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Anais do I Simpósio de Comunicação e Tecnologias Interativas Disponível em: http://www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/eventos/simposio/anais.html 418 JORNALISMO, PUBLICIDADE E CAPAS DA REVISTA VEJA: UMA RELAÇÃO DE INTERPENDÊNCIA* Roberta Danielle de Oliveira Silva 1 Orientadora: Dra. Lucilene dos Santos Gonzales RESUMO O presente estudo se concentra em uma análise sobre a convergência entre o Jornalismo e a Publicidade nas capas da revista Veja. Este trabalho se propõe a esclarecer como funciona a dinâmica dessa relação, por entender que na sociedade contemporânea, tanto o jornalismo quanto a publicidade exercem a mesma função- a de informar, diferindo apenas no objetivo- o Jornalismo vende a notícia, a Publicidade vende o sonho. Palavras-chave: Comunicação. Jornalismo. Publicidade. Revista. Veja. Introdução O poder de um veículo de comunicação- e de seu discurso- pode ser calculado pelo número de corações e mentes que cativa. Veja é a revista mais lida no país e a quarta em todo o mundo. Semanalmente circulam cerca de 1.250.000 2 exemplares, com paginação colorida e bem estruturada, responsável por atrair um público que se identifica com a “realidade” apresentada pela revista. Nesse sentido, entendemos que o meio revista é um produto de mercado, portanto, precisa seduzir o leitor a ponto de ser consumido. A capa exerce a função de “vitrine” da publicação, que recorre a mecanismos publicitários para sua elaboração a fim de chamar a atenção dos leitores. Trataremos do nascimento da imprensa periódica, a evolução histórica pela qual passou os meios de comunicação e a ascensão da publicidade. Passaremos por um breve histórico acerca do desenvolvimento do meio revista e da criação ao apogeu de Veja. Assim sendo, um estudo avaliativo das capas de Veja, sob a luz dos fundamentos publicitários, até então uma área pouco pesquisada, é fundamental para compreender a relação 1 UNESP/ FAAC- Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação E-mail: [email protected] 2 Dado fornecido por Gabriela Sandoval, atendimento ao leitor de Veja, via e-mail no dia 23/ 08/ 2006. *Pesquisa filiada ao Programa de Apoio ao Estudante (PAE), vem desenvolvendo a desde março de 2006, tendo sido premiado como melhor trabalho apresentado no IV Simpósio do Programa de Apoio ao Estudante

418 JORNALISMO, PUBLICIDADE E CAPAS DA REVISTA VEJA

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JORNALISMO, PUBLICIDADE E CAPAS DA REVISTA VEJA: UMA RELAÇÃO DE

INTERPENDÊNCIA*

Roberta Danielle de Oliveira Silva1

Orientadora: Dra. Lucilene dos Santos Gonzales

RESUMO O presente estudo se concentra em uma análise sobre a convergência entre o Jornalismo e a Publicidade nas capas da revista Veja. Este trabalho se propõe a esclarecer como funciona a dinâmica dessa relação, por entender que na sociedade contemporânea, tanto o jornalismo quanto a publicidade exercem a mesma função- a de informar, diferindo apenas no objetivo- o Jornalismo vende a notícia, a Publicidade vende o sonho.

Palavras-chave: Comunicação. Jornalismo. Publicidade. Revista. Veja. Introdução

O poder de um veículo de comunicação- e de seu discurso- pode ser calculado pelo número de

corações e mentes que cativa. Veja é a revista mais lida no país e a quarta em todo o mundo.

Semanalmente circulam cerca de 1.250.0002 exemplares, com paginação colorida e bem

estruturada, responsável por atrair um público que se identifica com a “realidade” apresentada pela

revista.

Nesse sentido, entendemos que o meio revista é um produto de mercado, portanto, precisa

seduzir o leitor a ponto de ser consumido. A capa exerce a função de “vitrine” da publicação, que

recorre a mecanismos publicitários para sua elaboração a fim de chamar a atenção dos leitores.

Trataremos do nascimento da imprensa periódica, a evolução histórica pela qual passou os

meios de comunicação e a ascensão da publicidade. Passaremos por um breve histórico acerca do

desenvolvimento do meio revista e da criação ao apogeu de Veja.

