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Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-RR-1498-34.2010.5.03.0015
Firmado por assinatura digital em 07/04/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
A C Ó R D Ã O
7ª Turma
CMB/nsl
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA
RECLAMADA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA
ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
CARACTERIZAÇÃO. Atestada por laudo
técnico pericial a exposição do
empregado a agente insalubre, pelo
exercício de atividade de campo, cuja
nocividade não é capaz de ser atenuada
pelos EPI’s utilizados, descabe a
argumentação quanto à violação do
artigo 194 da CLT, pois ausente a
circunstância de eliminação do risco à
saúde, de que trata o referido
dispositivo. Recurso de revista de que
não se conhece.
MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. PAGAMENTO
DAS VERBAS RESCISÓRIAS EFETUADO NO
PRAZO LEGAL. HOMOLOGAÇÃO TARDIA.
Ressalvado o meu entendimento pessoal,
a jurisprudência prevalecente do
Tribunal Superior do Trabalho é no
sentido de que a multa prevista no
artigo 477, § 8º, da CLT refere-se à mora
no pagamento das parcelas rescisórias,
de modo que a homologação posterior ao
decurso do prazo estabelecido no § 6º
não pode ser considerada como fato
gerador de aplicação da aludida
penalidade. Precedentes. Recurso de
revista de que se conhece e a que se dá
provimento.
RECURSO DE REVISTA ADESIVO INTERPOSTO
PELO AUTOR EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA
ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
NULIDADE PROCESSUAL. CERCEAMENTO DE
DEFESA. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE
TESTEMUNHA. Ao magistrado é assegurada
liberdade na direção do processo, sendo
permitido o indeferimento de provas em
decorrência do princípio do livre
convencimento motivado e da celeridade
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processual, conforme preveem os artigos
765 da CLT; 130 e 131 do CPC; e 5º,
LXXVIII, da Constituição Federal. No
caso, o indeferimento da oitiva da
reclamada e da testemunha arrolada pelo
reclamante decorreu da constatação de
que houve efetiva confissão real por
parte do autor, em seu depoimento, a
ensejar o inevitável indeferimento dos
pedidos correlatos. Devidamente
motivado o procedimento, não há se falar
em cerceamento de defesa. Indene o
artigo 5º, LV, da Constituição Federal.
Recurso de revista de que não se
conhece.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA
JURÍDICA. INTEGRAÇÃO. Consignou o
Tribunal Regional que a parcela paga ao
autor a título de “Ticket-alimentação”
possui natureza jurídica
indenizatória, por força de expressa
previsão em Acordos Coletivos de
Trabalho, sendo indevida a integração
postulada. Conclusão diversa, no
sentido da tese recursal, de que havia
pagamento da verba com natureza
salarial, implicaria revolvimento de
fatos e provas, procedimento obstado
nesta instância extraordinária.
Ademais, carece de prequestionamento a
questão atinente à ocorrência de
pagamento da parcela antes da adesão da
empresa ao PAT ou da fixação da natureza
indenizatória por norma coletiva.
Incidência das Súmulas nº 126 e 297 do
TST. Recurso de revista de que não se
conhece.
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. MUDANÇA
ÚNICA QUE PERDUROU ATÉ A DATA DA
RESCISÃO CONTRATUAL. CARÁTER
DEFINITIVO. A Orientação
Jurisprudencial nº 113 da SBDI-1 desta
Corte determina o direito ao adicional
de transferência no caso em que esta é
provisória. A SBDI-1 deste Tribunal
Superior considera o caráter da
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transferência, se provisória ou
definitiva, aferindo-se, no caso
concreto, os termos em que ocorreu o
deslocamento, tais como o tempo de
contratação, o motivo que a ensejou, o
número de mudanças, o ânimo de
permanência e, em certos casos, a época
da rescisão contratual. Precedentes. Na
hipótese, o reclamante foi contratado
na cidade do Rio de Janeiro, em junho de
2001, de onde foi posteriormente
transferido, em junho de 2003, para a
cidade de Belo Horizonte, onde
permaneceu até a rescisão do contrato,
ocorrida em fevereiro de 2010. Ademais,
conforme registrado no acórdão
regional, o próprio autor, em seu
depoimento, confirmou o caráter
definitivo da única transferência
promovida durante a vigência do seu
contrato de trabalho. Indevido, assim,
o adicional previsto no artigo 469, §
3º, da CLT. Recurso de revista de que não
se conhece.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. O Tribunal
Regional, soberano na análise da prova,
consignou a ausência dos elementos
caracterizadores da equiparação
salarial e ressaltou que “o próprio autor
trouxe aos autos um fato impeditivo do pleito
equiparatório, ao admitir, em depoimento pessoal, a
existência de distinção entre as atividades por ele
desenvolvidas e aquelas exercidas pelo paradigma
indicado na inicial”. Admitido pelo
reclamante a ausência de identidade de
funções com o paradigma, não há como se
reconhecer o direito à equiparação
salarial, que exige tal requisito.
Indene o artigo 461 da CLT. Recurso de
revista de que não se conhece.
INDENIZAÇÃO. HORAS DE SOBREAVISO. O
recurso, no particular, encontra-se
desfundamentado, à luz do artigo 896 da
CLT, na medida em que ausente indicação
de ofensa a dispositivo legal ou
constitucional, de contrariedade à
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súmula ou orientação jurisprudencial
desta Corte, ou mesmo de divergência
jurisprudencial. Recurso de revista de
que não se conhece.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso
de Revista n° TST-RR-1498-34.2010.5.03.0015, em que são Recorrentes TNL
PCS S.A. e CARLOS EDUARDO MENDES VIEIRA e Recorrido OS MESMOS.
A reclamada, não se conformando com o acórdão do
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (fls. 355/365), interpõe
recurso de revista (fls. 368/379), no qual aponta violação de
dispositivos de lei e da Constituição Federal, bem como indica dissenso
pretoriano.
Despacho de admissibilidade às fls. 393/394.
Contrarrazões oferecidas pelo autor, às fls. 396/403.
Recurso de revista adesivo interposto pelo
reclamante, às fls. 407/417, cuja admissibilidade está condicionada ao
conhecimento do recurso principal, nos termos do despacho de fls.
