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TIMÃO SE CLASSSIFICA E FAZ A FESTA DA TORCIDA www.avozderiodaspedras.com.br Jornal on-line: http://issuu.com/avozderiodaspedras INFORMAÇÃO E CIDADANIA ANO I - N 0 6 - RIO DE JANEIRO, 24 DE SETEMBRO DE 2013 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PÁGINA 6 PÁGINAS 4 E 5 FOTO DE DE FÁBIO COSTA FOTOS DE LAERTE GOMES Na falta de urbanização, Comlurb estendeu uma barreira de pneus no acostamento da Souza Filho para conter descarte de lixo PÁGINA 7 Diretora do Caic, Josefa Castro Guimarães, diz que cuida da escola como se fosse sua própria casa, a própria família O drama da falta de creches EDITORIAL A VOZ DO LEITOR A VOZ DA CIDADANIA LEIA NA PÁGINA 2 SÁVIO BITTENCOURT A VOZ DO DIREITO CARLA CARDOSO DE MOURA Tem que mudar para não acabar O DESEJO DE SER BAIRRO Um dos mais antigos e esclare- cidos moradores de Rio das Pedras afirmou, no alto de sua experiên- cia, que a prefeitura jamais iria per- mitir nossa transformação em bairro. Por quê? Porque o pessoal que milita na política quer continuar a considerar a nossa comunidade um curral que rende 30 mil votos… Respondemos que nada deterá a vontade expressa do nosso povo. Afinal, vivemos em um país demo- crático, onde a maioria sempre tem razão. A Voz do Rio das Pedras tem co- mo objetivo expresso e inarredável tornar público o pensamento e os anseios da comunidade, sejam eles quais forem. Ouvidos por este jor- nal, comerciantes, prestadores de serviço e moradores, clamam por um mínimo de ordenamento urba- no, reclamam da convivência com uma parafernália de ligações clan- destinas de energia (72% da ener- gia fornecida à comunidade são ”gatos”, segundo a própria Light), com a falta de presença do poder público, entre outras carências gri- tantes. Nossa comunidade sobrevi- ve próspera e ordeira, graças ao espírito guerreiro do nosso povo. Embutido no desejo da trans- formação em bairro está expresso o direito à cidadania, que é uma das cláusulas fundamentais e irre- movíveis de nossa Constituição. E por isso deve ser respeitado. A Associação Comercial do Rio das Pedras – da qual nosso jornal é porta-voz - defenderá com unhas e dentes o desejo da maioria. Na sua creche na Rua Espada de São Jorge, no Areal 1, Tia Cláudia toma conta das crianças de segunda a sexta-feira, enquanto os pais trabalham FOTO DE DE FÁBIO COSTA Corinthians vence o Nordeste e é o primeiro da Chave A nas quartas de final. Os outros três classificados são o Chelsea, o SAG e o Estrela da Gama. Domingo será a vez da Chave B definir os seus quatro finalistas. Pais da comunidade dependem da sorte de ser premiado no sorteio para matricular os fi- lhos numa das poucas vagas disponíveis nos espaços aber- tos pela prefeitura, enquanto os que não podem esperar pelo poder público recorrem aos cuidados de creches particula- res, como a da Tia Cláudia. FOTOS DE DE FÁBIO COSTA FOTO DE FÁBIO COSTA FOTO DE JULIO CESAR VIEIRA Mauricio (99) marca o gol da vitória do Corinthians sobre o Nordeste; a torcida acompanha lendo o nosso jornal: o clássico da Gardênia entre SAG e Estrela da Gama que terminou 2 a 2 TIAGO MOHAMED PROMETE MELHORAR A SAÚDE E A EDUCAÇÃO NA NOSSA COMUNIDADE A VOZ DO SUBPREFEITO Maria Aldenir e Manoela vieram do Piauí Maria Luiza e a filha Maria Fabiana O carpinteiro Adilson e o filho Raymisson PÁGINA 3 PÁGINA 8

A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 6

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Page 1: A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 6

TIMÃO SE CLASSSIFICA E FAZ A FESTA DA TORCIDA

www.avozderiodaspedras.com.br Jornal on-line: http://issuu.com/avozderiodaspedras

I N F O R M A Ç Ã O E C I D A D A N I AANO I - N0 6 - RIO DE JANEIRO, 24 DE SETEMBRO DE 2013 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

