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I N F O J U R I S I N F O J U R I S INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA JURISPRUDÊNCIA SISTEMATIZADA JURISPRUDÊNCIA SISTEMATIZADA Criação e Coordenação: Criação e Coordenação: RUI STOCO RUI STOCO (Conselheiro do CNJ no biênio 2007/2009) (Conselheiro do CNJ no biênio 2007/2009) 2009 2009

jurisprudencia CNJ_86

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INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA

JURISPRUDNCIA SISTEMATIZADA

Criao e Coordenao: RUI STOCO (Conselheiro do CNJ no binio 2007/2009)

2009

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INFOJURISINFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA(*)(BANCODE

DADOS

DO

CONSELHO NACIONAL

DE

JUSTIA)

(*) Contm a jurisprudncia sistematizada e atualizada at a 86 Sesso Ordinria (realizada em 09.06.2009), observaes, citaes de doutrina, jurisprudncia e comentrios.

AABONO FAMLIA No excluso, ainda que ultrapasse o teto de vencimentos V-se, assim, que no caberia ao Conselho Nacional de Justia excluir verbas outorgadas magistratura local por leis e constituio do respectivo Estado, mesmo que tais vantagens no estejam previstas na LOMAN, se posteriores a 05.10.88. Dessa forma, a parcela de equivalncia, por ser um valor transitrio e referente a uma reposio de diferena de remunerao no passado, se excluda agora, reiteraria o prejuzo de ento que pretendia repor. Ademais, na Unio tal parcela acabou incorporada pela Lei 10.474, e, inclusive, foi levada em conta quando da fixao do subsdio e do teto. Por outro lado, no que se reporta ao abono famlia devida hoje, a apenas 9 (nove) magistrados, vantagem de lei de 1948, no h como excluir seu valor se a soma ultrapassa o subsdio, por se tratar de vantagem legalmente concedida, inclusive antes da Emenda 07/77 e da LOMAN. No mesmo sentido, a gratificao chamada de adicional trintenrio, com expressa previso na Constituio do Estado, e j reconhecido pelo egrgio STF no possui a natureza de adicional de tempo de servio (CNJ PCA 442 Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Parte do voto do relator). ABUSO DE PODER Quebra irregular do sigilo fiscal. Apurao que compete Corregedoria Geral do Tribunal Recurso Administrativo. Nulidade processual. Matria de cunho judicial. Abuso de poder. Apurao judicial em curso. Hiptese de ocorrncia de crime. Remessa dos autos ao Ministrio Pblico pelo juzo da causa. Avocao dos autos e suspenso do processo. Inviabilidade. Ausncia de poder jurisdicional. Abuso de poder. Apurao pelo rgo estadual. Recurso indeferido com determinao de apurao dos fatos relativos ao abuso de poder ao rgo censor. Inviabilizada a anlise de questes relativas nulidade do processo por ausncia de citao vlida, bem como de ocorrncia de conexo ou continncia, na medida em que refogem competncia deste Conselho Nacional de Justia. Apontado abuso de poder na determinao de quebra de sigilo fiscalINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

3 que dever ser apurado pela Corregedoria estadual. Inexistncia de ofensa ao artigo 40 do Cdigo de Processo Penal, se existe processo em curso na esfera judicial, atravs do qual pode ser efetivada a referida providncia pelo magistrado da causa. Pedidos de sustao do processo e de avocao dos autos inviabilizada, diante da ausncia de poder jurisdicional deste Conselho. Recurso parcialmente provido, para determinar a apurao pela Corregedoria-Geral de Justia do Estado da Paraba do suposto abuso de poder na determinao da quebra de sigilo fiscal do recorrido (CNJ RD 10849 Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp 71 Sesso j. 07.10.2008 DJU 24.10.2008). ABUSO DO DIREITO DE DEFESA Magistrado. Sucessivos adiamentos de julgamento em razo de reiteradas licenas com afastamento Reclamao Disciplinar. Juza de Direito. Julgamento. Sucessivos pedidos de adiamento. A garantia constitucional do contraditrio e da ampla defesa assegura ao Magistrado o acompanhamento pessoal da sesso em que se d o julgamento do processo administrativo disciplinar a que responde. No entanto, o sucessivo adiamento do julgamento do processo administrtivo disciplinar, em virtude das sucessivas licenas do magistrado acusado, procrastinando o andamento do feito, constitui abuso de direito de defesa, impondo-se o julgamento do procedimento.O interesse pblico milita no sentido da pronta e cabal apurao de denncia que atribui a magistrado o cometimento de infrao disciplinar. O processo administrativo instaurado para esse fim, no pode ter seu andamento indefinidamente sobrestado ao talante da autoridade judiciria ento processada (CNJ RD 47 Rel. Ministro Corregedor Antnio de Pdua Ribeiro 25 Sesso Ordinria j. 12.09.2006 DJU 29.09.2006 Ementa no oficial). ABUSO DO DIREITO DE DENUNCIAR Reviso Disciplinar. Denncia contra magistrado. Demonstrao de completo desinteresse em comprovar os fatos alegados Processo de Reviso Disciplinar. Reclamao convertida em Reviso. Denncia oferecida contra desembargador. Alegao de intermediao de votos em processos judiciais submetidos segunda instncia e direcionamento de resultados. Matria ftica no comprovada. Inexistncia de qualquer elemento indicirio ou probatrio. Revelao de completo desinteresse do denunciante em demonstrar os graves fatos alegados. Abusa do direito de reclamar e de denunciar no mbito administrativodisciplinar a pessoa que no apresenta com a petio inicial os elementos necessrios apurao e, ao longo do procedimento, demonstra completo desinteresse em comprovar os fatos alegados (CNJ REVDIS 42 Rel. Cons. Rui Stoco 49 Sesso j. 09.10.2007 DJU 25.10.2007).

ABUSO DO DIREITO DE RECORRER Pedido de Esclarecimentos Pedido de Esclarecimentos. A interposio de embargos de declarao sem indicao da omisso do julgado e a adio de nova argumentao de mrito que no foi objeto da inicial e, conseqentemente, da deciso, pode configurar ao temerria do embargante, gerando danos inclusive finalidade da Justia. O abuso doINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

4 direito ao recurso, contribuindo para inviabilizar a justia pelo excesso de trabalho, presta um desservio sua agilidade e segurana (CNJ PCA 54 Rel. Cons. Ruth Carvalho 25 Sesso j. 12.09.2006 DJU 29.09.2006 Ementa no oficial). AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Propositura de Procedimento de Controle Administrativo perante o CNJ na pendncia de ADIn perante o STF Procedimento de Controle Administrativo. Dispositivo de lei estadual objeto de Ao Direta de Inconstitucionalidade. Aplicao. Inviabilidade de atuao do Conselho Nacional de Justia. I) Limitando-se a atuao do Conselho Nacional de Justia esfera administrativa, no se conhece de pedido de instaurao de Procedimento de Controle Administrativo, quando existente ao perante o Supremo Tribunal Federal questionando a constitucionalidade de dispositivo de lei estadual cuja aplicao se pretende. II) Pedido conhecido parcialmente, para recomendar ao Tribunal requerido que agilize a anlise dos Procedimentos Administrativos de interesse do requerente, em cumprimento ao comando inscrito no inciso LXXVII do art. 5 da Constituio Federal (CNJ PCA 9600 Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos 49 Sesso j. 09.10.2007 DJU 25.10.2007). AO JUDICIAL Palavras-chave: CAUSA FEITO PROCESSO V. tb.: ATIVIDADE JURISDICIONAL Prazo para a durao do processo Administrativo. Pedido de Providncias. Demora na tramitao de processo em Tribunal. Razoabilidade dos prazos. Diversas substituies de Relatoria. Excesso aparente de prazo entre concluso do julgamento e publicao do acrdo. Necessidade de incluso de dados nos levantamentos estatsticos. I) Verificando que houve trs redistribuies dos autos para diferentes relatores, restando o prazo mdio de concluso com cada julgador em 3 (trs) anos, no h que se falar em excesso de prazo. II) Prazo decorrido entre julgamento e publicao do v. acrdo, que pode vir a caracterizar certo excesso, merece submeter-se a levantamento estatstico global, para, na hiptese de se verificar ser fenmeno comum aos Tribunais Brasileiros, examinar o Conselho Nacional de Justia adoo de possveis medidas alteradoras das rotinas processuais. III) Pedido de Providncias arquivado, com remessa de cpia do voto s Comisses de Estatstica e de Informtica para estudo da viabilidade de levantamento global dos prazos utilizados em todas as Cortes de Justia entre julgamento e publicao dos acrdos (CNJ PP 35 Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian 1 Sesso Extraordinria j. 08.11.2005 DJU 16.11.2005). Conselho Nacional de Justia. Ausncia de competncia jurisdicional originria ou revisora. Impossibilidade de controle do mrito da atividade jurisdicional dos magistrados. Competncia constitucional para zelar pela autonomia do Poder Judicirio e pela observncia dos princpios da eficincia (CF, art. 37, caput) e da razovel durao do processo e celeridade (CF, art. 5, LXXVIII). Demora no julgamento pelo Plenrio do Tribunal do Jri atribuda legislao processual e complexidade do feito.INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

5 Inexistncia de responsabilidade dos magistrados. Arquivamento. (CNJ PP 16 Rel. Cons. Alexandre de Moraes 5a Sesso j. 13.09.2005 DJU 19.11.2005). Pretenso de que o direito de postular em juzo seja exercido sem a interferncia de advogado Recurso administrativo em Pedido de Providncias. Solicitao no sentido de que o direito postulatrio possa ser exercido sem a interferncia de advogados. Matria fora da competncia do CNJ como enfocado na deciso monocrtica. (CNJ PP 842 Rel. Cons. Marcus Faver 28 Sesso j. 24.10.2006 DJU 20.11.2006 Ementa no oficial). Segredo de Justia Vide: SEGREDO DE JUSTIA AO PENAL Condenao do ru. Expedio de guia de recolhimento provisria Guia de recolhimento provisria. Necessidade de trnsito em julgado para o Ministrio Pblico em primeira instncia. Apelao criminal com efeito devolutivo e suspensivo. Ausncia de afronta Resoluo 19/2006 do Conselho Nacional de Justia. Aplicao da Smula 192 do STJ e dos artigos 593 e 597 do CPP, bem como do artigo 105 da Lei de Execues Penais. Desnecessidade de trnsito em julgado para o Ministrio Pblico de acrdo que examinou a apelao. Inexistncia de efeito suspensivo em eventuais recursos especiais ou extraordinrios. Pedido conhecido e parcialmente acolhido. (CNJ PP 1326 Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos 48 Sesso j. 25.09.2007 DJU 15.10.2007). AO RESCISRIA Atualizao do valor da causa para efeito de depsito prvio Procedimento de Controle Administrativo. Instruo Normativa 31, de 27.09.2007 do TST. Depsito prvio em Ao Rescisria. Atualizao monetria do valor da causa. Lei 11.495/2007. A regra do art. 4 da Instruo Normativa 31/2007, do TST, que prev a atualizao do valor da causa para fins de depsito prvio na Ao Rescisria, est em sintonia com a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal (AR-QO 1176/GO, Relator Min. Paulo Brossard, j. 21/02/1990). Improcedncia do pedido (CNJ PCA 200810000018903 Rel. Cons. Jos Adonis Callou de Arajo S 75 Sesso j. 02.12.2008 DJU 19.12.2008). ACESSO AOS PRDIOS DO PODER JUDICIRIO Modo de se vestir das pessoas que comparecem aos foros e varas Vesturio. Restrio. Acesso a frum. Preservao do decoro e da dignidade da justia. 1) Compete ao Juiz, no exerccio do poder de polcia, velar por que se preservem padres mnimos de dignidade e de decoro no acesso aos rgos do Poder Judicirio (CPC, art. 125, III e art. 445, I). 2) No h mcula de ilegalidade em comunicado de Juiz Diretor do Frum que impede a entrada nas dependncias do Frum deINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

