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5/17/2018 AcobranajudicialdadvidaativadaFazendaPblica-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/a-cobranca-judicial-da-divida-ativa-da-fazenda-publica Capítulo 11 Cobrança Judicial da Dívida Ativa 11.1. Principais Processos Judiciais Tributários O processo de cobrança judicial da dívida ativa, também chamado de exe- cução fiscal, é o objeto do nosso estudo, mas não é o único processo judicial tri- butário. Antes de o estudarmos, é importante que tenhamos uma idéia dos outros processos judiciais que envolvem matéria tributária. Ação anulatória de débito fiscal (ação anulatória de crédito tributário) Visa à anulação do ato administrativo do lançamento e, conseqüente- mente, do crédito tributário. Dá-se após o lançamento. O autor é o sujei- to passivo da obrigação tributária e o réu, o sujeito ativo. Ação de repetição de indébito Visa à restituição, pela via judicial, de valor que foi pago indevidamente. Nesta ação, discute-se a legalidade do crédito que, inclusive, já foi pago. O autor é o sujeito passivo da obriga- ção tributária e o réu é o sujeito ativo. Mandado de segurança É cabível também para a discussão do crédito tributário, desde que não haja a necessidade de produção de provas (esta ação serve para assegurar direito líquido e certo). É cabível também man- dado de segurança preventivo (antes de o lançamento ser efetuado), des- de que não se refira à lei em tese, e sim a fato gerador especificado. Ação declaratória de existência ou inexistência de relação jurídico- tributária É proposta pelo sujeito passivo (autor). Sua propositura se legitima pelo fato de o contribuinte desejar obter a certeza sobre a exis- tência ou inexistência de uma relação jurídico tributária (se há ou não, em relação a ele ou ao seu caso, imunidade, não-incidência ou isenção). Não pode versar sobre a lei em tese, e sim sobre fato gerador determina-

A cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública

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Capítulo11Cobrança Judicial da Dívida Ativa

11.1. Principais Processos Judiciais TributáriosO processo de cobrança judicial da dívida ativa, também chamado de exe-

cução fiscal, é o objeto do nosso estudo, mas não é o único processo judicial tri-

butário.

Antes de o estudarmos, é importante que tenhamos uma idéia dos outros

processos judiciais que envolvem matéria tributária.

Ação anulatória de débito fiscal (ação anulatória de crédito tributário)

Visa à anulação do ato administrativo do lançamento e, conseqüente-mente, do crédito tributário. Dá-se após o lançamento. O autor é o sujei-

to passivo da obrigação tributária e o réu, o sujeito ativo.

Ação de repetição de indébito Visa à restituição, pela via judicial, de

valor que foi pago indevidamente. Nesta ação, discute-se a legalidade do

crédito que, inclusive, já foi pago. O autor é o sujeito passivo da obriga-

ção tributária e o réu é o sujeito ativo.

Mandado de segurança É cabível também para a discussão do crédito

tributário, desde que não haja a necessidade de produção de provas (estaação serve para assegurar direito líquido e certo). É cabível também man-

dado de segurança preventivo (antes de o lançamento ser efetuado), des-

de que não se refira à lei em tese, e sim a fato gerador especificado.

Ação declaratória de existência ou inexistência de relação jurídico-

tributária É proposta pelo sujeito passivo (autor). Sua propositura se

legitima pelo fato de o contribuinte desejar obter a certeza sobre a exis-

tência ou inexistência de uma relação jurídico tributária (se há ou não,em relação a ele ou ao seu caso, imunidade, não-incidência ou isenção).

Não pode versar sobre a lei em tese, e sim sobre fato gerador determina-

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do. Visa a extrair do Poder Judiciário a declaração de que o fato realizado

dá ensejo a posterior exigência tributária. Aqui, não se discute o crédito

tributário, eis que não houve ainda lançamento; discute-se, puramente, aexistência ou não da obrigação tributária.

Ação de consignação em pagamento É proposta pelo sujeito passivo

que quer pagar, mas que não consegue fazê-lo pelas vias normais, devido

a exigências descabidas do credor. É tratada no art. 164 do CTN. Aqui,

não se discute sobre o crédito tributário, nem sobre a existência de obri-

gação tributária. Discutem-se tão-somente as formalidades que cercam o

pagamento. O devedor quer pagar. É modalidade extintiva do crédito tri-

butário, se julgada procedente. Julgada improcedente a ação, é como senada tivesse ocorrido, devendo o devedor pagar o que lhe é devido, com

os acréscimos legais, e cumprir as formalidades exigidas pela Fazenda e

hostilizadas na ação.

Outras ações possíveis em matéria tributária:

a) Ação civil pública;

b) Mandado de injunção;

c) Medida cautelar fiscal;

d) Ação direta de inconstitucionalidade;

e) Ação declaratória de constitucionalidade;

f) Ação popular.

A Lei no 6.830/1980, que regula o processo de execução fiscal, determina,

em seu art. 38, que outros tipos de processos judiciais são admitidos para dis-

cussão judicial da dívida ativa da Fazenda Pública:

Art. 38. A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública

só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóte-

ses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou

ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do de-

pósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido

e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.

Parágrafo único. A propositura, pelo contribuinte, da ação previs-

ta neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esferaadministrativa e desistência do recurso acaso interposto.

Direito Tributário – Claudio Borba ELSEVIER 

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Portanto, podemos fazer a seguinte representação, baseada neste dispositi-

vo legal:

11.2. Características dos Processos Judiciais Tributários

São características de todos os processos judiciais tributários:

Controle externo da legalidade O processo corre no Poder Judiciário,

que controlará a legalidade dos atos praticados pela Administração;

Formalismo Todo processo judicial é revestido de formalismos deter-

minados por dispositivos legais;

Definitividade dos julgados Chegando à última instância, as decisões judiciais tornam-se definitivas, não havendo como modificá-las;

Poder expropriatório A ação de execução fiscal pode resultar na perda,

por parte do sujeito passivo, de parte de seu patrimônio, com o objetivo

de cumprir a decisão que lhe tenha sido desfavorável;

Relação triangular Na ação judicial, estão presentes os três elementos

subjetivos que lhe são típicos: o autor, o réu e o julgador;

Lei de regência É competência privativa da União legislar sobre direito

processual, conforme o art. 22, I, da CF:

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A discussão judicial daDívida Ativa da FazendaPública só é admissível

através de

Processo de execução fiscal, através de embargos doexecutado;

Mandado de segurança impetrado pelo sujeito passivo;

Ação de repetição de indébito proposto pelo sujeito

passivo;

Ação anulatória de ato declarativo da dívida (açãoanulatória do crédito tributário ou ação anulatória dolançamento).

Precedida do depósitodo valor do débito,

monetariamente corrigido eacrescido dos juros e multade mora e demais encargos.

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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,

marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.(...)

Portanto, o processo judicial tributário é regido por lei federal. Basicamen-

te, o diploma é o Código de Processo Civil CPC (Lei no 5.869/1973).

Existem, no entanto, leis especiais tratando sobre processos especiais. É o

caso, por exemplo, do mandado de segurança (Lei no 1.533/51 e alterações pos-

teriores) e da ação de execução fiscal (Lei no 6.830/1980), que é o nosso princi-

pal objetivo neste capítulo; Foro competente No Brasil, embora o Poder Judiciário seja uno, convi-

vemos com a Justiça Comum e a Especial. No que diz respeito à especial,

temos, a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar. Já no

que diz respeito à comum, temos a Federal e a Estadual. Com efeito, em

se tratando de controvérsia sobre tributos estaduais ou municipais, o juí-

zo competente é a Justiça Estadual; em sendo a controvérsia sobre tributo

federal, o juízo competente é a Justiça Federal;

Privilégios processuais A União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios gozam de vários privilégios dentro do processo judicial:

a) prazo emquádruplo paracontestar a açãoque contraeles é proposta;

b) prazo em dobro para recorrer das decisões que venham a ser proferi-

das no processo que sofrer execução por precatórios;

c) duplo grau obrigatório em caso de decisões a eles contrárias.

Quando existe a atribuição da função de exigir tributo a outra pessoa jurídi-

ca de Direito Público (autarquias e fundações públicas), esta se sub-roga nosmesmos privilégios processuais, conforme o art. 7o, § 1o, do CTN:

Art. 7o do CTN. A competência tributária é indelegável, salvo atribui-

ção das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar

leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributá-

ria, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra...

§ 1o. A atribuição compreende as garantias e os privilégios processu-

ais que competemà pessoa jurídicadedireito público que a conferir.(...)

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De todos os processos judiciais relativos à matéria tributária, o que será

objeto de estudo no presente capítulo é o de execução fiscal, regulado pela Lei

no

6.830/1980.

