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Impactes Ambientais 7 ª aula Prof. Víctor Lobos Impactes sectoriais - Qual ar, ruído, água, resíduos Minimização e gestão de impactes Mestrado em Engenharia Civil Impactes Ambientais

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Impactes Ambientais 7 ª aula

Prof. Víctor Lobos

Impactes sectoriais - "Qual ar, ruído, água, resíduos"Minimização e gestão de impactes

Mestrado em Engenharia Civil"Impactes Ambientais!

Impactes sectoriais 1.  Sistema edafoclimático (clima, geologia, solos)

2.  Recursos hídricos

3.  Sistemas ecológicos e biodiversidade

4.  Qualidade do ar, da água, Ruído e Resíduos

5.  Ordenamento do território

6.  Paisagem

7.  Património

8.  Sistemas sociais e económicos

1. QUALIDADE DO AR

QUALIDADE DO AR Classificação das Fontes de Poluição do Ar

•  Cinzas e gases de emissões vulcânicas; •  Tempestades de areia e poeira; •  Decomposição de animais e vegetais; •  Partículas e gases de incêndios florestais; •  Poeira cósmica; •  Evaporação natural; •  Odores e gases da decomposição de matéria orgânica; •  Maresia dos mares e oceanos.

Naturais:

•  Fontes industriais; •  Fontes móveis (veículos a gasolina, álcool, diesel e gnv); •  Queima de lixo a céu aberto e incineração de lixo; •  Comercialização e armazenamento de produtos voláteis; •  Queima de combustíveis na indústria e termoelétricas; •  Emissões de processos químicos.

Antropogênicas

QUALIDADE DO AR Classificação das Fontes de Poluição do Ar

Poluentes Secundários os que resultam de reacções químicas que ocorrem na atmosfera e onde participam alguns poluentes primários. Exemplo: o ozono troposférico (O3), o qual resulta de reacções fotoquímicas (isto é realizadas na presença de luz solar) que se estabelecem entre os óxidos de azoto, o monóxido de carbono ou os Compostos Orgânicos Voláteis (COV).

Poluentes Primários são aqueles que são emitidos directamente pelas fontes para a atmosfera, sendo expelidos directamente por estas (p.ex. os gases que provêm do tubo de escape de um veículo automóvel ou de uma chaminé de uma fábrica). Exemplos: monóxido de carbono (CO), óxidos de azoto (NOx) constituídos pelo

monóxido de azoto (NO) e pelo dióxido de azoto (NO2), dióxido de enxofre (SO2) ou as partículas em suspensão.

QUALIDADE DO AR Classificação das Fontes de Poluição do Ar

Fontes fixas As indústrias são as fontes mais significativas ou de maior potencial poluidor, no entanto, devemos ainda destacar a crescente demanda por usinas termoelétricas, utilizadoras de carvão ou óleo combustível, bem como de incineradores de resíduos, os quais também se destacam por seu elevado potencial poluidor.

Fontes móveis Os veículos automotores, comboyos, aviões e embarcações marítimas, constitui-se conjuntamente nas chamadas fontes móveis de poluição do ar. Os veículos se destacam como as principais fontes, e podem ser divididos em leves, que utilizam gasolina ou álcool como combustível, e pesados que utilizam óleo diesel

QUALIDADE DO AR Classificação das Fontes de Poluição do Ar

Fonte: "Living in the Environment", Miller, 10th edition

QUALIDADE DO AR Fontes e características fisico-químicas dos poluentes dos principais poluentes atmosfericos

QUALIDADE DO AR Efeitos da Poluição Atmosférica

Na saúde humana:

•  Irritantes pulmonares – atacam pulmões e o trato respiratório (Ox, SOx, Clx, Nox);

•  Asfixiantes – causam asfixia quando em grandes quantidades (CO, HxS); •  Cancerígenos – cancro no pulmão (amianto, alcatrão), cancro no nariz

(cromo);

•  Alteram a fotossíntese e destroem folhas (NOx, SOx, particulados) Na vegetação:

•  Corroem metais, atacam mármores e paredes (SOx, Clx, NOx). Nas edificações:

QUALIDADE DO AR Efeitos da Poluição Atmosférica

Traduzem as altas concentrações de um dado poluente que, ao serem atingidas, podem ter logo repercussões nos receptores.