PÁGINA 6

PÁGINAS 4 E 5

FOTO

DE

DE FÁ

BIO

COST

A

FOTOS DE LAERTE GOMES

Na falta de urbanização, Comlurb estendeuuma barreira de pneus no acostamento daSouza Filho para conter descarte de lixo

PÁGINA 7

Diretora do Caic, Josefa Castro Guimarães,diz que cuida da escola como se fosse sua própria casa, a própria família

O drama da falta de creches

EDITORIAL

A VOZ DO LEITORA VOZ DA CIDADANIALEIA NA PÁGINA 2

SÁVIO BITTENCOURTA VOZ DO DIREITO

CARLA CARDOSO DE MOURA Tem que mudar para não acabar

O DESEJODE SER BAIRROUm dos mais antigos e esclare-

cidos moradores de Rio das Pedrasafirmou, no alto de sua experiên-cia, que a prefeitura jamais iria per-mitir nossa transformação embairro.Por quê? Porque o pessoal que

milita na política quer continuar aconsiderar a nossa comunidadeum curral que rende 30 mil votos…Respondemos que nada deterá

a vontade expressa do nosso povo.Afinal, vivemos em um país demo-crático, onde a maioria sempretem razão.

A Voz do Rio das Pedras tem co-mo objetivo expresso e inarredáveltornar público o pensamento e osanseios da comunidade, sejam elesquais forem. Ouvidos por este jor-nal, comerciantes, prestadores deserviço e moradores, clamam porum mínimo de ordenamento urba-no, reclamam da convivência comuma parafernália de ligações clan-destinas de energia (72% da ener-gia fornecida à comunidade são”gatos”, segundo a própria Light),com a falta de presença do poderpúblico, entre outras carências gri-tantes. Nossa comunidade sobrevi-ve próspera e ordeira, graças aoespírito guerreiro do nosso povo.Embutido no desejo da trans-

formação em bairro está expressoo direito à cidadania, que é umadas cláusulas fundamentais e irre-movíveis de nossa Constituição. Epor isso deve ser respeitado.A Associação Comercial do Rio

das Pedras – da qual nosso jornal éporta-voz - defenderá com unhas edentes o desejo da maioria.

Na sua creche na Rua Espada de São Jorge, no Areal 1, Tia Cláudia toma conta das crianças de segunda a sexta-feira, enquanto os pais trabalham

FOTO

DE

DE FÁ

BIO

COST

A

Corinthians vence o Nordeste e é o primeiroda Chave A nas quartas de final. Os outrostrês classificados são o Chelsea, o SAG e oEstrela da Gama. Domingo será a vez daChave B definir os seus quatro finalistas.

Pais da comunidade dependemda sorte de ser premiado nosorteio para matricular os fi-lhos numa das poucas vagasdisponíveis nos espaços aber-tos pela prefeitura, enquantoos que não podem esperar pelopoder público recorrem aoscuidados de creches particula-res, como a da Tia Cláudia.

FOTOS DE DE FÁBIO COSTA

FOTO DE FÁBIO COSTA

FOTO

DE

JULI

O CE

SAR

VIEI

RA

Mauricio (99) marca ogol da vitória doCorinthians sobre oNordeste; a torcidaacompanha lendo onosso jornal: o clássicoda Gardênia entre SAGe Estrela da Gama queterminou 2 a 2

TIAGO MOHAMEDPROMETE MELHORARA SAÚDE E A EDUCAÇÃO NA NOSSACOMUNIDADE

A VOZ DO SUBPREFEITO

Maria Aldenir e Manoela vieram do Piauí

Maria Luiza e a filha Maria Fabiana O carpinteiro Adilson e o filho Raymisson

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Adivulgação desses direitos é fundamental para quetodos os cidadãos possam fazer valer aquilo que es-tá previsto na lei e que representa uma conquistapopular. Com a criação dos Juizados Especiais Cí-veis, qualquer cidadão pode reclamar reparação

pelo desrespeito aos seus direitos de consumidor, desde os casosmais simples até os mais complicados.

Partindo do princípio de que toda relação negocial precisa serconstruída na base da confiança, o fornecedor (de produtos eserviços) precisa ser o mais claro possível, porque a boa-fé e atransparência passaram a ser uma obrigação imposta pela pró-pria lei.

