20
Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008 1 /20 MICOLOGIA MÉDICA 1. Parte geral 2. Parte específica 3. Parte prática Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

1 /20

MICOLOGIA MÉDICA

1. Parte geral √

2. Parte específica

3. Parte prática

Florido, Penha Sueli Silva.

UNESA; UNIPLI. 2008

Page 2: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

2 /20

BIBLIOGRAFIA BÁSICA PARA MICOLOGIA SIDRIN, J. J. C.; ROCHA, M.F.G. Micologia Médica à Luz de Autores Contemporâneos. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2004. ZAITS, CLARISSE., ET AL. Atlas de Micologia Médica - Diagnóstico Laboratorial. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2004 LACAZ, C. S. ET AL. Tratado de Micologia Médica Lacaz. São Paulo: Sarvier, 2002. SPICER, W. JOHN. ET AL. Bacteriologia, Micologia e Parasitologia Clínica - Um texto Ilustrado em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. NEUFELD, P.M. Manual de Micologia Médica. Técnicas Básicas de Diagnóstico. Rio de Janeiro: Programa

Nacional de Controle de Qualidade, 1999. OLIVEIRA, J. C. Micologia Médica. Rio de Janeiro: J. Carvalhaes de Oliveira; 1999. SIDRIN, J. J. C.; MOREIRA, J.L.B. Fundamentos Clínicos e Laboratoriais de Micologia Médica. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. Kern, Martha,E.; Blevins,Kathleen,S. Micologia Médica Texto e Atlas. São Paulo: Editorial Premier. 1999. MIDGLEY, G., et al. Diagnóstico em cores, Micologia Médica. São Paulo: Manole. 1998 LACAZ, C. S.; et al. Guia para identificação: fungos, actinomicetos e algas de interesse médico. São Paulo:

Sarvier, 1998. LACAZ, C. S.; et al. Micologia médica. São Paulo: Sarvier, 1991. LACAZ, C. S.; et al. O grande mundo dos fungos. São Paulo: Poligono, 1971. Obs: Livros relacionados na Bibliografia de Bacteriologia (livros de Microbiologia Médica), não são

específicos mas há citações de Micologia .

Caracterização dos fungos CONCEITO: É o estudo dos m.o. denominados genericamente como: fungos, cogumelos, mofos, bolores e leveduras, com características próprias bem definidas a saber: 1. Eucariontes:

Possuem núcleo verdadeiro, com membrana nuclear e no seu interior os cromossomos. 2. Aclorofilados:

E assim, incapazes de sintetizar seu próprio alimento, isto é se alimentam a partir de substâncias elaboradas por outros seres, vegetais ou animais (sapróbios, simbiontes ou parasitas), para conseguir seu alimento para seu desenvolvimento.

Page 3: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

3 /20

3. Unicelulares ou filamentosos: Todo o corpo do fungo constitui a célula do fungo, mesmo quando septada (interrupções de tempo em tempo

na hifa). É através da hifa que os fungos absorvem seu alimento, crescem e se reproduzem, podendo tomar dimensões gigantescas. Já as leveduras, têm aspectos arredondados, tendo as mesmas funções.

4. Parede celular:

Além da membrana plasmática, possuem a parede celular como constituinte principal a quitina. A sua composição pode variar de fungo para fungo. A parede celular só estará ausente nos esporos aquáticos (desprovidos de parede).

5. Reprodução: Sexuada e Assexuada.

Os fungos são haplóides (n), só são diplóides (2n) na cariogamia da reprodução sexuada, logo em seguida são reduzidos haplóides novamente. As duas reproduções podem acontecer concomitantes ou não.

6. Disseminação: Por esporos.

Tendo a necessidade dos esporos para sua dispersão na natureza, podendo ser dos mais diversos formatos e tamanho. Os esporos necessitam de calor e umidade para sua germinação.

7. Imóveis:

Necessitam do vento, insetos, pássaros ou qualquer outro método para se deslocar. 8. Nutrição se dá por Absorção:

Os fungos eliminam enzimas extracelulares desdobram macromoléculas e as absorvem ativa ou passivamente. Glicose, aminoácidos são absorvidos diretamente sem desdobramento.

IMPORTÂNCIA Os fungos estão relacionados nos mais diversos campos do conhecimento humano, sempre em estreita relação com outros seres vivos como sapróbios, parasitas ou em simbiose. Os fungos podem causar na espécie humana, benefícios ou malefícios.

BENEFICIOS: 1. Na natureza:

Cerca de 1/3 da matéria orgânica produzida pelas plantas é a celulose, sua degradação é indispensável manutenção do ciclo de carbono na natureza. Os fungos estão intimamente envolvidos nessa degradação. Essa operação envolve 85 bilhões de toneladas de Carbono sob a forma de CO2 para a atmosfera. Se a degradação cessar e a fotossíntese continuar, em 20 anos a vida sobre a terra se estagnará. Fungos Micorrizicos, fazendo associação com vegetais superiores, melhorando o desenvolvimento do vegetal.

2. Prod. de enzimas: 4Amilase: utilizada na indústria de alimentos para clarificação de vinho, cerveja, suco de frutas, produzido por espécies do gênero Rhizopus e Mucor.

4 Invertase: usada na produção de mel artificial, produzida pelo Saccharomyces cerevisiae.

3. Prod de ácidos: 4Ác. Cítrico: utilizado na indústria alimentícia como flavorizante de doces e bebidas não alcoólicas, no

pescado para ajustar o pH das conservas, na carne de caranguejo para evitar sua descoloração. Produzida pelo Aspergillus niger. 4Ác. Láctico: utilizado na produção de gelatinas, sorvetes, bebidas não alcoólicas, salmoura, como também é adicionado ao leite para melhorar a digestibilidade das crianças, produzido pelo Rhizopus arizae.

4. Vitaminas: Os fungos podem absorvê-las a partir do substrato ou sintetiza-las a partir de precursores já existente, partindo de compostos mais simples como pró-vitaminas. São as vitaminas do complexo B. Produzidas pelas leveduras.

Page 4: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

4 /20

5. Antibióticos: Como marco tem a penicilina, produzida pelo Penicillium notatum e a griseofulvina pelo Penicillium

griseofulvum.

6. Fungos utilizados como alimentos

4Macroscópicos: Agaricus e Boletus.

4Microscópicos: As leveduras podem transformar resíduo da indústria de petróleo em proteína de alta digestibilidade.

4Pão: A levedura utilizada para fabricar o pão é o Saccharomyces cerevisiae, que fermenta o açúcar produzindo CO2, tornando a textura da massa porosa, como também produz substâncias flavorizantes, que confere aroma e sabor ao produto.

