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Processo Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário: 1. Jurisprudência Supremo Tribunal Federal .............................................................. 2 1.1. Competência por prerrogativa de foro e desmembramento (AP 871 QO/PR) ... 2 1.2. Interrogatório do réu e princípio da especialidade (HC 121953/MG) ................. 2 1.3. Trabalho externo e cumprimento mínimo de pena (EP 2 TrabExt-AgR/DF) ....... 4 1.4. Tráfico de Drogas e indulto humanitário (HC 118213/SP) .................................. 4 1.5. Juízo absolutório e prescrição (AP 465/DF) ......................................................... 5 1.6. Interceptação telefônica e transcrição integral (Inq 3693/PA) ........................... 6 1.7. Interceptação e prorrogações (HC 119770/BA) ................................................... 7 1.8. Renúncia a mandato de parlamentar e competência do STF (AP 536 QO/MG) . 8 2. Superior Tribunal de Justiça........................................................................................ 9 2.1. Descoberta fortuita de delitos que não são objeto de investigação (HC 282.096-SP) ............................................................................................................................. 9 2.2. Inaplicabilidade da transação penal às contravenções penais praticadas contra mulher no contexto de violência doméstica (HC 280.788-RS) ............................................... 9 2.3. Compatibilidade entre a prisão cautelar e o regime semiaberto fixado na sentença (HC 289.636-SP) ..................................................................................................... 11 2.4. Inaplicabilidade do princípio da indivisibilidade em ação pública (RHC 34.233- SP) ......................................................................................................................................... 11 2.5. Competência do juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher (REsp 1.416.580-RJ) .............................................................................................................. 12 2.6. Prazos para recursos do MP em matéria penal (AgRg no EREsp 1.187.916-SP) 13

901 Resumo Processo-Penal Revisao-Jurisprudencia

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901 Resumo Processo-Penal Revisao-Jurisprudencia

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  • Processo Penal

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

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    Sumrio:

    1. Jurisprudncia Supremo Tribunal Federal .............................................................. 2

    1.1. Competncia por prerrogativa de foro e desmembramento (AP 871 QO/PR) ... 2

    1.2. Interrogatrio do ru e princpio da especialidade (HC 121953/MG) ................. 2

    1.3. Trabalho externo e cumprimento mnimo de pena (EP 2 TrabExt-AgR/DF) ....... 4

    1.4. Trfico de Drogas e indulto humanitrio (HC 118213/SP) .................................. 4

    1.5. Juzo absolutrio e prescrio (AP 465/DF) ......................................................... 5

    1.6. Interceptao telefnica e transcrio integral (Inq 3693/PA) ........................... 6

    1.7. Interceptao e prorrogaes (HC 119770/BA) ................................................... 7

    1.8. Renncia a mandato de parlamentar e competncia do STF (AP 536 QO/MG) . 8

    2. Superior Tribunal de Justia ........................................................................................ 9

    2.1. Descoberta fortuita de delitos que no so objeto de investigao (HC

    282.096-SP) ............................................................................................................................. 9

    2.2. Inaplicabilidade da transao penal s contravenes penais praticadas contra

    mulher no contexto de violncia domstica (HC 280.788-RS) ............................................... 9

    2.3. Compatibilidade entre a priso cautelar e o regime semiaberto fixado na

    sentena (HC 289.636-SP) ..................................................................................................... 11

    2.4. Inaplicabilidade do princpio da indivisibilidade em ao pblica (RHC 34.233-

    SP) ......................................................................................................................................... 11

    2.5. Competncia do juizado de violncia domstica e familiar contra a mulher

    (REsp 1.416.580-RJ) .............................................................................................................. 12

    2.6. Prazos para recursos do MP em matria penal (AgRg no EREsp 1.187.916-SP) 13

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    Professor: Marcelo Uzeda

    1. Jurisprudncia Supremo Tribunal Federal

    1.1. Competncia por prerrogativa de foro e desmembramento (AP 871 QO/PR)

    O interessante neste caso que ultimamente o prprio STF vem afastando o

    entendimento da smula 704 do STF, que prev a atrao do co-ru para o foro por

    prerrogativa de funo.

    Restou consignado no julgado que a competncia para determinar o

    desmembramento nestas ocasies do Supremo. Ressalte-se, a regra ainda a atrao, mas

    o Supremo que far o juzo de convenincia quanto ao art.80, CPP.

