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EDITORIAL Influente político e jornalista nas décadas de 1950-60, o então go- vernador da Guanabara, Carlos Lacerda (1914-1977), dizia que desde os tempos de “Pepino, o grande”, governantes tomam decisões erradas que prejudicam certo núcleo da população e não beneficiam ninguém. O político italiano Cosmo de Médici (1389-1464) afirmava que era bravata do destino na mão de um auxiliar desatento ou subor- nado. São atos periboléticos sobre os quais Lacerda tanto falava e pro- palava que devem ser tornados sem efeito, de imediato, para serem esquecidos, não só para o bem da comunidade, como para o do pró- prio governante que o expediu, porque seu prestígio pode ser levado de roldão. Nesta edição apontamos o resultado do ato insólito do prefeito Eduardo Paes, que retirou as vans de circulação. Em relação à nossa comunidade, ele foi pouco estudado, porque, certamente, beneficiou o “tubaronato” dos donos de empresas de ônibus – tido como grande contribuinte de campanhas eleitorais – e, numa consequência desas- trosa, desarticulou a vida dos mais de 100 mil moradores do Rio das Pedras e arredores. O prestígio de seu parceiro, o governador Sergio Cabral, como se sabe, começou a desabar quando chamou o finado piloto Marcelo Al- meida, que estava dormindo, para buscá-lo e à nova namorada e famí- lia, porque o helicóptero caiu e todos morreram. O governador, que viajaria no voo seguinte, nunca mais descansou e carrega nos ombros a praga do engano cometido. A besteira que o prefeito carioca fez ao suprimir o transporte de vans em Rio das Pedras, fortalecendo ainda mais o monopólio do “tu- baronato”, é um mal tão dramático como a queda do helicóptero que enlutou algumas famílias. Ao infernizar a vida de toda uma comunida- de, Paes criou contra si um sentimento de repulsa e indignação. Nenhum dos pais da pátria, que na época de eleições vêm ga- rimpar votos na nossa comunidade, apareceu para defender nossa gente. Onde estão os irmãos Brazão, o Eduardo Cunha e o próprio Eduardo Paes, campeões de votos que, até agora, fingem que essa ca- tástrofe não é com eles? Há um olho grande de uma parte dos morado- res e outro de maldição em troca do horror causado, todos, porém, desejosos de que o prefeito tenha grandeza e volte atrás para permitir a circulação das vans a partir do Rio das Pedras. DECISÃO PERIBOLÉTICA Queremos ir de van ao metrô da Barra Todo o caos econômico-social causado pelo corte abrupto do serviço prestado pelas vans em nossa co- munidade está retratado na matéria central desta edição do nosso jornal. São números e depoimentos impressionantes a influenciar a vida dos mais de 100 mil moradores de Rio das Pedras. Páginas 4 e 5 A festa da bola não para em Rio das Pedras. Só o cenário é que mudou na largada de 16 times em busca do título da Copa Verão de 2013. PÁGINA 8 A Escolinha do professor Pepeta, da Amarp, prepara hoje os craques de amanhã PÁGINA 7 Na Areinha, reduto do campeão Juventude, a comemoração do título não tem dia nem hora para acabar PÁGINA 7 INFORMAÇÃO E CIDADANIA ANO I - N 0 9 - RIO DE JANEIRO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A VOZ DO LEITOR LEIA NA PÁGINA 2 A VOZ DO DIREITO A VOZ DA CIDADANIA CRISTINA GOMES CAMPOS DE SETA FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA Cehab não esclarece as dúvidas FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA Passageiros vindos do Ceará desembarcam em Rio das Pedras para aumentar a lista de clientes das agências de turismo da comunidade. PÁGINA 6 Do comando da sua escolinha de futebol, o escultor Fernando Estanislau conta a experiência de 58 anos de vida na nossa comunidade. PÁGINA 3 FOTO DE LAERTE GOMES MÁRCIO MOTHÉ TALENTO NOVO PARA CANTAR, SAI DOS BANCOS DO CAIC Na época do compositor da Vila Isabel, Noel Rosa, Araci de Almeida cantava que samba não se aprende no colégio. Na era de hoje da música gospel, a cantora Lya Muniz, 16 anos, prova o contrário e ganha concurso na tradicional escola pública de Rio das Pedras. PÁGINA 6 ARTE DE EDUARDO JARDIM SOBRE FOTO DE LAERTE GOMES SÓ NO PELO DÁ O TOM DA FESTA “Além de não conseguir subir e descer dos estribos muito altos dos ônibus, de não poder viajar em pé, nas vans há lugar para esticar a perna, tem o cobrador para me amparar na hora de subir e eu só pagava R$ 5,00 para eles me levarem até o hospital. Na última vez tive de pegar um táxi e gastei R$ 75,00. Sem estar ganhando, como vou poder pagar isso?” CILENE, 51 anos, trabalhadora doméstica “Sem as vans, tive uma queda de no mínimo 50% no faturamento do treiler que eu e meu marido, que também é lancheiro, arrendamos há três anos e que funciona 24 horas por dia (ao lado do Ciep Professor Lauro de Oliveira Lima). É dele que tiramos o nosso sustento e o de nossas duas filhas, uma de 16 e outra de 10 anos, que, por sorte, estudam em escolas públicas.” LILIAN DOS SANTOS, 33 anos, dona de trailer e moradora de Areal 1 “Não sei o que fazer daqui pra frente se esse trabalho que faço terminar (segundo o ato do prefeito, acaba no dia 9 de novembro) e não voltar mais.” VOLVERINE, como é conhecido Mauro Gustavo, de 34 anos, fiscal dos direitos e gratuidades dos passageiros das vans de Rio das Pedras “A imagem do caos econômico e social não para de se cristalizar, mostrando que, de fato, a situação se torna a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo mais angustiante e dramática para uma comunidade de gente trabalhadora, honesta, empreendedora, consumidora, que só quer ter o direito de ser feliz.” JOSÉ FIRMINO BERNADES, FERRUGEM, de 43 anos, casado, pai de 5 filhos Confesso que fiz coisa errada na vida. Por causa de mulher paguei dois anos e meio na prisão. Estou na condicional, não fui aceito para trabalhar de cobrador na Redentor, me discriminaram até. Estava passando fome, só fui mesmo acolhido pelo pessoal das vans. E agora, se eu perder o emprego, o que vou fazer da vida?” JOSÉ, paranaense de 30 anos, cobrador de van SONHAR NÃO CUSTA NADA ... E o meu sonho é tão legal, assim começa o samba enredo do Salgueiro, que levantou a arquibancada do Sambódromo e levou a vermelho e branco ao título, num de seus inesquecíveis desfiles. Se outras comunidades do Rio, outros bairros têm o chamado metrô de superfície, ligando-os a estações do metrô, por que nossa comunidade não pode ter as vans, com o bilhete único integrando Rio das Pedras a linha 4 do metrô, na nova estação da Barra da Tijuca? FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA FOTO DE LAERTE GOMES No Campo 3, o SNP abriu 1 a 0 no jogo de ida contra o Rua Larga num clima de muita alegria e descontração de sua irreverente torcida

A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 9

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Page 1: A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 9

EDITORIAL

Influente político e jornalista nas décadas de 1950-60, o então go-vernador da Guanabara, Carlos Lacerda (1914-1977), dizia que desdeos tempos de “Pepino, o grande”, governantes tomam decisõeserradas que prejudicam certo núcleo da população e não beneficiamninguém. O político italiano Cosmo de Médici (1389-1464) afirmavaque era bravata do destino na mão de um auxiliar desatento ou subor-nado.

São atos periboléticos sobre os quais Lacerda tanto falava e pro-palava que devem ser tornados sem efeito, de imediato, para seremesquecidos, não só para o bem da comunidade, como para o do pró-prio governante que o expediu, porque seu prestígio pode ser levadode roldão.

Nesta edição apontamos o resultado do ato insólito do prefeitoEduardo Paes, que retirou as vans de circulação. Em relação à nossacomunidade, ele foi pouco estudado, porque, certamente, beneficiouo “tubaronato” dos donos de empresas de ônibus – tido como grandecontribuinte de campanhas eleitorais – e, numa consequência desas-trosa, desarticulou a vida dos mais de 100 mil moradores do Rio dasPedras e arredores.

O prestígio de seu parceiro, o governador Sergio Cabral, como sesabe, começou a desabar quando chamou o finado piloto Marcelo Al-meida, que estava dormindo, para buscá-lo e à nova namorada e famí-lia, porque o helicóptero caiu e todos morreram. O governador, queviajaria no voo seguinte, nunca mais descansou e carrega nos ombrosa praga do engano cometido.

A besteira que o prefeito carioca fez ao suprimir o transporte devans em Rio das Pedras, fortalecendo ainda mais o monopólio do “tu-baronato”, é um mal tão dramático como a queda do helicóptero queenlutou algumas famílias. Ao infernizar a vida de toda uma comunida-de, Paes criou contra si um sentimento de repulsa e indignação.

Nenhum dos pais da pátria, que na época de eleições vêm ga-rimpar votos na nossa comunidade, apareceu para defender nossagente. Onde estão os irmãos Brazão, o Eduardo Cunha e o próprioEduardo Paes, campeões de votos que, até agora, fingem que essa ca-tástrofe não é com eles? Há um olho grande de uma parte dos morado-res e outro de maldição em troca do horror causado, todos, porém,desejosos de que o prefeito tenha grandeza e volte atrás para permitira circulação das vans a partir do Rio das Pedras.

DECISÃO PERIBOLÉTICA

Queremos ir de van ao metrô da Barra

Todo o caos econômico-social causado pelo corte abrupto do serviço prestado pelas vans em nossa co-munidade está retratado na matéria central desta edição do nosso jornal. São números e depoimentosimpressionantes a influenciar a vida dos mais de 100 mil moradores de Rio das Pedras. Páginas 4 e 5

A festa da bola não

para em Rio das

Pedras. Só o cenário é

que mudou na largada

de 16 times em busca

do título da Copa

Verão de 2013.

