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7/23/2019 A Adesão de Portugal à EFTA - Pedro Godinho http://slidepdf.com/reader/full/a-adesao-de-portugal-a-efta-pedro-godinho 1/17 Secção II – Negociações Europeias  A. A Adesão de Portugal à EFTA  – Pedro Godinho - A astúcia dos negociadores na fulcral relação com a Grã-Bretanha 1. Introdução Com este trabalho pretende-se abordar as motivações que levaram Portugal a tornar-se membro fundador da EFTA (European Free Trade Association, ou em português, Associação Europeia de Comércio Livre), em 1960, e a forma como decorreram as negociações para a fundação desta associação. Como se argumentará ao longo do trabalho, a excelente relação luso-britânica foi crucial nesta negociação. É tido como certo pela generalidade dos autores que abordaram este tema que esta adesão portuguesa a uma situação de integração europeia, numa altura em que ainda se vivia num regime ditatorial, foi um importante passo para o desenvolvimento da economia e da indústria portuguesas. São, aliás, vários os autores que enunciam factos que o comprovam, como é o caso de José da Silva Lopes, que afirma que apesar de o crescimento económico ser uma generalidade um pouco por toda a Europa o crescimento português foi ainda mais acelerado 107 . São também em número considerável aqueles que consideram esta adesão como um grande momento da diplomacia portuguesa, já que devido às enormes diferenças de evolução das indústrias que se verificavam entre Portugal e os restantes países, os restantes membros foram convencidos a criar uma situação especial para Portugal que consistia na permissão de Portugal colocar direitos aduaneiros de protecção às indústrias novas, mas também a 107  Lopes, José da Silva, “Panorama geral da evolu ção económica entre 1960 e o início da década de 90” in Barreto, António (org.), A Situação Social em Portugal, 1960-1965 , Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 1996, p. 237.

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Secção II – Negociações Europeias

 A. A Adesão de Portugal à EFTA – Pedro Godinho

- A astúcia dos negociadores na fulcral relação com a Grã-Bretanha

1. Introdução

Com este trabalho pretende-se abordar as motivações que levaram Portugal a

tornar-se membro fundador da EFTA (European Free Trade Association, ou em

português, Associação Europeia de Comércio Livre), em 1960, e a forma como

decorreram as negociações para a fundação desta associação. Como se

argumentará ao longo do trabalho, a excelente relação luso-britânica foi crucial

nesta negociação.

É tido como certo pela generalidade dos autores que abordaram este tema que

esta adesão portuguesa a uma situação de integração europeia, numa altura

em que ainda se vivia num regime ditatorial, foi um importante passo para odesenvolvimento da economia e da indústria portuguesas. São, aliás, vários os

autores que enunciam factos que o comprovam, como é o caso de José da Silva

Lopes, que afirma que apesar de o crescimento económico ser uma

generalidade um pouco por toda a Europa o crescimento português foi ainda

mais acelerado107.

São também em número considerável aqueles que consideram esta adesãocomo um grande momento da diplomacia portuguesa, já que devido às

enormes diferenças de evolução das indústrias que se verificavam entre

Portugal e os restantes países, os restantes membros foram convencidos a criar

uma situação especial para Portugal que consistia na permissão de Portugal

colocar direitos aduaneiros de protecção às indústrias novas, mas também a

107

 Lopes, José da Silva, “Panorama geral da evolução económica entre 1960 e o início dadécada de 90” in Barreto, António (org.), A Situação Social em Portugal, 1960-1965 , Institutode Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 1996, p. 237.

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possibilidade de Portugal (que era o membro mais atrasado industrialmente)

fazer um desmantelamento aduaneiro de forma mais lenta do que tinha sido

estabelecido para os restantes membros da EFTA.

 Assim, autores como Nicolau Andresen-Leitão afirmam que o que fez com que

Portugal conseguisse aquele estatuto especial foi uma combinação de

obstinação, fortuna, perícia e flexibilidade108. Esta referência é feita ainda

acerca das negociações para uma Zona de Livre Câmbio 109, no entanto, estes

adjectivos são perfeitamente aplicáveis às acções levadas a cabo pelos

diplomatas portugueses que reuniram com os restantes membros fundadores

da EFTA, tal como refere este autor110

.