11.3. Processo e Procedimento

11.3.1. Conceito

Enquanto processo é um conjunto de atos, fatos e operações que se suce-

dem coordenadamente num sistema, como meio de alcançar um fim, que é a

terminação de um litígio ou lide, o procedimento é a maneira de agir, a maneirade se atuar no processo.

Portanto, enquanto o processo aponta, de forma prática, para uma série de

atos a serem postos no tempo de modo seqüencial, visando a ilidir uma lide,

uma controvérsia, o procedimento é a própria ação, é a dinâmica destes atos, é

a própria exteriorização dos atos e termos processuais.

11.3.2. DiferençasPortanto, em um resumo, podemos conceituar lide, processo e procedi-

mento da seguinte forma:

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LIDE

Lide é o conflito de interesses qualificado pela pretensãode um dos interessados e pela resistência do outro.

PROCEDIMENTO

Conjunto de atos coordenados para obtençãode uma decisão sobre controvérsia no âmbito

 judicial ou administrativo.

O processo, portanto, pode conter vários procedimentos, de acordo com o quedecidirecomaformadedecisão.

Não podehaverprocessosem procedimento, existindo,no entanto,procedimentosadministrativos que não constituem processos, como as licitações e os concursospúblicos.

PROCESSO

É o modo de realização do processo, ouseja, o rito processual.

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Conforme já vimos, o processo é o conjunto de atos e formas através do qual

se exerce a função jurisdicional que visa à atuação da vontade concreta da lei.

Ele se apresenta, na lei, desdobrado em duas grandes fases: a do conheci-mento (ou cognição), onde se começa pelo saber os fatos e os direitos, me-

diante o contraditório das partes e por obra do juiz que, ao decidir, exerce ato

de vontade, no querer da norma jurídica, que se concretiza na sentença, e a da

execução, quando ocorre a atuação prática daquele querer quando se executa

aquela vontade encerrada na decisão.

11.3.3. Processo em Sentido Amplo e em Sentido Estrito

Não há que se mesclarem os dois sentidos da expressão processo, lem-

brando que o processo é instrumento do próprio Direito Processual e, portan-

to, não se confunde com este.

Deste modo, podemos conceituar da seguinte forma o sentido da expressão:

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PROCESSO

FASE DECONHECIMENTO

FASE DEEXECUÇÃO

As partes dizem o que pretendem,

para que o juiz saiba, conhecendo os fatose o direito a eles aplicável e concretizea vontade da lei, aplicando-a ao casoconcreto.

que

Nesta fase, já se sabe o que se quer e o juiz age, concretizando a vontade encerradanotítuloquelheservedefundamento.

Diz-se título, e não decisão, pelo motivosegueadiante.

Na atual sistemática do Código de Processo Civil, a execução tanto pode fundamentar-sena sentença, considerada título judicial (arts. 583 e 584 do CPC), como em cambiais, contratos,documentospúblicosou privados,consideradosestes títulosexecutivos extrajudiciais (art. 585doCPC).

Entre os títulos executivos extrajudiciais, o art. 585, VI, do CPC cita a certidão de dívidaativa da Fazenda Pública da União, do Estado, Distrito Federal, Território e Município, correspondenteaoscréditosinscritosnaformadalei.

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11.3.4. Relação Jurídica Processual

O titular de um direito ameaçado ou violado deve, para vê-lo reparado ou

protegido, pedir ao juiz competente que examine suas argüições e provas con-

tra quem ameaçou ou violou o seu direito e solucione o conflito.

Significa que o processo, que é o instrumento desta solução, que visa à de-

claração do direito aplicável ao caso concreto, compõe-se de diversos atos:a) o pedido do autor;

b) a citação do réu;

c) a resposta do réu;

d) a produção de provas; e

e) a sentença.

No seu desenrolar, há um estado de pendência. Proferida a decisão, se as

partes não se conformaram, podem pedir uma nova apreciação, através do re-curso que a lei processual lhes faculta. Pois bem, esses atos todos não são se-

não, em seu conjunto, a relação jurídica processual.

A relação processual é dinâmica porque compreende atos sucessivos das

partes, podendo sofrer, no seu desenvolvimento, modificações subjetivas ou

objetivas.

Podemos resumir, portanto, que se entende por relação jurídica processual

o vínculo que surge entre o Estado e as partes, no momento em que estas ini-

ciam a controvérsia a respeito de uma prestação de direito material.

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PROCESSO

EM SENTIDOESTRITO

EM SENTIDO

AMPLO

A palavra processo é utilizada emamplo como sinônimo dosque têm por objetivo

termos empregadostutela jurisdicional, justiça.

sentidoprincípios e regras

normatizar os atos e

durante a prestação dacom o fim de se alcançar a

A palavra processo é utilizada emestrito quando exprime a própriaatos e termos que seordenada no tempo,decisãosobreum

sentidoseqüência de

sucedem de maneirapara a obtenção de uma

fatoconcreto.

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11.4. Processo Executivo Fiscal

11.4.1. Ação de Cobrança Judicial da Dívida Ativa (Execução Fiscal)A ação de execução fiscal é o processo cabível para que a Fazenda Pública

exija coativamente do sujeito passivo aquilo que lhe é devido e não foi pago na

época própria. É precedida de inscrição do crédito tributário em Dívida Ativa,

que dá àquele presunção relativa de certeza e liquidez.

O autor da ação é o sujeito ativo da obrigação tributária, e o réu, o sujeito

passivo. Esta ação tem por escopo expropriar o contribuinte de seu patrimô-

nio, a fim de que seja satisfeita a pretensão fiscal. É uma ação de execução, e

não de conhecimento, não há produção de provas, eis que a Fazenda produz,

extrajudicialmente, sua prova, que é a certidão extraída do livro da dívida ativa

(título executivo extrajudicial que tem o efeito de prova pré-constituída, con-

forme art. 204 do CTN:

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de

certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e

pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivoou do terceiro a que aproveite.

Como a presunção de certeza e liquidez da dívida ativa é relativa, pode o

executado oferecer embargos à execução, no intuito de abrir nova discussão

sobre a existência ou valor do crédito exigido.

Os embargos são considerados uma ação autônoma que pode ser proposta

pelo executado (o autor é o executado) no curso da execução. Só é cabível apropositura dos embargos se a execução estiver garantida (com depósito, fian-

ça bancária ou penhora art. 16 da LEF). Os embargos podem ser oferecidos

até trinta dias da formalização da garantia e suspendem a execução.

Com efeito, o curso da execução fica paralisado até que sejam decididos os

embargos, que consistem numa ação de conhecimento, onde haverá produção

de provas.

Rejeitados os embargos, segue a execução para a fase expropriatória (con-

versão do depósito em renda, intimação do fiador para pagar; ou licitação paraa venda dos bens penhorados). Caso os embargos sejam julgados procedentes,

a execução é extinta.

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O processo de cobrança judicial da dívida ativa tributária ou não-tributária

da Fazenda Pública é regulado pela Lei no 6.830, de 22/09/1980, e subsidiaria-

mente por dispositivos do Código de Processo Civil.Repetimos, a partir de agora, a íntegra da Lei no 6.830/1990, com remissões

ao Código de Processo Civil, para depois analisarmos de forma mais didática os

seus principais dispositivos.

LEI No 6.830, DE 22 DE SETEMBRO DE 1980

Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pú-

blica e dá outras providências.

O Presidente da República:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-

guinte Lei:

Art. 1o. A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respec-

tivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo

Código de Processo Civil.

Art. 2o. Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida

como tributária ou não-tributária na Lei no 4.320, de 17 de março

de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais

de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e

balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Fe-

deral.

§ 1o. Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entida-

des de que trata o art. 1o

, será considerado Dívida Ativa da Fazen-da Pública.

§ 2o. A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tribu-

tária e a não-tributária, abrange atualização monetária, juros e

multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.

§ 3o. A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo

da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liqui-

dez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os

efeitos de direito, por 180 (cento e oitenta) dias ou até a distribui-ção daexecução fiscal, se estaocorrer antes de findo aqueleprazo.

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§ 4o. A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procura-

doria da Fazenda Nacional.

§ 5o

. O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:I o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhe-

cido, o domicílio ou residência de um e de outros;

II o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a for-

ma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei

ou contrato;

III a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da

dívida;

IV a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualiza-ção monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o ter-

mo inicial para o cálculo;

V a data e o número da inscrição, no RegistrodeDívida Ativa; e,

VI o número do processo administrativo ou do auto de infração,

se neles estiver apurado o valor da dívida.

§ 6o. A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do

Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade competente.

§ 7o. O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa poderão

ser preparados e numerados por processo manual, mecânico ou

eletrônico.

§ 8o. Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ati-

va poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado

a devolução do prazo para embargos.

§ 9o. O prazo para a cobrança das contribuições previdenciárias

continua a ser o estabelecido no art. 144 da Lei no

3.807, de 26 deagosto de 1960.

