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DIEGO BRANDALISE A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM PROJETOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL Trabalho apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, Pós-Graduação lato sensu, da Fundação Getulio Vargas como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Gerenciamento de Projetos. ORIENTADOR: Profª. Maria Luiza Zacharias Rio de Janeiro Janeiro/2017

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

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Page 1: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

DIEGO BRANDALISE

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM

PROJETOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho apresentado ao curso MBA em

Gerenciamento de Projetos, Pós-Graduação

lato sensu, da Fundação Getulio Vargas

como requisito parcial para a obtenção do

Grau de Especialista em Gerenciamento de

Projetos.

ORIENTADOR: Profª. Maria Luiza Zacharias

Rio de Janeiro

Janeiro/2017

Page 2: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

PROGRAMA FGV MANAGEMENT

MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O Trabalho de Conclusão de Curso

A Importância do Gerenciamento do Tempo em Construção Civil

elaborado por Diego Brandalise

e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gerenciamento

de Projetos, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do

curso de pós-graduação, nível de especialização do Programa FGV Management.

Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 2017

André Barcaui

Coordenador Acadêmico Executivo

Nome do Profª. Maria Luiza Zacharias

Orientador

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TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Diego Brandalise, abaixo assinado, do curso de MBA em Gerenciamento

de Projetos, Turma GP 114 do Programa FGV Management, realizado nas

dependências da FGV Botafogo, no período de agosto de 2015 a janeiro de 2017,

declara que o conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado A

Importância do Gerenciamento de Tempo em Construção Civil é autêntico,

original e de sua autoria exclusiva.

Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 2017

Diego Brandalise

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Dedico, em especial, este trabalho aos

meus pais, Alfredo e Iara Brandalise.

Page 5: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

AGRADECIMENTOS

Agradeço, especialmente, aos meus irmãos Rodrigo e Tiago, e a minha avó Eulinda (in memorian). Lágrimas, quando verdadeiras, são tão belas quanto um sorriso.

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RESUMO

O objetivo do presente estudo se refere à análise da importância e características

da gestão de tempo na Construção civil. O tempo é o recurso fundamental de

todos os indicadores, em função de que o mesmo representa o desempenho do

projeto. De forma que, se este não for devidamente administrado, poderão ocorrer

interferências no desempenho total do empreendimento. A questão que envolve a

perda do prazo previamente definido no início da obra compromete tanto a

qualidade do empreendimento bem como a viabilidade econômica, além de

resultar em prejuízos às partes envolvidas. Cita-se como agravante a crise

econômica, o que torna o mercado ainda mais competitivo, demandando um

aumento na eficiência dos processos. Com isso, as construtoras buscam cada

vez mais manter a qualidade, reduzindo custos e prazos pré-estabelecidos. A

indústria da construção civil agrega em si um determinado conjunto de atividades

de grande importância para o desenvolvimento econômico e social brasileiro,

influenciando diretamente na qualidade de vida da população e na infraestrutura

econômica do país. Dessa forma, um eficiente gerenciamento de projetos resulta

no aumento da probabilidade de sucesso das atividades e na finalização dessas

conforme prazos, custos e escopo planejados, bem como de acordo com a

qualidade demandada. O gerenciamento de tempo atua necessariamente como

indicador de desempenho do empreendimento, atuando como ferramenta para a

visualização e integração das interfaces resultantes do gerenciamento do projeto.

Uma vez deficiente a gestão do tempo, possibilita a frustração de prazo, sobre

custo no orçamento, induzindo ao desgaste entre o construtor e o cliente,

ocorrendo até processos judiciais. A metodologia de pesquisa aplicada no

presente estudo se fundamenta na revisão da literatura.

Palavras-chave: Tempo; Construção Civil; Gerenciamento.

Page 7: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

ABSTRACT

The objective of this study is to analyze the importance and characteristics of time

management in Civil Construction. Time is the fundamental resource of all

indicators, because it represents the performance of the project. Therefore, if it is

not properly managed, interference may occur in the total performance of the

enterprise. The issue involving the loss of the deadline previously defined at the

beginning of the work compromises both the quality of the enterprise as well as

the economic viability, in addition to resulting in damages to the parties involved. It

is cited as an aggravating factor, the economic crisis, which makes the market

even more competitive, demanding an increase in the efficiency of the processes.

As a result, construction companies are increasingly looking to maintain quality,

reducing pre-set costs and deadlines. The construction industry itself includes a

set of activities of great importance for Brazilian economic and social

development, directly influencing the quality of life of the population and the

country's economic infrastructure. In this way, efficient project management results

in an increase in the probability of success of the activities and in the completion of

these activities according to the planned deadlines, costs and scope, as well as

according to the quality demanded. Time management necessarily acts as an

indicator of performance of the enterprise, acting as a tool for visualizing and

integrating the interfaces resulting from project management. Being an area that is

gaining strength in the market, the reason for this change is justified,

contextualizing the current scenario of the civil construction and the evolution of

the management systems for this service. Thus, considering that time is the main

indicator, since if it is not properly managed it may interfere in the overall

performance of the project. Once the time management is deficient, it allows the

frustration of term, over cost in the budget, inducing the wearer between the

constructor and the client, even taking legal action. The research methodology

applied in the present study is based on the literature review.

Keywords: Time; Construction; Management.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Gráfico do inter-relacionamento entre a abrangência do escopo junto ao

prazo .................................................................................................................... 33

Figura 2. Custo das mudanças decorridas pela a variação do escopo ................ 34

Figura 3. Inter-relacionamento entre a qualidade com o tempo ........................... 36

Figura 4. A importância da comunicação para a melhoria do desempenho do

projeto .................................................................................................................. 39

Figura 5. O avanço do empreendimento em relação a chance de reduzir o custo

de falhas ............................................................................................................... 41

Figura 6. Deficiências no planejamento e controle ............................................... 43

Figura 7. Missão do Gerenciamento de Obras ..................................................... 48

Page 9: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 14

2.1 Planejamento ................................................................................................ 15

2.1.1 O planejamento de curto prazo ......................................................... 23

2.1.2 O planejamento de médio prazo ....................................................... 25

2.1.3 O planejamento de longo prazo ........................................................ 27

3 TEMPO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................... 29

3.1 Gerenciamento do Tempo ........................................................................... 29

3.2 Gerências de tempo e suas interfaces com as demais áreas .................. 32

3.2.1 Tempo vs escopo.............................................................................. 33

3.2.2 Tempo vs custo................................................................................. 34

3.2.3 Tempo vs qualidade .......................................................................... 35

3.2.4 Tempo vs recursos humanos ............................................................ 36

3.2.5 Tempo e aquisições .......................................................................... 37

3.2.6 Gerenciamento das Comunicações .................................................. 38

4 INFLUÊNCIA DOS PARADIGMAS NA GESTÃO DO TEMPO ........................ 40

4.1. Projeto .......................................................................................................... 40

4.2 Planejamento ................................................................................................ 42

4.3 Suprimentos ................................................................................................. 44

4.4 Terceirização e Subcontratação ................................................................. 45

4.5 Mão de Obra .................................................................................................. 46

4.6 Gerenciamento de Obra ............................................................................... 47

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 51

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10

1 INTRODUÇÃO

Atualmente as empresas buscam a competitividade com a finalidade de

assegurar a sua sustentação e sobrevivência no longo prazo. A competitividade

pode ser considerada como a capacidade de atender concomitantemente aos

requisitos de mercado e/ou clientes - fatores competitivos – bem como aos

requisitos internos da empresa, ou seja, seus objetivos estratégicos. Ao longo das

últimas décadas, as exigências do mercado foram se agregando aos fatores já

esperados de desempenho empresarial, ampliando consideravelmente a

complexidade da gestão na busca por competitividade (GASNIER, 2000).

É necessário considerar as seguintes condições que rodeiam o cenário

da competição empresarial, quais sejam:

a) A qualidade não é mais um objetivo, é obrigação – pressionada pelo

aumento do nível de exigência dos consumidores;

b) A tendência de compressão de margens já é fato – considerando a

necessidade de redução de custos e preços;

c) Minimização acentuada do ciclo de vida dos produtos;

d) As administrações cada vez menores, fora da economia, com redução

de subsídios;

e) Explosão tecnológica, com o conhecimento se multiplicando a cada

dia;

f) As relações de poder passando de imposição para negociação e de

individualismo para parceria;

g) Permuta do conceito de empresas pelo de cadeias produtivas e

consequente ampliação das exigências de qualidade nas relações

cliente x fornecedor, isto é, uma empresa não pode ser competitiva de

forma isolada;

h) Globalização dos mercados e formação de blocos econômicos;

i) Expansão da gestão ambiental;

j) Questionamento da função social das organizações.

Page 11: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

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Observa-se que as condições acima descritas demonstram que o

ambiente empresarial atualmente é mais turbulento e complexo, demandando dos

executivos e gerentes uma compreensão melhor e um gerenciamento efetivo das

atividades da empresa, envolvendo necessariamente o planejamento e controle

(VARGAS, 2016).

Em contrapartida, verifica-se que neste ambiente cada vez mais

complexo, não é mais suficiente gerenciar a empresa como sendo um objeto

específico; é necessário gerenciar o negócio da empresa, envolvendo diversos

fatores, influências, recursos e variáveis externas e internas, e isto demanda que se

estabeleçam objetivos estratégicos específicos de forma a nortear as ações

gerenciais (OLIVEIRA, 2007).

Para Porter (2005), o posicionamento estratégico das empresas é

reconhecido como o fator predominante para a geração de vantagens competitivas

sobre a concorrência, que são um aspecto essencial para a sobrevivência de uma

empresa no longo prazo. Dessa forma, é possível que as empresas venham a

adotar estratégias diferentes de posicionamento, mas que, de forma geral,

classificam-se em dois extremos, ou seja: o primeiro se refere a vantagem

competitiva por preço e o segundo o de geração de vantagem por diferenciação.