É também importante referir as razões pelas quais Portugal optou por integrar a

EFTA ao invés de uma adesão à recém-nascida Comunidade Económica

Europeia (CEE)111. Resumidamente Oliveira Marques justifica essa opção pelos

mecanismos de integração da CEE serem mais fortes e penetrantes, e a isso se

 juntava o grande atraso a vários níveis (economia, indústria, etc.) de Portugal

para o resto da Europa, o que significava um entrave à entrada num organismotão avançado. Para além disto acrescentava-se também o facto de Portugal

viver em regime ditatorial o que não agradava aos membros da CEE.

Este trabalho pretende demonstrar, essencialmente a maneira como Portugal

lidou com as negociações da adesão a uma associação comercial europeia

dominada por Estados essencialmente liberais e democráticos, estando Portugal

a ser governado por um regime ditatorial. Dentro do campo das negociações,

será dada alguma especial atenção à maneira como se adquiriu um “estatuto

especial” dentro da associação, o que significou um importante impulso para a

108 Andresen-Leitão, Nicolau, “O convidado inesperado: Portugal e a fundação da EFTA, 1956-1960” in   Análise Social, Vol. XXXIX , Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa,

 Verão 2004, p. 309.109 A ideia de Zona de Livre Câmbio consistiu numa proposta britânica de criação de uma Zonade Comércio Livre entre todos os Estados membros da OECE.110

Andresen-Leitão, Nicolau, op. cit., p. 309.111 CEE: Comunidade Económica Europeia, organização instituída pelo Tratado de Roma deMarço de 1957.

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economia portuguesa nas décadas de 60 e 70. Em torno das negociações há

ainda a destacar um aspecto bastante importante: a preferência dada por

Portugal à integração na EFTA em detrimento da CEE, ponto este que consiste

no segundo aspecto a abordar neste trabalho.

  Ao contrário das leituras que podem ser feitas acerca deste tema que se

limitam muito às consequências desta adesão, enveredar-se-á por outro

caminho neste trabalho. Este trabalho tem, assim, o intuito de procurar

demonstrar a importância desta adesão para Portugal nos anos seguintes à

formação da EFTA, mas também mostrar a importância da persistência em

defender os interesses de uma nação por parte dos negociadores. O principalobjecto deste trabalho será, contudo, tentar evidenciar algo que não se refere

muito nas leituras que podem ser feitas acerca deste tema: as boas relações

entre Portugal e a Grã-Bretanha foram absolutamente determinantes para esta

adesão e, muito provavelmente, sem elas Portugal nunca teria sido fundador da

EFTA, e muito menos com o estatuto especial que conseguiu junto dos

restantes membros.

 Após a contextualização do período pré-negocial, serão abordados os objectivos

que Portugal e a EFTA tinham para se efectivar o acordo, as suas posições ao

longo das negociações e a forma como fizeram valer a sua posição acerca do

que pretendiam de um acordo deste tipo. Também será dada alguma atenção

ao período pós-negocial com uma breve apresentação dos efeitos que esta

adesão provocou na economia portuguesa mas também no espaço económico

da EFTA. Os modelos de negociação escolhidos para a análise deste estudo de

caso são em primeiro lugar o da fórmula/detalhe, modelo de estudo de

negociação internacional idealizado por William Zartman, que sugere que numa

negociação se procuram chegar aos detalhes pretendidos por cada parte,

formulando um acordo (fórmula) ideal para todos112. A escolha deste modelo

112 LeighThompson.com, “Book Reviews: Business Negotiations in Practice and Theory” in  The 

Processes of International Negotiation Project, Newsletter 16/2001 ,http://www.leighthompson.com/media/book_review_mind_and_heart_2e.htm . Páginaconsultada a 27 de Novembro de 2008.