Art. 3o. A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção

de certeza e liquidez.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e

pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de

terceiro, a quem aproveite.

Art. 4o. A execução fiscal poderá ser promovida contra:

I o devedor;II o fiador;

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III o espólio;

IV a massa;

V o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ounão, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e

VI os sucessores a qualquer título.

§1o. Ressalvado o disposto no art. 31, o síndico, o comissário, o li-

quidante, o inventariante e o administrador, nos casos de falência,

concordata, liquidação, inventário, insolvência ou concurso de

credores, se antes de garantidos os créditos da Fazenda Pública,

alienarem ou derem em garantia quaisquer dos bens administra-

dos, respondem, solidariamente, pelo valor desses bens.§ 2o. À Dívida Ativa da Fazenda Pública, de qualquer natureza,

aplicam-se normas relativas à responsabilidade prevista na legisla-

ção tributária, civil e comercial.

§ 3o. Os responsáveis, inclusive as pessoas indicadas no § 1o deste

artigo, poderão nomear bens livres e desembaraçados do devedor,

tantos quantos bastem para pagar a dívida. Os bens dos responsá-

veis ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem

insuficientes à satisfação da dívida.

§ 4o. Aplica-se à Dívida Ativa da Fazenda Pública de natureza

não-tributária o disposto nos arts. 186 e 188 a 192 do Código Tri-

butário Nacional.

Art. 5o. A competência para processar e julgar a execução da Dívi-

da Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, in-

clusive o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência

ou do inventário.Art. 6o. A petição inicial indicará apenas:

I o juiz a quem é dirigida;

II o pedido; e

II o requerimento para a citação.

§ 1o. A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ati-

va, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita.

§ 2o. A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão consti-

tuir um único documento, preparado inclusive por processo ele-trônico.

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§ 3o. produção de provas pela Fazenda Pública independe de re-querimento na petição inicial.

§ 4o

. O valor da causa será o da dívida constante da certidão, comos encargos legais.Art. 7o. O despacho do juiz que deferir a inicial importa em ordempara:I citação, pelas sucessivas modalidades previstas no art. 8o;II penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução,

por meio de depósito ou fiança;III arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar;

IV registro da penhora ou do arresto, independentemente do pa-gamento de custas ou outras despesas, observado o disposto noart. 14; eV avaliação dos bens penhorados ou arrestados.A respeito de arresto, cabe a remissão aos arts. 813 e 818 do Códi-go de Processo Civil:

Art. 813. O arresto tem lugar:I quando o devedor sem domicílio certo intente ausentar-se

ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigaçãono prazo estipulado;II quando o devedor que tem domicílio:a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar os bens que

possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põeou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete ou-tro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execuçãoou lesar credores;III quando o devedor que possui bens de raiz intenta alie-ná-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com al-guns, livres e desembaraçados, equivalentes às dívidas;IV nos demais casos expressos em lei.(...)

Art. 818. Julgada procedente a ação principal, o arresto se re-

solve em penhora.Art. 8o. O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias,pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados

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na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas asseguinte normas:

I a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fa-zenda Pública não a requerer por outra forma;

II a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da

carta no endereço do executado; ou, se a data for omitida, no aviso

de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da carta à agência postal;

III se o aviso de recepção não retornar do prazo de 15 (quinze)

dias da entrega da carta à agência postal, a citação será feita por

oficial de justiça ou por edital;

IV o edital de citação será afixado na sede do juízo, publicadouma só vez no órgão oficial, gratuitamente, como expediente judi-

ciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá, apenas, a indica-

ção da exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a

quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da inscri-

ção no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do

 juízo.

§ 1o. O executado ausente do País será citado por edital, com pra-

zo de 60 (sessenta) dias.

§ 2o. O despacho do juiz, que ordenar a citação, interrompe a pres-

crição.

Art. 9o. Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e

multa de mora e encargos indicados na Certidão da Dívida Ativa,

o executado poderá:

I efetuar depósito em dinheiro, à ordem do juízo em estabeleci-

mento oficial de crédito, que assegure atualização monetária;II oferecer fiança bancária;

III nomear bens à penhora, observada a ordem do art. 11; ou

IV indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela

Fazenda Pública.

§ 1o. O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem

imóvel à penhora com o consentimento expresso do respectivo

cônjuge.

§ 2o. juntar-se aos autos a prova do depósito, da fiança bancária ouda penhora dos bens do executado ou de terceiros.

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 13 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

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§ 3o. A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro oufiança bancária, produz os mesmos efeitos da penhora.

§ 4o

. Somente o depósito em dinheiro, na forma do art. 32, faz ces-sar a responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora.§ 5o. A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condi-ções preestabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.§ 6o. O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar in-controversa, e garantir a execução do saldo devedor.Art. 10. Não ocorrendo pagamento, nem a garantia da execu-ção de que trata o art. 9o, a penhora poderá recair em qualquer

bem do executado, exceto os que a lei declare absolutamenteimpenhoráveis.Art. 11. A penhora ouarresto debensobedecerá à seguinteordem:I dinheiro;II título da dívida pública, bem como título de crédito, que te-nham cotação em Bolsa;III pedras e metais preciosos;IV imóveis;

V navios e aeronaves;VI veículos;VII móveis ou semoventes; eVIII direito e ações.§ 1o. Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabeleci-mento comercial, industrial ou agrícola, bem como em plantaçõesou edifícios em construção.§ 2o. A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito

de que trata o inciso I do art. 9o.§ 3o. O juiz ordenará a remoção do bem penhorado para depósito

 judicial, particular ou da Fazenda Pública exeqüente, sempre queesta o requerer, em qualquer fase do processo.Art. 12. Na execução fiscal, far-se-á a intimação da penhora aoexecutado, mediante publicação, no órgão oficial, do ato de junta-da do termo ou do auto de penhora.§ 1o. Nas comarcas do interior dos Estados, a intimação poderá serfeita pela remessa de cópia do termo ou do auto de penhora, pelocorreio, na forma estabelecida no art. 8o, I e II, para a citação.

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§ 2o. Se a penhora recair sobre imóvel, far-se-á a intimação ao côn-

 juge, observadas as normas previstas para a citação.

§ 3o

. Far-se-á a intimação da penhora pessoalmente ao executadose, na citação feita pela correio, o aviso de recepção não contiver a

assinatura do próprio executado, ou de seu representante legal.

Art. 13. O termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação

dos bens penhorados, efetuada por quem o lavrar.

§ 1o. Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pú-

blica, antes de publicado o edital de leilão, o juiz, ouvida a outra

parte, nomeará avaliador oficial para proceder a nova avaliação

dos bens penhorados.§ 2o. Se não houver, na comarca, avaliador oficial ou este não pu-

der apresentar o laudo de avaliação no prazo de 15 (quinze) dias,

será nomeada pessoa ou entidade habilitada, a critério do juiz.

§ 3o. Apresentado o laudo,o juizdecidirádeplano sobre a avaliação.

Art. 14. O oficial de justiça entregará contrafé e cópia do termo ou

do auto de penhora ou arresto, com a ordem de que trata o art. 7o,

IV:

I no ofício próprio, se o bem for imóvel ou a ele equiparado;

II na repartição competente para emissão de certificado de regis-

tro, se for veículo;

III na Junta Comercial, na Bolsa de Valores e na sociedade comer-

cial, se forem ações, debênture, parte beneficiária, cota ou qual-

quer outro título, crédito ou direito societário nominativo.

Art. 15. Em qualquer fase do processo, será deferida pelo juiz:

I ao executado, a substituição da penhora por depósito em di-nheiro ou fiança bancária; e

II à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por

outros, independentemente da ordem enumerada no art. 11, bem

como o reforço da penhora insuficiente.

Art. 16. O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta)

dias, contados:

I do depósito

II da juntada da prova da fiança bancária;III da intimação da penhora.

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 15 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

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§ 1o. Não são admissíveis embargos do executado antes de garan-tida a execução.

§ 2o

. No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda ma-téria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os documen-tos e rol de testemunhas, até três, ou, a critério do juiz, até o dobrodesse limite.§ 3o. Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as ex-ceções, salvo as de suspeição, incompetência e impedimento, se-rão argüidas como matéria preliminar e serão processadas e julga-das com os embargos.

Art. 17. Recebidos os embargos, o juiz mandará intimar a Fazen-da, para impugná-los no prazo de 30 (trinta) dias, designando, emseguida, audiência de instrução e julgamento.Parágrafo único. Não se realizará audiência, se os embargos versa-rem sobre matéria de direito ou, sendo de direito e de fato, a provafor exclusivamente documental, caso em que o juiz proferirá noprazo de 30 (trinta) dias.

