A Linguagem Das Histórias Em Quadrinhos

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este trabalho fala sobre a importancia das historias em quadrinhos fazendo um apanhado geral sobre o seu uso didatico e os estilos de quadrinhos através de diferentes épocas.

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A linguagem das histrias em quadrinhos Compartilhar por E-mail Compartailhar no Orkut

17/06/2010Autor e Coautor(es)Autor:Daniela Amaral Silva Freitas

BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICOCoautor(es):Luiz PrazeresEstrutura CurricularMODALIDADE / NVEL DE ENSINOCOMPONENTE CURRICULARTEMA

Educao InfantilLinguagem oral e escritaPrticas de leitura

Educao InfantilLinguagem oral e escritaPrticas de escrita

Ensino Fundamental InicialLngua PortuguesaLngua escrita: prtica de leitura

Ensino Fundamental InicialLngua PortuguesaLngua escrita: gneros discursivos

Dados da AulaBrasilOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.O uso dashistrias em quadrinhosna educao baseada no conceito de criar engajamento e motivao para os alunos1. Esse uso no Brasil ocorre desde o surgimento da primeira revista em quadrinhos do pas, a revistaO Tico-Tico2. Outras publicaes foram "Edio Maravilhosa" daEBALeSesinhodoSesi3. Nos anos de 1970, a linguagem dos quadrinhos passou a aparecer em livros didticos4. Desde 2006 o governo brasileiro inclui histrias em quadrinhos na lista de compras doPrograma Nacional Biblioteca da Escola5.ndice[esconder] 1Histrico 2A lei brasileira 3Ver tambm 4RefernciasHistrico[editar|editar cdigo-fonte]

Revista em quadrinhos "Classic Comics #1", baseada no livroOs Trs MosqueteirosdeAlexandre Dumas.

Iracema de Jos de Alencar foi um dos romances brasileiros adaptados na revistaEdio Maravilhosa.Desde a publicao de "O Tico-Tico" em1905, feita associao entre o ensino e as histrias em quadrinhos. A revista fora inspirada na francesaLa Semaine de Suzettee trazia histrias em quadrinhos produzidas por artistas brasileiros2. Alm das histrias infantis e passatempos, incluiu temas daHistria do Brasile contos literrios em captulos seriados. Algumas obras estrangeiras como as de autoria deMark Twain(As aventuras de Tom Sawyer),Robert Louis Stevenson(A ilha do tesouro),Julio Verne(Cinco semanas num balo),Miguel de Cervantes(Dom Quixote),William Shakespeare(Hamlet),Jonathan Swift(Viagens de Gulliver),Daniel Defoe(Robinson Cruso), entre outros, tambm foram publicadas. A revista gerou uma srie de livros chamadaBiblioteca Infantil dO Tico-Ticoonde foram publicados ttulos tais como: "Contos da Me Preta", de Osvaldo Orico; "Minha Bab", deJ. Carlos; "Papae", deJuracy Camargo; "Pinga-Fogo", o detetive errado, deLus S; "O Circo dos Animais", de Gaspar Coelho e "Um Menino de Coragem", de Leo Padilha2.A revista perderia fora com a publicao dos personagens oriundos dossyndicatesnorte-americanos, introduzidos no pas em 1929 para publicao do suplementoA Gazetinha, do jornal "A Gazeta", e "Mundo Infantil" daCasa Editorial Vecchi3.Em 1936 surge o jornalO Correio Universalde Mauricio Ferraz e Helena Ferraz de Abreu que publicouO FantasmadeLee Falk. Francisco Acquarone lanaJoo Tymbira ao redor do Brasil, alm de adaptar "O Guarani" deJos de Alencar. Outras adaptaes para os quadrinhos surgem na poca. O ento editor do "O Globo Juvenil", o jornalistaNelson Rodrigues, adapta "O Fantasma de Canterville" deOscar Wilde, desenhado por Alceu Penna. A histria foi publicada no tabloide em 1938.Em 1948, j pelaEditora Brasil-Amrica,Adolfo Aizenlana a revistaEdio Maravilhosa, verso brasileira das publicaes norte-americanasClassics IllustratedeClassic Comics. As 23 primeiras edies trouxeram adaptaes de livros publicadas nessas revistas. Na edio de nmero 24, Aizen encomendou ao desenhista haitianoAndr LeBlancuma nova adaptao de "O Guarani", iniciando uma srie de adaptaes de livros brasileiros (comoIracema, outro romance de Alencar)6. No mesmo ano, o desenhista portugusJayme Corteztambm adapta "O Guarani" no formato detiras diriaspara o jornal Dirio da Noite7. A Editora Brasil-Amrica criou o termo "quadrinizao" para descrever adaptaes feitas para histrias em quadrinhos8. O Guarani ganharia outras adaptaes feitas porGedeone Malagola(que fez o mesmo com os outros dois livros daTrilogia Indianistade Alencar, Iracema eUbirajara, todos para a revista "Vida Juvenil" da editoraVida Domstica)9,Edmundo Rodrigues10(que tambm ilustraria o livro, adaptado por Jos Alberto Lima, publicada pela editora Consultor11,Luiz GeIvan Jaf(que retrataram o ndioPeri, o protagonista do livro, de forma a ficar bastanteparecido com Tarzan)12.Em 1947, oServio Social da Indstria(SESI) lana a revistaSesinho3, distribudagratuitamente. A revista continuou a ser publicada at os dias atuais13.Em 1954, foi publicado nos Estados Unidos o livroSeduction of the Innocentdo psiclogo alemo Fredric Whertam. Nessa obra, o autor faz crticas as histrias quadrinhos, dizendo que exerciam m influncia em crianas e adolescentes. Com isso as editoras americanas se viram obrigada a criar oComics Code Authority, um cdigo de autocensura, tentando afastar essa crticas. O cdigo era inspirado em regras existente nas editorasDC ComicseArchie Comics. No Brasil tambm houve perseguio aos quadrinhos: enquanto nos Estados Unidos o principal alvo foram os quadrinhos de terror daEC Comics, o jornalistaCarlos Lacerdaescolheu como algoz a editora paulista La Selva, que tambm publicava histrias de terror. No mesmo ano, a EBAL criou os "Mandamentos das histrias em quadrinhos". Essas regras foram utilizados na adaptao deCasa-Grande & SenzaladeGilberto Freyre3.Ainda nadcada de 1950, a EBAL publicaria as revistaSrie Sagrada(onde eram publicadas biografias desantoscatlicos),A Bblia em QuadrinhoseCincia em Quadrinhos, alm da republicao da revista "Edio Maravilhosa"3. Em 1961, a perseguio aos quadrinhos continuava existindo. As principais editoras de histrias em quadrinhos do pas:Rio Grfica Editorade Roberto Marinhos, EBAL de Adolfo Aizen,Editora AbrildeVictor Civita,O CruzeirodeAssis ChateaubriandeEditora Recordde Alfredo Machado, adotaram o "Cdigo de tica dos Quadrinhos", verso brasileira do americano com elementos dos mandamentos da EBAL3.Na dcada de 1970, o desenhista argentino radicado noBrasilRodolfo Zallae o talo-brasileiroEugnio Colonneseforam pioneiros na utilizao da linguagem dos quadrinhos emlivros didticos414.

