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PLANO ESTADUAL DE EDUCAO NO SISTEMA PRISIONAL DO PARAN
CURITIBA
2012
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAO DO PARAN
SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO DO PARAN
SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
PLANO ESTADUAL DE EDUCAO NO SISTEMA PRISIONAL DO PARAN Plano Estadual de Educao no Sistema Prisional apresentado Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso e ao Departamento Penitencirio Nacional como parte da proposio para obteno de apoio financeiro, com recursos do Plano de Aes Articuladas e/ou do Fundo Penitencirio Nacional, para ampliao e qualificao da oferta de educao nos estabelecimentos penais do Paran, nos exerccios de 2012, 2013 e 2014.
CURITIBA 2012
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO DO PARAN
SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
IDENTIFICAO
GESTO:
RGO PROPONENTE: GOVERNO DO ESTADO DO PARAN CNPJ: 76.416.940/0001-28 Endereo: Palcio do Iguau Praa Nossa Senhora de Salette, s/n Centro Cvico CEP: 80530-909 Telefone: (41) 3210-2400 Nome do Responsvel: Carlos Alberto Richa Cargo: Governador do Estado
RGOS EXECUTORES:
SECRETARIA DE ESTADO EDUCAO CNPJ: 76.416.890/0001-89 End: Av. gua Verde, 2140 Vila Isabel CEP: 80240-900 Telefones: (41) 3340-1500 E-mails: [email protected] Nome do Responsvel: Flvio Arns Cargo: Secretrio de Estado de Educao e Vice Governador SECRETARIA DE JUSTIA, CIDADANA E DIREITOS HUMANOS CNPJ: 76.416.940/0001-28 End: Palcio das Araucrias Rua Jacy Loureiro de Campos, s/n 2 andar CEP: 80530-915 Telefones: (41) 3221-7200 E-mails: [email protected] Nome do Responsvel: Maria Tereza Uille Gomes Cargo: Secretria da Justia, Cidadania e Direitos Humanos
4
Um preso reabilitado no algum que aprendeu a sobreviver bem na priso, mas uma pessoa que tem xito no mundo externo priso na ps-recluso. (COYLE, 2002).
Aos educadores e a todos aqueles que, contra tudo e contra todos, procuram em um dos sistemas que mais se presta ao aviltamento do ser, que o prisional, encontrar um espao de resistncia para prticas educativas e humanizadoras.
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APRESENTAO
O presente Plano Estadual de Educao no Sistema Prisional do Paran foi
elaborado de forma conjunta entre a Secretaria de Estado da Educao e a
Secretaria de Estado da Justia e Cidadania, com a participao ampla de
representantes dos diversos segmentos sociais. Tem por objetivo a garantia
da escolarizao bsica, no nvel fundamental e mdio, na modalidade de
Educao de Jovens e Adultos (EJA) e a educao profissional s pessoas em
privao de liberdade, no Sistema Penitencirio do Estado do Paran, por meio
dos Centros Estaduais de Educao Bsica para Jovens e Adultos CEEBJA
e/ou Aes Pedaggicas Descentralizadas APED.
ora apresentado pelo Secretrio de Estado da Educao e pela Secretria de
Estado da Justia e da Cidadania, no uso de suas atribuies legais e
administrativas, Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao,
Diversidade e Incluso e ao Departamento Penitencirio Nacional como
proposio para obteno de apoio financeiro, com recursos do Plano de
Aes Articuladas e/ou Fundo Penitencirio Nacional, para ampliao e
qualificao da oferta de educao nos estabelecimentos penais do Paran,
nos exerccios 2012, 2013 e 2014, conforme estipula o Ofcio Circular em
Conjunto n 01/2012 DIRPP/DEPEN/MJ e DPAEJA/SECADI/MEC.
Curitiba, 20 de setembro de 2012.
Flvio Arns Maria Tereza Uille Gomes
Secretrio de Estado da Educao Secretria de Estado da Justia e da Cidadania
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SUMRIO
I. INTRODUO ...............................................................................................
II. CONCEPES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA EDUCAO NO
SISTEMA PRISIONAL ..................................................................................
III. HISTRICO DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO.........................
IV. DIAGNSTICO DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO....................
4.1 ESPELHO GERAL DO ESTADO ..........................................................
4.2 INFORMAO POR ESTABELECIMENTO PENAL ............................
V. GESTO ........................................................................................................
5.1 ATRIBUIES E COMPETNCIAS ......................................................
5.2 REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA .......................................
5.3 GESTO DE PESSOAS ........................................................................
5.4 REGISTROS ESCOLARES ...................................................................
5.5 ARTICULAO E PARCERIAS ...........................................................
VI. FINANCIAMENTO ......................................................................................
VII. ORGANIZAO DA OFERTA DE EDUCAO FORMAL ......................
VIII. ORGANIZAO DA OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL E DA
QUALIFICAO PROFISSIONAL ...........................................................
IX. FORMAO INICIAL E CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS ................
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X. PRTICAS PEDAGGICAS E ATENDIMENTO DIVERSIDADE ............
XI. CERTIFICAO ........................................................................................
XII. INFRAESTRUTURA .................................................................................
XIII. MATERIAL DIDTICO E LITERRIO .....................................................
XIV. REMIO DE PENA PELO ESTUDO ......................................................
XV. ATENDIMENTO S CRIANAS ...............................................................
XVI. ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAO ....................
XVII. REFERNCIAS
XVIII. ANEXOS
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APAC Associao de Proteo e Assistncia aos Condenados
APED - Aes Pedaggicas Descentralizadas
AVEA Ambiente Virtual de Ensino e de Aprendizagem
CCC - Casa de Custdia de Curitiba
CCL - Casa de Custdia de Londrina
CCSJP Casa de Custdia de So Jos dos Pinhais
CEAD Coordenadoria Estadual Antidrogas
CEE/PR Conselho Estadual de Educao do Paran
CEEBJA - Centro Estadual de Educao Bsica para Jovens e Adultos
CMP Complexo Mdico Penal do Paran
CNE Conselho Nacional de Educao
CNPCP Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria
COPEN/PR Conselho Penitencirio do Estado do Paran
COT - Centro de Observao e Triagem
CPAI Colnia Penal Agroindustrial do Estado do Paran
CPI - Comisso Parlamentar de Inqurito
CPIM Colnia Penal Industrial de Maring
CPLN Cadeia Pblica Laudemir Neves de Foz do Iguau
CRAF- Centro de Regime Semiaberto Feminino de Curitiba
CRAG Regime Semiaberto de Guarapuava
CRAPG - Regime Semiaberto de Ponta Grossa
CREF Centro de Reintegrao Social Feminino de Foz do Iguau
CRESLON- Centro de Reintegrao Social de Londrina
CTC Comisso Tcnica de Classificao
DEPEN Departamento Penitencirio do Estado do Paran
DEPEN Departamento de Execuo Penal (a partir de 2012)
DIED - Diviso de Educao do Departamento Penitencirio do PR
DPP Defensoria Pblica do Paran
DUDH Declarao Universal dos Direitos Humanos
EJA Educao de Jovens e Adultos
ENCCEJA - Exame Nacional para Certificao de Competncias de Jovens e
Adultos
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ENEM - Exame Nacional do Ensino Mdio
ESEDH Escola de Educao em Direitos Humanos
ESPEN Escola Penitenciria do Paran
FIEP Federao das Indstrias do Estado do Paran
FUPEN Fundo Penitencirio do Paran
GAAP Grupo de Apoio s Aes Penitencirias
IEE Instituio de Ensino Superior
INFOPEN Sistema Integrado de Informao Penitenciria
INFOSEG Sistema Nacional de Integrao de Informaes em Justia e
Segurana Pblica
IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao
LEP - Lei de Execuo Penal
MEC - Ministrio da Educao Nacional
MJ Ministrio da Justia
NAES - Ncleo Avanado de Estudos Supletivo
NII Ncleo de Informtica e Informaes
ONU - Organizao das Naes Unidas
PCE - Penitenciria Central do Estado
PDI-CIDADANIA Programa para o Desenvolvimento Integrado
PEC Penitenciria Estadual de Cascavel
PECO Penitenciria Estadual de Cruzeiro do Oeste
PEF - Penitenciria Estadual de Foz do Iguau
PEF II - Penitenciria Estadual de Foz do Iguau II
PEFB Penitenciria Estadual de Francisco Beltro
PEL - Penitenciria Estadual de Londrina
PEL II - Penitenciria Estadual de Londrina II
PEM - Penitenciria Estadual de Maring
PEP Penitenciria Estadual de Piraquara
PEP II Penitenciria Estadual de Piraquara II
PEPG - Penitenciria Estadual de Ponta Grossa
PFP - Penitenciria Feminina do Paran
PIC - Penitenciria Industrial de Cascavel
PIG - Penitenciria Industrial de Guarapuava
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PNSSP Plano Nacional de Sade no Sistema
PROUNI - Programa Universidade para Todos
PSC Prestao de Servios Comunidade
SEC Setor de Educao e Capacitao Profissional
SEED - Secretaria de Estado de Educao
SEJU Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos
SENAC Servio Nacional de aprendizagem Comercial
SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial
SENASP Secretaria Nacional de Segurana Pblica
SENAT - Servio Nacional de Aprendizagem do Transporte
SESC Servio Social do Comrcio
SESP Secretaria de Estado da Segurana Pblica
SEST - Servio Social do Transporte
SETI Secretaria de Estado da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior
SETP Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoo Social
SMS Sistema Municipal de Sade
SPR Sistema de Informaes Penitencirias
TJPR Tribunal de Justia do Paran
UFPR Universidade Federal do Paran
UNESCO - United Nations Education Science and Culture Organization
UNICENTRO Universidade Estadual do Centro-Oeste
UTFPR Universidade Tecnolgica Federal do Paran
VEP Vara de Execuo Penal
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I. INTRODUO
Se a educao sozinha no transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.