PÁGINA 8

A Escolinha doprofessor Pepeta, da Amarp, preparahoje os craques de amanhã

PÁGINA 7

Na Areinha, reduto docampeão Juventude, a comemoração dotítulo não tem dia nemhora para acabar

PÁGINA 7

I N F O R M A Ç Ã O E C I D A D A N I AANO I - N0 9 - RIO DE JANEIRO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

A VOZ DO LEITORLEIA NA PÁGINA 2

A VOZ DO DIREITOA VOZ DA CIDADANIACRISTINA GOMES CAMPOS DE SETA

FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA

Cehab não esclarece as dúvidas

FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA

Passageiros vindos do Ceará desembarcam emRio das Pedras para aumentar a lista de clientesdas agências de turismo da comunidade.

PÁGINA 6

Do comando da sua escolinha de futebol, oescultor Fernando Estanislau conta a experiênciade 58 anos de vida na nossa comunidade.

PÁGINA 3

FOTO DE LAERTE GOMES

MÁRCIO MOTHÉ

TALENTO NOVO PARA CANTAR, SAI DOS BANCOS DO CAICNa época do compositor da Vila Isabel, Noel Rosa,Araci de Almeida cantava que samba não se

aprende no colégio.Na era de hoje damúsica gospel, acantora LyaMuniz, 16 anos,prova ocontrário eganhaconcurso natradicionalescola públicade Rio dasPedras.PÁGINA 6

ARTE DE EDUARDO JARDIM SOBRE FOTO DE LAERTE GOMES

SÓ NO PELO DÁ O TOM DA FESTA

“Além de não conseguir subir edescer dos estribos muito altosdos ônibus, de não poder viajarem pé, nas vans há lugar paraesticar a perna, tem o cobradorpara me amparar na hora desubir e eu só pagava R$ 5,00para eles me levarem até ohospital. Na última vez tive depegar um táxi e gastei R$ 75,00.Sem estar ganhando, como voupoder pagar isso?”� CILENE, 51 anos, trabalhadoradoméstica

“Sem as vans, tive uma queda deno mínimo 50% no faturamentodo treiler que eu e meu marido,que também é lancheiro,arrendamos há três anos e quefunciona 24 horas por dia (aolado do Ciep Professor Lauro deOliveira Lima). É dele quetiramos o nosso sustento e o denossas duas filhas, uma de 16 eoutra de 10 anos, que, por sorte,estudam em escolas públicas.”� LILIAN DOS SANTOS,33 anos,dona de trailer e moradora de Areal 1

“Não sei o que fazer daqui prafrente se esse trabalho quefaço terminar (segundo o atodo prefeito, acaba no dia 9 de novembro) e nãovoltar mais.”� VOLVERINE, como éconhecido Mauro Gustavo, de 34anos, fiscal dos direitos egratuidades dos passageiros dasvans de Rio das Pedras

“A imagem do caos econômico esocial não para de se cristalizar,mostrando que, de fato, asituação se torna a cada dia, acada hora, a cada minuto, a cadasegundo mais angustiante edramática para umacomunidade de gentetrabalhadora, honesta,empreendedora, consumidora,que só quer ter o direito de serfeliz.”� JOSÉ FIRMINO BERNADES,FERRUGEM, de 43 anos, casado,pai de 5 filhos

Confesso que fiz coisa errada navida. Por causa de mulherpaguei dois anos e meio naprisão. Estou na condicional, nãofui aceito para trabalhar decobrador na Redentor, mediscriminaram até. Estavapassando fome, só fui mesmoacolhido pelo pessoal das vans. E agora, se eu perder o emprego,o que vou fazer da vida?”� JOSÉ, paranaense de 30 anos,cobrador de van

SONHAR NÃO CUSTA NADA

... E o meu sonho é tão legal,assim começa o sambaenredo do Salgueiro, quelevantou a arquibancada doSambódromo e levou avermelho e branco ao título,num de seus inesquecíveisdesfiles. Se outrascomunidades do Rio, outrosbairros têm o chamadometrô de superfície, ligando-os a estações dometrô, por que nossacomunidade não pode ter asvans, com o bilhete únicointegrando Rio das Pedras a linha 4 do metrô, na nova estação da Barra da Tijuca?

FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA

FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA FOTO DE LAERTE GOMES

No Campo 3, o SNP abriu 1 a 0 no jogo de ida contra o Rua Larga num clima de muita alegria e descontração de sua irreverente torcida

Page 2: A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 9

Recentemente, os jor-nais publicaram a in-formação de que estátramitando no Con-gresso Nacional projeto

de lei para alterar o Código de Defesado Consumidor. Uma das mudançasque se pretende é tentar responsabili-zar bancos, empresas de cartões decrédito, lojas quevendem a crédito,supermercados etcpela concessão decrédito a pessoas jáendividadas, evitan-do-se, assim, o supe-rendividamento dosconsumidores. Oque se busca com anova lei é “responsa-bilizar” instituiçõesde crédito que con-cedem créditosàqueles que já estãocomprometendo oessencial de seus ga-nhos para a sua so-brevivência. Afacilidade na obtenção de crédito,através de cartões de supermercado,lojas de roupas, de eletrodomésticos,empréstimos bancários e outros, trou-xe uma nova figura para a realidadebrasileira: o super endividado.

O projeto de lei ainda não é obriga-tório, mas, mesmo assim, o consumi-dor que perdeu as rédeas de sua vidafinanceira já conta hoje com a ajudado Poder Judiciário. Em razão da facili-dade de compras a crédito, é imenso onúmero de pessoas que, por estaremsuperendividadas, ajuízam ações bus-cando auxílio para reorganizaremsuas vidas financeiras.

Quando uma pessoa pode ser con-siderada “superendividada”? Quandoela comprometeu mais de 30% do ren-dimento mensal com o pagamento dedívidas envolvendo empréstimos, car-tões de crédito, parcelamentos em lo-jas, crediário em geral. Semensalmente essas prestações já es-tão comprometendo o orçamento fa-miliar, fazendo com que o dinheiroque sobra não seja o necessário para asobrevivência, é possível ajuizar açãopara tentar recuperar o fôlego finan-ceiro. Reúnem-se todos os credores na

ação e o juiz limita o pagamento men-sal das prestações a no máximo 30%dos ganhos do consumidor. Estes 30%serão divididos entre os credores. Oprazo para pagamento é aumentadopara que haja o pagamento total dasdívidas, mas isto permite ao consumi-dor que esteja precisando de um tem-po para reorganizar as finanças,

consiga fa zê-lo.Outra possi-

bilidade, aindase utilizando doCódigo de Defe-sa do Consumi-dor em vigor, étentar diminuiros juros aplica-dos a emprésti-mos, cartões decrédito, mesmode lojas e super-mercados. Mes-mo nastransações en-volvendo crédi-to, é obrigatórioque o consumi-

dor seja informado claramente dos va-lores dos juros e do valor total a serpago com o parcelamento. Essasações buscam revisar os contratos di-minuindo as taxas de juros mensais e,em alguns casos, retirando os chama-dos “juros sobre juros”, prática bancá-ria muito comum principalmente emcartões de crédito, quando não se pa-ga a totalidade da dívida no venci-mento e esta só faz aumentar a cadamês.

Outra possibilidade é de modificaras taxas de juros aplicadas quandoelas estão muito acima da prática demercado, o que acontece, principal-mente, com cartões vinculados a lojase supermercados. Logicamente, nãohá solução única, sendo os negóciosanalisados caso a caso para verificar sehavia no contrato a informação da ta-xa de juros, a informação para a co-brança de juros sobre juros.

É o Código de Defesa do Consumi-dor em defesa do cidadão também pa-ra auxiliar na sua reorganizaçãofinanceira.

*Cristina Gomes Campos de Seta é juíza da 5ª Vara Cível doMéier

RIO, 7 NOVEMBRO DE 2013

2

CLASSIFICADOS GRÁTIS!

www.avozderiodaspedras.com.br

A partir dos próximos números, este jornal vai reservar espaço para que você,morador ou comerciante de Rio das Pedras, possa anunciar bens, serviços ouprodutos que esteja disposto a alugar, vender ou, simplesmente, doar. Bastaque seja um texto curto e grosso, que vamos publicar de graça. Se quiser"vender seu peixe", encaminhe o anúncio para o setor de classificados para oe-mail [email protected]!

EXPEDIENTE

A VOZDO LEITOR

Apartir da Declaração dos Direitos do Ho-mem, produzida em plena Revolução Fran-cesa (1789) e após os horrores dos regimesnazifascistas, com o surgimento da Decla-ração Universal dos Direitos Humanos

(1948), enfim nasce a proteção dos direitos do homemcomo garantia fundamental dos cidadãos. Atualmente,no Brasil, conforme o artigo 127 da Constituição Federal,o Ministério Público constitui “instituição permanente,essencial à funçãojurisdicional do Es-tado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, doregime democráti-co e dos interessessociais e indivi-duais indisponí-veis”. Como severifica, é estreita aligação entre o di-reito de ser gente ea instituição encar-regada de assegu-rar e proteger osdireitos das pes-soas.

O Brasil enfren-ta grandes proble-mas e compete ao Ministério Público identificá-los,ajudando o povo na busca da solução de seus problemas.Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segu-rança, embora nada disso tenha sido conquistado na suaplenitude. Na área da educação, por exemplo, emborahaja previsão expressa como crime de responsabilidadedos governantes pela não aplicação de um quarto do or-çamento, o número de pessoas fora da escola é alarman-te. Não há creches, faltam vagas, a maior parte dapopulação ainda é pobre e vive em condições inadequa-das, sem higiene, sem salubridade, sem segurança.