O norte-americano Scott McCloud autor de livros tericos que utilizam a linguagem dos quadrinhosEm 1983 o escritor e humoristaCarlos Eduardo Novaeslanou o livro "Capitalismo para Principiantes" com 435 ilustraes deVilmar Rodrigues, utilizando-se da estrutura de umahistria em quadrinhosdidtica.Em 1995, a editora Makron Books lanou o livro torico "Desvendando os quadrinhos" (Understanding Comics no original)15, do norte-americanoScott McCloud. Ao invs de utilizar aprosa, o autor produziu o livro todo como uma grande histria em quadrinhos. A obra ganharia oTrofu HQ Mixna categoria livro torico. Em 2004, a editora lanou uma nova verso do livro16, no ano seguinte, lanou o livro Reinventando os Quadrinhos17(lanado originalmente no mercado norte-americano em 2000, com o ttulo Reinventing Comics)15. Em 2007, a editora lana o terceiro livro do autor, Desenhando Quadrinhos18(lanado no mercado norte-americano, no ano anterior, com o ttulo Making Comics)19. MccCloud foi um dos primeiros a defender as chamadas "webcomics", os quadrinhos na internet. Em 1998, o autor comeou a veicular webcomics em seu site pessoal15. Em 2008, o autor foi contrato peloGooglepara criar uma webcomics sobre o seu navegadorGoogle Chrome20. Em 2009, a editora Novatec inicia a publicao dos Guias de Mang, uma srie de livros tcnicos em estilomang(quadrinho japons) publicada originalmente pela editora americana No Starch Press e pela editora japonesa Ohmsha21Mesmo sendo utilizado freqentemente em concursos vestibulares, astiras de quadrinhose aschargese oscartums2223so excees no universo literato. Porm, a possibilidade de utilizar obras emdomnio pblicoe de "uso restrito" e a criao de licenas de flexibilizao (como o caso dasLicenas Creative Commons), comearam a permitir que os quadrinhos entrassem cada vez mais nas salas de aula.Diversas editoras, estrangeiras ou brasileiras tm investido na publicao de clssicos da literatura em quadrinhos. Algumas tm obtido sucesso considervel e com o material includo em programas disciplinares oficiais, como o caso das adaptaes deSenhora, deJos de AlencareHelena(em estilomang)24eDom Casmurro, deMachado de Assis25. Deve-se citar que vrias publicaes vm sendo desenvolvidas, bem como outros projetos editoriais seguindo o mesmo conceito, como o exemplo daEscala Educacional26.A lei brasileira[editar|editar cdigo-fonte]Existe noBrasilduas instncias que regulam os quadrinhos no ensino no pas. ALei de Diretrizes e Bases(LDB) e os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN)27. Foi prevista a utilizao das histrias em quadrinhos como recurso didtico-pedaggico. Entretanto, esse fato apenas comea a despontar como um projeto efetivo, uma vez que a bibliografia escassa e a falta de formao dos profissionais nesta linguagem tornam deveras difcil o cumprimento da lei. Se por um lado o professor no possui formao tcnica para o uso dos quadrinho, o quadrinista (desenhista/cartunista ou roteirista) muitas vezes no possui a didtica necessria para transmitir um contedo especfico atravs da linguagem dos quadrinhos.A formao de novos profissionais que agreguem a seu currculo no apenas uma formao acadmica, e sim uma formao livre, tem permitido interessantes intercmbios e um dos principais responsveis pela ampliao desse filo de ensino. Desde 2006, oPrograma Nacional Biblioteca da Escolapassou a incluir quadrinhos na lista anual de compras de livros5. Algumas escolas mantmbibliotecasexclusivas para histrias em quadrinhos, as chamadasgibitecas28.Ver tambm[editar|editar cdigo-fonte] Dia do Quadrinho Nacional Histria em quadrinhos no Brasil Sociologia das histrias em quadrinhosReferncias[editar|editar cdigo-fonte]Notas1. Ir para cimaGruenberg, S (1944). "The Comics as a Social Force". Journal of Educational Sociology (American Sociological Association) 18 (4): 204213.doi:10.2307/2262693JSTOR2262693.2. Ir para:abcO Tico-Tico completa 100 anosOmelete(11 de Outubro de 2005). Visitado em 18/05/2010.3. Ir para:abcdefGonalo Junior. In:Editora Companhia das Letras.A guerra dos gibis: a formao do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964. [S.l.: s.n.].ISBN 8535905820, 97885359058234. Ir para:abSidney Gusman, sobre opress release(24/03/05).Opera Graphica lana lbum de Rodolfo ZallaUniverso HQ.5. Ir para:abGuilherme Kroll Domingues.A Mquina do TempoUniverso HQ.6. Ir para cimaHeitor Pitombo (07/11/2002).O mundo mgico dos quadrinhos invade a Biblioteca NacionalUniverso HQ.7. Ir para cimaFernando Lemos, Rui Moreira Leite Waldomiro Vergueiro e Fabio Moraes. A misso portuguesa: rotas entrecruzadas. [S.l.]:Editora UNESP, 2002. 205 e 206 p.ISBN 97885713946128. Ir para cimaToni Rodrigues (31/03/05).Ebal 60 anos: uma celebrao - Parte 2Universo HQ.9. Ir para cimaOscar C. Kern. (1981). "Historieta #5 - Entrevista Gedeone Malagola" (em portugus).10. Ir para cimaToni Rodrigues eSidney Gusman(13/09/2012).HQ nacional de luto: morreram Naumim Aizen e Edmundo RodriguesUniverso HQ.11. Ir para cimaFundao Biblioteca NacionalBiblioteca Nacional.12. Ir para cimaAdilson Thieghi (21/10/2009).O GuaraniHQManiacs.13. Ir para cimaMarcus Ramone (26/03/2010).Sesinho em verso teenUniverso HQ.14. Ir para cimaJoo Antonio Buhrer (31/01/2011).Arquivos Incrveis: Colonnese e Zalla desenham quadrinhos para o livro de histria: Histria do Brasil para Estudos SociaisBigorna.net.15. Ir para:abcEdgar Franco.Hqtrnicas: do suporte papel rede Internet. [S.l.]:Annablume, 2004. 