421/422.
Contrarrazões oferecidas pela reclamada, às fls.
423/429.
Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público
do Trabalho, nos termos do artigo 83, § 2º, II, do Regimento Interno do
TST.
É o relatório.
V O T O
Inicialmente, destaco que o presente apelo será
apreciado à luz da Consolidação das Leis do Trabalho, sem as alterações
promovidas pela Lei nº 13.015/2014, uma vez que se aplica apenas aos
recursos interpostos em face de decisão publicada já na sua vigência,
o que não é a hipótese dos autos – acórdão regional publicado em 07/10/2011
(fl. 366).
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RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA
Presentes os pressupostos extrínsecos de
admissibilidade, passo à análise dos pressupostos recursais intrínsecos.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CARACTERIZAÇÃO.
CONHECIMENTO
A reclamada sustenta ser indevida a condenação ao
pagamento de adicional de insalubridade. Afirma que o laudo pericial
concluiu pela caracterização de insalubridade por suposto contato com
radiações não ionizantes sem qualquer constatação e apesar de admitir
que o autor (especialista em telecomunicações) exercia atividades de
escritório no período de 26/06/2007 a 03/02/2010. Argumenta que apenas
por uma semana ao mês havia vistorias em campo, que duravam, em média
45 a 90 minutos, cujas atividades eram, em regra, no chão. Aduz que a
exposição ao agente nocivo, se existente, era meramente esporádica e com
uso regular de equipamento de proteção individual – EPI’s. Pugna pela
exclusão da condenação ao pagamento do adicional de insalubridade e
reflexos, assim como da obrigação de fornecer Perfil Profissiográfico
Previdenciário – PPP, sob pena de multa diária. Aponta violação do artigo
194 da CLT e do Anexo 7 da NR-15.
Eis a decisão recorrida:
“2. Adicional de insalubridade/periculosidade
O reclamante não se conforma com a sentença que indeferiu a
pretensão de recebimento dos adicionais de insalubridade e periculosidade.
Examino.
A perícia realizada nos autos concluiu pela descaracterização da
periculosidade no ambiente laboral do autor. Por outro lado, ‘com base na
inspeção e avaliações realizadas no local de trabalho do Reclamante’,
entendeu por ‘caracterizada a insalubridade em grau médio por Radiações
não Ionizantes, de acordo com o Anexo 7 da NR – 15 da Portaria 3.214/78,
no período de 26/06/2007 a 03/02/2010’ (f. 168).
Não obstante, a MM. Juíza indeferiu as pretensões relativas tanto à
periculosidade quanto à insalubridade, fundamentando, quanto a esta última,
que ‘embora estivesse o reclamante sujeito às radiações não-ionizantes, este
fazia uso dos EPI’s, estando, portanto, com a proteção adequada, razão pela
qual não há como enquadrá-lo na norma regulamentadora invocada pela
perita’ (f. 203). Pontue-se que a sentença concluiu pelo efetivo uso dos
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EPIs em razão de ser o próprio reclamante quem incontroversamente
controlava a distribuição de EPIs na empresa reclamada.
Data venia, discordo do posicionamento adotado em primeira instância
especificamente no que tange à insalubridade.
Apurou o perito que, ao longo do pacto laboral, dentre outras
atividades, incumbia ao reclamante ‘realizar vistorias em campo para
determinar novos pontos de sites (locais propícios à montagem de novas
estruturas para instalação de novas antenas de telefonia celular para a
empresa ou, caso a estrutura já existisse, pertencente à empresa ou a outra
empresa de telefonia celular, analisar o compartilhamento, apenas para
instalação de novas antenas de telefonia celular para a empresa) ou realizar
vistorias em campo para inspecionar antenas que já haviam sido instaladas
em estruturas novas ou compartilhadas (estrutura já existente, pertencente à
empresa ou a outra empresa de telefonia celular). Esta atividade consistia em
ficar posicionado no local escolhido ou, caso a antena já tivesse sido
instalada, subir na estrutura, e fotografar o local, utilizando máquina
fotográfica, anotar localização geográfica, utilizando GPS, bússola e trena,
ou ainda efetuar pequenas manutenções na antena (apertar parafusos,
consertar o direcionamento da antena, etc.)’ (f. 161/162).
Segundo o expert, no período de 26/06/07 a 03/02/10, tais atividades
eram praticadas durante uma semana por mês, sendo que ‘eram
vistoriadas de 01 a 03 localidades por jornada de trabalho, e cada vistoria
durava de 45 minutos a 01 hora e 30 minutos’ (f. 162).
Explicou o especialista que ‘A faixa de frequência de operação da
telefonia móvel da empresa é de 845 MHz a 2100 MHz e a faixa de
frequência de operação da telefonia móvel de outras empresas é de 6000
MHz A 50000 MHz. A faixa de frequência para microondas é de 300 MHz a
30000MHz’ (f. 162). Prosseguiu dizendo que ‘Aproximadamente, de 20% a
30% das vistorias realizadas pelo Autor eram efetuadas em estruturas onde já
havia antenas que emitiam microondas, para atender à telefonia fixa ou
móvel da própria empresa ou telefonia móvel de outra empresa” (f. 162;
grifos acrescidos).
Apurou o perito que, para realizar tais atividades em campo, o autor
‘usava capacete, botina, cinto tipo paraquedista, luvas de vaqueta sem dedos
ou luvas de vaqueta com dedos de borracha, fita de extensão, mosquetão,
talabarte, trava quedas’ (f. 162; grifos acrescidos). Destacou, ainda quanto
aos EPIs, que ‘O próprio Reclamante providenciava a troca dos EPIs, quando
havia necessidade. O uso dos EPI’s era fiscalizado pelos especialistas,
inclusive pelo próprio Autor. Foi dado treinamento, pelo técnico de
segurança do trabalho, a respeito dos EPIs’ (f. 163/164).
Ainda assim, o perito concluiu pela existência da insalubridade em
grau médio por radiações não ionizantes, no período mencionado (26/06/07 a
03/02/10).
Ora, de fato, nenhum dos EPIs fornecidos pela empresa eram
destinados a proteger o trabalhador das microondas emitidas por antenas,
sendo eles específicos para a proteção do trabalhador contra quedas.