Assim sendo, um estudo avaliativo das capas de Veja, sob a luz dos fundamentos

publicitários, até então uma área pouco pesquisada, é fundamental para compreender a relação

1 UNESP/ FAAC- Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação E-mail: [email protected] 2 Dado fornecido por Gabriela Sandoval, atendimento ao leitor de Veja, via e-mail no dia 23/ 08/ 2006. *Pesquisa filiada ao Programa de Apoio ao Estudante (PAE), vem desenvolvendo a desde março de 2006, tendo sido premiado como melhor trabalho apresentado no IV Simpósio do Programa de Apoio ao Estudante

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estabelecida entre o produto jornalístico e a publicidade, e mais, significa avaliar o grau de

comprometimento da revista com seus milhares de leitores em todo o país.

Objetivo

Essa pesquisa pretende fazer um estudo analítico das capas da revista Veja, a fim de

estabelecer uma relação entre Jornalismo e Publicidade, ou seja, temos a pretensão de descobrir até

que ponto um campo intervém no outro e se há limites definidos entre essas duas vertentes da

comunicação.

Metodologia

Para elucidar esse vínculo entre essas duas áreas da comunicação selecionamos três capas de

Veja, com temáticas diversas, veiculadas entre dezembro de 2006 e dezembro de 2007. A análise

procura relatar de que forma essas capas são construídas. Faremos, ainda, alguns apontamentos, que

baseados na análise das capas, exemplificarão a ligação existente entre o jornalismo e a publicidade.

1) Jornalismo e Publicidade: algumas reflexões sobre interferências e limites de cada área

O surgimento da mecanização industrial atuou de maneira significativa nas transformações

ocorridas em quase todos os setores da vida humana. O acúmulo de capital, fruto das atividades

comerciais dos séculos XVI e XVII, permitiu a criação de um ambiente ideal para o nascimento da

imprensa periódica.

O nascimento da imprensa brasileira é datado da última década do século XIX, notadamente

no Rio de Janeiro, centro das decisões políticas e econômicas do país.

A necessidade de redução nos custos de produção e conseqüentemente dos exemplares,

permitiu a introdução de anúncios publicitários em suas folhas, sendo o primeiro anúncio que se

tem notícia no país divulgado em 1808 pela Gazeta do Rio de Janeiro.

A presença publicitária tornou-se indispensável à imprensa à medida que o crescimento do

mercado necessitou que o público tivesse conhecimento do que era produzido. Para tanto, os

recursos financeiros provindos da publicidade passaram a sustentar os jornais e garantiram a

estabilidade de seu sistema econômico capitalista.

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Embora o papel da empresa jornalística seja informar o público, como instituição privada seus

interesses e objetivos também estão voltados para a lucratividade. Nesse sentido, a questão vital é

compreender que no casamento entre jornalismo e publicidade existe uma relação de

interdependência, na qual parte dos recursos arrecadados pelos jornais provém da publicidade, que

por sua vez se utiliza desse espaço para dar vazão a seu conteúdo.

Tanto o jornalismo quanto a publicidade têm a função de informar diferindo apenas em seus

objetivos, o jornalismo informa para formar opinião; a publicidade informa para formar

consumidores.

O jornalismo deve produzir e transmitir ao público notícias fundamentadas nos princípios da

verdade, objetividade e imparcialidade, enquanto “a publicidade faz uso de argumentos emotivos

“ao descrever a característica do produto” e o uso de “argumentos racionais para convencê-los a

adquiri-los.” (GONZALES, 2003, p.22).

O jornalismo, que, para aumentar o poder de comunicabilidade, limitou seu código lingüístico

a fim de facilitar a composição da mensagem, adotou o uso da 3ª pessoa, bem como a opção por

uma linguagem clara, concisa e direta.

Quando se analisa a linguagem publicitária quase sempre se fala em manipulação. Devemos considerar que, na realidade, a linguagem publicitária usa recursos estilísticos e argumentativos da linguagem cotidiana, ela própria voltada para informar e manipular. Falar é argumentar, é tentar impor. O mesmo se pode dizer da linguagem jornalística. Em ambos os casos, há uma base informativa que, manipulada, serve aos objetivos do emissor. A diferença está no grau da consciência quanto aos recursos utilizados para o convencimento (CARVALHO, 2000, p.9).

Nesse contexto se encontra o jornalismo de revista que comentaremos a seguir.

2) O jornalismo de revista

Ao longo do desenvolvimento da imprensa periódica uma nova forma de fazer jornalismo

nasceu como alternativa aos tradicionais jornais diários.