4Bebidas: Para tal, são empregados vários gêneros de fungos, que são selecionados para transferir ao produto o “bouquet” e qualidade as bebidas como o vinho, cerveja, saque, rum e uísque.

4Queijos: Na produção dos queijos, é inoculada na massa certa linhagem de fungo do gênero Penicillium, antes de irem para a forma, produzindo queijos duros como Roquefort, Azul e Gorgonzola e o queijo mole Camembert.

MALEFÍCIOS:

Os fungos podem utilizar o substrato que encontrar para sua nutrição e desenvolvimento, ocasionando sua destruição em:

• Lentes de instrumentos ópticos • Couro • Madeira • Papel • Materiais elétricos estocados • Tanque de combustível de avião • Alimentos: cereais estocados, embutidos, defumados etc.

METABÓLITOS TÓXICOS:

São substâncias que normalmente não são degradados pelo calor, e são caracterizados pelo seu alto poder carcinogênico e teratogênico como a Aflatoxina e Ocratoxina entre outras, produzida por vários fungos entre eles alguns Aspergillus e Penicillium.

PARASITAS:

Causando micose no homem, animais e vegetais, levando prejuízos incalculáveis, tanto na economia dos países, como na estabilidade orgânica dos seres humanos.

Importância

Espalhados por toda parte, os fungos formam um reino especial na natureza. Úteis à medicina e à industria, venenosos ou comestíveis, como o Agaricus, são um verdadeiro desafio à ciência. Eles pertencem a um reino próprio Fungi, nem animal nem vegetal. Espalhados por toda parte, são os responsáveis pela existência do pão e do vinho, da cerveja e até mesmo os antibióticos, as substâncias que mudaram o curso da medicina moderna. São os fungos, que compreendem um grande número de seres, conhecidos vulgarmente como mofos e bolores, cogumelos, orelhas-de-pau, chapéus-de-sapo e outros.

Enquanto as plantas verdes são capazes compor seu alimento pela fixação de energia solar em compostos orgânicos (no processo chamado fotossíntese), os fungos absorvem do homem, dos animais, das plantas, da terra e da

Page 5: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

5 /20

água os nutrientes de que necessitam. E fazem isso através das hifas, pequenos filamentos que compõem o talo, cujo conjunto é conhecido por micélio.

No caso dos vegetais, alguns fungos chegam mesmo a parasitá-los, podendo causar grandes prejuízos a extensas monoculturas. O Phytophora infestans, chamado vulgarmente de requeima-da-batata, serve de exemplo, e como o próprio nome indica, hospeda-se naquele tubérculo, já tendo causado perdas devastadoras na Irlanda entre os anos de 1845 e 1851, ocasionando a morte pela fome de milhões de pessoas e a migração de outras tantas principalmente para a América do Norte. Em 1943, um fungo que ataca o arroz condenou à fome milhões de pessoas, na Índia.

Membros de um reino com cerca de 50 mil espécies diferentes, os fungos têm um modo muito peculiar de se dispersar na natureza. Não produzem semente, mas esporos, que são estruturas de tamanho microscópico. Os esporos são, em geral, produzidos em quantidades enormes, durante meses ou anos seguidos. No caso dos terrestres, o principal meio de dispersão é pelo vento. Nas espécies aquáticas, que não podem ser vistas a olho nu, os esporos são espalhados pela água, que também se encarrega da dispersão de alguns exemplares terrestres como a Cyathus

poeppigii, parecida a um ninho com ovos. Quando uma gota de chuva cai no ninho, um ovo – na verdade uma embalagem cheia de esporos – é projetada com força para fora. E na Geastrum saccatum a gota que cai na membrana flexível da parte globosa no centro da estrela faz escapar uma nuvem de esporos. Outras espécies são difundidas pelo homem, por insetos e por animais. Um bom exemplo são as trufas, procuradas em especial por veados, porcos e roedores. As trufas são fungos que vivem debaixo da terra, mas que são facilmente encontradas pelo cheiro forte que exalam, e constituem iguarias apreciadas na boa mesa. Sendo o calor e a umidade excelentes para a proliferação de fungos. Dos comestíveis, podem ser citadas as dos gêneros Agaricus e Pleurotus, encontrados em todas as florestas e até em pastagens e pequenos jardins. Espécies tóxicas européias foram introduzidas aqui como o Pinus, durante muito tempo usado em projetos de reflorestamento, sobretudo na Região Sul do país. Exemplo delas são Inocybe curvipes e Amanita muscaria, o belo cogumelo-de-chapéu-vermelho, com pontinhos brancos que nas histórias infantis serve de moradia aos duendes e nos países de origem foi usado pelas mulheres para matar moscas. O método consistia em aproveitar a pele vermelha onde se concentravam as toxinas e espalhar açúcar sobre ela. Colocada no parapeito da janela, a isca atrai os insetos, que morrem intoxicados. Já os pastores da Sibéria a utilizavam como alucinógeno durante suas festas, enquanto os índios mexicanos consomem, há milênios, durante suas cerimônias religiosas, o Psilocybe cubensis, um fungo coprófilo – que vive em excrementos de animais –, que provoca visões e alucinações fortes. A tóxica Amanita muscaria vive em simbiose com o Pinus. Ajuda o crescimento da árvore e vice-versa. Este tipo de simbiose é chamado micorriza e está presente ainda na plantação de eucalipto, onde predomina a espécie Ramaria toxica, que só é nociva quando ingerida crua.

As maiorias dos fungos estão entre os saprófitos – vegetais que se nutrem de animais e plantas em decomposição. Grande parte deles, inclusive, é especializada na decomposição de matérias resistentes como a celulose e a lignina (a substância que dá rigidez à madeira). Os saprófitos, aliás, são praticamente os únicos organismos capazes de decompor a lignina, que constitui cerca de 30% do peso seco da biomassa da floresta. (Antigamente os dormentes das estradas de ferro tinham de ser trocados a cada cinco ou seis anos, destruídos pela ação destes fungos. Hoje, com o tratamento químico da madeira, eles duram em média 30 anos.) Os fungos parasitas atacam as plantas, animais e até pessoas. Nas florestas tropicais úmidas é relativamente fácil encontrar insetos vitimados pelo ataque dessas espécies. Cordyceps dipterigena é uma delas, e só parasita moscas. Outras espécies habitam alvos diversos. Em várias partes do mundo cientistas estão estudando a possibilidade de utilizá-las no combate a certas pragas, e no Brasil já vêm sendo usadas, com sucesso, contra a cigarrinha da cana-de-açúcar. Com uma aparência que lembra a do algodão, há ainda os microfungos, divididos em leveduras e bolores, que aparecem nas frutas e verduras em processo de deterioração, em roupas, sapatos e até paredes onde a umidade é grande. Leveduras e fermentos, utilizados no preparo de alimentos, também são fungos, como o Saccharomyces cerevisiae, que entra na produção de cerveja, ou Penicillium roqueforti e o Penicillium camembertii, que dão sabor aos queijos roquefort e camembert. Mas existem também os chamados fungos oportunistas, que, como o Cryptococcus neoformans ou a Candida albicans, provocam doenças. A ainda os que estão espalhados por toda parte, especialmente dos Aspergillus, cujos esporos penetram nas mucosas do homem e produzem doenças tão comuns atualmente como a bronquite e a rinite alérgicas. Alucinógenos, tóxicos, úteis, o fato é que durante algum tempo o universo dos fungos vem sendo estudado, e atualmente algumas espécies já podem ser empregadas com eficiência pela indústria farmacêutica, acelerando a dissolução de produtos efervescentes como as cápsulas de vitamina C; na produção de cosméticos, tornando mais ácidos as loções, cremes e pomadas adstringentes; e sua utilização nos produtos de limpeza, como no caso dos detergentes líquidos. Na produção de medicamentos para o colesterol, como eliminador de placas gordurosas de artérias e arteriosclerose (Aspergillus

