A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 57

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ANO III - N0 57 - RIO DE JANEIRO, 26 DE NOVEMBRO DE 2015ESTA EDIÇÃ0: 20 MIL EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITAI N F O R M A Ç Ã O E C I D A D A N I A

PÁGINAS 4 e 5

PÁGINA 3

E M A IS . . .FOTOS DE FÁBIO COSTA

PÁGINA 8

PÁGINA 6

NOITE HISTÓRICA PARA CULTURA URBANA EM RPCOM CLIMA DE FAMÍLIAMovimento Cine&Rock na Praça cede espaço paraa galera do rap mostrar a força da cultura hip hopna 1a Roda Cultural de Rio das Pedras emambiente familiar e pacífico, que surpreendeuquem veio de outras comunidades. Na foto,North, local de RP, venceu a batalha.

DOAR O SABER MILENARDO TAEKWONDO, MISSÃO NOBRE DE HALVES E FELIPEHalves Lima e Felipe Cristóvão, faixas-preta da artemarcial coreana e esporte olímpico bemrepresentado pelo Brasil, iniciam projeto gratuitopara crianças e adolescentes e dão exemplo quequalquer um pode dedicar seu tempo e saber peloamor ao próximo.

Pesquisadores da Universidade de Columbia recolheram amostras de água nas residências e nos galões vendidos na comunidade. Analisaram eencontraram, na água de cozinha, 22%, e na água de galão, 75% de contaminação por coliformes, supostamente cocô. Fizeram, em parceria com aFiocruz, um diagnóstico da saúde em Rio das Pedras e encontraram prédios afundando, lixo, mofo e o escambau. Cadê o estado e a prefeitura?

FOTO DE FÁBIO COSTA FOTO DE FÁBIO COSTA FOTO DE FÁBIO COSTA

FOTO DE FÁBIO COSTA

PÁGINA 7

ESTAMOS BEBENDOCOCÔ?

PASSADO, PRESENTE EFUTURO TOCAM A VIDADA FESTEIRA D. ODETEEla guarda a lápide da sepultura dofalecido marido com a mesmapaixão com que toca a vida defesteira cumpulsiva, com um olharde esperança no futuro.

GALÁTICOS X PRIMOS E CORINTHIANS RP X SPORT.AGORA É SÓ FINALÍSSIMAPelo Campeonato de Rio das Pedras, as semifinaispegaram fogo. Depois de oito cobranças, o Corinthians RPderrotou o Primos por 5 a 4 nos pênaltis. No temporegulamentar o jogo terminou 0 a 0. Na outra semi, o Sportdesbancou o favorito Lixão por 3 a 2 em partida eletrizante.Galáticos e Primos fazem a final da Copa Só Lazer.

Manteiga fez o gol queclassificou oSport contra oLixão na melhorpartida dassemifinais

Selcinho,craque doCorinthians,corre pragalera após ofim da disputade pênaltiscontra oPrimos

ALUNAS DA PUC-RIO VISITAM NOSSO JORNAL

RIO, 26 DE NOVEMBRO DE 2015

2Questiona-se se o Estatuto da Pessoa com Deficiência veio para proteger ou desproteger o incapaz,sob o argumento de tentar igualá-lo”.

Péssima informação para quem depende da linha 354.Neste sábado, 28/11, esta linha terá o itinerário reduzidoe o número mudado para Linha Integrada 6”.

A VOZ DO LEITORMorador sugerecriar grupo de Zapcontra a violência

No dia 6 de julho último, foipromulgada a Lei 13.146,que institui o Estatuto daPessoa com Deficiência,que somente entrará emvigor 180 dias após a suapromulgação. Desta forma,

somente em 7 de janeiro de 2016 éque estará em vigor. O intuito da re-ferida lei é proporcionar às pessoascom deficiências igualdade, acessi-bilidade, respeito pela dignidade eautonomia individual, incluindo a li-berdade de fazer suas próprias esco-lhas. No entanto, antes mesmo deentrar em vigor, ela já está sofrendocríticas. Vejamos as principais alte-rações.

Com sua entrada em vigor, algu-mas pessoas que eram protegidasautomaticamente pela legislaçãocivil, não mais o serão e dependerãodo ajuizamento de ações de interdi-ção para que tenham proteção.Com efeito, a partir da vigência da

nova lei, pessoas com deficiênciasfísicas ou mentais não mais serãoconsideradas automaticamente in-capazes. Apenas serão consideradostotalmente incapazes, por força delei, os menores de zero a 16 anos. Alei não mais entende por absoluta-mente incapazes as pessoas que,por enfermidade ou deficiênciamental, não tiverem o necessáriodiscernimento para a prática dosatos da vida civil, assim como tam-bém não mais reconhece como ab-solutamente incapazes pessoas que,mesmo por causa transitória, nãopuderem exprimir sua vontade.Desta forma, uma pessoa com defi-

ciência mental severa ou portadorade doença mental não mais seráconsiderada absolutamente inca-paz por força de lei, dependendo dedecisão judicial para serem assimconsideradas.

Com relação aos relativamenteincapazes também houve altera-ções. A partir da nova lei apenasserão entendidos como relativa-mente incapazes as seguintes pes-soas: a) maiores de 16 e menores de18 anos, b) ébrios habituais e os vi-ciados em tóxico, d) aqueles que,por causa transitória ou perma-nente, não puderem exprimir suavontade, e) os pródigos. Não mais

serão vistos como relativamente in-capazes aqueles que, por deficiênciamental, tenham discernimento re-duzido e também os excepcionais,sem desenvolvimento mental com-pleto.