E é neste contexto que o Ministério Público passa ater, por expressa determinação constitucional, a funçãode promover e proteger os direitos humanos. Queratuando no papel de promotor da ação penal, punindoos criminosos, quer na implementação dos direitos so-ciais, através da denominada tutela coletiva, o promotorde Justiça atua como verdadeiro promotor da cidadania,assegurando a todos o exercício dos direitos necessáriosa uma vida digna, humana. Procure o Ministério Públicoe denuncie através do telefone 127. Faça prevalecer o seudireito, o direito de ser gente.

* Márcio Mothé é procurador de Justiça, coordenador de Direitos Humanos doMP/RJ.

Este espaço está reservado para o Ministério Público do Esta-do orientar a Comunidade de Rio das Pedras sobre seus direi-tos e como pode ser amparada por aquele orgão.

A VOZ DACIDADANIA

MÁRCIO MOTHÉ *

A VOZ DODIREITO

CRISTINA GOMES CAMPOS DE SETA *

O MINISTÉRIO PÚBLICOE OS DIREITOSHUMANOS

EDITOR-CHEFE Aziz Ahmed(Reg. 10.863 - MTPS)[email protected]

EDITOR EXECUTIVOLaerte Gomes [email protected]

CHEFE DE REPORTAGEMJosé Antonio Gerheim [email protected]

CONSULTORES Cláudia Franco CorrêaIrineu Soares

FOTOGRAFIA Fábio CostaTRATAMENTO DE IMAGENS Eduardo JardimANALISTA DE MÍDIA E WEBMASTERClaudia [email protected]

Uma publicação da Livraria e Editora Citibooks Ltda.CNPJ: 05.236.806/0001-5 Rua Jardim Botânico, 710, CEP22.460-000para a Associação Comercial do Rio das Pedras (em organização). Rua Nova 105 – Loja, Rio das Pedras

Publicação quizenal / Tiragem: 20 mil exemplares / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA / Impresso na Gráfica e Editora Jornal do Commercio

CONSUMIDOR ECRÉDITO: UMADIFÍCIL RELAÇÃO

Procure o Ministério Público e denuncie através do telefone 127. Faça prevalecer o seu direito, o direito de ser gente

Uma pessoa pode ser considerada ‘superendividada’ quando comprometeu mais de 30% do rendimento mensal com o pagamento de dívidas.

� Cartas para a redação de A Voz de Rio das Pedras, a/cdo Núcleo de Cidadania, Rua Nova n0105, loja 2. e -mails

para [email protected]

A propósito das mensagens dosmoradores Davyd Souza (cobran-do as bocas de lobo) e PaulinoConrado (questionando as obrasda Rua Carambolas, na Areinha), aCompanhia Estadual de Habita-ção (Cehab)informou o seguinte:“As obras de infraestrutura realiza-das em uma área de 200,8 mil me-tros quadrados na comunidade deRio das Pedras segue dentro docronograma de execuções. Foi ne-cessário mais de um ano de estu-dos para chegar ao melhor projetopossível para a região, devido àcomplexidade do lugar. Maquiná-rios especiais, como miniescava-deira e minicarregadeiras,precisaram ser usados para viasmais estreitas, com dois metros delargura. A dragagem da Rua do Ca-nal será feita por uma escavadeiraanfíbia. Além de pavime ntação, asobras de infraestrutura foram pro-jetadas para garantir a drenagemde água superficial adequada. Aobra é acompanhada pela associa-ção de moradores e mais de 70%dos 200 empregos gerados por elaforam preenchidos por moradoresda localidade.”

Nota da Redação: A mensagemda Cehab não responde concreta-mente os moradores. Fica o registro.

Sobre a cobertura e o álbum de fotos docampeonato Solazer, recebemos as seguintesmensagens pelo Facebook:

Lula Andréa Capoccino: “A Voz de Rio dasPedras já é um grande divisor das águas. Agora éesporte antes e após. Parabéns a vocês. Essagalera estava precisando.”

Paulinho Almeida: “Só tem fera aí. Vem proBotafogo kkkk.”

Joãozinho Alves: "Showwww."

Márcio Guimarães: “Valeu locutor, tirandoonda.”

Diêgo Santana: “Elias é o melhor zagueirodo campeonato. Tem que tirar o chapéu!”

Lalinho Silva: “Que é isso em MaiconAlmeida? Imperador aqui da Bahêa!”

Lucinaldo Braz: "Perder da maneira quenós perdemos é foda!”

André Oliveira: “Kkkkkkk...com um pênaltiridículo daquele....”

Brunão Pereira: “João, fera demais .”

João Araújo: “Você que é o cara BrunãoPereira. É isso ai mano Maicon matador.”

Marcos Silva Castello Branco: “Convocaum fera dai, o Luiz Carlos Guedes, conhecidocomo Picolé.”

Maicon Almeida, craque do Juventude,postou três comentários: “É nós na fita. Fim desemana promete, sobrou muito dinheiro aindakkk.” “Com Valter artilheiro.” “Para Paulinho, nãobrinca assim Botafogo não, rsrs. Valeu mano!”

João Araújo “Esse Rodolfo Luiz acabou como jogo outra vez, kkk valeu meu rei, Parabéns...”

Pablo Graché: “Time fraco, pra não dizer ocontrário....rs”

Sergio Santos: “Agora e só comemorar!!!....Fabiano, Paulo, Neto e João, vocês também fazemparte disso...”

Leandro Silva: “Saudade de voltar a vestiressa camisa com meus irmãos”

Paulo Duarte: “Mais um caneco RodolfoLuiz? Kkk”

ANTES DEPOIS?Ah! dona Cedae. Que vergonha!Que decepção! Que forte maucheiro exalando desse bueiro numadas entradas da Vila Pitanga! Omesmo que foram consertar. Masque conserto é esse? Pois no dia 30de outubro voltamos lá paraconferir o resultado da nossadenúncia e o que encontramos:água suja escorrendo do ralo e dobueiro, em quantidade menor éverdade, mas o suficiente paraimpedir a passagem dosmoradores, das crianças, dosidosos, obrigados a subir no estreitomeio fio, andando de lado,raspando o corpo na parede doelevado para não pisar na merda. E,o que é pior e muito, mas muitograve mesmo: mães se queixandode que os filhos apareceram nasegunda-feira, 28 de outubro, comdiarreia e sintomas de vômito, comorevelou Roseane, moradora do localhá dois anos e mãe de Renan, cincoanos, que estuda no pré-ensinomédio da Escola Municipal ClariceLispector, e de Daniela, de trêsanos. A situação chegou a tal pontoque Roseane fez até chacota: “Acoisa aqui só melhorou mesmoquando faltou água.”

ARQUIVO - 7 DE OUTUBRO 2013 28 DE OUTUBRO 2013

Page 3: A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 9

RIO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013

3De 1981 a 1987, trabalhei na dragagem da Lagoa de Marapendi. Mergulhava ligando os tubos à draga quesugava a areia que formou o bairro chamado Areal

Aqui a gente precisa de um hospital. Tem UPA, Clínica de Família, mas isso aqui cresce muito e o quetemos não dá conta das nossas necessidades básicas

O PIONEIRO FERNANDO ESTANISLAUCONTA HISTÓRIAS MARCANTES QUE VIVEU DA COMUNIDADES

ão sete horas da manhãde segunda-feira e Fer-nando Estanislau, de 70anos, já está no campo defutebol da comunidade

para a primeira tarefa de inclusão so-cial do dia: mostrar às 117 criançasda sua escolinha os caminhos para setornar um craque no esporte maispopular do planeta. Aposentado co-mo metalúrgico, esse xerife do cam-po de futebol, nascido no Recife (PE),chegou a Rio das Pedras quando ti-nha apenas 12 anos de idade e aquiviveu as mais duras e fascinantes ex-periências, até tornar-se um escultorporreta, que molda com rara habili-dade peças de bronze e resina, emseu ateliê na Rua Velha.– Quando cheguei aqui isso era

um sítio. Havia vacas pastando euma profusão de árvores frutíferas.Bananeiras, goiabeiras, jambeiros,tamarineiras e muitos coqueiros. Ha-via poucos moradores, era uma áreainóspita, sem estrutura alguma. Nãohavia água potável, energia elétrica enenhum saneamento. Era a épocaem que os coronéis eram os donosdas grandes propriedades no Brasil eaqui não era diferente – conta Fer-nando.Ele lembra, com ar de nostalgia,

que nesses 58 anos que vive aqui, acomunidade foi sendo invadida, nu-ma ocupação realizada de forma in-vasiva e desordenada. Começou afavela pela Rua Velha, então de terrabatida, expandiu-se até sofrer algu-mas raras intervenções do poder pú-blico, como a criação do bairro doPinheiro, a abertura da Rua Nova e

O XERIFE DO CAMPO DE FUTEBOLFOTOS DE JULIO CESAR VIEIRA

outras vias e becos que cortam a co-munidade.– Isso aqui cresceu muito. Lem-

bro que, de 1981 a 1987, trabalhei nadragagem da Lagoa de Marapendi.Eu mergulhava para fazer, no fundoda lagoa, a conexão dos tubos ligadosà draga que sugava a areia que eradespejada na margem. Foi se acu-mulando e acabou formando umaárea onde hoje se chama de Areal,formada pela areia da dragagem.Lembro que vinham peixes tambémdragados e que ficavam no areal. Eratanto peixe que a gente distribuía pa-ra os moradores, que faziam a festa.Verdadeiro pau pra toda obra,