6 pessoas com trajes inadequados (calo, short e bermudes) excees em casos de urgncia ou de impossibilidade financeira de a parte vestir-se de outro modo. 3) A Constituio Federal veda a discriminao arbitrria, no o tratamento diferenciado ditado pela razoabilidade e justificado pelo padro mdio de moralidade da sociedade. 4) Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente (CNJ PCA 200910000001233 Rel. Cons. Joo Oreste Dalazen 84 Sesso j.12.05.2009 DJU 15.05.2009). Sistema eletrnico de segurana Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional Federal da 3 Regio. Sistema eletrnico de segurana para acesso aos prdios do Poder Judicirio. A garantia de maior segurana no interior das dependncias forenses justificativa razovel para que seja implementado sistema de segurana com a instalao de detectores de metal. Precedentes do Conselho Nacional de Justia. Pedido julgado improcedente (CNJ PCA 200810000024915 Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti 74 Sesso j. 18.11.2008 DJU 05.12.2008 ACESSO AOS TRIBUNAIS POR ADVOGADOS E MEMBROS DO MINISTRIO PBLICO V. tb.: QUINTO CONSTITUCIONAL Quinto Constitucional. Lista trplice Recomenda a esses Tribunais que regulamentem a orientao emanada deste Conselho Nacional de Justia, aplicvel a todos, no sentido de que a lista trplice a que se refere o artigo 94, pargrafo nico, da Constituio Federal, seja formada em sesso pblica, mediante votos abertos, nominais e fundamentados (Recomendao CNJ 13, de 06.11.2007). Quinto Constitucional. Lista trplice. Sesso aberta com votao nominal e fundamentada Medida Liminar. Tribunal Regional do Trabalho. Sesso Plenria. Resoluo Administrativa estabelecendo que a eleio de candidatos ao quinto constitucional da Corte e que faro parte da listra trplice ser por votao secreta. Inadmissibilidade. Pedido de tutela para que se proceda votao da lista trplice em sesso aberta, com votao nominal e fundamentada. (CNJ PP 200910000012474 Rel. Cons. Rui Stoco Deciso Monocrtica j. 26.03.2009). Parte da deciso do Relator: Ademais do fato de a Recomendao 13, de 06.11.2007 deste Conselho recomendar a Tribunais que regulamentem a orientao emanada deste Conselho Nacional de Justia, aplicvel a todos, no sentido de que a lista trplice a que se refere o artigo 94, pargrafo nico, da Constituio Federal seja formada em sesso pblica, mediante votos abertos, nominais e fundamentados (textual), o inciso X do art. 93 da Constituio Federal determina e impe, de forma cogente, que todas as decises dos Tribunais sejam fundamentadas e proferidas em sesso pblica. A efetividade do princpio da impessoalidade e moralidade administrativas talvez seja a primeira grande tarefa do Conselho Nacional de Justia. Garantir no apenas que os atos administrativos do Poder Judicirio sejam legais, mas que sejam, na mesma medida, legtimos. Essa legitimidade depende da certeza de que as razes que balizaram os julgamentos so racionais eINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

7 constitucionais. Por isso, a transparncia essencial, obrigatria e inegocivel. Todos havero de conhecer os fundamentos das decises para que possam, inclusive, impugnlas. A credibilidade do Poder Judicirio tem estreita relao com a sua transparncia. No h ato administrativo, mesmo que discricionrio, que esteja acima da determinao do Estado de Direito de que todas as decises ou opes pblicas devem ser absolutamente abertas e transparentes. Alis, a escolha daqueles que iro integrar uma Corte de Justia no discricionria mas regrada, no ficando ao alvedrio da autoridade mas permeada por regras que atuam como balizas norteadoras, tendo como tegumento protetor o princpio da legalidade. De modo que, embora a Recomendao 13 deste Conselho no tenha natureza de lei em sentido estrito, sinaliza de forma pragmtica e reveladora o entendimento do Plenrio deste Conselho Nacional de Justia a respeito da aplicao da determinao constitucional acerca da fundamentao das decises administrativas. E no h que se falar que o caso de eleio. Eleio no Poder Judicirio significa apenas que a vontade da maioria ter fora vinculante em algumas circunstncias. No h o sentido que encontramos no caso das eleies populares, manifestao soberana da vontade popular. Nesse ltimo caso, o voto secreto garantia de independncia, medida protetiva da autonomia do cidado. No caso de decises judiciais, no h justificativa para o voto secreto e apartado do conhecimento geral e pblico; no h fundamento para que no se conheam as razes de um voto que definir um membro de Tribunal. No espao judicial, os magistrados j tm garantias de independncia suficientes, no havendo ameaas ao seu cargo, nem a sua livre manifestao que possam justificar esse tipo de segredo. Nesse sentido, votaes secretas no encontram sequer justificativas minimamente racionais no mbito do Poder Judicirio. Quinto constitucional. Acesso a Tribunal de Justia dos Estados. Lista trplice. Formao. Publicidade da Sesso e motivao. Art. 93, Inc. X, da Constituio Federal. A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, que desencadeou a reforma do Poder Judicirio, consagrou, de vez, o princpio da publicidade e transparncia nas decises judiciais e administrativas por ele proferidas, que passaram a ser obrigatoriamente realizadas em sesso pblica, mediante votos abertos, nominais e fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, indispensvel que a formao da lista trplice dos candidatos que concorrero s vagas destinadas aos advogados e membros do Ministrio Pblico se faa no s em sesso pblica, mas, tambm, por meio de votao aberta, nominal e fundamentada, semelhana do que ocorre com a promoo por merecimento de magistrado aos Tribunais de segundo grau (Res. CNJ 6/2005, art. 1) (PP 2007.10.00.000497-3). Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se julga procedente (CNJ PP 200910000008082 Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos 82 Sesso j. 14.04.2009 DJU 17.04.2009). Quinto Constitucional. Tribunal com nmero mpar de vagas. Alternncia Procedimento de Controle Administrativo. Quinto constitucional. Tribunal com nmero mpar de vagas a ser preenchidas por representantes da advocacia e do Ministrio Pblico. Alternncia (art. 100, 2, LOMAN). Questo j apreciada pelo judicirio. Preservao das vagas de origem (art. 4, EC 45). Inaplicabilidade. Improcedncia. I) Matria j apreciada pelo Superior Tribunal de Justia, ao julgar oINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

8 Recurso Ordinrio interposto no Mandado de Segurana 12.778/MS e decidir que (...) a regra prevista no art. 100, 2, da LOMAN, somente aplicvel quando o Tribunal j possui um nmero mpar de vagas destinadas ao quinto constitucional e ocorre vacncia de uma delas (...). II) No se aplica o disposto no art. 4, da EC 45, pois este se destina, to somente, a preservar o quinto constitucional na composio dos Tribunais de Justia, em virtude da extino dos Tribunais de Alada, nos Estados em que estes existiam. III) Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente (CNJ PCA 6600 Rel. Cons. Mairan Gonalves Maia Jnior 50 Sesso j. 23.10.2007 DJU 09.11.2007). DOUTRINA: No sendo possvel a simultnea participao de representantes de advogados e membros do Ministrio Pblico, em igual nmero, no Tribunal, far-se- revezamento: ora haver nmero superior daqueles, ora destes. Quer dizer que a vaga excedente e que no pode ser atribuda com exclusividade a qualquer das duas classes, ser uma vez preenchida por advogado, e, em seguida, uma vez por membro do Ministrio Pblico, de modo, que uma vez os representantes de uma das categorias detenham uma vaga a mais do que outra, seguindo-se igual vantagem para outra categoria (JOS RAIMUNDO G. DA CRUZ. A Lei Orgnica da Magistratura Nacional Interpretada. 2. ed. So Paulo: Juarez de Oliveira, 2002, p. 143). ACORDOS JUDICIAIS Carter normativo. Atividade legislativa. Inviabilidade Procedimento de Controle Administrativo. Orientao para realizao de acordos judiciais com carter normativo. Autonomia das partes. Atividade legislativa. Inviabilidade. Deferimento. I) Expedio de orientao genrica com parmetros para elaborao de termos de acordos judiciais que vincula os jurisdicionados a critrios abstratos e genricos viola o livre exerccio da autonomia privada. II) Exorbita a atividade judicante quando se especifica os limites intransponveis para efeito de homologao judicial, investindo-se o magistrado em funo tipicamente legislativa. III) Procedimento de Controle Administrativo a que se d provimento (CNJ PCA 14073 Rel. Cons. Mairan Gonalves Maia Jnior 54 Sesso j. 18.12.2007 DJU 08.02.2008). ACUMULAO DE CARGOS Servidor Pblico. Acmulo das funes com o cargo de Conciliador Pedido de Providncias. Consulta. Tribunal de Justia da Paraba. Incompatibilidade de exerccio remunerado do servidor pblico com o cargo, como definido na lei paraibana, de Juiz leigo ou Conciliador. I) A regra constitucional (CF, art. 37, XVI) pela vedao de qualquer hiptese de acumulao remunerada de cargos pblicos, exceto quando houver compatibilidade de horrios: (1) a de dois cargos de professor; (2) a de um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico; (3) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de sade, com profisses regulamentadas

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9 (CNJ PP 1070 Rel. Designado Cons. Alexandre de Moraes 10 Sesso Extraordinria j. 08.05.2007 DJU 18.05.2007 Ementa no oficial). ACUMULAO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA COM OUTROS RENDIMENTOS Acumulao da aposentadoria do cargo de magistrado com remunerao pelo exerccio da atividade de notrio ou registrador Pedido de Providncias. Tribunal de Justia de Pernambuco. Consulta. Possibilidade de cumulao de aposentadoria no cargo de magistrado com remunerao auferida pelo exerccio da titularidade de notrio ou registrador. Consulta respondida afirmativamente. Permite-se a cumulao dos proventos de aposentadoria no cargo de magistrado com a remunerao auferida no exerccio da titularidade do servio de notas e registros pblicos, considerando que a proibio prevista na Constituio Federal tem aplicao to-somente aos cargos, funes e empregos pblicos (CNJ PP 200810000024356 Rel. Cons. Andra Pach 72 Sesso j. 21.10.2008 DJU 07.11.2008). ACUMULAO E DESACUMULAO DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS Vide: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO) ACMULO DE SERVIO Elevada populao carcerria e acmulo de processos. Municpio de Ribeiro das Neves MG. Recomendao de designao de juiz auxiliar para a Vara de Execues Pedido de Providncias. Vara de Execues Penais de Ribeiro das Neves. Elevada populao carcerria e acmulo de processos. Designao de juiz. Recomendao. I) Alegao do requerente confirmada pelo TJ/MG, sobre a elevada populao carcerria no Municpio de Ribeiro das Neves/MG e o acmulo de processos na respectiva Vara de Execues Penais, apesar do reconhecido esforo da juza titular. II) Recomendao de designao de juiz para auxiliar para a Vara de Execues de Ribeiro das Neves, tal como sugerido pela Corregedoria-Geral de Justia, sem prejuzo do atendimento de outras situaes prioritrias, segundo avaliao do Tribunal. Procedncia do Pedido de Providncias (CNJ PP 200710000002757 Rel. Cons. Jos Adonis Callou de Arajo S 57 Sesso j. 26.02.2008 DJU 18.03.2008). Representao por Excesso de Prazo. Acmulo de servio. Descaracterizao Recurso Administrativo. Representao por excesso de prazo. Acmulo de Servio. Promoo de mecanismos de celeridade pelo rgo judicirio. Excesso de prazo descaracterizado. Arquivamento mantido. I) Considera-se justificado o excesso de prazo quando o acmulo de servio constitui empecilho ao normal andamento da causa no imputvel ao magistrado II) A busca de medidas adequadas, tais como criao de turmas especializadas e prioridade ao julgamento de causas mais antigas, so meios que garantem a celeridade processual e asseguram a aplicao das garantias constitucionais expressas no art. 5 da Carta Magna (CNJ REP 284 Rel. Min. Antnio de Pdua Ribeiro 36 Sesso j. 13.03.2007 DJU 23.03.2007).INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