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deve-se à constante busca por parte dos Estados negociadores de um acordo

que agradasse a todos, procurando-se chegar a uma decisão unânime e

mutuamente benéfica e à pretensão portuguesa de adquirir um estatuto

especial dentro da associação, exigindo um detalhe no Acordo que especificassea sua condição; está negociação também será analisada segundo o modelo de

concessão/convergência, também criado por Zartman, que explica os

constantes avanços e recuos nas negociações e a forma de se chegar a um

acordo aceite por todas as partes113. Este modelo ajuda a perceber as

contrapartidas exigidas por Portugal de forma a chegar a um acordo, mas

também os pontos que os restantes países apresentaram como obrigatórios

para Portugal fazer parte da associação, em troca de uma maior abertura dopaís (em regime de autarcia) económica e financeiramente e, assim, de uma

maior exploração dos seus produtos dentro da Europa.

2. Contextualização

Numa altura (1958) em que o regime salazarista em Portugal vivia algumas

dificuldades internamente devido ao impacto político provocado pela

candidatura de Humberto Delgado e o resto do mundo se unia financeiramente,Portugal mantinha-se à margem de acordos como GATT (Acordo Geral sobre

Tarifas e Comércio), FMI (Fundo Monetário Internacional) e BIRD (Banco

Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento).114 Tornava-se, portanto,

imperativo para haver desenvolvimento económico e industrial que o Governo

português se abrisse obrigatoriamente ao exterior, para que a sua balança

comercial continuasse na zona dos valores positivos.

Como tal, nos últimos anos da década de 1950 são executadas várias

mudanças nas políticas interna e externa portuguesas. Primeiramente é

operada uma crucial reorganização do sistema de crédito português e, dois

anos depois de em 1958 ter sido fundado o Banco de Fomento Nacional,

Portugal adere à EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre). Nos anos

113

 Ibidem .114 Mata, Eugénia e Valério, Nuno, História Económica de Portugal – Uma perspectiva global ,Fundamentos, 1994, p. 204.

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seguintes Portugal junta-se às três instituições que já haviam sido criadas anos

antes e que ditavam as “regras” económico-financeiras no mundo: FMI, BIRD e

GATT.115 

 Assim, estava a olhos vistos uma situação de abertura portuguesa ao mundo. A

integração europeia, simbolizada pela adesão à EFTA, é a prova de como

Portugal precisava de apoios externos para se desenvolver e, de facto, esta

abertura foi bastante importante para o desenvolvimento económico do país,

como será visto neste trabalho.

Para se proceder à entrada de Portugal numa organização europeia eranecessário que algumas condições fossem estabelecidas para que Portugal não

saísse prejudicado. Neste momento da história, Portugal era um país pouco

desenvolvido e, comparado com a maioria dos países com os quais se deram as

negociações, Portugal era de facto muito fraco industrialmente, um país

essencialmente virado para os seus territórios ultramarinos.116 Tornava-se,

assim, necessário que Portugal garantisse um certo estatuto de país menos

desenvolvido e necessitado de maiores apoios do que os restantes, sem queisso significasse um grande afastamento entre as propostas gerais e a proposta

portuguesa.117 

3. Pré-Negociação

  A pré-negociação deste estudo de caso assume-se como mais preponderante

do que a própria negociação final. Foi um processo que durou quase três anos

e ditou praticamente tudo o que viria a constituir no acordo que instituiu a

EFTA, a Convenção de Estocolmo. Destaca-se apenas um nível negocial ao

longo da pré-negociação, o nível ministerial. Realçam-se ainda os dois modelos

de negociação utilizados pelo autor do trabalho para analisar este estudo de

caso, o modelo de fórmula/detalhe e também o de concessão/convergência,

115 Rodrigues, Manuel Ferreira e Mendes, José Amado, História da Indústria Portuguesa – Da 

idade média aos nossos dias , Europa-América, 1999, p. 334.116 Lopes, José Silva, A economia portuguesa desde 1960 , Gradiva, Lisboa, 1996, pp. 116-117.117 Ibidem , p. 117.