fumigatus). Utilizado para a produção de Adoçante artificial (Xilitol), etc.

Page 6: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

6 /20

CITOLOGIA FÚNGICA

PAREDE CELULAR:

É formada por duas ou três camadas de microfibrilas, que em uma mesma camada, estão dispostas paralelamente. Na superposição das camadas, ocorre uma ligeira variação na direção das fibras, formando, no conjunto, uma rede resistente e elástica. Quimicamente, a parede é composta, na maioria dos fungos, basicamente por quitina associada a celulose ou outros polímeros como glucana, manana, galactose etc. Há, no entanto, um grupo da classe dos Oomycetes ( Reino Chromista) em que a parede é composta basicamente de celulose. A parede é mais fina nas extremidades do que nas partes mais velhas. Durante o crescimento dos fungos, observa-se que a extremidade pontuda da parede parece ser rígida e protetora na medida em que a hifa avança. A extensão ocorre na parte lateral, que permanece macia e elástica, iniciando outras ramificações. Por ser a estrutura mais externa, desempenha importante papel na interação parasito-hospedeiro, pois geralmente, os anticorpos são formados contra os polissacarídeos da parede celular. A única exceção com relação à presença de parede celular fica por conta dos fungos que apresentam células móveis, as quais não apresentam parede celular.

LOMASSOMA:

Os lomassomas são agregados de membrana localizados entre a parede celular e a membrana plasmática. Admitem-se duas hipóteses: uma, é que sejam formados como uma resposta a tensões, e a outra que são derivados da membrana plasmática e envolvidos em algumas funções, que são: secreção; formação de parede; absorção; microfagocitose; síntese de glicogênio; proliferação de citomembranas; manutenção do tugor hifático; relacionado às atividades do Aparelho de Golgi.

MEMBRANA PLASMÁTICA: A membrana calcular não difere estruturalmente daquelas observadas em outras células eucariontes, apresentando as mesmas funções. LIPOPROTEICA. O ergosterol é o principal estrol encontrado em fungos, enquanto em animais, é o colesterol. Essa composição é um dado muito importante, pois várias medicações antifúngicas atuando na síntese do ergosterol propiciam bons efeitos, com reduzida toxicidade para o hospedeiro.

VACÚOLOS

Os fungos apresentam dois tipos de vacúolos, os digestivos e os de reserva. Os vacúolos digestivos apresentam, no seu interior, enzimas específicas para a digestão dos nutrientes. Os vacúolos de reserva são de tamanho reduzido e acumulam glicogênio e lipídeos.

RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO:

O retículo endoplasmático é constituído de vesículas achatadas e túbulos, com luz estreita e provido de membrana simples. É do tipo liso ou agranular e está disperso pelo citoplasma. Em Oomycetes (Reino Chromista), observam-se retículo endoplasmático granular.

APARELHO DE GOLGI:

Não tem forma típica dos encontrados na outras células eucariontes e acreditam que seja rudimentar. Sua função básica é encadear glícideos e adicioná-los às proteínas para formar glicoproteínas e também adicionar sulfatos aos glicídeos às glicoproteínas

MITOCONDRIAS

São idênticas as encontradas em outras células eucariontes. São sede de reações enzimáticas e síntese de ATP (síntese de ACETILCOA, ciclo de Krebs, transporte de elétrons). As formas e tamanho são variáveis de acordo com o grupo estudado.

NÚCLEO:

O núcleo é geralmente haplóide (n), exceto após fusão sexual, quando se torna diplóide (2n). Uma característica do núcleo é a presença de fuso intranuclear (meiótico ou mitótico), durante o processo de divisão, sem desorganização da membrana nuclear.

Page 7: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

7 /20

RIBOSSOMOS

As células fúngicas apresentam ribossomos distribuídos no citoplasma e não aderidos ao retículo endoplasmático.

SEPTOS

A célula fúngica, representada pela hifa, pode apresentar estruturas que vão interromper total ou parcialmente esta hifa, que são os septos. Esses septos são como pregas da parede celular que se dirigem para o centro da hifa, e podem interromper totalmente a circulação do citoplasma (septo verdadeiro) ou apresentar um orifício central que permite a circulação (septo falso). Este último pode ou não permitir a passagem de núcleos. No Filo Basidiomycota, o septo apresenta estruturas modificadoras que não permitem a passagem de núcleos, recebendo a denominação específica de septo doliporo.

FLAGELO Em células móveis, encontramos o flagelo, que é formado por microtúbulos cuja organização, geralmente, é de duas unidades centrais e nove pares periféricos. Podemos encontrar dois tipos de flagelo nos fungos:

Whiplash = tipo chicote, onde à parte que se prende à célula é a mais larga do que a parte livre. Tinsel = ornamentado, onde além do eixo central (9+2), apresenta fibrilas laterais.

As células móveis podem ter flagelo de um tipo ou ter os dois tipos em uma mesma célula, a qual não terá parede celular.

FISIOLOGIA DOS FUNGOS

1. DEFINIÇÃO:

É o estudo de suas funções e atividades, como ele afeta o meio ambiente e como o meio ambiente os afeta. Isto é feito mediante avaliação do crescimento dos fungos.

FUNGO MEIO AMBIENTE

AVALIAÇÃO CRESCIMENTO

O crescimento se dá pelo aumento do número de células, aumento do volume da célula, ou as duas coisas,

aumentando, assim, a massa total.

2. AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO:

� INSPEÇÃO VISUAL É a técnica mais simples, pois não é necessário nenhum equipamento. Somente os tubos de ensaio e as placas de Petri com as culturas são satisfatórios, já que se usam a inspeção e comparação para contatar o crescimento de um fungo. É o método de escolha para experimentos preliminares, e também se pode comparar o crescimento sob condições variáveis, usando uma cultura padrão.