Como se pode ver, as pessoasque estiverem acometidas de doen-ças que mesmo de forma perma-nente, lhes retire a possibilidade demanifestar vontade, somente serãoconsiderados relativamente incapa-zes. A diferença entre o absoluta-mente incapaz e o relativamenteincapaz é que o absolutamente in-capaz pode ser representado poroutra pessoa na prática de atos ne-

gociais; já o relativamente incapazdeve manifestar a sua vontade jun-tamente com um curador. Isto porsi só já demonstra que a lei causaráproblemas.

Uma pessoa com doença senil,como Alzheimer, será consideradarelativamente incapaz. Isto significaque ela precisará manifestar a suavontade juntamente com o seu cu-rador. A pergunta é como ela o faráse ela não pode expressar a sua von-tade? Outra questão: se uma pessoacom doença mental grave sem quetenha sido interditada vier a venderum bem, este negócio, com otempo, poderá ser considerado vá-lido porque praticado antes de serconsiderado incapaz pelo Judiciário.Questiona-se se o Estatuto veio paraproteger ou desproteger o incapazsob o argumento de tentar igualá-lo.

(*) Cristina Gomes Campos de Seta é juíza da 5a Vara Cível do Méier

� Cartas para a redação de A VOZ DE RIO DAS PEDRAS, a/c do Núcleo de Cidadania, Rua Nova n0 105, loja 2. e -mails para [email protected]

CRÍTICAS AO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

chegar em Copacabana, noShopping Riosul, nas praias deBotafogo ou do Flamengo, terácomo opção as novas linhastroncais: Troncal 1 (General Osório-Central), Troncal 2 (GeneralOsório-Rodoviária), Troncal 3(Central-Leblon) Obs: essa linha éexpressa no Aterro, Troncal 4 (SãoConrado-Rodoviária) Obs: essalinha é expressa no Aterro. Outrasopções são as novas linhasintegradas, mas só vão até oShopping Rio Sul (Via-Copacabana) ; Linha Integrada 1-Alvorada X Rio Sul; Integrada 2 -Alvorada X Rio Sul; Integrada 8 -Recreio X Rio Sul e Integrada 9 -Piabas X Riosul. Os passageiros vão

Johnny Galvãomanda umasugestão: “Gente, o RP é muito bom,mas está ficando brabo, com roubose assaltos a transeuntes. Vi em umfilme uma coisa legal, é uma ideia:Não sei quantas pessoas dá paracolocar em um grupo de Zap, mascada rua, vila, prédio, cadavizinhança faz um Zap de ajuda.Um toma conta do outro, para obem, sem fofoca. Cada grupo deveter o Zap de contato com aAssociação de Moradores e com o18oBatalhão. Assim, cada coisa ouatitude suspeita se aciona o grupo.Falei com meu amigo EliseuGonçalves sobre essa ideia paraver se ele dá esse papo aí aosamigos, às pessoas de bem. Nofilme deu certo, na Freguesia algunsmoradores já estão fazendo isso.Aqui no Rio das Pedras tem tudo pradar certo. Se acharem que vale àpena, divulgem. Abraço. RP pedepaz.” Poliana Batistaaplaude:“Apoio essa ideia!!!”

Sobre vans e ônibusO busólogo Robson de Souza

nos enviou duas mensagens: 1a“Asvans, que pela nova licitação estãoproibidas de circular em Rio dasPedras, além de desrespeitar adeterminação da prefeitura,expõem a comunidade ao perigo.Quem espera ônibus na Av.Engenheiro Souza Filho, na alturada travessia da Estação Azul, muitasvezes é obrigado a ir para o meio daavenida tomar o ônibus, correndo orisco de ser atropelado. As vansficam muito tempo paradas noponto, até a superlotação, eimpedem que os ônibus encostemjunto ao meio fio. Pedimos às vansque tenham mais respeito com ospassageiros. Assim como vocêsquerem se regularizar, todos têm odireito de ir e vir e vocês não estãorespeitando esse direito. Não soucontra as vans, mas a opção deescolha sobre qual transporte usarcabe apenas ao passageiro.” 2a

“Tenho aqui uma péssimainformação para as pessoas quedependem da linha 354 (Castelo-Cidade de Deus). No próximosábado, 28/11, esta linha terá oitinerário reduzido e o númeromudado para Linha Integrada 6(Cidade de Deus-Praça GeneralOsório). Quem depende do 354 para

precisar usar o Bilhete ÚnicoCarioca, o custo da passagem. é R$3,40 e dá direito a usar uma segundapassagem. Espero ter ajudado, maisinformações estão disponíveis emmeuBlog:http://pontodeonibusonline.blogspot.com”

Perigo junto ao lixoUm leitor que prefere não se

identificar, relatou que vinha dotrabalho, num dia de chuva eencontrou a Engenheiro alagada,até então nada de incomum. Aopassar pelas caçambas de lixoencontrou diversas seringasjogadas, já usadas: "Achei umabsurdo isso, é um perigo pra nossa

comunidade. Temos alto índice deAids, muitas pessoas podem passarpor ali e serem infectadas. Se vocêspudessem chamar atenção paraisso, ou até denunciar para avigilância sanitária fiscalizar essesconsultórios que têm por aqui. Jábasta tantos problemas que nossacomunidade tem, e esse pessoalque trabalha em consultórios estáfazendo ficar pior." A páginaJacarepaguá Online tambémpublicou a foto de uma seguidoramostrando a situação e apreocupação com garis, crianças oupessoas que possam se machucarcom as seringas jogadas na águasuja, entre as caçambas, na AvEngenheiro Souza Filho, em frente auma farmácia.