    Smula 704, STF. No viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido

    processo legal a atrao por continncia ou conexo do processo do co-ru ao foro por

    prerrogativa de funo de um dos denunciados.

    Art. 80. Ser facultativa a separao dos processos quando as infraes tiverem sido

    praticadas em circunstncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo

    nmero de acusados e para no Ihes prolongar a priso provisria, ou por outro motivo

    relevante, o juiz reputar conveniente a separao.

    (Informativo 750, 2 Turma)

    Competncia por prerrogativa de foro e desmembramento

    Compete ao Supremo Tribunal Federal decidir quanto convenincia de

    desmembramento de procedimento de investigao ou persecuo penal, quando

    houver pluralidade de investigados e um deles tiver prerrogativa de foro perante a Corte.

    A Turma consignou que a competncia de foro por prerrogativa de funo seria matria

    de direito estrito, reservada s aes penais e aos inquritos em que se figurasse patente

    a participao das autoridades indicadas no preceito constitucional. Registrou que, com

    relao s aes penais em que no figurassem pessoas com prerrogativa de foro, no

    haveria razo para submet-las jurisdio do STF. Concluiu que o juzo de convenincia

    fundado no art. 80 do CPP, quanto eventual ciso processual, competiria sempre ao

    STF.

    AP 871 QO/PR, rel. Min. Teori Zavascki, 10.6.2014. (AP-871)

    1.2. Interrogatrio do ru e princpio da especialidade (HC 121953/MG)

    O interrogatrio no final da instruo se aplica Lei de Drogas?

    A indagao surgiu sob o argumento de que esta norma seria mais benfica ao ru e

    ampliaria as suas chances de defesa. No obstante, o Supremo entendeu que devem ser

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    aplicadas as regras procedimentais previstas na prpria Lei de Drogas, nos arts. 54 a 59, nas

    quais h o estabelecimento de que o interrogatrio o primeiro ato da audincia.

    Prevalece, portanto, a especialidade da Lei 11.343/06 e no h nenhuma violao ao

    devido processo legal, uma vez que a referida lei dispe que o interrogatrio o primeiro

    ato.

    Caso se considere que o interrogatrio um meio de defesa, o melhor que ele seja

    feito ao final. Mas como h entendimento de que o interrogatrio tem natureza hbrida,

    meio de defesa e meio de prova, no haveria um prejuzo e ento o rito processual teria que

    ser atendido, at porque ele indisponvel e est previsto em lei.

    Neste caso, o STF ainda especificou que a parte dever demonstrar o prejuzo, que,

    na ocasio do julgado restara inocorrente.

    Observao: o Supremo admitiu a aplicao do art.400 do CPP no procedimento

    penal militar que tambm prev o interrogatrio como o primeiro ato da audincia. Ele

    entendeu que a reforma de 2011 se aplica ao Cdigo Penal Militar.

    Essa questo tambm est sendo enfrentada pelo STJ. H entendimento favorvel

    aplicao do procedimento ordinrio e tambm ao critrio de especialidade, mantendo o

    rito previsto pela Lei de Drogas.

    Art. 400, CPP. Na audincia de instruo e julgamento, a ser realizada no prazo mximo

    de 60 (sessenta) dias, proceder-se- tomada de declaraes do ofendido, inquirio

    das testemunhas arroladas pela acusao e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o

    disposto no art. 222 deste Cdigo, bem como aos esclarecimentos dos peritos, s

    acareaes e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o

    acusado. (Redao dada pela Lei n 11.719, de 2008).

    Art. 57, Lei 11.343/06. Na audincia de instruo e julgamento, aps o interrogatrio do

    acusado e a inquirio das testemunhas, ser dada a palavra, sucessivamente, ao

    representante do Ministrio Pblico e ao defensor do acusado, para sustentao oral,

    pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogvel por mais 10 (dez), a critrio

    do juiz.

    (Informativo 750, 2 Turma)

    Provas. Trfico de drogas: interrogatrio do ru e princpio da especialidade

    O rito previsto no art. 400 do CPP com a redao conferida pela Lei 11.719/2008 no

    se aplica Lei de Drogas, de modo que o interrogatrio do ru processado com base na

    Lei 11.343/2006 deve observar o procedimento nela descrito (artigos 54 a 59). Com base

    nesse entendimento, a 2 Turma denegou habeas corpus em que se pretendia a

    observncia do art. 400 do CPP em processo penal alusivo ao crime de trfico de drogas.