Art. 18. Caso não sejam oferecidos os embargos, a Fazenda Públi-

ca manifestar-se-á sobre a garantia da execução.Art. 19. Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados osembargos, no caso de garantia prestada por terceiro, será este inti-mado, sob pena de contra ele prosseguir a execução nos própriosautos, para, no prazo de 15 (quinze) dias:I remir o bem, se a garantia for real; ou,II pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encar-gos, indicados na Certidão de Dívida Ativa, pelos quais se obri-gou, se a garantia for fidejussória.

Art. 20. Na execução por carta, os embargos do executado serãooferecidos no juízo deprecado, que os remeterá ao juízo deprecan-te, para instrução e julgamento.Parágrafo único. Quando os embargos tiverem por objeto víciosou irregularidades de atos do próprio juízo deprecado, caber-lhe-á

unicamente o julgamento dessa matéria.

Art. 21. Na hipótese de alienação antecipada dos bens penhora-dos, o produto será depositado em garantia da execução, nos ter-mos previstos no art. 9o, I.

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Art. 22. A arrematação será precedida de edital, afixado no local

do costume, na sede do juízo, e publicado, em resumo, uma só

vez, gratuitamente, como expediente judiciário, no órgão oficial.§ 1o. O prazo entre as datas de publicação do edital e do leilão não

poderá ser superior a 30 (trinta), nem inferior a 10 (dez) dias.

§ 2o. O representante judicial da Fazenda Pública será intimado,

pessoalmente, da realização do leilão, com a antecedência prevista

no parágrafo anterior.

Art. 23. A alienação de quaisquer bens penhorados será feita em

leilão público, no lugar destinado pelo juiz.

§ 1o. A Fazenda Pública e o executado poderão requerer que osbens sejam leiloados englobadamente ou em lotes que indicarem.

§ 2o. Cabe ao arrematante o pagamento da comissão do leiloeiro e

demais despesas indicadas no edital.

Art. 24. A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:

I antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for

embargada ou se rejeitados os embargos.

II findo o leilão:

a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;

b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de condi-

ções com a melhor oferta, no prazo de 30 (trinta) dias.

Parágrafo único. Se o preço da avaliação ou o valor da melhor

oferta for superior ao dos créditos da Fazenda Pública, a adjudica-

ção somente será deferida pelo juiz se a diferença for depositada,

pela exeqüente, à ordem do juízo, no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 25. Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será feita pessoalmente.

Parágrafo único. A intimação de que trata este artigo poderá ser

feita mediante vista dos autos, com imediata remessa ao represen-

tante judicial da Fazenda Pública, pelo cartório ou secretaria.

Art. 26. Se, antes da decisão de primeira instância, a inscrição de

Dívida Ativa for, a qualquer título, cancelada, a execução fiscal

será extinta, sem qualquer ônus para as partes.

Art. 27. As publicação de atos processuais poderão ser feitas resu-midamente ou reunir num só texto os de diferentes processos.

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 17 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

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Parágrafo único. As publicações farão sempre referência ao núme-

ro do processo no respectivo juízo e ao número da corresponden-

te inscrição de Dívida Ativa, bem como ao nome das partes e deseus advogados, suficientes para a sua identificação.

Art. 28. O juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniên-

cia da unidade da garantia da execução, ordenar a reunião de pro-

cessos contra o mesmo devedor.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, os processos serão re-

distribuídos ao juízo da primeira distribuição.

Art. 29. A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública

não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência,concordata, liquidação, inventário ou arrolamento.

Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica

entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:

I União e suas autarquias;

II Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, con-

 juntamente e pro rata;

III Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

Art. 30. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determina-

dos bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento da

Dívida Ativa da Fazenda Pública a totalidade dos bens e das ren-

das, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espó-

lio ou sua massa, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula

de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da

constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os

bens e rendas que a lei declara absolutamente impenhoráveis.Art. 31. Nos processos de falência, concordata, liquidação, inven-

tário, arrolamento ou concurso de credores, nenhuma alienação

será judicialmente autorizada sem a prova de quitação da Dívida

Ativa ou a concordância da Fazenda Pública.

Art. 32. Os depósitos judiciais em dinheiro serão obrigatoriamen-

te feitos:

I na Caixa Econômica Federal, de acordo com o Decreto-Lei

no 1.737, de 20 de dezembro de 1979, quando relacionados com aexecução fiscal proposta pela União ou suas autarquias;

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II na Caixa Econômica ou no banco oficial da unidade federativaou, à sua falta, na Caixa Econômica Federal, quando relacionados

com execução fiscal proposta pelo Estado, Distrito Federal, Muni-cípios e suas autarquias.§ 1o. Os depósitos de que trata este artigo estão sujeitos à atualiza-ção monetária, segundo os índices estabelecidos para os débitostributários federais.§ 2o. Após o trânsito em julgado da decisão, o depósito, monetaria-mente atualizado, será devolvido ao depositante ou entregue à Fa-zenda Pública, mediante ordem do juízo competente.

Art. 33. O juízo, de ofício, comunicará à repartição competente daFazenda Pública, para fins de averbação no Regimento da DívidaAtiva, a decisão final, transitada em julgado, que der por improce-dente a execução, total ou parcialmente.Art. 34. Das sentenças de primeira instância proferidas em execu-ções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações de Te-souro Nacional OTN, só se admitirão embargos infrigentes e dedeclaração.

O Código de Processo Civil define o que são embargos infringentes e de de-claração:

Art. 530. Cabem embargos infringentes quando não for unânimeo julgado proferido em apelação ou em ação rescisória. Se o desa-cordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto dadiscordância.(...)

Art. 535. Cabem embargos de declaração quando:I houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradi-ção;II for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz outribunal.

Para efeito de esclarecimento, citamos os conceitos de sentença e acórdão,previstos no Código de Processo Civil:

Art. 162, § 1o. Sentença é o ato do juiz que implica alguma das si-

tuações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 19 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

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(...)

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:

I quando o juiz indeferir a petição inicial;Il quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligên-

cia das partes;

III quando, por não promover os atos e diligências que Ihe com-

petir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

IV quando se verificar a ausência de pressupostos de constitui-

ção e de desenvolvimento válido e regular do processo;

V quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência

ou de coisa julgada;Vl quando não concorrer qualquer das condições da ação, como

a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse

processual;

Vll pela convenção de arbitragem;

Vlll quando o autor desistir da ação;

IX quando a ação for considerada intransmissível por disposição

legal;

X quando ocorrer confusão entre autor e réu;

XI nos demais casos prescritos neste Código.

§ 1o. O juizordenará, nos casos dos nos II e III, o arquivamento dos

autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pes-

soalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.

§ 2o. No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as partes pa-

garão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será

condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado(art. 28).

§ 3o. O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de ju-

risdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria

constante dos ns. IV, V e VI; todavia, o réu que a não alegar, napri-

meira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá

pelas custas de retardamento.

§ 4o. Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não po-

derá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.(...)

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Art. 269. Haverá resolução de mérito:

I quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;

II quando o réu reconhecer a procedência do pedido;III quando as partes transigirem;

IV quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;

V quandoo autor renunciar aodireito sobreque se funda a ação.

(...)

Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferi-

do pelos tribunais.

Continuando com os dispositivos da Lei no 6.830/1980:

Art. 34 .......

§ 1o. Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida

monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e

de mais encargos legais, na data da distribuição.

§ 2o. Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com docu-

mentos novos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante

o mesmo Juízo, em petição fundamentada.

§ 3o . Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os au-

tos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará

ou reformará a sentença.

Art. 35 Nos processos regulados por esta Lei, poderá ser dispen-

sada a audiência de revisor, no julgamento das apelações.

Art. 36 Compete à Fazenda Pública baixar normas sobre o reco-

lhimento da Dívida Ativa respectiva, em Juízo ou fora dele, e apro-var, inclusive, os modelos de documentos de arrecadação.

Art. 37 O Auxiliar de Justiça que, por ação ou omissão, culposa

ou dolosa, prejudicar a execução, será responsabilizado, civil, pe-

nal e administrativamente.

Parágrafo Único O Oficial de Justiça deverá efetuar, em 10 (dez)

dias, as diligências que lhe forem ordenadas, salvo motivo de força

maior devidamente justificado perante o Juízo.

Art. 38 A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Públicasó é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóte-

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 21 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

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ses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou

ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do de-

pósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigidoe acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.

Parágrafo Único A propositura, pelo contribuinte, da ação pre-

vista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na es-

fera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.

Art. 39 A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de cus-

tas e emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu interesse in-

dependerá de preparo ou de prévio depósito.

Parágrafo Único Se vencida, a Fazenda Pública ressarcirá o valordas despesas feitas pela parte contrária.

Art. 40 O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for

localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa re-

cair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.

§ 1o. Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao

representante judicial da Fazenda Pública.