� CRESCIMENTO LINEAR

É o método que consiste em medir o crescimento do fungo em cultura feita em placa de Petri, medindo o diâmetro ou a área de crescimento. É um método útil e simples se as culturas estiverem sob as mesmas condições de temperatura, luminosidades, meio de cultura etc., pois se essas condições diferirem pode haver alterações nas medidas.

� PESO SECO DO MICÉLIO

É um método preciso e de escolha para trabalhos de pesquisa. A técnica é relativamente simples: Cultiva-se o fungo em meio de cultivo líquido; após o crescimento, mata-se o fungo, lava-se com água destilada, coloca-se em placa de porcelana e leve-se à estufa a 37°C até secá-la e desidratá-lo, pesando em balança analítica Até peso constante.

Page 8: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

8 /20

� TURBIDIMETRIA

É utilizada para medir o crescimento de leveduras. Utiliza-se para isso, o fotocolorímetro, que irá medir a turvação dada pelo crescimento em meio de cultivo líquido.

3. FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO DOS FUNGOS:

����INTRÍNSECOS (inerente ao fungo)

λ CARGA GENÉTICA

Com relação à carga genética dos fungos, sabe-se que uma difere da outra e um isolamento de uma espécie pode diferir geneticamente do outro isolamento da mesma espécie. Assim, algumas espécies de fungos crescerão lentamente e outras que crescerão mais rápido, da mesma forma que os isolamentos de uma mesma espécie poderão reagir diferentemente a fatores externos.

λ IDADE DA CULTURA Verifica-se que as culturas mais novas e vigorosas crescem mais rapidamente ao se fazer um repique

do que uma cultura mais velha. Isso é explicado pelo fato de que, com o envelhecimento, a cultura perde certas funções, e a primeira parece ser o poder de divisão. Essas células são consideradas "mortas", apesar de manterem outras funções como a respiração. Devido a isso, no laboratório, certos fungos devem ser repicados freqüentemente, pois não se mantém muito tempo em cultura. No entanto, não deve ser esquecido que alguns fungos podem desenvolver quadro de "pleomorfismo", que é uma mutação estéril, após repiques sucessivos. Nesse caso, há necessidade de se manter uma ou mais amostra preservadas, em coleção de culturas, para garantir amostras viáveis durante todo o trabalho de pesquisa, ou para futuras comparações para indentificação.

����EXTRÍNSECOS (inerente ao meio ambiente)

λ TEMPERATURA = IDEAL 20°C a 30°C

Os fungos suportam uma variação grande em termo de temperatura. Podem ser encontrar fungos crescendo à temperatura de - 9°C (Cladosporium herbarum) e a temperatura de 45°C a 50°C (Aspergillus fumigatus). Essa variação é observada de espécie para espécie, e também de acordo com a linhagem dentro de uma mesma espécie. O ótimo de temperatura está nas faixas de 20°C a 30°C, e os fungos são mais sensíveis às altas do que às baixas. Esta maior ou menor sensibilidade estará na razão direta do tipo de estrutura fúngica considerada. Assim um esporo de fungo será muito mais resistente do que as hifas e dos fungos filamentosos serão mais resistente do que os leveduriformes às temperaturas elevadas.

λ UMIDADE = IDEAL 70%

O grau de umidade necessário para o crescimento do fungo é variável, mas, com raras exceções, o nível é de 70%. Encontram-se, no entanto, fungos vivendo em substrato com pouquíssima umidade, como o solo e madeira, esta oferecendo, algumas vezes, somente 24,5% (Ceratostomella pilifera). Não se verifica crescimento de fungo em umidade igual ou inferior a 13,5%.

A importância da água para todos os organismos vivos é tão grande que parece impossível conceber a vida sem água. Dentro de célula, encontra-se água sob forma livre e a forma combinada. A água livre é móvel e serve como um solvente e para a translocação de vários produtos do metabolismo. A água combinada está firmemente adsorvida pelos colóides do protoplasma e, nesta forma, a água não congela, propriedade esta que é útil para as células resistirem às baixas temperaturas.

λ LUMINOSIDADE

A luz afeta os fungos de maneira diversa. Alguns fungos só esporulam em presença de luz e outros tem ser crescimento retardado por ela. Outros fungos têm necessidade de fases de luminosidade e fases de escuridão para o seu pleno desenvolvimento par o seu pleno desenvolvimento.

A intensidade de luz tem importância. Luz de pouca intensidade não tem grandes efeitos nocivos, mas luz de alta intensidade, comparável à luz direta do sol, principalmente quando preponderam raios ultravioletas e os raios azuis, pode retardar ou inibir o crescimento, ou mesmo ter efeito letal.

Page 9: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

9 /20

λ pH = IDEAL 6,0 a 7,0

O pH é outro que varia de fungo para fungo. Podemos encontrar, por exemplo, o Aconitum velatum

crescendo a pH 0,5 e o Penicillium variabile crescendo a pH 11,1. O pH considerado ótimo é dentro da faixa 6,0 a 7, 0; mas no laboratório utilizam-se meios de cultura com

pH 5,0 a 5,5, aproveitando a resistência à acidez para diminuir a contaminação bacteriana.

λ NUTRIENTES

Em relação a nutrientes, verifica-se que os fungos necessitam de vários elementos para viverem e estes são retirados do substrato, geralmente por absorção das hifas. Se os nutrientes forem moléculas simples como os açucares simples e aminoácidos, eles serão absorvidos diretamente pelas hifas. No entanto, isto não ocorre sempre, e substâncias como a celulose, o amido e proteínas necessitam sofrer um processo de digestão para serem aproveitadas, pois estas não são absorvidas. Essa digestão o fungo realiza liberando, no substrato, enzimas extracelulares, que podem ser específicas como à maltase ou amilase, ou podem ser utilizadas umas séries de enzimas que atuarão gradativamente sobre grandes moléculas.

As moléculas simples, primariamente ou secundariamente obtidas, serão absorvidas, atravessando a membrana celular por transporte ativo ou passivo. Uma vez dentro da célula, elas sofrerão ação de enzimas intracelulares que as transformarão em parte integrante do fungo, sendo aproveitadas como fonte de energia, para a biossíntese etc.

Alguns nutrientes são essenciais e não haverá crescimento na falta de um deles, não importando a abundância de outros. Esses elementos essenciais são divididos em macro e microelementos, de acordo com a maior ou menor quantidade requerida.

yyyy MACROELEMENTOS C, H, O, N, P, S, K, Mg.