O processo de estabelecer, sustentar e mesmo ampliar suas vantagens

competitivas demanda das empresas um processo contínuo de elaboração,

implantação e revisão de suas estratégias, o que torna o planejamento estratégico

um dos elementos chave na gestão empresarial atual (CORREA, 2012).

Entretanto, o planejamento estratégico, por si só, não assegura o

sucesso empresarial, pois um plano não implantado é só um plano, ou ainda,

planejamento sem ação é só ilusão. Por si, o planejamento estratégico não gera

ações nem mudanças visíveis na empresa, sua resultante é somente um conjunto

de planos e intenções (ANSOFF, 1983).

Em relação à indústria da construção civil, observa-se que a mesma tem

sofrido alterações substanciais decorrentes de um processo de intensificação da

competitividade no setor. Esta conjectura origina-se na busca cada vez mais intensa

por bens mais modernos e com maior qualidade em seus empreendimentos,

encarecendo cada vez mais o nível de exigência dos seus clientes. Nesta mesma

Page 12: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

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trilha, ainda se verifica a presença de uma redução cada vez maior dos recursos

financeiros na realização dos projetos, obrigando o crescimento do investimento no

planejamento deste mercado, onde por meio do processo de gerenciar é possível

controlar os principais indicadores para obtenção do sucesso esperado, ou seja,

prazo, custo e qualidade (BELIZÁRIO SILVA, 2015).

Souza (2009) ressalta que para se obter os resultados esperados é

necessário um eficiente sistema de gestão onde o planejamento tem lugar de

destaque, podendo avaliar o desempenho da obra, seja em função da produtividade

de uma forma em geral, relacionadas nas perdas de materiais ou na baixa

qualidade de execução da tarefa devido a mão de obra.

Assim, ao planejar uma obra, o gestor absorve um elevado grau de

conhecimento geral e minucioso sobre o empreendimento, o que lhe possibilita ser

mais eficiente na condução dos trabalhos detectando dessa forma, situações

desfavoráveis, intervindo com celeridade nas tomadas de decisões, adotando,

dessa forma, todas as medidas preventivas e corretivas no sentido de tentar

minimizar os impactos no custo e no prazo do projeto (RAMOS, 2015).

Nesta conjectura, o estudo vai levar em consideração para efeito de

pesquisa, o principal indicador na execução de um empreendimento de construção

civil com sucesso, ou seja, o prazo, considerando que uma boa gestão do tempo irá

desencadear o sucesso nos indicadores restantes.

A gestão do tempo em projetos e sua respectiva relevância são

incontestáveis, demandando que elevados índices de acertos e estimativas

referentes às atividades fiquem dentro de margens de erro cada vez menores, além

disso, as organizações vêm explorando cada vez mais este gerenciamento

(RAMOS, 2015).

Deve-se levar em consideração que quanto maior for o tempo gasto com

planejamento em todas as etapas do ciclo de vida do projeto, maiores as

possibilidades de se obter sucesso do mesmo. Da mesma forma, elaborar a

programação ou o cronograma do projeto como é denominado, é uma atividade que

deve necessitar de tempo e esforço condizentes com sua relevância para o

respectivo empreendimento (PALHOTA, 2016).

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Essa é considerada uma função fundamental na gestão do projeto, ou

seja, o controle da evolução do mesmo, monitorando continuamente durante toda

sua trajetória, a quantidade já desenvolvida e o tempo gasto na execução,

comparando com a quantidade ainda a realizar e o prazo restante para concluir. Isto

possibilitará identificar os desvios negativos para as tomadas de ações corretivas

quando necessárias em relação ao que foi planejado.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A indústria de construção civil é diferente das demais indústrias em

função de inúmeros aspectos, a saber: apresenta um caráter nômade; não existe

uma produção seriada, cada unidade fabril possui um produto único; as mudanças

neste setor são complexas de serem implantadas em função do seu grande

conservadorismo e apego às técnicas já empregadas nos canteiros de obras, se

tornando mais complicada a evolução do setor e a otimização da produção

(GEHLEN, 2002).

Além dessas especificidades intrínsecas ao setor, existem ainda grandes

dificuldades extras como a baixa qualificação dos trabalhadores, sendo que a sua

produção depende necessariamente muito das condições meteorológicas e o seu

grau de precisão quanto a medidas, prazos, resistências são bem inferiores ao

comparar-se com outros seguimentos industriais (SILVA et al, 2013).

Sabe-se que a indústria da construção civil tem sofrido alterações nos

últimos anos em função do aquecimento do mercado imobiliário nacional. Em

decorrência direta deste aquecimento, ocorreu um aumento considerável tanto na

quantidade de novas construtoras atuantes neste mercado quanto na quantidade de

novos empreendimentos de construtoras já consolidadas (SILVA, 2015).

Em função do aumento de oferta do produto, os clientes passaram a ser

mais exigentes em relação à qualidade dos imóveis, funcionalidade, preço e

especialmente ao prazo de entrega dos mesmos (ALVES, 2012).

Neste contexto observa-se a redução do investimento em projetos na

grande maioria das construtoras, fato este que gerou a necessidade do investimento

no planejamento deste produto, pois gerenciando o ciclo de vida do projeto,

consegue-se controlar os principais indicadores de desempenho do sucesso

almejado: qualidade, custo e prazo (RAMOS, 2015).

É sobre este último indicador que se concentra o eixo central deste

estudo, de forma a avaliar a relevância do planejamento para a construção civil e

sua relação com as demais áreas conhecimento da gestão de projetos, questão

esta que vem ganhando cada vez mais espaço nas construtoras com investimento

em equipes de planejamento como parte do quadro técnico.

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Assim, ao planejar uma obra, o gestor deve necessariamente ter um alto

grau de detalhamento do empreendimento e dessa forma, existe a possibilidade de

o mesmo vir a identificar situações desfavoráveis antecipadamente, atuando

prontamente na correção ou prevenção destas situações atenuando o prejuízo de

custo ou tempo da obra. Por conseguinte, deve-se gastar energia suficiente para

desenvolver um bom planejamento, assegurando assim, o sucesso no

empreendimento. Esta garantia ocorre por meio do monitoramento do cronograma

de obra, previamente desenvolvido (AKTINSON, 2010).

Ressalta-se que o tempo é o principal indicador, pois se não for

administrado corretamente, o mesmo poderá interferir diretamente no desempenho

global do projeto. Verificando-se a deficiência na gestão do tempo, abre-se a

possibilidade para frustração de prazo, sobre custo no orçamento, resultando em

desgaste entre o construtor e o cliente, ocorrendo até processos judiciais (SILVA,

2015).

2.1 Planejamento

O planejamento configura-se como a função administrativa de determinar

adiantadamente o que um grupo deve fazer e quais metas que devem ser atingidas.

É importante salientarmos que um administrador planeja o trabalho dos outros. O

especialista em administração deve planejar o trabalho do grupo e os membros do

grupo devem especializar-se no desempenho do trabalho como este foi planejado.

Segundo Arantes (2008, p. 138) o planejamento é “entre as funções

gerenciais a que tem a primazia. Tanto as funções de direção com a de controle

dependem do planejamento. Dirigir é implementar os planos e supervisionar sua

execução”.

Deve-se ressaltar que planejar não é adivinhar, o planejamento não se

restringe as previsões de vendas nem a elaboração de orçamentos. Ele é um

processo de reflexão que leva o administrador a tomar decisões hoje sobre as

coisas que ele quer que aconteça no futuro (GITMAN, 2010).

Como normalmente o planejamento é feito para os outros, ele deverá ter

condições de fornecer uma base para trabalhar em grupo. Desse modo, para que

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isso aconteça, deverá utilizar-se, primeiramente, uma clara exposição dos objetivos

do planejamento para que todo o grupo tome conhecimento da direção em que

deverão dirigir seus esforços. Também, não deverá suscitar dúvidas quanto ao

objetivo, o que deverá ser feito, de que modo e quem será o responsável de realizar

cada tarefa/trabalho dentro do planejamento, tudo isto com a finalidade de melhorar

a coordenação e evitar a duplicidade de esforços. (ARANTES, 2008)

Para Jucius e Schlender (2000, p. 66):

O planejamento é a predeterminação de metas desejadas e a maneira por

que elas podem ser atingidas. Deve-se estabelecer adiantadamente o que

deve ser feito, como, onde, quando e por quem em maiores ou menores

detalhes. Deve haver uma fixação suficiente de tempo para que o

planejamento seja efetuado antes que a ação possa ou deva ser iniciada.

Em função de que o planejamento tem lugar antes da ação, ele deve ser

fundamentado em previsões ou estimativas do que poderá acontecer em meses ou

até mesmo em anos futuros. O planejamento para o futuro é o tema moderno muito

embora os planejadores saibam que não podem fazer previsões acuradas

(ARANTES, 1998).

Entretanto todos os bons planejadores têm a certeza de que uma boa

previsão é melhor do que nenhuma e de que é melhor ter alguns planos que provam

ser maus a administrar sem plano algum (JUCIUS; SCHLENDER, 2000).

O planejamento é um fator positivo no aumento de eficiência do grupo.

Mas ele também contribui para o esforço da equipe, aumentando a eficiência das

funções administrativas de organizar, dirigir e controlar.

Ainda de acordo com Jucius e Schlender (2000, p. 68) os aspectos

favoráveis do planejamento podem ser ilustrados no campo da exploração. Quando

os exploradores regressam ao lar, invariavelmente eles têm muitas narrativas de

aventuras para regalar seus ouvintes. E as narrativas revelam incidentes que

poderiam facilmente ter resultado em desastre, se não tivessem sido manobrados

de maneira fortuita e com êxito no momento em que ocorreram. Depois que as

partes excitantes das narrativas foram contadas, invariavelmente os exploradores

observam que de preferência eles teriam evitado as aventuras. E concluem que

mais planejamento teria servido para prever os aborrecimentos, as aventuras e os

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17

riscos de desastre. E da mesma forma no que toca a vida empresarial, o

planejamento serve para reduzir azares que de outra maneira teriam que ser lidados

numa base incerta e curativa.