10 Representao por excesso de prazo. Aposentadoria do magistrado. Perda do objeto Recurso Administrativo em Representao por Excesso de Prazo. Aposentadoria do magistrado representado. Prejudicialidade do recurso. Sendo o propsito das representaes por excesso de prazo punir, no campo disciplinar, o magistrado pelo retardamento no cumprimento de atos de ofcio sob sua responsabilidade, a sua aposentadoria intercorrente conduz a respectiva representao perda de objeto por fato novo indesprezvel. Recurso Administrativo prejudicado (CNJ REP 392 Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Jnior 61 Sesso j. 29.04.2008 DJU 20.05.2008). Visitas regulares s penitencirias pelos juzes das execues que no devem ser prejudicadas Vara de Execues Criminais. Acmulo de processos. Prejuzos aos reeducandos. Cumprimento da Resoluo 47/2007 do CNJ. Cabe ao tribunal promover efetivas medidas tendentes a garantir o cumprimento pelos juzes de execues criminais das visitas regulares s penitencirias, como determina a Res. 47/2007 (CNJ PP 200710000016770 Rel. Cons. Paulo Lbo 59 Sesso j. 25.03.2008 DJU 15.04.2008). ADICIONAL V. tb.: SUBSDIO Adicional de Qualificao AQ. Implementao e Regulamentao no mbito do Conselho Nacional de Justia Vide: Instruo Normativa CNJ 11, de 13.11.2008. Adicional por atividades penosas Recurso Administrativo. Adicional por atividades penosas. Previso no art. 14 da Lei Mineira 10.856/92. Delegao legislativa, aos tribunais, da regulamentao das hipteses de exigibilidade da vantagem. Edio pelo TJMG da Resoluo 320/96 que, em seu art. 3, inciso II, define atividade penosa como sendo aquela em que o servidor experimente desgaste fsico ou psquico excessivamente acentuado. Concluso, pelo TJMG, de inexistncia de situao de tenso em nvel significativamente destoante do restante dos serventurios da Justia Mineira. Ausncia de erro ou ilicitude no ato do TJMG. Recurso a que se nega provimento. (CNJ PCA 6866 Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Jnior 51 Sesso j. 06.11.2007 DJU 26.11.2007). ADICIONAL DE ESCOLARIDADE Inadmissibilidade de concesso Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituio de ato administrativo. Adicional de escolaridade. Lei Estadual 1.102/90. No acolhimento do pedido. (CNJ RAPCA 416 Rel. Cons. Alexandre de Moraes 36 Sesso j. 13.03.2007 DJU 23.03.2007 Ementa no oficial).INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

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ADICIONAL DE GUERRA Palavras-chave: TEMPO DE GUERRA Determinao de corte Dessa forma, o Tribunal de Justia de So Paulo dever tornar definitivo o corte realizado liminarmente pelo CNJ, no valor referente ao pagamento do adicional de guerra, que deveria ter-se mantido inaltervel desde a edio da LOMAN (CNJ PCA 489 Rel. Cons. Alexandre de Moraes 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Ementa no oficial). Natureza pessoal. Parte integrante do subsdio A vantagem tempo de guerra deve, pois, ser definida como de natureza pessoal, tal como a gratificao adicional por tempo de servio. Deve, pois, ser conferido igual tratamento dado a essa ltima vantagem que, consoante disposto no art. 4, III, alneas a e b da Res. 13/CNJ, encontra-se compreendida no subsdio (CNJ PCA 487 Rel. Cons. Paulo Schmidt 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Ementa no oficial). ADICIONAL DE QUALIFICAO AQ Implementao e regulamentao no mbito do Conselho Nacional de Justia Vide: Instruo Normativa CNJ 11, de 13.11.2008. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIO ATS Absoro das verbas de carter remuneratrio pelo subsdio Subsdios. Subsistncia de adicional de tempo de servio. Impossibilidade. A introduo dos subsdios absorveu todas as verbas de carter remuneratrio, inclusive o adicional por tempo de servio (Res. 13/CNJ, art. 4, III). Emergindo em processo aparente situao de afronta regra constitucional de conteno remuneratria, deve o Conselho Nacional de Justia, de ofcio, no exerccio de sua competncia fiscalizatria, apurar eventuais desvios administrativos. Ordem de prestao de informaes sobre os valores remuneratrios pagos aos magistrados em atividade desde a vspera da implantao dos subsdios at o presente (CNJ PP 200810000022372 Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Jnior 86 Sesso j. 09.06.2009 DJU 17.06.2009). Compreendido pelo subsdio da magistratura. Resoluo 13 do CNJ Recurso Administrativo em Procedimento de Controle Administrativo. Arquivamento. Magistrados. Vantagens pecunirias. Art. 192, I da Lei 8.112/90. Art. 65, VIII, da LOMAN. O adicional por tempo de servio previsto no art. 65, VIII, da LOMAN est compreendido no valor do subsdio dos magistrados (Resoluo 13 do CNJ). Recurso a que se nega provimento (CNJ PCA 200810000003444 Rel. Cons. Jos Adonis Callou de Arajo S 60 Sesso j. 08.04.2008 DJU 07.05.2008).INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

12 Interrupo no pagamento antes da data-limite estabelecida pelo CNJ Pedido de Providncias. Magistrados. Interrupo no pagamento de adicionais por tempo de servio e qinqnios antes da data-limite estabelecida pelo CNJ e desconto dos valores pagos pelos tribunais a esse ttulo, sob a forma de compensao. Res. 13/2006 do CNJ que permitiu os pagamentos at maio/2006. Direito ao recebimento desses adicionais at a data-limite estabelecida. Descontos indevidos, posto que recebidos os valores de boa-f. Procedncia dos pedidos. I) Se o CNJ, como rgo de controle da legalidade dos atos administrativos dos tribunais, atuou como intrprete e elemento integrador da Lei 11.143/2006 e, para os magistrados que se submetem ao sistema de subsdio, deu sobrevida aos adicionais at maio de 2006, diante da dico do art. 12 da Res. 13/2006, impe-se reconhecer a todos que se encontrem na mesma situao o direito a essa percepo at a data-limite, sob pena de discrmen e ofensa isonomia. II) A pretenso da Administrao Pblica de ver repetidos valores indevidamente pagos a ttulo de subsdio, vencimentos ou proventos, obriga e impe uma fase de conhecimento e de dilao probatria em que reste incontroverso que o pagamento foi efetivamente indevido e que o beneficirio tenha agido de m-f, considerando que os valores recebidos de boa-f no se submetem restituio, posto que, tendo o pedido natureza reparatria, essa boa-f exsurge como causa excludente da responsabilidade (CNJ PP 1069 Rel. Cons. Rui Stoco 48 Sesso j. 25.09.2007 DJU 15.10.2007). Irredutibilidade Ressalvado meu posicionamento pessoal e doutrinrio quanto irredutibilidade de vencimentos, j apontado na anlise na medida liminar, juntamente com a maioria do CNJ, entendemos que no MS 24.875-1/DF o STF decidiu pela impossibilidade de aplicao da irredutibilidade de vencimentos em relao a subsdios/adicionais por tempo de servio, pois a fixao dos subsdios teria incorporado o adicional por tempo de servio, no sendo possvel, portanto, que o magistrado passasse a receber, alm do subsdio, o valor congelado correspondente aos antigos adicionais por tempo de servio. Igualmente, seguindo essa mesma orientao, no me parece possvel a manuteno do adicional por tempo de servio em at 55%, pois, mesmo previsto no art. 129 da Constituio do Estado de So Paulo, encontra previso expressa e antagnica no art. 65, VIII, da LOMAN, que fixa a gratificao adicional por qinqnio de servio, at o mximo de sete (CNJ PCA 489 Rel. Cons. Alexandre de Moraes 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Ementa no oficial). Limitao at sete qinqnios Quanto ao adicional de tempo de servio, qinqnio, ressalvando meu ponto de vista, no sentido da deciso do egrgio STF que reconheceu estar seu valor englobado no subsdio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito situao da magistratura da Unio, cuja remunerao anterior, efetivamente includos os 7 (sete) qinqnios, em qualquer nvel, ficara aqum do valor nominal do subsdio, em virtude da frmula matemtica que regeu a deciso poltica consertada entre os trs Poderes da Unio ao se fixar o subsdio e o teto, tanto que em nenhuma situao houve reduo nominal do valor total da remunerao, ao se introduzir o sistema de subsdios para a Unio e que est matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas Gerais, houve reduo do valor nominal da remunerao, devendo a diferena ser paga a ttulo de diferena pessoal mesmo que venha a ultrapassar o teto mximo, pois seno haveria conflito interno de normas constitucionais, entre uma clusula ptrea, irredutibilidade de vencimento e a outraINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