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Assim, diversamente do que entendeu o d. Juízo de primeiro grau, o
simples fato de o reclamante controlar a distribuição desses EPI’s -
insuficientes à eliminação da insalubridade gerada pelas microondas - não
lhe retira o direito à percepção do adicional em questão.
Em consequência, a sentença merece reforma, no particular, tendo em
vista o teor da prova pericial de insalubridade, exigida por lei exatamente por
envolver matéria técnica especializada e afeta somente a profissionais do
ramo (art. 195, caput e parágrafo 2º, da CLT).
Muito embora o julgador não esteja adstrito às conclusões da prova
técnica, quando esta conclui pela caracterização da insalubridade e não é
satisfatoriamente contrariada, deve ser acatada.
Faz jus o reclamante, portanto, à percepção do adicional de
insalubridade em grau médio, relativamente ao período compreendido entre
26/06/2007 e 03/02/2010.
Face à habitualidade constatada, são devidos os reflexos postulados em
aviso prévio, 13ºs salários, férias + 1/3 e FGTS + 40%.
Ao contrário do que pretende o reclamante, não há falar na utilização
do salário básico como base de cálculo da parcela.
Até que haja a edição de lei que venha a regulamentar o pagamento do
adicional de insalubridade, a sua base de cálculo continuará sendo o salário
mínimo. A Súmula Vinculante nº 4 do STF declara a inconstitucionalidade
dessa forma de cálculo, mas ressalta a impossibilidade de adoção, pelo Poder
Judiciário, de uma outra diversa, até que uma norma legal venha a
regulamentar o tema, consoante se extrai do seguinte trecho da Rcl
6.266-MC/DF:
‘No julgamento que deu origem à mencionada Súmula
Vinculante nº 4 (RE 565.714/STF, Rel. Min. Carmem Lúcia,
Sessão de 30.4.2008 – Informativo nº 510/STF), esta Corte
entendeu que o adicional de insalubridade deve continuar sendo
calculado com base no salário mínimo, enquanto não superada a
inconstitucionalidade por meio de lei ou convenção coletiva.’
Nesse contexto, conclui-se que o salário mínimo deve ser utilizado
como base de cálculo do adicional de insalubridade, em conformidade com o
artigo 192 da CLT, que continua a regular a matéria, até que haja nova lei
estabelecendo em sentido diverso.
A SDI-I do TST assim vem se posicionando, a exemplo dos seguintes
julgados, dentre outros: E-RR-769/2004-068-09-00.5, Rel. Min. Guilherme
Augusto Caputo Bastos, DEJT 19.03.09, pág. 25; e E-ED-RR-1034/2001-
029-15-00.0, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT 12.03.09, pág. 33.
Por fim, reconhecido o labor em condições insalubres, mera
decorrência é a determinação de fornecimento do Perfil Profissiográfico
Previdenciário - PPP, que passou a ser o documento hábil à comprovação do
exercício de atividade especial, em substituição ao formulário
DIRBEN-8030.
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O documento em questão deverá ser entregue ao reclamante no prazo
de dez dias, a contar do trânsito em julgado, sob pena de multa diária de
R$50,00 (cinquenta reais).
Provejo.” (fls. 358/361).
De início, registra-se que recurso de revista não se
viabiliza por alegação de afronta a anexo de norma regulamentar expedida
por Portaria do Ministério do Trabalho, ante a ausência de previsão nas
alíneas do artigo 896 da CLT.
No caso, o Tribunal Regional reformou a sentença para
deferir ao autor adicional de insalubridade, em grau médio, por radiações
não ionizantes, no período de 26/06/2007 a 03/02/2010.
A condenação foi amparada em laudo técnico pericial
que atestou a exposição a agente nocivo nas atividades de campo
desenvolvidas pelo autor, tendo sido explicitado que “nenhum dos EPIs
fornecidos pela empresa eram destinados a proteger o trabalhador das microondas emitidas por antenas,
sendo eles específicos para a proteção do trabalhador contra quedas” (fl. 359).
A circunstância de serem as atividades de campo
praticadas em uma semana por mês, caracterizadas por vistorias que
duravam de 45 minutos a 01 hora e 30 minutos, cada, realizadas em
localidades que variavam de 01 a 03 por jornada de trabalho, não é capaz
de descaracterizar o direito ao adicional de insalubridade, o qual se
faria devido ainda que configurada a hipótese de exposição em caráter
intermitente, conforme diretriz da Súmula nº 47 do TST:
“SUM-47 INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003. O trabalho executado em condições insalubres, em caráter
intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do
respectivo adicional.”
Ademais, constatada em laudo pericial a exposição do
empregado a agente insalubre, cuja nocividade não é capaz de ser atenuada
pelos EPI’s utilizados na prestação de trabalho, descabe a argumentação
da parte quanto à violação do artigo 194 da CLT, pois ausente a
circunstância de eliminação do risco à saúde, de que trata o referido
dispositivo.
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Não conheço.
MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. PAGAMENTO DAS VERBAS
RESCISÓRIAS EFETUADO NO PRAZO LEGAL. HOMOLOGAÇÃO TARDIA.
CONHECIMENTO
A reclamada sustenta ser indevida a condenação ao
pagamento da multa do artigo 477 da CLT, em face da homologação tardia
da rescisão. Afirma que, ocorrendo o pagamento das verbas rescisórias
no prazo legal torna-se indevida a multa, ainda que a homologação da
rescisão do contrato tenha ocorrido em data posterior. Aponta violação
do artigo 5º, II, da Constituição Federal e 477, §§ 6º e 8º, da CLT.
Transcreve arestos ao cotejo de teses.
Eis a decisão regional:
“Multa prevista no artigo 477, parágrafo 8°, da CLT.
A reclamada não se conforma com o deferimento da multa prevista no
parágrafo 8º, do art. 477, da CLT. Sustenta que o mero atraso na
homologação da rescisão não é suficiente para ensejar a referida penalidade.
Sem razão.