1. Carbono: Comparado com os outros elementos, este é o mais requerido em maios quantidade, pois 50% do peso das células fúngicas são constituídos de carbono. Entre outras coisas, são utilizados para a síntese de proteínas, ácidos nucléicos, parede celular e reserva de alimento. Como são heterotróficos, os fungos utilizam somente carbono de origem orgânica e a principal fonte são os carboidratos (glicose, sacarose, frutose, etc.). O catabolismo é feito por três vias diferentes, de acordo com a necessidade: Embden-Meyerhof, hexose-monofosfato e Entner-Doudroff. Essas vias formam ácido pirúvico junto com outros compostos e o ácido pirúvico entra no ciclo do ácido cítrico ou na fermentação.

2. Hidrogênio: O hidrogênio entra na composição do citoplasma, núcleo e outros componentes celulares.

O fungo utiliza hidrogênio quimicamente combinado e como fonte temos, por exemplo, glicose e a água.

3. Oxigênio: O oxigênio é necessário para a respiração do fungo, ou seja, todas as oxidações celulares que produzem energia para a célula.

Os fungos podem ser aeróbios ou anaeróbios facultativos. Aeróbios requerem oxigênio livre e a fonte é o ar atmosférico; os anaeróbios facultativos, em adição ao oxigênio livre, utilizam oxigênio combinado com a água, por exemplo.

4. Nitrogênio: importante para a formação de proteínas, aminoácidos, ácidos nucleicos e algumas vitaminas. Os fungos utilizam Nitrogênio de origem orgânica ou inorgânica, mas nem todas as fontes são aproveitadas por todos os fungos, eles têm suas preferências e alguns são bem específicos. Há fungos, por exemplo, que utilizam o nitrato e outros que reduzem o nitrito. Outros, quando são oferecidos, no mesmo substrato, a amônia e o nitrito, primeiro utilizam à amônia e depois o nitrito. Como fontes orgânicas, existem as proteínas ou os produtos de sua hidrólise; e como fonte inorgânica, amônia, nitrato e nitrito.

5. Fósforo: Tem papel importante nas funções de transformação química e transferência de energia. A sua falta afeta a utilização do nitrogênio e diminui a síntese de vitaminas. Aparentemente é utilizado somente sob forma de fosfatos.

Page 10: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

10 /20

6. Enxofre: Entram na composição de aminoácidos, proteínas, vitaminas e antibióticos. Como fonte tem-se: sulfatos, tiamina, cisteína etc.

7. Potássio: Tem ação no metabolismo de carboidratos. Fontes: cloretos, nitrito e fosfato de potássio.

8. Magnésio: É importante na ativação do sistema enzimático como na glicólise. Fonte: sulfato de magnésio.

yyyy MICROELEMENTOS Mn, Cu, Zn, Fe, Mo

Os microelementos essenciais são aqueles necessários em pequenas quantidades, usualmente traços. São eles:

1. Manganês: (0,001 ppm) É essencial para a produção de esporos, sendo ativador de várias enzimas da glicólise e

do ciclo do ácido cítrico. Fonte: sulfato de manganês. 2. Cobre: (0,001 ppm) Já foi demonstrado que a coloração dos conídios de Aspergillus niger é dependente do

conteúdo de cobre no meio. É importante, também, por ser constituinte de certas enzimas como a tirosinase. Sua concentração, no entanto, deve ser cuidadosamente medida, pois o cobre é também um antifúngico. Fonte: sulfato de cobre.

3. Zinco: (0,001 ppm) Seus íons ativam e inibem várias enzimas. Afeta a conversão dos carboidratos a citrato. Para

atuar é necessário que o ferro esteja presente. Um ou outro sozinho não tem ação. Fonte: sulfato de zinco.

4. Ferro: (0,001 ppm) Age junto com o zinco. É necessário para a síntese de vitaminas e enzimas e é encontrado no citocromo da cadeia respiratória. Fonte: sulfato ferroso.

5. Molibdênio: (0,1 a 10 ppb) A utilização do nitrato pelo fungo é dependente deste elemento. Presume-se que na

redução enzimática do nitrato, a enzima requer este elemento como ativador. Fonte: cloreto de molibdênio.

yyyy VITAMINAS As vitaminas são substancia orgânicas que funcionam como coenzimas ou constituem parte de coenzimas que catalisam reações específicas. São ativas em pequenas quantidades e não fazem parte da manufatura de partes estruturais da célula. A maioria dos fungos, se supridos com carbono, nitrogênio e minerais, são capazes de sintetizar todas as vitaminas. Podem mesmo produzi-las em tal quantidade que são excretadas no meio. As vitaminas A, D e E, não são necessárias, pois não foram detectadas ainda em fungos. A carência maior dos fungos é de Tiamina e em seguida a Biotina.

Page 11: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

11 /20

Morfologia dos fungos

Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais,

em animais, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante

veiculo de dispersão de seus propágos (esporos) e fragmentos de hifa.

Colônia de Aspergillus e Penicillium, fungos filamento.

Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo tipo Sabouraud Dextrose Agar (SDA) formando colônias de dois tipos:

Leveduriformes Filamentosas

▼ ▼ ▼ ▼

As colônias de fungos leveduriformes são pastosas ou cremosas, opacas ou brilhosas, formadas por microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas — células leveduriformes.

As colônias de fungos filamentosas podem ser algodonosa, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo — hifas.

Page 12: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

12 /20

HIFA:

As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas, tabicadas ou septadas e ainda, hialinas quando claras ou demáceas de coloração escuras por conter melanina em suas paredes. Possuem hifas septadas os fungos do Filo Ascomycota, Filo Basidiomycota e fungos Mitospóricos (antiga Classe Deuteromycetes) e, hifas cenocíticas, os do Filo Zygomycota, todos de interesse médico. MICÉLIO:

Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se desenvolve em íntimo contato com o substrato, funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo. O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágos, constitui o micélio reprodutivo.

Os propágos (esporos) ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, segundo sua origem, em externos e internos e quanto à formação em sexuados e assexuados.

A fase sexuada dos fungos é denominada de teleomórfica e a fase assexuada de anamórfica.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA DOS FUNGOS

Os fungos se reproduzem em ciclos assexuados, sexuados e parassexuados. Segundo Alexopoulos, a reprodução assexuada abrange cinco modalidades:

1. Fragmentação: artroconídios;

2. Fissão de células somáticas;

3. Brotamento ou gemulação do blastoconídios;

4. Produção de conídios;

5. Produção de esporangiosporos.

Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de reprodução, alguns fragmentos de hifa possa se desprender do micélio vegetativo e cumprir funções de propagação, uma vez que as células fúngicas são autônomas.

Estes elementos são denominados de talosporos ou taloconídios e compreendem os: � artroconídios � blastoconídios, � clamidosporos.