Mas quais direitos podem ser reclamados? O Código de Prote-ção e Defesa do consumidor estabeleceu inúmeras garantias, evamos conhecer agora as mais importantes.

Eles foram estabelecidospara proteger a vida e segu-rança; saúde: física, mentale econômica do consumi-dor.

Isto quer dizer que ne-nhum produto ou serviçopode representar um riscopara o consumidor (aindaque seja perigoso), por issoo fornecedor tem que cui-dar e se esforçar para que autilização ocorra de formasegura.

As informações sobre osriscos devem estar muitoclaras nas embalagens dosprodutos, inclusive, ensi-nando a forma correta deutilização, e se o risco forgrande, o produto não deve estar no mercado.

Aliás, todas as informações sobre o produto ou serviço devemser claras, educativas e facilitar a decisão do consumidor sobre acompra ou contratação.

Outra obrigação do fornecedor é fazer a propaganda dentrodos limites da verdade e a cumprir o que foi prometido, porque apropaganda enganosa ou abusiva também dá direito ao consu-midor de receber tudo conforme anunciado ou devolver o bem, etambém reclamar pelo serviço mal prestado e de ser indenizado.

Os contratos também devem respeitar a clareza e a transpa-rência, pois o consumidor deve entender exatamente o que estácontratando, não sendo obrigado a cumprir cláusulas considera-das abusivas e desleais.

Todo e qualquer dano (físico, moral ou econômico) deve serindenizado, porque o prejuízo causado não pode ficar sem repa-ração. Isto quer dizer que se a mercadoria comprada não funcio-na ou se causou alguma lesão física ou se o nome foi negativadosem motivo, em qualquer dessas situações o fornecedor deveráindenizar o consumidor.

Os serviços prestados, sejam eles por uma empresa privada,sejam pelo Estado, devem atender ao que dele se espera. Portan-to, todas as vezes que ele falhar, o cidadão poderá reclamar seusdireitos.

*Carla Cardoso de Moura é advogada e professora de Direito do Consumidor da UniverCidade.

RIO, 24 DE SETEMBRO DE 2013

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CLASSIFICADOS GRÁTIS!

www.avozderiodaspedras.com.br

A partir dos próximos números, este jornal vai reservar espaço para que você,morador ou comerciante de Rio das Pedras, possa anunciar bens, serviços ouprodutos que esteja disposto a alugar, vender ou, simplesmente, doar. Bastaque seja um texto curto e grosso, que vamos publicar de graça. Se quiser"vender seu peixe", encaminhe o anúncio para o setor de classificados para oe-mail [email protected]!

EXPEDIENTE

A VOZDO LEITOR

Oque fazer com a cidade ilegal? Aquela construídasem autorização, sem planejamento, em terrenoalheio, mas que congrega um contingente expres-sivo da população e que necessita de cuidados porparte de poder público, na defesa da cidadania e

do meio ambiente. Recordo-me das palavras da professora Ermí-nia Maricato, da USP, sonando nos meus ouvidos, quando afirma-va que "as pessoas não evaporam depois da jornada de trabalho".Cá entre nós, como seria cômodo para o capitalismo que essa fra-se não fosse uma verdade absoluta e as pessoas, depois do traba-lho, simplesmente desaparecessem...

Mas assim não é. Elas voltam para algum lugar em que lhesseja possível viver e lá, inclusive, titularizam vários direitos de suacidadania. Para que esta cidadania seja plena é necessário que oPoder Público tenha a capacidade de organizar a ocupação do es-paço nessas comunida-des e de aplicar as regrasde convivência mais es-senciais. É ao mesmotempo um poder e um de-ver do Estado garantir quea mesma lei que protege avida comum na cidadeformal seja também apli-cada à cidade denomina-da de informal. Para alémdos projetinhos, dasOngs, das iniciativas iso-ladas, há que se ter umapolítica urbana concreta eexplícita para cada comu-nidade, fazendo-se o Po-der Público - finalmente -presente na produção doespaço nas comunidades.

Esta mudança de paradigma não é fácil, mesmo que seja ób-via. O Ministério Público tem lutado para que o Município e Esta-do cumpram sua destinação constitucional e protejam,imediatamente, as pessoas que vivem em comunidades com ris-co alto é médio de desmoronamentos ou desabamentos. Tem lu-tado pela manutenção das áreas verdes em comunidades, pelaimplementação de políticas públicas, pelo respeito às áreas deconvivência comum. Esta área do MP que defende os interessesde todos (meio ambiente, saúde, probidade administrativa, idoso,criança, consumidor etc) se chama Tutela Coletiva, e conta comdiversas especialidades.