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ambos propostos por William Zartman, mas o segundo também avançado por

G. R. Berridge. Este estudo de caso pode ainda ser englobado no modelo de

negociação assimétrica proposto por W. Zartman, já que Portugal era um país

menos desenvolvido do que os restantes que viriam a fundar a EFTA e, porisso, necessitava de uma táctica mais forte face à sua fraqueza.

3.1. O princípio de uma ideia promissora

O início da fase de pré-negociação, que durou cerca de três anos, acontece

com o anúncio da intenção britânica (1956118) em ser formada uma zona de

livre-câmbio (ZLC) entre os países da OECE. A ideia surge após a iminente

criação da Comunidade Económica Europeia entre a França, a Alemanha, aItália e os países do Benelux, organização essa que deixaria a Grã-Bretanha e o

resto dos membros da OECE de certa maneira numa situação de discriminação

tarifária face aos Seis que viriam a concretizar a ideia de um Mercado Comum

europeu.119 

No princípio encarou-se esta associação de livre câmbio como uma

possibilidade aberta a todos os pertencentes à OECE, mas mais tarde, vendo asdificuldades e o atraso no desenvolvimento de cinco países (Portugal, Grécia,

Turquia, Islândia e Irlanda) e encarando também o mais que provável

afastamento por parte dos seis fundadores da CEE (Benelux, Itália, França e

 Alemanha), os restantes seis (Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Suíça, Noruega

e Áustria) decidiram excluir os cinco menos desenvolvidos. Isto aconteceu para

que, no caso de aceitarem as regras propostas pelos países da ZLC, serem mais

tarde convidados a integrar aquela associação. A questão portuguesa inicia-se

aqui. Face às dúvidas que iam crescendo no seio da OECE quanto à forma de

inclusão dos países menos desenvolvidos na organização, a delegação

portuguesa propõe que sejam tidas em conta as características especiais dos

118 Calvet de Magalhães, José, “Portugal e a integração europeia”  in Estratégia – Revista de 

Estudos Internacionais, no. 4, 1987-88 , Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais,Inverno 1987-88.119 Andresen-Leitão, Nicolau, op. cit., p. 286.

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países em vias de desenvolvimento.120 Esta declaração demonstra a

necessidade de se avançar para detalhes específicos quanto às necessidades de

cada Estado quanto a um projecto de tratado para que ninguém saia

prejudicado.

Depois de lançada a proposta para a criação desta associação, é também

anunciada a formação de um grupo de trabalho de forma a ser estudada a

viabilidade de uma associação de livre-câmbio e, assim, avaliar os seus custos e

benefícios.121 É nesse grupo de trabalho que o delegado português, José Calvet

de Magalhães, em finais de 1956, sem qualquer indicação específica sobre a

posição portuguesa acerca da integração europeia, propõe que os países emdesenvolvimento sejam analisados consoante as suas características diferentes

das que são apresentadas pelos países industrializados.122 Mais tarde, em 1956,

Isabel Magalhães Collaço, como delegada ao grupo de trabalho, faz uma

comunicação ao grupo afirmando que Portugal era um país em

desenvolvimento e que, por isso, necessitava de um regime especial para que

pudesse ter a preponderância adequada na associação.123 Aqui é introduzida a

táctica negocial da reclamação de uma contrapartida: Portugal, para aderir,reclama um estatuto especial para corresponder às suas estruturas industriais

menos avançadas. Mais tarde, em Outubro de 1956, de forma a ser definida a

posição a tomar por Portugal, é criada uma Comissão Interministerial, presidida

por Correia de Oliveira, com o intuito de avaliar uma hipotética integração, que

viria a ser, mais tarde, aprovada.124 

 Ao longo de toda a pré-negociação é recorrente encontrar inúmeros contactos

entre portugueses e britânicos entre os ministros dos negócios estrangeiros de

ambas partes, mas também entre os embaixadores envolvidos no processo

(português em Inglaterra, inglês em Portugal e delegados ao grupo de trabalho

120 Ibidem, p. 287.121 Alípio, Elsa Santos, Salazar e a Europa – História da Adesão à EFTA (1956-1960) , LivrosHorizonte, Lisboa, 2006, p. 22.122

Andresen-Leitão, Nicolau, op. cit., p. 287.123 Alípio, Elsa Santos, op. cit., p. 29.124 Andresen-Leitão, Nicolau, op. cit., p. 289.