Em todos os estágios do planejamento é imperativo lembrar as

finalidades que se espera sejam por ele atingidas. Isto assim é porque o sucesso

final de um plano depende do grau em que ele atinge os objetivos desejados. Se os

resultados estão abaixo dos objetivos, o plano então falhou naquela quantidade ou

proporção. Assim, um plano é meio para um fim, e deveria ser encarado desta

maneira. Tudo o que se faz no planejamento deve ser testado para ver se haverá ou

não contribuição para a consecução das finalidades desejadas (XAVIER, 2014).

Para sermos mais claros argumenta-se que o planejamento é um

processo que começa com os objetivos e define os planos para alcançá-los. Esta

definição faz do estabelecimento dos objetivos a ser alcançado o ponto de partida

do planejamento, neste contexto, entende-se que a fixação dos objetivos é a

primeira coisa a ser feita: saber onde se pretende chegar para se saber exatamente

como chegar até lá (RAYMOND, 2014).

Para Chiavenato (2011, p 252):

As empresas buscam geralmente alcançar vários objetivos ao mesmo

tempo. Assim, há uma hierarquia de objetivos, pois alguns deles são mais

importantes e predominam sobre os demais. Na realidade, existem

objetivos da empresa como um todo, de cada uma de suas divisões ou

departamentos e de cada especialista. Os objetivos da empresa

predominam sobre todos os demais.

O planejamento formaliza resultados específicos a serem alcançados

pelas áreas funcionais da empresa podendo ser demonstrados através de

documentos escritos ou de metodologias de desenvolvimentos e implantação

estabelecidas. As atividades buscam a aplicação de recursos da maneira mais

eficiente possível em dado momento. É importante ressaltar que, as informações

básicas para o planejamento parte dos planos operacionais (ANSELMO, 2009).

Para Boff (2013), verifica-se que na sociedade atual, a presença de uma

característica marcante no ambiente empresarial é a crescente globalização da

economia. Esta globalização da economia aponta para um novo tipo de

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18

organização: a organização de padrão mundial. Por mais rápidos e sofisticados que

sejam os avanços tecnológicos qualquer organização tem condições de

acompanhá-los.

Com as grandes mudanças que estão ocorrendo no mundo dos

negócios, percebe-se que as velhas estratégias e visões já não parecem mais

funcionar. O momento é de se aprender novas maneiras, de expressar e preservar

valores, de ser criativo. Enfim, liderar, pensar e trabalhar.

Para acompanhar esse processo é necessário que as empresas adotem

uma gestão estratégica de marketing que enfatize uma constante avaliação das

mudanças que estão acontecendo em seu ramo de atividade, uma reflexão contínua

sobre as tendências que estas transformações apresentam e seu potencial no

negócio, acompanhadas de alterações na forma de condução da empresa, ou seja,

sua estratégia competitiva (RAYMOND, 2014).

Para Gimenez (1998), a estratégia competitiva pode ser vista como um

padrão em conjunto de decisões que levam a comprometimentos de ações e de

recursos organizacionais. Isto é, ao longo da vida de uma empresa, seus

administradores tomam decisões sobre alocação de recursos e sobre atividades a

serem desenvolvidas por seus colaboradores que levam a empresa em questão a

se comportar de determinada maneira em seu mercado.

Ansoff (1997, p. 04) ressalta que:

Isto se deve ao fato de que a empresa precisa ter um campo de atuação bem definido e uma orientação de crescimento, no sentido de busca e criação de novas oportunidades, devendo, as decisões estratégicas se preocuparem principalmente com problemas externos, e não internos da empresa, e basicamente com a escolha do composto de produtos a ser fabricado e dos mercados em que serão vendidos. Neste caso, o autor esclarece que o termo estratégico significa: Tudo que se refere às relações entre a empresa e o seu ambiente. Este é um emprego mais específico e diferente da utilização mais comum, em que, “estratégico” denota o que é “importante”.

O referido autor ressalta ainda que uma descrição bem definida do papel

da empresa em seu ecossistema constitui um pré-requisito para seu crescimento e

êxito, englobando um amplo conjunto de ramificações naturais da posição da

empresa em termos de produtos e mercados, resultantes de alguma característica

fundamental do ramo em que atua (ANSOFF, 1997).

Page 19: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

19

Quando a empresa se encontra com desafios estratégicos, ela não deve

apresentar apenas um novo método para pensar sobre o problema, mas também

novas competências e culturas gerenciais, capazes de traduzir o pensamento em

ação estratégica.

Ansoff (1997) descreve que quando o planejamento estratégico é

realizado repentinamente, a empresa tende a carecer da compreensão e das

habilidades necessárias, levando a administração a considerar a atividade

estratégica como externa aos valores da organização, passando a sentir-se

insegura e ameaçada pela falta de familiaridade e pelas consequências da nova

atividade.

Kotler (2000, p. 100) escreve que:

Planejamento estratégico orientado para o mercado é o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação viável entre os objetivos, experiências e recursos da organização e suas oportunidades em um mercado continuamente mutante. O propósito do Planejamento Estratégico é moldar e remodelar os negócios e produtos da empresa com objetivo de crescimento e lucro.

Assim, se acredita que o propósito do planejamento estratégico é

determinar o foco externo do negócio em termos de clientes atendidos e valor

oferecido, bem como identificar as áreas em que a organização deve destacar-se

para ser bem-sucedida (SOTILLE, 2013).

Para Belmiro (2014) em relação a estes aspectos, como estratégia de

programação busca-se trabalhar com poucas equipes no início do processo

produtivo objetivando possibilitar um maior controle e para viabilizar o treinamento

da mão-de-obra. Na medida em que o processo passe a atuar como esperado, as

equipes poderão ser desdobradas e receber outros trabalhadores.

No processo de execução de qualquer projeto, é necessário que exista

um planejamento para melhor definir o método de execução do projeto: uma

programação que definirá o cronograma da execução, e um controle que permitirá o

acompanhamento e verificação do andamento do projeto (MAURIZ, 2013).

Segundo Souza et al. (2011), é necessário ressaltar o enfoque sistêmico

especialmente em relação à qualidade dentro das organizações. Entretanto, a

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20

qualidade no gerenciamento e execução de obras implica necessariamente em

ações formais no recebimento de materiais e equipamentos, na execução dos

serviços por meio de planos de ataque, de suprimentos e físico-financeiros. Assim,

um maior detalhamento dos procedimentos de execução e de inspeção é condição

primordial e fundamental para a qualidade dos processos de planejamento.

Ballard e Howell (1996) descrevem que o devido planejamento produz

metas que possibilitam o gerenciamento dos processos produtivos, enquanto o

controle assegura o cumprimento dessas metas, bem como avalia sua

conformidade com o planejado, propiciando dessa forma, as informações

necessárias para a preparação de planos futuros.

Observa-se que as três principais causas de atrasos na indústria da

construção civil são as seguintes:

Alterações nas tecnologias construtivas: Para solucionar esses

problemas é indispensável aprimorar e refinar a fase de elaboração do

projeto, aperfeiçoando os resultados dos estudos de campo e

ampliando os números de testes e sondagens;

Deficiências na logística: Observa-se que o layout do canteiro

necessariamente na logística da obra. Considerando que a mesma

pode tanto ser um agente catalisador, possibilitando o fácil acesso de

pessoas e equipamentos, como pode ser um real obstáculo ao bom

andamento dos trabalhos, repercutindo negativamente, inclusive,

sobre a produtividade. Assim, esse é um dos condicionantes para a

ocorrência de atrasos. Sendo que o administrador da obra deve estar

atento para a disposição ideal do canteiro, de forma a possibilitar um

bom fluxo de materiais. Além disso, se faz necessário verificar

constantemente se os serviços em execução e aqueles a serem

executadas demandarão alterações de layout. Nota-se que essa

modalidade de providência aprimora a integração no canteiro e evita a

ocorrência de possíveis paralisações nos trabalhos, bem como

impacta na redução de desperdícios e perdas;

Problemas com fornecedores: Muitos dos materiais e insumos

utilizados no processo de execução dos serviços não podem ser

Page 21: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

21

estocados ou produzidos no canteiro. Sendo que alguns deles

precisam ser adquiridos por meio de contratação de terceiros, de

forma que sejam produzidos e entregues na obra no momento certo.

Tais como os serviços de concretagem, por exemplo. Assim, os

problemas na entrega ou no recebimento dos produtos e serviços,

podem resultar em grandes atrasos à obra. (MOBUSS

CONSTRUÇÃO, 2016).

Nesses casos, uma das principais soluções tecnológicas nos canteiros de

obras se refere à utilização dos softwares de gestão, que são uma excelente

solução para enfrentar esses problemas, atribuindo versatilidade, praticidade e

flexibilidade. Esses softwares possibilitam amplo acesso a uma diversidade de

dados e informações sobre a obra, de forma instantânea, a qualquer hora e de

qualquer lugar, oferecendo mobilidade ao gestor, por meio do uso de dispositivos

móveis no canteiro, como tabletes ou smartphones, sendo esse fator uma realidade

nos canteiros de obra, possibilitando tirar partido de uma excelente gestão da obra

(MOBUSS CONSTRUÇÃO, 2016).

Para Heineck; Machado (2001 apud NOGUEIRA FILHO; ANDRADE,

2010) a busca de qualidade nos canteiros de obras deve passar necessariamente

pela adoção de estratégias de produção. Dessa forma, além de estratégias de

gestão da produtividade, da organização do trabalho, treinamento, motivação dos

recursos humanos e da adoção de inovações tecnológicas, o planejamento e o

controle podem assegurar a melhoria do desempenho do esforço construtivo.