Para concluir, é preciso se ressaltar que sem Estado - democrá-tico e garantidor de direitos e liberdades - só se têm a barbárie e avitória de interesses particulares, muitas vezes escusos, que nãoraramente dominam as áreas mais pobres, em busca de lucrocom atividades criminosas ou serviços ilegais. As comunidadesnecessitam ser encampadas pela cidade formal, serem adaptadasà legalidade, com suas peculiaridades, mas com a exigência derespeito ao cidadão que lá vive, que merece da lei a mesma consi-deração de qualquer outro brasileiro, por mais ilustre que seja.Afinal, numa democracia, ilustre mesmo só (e todo) o cidadão.

*Savio Bittencourt é procurador de Justiça do MPRJ

Este espaço está reservado para o Ministério Público do Estado orien-tar a Comunidade de Rio das Pedras sobre seus direitos e como podeser amparada por aquele orgão.

A VOZ DACIDADANIA

SAVIO BITTENCOURT*

A VOZ DODIREITO

CARLA CARDOSO DE MOURA*

QUE VENHA O PODER PÚBLICO

EDITOR-CHEFE Aziz Ahmed(Reg. 10.863 - MTPS)[email protected]

EDITOR EXECUTIVOLaerte Gomes [email protected]

CHEFE DE REPORTAGEMJosé Antonio Gerheim [email protected]

CONSULTORES Cláudia Franco CorrêaIrineu Soares

FOTOGRAFIA Fábio CostaTRATAMENTO DE IMAGENS Eduardo JardimANALISTA DE MÍDIA E WEBMASTERClaudia [email protected]

Uma publicação da Livraria e Editora Citibooks Ltda.CNPJ: 05.236.806/0001-5 Rua Jardim Botânico, 710, CEP22.460-000para a Associação Comercial do Rio das Pedras (em organização). Rua Nova 105 – Loja, Rio das Pedras

Publicação quizenal / Tiragem: 20 mil exemplares / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA / Impresso na Gráfica e Editora Jornal do Commercio

DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

"Nasci e me criei aqui. Sei que isso tudo tem que mudar e, se Deus quiser, para melhor"

"É necessário que o poder público tenha capacidade deorganizar o espaço nas comunidades"

� Cartas para a redação de A Voz de Rio das Pedras, a/c doNúcleo de Cidadania, Rua Nova n0105, loja 2. e -mails

para [email protected]

Recebemos do comer-ciante Ricardo Fer-reira, pelo Facebook,a seguinte mensa-gem: “Tenho uma

peixaria há mais de 12 anos na Ruada Passagem, aqui em Rio das Pe-dras, e outra no complexo do Ale-mão, e nunca vi diferença declasse e tratamento tão grandes.

No Alemão temos suporte daLight e da Cedae. Aqui na nossa co-munidade não temos nem como li-gar para falar com algumresponsável, porque nunca recebe-mos respostas. No Alemão acaba-ram os ‘gatos’. Estou lá há apenasnove meses, mas sinto enorme dife-rença: esgoto não anda escorrendoentre os moradores, não fico semluz. Em Rio das Pedras fico sem luzpor causa dos ‘gatos’ e a Light dizque não tem previsão de retorno.

Então pergunto: Meus peixesirão estragar? Não é só comigo,mas com todos. E quem tem crian-ça pequena? O que fazer se a Lightdiz que não tem previsão? Algunsmeses atrás, tacaram fogo na En-genheiro Souza Filho para a Lightvir, porque já havia passado duassemanas sem luz. Tivemos quepuxar fios de outros lugares paranão termos prejuízos. Se eles nãovêm consertar, quanto mais res-sarcir nosso prejuízo!

Fora o esgoto. Falei com o Pi-mentel, engenheiro chefe da Ce-dae de esgotos. Ele veio. Se vocêsperguntarem ele dirá que conheceo Ricardo da Peixaria. Foi até edu-cado com nosso problema, mas ti-ve de fazer obras na rua sem ajudado poder público. Só os vizinhoscolaboraram com algum material.Recebemos muitas promessas,mas até hoje esperamos soluçãopara a Rua da Passagem. Até o Bra-zão (vereador Chiquinho Brazão)disse que iria solucionar, porquebasta uma chuvinha fina para fi-carmos ilhados.