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da OECE), que ao longo de todo este período interagiram através de reuniões,

memorandos, cartas, etc. Esta enorme interacção entre Portugal e a Grã-

Bretanha deveu-se, sobretudo, a dois factores: a forte ligação entre Portugal e

Inglaterra e que fez com que os contactos entre ambos fossem uma constante;mas também devido ao facto de ambos serem detentores de territórios

ultramarinos, o que os “fundia” como dois fortes aliados, ficando a Inglaterra

bastante ligada a Portugal pelo apoio que teria nas negociações, e Portugal pelo

simples facto de ter o grande mentor do projecto do seu lado.125 Este é, aliás, o

maior argumento em que este trabalho se sustenta: a determinante

importância desta relação para o sucesso português na negociação. Sem uma

relação tão próxima, em grande medida pelas acções tomadas ao longo de todaa negociação por parte dos diplomatas portugueses de forma a manter uma

ligação constante com Inglaterra e, com isso, beneficiar mais tarde do desejado

estatuto dentro da associação.

3.2. Uma “falsa partida”  

Em Janeiro de 1957, grandes avanços são realizados tanto da parte europeia

como da parte portuguesa: o grupo de trabalho encarregue de avaliar aviabilidade desta associação elabora o seu relatório final, no qual explicita o seu

 “aval” 126; e em Portugal a Comissão Interministerial, responsável pela avaliação

da integração portuguesa, emite o seu primeiro parecer indicando que uma

integração na Europa (ainda não fica definido se o melhor será na EFTA ou na

CEE) é o mais aconselhável, mas que deve ser realizada ao abrigo de um

estatuto especial, realçando a necessidade de ser criada uma fórmula, isto é,

pontos específicos no acordo final que confirmassem detalhadamente os

pedidos portugueses, para que Portugal esteja interessado em entrar nesta

associação.127 

 Apesar de se ter já em perspectiva fortes desenvolvimentos, a verdade é que

os meses que se seguiram nada tiveram de grandes avanços no nascimento da

125

Alípio, Elsa Santos, op. cit., p. 110.126 Ibidem , p. 110.127 Andresen-Leitão, Nicolau, op. cit., p. 290.

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desejada associação. Durante largos meses a negociação não passou de

contactos bilaterais ao nível ministerial e entre embaixadores por parte de

Portugal com outros países, destacando-se novamente a Grã-Bretanha. Ainda

que esses contactos fossem importantes para o estabelecimento de prioridadese definições do que se pretenderá estabelecer no futuro, o essencial continuava

por resolver, o estabelecimento de uma ideia clara e precisa de como seria

constituída esta associação.

É, assim, neste contexto de indefinição e incerteza, que, em Outubro de 1957,

a OECE resolve lançar um novo “actor”: o Comité Maudling128, constituído ao

nível ministerial por todos os membros da OECE. Este Comité tinha porobjectivo transpor este impasse em que estavam instaladas as negociações

iniciais. Os países em questão, nesta altura, abrandaram as negociações

multilaterais, sendo que os desenvolvimentos no sentido de um acordo final

eram escassos ou nenhuns. Era, assim, com este Comité que a OECE pretendia

que se acelerasse o processo de criação da associação, ultrapassando uma fase

de impasse em que nem avanços nem recuos existiam. É criado também por

este Comité o Grupo Melander129 de forma a analisar o caso de Portugal e oque fazer quanto ao tal estatuto diferenciado.130 Esse Grupo viria mais tarde,

em Novembro de 1958, a aceitar os pedidos portugueses como os mais viáveis

para a sua integração. O relatório foi entregue ao Comité Maudling para análise

posterior.131 

Desde Outubro de 1957 até Novembro de 1958, as negociações tinham caído

numa apatia generalizada sem que houvesse um avanço significativo. Portugal

ia mantendo contactos com alguns Estados membros da OECE, mas no geral

não havia um “fio condutor” que ligasse de novo todos os membros de forma a

128 O Comité Maudling assumiu este nome porque o seu primeiro presidente foi o britânicoReginald Maudling.129 Nome baseado no homem que liderou o grupo, o governador do Banco Central da Noruega,