O primeiro modelo de revista como conhecemos hoje foi publicado na Alemanha, em 1663,

intitulada Erbauliche Monatsunterredungen (Edificantes Discussões Mensais) e era voltada para

leitores interessados em Teologia.

No Brasil, com apenas duas edições publicadas em 1812, o lançamento de “As Variedades”

ou “Ensaios de Literatura” marcou o início da história das revistas no país. Contudo, o termo

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revista só foi empregado pela primeira vez em 1828 na denominada Revista Semanária dos

Trabalhos Legislativos da Câmara dos Senhores Deputados.

O meio revista, ao lidar com assuntos específicos e público seleto, atua como catalisadora da

mensagem publicitária, falando diretamente com o consumidor para o qual a campanha foi criada,

recorrendo ao uso das cores, escolha minuciosa do espaço para veiculação e estudo dos possíveis

impactos do que foi publicado.

O conteúdo da cada edição deve equilibrar a qualidade da informação com os recursos

estéticos necessários para mantê-la convidativa, vibrante, aprazível, bonita e eficiente. Além disso,

o processo de fidelização para ser bem-sucedido precisa que uma identidade ideológica seja

construída entre o meio e seu público.

Pelo exposto até agora, é possível perceber que dentre os meios de comunicação, a revista é o

que mais se identificou com a publicidade. Essa afinidade está em sua essência já que ambas são

preparadas para o mercado, buscam divulgar-se, mostrarem-se para serem compradas: “a revista

transformou-se na embalagem ideal para o produto publicidade” (MARTINS, p. 244).

A revista Veja é um exemplo desse estilo magazine exposto até aqui. Passaremos agora a

conhecer brevemente sua trajetória.

2.1) Revista Veja - um breve histórico

Inspirada na revista americana Time, criada em 1922 por Henry Luce, Veja foi a segunda

revista do gênero informativo no Brasil, que teve a revista Visão, em 1952, como pioneira nesse

segmento.

Veja e Leia foi o nome que recebeu antes de seu lançamento, no entanto, o fundador da

Editora Abril, Vitor Civita, temeroso de que o título fosse entendido como sendo de mais uma

revista semanal ilustrada, nos moldes de O Cruzeiro e Manchete, decidiu manter Veja, pois

considerou que no Brasil o uso de expressões como: “Veja só...; Veja, se nos fizermos dessa forma”

é muito comum e reduziu as letras de Leia até retirá-la completamente.

Fruto de uma experiência inovadora, conquistada por meio de textos impessoais e

padronizados, é datada de 11 de setembro de 1968 a primeira edição de Veja, que registrou uma

tiragem de 695.000 exemplares, distribuídos para todo o Brasil, entretanto a revista não obteve o

mesmo sucesso em suas edições seguintes.

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Foi só em 1990 que a revista conseguiu romper a barreira do milhão e registra hoje uma

tiragem de 1.250.000 de exemplares, ocupando a 4ª posição no ranking das revistas de informação

mais vendidas no mundo e a de maior revista semanal, fora dos Estados Unidos.

Para alcançar o patamar que ocupa no cenário da imprensa brasileira, Veja nunca abriu mão

do papel de formadora de opinião, publicando textos que, além de informação, são ricos em

elementos interpretativos e analíticos.

Em entrevista concedida à Maria Alice Carnevalli, o jornalista e diretor adjunto de Veja,

Eurípedes Alcântara conta como funciona o processo de construção da notícia pela publicação:

A revista dá a notícia, mas fornece também o contexto e ainda indica um direcionamento; ela não esconde o que pensa por uma questão de fidelidade ao leitor, que espera um posicionamento da nossa parte. A diferença básica das outras publicações do gênero no Brasil é que nós não fugimos da responsabilidade de dar uma opinião nossa. Não podemos renunciar a isso, porque precisamos ter essa identidade até para as pessoas poderem expressar-se contra ou a favor (CARNEVALLI, 2003, p. 73- 4).

Veja procura atender sua missão informativa, contudo não deixa de ser agradável e

requintada. Com uma sofisticação visual, paginação bem-cuidada e imagens fotográficas

arrebatadoras, a revista se aproveita desses recursos para atrair a atenção de seu público, porém

nunca em detrimento do conteúdo de seu texto.