Estive na associação de mora-dores, pedimos o caminhão vacuo(limpa-fossa), que até hoje nãochegou. Estamos vendo uma dasruas de movimento de comérciode maior popularidade se acabar.

Nasci e me criei aqui, não vimde fora não. Sei que isso tem quemudar e se Deus quiser para me-lhor. Minha peixaria vende paraquase todos os bares de Rio dasPedras. Vendo mais de 2 mil quilospor semana. Preciso de ajuda paraisso não acabar.”

NOTA DA REDAÇÃO: Nossa reporta-gem ouviu o presidente da Asso-ciação dos Moradores (Amarp),Fabrício Santos, que confirma ainformação do comerciante Ricar-do sobre o problema do esgoto naRua da Passagem e o pedido deum caminhão vacuo. Ele explicouque a prefeitura só dispõe de umcaminhão desse tipo para atendertoda a região da Baixada de Jacare-paguá e que só vem a Rio das Pe-dras às quintas-feiras, o que nãoatende à demanda da comunida-de. Disse, ainda, que a associaçãoestá comprando um vacuo parasolucionar o problema.

ANTES DEPOISAequipe dojornalcirculava pelasruas da

comunidade quando sedeparou com umaenorme poça, na verdadeum gigantesco vazamentobem em frente aorestaurante “Rafanete”, naesquina da EngenheiroSouza Filho com a RuaXaxá. Registramos odesabafo de Val, a dona dorestaurante que,desiludida, pensava atéem se desfazer do negócio,porque a inundação (fotoà esquersa) afungentava aclientela. Mas a Cedae,para quem enviamos areclamação publicada nojornal, deu um jeito (foto àdireita) e, pelo menos porenquanto, o pessoaldaquela área pode respirare viver aliviado.

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RIO, 24 DE SETEMBRO DE 2013

3Subprefeito reconhece carências da comunidade nas áreas de Saúde e Educação e anuncia investimentos da prefeitura nessas áreas.

Tiago Mohamed afirma que a Academia da Terceira Idade existente na Clínica da Família pode ser utilizada por todos os moradores.

Tiago Mohamed – Sim, conheço. APrefeitura já fez importantes obrasdentro do bairro, como Espaços deDesenvolvimento Infantil e umaClínica da Família.

– Várias vezes.

– Destacamos carência na área deSaúde e Educação. A populaçãoaumentou muito nos últimos anose não houve investimentos públi-cos. Quando entramos na Prefeitu-ra percebemos uma demanda nãoatendida de vagas em creches e es-colas e de saúde. A prefeitura cons-truiu dois Espaços deDesenvolvimento Infantil na co-munidade e uma Escola Munici-pal. Também inaugurou umaClínica da Família e vai fazer outraclínica para atender 100% da po-pulação. Há questões de infraes-trutura que precisam serresolvidas, como saneamento bá-sico, e a questão do lixo. Nosso de-safio é melhorar os serviços decoleta, que em Rio das Pedras é fei-ta diariamente, e ampliar as açõesde educação para resolver de ma-neira definitiva a questão do des-carte irregular de lixo.

– Esse desejo de se tornar bairronunca foi explicitado pelos mora-dores de Rio das Pedras. Falamossempre com lideranças locais e esseassunto não foi abordado. Não seise virar bairro vai resolver o desejodos moradores. Acredito que elesquerem mais investimentos públi-cos. Não é se transformar em bairroque vai melhorar Rio das Pedras.

– Não é verdade. A prefeitura teminvestido em todas as áreas da cida-de. Em comunidades pacificadas fi-ca mais fácil o trabalho, masestamos fazendo obras nos bairrosque precisam indiferentemente sea área tem problemas de violência,de milícia, ou de tráfico. Em Rio dasPedras construímos Espaços deDesenvolvimento Infantil (creches)e uma escola, mesmo sem UPP.

– Academia da Terceira Idade existena Clínica da Família e pode serutilizada por todos os moradores. Aconstrução de uma Vila Olímpicapode ser estudada. Existe uma pra-ça com campo de futebol e algunsespaços para lazer das crianças.Anos atrás áreas públicas foram in-vadidas. Mas desde que entramosna prefeitura não permitimos maisinvasões e recentemente transfor-mamos uma dessas áreas em umespaço de lazer para as crianças.