Johan Melander.130 Alípio, Elsa Santos, op. cit., p. 70.131 Andresen-Leitão, Nicolau, op. cit., p. 304.

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avançar para uma decisão definitiva do que se pretendia com a desejada

associação de livre câmbio.132 

3.3. O início de um acordoFace à apatia instalada, é convocada pela Suíça uma reunião a realizar em

Genebra no início de Dezembro de 1958 entre os Seis países industrializados

que não faziam parte da CEE: Reino Unido, Suécia, Suíça, Noruega, Dinamarca

e Áustria; a estes elementos viriam a juntar-se delegados dos restantes países

(portugueses por Portugal e um elemento de um grupo de trabalho para

representação da Grécia, Irlanda, Turquia e Islândia).133, 134 Esta reunião teve

como particularidade o facto de ter sido realizada ao nível dos altos funcionáriosgovernamentais, o que significou um importante desenvolvimento no que ao

envolvimento dos Governos diz respeito.135 

Com a ascensão do General de Gaulle ao poder em França, não só o Mercado

Comum ganhou um novo fôlego, como também se viram repercussões nos

avanços da zona de livre câmbio. A França afastava-se desta associação, assim

como os restantes cinco países que a acompanhariam na CEE.136 

 A partir do momento da reunião de Genebra, Portugal era incluído no grupo dos

Seis (os “excluídos” da CEE) e formava-se assim o grupo dos Sete137. A 23 de

Fevereiro, os Sete procedem a mais uma reunião, desta feita em Oslo

(convocada pelo anfitrião), na Noruega. Nesta reunião propõe-se uma união a

sete, em detrimento da abertura aos restantes países excluídos da CEE e são

nomeados dois altos funcionários (o norueguês Soren Sommerfelt e o sueco

Hubert de Besche) para que procurassem as bases de um acordo, de forma a

132 Ibidem , p. 304.133 Ministério dos Negócios Estrangeiros, “Cronologia comparada dos principais momentos daconstrução europeia”, http://www.min-nestrangeiros.pt/mne/ahd/cron.html#1958 . Páginaconsultada a 27 de Novembro de 2008.134 Alípio, Elsa Santos, op. cit., p. 80135 Ibidem , p. 81.136

Ministério dos Negócios Estrangeiros, op. cit. 137 Os Sete eram constituídos por Reino Unido, Áustria, Suíça, Suécia, Dinamarca, Noruega ePortugal, os países que viriam a formar a EFTA.

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ser estabelecida uma fórmula do acordo em questão. Em Março ocorre mais

uma reunião entre os mesmos protagonistas em Estocolmo, onde se discutiram

as questões da inclusão dos produtos agrícolas e do período transitório das

tarifas aduaneiras, questões alusivas aos detalhes do acordo. No final dareunião, Sommerfelt e de Besche ficaram encarregues de formular um projecto

de acordo, ou seja, os grandes responsáveis pela realização da fórmula mais

ideal possível.138 

Os responsáveis pela formulação do projecto do acordo que viria a formar a

EFTA concluem a sua função em Maio de 1959. Os Sete marcam, rapidamente,

uma reunião para Junho do mesmo ano em Saltsjöbaden, na Suécia.139

Eraesse o início das negociações que viriam a estabelecer a EFTA.

4. Negociação

Com a reunião marcada para Saltsjöbaden, na Suécia, em Junho de 1959, dá-

se finalmente o início da negociação que viria a culminar na assinatura da

Convenção de Estocolmo no final desse mesmo ano. Como vimos até aqui, o

ano de 1959 foi o momento crucial para a criação da EFTA. Grandesdesenvolvimentos foram-se sucedendo muito mais rapidamente do que os

acontecimentos dos três anos anteriores.