Fernando criou e organiza o Cam-peonato Solazer de Futebol, já co-nhecido como o “Brasileirão” de Riodas Pedras, este ano disputado por20 times e conquistado pelo Juventu-de, de Areinha. Sem contar com aajuda de patrocinadores, ele faz umrateio entre os participantes paracomprar bolas, rede, troféus e meda-lhas e ainda formar um caixa parapagar o cachê dos árbitros e os prê-mios aos vencedores: R$ 9 mil para ocampeão, R$ 4 mil para o vice e R$ 2mil para o terceiro colocado.– Neste ano sobrou dois mil e

pouco e a turma mandou ficar pramim. Mas preferi bancar uma cerve-jada pra galera na festa final. O ra-chuncho é interessante, porque cadaum dá o que pode e todos contri-buem com a maior satisfação. A ga-rotada que tem aula de futebol eeducação física comigo ajuda na lim-peza e em dar uma guaribada nocampo depois dos jogos.Fernando lembra que a comuni-

dade é formada de gente trabalhado-ra, de bom coração e muito amiga.Ele lembra o caso de um rapaz quequebrou o braço num jogo e teve deficar sem trabalhar. E contou:– O pessoal se reuniu e resolveu

suspender uma rodada do campeo-nato para fazer um torneio para arre-cadar dinheiro a fim de ajudar orapaz a se manter enquanto estavaimpossibilitado de ganhar a vida.Exemplos de solidariedade como es-se são comuns aqui na nossa comu-nidade.Nesse momento da entrevista

chega um menino de uns 12 anos e

Fernando interrompe a entrevista ecobra dele:– Ô Lucas! Você não veio hoje?– Na quarta-feira eu venho, tem

jogo contra – respondeu o garoto, di-zendo-se contrariado porque torceudurante todo o campeonato Solazerpelo Corinthians por causa de um vi-zinho que joga no time e lamentou aderrota na final para o Juventude:– Eles deram mole – lamentou

Lucas.Com seu jeito professoral, Fer-

nando consolou o menino:– O perdedor de hoje é o ganha-

dor de amanhã.Lucas ouviu atento e resignado. E

tomou o caminho de casa.Fernando vai estendendo a pro-

sa, contanto que o pessoal daqui nãoespera pelo poder público para fazeralgumas obras essenciais e de emer-gência.– Certa vez, na Rua Velha, cheguei

a pedir para fazer uma “vaquinha”para pavimentar com pó de pedra,extraída de uma pedreira que existeaqui perto. Uns entraram no rateio,outros não deram bola e saíram parao trabalho. Quando voltaram, viramque a rua ficou tão legal que até con-tribuíram com o dobro do que eu ha-via pedido. Trabalho muito aqui pelacomunidade. Já promovi maratona,

corrida de bicicleta. Tá vendo essasárvores? Fomos nós que plantamos.Depois da enchente de 1996, tivemosde fazer tudo de novo. Essa Via Lightfoi criada depois. Cheguei aqui de-pois da enchente e o campo já nãoexistia. E foi criado esse rio que mar-geia a Via Light, que nem nome aindatem. Fizemos um mutirão e Rio dasPedras ressurgiu não das cinzas, masda enxurrada.Perguntamos a Fernando como é

a vida hoje na comunidade e ele ves-te a camisa:– Aqui a gente precisa de um hos-

pital. Tem UPA, Clínica de Família,mas isso aqui cresce muito e o quetemos aqui não dá conta das nossasnecessidades. Seria importante queRio das Pedras virasse bairro, fosselegalizada. A maioria dos moradoresquer pagar impostos, quer ter o for-necimento de água e energia legali-zado, viver como cidadãos, parapoder cobrar das autoridades as pro-vidências que a comunidade exige.Aqui só tem trabalhador, guerreiro.Você chega aqui às 4 horas da manhãe vê um movimento intenso de gentesaindo e gente chegando do traba-lho.E quanto à violência, Fernando é

taxativo:

– Há quanto tempo você estáaqui? – pergunta ao repórter e elemesmo responde: – Você já viu al-guém aqui de fuzil ou revólver circu-lando pelas ruas? Aqui não temtráfico, não há violência. Tem muitasbrigas de marido e mulher, de fami-liares, mas isso, como se diz na socie-dade, acontece nas melhoresfamílias.Lembra Fernando que Rio das

Pedras é uma comunidade plana eessa característica geográfica dificul-ta o comércio de drogas. Além disso,só tem duas saídas: uma para Barra eoutra para Jacarepaguá:– O pessoal vai sair como? Voan-

do? Temos aqui 20 mil adolescentesentre 14 e 17 anos. Seria um show debola. Mas não tem boca de fumo dis-putando território.Sobre a confusão das vans, ele diz

que foi a ganância das empresas deônibus que motivou a criação dotransporte alternativo na região.– Já passei muito sufoco para pe-

gar um ônibus. Tinha de sair daqui eir para o Anil. O cartel dos donos deônibus acha que o bolo deve ser divi-dido só para eles. Já peguei coletivocom 180 passageiros. Sem exagero.Quando achava que a nossa con-

versa já estava se estendendo, chegada pelada o morador Anacleto, de 38anos e há 23 morador da comunida-de. Ele observa que a entrevista deFernando já durava quase uma horae resolveu entrar no papo:– É compadre. Para falar de Rio

das Pedras uma hora só não chega,né?– Nem uma semana – respondeu

essa figura pioneira e querida da co-munidade.

Fernando, no seu trabalho de inclusão social, passa instruções, no campo principal que ele administra, às crianças da suaescolinha de futebol. Nas outras fotos, em seu ateliê na Rua Velha, em meio às esculturas que produz com bronze e resina

Page 4: A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 9

RIO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013

"Sem as vans, meu faturamento desceuao fundo do poço"

Vans sempre deram cestas básicas para os maiscarentes e para as festas das crianças no Natal.Esse ano, tá a perigo 4

RIO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013

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MORADORES ENFRENTAM PROBLEMAS PORQUE OS ÔNIBUS NÃO ATENDEM A COMUNIDADE

LINHA DE INTEGRAÇÃO RIO DAS PEDRAS-METRÔ DA BARRA, ESPERANÇA E UMA SOLUÇÃO

OUTROS DRAMAS SOCIAIS E FINANCEIROS

DÍVIDAS COM BANCOS E FINANCEIRASR$ 2.500 a 3.000

PRESTAÇÕES MENSAIS DE UMA VAN

RIO DAS PEDRAS / IPANEMAR$ 5

VANR$ 75

TÁXI

Desde a suspensão pelo prefeito Eduardo Paes(PMDB) dos serviços de transporte feitopelas vans, ligando Rio das Pedras a outrosbairros do Rio, principalmente aos locaisonde trabalham e ganham seu sustento e de

suas famílias a maioria dos moradores da nossa comuni-dade, que a perplexidade tomou conta de todos. A começarpor ter de enfrentar, logo pela manhã, filas imensas nos pon-tos finais dos ônibus na Rua Nova e nos pontos de saída daAvenida Engenheiro Souza Filho, tanto os que saem do Pi-nheiro e vão em direção a Jacarepaguá para depois pegar aVia Amarela, como os que saem pela Estação Azul, na ViaLight, para seguirem rumo à Barra, Gávea, Ipanema e Copa-cabana. E depois, na situação inversa, para aqueles que tra-balham à noite e de madrugada, como garçons, frentistas,balconistas de farmácias e empregados de supermercados,porque , a partir das 22 horas, os ônibus começam a pararde circular. – É desesperador você trabalhar horas e horas e no mo-

mento de voltar para casa ainda ter de esperar longamenteem um ponto a passagem de um ônibus, que pode vir lo-tado, e ainda ver durante a espera outros passarem, muitasvezes em alta velocidade, muito acima da normal, com o le-treiro escrito “Garagem” ou “Especial”. No meu caso, que soupescador, vivo da venda do que minha rede pega no que-bra-mar da Barra. Não dá para trazer nos ônibus, ao contrá-rio das vans. Situação que se agravou ainda mais para mimporque, com a proibição das vans, minha barraca de peixena Rua Nova sofreu uma queda de, no mínimo, 80% no fa-turamento diário, primeiro porque os motoristas e cobra-dores deixaram de almoçar aqui, segundo porque ospassageiros deixaram de parar aqui e levar os peixes oumesmo fazer um lanche, comer um peixinho fresco, feito nah ora, acompanhado de uma cervejinha ou um refrigeranteou suco – queixa-se o pescador e comerciante Cristiano, de23 anos, morador da Rua Nova, acres-centando que agora se vê obrigado apedir carona ou “morrer” numa corridade táxi (raríssimos) principalmente demadrugada, que é a hora boa de ir pescarna Barra.Os números, tanto os dos donos das

vans, como dos comerciantes que sesentem prejudicados em seu movimentodiário e no faturamento mensal, impres-sionam, depois das seis linhas extintaspelo decreto do prefeito e, portanto, im-pedidas de continuar circulando parafora de Rio das Pedras. A pioneira, Riodas Pedras-Pedra da Gávea, criada em 1997 com permissãodada pelo então prefeito e atual vereador Cesar Maia (DEM),como informa o motorista pernambucano José Barbosa deLima, há mais de 16 anos fazendo esse trajeto e que agora émais um desempregado.– As outras cinco linhas foram Rio das Pedras-Barrasho-

ping, Rio das Pedras-Recreio, Rio das Pedras-Taquara, Riodas Pedras-Freguesia e Rio das Pedras-Madureira – explicaBarbosa.As queixas e desabafos partem de todos os lados, nota-

damente dos que vivem o dia-a- dia da principal e mais ba-dalada via da comunidade, a Rua Nova. Outro motorista, obem articulado José Firmino Bernardes, de 43 anos, pai decinco filhos, três meninos e duas meninas, joga no ar a per-gunta que ele diz fazer e não encontrar resposta que justifi-que o ato do prefeito, e que ainda, segundo ele,seria a chavede todo o enigma:– Por que o prefeito não fez, como em outros locais, lici-

tação para legalizar o transporte alternativo em Rio das Pe-dras?E, prossegue Ferrugem, como Bernardes é mais conhe-

cido por todos que não se cansam de parar para debater oproblema, sempre que o encontram na Rua Nova, parado,em vez de estar, como era comum, sentado, pilotando umavan:– Como vamos conseguir a grana para pagar aluguel,

comprar comida para nossos filhos, remédios, seguir cui-dando dos mais idosos, manter as crianças nos colégios,pagar as prestações aos bancos e financeiras das vans quecompramos e que eles não aceitam de volta? São prestaçõesmensais que vão de R$ 2.500 a R$ 3.000, em prazos que va-riam de 36 a 48 meses. Como pode uma autoridade tomaruma decisão como essa sem ouvir todos os lados, principal-mente o mais afetado? Cada van significa pelo menos a ga-rantia de quatro pessoas trabalhando e ganhando seusustento e de suas famílias.A imagem do

caos econômico esocial não para dese cristalizar, mos-trando que, defato, a situação setorna a cada dia, acada hora, a cadaminuto, a cada se-gundo mais an-gustiante edramática parauma comunidadede gente trabalha-dora, honesta, empreendedora, consumidora, que quercomo todas as pessoas de bem ter o direito de ser feliz –afirma Ferrugem.