Paulo Freire
Os principais problemas enfrentados nas prises brasileiras como a
superlotao, a deteriorao da infraestrutura carcerria, a corrupo de
agentes/policiais, a absteno ou abuso sexual, o suicdio, a presena de
txicos, a falta de apoio de autoridades governamentais, as rebelies, a m
administrao carcerria, a falta de apoio de uma legislao digna dos direitos
do preso-cidado, a falta de segurana e pessoal capacitado para realiz-la e o
alto ndice de reincidncia, aponta Magnabosco (1998), demonstram que o
Brasil est aniquilando qualquer possibilidade de que as pessoas em privao
de liberdade venham a se recuperar e, ao mesmo tempo, desperdia dinheiro
pblico.
Em 2007, em visitas realizadas ao Presdio Federal de Catanduvas,
Penitenciria Industrial de Cascavel e ao Centro de Deteno e
Ressocializao de So Jos dos Pinhais, a Comisso Parlamentar de
Inqurito (CPI) do sistema carcerrio, afirmou que os presdios do Paran
estavam acima da mdia nacional, pois, no havia superpopulao, havia
respeito disciplina e os presos eram orientados ao trabalho e, alguns, at
educao. No entanto, um grande problema paranaense ainda est ligado ao
fato de que mesmo havendo mais de15 mil presos em penitencirias, ainda
existem aproximadamente 12 mil em cadeias pblicas (PAINHAS, 2007).
De acordo com dados do INFOPEN, em abril/2012, a populao carcerria
paranaense apresenta-se extremamente jovem: 51,33% encontram-se na faixa
de 18 a 34 anos e com baixssimo nvel de escolaridade: 62% no possuem o
Ensino Fundamental completo. Em relao s atividades produtivas realizadas
antes do ingresso no sistema penal, o DEPEN/PR indicava em 2009, que
34,7% declararam pertencer rea da construo civil; e 25,2% rea de
servios e esse perfil permanece at os dias atuais. Esse quadro fornece
informaes importantes para o planejamento das Polticas pblicas no
Sistema Penal no Paran, pois, de acordo com os dados, tem-se o perfil de um
preso jovem, com pouca escolaridade e sem qualificao profissional.
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No entanto, este fator no restrito ao Paran. Guimares et al (2007, p.18)
salientam que a maioria dos presos, no sistema penal brasileiro, so jovens
oriundos das camadas sociais mais pobres, negros e j marginalizados
socialmente, filhos de famlias desestruturadas, que no tiveram acesso
educao nem formao profissional: So pessoas que j estavam em uma
situao delicada e se no encontrarem as devidas condies necessrias nos
presdios, jamais podero voltar sociedade como cidados de bem.
Retomando as indicaes do DEPEN, em 2009, e traando um paralelo com
dados atuais, pode-se verificar que pouco se avanou no processo de oferta da
escolarizao nos estabelecimentos penais do Estado. Dessa forma, corre-se o
risco de cair na roleta russa apresentada no primeiro pargrafo, onde o pior
pode acontecer: aumento da reincidncia e da violncia rural e urbana.
Tornou-se necessrio e urgente que o governo e a sociedade passassem a
entender a pena e a priso em funo de objetivos e metas educacionais e no
mais como meros instrumentos de controle social, de punio e de segregao.
A educao um bem valioso. a mais eficiente ferramenta para alavancar o
crescimento pessoal. to importante que assume o status de Direito Humano
fundamental, pois deve ser vista como parte integrante da dignidade humana e
aquilo que contribui para ampli-la como conhecimento, saber e discernimento.
A regulamentao do atendimento educacional no Sistema Penitencirio do
Paran decorre das Diretrizes Nacionais para a Oferta da Educao em
Estabelecimentos Penais aprovadas pela Resoluo n 3, de 11 de maro de
2009, do Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria (CNPCP), que
foram homologadas pelo Ministrio da Educao por meio da Resoluo n 2,
de 19 de maio de 2010, do Conselho Nacional de Educao (CNE). Uma
consequncia prtica dessa normativa a obrigatoriedade de que cada Estado
da Federao tenha o seu Plano Estadual de Educao nas Prises, do qual
emerge, implcita ou explicitamente, o projeto poltico-pedaggico, cuja
estrutura ser analisada a partir dos dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases
da Educao (LDB Lei n 9.394/1996) e da Lei de Execuo Penal (LEP Lei
n 7.210/1984).
Partindo do ponto de vista legal, a Lei de Execuo Penal, Lei n 7.210,
instituda em 11 de julho de 1984, garante proteo ao preso quando define, no
13
artigo 10, seo 1, captulo 2: a assistncia ao preso e ao internado dever do
Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno convivncia em
sociedade. Entre as modalidades de assistncia citadas na referida lei a serem
desenvolvidas com o preso, tem-se, no artigo 11, a educacional, que referenda:
a instruo escolar e a formao profissional do preso e do internado.
Para dar operacionalidade ao texto da lei, o Conselho Nacional de Poltica
Criminal e Penitenciria, por meio da Resoluo n 14, em 11 de novembro de
1994, editou as Regras Mnimas para o Tratamento do Preso no Brasil, fruto de
decises tomadas em Congressos internacionais sobre justia penal.
Esse texto, no seu captulo XII, aborda as instrues e assistncia educacional,
definindo o seguinte:
Art. 8. A assistncia educacional compreender a instruo escolar e a formao profissional do preso.
Art. 39. O ensino profissional ser ministrado em nvel de iniciao e de aperfeioamento tcnico.
Art. 40. A instruo primria ser obrigatoriamente ofertada a todos os presos que no a possuam.
Pargrafo nico Cursos de alfabetizao sero obrigatrios e compulsrios para os analfabetos.
Art. 41. Os estabelecimentos prisionais contaro com biblioteca organizada com livros de contedo informativo, educativo e recreativo, adequado formao cultural, profissional e espiritual do preso.
Art. 42. Dever ser permitido ao preso participar de curso por correspondncia, rdio ou televiso, sem prejuzo da disciplina e da segurana do estabelecimento.
Outra base legal a Constituio do Estado do Paran, no seu Ttulo 7, artigo
239, tambm determina que O Estado promover a assistncia a homens e
mulheres internos e egressos do sistema penitencirio, inclusive aos
albergados, visando sua reintegrao sociedade. Parece estar claro que,
do ponto de vista dos textos legais, o indivduo preso tem preservado seus
direitos constitucionais de acesso a programas educacionais, de escolarizao
e profissionalizao. O que se coloca como desafio de que forma tornar
realidade aquilo que a lei lhe assegura.
Apesar de todas as dificuldades, no entanto, pode-se afirmar que o sistema
penitencirio do Paran conta com um dos mais consolidados programas
educacionais para presos no Brasil, no mbito de uma clara poltica de
reintegrao social e que teve seu incio mesmo antes da lei que regulamenta
14
esse tipo de assistncia. Cabe, agora, atualiz-la, moderniz-la, ampli-la e
subsidi-la. Fazer entender que o Direito Humano Educao tambm
extensivo s pessoas que se encontram em espaos de restrio ou privao
de liberdade.
Recentemente, novos marcos legais relacionados oferta de educao nas
prises foram divulgados pelos rgos oficiais. Dentre esses marcos, destaca-
se o Decreto Presidencial n 7626/2011, que instituiu o Plano Estratgico de
Educao no mbito do Sistema Prisional (PEESP), cujo objetivo principal
ampliar as matrculas e qualificar a oferta de educao nas prises. Para
efetivar as aes propostas, esse Decreto prev e incentiva, tambm, a
elaborao de Planos Estaduais de Educao para o Sistema Prisional.
Pensando na efetividade das aes educativas em contexto prisional e na
perspectiva de afirmao de direitos e de reduo das vulnerabilidades das
pessoas em privao de liberdade, no perodo de 14 a 17 de maio de 2012 foi
realizado em Braslia o 3 Seminrio Nacional pela Educao nas Prises. O
objetivo principal, desse evento, foi auxiliar as unidades federativas na
elaborao dos Planos Estaduais atravs de palestras e grupos de trabalho
que trataram de temas especficos relacionados educao nas prises.
Nesse evento, ficou estabelecido que os Planos deveriam ser elaborados de
forma conjunta entre a Secretaria de Estado da Educao e a Secretaria de
Administrao Penitenciria com a participao ampla dos segmentos sociais
envolvidos. Assim, a partir do ms de junho, a organizao do 3 Seminrio
Nacional encaminhou para as Secretarias e demais representaes a estrutura
do Plano Estadual de educao junto com outros documentos orientadores e
de suporte normativo e legal, que se tornaram subsdios preciosos na
elaborao deste plano.
A elaborao de um Plano Estadual de Educao um momento importante de
construo de polticas pblicas para o setor. Momento de planejar,
coletivamente, as aes e suas formas de implementar uma educao eficiente
e de qualidade. No Paran, a elaborao desse documento que subsidiar o
atendimento escolar nos espaos prisionais foi coordenada pela Secretaria de
Estado da Educao e pela Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e
Direitos Humanos, contando com a participao efetiva e comprometida de
15
todas as pessoas interessadas e de representantes da sociedade civil
organizada. Para que se efetivasse essa construo coletiva, vrias atividades
foram desenvolvidas num curto espao de tempo.
Primeiramente, foram realizadas aes locais, nos Centros Estaduais de
Educao Bsica CEEBJA que atendem as unidades prisionais no Estado.
Cada CEEBJA estabeleceu um cronograma para discusso interna de todas as
temticas junto aos seus profissionais, envolvendo os funcionrios dos
estabelecimentos penais Agentes, Pedagogos e Diretores. Organizaram
encontros com os alunos e alunas, mas tambm, com os demais internos para
discutir e coletar sugestes sobre as temticas contempladas neste Plano
Estadual de Educao no Sistema Prisional do Paran, registrando em Ata
estes momentos bem como todas as sugestes coletadas.
O segundo passo, cuja proposio ficou restrita a alguns ncleos, envolveu as
atividades regionais da Coordenao de Educao, Qualificao e
Profissionalizao de Apenados/ PDICidadania/ SEJU e Ncleos Regionais de
Educao/NRE para realizao de reunies com diretores, pedagogos,
assistentes sociais, agentes penitencirios de estabelecimentos penais para
informar das atividades a serem desenvolvidas na construo do PEESP. Os
CEEBJA e os NRE articularam com Estabelecimentos Penais (Funcionrios e
Internos), Instituies de Ensino Superior, Pastoral Carcerria, Frum
Paranaense de EJA, APP Sindicato, Comisso de Direitos Humanos, dentre
outros segmentos sociais, para discusso e contribuies na elaborao do
PEESP.