Em relação às estratégias relativas à programação das obras devem ser

destacadas todas aquelas que irão determinar a duração, o ritmo e ordem com que

os trabalhos serão desenvolvidos (FOLGIARINI, 2005). Dessa forma, a definição da

intensidade na alocação de recursos é uma estratégia que depende

especificamente da disponibilidade financeira do empreendedor e é importante que

os recursos fiquem nivelados, ou seja, sejam alocados de forma constante para

evitar perdas com mobilização e desmobilização (FILHO; ANDRADE, 2010).

Além disso, outra estratégia de programação se refere à definição da

unidade de produção e a sequência das atividades, sendo recomendável a

utilização de lotes de produção menores organizados em redes de precedências

Page 22: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

22

lineares. Além disso, a ordem de ataque às unidades de produção e o ritmo podem,

em inúmeros casos, estar diretamente condicionados às estratégias das vendas ou

às imposições técnicas do projeto, do canteiro e dos recursos (equipamentos, mão-

de-obra) (FILHO; ANDRADE, 2010).

Para Vieira (2013, p. 75):

Sua utilização é necessária para evitar os inconvenientes da tomada de decisões ao acaso e a escolha de ações e soluções adotadas emergencialmente, facilitando também a visualização da programação e melhorando o fluxo de informação em toda a obra.

Entretanto, verifica-se que em determinadas empresas construtoras

atuantes no subsetor de edificações, esse processo tem se resumido à produção de

orçamentos, programações e outros documentos referentes às etapas de execução

do empreendimento (BALLARD; HOWELL, 1996).

Este fato ocorre, pelo menos em parte, devido à indústria da construção

civil estar inserida em um paradigma de planejamento, no qual os planos são

elaborados através da utilização de técnicas de redes, tornando difícil o

planejamento e controle da produção, especialmente por ausência de estrutura da

empresa para atualização dos planos produzidos com dados coletados no canteiro

de obra (FILHO; ANDRADE, 2010).

Observa-se que o planejamento na construção civil consiste na

organização para a execução, incluindo orçamento e a programação da obra. O

orçamento este que contribui para a compreensão das questões econômicas e a

programação relacionada com a distribuição das atividades no tempo (VARGAS,

2016).

Coelho (2003 apud NOGUEIRA FILHO; ANDRADE, 2010), destaca que o

modelo de Planejamento e Controle da Produção (PCP) foi elaborado com base nas

etapas do processo de planejamento proposto por Laufer e Tucker (1987). Sendo

que no processo de elaboração do planejamento buscou-se estabelecer uma

vinculação com os níveis hierárquicos propostos por diversos autores.

O modelo proposto por Laufer e Tucker (1987) apresenta três etapas:

preparação do processo, processo de planejamento e controle da produção e

avaliação do processo. Sendo que na etapa de processo de planejamento e

Page 23: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

23

controle (coleta de informações, preparação dos planos, difusão dos planos e ação)

existem ciclos em cada nível: longo, médio e curto prazos, os quais serão descritos

a seguir.

2.1.1 O planejamento de curto prazo

Segundo Ballard e Howell (1994) é necessário estabilizar o ambiente de

trabalho, buscando a criação e manutenção de um planejamento de

comprometimento. Ou seja, este é o nível de planejamento onde são tomadas as

últimas decisões, atribuindo as atividades diretamente para a produção, sendo que

nesse planejamento deve-se necessariamente buscar a eliminação ou a

minimização da influência de imprevistos que impeçam a execução completa das

tarefas.

Ballard e Howell (1994 e 1997) afirmam que o uso de técnica de

produção protegida (shielding production) em relação ao planejamento de

comprometimento é essencial para a implementação dos princípios da Nova

Filosofia de Produção.

Dessa forma, a ideia da produção protegida fundamenta-se na

necessidade de atribuir tarefas que sejam completamente executadas pelas equipes

de produção, minimizando dessa forma a incerteza e buscando evitar a

descontinuidades nos fluxos de trabalho. Os grupos de atividades são

desenvolvidos de forma a compatibilizar o fluxo de trabalho com os recursos

disponíveis. Os autores, em suas inúmeras atividades, determinando ainda o

período para esse nível de planejamento como sendo de uma semana, por

exemplo, (OLIVEIRA, 2010).

Assim, todas as atividades em execução são inseridas na programação

comparando-se o que pode ser executado, ou seja, todos os recursos disponíveis,

tarefas antecedentes concluídas, com o que deveria ser executado, demonstrado no

plano inicial decorrente do planejamento tático (OLIVEIRA, 2010).

Por conseguinte, a partir dessa comparação ao planejador seleciona o

que será desenvolvido, com o comprometimento de todos os envolvidos na

Page 24: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

24

produção. A seleção dos pacotes de trabalho é realizada a partir de uma reserva de

tarefas a serem desenvolvidas, reservando está formada por meio do planejamento

de médio prazo (BALLARD; HOWELL, 1994).

Buscando proteger a produção das incertezas intrínsecas nos fluxos de

trabalho, o planejamento de comprometimento deve buscar adotar os seguintes

critérios, segundo Ballard e Howell (1997):

a) Definição: As atividades devem ser especificadas de forma que seja

possível caracterizar a quantidade e materiais e equipamentos

necessários, a equipe de produção e a quantidade de trabalho, e

também possibilitar identificar o término do trabalho ao final do período

planejado;

b) Confiabilidade: Deve-se verificar se os materiais necessários estão

no canteiro, se o projeto possui todos os detalhes definidos e se a

tarefa antecedente já foi concluída.

c) Sequência: Os pacotes de trabalho devem ser selecionados levando-

se em conta o sequenciamento entre as tarefas, considerando a

construtividade e a dependência entre as equipes de produção. Da

mesma forma, deve-se verificar a existência de uma reserva de

trabalho, ou seja, tarefas adicionais que possam ser executadas no

caso de falhas na execução dos pacotes de trabalho ou produtividades

acima das esperadas.

d) Tamanho: O dimensionamento dos pacotes de trabalho deve levar em

conta a capacidade das equipes de trabalho em realizar os mesmos

dentro do período planejado. Deve-se considerar também se estarão

sendo liberadas frentes de trabalho suficientes para as próximas

equipes de produção no período de planejamento seguinte.

e) Aprendizado: a partir desse critério deve-se levar em consideração a

identificação e análise das razões que impossibilitaram o término do

trabalho especificado dentro do prazo. O intuito deve ser o de

aprender com os erros anteriores, evitando sua recorrência.

Page 25: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

25

Para Ballard e Howell (1997), o desenvolvimento de um planejamento de

comprometimento tem como responsável direto pela maioria dos procedimentos o

mestre de obras. Assim, as tarefas inseridas no planejamento devem ser

estabelecidas por consenso, por meio da realização de reuniões entre o planejador

e os chefes das equipes de trabalho ou subempreiteiros.

A elaboração das atividades a serem desenvolvidas tem seu início

levando em consideração as prioridades estabelecidas no planejamento de médio

prazo, além das informações fornecidas pelo gerente da obra e pelo conhecimento

do próprio mestre, do andamento das tarefas executadas pelas equipes de

produção (OLIVEIRA, 2010).

2.1.2 O planejamento de médio prazo

Por definição, o planejamento de médio prazo é desenvolvido em um

horizonte maior e não demanda um mesmo nível de detalhamento do planejamento

de curto prazo. A sua principal finalidade é a de verificar se as condições para o

início ou prosseguimento de atividades estão sendo plenamente satisfeitas e, caso

necessário, os problemas sejam discutidos e as providências necessárias de

ajustes sejam programadas neste sentido (MENDES Jr., 1999).

Ballard e Howeel (1997) descrevem que estes ajustes devem

necessariamente observar a compatibilização entre os recursos disponíveis, a

capacidade de produção das equipes e o cumprimento de prazos e custos.

E complementam:

Desta forma, este nível de planejamento, também denominado de lookahead planning, tem como função ajustar o plano inicial da obra, com um maior nível de detalhamento. O planejamento de médio prazo deve ser utilizado para voltar à atenção da gerência para o que se espera que esteja sendo realizado dentro de algumas semanas, estimulando ações no presente para se atingir o futuro desejado (BALLARD e HOWELL, 1997, p. 15).

Ou seja, deve-se buscar ajustar o que deveria ser executado

aproximando-se cada vez mais do que pode e o que será executado, minimizando-

se das variações no fluxo de trabalho (VIEIRA, 2013).

Page 26: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

26

Para Limmer (1997) é possível identificar as seguintes finalidades para

este planejamento, ou seja:

a) Modelar o fluxo de trabalho com o melhor sequenciamento possível e

ritmo das atividades dentro das capacidades do momento;

b) Ajustar a mão de obra e os recursos ao fluxo de trabalho;

c) Produzir e manter uma reserva de tarefas executáveis para todas as

equipes, identificando e providenciando os projetos e materiais

necessários e verificando se tarefas predecessoras foram ou estão

sendo executadas, de forma que as tarefas dessa reserva possam ser

incluídas posteriormente no planejamento de comprometimento;

d) Agrupar os trabalhos interdependentes, dessa forma, o método de

trabalho pode ser planejado para toda a operação;

e) Caracterizar as atividades de diferentes equipes que devem ser

planejadas conjuntamente.

Dessa forma, deve-se buscar minimizar o impacto das variações de fluxo,

como atrasos na entrega de materiais e mudanças de planos, uma ferramenta

importante e comum é a utilização de buffers entre as operações. Os buffers

apresentam três funções relacionadas à formação de uma reserva de trabalho, ou

seja: compensar diferenças de ritmo entre as atividades; compensar a incerteza dos

ritmos atuais; e permitir diferentes sequências de trabalho entre o fornecedor de

materiais e as equipes de execução (BALLARD; HOWELL, 1994).