Alô Light, se liga!Valda Oliveira indaga à

comunidade: "Pessoal não sei oque está acontecendo em Rio dasPedras: Por que as contas da Lightestão vindo tão caras? No mês desetembro, minha conta veio 120reais, este mês veio 301, é umabsurdo, até porque fico notrabalho, só estou em casa àssextas-feiras. Alô Light!" AmbroAmaro responde: "Não é só a sua,está um absurdo! Daqui a poucovamos trabalhar só para pagarconta de luz." Tunika Oliveirainforma: "Vai vir mais aumento,deu no jornal. A conta de luzdeveria vir como no cartão decrédito, ter valor mínimo e valortotal. Do jeito que vai, energia serásó pra rico, vamos usarlamparinas. Só Jesus na causa pornós." Luana Teixeira se assusta:"E aí, vai aumentar ainda mais?"Natalee Viana recomenda: "Temque ir na Light para reclamar."Jessica Pires descarta a ideia:"Nem adianta ir à Light. Já fui enada foi resolvido.Não uso nada

demais e a minha conta está nabase de 150,00/200,00... Tá difícil."Simone Araujoprotesta e alerta:"Que absurdo! Temos quereclamar por isso, principalmentequem paga aluguel! Também podeter alguém roubando a sua energiae por isso que está vindo alta."Gisele Estevão comenta: "Aquina rua tem gente que liga o ar-condicionado dia e noite e a contanão passa de R$ 100,00. Já aqui emcasa a menor conta foi R$ 185,00sem ar e economizando.” Rafaelada Silva fala: "Vocês reclamammuito, cruz credo. Na minha casanem ar-condicionado tem e eupaguei este mês R$ 350,00."

Faixas de propagandaValéria Barreto reclamou ao

jornal: "Não sou moradora, masamo de paixão o Rio das Pedras.Uma coisa que me incomoda háanos é a entrada do Rio das Pedras.Colocaram uma placa escrito 'Sejabem-vindo ao Rio das Pedras'.Muito boa a ideia, porém, algumaspessoas começaram a penduraroutras faixas fazendo propaganda,o que atrapalha a visibilidade dosmotoristas que querem entrar nacomunidade. Fica o alerta aí."

Avó quer achar o netoStella Maris,moradora de

João Pessoa, nos mandoumensagem e foto antiga de suaavó Maria Teresa de JesusClaudino, hoje com 103 anos, datia Norma e do primo AdrianoAmaro da Silva ainda criança.Ela conta que a avó está doente enão quer morrer sem ter notíciasdo neto, hoje adulto e, pelo que sesabe, morador da Rua Nova.Adriano é filho do falecidoAntonio Macena da Silva, maisconhecido como Galo Velho, esua madrasta se chama Nena.

EXPEDIENTE

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PUBLICAÇÃO QUIZENAL Tiragem: 20 mil exemplares - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Impresso na Gráfica e Editora Jornal do Commercio

Uma publicação da Livraria e Editora Citibooks Ltda.CNPJ: 05.236.806/0001-5

Rua Jardim Botânico 710, CEP 22.460-000 para a Associação Comercial do Rio das Pedras (em organização). Rua Nova 105 – Loja, Rio das Pedras - Tel.: 41088 439

EDITOR-CHEFE

Aziz Ahmed(Reg. 10.863 - MTPS)[email protected]

EDITOR EXECUTIVO

Laerte Gomes [email protected]

CONSULTORES

Cláudia Franco CorrêaIrineu Soares

Maria Etatiane Costa Barroso Juliana Barcellos da Cunha e

TRATAMENTO DE IMAGENS

Eduardo [email protected]

ANALISTA DE MÍDIA E WEBMASTER

Claudia [email protected]

REPORTAGEM

Ricardo de [email protected] [email protected]

Fábio Costafabiocostafotografias@gmail.comwww.avozderiodaspedras.com.br

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FOTOGRAFIA

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Mais uma vez, abrimos nossa redação para receber um grupo de universitáriosinteressados em conhecer o processo de produção de um jornal comunitário. As alunasdo 70 período do Curso de Comunicação da PUC-Rio Luiza Rego, de 22 anos, BrunaAntunes, também de 22, e Yulli Dias, de 21, na foto, recolheram depoimentos da nossaequipe para um trabalho sobre o nosso jornal. Tão logo seja concluído, elas vão nosencaminhar o texto final para que a gente publique numa de nossas edições,reproduzindo a visão de jovens da Zona Sul sobre a voz da nossa comunidade.