Efeitos agudos

Estão relacionados com uma exposição muito mais prolongada no tempo e a níveis de concentração mais baixos. Embora este nível seja mais baixo, a exposição dá-se por um período prolongado, o que faz com que possam aparecer efeitos que derivam da exposição acumulada a esses teores poluentes.

Efeitos crónicos

QUALIDADE DO AR

Legislação Europeia •  Directiva – Quadro 1996/62/CE, de 27 de Setembro relativa à avaliação e

gestão da qualidade do ar ambiente (Anexo II fixa valores-limite e limiares de alerta)

Legislação Nacional: •  Decreto-lei nº 276/99 (transposição para o Direito Interno, da Directiva Quadro

1996/62/CE)

Dois tipos de limites: •  valores-limite de concentrações no ar ambiente, baseados em critérios de

protecção da saúde humana e do ambiente, e •  limites de emissões por fontes ou por regiões geográficas

Legislação

QUALIDADE DO AR Valores-limite, valores alvo, limiares de alerta e limiares de informação para:

1. Dióxido de enxofre 2. Dióxido de azoto 3. Partículas finas, tais como fumos negros (incluindo PM 10) 4. Partículas em suspensão 5. Chumbo 6. Ozono 7. Benzeno 8. Monóxido de carbono 9. Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos 10. Cádmio 11. Arsénio 12. Níquel 13. Mercúrio

Os seis primeiros poluentes já eram abrangidos, em 1996, por directivas europeias

QUALIDADE DO AR

Relativas a concentrações médias anuais (valores-limite) de poluentes no ar ambiente:

  Directiva 1999/30/CE de 22 de Abril (Dióxido de enxofre (SO2), Dióxido de azoto (NO2) e óxidos de azoto (NOx), Partículas em suspensão na atmosfera, Chumbo)

  Directiva 2000/69/CE de 16 de Novembro (Benzeno e Monóxido de carbono)

  Directiva 2002/3/CE de 12 de Fevereiro (Ozono)

  Directiva 2004/107/CE de 15 de Dezembro (estabelece valores alvo para as concentrações médias anuais de arsénio, cádmio, níquel e benzo(a)pireno determinados na fracção de partículas inaláveis (PM10).

Directivas filhas da Directiva-Quadro

QUALIDADE DO AR Outras directivas europeias visam a limitação de emissões dos veículos a motor, dos tractores agrícolas e florestais, das instalações industriais e das instalações de incineração de resíduos urbanos. Outras directivas referem-se às características de combustíveis ou à limitação da produção, comercialização e uso de determinadas substâncias.

Por razões de impactes cumulativos: •  A Directiva 99/13/CE de 11 de Março limita as emissões de compostos

orgânicos voláteis (COVs) em certas instalações industriais. •  A Directiva 2002/80/CE de 23 de Outubro impõe limites às emissões para a

atmosfera de certos poluentes (SO2, NOx, poeiras) provenientes de grandes instalações de combustão, definidas como as potência térmica nominal igual ou superior a 50 MW, independentemente do tipo de combustível utilizado.

QUALIDADE DO AR

Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono tem por objectivo a protecção da saúde humana e do ambiente relativamente aos danos causados pela destruição da camada de ozono, através da adopção de medidas de controlo das actividades humanas capazes de causar essa destruição.

No âmbito da Convenção foi aprovado o Protocolo de Montreal relativo às substâncias que empobrecem a camada de ozono:

•  CFCs, Halons, •  Tetraclorometano de carbono •  1,1,1-Tricloroetano (metil clorofórmio) •  Hidroclorofluorcarbonos, Hidrobromofluorcarbonos •  Brometo de metilo, Bromoclorometano

QUALIDADE DO AR

Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas tem como objectivo conseguir “a estabilização das concentrações na atmosfera de gases com efeitos de estufa, a um nível que evite uma interferência antropogénica perigosa com o sistema climático” (art. 2º).