As ltimas etapas envolveram, diretamente, as Secretarias parceiras. Nas
pginas dos portais da Secretaria de Estado da Educao e da Secretaria de
Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos foram disponibilizados dados
e informaes para subsidiar as propostas para o Plano Estadual de Educao
no Sistema Prisional do Paran. Essa divulgao visava aqueles (as) que
tivessem interesse em participar, de forma ampla, nas discusses e decises
referentes oferta de educao nas prises do Paran. Alm disso, foi
promovida uma reunio com diretores, chefias e coordenaes dos diversos
departamentos da Secretaria da Educao com o objetivo de expor e solicitar a
16
participao na produo de uma minuta prvia para servir de ponto de partida
para as discusses sobre os diversos eixos que compem este documento.
Aps cadastrar evento e inscrever os participantes, representantes dos
diversos segmentos sociais, foi realizado nos dias 26 e 27 de julho de 2012, na
Diretoria de Tecnologias Educacionais DITEC, em Curitiba, o Encontro
Estadual de Educao nas Prises. Consubstanciado na participao de
diferentes representaes no sentido de promover a interatividade e
dialogicidade entre as instncias afins e com o objetivo de planejar e elaborar
coletivamente a verso final deste documento, o evento contou ainda com
diretores, pedagogos e professores de Estabelecimentos de Ensino que
atendem s Unidades Penais, coordenadores de Ncleos Regionais de
Educao e convidados dos diferentes organismos de gesto pblica
Conselho Estadual de Educao (CEE), APP Sindicato, Organizao dos
Advogados do Brasil (OAB), Frum EJA, Agenda Territorial, Programa Brasil
Alfabetizado/Paran Alfabetizado.
Depois desse encontro, os Grupos de Trabalhos (ANEXO I) reuniram-se em
dois momentos para finalizar o documento. Um encontro no dia 16 de agosto
para definir as metas e, nos dias 23 e 29 de agosto, para reestruturao dos
textos. As configuraes finais e levantamentos dos dados do diagnstico,
apontamentos das rotinas e gesto foram finalizados pela Comisso de
Sistematizao (ANEXO II), composta de indicaes das instituies parceiras
participantes dos encontros e pela Coordenao de Educao de Jovens e
Adultos que responde pela demanda na SEED e pelo PDI-Cidadania, que
coordena a educao, qualificao e profissionalizao nos estabelecimentos
penais do Estado.
A escola no interior dos presdios deve ter como funo o desafio de
desconstruir a concepo de que ali um ambiente de desumanidades e de
negao de direitos. A educao no espao prisional deve ser vista como um
precioso mecanismo de valorizao das aes que elevam a autoestima do
educando jovem, adulto e idoso privado de liberdade. Utilizada como
instrumento de resgate da dignidade humana, de desenvolvimento do
pensamento reflexivo, da atividade criadora e inovadora, ela possibilitar a
construo da autonomia pessoal, preparando-os para a vida em sociedade.
17
Enfim, diante dos dilemas e das contradies do ideal educativo e do real
punitivo, de tantos fatores que obstaculizam a formao para a vida social em
liberdade, longe das grades, cabe perguntar: o que pode fazer a educao
escolar por trs das grades? (ONOFRE, 2007, p.14). necessrio, portanto,
desenvolver uma prtica pedaggica voltada para o reconhecimento de que a
escola na priso deve ser um espao socializador, respeitoso e desprovido de
aes discriminatrias e violentas.
18
II. CONCEPES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA EDUCAO NO
SISTEMA PRISIONAL
Entende-se por educao, conforme Peliano (2008), como o ato de orientar,
acompanhar, nortear e de trazer de "dentro para fora" as potencialidades do
indivduo. De Mayer (2006) complementa que a educao d significado ao
passado e proporciona ferramentas para se formular um projeto individual. Em
um sentido amplo, a educao de uma pessoa reflete toda a sua existncia em
toda a sua durao e em todos os seus aspectos. Assim, educao formao
do homem pela sociedade, ou seja, o processo pelo qual a sociedade atua
constantemente sobre o desenvolvimento do ser humano. Trata-se de um
processo, um fato existencial e social, um fenmeno cultural. um fato
histrico, refere-se ao modo como o homem se faz ser homem (PINTO, 1984,
p. 30).
Cabe observar que os avanos da cincia e da tecnologia tm revolucionado a
produo, o comportamento das pessoas e o prprio ambiente escolar. Atravs
da internet, da telefonia celular e outros meios de comunicao que oferecem
ao homem contemporneo comodidade, segurana e preciso, seria de se
supor que isso acarretaria uma grande melhoria na vida de todos. No entanto,
sabido que isso s ocorre com uma pequena parcela da sociedade.
Pela sua importncia, a educao deveria ser prioritria no processo do
tratamento penal, durante todo o perodo de cumprimento da pena. O que se
quer salientar aqui que a comunidade escolar atendida nas unidades penais
faz parte de uma grande maioria que no tem acesso aos avanos
tecnolgicos, bem como a bens culturais e benefcios sociais, razes pelas
quais acabam ficando margem do processo.
nesse panorama pouco humanizante que, conforme o Parecer n 11/2000 -
CNE/CEB do Conselho Nacional de Educao, a Educao de Jovens e
Adultos se estabelece como a modalidade a ser adotada, alicerando suas
aes nas caractersticas Reparadora, Equalizadora e Qualificadora. Com
peculiaridades distintas e com o objetivo de garantir condies queles (as)
que no tiveram a oportunidade ou se viram privados do acesso Educao.
Como preconiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para Jovens e Adultos:
19
Muitos jovens ainda no empregados, desempregados, empregados em ocupaes precrias e vacilantes podem encontrar nos espaos da EJA, seja nas funes de reparaes e de equalizao, seja na funo qualificadora, um lugar de melhor capacitao para o mundo do trabalho e para a atribuio de significados s experincias scio-culturais trazidas por eles (BRASIL, 2000, p.11).
No entanto, a Educao de Jovens e Adultos, ao longo da histria, permanece
como ao no prioritria de investimento pblico e a escassez dos recursos
pblicos atribudos s polticas de educao de jovens e adultos representam
um limite, um obstculo, que se tenta atravessar, para o atendimento das
demandas educacionais dessa parcela da populao, no apenas no Paran,
mas em todo o Brasil.
A Proposta Pedaggica do curso de Educao de Jovens e Adultos, ofertado
nos Estabelecimentos Estaduais de Ensino do Paran, considera o educando
um sujeito scio-histrico-cultural com diferentes experincias de vida, que se
afastou da escola devido a fatores sociais, econmicos, polticos e/ou culturais,
muitas vezes com ingresso prematuro no mundo do trabalho, evaso ou
repetncia escolar. Tal educando traz modelos internalizados durante suas
vivncias escolares ou por outras experincias de vida. Nesses modelos,
predomina o de uma escola tradicional, onde o educador exerce o papel de
detentor do conhecimento e o educando de receptor desse conhecimento.
Busca-se, portanto, o rompimento desse modelo, propiciando ao educando a
autonomia intelectual, ou seja, educandos ativos no processo educacional.
importante ressaltar que a proposta da EJA no Paran no contempla a cultura
do aligeiramento da escolarizao nem a pedagogia da reprovao, mas sim a
pedagogia da aprendizagem, com oferta de qualidade de ensino.
Sendo assim, a organizao da oferta nesta modalidade de ensino, indicada na
Proposta Pedaggico-Curricular, contempla o total da carga horria
estabelecida na legislao vigente 1600 horas para o Ensino Fundamental
Fase II e 1200 horas para o Ensino Mdio - (Deliberao n. 05/10-CEE), cerca
de metade da carga horria total estabelecida para o ensino regular, nos nveis
do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio, contemplando aes pedaggicas
especficas modalidade, que levem em considerao o perfil do educando,
assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas
caractersticas, interesses, condies de vida e de trabalho. Como se pode
20
perceber, a referida deliberao no abrange a oferta da EJA Fase I nos
estabelecimentos penais, que de responsabilidade do Estado.
Os contedos curriculares da Educao Bsica so desenvolvidos ao longo da
carga horria total estabelecida para cada disciplina, conforme a Matriz
Curricular, com avaliao presencial ao longo do processo ensino-
aprendizagem, mediante aes didtico-pedaggicas, organizadas de forma
coletiva e individual. Ambas as organizaes previstas na proposta
pedaggico-curricular da EJA permitem aos educandos percorrerem trajetrias
de aprendizagens no padronizadas, respeitando o ritmo de cada um no
processo de apropriao dos saberes, alm de organizar o tempo escolar a
partir do tempo disponvel do educando-trabalhador, tanto ao que se refere
organizao diria das aulas, quanto no total de dias previstos na semana,
conforme o cronograma proposto pelo estabelecimento de ensino e aprovado
pela SEED.
Uma tarefa bastante complexa, porm extremamente necessria e contnua,
determinar o perfil dos educandos do sistema carcerrio a fim de buscar um
planejamento adequado para atuar nesta demanda. Assim, depara-se com
indivduos que, em sua maioria, sempre viveram margem da sociedade, sem
referncia social e que geralmente trazem com eles um histrico de vida que
reflete principalmente seus comprometimentos psicossociais e econmicos.
Sujeitos sem perspectivas de futuro, discriminados, de famlias
desmoralizadas, sem noo do lugar que devem ocupar na sociedade.
Esses educandos demandam uma proposta pedaggica especfica para jovens
e adultos privados de liberdade na busca pela garantia do processo educativo
de qualidade para a transformao de um modelo de sociedade excludente. A
proposta pedaggica pensada para essa demanda de educandos deve
priorizar as necessidades fundamentais para compreenso de uma vida com
dignidade. So jovens e adultos que, geralmente, apresentam um sentimento
de desesperana no momento presente, de falta de perspectiva futura e
angstia com o tempo j vivido. Desta forma, a proposta pedaggica deve ser
pautada na busca por um conhecimento que agregue valores e aponte para
uma prtica social de incluso, de melhoria nas condies de vida para o
convvio em sociedade.