Os referidos autores destacam ainda que esses buffers são caros,

altamente complexos de se dimensionar e raramente apresentam uma solução

adequada (BALLARD e HOWELL, 1994). Observa-se que os custos relacionados

aos buffers incluem, ainda, os espaços para estocagem de materiais, duplo

manuseio, controle de estoques e prevenção de desperdício. Deste modo, a

redução das variações de fluxo ocorre com a substituição gradual dos buffers por

planos mais confiáveis, obtidos com o ajuste dos planos produzidos pelo

planejamento de longo prazo (OLIVEIRA, 2010).

Ballard e Howell (1996, p. 25) descrevem ainda que:

Page 27: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

27

Nesse ajuste do plano inicial somente devem ser mantidas no planejamento tarefas as quais o gerente acredita que passarão para a reserva de tarefas executáveis conforme o programado. No caso de uma atividade onde a possibilidade de execução é questionável, por exemplo, por falta de material, a mesma é excluída do planejamento de médio prazo, retornando somente quando os recursos estiverem assegurados ou o cronograma seja ajustado para acomodar o atraso na entrega.

2.1.3 O planejamento de longo prazo

Este nível de planejamento apresenta como horizonte todo o período da

obra, apresentando como objetivo global gerar o plano inicial da obra, bem como o

denominado plano mestre. (MENDES Jr., 1999). Observa-se que o planejamento de

longo prazo envolve necessariamente as decisões de caráter tático, entre as quais

se destaca as seguintes: datas para as principais etapas da construção, plano de

ataque à obra e definição do número de equipes (ASSUMPÇÃO, 1996).

Segundo Oliveira (1999) dentre os três níveis de planejamento, o de

longo prazo é aquele onde os princípios da Nova Filosofia de Produção exercem

menor influência.

No entanto, deve-se verificar que as considerações da continuidade nas

atividades no planejamento tático, através da técnica de Linha de Balanço,

propiciam a geração de alguns desses princípios: redução do desperdício,

minimização da variabilidade, melhora nos fluxos de materiais e de mão de obra,

geração de planos flexíveis e uso de gerenciamento visual da produção (MENDES

Jr; HEINECK, 1998).

Ballard e Howell (1994) acrescentam ainda que o plano inicial é

idealizado levando em consideração os objetivos do projeto e que mesmo estes

objetivos podem sofrer variações ao longo do empreendimento, tais como as

consequências de mudanças de tendências de mercado ou na disponibilidade de

recursos financeiros, por exemplo. Assim, o monitoramento dos fundamentos

possibilita a detecção antecipada das transformações, protegendo os planos da

variabilidade.

Assim, seguindo o PMBOK® (PMI, 2014), o processo de controlar o

cronograma é efetuar o monitoramento do andamento do projeto objetivando a

Page 28: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

28

atualização de seu progresso e gerenciamento das mudanças realizadas na linha

de base do cronograma (CARVALHO; AZEVEDO, 2013).

Dessa forma, segundo os referidos autores, o controle do cronograma

está relacionado a:

a) Determinação da situação atual do cronograma do projeto;

b) Influência nos fatores que criam mudanças no cronograma;

c) Determinação de que o cronograma do projeto mudou; e

d) Gerenciamento das mudanças reais conforme ocorrem.

Assim, com a finalidade de desenvolver um novo sistema de controle que

se adaptasse melhor às características da construção civil, foi desenvolvido, nos

Estados Unidos, o sistema de controle Last Planner, em meados da década de 90,

por Glenn Ballard e Greg Howell (BALLARD; HOWELL, 1997).

Ressalta-se que o Last Planner engloba em seu escopo de execução

ferramentas e técnicas de controle e planejamento que objetivam a busca de

melhores condições de controle sobre o empreendimento. Esse sistema integra

novas funções aos níveis hierárquicos do Planejamento e Controle de Produção

(PCP), com a finalidade de proteção da produção a partir do aumento de

confiabilidade dos planos gerados (BALLARD, 2000).

Page 29: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

29

3 TEMPO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo descreve Hozumi (2006), o Gerenciamento de Tempo agrega

os processos necessários para garantir que o projeto seja implantado no prazo

previsto. Dessa forma, são definidas todas as atividades para a realização dos

subprodutos do projeto, de forma a serem desenvolvidas em uma sequência lógica

e interdependentemente das demais atividades previstas, estimando-se assim, o

tempo e os recursos disponibilizados e necessários para a sua execução. A partir

daí, constrói-se um cronograma físico-financeiro, que possibilitará um controle das

atividades e possíveis mudanças no projeto.

Observa-se que o monitoramento e controle são processos que tem por

finalidade verificar e acompanhar a execução do projeto, possibilitando assim, que

determinados problemas potenciais possam ser antecipadamente caracterizados

para que as ações corretivas sejam adotadas antes de os problemas tomarem

proporções incontroláveis. Assim, todo o planejamento do empreendimento é

acompanhado continuamente junto à sua execução, objetivando que os recursos e

os custos empregados estejam dentro dos números previamente estabelecidos

(CARVALHO; AZEVEDO, 2013).

Losso e Araújo (1995 apud MORAES, 2007) descrevem que para a

execução de qualquer empreendimento, é imprescindível que existam um

planejamento prévio para especificar o método de execução, além de uma

programação que determine o cronograma da execução e um controle que

possibilite o acompanhamento e a verificação do andamento físico do

empreendimento de forma global.

3.1 Gerenciamento do Tempo

O Gerenciamento de Tempo tem por finalidade primordial, assegurar que

o projeto seja concluído dentro do prazo previamente estipulado. O mesmo refere-

se a um determinado planejamento e monitoramento das ações a serem tomadas

ao longo do projeto. Assim como, em determinados mercados, tempo e prazo de

entrega são elementos primordiais sobre qualquer outra característica do projeto,

Page 30: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

30

sendo considerada uma área cada vez mais fundamental no Gerenciamento de

Projetos (OLIVEIRA, 2003).

Segundo Vargas (2016), o Gerenciamento de Tempo tem início

conjuntamente à elaboração do Work Breakdown Structure (WBS), onde as

atividades e entregas a serem efetuadas recebem períodos de duração (prazos

estimados).

Em relação à estimação do tempo e duração de cada atividade do Work

Breakdown Structure (WBS) existem diversos métodos, entre as quais se destacam

os seguintes:

a) Dados históricos;

b) Estatísticos;

c) Simulações; e

d) Julgamentos especializados.

Observa-se que estas estimativas usualmente são efetivadas pelos

líderes de cada equipe ou pelos gerentes funcionais de cada departamento. Dessa

forma, compete ao Gerente de Projetos analisá-las e, se necessário, contestá-las

com base em sua experiência e em dados históricos (OLIVEIRA, 2003).

Finalmente, verifica-se que as atividades são devidamente concatenadas

e interligadas, objetivando os prazos acordadas para início e término do respectivo

projeto. Assim, em função desta programação de datas, é imprescindível que ocorra

novamente um processo de consolidação das informações entre todos os

envolvidos.

É necessário inclusive avaliá-las junto à alta direção da empresa, visto

que pode haver outros projetos em andamento, produzindo conflito na utilização de

recursos e, por conseguinte, determinas prioridades ou estratégia alternativa terá

que ser aplicada pela respectiva empresa (FORTES, 2011).

Com a obtenção de um cronograma completo do projeto, possibilita-se a

geração de gráficos de Gantt, diagramas PERT/CPM, e outras formas de

visualização do empreendimento ao longo do tempo (NEVES, 2009; ZIGMUNDO,

20009).

Page 31: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

31

Ressalta-se ainda que o cronograma do projeto é a referência para o seu

gerenciamento. Ressalta-se, entretanto, que um projeto é definido como sendo um

processo dinâmico e que seu planejamento inicial necessitará de ajustes regulares

ao longo do tempo (MATTOS, 2010).

Por fim, o uso e a análise regulares do cronograma possibilitarão a

presença de possíveis surpresas e execução de ações corretivas em tempo.

O objetivo da gerência do tempo de projeto é descrever os processos

necessários para o término do projeto, assegurando, dessa forma, que o mesmo

cumpra com os prazos definidos em um cronograma de atividades, previamente

estabelecidos (FORTES, 2011).

Os principais processos do gerenciamento de tempo são os seguintes:

a) Definições das Atividades: se refere a identificação das atividades

específicas do cronograma que demandam ser executadas para gerar

os diversos tangíveis do projeto;

b) Sequenciar Atividades: processo de identificação e documentação das

dependências entre as atividades do cronograma;

c) Estimativa de Recursos de Atividade: estimativa do tipo e das

quantidades dos recursos requeridos para executar cada atividade do

cronograma;

d) Estimativa de Duração de Atividade: estimativa do período que será

necessário para conclusão individual de cada atividade do

cronograma;

e) Desenvolvimento do Cronograma: análise das sequências das

atividades, suas dependências, durações e recursos requeridos para

criar o cronograma;

f) Controle do Cronograma: controle das alterações efetuadas no

cronograma;

A gerência do tempo de projeto e a gerência do custo do projeto são as áreas de

maior exigência dentro de um projeto, pois são as mais visíveis em sua gestão

(CARVALHO; AZEVEDO, 2013)

Page 32: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

32

3.2 Gerências de tempo e suas interfaces com as demais áreas na construção

civil

A gestão do tempo é uma forma de verificar o atraso ou o adiantamento

do projeto de forma visual, sendo que este somente atrasa por existir interferências

na sua execução. Em função disto, o gerenciamento de tempo torna-se um

potencial indicativo destas interfaces para que seja possível atuar no problema e ter

uma solução para o projeto (RAMOS, 2013).