No âmbito desta convenção foi aprovado o Protocolo de Quioto que fixa políticas e medidas de carácter voluntário para os países industrializados, listados no Anexo I da Convenção e Anexo B do Protocolo, e tem por objectivo a redução das emissões de seis gases com efeitos de estufa aos níveis de 1990:

•  Dióxido de carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido nitroso (N2O)

•  Hidrofluorcarbonetos (HFCs), Perfluorcarbonetos (PFCs)

•  Hexafluoreto de enxofre (SF6)

QUALIDADE DO AR Na sequência do Protocolo de Gotemburgo, foi aprovada a Directiva 2001/81/CE de 23 de Outubro

que estabelece valores-limites nacionais de emissões de determinados poluentes atmosféricos (SO2, NOx, COV, NH3).

Em Portugal esses limites não incluem as emissões nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

QUALIDADE DO AR

Legislação Nacional Decreto-Lei nº 276/99, de 23 de Julho, que transpõe a Directiva 96/62/CE. No que se refere a valores-limite, limiares de informação e alerta de concentrações de poluentes no ar ambiente, o Decreto-Lei nº 111/2002, de 16 de Abril, transpôs as Directivas 99/30/CE e 2000/69/CE. No que se refere aos tectos de emissões nacionais de SO2, NOx, COV, NH3, e elaboração de um programa de redução de emissões, o Decreto-Lei nº 193/2003, de 22 de Agosto. No que se refere à prevenção e controlo de emissões de poluentes para a atmosfera, fixando os princípios, objectivos e instrumentos apropriados à garantia de protecção do recurso ar, o Decreto-lei nº 78/2004, de 3 de Abril, que inclui também disposições relativas aos valores limites de emissões, sua monitorização e medição.

QUALIDADE DO AR Legislação Nacional

Existem limites de emissões de poluentes atmosféricos aprovados pelos seguintes diplomas: • Decreto-Lei nº 13/2002, de 26 de Janeiro, relativo a emissões de motores de veículos automóveis (transpõe a Directiva 88/77/CEE e suas alterações); • Decreto-Lei nº 242/2001, de 31 de Agosto, relativo à emissão de solventes orgânicos (transpõe a Directiva 99/13/CE); • Decreto-Lei nº 432/99, de 25 de Outubro, relativo a emissões de máquinas móveis não rodoviárias. O Decreto-Lei nº 8/2002, de 9 de Janeiro, estabelece limites ao teor de enxofre em certos combustíveis líquidos. A Directiva 96/61/CE sobre a Prevenção e o Controlo Integrados da Poluição foi transposta pelo Decreto-Lei nº 194/2000, de 21 de Agosto.

QUALIDADE DO AR (http://www.qualar.org/index.php?page=1&subpage=3)

O índice de qualidade do ar é uma ferramenta que permite:

•  uma classificação simples e compreensível do estado da qualidade do ar. Este índice foi desenvolvido para poder traduzir a qualidade do ar, especialmente das aglomerações existentes no país, mas também de algumas áreas industriais e cidades;

•  um fácil acesso do público à informação sobre qualidade do ar, através da consulta directa ou através dos órgãos de Comunicação Social;

•  dar resposta às obrigações legais

O índice é sempre disponibilizado às 12 horas de cada dia, sendo que a essa hora são enviados dois resultados:

1.  um índice provisório, dado que pode incorporar um mínimo de 11 valores a contar das 0 h do dia corrente (é uma estimativa do valor do índice final);

2.  um índice final, relativo ao dia anterior, que incorpora os dados das 0 às 23h59 h.