978857419476916. Ir para cimaMarko Ajdaric (10/12/2004).Nova edio brasileira de Desvendando os Quadrinhos de Scott McCloudUniverso HQ.17. Ir para cimaEduardo Nasi.Reiventando os quadrinhos (M. Books) - Livro tericoUniverso HQ.18. Ir para cimaSidney Gusman (13/09/07).Desenhando Quadrinhos, de Scott McCloud, chega ao mercado brasileiroUniverso HQ.19. Ir para cimaSrgio Codespoti (11/09/06).Making Comics o novo livro de Scott McCloudUniverso HQ.20. Ir para cimaMcCloud, Scott (2008-09-01). "Chrome, behind the Open Source Browser Product". Google. Retrieved 2008-09-02.21. Ir para cimaNovatec lana Guia Mang de Banco de Dados(em portugus)HQManiacs (15/12/2009). Visitado em 12/01/2010.22. Ir para cimaTiras e charges ganham destaque nos vestibularesBem Paran (05/05/10).23. Ir para cimaPaulo Ramos (31/08/08).Tira e cartum so usados em prova do EnemUOL.24. Ir para cimaMarcelo Naranjo (01/09/2010).NewPOP Editora fecha parceria com Studio SeasonsUniverso HQ.25. Ir para cimaSidney Gusman (25/02/2010).Wellington Srbek prepara adaptao de Dom Casmurro, de Machado de AssisUniverso HQ.26. Ir para cimaSidney Gusman(11/03/2010).Jornal Extra, do Rio de Janeiro, far promoo com quadrinhosUniverso HQ.27. Ir para cimaWaldomiro Vergueiro(26/10/2004).As histrias em 10 quadrinhosFolha de So Paulo.28. Ir para cimaMarcelo Naranjo (31/05/07).Natania Nogueira e o desafio de montar uma GibitecaUniverso HQ.29. Quem inventou a histrias em quadrinhos?30. 31. 32. A primeira histria em quadrinhos (HQ) moderna foi criada pelo artista americano Richard Outcault em 1895. "A linguagem das HQs, com a adoo de um personagem fixo, ao fragmentada em quadros e balezinhos de texto, surgiu nos jornais sensacionalistas de Nova York com o Yellow Kid (Menino Amarelo)", diz o historiador e jornalista lvaro de Moya, autor do livro Histria da Histria em Quadrinhos. A tirinha de Outcault fez tanto sucesso que os grandes jornais nova-iorquinos entraram em p de guerra para ter o Yellow Kid em suas pginas. Mas claro que esse formato original para contar uma histria no surgiu na cabea de Outcault de uma hora para outra. Se a gente for buscar as primeiras razes das HQs, podemos chegar s pinturas rupestres feitas pelos homens pr-histricos, que serviam para contar, por exemplo, como eram suas aventuras nas caadas.33. Os quadros das igrejas medievais que retratavam a via sacra - os ltimos momentos da vida de Jesus na Terra - tambm podem ser considerados antepassados das tirinhas. A grande diferena que esses ancestrais das HQs no tinham texto, os enredos eram desenvolvidos apenas com uma seqncia de desenhos. "As histrias em quadrinhos constituem um meio de comunicao de massa que agrega dois cdigos distintos para transmitir uma mensagem: o lingstico (texto) e o pictrico (imagem)", diz o pesquisador Waldomiro Vergueiro, coordenador do Ncleo de Pesquisa de Histria em Quadrinhos, da Universidade de So Paulo (USP). Foi s no sculo 19 que a coisa comeou a mudar, com pioneiros como o suo Rudolph Tpffer, o francs Georges Colomb e at o italiano Angelo Agostini, radicado no Brasil desde os 16 anos de idade.34. Apesar de esses artistas terem criado trabalhos unindo texto e imagem anos antes de Yellow Kid, caractersticas importantes das HQs modernas, como o uso dos balezinhos com as "falas", por exemplo, s surgiriam realmente nas tirinhas do personagem americano.35. Mergulhe nessa36. Na livraria:37. Histria da Histria em Quadrinhos - lvaro de Moya, Brasiliense, 199638. Quadrinhos e Arte Seqencial - Will Eisner, Martins Fontes, 199939. O Mundo dos Quadrinhos - Ionaldo Cavalcanti, Smbolo, 197740. Na internet:41. www.eca.usp.br/nucleos/nphqeca/nucleousp/index.htm42. www.toonopedia.com43. Personagens e aventuras inesquecveisDas primeiras tirinhas aos heris ultra-modernos, dez momentos marcantes das HQs44. 1869 - AS AVENTURAS DE NH QUIM45. De Angelo Agostini46. Esse autor italiano, radicado no Brasil, lanou uma das primeiras revistas de nosso pas, a Revista Ilustrada. Agostini tambm foi um dos pioneiros das HQs. As Aventuras de Nh Quim, publicada na revista Vida Fluminense, narrava as experincias de um caipira na cidade grande. E trazia uma novidade: histrias com um personagem fixo.47. 1895 - YELLOW KID48. De Richard Outcault49. Angelo Agostini e outros pioneiros criaram embrioes de HQs, mas a primeira HQ moderna foi Yellow Kid. Na verdade, esse era o nome do principal personagem da tira At the Circus in Hogans Alley, que saa uma vez por semana no jornal New York World.50. 1934 - FLASH GORDON51. De Alex Raymond52. O personagem surgiu para disputar mercado com outro heri espacial: Buck Rogers. Mas, graas ao talento de Raymond, em pouco tempo as aventuras intergalcticas de Flash Gordon superaram a popularidade do grande rival.53. 1952 - MAD54. De Harvey Kurtzmann55. Mad foi uma revista que revolucionou o gnero com seu humor debochado. Era uma forma original de reagir crescente censura aos quadrinhos nos Estados Unidos, quando os temas mais violentos comearam a perder espao.56. 1929 - TARZAN57. De Hal Foster e Burne Hogarth58. Hal Foster desenhou em tiras o romance de Edgar Rice Burroughs para ser publicado em jornais. O pblico adorou Tarzan e at hoje as histrias do heri continuam sendo publicadas. Em 1937, Hogarth passou a desenhar o personagem e criou o trao mais vigoroso do "Rei dos Macacos", conferindo s histrias uma ao ininterrupta.59. 1930 - MICKEY MOUSE60. De Walt Disney61. Mickey Mouse, smbolo do imprio de Walt Disney, fez sua estria num desenho animado de 1928. Foi s dois anos depois que ele virou tira de jornal. Com o sucesso inicial, o ratinho logo ganharia uma revista mensal a Mickey Mouse Magazine.62. 1959 - BIDU63. De Maurcio de Sousa64. O cachorrinho Bidu foi o primeiro personagem da famosa turma da Mnica criado por Maurcio de Sousa. Sua tirinha de estria saiu no jornal Folha de S. Paulo. No incio dos anos 60, surgiriam os personagens Cebolinha, Casco, Mnica e Magali.65. 1940 - THE SPIRIT66. De Will Eisner67. A linguagem revolucionria, com ngulos inslitos, fez com que "O Esprito" j fosse chamado de "Cidado Kane dos quadrinhos", uma referncia ao maior filme de todos os tempos. Danny Colt era um criminologista dado como morto que perseguia bandidos.68. 1985 - O CAVALEIRO DAS TREVAS69. De Frank Miller70. Esse artista inaugurou uma nova fase nas HQs: o quadrinho de autor. Em "o Cavaleiro das Trevas" (the Dark kNight Returns, no original em ingls), Miller retrata um Batman vulnervel e inseguro. Com essa humanizao do personagem, o artista criou uma das melhores histrias do heri.71. 1986 - MAUS72. De Art Spiegelman73. Os judeus so retratados como ratos e os nazistas como gatos na histria de um sobrevivente do holocausto. a saga ganhou um Pulitzer especial, importante prmio jornalstico dos estados unidos.74. Bottom of FormBottom of Form