13 fruto de emenda fixando teto e sua repercusso, ainda, assim, em face dos precedentes deste Conselho, no caso em tela, mantendo a deciso anterior, determino sua excluso das rubrica, art. 95, III da CF (CNJ PCA 442 Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Ementa no oficial). No previstos na LOMAN. Possibilidade de sua manuteno Ressalvado meu posicionamento pessoal e doutrinrio quanto irredutibilidade de vencimentos, j apontado na anlise na medida liminar, juntamente com a maioria do CNJ, entendemos que no MS 24.875-1/DF o STF decidiu pela impossibilidade de aplicao da irredutibilidade de vencimentos em relao subsdios/adicionais por tempo de servio, pois a fixao dos subsdios teria incorporado o adicional por tempo de servio, no sendo possvel, portanto, que o magistrado passasse a receber, alm do subsdio, o valor congelado correspondente aos antigos adicionais por tempo de servio. Igualmente, seguindo essa mesma orientao, no me parece possvel a manuteno do adicional por tempo de servio em at 55%, pois, mesmo previsto no art. 129 da Constituio do Estado de So Paulo, encontra previso expressa e antagnica no art. 65, VIII, da LOMAN, que fixa a gratificao adicional por qinqnio de servio, at o mximo de sete (CNJ PCA 489 Rel. Cons. Alexandre de Moraes 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Ementa no oficial). A situao anloga do presente procedimento com o MS 24.875-1/ DF, no sentido da possibilidade excepcional de recebimento de vantagens pecunirias no previstas na LOMAN, desde que antigas e universais a todos os servidores pblicos, pode ser extrada do voto proferido pelo Ministro Ricardo Lewandowski no citado julgamento: Embora as normas do diploma legal em questo (Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis da Unio), posteriormente alterado pela Lei 8.112/90, tivessem como destinatrios os servidores pblicos stricto sensu, o STF estabeleceu que as vantagens previstas no art. 184 estendem-se tambm aos magistrados. Como referncia histrica, merece ser mencionada deciso proferida pelo Tribunal Pleno, em julgamento datado do ano de 1961, em que foi relator o Ministro Gonalves de Oliveira (RMS-DF 8.944, DJU 28.06.61). Mais recentemente, em deciso prolatada no ano de 2003, a Corte, por seu Tribunal Pleno, sendo relator o Ministro Maurcio Corra, assentou que as vantagens previstas no artigo 184 da Lei 1.711/52, embora dirigidas formalmente aos servidores pblicos em sentido estrito, vm sendo aplicadas aos magistrados em face do disposto no artigo 32, pargrafo nico, da LOMAN, que equipara as categorias para fins previdencirios. Em face disso, entendo temerria a alterao de toda a estrutura remuneratria cinqentenria da magistratura paulista em especial pela similitude do presente citado antes da adoo do regime de subsdios pelo Estado de So Paulo. Dessa forma, no vislumbro ilegalidade na continuidade do pagamento da parcela remuneratria intitulada sexta-parte, mesmo que acima do teto constitucional consistente nos subsdios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, de maneira a se evitar indevido decesso remuneratrio, desde que seu valor nominal seja congelado (CNJ PCA 489 Rel. Cons. Alexandre de Moraes 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Ementa no oficial). Qinqnios. Magistrados. Limite da LOMAN ultrapassado. Pagamento a ttulo de vantagem pessoal at sua extino Quanto ao adicional de tempo de servio, qinqnio, ressalvando meu ponto de vista, no sentido da deciso do egrgio STF que reconheceu estar seu valor englobado no subsdio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

14 situao da magistratura da Unio, cuja remunerao anterior, efetivamente includos os 7 (sete) qinqnios, em qualquer nvel, ficara aqum do valor nominal do subsdio, em virtude da frmula matemtica que regeu a deciso poltica consertada entre os trs Poderes da Unio ao se fixar o subsdio e o teto, tanto que em nenhuma situao houve reduo nominal do valor total da remunerao, ao se introduzir o sistema de subsdios para a Unio e que est matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas Gerais, houve reduo do valor nominal da remunerao, devendo a diferena ser paga a ttulo de diferena pessoal mesmo que venha a ultrapassar o teto mximo, pois seno haveria conflito interno de normas constitucionais, entre uma clusula ptrea, irredutibilidade de vencimento e a outra fruto de emenda fixando teto e sua repercusso, ainda, assim, em face dos precedentes deste Conselho, no caso em tela, mantendo a deciso anterior, determino sua excluso das rubrica, art. 95, III da CF (CNJ PCA 442 Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Parte do voto do relator). Recebimento de boa-f. Vedao de devoluo, desconto ou compensao Pedido de Providncias. Magistrados. Interrupo no pagamento de adicionais por tempo de servio e qinqnios antes da data-limite estabelecida pelo CNJ e desconto dos valores pagos pelos tribunais a esse ttulo, sob a forma de compensao. Res. 13/2006 do CNJ que permitiu os pagamentos at maio/2006. Direito ao recebimento desses adicionais at a data-limite estabelecida. Descontos indevidos, posto que recebidos os valores de boa-f. Procedncia dos pedidos. I) Se o CNJ, como rgo de controle da legalidade dos atos administrativos dos tribunais, atuou como intrprete e elemento integrador da Lei 11.143/2006 e, para os magistrados que se submetem ao sistema de subsdio, deu sobrevida aos adicionais at maio de 2006, diante da dico do art. 12 da Res. 13/2006, impe-se reconhecer a todos que se encontrem na mesma situao o direito a essa percepo at a data-limite, sob pena de discrmen e ofensa isonomia. II) A pretenso da Administrao Pblica de ver repetidos valores indevidamente pagos a ttulo de subsdio, vencimentos ou proventos, obriga e impe uma fase de conhecimento e de dilao probatria em que reste incontroverso que o pagamento foi efetivamente indevido e que o beneficirio tenha agido de m-f, considerando que os valores recebidos de boa-f no se submetem restituio, posto que, tendo o pedido natureza reparatria, essa boa-f exsurge como causa excludente da responsabilidade (CNJ PP 1069 Rel. Cons. Rui Stoco 48 Sesso j. 25.09.2007 DJU 15.10.2007). Trata-se de Pedido de Providncias, proposto pelo Tribunal Regional Federal da 5 Regio que, sustentado no reconhecimento da boa-f e no princpio da isonomia, busca junto ao CNJ o tratamento adotado para os Tribunais Estaduais, em relao ao ATS e efeitos da Resoluo 13 e 14/2006 do CNJ. Assim, concluo no sentido de que a justificada insegurana jurdica da Administrao at deciso definitiva do STF e regulamentao pelo CNJ: a boa-f dos beneficiados pelo pagamento do Adicional por Tempo de Servio, e o efeito firmado pelo CNJ para os seus atos normativos e vrias das decises, afastam a obrigatoriedade da devoluo do valor recebido no caso em espcie at a edio das Resolues 13 e 14/2006-CNJ (CNJ PP 1160 Rel. Cons. Ruth Carvalho 14 Sesso Extraordinria j. 06.06.2007 DJU 21.06.2007 Parte do voto do relator). Observaes: 1. A respeito do tema vide a Smula 106 do TCU, com a seguinte redao: O julgamento, pela ilegalidade das concesses de reforma, aposentadoria e penso, no implica por si s aINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

15 obrigatoriedade da reposio das importncias j recebidas de boa-f, at a data do conhecimento da deciso pelo rgo competente. 2. O TRF da 2 Regio assim decidiu: Administrativo. Servidor pblico. Recebimento de valores indevidos. Reposio ao Errio. Impossibilidade. Esta Segunda Turma j firmou entendimento no sentido de que o servidor, recebendo de boa-f remunerao por enquadramento indevido, por erro exclusivo da Administrao, consoante precedentes do STJ, no est obrigado a devolver a contraprestao recebida, pela prestao prvia de servio (TRF 1a R. 2a T. Ap. 1998.38.00.025939-5 Rel. Tourinho Neto DJU 07.11.2002, p. 50). No mesmo sentido: STF, 1a T., RE 88.110, Rel. Min. Rodrigues Alckmin, DJU 20.10.78). Recebimento por longos anos de boa-f. Irredutibilidade Quanto ao adicional por tempo de servio, que aqui interessa no momento, considerou-se que absorvido pelo sistema de subsdios, compreendido em seu valor, mas, veja-se, e a o ponto nodal, sem que isso, no caso, tivesse representando decrscimo remunerao dos impetrantes. Essa, em verdade, e ao que se cr, a razo pela qual o julgamento referido no chegou a enfrentar o adicional sob a perspectiva da irredutibilidade. Por bvio, no se discute irredutibilidade se reduo no houve. E, de mais a mais, nem faria sentido, de novo pelo que se acredita, garantir irredutibilidade de gratificao nem mesmo prevista na LOMAN, e no a adicional contemplado pela mesma legislao (art. 65, VIII). A tese, parece, foi a de que como o teto primitivo impunha a todos os Magistrados percepo, contando o ATS, de remunerao no superior ao montante recebido por Ministro, ento a implantao do subsdio, absorvendo esses valores, no ocasionou reduo alguma (v. fls. 16/17, item 26, do voto do Min. Seplveda Pertence). De toda sorte, quando mais no fosse, restaria ainda a questo da incidncia, espcie, do princpio da boa-f objetiva, de inspirao constitucional (art. 3, I), e que concorreria a obviar corte de que se pudesse cogitar. Anotei, no voto antes proferido, que o quadro subjacente ao debate presente envolve a percepo de verba prevista na LOMAN, de modo contnuo no tempo. E por muito tempo. So anos, dcadas at, durante as quais juzes, alm dos servidores, recebem verbas previstas em lei, que compe a remunerao, de boa-f auferida, a qual encerra a contrapartida de trabalho prestado e a renda de que se utilizam para viver. Em diversos termos, escudado em lei, o Poder Pblico, por dez, vinte, trinta anos, paga ao integrante do Judicirio verbas que compe sua remunerao, sem qualquer ressalva. Cria a confiana em que esse o importe legtimo da contrapartida pelos servios prestados. Com base no respectivo valor, na confiana despertada sobre sua legitimidade, e reforada pela previso da irredutibilidade, o recebedor organiza seu oramento, seus gastos, enfrentados, dadas as vedaes impostas ao juiz (art. 95 da CF/88 e art. 36 da LOMAN), essencialmente com a quantia que consubstancia sua remunerao. E, passado todo esse tempo, o Poder Pblico, quebrando a justa expectativa criada, a pretexto de adequar a remunerao ao teto posteriormente institudo, merc de reforma constitucional, que, entretanto no exclui a garantia de irredutibilidade, supondo inclusive que isso fosse possvel, ante a natureza do direito envolvido, e procurando afast-la ao argumento da ilegitimidade das verbas que sempre pagou, corta parte da remunerao que vinha sendo paga a seu servidor, em sentido amplo e comum. Ora, j no fosse o quanto antes deduzido no tocante irredutibilidade, tem-se que a situao tpica, conforme se cr, de maltrato a um princpio bsico na relao entre as pessoas, de ordem e origem tambm constitucional (art. 3, I), aplicvel no s no trato entre particulares, mas igualmente Administrao Pblica. Refere-se o princpio da boaf objetiva, corolrio do solidarismo elevado, na disposio constitucional citada, a elemento axiolgico bsico do sistema, verdadeiro imperativo tico, de lealdade, a permearINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