Índice de qualidade do ar (IQar)

QUALIDADE DO AR (http://www.qualar.org/index.php?page=1&subpage=3)

Poluentes englobados no Índice:

1.  Dióxido de azoto (NO2) 2.  Dióxido de enxofre (SO2) 3.  Monóxido de carbono, medido segundo a média registada durante 8h

consecutivas (CO 8h) 4.  Ozono (O3) 5.  Partículas inaláveis ou finas (medidas como PM10)

(*) Micron - Um micron (representado pelo caractere grego µ) é a unidade métrica normalmente utilizada para definir o tamanho das partículas em suspensão no ar. Um micron é igual a 0,000001 m, isto é é a milionésima parte do milímetro (mm). As partículas de dimensão inferior a 10 µm, também chamadas PM10 são frequentemente medidas porque quanto mais pequenas as partículas forem mais importância terão ao nível dos efeitos na saúde humana, dado que são partículas respiráveis ou inaláveis (que, portanto, têm a capacidade de penetrar no sistema respiratório humano).

QUALIDADE DO AR

As condições meteorológicas são o factor fundamental na dispersão dos poluentes atmosféricos podendo dizer-se que existem duas componentes principais:

Dispersão dos poluentes

•  Componente vertical comandada pela turbulência gerada pelo gradiente vertical da temperatura ou Gradiente Térmico entre as camadas da baixa atmosfera

a) Situação normal de dispersão dos poluentes atmosféricos

b) Situação de dispersão dos poluentes atmosféricos sob o efeito de inversão térmica

QUALIDADE DO AR Dispersão dos poluentes

•  Componente horizontal em que o vento é o principal agente tanto no transporte como na mistura

2. RUÍDO

RUÍDO

•  Som é qualquer variação de pressão que o ouvido pode detectar.

•  Ruído é um som desagradável ou indesejável.

Aspecto essencial da avaliação de impactes no ruído ambiente: a resposta subjectiva das pessoas a uma realidade objectiva (o som).

Efeitos do ruído: saúde humana (redução da capacidade auditiva, perturbação do sono), interferência com comunicação, interferência na aprendizagem, perturbação de actividades económicas/recreativas, efeitos socioeconómicos

A unidade de medida é o decibel. A escala varia entre 0 dB (limiar de audição) e 140 dB (limiar da dor).

RUÍDO Pressão sonora,

p (Pa) Nível de

pressão sonora, Lp (dB)

Fonte típica

20,0 120 Descolagem de avião a jacto a 30 m

6,32 110 Idem a 120 m

0,632 90 Motociclo a 7,5 m

0,200 80 Recolha de lixo

0,0632 70 Rua comercial

0,0200 60 Conversação normal

0,00632 50 Escritório

0,00200 40 Sala de estar (sem TV)

0,000632 30 Quarto de dormir, à noite

RUÍDO

As grandezas sonoras são, assim, expressas numa escala logarítmica de decibel (dB). Um nível sonoro L é dado em decibel por:

L=10 log10(P/p)2 dB,

onde: P é o valor da pressão sonora e p é o valor de referência de 2 x 10-5 Pa

Adição de níveis sonoros

O ábaco indica o acréscimo de nível sonoro para a adição de duas fontes sonoras. Por exemplo, a adição de duas fontes sonoras idênticas conduz a um aumento de 3 dB: dois veículos com uma emissão de 70 dB cada produzem um ruído conjunto de 73 dB. A adição de três ou mais fontes é feita por adições sucessivas utilizando os valores da tabela.

RUÍDO

Propagação do som RUÍDO

Para além da distância e do tipo de solo, os outros factores que condicionam a propagação do ruído, contribuindo para a sua atenuação, são: •  a absorção atmosférica; •  a morfologia e a altimetria do

terreno; •  a existência de obstáculos (por

exemplo: muros, edifícios); •  as condições meteorológicas (por

exemplo: direcção e velocidade do vento, variações de temperatura e humidade relativa do ar).

Propagação do som RUÍDO

Caso de uma fonte pontual Numa fonte sonora pontual a atenuação do ruído é da ordem dos 6 dB(A) por duplicação da distância à fonte.

Propagação do som RUÍDO

Caso de uma fonte linear O ruído propaga-se em superfícies hemi-cilíndricas que envolvem a estrada e que se caracterizam por um igual nível de pressão sonora. Assim sendo, a atenuação do ruído passa a ser da ordem dos 3 dB(A) por duplicação da distância à fonte (ondas sonoras cilíndricas).