1- Artroconídios. Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos retangulares, diretamente da hifa vegetativa sem nenhuma modificação. São normalmente encontrados nos fungos do gênero Geotrichum,

Trichosporon, em Coccidioides immitis como nos dermatófitos quando em parasitamento.

Page 13: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

13 /20

2- Blastoconídeo e pseudo-hifas encontradas nas leveduras

A maior parte das leveduras se reproduz assexuadamente por brotamento ou gemulação e por fissão binária. No processo de brotamento, a célula-mãe origina um broto, o blastoconídio que cresce, recebe um núcleo após a divisão mitótica do núcleo da célula-mãe.

Na fissão binária, a célula-mãe se divide em duas células de tamanhos iguais, de forma semelhante a

que ocorre com as bactérias.

Blastoconídeo, é a denominação dada aos esporos assexuados das leveduras, são formadas por brotamento da célula-mãe (célula leveduriforme). Às vezes, os blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio.

Algumas leveduras, chamadas de falsas leveduras, quando colocadas em meios especiais podem produzir também tubo germinativo, que é o início da formação de hifa como ocorre nos fungos filamentosos a partir do esporo.

Tubo germinativo de levedura em soro a 37°C. 3- Clamidósporos.

Os clamidósporos têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quais se concentra o citoplasma. Sua localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Forma-se em condições ambientais adversas, como

escassez de nutrientes, de água e temperatura não favoráveis ao desenvolvimento fúngico. Em alguns fungos esse esporo ajuda em sua classificação, como no caso da Candida albicans em meio de milho.

Entre outras estruturas de resistência devem ser mencionados os esclerócios ou esclerotos, que são corpúsculos duros e

parenquimatosos, formados pelo conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormência, até o aparecimento de

condições adequadas para sua germinação.

4- Conídios:

Os esporos denominados conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada; são

produzidos pelas transformações das células vegetativas do próprio micélio. As células que dão origem aos conídios são denominadas células conidiogênicas.

Page 14: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

14 /20

Os conídios podem ser hialinos - hialoconídio - ou pigmentados, geralmente escuros chamados de demáceos - feoconídios -; apresentam formas diferentes — esféricos, fusiformes, cilíndricos, piriformes etc.; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de uma só célula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se isolados ou agrupados.

As hifas vegetativas podem produzir ramificações, algumas em plano perpendicular ao micélio, originando os conidióforos, a partir dos quais se formarão os conídios. Normalmente, os conídios se originam no extremo do conidióforo, que pode ser ramificado ou não. Outras vezes, o que não é muito freqüente, nasce em qualquer parte do micélio vegetativo, e neste caso são chamados de conídios sésseis ou com pequenos conidióforos denominados conídios pedicelados, como no gênero Trichophyton.

O conidióforo e a célula conidiogênica podem formar estruturas bem diferenciadas, peculiares, o aparelho de frutificação, também denominado de conidiação que permite a identificação de alguns fungos patogênicos.

No aparelho de conidiação do gênero Aspergillus, os conídios formam cadeias sobre fiálides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vesícula que é uma dilatação na extremidade do conidióforo.

Conídios de Aspergillus são agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma vesícula. No gênero Penicillium falta à vesícula na extremidade dos conidióforos que se ramificam dando a aparência de pincel.

Conídios de Penicillium agrupados em forma de pincel

No gênero Penicillium como no Aspergillus, os conídios formam cadeias que se distribui sobre as fiálides, que tem função de formar toda a cadeia de conídios, sendo essa formação denominada basipétala, em outros gêneros como exemplo o Cladosporium a formação da cadeia de conídio é de forma acropétala, a fiálide forma o primeiro conídio, esse dará origem ao segundo, o segundo forma o terceiro e assim sucessivamente, podendo ter nessa formação ramificação na cadeia de conídio, o que fica impossível no primeiro caso.

Quando um fungo filamentoso forma conídios de tamanhos diferentes, o maior será designado como

macroconídio e o menor microconídio. Alguns fungos formam assexuadamente um corpo de frutificação piriforme denominado picnídio, dentro do

qual se desenvolvem os conidióforos, com seus conídios—os picnidioconidios.

Page 15: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

15 /20

Corte transversal de um picnídio mostrando conídios.

5- ESPORANGIOSPOROS

Os propágos assexuados internos se originam de esporângios globosos, por um processo de clivagem de seu citoplasma, e são conhecidos como esporoangiosporos. Pela ruptura do esporângio, os ESPORANGIOSPOROS são liberados, encontrados no Filo Zigomycota.

Rizoides: são hifas vegetativas modificadas para fixação e absorção, encontradas em alguns fungos desse Filo.

Reprodução sexuada

Os esporos sexuados se originam da fusão de estruturas diferenciadas com caráter de sexualidade ▬ plasmogamia ▬ O núcleo haplóide de uma célula doadora funde-se com o núcleo haplóide de uma célula receptora, ▬ cariogamia ▬, formando um zigoto. Posteriormente, por divisão ▬ meiótica ▬, originam-se quatro, oito núcleos haplóides, sempre número par.

Page 16: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

16 /20

Ascósporos São esporos sexuados do Filo Ascomycota

Os esporos sexuados internos são chamados ascósporos e se formam no interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os ascos podem ser simples, como em leveduras dos gêneros Saccharomyces e Hansenula, onde toda a célula leveduriforme se transforma em um asco, ou ficam contidos em corpos de frutificação, o ascocarpo.

Três tipos de ascocarpo são bem conhecidos e recebem denominações pelo seu formato externo: cleistotécio, peritécio e apotécio.

O cleistotécio é uma estrutura globosa; fechada; de parede formada por hifas muito unidas, com um número indeterminado de ascos no seu interior, contendo números pares de ascósporos.

O peritécio é uma estrutura geralmente piriforme, dentro do quais os ascos nascem de uma camada himenial e se dispõem em paliçada, exemplo, Leptosphaeria senegalensis, Neotestudina rosatii.

O apotécio é um ascocarpo aberto, em forma de cálice onde se localizam os ascos.

No seu ciclo evolutivo, algumas leveduras, como Saccharomyces cerevisiae, podem originar esporos sexuados, ascosporos, depois que duas células experimentam fusão celular e nuclear, seguida de meiose.