CRISTINA GOMES CAMPOS DE SETA (*)

A VOZ DO DIREITO

FOTO DE FÁBIO COSTA

Alô, Comlurb!Emaciel Matos nos enviou

fotos mostrando o flagrante: "Olhaa situação que se encontra a RuaVelha, junto à escola e à novaClínica da Família. Total falta derespeito com os moradores,crianças que ali estudam e com osfuturos pacientes. Meu carro malpode sair, pois o lixo não deixa. Acoleta passa certinho, mas nãoacho que ali seja um local própriopara ter lixeiras, onde que temcomércios, a própria escola e, embreve, a nova Clínica da Família."


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ESPAÇO RESERVADO PARA OS COLABORADORES DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE RIO DAS PEDRAS https://www.facebook.com/ASCORPE

Todas as pessoas que conhecem minha vó têm a mesmaopinião: ela é uma figuraça. Como convivo com esse jeitohá 21 anos, já estou acostumada (rsrs)”

Sinto saudades de Itaitê, da vista para o rio, do interior. A gente dormia de porta aberta. Acordava e corria atrásdas galinhas. Não se ouvia falar em drogas”

Apaixão de Odete porAdeury Valvano foi tão pe-netrante e arrebatadora,que ela guarda no coraçãonão apenas o quinhão desaudades e recordações.Na varanda do aparta-

mento dela, no segundo andar deum prédio da Rua Velha, há umadorno sinistro: a lápide de már-more onde está grafado o epitáfio:“Salve o nosso amor. Adeury Valvano(12-3-1931 – 3-2-1995). Saudades deseus entes queridos.”

Isso mesmo. No dia da exumaçãodos restos mortais do falecido, nocemitério da Pechincha, a baianaOdete Alves de Lira, de 73 anos, há45 moradora na comunidade, pegoua lápide que identificava a sepulturae levou para casa, para guardá-lajunto a outros pertences do homemque conheceu na comunidade ecom quem viveu uma relação tór-rida e inesquecível:

— Foi o grande amor da minhavida — confessa com fulgurante bri-lho nos olhos, enquanto abre umbaú cheio de fotos e mostra flagran-tes do dito-cujo, que, ladrilheiro deprofissão, fazia subempreitadas deobras. E ela guarda até as notas fis-cais que Adaury emitia para os clien-tes. Tamanha devoção ela sóameniza quando fala da personali-dade do amado:

— Ele tinha um gênio explosivo,mas fui domando a fera — brincaOdete, que se lembra de quando

chegou a Rio das Pedras, nos seusprimórdios:

—A Rua Velha era um chiqueirode porco. Não havia nada disso —lembra, debruçada no parapeito davaranda e mostrando a rua, hojecom um movimento de frenéticaagitação

Mas quem imagina que essa sau-dade que guarda no coração faz delauma pessoa amarga e saudosista,engana-se redondamente. Ela pegao nosso fotógrafo Fábio Costa pelobraço, carrega até o terraço de casa e

mostra o ver-dadeiro ladode uma mu-lher sapeca efesteira, queleva a vida àfrente do seutempo:

— Pode fo-tografar. Esseé o salão defestas. Gostode ajudar aspessoas, reu-nir amigos e

familiares, dar festas. Tenho um pas-sado bom, gosto de compartilhar aalegria de viver. Não tenho dinheiroporque já gastei todo o que tinha na-quilo que gosto, dando festas.

A neta dela Anna Lira, de 21 anos,estudante de Jornalismo na PUC-Rio, confirma o perfil solidário e ge-neroso da avó, com quem revelamanter uma relação terna e afetiva.E conta:

— Até pouco tempo atrás ela iana minha casa todos os dias paraajudar em algumas tarefas, já que

meus pais trabalham o dia todo e eutambém. Depois que ela teve o pro-blema no joelho, acabou ficandomais em casa. Todo final de semanaeu vou à casa dela porque congregonuma igreja perto. Então, acabo al-moçando lá. Todas as pessoas queconhecem minha vó têm a mesmaopinião: ela é uma figuraça. Comoconvivo com esse jeito há 21 anos, jáestou acostumada (rsrs). Acho queela inspira muita gente, faz amizadecom bastante facilidade e gostasempre se estar rodeada de pessoas.Acho isso o máximo, porque chegarà idade dela com alguns problemasde saúde e com toda essa disposiçãoé realmente encantador.

Dona Odete também guardaboas recordações de Itaitê, municí-pio do interior baiano, às margensdo rio Paraguaçu, de onde saiu há 45anos para vir ao Rio trabalhar emcasa de família.

— Trabalhei seis anos na Barra,na casa de uma família alemã. Láaprendi a respeitar, mas a brigartambém. Sinto saudades de Itaitê, davista para o rio, do interior. A gente

dormia de porta aberta. Acordava ecorria atrás das galinhas. Não seouvia falar em drogas. Vim conhecerautomóvel aqui, quando fiz 20 anos— conta, enquanto mostrava fotosque guarda num pequeno baú.

Ela conta que Rio das Pedras estámuito diferente da época em quechegou à comunidade:

— Era um lugar sossegado,pouco habitado. Hoje é muito baru-lhento. As pessoas deviam ir dormirmais cedo. Criei raízes aqui, quandopasso na rua todos me cumprimen-tam. Sempre respeitei e sempre fuimuito respeitada. Nem tenho di-nheiro para sair daqui — diz resig-nada, e dá uma sonora gargalhadaquando lembra que não estudouporque o pai não deixou:

— Meu pai não queria que euaprendesse a ler para não escrevercarta para o namorado. Eu era muitonamoradeira e dançadeira. Masnunca deixei ninguém me agarrar.Era ele lá e eu cá — completouOdete, sempre sorridente e exibindouma energia poderosa e conta-giante.