Quem também fez um desabafo sincero foi o para-naense José, de 30 anos. Ele disse:– Confesso que fiz coisa errada na vida. Por causa de

mulher paguei dois anos e meio na prisão. Estou na con-dicional, não fui aceito para trabalhar de cobrador na Re-dentor, me discriminaram até. Estava passando fome, sófui mesmo acolhido pelo pessoal das vans. E agora, se euperder o emprego, o que vou fazer da vida? Já fui garçonde churrascaria, da Estrela do Sul, em Botafogo, boy daCaixa Econômica.Mas em nenhum desses empregos ga-

O DRAMA DAS VANSPARADAS

No calor dos atos de protesto das vans, entre asexta-feira 11 e a segunda-feira 14 de outubro, rea-lizados sem violência, sem quebra-quebra, semincêndio de ônibus, como é da índole pacífica dapopulação de Rio das Pedras, começou a florescerdo desejo de quem está acompanhando de pertoo problema dos transportes na nossa comuni-dade de encontrar uma solução. Interpretandoum pleito consensual dos moradores, este jornalsugere à prefeitura que realize um debate sobrealgumas propostas. A criação da linha de integração Rio das Pe-

dras-Metrô da Barra, a tão aguardada linha 4, queirá ligar a Barra da Tijuca à Zona Sul, passandopela Rocinha, Vidigal, São Conrado, Gávea, Le-blon, Ipanema, Copacabana, Botafogo,Flamengo,Laranjeiras, Catete, Glória, estações do centro dacidade, Central do Brasil, até chegar à Tijuca, cujalinha que por ora termina na Praça Saenz Peña, já

estará a partir de 2014 esticada até a nova estaçãoda Rua Uruguai, integraria nossa comunidade aoslocais de trabalho da maioria dos moradores deRio das Pedras, através da implantação do sistemado Bilhete Único, o qual foi muito bem aceito portodos o que dele se utilizam.Essa integração Rio das Pedras-Metrô da

Barra, cuja estação Jardim Oceânico está progra-mada para entrar nos trilhos em 2016, começariadesde agora a ser planejada e organizada, come-çando pela ordenação e volta das linhas extintas,criando mecanismos de convivência com os ôni-bus, permitindo que as vans voltem a circular du-rante a noite, atendendo assim a todas asreclamações e anseios da nossa cada vez maiorpopulação de Rio das Pedras, não uma simplescomunidade ou favela, mas que por seu dina-mismo, seu trabalho, seu comércio, já é um ver-dadeiro bairro da nossa cidade.

– Os serviços que as vans prestam acomunidades como a nossa não se limitam aotransporte de passageiros no dia-a-dia – falacom firmeza o motorista paraibano AntonioCobe Neto, de 58 anos e há 17 anos na linhapioneira Rio das Pedras-Pedra da Gávea. E elecompleta:– Nós também atendemos os moradores esuas famílias nas festas de aniversário,casamentos. Na pior hora, dos enterros,levamos doentes e acidentados até aoshospitais. Fazemos excursões, idas às praiasno fim de semana, eventos religiosos,esportivos, bailes dos jovens nos fins desemana.Quem comprova com forte exemplo o que diz

o veterano motorista é umatrabalhadora doméstica, Cilene, de 51anos, que não tem condições físicaspara subir num degrau de ônibus. Aliás,não é novidade, motivo de muitasqueixas, os degraus altíssimos namaioria dos coletivos, e Cilene, devidoa uma operação de um câncer, éobrigada a deslocar-se semanalmenteao Hospital de Ipanema, do INSS, parafazer revisão e curativo. Ela conta:– Além de não conseguir subir e descerdos estribos muito altos dos ônibus, denão poder viajar em pé, nas vans hálugar para esticar a perna, tem ocobrador para me amparar na hora desubir e eu só pagava R$ 5,00 para elesme levarem até o hospital. Na últimavez tive de pegar um táxi e gastei R$75,00. Sem estar ganhando, como voupoder pagar isso?Os comerciantes da Rua Nova nãoestão conformados com a situação equerem uma solução que beneficie atodos e não seja olhada apenas pelosinteresses dos donos das empresas deônibus.– Sem o movimento das vans e seuspassageiros, meu faturamento desceuao fundo do poço e eu dependo dissopara manter a minha família. Calculouma queda de pelo menos 50%. Monteiessa barraquinha aqui para venderbalas, doces, chocolates, servirpequenos lanches para quem trabalhanas vans e para os passageiros quepassavam e paravam por aqui. Fiz issocom o dinheiro que economizeitrabalhando durante sete anos e meio

em padarias eainda estudava atécompletar oensino básico.Casei e felizmentepor ora não tenhofilho. Como iriasustentar? –questiona MerianeAraujo Almeida, de23 anos, moradorada Curva doPinheiro. Namesma linha depreocupação,Lilian dos Santos,de 33 anos,moradora de Areal1, observa:– Sem as vans, tiveuma queda de nomínimo 50% nofaturamento dotreiler que eu emeu marido, quetambém élancheiro,arrendamos há

três anos e que funciona 24 horas por dia (aolado do Ciep Professor Lauro de OliveiraLima). É dele que tiramos o nosso sustento e ode nossas duas filhas, uma de 16 e outra de 10anos, que, por sorte, estudam em escolaspúblicas.A insegurança quanto ao futuro éindisfarçável na expressão e no olhar do fiscalde vans Volverine, como é conhecido MauroGustavo, de 34 anos. Ele cuida para que a leidas gratuidades seja cumprida para idosos(dois por viagem), crianças de até cinco anos eportadores de necessidades especiais.– Não sei o que fazer daqui pra frente se essetrabalho que faço terminar (segundo o ato doprefeito, acaba no dia 9 de novembro) e nãovoltar mais.Queda ainda maior no faturamento, de 80%, éo da pastelaria chinesa no passeio em frenteao ponto das vans na Rua Nova, o que ameaçao emprego e o salário (R$ 599,00 mensais) doadolescente de 13 anos, Anderson, pasteleiro,que não estuda mais e trabalha para ajudar nopróprio sustento e de mais dois irmãos.– Meu drama está sendo muito grande.Minhas vendas caíram brutalmente, já queaqui era o ponto de encontro dos motoristas,cobradores das vans e também dos muitospassageiros que davam uma paradinha paraum lanche, um refrigerante, uma água, umcafezinho, até mesmo uma cervejinha – revelacom um olhar de interrogação sobre o que vaiser a vida daqui para frente, sem essemovimento diário, Diana, de 30 anos, solteira,mãe do Enzo, de oito, ao seu lado no balcão doBar do Zeca e de mais dois meninos.O mesmo ar de desolação com a falta declientes é encontrado na loja e na oficinamecânica do Alemão, que atende e socorre asvans na hora dos consertos e trocas de peças:– Será que não vai haver alguém que mostreao prefeito o tamanho de nosso drama, oprejuízo geral que essa medida está causandoà nossa comunidade? Os ônibus sozinhos nãodão e nem vão dar vazão às necessidades deum transporte mais rápido e mais ao alcancede todos nós moradores de Rio das Pedras,que precisamos de pelo menos manter nossopadrão de vida, que é simples, semostentações. Tudo o que queremos é melhorare subir na vida – diz Alemão ao lado deFerrugem, que faz mais duas importantesrevelações:– Sabem quanto de uma passagem que custaR$2,75 fica para os donos das vans? R$1,00 elemesmo responde. Os outros R$1,75 vão para aPrefeitura. Sabem quanto custa para instalarum relógio da Riocard? R$7.500. Será que ogoverno vai abrir mão dessas receitas só paraagradar as empresas de ônibus?No primeiro dia dias das manifestaçõespostamos no nosso site e no Facebook asnotícias sobre a desastrada medida tomadapela prefeitura. Imediatamente, mais de 500acessos foram registrados e duas moradoraspostaram mensagens ponderadas sobre oproblema. Uma delas, Ana Carolina Mora, fazuma reflexão:– Acho que tudo que entra na legalidade vale apena. Tenho ido trabalhar de ônibus agora epor enquanto não tenho reclamações. Mas aquestão é que a população, na maioria,sempre reclama de tudo. Na época das vanscriticavam motoristas e cobradores, agoracriticam os motoristas de ônibus,comparando o tempo de viagem. Enfim, valea pena parar e refletir um pouco. Sair dailegalidade nos torna mais cidadãos, ou não?Já Márcia Pinheiro foi direto ao ponto:– Tem que regularizar sim a categoria. Masregularizar os que já estão na estrada, não tiraro emprego das pessoas que estão há muitotempo trabalhando.