§ 2o. Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja loca-

lizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordena-

rá o arquivamento dos autos.

§ 3o. Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os

bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da exe-

cução.

§ 4o. Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o

prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública,

poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decre-tá-la de imediato.

Art. 41 O processo administrativo correspondente à inscrição

de Dívida Ativa, à execução fiscal ou à ação proposta contra a Fa-

zenda Pública será mantido na repartição competente, dele se ex-

traindo as cópias autenticadas ou certidões, que forem requeridas

pelas partes ou requisitadas pelo Juiz ou pelo Ministério Público.

Parágrafo Único Mediante requisição do Juiz à repartição com-

petente, com dia e hora previamente marcados, poderá o processoadministrativo ser exibido na sede do Juízo, pelo funcionário para

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esse fim designado, lavrando o serventuário termo da ocorrência,

com indicação, se for o caso, das peças a serem trasladadas.

Art. 42 Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entraráem vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.

Com o conhecimento da íntegra da Lei no 6.830/1980, passamos para uma

análise de seus dispositivos mais importantes de forma didática, tornando mais

fácil a fixação dos princípios básicos desta Lei de Execução Fiscal.

11.4.1.1. Características

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 23 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

r   s  o s 

 Art. 1 A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dosMunicípios e respectivas autarquias será regida por estaLei e, subsidiariamente, peloCódigode ProcessoCivil.

º.

 Art. 2 Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não-tributária naLei n 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito

 financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios edo Distrito Federal.

º.

º 

 Art. 5 A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa daFazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência,daconcordata,da liquidação,da insolvência ou doinventário.

º.

 Art. 4 , § 2 À Dívida Ativa da FazendaPública, de qualquer natureza, aplicam-senormas relativas à responsabilidade previstana legislaçãotributária, civile comercial.

º º. Art. 4 , § 4 Aplica-se à Dívida Ativa daFazenda Pública de natureza não-tributáriao disposto nos arts. 186 e 188 a 192 doCódigoTributário Nacional.

º º.

Olhar §§ doart. 2 e do

art. 3º

º

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11.4.1.2. Procedimentos

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       S       é     r       i

     e       P     r     o     v     a     s     e       C     o     n     c     u     r     s     o     s

24

PETIÇÃO INICIAL Art. 6º  

DESPACHO DO JUIZ

 Art. 7º  

Olhar art. 40

CITAÇÃO PARA PAGAMENTO Art. 8º 

PENHORA, CASO NÃO HAJA

PAGAMENTO OU

GARANTIA DE EXECUÇÃO

Art. 10

GARANTIA DEEXECUÇÃO

 Art. 9º  

Verarts. 11 a 15,

21 e 30

OFERECIMENTO DE EMBARGOS

PELO EXECUTADO, SE GARANTIDA A

EXECUÇÃO

Art. 16

IMPUGNAÇÃO DOS EMBARGOSPELA FAZENDA PÚBLICA

Art. 17

ARREMATAÇÃOArts. 22 a 24

CASO NÃO HAJA EMBARGOS, AFAZENDA PÚBLICA MANIFESTAR-SE-Á

SOBRE A GARANTIA DAEXECUÇÃO

Art. 19

Ver art. 18Ver arts. 20 e 34

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Arts. 17 e parágrafo único e 33

Ver art. 9 , § 6º º

PAGAMENTO(extinção do crédito

tributário)

Sentença desfavorável àFazenda

Sentença favorável àFazenda

PAGAMENTO(extinção do crédito)

Extinção do crédito ou início de outraação executiva com uma nova certidão

de inscrição na dívida ativa.

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11.4.1.3. Quem Pode Ser Executado

11.4.1.4. Citações e Intimações

Enquanto o sujeito passivo pode ser citado de formas diversas, qualquer in-

timação ao representante da Fazenda Pública será feita pessoalmente.

Art. 8o. O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias,

pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados

na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas asseguinte normas:

I a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fa-

zenda Pública não a requerer por outra forma;

II a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da

carta no endereço do executado; ou, se a data for omitida, no aviso

de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da carta à agência postal;

III se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze)

dias da entrega da carta à agência postal, a citação será feita poroficial de justiça ou por edital;

IV o editalde citação seráafixado nasede do juízo, publicado uma

só vez no órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário,

com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da

exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a quantia de-

vida, a natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Regis-

tro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do juízo.

§1o. O executado ausente do País será citado por edital, com prazo

de 60 (sessenta) dias.

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 25 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

r   s  o s  Art. 4 A execução fiscal poderá ser promovida contra:º.

Oespólio

Ofiador

Os sucessores aqualquer título

Amassa

O responsávelprevisto em lei

Odevedor

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       S       é     r       i

     e       P     r     o     v     a     s     e       C     o     n     c     u     r     s     o     s

26

§ 2o. O despacho do juiz, que ordenar a citação, interrompe a pres-crição.

(...)Art. 12. Na execução fiscal, far-se-á a intimação da penhora aoexecutado, mediante publicação, no órgão oficial, do ato de junta-da do termo ou do auto de penhora.§ 1o. Nas comarcas do interior dos Estados, a intimação poderá serfeita pela remessa de cópia do termo ou do auto de penhora, pelo

correio, na forma estabelecida no art. 8o, I e II, para a citação.§ 2o. Se a penhora recair sobre imóvel, far-se-á a intimação ao côn-

 juge, observadas as normas previstas para a citação.§ 3o. Far-se-á a intimação da penhora pessoalmente ao executadose, na citação feita pelo correio, o aviso de recepção não contiver aassinatura do próprio executado, ou de seu representante legal.(...)

Art. 25. Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será feita pessoalmente.Parágrafo único. A intimação de que trata este artigo poderá ser

feita mediante vista dos autos, com imediata remessa ao represen-tante judicial da Fazenda Pública, pelo cartório ou secretaria.

11.4.1.5. Outros Dispositivos Importantes

Destacamos, aqui, os dispositivos que consideramos mais importantes e de

efeito prático mais significativo.

Art. 26. Se, antes da decisão de primeira instância, a inscrição de

Dívida Ativa for, a qualquer título, cancelada, a execução fiscalserá extinta, sem qualquer ônus para as partes.

(...)

Art. 31. Nos processos de falência, concordata, liquidação, inven-

tário, arrolamento ou concurso de credores, nenhuma alienação

será judicialmente autorizada sem a prova de quitação da Dívida

Ativa ou a concordância da Fazenda Pública.

(...)

Art. 35. Nos processos regulados por esta Lei, poderá ser dispen-

sada a audiência de revisor, no julgamento das apelações.

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CAMPUS

(...)Art. 37. O auxiliar de justiça que, por ação ou omissão, culposa ou

dolosa, prejudicar a execução, será responsabilizado, civil, penal eadministrativamente.Parágrafo único. O oficial de justiça deverá efetuar, em 10 (dez)dias, as diligências que lhe forem ordenadas, salvo motivo de forçamaior devidamente justificado perante o juízo.Art. 38. A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Públicasó é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóte-ses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ouação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do de-pósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigidoe acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.Parágrafo único. A propositura, pelo contribuinte, da ação previs-ta neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esferaadministrativa e desistência do recurso acaso interposto.Art. 39. A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de cus-tas e emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu interesse in-dependerá de preparo ou de prévio depósito.

Parágrafo único. Se vencida, a Fazenda Pública ressarcirá o valordas despesas feitas pela parte contrária.Art. 40. O juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não forlocalizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa re-cair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.§ 1o. Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos aorepresentante judicial da Fazenda Pública.§ 2o. Decorrido o prazo máximo de 1(um) ano, sem que seja loca-

lizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o juiz ordena-rá o arquivamento dos autos.§ 3o. Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ouos bens,serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução.§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido oprazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública,poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decre-tá-la de imediato.

Art. 41. O processo administrativo correspondente à inscrição deDívida Ativa, à execução fiscal ou à ação proposta contra a Fazen-da Pública será mantido na repartição competente, dele se extra-

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 27 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

r   s  o s 

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indo as cópias autenticadas ou certidões, que forem requeridaspelas partes ou requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público.

Parágrafo único. Mediante requisição do juiz à repartição compe-tente, com dia e hora previamente marcados, poderá o processoadministrativo ser exibido, na sede do juízo, pelo funcionário paraesse fim designado, lavrando o serventuário termo da ocorrência,com indicação, se for o caso, das peças a serem trasladadas.

11.4.1.6. Quadro-Resumo dos Prazos

Osprazosprevistos naLei n

o

6.830/1980 sãoos seguintes, emordemcrescente:DIAS DESCRIÇÃO

51)Art.8o. O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com

os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou

garantir a execução.

10

1) Art. 8o, II. A citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no

endereço do executado; ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias

após a entrega da carta à agência postal.