– Antes da gestão de Eduardo Paesse observava alguns conflitos entreas Subprefeituras e as Regiões Ad-ministrativas (RA). Agora nesse es-quema de apenas seissubprefeitos, eles despacham dire-to com o prefeito e isso contribuipara uma gestão mais eficiente.Quando diminuiu de 18 para seis,fortaleceu os subprefeitos, igualan-do-os ao nível dos secretários.

– Quero muito que a população te-

“NÃO VAMOS DESCANSAR UM MINUTO PARA CONSEGUIR AS MELHORIAS PARA OS MORADORES”

Responsável pela administração da nossacomunidade, o subprefeito da Barra eJacarepaguá, Tiago Mohamed, de 36 anos,tem cara de alemão, nome de árabe edisciplina de um suíço da Guarda do Vaticano.Acorda cedo. Pratica tênis ou corrida, quasetodas as manhãs. Também joga futebol e émarrento: diz que é bom de bola. Rubro-negro, começa a cobrar as coisas bem cedo,despachando e-mails ou telefonemas para osassessores a partir das 7 horas, numa rotinasemelhante ao do prefeito Eduardo Paes, comquem trabalha há 13 anos. Casado, pai de umfilho, natural de Duque de Caxias e residentena Cidade Jardim (Curicica, na Barra),formado em Administração e graduado emMarketing, ele concedeu ao nosso jornal aseguinte entrevista:

ENTREVISTA TIAGO MOHAMED - SUBPREFEITO DA BARRA E JACAREPAGUÁFOTOS DE FÁBIO COSTA

nha um atendimento de saúde sa-tisfatório. Meu objetivo é que 100%da população seja atendida. Com aconstrução de mais uma Clínica daSaúde da Família vamos atingir es-se objetivo. Antes existia apenasum posto de saúde, com capacida-de para no máximo dez pessoas.Hoje temos a Clínica da Família Ot-to Alves de Carvalho. A clínica aten-de 31.500 pessoas, conta com noveequipes de saúde da família e qua-tro de saúde bucal. São realizadasem média 3.600 consultas médicasmensais, além de procedimentosambulatoriais, exames e consultasde enfermagem e dos agentes desaúde. Na clínica é possível realizarexames laboratoriais, ultrassono-grafia, raios-x, el etrocardiograma,curativos, vacinação, planejamen-to familiar, teste do pezinho, acom-panhamento de pré-natal, além dedistribuição de medicamentos. Naclínica também funciona uma Aca-demia Carioca da Saúde. A clínicafica na Avenida Engenheiro deSouza Filho, s/nº – Jacarepaguá, eatende de segunda a sexta-feira, de8h às 20h, e aos sábados, de 8h às12h. Também faremos investimen-tos em Educação. Entendemos quealguns problemas, como o descar-te irregular de lixo, só se resolvecom educação. Não vamos des-cansar um só minuto para que asmetas sejam cumpridas.

– A Prefeitura fez um levantamentode terrenos para a construção des-sa Clínica da Saúde da Família, quejá tem verba no orçamento, e paraa construção de escolas e creches,também com verba disponível noorçamento.

– Quem tem que fazer avaliação é apopulação. Rio das Pedras temproblemas, mas avançamos em re-lação a 2009. E vamos trabalharmais ainda para fazer tudo o queestá previsto.

– Se alguém estiver na Clínica daSaúde e precisar de ambulância, aprópria equipe da clínica provi-dencia. Há um sistema chamadoSamu que é um serviço destinado atoda população no município doRio de Janeiro. Ligando para o nú-mero 192, os usuários localizadosno Município do Rio de Janeiro sãoatendidos e avaliados por telefone,por profissionais que irão acolher eclassificar o grau de urgência dopaciente, conforme protocolo deAcolhimento e Classificação deRisco e Portaria 2048 do Ministérioda Saúde. Se o paciente estiver naclínica, essa transferência para umhospital é feita pela própria equipeda clínica. Não há necessidade decada unidade ter uma ambulância

parada. Quanto ao atendimento,nas Clínicas de Saúde da Família,os moradores são atendidos po ruma equipe composta por técni-cos de enfermagem, enfermeiros,médicos e outros profissionais daárea de Saúde. É um atendimentode prevenção. Semelhante ao queos planos de saúde oferecem paraseus pacientes, através de consul-tas de rotina. Antes dessas clínicas,pacientes do Sistema Único deSaúde (SUS) lotavam os hospitais,porque só procuravam um atendi-mento médico nas emergências,ou seja, quando estavam doentes.