1.100VANS SEM USO

4.400EMPREGOS CORTADOS

MOTORISTAS COBRADORES

FISCAIS LAVADORES

6�RIO DAS PEDRAS - PEDRA DA GÁVEA�RIO DAS PEDRAS - BARRASHOPING�RIO DAS PEDRAS - RECREIO�RIO DAS PEDRAS - TAQUARA�RIO DAS PEDRAS - FREGUESIA�RIO DAS PEDRAS - MADUREIRA

LINHAS CORTADAS

COMPARE 0S SALÁRIOS

VANS ÔNIBUS

R$ 3.000 MOTORISTASR$ 2.000 COBRADORES

R$ 800 MOTORISTASR$ 678 COBRADORES

As duas vivem dos comérciopopular na Rua Nova, uma dolado onde as vans serãoproibidas de parar com aextinção das seis linhas, o quesignifica menos movimento,menos fregueses, menosfaturamento. Dona LliianSantos (foto 1) tem um traileraberto 24 horas do lado doCieps. Dona Diana (2) dirige oBar do Zeca, aberto também 24horas, ponto de encontro demotoristas e de passageiros dasvans e de quem passa pelo local

O vendedor da oficina quefica em frente à entrada daQuadra 5 na Rua Nova (6),perplexo, viu o movimentodiário da procura por peçase pelos consertos cair 80por cento. Dona Cilene (7),em tratamento pósoperatório, não pode subirem ônibus e nem viajar empé, para ir ao hospital emIpanema fazer curativo.Cristiano (8), pescador edono de uma barraca ondevende os peixes que pescade madrugada noQuebramar da Barra daTijuca, além de ver asvendas cairem, ficou sem otransporte noturno e agoratem de pedir carona oupegar táxi. Já o cobradorJosé Firmino(9), teme voltara ficar desempregado epassar fome

A entrada da Oficina doAlemão (10), antes cheia decarros e vans, agora tem vagade sobra e serviço de menos, o que também ocorre napastelaria do meninoAnderson (11) para a revolta do também comercianteFerrugem(12) e do fiscal devans Wolverine(13)

Antonio Cobe Neto, (3), 58 anos, transportapassageiros de vans, desde 1997, na linha pioneira,entre Rio das Pedras e Pedra da Gávea. Agora está semsaber que rumo tomar, mesma dúvida de seucompanheiro, José Barbosa de Lima (4),pernambucano, há 17 anos vivendo do transportealernativo com as vans. Inseguraça que tambématinge a jovem comerciante da barraquinha de docese balas, Meriana Araujo (5)

Sexta-feira, 10 de novembro,22h30m, Rua Nova, esquina daEstrada Velha de Jacarepaguá: nossareportagem seguiu a dica do pescadorCristiano e voltamos lá para conferir.Só passavam ônibus com os letreiros“Garagem” e “Especial”. Não era mesmo história de pescador.

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RIO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013

6Nosso carro-chefe é o rodoviário. Muita gente prefere ir de ônibus devido à bagagem, já que de avião o limite é reduzido. Ou ainda porque tem medo de voar

A maratona começou às 5h10m da sexta-feira, dia 18, na rodoviária de Crateús, interior do Ceará, parou emNova Russas, município de onde vem boa parte da grande colônia cearense que vive hoje em nossa comunidade

CEARENSES CHEGAME MOVIMENTAM AS AGÊNCIAS DETURISMO NA NOSSACOMUNIDADE

Em clima de festa, a plateia lota o auditório, muuuuitaenergia da juventude era o que rolava durante o concur-so. A meninada só ficava quieta, sem se expressar entregritos, gestos, aplausos e assobios, durante as apresenta-ções. Parecia auditório dos antigos Festivais da Canção,

da “Dança dos Famosos”, do Faustão, ou do “Altas Horas”, do SerginhoGroissman, mesmo quando eram apresentadas músicas cantadas em cul-tos de igrejas evangélicas. O projeto "Ponto de Cultura Caminho das Pe-dras" apoiou o evento ofertando o cenário, a luz e os troféus. A aluna quecantou música gospel Lya Muniz, interpretando "Jamais deixarei você" foia vencedora do segundo concurso do “Festival de Novos Talentos”, orga-nizado pela atriz e produtora Norma Magalhães, que trabalha como ani-madora cultural no Caic Euclydes da Cunha. O resultado do festival foirecebido com certa surpresa. A cantora mais aplaudida, Joyce Lourenço,vencedora do concurso anterior, cantou o louvor “Espírito Santo” e aca-bou ficando em terceiro lugar. A intérprete, que parecia ser a favorita, nãoconseguiu disfarçar a decepção. O segundo lugar foi para Cláudia Ferrei-ra, que interpretou a canção “Descansarei”. Polêmicas à parte, a plateiafoi abaixo, mesmo, com o anúncio do prêmio "revelação" dado aos intér-pretes da música “Roar”, de Lia Rippi e Doug Hudson.

Carismática, a vencedora Lya Muniz, cujo nome verdadeiro é Aline Mu-niz de Araujo, tem 16 anos e cursa a 8ª série do Ensino Fundamental. Um dosjurados, o produtor de eventos musicais Jefferson Luís, que já tratou showsda cantora Alcione, do Emilio Santiago entre outros, argumentou que Lyatem grande potencial e talento para vencer na carreira, dentro do gêneroque escolheu.

O corpo de jurados foi composto por Jefferson Luís (produtor de even-tos), Lanna Rodrigues (cantora, compositora e multi instrumentista), Marce-lo Veríssimo (professor de Geografia), Eliety Camargo (professora de Física eMatemática) e Vânia Lima (professora de Português e literatura).

Em clima de festa, a plateia lota o auditório, muuuuitaenergia da juventude era o que rolava durante o concur-so. A meninada só ficava quieta, sem se expressar entregritos, gestos, aplausos e assobios, durante as apresenta-ções. Parecia auditório dos antigos Festivais da Canção,

da “Dança dos Famosos”, do Faustão, ou do “Altas Horas”, do SerginhoGroissman, mesmo quando eram apresentadas músicas cantadas em cul-tos de igrejas evangélicas. O projeto "Ponto de Cultura Caminho das Pe-dras" apoiou o evento ofertando o cenário, a luz e os troféus. A aluna quecantou música gospel Lya Muniz, interpretando "Jamais deixarei você" foia vencedora do segundo concurso do “Festival de Novos Talentos”, orga-nizado pela atriz e produtora Norma Magalhães, que trabalha como ani-madora cultural no Caic Euclydes da Cunha. O resultado do festival foirecebido com certa surpresa. A cantora mais aplaudida, Joyce Lourenço,vencedora do concurso anterior, cantou o louvor “Espírito Santo” e aca-bou ficando em terceiro lugar. A intérprete, que parecia ser a favorita, nãoconseguiu disfarçar a decepção. O segundo lugar foi para Cláudia Ferrei-ra, que interpretou a canção “Descansarei”. Polêmicas à parte, a plateiafoi abaixo, mesmo, com o anúncio do prêmio "revelação" dado aos intér-pretes da música “Roar”, de Lia Rippi e Doug Hudson.

Carismática, a vencedora Lya Muniz, cujo nome verdadeiro é Aline Mu-niz de Araujo, tem 16 anos e cursa a 8ª série do Ensino Fundamental. Um dosjurados, o produtor de eventos musicais Jefferson Luís, que já tratou showsda cantora Alcione, do Emilio Santiago entre outros, argumentou que Lyatem grande potencial e talento para vencer na carreira, dentro do gêneroque escolheu.

O corpo de jurados foi composto por Jefferson Luís (produtor de even-tos), Lanna Rodrigues (cantora, compositora e multi instrumentista), Marce-lo Veríssimo (professor de Geografia), Eliety Camargo (professora de Física eMatemática) e Vânia Lima (professora de Português e literatura).

LYA MUNIZ, A VOZ QUE

SURPREENDE

1 - Os concorrentes posam nos bastidores;2 - Cláudia Ferreira;3 - Joyce Lourenço;4 - o corpo de jurados;5 - Josefa Guimarães,diretora do Caic, Lya Munize Norma Magalhães

AO TODO FORAM NOVECONCORRENTES, QUE SE APRESENTARAM NESTA ORDEM:

1 – “Espírito Santo” (autordesconhecido)intérpretes: Bruno Silva e IdiuvaniaAraujo

2 – “Roar” (Katy Perry) intérpretes: Lia Rippi e DougHudson; músicos: Angeliel, MariaClara e Henrique

3 – “Não Para” (Anitta)intérprete: Stefany e o grupo AsAtrevidas, Andressa, Kettelen eAndressa

4 – “Descansarei” (Jotta A)intérprete: Cláudia Ferreira

5 – “Acenda a Luz” (Girls)intérprete: Gabe Anart

6 – “Novo Mundo” (Beatriz eIsabella)intérpretes: Isabella e Wallace,músicos: Beatriz e Cristian

7 – “Jamais Deixarei Você” (JeanDomingues)intérprete: Lya Muniz

8 – “Espírito Santo” (autordesconhecido)intérprete: Joyce Lourenço

9 – “Força e Vitória” (ElianeRibeiro)intérpretes: Jessica Gomes e BrunaFernandes; músico: Eduardo

São 11h20m do domingo, 20 de outubro. Naporta do Supermarket, estaciona o ônibusda Viação Gontijo, uma empresa mineira,das mais poderosas do País. No volante, oexperiente motorista Marco Antonio Si-

mões, morador aqui da comunidade. Entre outrospassageiros, descem Francisco das Chagas e AntonioBento com a filha Ana Alice e a neta Samara, de 10anos. Todos, apesar do cansaço, exibem um ar de feli-cidade, mesmo depois de 50 horas de viagem.

– A maratona começou às 5h10m da sexta-feira,dia18, na rodoviária de Crateús, interior do Ceará, pa-rou em Nova Russas, município de onde vem boa par-te da grande colônia cearense que vive hoje em nossacomunidade – explica o piloto Marco Antonio, que re-vezou com outros dois motoristas durante o percurso.Ele revelou também que o roteiro Rio das Pedras/Cra-teús, com escala em Nova Russas, é o campeão devendas de passagens aqui em Rio das Pedras, inclusivena época das férias. Depois das férias, a passagem in-dividual custa R$ 425,00.