Basidiósporos: São esporos sexuados do Filo Basidiomycota

Os esporos sexuados externos em número de quatro, se situam no ápice de uma célula fértil claviforme, chamada basídio; os esporos são conhecidos como basidiósporos. São exemplos a Amanita muscaria e fungos comestíveis como Agaricus campestris. Os esporos são formados em estruturas denominadas lamelas que ficam na parte inferior do píleo, as lamelas são revestidas pelo himenio onde são encontradas as basídias que dará origem aos esporos ▬ basidiósporos ▬

Page 17: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

17 /20

Os fungos que se reproduzem por ascósporos ou basidiósporos são fungos perfeitos fase sexuada ▬

teleomórfica ▬. As formas sexuadas são esporádicas e contribuem, através da recombinação genética, para o aperfeiçoamento da espécie. Em geral, estes fungos produzem também estruturas assexuadas, os conídios quando filamentosos e blastoconídeo quando leveduras, que asseguram sua disseminação. Muitos fungos, nos quais não foi reconhecida a forma sexuada de reprodução, são incluídos entre os fungos imperfeitos ou (atualmente) fungos Mitospóricos.

Quando é descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe uma outra denominação. Por exemplo, o fungo leveduriforme que na fase assexuada recebe a denominação de Cryptococcus neoformans, em sua fase perfeita, sexuada, é denominado Filobasidiella neoformans.

Zigósporos: São esporos sexuados do Filo Zigomycota

São estruturas marrons ou negras, com parede grossa que freqüentemente está coberta por espinhos, é o resultado da fusão de dois gametângios.

Ciclo PARASSEXUADO

O fenômeno de parassexualidade foi demonstrado no gênero Aspergillus. Consiste na fusão de hifas e formação de um heterocarion que contém núcleos haplóides. Às vezes, estes núcleos se fundem e originam núcleos diplóides, heterozigóticos, cujos cromossomos homólogos sofrem recombinação durante a mitose. Apesar de estes recombinantes serem raros, o ciclo parassexual é importante na evolução de alguns fungos, levando a uma variabilidade genética.

Page 18: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

18 /20

ECOLOGIA - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA - HABITAT

I. INTRODUÇÃO

O importante em se conhecer a ecologia dos fungos, a sua distribuição geográfica e seu habitat, é que fica mais fácil para o homem à compreensão dos aspectos epidemiológicos e profiláticos das doenças humanas, animais e vegetais, assim como esses dados podem melhorar e ampliar a utilização dos fungos em nível de indústria e controle biológico de pragas, por exemplo.

II. ECOLOGIA DOS FUNGOS

Os fungos são amplamente distribuídos na natureza podendo ser encontrados por todos os locais (ubiqüitários), quer sob a forma de esporos, quer se desenvolvendo. Os fungos são heterotróficos, não possuem clorofila e, portanto, são incapazes de utilizar o CO2 como fonte de carbono. Torna-se, assim, necessário que o meio ambiente forneça o carbono orgânico e esse fato determina os tipos das relações dos fungos com o meio ambiente e com os seres vivos.

1. RELAÇÕES COM O AMBIENTE

Os fungos relacionar-se-ão com o meio ambiente, como sapróbios, crescendo sobre matéria orgânica de origem animal ou vegetal, mortas.

O solo é um local do grande importância para os fungos sapróbios porque há uma grande quantidade de substâncias inorgânicas e orgânicas, provenientes de animais e vegetais mortos, que são fonte de nutrientes para o fungo. No solo os fungos podem ser encontrados a uma profundidade de até 15 ou 20 cm, no húmus, participando, ativamente, da decomposição da celulose, hemi-celulose e substâncias mais resistentes como à lignina.

Como sapróbios do solo, os fungos atuam como autênticos limpadores da crosta terrestre, pois são os principais responsáveis pela decomposição de toda matéria orgânica depositada no solo, como folhas e frutos, madeira e excrementos de animais.

No húmus também atuam bactérias que desempenham o seu papel na manutenção da fertilidade do solo, mas estas sozinhas não conseguem manter a fertilidade por muito tempo. De acordo com literatura sobre solo, verifica-se que solos que apresentam somente bactérias mostram húmus de curta duração, enquanto aqueles que contêm fungos são de longa duração. Encarados sob este aspecto, os fungos sapróbios são benéficos, pois junto com outros microrganismos, é um elo da cadeia biológica, não acarretando nenhum prejuízo.

Por outro lado, para o fungo um pedaço de madeira depositado no solo da floresta é igual à madeira com que são feitas cercas, casas e móveis. Dessa forma, os fungos sapróbios são também maléficos, pois irão se desenvolver sobre os mais diversos tipos de materiais, como roupas e sapatos, papéis, cola, tanque do combustível de avião e, também, alimentos frescos e industrializados.

O caráter sapróbio do fungo é bem aproveitado pelo homem nas indústrias químicas, farmacêuticas e de alimentos. No entanto, da mesma forma que são utilizados na produção de alimentos, existem diversas espécies de fungos que são contaminantes de alimentos. Além da grande perda econômica que eles determinam pelas profundas alterações organolépticas, alguns fungos contaminantes produzem substâncias tóxicas que são consideradas um problema de saúde pública, como as aflatoxinas que são carcinogênicas.

2. RELAÇÕES COM OS SERES VIVOS:

Com os seres vivos, os fungos podem manter relações harmônicas e desarmônicas.

2.1. RELAÇÕES HARMÔNICAS:

Os fungos mantêm relações harmônicas interespecíficas que podem ser o Mutualismo e o Comensalismo.

a) Mutualismo:

É o tipo de associação que traz vantagens para ambos o ser. A associação mutualística mais conhecida é entre um fungo e uma alga, formando o LÍQUEN, onde a alga

fornece as substâncias elaboradas que o fungo necessita e o fungo, por sua vez, protege, retém umidade para a alga e fornece sais minerais e dióxido de carbono (CO2). Os liquens são amplamente distribuídos na natureza, podendo ser encontrados mesmo em regiões do círculo Ártico onde servem de fonte de alimento para animais como as renas.

Page 19: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

19 /20

Outro exemplo é a MICORRIZA, que são associações entre raízes de vegetais superiores e fungos. São exemplos dos pinheiros que não têm se desenvolvido em solos onde não ocorre tal associação, e outros cujo desenvolvimento é extremamente retardado pela ausência do fungo no solo. As micorrizas podem ser ectotróficas, quando o fungo vive na superfície da raiz (externamente), ou podem ser endotróficas, quando as hifas penetram no interior da raiz.

As micorrizas têm adquirido, a cada dia, maior importância para a agricultura, pois podem favorecer o desenvolvimento de culturas vegeteis. Observa-se que determinados vegetais (principalmente leguminosas) que mostram suas raízes micorrizadas naturalmente, têm melhor desenvolvimento do que aqueles que não possuem. Assim, criaram-se laboratórios para produção de fungos micorrízicos, a fim de fazer sua inoculação em novas plantações.