O gerenciamento de tempo torna-se um demonstrativo destas interfaces

para que seja possível atuar no problema e ter uma saída para o projeto. O

gerenciamento é de extrema relevância na utilização da gestão do tempo como

parâmetro principal na execução da obra, observando que esta gestão possui

interferência direta nas demais áreas de conhecimento. Assim, com a atualização

do cronograma do empreendimento, é possível constatar o atraso em uma atividade

e tomar ação corretiva ou preventiva para minimizar este desvio (RAMOS, 2015).

Ressalta-se ser de grande relevância a utilização da gestão do tempo

como principal indicador na execução da obra, sendo que está gestão possui

interferência direta nas demais áreas de conhecimento. Assim atualizando-se o

cronograma do empreendimento é possível constatar o atraso em uma determinada

atividade e adotar a ação corretiva ou preventiva necessária para minimizar este

desvio (NEVES, 2009).

Este estudo tem por objetivo demonstrar a importância da gestão do

tempo na construção civil e sua relação com as demais áreas de gestão de projetos:

escopo, qualidade, custo, comunicações, recursos humanos e aquisições, conforme

especificado a seguir.

3.2.1 Tempo vs escopo.

A ausência de controle e má definição do escopo do projeto são as

principais causas históricas de fracasso no processo de gerenciamento de tempo do

projeto na construção civil. Nota-se que está má definição do objetivo, abrangência

Page 33: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

33

e detalhamento do escopo no empreendimento resulta em um mau controle de

tempo (NEVES, 2009).

O gerente com o planejamento minucioso do empreendimento possui

previamente definido: o objetivo e as metas da obra, o foco do projeto, o memorial

de descrição do empreendimento e abrangência do projeto, apresentando assim

maior facilidade para a manutenção e o controle das alterações no escopo do

empreendimento, para que exista e ocorra a devida orientação e o replanejamento

do tempo (RAMOS, 2016).

Tendo-se um escopo genérico demais, o processo de seleção se torna

demorado devido à grande quantidade de opções, minimizando assim, a qualidade

da escolha do seu produto e aumentando o prazo para a escolha, como pode ser

visualizado no gráfico representado pela figura 1. (VARGAS, 2016).

Figura 1. Gráfico do inter-relacionamento entre a abrangência do escopo junto ao prazo

Fonte: Vargas (2016)

Por conseguinte, um escopo generalizado do projeto pode resultar em

frustrações no prazo, e acréscimo do custo. Quanto mais tempo se leva para se

adotar a ação corretiva no projeto, maior será o custo para esta correção conforme

visualizado no gráfico da figura 2.

Page 34: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

34

Figura 2. Custo das mudanças decorridas pela a variação do escopo

Fonte: Vargas (2016)

Quando se busca comprar uma casa pronta e específica, como uma casa

que apresente dois andares, três quartos, duas vagas de garagem, neste caso se

verifica a presença de uma grande possibilidade de encontrar diversas casas que

atendam este escopo. Já se a ideia for procurar por simplesmente uma casa,

possivelmente diversas casas serão encontradas, mas a possibilidade de nenhuma

dessas casas agradar é muito grande. Assim, quando se tem um escopo genérico

demais, o processo de seleção se torna muito demorado devido à grande

quantidade de opções, minimizando a qualidade da seleção do seu produto e

aumentando o prazo para a escolha conforme pode ser visualizado na figura 2

(VARGAS, 2016).

3.2.2 Tempo vs custo

Observa-se que o gerenciamento de tempo ocorre conjuntamente com o

gerenciamento de custo, em função de que possui influência direta no prazo

podendo culminar até com a inviabilização do projeto. (NEVES, 2009).

Segundo descreve Ramos (2013), esta interface é a relação mais

importante entre esses dois fatores de projeto, estes desenvolvidos em um tempo

reduzido, o custo torna-se elevado em função direta da quantidade de horas extras

e da elevada alocação de mão-de-obra. Assim, considerando que quando o tempo

destinado ao projeto é adequado, esse alcança o seu custo ótimo para execução.

Após esse período, o custo volta a subir em função da ineficiência no projeto.

Page 35: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

35

Nesse contexto, Vargas (2016, p. 24) descreve que:

Uma pessoa ao construir uma casa de alvenaria em dois meses, o custo do projeto será elevado devido à grande quantidade de pessoas trabalhando em horários alternativos (horas-extras) e devido ao aumento nos custos das matérias-primas da obra, uma vez que não se dispõe de tempo para aguardar a entrega normal desses materiais (pedidos de urgência). Se a pessoa dispõe de dez a doze meses de construção, encontrará um valor mínimo de custo (ideal). Porém se demorar vários anos para construir a casa, seu custo voltará a aumentar devido a perdas de material e retrabalho (ineficiência).

Para Silva (2015), os custos do projeto em relação ao tempo vão decaindo

até chegarem ao valor mínimo de custo, onde a alocação de todos os recursos é

realizada de forma adequada às necessidades do projeto. Assim, as estimativas de

tempo e recursos, por conseguinte, são essenciais para se obter uma melhor

relação custo-duração de um projeto, possibilitando que a execução seja eficiente

durante o decorrer do tempo.

3.2.3 Tempo vs qualidade

Nota-se que esta interface trata tanto da qualidade do produto final do

projeto como do processo de gerência do projeto, uma vez que a “gerência do

tempo é interferida quando a execução do projeto possui não conformidade

afetando a qualidade e gerando um retrabalho aumentando o prazo para a

execução da tarefa” (NEVES, 2009, p.9).

Em determinados projetos com a duração muito reduzida, a qualidade do

projeto pode ficar prejudicada pela pressa na conclusão. Já em projetos com a

duração ideal, a qualidade é máxima. Entretanto, após esse ápice, a qualidade do

projeto se estabiliza e pode até cair devido à ineficiência do projeto conforme pode

ser visualizado na figura 3. (VARGAS, 2016).

Além disso:

É impossível construir uma casa de alvenaria de qualidade em dez dias. Se a obra dispõe de dez a doze meses para a construção, será encontrado o ponto ideal de qualidade, porém se levar cinquenta anos para construir uma casa relativamente simples, isso resultará em perda de qualidade por ineficiência, uma vez que a estrutura da casa, a alvenaria e os outros componentes estarão expostas ás intempéries e a destruição durante todo o período do projeto. (VARGAS, 2016, p. 25).

Page 36: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

36

Figura 3. Inter-relacionamento entre a qualidade com o tempo

Fonte: Vargas (2016)

3.2.4 Tempo vs recursos humanos

É importante ressaltar que essa interface é considerada o fator que causa

mais desvios no cronograma durante sua execução, visto que possui uma grande

diversidade de fatores que influenciam diretamente no seu desempenho, tais como

mão-de-obra escassa e desqualificada no setor da construção civil, sendo de

complexo gerenciamento (NEVES, 2009).

Nota-se assim, que o gerenciamento de recursos humanos influencia

necessariamente o gerenciamento de tempo, agindo como limitador das opções de

prazo do projeto (RAMOS, 2013).

Além disso, a escassez de mão de obra qualificada em todos os níveis é

considerada como uma das principais causas nos atrasos das obras. Dessa forma,

considera-se que “o problema não se concentra na falta de trabalhadores, mas,

principalmente, na baixa qualificação dessas equipes” (REIS, 2012, p. 1 apud

RAMOS, 2013).

Por conseguinte, essa falta de capacitação aumenta o retrabalho e a

propagação de erros no canteiro, acarretando uma produtividade baixa na execução

obtendo um custo e um prazo maior. Em contrapartida, a partir de um processo de

Page 37: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

37

qualificação profissional, aplicada a esses profissionais, por meio de seus gestores,

a equipe passa do apresentar serviços de melhor qualidade, atingindo uma maior

produtividade e evitando desvios no prazo inicial estabelecido (VARGAS, 2016).

3.2.5 Tempo e aquisições

O gerenciamento do setor de suprimentos gera um impacto direto no

prazo final da obra, em função de que sem o planejamento e aquisição dos insumos

necessários, torna-se praticamente impossível executar o empreendimento

(RAMOS, 2013).

Nesse caso, se faz necessário haver um gerenciamento eficaz que

consolide uma cadeia de fornecedores e empreiteiros aptos às necessidades da

empresa, que contribuam de forma positiva para o projeto com celeridade e

confiabilidade na entrega, custos e qualidade demandada pela a organização

(VARGAS, 2016).

Assim, para que o sucesso do projeto seja devidamente atendido, as

equipes de aquisições necessitam ter pleno conhecimento da logística, engenharia

civil, administração e economia, ou seja, buscar ser quatro profissionais em um. É

necessário entender a obra, ter uma boa base financeira e saber onde estão os

fornecedores que vão render boas parcerias, dessa forma, quando o projeto for

entregue ao cliente possuirá preço competitivo e qualidade que é a meta perseguida

entre as organizações. (MARQUES, 2009).

Ademais, “as empresas da construção civil não atentaram para esta

realidade, existe uma total falta de conhecimento dos processos para uma gestão

correta da cadeia de suprimentos, impactando diretamente em custo, prazo,

qualidade e risco”. (OLIVERA e LONGO, 2008, p. 1).

Assim, para que a aquisição dos insumos do empreendimento não

prejudique o prazo da obra, é aconselhável que o setor de suprimentos cative os

fornecedores transformando-os em parceiros e acompanhe todos os processos

junto ao gestor da obra existindo uma comunicação entre os setores com a

finalidade de que todo o insumo seja adquirido dentro do orçamento do projeto com

a qualidade desejada pelo o cliente (RAMOS, 2013).

Page 38: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

38

3.2.6 Gerenciamento das Comunicações

Observa-se que a comunicação na construção civil, ou mais

especificamente no canteiro de obra, encontra-se presente em boa parte do tempo

do gestor de projeto, pois refere-se à de um elemento de ligação entre o gestor de

projetos e os fornecedores, stakeholders, equipe de projeto. É por meio dela que se

passam informações e ideias para todos os envolvidos no projeto (RAMOS, 2013).

