tribunais e Juzes do Trabalho; Tribunais e Juzes Eleitorais; Tribunais e Juzes Militares; Tribunais e Juzes dos Estados e do Distrito Federal e Territrios.

No Poder Judicirio Estadual: Tribunal de Justia e outros, quando houver.Esses rgos devero, cada um, emitir o seu prprio RGF, abrangendo as informaes necessrias verificao da consecuo das metas fiscais e dos limites de que trata a LRF. Porm, o RGF no contm as mesmas informaes para todos os rgos e Poderes, a exemplo da dvida consolidada, que cabe somente ao Poder Executivo elaborar essa informao.

Autoridades que devero assinar o RGF:Ao final de cada quadrimestre, ou semestralmente para municpios com populao inferior a 50 mil habitantes, ser emitido pelos titulares dos Poderes e rgos referidos no art. 20, o Relatrio de Gesto Fiscal, assinado pelas seguintes autoridades (art. 54 e pargrafo nico da LRF): Chefe do Poder Executivo; Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Legislativo; Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administrao ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Judicirio; Chefe do Ministrio Pblico, da Unio e dos Estados. O RGF tambm dever ser assinado pelas autoridades responsveis pela administrao financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato prprio de cada Poder ou rgos acima referidos.Por hoje s, pessoal! Sugestes e crticas sero bem-vindas.

At a prxima aula e bom estudo a todos!

Ah! No perodo de 7 a 24 de junho estarei ausente por uma boa causa, irei ministrar aulas na Academia Nacional da Polcia Federal, em Braslia, para a turma de Peritos Criminais Federais que se encontra em fase de concluso de curso de formao.

Um forte abrao.

Prof. Deusvaldo Carvalho.

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