DONA ODETE GUARDA A LÁPIDE DA SEPULTURA DEADEURY, A GRANDEPAIXÃO DA SUA VIDA

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FOTOS DE FÁBIO COSTAA VOZ DA PIONEIRA

A FESTEIRAROMÂNTICA DARUA VELHA

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4RIO, 26 DE NOVEMBRO DE 2015RIO, 26 DE NOVEMBRO DE 2015

5A água que a Cedae fornece obdece os padrões depotabilidade e, portanto, pode ser consumida diretamenteda bica, sem qualquer tratamento adicional”

A instabilidade do solo e a construção improvisadalevaram a um número elevado de edifícios que inclinam ou afundam à medida que se expandem”

O governador deu um chute com o seu pezão no traseiroda comunidade. Prometeu para o início do ano a UPA 24h eaté agora as obras não começaram”

Pesquisadores analisaram amostras e encontraram, na água de galão, 75% de contaminação por coliformes, e, na água de cozinha, 22%.

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ESTUDO DAUNIVERSIDADE DE COLUMBIAENCONTRACOCÔ NA ÁGUA, PRÉDIOSAFUNDANDO,LIXO, MOFO E DESORDEMURBANA NACOMUNIDADE

Nas análises das amostras recolhidasna comunidade por pesquisadoresda Universidade de Columbia e daFundação Osvaldo Cruz (Fiocruz)foram encontradas, na água degalão, 75% de contaminação por co-liformes, e, na água de cozinha,

22%. Isso significa que os moradores de Riodas Pedras estão bebendo cocô?Ouvido pela nossa reportagem, o diretor

de Produção e Grande Operação da Compa-nhia Estadual de Águas (Cedae), Edes Fer-nandes de Oliveira (leia a entrevistacompleta nesta página), garante que a águaque abastece a comunidade pode ser consu-mida diretamente da bica, sem qualquerproblema. Quanto à água vendida em galão,tentamos obter uma explicação da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – aquem cabe fazer a fiscalização da qualidadee potabilidade – mas demos com os burrosn’água. Motivo: o site da agência indica quetem de ser preenchido um formulário paraconsulta e pede um prazo de 15 dias pararesponder. Acontece que a página parapreencher o formulário, nas várias vezes queprocuramos acessar, estava fora do ar. Logo,se a água que você, morador de Rio das Pe-dras, está consumindo em galões, fique sa-bendo que, de cada dez levados para análisenos laboratórios da Fiocruz por especialistasda conceituada universidade americana, emsete galões foram encontrados contamina-ção com coliformes, ou seja, supostamentecocô.Tais informações constam do “Diagnós-

tico de Saúde em Rio das Pedras”, cuja ínte-gra pode ser consultada no nosso site(www.avozderiodasperdras.com.br). Com oapoio logístico do Núcleo de Pesquisas e Ci-dadania de Rio das Pedras, a Universidade deColumbia e a Fiocruz acabam de divulgaresse abrangente estudo sobre as condiçõesde saúde da nossa comunidade. Um dos ob-jetivos é o de compreender os padrões demobilidade dos moradores que enfrentamdesafios causados por inundações, tempo-rais, exposição a perigos no trânsito, uso demétodos de construção improvisados eacesso aos serviços públicos.Esta reportagem foca os problemas mais

importantes, sem desprezar a constataçãofeita pelos pesquisadores de que a situaçãode mobilidade dentro da comunidade é caó-tica: só 31% das calçadas das ruas estão embom estado. Pedestres compartilham as ruascom motos, carros e ônibus. E mais: das ruaspesquisadas, 43% tinham água parada,criando um ambiente favorável à prolifera-ção de mosquitos e de mofo.Outro aspecto da maior gravidade, que

DIAGNÓSTICO DE SAÚDE DE RIO DAS PEDRAS

A pedido da nossa reportagem, o diretor deProdução e Grande Operação da Cedae, EdesFernandes de Oliveira, examinou todo ocalhamaço contendo as pesquisas feitas pelaequipe da Universidade de Columbia, emparceria com a técnicos da Fundação OsvaldoCruz (Fiocuz). A respeito dos problemasapontados na área de saneamento, Fernandesafirmou que a responsabilidade de proveresgotamento sanitário no caso comunidadescomo Rio das Pedras é da prefeitura do Rio deJaneiro. Com relação às conclusões aferidas noexame de amostras da água recolhidas nasresidências da nossa comunidade, ele explicou:— A água que a Cedae fornece está em

conformidade com a legislação vigente parapadrões de potabilidade e, portanto, pode serconsumida diretamente da bica, sem qualquertratamento adicional. Dois fatores que podemser preponderantes para a manutenção daqualidade da água devem ser levados emconsideração em comunidades como Rio dasPedras. O primeiro diz respeito à limpeza dosreservatórios domiciliares, que deve ser feito acada seis meses. As reclamações sobrequalidade da água, em sua grande maioria, têmorigem na falta de limpeza destes reservatórios.Outro fator que influencia muito é a grandequantidade de ligações irregulares, que via deregra são feitas sem qualidade técnica, o quefavorece o vazamento e consequentemente acontaminação da água. Além disto, as ligaçõesirregulares, feitas normalmente por pessoasnão qualificadas, impõem riscos à rede dedistribuição e dificuldade na manutençãodesta rede.