Para se obter uma integração perfeita entre as principais áreas do

Gerenciamento de Projeto em construção civil e os demais elementos envolvidos, é

imprescindível que ocorra um processo de comunicação ágil, amplo, simples e

direto o suficiente para não gerar distorções de conteúdo e atrasos nas ações

requeridas pelos envolvidos no processo (VARGAS, 2016; OLIVEIRA, 2003).

É necessário ressaltar que o Gerente de Projetos não produz diretamente

os resultados de um projeto. Para atingir um determinado resultado esperado, o

gerente emprega dos meios de comunicação para coordenar as suas equipes e

para a obtenção das informações necessárias para o devido controle,

monitoramento e tomadas de decisão (FORTES, 2011).

Oliveira (2003) ressalta que um efetivo processo de comunicação é

necessário para garantir que todas as informações desejadas cheguem às pessoas

corretas no tempo certo e de uma maneira economicamente viável, descrito pelas

etapas a seguir, segundo o PMBOK (PMI, 2014):

a) Planejamento das Comunicações: Processo que determina

especificamente a necessidade de informações de cada envolvido no

projeto, determinando ainda, a forma como essa informação será

conduzida até o envolvido e qual será o nível de detalhamento dado a

cada informação. Quando o planejamento das comunicações está

desenvolvido, tem-se o Plano de Gerenciamento das Comunicações.

b) Distribuição de Informações: processo que torna disponíveis as

informações norteadas aos envolvidos no projeto. Faz com que todos

recebam, a tempo e a hora, a informação a eles destinada.

c) Relatórios de Desempenho: processo que envolve a coleta e a

disseminação das informações relativas ao desempenho do projeto

Page 39: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

39

para que os envolvidos possam avaliar de que forma os recursos

encontram-se sendo empregados para atingir os objetivos do projeto.

d) Encerramento Administrativo: Processo que verifica e documenta os

resultados obtidos em uma determinada etapa, ou “entrega”,

objetivando formalizar o fechamento junto aos envolvidos no projeto.

Inclui necessariamente as avaliações dos resultados obtidos de forma

a confirmar que o projeto reflete as especificações desejadas,

analisando o sucesso e a efetividade do projeto, bem como é

responsável pelo arquivamento das informações do projeto para futuro

uso.

Nota-se ser impossível haver excelência em um projeto, sem que exista

uma comunicação eficaz que venha integrar todas as áreas de conhecimento

conservando o prazo estabelecido do projeto.

Pela figura 4, pode-se verificar pelo gráfico apresentado a importância

das comunicações no processo de melhoria do desempenho do projeto.

Figura 4. A importância da comunicação para a melhoria do desempenho do projeto

Fonte: Ramos, 2013

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40

4 INFLUÊNCIA DOS PARADIGMAS NA GESTÃO DO TEMPO

4.1. Projeto

O processo de projeto na construção civil apresenta uma função

essencial para a qualidade da edificação, visto que nele convergem todas as ações

e restrições tecnológicas, de custo e prazo com a finalidade de organizar a

produção da edificação e os agentes envolvidos desde a concepção até o uso da

edificação (OLIVEIRA, 2010).

Para Resende (2013), a grande parcela das perdas de eficiência na

construção civil se refere a problemas relacionados ao projeto, tais como:

modificações no decurso do processo construtivo, ausência de consulta ou de

cumprimentos às especificações e de detalhamento insuficiente de projeto, bem

como falhas de coordenação entre as diversas especialidades de projeto.

A qualidade dos projetos executivos apresentados para a construção de

um empreendimento está cada vez menor, deixando de ser confiável e gerando

inúmeros problemas que poderiam ser evitados com um minucioso projeto

executivo. Em determinados casos, na vigência de atraso ou necessidade de

correção do projeto, a construtora dá início a uma tarefa sem mesmo estar

disponível, colocando em risco o próprio escopo inicial (PALHOTA, 2016).

Pela figura 5, é possível observar a relevância das etapas iniciais do

empreendimento, a partir do estudo de viabilidade, concepção do projeto e

conclusão do projeto, as quais, apesar do baixo investimento inicial de recursos,

permitem a melhoria do processo e redução de falhas e, consequentemente,

redução nos custos e no prazo final de entrega da obra (PALHOTA, 2016).

Page 41: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

41

Figura 5. O avanço do empreendimento em relação a chance de reduzir o custo de falhas

Fonte: Hammarlund e Josephson (1992)

Para Formoso e Fruet (1993), os principais problemas verificados em

relação ao projeto são os seguintes: erros de cota, níveis e alturas,

incompatibilidade entre diferentes projetos, falhas na especificação de materiais e

detalhamento inadequado ou mesmo falta de detalhamento.

Em relação às falhas de projeto, os problemas de compatibilização são

comuns. Comumente, são verificados erros referentes a incompatibilidades entre os

projetos de estruturas, instalações e arquitetura (PALHOTA, 2016).

A grande maioria dos projetos não são feitos com os detalhamentos

necessários à sua execução. Em diversos casos, as obras iniciam os serviços sem

os projetos definitivos de arquitetura e/ou de instalações, dificultando a execução

(VARGAS, 2016).

Ademais, as falhas no projeto executivo podem resultar em uma má

qualidade da construção, com presença de maior índice de retrabalhos, ampliação

do prazo de execução e acréscimo no custo da obra. Observa-se que a

compatibilização pode representar entre 5% e 8% de economia em uma construção

(RAMOS, 2013).

Page 42: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

42

4.2 Planejamento

A questão do planejamento implica necessariamente em organizar o

canteiro de obra, dimensionar e administrar os recursos humanos bem como os

materiais, fornecer e gerenciar os equipamentos, estabelecendo metas,

identificando e atuando sobre as principais causas dos problemas que surgirão,

entre outros. A execução conforme o planejado possibilita ter processos

estabilizados nas execuções das obras de construção civil e de qualquer outro

empreendimento (GUTSCHOW, 1999).

Entretanto, muito embora na teoria muitos saibam como funciona um

bom planejamento, nota-se que nem sempre na prática a obra evolui dentro do

desejado. Visto serem encontradas diversas falhas em alguns setores, dessa forma,

se faz necessário aperfeiçoar a forma como o empreendimento está sendo

planejado (PALHOTA, 2016).

Muito embora os profissionais estejam teoricamente preparados, em

diversos casos costumam desconsiderar, em questão do planejamento,

determinados aspectos importantes, tais como os fatores culturais e os valores que

gerem, ainda que extraoficialmente, a organização. Ao desconsiderar as variáveis

anteriormente mencionadas, acabam tendo dificuldades no processo construtivo

(RESENDE, 2013).

É notório que o planejamento demanda de tempo para a sua elaboração,

especifica a necessidade de profissionais com experiência no ramo, representa um

trabalho intenso, e, ademais, deve ser desenvolvido no canteiro, empregando as

equipes mobilizadas. No caso do planejamento vir a ser elaborado nos escritórios

centrais das construtoras, por equipes afastadas dos problemas a serem

enfrentados, possivelmente, apresentará imperfeições (MATTOS, 2010).

É importante destacar que não é apenas suficiente distribuir as tarefas no

canteiro de obra, sendo necessário aplicar um controle rigoroso, com a finalidade de

obter resultados positivos, visto que além da elaboração das planilhas de controle é

imprescindível acompanhar o desenvolvimento com certa periodicidade, de forma

que possam ser corrigidas a tempo as eventuais falhas (VERAS, 2014).

Na literatura, observa-se a presença de outro problema, referente ao fato

do planejamento inicial muitas vezes não ser atualizado conforme a obra vai

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43

progredindo. Neste caso, observa-se que as consequências desse fato se referem

às informações que ficam defasadas e o planejamento acaba não sendo frutífero.

Deste modo, é importante o planejamento estar sempre relacionado ao controle.

Nesse caso, Mattos (2010) destaca as causas referentes à deficiência em

planejamento e controle na figura 6:

Figura 6. Deficiências no planejamento e controle

Fonte: Mattos (2010)

Outras deficiências podem ser relacionadas em função dos seguintes

aspectos descritos:

a) Planejamento excessivamente informal. A ausência de um

planejamento global formal especifica a inadequação dos planos de

médio e curto prazo, resultando na utilização ineficiente de recursos

humanos e materiais de obra. Observa-se que ao se proceder dessa

forma, o conceito sistêmico de planejamento se perde, com a visão de

longo prazo sendo obstruída pelo imediatismo das atividades de curto

prazo. Globalmente, excessivas informalidades dificultam a

comunicação entre os diversos setores da empresa (RAMOS, 2013).

b) Lenda do tocador de obra. Nota-se que este tipo de atuação,

“tocador de obra” vem a ser caracterizado em função da tomada de

Page 44: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

44

decisões rápidas, sem um necessário envolvimento com o

planejamento das atividades e com crescimento contínuo da empresa

e de seus respectivos profissionais. (KOSKELA, 2000).

c) Planejamento e controle como as atividades de um único setor.

Em diversos casos, o planejamento e o controle são confundidos com

o trabalho isolado de um setor da empresa ou com a simples aplicação

de técnicas para a geração de planos.

d) Descrédito por falta de certeza nos parâmetros. Neste item,

segundo descreve Mattos (2010), a incerteza é intrínseca ao processo

de construção em decorrência da variabilidade do produto e das

condições locais, da natureza dos seus processos. Observa-se que as

incertezas, à medida que o tempo passa vão sendo agregadas ao uso

das corretas produtividades dos serviços nas diversas situações.

Nota-se que todas as deficiências supramencionadas, de certa forma,

produzem algum impacto no prazo final da entrega na obra. Do mesmo modo, é

importante que o planejamento seja muito minucioso e controlado ao longo de toda

obra para que nada saia diferente do previsto (PALHOTA, 2016).