2.2) A importância dos leitores e anunciantes para Veja

Veja está entre os maiores fenômenos editoriais de todo o mundo, ficando atrás apenas das

norte-americanas Time, Newsweek e US News & World Report.

Na edição nº 2000, de 21 de março de 2007, em sua “Carta ao Leitor”, a revista tenta explicar

a razão de tamanho sucesso:

Ao lançarmos um olhar sobre o tempo que nos separa da criação de Veja, sobressai a constância, semana após semana, na obediência a certos princípios que definem o que se chama de “linha de revista”. Um deles é a busca incessante - muitas vezes até temerária - pela informação exclusiva confiável e independente. Outro é a preocupação em fornecer ao leitor análise clara e honesta sobre os fatos relatados, contextualizando-os no tempo e no espaço.

Alguns números dessa revista informativa brasileira aparecem a seguir:

• 5 milhões de leitores, em média, quatro por exemplar;

• 83% são assinantes;

• 68% dos leitores pertencem às classes A e B;

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• 47% dos leitores têm entre 20 e 39 anos;

• 59%* declaram que a revista contribui para a formação de opinião;

• 89%* apontam Veja como uma forma agradável de obter informação;

• 37% * declararam que os anúncios complementam as informações;

• 1,7 milhão de exemplares foi o recorde de tiragem da revista, com a edição “A guerra das

dietas” de 19 de abril de 2000.

• Cerca de 8.000 correspondências de leitores chegam à redação a cada mês, sendo em média,

7.400 e-mails, 400 cartas e 200 faxes3.

Os números comprovam a aceitação que o jornalismo de Veja recebe de seus leitores,

influenciando diretamente a escolha da revista por milhares de anunciantes como condutora de sua

mensagem ao público.

Os anunciantes, ao procurar Veja, buscam a certeza do sucesso da sua comunicação, o que

resulta em 10.558 páginas de campanhas publicitárias publicadas anualmente, o equivalente a 2,8%

do volume total da receita de publicidade no Brasil4.

Por acreditamos que a revista Veja emprega em suas capas, a linguagem publicitária, ou seja,

utiliza conscientemente palavras e imagens para gerar convencimento no leitor, portanto, a

utilização racional de tais artifícios chama a atenção do leitor, desperta seu interesse e o induz a

comprar a revista. Pelo exposto até agora já possuímos condições de conhecer como funciona a

estrutura das capas de Veja.

3) Capa: síntese de cada edição

Para o bom cumprimento de seu papel, a revista semanal procura se embasar em um

planejamento editorial norteado por “questões como o ritmo (gráfico, visual, semântico), a

sustentação do interesse, a produção de uma capa em que os fatores de atração se aproximam mais

da preparação de uma embalagem do que do simples julgamento de importância jornalística”

(LAGE, 2001, p.125).

3 Observação: números de outubro de 2002 Fontes: Estudos Marplan Dados foram fornecidos por Gabriela Sandoval, atendimento ao leitor de Veja, via e-mail no dia 23/ 08/ 2006. (*) Fonte: Pesquisa Research International com leitores (www.publiabril.com.br) 4 Dados extraídos do site da revista em 05/ 04/ 2007.

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Nesse sentido, a convergência do fazer jornalístico com os princípios publicitários deixa claro

que a revista, como produto de mercado, deve oferecer a seu público algo que ele deseja ser ou ter.

A fim de sustentar o interesse dos leitores há um empenho por parte das revistas em responder

aos porquês que permeiam suas vidas, ao mesmo tempo, que mantêm uma estrutura agradável

despertando em seu público a necessidades de consumi - lá. A mensagem precisa convencer,

envolver o consumidor, incitando-o a comprar a revista, que atinge esse objetivo recorrendo à

versatilidade da capa.

Uma boa revista precisa de uma capa que a ajude a conquistar leitores e os convença a levá-la para casa. Capa é feita para vender revista. Por isso, precisa ser o resumo irresistível de cada edição, uma espécie de vitrine para o deleite e a sedução do leitor (SCALZO, 2003, p.62).

Boas capas vendem e consagram uma publicação, mas para chegar a esse patamar muita coisa

teve de acontecer no processo de evolução da imprensa para que tal recurso alcançasse tamanha

visibilidade.