QuadrinhosHistrias em quadrinhos e suas mltiplas linguagensMaria Cristina X. de Oliveira

A interao entre diferentes linguagens e recursos uma das marcas presentes no processo de comunicao humana, sobretudo atualmente. Neste contexto, a histria em quadrinhos (HQ) tem se mostrado como importante veculo de integrao de mltiplos recursos comunicativos, revelando assim grande potencial expressivo e possibilitando a construo de diversas narrativas.Antes da expanso dos quadrinhos pelo mundo, a utilizao da imagem acompanhada ou no de texto j era praticada por muitos povos ao longo dos tempos. Alis, se remontarmos histria da civilizao humana, encontraremos a linguagem pictrica utilizada para narrar acontecimentos e fenmenos da natureza.As HQs foram prenunciadas na Europa atravs de histrias representadas por imagens acompanhadas de textos, como no caso das Histoires en Estampes (1846-47), de Rodolphe Topffer, escritor, artista e professor universitrio natural de Genebra. Contudo, nos Estados Unidos que elas florescem e encontram grande sucesso. Os primeiros quadrinhos americanos apareceram nos jornais e seu principal objetivo era o humorstico.Em termos de disseminao, as HQs s tiveram ampliado seu consumo atravs dos Syndicates. Criados a partir da primeira dcada do sculo 20 pelos jornais, para contratar e vender o trabalho dos desenhistas, os Syndicates se configuraram como grandes distribuidores de quadrinhos nos Estados Unidos e no mundo.No Brasil, a tradio das HQs est mais ligada ao humor. Um dos primeiros a produzir quadrinhos foi o talo-brasileiro Angelo Agostini, caricaturista e ilustrador que lanou em 1869, no jornal Vida Fluminense, As Aventuras de Nh Quim ou Impresses de uma viagem Corte, primeira historieta com personagem fixo . Contudo, as obras nacionais de quadrinhos sofreram desde o incio a competio da produo estrangeira, sobretudo a americana, que domina grande parte do mercado at hoje.Mltiplas LinguagensContrastes entre luz e sombras, mudanas de perspectiva, conflito de linhas, alm de vrios outros elementos, podem ser encontrados em diversos meios, seja em uma histria em quadrinhos (HQ), filme, desenho animado ou romance, s para citar alguns exemplos. No desconsiderando que cada meio tenha suas caractersticas prprias, fazendo uso de recursos especficos, ainda assim possvel identificar uma relao de proximidade entre estes. Um exemplo disso o que ocorre com os quadrinhos e o cinema, artes que estabelecem amplo dilogo j que fazem uso, muitas vezes, de elementos semelhantes na elaborao de suas obras. interessante observar como os quadrinhos, um suporte de comunicao de massa extremamente visual, no qual as imagens surgem estticas no papel, conseguem efeitos to prximos aos do cinema, uma arte que trabalha com imagens e sons em movimento. Fazendo uso de recursos prprios como o desenho, as linhas, as cores, o texto etc., os quadrinhos, um dos primeiros meios de comunicao de massa a se globalizar antes mesmo do cinema, conseguem extrapolar o papel, garantindo assim a elaborao de narrativas extremamente geis e com caractersticas bastante cinematogrficas, em muitos momentos.