O acerto rescisório é ato complexo, compreendendo, além do
pagamento, a necessária formalização da rescisão, com a entrega das guias
TRCT e CD/SD, bem como da chave de conectividade. Em sendo assim, não
se completando a prática de todos esses atos, o só pagamento das parcelas
devidas em rescisão não elide o pagamento da multa.
Conforme TRCT de f. 10, o autor foi dispensado imotivadamente em
03/02/2010, mediante aviso prévio indenizado. Considerando que o acerto
rescisório só foi efetuado em 23/02/10 perante o Sindicato da Categoria (f.
10/11), tem-se por não observados os 10 dias previstos no parágrafo 6º,
alínea ‘b’, do art. 477, da CLT.
Isso porque, ainda que tenha sido realizado o pagamento das parcelas
constantes do TRCT no prazo legal, o acerto rescisório só se realizou após o
decêndio legal, o que ocasionou prejuízos ao reclamante, pois implicou
atraso no levantamento do FGTS e no requerimento do seguro-desemprego.
Desse modo, decidiu corretamente a MM. Juíza ao condenar a
reclamada ao pagamento da multa prevista no art. 477, parágrafo 8º, da
CLT.” (fls. 364/365).
A delimitação fática que se extrai do acórdão regional
é a de que houve o pagamento das parcelas constantes do Termo de Rescisão
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do Contrato de Trabalho no prazo estabelecido no § 6º do artigo 477 da
CLT.
Não obstante, considerou o Tribunal a quo inobservado
o prazo legal, a ensejar a incidência de multa, pois o acerto rescisório
somente se concretizou com a respectiva homologação pelo sindicato,
oportunidade em que se proporcionou ao autor o implemento dos demais
direitos decorrentes da rescisão, como o levantamento do FGTS e o
requerimento de seguro-desemprego.
Acerca do tema, ressalvo meu entendimento no sentido
de que a norma é garantir o cumprimento do prazo para que sejam
implementados os efeitos decorrentes da extinção do contrato de trabalho,
entre os quais se incluem a liberação do FGTS e do seguro-desemprego,
o que, realmente, não é possível sem a imprescindível formalidade.
Entretanto, acompanho o entendimento majoritário
desta Corte Superior no sentido de que a multa prevista no artigo 477,
§ 8º, da CLT refere-se à mora no pagamento das parcelas rescisórias, de
modo que a homologação posterior ao decurso do prazo estabelecido no §
6º não pode ser considerada como fato gerador de aplicação da aludida
multa.
Nesse sentido são os seguintes precedentes:
"MULTA PREVISTA NO § 8º DO ART. 477 DA CLT.
PAGAMENTO DAS PARCELAS RESCISÓRIAS NO PRAZO
PRECONIZADO NO § 6º DO ART. 477 DA CLT. HOMOLOGAÇÃO
POSTERIOR. INDEVIDA. A multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT é
referente à mora no pagamento das parcelas rescisórias, de modo que a
homologação posterior ao decurso do prazo estabelecido no § 6º não pode ser
considerada como fato gerador de aplicação da referida multa. Recurso de
Embargos de que se conhece e a que se nega provimento."
(TST-E-RR-548-28.2010.5.03.0014, Relator Ministro: João Batista Brito
Pereira, SBDI-1, DEJT 01/07/2013);
"RECURSO DE EMBARGOS - REGÊNCIA PELA LEI Nº
11.496/2007 - MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT - ATRASO NA
HOMOLOGAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL - DESCABIMENTO.
Com a ressalva do meu entendimento, o prazo previsto no § 6º do art.
477consolidado refere-se ao pagamento das verbas rescisórias, e não à
homologação da rescisão contratual. Observados os prazos estabelecidos no
art. 477, § 6º, da CLT e quitadas tempestivamente as verbas rescisórias, não
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Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho
fls.11
PROCESSO Nº TST-RR-1498-34.2010.5.03.0015
Firmado por assinatura digital em 07/04/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
há incidência da penalidade prevista no art. 477, § 8º, da CLT. Precedentes
desta Subseção. Recurso de embargos conhecido e desprovido."
(E-RR-1197-86.2011.5.03.0004, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de
Mello Filho, SBDI-1, DEJT 02/08/2013);
"RECURSO DE EMBARGOS. MULTA DO ART. 477, §8º DA CLT.
ATRASO NA HOMOLOGAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL.
RECURSO DE REVISTA NÃO CONHECIDO. O artigo 477, § 6º, da CLT
trata apenas dos prazos para o pagamento das verbas da rescisão do contrato
de trabalho. Tem-se que o fato gerador da multa de que trata o § 8º do artigo
477 da CLT é o retardamento na quitação das verbas rescisórias, e não a
homologação da rescisão. Se a reclamada, ao efetuar o pagamento da
rescisão, observou os prazos previstos na lei, não incide a penalidade prevista
no art. 477, § 8º, da CLT. Precedentes da c. SDI. Embargos conhecidos e
desprovidos." (E-RR-1325-18.2011.5.01.0019, Relator Ministro: Aloysio
Corrêa da Veiga, SBDI-1, DEJT 03/10/2014);
"EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO SOB A
ÉGIDE DA LEI 11.496/2007. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT.
VERBAS RESCISÓRIAS PAGAS NO PRAZO LEGAL.
HOMOLOGAÇÃO TARDIA. 1. A Turma manteve a decisão regional
quanto ao indeferimento da multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, ao
fundamento de que o seu fato gerador está vinculado ao não-cumprimento
dos prazos para pagamento das verbas rescisórias estabelecidas no § 6º do
mesmo dispositivo, e não ao ato em si da homologação da rescisão
contratual. 2. Esta Subseção firmou a compreensão de que a multa estipulada
no art. 477, § 8º, da CLT não incide em caso de atraso na homologação da
rescisão contratual, quando evidenciado que o pagamento das verbas
rescisórias foi efetuado no prazo legal. Precedentes. Recurso de embargos
conhecido e não provido, no tema. (...)."