Embora o ônibus procedente de Cratéus esteja in-corporado à nossa rotina dominical, as agências de tu-rismo daqui de Rio das Pedras afirmam que, sejadurante as férias de fim de ano ou no período de festasjuninas, o destino mais procurado pelos nossos mora-dores é mesmo o Ceará, seguido de longe pelaParaíba, Maranhão e Piauí. Desti-nos internacionais repre-sentam apenas

3% do faturamentodas empresas instaladas na co-

munidade.Apesar de as passagens aéreas liderarem as ven-

das, há ainda os que preferem viajar de ônibus, co-mo destaca a agente de turismo Gabriela Ramos,da VAG Turismo:

– Nosso carro-chefe é o rodoviário. Muita genteprefere ir de ônibus devido à bagagem, já que de aviãoo limite é reduzido. Ou ainda porque tem medo devoar, como é o caso de algumas pessoas da terceiraidade. Outra questão é que quem decide viajar de últi-ma hora dificilmente encontra preços acessíveis naspassagens aéreas. Pela VAG Turismo, os ônibus da Ita-pemirim para o Ceará partem aos sábados e todo dia 7de cada mês.

Algumas empresas firmam acordos para oferecerpassagens rodoviárias. É o caso da IRTD, de responsa-bilidade de Antonio Claudio Rodrigues Soares, queadministra a agência em sociedade com um tio.

– Temos parceria com outra agência que vendepassagem de ônibus. Enquanto isso, focamos no aé-reo – diz Soares, destacando que priorizar o melhoratendimento é o objetivo dos agentes. E acrescenta:

– O nosso trabalho não termina com o fim da ven-da. Temos que dar todo o respaldo necessário, porquepode haver alterações, como cancelamento, feitas pe-las companhias ou a pedido do próprio cliente. Issotudo exige uma equipe qualificada para cuidar dos ca-sos, uma vez que um erro cometido pode gerar umprejuízo muitas vezes maior do que a margem de lu-cro que a empresa receberia. É preciso estar sempreatento.

Sobre a possibilidade de vender pacotes turísticos,Soares é cauteloso:

– Queremos implantar a ideia, mas precisamos fa-zer isso aos poucos, treinando profissionais e estudan-do o momento certo. É preciso subir um degrau decada vez.

O público-alvo das agências é bem variado. São co-muns passagens emitidas para famílias inteiras. Mui-

tos moradores da comunidade preferem fazer paga-mento à vista ou pelo cartão de crédito. Porém, outramodalidade vem ganhando destaque nos últimostempos: a viagem programada. A Rua Nova Turismo éuma das duas empresas que trabalham com essa for-ma de pagamento, como explica Roberto da Silva:

– O cliente tem a possibilidade de parcelar a passa-gem até a data da viagem, pagando por meio de boletobancário.

A Rua Nova Turismo também é uma empresa comfoco em passagens aéreas. Tem dois anos de existênciae mudou da Avenida Engenheiro Souza Filho para aRua Nova há seis meses. Silva conta como nasceu ainiciativa:

– Eu e um amigo queríamos montar uma empresade turismo, oferecendo passeios partindo daqui da co-munidade. Começamos com a venda de passagens deavião e oferecíamos o serviço de traslado até o aero-porto. Com o tempo fiquei sozinho com o empreendi-mento. Já que não era possível manter o serviço detraslado, optei por focar somente nas vendas de bilhe-tes aéreos.

Para Roberto da Silva, agência de viagens é umbom empreendimento a ser montado em Rio das Pe-dras:

– Já reparou na imensidão de gente que tem aqui?Todo negócio que investir dá certo.

Já Antonio Claudio Rodrigues Soares, da IRTD,pondera:

– Muita gente pensa que quando vendemos umapassagem de mil reais, por exemplo, temos todo esselucro para a gente. Não é bem assim. Vendemos umserviço e somos comissionados por isso. Sendo assimnão rende o suficiente para alcançar a independênciafinanceira, mas conseguimos ter um salário digno pa-ra viver.

O horário de funcionamento das empresas é das 9às 21 horas de segunda a sexta, e sábados, das 9 às 14horas.

UMA MARATONA DE 50 HORAS

Os passageiros deixam oônibus (foto ao lado)carregando suasbagagens. Abaixo, omotorista Marco Antôniodescansa sentadoenquanto Francisco dasChagas e Antônio Britonão parecem ter sentidoas 50 horas de viagem

Tanto a IRTD, de Antônio Claudio (foto acima), como a Rua NovaTurismo, de Roberto da Silva (à direita) são focadas no aéreo

Uma das jovensempreendedorasdesta comunidade,Gabriela Ramosconhece comopoucos aspreferências dosnossos moradoresna hora de viajar

FOTO DE FABIO COSTA

FOTOS DE JULIO CESAR VIEIRA

FOTOS DE LAERTE GOMES

FOTOS DE JULIO CESAR VIEIRA

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RIO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013

7Sou disciplinador. Aprendi com mestres como Leônidas, um craque comozagueiro, que nunca foi expulso, que foi campeão no América Mineiro eAmérica do Rio antes de se consagrar no Botafogo e na seleção brasileira

É um orgulho para nós, da Areinha, essa conquista e contemplar o sucesso do nosso esforço em campo retratadopelo jornal. Vou mandar fazer um quadro

Aos poucos eles vão chegando à beira do campo fa-vorito, o emblemático campo 3, localizado atrás doSupermarket, ao lado da mais bem frequentadaárea de lazer da nossa comunidade. Campo que,conforme contam o técnico Val e o capitão Elias, só

traz boas recordações ao Juventude, o time da Areinha que acabade conquistar o título de campeão do Solazer, o “Brasileirão” deRio das Pedras, na primeira vez que disputou a competição con-tra 19 adversários, jogando no campo do Martelão, na Via Light,numa final inesquecível contra o Corinthians. Jogo que eles nãose cansam de relembrar nos bate-papos e na contemplação dopôster publicado na página 8 do nosso A Voz de Rio das Pedras,uma novidade para quem se acostumou a ver sempre nos gran-des jornais cariocas posteres dos gigantes Botafogo, Flamengo,Fluminense e Vasco.

– É um orgulho para nós, da Areinha, essa conquista e con-templar o sucesso do nosso esforço em campo retratado pelo jor-nal. Vou mandar fazer um quadro – afirma Elias, zagueiro ecapitão do time, um dos fundadores do Juventude juntamentecom o craque dos gols de cabeça, Cabeça, e do técnico Val, ami-gos inseparáveis desde os tempos das peladas nos terrenos bal-dios da localidade onde moram e vivem, a Areinha.

A conversa ia rolando animada mas teve de ser interrompidaporque os outros jogadores, Cabeça e o artilheiro do time Mai-con, já estão uniformizados para o amistoso comemorativo con-tra o time do Brejo. Surge então uma pergunta que se impõe: porque a camisa azul e preta em listras verticais, como as da Inter deMilão, em vez da verde e branca usada na final contra o Corint-hians?

– É porque essa foi nossa primeira camisa desde a fundaçãodo time em 1998, no beco dos Genipapos e Embus, na Areinha..Este ano, no Solazer, usamos três modelos de camisas: esta, que éo nosso uniforme número um; uma tricolor, laranja, azul e bran-ca; e, finalmente, a verde e branca, com a qual nos sagramos cam-peões. Mas essa azul e preta tem muita história para nós. Com elafomos a seis finais e ganhamos três títulos. Nós dependemosmuito, como os outros times daqui, de patrocinadores para man-termos o nível das competições. Por isso é preciso ter opções decamisas, já que quando um jogo completo está lavando, temos deusar o outro. Nosso time é de gente que trabalha a semana inteirae que tem como diversão e obrigação jogar todos os domingos,seja em campeonatos, seja em amistosos. É por isso também queo prêmio do título, de R$ 9 mil, não é distribuído entre os jogado-res, fica todo para o clube poder adquirir os equipamentos fun-damentais – explica o capitão Elias. .

O jogo com o Brejo foi mesmo um amistoso para relaxar, mui-to mais uma pelada dominical, muito diferente do que foi a bata-lha da final com o Corinthians. E o campeão, sem muito esforço,tal a sua superioridade técnica, meteu 3 a 0. A novidade é que Ca-beça, dessa vez, não usou sua arma fatal e saiu sem marcar.

– Ele é assim mesmo. Só faz gols nos jogos decisivos – disserindo o técnico Val, antes de se dirigir com o grupo para maisum churrasco regado pelas tradicionais geladinhas na Rua dosCajás, na Areinha.

O DOMINGO DOS CAMPEÕES

PARA O JUVENTUDE A MELHOR COMEMORAÇÃO PELOTÍTULO DE 2013 FOI MATAR A SAUDADE DO CAMPO ONDECOMEÇOU SUA HISTÓRIA DE CONQUISTAS E DEPOIS CHURRASCO E MUITA CERVEJA NA AREINHA

Se você tem até 18 anos incompletos, leva jeito para dominaruma bola com carinho, driblar, chutar, se possível com as duas, ouprefere só defender o gol de seu time e, mais adiante, sonha em serjogador de futebol, ganhar a vida numa das profissões mais bem re-muneradas, mais ambicionadas, mais badaladas do Planeta Terra,seus problemas acabaram. Para ajudá-lo a dar o pontapé inicial ru-mo ao estrelato, não deixe de procurar o espaço oferecido pela Es-colinha de Futebol, mantida pela Associação de Moradores de Riodas Pedras (Amarp) em sua sede na Rua Nova, sob o controle admi-nistrativo de uma mulher que tem nome de craque: Neymar.