2) Art. 34, § 2o. Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentosnovos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo juízo, em petição

fundamentada.

3) Art. 34, § 3o. Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias serão os autos

conclusos ao juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará oureformará a sentença.

4) Art. 37, parágrafo único. O oficial de justiça deverá efetuar, em 10 (dez) dias, as

diligências que lhe forem ordenadas, salvo motivo de força maior devidamente

 justificado perante o juízo.

15

1) Art. 8o, III. Se o aviso de recepção não retornar do prazo de 15 (quinze) dias da

entrega da carta à agência postal, a citação será feita por oficial de justiça ou por edital.

2) Art. 13, § 2o. Se não houver, na comarca, avaliador oficial ou este não puder

apresentar o laudo de avaliação no prazo de 15 (quinze) dias será nomeada pessoa ou

entidade habilitada, a critério do juiz.

3) Art. 19. Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados os embargos, no caso

de garantia prestada por terceiro, será este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a

execução nos próprios autos, para, no prazo de 15 (quinze) dias:

I remir o bem, se a garantia for real; ou

II pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encargos, indicados naCertidão de Dívida Ativa, pelos quais se obrigou, se a garantia for fidejussória.

Direito Tributário – Claudio Borba ELSEVIER 

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DIAS DESCRIÇÃO

20 1) Art. 34, § 3o. Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias serão os autos

conclusos ao juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará oureformará a sentença.

30

1) Art. 8o, IV. O edital de citação será afixado na sede do juízo, publicado uma só vez

no órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30

(trinta) dias.

2) Art. 16. O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:

I do depósito;

II da juntada da prova da fiança bancária;

III da intimação da penhora.

3) Art. 16, § 2o. No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à

defesa, requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, atétrês, ou, a critério do juiz, até o dobro desse limite.

4) Art. 17. Recebidos os embargos, o juiz mandará intimar a Fazenda, para

impugná-los no prazo de 30 (trinta) dias, designando, em seguida, audiência de

instrução e julgamento.

5) Art. 17, parágrafo único. Não se realizará audiência, se os embargos versarem sobre

matéria de direito ou, sendo de direito e de fato, a prova for exclusivamente

documental, caso em que o juiz proferirá no prazo de 30 (trinta) dias.

6) Art. 24. A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:

II findo o leilão:

b) havendo licitantes, com referência, em igualdade de condições com a melhor

oferta, no prazo de 30 (trinta) dias.

7) Art. 24, parágrafo único. Se o preço da avaliação ou o valor da melhor oferta for

superior ao doscréditosda Fazenda Pública, a adjudicaçãosomente será deferida pelo

 juiz se a diferença for depositada, pela exeqüente, à ordem do juízo, no prazo de 30

(trinta) dias.

60

1) Art. 8o, § 1o. O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60

(sessenta) dias.

Alguns prazos não são expressos em um número certo de dias:

PRAZO DESCRIÇÃO

10 a 30dias

Art. 22, § 1o. O prazo entre as datas de publicação do edital de arrematação e do

leilão não poderá ser superior a 30 (trinta), nem inferior a 10 (dez) dias.

1 ano

Art. 40, § 2o. Decorrido o prazo máximo de 1(um) ano, sem que seja localizado

o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamentodos autos.

29 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

r   s  o s 

CAMPUS Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa

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11.4.2. Dívida Ativa

A ação de execução fiscal é o processo cabível para que a Fazenda Pública

exija coativamente do sujeito passivo aquilo que lhe é devido e não foi pago naépoca própria. É precedida de inscrição do crédito tributário em Dívida Ativa,

que dá àquele presunção relativa de certeza e liquidez.

O autor da ação é o sujeito ativo da obrigação tributária e o réu, o sujeito

passivo. Esta ação tem por escopo expropriar o contribuinte de seu patrimô-

nio, a fim de que seja satisfeita a pretensão fiscal. É uma ação de execução, e

não de conhecimento, não há produção de provas, eis que a Fazenda produz,

extrajudicialmente, sua prova que é a certidão extraída do livro da dívida ativa

(título executivo extrajudicial que tem o efeito de prova pré-constituída, con-

forme o art. 204 do CTN:

Art. 204 do CTN. A dívida regularmente inscrita goza da presun-

ção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e

pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo

ou do terceiro a que aproveite.

Como a presunção de certeza e liquidez da Dívida Ativa é relativa, pode o

executado oferecer embargos à execução, no intuito de abrir nova discussão

sobre a existência ou valor do crédito exigido.

11.4.2.1. Conceito

O conceito de Dívida Ativa está previsto na Lei n

o

5.172/1966 (CTN) e naLei no 4.320, de 17 de março de 1964, que criou normas gerais de Direito Fi-

nanceiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

Segue o art. 201 e parágrafo único do CTN, que conceitua dívida ativa

tributária:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito

dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa

competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento,

pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

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       S       é     r       i

     e       P     r     o     v     a     s     e       C     o     n     c     u     r     s     o     s

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Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os

efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

 Já a Lei no 4.320/1964 dispõe a respeito de dívida ativa tributária ou não-

tributária:

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou

não-tributária, serão escriturados como receita do exercício em

que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

As disposições deste artigo entraram em vigor no dia 1o de janeiro

de 1980.

§ 1o. Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso

do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislaçãoprópria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a

sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse

título.

§ 2o. Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa

natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e res-

pectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa Não-Tributária são os

demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes deempréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei,

multas de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, fo-

31 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

r   s  o s 

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa

ÃO

FATOGERADOR

OBRIGAÇÃOTRIBUTÁRIA

CRÉDITOTRIBUTÁRIO

DÍVIDA

ATIVA

SUSPENSÃO

EXCLUSÃO

EXTINÇÃO

ÃO

TERMODE INSCRIÇÃO

NA DÍVIDAATIVA

CERTIDÃODE INSCRIÇÃO

NA DÍVIDAATIVA

DÍVIDAATIVA EMFASE DE

EXECUÇÃO

LANÇAMENTO

FATO JURÍDICO

LEI

A partir daqui,presunçãode fraude

do art. 185do CTN

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ros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais,

preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, inde-

nizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis defi-nitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obri-

gações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança,

aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obriga-

ções legais.

§ 3o. O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangei-

ra será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à

taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou inti-

mação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta,na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conver-

são, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com

preceitos legais pertinentes aos débitos tributários.

§ 4o. A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados

nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à

respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao en-

cargo de que tratam o art. 1o do Decreto-Lei no 1.025, de 21 de ou-

tubrode1969,eoart.3o do Decreto-Lei no 1.645, de 11 de dezem-

bro de 1978.

§ 5o. A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procura-

doria da Fazenda Nacional.

O processo de cobrança judicial da dívida ativa tributária ou

não-tributária da Fazenda Pública é regulado pela Lei no 6.830, de

22/09/1980, e subsidiariamente por dispositivos do Código de

Processo Civil.

É importante chamar a atenção para o fato de que, enquanto o CTN trata

apenas da dívida ativa tributária, a Lei no 4.320/68 cita dois tipos de dívida ati-

va; a tributária e a não-tributária.

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De acordo com o art. 159 do Decreto no 99.180, de 15 de março de 1990, o

órgão encarregado de apurar e inscrever, para fins de cobrança judicial, a Dívi-

da Ativa da União, tributária ou de qualquer outra natureza é a Procuradoria-

Geral da Fazenda Nacional.

11.4.2.2. Termo de Inscrição

Segundo o art. 202 do CTN, o termo de inscrição na dívida ativa tributária

deve obrigatoriamente conter determinadas exigências:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela

autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

I o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem

como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de

outros;II a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora

acrescidos;

III a origem e a natureza do crédito, mencionada especificamen-

te a disposição da lei em que seja fundado;

IV a data em que foi inscrita;

V sendo caso, o número do processo administrativo de que se

originar o crédito.

Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste ar-tigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 33 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

r   s  o s DÍVIDA

ATIVA

TRIBUTÁRIA

NÃO-TRIBUTÁRIA

demais créditos da Fazenda Pública, tais como os prove-nientes de empréstimos compulsórios,estabelecidas em lei, multas de qualquernatureza, exceto as tributárias, foros,aluguéis ou taxas de ocupação, custaspreços de serviços prestados porpúblicos, indenizações, reposições,dos responsáveis definitivamenteassim os créditos decorrentes demoeda estrangeira, de sub-rogação deaval ou outra garantia, de contratos outrasobrigações legais.

contribuiçõesorigem oulaudêmios,

processuais,estabelecimentos

restituições, alcances julgados, bemobrigações emhipoteca, fiança,

em geral ou de

proveniente de obrigação legal relativa atributos e respectivos adicionais e multas;

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 Já o art. 203 do CTN traz as conseqüências da omissão ou erro em um dos

itens obrigatórios citados no art. 202:

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no arti-

go anterior ou o erro a eles relativo são causas de nulidade da ins-

crição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade

poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante

substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusa-

do ou interessado, o prazo para defesa, que somente poderá versar

sobre a parte modificada.