16 as relaes em geral, as jurdicas dentre elas. Cuida-se de um padro tico de comportamento, um standard de conduta leal, colaborativa, de preservao da confiana e expectativa despertadas (ver, por todos, a respeito: ADOLFO DI MAJO. Obbligazioni in genere. Bolonha: Zanichelli, 1985, p. 312). E, contido no amplo espectro desse princpio, revelando uma das inmeras funes que lhe so reconhecidas, no caso de limitao ao exerccio de direitos, quer-se vedar comportamentos contraditrios. a chamada teoria dos atos prprios, em cujos lindes se coloca a proibio do venire contra factum proprium. Significa exercitar prerrogativa dissonante, contraditria com comportamento anterior (cf. JUDITH MARTINS COSTA. A Boa F no Direito Privado. So Paulo: Ed. RT, p. 461). Na espcie, seria a Administrao pagar, ao pressuposto de que legtimo esse pagamento, inclusive porquanto escudado em lei e no raro prestigiado pela jurisprudncia, uma certa remunerao a seus servidores e, tempos depois, considerao de que alterada a legislao, mesmo na esfera constitucional, cortar parte das verbas pagas, desconsiderando a irredutibilidade ao argumento de que ilegtimas as verbas cortadas. Seria, a rigor, como que uma autotutela tardia, seno pela prescrio administrativa, mas de novo por obra e incidncia da boa-f objetiva, aqui externada pelo fenmeno da suppressio, ou seja, a perda da possibilidade de exerccio de uma prerrogativa pela inrcia do titular durante tempo passado de tal modo a criar a justa expectativa de que a mesma prerrogativa no mais se exercitaria (MENEZES CORDEIRO. Da boa f no Direito Civil., Coimbra: Almedina, 1984, v. 2, p. 466). Posta a matria ao mbito administrativo, o que ALMIRO DO COUTO E SILVA, forte em larga doutrina que cita, em precedente lder, consubstanciado no RE 85.179-RJ, bem assim no que lembra chamar-se de situao que o tempo consolidou, considera ser mesmo uma limitao ao exerccio da autotutela, no fosse a ressalva j contida na prpria Smula 473, que a contempla, em nome da segurana jurdica e da aparncia de legitimidade, alis no caso mesmo presumida, caracterstica dos atos administrativos, e ainda que diante da prtica de um ato invlido pela Administrao (Princpios da Legalidade da Administrao Pblica e da Segurana Jurdica no Estado de Direito Contemporneo. Revista de Direito Pblico, n. 84, out.-dez./1987, p. 46-63). De uma maneira ou de outra, sempre uma questo ou uma preocupao de no frustrar a justa expectativa criada nas relaes, a confiana despertada no sujeito. Exatamente o que se daria se agora se desconsiderasse a irredutibilidade a pretexto de que ilegtimo o adicional. De todo modo, respeita-se a vontade da maioria e, como constou de fls., tornase definitiva a liminar para corte. Por fim, quanto s verbas glosadas, resta a chamada diferena individual de magistrado, que no voto de fls. j se reconhecia inespecfica e inexplicada. Mas por assim ter permanecido, ou seja, remanescendo a falta de justificativa sobre sua origem e amparo legal, ou por deciso judicial, repita-se, na esteira do que j constara do voto de instaurao, determina-se o seu corte. A ltima ressalva a se fazer diz com a orientao fixada no julgamento do PCA 436, que se deliberou que as verbas mantidas, quando j implantado o regime do subsdio, devem ser calculadas sobre o importe da remunerao anterior. Nesses termos, ento, com a ressalva de posicionamento pessoal deste relator, julga-se parcialmente procedente este Procedimento de Controle Administrativo, para determinar o corte do ATS e da diferena individual de magistrado, tudo nos moldes do quanto no voto se detalha (CNJ PCA 485 Rel. Cons. Cludio Godoy 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Parte do voto do relator). Servio prestado por servidor administrao direta do Estado. Contagem do tempo para fins de percepo de adicionais Adicional por tempo de servio. Servidor pblico federal. Anunio. Tempo de servio prestado administrao indireta. Contagem sem limitao temporal.INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

17 Inviabilidade. 1) O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Contas da Unio j sedimentaram o entendimento de que se computa o tempo de servio prestado em prol da administrao pblica indireta empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas pelo Poder Pblico , para fins de percepo de adicional por tempo de servio. 2) Os servidores pblicos civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais, todavia, somente fazem jus contagem do tempo de servio prestado a empresas pblicas federais e sociedades de economia mista entidades da Administrao Pblica Indireta - para os fins de percepo de adicional por tempo de servio se estiveram sob o regime da Lei 8.112/90 em algum momento compreendido entre 12/12/1990 e 10/12/1997, em cujo interstcio havia previso legal de concesso de anunio. 3) Os servidores que ingressaram no regime da Lei 8.112/90 somente aps 10/12/1997 dia anterior ao incio da vigncia da Lei 9.527/97 , no incorporam adicional por tempo de servio conquistado anteriormente ao tempo em que empregados de estatal, pois no h direito adquirido a vantagens de regime jurdico diverso. 4) Pedido formulado em Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente (CNJ PCA 200910000011883 Rel. Cons. Joo Oreste Dalazen 86 Sesso j. 09.06.2009 DJU 17.06.2009). ADICIONAL TRINTENRIO No constitui adicional por tempo de servio V-se, assim, que no caberia ao Conselho Nacional de Justia excluir verbas outorgadas magistratura local por leis e constituio do respectivo Estado, mesmo que tais vantagens no estejam previstas na LOMAN, se posteriores a 05.10.88. Dessa forma, a parcela de equivalncia, por ser um valor transitrio e referente a uma reposio de diferena de remunerao no passado, se excluda agora, reiteraria o prejuzo de ento que pretendia repor. Ademais, na Unio tal parcela acabou incorporada pela Lei 10.474, e, inclusive, foi levada em conta quando da fixao do subsdio e do teto. Por outro lado, no que se reporta ao abono famlia devida hoje, a apenas 9 (nove) magistrados, vantagem de lei de 1948, no h como excluir seu valor se a soma ultrapassa o subsdio, por se tratar de vantagem legalmente concedida, inclusive antes da Emenda 07/77 e da LOMAN. No mesmo sentido, a gratificao chamada de adicional trintenrio, com expressa previso na Constituio do Estado, e j reconhecido pelo egrgio STF no possui a natureza de adicional de tempo de servio (CNJ PCA 442 Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian 13 Sesso Extraordinria j. 05.06.2007 DJU 21.06.2007 Parte do voto do relator). ADITAMENTO Petio inicial. Aditamento aps julgamento pelo Plenrio Embargos declaratrios em Procedimento de Controle Administrativo. Fatos novos. Invivel o aditamento do pedido aps deciso plenria. Diante da relevncia das noticias anunciadas e tendo este Conselho a prerrogativa de agir ex officio, deve ser instaurado novo procedimento (CNJ PCA 90 Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho 25 Sesso Ordinria j. 12.09.2006 DJU 29.09.2006 Ementa no oficial). ADMINISTRAO PENITENCIRIAINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

18 Cumprimento da Resoluo 47/2007 do CNJ. Condies adequadas de funcionamento das prises e garantia aos presos de sua integridade fsica e moral Penitenciria de Guare/SP. Descumprimento da Resoluo 47/2007 do CNJ. premente o cumprimento da Resoluo 47/2007, do CNJ, a fim de proporcionar segurana e assegurar condies adequadas de funcionamento dos estabelecimentos prisionais, alm de garantir aos presos o respeito sua integridade fsica e moral. Solues concretas devem ser adotadas pela Corregedoria-Geral de Justia do TJSP, afastando-se meros paliativos (CNJ PP 200710000015260 Rel. Cons. Paulo Lbo 60 Sesso j. 08.04.2008 DJU 07.05.2008). Superpopulao carcerria. Tratamento conjunto do Poder Judicirio e Executivo, sob pena de violao ao princpio da separao dos Poderes O enfoque a ser dado ao problema da superpopulao prisional transcende os limites pontuais em cada caso, porquanto macro, sistmico, mundial e complexo. No pode ser abordado isoladamente, mas sim receber tratamento conjunto de todos os rgos setoriais envolvidos dos Poderes Judicirio e Executivo, por meio dos canais competentes, sob pena de usurpao da competncia originria para formulao das polticas pblicas de Administrao Penitenciria, ocasionando violao ao princpio da separao dos Poderes (art. 2 da CF/88) e clusula da reserva do possvel (APDF 45). Procedimento de Controle Administrativo a que se nega provimento (CNJ PCA 200810000002397 Rel. Cons. Jorge Maurique 60 Sesso j. 08.04.2008 DJU 07.05.2008). ADMINISTRAO PBLICA Comportamento exigido de seus agentes O trao fundamental do Estado Democrtico de Direito a impessoalidade, no se admite privilgios e favoritismos na Administrao. A coisa pblica no pode prestigiar este ou aquele, gerando preferncias que favorecem interesses exclusivamente privado. Nem sequer por um momento o Administrador pode deixar de cuidar do interesse da coletividade. Procedimento de Controle Administrativo julgado procedente, com a determinao de providncias vrias e remessa de cpias aos rgos responsveis pela apurao dos ilcitos administrativos e criminais e devoluo de parcelas indevidamente pagas (CNJ PCA 255 Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti 65 Sesso j. 24.06.2008 DJU 05.08.2008). Presuno de que venha a agir de forma irregular e com m-f Impossibilidade de se presumir que a Administrao Pblica venha, futuramente, a agir de forma irregular e com caracterizada m-f (CNJ PP 200710000012910 Rel. Cons. Andra Pach 62 Sesso j. 13.05.2008 DJU 02.06.2008). ADOO V. tb.: ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE INFNCIA E JUVENTUDEINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

19 Cadastro Nacional de Adoo. Implantao e funcionamento O Conselho Nacional de Justia implantar o Banco Nacional de Adoo, que tem por finalidade consolidar dados de todas as comarcas das unidades da federao referentes a crianas e adolescentes disponveis para adoo, aps o trnsito em julgado dos respectivos processos, assim como dos pretendentes a adoo domiciliados no Brasil e devidamente habilitados (Art. 1 da Res. CNJ 54, de 29.04.2008). O Banco Nacional de Adoo ficar hospedado no Conselho Nacional de Justia, assegurado o acesso aos dados nele contidos exclusivamente pelos rgos autorizados (Art. 2 da Res. CNJ 54, de 29.04.2008). As Corregedorias dos Tribunais de Justia funcionaro como administradoras do sistema do respectivo Estado, e tero acesso integral aos cadastrados, com a atribuio de cadastrar e liberar o acesso ao juiz competente de cada uma das comarcas, bem como zelar pela correta alimentao do sistema, que dever se ultimar no prazo de 180 dias da publicao desta Resoluo (Art. 3 da Res. CNJ 54, de 29.04.2008). As Corregedorias Gerais da Justia e os juzes responsveis pela alimentao diria do sistema encaminharo os dados por meio eletrnico ao Banco Nacional de Adoo (Art. 4 da Res. CNJ 54, de 29.04.2008). O Conselho Nacional de Justia prestar o apoio tcnico necessrio aos Tribunais de Justia dos Estados e do Distrito Federal para alimentar os dados no Banco Nacional de Adoo. Os Tribunais podero manter os atuais sistemas de controle de adoes em utilizao, ou substitu-los por outros que entendam mais adequados, desde que assegurada a migrao dos dados, por meio eletrnico, contidos nas fichas e formulrios que integram os anexos desta Resoluo (Art. 5 e pargrafo nico da Res. CNJ 54, de 29.04.2008). O Conselho Nacional de Justia, as Comisses Estaduais Judicirias de Adoo - CEJAS/Cejais e as Corregedorias Gerais da Justia devem fomentar campanhas incentivando a adoo de crianas e adolescentes em abrigos e sem perspectivas de reinsero na famlia natural. O Conselho Nacional de Justia celebrar convnio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidncia da Repblica -SEDH para troca de dados e consultas ao Banco Nacional de Adoo (Art. 6 e pargrafo nico da Res. CNJ 54, de 29.04.2008). ADVERTNCIA Palavras-chave: REPREENSO PENALIDADES V. tb.: CENSURA Sano disciplinar de censura nas hipteses de negligncia funcional Dosimetria da sano disciplinar: censura ou aposentadoria. A censura a sano prpria para os casos de negligncia funcional (LOMAN, art. 44). A ausncia de prova do dolo do acusado obsta a imposio de sano mais severa. Reviso disciplinar parcialmente conhecida e rejeitada (CNJ RD 34 Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Jnior 74 Sesso j. 18.11.2008 DJU 05.12.2008).INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