E ao chegar ao campo, de grama sintética, muito bem cuidadoe arrumado, você será recebido às segundas, quartas e sextas-feiras, das oito ao meio dia, pelo professor Vagner Tadeu, o VagnerPepeta, há oito anos preparando e ensinando seus alunos ocaminho do sucesso com a bola nos pés:

– Fui jogador formado na base do Botafogo, em MarechalHermes, onde moro até hoje. Fui bicampeão carioca juvenil (hojechamados de juniores), cheguei ao time principal no final dos anos1980, era titular da lateral esquerda na equipe dirigida pelo ValdirEspinosa, que foi campeã de 1989, quebrando um jejum de 20anos sem título, mas me machuquei gravemente, fui operado eperdi o lugar para o Mazolinha, que veio do Volta Redonda. Depoisde recuperado, voltei a jogar mas já não tinha o mesmo pique.Fiquei na reserva do Renato Martins, que era reserva de Branco,no Fluminense. Acabei indo para o Bangu e depois parei e me

formei em Educação Física. Hoje sou o professor aqui no Rio dasPedras e lá em Marechal Hermes – conta Pepeta, enquantoorienta os pupilos, com muita educação, mas com severidade nahora de cobrar:

– Sou disciplinador. Aprendi com mestres como Leônidas,um craque como zagueiro, que nunca foi expulso, que foicampeão no América Mineiro e América do Rio antes de seconsagrar no Botafogo e na seleção brasileira. Digo semprepara todos aqui na escolinha que talento é bom, mas paravencer no futebol, disciplina é indispensável. Já revelamosaqui na comunidade alguns bons jogadores para oMadureira, Boavista, Bangu. Daqui já saiu, nosanos 1990, o Iranildo, que fez sucesso noMadureira, e de lá saiu para sercampeão brasileiro pelo Botafogo,em 1995, para depois brilhar evirar ídolo no Flamengo e noBrasiliense. Quem sabe daquinão sairá um Garrincha, umPelé, um Zico, um Reinaldo,um Neymar? É um sonho,mas para quem trabalha,quem sabe? – conclui.(José AntonioGerheim)

A ESCOLINHA DO PROFESSOR PEPETA

Antes da aula oprofessor VagnerTadeu, o VagnerPepeta, dostempos doBotafogo emMarecha Hermes,dá as diretrizes dotrabalho. Ao ladoPepeta e seusauxiliares

A Rua dos Cajás na Areinha,transformou-se numaimensa mesa para ochurrasco e as cervejascomemorativas da festa doprimeiro domingo depoisdo título do Juventude,junto a seus familiares,amigos, tudo sob ocomando do capitão Elias edo técnico Val

FOTOS DE LAERTE GOMES

FOTOS DE JULIO CESAR VIEIRA

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RIO, 7 DE NOVEMBRO DE 2013

NOVA ESPERANÇA

trocou o verde pelo roxo e amarelo para brigar pelo título inédito

Ocenário do belocampo 3 de Riodas Pedras, quefica atrás e ao la-do do Supermar-

ket, estava perfeito: muito verdeem volta, céu azul, sol forte jádando os ares do verão que seaproxima. Aos poucos, os joga-dores dos times inscritos vãochegando: de carro , vans aluga-das, motos,muitos de bicicletase a maioria a pé mesmo. Nem ogrande atraso, que o organiza-dor do evento, Marquinho. pro-mete não mais se repetirá nosdomingos seguintes, tirou o hu-mor dos jogadores, familiares etorcedores presentes. Afinal eradomingo e domingo. dia de re-laxar e curtir os prazeres da vida.

Finalmente, a bola rola parao primeiro jogo. Em campo, o ti-me de camisa azul, o São Caeta-no e o forte Sertão, time lá doalto do morro, que acaba ven-cendo por 1 a 0, gol de Bruno nosegundo tempo, o que lhe dá avantagem de só precisar empa-tar o jogo de volta e continuarsonhando com o título. Nãosem antes, ares exaltados na dis-puta ferrenha, tudo quase ter-minar em briga geral. Mas comuma intervenção das cabeçasmenos quentes, a coisa acaboumesmo só entre alguns tapas ebeijos. No segundo jogo, pelaChave A, muito equilibrado,Sport e Inter ficam no 1 a 1, o goldo Inter feito por Marcelo e o doSport, por Joaquim, batendo pê-nalti.

É no terceiro jogo que a fes-tança explode e a todos conta-gia, a letra de versos irônicos écantada por um time de belacamisa amarelo-ouro,ao entrarem campo: "se a camisinha es-tourou, só no pelo; se a mulherengravidou, só no pelo". Sim,SNP (abreviação de Só no Pelo)é o nome do time, que tem co-mo destaque o meia esquerdaPaulo, cuja camisa 10 trás nafrente, em fundo branco, umafoto relembrando um compa-nheiro de time, Nildo, de 22anos, morto no ano passadonum acidente de moto no Largoda Barra, que jogava com a ca-misa 9 do Só No Pelo. E, coisasdo futebol, foi de Paulo o gol davitória do seu time (1 a 0), dirigi-do pelo inquieto técnico Ricar-do sobre o Rua Larga, do técnicoMadri. A comemoração de Pau-lo mostrando a imagem de Nil-do foi emocionante.

O quarto jogo da tarde, aindapela Chave A, entre Elite e Águia,foi marcado por um golaço deLeo, dando a vitória ao Elite por1 a 0 e a vantagem do empate navolta.

Enfim, é chegada a hora dachave B entrar em campo. E co-meça com o Nova Esperança,quarto colocado do “Brasilei-rão”, estreando nova camisa: nolugar da verde, uma amarela ecor de púrpura, muito bonita,mas ficando só na foto, sem jo-gar e ganhando por 1 a 0, segun-do o regulamento, issoporque,pelo atraso inicial, o Es-trela não pôde comparecer. Masnão foi eliminado e no próximodomingo, eles decidem quemcontinua na disputa.

Já ao final da tarde e da ma-ratona, estreias tranquilas dosdois maiores favoritos que, co-locados na mesma chave B, nãopodem repetir a final do Solazer,apenas podendo se encontrarna decisão da chave: o vice cam-peão Corinthians marcou 2 a 0no Ceará e o campeão Juventu-de massacrou o Caranguejo por4 a 0, vantagens muito difíceisde serem revertidas. E para en-cerrar o domingo alegre e festi-vo do Campo 3, o Porto fez 3 a 1,no Palmeiras.

CHAVE B

Nova Esperança 1 x 0 EstrelaCorinthians 2 x 0 CearáJuventude 4 x 0 CaranguejoPorto 3 x 1 Palmeiras

CHAVE A

São Caetano 0 x 1 SertãoSport 1 x 1 InterSNP (Só No Pelo) 1 x 0 Rua LargaÁguia 0 x 1 Elite

PRÊMIOS E REGULAMENTO

A 3ª Copa Verão de Rio das Pedras édisputada como é a Copa do Brasil, da CBF.Os 16 times inscritos (cada um paga R$ 359)foram divididos em duas chaves, cada um seenfrentando em jogos de ida (no domingo, 3de novembro, e volta, no domingo 10 denovembro). Se houver igualdade deresultados, haverá disputa de pênaltis, cincopara cada lado e em caso de persistir oempate, cobranças alternadas até um erraruma cobrança.

Na última e decisiva etapa, no domingo,17 de novembro, os quatro finalistas dachave A e os quatro da chave B se enfrentamem dois jogos: vencedor do jogo 1 xvencedor do jogo 2 e vencedor do jogo 3 xvencedor do jogo 4. Os dois vencedoresfazem um jogo que apontará o vencedor decada chave. Os campeões de cada chave, A eB, fazem o jogo final, que apontará ocampeão, que levará, além do troféu, oprêmio de R$1.500. O vice-campeão ficarácom o troféu menor e o prêmio de R$ 600.Haverá ainda prêmios e troféus para oartilheiro e goleiro menos vazados (R$ 50)para cada.

O GOL MAIS BONITO

Cabeça, o artilheiro do Juventude eautor, de cabeça, do gol do título do verde ebranco da Areinha, no “Brasileirão” de Riodas Pedras, voltou a brilhar no jogo de idado seu time na Copa de Verão, no domingo,3 de novembro: marcou três dos quatro golsna goleada de 4 a 0 sobre o time doCaranguejo, deixando a classificaçãopraticamente assegurada e a sensação deque é o maior favorito para ganhar mais umtítulo. Mas, dos 16 gols da primeira rodada,o mais bonito, foi o do meia esquerda doElite, Léo (foto), na vitória suada sobre oÁguia por 1 a 0. Foi um chute perfeito daintermediária que entrou no canto e deu aoseu time a vantagem do empate no jogo devolta. Léo jogou o Solazer pelo Ceará,terceiro colocado.

– Estava emprestado ao Ceará. Masmeu time mesmo é o Elite, que no ano quevem vai disputar o Solazer. Mas antesqueremos ganhar o título aqui no Campo3.Nosso time é bom e pode surpreender osfavoritos Juventude e Corinthians – disse ojogador, de 26 anos.

A BOLA AGORA ROLA É NO BELO CENÁRIO DO CAMPO 3FOTOS DE JULIO CESAR VIEIRA

"Se a camisinha estourou, Só no pelo; Se a mulher engravidou, Só no pelo".

Paulo, nº 10 do SNP, marcou o gol da vitória de 1 a 0 sobre o Rua Larga e comemorou mostrando (no detalhe) a frente da camisa com a foto do companheiro Nildo, morto em acidente de moto

A CORRIDA PELO TÍTULO DA COPA VERÃO 2013

CORINTHIANS abriu boa frente contra Ceará: 2 a 0

SÃO CAETANO está em desvantagem contra o Sertão

ESTILO largou na frente contra o Águia, 1 a 0

SPORT - Gol de pênalti adiou decisão para o jogo de volta

RUA LARGA espera virar o jogo (0 a 1) com o SNP

ÁGUIA precisa reverter a vantagem do Estilo

SNP (SÓ NO PELO) está ganhando do Rua Larga: 1 a 0

INTER saiu na frente, mas sofreu empate com o Sport(1 a 1)

COPA VERÃO DE RIO DAS PEDRAS - JOGOS DE IDA