    A Turma afirmou que o art. 57 da Lei 11.343/2006 estabelece que o interrogatrio

    ocorreria em momento anterior oitiva das testemunhas, diferentemente do que prev

    o art. 400 do CPP, que dispe que o interrogatrio seria realizado ao final da audincia

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    de instruo e julgamento. Assentou, ainda, que seria necessria a demonstrao do

    prejuzo, inocorrente na espcie. Ademais, entendeu que, no confronto entre as duas leis,

    aplicar-se-ia a lei especial quanto ao procedimento, que, no caso, seria a Lei de Drogas.

    Precedente citado: HC 85.155/SP (DJU de 15.4.2005).

    HC 121953/MG, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 10.6.2014. (HC-121953)

    1.3. Trabalho externo e cumprimento mnimo de pena (EP 2 TrabExt-AgR/DF)

    Neste caso, o ru condenado em regime semiaberto desejava fazer o trabalho

    externo, que inerente ao regime, e o relator negou o benefcio ao argumento de que seria

    necessrio o cumprimento de no mnimo 1/6 da pena.

    O Supremo entendeu que esse cumprimento mnimo de pena no se aplica aos

    condenados em regime semiaberto.

    O julgado importante, pois vislumbra a posio do plenrio se alinhando ao

    entendimento do STJ.

    (Informativo 752, Plenrio)

    Execuo da Pena - Trabalho externo e cumprimento mnimo de pena

    A exigncia objetiva de prvio cumprimento do mnimo de 1/6 da pena, para fins de

    trabalho externo, no se aplica aos condenados que se encontrarem em regime

    semiaberto. A Corte afirmou que a interpretao do direito no poderia ignorar a

    realidade. Ressaltou que juzes e tribunais deveriam prestigiar entendimentos razoveis

    que no sobrecarregassem, ainda mais, o sistema, nem tampouco impusessem aos

    apenados situaes mais gravosas do que as que decorreriam da lei e das condenaes

    que teriam sofrido. Sublinhou que o STJ rgo encarregado de uniformizar a

    interpretao do direito federal , h mais de 15 anos sedimentara jurisprudncia de

    que o prvio cumprimento de 1/6 da pena, para fins de trabalho externo, no se

    aplicaria aos que se encontrassem em regime semiaberto, mas somente aos condenados

    a regime fechado.

    EP 2 TrabExt-AgR/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 25.6.2014. (EP-2)

    1.4. Trfico de Drogas e indulto humanitrio (HC 118213/SP)

    A condenao por trfico de drogas impede o benefcio do indulto. A Constituio

    veda anistia e graa (art.5, XLIII, CRFB). A Lei de Crimes Hediondos e a Lei de Drogas vedam

    anistia, graa e indulto.

    O indulto, na viso do Supremo, espcie do gnero graa. Graa o indulto

    individual e o indulto, o indulto coletivo. Assim, a vedao constitucional abrangeria tambm

    a vedao do indulto.

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    Importante destacar que o STF entendeu que a associao para o trfico crime

    hediondo, o que contraria a posio dominante da doutrina e at da jurisprudncia do STJ

    (entendem que no crime hediondo por no se tratar de trfico, mas de associao para o

    trfico).

    (Informativo 745, 2 Turma)

    Execuo da Pena. Trfico de drogas e indulto humanitrio - 1

    A 2 Turma reiterou jurisprudncia no sentido de no ser possvel o deferimento de

    indulto a ru condenado por trfico de drogas, ainda que tenha sido aplicada a causa de

    diminuio prevista no art. 33, 4, da Lei 11.343/2006 pena a ele imposta,

    circunstncia que no altera a tipicidade do crime. Afirmou que os condenados por

    trfico de drogas ilcitas no poderiam ser contemplados com o indulto. Ponderou que,

    nos termos da Lei 8.072/1990, o crime de trfico de droga, equiparado a hediondo, no

    permitiria anistia, graa e indulto e a regra de competncia privativa do Presidente da

    Repblica, contida no art. 84, XII, da CF (conceder indulto e comutar penas, com

    audincia, se necessrio, dos rgos institudos em lei). Assinalou que a proibio do

    art. 5, XLIII, da CF seria aplicvel ao indulto individual e ao indulto coletivo. Enfatizou

    que, tanto o trfico ilcito de entorpecentes, quanto a associao para o trfico foram

    equiparados a crime hediondo (Lei 11.343/2006, art. 44) e, por isso, a benesse requerida

    no poderia ser concedida.