20 Sano imposta a magistrado. Promoo ao Tribunal de Justia Reviso Disciplinar. Magistrado. Falta punvel com penas de advertncia/censura. Representado promovido ao Tribunal de Justia. Impossibilidade de aplicao da pena. LOMAN, art. 42, pargrafo nico. Participao no julgamento de Desembargador declarado suspeito. Deciso unnime. Nulidade inexistente. I) Promovido o Juiz de Direito para Desembargador antes do encerramento do julgamento do procedimento disciplinar, na hiptese de penas de advertncia ou censura, correto o arquivamento ou a improcedncia da representao, por impossibilidade de aplicao da penalidade. II) A participao de magistrado declarado suspeito na votao no gerou prejuzo ou sequer alterou a concluso, porquanto esta se deu unanimidade. O voto em tela seria irrelevante perante o resultado, eis que, mesmo sem ele, a deciso no favoreceria ao representante (Precedente Colendo STJ, 5a T., Proc. 2003/0230933-5, DJU 27.09.2004, p. 373). III) Reviso Disciplinar julgada improcedente (CNJ REVDIS 20 Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian 40 Sesso j. 15.05.2007 DJU 24.05.2007). ADVOCACIA Carga de autos. Critrios estabelecidos pelo Tribunal visando sua regulamentao Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo. Carga de autos. Direito de acesso. Prerrogativas da advocacia. Responsabilidade dos advogados por atos de seus prepostos. Norma do Tribunal regulamentadora. Legalidade. Desprovimento. I) O direito de o causdico ter vista e exame do processo integra a garantia da ampla defesa, pois o advogado indispensvel administrao da Justia (arts. 5, LV, e 133, caput, da CF/88). Precedentes (PCAs 14.401 e 15.168). II) No h ilegalidade em norma regulamentadora de Tribunal que estabelece parmetros para administrar carga dos autos aos advogados e seus prepostos. Eventual irregularidade praticada por pessoa autorizada pelo advogado da causa deve ser resolvida na esfera da co-responsabilidade. III) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega (CNJ PCA 200810000020107 Rel. Cons. Jorge Maurique 75 Sesso j. 02.12.2008 DJU 19.12.2008). Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Incluso do tempo de exerccio da advocacia como ttulo Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Pblico para Ingresso de Provas e Ttulos para Delegao dos Servios de Tabelionato e de Registro. Impugnao do edital. Prova de ttulos. Exerccio da advocacia. No fere o princpio da isonomia a possibilidade de incluir tempo de exerccio da advocacia como ttulo. Improcedentes. (CNJ PCA 200810000001794, PCA 200810000002907, PCA 200810000003407, PCA 200810000001903 e PCA 200710000012556 Rel. Cons. Andra Pach 58 Sesso j. 11.03.2008 DJU 03.04.2008). Quarentena. Vedao ao Juiz de Direito de Primeira Instncia de exercer a advocacia na comarca na qual se afastou por aposentadoria ou exonerao

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21 Pedido de Providncias. Consulta. Art. 95, pargrafo nico, inc. V, da Constituio Federal. Quarentena. Extenso da vedao relativa aos juzes de primeira instncia. 1) Ao juiz de Direito vedado exercer a advocacia na Comarca da qual se afastou, antes de decorridos trs anos do afastamento do cargo, por aposentadoria ou exonerao. 2) Ao juiz Federal ou juiz do Trabalho vedado exercer a advocacia na seo, onde no houver subdiviso judiciria, subseo ou foro do qual se afastou, antes de decorridos trs anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonerao. Consulta parcialmente conhecida (CNJ PP 200910000010374 Rel. Cons. Jos Adonis Callou de Arajo S 82 Sesso j. 14.04.2009 DJU 17.04.2009). ADVOGADO Palavras-chave: CONSULTOR PROCURADOR REPRESENTANTE V. tb.: ADVOCACIA Adoo de regra uniforme para tornar imprescindvel a atuao de advogados nos Juizados Especiais Pedido de Providncias. Dispensa de advogado nos Juizados Especiais Federais (art. 10 da Lei 10.259/01). Regulamentao uniforme. Inviabilidade. ADIM 3168/DF. Rejeio do pedido. I) Invivel adotar regra uniforme no sentido de tornar imprescindvel a assistncia das partes por advogados nos Juizados Especiais Federais, em face dos princpios da celeridade, oralidade, informalidade, simplicidade, economia processual e acesso jurisdio. II) Questo j analisada pelo Supremo Tribunal Federal, no sentido de considerar constitucional a prescindibilidade dos causdicos nas causas de natureza cvel perante os Juizados Especiais Federais. III) Pedido de provimento rejeitado (CNJ PP 1037 Rel. Cons. Mairan Gonalves Maia Jnior 47 Sesso j. 11.09.2007 DJU 27.09.2007). Atendimento pelos magistrados No se pode deslembrar que parte das prerrogativas de autonomia garantida ao exerccio da funo jurisdicional a possibilidade de organizao e definio dos momentos adequados para a prtica de atos processuais e de atendimento e recebimento de advogados. A magistrada requerida, conforme narrativa feita, estava envolvida em vrias atividades naquele dia, havendo audincias agendadas e compromissos definidos. A deciso que tomou de recusar o atendimento imediato do advogado, definindo o momento conveniente para faz-lo no configura qualquer desrespeito, tampouco obstculo ao exerccio da profisso, evidentemente se tal ocorreu segundo as suas informaes prestadas (CNJ RD 200810000009318 Rel. Cons. Rui Stoco 69 Sesso j. 09.09.2008 DJU 26.09.2008 Ementa no oficial). O advogado essencial e indispensvel administrao da justia (CF/88, art. 133) e, nos termos do Estatuto da Advocacia merece respeito e considerao. E, dvida no resta, a ele se deve assegurar o direito de ser recebido em audincia pelo representante da Magistratura. No haver de ser preterido ou desrespeitado (CNJ RD 200810000009318 Rel. Cons. Rui Stoco 69 Sesso j. 09.09.2008 DJU 26.09.2008 Ementa no oficial). Pedido de Providncias. Consulta formulada indagando acerca do atendimento dos advogados pelos juzes de direito. Deciso monocrtica proferida.INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

22 Recurso contra a deciso interposto fora do prazo legal. Rejeio pelo relator. Pedido de reconsiderao insistindo no conhecimento do recurso. Inadmissibilidade. Pedido de reconsiderao afastado e recurso no conhecido. O art. 98 do Regimento Interno deste Conselho prev apenas e to-somente a oitiva dos eventuais beneficirios dos efeitos de ato impugnado, que so intimados por edital nos Procedimentos de Controle Administrativo. No faz meno intimao por edital de terceiros prejudicados. Na hiptese dos autos no se trata de procedimento dessa espcie (PCA), mas apenas, de consulta que sequer encontra previso expressa no Regimento Interno desta Corte. De sorte que nada justificava a intimao dos magistrados brasileiros na hiptese sob anlise (CNJ PCA 1465 Rel. Cons. Rui Stoco 50 Sesso j. 23.10.2007 DJU 09.11.2007 Ementa no oficial). Atividades jurdicas incompatveis com o exerccio da advocacia. Matria regulada pela Res. 11, art. 2 Pedido de Providncias. Res. 11 do CNJ. Definio sobre atividades que, jurdicas, sejam incompatveis com o exerccio da advocacia. Matria j abrigada na disposio do art. 2 do referido ato normativo. Arquivamento. (CNJ PP 356 Rel. Cons. Cludio Godoy 18 Sesso j. 02.05.2006 DJU 08.05.2006). Ato normativo de tribunal visando proibir o exerccio cumulativo de advocacia privada com a de defensor pblico nomeado Procedimento de Controle Administrativo. Ato emanado da Corregedoria Geral de Justia do TJAP. Carter orientativo. Pretenso de controle com vistas proibio de exerccio cumulativo da advocacia privada com as atribuies de defensor pblico nomeado ad nutum. Competncia do CNJ. Desconstituio do ato. I) Pedido de desconstituio da Recomendao 003/2008, emanada da Corregedoria-Geral de Justia do Tribunal de Justia do Amap para desestimular a atuao jurisdicional restritiva do desempenho da advocacia privada pelos Defensores Pblicos ad nutum. II) Conquanto meramente orientativa a Recomendao 003/2008, bem assim, despida de juzo de valor acerca da legalidade ou constitucionalidade da atuao dos Defensores nomeados ad nutum e considerada, ainda, sua clara inteno de acautelar os juzes estaduais acerca da temeridade de decises proibitivas do exerccio de atividades sujeitas a regras institucionais e regulamentao prprias, sem prvia interposio legislativa ou manifestao expressa do STF, sua edio afeta, ainda que indiretamente, o contedo decisrio de decises judiciais. III) Procedimento de Controle Administrativo a que se defere (CNJ PCA 200810000012391 Rel. Cons. Mairan Gonalves Maia Jnior 75 Sesso j. 02.12.2008 DJU 19.12.2008). Atuao de advogado. Reclamao a ser dirigida Corregedoria do Tribunal local. Matria estranha atividade censria do CNJ Pedido de Providncias. Reclamo contra atuao de advogado. Matria estranha atividade censria do CNJ. Narrativa, no mais, a exigir esclarecimentos, ante a forma com que vazada, mas o que se pode dar na Corregedoria de origem. Atividade do CNJ, quando de contedo disciplinar, em principio supletiva. Ausncia de qualquer indicativo de que o caso no possa ser apurado na Corregedoria do Tribunal local Arquivamento, com remessa de cpias, e ressalvada a possibilidade de retomada do expediente, se o caso. (CNJ PP 174 Rel. Cons. Cludio Luiz Bueno de Godoy 12 Sesso j. 31.01.2006 DJU 09.02.2006).INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

23 Carga de autos Procedimento de Controle Administrativo. Limitao da carga de autos a advogados. Ato normativo que ofende direito do advogado. Necessidade de esgotar a instncia administrativa. Competncia da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justia para apreciar o pedido. Remessa do PCA. (CNJ PCA 401 Rel. Paulo Schmidt 11 Sesso Extraordinria j. 09.05.2007 DJU 18.05.2007). Carga de autos. Critrios estabelecidos pelo Tribunal visando sua regulamentao Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo. Carga de autos. Direito de acesso. Prerrogativas da advocacia. Responsabilidade dos advogados por atos de seus prepostos. Norma do Tribunal regulamentadora. Legalidade. Desprovimento. I) O direito de o causdico ter vista e exame do processo integra a garantia da ampla defesa, pois o advogado indispensvel administrao da Justia (arts. 5, LV, e 133, caput, da CF/88). Precedentes (PCAs 14.401 e 15.168). II) No h ilegalidade em norma regulamentadora de Tribunal que estabelece parmetros para administrar carga dos autos aos advogados e seus prepostos. Eventual irregularidade praticada por pessoa autorizada pelo advogado da causa deve ser resolvida na esfera da co-responsabilidade. III) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega (CNJ PCA 200810000020107 Rel. Cons. Jorge Maurique 75 Sesso j. 02.12.2008 DJU 19.12.2008). Critrios para integrao do quinto constitucional dos tribunais Quinto Constitucional. Acesso a Tribunal de Justia dos Estados. Lista trplice. Formao. Publicidade da sesso e motivao da deciso. Artigo 93, inciso X, da Constituio Federal. A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, que desencadeou a reforma do Poder Judicirio, consagrou, de vez, o princpio da publicidade e transparncia nas decises judiciais e administrativas por ele proferidas, que passaram a ser obrigatoriamente realizadas em sesso pblica, mediante votos abertos, nominais e fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, indispensvel que a formao da lista trplice dos candidatos que concorrero s vagas destinadas aos advogados e membros do Ministrio Pblico se faa no s em sesso pblica, mas, tambm, por meio de votao aberta, nominal e fundamentada, semelhana do que ocorre com a promoo por merecimento de magistrados aos Tribunais de segundo grau (Resoluo CNJ 6/2005, art. 1) (CNJ PP 200710000004973 Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos 45 Sesso j. 14.08.2007 DJU 05.09.2007). Distino entre acesso aos autos e carga dos autos Procedimento de Controle Administrativo. Regulamento do Tribunal sobre acesso e carga de autos. Distino entre acesso aos autos e carga dos autos. Ausncia de conflito entre os princpios da publicidade e da indispensabilidade do advogado. Indeferimento. No se confunde o acesso dos autos com a carga dos autos. O acesso significa a concretizao do direito de qualquer pessoa compulsar os autos na serventia do Tribunal, enquanto que a carga dos autos o direito das partes e seus representantes retirarem os autos do processo em que litigam das dependncias da Corte.INFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