Legislação Europeia Directiva 2002/49/CE, de 25 de Junho tem como objectivo definir uma abordagem comum para evitar, prevenir ou reduzir os efeitos prejudiciais da exposição ao ruído ambiente, incluindo o incómodo dela decorrente, através de:

• mapas de ruído, para determinar exposição ao ruído ambiente; •  informação ao público; •  planos de acção.

RUÍDO

Ruído ambiente é definido nesta directiva como “um som externo indesejado ou prejudicial, criado por actividades humanas, incluindo o ruído emitido por meios de transporte, tráfego rodoviário, ferroviário, aéreo e instalações utilizadas na actividade industrial” (alínea a do art. 3º).

A exposição ao ruído ambiente inclui áreas construídas, parques públicos ou outras zonas tranquilas de uma aglomeração, zonas tranquilas em campo aberto e imediações de escolas, hospitais e outros edifícios e zonas sensíveis ao ruído.

RUÍDO

Medidas de redução do ruído (Anexo V): • planeamento do tráfego; • ordenamento do território; • medidas técnicas na fonte do ruído; • selecção de fontes menos ruidosas; •  redução da transmissão do som; • medidas ou incentivos reguladores ou

económicos .

RUÍDO

Outras directivas relativas ao controlo e redução do ruído: •  Directivas 92/14/CEE, de 2 de Março de 1992, e 2002/30/CE, de

26 de Março de 2002, (ruído em aeroportos); •  Directiva 2000/14/CE, de 8 de Maio de 2000 (emissões

sonoras de equipamentos para utilização no exterior), aplicável a máquinas e equipamentos de construção;

•  Directivas 80/51/CEE, de 20 de Dezembro de 1979, e 89/629/CEE, de 4 de Dezembro de 1989 (emissão sonora de aeronaves subsónicas)

•  Directiva 70/157/CEE, de 6 de Fevereiro de 1970 (nível sonoro admissível e dispositivo de escape de veículos rodoviários a motor).

RUÍDO

Legislação Nacional Decreto-Lei nº 9/2007, de 17 de Janeiro

Regulamento Geral do Ruído - estabelece o regime de prevenção e controlo da poluição

sonora, visando a salvaguarda da saúde humana e o bem-estar das populações

- introduz a obrigatoriedade de elaboração de mapas de ruído e de planos de redução de ruído.

RUÍDO

O regulamento aplica-se ao ruído de vizinhança e às seguintes actividades ruidosas permanentes ou temporárias (nº 1 e 2, art. 2º):

a) Construção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de edificações;

b)  Obras de construção civil; c)  Laboração de estabelecimentos industriais, comerciais e de

servidões; d)  Equipamentos para utilização no exterior; e)  Infra-estruturas de transporte, veículos e tráfegos; f)  Espectáulos, diversões, manifestações desportivas, feiras e

mercados; g) Sistemas sonoros de alarme.

RUÍDO

Zona mista - a área definida em plano municipal de ordenamento do território, cuja ocupação seja afecta a outros usos, existentes ou previstos, para além dos referidos na definição de zona sensível (limiares dia=<65dB(A) e noite =<55dB(A)

Zona sensível - a área definida em plano municipal de ordenamento do território como vocacionada para uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou similares, ou espaços de lazer, existentes ou previstos, podendo conter pequenas unidades de comércio e de serviços destinadas a servir a população local, tais como cafés e outros estabelecimentos de restauração, papelarias e outros estabelecimentos de comércio tradicional, sem funcionamento no período nocturno (limiares dia=<55dB(A) e noite =<45dB(A)

RUÍDO

O regulamento determina as seguintes acções ou procedimentos: •  a classificação do território em zonas sensíveis e mistas, da

competência das câmaras municipais (art. 6º); •  a consideração do ruído na elaboração, alteração e revisão de planos

municipais de ordenamento do território (art. 6º); •  a elaboração de mapas de ruído (art. 7º); •  a interdição do licenciamento ou autorização de construção de

habitações e de escolas, hospitais ou similares em locais com ruído ambiente excedendo os valores de ruído ambiente fixados para as zonas sensíveis ou mistas