11.4.2.3. Inscrição de Crédito Regular por Falta de Pagamento ou de

Decisão Final em Processo Regular

Conforme visto no item anterior, o art. 201 do CTN determina a inscrição

de crédito regular por falta de pagamento ou de decisão final em processo re-

gular:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de créditodessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa

competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento,

pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os

efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

Também conforme já foi visto, deacordo com o art. 159 doDecreto no 99.180,

de 15 demarço de1990, o órgão encarregado deapurar e inscrever, para fins decobrança judicial, a Dívida Ativa da União, tributária ou de qualquer outra na-

tureza, é a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

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A omissão ou o erro emum dos itens

obrigatórios do termode inscrição na dívida

ativa do art. 202 do CTN

Causa a nulidade dainscrição e do

processo de cobrança

Mas a certidão poderáser substituída até a

decisão de 1instância, sanandoeventuais omissões

a

Será dado novo prazo paradefesa ao sujeito passivo,

relativa ao item modificado.

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11.4.2.4. Certeza e Liquidez

O crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa goza da pre-

sunção relativa de certeza e liquidez, conforme determina o art. 204 do CTN:

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de

certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e

pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo

ou do terceiro a que aproveite.

11.4.3. Fraude de Execução Fiscal

Tanto o Código Tributário Nacional, no art. 184, como a Lei no 6.830/1980,

no seu art. 30, estabelecem uma garantia ao crédito regularmente inscrito

como dívida ativa em fase de execução.

Art. 30 da Lei no 6.830/80. Sem prejuízo dos privilégios especiais

sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde

pelo pagamento da Dívida Ativa da Fazenda Pública a totalidade

dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito

passivo, seu espólio ou sua massa, inclusive os gravados por ônus

real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja

qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuadosunicamente os bens e rendas que a lei declara absolutamente im-

penhoráveis.

Dívida do DireitoPrivado

Dívida fiscalinscrita nadívida ativa

Credor comum temque provar a certeza e

liqüidez do crédito Devedorinadimplente

Crédito tributário gozade presunção relativade certeza e liquideze tem efeito de prova

pré-constituída

Devedor podederrubar a presunção

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Todo o somatório dos bens e rendas de qualquer natureza, do sujeito passi-

vo, seu espólio ou sua massa falida respondem pelo crédito tributário. Portan-

to, bens hipotecados a terceiros, com cláusula de impenhorabilidade ou inalie-nabilidade ou com outros ônus reais podem ser penhorados durante a execu-

ção fiscal.

A Lei no 6.830/1980, que trata da cobrança judicial da dívida ativa, também

dispõe, no seu art. 10:

não ocorrendo o pagamento, nem a garantia de execução de que

trataoart.9o, a penhora poderá recair em qualquer bem do execu-

tado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis.Na prática, não temos que atentar para todos os tipos de bens que podem

ser penhorados, e sim, tão-somente, para os que não podem ser penhorados em

uma execução fiscal.

São absolutamente impenhoráveis, segundo o art. 649 do Código de Pro-

cesso Civil:a) os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à

execução;

b) as provisões de alimentos e combustíveis necessárias à manutenção dodevedor e de sua família durante um mês;c) o anel nupcial e os retratos de família;d) os vencimentos dos magistrados, dos professores e dos funcionários pú-

blicos, o soldo e os salários, salvo para pagamento de pensão alimentícia;

e) os equipamentos dos militares;f) os livros, as máquinas, os utensílios e os instrumentos, necessários ou

úteis ao exercício de qualquer profissão;

g) as pensões, as tenças, ou os montepios, percebidos dos cofres públicos, oude institutos de previdência, bem como os provenientes de liberdade deterceiros, quando destinados ao sustento do devedor ou da sua família;

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ABSOLUTAMENTE

IMPENHORÁVEL

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h) os materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem

penhoradas;

i) o seguro de vida; j) o imóvel rural, até um módulo, desde que este seja o único de que dispo-

nha o devedor, ressalvada a hipoteca para fins de financiamento agrope-

cuário.

Além destes, a Lei no 8.009/1990 também considera absolutamente impe-

nhorável o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, salvo

para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas

em função do citado imóvel:

LEI No 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990

Art. 1o. O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade fami-

liar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida

civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, con-

traída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus pro-

prietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.

Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre

o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de

qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso

profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

Art. 2o. Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de trans-

porte, obras de arte e adornos suntuosos.

Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade

aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência eque sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste

artigo.

Art. 3o. A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de

execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natu-

reza, salvo se movido:

(...)

IV para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e con-

tribuições devidas em função do imóvel familiar;(...)

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Art. 4o. Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sa-

bendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para

transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da mora-dia antiga.

§ 1o. Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, trans-

ferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou

anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou

concurso, conforme a hipótese.

§ 2o. Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a

impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os res-

pectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5o, inciso XXVI, daConstituição, à área limitada como pequena propriedade rural.

Art. 5o. Para os efeitos de impenhorabilidade de que trata esta lei,

considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou

pela entidade familiar para moradia permanente.

Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser

possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impe-

nhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver

sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma

do art. 70 do Código Civil.

11.4.4. Renúncia e Desistência na Via Administrativa

O art. 38 e parágrafo único da Lei no 6.830/1980 determinam que, se o

contribuinte fizer a propositura de mandado de segurança, ação de repetição

do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida dodepósito preparatório do valor do débito, importa em renúncia ao poder de re-

correr na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto:

Art. 38. A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública

só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóte-

ses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou

ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do de-

pósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigidoe acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.

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Parágrafo único. A propositura, pelo contribuinte, da ação previs-

ta neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera

administrativa e desistência do recurso acaso interposto.

É importante, no entanto, chamar a atenção para o disposto no art. 62 e pa-

rágrafo único do Decreto no 70.235/1972:

Art. 62. Durante a vigência de medida judicial que determinar a

suspensão da cobrança do tributo, não será instaurado procedi-

mento fiscal contra o sujeito passivo favorecido pela decisão, rela-

tivamente à matéria sobre que versar a ordem de suspensão.Parágrafo único. Se a medida referir-se à matéria objeto de proces-

so fiscal, o curso deste não será suspenso exceto quanto aos atos

executórios.

Podemos concluir, portanto, que a propositura de uma destas ações judi-

ciais importa em renúncia ao recurso e desistência do mesmo, caso não tenha

sido interposto.

Desta forma, o processo administrativo decorrente da impugnação do sujei-

to passivo e ainda em primeira instância continuará o seu curso, exceto quanto

aos atos executórios.

11.5. Quadro Comparativo entre Discussão Judicial e Administrativa

da Dívida Tributária

DISCUSSÃO JUDICIAL DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA

Constitui um controle externo do ato admi-

nistrativo.

Constitui um controle interno do ato admi-

nistrativo.

Existe uma relação triangular formada por réu

(Fazenda Pública), autor (sujeito passivo) e

 julgador (autoridade judiciária).

Inexiste uma relação triangular, já que o julga-

dor é a própria autoridade administrativa da

Fazenda Pública.

Existe uma definitividade na decisão judicial

passada em julgado.

Existe uma limitação da eficácia das decisões,

 já que podem ser questionadas judicialmente.

As decisões possuem caráter expropriatório(os bens do sujeito passivo podem ser penho-

rados e leiloados).

As suas decisões não possuem caráter expro-priatório.

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DISCUSSÃO JUDICIAL DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA

Existe uma primeira instância julgada poruma

autoridade judiciária (órgãos singulares) euma segunda instância julgada por órgãos co-

legiados que reexaminam as decisões de pri-

meira instância, no caso de recursos.

A estrutura é análoga à do Poder Judiciário,

possuindo autoridades julgadoras de primeira

instância (órgãos singulares) e colegiados de

 julgadoresde segunda instância (órgãos coleti-

vos), que reexaminam as decisões de primeira,

em havendo recursos.

Possui uma lei federal de regência única para

tributos federais, estaduais, distritais ou muni-

cipais.

Como forma de autocontrole, cada entidadeda

Federação tem a sua lei de regência própria.

Havendo inércia do autor da ação, esta pode

ser encerrada sem que o mérito seja julgado.

O princípio da oficialidade determina que,

mesmo havendo inércia do autor, o processo

deve chegar ao seu final.

Na discussão judicial, pode-se chegar tanto à

coisa julgada material quanto à coisa julgada

formal.

Os processos administrativos sempre buscam

a verdade material.

Caracterizada pelo alto formalismo.

Caracterizada pelo informalismo, não haven-

do sequer necessidade de participação de ad-

vogado.