    HC 118213/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 6.5.2014. (HC-118213)

    1.5. Juzo absolutrio e prescrio (AP 465/DF)

    A smula 241 do TFR diz que se for reconhecida a prescrio da punibilidade, ficar

    prejudicado o exame do mrito da apelao.

    Ocorre que o STF em julgados recentes tem afastado o entendimento dessa smula.

    Se condenado o ru, seria reconhecida a prescrio. Mas eventual sentena

    absolutria mais favorvel ao ru do que o registro de uma prescrio. Por isso, no caso

    em comento, o Supremo afastou a prescrio da punibilidade que prejudicaria o exame do

    mrito e absolveu o acusado.

    Importante salientar que o juiz poder reconhecer a prescrio e no julgar o mrito

    ou afast-la e promover um juzo absolutrio. No obstante, o ru no possui direito

    subjetivo absolvio. Se for hiptese de absolvio, prefervel que o juiz afaste a

    prescrio. Mas se o caso for de condenao, desejvel que ele reconhea a prescrio da

    punibilidade.

    A prescrio pela pena em abstrato no tem um juzo condenatrio. Um dos

    fundamentos polticos da prescrio a teoria do esquecimento (o passar do tempo leva ao

    esquecimento do fato).

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    Smula 241, TFR. A extino da punibilidade pela prescrio da pretenso punitiva

    prejudica o exame do mrito da apelao criminal.

    (Informativo 743, Plenrio)

    Ao penal: juzo absolutrio e prescrio

    A relatora frisou, ademais, que os crimes de falsidade ideolgica e de corrupo passiva

    estariam atingidos pela prescrio. Todavia, diante da peculiaridade do caso, considerou

    que seria necessrio analisar o mrito quanto aos trs tipos penais em questo, tendo

    em conta a imbricao dos fatos. Salientou que a jurisprudncia da Corte seria orientada

    no sentido de que, remanescente um dos crimes sob julgamento, deveria ser analisado o

    conjunto ftico-jurdico como um todo, a partir do qual estaria motivada a acusao.

    Sublinhou que, se prevalecesse entendimento pela condenao, assentar-se-ia a

    prescrio da pretenso punitiva quanto falsidade e corrupo. Por outro lado,

    destacou que eventual sentena absolutria seria mais favorvel do que o registro da

    prescrio. O Ministro Roberto Barroso considerou que, nas hipteses em que finda a

    instruo, seria facultado ao juiz reconhecer a prescrio ou absolver embora no seja

    direito subjetivo da parte , exceto na eventualidade de vir a ser proferida deciso

    condenatria, situao na qual necessrio assentar a prescrio. No ponto, o Ministro

    Luiz Fux explicitou que seria mais condizente com a dignidade da pessoa humana

    conferir ao julgador a possibilidade de proferir sentena absolutria ao invs de declarar

    a prescrio.

    Vencidos, tambm em parte, os Ministros Teori Zavascki, Rosa Weber e Joaquim Barbosa

    (Presidente), que reconheciam a prescrio da pretenso punitiva em relao aos delitos

    de falsidade ideolgica e de corrupo passiva. O Ministro Teori Zavascki anotava que,

    verificada a prescrio em abstrato, como na espcie, a anlise do mrito ficaria

    prejudicada, e seria dever do magistrado decretar, de ofcio, a extino da punibilidade.

    Reputava que a pretenso punitiva, quando extinta pela prescrio, levaria a situao

    idntica da anistia, o que seria mais forte do que a absolvio. Alertava que, se

    adotada a tese de que o juzo absolutrio seria mais benfico e, portanto, necessrio,

    inviabilizar-se-ia o conhecimento da prescrio em abstrato, o que imporia, em todos os

    casos, o julgamento de mrito para, posteriormente, se declarar prescrita a pretenso

    punitiva. A Ministra Rosa Weber acrescia que o fundamento adotado para a absolvio,

    qual seja, a inexistncia de prova suficiente para se condenar, seria menos favorvel do

    que a extino da punibilidade pela prescrio. O Presidente destacava que a opo pela

    apreciao do mrito, nas hipteses em que j atingido o prazo prescricional, geraria

    insegurana, pois o ru permaneceria sujeito ao risco de um julgamento.

    AP 465/DF, rel. Min. Crmen Lcia, 24.4.2014. (AP-465)

    1.6. Interceptao telefnica e transcrio integral (Inq 3693/PA)

    O plenrio do Supremo afirmou que no necessria a transcrio integral das

    conversas interceptadas, desde que o investigado tenha acesso mdia capturada.