24 Precedentes do STF (AI 577847-PR e MC no MS 26772-DF) (CNJ PCA 200710000014401, PCA 200710000015168 e PCA 200710000009387 Rel. Cons. Jorge Maurique 65 Sesso j. 24.06.2008 DJU 05.08.2008). Exigncia de juntada do contrato de honorrios para expedio de Requisio de Pequeno Valor Recurso Administrativo em Procedimento de Controle Administrativo. Indeferimento de liminar. Ausncia de urgncia. Portaria 08/GAJUC/JEF/PI. Exigncia de contrato de horrios para expedio de RPVRequisio de Pequeno Valor. 1) Pretenso de suspenso dos efeitos da Portaria 08/CAJUC/JEF/PI, que torna exigvel a juntada de contrato de honorrios advocatcios aos respectivos processos, como condio para a expedio de Requisies de Pequeno Valor RPVs. 2) O cumprimento da Portaria at final julgamento deste Procedimento de Controle Administrativo no implicar danos irreparveis s partes e aos advogados com atuao no espao de incidncia da norma. Recurso a que se nega provimento (CNJ PCA 200910000000964 Rel. Cons. Jos Adonis Callou de Arajo S 80 Sesso j. 17.03.2009 DJU 06.04.2009). Insurgncia contra a concesso da palavra ao MP na sesso de julgamento Pedido de Providncias. Advogado que se insurge contra a concesso da palavra ao membro do Ministrio Pblico em todas as sesses de julgamento. Alegado desequilbrio entre as partes. Pedido improcedente. (CNJ PP 6386 Rel. Cons. Andra Pach 49 Sesso j. 09.10.2007 DJU 25.10.2007). Interposio de Representao por Excesso de Prazo e de Reclamao Disciplinar. Necessidade de instrumento de procurao com poderes especiais Recurso Administrativo. Reclamao Disciplinar. Interposio por advogado. Exigncia de procurao com poderes especficos. Regulamento Geral da Corregedoria do Conselho Nacional de Justia. Arquivamento sumrio mantido. I) Para a formulao de Reclamao Disciplinar e de representao por excesso de prazo, por intermdio de procurador, indispensvel a juntada de cpia da procurao com poderes especiais para esse fim (art. 14, 1, do Regulamento Geral da Corregedoria). II) Recurso conhecido e no provido (CNJ RD 361 Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha 49 Sesso j. 09.10.2007 DJU 25.10.2007). Livre exerccio profissional do advogado. Cerceamento e retaliaes por parte da OAB. Controle que refoge da competncia do CNJ Pedido de Providncias. Recurso. Tutela do livre exerccio profissional. Alegao de cerceamento e retaliaes por parte da Ordem dos Advogados do Brasil. Solicitao de acompanhamento e/ou avocao de mandado de segurana em curso perante a Justia Estadual. Falta de delimitao do ato impugnado. Violao ao art. 96 do RI/CNJ. I) Refoge competncia deste rgo o controle de atos praticados por agentes estranhos aos quadros do Poder Judicirio. II) Conquanto indispensvel administrao da justia (art. 133, CF/88), a figura do advogado no se insere no quadro de carreira da magistratura e, portanto, na organizao funcional do poder incumbido de prestar, em carter definitivo, o servio jurisdicional demandado pela coletividade. III) O controle autorizado pelo artigo 103-B da CF/88 circunscreve-se rea administrativa eINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

25 financeira, transbordando das tarefas confiadas ao Conselho eventuais auditorias sobre a instruo de processos judiciais, bem assim, sobre a formao do convencimento dos julgadores, seja em primeira instncia, seja em grau recursal. IV) Falta de delimitao do ato impugnado, em flagrante violao ao disposto no art. 96 do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justia. V) Recurso no provido (CNJ PP 200810000003237 Rel. Cons. Mairan Gonalves Maia Jnior 60 Sesso j. 08.04.2008 DJU 07.05.2008). Possibilidade de uso de energia do Frum durante a sesso de julgamento Pedido de Providncias. Consulta de advogado. Possibilidade de uso da energia do Frum durante a sesso de julgamento. Utilizao de notebook. Prtica obstada por Juiz Presidente da sesso do Tribunal do Jri. Em respeito aos princpios do contraditrio e da ampla defesa, no se pode permitir que magistrado ou servidor de tribunal impea que advogado, defensor pblico, ou mesmo membro do Ministrio Pblico faam uso de computador porttil em sesso de julgamento, uma vez que se encontram no exerccio constitucional de suas atribuies, sob pena de configurar manifesto cerceamento de defesa. Alm disso, o gasto de energia no tem nenhuma expresso econmica, conforme atestado pela Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL, representando consumo baixssimo (0,06 kWh) e custo de menos de um centavo (R$ 0,038) por hora. Episdio que deve ser examinado pela Corregedoria Nacional de Justia a qual se remete o procedimento para anlise disciplinar. Deciso unnime quanto ao mrito da consulta e, por maioria, remetido Corregedoria (CNJ PP 20071000013561 Rel. Cons. Tcio Lins e Silva 76 Sesso j. 16.12.2008 DJU 30.01.2009). Prescindibilidade de sua atuao Apura-se que a exigncia intransigente da assistncia de advogado acaba por no atender ao objetivo ltimo do processo que o acesso ordem jurdica justa (onde assume relevo a tendncia universalizao da jurisdio, embora nela no se esgote seu contedo, conforme a j clssica advertncia de Kazuo Watanabe); tampouco se mostra exigvel, ou mesmo necessria, para que a parte que tenha razo seja ele o autor ou o ru obtenha a tutela jurisdicional e por fim, menos ainda se mostra proporcional em sentido estrito, na medida em que no h qualquer justificativa democrtica para a exigncia da contratao de um profissional. No se pode inferir qualquer vestgio de falta funcional com fundamento nos elementos suscitados na presente Reclamao Disciplinar. O ato essencialmente judicial questionado, como j advertido, no ultrapassa o permetro judicializado e com abrigo nas construes pretorianas no pode merecer qualquer espcie de censura neste ambiente administrativo (CNJ DOCAV 4423 Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha 53 Sesso j. 04.12.2007 DJU 20.12.2007 Ementa no oficial). Presena das partes acompanhadas de advogados perante a justia trabalhista. Faculdade Pedido de Providncias. Presena das partes na Justia Trabalhista acompanhadas de advogado. Norma do Tribunal de origem que torna obrigatria. Inviabilidade. Deferimento. I) facultativa a presena das partes acompanhadas de advogados perante a justia trabalhista, nos termos do art. 791, 1 da CLT, bem como diante do entendimento cautelar do STF na suspenso da eficcia do art. 1, I, do EOAB (ADI MC 1.127/DF). II) Pedido de Providncias julgado procedente paraINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

26 determinar ao Tribunal ad quo que modifique o teor de provimentos de sua e. Corregedoria no sentido oposto ao mandamento legal e entendimento jurisprudencial (CNJ PP 9788 Rel. Cons. Mairan Gonalves Maia Jnior 54 Sesso j. 18.12.2007 DJU 08.02.2008). Pretenso de que o direito de postular em juzo seja exercido sem a interferncia de advogado Recurso administrativo em Pedido de Providncias. Solicitao no sentido de que o direito postulatrio possa ser exercido sem a interferncia de advogados. Matria fora da competncia do CNJ como enfocado na deciso monocrtica. (CNJ PP 842 Rel. Cons. Marcus Faver 28 Sesso j. 24.10.2006 DJU 20.11.2006 Ementa no oficial). Quinto Constitucional dos Tribunais. Lista trplice Recomenda a esses Tribunais que regulamentem a orientao emanada deste Conselho Nacional de Justia, aplicvel a todos, no sentido de que a lista trplice a que se refere o artigo 94, pargrafo nico, da Constituio Federal, seja formada em sesso pblica, mediante votos abertos, nominais e fundamentados (Recomendao CNJ 13, de 06.11.2007). AFASTAMENTO DE MAGISTRADO DA JURISDIO V. tb.: MAGISTRADOS Afastamento para fins de aperfeioamento profissional Vide: Res. CNJ 64, de 16.12.2008. Afastamento para fins de aperfeioamento profissional. Afastamento aps a concluso do curso Vide: Art. 10 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008. Afastamento para fins de aperfeioamento profissional. Pagamento de dirias Vide: Art. 9 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008. Afastamento para fins de aperfeioamento profissional. Pagamento de frias Vide: Art. 11 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008. Interesse particular. Remunerao Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justia de Mato Grosso. Regra de Lei de Organizao e Diviso Judicirias do Estado do Mato Grosso. COJE-MT que dispe acerca do afastamento do Magistrado em razo de interesse particular. Afastamento no previsto pela Lei Orgnica da Magistratura Nacional LOMAN. I) Ajuizamento de Mandado de Segurana Coletivo pela Associao dos Magistrados. Segurana Impetrada aps o ingresso do Procedimento de Controle Administrativo. Inviabilidade do afastamento da competncia do Conselho Nacional de Justia. II) Como nica que , a Magistratura carece de regras uniformes, estabelecidas no seu Estatuto, para que se viabilize a preservao de seu carter unitrio artigo 93 caput da Constituio Federal. III) O afastamento da jurisdio est previsto em nmeros fechados pela LOMAN. No h justificativa possvel para alargamento dasINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

27 possibilidades previstas na Lei Federal, especialmente quanto a afastamentos para tratar de interesses pessoais, cujo conceito, vago e impreciso, pode dar ensejo a interpretaes as mais variadas possveis. IV) Exegese que dever considerar a regra geral da Constituio Federal que trata da ininterrupo da Jurisdio. IV) Pedido julgado procedente para determinar ao Tribunal de Justia do Mato Grosso que deixe de conceder qualquer afastamento aos Magistrados do Estado, nos termos do art. 252 b do Cdigo de Organizao e Diviso Judicirias do Estado COJE/MT (CNJ PCA 200810000017431 Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti 70 Sesso j. 23.09.2008 DJU 13.10.2008). Juiz Eleitoral. Afastamento de suas funes por dez dias em razo de arguio de suspeio Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado em exerccio no TRE/GO. Argio de suspeio. Reclamao. Deciso de afastamento das funes eleitorais pelo prazo de dez dias. Sano administrativa. Ofensa princpios constitucionais. O afastamento determinado pelo TRE-GO consubstanciou-se em velada aplicao de sano disciplinar, uma vez que o Cdigo de Processo Civil e o Regimento Interno do TRE/GO convergem para o afastamento do magistrado do feito que originou a suspeio, e no de suas atividades eleitorais. O ato aqui impugnado prescinde de razoabilidade, de proporcionalidade, alm de ofender os princpios constitucionais do devido processo legal, do contraditrio e da ampla defesa. Procedimento que se julga procedente (CNJ PCA 200910000018348 Rel. Cons. Tcio Lins e Silva 86 Sesso j. 09.06.2009 DJU 17.06.2009). AFASTAMENTO DE MAGISTRADO DAS FUNES DURANTE O CURSO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Afastamento por 90 dias. Prorrogao. Competncia do Relator Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Prazo de afastamento e de instruo. Prorrogao. Deciso do relator. Questo de Ordem. Cabe ao relator deliberar sobre a prorrogao do prazo de afastamento do magistrado acusado e da instruo do Processo Disciplinar, com fundamento nas disposies do artigo 6, pargrafo nico, e artigo 7, 5 da mencionada Res. 30/2007 do CNJ (CNJ PAD 200810000011027 Rel. Cons. Jos Adonis Callou de Arajo S 72 Sesso j. 21.10.2008 DJU 07.11.2008). Sindicncia. Instrumento preparatrio. Desnecessidade de observao de formalidades. Indicativos de violaes aos deveres funcionais. Instaurao de Processo Administrativo Disciplinar. Decretao de afastamento preventivo. Tratando-se de conduta, em tese, compatvel com o exerccio da judicatura, impe-se o afastamento preventivo do Sindicado (LOMAN, art. 24, 3 e RICNJ art. 75, pargrafo nico). VIII) O afastamento implica na suspenso, com exceo dos vencimentos, de todas as vantagens decorrentes da condio de magistrado, tais como uso de gabinete, biblioteca do Tribunal, veculo oficial, nomeao de servidores e acesso a locais de uso exclusivo dos magistrados (CNJ SIND 200810000027254 Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp 83 Sesso j. 28.04.2009 DJU 15.05.2009). Efeitos do afastamento para responder ao processo