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Exercícios de Fixação

1. Na ação para cobrança judicial da dívida ativa, é falso afirmar, a respeito da pe-

tição inicial:

a) a petição inicial indicará apenas o juiz a quem é dirigida, o pedido e o requerimento

para a citação;

b) a petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um único documento,

preparado inclusive por processo eletrônico;c) a produção de provas pela Fazenda Pública depende de requerimento na petição ini-

cial;

d) a petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela fará parte in-

tegrante, como se estivesse transcrita;

e) o valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais.

2. Sobre a Dívida Ativa da Fazenda Pública, é correto inserir que:

a) qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei à União, aos Estados, ao Distrito

Federal ou aos Municípios será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública;

b) constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária na Lei

no 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui nor-mas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balan-

ços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;

c) a inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será fei-

ta pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a

prescrição, para todos os efeitos de direito, por seis meses ou até a distribuição da

execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo;

d) o Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter apenas o nome do contribuinte,

sendo dispensado o do co-responsável;

e) a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída a qualquer tempo, as-

segurada ao executado a devolução do prazo para embargos.

3. Com relação à citação do executado, é incorreto afirmar que:

a) o mesmo será citado para, no prazo de cinco dias, pagar a dívida com os juros e multa

de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução;

b) o edital de citação será afixado na sede do juízo, publicado uma só vez no órgão ofi-

cial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de trinta dias, e conte-

rá, apenas, a indicação do exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a

quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Registro da

Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do juízo;

c) a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a

requerer por outra forma;

d) a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do

executado; ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, dez dias após a entrega

da carta à agência postal;

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CAMPUS Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa

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e) se o aviso de recepção não retornar no prazo de trinta dias da entrega da carta à

agência postal, a citação será feita por oficial de justiça ou por edital.

4. A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:

a) dinheiro, títulos da dívida pública, bem como títulos de crédito, que tenham cotação

em Bolsa, imóveis, pedras a metais preciosos, navios e aeronaves, veículos, móveis

ou semoventes e direito a ações;

b) dinheiro, títulos da dívida pública, bem como títulos de crédito, que tenham cotação

em Bolsa, pedras e metais preciosos, imóveis, navios e aeronaves, móveis ou semo-

ventes, direito a ações e veículos;

c) dinheiro, títulos da dívida pública, bem como títulos de crédito, que tenham cotação

em Bolsa, pedras e metais preciosos, imóveis, navios e aeronaves, veículos, móveis

ou semoventes e direito a ações;

d) títulos da dívida pública, dinheiro, títulos de crédito, que tenham cotação em Bolsa,

pedras e metais preciosos, imóveis, navios e aeronaves, veículos, móveis ou semo-ventes e direito a ações;

e) dinheiro, títulos da dívida pública, bem como títulos de crédito, que tenham cotação

em Bolsa, imóveis, navios e aeronaves, veículos, móveis ou semoventes, direito a

ações e pedras e metais preciosos.

5. Assinale a alternativa errada a respeito da cobrança judicial da Dívida Ativa.

a) Recebidos os embargos do executado, o juiz mandará intimar a Fazenda, para im-

pugná-los no prazo de trinta dias, designando, em seguida, audiência de instrução e

 julgamento. Não se realizará audiência, se os embargos versarem sobre matéria de

direito ou, sendo de direito e de fato, a prova for exclusivamente documental, caso

em que o juiz proferirá no prazo de trinta dias.b) Caso não sejam oferecidos os embargos pelo executado, a Fazenda Pública manifes-

tar-se-á sobre a garantia da execução.

c) Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados os embargos, no caso de ga-

rantia prestada por terceiro, será este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a

execução nos próprios autos, para, no prazo de quinze dias, remir o bem, se a garan-

tia for real ou pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encargos, in-

dicados na Certidão de Dívida Ativa, pelos quais se obrigou, se a garantia for fidejus-

sória.

d) Na execução por carta, os embargos do executado serão oferecidos no juízo depre-

cado, que os remeterá ao juízo deprecante, para instrução e julgamento.

e) Na hipótese de alienação antecipada dos bens penhorados, o produto será converti-do em renda para a respectiva Fazenda Pública.

6. Assinale a alternativa errada no que diz respeito ao oferecimento de embargos

por parte do executado.

a) Poderão ser oferecidos no prazo de trinta dias contados do depósito, da juntada da

prova da fiança bancária ou da intimação da penhora.

b) Não poderão ser oferecidos antes de garantida a execução.

c) No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa, reque-

rer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a

critério do juiz, até o dobro desse limite.

d) Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou infe-

rior a 50 (cinqüenta) Obrigações do Tesouro Nacional OTN, só se admitirão embar-

gos infringentes e de declaração.

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e) Na execução por carta, os embargos do executado serão oferecidos no juízo depre-

cante, que os enviará ao juízo deprecado, para instrução e julgamento.

7. Analise as afirmativas abaixo, a respeito do processo de cobrança judicial da

dívida ativa, e verifique se são falsas (F) ou verdadeiras (V).

As publicações de atos processuais poderão ser feitas resumidamente ou re-

unir num só texto os de diferentes processos.

O juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniência da unidade da

garantia da execução, ordenar a reunião de processos contra o mesmo deve-

dor. Nesta hipótese, os processos serão redistribuídos ao juízo da primeira

distribuição.

A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concur-

so de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário

ou arrolamento.

Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejamprevistos em lei, responde pelo pagamento da Dívida Ativa da Fazenda Públi-

ca a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do

sujeito passivo, seu espólio ou sua massa, inclusive os gravados por ônus

real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a

data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens

e rendas que a lei declara absolutamente impenhoráveis.

Nosprocessos de falência, concordata, liquidação, inventário, arrolamento ou

concurso de credores, nenhuma alienação será judicialmente autorizada sem

a prova de quitação da Dívida Ativa ou a concordância da Fazenda Pública.

a) V; V; V; V; V.

b) V; F; F; V; V.

c) F; V; V; F; V.

d) F; F; V; F; F.

e) F; V; V; V; V.

8. A execução fiscal poderá ser promovida contra:

a) apenas o devedor e o fiador;

b) o devedor, o fiador e os sucessores a qualquer título;

c) o devedor, o fiador ou o responsável previsto em lei;

d) a massa, o espólio e os sucessores a qualquer título;

e) todas as pessoas físicas ou jurídicas previstas nas opções anteriores.

9. Assinale a alternativa errada relativa ao processo de cobrança judicial da dívi-

da ativa, regulado pela Lei no 6.830/80.

a) A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução,

na forma da Lei no 6.830/80, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de

repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida

do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido

dos juros e multa de mora e demais encargos.

b) A propositura, pelo contribuinte, da ação de mandado de segurança, ação de repeti-

ção do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida não importa em re-

núncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acasointerposto.

Capítulo 11 – Cobrança Judicial da Dívida Ativa 43 S    é   r  i      e P  r   o v  a  s  e  C  on c  u

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c) O juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou

encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá

o prazo de prescrição.

d) Decorrido o prazo máximo de um ano, sem que seja localizado o devedor ou encon-

trados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. Encontrados

que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos

para prosseguimento da execução.

e) O processo administrativo correspondente à inscrição de Dívida Ativa, à execução

fiscal ou à ação propostacontra a Fazenda Pública será mantido na repartição compe-

tente, dele se extraindo as cópias autenticadas ou certidões, que forem requeridas

pelas partes ou requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público.

10. Constitui prazo de trinta dias, previsto na Lei no 6.830/1980, que regulamenta

a cobrança judicial da dívida ativa tributária:

a) prazo para o executado pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indi-cados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução;

b) prazo para o oficial de justiça efetuar as diligências que lhe forem ordenadas, salvo

motivo de força maior devidamente justificado perante o juízo;

c) prazo para, no caso de garantia prestada por terceiro, contra ele prosseguir a execu-

ção nos próprios autos se não for embargada a execução ou sendo rejeitados os em-

bargos;

d) prazo para a Fazenda Pública adjudicar os bens penhorados, findo o leilão, havendo

licitantes, com referência, em igualdade de condições com a melhor oferta;

e) prazo para citação do executado quando este estiver ausente do País.

Gabarito

1. C art. 6o, § 3o, da Lei no 6.830/1990

2. A art. 2o, § 1o, da Lei no 6.830/1990

3. E art. 8, III, da Lei no 6.830/1990

4. C art. 11 da Lei no 6.830/1990

5. E art. 21 da Lei no 6.830/1990

6. E art. 20 da Lei no 6.830/1990

7. A arts. 27 a 31 da Lei no 6.830/1990

8. E art. 4o da Lei no 6.830/1990

9. B art. 38, parágrafo único, da Lei no 6.830/1980

10. D art. 24, I, > , da Lei no

6.830/1990

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