Outra associação mutualística é observada entre fungos e insetos. Aqui, as formigas fungívoras mantêm um verdadeiro jardim em seu formigueiro, onde fungos são devidamente cultivados. Para o fungo, isso é importante, pois serve para preservar a espécie e disseminá-la através de esporos carreados pelas próprias formigas que os utilizam como alimento. Ex. Tyridimyces formicarum (levedura). b) Comensalismo: É o tipo de associação em que o benefício ocorre somente para o fungo sem, no entanto, causar problemas ao hospedeiro. O comensalismo é observado no estabelecimento de fungos na microbiota normal do organismo animal. O fungo utiliza os nutrientes necessários retirados do organismo animal (geralmente secreções de pele e mucosas), mas não causam danos. 2.2. RELAÇÕES DESARMÔNICAS:

O contato desarmônico dos fungos com outros seres vivos pode ser: pelo amensalismo, pelo parasitismo ou pelo predatismo.

a) Amensalismo: Nesse tipo de relação, encontram-se os fungos que produzem substâncias tóxicas para outros seres vivos, e a

utilizam para inibir a competição em determinado nicho ecológico. O fungo libera a substância no substrato, impedindo o desenvolvimento de determinadas espécies de fungos ou de bactérias capazes de competir pelos nutrientes.

O homem tem aproveitado esses fungos não só na produção de antibióticos (como a penicilina), mas também no controle de doenças de vegetais (inoculação de fungo produtor de antibióticos em solos onde está presente fungo patogênico para a planta). b) Parasitismo:

O parasitismo é a relação de nutrição em que organismos vivos obtêm nutrientes de outros organismos vivos, o fungo irá se beneficiar em prejuízo do hospedeiro. Assim, o fungo parasita estará intimamente ligado ao hospedeiro, absorvendo substâncias elaboradas por invasão dos seus tecidos.

Os fungos podem ser parasitos obrigatórios ou facultativos. Parasitos facultativos são aqueles fungos sapróbios que devido a condições ambientais, passam a viver

parasiticamente. Nesse grupo, há um grande número de fungos causadores de enfermidades em vegetais. Eles ficam no solo,

restos de vegetais, na água, se desenvolvendo. Porém, quando encontram vegetais hospedeiros susceptíveis, ou vegetais normalmente resistentes e que se tornam susceptíveis devido a condições ambientais desfavoráveis, ou ainda, se as condições permitem que haja uma grande concentração do fungo, esses abandonam sua condição de sapróbios e invadem os vegetais vivos. Esses fungos são, geralmente, os responsáveis pela morte de quase todos os tipos de vegetais cultiváveis, pois atacam as raízes e não apresentam seletividade para esta ou aquela planta, causando grandes perdas na agricultura. As pesquisas mostram que não há vegetal cultivável que não esteja sujeito a um ataque maior ou menor por fungos.

Os parasitos obrigatórios são aqueles que só podem viver sobre organismos vivos. O hospedeiro, que pode ser um animal ou um vegetal e, nesse caso são espécies-específicas. Alguns parasitos obrigatórios crescem como uma infecção que se estende por todo o organismo hospedeiro (o que é uma desvantagem, pois mata o hospedeiro, e se ele não encontrar outro para se disseminar, acaba morrendo também), enquanto outros o fazem em uma área restrita, permitindo que o hospedeiro continue vivo e alimentando o fungo. Como exemplo, tem-se a Plasmopara viticola que é responsável pelo "míldio” da videira, e não afeta outras espécies vegetais; a Puccinia recondita causa a “ferrugem” das folhas do centeio e a Puccinia cucumeris a “ferrugem" das folhas do chuchu.

Entre os parasitos de animais, há o fungo Trichophyton schoenleinii, que é parasito obrigatório do homem e não foi isolado do solo ou de outros locais, causando doença somente no homem.

Esse caráter parasita também é aproveitado pelo homem no controle a pragas como a "cigarrinha das pastagens" onde é utilizado Metarhizium anisopliae.

Page 20: 59579391 Apostila Micologia Parte Geral Penha Florido

Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

20 /20

a) Predatismo:

É forma de relacionamento observada em alguns fungos que se alimentam de vermes do solo. São chamados fungos predadores.

Encontram-se, nesse grupo, fungos que desenvolveram estruturas diferenciadas que são verdadeiras armadilhas. Algumas hifas desses fungos se diferenciam formando um anel e quando o nematóide penetra no anel a hifa dilata, prendendo-o. Em seguida, o fungo lança suas hifas que penetram no corpo da vítima e absorvem seu conteúdo. Ex: Arthrobotrys dactyloides e A. oligospora. Ill. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:

Por distribuição geográfica entende-se a distribuição do fungo sobre o planeta entre os diversos continentes. Quanto à distribuição geográfica, os fungos podem ser cosmopolitas ou restritos.

1. Cosmopolita:

Os fungos cosmopolitas são aqueles que já foram isolados em praticamente todos os continentes. Espécies como o Histoplasma capsulatum (agente etiológico de micose profunda no homem e em outros

animais - a histoplasmose), o Cryptococcus neoformans (agente etiológico de micose profunda com tropismo pelo sistema nervoso central - a criptococose), a Candida albicans (agente da candidose, cuja manifestação clínica mais conhecida é o sapinho), são alguns exemplos de fungos cosmopolitas. Essas micoses são comuns em todos os continentes. 2. Restritos:

São de distribuição restrita, aqueles fungos que não foram isolados em todos os continentes. São restritos a alguns deles ou a determinado país.

Espécies como o Paracoccidioides brasiliensis (agente etiológico da paracoccidioidomicose) é fungo de distribuição restrita ao Brasil e outros países da América Latina; a Piedraia hortae (agente etiológico de micose superficial denominada piedra negra) está restrita à região da Amazônia.

Assim, viagens e passeios a determinadas regiões do planeta devem ser sempre relatados durante anamnese, pois podem ser indicativas das denominadas doenças exóticas, favorecendo um diagnóstico correto. IV. HABITAT

O habitat de um fungo é o local onde ele se desenvolve na natureza, e é geralmente, o contato com esse habitat que desencadeará os processos infecciosos no homem e em outros animais. Assim observamos os fungos, na sua maioria, cujo habitat é o solo. Como comentado anteriormente, o solo é um local rico em matéria orgânica, que permitirá a manutenção das mais variadas espécies. O contato com o solo, então, pode ser responsável pela inoculação através de pequenos ferimentos na pele, de fungos agentes de micoses ditas superficiais e profundas; na sua introdução nos pêlos de fungos agentes de micoses superficiais; a inalação de poeira contaminada (solos secos) é outro importante fator de contaminação por fungos causadores de micoses sistêmicas.

Também há aqueles que têm como habitat vegetal em decomposição, e ferimento causado por estes pode implantar no tecido subcutânea ou submucosa, células infectantes. Fungos comensais podem ser transmitidos por contato direto com pele ou mucosas, ou mesmo utilização de utensílios contaminados como pente, roupa intima.