21
A Educao ofertada deve ser uma educao que prioritariamente procure no
s ampliar o universo informacional deste aluno, mas que tambm busque
desenvolver a sua capacidade crtica e criadora, tornando-o capaz de realizar
escolhas e perceber a importncia das mesmas em sua vida e,
consequentemente, para o seu grupo social.
A prisionalizao dificulta os esforos em favor da ressocializao; alm disso,
em vez de devolver liberdade indivduos educados para a vida social,
devolve para a sociedade, delinquentes mais perigosos e com elevado ndice
de possibilidade para a reincidncia (ONOFRE, 2007, p. 14).
preciso acreditar que atravs de uma ao conscientizadora, capaz de
instrumentalizar os educandos, eles/elas podero firmar um compromisso de
mudana com a sua prpria histria. Paulo Freire afirmava que
A conscientizao () um teste de realidade. Quanto mais conscientizao, mais desvela a realidade, mais se penetra na essncia fenomnica do objeto, frente ao qual nos encontramos para analis-lo. Por esta mesma razo, a conscientizao no consiste em estar frente realidade assumindo uma posio falsamente intelectual. Conscientizao no pode existir fora da prxis, ou melhor, sem o ato ao-reflexo. Esta unidade dialtica constitui, de maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo que caracteriza os homens. (FREIRE, 1982, p. 26).
Neste contexto, a escola e com ela a educao de qualidade torna-se um
poderoso instrumento de (re)integrao social para todos da comunidade
carcerria, pois alm de preparar este educando recluso na sua retomada
liberdade, possibilita tambm que ele possa competir em igualdade de
condies com os cidados livres na disputa acirrada por um trabalho digno e
justo. A escola em presdios passa a ter uma enorme responsabilidade na
formao de indivduos autnomos,
[...] na ampliao do acesso aos bens culturais em geral, no fortalecimento da auto-estima desses sujeitos, assim como na conscincia de seus deveres e direitos, criando oportunidades para seu reingresso na sociedade. (JULIO, 2007, p. 47).
O espao escolar em presdios o local onde o interno pode se sentir humano,
o local em que, como afirma Onofre (2007), a marca de criminoso pode ser
amenizada, uma vez que ele passa a ser apenas aluno, um educando na
incessante busca pelo aprendizado que lhe possibilitar, talvez, sair da
condio de miservel, para uma condio mais humana.
22
Gadotti (1993), afirmava que a caracterstica fundamental da pedagogia do
educador em presdios deveria ser a contradio, a lida com conflitos, com
riscos. Caberia a ele questionar de que maneira a educao poderia contribuir
para mudar a priso e o preso, para tornar a vida melhor e contribuir com o
processo de desprisionalizao. Freire (1998) j dizia que a melhor afirmao
para definir o alcance da prtica educativa em face dos limites a que se
submete a seguinte: no podendo tudo, a prtica educativa pode alguma
coisa.
Do ponto de vista estrutural e gerencial, conta-se, no mbito do Departamento
de Execuo Penal/DEPEN, com a Coordenao de Educao, Qualificao e
Profissionalizao de Apenados e, em cada unidade prisional, com um Setor
de Educao e de Capacitao Profissional (SEC), coordenados por um
pedagogo, profissional efetivo da Secretaria de Estado da Justia e Cidadania
ou cedido pela Secretaria de Estado da Educao. No que se refere s prticas
propriamente ditas, a organizao de todo o processo educacional realiza-se a
partir de dois eixos: a assistncia educacional e as atividades orgnicas. A
assistncia educacional refere-se s atividades de formao e subdivide-se em
educao formal, educao no formal e qualificao profissional e educao
sociocultural.
A modalidade de ensino adotada nas escolas do sistema penitencirio do
Paran a Educao de Jovens e Adultos, que, segundo a Lei de Diretrizes e
Bases da Educao Nacional LDBN n 9394/96, no artigo 37, ser destinada
queles que no tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino
fundamental e mdio na idade prpria.
Essa modalidade de ensino vem ao encontro da necessidade e da diversidade
do perfil dos educandos no Sistema Prisional, no que se refere idade, ao
nvel de escolarizao, situao socioeconmica e cultural e, sobretudo, a
sua insero no mercado de trabalho. Nesse sentido, a EJA Educao de
Jovens e Adultos tem como proposta articular essa modalidade com as
diversidades do contexto social e cultural desse pblico (populao do campo,
pessoas com necessidades especiais, indgenas, quilombolas, sem-terra e em
privao de liberdade).
23
No que diz respeito proposta pedaggica da EJA, atualmente no h
nenhuma diferena substancial quela ofertada para a comunidade em geral.
Isso porque se entende que o indivduo, mesmo na condio de preso, embora
possa apresentar lacunas do ponto de vista da educao formal, tem uma
histria de vida, vivenciou vrias experincias e traz consigo uma bagagem
cultural que no poder ser desconsiderada. No entanto, percebe-se que,
embora tenham ocorrido vrias conquistas na universalizao da Educao
Bsica, o Paran tem negligenciado a oferta da educao s pessoas em
regimes de privao da liberdade.
Com a publicao de recentes marcos legais no mbito nacional e da
elaborao conjunta deste Plano Estadual, essa modalidade adquiriu status de
poltica pblica e isso requer o enfrentamento e a superao de algumas
questes que so prprias e especficas do sistema penitencirio, como
apontam Silva e Moreira (2006):
A chamada cultura prisional, leia-se o modelo de administrao penitenciria, sustentada por um trip cujos pilares so: 1) a elevada tolerncia em relao a todas as formas de violncia que se torna o principal fator de mediao das relaes entre instituio/agentes, agentes/presos e presos/presos; 2) a elevada tolerncia em relao corrupo no s no sentido pecunirio, mas tambm em relao a valores, hbitos e costumes que caracterizam o universo prisional como uma contracultura; e 3) a compra e a venda de privilgios como tcnica de empoderamento de presos e agentes, sem nenhuma correspondncia no mundo real. (SILVA, MOREIRA, 2006, p. 95).
Diferentemente de outros espaos nos quais a educao de jovens e adultos
(EJA) foi implantada com sucesso, a priso precisa ser ressignificada como
espao potencialmente pedaggico. Como transformar carcereiros em
educadores? Como transformar presos em alunos? Como situar a educao
como um valor dentro da priso e como fazer para que as relaes entre todos
sejam predominantemente pedaggicas?
Das mais de 1.800 unidades prisionais existentes no Brasil, nenhuma planta
penitenciria foi concebida, na origem, como estabelecimento educacional
(BRASIL. MJ, 2010). No Paran, esse panorama tem sido diferente, isto ,
alguns projetos arquitetnicos contemplam espaos fsicos adequados s
necessidades escolares. Porm, ainda so insuficientes. Alguns
estabelecimentos penais, por exemplo, contam com aproximadamente 1000
(mil) internos e foram destinadas, no projeto, apenas 05 (cinco) salas de aulas
24
com aproximadamente 34m cada. Dentro desta realidade, procura-se atender
a demanda interessada no processo educativo. Outros j contemplam o espao
suficiente destinado s atividades educacionais.
Apesar das dificuldades apontadas, acredita-se que a formao escolar a
chave principal que poder abrir s pessoas em privao de liberdade as
portas do processo de reintegrao social. Em sala de aula, portanto, o(a)
preso(a) aluno(a) e, nessa qualidade, poder continuar seus estudos numa
escola da comunidade, quando do cumprimento de sua pena. Mas preciso
reconhec-los como indivduos portadores de experincias de vida, respeitando
as suas diferenas, como afirma Santos (2004):
A educao de adultos exige uma incluso que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito; coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreenso e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferena nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princpios que regem a educao de adultos, h de buscar-se uma educao qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitria, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienvel de todos. (SANTOS, 2004, p.14).
Dessa forma, tambm em razo de sua condio especial de privao de
liberdade, o trabalho pedaggico, pautado na construo dos saberes
escolares, auxilia o educando a refletir de forma crtica e autnoma sobre o
mundo que o cerca e, ainda, a conhecer-se como sujeito capaz de agir nesse
mundo e transform-lo (ONOFRE, 2007, p. 23).
Logo, outros desafios importantes se colocam como tarefa dos professores: a
de trabalhar transversalmente com temas que digam respeito aos valores
ticos, de respeito ao outro, de solidariedade, que devem balizar as relaes
sociais entre os grupos humanos e que so chamados de contedos de
educao social. Tais temas, alm da necessidade de estarem integrados e
contextualizados nos contedos formais das disciplinas, podero ser
trabalhados em atividades extracurriculares. Assim como Forquim (1993),
Ricardo Jorge Costa e Jos Paulo Serralheiro (2007) explicitam bem essa
ideia:
A educao tomada num sentido amplo como formao e socializao do indivduo supe sempre a comunicao, a transmisso, a aquisio de alguma coisa: conhecimentos, competncias, crenas, hbitos, e valores, que se constituem o que se chama de contedo da educao, suporte de toda experincia
25
humana, pode-se dar o nome a estes contedos de cultura. (COSTA, SERRALHEIRO, 2007, p.35).
No se perca de vista que o cidado do nosso tempo no passa sem a
educao escolar e a educao social. Ambas, sob a perspectiva da educao
cientfica e tecnolgica, so indispensveis formao do cidado do sculo
XXI. Na educao social esto includas reas de formao como a educao
para a sade, a educao tica e social, a educao para as artes, a educao
desportiva, ou seja, todo um conjunto de aprendizagens e atividades
consideradas indispensveis formao integral de um cidado, mas que, pela
sua natureza, muitas vezes, no se incluem na aprendizagem tcnica e
cientfica do sistema escolar formal.
Entender a apropriao do saber como um ato civilizatrio, como um
instrumento de humanizao, esse o princpio que baliza as aes de
educao para os privados de liberdade. Por meio do conhecimento, entendido
aqui num sentido bastante amplo, criam-se mecanismos mentais de uma
percepo mais aguda da realidade, de compreenso das consequncias dos
nossos atos, de avaliao mais clara das nossas opes. Concorda-se com
Neiva (2006), quando afirma que a educao
(...) um caminho que reintegra [os apenados] sociedade permitindo-lhes a superao das circunstncias que deram origem ao crime e proporcionem relaes de trocas sociais que corroborem para uma adaptao no processo de equilbrio entre a convivncia social e a autonomia individual. (NEIVA, 2006, p. 23).
