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 SISTEMA EDUCACIONAL AREIENSE 4ª Atividade da 2ª Nota 1º Bimestre Português (Interpretação)  Professor:  Gilberto Batista da Silva Ass: Aluno (a):  Ano Nota: Data: 29/03/2011  Há guerra em minha cidade sta é uma história sem data, uma história de todo lugar e de lugar, sempre a mesma em qualquer paisagem. Uma garota de 8 anos, com suas palavras narra esta história. Esta é minha cidade. Eu amo muito! Minha casa é aqui. Minha mãe, meu pai, meu irmãozinho e meus avós estão aqui. Minha escola, meus amigos e minha professora estão aqui. Esta é minha cidade. Mas aqui há guerra. Soldados inimigos vieram para cá e não querem ir embora. Há guerra em minha cidade. Eu escuto bombas quando acordo de manhã. Quando o barulho das bombas é muito forte, minha escola fica fichada. As ruas ficam vazias. Não se vê nenhum carro passando, nenhuma loja aberta, nenhuma criança brincando, nem um cachorro ou um gato. Eu escuto bombas à noite, quando vou dormir. Todo mundo foge, todo mundo se esconde. Eu também me escondo. Eu me escondo com mamãe, papai e meu irmãozinho no porão de nossa casa. A gente só leva pão, água e velas. Às vezes levamos queijo e mel. Quando as bombas param de cair, tudo volta a ser como antes. As ruas se enchem de novo. Os carros voltam a circular e a buzinar. As lojas reabrem, os clientes entram e saem. Há pessoas em todo lugar, gente grande, crianças pequenas, gatos, cachorros. O zum-zum também volta. E, eu posso ir à escola. Posso ir com mamãe à feira. E até posso brincar com os colegas no parque atrás de nossa casa! E ir à casa de minha amiga para fazer juntas nossa lição de Matemática. Às vezes, enquanto a gente está estudando, a energia elétrica é cortada. A gente termina a lição à luz de velas. Se os bombardeios recomeçam, eu durmo na casa da minha amiga. É muito perigoso sair na rua. guerra em minha cidade. Soldados inimigos entram à força nas casas. Eles reviram tudo, quebram os móveis e, muitas vezes, eles roubam. Mas o pior é quando eles levam alguém da família. Uma vez, eles vieram em nossa casa. Eu tive muito, muito medo. Nós tivemos que ficar sentados na sala sem nos mexer. Um soldado vasculhou os quartos. Por muito tempo. A gente se perguntava o que ele tanto procurava. Durante todo o tempo, outro soldado vigiava a porta, e um terceiro nos vigiava, com um grande fuzil apontado para papai. Esse soldado não falava. Só gritava. Gritos furiosos. Eu não entendia o que ele dizia. Eu só tinha medo. A ponto de quase fazer xixi nas calças. Eu pensava: “Será que esse soldado tem filhos? Uma garotinha como eu?” Finalmente, os soldados foram embora sem encontrar o que procuravam. Eu espero que eles não voltem nunca mais à minha casa. Há guerra em minha cidade. E a guerra me dá medo. Mas eu vou crescer e, então, serei forte. Eu vou proteger mamãe, papai e meu irmãozinho. Eu vou proteger minha cidade. Eu vou dizer aos soldados inimigos: “Vão embora daqui! Esta é nossa cidade, e nós a amamos!” Quando eu crescer, vou ser professora. Vou ensinar as crianças a ler, escrever e a desenhar. E também vou ensiná-las a não ter medo de soldados inimigos. Adaptado do livro: Há guerra em minha cidade de Fatima Sharafeddine, tradução de Luís Camargo, editora FTD  1ª edição, 2009. A imagem que ilustra o texto nesta atividade foi retirada de http://www.bbc.co.uk/portuguese /especial/912_childwar/index.sht ml , acesso 29/03/2011. E

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