Em Junho de 1959, os mesmos altos funcionários governamentais das últimas

reuniões dos Sete juntam-se mais uma vez, começando aqui a delinear-se o

que viria a ser o acordo final. É, assim, que nesta reunião se formula o

  “Stockholm Draft Plan for a European Free Trade Association” (ou, em

português, Esboço de Plano de Estocolmo para uma Associação Europeia de

Livre Câmbio), discutindo-se nesta reunião finalmente os detalhes que viriam a

servir de base à Convenção.140,141 

138 Alípio, Elsa Santos, op. cit., p. 84.139 Ibidem , p. 86.140 Ibidem , p. 86.141

European Free Trade Association, “The History”,http://br.wrs.yahoo.com/_ylt=A0oG75PKNTFJeowArInz6Qt.;_ylu=X3oDMTBybnZlZnRlBHNlYwNzcgRwb3MDMQRjb2xvA2FjMgR2dGlkAw--

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Pela primeira vez, em Julho de 1959, em virtude da discussão do plano

anteriormente delineado, reúnem-se os responsáveis dos Sete ao nível

ministerial. Após dois dias de reunião (20 e 21 de Julho) foi acordado o projectofinal do acordo. Nessas reuniões apenas se ultimaram os detalhes

anteriormente abordados. Num comunicado posterior a esta reunião os Sete

anunciam, de entre outras coisas, aquilo que sempre foi um objectivo: o

entendimento com a CEE. Nunca foi encarada como uma concorrência, mas sim

uma forma de associação paralela, menos profunda e menos abrangente do

que a CEE, mas sempre com a ideia do entendimento com a CEE em mente.142 

Face às reticências ainda existentes em alguns países quanto ao estatuto

especial português face à dualidade de critérios de que poderiam ser acusados

por não integrarem países como a Turquia ou a Grécia, Portugal ao longo

destas reuniões em Saltsjöbaden tornou-se mais comedido, abdicando da “luta” 

pelas indústrias de exportação, aplicando-se aqui o factor “acordo melhor do

que um não-acordo”. Era importante para Portugal conseguir entrar nesta

associação, como tal, não poderia colocar-se numa posição que não erapropriamente a sua, e assim abdicando de um ponto ou outro Portugal

conseguiu um estatuto especial na associação, assegurado através de um

gentlemen agreement  (  “acordo de cavalheiros”). Foi necessário manter este

acordo oculto para que outros países não pudessem invocar, também, um

estatuto diferente.143 

Conforme havia sido acordado nestas últimas reuniões, os meses seguintes

seriam de ultimação de pormenores técnicos. Como tal, no último terço de 1959

decorrem negociações de carácter técnico na Suécia (Estocolmo e

Saltsjöbaden) envolvendo altos funcionários governamentais e especialistas das

áreas em análise. Os detalhes aqui especificados englobaram assuntos como a

 /SIG=137etq7ku/EXP=1228048202/**http%3a//www.efta.int/content/publications/bulletins/efta-1960-2000/40yrs_CP22_23.pdf . Página consultada a 27 de Novembro de 2008. (Arquivo em

PDF), p. 24.142 Alípio, Elsa Santos, op. cit., p. 87.143 Ibidem , p. 88.

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definição do que seria considerado “produto industrial”, que incluiria produtos

de origem agrícola, o que beneficiava Portugal (como são os casos do

concentrado de tomate e da cortiça, por exemplo); também seriam discutidas

as reivindicações portuguesas quanto à indústria; ao nível dos restantesEstados foram negociadas bilateralmente questões pontuais relativas à

agricultura. É nesta fase que se decide pela inclusão de um anexo ao futuro

Tratado para especificar a situação portuguesa. Viria a ser o “Anexo G”.144 

Tudo o que até aqui foi negociado culmina finalmente com a aprovação do

tratado numa reunião a 19 e 20 de Novembro de 1959.145, 146 Após isto restava

apenas a assinatura dos sete países. A Convenção é, assim, assinada a 4 deJaneiro de 1960, posteriormente ratificada pelos sete Estados, de forma