Embora avanos concretos tenham sido alcanados, por outro lado, pode-se
perceber que h muito ainda a avanar no campo normativo. necessrio
regulamentar uma poltica para as aes no crcere que, muitas vezes, no
passam de projetos isolados, sem fundamentao terico-metodolgica, sem
continuidade administrativa e que prima pela improvisao de espao, gesto,
material didtico e atendimento profissional.
Torna-se urgente privilegiar as aes educacionais em uma proposta poltico-
pedaggica de execuo penal como programa de reinsero social para,
efetivamente, conseguir mudar a atual cultura da priso. Em documento de
referncia para o 3 Seminrio Nacional de Educao nas Prises, o
Conselheiro Adeum H. Sauer (2012) aponta que
O Brasil j ultrapassou a etapa que discute o direito educao dentro do crcere. Est agora no estgio em que deve analisar as
26
suas prticas e experincias, procurando instituir programas, consolidar e avaliar propostas polticas. Precisamos buscar possveis e novos caminhos para o plano institucional que abriga homens e mulheres em situao de privao de liberdade em prol da implementao de polticas pblicas voltadas para uma oferta educacional de qualidade no Sistema Penitencirio. (SAUER, JULIO, 2012, p. 4).
Ao se pensar na educao da pessoa em privao de liberdade, no se pode
deixar de considerar que todo ser humano um ser inacabado, incompleto e se
constitui ao longo de sua existncia. Que tem a vocao de ser mais, o poder
de fazer e refazer, criar e recriar (FREIRE, 1983).
Compreendendo as concepes de Julio (2007), Onofre (2007), Neiva (2006)
autores que se debruam sobre a temtica da educao em espaos
carcerrios, as Secretarias Parceiras do Estado do Paran que amparam o
processo educativo nas Unidades Prisionais defendem uma proposta de
educao com vistas a privilegiar e garantir os direitos fundamentais da pessoa
em privao de liberdade. A educao no ambiente carcerrio deve ser
compreendida como um processo que oportuniza o desenvolvimento pessoal, a
transformao dos sujeitos e da sociedade.
A educao no interior dos presdios tem a funo desafiadora de colaborar
para a desconstruo da concepo de que esse um ambiente de
desumanidades e de negao de direitos. Oposto a isso, necessrio
desenvolver uma prtica pedaggica voltada para o reconhecimento de que
esse deva ser um espao socializador, respeitoso e desprovido de aes
discriminatrias e violentas. Confirmando em Julio
[...] a escola em presdios passa a ter uma enorme responsabilidade na formao de indivduos autnomos, na ampliao do acesso aos bens culturais em geral, no fortalecimento da auto-estima desses sujeitos, assim como na conscincia de seus deveres e direitos, criando oportunidades para seu reingresso na sociedade. (JULIO, 2007, p. 47).
Assim, o papel desafiador das Instituies Educacionais que atuam no interior
dos presdios a construo de uma proposta curricular que busque o
desenvolvimento pessoal e profissional do sujeito, que o auxilie na relao dos
saberes adquiridos no espao escolar com a vida cotidiana. O ambiente
prisional pode:
[...] apresentar-se como um espao que se paute por afirmar a vocao ontolgica do homem, a de ser sujeito, que pressupe o desenvolvimento de uma srie de potencialidades humanas, tais como: a autonomia, a crtica, a criatividade, a reflexo, a
27
sensibilidade, a participao, o dilogo, o estabelecimento de vnculos afetivos, a troca de experincia, a pesquisa, o respeito e a tolerncia, absolutamente compatveis com a educao escolar, especificamente destinada aos jovens e adultos (PORTUGUS, 2001, p. 103).
Neste sentido, a Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos
Humanos, por meio do Programa para o Desenvolvimento Integrado PDI-
Cidadania e a Secretaria de Estado da Educao, por meio da Coordenao de
Educao de Jovens e Adultos, buscam a implementao de programas
educacionais formais, no formais, presencial e/ou a distncia que provoquem
no educando/preso o desejo de retornar ao convvio em sociedade como um
cidado ativo, autnomo, que possa usufruir de uma vida social e econmica
independente e lcita.
28
II. HISTRICO DA EDUCAO EM PRISES NO ESTADO
Desde o surgimento das Cadeias Pblicas e da primeira Penitenciria, em
1909, a Secretaria de Estado dos Negcios do Interior, Justia e Instruo
Pblica e a Chefatura de Polcia eram os rgos responsveis pelas Cadeias e
Penitenciria do Estado. Essa subordinao direta Chefatura de Polcia foi
adotada at a criao do Departamento de Estabelecimentos Penais do Estado
- DEPE, atravs da Lei n 1767, de 17 de fevereiro de 1954, sendo designado
como Diretor-Geral o Dr. Jos Muniz de Figueiredo, que desde 1951 estava
frente das obras de concluso da Penitenciria Central do Estado, acumulando
a Direo da Penitenciria do Estado (Ah) e da Priso de Mulheres.
Portugues (2001) afirma que desde os primrdios da priso, a educao
arrolada como atividade que pode proporcionar a reabilitao dos indivduos
punidos e essa concepo no era diferente no Paran. Desde a primeira
metade do sculo XX, o sistema penitencirio paranaense acompanhou as
principais deliberaes dos Congressos Penitencirios Internacionais,
adaptando e propondo alternativas no tratamento aos presos. A implantao da
Penitenciria do Ah, em Curitiba, constituiu-se como smbolo de aparelho de
autoridade pedaggica, com inteno de repaginar o interno. A educao e a
escola na penitenciria acompanharam a concepo jurdica da modernidade:
salvao para enfrentar a vida cotidiana (SILVEIRA, 2009).
A partir 1962, atravs do Decreto n 4615, criada a Secretaria da Segurana
Pblica, passando o DEPE a subordinar-se mesma e a se responsabilizar
pelas penitencirias, prises, escolas de recuperao, colnias, sanatrios e
manicmios penais. Somente em 1971, em virtude do disposto no artigo 150 da
Emenda Constitucional n 3, de 29/05/1971, e do Decreto n 698 de
19/08/1971, o DEPE voltaria jurisdio da Secretaria do Interior e Justia. A
denominao DEPE foi adotada at 1975, quando passa a chamar-se
Coordenao do Sistema Penitencirio - COOSIPE, que seria novamente
modificada em 1987, dentro da nova regulamentao da Secretaria de Estado
da Justia, passando a denominar-se Departamento Penitencirio - DEPEN.
Tal situao perdura at 2000 quando, atravs do Decreto n 2881 de
19/10/2000, sua denominao novamente alterada para Coordenao do
29
Sistema Penitencirio do Estado COPEN - e sua vinculao hierrquica
passa para a esfera da Secretaria de Estado da Segurana Pblica. Em 19 de
maro de 2001, pelo Decreto n 3728, nova alterao procedida, a
denominao volta a ser Departamento Penitencirio do Estado - DEPEN,
ainda sob a esfera da Secretaria de Estado da Segurana Pblica. Em 2002 a
estrutura organizacional do Estado modificada Lei n 13667 de 05/07/02,
criada a Secretaria de Estado da Segurana, da Justia e da Cidadania
SESJ, que incorpora em seu mbito de atuao o DEPEN. Essa situao
vigora at 30 de dezembro de 2002 quando, atravs da Lei n. 13.986,
recriada a Secretaria de Estado da Justia SEJU, com o DEPEN integrando
sua estrutura.
Atravs do Decreto n 609 de 23 de julho de 1991, foi instituda, como unidade
subdepartamental do Departamento Penitencirio do Paran e da Secretaria de
Estado da Justia e da Cidadania - SEJU, a Escola Penitenciria do Paran
ESPEN. Nos primeiros anos de seu funcionamento, cabe destacar a nfase na
capacitao de agentes penitencirios, com cursos para aperfeioamento a
chefes de segurana, sobre tticas defensivas, gerenciamento de crises, dentre
outros.
Atravs da Resoluo n 65/SEJU de 12 de julho de 1993 e baseado no
Decreto n 609/91, o Secretrio de Estado da Justia e da Cidadania, Jos
Tavares, aprovou o Regimento Interno da Escola Penitenciria do Paran, que
passou a ter normas especficas para as suas finalidades. Nesse perodo,
foram realizados cursos de formao para novos agentes penitencirios
advindos de concurso pblico para essa funo.
O processo de escolarizao nos espaos prisionais no Paran teve incio a
partir de um Termo de Acordo Especial de Amparo Tcnico, em 01 de fevereiro
de 1982, celebrado entre a Secretaria de Estado Justia SEJU e a Secretaria
de Estado da Educao. O referido acordo constituiu uma ao conjunta entre
a SEJU e a SEED, proporcionando aos presos e aos funcionrios do sistema
penitencirio do Paran escolarizao no mbito do 1 e 2 graus, atravs da
modalidade de ensino supletivo. Inicialmente a escola foi implantada como um
Centro de Orientao da Aprendizagem, rgo vinculado ao Centro de Estudos
30
Supletivos de Curitiba, conforme resoluo n 80/82 SEJU/SEED e Resoluo
n 1707/82 SEED, ambas de 28/06/82.
Atravs da Resoluo n 1707/82 SEED, o estabelecimento foi autorizado a
desenvolver Cursos Supletivos de 1 e 2 graus, com avaliao fora do
processo. Com isso, o estabelecimento mantinha uma estrutura reduzida de
professores apenas para preparar os alunos para os exames de equivalncia
correspondentes s quatros primeiras sries do 1 grau e aos exames
supletivos de educao geral, realizados pelo Centro de Estudos Supletivos de
Curitiba, por uma equipe [e sob a superviso] do Departamento de Ensino
Supletivo/SEED. Mais tarde, esse Centro passou a ser um Ncleo Avanado
de Estudos Supletivos NAES Dr. Mrio Faraco, a partir da Resoluo n
2088/87/ SEED.
Em 26/05/95, atravs da Resoluo n 2104/95, foi autorizada a realizao de
avaliao do rendimento escolar dos alunos do curso supletivo de 1 grau
funo suplncia de educao geral durante o processo de ensino e
aprendizagem, transformando, assim, a estrutura e seu funcionamento ao
ofertar estudos com avaliao no processo ensino-aprendizagem.