Espao e MontagemSegundo Scott McCloud em seu livro Desvendando Quadrinhos (M. Books, 2002), as HQs se configuram como imagens pictricas e outras justapostas em seqncia deliberada. Temos, pois, alm das ilustraes, outras imagens presentes nos quadrinhos, como a verbal, que assume um carter pictrico neste meio. A justaposio se d pela sua caracterstica seqencial. Mas no se trata apenas de um ajuntamento de linguagens - na verdade, as relaes entre estas vrias linguagens que se torna, nos quadrinhos, mais importante do que as prprias linguagens em si.Vale destacar que, assim como os desenhos animados, as HQs tambm se constrem em seqncia, mas diferem daqueles pelo seu aspecto espacial, uma vez que nos desenhos animados a animao seqencial em tempo (cada quadro projetado no mesmo espao, que a tela), enquanto nos quadrinhos os quadros ocupam espaos diferentes no papel. A utilizao do espao neste meio , portanto, um importante recurso para sua composio.Neste contexto, a montagem se torna fator primordial para a utilizao do espao e a conseqente construo da narrativa. Apesar de estar diretamente relacionada com a elaborao de obras flmicas, a montagem no se restringe ao cinema. Conforme ressalta Sergei Eisenstein, o conceito de montagem est presente em toda a cultura humana. O pensamento humano montagem... (EISENSTEIN, 2002, p.8). Nos quadrinhos, por sua vez, a montagem no apresenta todos os enquadramentos num fluxo contnuo como acontece em um filme, mas revela em poucos elementos o essencial para que o leitor, atravs de sua imaginao, complete os quadros colaborando decisivamente para o processo de montagem. Este movimento, alis, realizado pelo leitor, o que McCloud (2002) chama de concluso, e que permite conectar momentos dissociados e concluir mentalmente uma realidade contnua e unificada.A transio entre os quadros nas HQs se revela, portanto, fator decisivo para garantir a composio da narrativa. Essa transio pode se dar de vrias maneiras, desde uma representao de cada pequena mudana nas cenas ou nos movimentos at longas alteraes de tempo, espao, aspecto, idias e sentidos. Cada escolha na forma de apresentar o transcorrer dos quadros resultar em efeitos diferentes.FIGURA 1

Um dos efeitos possveis ao se efetuar a transio entre as cenas o que se pode verificar na ilustrao anterior. Nela, a mudana ocorrida entre cada quadro pequena, exigindo pouca concluso por parte do leitor. Estamos diante de uma representao de movimento que se assemelha cmera lenta utilizada no cinema.FIGURA 2

Nesta outra ilustrao, a alterao entre os quadros nos leva a uma mudana significativa no tempo (a informao na legenda do 2o quadro nos indica que se passaram 30 anos). Neste caso, a participao do leitor deve ser maior, j que este necessitar dar um grande salto temporal entre cada imagem apresentada.Outro recurso utilizado na elaborao dos quadrinhos e que contribui para sua eficincia comunicativa a forma dos quadros. Segundo McCloud (2002), o quadro (vinheta) o cone mais importante dos quadrinhos, revelando-se como um indicador da diviso do tempo e do espao nesta produo artstica. Ao mover os olhos pelo espao da pgina, o leitor tambm tem a sensao de se mover no tempo. Devido a sua importncia, a forma dos quadros ou at a ausncia destes influenciar a experincia da leitura. Assim, um quadro sem contorno pode dar mais leveza ou agilidade leitura, enquanto uma imagem que extrapola os espaos pode intensificar a dramaticidade de uma cena, isto s para citar algumas das muitas possibilidades interpretativas.FIGURA 3

Nos trechos da HQ Sandman, Preldios e Noturnos, em que vemos o confronto entre duas personagens (John Dee, um indivduo perturbado representado pela enorme figura em forma de caveira, e o senhor dos Sonhos, que surge ao final da pgina, de costas), os quadros com formato irregular e sem contorno, juntamente com a sobreposio de imagens, os tons escuros e os tipos de bales e letras utilizadas (que se modificam a cada personagem), acentuam o carter dramtico e intenso das cenas.Enquadramento e Ponto de VistaQuando observamos as histrias colocamo-nos do outro lado de uma cmera e so as diferentes focalizaes desta que nos conduzem pela seqncia apresentada. A utilizao de planos fixos, panormicas, close-up, travelling e outros recursos flmicos so constantes nos quadrinhos e ajudam a construir uma comunicao gil e eficiente com o leitor, participante ativo neste processo.A utilizao de planos um exemplo disso. Nos quadrinhos, as possibilidades criativas a partir da composio atravs de planos cinematogrficos so muito amplas. Na composio da obra quadrinstica possvel identificar, assim como ocorre no cinema, cerca de sete planos: panormico, em que se tem uma viso geral e distanciada da paisagem; conjunto, que apresenta as personagens dos ps cabea; americano, revelando as personagens at a altura das coxas/joelhos; mdio, cujas personagens surgem at a cintura; primeiro plano (close up), que permite ver a personagem ao nvel dos ombros, possibilitando uma melhor visualizao do seu rosto, e o plano em grande detalhe (extreme close up), que mostra um pormenor da imagem, revelando assim uma maior fora expressiva.Os diferentes pontos de vista nos quadrinhos se do pelas diversas posies em que a ilustrao revelada (do ponto de vista de quem v e de como v estas imagens). Remetendo mais uma vez aos recursos cinematogrficos, poderemos ter o ponto de vista normal o mais objetivo, correspondendo ao campo de viso que se revela quando olhamos para frente; o plonge viso de cima para baixo, mostrando uma imagem esmagada ou encurralada e sendo utilizada, muitas vezes, para ressaltar uma situao de perigo; o contre-plong focaliza a personagem/situao de baixo para cima e utilizada para exaltar, engrandecer, mostrar a personagem mais forte do que etc.