(E-RR-3176400-55.2007.5.09.0013, Relator Ministro: Hugo Carlos
Scheuermann, SBDI-1, DEJT 07/11/2014);
"EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 11.496/2007. MULTA DO
ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. PAGAMENTO DAS VERBAS
RESCISÓRIAS EFETUADO NO PRAZO LEGAL. HOMOLOGAÇÃO
TARDIA. MULTA INDEVIDA. Segundo a jurisprudência prevalecente no
Tribunal Superior do Trabalho, ao interpretar o artigo 477 da CLT, o fato
gerador da multa prevista no § 8 está vinculado, exclusivamente, ao
descumprimento dos prazos estipulados no § 6º do mesmo artigo, e não ao
atraso da homologação da rescisão contratual. Assim, tendo havido o
pagamento das verbas rescisórias no prazo a que alude o artigo 477, § 6º, da
CLT, foi cumprida a obrigação legal por parte do empregador, sendo
indevida a aplicação da multa prevista no § 8º do mesmo preceito, ao
fundamento de que a homologação da rescisão contratual pelo sindicato
ocorreu fora daquele prazo. Embargos conhecidos e desprovidos."
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
(E-ED-RR-392-67.2011.5.01.0044, Relator Ministro: José Roberto Freire
Pimenta, SBDI-1, DEJT 19/12/2014).
Conheço do recurso de revista por violação do artigo
477, § 8°, da CLT.
MÉRITO
Como consequência lógica do conhecimento do apelo, por
violação do artigo 477, § 8°, da CLT, dou-lhe provimento para excluir
da condenação a multa prevista no referido dispositivo.
RECURSO DE REVISTA ADESIVO INTERPOSTO PELO AUTOR
Presentes os pressupostos extrínsecos de
admissibilidade, passo à análise dos pressupostos recursais intrínsecos.
NULIDADE PROCESSUAL. CERCEAMENTO DE DEFESA.
INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA.
CONHECIMENTO
O autor suscita nulidade processual por cerceamento
de defesa, em face do indeferimento da oitiva da única testemunha
arrolada, não obstante os seus protestos. Aponta violação do artigo 5º,
LV, da Constituição Federal e 333, I, do CPC. Transcreve arestos ao
confronto de teses.
Eis a decisão recorrida:
“NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA
Argui o reclamante a nulidade da sentença, por cerceamento de defesa,
em razão do indeferimento do depoimento pessoal da reclamada e da oitiva
da única testemunha indicada nos autos.
Não há porque acolher tal arguição.
No início da audiência de instrução, as partes fixaram os seguintes
pontos controvertidos da demanda: ‘realização de tarefas idênticas; alteração
de domicílio; e horas de sobreaviso’ (f. 197).
Passou-se, então, à oitiva do reclamante, após o que foi imediatamente
encerrada a instrução pelo d. Juízo a quo, que indeferiu, sob protestos, a
pretensão do autor no sentido de que fosse colhido o depoimento pessoal da
reclamada e ouvida a testemunha arrolada à f. 134 (f. 198).
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Ao prolatar a sentença, a MM. Juíza de primeiro grau fundamentou que
‘as questões declaradas como ainda controvertidas restaram elucidadas pelo
depoimento pessoal do Autor (confissão real)’ (f. 202).
Com efeito, nos termos do artigo 130 do CPC, cabe ao Juiz indeferir as
provas inúteis, podendo apreciar livremente os elementos probatórios,
conforme seu convencimento, tendo ampla liberdade na direção do processo
(art. 131 do CPC), cumprindo-lhe velar pela celeridade processual (art. 765
da CLT).
O indeferimento da oitiva da reclamada e da testemunha arrolada
foi satisfatoriamente motivado, tendo a MM. Juíza razão ao consignar
que a reclamante confessou os fatos tidos por controversos em
audiência, que levariam ao inevitável indeferimento dos pedidos
correlatos.
Apesar de o direito às parcelas postuladas dever ser apreciado no
mérito, cabe adiantar que o autor admitiu, em depoimento pessoal: que
exercia atividades diversas daquelas exercidas pelo paradigma indicado; que
sua transferência ocorreu em caráter definitivo; que a reclamada nunca lhe
exigiu que ficasse com o celular ligado por 24 horas durantes as viagens.
Diante disso, era mesmo desnecessária a produção de prova a respeito
da equiparação salarial e dos adicionais de transferência e de sobreaviso, não
havendo falar em cerceamento de defesa.
Portanto, não há falar em violação ao artigo 5º, LV, da CR/88.
Rejeito.” (fls. 356/357).
De início, revela-se impertinente a indicação de
afronta ao artigo 333, I, do CPC, pois não se discute, nos autos, a
distribuição do encargo probatório entre as partes, mas os efeitos
decorrentes da confissão real promovida pelo autor em seu depoimento
acerca de pedidos constantes da inicial, a justificar o indeferimento
da oitiva da testemunha por ele arrolada.
É certo que o magistrado tem ampla liberdade na direção
do processo, sendo permitido o indeferimento de provas em decorrência
do princípio do livre convencimento motivado e da celeridade processual,
conforme preveem os artigos 765 da CLT; 130 e 131 do CPC; e 5º, LXXVIII,
da Constituição Federal, transcritos a seguir, nessa ordem:
"Art. 765. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na
direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo
determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.”
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“Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as
diligências inúteis ou meramente protelatórias.”
“Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas
deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento.”
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.”
Neste sentido são os seguintes precedentes:
“RECURSO DE REVISTA. QUESTÃO PRELIMINAR. NULIDADE
PROCESSUAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
INDEFERIMENTO DE DEPOIMENTO PESSOAL DA PARTE
CONTRÁRIA. O sistema processual consagra o princípio do livre
convencimento motivado, sendo facultado ao magistrado firmar sua
convicção a partir de qualquer elemento de prova legalmente produzido,
desde que fundamente sua decisão. Não há cerceamento do direito de defesa
em decisão que, devidamente fundamentada nos demais elementos de prova
produzidos nos autos, indefere a produção de prova oral (depoimento pessoal
da parte adversa) por se encontrar a matéria fática (trabalho externo)
suficientemente provada. Inteligência do artigo 130 do Código de Processo
Civil. Incólumes os artigos 5º, LIV e LV, da Constituição da República e 343
do Código de Processo Civil. Precedente da Subseção Especializada em
Dissídios Individuais I - SBDI-I. Recurso de revista não conhecido." (...)