Essa modalidade de funcionamento assim perdurou por 14 anos. A experincia
pedaggica bem sucedida culminou com a transformao do NAES Dr. Mario
Faraco em Centro de Estudos Supletivos de 1 e 2 graus, o que possibilitou
autonomia no atendimento aos alunos com cursos e exames [de] supletivos de
1 e 2 graus - funo suplncia educao geral e funo suplncia
profissionalizante.
Com a publicao da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional
LDB n 9394/96, o CES passou a chamar-se Centro Estadual de Educao
Bsica de Jovens e Adultos CEEBJA Dr. Mario Faraco Ensino Fundamental
e Mdio, que, atualmente, atende a nove unidades prisionais de Curitiba e
regio metropolitana.
De 1995 a 2000, o Departamento Penitencirio comeou a se interiorizar, com
a implantao de unidades em Maring, Londrina e Guarapuava, o que
implicou na organizao de vrios cursos de formao para novos servidores.
Foram realizadas tambm diversas parcerias, entre as quais com o IPARDES,
Escola da Polcia Civil, Secretaria de Estado da Educao, Universidade
31
Federal do Paran - UFPR, Ministrio da Sade, que resultaram em vrios
cursos de capacitao em diversas reas de atendimento penitencirio. Em
2000, foi implantada a primeira penitenciria paranaense em regime de
terceirizao, o que provocou a necessidade de formao para os novos
funcionrios, em parceria com o Grupo Pires de So Paulo.
De 2000 a 2002, foram realizados cursos de formao para agentes de
disciplina das empresas que prestaram servio ao DEPEN, no mbito do
programa de terceirizao das unidades penais que foram inauguradas. Foram
realizados tambm o "1 Encontro de Administrao Penitenciria do
MERCOSUL CODESUL", em convnio com o Ministrio da Justia, as
primeiras turmas do GAAP - Grupo de Apoio s Aes Penitencirias e o
primeiro curso de especializao em gesto penitenciria, em parceria com a
UFPR, financiado pelo Ministrio da Justia, no qual participaram servidores do
DEPEN/PR e de outros Estados da federao.
Vale destacar a realizao, em 2003, do "1 Frum Pedaggico do Sistema
Penitencirio do Paran", os cursos de formao para os funcionrios da
Penitenciria Estadual de Ponta Grossa, recm-inaugurada, e cursos de
formao a agentes de disciplina para as terceirizadas que estavam se
instalando no Estado.
Em 2004, a ESPEN instalou-se em sede prpria, que oferecia espaos mais
adequados para a realizao de cursos e eventos, contando com duas salas de
aula, com capacidade para 35 pessoas cada uma e laboratrio de informtica.
Foram realizadas duas turmas para o curso de Administrao Penitenciria,
com 180 horas cada uma delas, e diversas turmas de formao agentes de
disciplina, pertencentes s unidades terceirizadas.
Nesta mesma data, foi publicada a Resoluo Conjunta n 02/2004
SEED/SEJU/SETP que regulava a seleo de servidores pblicos da SEED
para suprimento da demanda de docentes, apoio tcnico-pedaggico e
administrativo - inclusive de diretores e vice-diretores - nos estabelecimentos
penais do estado, vigorando at 2011.
Mediante publicao da Resoluo n 141/2004 da SEJU foi criado o Conselho
Superior da Escola. Nesse perodo, foram formadas cinco turmas do Grupo de
Apoio s Aes Penitencirias - GAAP - fruto de convnio entre a Secretaria de
32
Estado da Justia e da Cidadania e o Ministrio da Justia. Realizou-se,
tambm, um concurso pblico de grandes dimenses, que exigiu, por parte da
ESPEN, a organizao de cursos de formao para mais de 1.200 novos
agentes penitencirios. Alm disso, houve vrios cursos de atualizao para
agentes penitencirios e tcnicos do DEPEN. Outra atividade relevante desse
perodo foi a reorganizao da Diviso de Educao que, no mbito da
ESPEN, passou a monitorar todas as atividades do Programa de
Escolarizao, desenvolvido nas unidades penais em parceria com a
Secretaria de Estado da Educao.
Em 2006, com publicao da Resoluo Conjunta n 08/2006 SEED/SEJU,
foram estabelecidas as competncias de cada Secretaria parceira no sentido
de garantir a escolarizao bsica, no nvel fundamental e/ou mdio, na
Educao de Jovens e Adultos a pessoas em privao de liberdade, nas
Unidades Penitencirias do Estado do Paran, por meio de Centros Estaduais
de Educao Bsica para Jovens e Adultos ou atravs de Aes Pedaggicas
Descentralizadas.
A partir de 2007, o campo de atuao da ESPEN foi ampliado e estabeleceu
eixos para sua poltica de formao e redefiniu algumas de suas atividades,
centralizando seus objetivos na formao, capacitao e aperfeioamento
profissionais que deveriam, necessariamente, estar articulados a outros
processos, tais como na constituio de um espao privilegiado de debate, de
crtica, de sistematizao e produo do conhecimento sobre poltica e gesto
penitencirias; tratamento penal; segurana; programas de educao; entre
outros. Os objetivos decorrentes desse princpio se traduziram nas seguintes
aes:
a) Oferta de cursos de formao, capacitao ou aperfeioamento
profissionais, tendo como eixo uma poltica penitenciria que,
efetivamente, apostasse na reintegrao do preso na sociedade;
b) Sistematizao e a produo de procedimentos padro para as reas de
gesto, de tratamento penal e de segurana, com o intuito de
uniformizar essas prticas no interior das unidades penais;
33
c) Formatao de diretrizes para desencadear um processo de avaliao
institucional e de pessoal em todas as esferas envolvidas com gesto no
mbito do Departamento Penitencirio;
d) Execuo de pesquisas cientficas, com o objetivo de se obter dados
cientficos que, por um lado, forneam um diagnstico da realidade
penitenciria e, por outro, apontem os caminhos a serem trilhados.
importante salientar que os objetivos, acima citados, desdobraram-se em
inmeras atividades que, no entanto, giravam em torno de um mesmo princpio:
o de promover o desenvolvimento profissional dos servidores com base na
poltica penitenciria ditada pela Lei de Execuo Penal, pelo Conselho
Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria e pelos princpios norteadores das
aes penitencirias preconizados pela Secretaria de Estado da Justia e da
Cidadania e pelo Departamento Penitencirio do Paran.
Outro trabalho relevante, desenvolvido pela ESPEN, foi a publicao dos
quatro "Cadernos do DEPEN", material institucional que, nas reas de
segurana, tratamento penal, gesto e sade, apresentam, detalhadamente,
prticas e procedimentos operacionais, com o objetivo de se estabelecer uma
padronizao nas aes e facilitar um eficiente trabalho em rede.
Em 25 de maio de 2011, a Secretria de Estado da Justia e da Cidadania,
Maria Tereza Uille Gomes, assinou a Resoluo n 090, que alterou a
denominao da ento Escola Penitenciria do Paran - ESPEN para Escola
de Educao em Direitos Humanos - ESEDH-PR. Nesse mesmo ano, foram
assinadas trs resolues que legitimam as aes educacionais nos
estabelecimentos de ensino que atendem s prises:
1. Resoluo Conjunta n 01/2011 - SEED/SEJU/SECJ, que
regulamenta o processo de seleo de servidores pblicos,
vinculados SEED, para suprimento da demanda nos
estabelecimentos de ensino em unidades penais, substituindo a
Resoluo Conjunta n 02/2004 (ANEXO V);
2. Resoluo Conjunta n 03/2011 SEED/SEJU, que estabelece as
competncias de cada Secretaria parceira no atendimento
escolarizao das pessoas em privao de liberdade, substituindo a
Resoluo Conjunta n 08/2006 (ANEXO VI).
34
A construo de diversas penitencirias nos municpios do interior do estado
exigiu a ampliao da oferta de escolarizao tambm em outras regies.
Assim, em 2009, 2010 e principalmente em 2011, vrios editais foram
publicados para selecionar servidores para suprir essas demandas. Novos
CEEBJA foram criados e para garantir maior independncia administrativa a
esses estabelecimentos foi publicada a Resoluo Conjunta n 4761/2011
GS/SEED (ANEXO VII), que regulamenta o Processo de Consulta
Comunidade Escolar para a seleo de Diretores e Diretores-auxiliares dos
Estabelecimentos de Educao de Jovens e Adultos, da Rede Estadual de
Educao Bsica do Paran, que funcionam em parceria com a Secretaria de
Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos/Departamento Penitencirio.
Neste mesmo ano de 2011, pela Lei n 16.840, 28 de junho de 2011 foi
alterada a denominao da Secretaria de Estado da Justia e da Cidadania
(SEJU) para Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos
(SEJU) com suas atribuies voltadas a:
Definir diretrizes para a poltica governamental focada no respeito
dignidade humana, bem como a coordenao de sua execuo;
Proteo s vtimas e testemunhas e de crianas e adolescente
ameaados de morte;
Implantao da Defensoria Pblica do Estado do PR-Defesa dos Direitos
da Cidadania e da Pessoa com Deficincia;
Defesa dos Direitos da Mulher, da Pessoa Idosa e das Minorias;
Educao e qualificao profissional daqueles que se encontram sob
custdia do Estado;
Reinsero Social dos egressos do Sistema Penal.
A partir de maro de 2012, com a publicao Decreto n. 4021 (ANEXO VIII),
foi institudo o Programa para o Desenvolvimento Integrado (PDI-Cidadania),
assumindo a responsabilidade pela Educao Formal, o enfrentamento ao
analfabetismo absoluto e funcional, a qualificao e profissionalizao dos
apenados, visando a sua insero social, com vista cultura da paz,
ancorando-se tambm nos oito objetivos do milnio. Pela Portaria n 291/2012
35
e n 359/2012 DEPEN, foi criada a Coordenao de Educao, Qualificao
e Profissionalizao de Apenados, bem como designada a equipe que a
compe, com a misso de desenvolver todas as aes inerentes oferta
educacional discriminadas no PDI-Cidadania e no Plano Diretor da Secretaria
de Estado da Justia, Cidadania e Direitos Humanos. Recentemente, o Decreto
n 5558, de 15 de agosto de 2012, instituiu uma nova nomenclatura para o
DEPEN:
Art. 2 O Departamento Penitencirio do Estado do Paran - DEPEN, passa a denominar-se Departamento de Execuo Penal - DEPEN.