Quando os jornais surgiram no Brasil, no século 19, não havia diferença entre a primeira página e o resto do jornal. Só quando a imprensa foi se industrializando é que foi surgindo essa distinção, cuja origem também pode ser explicada pela ligação forte, numa sociedade como a nossa, de pouca tradição letrada, entre palavra e imagem. As primeiras páginas ou capas são uma atualização dos murais, pasquins, cartazes, sem falar dos rumores de boca a orelha. Mas se o rumor de boca para a orelha, no caso dos jornais, é imediato, no das revistas ele demora mais a chegar. O tempo divide a primeira página, do jornal, a capa, da revista, e determina como eles devem se aproximar do seu público. A capa é mais ‘vendedora’ que a primeira página, pois ela tem basicamente uma matéria que destaca (MOREL apud HAAG, 2005, p.1)

Nesses quarenta anos de publicação, um traço marcante de Veja, sempre foi a aposta na

estrutura monotemática da capa, composta por um elemento visual e um verbal completando-o.

Usualmente esse elemento verbal vem acompanhado de legendas, subtítulos e até supratítulos a fim

de conduzir a leitura da manchete.

Não basta à capa como “vitrine” da publicação apresentar o tema central da edição de forma

séria, “pois o leitor tem uma expectativa de emoção e a revista promete isso. Nada de tédio, o que

importa é o choque. A realidade deve ser estetizada para comunicar, o simples documento do fato

da semana deve ser embalado com cores vivas e a capa deve ‘gritar’ para se destacar das

concorrentes” (HERNADES apud HAAG, 2005, p.1).

A capa representa para a revista o que a embalagem seria para os demais produtos de

mercado, o que explica porque a composição desta “simples página colorida” requer tanto empenho

por parte dos profissionais envolvidos em sua produção.

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No caso de Veja essa função é responsabilidade de sua equipe de arte, composta pelos

seguintes profissionais: editor de fotografia, editor visual, diretor de arte, editor de arte, design,

infografistas, que em conjunto com o diretor de redação, escolhem a capa que julgam mais

interessante e atraente para o leitor. Todos esses profissionais são jornalistas da redação de Veja e

procuram, na confecção da capa, dosar informação visual e verbal. A aprovação final é do

presidente e editor da Editora Abril Roberto Civita.5

É interessante ressaltar que a estrutura monotemática da capa de Veja não se mistura com seu

logotipo, que na revista atua como um espaço institucional. Essa limitação espacial para cada

elemento é importante a fim de garantir a identificação da revista por meio de seu logotipo.

É imprescindível que a chamada principal e a imagem sejam complementares à medida que a

mensagem transmitida mantenha uma estrutura coesa e coerente. Já que a capa, como elemento

editorial, “tem a função estratégica de definir a compra de seu produto pelos leitores em potencial”

(SCALZO, 2003, p. 62).

Para Cremilda Medina, autora de “Notícia, um produto à venda” (1978, p.118), o fazer

jornalístico como produto de consumo da indústria cultural, desenvolveu uma componente verbal

específica, que serve para chamar a atenção e conquistar o leitor para o produto/ matéria, esse apelo

verbal, conscientemente desdobrado da mensagem, é o título.

No prefácio do Manual da Editora Abril (1990), Roberto Civita, pondera que “o título é a

chave. Para funcionar precisa impacto, sem impacto não chamará a atenção. Se não chamar a

atenção será inútil. Um título bem feito “vende” uma reportagem. Ou uma edição. Um título ruim

consegue esconder um magnífico trabalho jornalístico.” E Melo (1994, p.85) acrescenta “na

verdade, o título da notícia já constitui a apropriação de uma forma publicitária pelo Jornalismo.”

Cientes dos elementos que compõem as capas de Veja, passaremos a analisá-las.

5 Informações fornecidas por Eduardo Tedesco, responsável pelo Atendimento ao Leitor e Seção de Cartas da revista Veja, por telefone em 26/ 02/ 2008.

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4) Resultados- As capas da revista Veja: linguagem jornalística e publicitária em convergência

Partindo do princípio defendido pela hipótese desta pesquisa e tomando como base uma

abordagem científica, o objetivo deste tópico é analisar as capas de Veja, a fim de verificar se nelas

há existência de uma convergência entre jornalismo e publicidade em seu mecanismo de produção.