(Processo: RR - 95800-13.2006.5.06.0015, Relator Desembargador
Convocado: José Maria Quadros de Alencar, 1ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 07/01/2014);
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Se o magistrado considerou
desnecessária a produção da prova testemunhal, diante da confissão da
reclamante, e fundamentou a sua decisão, extraindo elementos suficientes
para a formação de seu convencimento, não houve cerceamento de defesa. O
artigo 130 do CPC autoriza o magistrado a determinar as provas necessárias
e indeferir as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Ileso, pois, o
artigo 5º, LIV e LV, da Constituição Federal. Agravo de instrumento a que se
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nega provimento." (Processo: AIRR - 123600-05.2009.5.15.0130, Relator
Desembargador Convocado: Valdir Florindo, 2ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 19/12/2013);
"RECURSO DE REVISTA. (...) 2. PRELIMINAR DE NULIDADE.
CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE
TESTEMUNHA. NÃO CONHECIMENTO. Não há falar em cerceamento
de defesa, na hipótese em que o indeferimento da oitiva de testemunhas se
deu por já haver nos autos provas suficientes para o deslinde da controvérsia,
bem como os fatos que se pretendia fazer prova com tal depoimento já se
encontravam provados, ou sequer eram fatos, mas consequências da Lei.
Recurso de revista de que não se conhece. (...)" (Processo: RR -
29940-36.2007.5.03.0008, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo
Bastos, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/12/2013).
No caso, considerando que o indeferimento da oitiva
da reclamada e da testemunha arrolada pelo reclamante decorreu da
constatação de que houve efetiva confissão real por parte do autor, em
seu depoimento, a ensejar o inevitável indeferimento dos pedidos
correlatos, não há que se falar em cerceamento de defesa.
Indene o artigo 5º, LV, da Constituição Federal.
Não conheço.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA. INTEGRAÇÃO.
CONHECIMENTO
O autor sustenta que percebia auxílio-alimentação,
com natureza salarial e que não houve prova de adesão da reclamada ao
PAT. Requer, assim, a integração da verba ao salário, com deferimento
dos reflexos pertinentes. Invoca a aplicação da Súmula nº 241 do TST e
da Orientação Jurisprudencial nº 133 da SBDI-1. Transcreve arestos ao
confronto de teses.
Eis a decisão recorrida:
“1. Integração dos tíquetes-refeição
Insurge-se o reclamante contra o indeferimento do pedido de
integração dos tíquetes-refeição/alimentação percebidos ao longo do
contrato à sua remuneração.
Mas não lhe assiste razão.
A natureza indenizatória dos tíquetes-refeição decorre de expressa
previsão convencional, conforme se verifica das cláusulas 10ªs dos ACTs
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PROCESSO Nº TST-RR-1498-34.2010.5.03.0015
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
04/05 e 09/10 (f. 60 e 100) e 9ªs dos ACTs 05/06 e 06/08 (f. 66v/70 e 76),
segundo as quais:
‘O regime de concessão do Tíquete Refeição/Alimentação
está considerado no Programa de Alimentação do Trabalhador –
PAT e não constitui verba de natureza salarial’.
Fica afastada, portanto, a incidência da Súmula 241 do TST,
inaplicável à hipótese específica dos autos.
Desprovejo.” (fls. 357/358).
Consignou o Tribunal Regional que a parcela paga ao
autor a título de “Ticket-Alimentação” possui natureza jurídica
indenizatória, por força de expressa previsão em Acordos Coletivos de
Trabalho.
Nesse contexto, conclusão diversa, no sentido da tese
recursal, de que havia pagamento da verba com natureza salarial,
implicaria revolvimento de fatos e provas, procedimento obstado nesta
instância extraordinária, a teor da Súmula nº 126 do TST.
De outro lado, a questão concernente à ocorrência de
percepção da parcela em data anterior à adesão da reclamada ao PAT ou
à fixação da natureza indenizatória da verba em norma coletiva não foi
abordada pelo Tribunal Regional. De outro lado, também não foram opostos
embargos de declaração pelo autor, a fim de viabilizar o indispensável
pronunciamento da Corte de origem sob este enfoque. Por conseguinte,
carece de prequestionamento. Incidência da Súmula nº 297 do TST.
A ausência de delimitação quanto ao pagamento de verba
a título de “auxílio-alimentação”, independentemente da sua
nomenclatura, por força do contrato de trabalho e, por conseguinte, com
natureza salarial, em data anterior à vigência das normas coletivas que
fixaram a natureza indenizatória da parcela ou mesmo antes da adesão da
empresa ao PAT inviabiliza o reconhecimento de contrariedade à Súmula
nº 241 do TST ou à Orientação Jurisprudencial nº 133 da SBDI-1 desta Corte.
Igualmente não se viabiliza o recurso, por divergência
jurisprudencial. Os arestos colacionados para exame, transcritos às fls.
410/411, são inespecíficos, na medida em que se reportam a casos em que
se declarou a natureza salarial do “auxílio-alimentação” pago por força
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do contrato de trabalho, evidenciando-se também a ausência de comprovação
de adesão da empresa ao PAT. Todavia, conforme já registrado, neste caso,
a delimitação fática que se extrai do acórdão regional é outra, qual seja,
que a verba paga ao autor possuía natureza indenizatória, por força de
expressa previsão em norma coletiva. Incidência da Súmula nº 296, I, do
TST.
Não conheço.
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. MUDANÇA ÚNICA QUE
PERDUROU ATÉ A DATA DA RESCISÃO CONTRATUAL. CARÁTER DEFINITIVO.
CONHECIMENTO
O autor insiste que faz jus ao pagamento de adicional
de transferência, em face do caráter provisório da alteração do seu posto
de trabalho do Rio de Janeiro para Belo Horizonte. Aponta violação do
artigo 469 da CLT. Transcreve arestos ao cotejo de teses.
Eis a decisão recorrida:
“3. Adicional de transferência.
O reclamante não se conforma com o indeferimento da pretensão de
recebimento de adicional de transferência.
Sem razão.
Segundo consta dos autos, o reclamante foi contratado no Rio de
Janeiro em junho/2001, tendo sido transferido para Belo Horizonte em
junho/2003, lá permanecido até o término do seu contrato de trabalho,
em fevereiro/10.