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    Importante destacar um julgado isolado do STF, no ano de 2013 (ao originria 508)

    que determinou a transcrio integral da interceptao telefnica.

    Mas o julgado em comento est de acordo com a jurisprudncia consolidada dos

    tribunais superiores.

    O investigado dever ter acesso das conversas interceptadas e a transcrio na

    totalidade ou em parte ficar a critrio do juiz. Feito o acesso mdia, ficam afastadas

    quaisquer alegaes de prejuzo. No h que se falar em cerceamento de defesa.

    (Informativo 742, Plenrio)

    Princpios e Garantias Processuais. Interceptao telefnica e transcrio integral - 1

    No necessria a transcrio integral das conversas interceptadas, desde que

    possibilitado ao investigado o pleno acesso a todas as conversas captadas, assim como

    disponibilizada a totalidade do material que, direta e indiretamente, quele se refira,

    sem prejuzo do poder do magistrado em determinar a transcrio da integralidade ou

    de partes do udio. O Tribunal reafirmou que a concesso de acesso s gravaes

    afastaria a referida alegao, porquanto, na espcie, os dados essenciais defesa teriam

    sido fornecidos.

    Inq 3693/PA, rel. Min. Crmen Lcia, 10.4.2014. (Inq-3693)

    1.7. Interceptao e prorrogaes (HC 119770/BA)

    O entendimento do STF e do STJ favorvel possibilidade de prorrogaes

    sucessivas. A lei de interceptaes estabelece que o prazo de 15 dias, prorrogvel por mais

    15 dias, uma vez comprovada a imprescindibilidade do meio de prova. Se o fato complexo,

    exige uma investigao diferenciada e contnua, admitem-se prorrogaes sucessivas do

    prazo de 15 dias.

    H entendimento doutrinrio em contrrio, aduzindo que a interceptao somente

    poder ser prorrogada uma nica vez por igual perodo. A doutrina acrescenta ainda que as

    prorrogaes sucessivas levariam ao que ela chama de interceptao por prospeco.

    (Informativo 742, 2 Turma)

    Interceptao telefnica e prorrogaes

    No se revestem de ilicitude as escutas telefnicas autorizadas judicialmente, bem como

    suas prorrogaes, ante a necessidade de investigao diferenciada e contnua,

    demonstradas a complexidade e a gravidade dos fatos.

    HC 119770/BA, rel. Min. Gilmar Mendes, 8.4.2014. (HC-1197700)

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    1.8. Renncia a mandato de parlamentar e competncia do STF (AP 536 QO/MG)

    Nesse julgado o plenrio do STF encaminhou os autos para o juzo de 1 grau diante

    da renncia do parlamentar, uma vez que a prerrogativa de foro se mantm enquanto a

    pessoa exerce a funo (art.84, CPP).

    Na ao 396 o Supremo manteve a sua competncia para julgamento. Na poca

    houve muita discusso no sentido de que o STF deveria fixar um momento em que seria

    mantida a prerrogativa ou no para que se assegurasse a segurana jurdica. Nesta ao 396,

    ao verificar que se tratava de uma manobra fraudulenta do parlamentar que renunciou

    somente quando o feito foi colocado em pauta, com fito de levar o processo ao 1 grau e

    muito provavelmente prescrio da punibilidade, o Supremo manteve a competncia.

    Importante frisar que a manuteno ou no da competncia deve ser analisada no

    caso concreto.

    Observao: o professor ressaltou que concursos com a banca Cespe costumam

    cobrar bastante jurisprudncia. Atentar para o fato de que no segundo semestre de 2013 o

    Supremo prolatou decises conflitantes, mas neste primeiro semestre de 2014 os julgados

    esto em consonncia com entendimentos anteriores.

    Art. 84. A competncia pela prerrogativa de funo do Supremo Tribunal Federal, do

    Superior Tribunal de Justia, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justia dos

    Estados e do Distrito Federal, relativamente s pessoas que devam responder perante

    eles por crimes comuns e de responsabilidade. (Redao dada pela Lei n 10.628, de

    24.12.2002)

    (Informativo 740, Plenrio)