FIGURA 4

Nas imagens retiradas da HQ de Loureno Mutarelli, O Dobro de 5, temos um bom exemplo de composio atravs de planos cinematogrficos. Estamos diante de uma seqncia de ao, em que alguns homens em um carro perseguem o detetive Diomedes, protagonista da estria. A sucesso de tomadas revela o movimento e a dramaticidade presente nas cenas: inicialmente temos um carro, focalizado de cima (plonge); na seqncia nos deparamos com uma tomada ousada, na qual podemos visualizar as engrenagens do veculo, ao mesmo tempo em que vemos ao fundo a figura de um homem (o detetive Diomedes), mostrado atravs de um plano americano (at a altura das coxas); no quadro seguinte nos deparamos com um close up do detetive com a arma na mo, como se a cmera tivesse se aproximado do seu rosto (apesar do jogo de luz e sombras, que deixa a personagem pouco visvel). Neste momento, podemos ver algumas gotas caindo do rosto de Diomedes, o que pode apontar para o fato de que ele sente medo. Na ltima vinheta, a imagem do detetive de lado, bem como sua expresso assustada, nos indica que este fora atropelado pelo carro.Bales e legendas recursos para a voz over e off nos quadrinhosA narrao nos quadrinhos se faz atravs das imagens (pictricas e verbais), do uso dos bales (com ou sem texto) e das legendas (caixas de informao que acompanham as imagens). O balo, onde inserido a fala ou o pensamento das personagens, importante elemento das HQs. Conforme explica Cagnin, o balo, criao original dos quadrinhos (...) o elemento que indica o dilogo entre as personagens e introduz o discurso direto na seqncia narrativa (CAGNIN, 1975, p.121). O apndice (ou rabicho) em forma de flecha que sai do balo e que est voltado para a personagem marca a relao do texto com a imagem referente, indicando quem est falando. Outro aspecto importante do balo que este tambm assume um papel imagtico, j que seu formato pode indicar sentimentos, atitudes e as mais variadas emoes e intenes.A legenda (caixa de informaes) aparece ao lado do balo como outro importante elemento narrativo. Normalmente ocupa a parte de cima do quadro (vinheta) que contm a imagem, porque convencionalmente onde se inicia a leitura. neste espao que, quando se faz necessrio, o narrador toma a palavra e conta suas aventuras em retrospecto, numa narrao que no se oriunda das imagens mostradas na respectiva vinheta que a acompanha.Estes dois elementos, por sua vez, auxiliam na construo de um efeito bastante utilizado no cinema: a presena da voz narrativa cuja fonte no se faz visvel em cena. A voz extradiegtica, que no audvel por quem est na cena, pois sua fonte no participa da mesma (voz over), pode ser identificada nos quadrinhos atravs do uso da legenda. Um caso tpico da utilizao deste recurso , no cinema, os filmes noir, que trazem a figura de um narrador-detetive contando suas aventuras em retrospecto. Alis, vale destacar que a combinao da voz over (fora da diegese) e o flashback so dois dispositivos que o noir desenvolveu, trazendo o toque individual de um heri solitrio em oposio a um mundo perigoso e hostil (XAVIER, Editora Brasiliense, 1993). Nos quadrinhos, um exemplo da utilizao da voz over est na satirizao deste gnero feita por Lus Fernando Verissimo e Miguel Paiva na HQ Ed Mort.FIGURA 5

Na ilustrao anterior, extrada da HQ Ed Mort Procurando o Silva, a voz over representada pela presena da legenda narrando em flashback os fatos que motivam a ao do heri: uma mulher, chamada sra. Silva, procura o detetive Ed Mort para que este encontre seu marido desaparecido. O humor predomina nas falas de Ed, como no momento em que ele relaciona seu almoo com a metafsica, sugerindo a quase impossibilidade de conseguir realiz-lo. A presena da sra. Silva (e sua caracterizao) remete figura da mulher envolvente dos filmes noir: formas sinuosas e postura sedutora (o que desencadeia o encantamento imediato de Ed por ela).Outra forma de utilizao da voz no cinema e que tambm se faz presente nos quadrinhos a da voz off, aquela em que a fonte, o sujeito falante, no est visvel na imagem focalizada, mas participa da cena e ouvido por quem atua naquele momento. Nas HQs, a voz off se faz presente por meio do uso dos bales sem a representao da personagem que fala em cena (neste caso o apndice do balo se dirige a um personagem que est fora do quadro mostrado). No quadrinho de Ed Mort, um exemplo da voz off pode ser observado no trecho em que ele ameaado por Maneco, um dos comparsas do vilo chamado Nogueira que no quer que Silva seja encontrado por Ed.FIGURA 6

Nesta seqncia temos na ilustrao apenas o rosto em close up de Ed sem a presena de outra personagem em cena. A fala de Ed indicada por bales com apndices voltados para ele, enquanto a fala do Maneco surge na cena com o apndice voltado para fora do quadro. Os bales se mostram extremamente visuais neste momento: o que contm a fala do Maneco apresenta-se num formato recortado e irregular (representando um grito, uma fala rgida, gelada, nervosa), o uso da letra em caixa alta, na segunda vinheta, refora este efeito. J a fala de Ed, bem como sua imagem no terceiro quadro, surgem tracejadas e claras, denotando medo diante da ameaa. Este efeito ampliado no quarto quadro com a imagem do rosto de Ed rodeado por gotinhas e raios.Expressividade em aoA onomatopia outro importante recurso usado nos quadrinhos. Por meio dela procura-se transmitir, sobretudo, a idia de rudo. Seu uso, alm da significao lingstica e sonora dos grafemas, traz uma caracterstica extremamente visual bastante explorada pelos desenhistas. Vale ressaltar que algumas delas, devido influncia dos quadrinhos americanos no mundo, originam-se de vocbulos oriundos daquele pas, como por exemplo: crash (colidir, bater), splash (chapinhar, esguichar), sniff (cheirar).As linhas e a utilizao do fundo borrado (com destaque para a imagem em primeiro plano) so empregadas para intensificar a idia de movimento, ampliando a expressividade das narrativas em quadrinhos.Ziraldo, na HQ Perer, faz uso de uma profuso de onomatopias e linhas para representar e intensificar o movimento de perseguio sofrido pela ona Galileu. O uso da expresso Bngui no primeiro quadro nos remete idia de tiros. No quadro seguinte temos a imagem de Galileu cado no cho as linhas de movimento juntamente com a onomatopia plaft reforam a idia de queda.FIGURA 7