O recorte adotado para a elaboração deste artigo se restringe a três exemplares da revista,

compreendidos entre dezembro de 2006 e dezembro de 2007. O parâmetro para escolha das capas a

serem avaliadas foi o ranking dos dez temas mais freqüentes nas capas de Veja, nos últimos 40

anos, contido no Encarte Especial Veja nº 2000 (21/ 03/ 2007). São eles respectivamente: política,

economia, internacional, artes & espetáculos, saúde, comportamento, esporte, polícia, sociedade e

religião6.

No entanto, a tese de doutorado “Indispensável é o leitor” de Maria Alice Carnevalli, que

analisa o papel dos leitores das maiores revistas semanais brasileiras Veja, Isto É e Época, chegou à

conclusão que exatamente 50% das manchetes de capa, ou seja, metade do total das capas

analisadas, trouxeram fait divers7, enquanto 27% trataram de assuntos factuais desvinculados da

periodicidade das publicações em questão, ou saíram com furos de reportagem. Os assuntos

diretamente relacionados à semana ficaram em terceiro e último lugares, com apenas 23% das

manchetes, sendo o caso mais acentuado o de Veja, que dedicou aos acontecimentos semanais

somente seis capas durante o espaço de um ano, o equivalente a 12% do total8.

Percebe-se que os temas elencados pelo Encarte não manteve a mesma tendência exposta na

pesquisa de Carnevalli, dessa maneira, dentre os temas apontados por Veja optou-se por trabalhar

com Política, Economia e Comportamento, visto que, ainda hoje, seriam veiculados mais

freqüentemente, segundo o padrão proposto por ambas as fontes.

A análise das capas se centrará na sua manchete (notícia) e os elementos a ela associados-

imagem, subtítulo, supratítulos e a marca (nome) da revista.

5 Essa classificação não corresponde às tendências atuais das capas da revista. 7 O fait divers explica o fato noticioso dentro de uma estrutura fechada, descontextualizada em âmbito temporal e espacial (Barthes, p.59) 8 Período avaliado referente ao ano de 2000.

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Política- Edição de 08/ 08/ 2007;

A manchete “Mais laranjas de Renan” está adequada aos padrões dos anúncios

publicitários ao ser grafada em letras maiores e ser concisa, composta por três palavras gramaticais.

Foge ao padrão, no entanto, por abordar um tema disfórico. A palavra gramatical “mais” foi

intencionalmente utilizada para despertar a atenção dos leitores sobre uma nova denúncia no caso

Renan Calheiros. Ao referir-se às pessoas que Renan usava em negócios clandestinos, forjados de

modo a conservar o anonimato dos envolvidos, a revista optou pela palavra “laranja”, que no

contexto adquire um sentido conotativo.

Renan sentado na fruta representa o que se quer comunicar acerca do teor das denúncias: se

apóia em “laranjas” a fim de realizar negócios escusos, bem como os braços cruzados simbolizam

o descaso com os eleitores. O detalhe das folhas representadas por notas de dinheiro e a imagem do

microfone remetem ao montante usado pelo senador para custear a compra de duas rádios alagoanas

reafirmando o sentido denotativo do subtítulo – Como o senador se tornou o dono oculto de duas

rádios em Alagoas. Ele pagou 1,3 milhões em dinheiro vivo. Essas informações completam a

mensagem, oferecendo ao leitor dados obtidos pela reportagem de Veja que atraem o leitor mais

uma vez pelo uso da adjetivação ao senador - “oculto” - e pela quantia em dinheiro pago pelo

senador “1,3 milhão”.

A expressão irônica no rosto de Renan Calheiros estimula a reprovação diante das denúncias

apresentadas pela revista. Como na publicidade impressa, a manchete e a imagem procuram atrair a

atenção do leitor e despertar seu interesse pela edição de Veja por meio da associação da linguagem

conotativa e denotativa, ativando a inteligência do público ao ler essa mensagem criativa e

interagindo com ele; o leitor se sente valorizado com a informação que Veja produziu para ele.

Nessa capa, os elementos utilizados estão estruturados de maneira a privilegiar o movimento

diagonal da visão começando no texto acima do logotipo da revista, passando pela imagem que

corre até a manchete, elemento principal da capa. O logotipo de Veja alaranjado está em

consonância com a imagem da fruta, enquanto o contorno das letras, em branco, trabalha

harmoniosamente com o fundo da mesma cor. Neste caso, o uso das cores preto e vermelho,

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respectivamente no título e texto, carregam uma conotação negativa diante do assunto tratado pela

edição.