4.3 Suprimentos

Silva (2015) descreve que uma boa gestão do setor de suprimentos é

essencial para controlar a qualidade dos materiais e evitar atrasos na aquisição e

entrega dos mesmos. Assim, o processo de planejamento da compra de materiais,

estudos da disponibilidade no mercado, processamento/controle de requisição,

comunicação interna entre os diversos setores, controle de recebimento e a garantia

de cumprimento dos prazos para todas as atividades do gerenciamento de

suprimentos, são essenciais para evitar os atrasos na entrega do empreendimento

em si.

Nota-se que as obras de construção civil, geralmente, não são realizadas

sem materiais. Além disso, a qualidade e durabilidade de uma construção

Page 45: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

45

dependem necessariamente dos insumos que nela são utilizados. Por conseguinte,

é de grande importância o que o responsável técnico de uma edificação leve em

consideração a necessária importância de conhecer todas as propriedades e

aplicações mais adequadas para cada material utilizado (PALHOTA, 2016).

Outro fator importante se refere às entregas de fornecedores de materiais

para o empreendimento. Podem se verificar casos em que existe a possibilidade de

substituir os fornecedores, quando se refere ao fornecimento de “commodities”, com

baixo risco, entretanto, há outros que não, pois são fornecedores pré-qualificados

para fornecimento específico para o projeto, sendo que o processo de substituição

pode gerar impactos de custos e prazos (RAMOS, 2013).

Para Silva (2015) o planejamento do transporte, a entrega do material, a

documentação e verificação de remessas, o acompanhamento do percurso dos

insumos desde a saída dos fornecedores até a recepção na empresa, a verificação

das condições de segurança e do cumprimento das datas de entrega e o

armazenamento de acordo com cada material, são fatores que não se devem deixar

de lado.

Da mesma forma Walsh et al (2004) leciona que, da mesma forma, não

se deve deixar de lado a questão do gerenciamento do estoque no canteiro de obra,

demandando do bom senso no balanço entre a necessidade do construtor ter os

materiais no tempo certo no canteiro e os benefícios decorrentes da minimização do

estoque. Muito embora, existe a necessidade de observar o custo de manter o

estoque, o risco de danificação ou perda dos materiais e a inflexibilidade em

resposta a mudanças no projeto.

4.4. Terceirização e Subcontratação

Sob a ótica dos trabalhadores, observa-se que os processos de

terceirização não se colocam apenas como tendência, mas como realidade no

setor. Muito embora, observa-se que na realidade, esse discurso se mensura em

trabalhadores com perfis muito similares aos tradicionais trabalhadores da

construção civil e o investimento na mão-de-obra, em contrapartida, observa-se que

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46

o anunciado, em determinados casos, até se minimiza com o advento do processo

de terceirização (PALHOTA, 2016).

Globalmente, Martins (2001) descreve ser possível identificar como um

dos principais riscos da terceirização a contratação de empresas impróprias para

realizar os serviços, sem idoneidade financeira e competência, podendo acontecer

problemas, especialmente de natureza trabalhista.

Pode-se acrescer como um problema o fato que em muitos casos, em

decorrência dos custos, as empresas construtoras não consideram a prévia

qualificação da empreiteira, além de sua capacidade somente ser aferida na própria

execução, comprometendo plenamente o planejamento (MARTINS, 2001).

Em contrapartida, os empreiteiros são, via de regra, ex-mestres e

encarregados, que foram transformando-se em pessoa jurídica, em diversas

situações, em função de incentivo das próprias contratantes, objetivando a redução

do custo e a manutenção de obra mais qualificada a custo menor. Muito embora,

pode-se verificar que esses funcionários não têm qualquer formação de gestão para

operarem suas empresas o que de certa forma pode prejudicar a obra que contratou

seus serviços (PALHOTA, 2016).

Outra questão importante é a ausência de capacitação dos empreiteiros,

tanto no que se refere à qualidade de execução da obra, como em relação à

destreza em analisar projetos. Nesse sentido, Tosta (2013), complementa que

determinadas atividades na obra ficam atrasadas em virtude da falta de

comprometimento das equipes terceirizadas, ou mesmo, da falta de qualidade no

serviço das mesmas, resultando em retrabalho tais como restrição e,

consequentemente, atrasos e custos;

4.5 Mão de Obra

Geralmente, observa-se que no mercado de trabalho, a qualidade dos

recursos humanos é, incontestavelmente, uma das principais causas de sucesso ou

fracasso de uma empresa. Apesar disso, nota-se que determinados

empreendimentos contratam e selecionam o funcionário baseado exclusivamente

no salário mais baixo que irá pagar (TOSTA, 2013).

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47

Destaca-se que essa política possibilita economia no curto prazo, mas

implica, em médio prazo, no aumento de custos em resultante a baixa

produtividade, falta de qualidade, ausências e pequeno tempo de permanência do

funcionário (SILVA, 2015).

Cavalcante (2010) destaca que o aumento da exigência por parte dos

clientes, especialmente no que se refere ao cumprimento de entrega do produto

final, com alta qualidade e nos prazos previamente determinados, faz com que as

empresas busquem trabalhar com uma mão-de-obra cada vez mais qualificada,

objetivando elevar os níveis de produtividade e qualidade.

Nota-se que essa ausência de mão-de-obra no mercado faz com que as

empresas atuantes na construção civil procurem novas estratégias, tais como

investimento em capacitação e treinamentos desses trabalhadores, para que suas

metas sejam alcançadas, quais sejam, entregar obras no prazo, com um elevado

padrão de qualidade, com a finalidade de se obter o maior lucro possível e centrado

na satisfação do cliente (SILVA, 2015).

4.5 Gerenciamento de Obra

A função do gestor da obra é a de assegurar que a construção seja

desenvolvida dentro do prazo previamente determinado, com relação aos custos

previstos e aos padrões de qualidade e desempenho esperados pelo cliente. Assim,

a partir do momento que a gestão não ocorre dentro do previsto, é inevitável ocorrer

as perdas financeiras, fato este que impacta no produto final (SILVA, 2015);

A figura 7 apresenta as principais atribuições do gestor de obras.

Page 48: A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO TEMPO EM …

48

Figura 7. Missão do Gerenciamento de Obras

Fonte: Nakamura (2014)

Note-se que um dos grandes desafios no gerenciamento de obra é a

compatibilização dos prazos definidos pelo contratante com os fornecedores e

prestadores de serviços. Dessa forma, a construtora é pressionada de um lado

pelos clientes, que esperam que a obra seja concluída dentro do prazo quando

possível. Em contrapartida, existem os fornecedores e empreiteiros, que nem

sempre se comprometem com os prazos (PALHOTA, 2016).

Deve-se ressaltar a presença de outro fator relevante que se refere a

preparar o planejamento dando uma atenção especial a tudo que possa impactar

significativamente no cronograma físico, que inclui desde feriados e férias de

profissionais até o tempo necessário para a validação de tomadas de decisão junto

ao cliente. Ou seja, o planejamento deve, ainda, levar em consideração de todos os

riscos existentes, como atrasos, falta de material, chuvas etc.

Uma vez que estes itens sejam trabalhados com a devida atenção e

cuidado, os atrasos irão minimizar, consequentemente gerando para as

construtoras e incorporadoras o equilíbrio entre custo, prazo e qualidade, que é um

dos principais objetivos de todas as empresas (RESENDE 2013).

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49

5 CONCLUSÃO

O objetivo do presente estudo foi analisar e demonstrar a importância da

gestão do tempo na indústria da construção civil. Para tanto, foi realizada uma

ampla revisão da literatura, específica ao tema em questão.

Assim, no presente estudo buscou-se demonstrar a relevância bem como

a funcionalidade do processo de gerenciamento do tempo na construção civil,

considerada uma das áreas componentes da gestão total do projeto, tendo como

finalidade primordial apresentar todos os procedimentos necessários, com as

respectivas funcionalidades da utilização desta ferramenta adequadamente, com a

finalidade de acompanhar e motivar o gerenciamento da obra, descrevendo os

possíveis benefícios operacionais não possíveis de serem detectados a partir da

ausência do planejamento.

Verificou-se que o gerenciamento de tempo atua como indicador de

desempenho do empreendimento, trabalhando como ferramenta importante no

processo de visualização e integração das interfaces geradas pelo gerenciamento

do projeto.

Dessa forma, a gestão de projetos tornou-se cada vez mais

imprescindível nas empresas de construção civil vindo a propiciar ferramentas para

visando assegurar o sucesso de um projeto. Por conseguinte, dentre todas as áreas

do conhecimento que formam a gestão de projetos, observa-se que a gestão do

tempo é a única impossível de recuperá-la. Assim, considera-se que ela é a área

imprescindível que o gestor de projetos necessita dominar.

Atuando como o principal medidor de desempenho, o cronograma

possibilita agir antecipadamente diante de imprevistos do projeto corrigindo-o ou

atenuando o impacto. Entretanto, somente gerir o tempo não é necessariamente

suficiente para assegurar que um projeto venha a ser bem-sucedido. Sendo

necessário inter-relacioná-lo com as demais áreas envolvidas no projeto. Ou seja,

não basta identificar o problema, existe a necessidade de identificar onde ele

ocorreu para assim corrigi-lo antecipadamente.

Destaca-se que a gestão do tempo eficiente é considerada como sendo

aquela que, integrada às demais áreas do conhecimento da gestão de projetos,

identifica antecipadamente os atrasos no prazo de entrega do empreendimento por

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50

meio do cronograma, interagindo com a área deficiente causadora do atraso e atua

para corrigir o problema ou amenizá-lo com a finalidade de garantir o prazo final da

obra.

Por fim, destaca-se a importância da gestão integrada nos

empreendimentos, de forma que ocorra a devida funcionalidade do gerenciamento

de tempo e que sejam executados todos os processos previamente estabelecidos

para esta gestão, permitindo, em consequência, a obtenção do controle do

empreendimento e o auxílio ao gestor na visualização das interferências que

contribuíram para o desvio no prazo final do empreendimento.

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