O tipo de trao (se natural ou expressionista), a utilizao ou no de cores, a presena do claro/escuro e muitos outros elementos contribuem para a construo narrativa nos quadrinhos, que se apresenta, muitas vezes, embalada pelo ritmo cinematogrfico. preciso, pois, que conheamos melhor suas possibilidades criativas e as usemos para realizar aquela que se tornou, desde os tempos das cavernas, uma das maiores necessidades humanas: a comunicao.

BibliografiaBARBIERI, Daniele. Los lenguajes del cmic. Barcelona: Paids, 2002.BETTON, Grard. Esttica do cinema. So Paulo: Martins Fontes, 1987.CAGNIN, Antnio Luiz. Os quadrinhos. So Paulo: tica, 1975.CIRCE, Moacy. A linguagem dos quadrinhos. Petrpolis: Vozes, 1971.____________ Para ler os quadrinhos. Petrpolis: Vozes, 1972.COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: Teoria, Anlise, Didtica. So Paulo: ticaECO, Umberto. Apocalpticos e integrados. So Paulo: Perspectiva, 2004.EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002._________________ O sentido do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.EISNER, Will. Narrativas Grficas. So Paulo: Devir, 2005.LEONE, Eduardo; MOURO, Dora Maria. Cinema e montagem. So Paulo: tica,1993, p.13McCLOUD, Scott. Desvendando Quadrinhos. So Paulo: M. Books, 2. ed., 2002.MOYA, lvaro de. Histria da Histria em Quadrinhos. So Paulo: Brasiliense, 1994.SANTAELLA, Lucia. Imagem e cognio, semitica, mdia. So Paulo: Iluminuras, 1998._________________ Palavra, imagem & enigmas. So Paulo: Revista USP, n. 16.XAVIER, Ismail. Alegorias do Subdesenvolvimento: Cinema Novo, Tropicalismo e CinemaMarginal. So Paulo: Brasiliense, 1993.FigurasFigura 1: OLIVEIRA, Maria Cristina X. de. COPYRIGHTFigura 2: OLIVEIRA, Maria Cristina X. de. COPYRIGHTFigura 3: GAIMAN, Neil; DRINGENBERG, Mike; JONES III, Malcolm. Sandman, Preldios e Noturnos. So Paulo: Brainstore, 2000, p.7.Figura 4: MUTARELLI, Loureno. O Dobro de 5. So Paulo: Devir, 1999, p.37.Figura 5: VERISSIMO, Luis Fernando; PAIVA, Miguel. Ed Mort em: procurando o Silva. Porto Alegre: L&PM, 1991, p.4.Figura 6: VERISSIMO, Luis Fernando; PAIVA, Miguel. Ed Mort em: procurando o Silva. Porto Alegre: PM, 1991, p.11.Figura 7: PINTO, Ziraldo Alves. Todo Perer. So Paulo: Moderna, 2002, p.19.

Leia mais:http://grupoplccj.webnode.com.br/quadrinhos/Crie seu site grtis:http://www.webnode.com.brA organizao composicional da tira em quadrinhosNatlia Gonalves Moterani, Renilson Jos Menegassi

Resumo

Este artigo tem como objetivo presentar como o trabalho com a organizao composicional do gnero discursivo tira em quadrinhos ocorre em uma das oficinas produzidas para a elaborao de uma Sequncia Didtica (SD) destinada oitava srie do Ensino undamental. Para tanto, como suporte terico, utilizamos os pressupostos de Bakhtin e seu Crculo, no que diz respeito aos estudos sobre interao e escrita e gneros discursivos, e de Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004), no que concerne produo de uma SD. Com relao s tiras em quadrinhos, para que o aprendizado se efetive, os resultados mostram que: a) preciso fazer com que o aluno perceba que ele est lidando com uma narrao, a qual, diferentemente de outros textos, utiliza recursos peculiares como a linguagem visual atrelada verbal; b) a narrativa se d por uma sequncia cronolgica, a qual marcada pela diviso vertical dos quadrinhos que compem as tirinhas; c) os bales, com seus diversos contornos, marcam a expressividade dos personagens, isto , apresentam a linguagem verbal de uma tirinha; d) as onomatopias, recursos sonoros utilizados nos quadrinhos, indicam movimento e do mais vida ao da narrativa; e) o discurso predominante nas tiras em quadrinhos o dilogo entre os personagens.

Palavras-chave

Gnero discursivo; Tira em quadrinhos; Organizao composicional.

Texto completo:

LITERATURAO incrvel poder das histrias em quadrinhosMais do que um divertido passatempo, elas so um valioso instrumento para despertar o gosto pela leitura!

02/02/2014 13:07TextoGisleine Carvalho

Foto: Divulgao

Em parceria com Maurcio de Sousa, o Educar para Crescer desenvolveu uma cartilha em quadrinhos para falar sobre a importncia da Educao

O cineastaFederico Fellinilia. O filsofoUmberto Eco vido consumidor e o artista plsticoRoy Lichtensteinfez uso de bales com falas em algumas de suas obras. Esses artistas declararam que a leitura dashistrias em quadrinhosserviu de inspirao e influenciou seus trabalhos. H outros exemplos de personalidades que poderiam ser citadas, mas no o propsito deste texto listar celebridades e fs datambm chamada arte sequencial. Trata-se s de uma curiosidade, j que houve um tempo em que psiclogos e educadores chegaram a afirmar que os gibis estimulavam a preguia mental.Especial Importncia da LeituraLer um hbito poderoso que nos faz conhecer mundos e ideias. Descubra a importncia da leitura para todas as idades!