Manchete e subtítulo atendem ao princípio publicitário da convicção criada no leitor por

meio do uso de argumentos emotivos e racionais. Os argumentos emotivos são encontrados na

manchete centrada no receptor, jogando com seus sentimentos (nesse caso indignação, revolta),

visando à aceitação da mensagem. Já os argumentos racionais são utilizados no subtítulo, que

explica o porquê da manchete e para que os “laranjas” foram utilizados, esse argumento racional

ganha força ao apoiar-se em dados incontestáveis como números (“duas rádios”) e valores (“Ele

pagou 1,3 milhão em dinheiro vivo”). Posicionado no canto superior direito, o logotipo de Veja

ocupa um lugar que, para a revista, representa um espaço institucional. Diferentemente da maioria

dos anúncios publicitários que se concentram no canto inferior direito. Essa divergência, porém não

compromete a leitura da marca na composição da capa, porque o público já se acostumou a vê-la

nessa posição, ou seja, é uma tradição de quarenta anos da revista.

Economia- Edição de 30/ 12/ 2006;

Optar por falar sobre a classe média é de muito valor para o público de Veja, visto que a

grande maioria de leitores da semanal é composto por indivíduos que pertencem a esse segmento

social. A manchete é concisa, sendo composta por três palavras gramaticais. O posicionamento dos

atores, todos se tocando, acentua a impressão de proximidade, comprovada pelo fato de estarem

circundados por uma linha que, partindo da cabeça do menino percorre todas as personagens da

imagem até chegar ao cachorro. Formando, evidentemente, uma família. A representação da família

típica classe média, com dois filhos e um animal de estimação, dentro de uma bolha complementam

a informação transmitida pela manchete aludindo ao sufoco pelo qual estão passando esses

indivíduos. A imagem desta capa metaforiza a classe média, é possível imaginar que a intenção dos

produtores ao concebê-la fosse passar a idéias de uma bola de cristal, sendo a bola representada pela

bolha que envolve a família e o suporte pela estrutura da manchete+ subtítulo. Isso pode ser intuído

por meio dos argumentos apresentados pela revista que expõe o problema (impostos, estagnação e

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descaso) que visto através da bola de cristal oferece perspectivas positivas, o que poderia ser

comparado a uma profecia de riqueza e progresso feita pela revista a seus leitores.

Nessa capa, o recurso da visão diagonal está associado ao centro ótico, “o ponto que a vista

tende a focalizar (o centro óptico) situa-se um pouco acima do verdadeiro centro geométrico”

(LUND apud VESTERGAARD & SCHRODER, p.69), dessa maneira, chamando a atenção para a

expressão nos rostos das personagens o que remete à afirmativa da manchete. São utilizados

argumentos mistos para despertar a atenção dos leitores e, conseqüentemente, conquistar sua

adesão. A fim de explicar a manchete, o subtítulo é introduzido por argumentos racionais,

“impostos, estagnação e descaso dos políticos” e completado por apelos emocionais como “ela

não vê a hora de libertar seus ímpetos de riqueza e progresso”.

Comportamento- Edição de 21/ 03/ 2007;

A manchete pode ser comparada ao que é chamado de título na publicidade por se tratar da

mensagem grafada em letras maiores no anúncio. É prática comum à publicidade, a comunicação

verbal recorrer a uma mensagem original, criativa, pois sua função é fazer com que o

leitor/consumidor pare para entender o sentido da imagem por ele delimitada e prossiga a leitura

para entender do que se trata o subtítulo. Nesse caso a manchete é “Eu me amo”, sendo

subentendida pela imagem do coração, que na tradição literária acredita-se ser o órgão onde tal

sentimento reside. Além disso, possui as qualidades de um bom título publicitário: é conciso e

positivo, aborda aspectos eufóricos e agradáveis e contém três palavras gramaticais. O assunto da

manchete é interessante à medida que causa impacto emocional e faz referência a um ser

individualizado “eu me amo” em 1ª pessoa, mas que na verdade está voltada ao receptor da

mensagem. Já o subtítulo “O poder da auto-estima” aparece em letras menores e atua como

complemento, fornecendo-lhe uma resposta sintética ao que é proposto pela manchete.