Estabelece a O.J. nº 113 da SDI-I/TST que: ‘Adicional de
transferência. Cargo de confiança ou previsão contratual de transferência.
Devido. Desde que a transferência seja provisória. O fato de o empregado
exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no
contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal
apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência
provisória.’ (grifos acrescidos).
Ocorre que, in casu, o próprio reclamante confessou o caráter
definitivo de sua transferência para Belo Horizonte, ao admitir, em
depoimento pessoal, que: ‘foi contratado no dia 04/06/2001, na cidade do
Rio de Janeiro; que, em maio de 2003, em razão de suas atividades, mudou
de domicílio, passando a morar definitivamente na cidade de Raposos/MG
e a trabalhar na cidade de Belo Horizonte/MG; que a distância entre as
cidades mineiras é de 35km; que poderia morar em Belo Horizonte, mas
preferiu morar em Raposos; que esta foi a única vez em que teve que alterar
o seu domicílio; que quando veio transferido não lhe foi informado se se
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tratava de alteração definitiva ou provisória, mas o depoente entendeu
como definitiva’ (f. 197).
Tem-se, pois, que a única transferência do reclamante - do Rio de
Janeiro para Belo Horizonte - foi realizada de forma definitiva, e não
provisória, tendo o trabalhador permanecido por mais de seis anos nesta
Capital, até a ocorrência de sua dispensa.
Portanto, não é devido o adicional postulado.
Desprovejo.” (fl. 361).
Esta Corte condiciona o direito ao adicional de
transferência aos casos em que se configurada a provisoriedade da
mudança, nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 113 da SBDI-1:
"ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. CARGO DE CONFIANÇA
OU PREVISÃO CONTRATUAL DE TRANSFERÊNCIA. DEVIDO.
DESDE QUE A TRANSFERÊNCIA SEJA PROVISÓRIA. O fato de o
empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de
transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O
pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a
transferência provisória."
Para a definição da natureza da transferência, se
provisória ou definitiva, devem ser observados alguns critérios.
A SBDI-1 deste Tribunal Superior considera o caráter
da transferência, aferindo-se, no caso concreto, os termos em que ocorreu
o deslocamento, tais como o tempo de contratação, o motivo que a ensejou,
o número de mudanças, o ânimo de permanência e, em certos casos, a época
da rescisão contratual.
Nesse sentido cito os seguintes precedentes:
"RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO PELA EMPRESA
RECLAMADA REGIDO PELA LEI 11.496/2007. ADICIONAL DE
TRANSFERÊNCIA. SUCESSIVIDADE E PROVISORIEDADE. Para
analisar-se o pedido de adicional de transferência, os dados fáticos devem ser
analisados em conjunto, não bastando o exame de um único fator, como o
tempo, mas sim a conjugação de vários requisitos: o ânimo (provisório ou
definitivo), a sucessividade de transferências e o tempo de duração. In casu,
mesmo que uma das transferências tenha excedido dois anos, certo é que
houve sucessivas transferências, e, em uma delas, o reclamante permaneceu
na localidade um ano. Nesse contexto, está demonstrada a sucessividade nas
transferências, bem como a provisoriedade. Recurso de embargos não
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
conhecido." (...) (AgR-E-ED-RR-239700-43.2006.5.09.0024, Relator
Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, DEJT 03/10/2014);
"RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA - ADICIONAL DE
TRANSFERÊNCIA - PROVISORIEDADADE. Nos termos da Orientação
Jurisprudencial nº 113 da SBDI-1 do TST, a transitoriedade da transferência
é o pressuposto legal apto a legitimar o pagamento do adicional
correspondente. Ademais, a SBDI-1 desta Corte vem decidindo no sentido
de que a provisoriedade não é aferida a partir do mero critério temporal,
sendo necessário acurado exame das condições em que ocorreu o
deslocamento, tais como duração do contrato de trabalho, motivo da
transferência, ânimo de permanência e sucessividade de transferências. No
caso, a reclamante, contratada em Goiânia em 1999, foi transferida para
Brasília em 2002, e, em seguida, para Florianópolis em 2006, onde
permaneceu até o final do contrato de trabalho, em 2009. Embora o fato de a
segunda transferência perdurar até término do contrato de trabalho pudesse
induzir à sua caracterização como definitiva, há que se considerar que essa
transferência sucedeu uma outra, que perdurara por quatro anos. Também há
de se levar em conta a circunstância de a reclamante ter sido transferido por
duas vezes, sucessivas, no bojo de um contrato de trabalho que não perdurou
nem dez anos. Alia-se a tais fundamentos a circunstância processual de a
reclamada não ter trazido aos autos outros elementos que denotassem a
definitividade da remoção obreira, como firmado na sentença. Recurso de
revista conhecido e desprovido." (...) (RR-5198-03.2010.5.12.0036, Relator
Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 7ª Turma, DEJT
09/05/2014);
"RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007.
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. MUDANÇA ÚNICA QUE
PERDUROU POR DOIS ANOS E UM MÊS ATÉ A DATA DA
RESCISÃO CONTRATUAL. CARÁTER DEFINITIVO. 1 - Consoante
posicionamento desta SBDI-1 firmado por meio da Orientação
Jurisprudencial 113, o adicional de transferência somente será devido em
caso de mudança provisória. 2 - O caráter da transferência, se provisória ou
definitiva, por sua vez, é aferido levando-se em conta o tempo de
contratação, a duração da transferência e o número de mudanças a que foi
submetido o empregado, sendo, ainda, relevante, em certos casos, a época da
rescisão contratual. 3 - Na hipótese, verifica-se do acórdão embargado a
existência de uma única transferência, de Pato Branco para Cascavel, em
abril de 2004, e que perdurou até a demissão do reclamante, em maio de
2006. Logo, ao contrário do entendimento da Turma, deve ser reconhecido o
caráter definitivo da mudança e a consequente ausência de direito ao
adicional em tela. Precedente. Recurso de embargos conhecido e provido."
(E-RR-45400-34.2006.5.09.0072, Relatora Ministra: Delaíde Miranda
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PROCESSO Nº TST-RR-1498-34.2010.5.03.0015
Firmado por assinatura digital em 07/04/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Arantes, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT
22/11/2013).