"Por muitas dcadas, as histrias em quadrinhos foram vistas margem do que se entende por leitura. Uma viso equivocada porque os quadrinhos so e sempre foram leitura igualmente vlida", defende Paulo Ramos, professor da Unifesp e autor de vrios livros sobre quadrinhos.

De fato, hoje no h mais dvidas sobre o valor desse tipo de narrativa. Tanto que os quadrinhos so recomendados pelosParmetros Curriculares Nacionaise reconhecidos como uma ferramenta de alfabetizao. Na viso da professora Maria Angela Barbato, da Faculdade de Educao da PUC-SP, as histrias em quadrinhos acabam sendo tambm um instrumento no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita porque as crianas naturalmente gostam desse tipo de linguagem. "Existem crianas, inclusive, que desenvolvem a leitura com os gibis", diz ela.

Outro fator que torna os quadrinhos to atraentes para as crianas a ligao emocional que elas costumam desenvolver com os personagens. Um exemplo da fora dessa conexo est na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2012 pelo Instituto Pr-Livro, na qual Mauricio de Sousa, o pai da Turma da Mnica, aparece em sexto lugar na lista dos escritores mais admirados pelos leitores, depois de Monteiro Lobato, Jorge Amado, Machado de Assis, entre outros.Quem voc seria nas histrias em quadrinhos?Descubra com qual personagem emblemtico voc se parece.

Ainda h que se ressaltar que, para a formao de um leitor competente, capaz de usar a linguagem em diferentes contextos e situaes, preciso dar a ele acesso a variados tipos de leitura. Como explica a professora Maria Jos da Nbrega, assessora da Secretaria Municipal da Educao de So Paulo, "cada gnero de texto desenvolve habilidades especficas, por isso importante que a criana tenha disponvel diferentes fontes de leitura, como jornal, livros, revistas e histrias em quadrinhos. A famlia tem um papel vital nisso".Oito motivos para incentivar seu filho a ler histrias em quadrinhos. Confira!Para ler, clique nos itens abaixo:

1. Contribuem na pr-alfabetizao2. Ajudam no processo de alfabetizao3. Despertam facilmente o interesse das crianas4. Estimulam o hbito da leitura5. Exercitam diferentes habilidades cognitivas6. Unem cultura e entretenimento7. So de fcil acesso e baixo custo8. So recomendadas pelos PCN, RCNEI e PNBE. Contribuem na pr-alfabetizaoA sequncia de imagens dos quadrinhos permite que a criana compreenda o sentido da histria antes mesmo de aprender a ler. Ao fazer isso, ela organiza o pensamento, exercita a capacidade de observao e interpretao e desenvolve a criatividade. Na fase de pr-alfabetizao, o contato com os gibis tambm ajuda a criana a se familiarizar com as letras.Ajudam no processo de alfabetizaoA ordem lgica dos quadrinhos serve de apoio para que a criana decifre o que est escrito e supere a dificuldade de fluncia, tpica de quem acabou de se alfabetizar. Outro fator positivo que a letra maiscula usada nos bales facilita a leitura. Para quem est aprendendo a ler, letras minsculas podem ser mais difceis de decodificar, principalmente aquelas que tm traados semelhantes, como q, p, d e bDespertam facilmente o interesse das crianasA leitura de gibis uma atividade ldica para as crianas, que naturalmente se identificam com a linguagem dos quadrinhos e, muitas vezes, estabelecem uma relao afetiva com seus personagens.Estimulam o hbito da leituraUm bom modo de estimular um hbito enfatizando o seu lado prazeroso. No caso dos quadrinhos, os textos rpidos associados com imagens, os elementos grficos e a identificao com os personagens so alguns dos elementos que tornam a leitura agradvel. Isso pode encoraj-las a ler textos cada vez mais complexos. Alguns pesquisadores defendem que os leitores de quadrinhos tambm acabam se interessando por outros gneros de textoExercitam diferentes habilidades cognitivasA leitura de histrias em quadrinhos um processo bastante complexo. preciso decodificar textos, imagens, bales, onomatopeias e, muitas vezes, recursos de metalinguagem. Alm disso, induz a uma habilidade chamada inferncia, que a capacidade de concluir coisas que no esto escritas. Nas HQs, por exemplo, o leitor deduz a ao que omitida entre um quadrinho e outro. Tudo isso demanda um trabalho intelectual.Unem cultura e entretenimentoHistrias em quadrinhos podem transmitir um leque bem amplo de informaes sobre contextos histricos, sociais ou polticos e ainda assim manter sua caracterstica de entretenimento. S para citar alguns exemplos bem conhecidos: as aventuras de Asterix trazem divertidas referncias sobre histria antiga, as histrias de Tintim so ricas em indicaes geogrficas e as tirinhas da questionadora Mafalda fazem crtica a questes poltico-sociais da Argentina. J Joe Sacco, que quadrinista e jornalista, desenhou histrias sobre a guerra da Bsnia e os conflitos entre Israel e Palestina.

So de fcil acesso e baixo custoOs ttulos mais populares podem facilmente ser adquiridos nas bancas de jornal por um preo bem acessvel. Os gibis tambm so encontrados em bibliotecas e gibitecas. Outra opo so as trocas, prtica que costuma ser incentivada pelas escolas e prefeituras.So recomendadas pelos PCN, RCNEI e PNBEAlgumas das razes para isso j foram descritas nos itens anteriores, mas vale ressaltar que tanto os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN), como o Referencial Curricular Nacional para Educao Infantil (RCNEI) e o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) falam sobre a importncia da criana interagir com diferentes tipos de texto. Alm disso, a relao entre texto e imagem est cada vez presente em diferentes gneros e preciso ensinar como ler a imagem tambm.