Nesse caso a imagem “conversa” com os elementos verbais da mensagem que, além de

completar chama a atenção do leitor e o impele a comprar a revista (impacto emocional). A imagem

de um coração vermelho desenhado em um botton, supostamente pregado em uma camiseta branca

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representa tanto o público masculino quanto o feminino, garantindo a atenção de ambos os sexos

para a temática abordada na capa.

A cor utilizada ao fundo da imagem do coração é o branco remetendo a idéia de uma camiseta

na qual está um broche com a inscrição “eu me amo” em preto, completada pelo coração vermelho.

Essa combinação em preto e vermelho, sobre o fundo branco tem a função de destacar o assunto a

ser abordado (reportagem especial) e remete à emoção do público da revista. O broche também

metaforiza a adesão do público leitor a esse conceito de auto-estima.

Assim como na maioria dos textos publicitários, essa capa de Veja combina argumentos

emotivos (título, subtítulo e imagem) com argumentos racionais (texto) estimulando a leitura de tal

reportagem. Da mesma maneira que em alguns anúncios, as palavras da manchete e subtítulo são

escolhidas de forma a despertar a atenção do leitor para o assunto, sendo utilizados, para tanto,

argumentos racionais e emotivos, respectivamente.

Na manchete é utilizada uma fórmula fixa, frase clichê do seu cotidiano, que em uma

combinação inusitada aciona a mensagem depositada no inconsciente do leitor e ao mesmo tempo

leva-o a interpretar essa mensagem num contexto inesperado: a pessoa declarando amor a si mesma.

E nessa fórmula fixa “Eu me amo”- título e “O poder da auto-estima”- subtítulo são empregadas

palavras com alto teor emotivo: “amo” e “poder” pela sua positividade. O amor e o poder estão

presentes como objetivos, aspirações do público-alvo da revista.

5) Conclusões

As análises das capas de Veja confirmaram em parte nossa hipótese.

A composição das capas de Veja se assemelha à do texto publicitário: utilizam-se da marca

Veja, de uma imagem, de uma manchete – analogamente ao título da publicidade – e de um

subtítulo ou supratítulo para complementar a mensagem da manchete – também usados na

publicidade.

Nessa mídia, um produto jornalístico, a marca Veja, aparece em todas as edições, no canto

superior direito da capa, em letras e cores que lhe conferem maior destaque, para que seja a

primeira informação lida pelo leitor. Ao enfatizar sempre seu nome na capa da revista, aposta na

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credibilidade de sua marca e no seu poder ideológico e mercadológico para atrair o leitor à sua

compra na banca e/ou fidelizar seus assinantes.

Já com o texto publicitário esse processo é inverso: primeiramente o conjunto título

(manchete) e imagem responde por 50% da chamada de atenção do consumidor, estimulando seu

desejo pelo produto/serviço, para que depois ele vá buscar mais informações no texto e encontrar

afinal a marca, geralmente no canto inferior direito da página. Para a publicidade, o título e a

imagem sempre se voltam ao consumidor, para que ele se sinta atraído pelos apelos que preencham

suas necessidades, desejos, fantasias; a marca ou nome do produto/serviço/idéia é o último

elemento da leitura de um anúncio.

Apesar dessa inversão quanto à posição do nome da revista, a imagem e a manchete das

capas de Veja, assim como os textos publicitários, voltam-se sempre ao interesse do leitor, com o

objetivo de atrair sua atenção e seu desejo para ler a reportagem contida no interior da revista. Para

isso, recorre a imagens e manchetes que associam o sentido denotativo e conotativo, o que resulta

em uma capa criativa, esteticamente agradável e atrativa. O leitor sente-se valorizado com essa

beleza da informação, pois interage com essas mensagens decifrando seus significados.

A revista Veja, assim como qualquer outro periódico, é um produto feito para informar e

vender, por isso a hibridização com a linguagem publicitária, que também objetiva informar e

persuadir o consumidor à compra do produto/serviço/idéia.

Os recursos de que lança mão em suas capas são artifícios também utilizados pela

linguagem jurídica, pelo discurso amoroso, pelo texto religioso e na linguagem do cotidiano.

Eduardo Tedesco, responsável pelo Atendimento ao Leitor e Seção de Cartas da revista Veja, ao

esclarecer que são os próprios jornalistas da redação de Veja que elaboram suas capas, aponta mais

um caminho para os jornalistas: aprimorar-se na linguagem expressiva e criativa do Jornalismo para

alcançar vendas.

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