36
IV. DIAGNSTICO DA EDUCAO NAS PRISES DO PARAN
Atendendo ao Art. 5 da LDB, ao art. 4 da Resoluo CNE/CEB n 02/2010 e
ao Art. 4 da Portaria DEPEN n 04/2010, apresentamos a seguir um
diagnstico realizado nos estabelecimentos penais do Estado do Paran. Esse
levantamento detalhado a respeito da demanda e oferta educacional
caracteriza-se como informao indispensvel para o apoio financeiro dos
Ministrios da Educao e da Justia.
4.1. A ESTRUTURA DO SISTEMA PENAL PARANAENSE Conforme o Decreto n 1276/1995, de 31 de outubro de 1995 (ANEXO III),
Estatuto Penitencirio do Estado do Paran, elaborado em consonncia com a
LEP, o Sistema Penitencirio do Estado do Paran, coordenado pelo
Departamento Penitencirio do Estado (DEPEN) constitudo pelos seguintes
rgos (art. 1 e seguintes):
1. Estabelecimentos Presidirios: destinam-se aos presos provisrios e
aos sujeitos priso simples especial;
2. Estabelecimentos Penitencirios: destinam-se aos condenados ao
cumprimento da pena em regime fechado;
3. Estabelecimentos Agrcolas, Industriais ou Mistos: destinam-se aos
condenados ao cumprimento da pena em regime semiaberto;
4. Estabelecimentos Mdico Penais: compreendem o Hospital
Penitencirio, destinado ao tratamento mdico ou cirrgico de presos e
internados; Hospital de Custdia e Tratamento Psiquitrico, destinado ao
cumprimento das medidas de segurana e ao tratamento psiquitrico,
separadamente; e sanatrio, destinado ao recolhimento dos presos ou
internados portadores de molstia infecto-contagiosa; conforme a LEP:
Art. 100. O exame psiquitrico e os demais exames necessrios ao tratamento so obrigatrios para todos os internados. Art. 101. O tratamento ambulatorial [...] ser realizado no Hospital de Custdia e Tratamento Psiquitrico ou em outro local com dependncia mdica adequada.
37
5. Centro de Observao Criminolgica e Triagem: destina-se
realizao dos exames gerais e criminolgico determinados em decises
judiciais (regime fechado); segurana e custdia temporria de pessoas
de ambos os sexos internadas por mandado judicial para exame e
triagem; realizao de audincias de advertncia de livramento
condicional e o fornecimento de carteiras aos liberados nesse regime e
no regime aberto;
6. Casa do Albergado: destina-se ao cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime aberto e da pena restritiva de direito consistente de
limitao de fim de semana, sob a administrao do Patronato/Pr-
Egresso;
7. Patronato e Pr-Egresso: destinam-se assistncia aos que cumprem
pena em regime aberto, aos liberados condicionais, aos egressos e aos
seus familiares.
Conforme o Estatuto Penitencirio do Estado do Paran (art. 14 e seguintes)
so rgos auxiliares do DEPEN:
a) Comisses Tcnicas de Classificao: que propem o
estabelecimento penal e o tratamento adequado para cada preso ou
internado, a partir dos resultados dos exames gerais e do exame
criminolgico; elaboram o programa individualizador e acompanham a
execuo das penas privadas de liberdade e restritivas de direitos;
propem a progresso e regresso dos regimes, bem como as
converses; reabilitam as faltas leves e mdias; estudam e sugerem
medidas para aperfeioar a poltica penitenciria aos presos e
internados;
b) Conselho de Reclassificao e Tratamento: que analisa os pedidos
de reabilitao dos presos que praticaram faltas graves no interior dos
estabelecimentos penais; prope as transferncias que entender
necessrias dos presos que cumprem pena nos estabelecimentos de
idntico regime; deliberam sobre os pedidos, devidamente instrudos, de
reviso e reabilitao encaminhados ao Conselho; prope medidas para
o aperfeioamento da poltica penitenciria aplicada do Departamento
Penitencirio;
38
c) Creche e Pr-escola: que prestam assistncia aos menores at 06
(seis) anos de idade, cujas responsveis estejam presas em
estabelecimento feminino de regime fechado ou semiaberto.
Na figura abaixo, um fluxograma mostra a trajetria do apenado desde o seu
ingresso no Sistema Penal do Estado do Paran at sua sada:
Nessa outra imagem, demonstrada a situao pretendida para as unidades
penais com a implementao dos programas e projetos que devero ser
contemplados nos prximos anos, em especial o Programa para o
Desenvolvimento Integrado (PDI-Cidadania) que objetiva transformar prises
em escolas de capacitao profissional, que contribuam com a promoo da
cultura da paz no Sistema Penal do Estado do Paran:
39
Os projetos constantes do Programa de Reestruturao da Gesto do Sistema
Penal, bem como os do Programa de Proposies e Alteraes Legislativas
que devem promover mudanas significativas na atual estrutura do Sistema
Penal do Estado do Paran esto disponveis no Plano Diretor da SEJU.
4.1.1 ESPELHO GERAL DO ESTADO
Atualmente, existem 29 penitencirias distribudas por todas as regies do
Estado do Paran: Curitiba, Piraquara, So Jos dos Pinhais, Guarapuava,
Ponta Grossa, Cascavel, Cruzeiro do Oeste, Londrina, Maring, Francisco
Beltro e Foz do Iguau. H, ainda, trs patronatos penitencirios: Cascavel,
Curitiba e Londrina. No entanto, em prosseguimento s aes estabelecidas no
Plano Diretor da Secretaria de Estado da Justia, Cidadania e Direitos
Humanos, o Sistema Penitencirio est em fase de reestruturao e podero
ser criados novos estabelecimentos penais e patronatos penitencirios e ainda,
como j vem ocorrendo absoro de algumas cadeias pblicas.
Consequentemente, isso indica que a demanda para atender os
estabelecimentos de ensino existentes, assim como para os novos
estabelecimentos, vai crescer muito nos prximos anos.
a) Estabelecimentos Penais
QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS PENAIS QUANTIDADE COM OFERTA EDUCAO
PENITENCIRIAS 20 16
COLONIAS AGRCOLAS, INDUSTRIAIS 04 02
CASAS DE ALBERGADOS
CADEIAS PBLICAS 02 00
HOSPITAIS DE CUSTDIA E TRATAMENTO PSIQUIATRICO
01 01
PATRONATO 02 00
TOTAL 29 21
QUANTIDADE DE PRESOS NO SISTEMA PENITENCIRIO QUANTIDADE
PRESOS PROVISRIOS 2.264
REGIME FECHADO 8.502
REGIME SEMIABERTO 3.222
40
REGIME ABERTO 7.762
MEDIDA DE SEGURANA - INTERNAO 422
MEDIDA DE SEGURANA TRATAMENTO AMBULATORIAL
TOTAL 22.172
CRIANAS EM COMPANHIA DA ME NOS ESTABELECIMENTOS PENAIS
QUANTIDADE
PENITENCIRIAS 31
COLONIAS AGRICOLAS, INDUSTRIAIS 05
CASAS DE ALBERGADOS
CADEIAS PBLICAS
HOSPITAIS DE CUSTDIA E TRATAMENTO PSIQUIATRICO
TOTAL 36
POPULAO CARCERRIA
PESSOAS COM DEFICINCIA QUANTIDADE EM SALA DE
AULA
PRESOS PROVISRIOS 04 02
REGIME FECHADO 07 05
REGIME SEMIABERTO 11 08
REGIME ABERTO 09 --
MEDIDA DE SEGURANA - INTERNAO 29 19
MEDIDA DE SEGURANA TRATAMENTO AMBULATORIAL
41 20
TOTAL 101 54
AGENTES PENITENCIRIOS
VNCULO TRABALHISTA QUANTIDADE
CONCURSADOS 3127
TERCERIZADOS 402
CARGOS COMISSIONADOS 37
TOTAL 3566
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 11
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 36
ENSINO MDIO INCOMPLETO 25
ENSINO MDIO COMPLETO 1021
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 551
ENSINO SUPERIOR COMPLETO 1259
ENSINO ACIMA DE SUPERIOR COMPLETO 224
TOTAL 3127*
* O grau de escolaridade dos Agentes Penitencirios relativo aos servidores concursados.