•  a articulação com a AIA; •  a certificação prévia do cumprimento do regulamento para o

licenciamento ou a autorização de obras destinadas a actividades ruidosas;

•  a elaboração de planos municipais de redução de ruído (art. 8º e 9º)

RUÍDO

•  a elaboração, pelas câmaras municipais, de relatórios bienais do estado do ambiente acústico municipal;

•  requisitos acústicos para actividades ruidosas permanentes, incluindo correcções de acordo com as características tonais e, ou impulsivas do ruído;

•  condições especiais para a realização de actividades ruidosas temporárias;

•  a elaboração de planos de monitorização e redução do ruído para as infra-estruturas existentes de transporte rodoviárias, ferroviárias ou aeronáuticas e a adopção das medidas de redução consideradas necessárias;

•  disposições relativas a aterragens e descolagens de aeroportos e aeródromos entre as 0 e as 6 horas.

RUÍDO

O Regulamento inclui, ainda, outras disposições relativas a requisitos acústicos de edifícios, máquinas e equipamentos, veículos rodoviários a motor e alarmes contra intrusão em veículos.

RUÍDO

Fase de construção

Impactes: • Ruído de equipamento • Ruído de transporte

Mitigação: • Localização de estaleiros, de acessos de obra • Limitações temporárias • Selecção de métodos construtivos e equipamentos • Barreiras acústicas temporárias • Informação e atendimento do público • Pavimentação de acessos • Controlo de velocidade de transportes • Construção de equipamentos escolares, etc. alternativos

RUÍDO

Fase de exploração

Impactes: • Ruído de tráfego • Sinalização sonora • Equipamentos (ex. ventilação de túneis)

Mitigação: • Localização de traçados • Perfil • Barreiras acústicas • Pavimento absorvente • Limitações de velocidade • Insonorização de fachadas / diálogo com público afectado

RUÍDO

Os diferentes materiais podem absorver ou reflectir parte da energia sonora incidente:

por exemplo, superfícies lisas de azulejo, metal, vidro ou betão ou um espelho de água são reflectores quase perfeitos enquanto que superfícies rugosas ou a vegetação são bons absorventes.

Os efeitos da reflexão das ondas sonoras em superfícies reflectoras pode aumentar os níveis sonoros num determinado local.

RUÍDO

Outros tipos de atenuação devem-se ao tipo de solo (um solo relvado absorve a energia sonora), às condições meteorológicas (chuva, neve, vento) e à existência de obstáculos (barreiras).

RUÍDO

•  Criar passagens desniveladas nos cruzamentos, desde que não implique grandes declives nos respectivos acessos A criação de uma passagem desnivelada num cruzamento com muito

movimento rodoviário pode reduzir o ruído de tráfego sem que seja necessário diminuir o volume de veículos a circular. Esta acção tem como principal objectivo a eliminação do ruído gerado pelas acelerações e travagens junto aos semáforos.

•  Adoptar características geométricas homogénea Um traçado plano com curvas homogéneas permite um fluxo fluido de

veículos e, consequentemente, uma redução do ruído emitido. Naturalmente que esta acção determina o aumento do espaço de circulação automóvel e das distâncias percorridas.

RUÍDO Mitigaçao do impacte no sector transporte

•  Evitar declives acentuados O declive de uma via rodoviária tem igualmente uma forte influência na

emissão de ruído. De facto, numa estrada com uma inclinação superior a 2%, por cada 1% de aumento do declive, o respectivo nível de pressão sonora aumenta cerca de 1 dB(A).

• Utilizar barreiras acústicas naturais O traçado de uma estrada pode igualmente tirar partido de barreiras acústicas já existentes ou mesmo de barreiras naturais (por exemplo: aterros, taludes da própria estrada, armazéns que funcionem como obstáculos à propagação do ruído, etc.).

• Utilizar pisos com características de absorção acústica Face ao alcatrão convencional, a aplicação de pisos com características de elevada absorção acústica pode permitir uma redução na emissão do ruído de tráfego rodoviário entre os 3 e os 5 dB(A).