parlamentar na maioria, exceptuando a Suíça, que teve de recorrer a um

referendo nacional, entrando a Convenção em vigor a 3 de Maio do mesmo

ano.147 

5. Pós-negociação

O crescimento económico português dos anos 60 e 70 do século XX deve-se emboa medida à adesão à EFTA e ao que dela adveio. Um ponto muito vantajoso

para o país nas suas relações comerciais foi o facto de que com esta adesão

Portugal deixou de ter um carácter proteccionista, ficando assim mais aberto ao

exterior. Abertura essa que também se verificou, em larga escala, no sector

industrial, com o desenvolvimento a ter como base, entre outros factores, as

vantagens para o comércio externo dessa evolução. Assim se explica as

repentinas alterações neste sector. Também como consequência desta adesão

verificou-se uma viragem nas opções económicas dos territórios ultramarinos

para a Europa.148 

144 Ibidem , pp. 90-91.145 European Free Trade Association, “The History”, op. cit., p.24146  Alípio, Elsa Santos, op. cit., p. 92.147 European Free Trade Association, “The History”, op. cit., p.24.148

 Lopes, José da Silva, “Panorama geral da evolução económica entre 1960 e o início dadécada de 90” in Barreto, António (org.), A Situação Social em Portugal, 1960-1965 , Institutode Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 1996, pp. 237-238.

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José da Silva Lopes afirma, e o autor do trabalho concorda, que Portugal na

EFTA foi um verdadeiro sucesso, devido ao rápido desenvolvimento que se veio

a verificar e do qual o país realmente necessitava. A modernização veio comesta adesão e um maior desenvolvimento económico acompanhou-a levando

Portugal para um novo patamar. A balança de pagamentos foi reequilibrada e o

desenvolvimento industrial foi gradual, sustentado e, acima de tudo,

organizado. Tudo isto provocado pela adesão à EFTA e pelas suas

consequências.149 

6. Conclusão Através da leitura deste trabalho de análise à negociação da adesão de Portugal

à EFTA, facilmente se depreenderá a enorme importância que a já antiga

relação luso-britânica assumiu durante todo o tempo da negociação. Uma

relação com muitos séculos de história, com algumas desavenças, mas na

maior parte do tempo uma relação de amizade, torna-se essencial para as

pretensões portuguesas. Reiterando o propósito deste trabalho, muito

provavelmente sem o apoio britânico, sem o peso que os britânicos tinham/têmna Europa, Portugal nunca teria saído tão beneficiado deste acordo e, no fundo,

desta associação.

O enorme atraso económico-social e industrial de Portugal era um factor

determinante para que se lutasse por um estatuto especial dentro da EFTA que

não pusesse em causa um futuro desenvolvimento sustentado. Esse estatuto,

teria obrigatoriamente de passar por uma fase de negociação difícil na qual os

diplomatas portugueses se teriam que mostrar como parte interessada num

acordo vantajoso e equilibrado para todos. À partida, e olhando para o caso dos

países subdesenvolvidos que não viriam a fundar a EFTA, seria de esperar que

a eles se juntasse Portugal por causa do seu enorme atraso quando comparado

com os restantes seis países que fundaram a associação. Ora, a posição

portuguesa ganhou bastante pela ligação com a Grã-Bretanha e pelo constante

149 Lopes, José da Silva, A economia portuguesa desde 1960 , Gradiva, 1996, pp. 118-119.

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consultado a 27 de Novembro de 2008. (Arquivo em PDF).

8. Anexos

 Anexo: Anexo G à Convenção de Estocolmo (1960): Special arrangements for

Portugal in regard to import duties

and quantitative export restrictions. Fonte: http://www.efta.int/content/legal-

texts/efta-convention/eftaconvention-texts/convention-stockholm/15-

 Annex%20G.PDF/at_download/file.