    Competncia. Ao penal: renncia a mandato de parlamentar e competncia do STF

    Em face da renncia do ru ao cargo de deputado federal, o Plenrio, por maioria,

    assentou o declnio da competncia do STF para prosseguir com o trmite de ao penal

    na qual se imputa a suposta prtica dos crimes de peculato e de lavagem de dinheiro,

    em concurso material e de pessoas. Por conseguinte, determinou a remessa do feito ao

    juzo de primeiro grau. Tratava-se de questo de ordem em que se discutia o eventual

    deslocamento da competncia para o primeiro grau de jurisdio como consequncia

    automtica do ato de renncia ao mandato. Na espcie, aps o oferecimento de

    alegaes finais pelo Procurador-Geral da Repblica, o ru comunicara a esta Corte a

    renncia ao cargo de deputado federal. Dias depois, a defesa apresentara suas razes

    finais. Inicialmente, o Colegiado destacou que a vigente Constituio estabelece extenso

    rol de autoridades com prerrogativa de foro, o que geraria disfuncionalidades no

    sistema. Assinalou, no ponto, a necessidade de se promover um dilogo institucional

    com o Poder Legislativo. Em seguida, distinguiu a situao dos autos do precedente

    firmado na AP 396/RO (DJe de 4.10.2013), ocasio na qual o Tribunal mantivera a sua

    competncia para o exame da ao penal, no obstante a renncia do ru, porquanto

  • Processo Penal

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

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    considerara ter havido abuso de direito e fraude processual na aludia renncia,

    ocorrida aps a incluso do processo em pauta, na vspera do julgamento e com

    iminente risco de prescrio da pretenso punitiva. Consignou que, no presente caso, o

    processo j estaria instrudo e pronto para ser julgado. Ademais, afastou eventual perigo

    de prescrio da pena em abstrato. Assim, adotou entendimento no sentido de que a

    perda do mandato, por qualquer razo, importaria em declnio da competncia do STF.

    Vencido o Ministro Joaquim Barbosa, Presidente. Asseverava que o exerccio da

    prerrogativa de renncia do parlamentar nesse momento processual tivera a finalidade

    de obstar o exerccio da competncia da Corte e a prpria prestao jurisdicional.

    AP 536 QO/MG, rel. Min. Roberto Barroso, 27.3.2014. (AP-536)

    2. Superior Tribunal de Justia

    2.1. Descoberta fortuita de delitos que no so objeto de investigao (HC 282.096-

    SP)

    O fenmeno da serendipidade faz luz a uma descoberta afortunada ou a um

    encontro fortuito. Ele trata da descoberta de elementos que no eram inicialmente objeto

    da investigao, mas que acabam sendo revelados nela. Esse material probatrio vai ser

    aproveitado.

    O encontro fortuito admitido, prova lcita. O material colhido vai servir para

    apurar, investigar, e a eventual condenao dever ser corroborada com outras provas.

    (Informativo n 0539)

    Descoberta Fortuita de Delitos

    Sexta Turma

    DIREITO PROCESSUAL PENAL. DESCOBERTA FORTUITA DE DELITOS QUE NO SO

    OBJETO DE INVESTIGAO.

    O fato de elementos indicirios acerca da prtica de crime surgirem no decorrer da

    execuo de medida de quebra de sigilo bancrio e fiscal determinada para apurao de

    outros crimes no impede, por si s, que os dados colhidos sejam utilizados para a

    averiguao da suposta prtica daquele delito. Com efeito, pode ocorrer o que se chama

    de fenmeno da serendipidade, que consiste na descoberta fortuita de delitos que no

    so objeto da investigao. Precedentes citados: HC 187.189-SP, Sexta Turma, DJe

    23/8/2013; e RHC 28.794-RJ,

    Quinta Turma, DJe 13/12/2012. HC 282.096-SP, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado

    em 24/4/2014

    2.2. Inaplicabilidade da transao penal s contravenes penais praticadas contra

    mulher no contexto de violncia domstica (HC 280.788-RS)

    Envolve a questo da violncia contra a mulher.

  • Processo Penal

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    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

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    O artigo 41 da lei 11.340/06 diz expressamente que a lei 9.099/95 seria inaplicvel na

    hiptese de crime.

    Art. 41. Aos crimes praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher,

    independentemente da pena prevista, no se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de

    1995.

    No entanto, a jurisprudncia j entendeu que essa vedao aplicada no s aos

    crimes, mas tambm s contravenes penais (tradicionalmente de menor potencial

    ofensivo) praticadas contra as mulheres no mbito familiar.

    O STJ fez uma interpretao extensiva do artigo 41 e in malam partem para evitar os

    benefcios da lei 9.099/95. Os institutos despenalizadores no se aplicam a nenhuma prtica

    delituosa contra a mulher. uma interpretao sistmica, constitucional e tambm baseada

    nos tratados internacionais.