RUÍDO Mitigaçao do impacte no sector transporte

3. QUALIDADE DA ÁGUA

QUALIDADE DA ÁGUA

A água é poluída por uma vasta gama de produtos, podendo ser dividida pelas suas características:

•  Poluição difusa, onde não existe propriamente um foco definido de poluição, sendo a origem difusa, tal como acontece nas drenagens agrícolas, águas pluviais e escorrimento de lixeiras

•  Poluição pontual, onde o foco de poluição facilmente identificável como emissora de poluentes, como no caso de águas residuais, industriais, mistos ou de minas.

QUALIDADE DA ÁGUA Os contaminantes, pode ser classificados como:

Agentes químicos •  Orgânicos (biodegradaveis ou persistentes): proteínas, gorduras, hidratos de

carbono, ceras, solventes, entre outros. •  Inorgânicos: ácidos, alcoois, tóxicos, sais solúveis ou inertes.

Agentes físicos •  Radioatividade, calor, modificação do sistema terrestre, através de

movimentação de terras ou similares.

Agentes biológicos •  Microscópicos, como Vírus, Bactérias, Protozoários, Helmintos (platelmintos e

nematelmintos), Algas •  Macroscópicos, como animais e plantas não pertencentes ao habitat natural em

sobre-exploração.

QUALIDADE DA ÁGUA Efeitos dos poluentes nos meios aquáticos

• A introdução de substancias poluentes nos corpos aquáticos, ao modificar as características do meio, alteram a relação entre produtores e consumidores.

• Se diminuir o oxigénio dissolvido, as espécies que realizam fotossíntese têm tendência a proliferar (eutroficação), enquanto as que necessitam do oxigénio na respiração, podendo resultar numa situação de Hipóxia. Esta alteração da relação entre produtores e consumidores pode levar igualmente à proliferação de algas e organismos produtores de produtos tóxicos. A inserção de compostos tóxicos pode ser absorvida pelos organismos, ocorrendo bioacumulação, compostos esses que entrando na cadeia alimentar podem causar sérios danos ao ser humano.

QUALIDADE DA ÁGUA

Directiva-Quadro no domínio da Água (2000/60/CE de 23 de Outubro) •  estabelece um quadro de acção comunitário no domínio da

política da água •  define região hidrográfica, objectivos ambientais, programas de

medidas que assegurem o cumprimento dos objectivos, planos de gestão de bacias hidrográficas, fontes tópicas e difusas, estratégias de controlo de poluição, monitorização da qualidade das águas

Legislação Europeia

QUALIDADE DA ÁGUA

•  Directiva 91/271/CEE, Tratamento das águas residuais urbanas •  Directiva 91/676/CEE, Protecção das águas contra a poluição causada por

nitratos de origem agrícola •  Directiva 75/440/CEE, Qualidade da água superficial para produção de água

potável •  Directiva 76/464/CEE, Poluição causada por determinadas substâncias

perigosas lançadas no meio aquático •  Directiva 80/68/CEE, Protecção das águas subterrâneas contra a poluição

causada por certas substâncias perigosas •  Directiva 76/160/CEE, Qualidade das águas balneares •  Directiva 78/659/CEE, Qualidade das águas doces superficiais para fins

aquícolas - águas piscícolas •  Directiva 79/923/CEE, Qualidade das águas conquícolas •  Directiva 98/83/CE, Qualidade da água destinada ao consumo humano

Legislação Europeia

Legislação Nacional

Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro estabelece os requisitos da Lei Quadro da Água e fixa as características mínimas de qualidade a que uma água deve obedecer, em função do seu tipo de utilização

Normas de qualidade das águas superficiais Anexo XVI estabelece os parâmetros de qualidade de água (e.g. água de rega) Anexo XXI estabelece os objectivos ambientais de qualidade mínima: VMA (valor máximo admissível) e VMR (valor máximo recomendável)

QUALIDADE DA ÁGUA

Objectivos ambientais de qualidade mínima para as águas superficiais (e.g.)