41
EDUCADORES
COORDENADORES PEDAGGICOS/PEDAGOGOS QUANTIDADE
CONCURSADOS 49
TERCERIZADOS
CARGOS COMISSIONADOS
TOTAL 49
PROFESSORES QUANTIDADE
CONCURSADOS 230
TERCERIZADOS
CARGOS COMISSIONADOS
TOTAL 230
MONITORES QUANTIDADE
CONCURSADOS
TERCERIZADOS
CARGOS COMISSIONADOS
TOTAL
INFORMAES ADICIONAIS
VAGAS DE ENSINO OFERTADAS QUANTIDADE
SALAS DE AULA 111
BIBLIOTECA 18
LABORATRIO DE INFORMTICA 11
SALAS EQUIPADAS PARA EAD 08
AREA PARA PRTICA DE ESPORTES 41
PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 2.215 09.99%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 11.356
52.27% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 3.916
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 7.440
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 2.324 10.48%
ENSINO MDIO INCOMPLETO 3.320 14.97%
ENSINO MDIO COMPLETO 2.319 10.46%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 406 01.83%
TOTAL 22.172 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
42
ALFABETIZAO 333 07.66%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 834
71.02% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 2254
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 3088
ENSINO MDIO 905 2081%
ENSINO SUPERIOR 22 00.51%
TOTAL 4.348 100%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL
ALFABETIZAO 2.215 333 15.03%
ENSINO FUNDAMENTAL 11.356 3.088 27.19%
ENSINO MDIO 5.644 905 16.03%
ENSINO SUPERIOR 2.725 22 00.80%
TOTAL 22.172 4.348 19.61%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAO
COMPLEMENTAR
PARAN ALFABETIZADO SEED
INCLUSO DIGITAL PREFEITURA DE SO JOS DOS
PINHAIS
INCLUSO DIGITAL SENAR
CONSTRUINDO SUA CASA SENAI
A ARTE DE FALAR EM PBLICO INSTITUTO
MUNDO MELHOR
ATENDIMENTO NOTA 10 INSTITUTO
MUNDO MELHOR
PROJETO VERDE AMARELO PREFEITURA DE
LONDRINA
CURSOS ANTI-DROGAS COCAMAR
TCNICAS DE LOCUO PARA LIVRO FALADO SENAR
CULINRIA BSICA SESI
MUSICALIZAO SENAI
MUSICA COMO INSTRUMENTO DE REINSERO SOCIOCULTURAL
COHAPAR
HORTA PREFEITURA DE
CASCAVEL
TEOLOGIA PREFEITURA DE
CASCAVEL
TOTAL
10 PARCEIROS
43
OFERTA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ESTABELECIMENTO POSSUI /
NO POSSUI ACERVO
CADEIA PUBLICA LAUDEMIR NEVES FOZ DO IGUAU NO NO
CASA DE CUSTDIA DE CURITIBA NO NO
CASA DE CUSTDIA DE LONDRINA NO NO
CASA DE CUSTDIA DE MARING NO NO
CASA DE CUSTDIA DE SO JOS DOS PINHAIS NO SIM
CENTRO DE REINTEGRAO SOCIAL FEMININO DE FOZ DO IGUAU
NO NO
CENTRO DE REGIME FEMININO SEMIABERTO DE CURITIBA SIM SIM
CENTRO DE REGIME SEMIABERTO DE GUARAPUAVA SIM SIM
CENTRO DE REGIME SEMIABERTO DE PONTA GROSSA SIM SIM
COLONIA PENAL AGROINDSUTRIAL DO PARAN SIM SIM
COLONIA PENAL INDUSTRIAL DE MARING NO NO
COMPLEXO MDICO PENAL DO PARAN SIM SIM
PATRONATO PENITENCIRIO DO PARAN NO NO
PATRONATO PENITENCIRIO DE LONDRINA NO NO
PENITENCIRIA CENTRAL DO ESTADO SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE CASCAVEL SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE CRUZEIRO DO OESTE NO NO
PENITENCIRIA ESTADUAL DE FOZ DO IGUAU SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE FOZ DO IGUAU II SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE FRANCISCO BELTRO SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE LONDRINA SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE LONDRINA II SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE MARING SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE PIRAQUARA SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE PIRAQUARA II SIM SIM
PENITENCIRIA ESTADUAL DE PONTA GROSSA SIM SIM
PENITENCIRIA FEMININA DO PARAN NO NO
PENITENCIRIA INDUSTRIAL DE CASCAVEL SIM SIM
PENITENCIRIA INDUSTRIAL DE GUARAPUAVA SIM SIM
44
4.1.2 INFORMAO POR ESTABELECIMENTO PENAL
4.1.2.1 CADEIA PBLICA LAUDEMIR NEVES FOZ DO IGUAU
(Estabelecimento penal em fase de implantao)
PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO:
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO
ENSINO MDIO INCOMPLETO
ENSINO MDIO COMPLETO
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
TOTAL 360 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%
ENSINO MDIO 0 0%
ENSINO SUPERIOR 0 0%
TOTAL 0 0%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE
COBERTURA
ALFABETIZAO
ENSINO FUNDAMENTAL
ENSINO MDIO
ENSINO SUPERIOR
TOTAL 360 0%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES
TOTAL
45
EXAMES DE CERTIFICAO
EXAME SUPLETIVO ESTADUAL
ENCCEJA
ENEM
OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES
COMPLEMENTARES
4.1.2.2 CASA DE CUSTDIA DE CURITIBA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 25 04.86%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 313
60.89% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 103
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 210
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 30 05.84%
ENSINO MDIO INCOMPLETO 73 14.20%
ENSINO MDIO COMPLETO 62 12.06%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 11 02.14%
TOTAL 514 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 01 02.23%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 10
82.72% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 57
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 67
ENSINO MDIO 13 16.05%
ENSINO SUPERIOR 00 0%
TOTAL 81 100%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE
COBERTURA
ALFABETIZAO 25 01 04%
ENSINO FUNDAMENTAL 313 67 21.40%
ENSINO MDIO 103 13 12.62%
46
ENSINO SUPERIOR 73 00 00%
TOTAL 514 81 15.76%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES
TOTAL
EXAMES DE CERTIFICAO
EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM
ENCCEJA NO
ENEM SIM
OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES
COMPLEMENTARES
REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.
BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN
4.1.2.3 CASA DE CUSTDIA DE LONDRINA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 45 13.35%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 170 50.44%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 112
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 58
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 27 08.01%
ENSINO MDIO INCOMPLETO 58 17.21%
ENSINO MDIO COMPLETO 33 09.79%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 04 01.19%
TOTAL 337 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%
ENSINO MDIO 0 0%
47
ENSINO SUPERIOR 0 0%
TOTAL 0 0%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE
COBERTURA
ALFABETIZAO 45 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL 170 0 0%
ENSINO MDIO 85 0 0%
ENSINO SUPERIOR 37 0 0%
TOTAL 337 0 0%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES
PARAN ALFABETIZADO SEED
TOTAL 1 PARCEIRO
EXAMES DE CERTIFICAO
EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM
ENCCEJA NO
ENEM SIM
OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES
COMPLEMENTARES
REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.
BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN
4.1.2.4 CASA DE CUSTDIA DE MARING
PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 48 12.87%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 206
55.23% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 108
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 98
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 34 09.12%
ENSINO MDIO INCOMPLETO 52 13.94%
ENSINO MDIO COMPLETO 27 07.24%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 06 01.61%
TOTAL 373 100%
48
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%
ENSINO MDIO 0 0%
ENSINO SUPERIOR 0 0%
TOTAL 0 0%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL
DE COBERTURA
ALFABETIZAO 48 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL 206 0 0%
ENSINO MDIO 86 0 0%
ENSINO SUPERIOR 33 0 0%
TOTAL 373 0 0%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES
PARAN ALFABETIZADO SEED
TOTAL 1 PARCEIRO
EXAMES DE CERTIFICAO
EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM
ENCCEJA NO
ENEM SIM
OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES
COMPLEMENTARES
REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.
BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN
4.1.2.5 CASA DE CUSTDIA DE SO JOS DOS PINHAIS
PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
49
ALFABETIZAO 46 04.96%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 547
58.94% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 238
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 309
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 62 06.68%
ENSINO MDIO INCOMPLETO 150 16.16%
ENSINO MDIO COMPLETO 106 11.42%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 17 01.83%
TOTAL 928 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 06 13.04%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 15
86.96% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 25
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 40
ENSINO MDIO 00 0%
ENSINO SUPERIOR 00 0%
TOTAL 46 100%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE
COBERTURA
ALFABETIZAO 46 06 13.04%
ENSINO FUNDAMENTAL 547 40 07.31%
ENSINO MDIO 212 0 0%
ENSINO SUPERIOR 123 0 0%
TOTAL 928 46 04.96%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES
PARAN ALFABETIZADO SEED
INCLUSO DIGITAL PREFEITURA DE SO JOS DOS PINHAIS
TOTAL 2 PARCEIROS
EXAMES DE CERTIFICAO
EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM
ENCCEJA NO
ENEM SIM
50
OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES
COMPLEMENTARES
REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.
BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN
4.1.2.6 CENTRO DE REINTEGRAO SOCIAL FEMININO DE FOZ DO IGUAU (Estabelecimento penal em fase de implantao)
PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO:
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS)
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO
ENSINO MDIO INCOMPLETO
ENSINO MDIO COMPLETO
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
TOTAL 102 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%
ENSINO MDIO 0 0%
ENSINO SUPERIOR 0 0%
TOTAL 0 0%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE
COBERTURA
ALFABETIZAO
ENSINO FUNDAMENTAL
ENSINO MDIO
ENSINO SUPERIOR
TOTAL 102 0% 0%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
51
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES
TOTAL
EXAMES DE CERTIFICAO
EXAME SUPLETIVO ESTADUAL
ENCCEJA
ENEM
OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES
COMPLEMENTARES
4.1.2.7 CENTRO DE REGIME SEMIABERTO FEMININO DE CURITIBA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 01 00.67%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 97
64.67% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 33
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 64
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 05 03.33%
ENSINO MDIO INCOMPLETO 23 15.33%
ENSINO MDIO COMPLETO 22 14.67%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 02 01.33%
TOTAL 150 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 00 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 42
76.52% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 46
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 88
ENSINO MDIO 27 23.48%
ENSINO SUPERIOR 00 0%
TOTAL 115 100%
RELAO ENTRE A DEMANDA EDUCACIONAL E A OFERTA
52
NVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE
COBERTURA
ALFABETIZAO 1 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL 97 88 90.72%
ENSINO MDIO 28 27 96.43%
ENSINO SUPERIOR 24 00 0%
TOTAL 150 115 77.18%
OFERTA DE EDUCAO NO FORMAL
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES COMPLEMENTARES
INCLUSO DIGITAL SENAR
CONSTRUINDO SUA CASA SENAI
A ARTE DE FALAR EM PBLICO IMM
ATENDIMENTO NOTA 10 IMM
TOTAL 3 PARCEIROS
EXAMES DE CERTIFICAO
EXAME SUPLETIVO ESTADUAL SIM
ENCCEJA NO
ENEM SIM
OFERTA DE SALA DE LEITURA/BIBLIOTECA
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAES
COMPLEMENTARES
ATIVIDADES ESCOLARES. REMIO DE PENA PELO ESTUDO ATRAVES DA LEITURA.
BIBLIOTECA PBLICA DO PARAN
4.1.2.8 CENTRO DE REGIME SEMIABERTO DE GUARAPUAVA PERFIL EDUCACIONAL DOS PRESOS
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 57 19.58%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO: 152
52.23% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 34
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 118
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 07 02.41%
ENSINO MDIO INCOMPLETO 52 17.87%
ENSINO MDIO COMPLETO 21 07.22%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 02 00.69%
53
TOTAL 291 100%
OFERTA DE EDUCAO
NVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAO 16 06.90%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 32
64.66% ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 118
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 150