Na hipótese, o reclamante foi contratado na cidade do
Rio de Janeiro, em junho de 2001, de onde foi posteriormente transferido,
uma única vez, em junho de 2003, para a cidade de Belo Horizonte, onde
permaneceu até a rescisão do contrato, ocorrida em fevereiro de 2010.
Ademais, conforme registrado no acórdão regional, o
próprio autor, em seu depoimento, confirmou o caráter definitivo da única
transferência promovida durante a vigência do seu contrato de trabalho.
Reconhecida a natureza definitiva da transferência
promovida pela empresa, não há se falar no pagamento do adicional previsto
no artigo 469, § 3º, da CLT.
Inespecíficos os arestos acostados para exame,
transcritos à fl. 412, que não enfrentam os mesmos elementos de fato
consignados no acórdão regional. Incidência da Súmula nº 296, I, do TST.
Não conheço.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL.
CONHECIMENTO
O autor insiste no direito a diferenças salariai, por
equiparação. Afirma que há identidade de função com o paradigma a
justificar a procedência do pleito. Aduz que é do empregador o ônus de
comprovar fato impeditivo à equiparação salarial, encargo sobre o qual
não se desincumbiu. Aponta violação dos artigos 461 e 818 da CLT e 333
do CPC. Transcreve arestos ao cotejo de teses.
Eis a decisão recorrida:
“4. Equiparação salarial
Renova o autor a pretensão de recebimento de diferenças salariais
decorrentes da equiparação salarial com o paradigma indicado na inicial.
Sem razão, novamente.
A teor do disposto no art. 461 da CLT, para a configuração da
equiparação salarial, é necessário que reclamante e paradigma prestem
serviços à mesma empregadora, na mesma localidade, exercendo as mesmas
funções, com igual produtividade e perfeição técnica, e que a diferença de
tempo no exercício da função seja inferior a dois anos, incumbindo ao
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fls.21
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
reclamante a prova dos fatos constitutivos de seu direito e, ao empregador,
dos fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito pretendido.
Na hipótese, o próprio autor trouxe aos autos um fato impeditivo
do pleito equiparatório, ao admitir, em depoimento pessoal, a existência
de distinção entre as atividades por ele desenvolvidas e aquelas
exercidas pelo paradigma indicado na inicial, Júlio César Faria Santos.
Vejamos:
‘que as tarefas do Sr. Julio Cesar Farias Santos consistiam
em vistoria em campo para definição de novos locais para
instalação de equipamentos, verificação de reclamações de
clientes em campo, atendimento de solicitações de outras
operadoras para compartilhamento de estruturas verticais da OI,
acompanhamento de projetos de investimento de novos
elementos na rede, fazendo reuniões periódicas, normalmente
semanais, com empreiteiros, pessoal de licenciamento, os de
aquisição e os de implantação, para acompanhar o andamento do
projeto e cumprir os prazos previstos nestes projetos de
investimentos; que o paradigma também controlava custos de
projetos de investimentos, mas o depoente não sabe detalhar o
que seria pormenorizadamente, porque não realizava tal tarefa;
que o depoente distribuía tarefas relativas ao compartilhamento
de estrutura vertical e as reclamações dos clientes, para que
fossem respondidas pelos colegas e a ele devolvidas no prazo
definido pelo contrato da empresa; que esta última tarefa não era
realizada pelo paradigma’ (f. 197).
Assim, à falta de identidade funcional, mantém-se o indeferimento do
pedido de diferenças salariais oriundas da equiparação salarial.
Desprovejo.” (fls. 362).
O Tribunal Regional, soberano na análise da prova,
consignou a ausência dos elementos caracterizadores da equiparação
salarial e ressaltou que “o próprio autor trouxe aos autos um fato impeditivo do pleito
equiparatório, ao admitir, em depoimento pessoal, a existência de distinção entre as atividades por ele
desenvolvidas e aquelas exercidas pelo paradigma indicado na inicial”.
Admitido pelo reclamante a ausência de identidade de
funções com o paradigma, não há como se reconhecer o direito à equiparação
salarial, que exige tal requisito. Indene o artigo 461 da CLT.
A decisão regional encontra-se fundamentada na
valoração da prova, dentre estas, o depoimento do autor. Por conseguinte,
descabe a argumentação acerca da distribuição do encargo probatório.
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Ademais, eventual afronta aos artigos 818 da CLT e 333
do CPC, que disciplinam a distribuição do encargo probatório entre as
partes, somente ocorre na hipótese em que o magistrado decide mediante
atribuição equivocada desse ônus, o que não ocorreu no caso dos autos.
Inespecíficos os arestos colacionados para exame,
transcritos às fls. 412/416, que se reportam a situações em que se
verificou a presença dos pressupostos previstos no artigo 461 da CLT,
enquanto que no presente caso, o próprio autor revela a inexistência de
identidade de funções. Incidência da Súmula nº 296, I, do TST.
Não conheço.
INDENIZAÇÃO. HORAS DE SOBREAVISO.
CONHECIMENTO
O autor alega que faz jus a indenização por horas de
sobreaviso. Insiste na reforma da decisão, a fim de que lhe seja deferida
a verba.
Não obstante, o recurso, no particular, encontra-se
desfundamentado, à luz do artigo 896 da CLT, na medida em que ausente
indicação de ofensa a dispositivo legal ou constitucional, de
contrariedade à súmula ou orientação jurisprudencial desta Corte, ou
mesmo de divergência jurisprudencial.
Não conheço.
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista
interposto pela reclamada, apenas quanto ao tema "multa do artigo 477
da CLT - pagamento das verbas rescisórias efetuado no prazo legal -
homologação tardia", por violação do artigo 477, § 8º, da CLT, e, no
mérito, dar-lhe provimento para excluir da condenação a multa prevista
no referido dispositivo. Ainda à unanimidade, não conhecer do recurso
de revista adesivo interposto pelo autor. Fica mantido o valor da
condenação, para fins processuais.
Brasília, 6 de Abril de 2016.
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Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)
CLÁUDIO BRANDÃO Ministro Relator
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