    Com esse posicionamento do STJ, o professor defende parecer que nem toda

    contraveno penal seria de menor potencial ofensivo, como a doutrina tradicionalmente

    costuma caracterizar.

    (Informativo n 0539).

    Transao Penal

    Sexta Turma

    DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. INAPLICABILIDADE DA TRANSAO PENAL S

    CONTRAVENES PENAIS PRATICADAS CONTRA MULHER NO CONTEXTO DE VIOLNCIA

    DOMSTICA.

    A transao penal no aplicvel na hiptese de contraveno penal praticada com

    violncia domstica e familiar contra a mulher. De fato, a interpretao literal do art. 41

    da Lei Maria da Penha viabilizaria, em apressado olhar, a concluso de que os institutos

    despenalizadores da Lei 9.099/1995, entre eles a transao penal, seriam aplicveis s

    contravenes penais praticadas com violncia domstica e familiar contra a mulher.

    Entretanto, o legislador, ao editar a Lei 11.340/2006, conferiu concretude ao texto

    constitucional (art. 226, 8, da CF) e aos tratados e as convenes internacionais de

    erradicao de todas as formas de violncia contra a mulher, a fim de mitigar, tanto

    quanto possvel, qualquer tipo de violncia domstica e familiar contra a mulher,

    abrangendo no s a violncia fsica, mas, tambm, a psicolgica, a sexual, a

    patrimonial, a social e a moral. Desse modo, luz da finalidade ltima da norma (Lei

    11.340/2006) e do enfoque da ordem jurdico-constitucional, considerando, ainda, os fins

    sociais a que a lei se destina, a aplicao da Lei 9.099/1995 afastada pelo art. 41 da Lei

    11.340/2006, tanto em relao aos crimes quanto s contravenes penais praticados

    contra mulheres no mbito domstico e familiar. Ademais, o STJ e o STF j se

    posicionaram no sentido de que os institutos despenalizadores da Lei 9.099/1995, entre

    eles a transao penal, no se aplicam a nenhuma prtica delituosa contra a mulher no

    mbito domstico e familiar, ainda que configure contraveno penal. Precedente citado

  • Processo Penal

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    do STJ: HC 196.253-MS, Sexta Turma, DJe 31/5/2013. Precedente citado do STF: HC

    106.212-MS, Tribunal Pleno, DJe 13/6/2011. HC 280.788-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti

    Cruz, julgado em 3/4/2014

    2.3. Compatibilidade entre a priso cautelar e o regime semiaberto fixado na

    sentena (HC 289.636-SP)

    O regime semiaberto pode ser fixado em pena superior a quatro anos e no superior

    a oito anos; para ru no reincidente; e diante de circunstncias favorveis. O STJ tem

    admitido a compatibilidade da priso cautelar, desde que essa medida cautelar seja fixada

    fundamentadamente na sentena.

    (Informativo n 0540).

    Execuo Penal

    Quinta Turma

    DIREITO PROCESSUAL PENAL. COMPATIBILIDADE ENTRE A PRISO CAUTELAR E O

    REGIME PRISIONAL SEMIABERTO FIXADO NA SENTENA.

    H compatibilidade entre a priso cautelar mantida pela sentena condenatria e o

    regime inicial semiaberto fixado nessa deciso, devendo o ru, contudo, cumprir a

    respectiva pena em estabelecimento prisional compatvel com o regime inicial

    estabelecido. Precedentes citados: HC 256.535-SP, Quinta Turma, DJe 20/6/2013; e HC

    228.010-SP, Quinta Turma, DJe 28/5/2013. HC 289.636-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro,

    julgado em 20/5/2014

    2.4. Inaplicabilidade do princpio da indivisibilidade em ao pblica (RHC 34.233-

    SP)

    A tese do arquivamento implcito no foi acolhida pelos tribunais superiores por falta

    de previso legal. Todo pedido de arquivamento tem que ser expresso.

    preciso no confundir o princpio da obrigatoriedade com o da indivisibilidade.

    Segundo o princpio da obrigatoriedade, havendo justa causa, o MP tem que

    denunciar, mas pode fracionar essa denncia (divisibilidade).

    O princpio da indivisibilidade atinente somente ao privada. O particular no

    tem a prerrogativa da divisibilidade, diferentemente do MP, que a possui. possvel que o

    MP fracione a denncia, oferecendo-a de acordo com a sua opinio delicti.