FOTO DE COSME AQUINO-DIVULGAÇÃO CEDAE

revela a omissão da prefeitura no trato do or-denamento urbano, é destacado pelo estudoque vê, com preocupação, Rio das Pedrascrescer verticalmente, com edifícios degrande altura. E constata: “A instabilidade dosolo e a construção improvisada levaram aum número elevado de edifícios que incli-nam ou afundam à medida que se expan-dem.” Para ilustrar tal descalabro, ospesquisadores levantaram dados de 643 seg-mentos de rua. E – pasmem! – 23%, ou seja,uma em cada quatro ruas da comunidadetinha edifícios com sinais de que estavam

afundando. Nas barbas da prefeitura, que,como indica o diretor da Cedae ouvido pelanossa reportagem, é responsável pelo sanea-mento da comunidade, cuja rede não su-porta tamanha carga de dejetos, porque nãofoi dimensionada para o desordenado cres-cimento vertical dos prédios.A precariedade no atendimento à saúde

também é destacando nesse diagnóstico,ressaltando que a construção da nova Cli-nica da Família atende em parte. Mas, cum-pre lembrar, que em campanha parareeleger-se governador, Luiz Fernando Pezão

CEDAE GARANTE QUE FORNECE ÁGUA LIMPA

esteve na comunidade e prometeu, para oinício deste ano, a construção de uma Uni-dade de Pronto Atendimento 24h (UPA24h).Eleito, em março deste ano Pezão esteve nacomunidade com o deputado federalEduardo Cunha e o estadual Domingos Bra-zão e garantiu que, em abril, iniciaria asobras da UPA. Até agora, como disse o mo-rador Raimundo da Silva Nonato, da RuaVelha, “o governador deu um chute com oseu pezão no traseiro da comunidade e nadade a obra começar”.E mais grave. Segundo o estudo, “depois

de testar a água potável nas casas dos mora-dores, em 75% da água comercializada en-garrafada foi encontrada contaminação combactérias nocivas que podem causar proble-mas gastrointestinais graves”. Os pesquisa-dores recomendam que é fundamental, aocomprar água, que se limpe periodicamentetanto o galão como seu suporte, para que aágua não entre em contato ou abrigue impu-rezas que prejudiquem a saúde do consumi-dor. E dão uma dica: “Antes de qualquercoisa, observe as datas de validade tanto dogalão como da água.”


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Foi uma parada completamente diferente. Nunca vi nada parecido. Sem nenhuma parada errada,sem drogas. Só vi crianças e família”.

Estou muito feliz, muito contente! Agradeço aos patrocinadores e aos que fecharam com a ideia para fazermos esse evento”.

A 1a RODA CULTURALREALIZADA NACOMUNIDADE ÉMARCADA PELOAMBIENTE FAMILIARREPLETO DECRIANÇAS E RIMASDE ALTO NÍVEL

As palavras do rapper Isaac ZO, orga-nizador da 1a Copa de Futebol dasRodas Culturais, realizada em outu-bro passado no Aterro do Flamengo,dão a medida do impacto causadoem quem não conhecia a nossa co-munidade e se surpreendeu com o

ambiente encontrado.— Foi uma parada completamente dife-

rente. Nunca vi nada parecido, sem nenhumaparada errada, sem drogas. Só vi criança e fa-

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FOTOS DE FÁBIO COSTA

FAMÍLIA HIP HOP RP É CAMPEÃ

mília. Pode chegar geral, pode trazer seus fi-lhos porque a "vibe" é completamente dife-rente — contou um empolgado Isaac ZO, quefez questão de dar o recado.

— Na próxima edição, com certeza, vouestar presente — finalizou o gente boa, queveio acompanhado da mulher e das duas fi-lhas, uma ainda na barriga da mãe.

Além do ambiente familiar repleto de crian-ças que se divertiram com seus "heróis" rima-dores que faziam o aquecimento para abatalha, rodeados pela molecada, a Roda Cul-tural de Rio das Pedras foi marcada pela en-trega do troféu para a nossa equipe de rappers,que também mandou bem com a bola nos pés.

Troféu nas mãos, a hora foi de esquentar océrebro e a garganta para o início das batalhasque contou, entre outros, com rappers comoBiel e Negralha da Rocinha, Emiciente, além deNorth, cria da nossa comunidade, que venceunuma final equilibrada com Biel da Rocinha.Tudo isso sob a batuta de Grilo e Hope, rappersde Rio das Pedras, que conduziram a festacomo manda a sigla que trazem junto aosnomes: MCs (mestres de cerimônia).

E como bom mestre de cerimônia, Grilodeu seu recado indo direto ao ponto:.

— Queremos agradecer primeiramente àAmarp, à galera do Cine&Rock, Rasta House,Fabi Tavares, Edimê Modas e A Voz de Rio das

Pedras, que sempre fortalece o movimento.Quem também estava na organização, mas

nos bastidores, foi Robson Jardim, o "tiozão"do rap de Rio das Pedras, que em sua fala emo-cionada deixou transparecer o valor que dápara a difusão da cultura para os jovens danossa comunidade.