Poluente VMA

Zinco total (mg/l) 0,5

Cobre total (mg/l) 0,1

Cádmio (mg/l) 0,01

QUALIDADE DA ÁGUA

Qualidade das águas destinadas à rega

Poluente VMR VMA Observações

Zinco (mg/l) 2,0 10,0 Tóxico para diversas culturas numa gama ampla,toxicidade reduzida a B >6,0 e solos de textura fina ou desolos orgânicos.

Cobre (mg/l) 0,2 5,0 Tóxico em s oluções nutritivas com concentrações entre0,1 mg/l e 1 mg/l para diversas culturas.

Sólidos SuspensosTotais (mg/l)

60 - Concentrações elevadas poderão ocasionar colmatagemem solos e a ssoreamento nas redes de rega, bem comoentupimentos nos sistemas de rega gota-a-gota easpersão, neste último sistema de rega a água poderáprovocar depósitos sobre as folhas e frutos.

Cádmio 0,01 0,05 Tóxico para o feijoeiro, beterraba e n abo emconcentrações da ordem dos 0,1 mg/l em s oluçõesnutritivas. Recomenda-se limites mais restritos, dado esteião se acumular nas plantas e no solo, podendoprejudicar o ser humano

(1) VLE - Valor limite de emissão, entendido como a média aritmética das médias diárias referentes aos dias da laboração de um mês, que não deve ser excedido. O valor diário, determinado com base numa amostra representativa da água residual descarregada durante um período de vinte e quatro horas, não poderá exceder o dobro do valor médio mensal.

Valores limite de emissão (VLE) na descarga de águas residuais

Poluente VLE (1)

Sólidos Suspensos Totais (mg/l) 60

Hidrocarbonetos Totais(2) (mg/l) 10

Chumbo (mg/l) 1,0

Zinco(2) (mg/l) 5,0

Cobre total (mg/l) 1,0

Cádmio (mg/l) 0,2

4. RESÍDUOS

RESÍDUOS Em Portugal a capitação média de RSU é de 1Kg/hab./dia. Os valores mais elevados encontram-se nas populações predominantemente urbanas, chegando a atingir os 2 Kg/hab./dia

Resíduos de construção (20% total resíduos) (http://www.ccdr-a.gov.pt/residuos/)

Legislação Europeia Os resíduos são definidos na legislação europeia como quaisquer substâncias ou objectos abrangidos pela lista de resíduos estabelecida por Decisão da Comissão Europeia de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer (alínea a), art. 1º da Directiva 75/442/CEE, com a redacção dada pela Directiva 91/156/CEE). A Directiva 91/689/CEE, considera resíduos perigosos os constantes de uma lista a elaborar nos termos da Directiva 75/442/CEE e que possuam uma das características de perigosidade definidas no Anexo III da Directiva 91/689/CEE.

RESÍDUOS

Legislação Europeia Lista Europeia de Resíduos, substitui o Catálogo Europeu de Resíduos, cuja última versão foi aprovada pela Decisão 2000/432/CE, da Comissão, alterada pela Decisão 2001/118/CE, da Comissão, pela Decisão 2001/119/CE, da Comissão e pela Decisão 2001/573/CE, do Conselho.

RESÍDUOS

Legislação Nacional Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro estabelece as regras a que fica sujeita a gestão de resíduos

Portaria nº 209/04, de 3 de Março

aprova a lista europeia de resíduos

RESÍDUOS

Existe legislação europeia e nacional sobre os seguintes tipos de resíduos (INR, 2002):

• Lamas provenientes de estações de tratamento de águas residuais; • Óleos usados; • Policrobifenilos e policlorotrifenilos (PCB/PCT); • Sucatas; • Pneus usados; • Pilhas e acumuladores; • Mercúrio; • Embalagens e resíduos de embalagens; • Equipamentos eléctricos e electrónicos; • Aterros de resíduos da actividade extractiva.

Existe também legislação que regula o transporte rodoviário de resíduos (INR, 2002).

RESÍDUOS