    (Informativo n 0540).

    Ao Penal

    Sexta Turma

    DIREITO PROCESSUAL PENAL. INAPLICABILIDADE DO PRINCPIO DA INDIVISIBILIDADE EM

    AO PBLICA.

  • Processo Penal

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    Na ao penal pblica, o MP no est obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato

    tido por delituoso, no se podendo falar em arquivamento implcito em relao a quem

    no foi denunciado. Isso porque, nessas demandas, no vigora o princpio da

    indivisibilidade. Assim, o Parquet livre para formar sua convico incluindo na

    increpao as pessoas que entenda terem praticados ilcitos penais, mediante a

    constatao de indcios de autoria e materialidade. Ademais, h possibilidade de se

    aditar a denncia at a sentena. Precedentes citados: REsp 1.255.224-RJ, Quinta Turma,

    DJe 7/3/2014; APn 382-RR, Corte Especial, DJe 5/10/2011; e RHC 15.764-SP, Sexta

    Turma, DJ 6/2/2006. RHC 34.233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado

    em 6/5/2014

    2.5. Competncia do juizado de violncia domstica e familiar contra a mulher

    (REsp 1.416.580-RJ)

    Esse caso emblemtico, pois se tratava de uma pessoa pblica. Na ocasio, discutiu-

    se se havia uma situao de hipossuficincia e vulnerabilidade dessa mulher, exigida pela lei.

    Entendeu-se que o fato de ser pessoa pblica no afasta a sua situao de

    vulnerabilidade, sendo irrelevante a sua condio pessoal (famosa ou no). A deciso do STJ

    partiu da presuno relativa de que a mulher vulnervel e hipossuficiente, independente

    de condies pessoais e sociais. Para o STJ, a hipossuficincia seria nsita condio da

    mulher na sociedade atual.

    (Informativo n 0539). Quinta Turma

    DIREITO PROCESSUAL PENAL. COMPETNCIA DO JUIZADO DE VIOLNCIA DOMSTICA E

    FAMILIAR CONTRA A MULHER. 9

    O fato de a vtima ser figura pblica renomada no afasta a competncia do Juizado de

    Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar o delito. Isso

    porque a situao de vulnerabilidade e de hipossuficincia da mulher, envolvida em

    relacionamento ntimo de afeto, revela-se ipso facto, sendo irrelevante a sua condio

    pessoal para a aplicao da Lei Maria da Penha. Com efeito, a presuno de

    hipossuficincia da mulher pressuposto de validade da referida lei, por isso o Estado

    deve oferecer proteo especial para reequilibrar a desproporcionalidade existente. Vale

    ressaltar que, em nenhum momento, o legislador condicionou esse tratamento

    diferenciado demonstrao desse pressuposto presuno de hipossuficincia da

    mulher , que, alis, nsito condio da mulher na sociedade hodierna. Alm disso,

    no desproporcional ou ilegtimo o uso do sexo como critrio de diferenciao, visto

    que a mulher vulnervel no tocante a constrangimentos fsicos, morais e psicolgicos

    sofridos em mbito privado (STF, ADC 19-DF, Tribunal Pleno, DJe 29/4/2014). Desse

    modo, as denncias de agresses, em razo do gnero, que porventura ocorram neste

    contexto, devem ser processadas e julgadas pelos Juizados de Violncia Domstica e

  • Processo Penal

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

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    Familiar contra a Mulher, nos termos do art. 14 da Lei 11.340/2006. REsp 1.416.580-RJ,

    Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 1/4/2014

    2.6. Prazos para recursos do MP em matria penal (AgRg no EREsp 1.187.916-SP)

    A questo simples, mas chegou ao STJ. Em matria criminal, no h nenhuma

    diferenciao com relao contagem de prazos para o MP.

    Diferentemente disso, a defensoria tem essa prerrogativa por conta da dificuldade do

    atendimento da populao.

    (Informativo n 0533).

    Prazos

    Terceira Seo

    DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRAZO PARA RECURSOS DO MP EM MATRIA PENAL.

    Em matria penal, o Ministrio Pblico no goza da prerrogativa da contagem dos

    prazos recursais em dobro. Precedentes citados: AgRg no AgRg no HC 146.823-RS, Sexta

    Turma, DJE 24/9/2013; e REsp 596.512-MS, Quinta Turma, DJ 22/3/2004. AgRg no EREsp

    1.187.916-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 27/11/2013