— Estou muito feliz, muito contente! Agra-deço a todos os patrocinadores e a todos quefecharam na ideia para fazermos esse evento.

Além das batalhas, o evento teve apresen-tação dos B-Boys do Fusão Break Clã, grupo dedançarinos de RP, Poesia sem Ritmo, onde agalera recitava seus poemas e Bibliotecaixote,onde foram distribuídos livros e revistas.

Na foto maior, a molecada nãodesgrudou dos ídolos (atrás) o quefoi a síntese do evento; nas demais,o ambiente da cultura Hip Hop emsua essência: famílias, a arte deLeandro Azevedo, muita gentebonita, o break de RP, nosso timeerguendo o troféu da Copa dasRodas e a rapaziada batalhandosobre temas variados elevou o nívele exigiu conhecimento

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7Quem faz acontecer primeiramente é Deus e, emsegundo, é o patrocinador. O patrocinador é uma base e é disso de que estou necessitando hoje."

As crianças precisam de um lazer diferente nos fins de semana em que possam treinar e ter umadiversão mais atrativa do que estar nas ruas."

Eles podiam estar em casadescansando da rotina des-gastante. Poiam estar cur-tindo as esposas, se dandoao direito sagrado de nãofazer nada, que todo traba-lhador pode usufruir. Mas

não, Faixas-pretas de taekwondo,

crias da nossa comunidade, FelipeCristóvão e Halves Lima resolve-ram colocar o paletó (quimono) ecriaram o Taekwondo Comunitá-rio, que acontece todos os sábadose domingos na quadra atrás daPraça da Associação de Amigos eMoradores de Rio das Pedras(Amarp) e estão doando suas expe-riências para as crianças e jovensda comunidade.

— O taekwondo é muito antigo

em Rio das Pedras e conversandocom o Halves resolvemos retomarnossa arte de forma que vá além doensino da luta em si, mas focandotambém na formação das criançase adolescentes — contou Felipe,morador da Rua Baby.

Felipe disse que a ideia é seunir a tantos outros projetos de in-clusão social que acontecem emnossa comunidade e mostrar que amelhor forma de inserção das

crianças no universo da educação,respeito, disciplina e cidadania éatravés do esporte e, mais ainda,no universo da artes marciais.

— Queremos recrutar as crian-ças para dentro do esporte e ofere-cer a elas um lazer diferente nosfins de semana,fazendo-as treinare ter uma diversão mais atrativa doque estar nas ruas — continuou.

Para viabilizar o projeto, Felipeconta com a valiosíssima parceria

de Halves Lima, que é simples-mente campeão do UIMA, equiva-lente ao panamericano damodalidade, que foi realizado esteano pela primeira vez no Rio de Ja-neiro e nosso morador faturou oouro.

E mesmo com todo esse currí-culo, Halves ainda não conseguiusensibilizar os patrocinadores.

— Meu objetivo é viver só daluta e o Taekwondo, que é um es-porte olímpico, com o Brasil muitobem representado, e que dá todasas oportunidades de retorno paraquem investir — explicou.

Hoje, Halves Lima se divideentre as competições de alto rendi-mento, o projeto Taekwondo Co-munitário, com o parceiro FelipeCristóvão, que é uma iniciativasem fins lucrativos e, acreditem,atrás do balcão do trailer do Antô-nio, na Rua Nova.

Não, não é vergonha algumatrabalhar no trailer do Antônio ouonde quer que seja.

Trabalho honesto dignificaqualquer um, mas saber que nossacomunidade tem um campeão donível do Halves, que tinha queestar se dedicando em tempo inte-gral para treinar em alto rendi-mento e não está por falta de visãode comerciantes e empresários, éde doer o coração.

— Só preciso de alguém queacredite no esporte e no meu po-tencial, de que eu posso ir muitomais além — desabafou o cam-peão.

Nascido em São Benedito, mu-nicípio mais chuvoso do Ceará,Halves finalizou com a precisão deum golpe, dando sua receita de su-cesso.

— Quem faz acontecer primei-ramente é Deus e, em segundo, é opatrocinador. O patrocinador éuma base e é isso que estou neces-sitando hoje.

Nem que para isso Halves façachover nos tatames do Brasil e domundo.

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FELIPE CRISTÓVÃO E HALVES LIMA MONTAM PROJETO GRATUITO COM OBJETIVO DE FORMARHOMENS E MULHERES ATRAVÉS DA ARTE MARCIAL COREANA

Para se manter com ritmo de competição, HalvesLima vai atrás de campeonatos de tamanhos diferentes,mas com uma condição: que tenham bom nível decompetidores e organização. E foi o que ele encontrou nodia 18 de outubro, quando competiu na 1a Copa Itaguaí,na qual esteve presente em todos os pódios possíveis.

— Foi um evento muito bem organizado e sem dúvidaestarei na próxima edição, mas o melhor foi ter

medalhado em todas as categorias — contou, com opermanente jeito humilde, o nosso campeão.

Para ter ideia do que isso significa, Halves ficou emprimeiro lugar na categoria Kyo-pac (quebramento),segundo na categoria Poomsae (forma), segundo em lutaindividual e terceiro por equipes.

Para não deixar o quimono nem pensar em mofar,uma semana depois do campeonato de Itaguaí, Halves jáestava lutando em outro evento, dessa vez em Cordovil,na Zona Norte do Rio.