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28 Tratando-se de conduta, em tese, incompatvel com o exerccio da judicatura, impe-se o afastamento preventivo do Sindicado (LOMAN art. 27, 3 e RICNJ art. 75, pargrafo nico). O afastamento implica na suspenso, com exceo dos vencimentos, de todas as vantagens decorrentes da condio de magistrado, tais como uso de gabinete, de veculo oficial e manuteno ou designao de servidores em cargos de confiana ou funes comissionadas. Os feitos atribudos ao magistrado afastado devero ser conduzidos por magistrado convocado ou redistribudo, evitando-se prejuzo aos jurisdicionados (CNJ SIND 200810000012267 Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp 85 Sesso j. 26.05.2009 DJU 17.06.2009). Juiz de Direito. Procedimento instaurado no Tribunal de origem. Pretenso de reviso antecipada dos atos praticados e de arquivamento liminar pelo CNJ Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito. Pretenso de arquivamento liminar de processo disciplinar cuja instaurao foi determina pelo Tribunal de Justia e no qual nenhum ato foi ainda praticado. Inadmissibilidade. Liminar negada e petio inicial rejeitada. ressabido que, nos termos do art. 103-B, 4 da Constituio Federal compete ao CNJ a fiscalizao e reviso dos atos administrativos praticados pelos tribunais, sem invadir seus espaos de liberdade ou impedir a sua prtica. Exerce, portanto controle de legalidade a posteriori, atravs da reviso disciplinar, sem antecipar sua apreciao no que pertine ao mrito e sem interferir na conduo dos procedimentos, disciplinares ou no, salvo para arrostar impedimentos, suspeies ou nulidades pontuais e, enfim, vcios localizados. De sorte que esse tipo de providncia aniquiladora de procedimento originrio per saltum ofende os incisos II e V do 4 do referido art. 103-B da Carta Magna (CNJ PCA 200910000012334 Rel. Cons. Rui Stoco Deciso monocrtica j. 26.03.2009 Voto 215/09). Possibilidade de imposio de sano no mbito independentemente do julgamento no mbito criminal administrativo,

Reclamao Disciplinar. Dispensa de Sindicncia. Independncia entre as instncias penal e administrativa. Indicativos de violaes aos deveres funcionais. Instaurao de Processo Administrativo Disciplinar. A doutrina e jurisprudncia ptrias tm reiteradamente registrado que a independncia entre as instncias penal, civil e administrativa permite Administrao impor punio disciplinar ao servidor faltoso revelia de anterior julgamento no mbito criminal, ou em sede de ao civil, mesmo que a conduta imputada configure crime em tese. Assim, somente em hipteses excepcionais negativa de autoria ou inexistncia do fato a sentena criminal produzir efeitos na seara administrativa. Na presente hiptese o Superior Tribunal de Justia rejeitou a denncia por falta de tipicidade da conduta, nos termos do Art. 43, I do Cdigo Penal. Assim, no havendo o reconhecimento de negativa de autoria ou de no ocorrncia do fato, no h que se falar em impossibilidade de aplicao de eventual sano na esfera administrativa (CNJ RD 200710000012260 Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp 81 Sesso j. 31.03.2009 DJU 07.04.2009). Possibilidade, em carter excepcional, de afastamento antes da instaurao do procedimento. Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento preventivo de magistrado sem oitiva prvia. Indcios de flagrante descumprimento de dever funcional. Fatos de natureza grave. Recebimento de denncia. Possibilidade. I) OINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

29 afastamento de magistrado do exerccio de suas funes, em princpio, deve ser precedido de instaurao de Procedimento Administrativo Disciplinar, conforme se extrai dos arts. 27, 3, da Lei Orgnica da Magistratura Nacional, e 6, pargrafo nico, da Res. 30, do Conselho Nacional de Justia, garantido, antes dessa instaurao, prazo para a apresentao defesa (LOMAN, art. 27, 1, e Res. 30, art. 7, 1). Todavia, na hiptese de flagrante e grave descumprimento de dever funcional ou recebimento de denncia por prtica, em tese, de crime, pode o magistrado, sem a sua oitiva prvia, ser preventivamente afastado. II) No h ilegalidade no ato de Tribunal de Justia que decide pelo afastamento cautelar e provisrio de magistrado, quando demonstrado que atos praticados durante o desempenho das funes revelam evidentes indcios de descumprimento dos deveres funcionais; que contra o magistrado tramitam representaes de natureza criminal, que culminaram, inclusive, na quebra de sigilo bancrio e fiscal, e que outros atos, tambm realizados no exerccio da funo, deram ensejo ao recebimento de denncia pela prtica, em tese, de crimes de realizao de interceptao de comunicao telefnica com objetivo no autorizado em lei (Lei 9.296/1996, art. 10), prevaricao (CP, art. 319), falsidade ideolgica (CP, art. 299, pargrafo nico) e denunciao caluniosa (CP, art. 339 - trs vezes). Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se nega provimento (CNJ PCA 200910000005860 Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos 81 Sesso j. 31.03.2009 DJU 07.04.2009). Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justia do Esprito Santo. Afastamento. Instaurao de PAD. Ausncia de ilegalidade. Observncia dos procedimentos previstos na Res. 30. Necessidade de preservao da competncia originria das cortes. Improcedente. 1) Apesar do afastamento de magistrado do exerccio de suas funes pressupor a abertura de procedimento administrativo disciplinar pelo Tribunal de origem, legtimo o afastamento preventivo no caso de evidente descumprimento de dever funcional. 2) Inexistindo qualquer indcio de inobservncia dos procedimentos legais previstos para a instaurao de procedimento administrativo disciplinar e estando delimitadas as acusaes imputadas ao magistrado, inexiste razo para a atuao do Conselho Nacional de Justia, que deve preservar a competncia originria dos Tribunais. Pedido a que se julga improcedente (CNJ PCA 200910000003047 Rel. Cons. Andra Pach 82 Sesso j. 14.04.2009 DJU 17.04.2009). Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Par. Afastamento preventivo de juiz eleitoral de suas funes, antes da instaurao de Processo Administrativo Disciplinar. Parcialidade reconhecida em exceo de suspeio. Art. 27 da LOMAN. Resoluo CNJ 30/2007. 1) No h ilegalidade no excepcional afastamento preventivo e acautelatrio de magistrado do exerccio da funo eleitoral, diante do reconhecimento, na via de exceo de suspeio, da parcialidade na conduo dos feitos relativos s eleies municipais de 2008. 2) Diante dos fatos apurados na exceo de suspeio e dos que narrados da representao do Ministrio Pblico, outra alternativa no se apresentava ao Tribunal Regional Eleitoral seno o afastamento preventivo do magistrado, para assegurar a imparcialidade da conduo do processo eleitoral. 3) Em caso de patente e grave descumprimento de dever funcional, contudo, no h ilegalidade no excepcional afastamento preventivo e acautelatrio de magistrado do exerccio da funo eleitoral, em circunstncia em que se postergue a virtual instaurao de Processo Administrativo Disciplinar e a oportunidade para defesa prvia, em virtude da urgncia que constitui a tnica do processo eleitoral (PCA 25518, Rel. Cons. Joo Oreste Dalazen, julgado em 4 de novembro de 2008). 4) A natureza acautelatria do afastamento no dispensa a instaurao posterior do ProcessoINFOJURIS INFORMATIVO DE JURISPRUDNCIA DO CNJ

30 Administrativo Disciplinar, com observncia da disciplina da LOMAN (LC 35/79) e da Res. 30 de 2007 deste CNJ. Improcedncia do pedido de invalidao do afastamento. Fixao de prazo para deliberao sobre instaurao de PAD ou arquivamento da representao (CNJ PCA 200810000024459 Rel. Cons. Jos Adonis Callou de Arajo S 82 Sesso j. 14.04.2009 DJU 17.04.2009). Possibilidade, em carter excepcional, de afastamento antes da instaurao do procedimento. Juiz eleitoral que declara que no cumpre deciso judicial emanada de Ministro do TSE Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado. Afastamento preventivo e acautelatrio da funo de juiz eleitoral. Formalidades legais. Defesa prvia. Abertura de Processo Administrativo Disciplinar. Descumprimento de deciso judicial. 1) Em linha de princpio, o afastamento do magistrado do exerccio pleno da funo jurisdicional supe a abertura de Processo Administrativo Disciplinar pelo respectivo Tribunal, antes a plausibilidade da imputao, precedido de defesa prvia (Res. 30, do CNJ). 2) Em caso de patente e grave descumprimento de dever funcional, contudo, no h ilegalidade no excepcional afastamento preventivo e acautelatrio de magistrado do exerccio da funo eleitoral, em circunstncia em que se postergue a virtual instaurao de Processo Administrativo Disciplinar e a oportunidade para defesa prvia, em virtude da urgncia que constitui a tnica do processo eleitoral. 3) A natureza acautelatria e urgente do provimento administrativo, a exemplo do provimento jurisdicional, como si acontecer com as liminares, muitas vezes reclama deciso inaudita altera pars (CPC, art. 804, por analogia). Protrair-se o exerccio do direito de defesa, sem o suprimir, no constitui ilegalidade, mxime se se trata de providncia inafastvel, a bem da ordem pblica. 4) Juiz eleitoral que, aberta e ostensivamente, declara que no cumpre deciso judicial emanada de Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, diante da antijuridicidade da deciso, consistente em deferir o registro de candidaturas ao cargo de Vereador e incluso no sistema de votao, sujeita-se a afastamento preventivo e acautelatrio legtimo e imperativo do exerccio da funo eleitoral, sob pena de perecer o direito ao registro das candidaturas, em face do lapso temporal brevssimo para a realizao da eleio. 5) A desobedincia deciso judicial superior reveste-se ainda de maior gravidade, a justificar a deciso extrema do Tribunal Regional Eleitoral, quando se atende para a circunstncias de que promana de magistrado e presumivelmente acarretou distrbios sociais no municpio para cuja Cmara de Vereadores se requereu o registro das candidaturas, ao ponto de provocar a anulao da eleio. 6