— Foi um campeonato um pouco menor, porém muitobom para preparação de outros eventos. A diferença parao anterior é que nesse eu disputei apenas em umamodalidade (luta individual), na qual me sagrei campeão.

TAEKWONDO CIDADÃO

UM CAÇADOR DE TÍTULOS

Ajoealhado, à esquerda, Halves Lima; aocentro, os alunos do projeto e na outra ponta,à direita, também de joelhos, FelipeCristóvão. Doação do tempo e do saber paraas crianças da comunidade

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APÓS VENCEREM SEUS JOGOS NA SEMIFINAIS, CORINTHIANS RP E SPORT FAZEM A INÉDITA FINAL DO CAMPEONATO DE RIO DAS PEDRAS. PELA COPA SÓ LAZER, GALÁTICO E PRIMOSDISPUTAM A FINAL NESTE DOMINGO CAMPEÃO


NÃO DERRETEU Após virar o jogo e suportar a pressão doLixão, coube ao herói do jogo, o camisa 4 Manteiga, autordo gol que classificou o Sport, mostrar o sentimento datorcida e jogadores. "Quero agradecer à nossa torcidae à garra do nosso time, mas não é de hoje. Há muitoscampeonatos estamos buscando uma final e estaprimeira vez está sendo emocionante."

JUIZ AJUIZADODepois de muitas reclamações dos timescom as polêmicas marcações dos juízes nas oitavas equartas de final, nas semis, a organização usou pela

primeira vez Leandro Oliveira dos Santos, que conduziu aspartidas com segurança, deixando que apenas a bola fosse ocentro das atenções. A decisão foi acertada, até mesmo parapoupar os juízes anteriores.


Campeonato espanhol, onde só Barce-lona e Real Madrid chegam nas finais?Não! Inglês, alemão ou italiano? Tam-bém não! O Campeonato de Rio dasPedras tem como parâmetro o nossodisputadíssimo Brasileirão, no qualvárias equipes têm chances de vencer

a corrida pela conquista da taça de campeãoe a final deste ano é a prova do equilíbrio e —surpresa — com Corinthians RP e Sport fa-zendo uma final que quebraria a banca deapostas se houvesse uma em nossa comuni-dade.

— Qualquer um que está envolvido no

campeonato, qualquer um, ninguém aposta-ria numa final entre Sport e Corinthians. Emhipótese alguma — garantiu, surpreso, Ro-berto Silva, um dos organizadores do campeo-nato.

E concluiu com uma observação que le-vanta a bola de todas as equipes da comuni-dade.

— Esse campeonato demonstrou quequalquer time que realizar um trabalho sériotem capacidade de disputar o campeonato echegar à final, e não apenas os favoritos (Ga-láticos, Lixão e Caranguejo).

Já para Manteiga, autor do gol que classifi-cou o Sport em um jogaço no qual venceu oLixão por 3 a 2, a classificação do Sport é a co-roação de uma busca de muito tempo.

— Primeiro quero agradecer à nossa tor-cida e à garra do nosso time, mas não é de

hoje. Há muitos campeonatos estamos bus-cando chegar numa final e esta primeira vezestá sendo a mais emocionante — declarou oherói da partida.

O primeiro jogo das semifinais entre Corint-hians e Primos foi marcado pelo equilíbrio,com muito estudo das duas equipes, sem gran-des emoções, que ficaram reservadas para adisputa de pênaltis, vencida pelo Timão RP por5 a 4, após oito cobranças para cada lado.

No segundo jogo, entre o então favoritoLixão e Sport, o que não faltou emoção do iní-cio ao fim. As duas equipes partiram pra den-tro com o Lixão abrindo o placar, mas cincominutos depois o Sport empatou e em seguidavirou o jogo. E haja coração: no final do pri-meiro tempo, para testar cardíaco, Marcos Jú-nior empatou para o Lixão.

No segundo tempo, as duas equipes per-

deram muitas oportunidades fazendo umjogo lá e cá, mas Manteiga não deu mole e fezo gol da classificação do Sport que suportoubem a pressão do Lixão, que não conseguiulevar a partida para os pênaltis.

Pode-se afirmar que um dos destaques darodada foi um personagem que vinha gerandomuita reclamação das equipes: o árbitro. Pelaprimeira vez apitando em nosso campeonato,Leandro Oliveira dos Santos conduziu as duaspartidas com segurança e tranquilidade, dei-xando que apenas a bola fosse o centro dasatenções dos jogadores.

As finais do Campeonato de Rio das Pe-dras e da Copa Só Lazer, entre Corinthians RPx Sport e Galáctico x Primos, respectiva-mente, rolam neste domingo (29/11), às 11horas, com Galáctico x Primos abrindo o do-mingo campeão.

A HORA DOSCAMPEÕES


1

2

3

4

1 - Douglas, que perdeu seu pênalti na disputa, mata a bola nopeito e recebe forte marcação do zagueiro do Primos; 2 - Manteiga, o herói do jogo, se joga nos braços dos companheirose festeja o gol que garantiu o Sport na final; 3 - Em jogo cheio dealternativas, o Sport segurou a pressão do Lixão 4 - O atacanteJuninho, do Primos, sofreu forte marcação do Corinthians, masdeixou o dele nos pênaltis

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A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 57