– Em relação a novas escolas, a pre-feitura do Rio anunciou a constru-ção das primeiras 109 unidades doprograma Fábrica de Escolas doAmanhã que, até 2016, vai entregarà cidade 250 unidades de ensinoque funcionarão em turno único.Com investimento total de R$ 1,4bilhão serão construídas 109 unida-des, das quais 77% ficarão na ZonaOeste da cidade. Está prevista tam-bém a construção de mais uma Clí-nica da Família em Rio das Pedras.O objetivo é chegar em 100% deatendimento da população local.

– Quero dizer que tenho muito ca-rinho por Rio das Pedras. O gover-no Eduardo Paes tem trabalhadomuito para melhorar a qualidadede vida da população em geral.Não vamos descansar um minutopara conseguir as melhorias paraesses moradores.

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RIO, 24 DE SETEMBRO DE 2013

Há sempre oferta de crechesparticulares para quem podepagar, como essa da rua dasHortencias no Aeal 1

Também faltam vagas nas escolas, não é só nas creches” Marília, 39 anos, mãe de Thales, e avó de Guilherme.

“Deixam o terreno abandonado, jogam lixo. Aí eu boto fogo, para espantar os mosquitos”4

RIO, 24 DE SETEMBRO DE 2013

5Quem tem dinheiro consegue. Quem não tem, tem de ter sorte” Cleane, mãe de Gustavo, 2 anos.

OS PAIS DAS NOSSAS CRIANÇAS JÁ VIVEM A EXPECTATIVA DE PODER GRITAR "BINGO!" NO SORTEIO PREVISTO PARA DEZEMBRO DAS POUCAS VAGAS ABERTAS PELA PREFEITURA NOS DOIS ESPAÇOS DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL DA NOSSA COMUNIDADE

"Eu estava assim. Levei uma trombada de um caminhão da prefeitura, fiquei assim, todo capenga,esperando que viessem me socorrer, mas nada. Continuei resistindo, segurando toda a carga dessa cadavez mais pesada e enrolada teia de aranha formada por tantos fios, desde os poucos que são ligadoscorretamente aos raros relógios da dona de minha vida (a senhora Light) até os ilegais (‘gatos’), que sãomaioria absoluta na nossa comunidade, onde estou fincado até a raiz, aqui nesse cantinho, abandonado àprópria sorte. Já consertaram o buraco da esquina de minha rua, já arrumaram um pouco melhor ascaçambas pro pessoal colocar o lixo...mas, quanto a mim, nada. Verguei ainda mais, quebrei, estou quaseno chão. Parece até que a culpa é minha, que eu é que não quero sair daqui, que passo as 24 horas de cadadia cantando a velha marchinha de carnaval, ‘daqui não saio, daqui ninguém me tira’, até acontecer atragédia anunciada e meu corpo se esborrachar no chão e todo mundo ficar no escuro, sem luz, sem águagelada, sem tudo.” Assinado: Poste da Rua Nova.Até quando, dona Light?

DAQUI NÃO SAIO, DAQUI NINGUÉM

ME TIRA

Ésó andar pelas vias ou ruelas da nossa comunidade,principalmente pela manhã, para observar um vaie vem de mães, algumas muito jovens, carinhas deadolescentes, carregando os filhos nos braços. Per-gunta aqui, pergunta ali, constatamos um drama

que está a exigir, principalmente da prefeitura, solução urgente:a falta de vagas nas creches para uma população que cresce fre-neticamente, como é o caso de Rio das Pedras e comunidadesvizinhas, como Muzema e Tijuquinha. A angústia das mães epais das crianças aumenta com a chegada do fim de ano, porqueem dezembro está previsto o sorteio das vagas que serão ofere-cidas. O que já se vê não passa de uma meia solução, um anal-

gésico para aliviar a dor, quando o problema exige uma dosemuito mais forte para curar o mal pela raiz: o número de ofertasde vagas tem de ser no mínimo igual à procura. Um exemplodesse quadro de expectativa e dramaticidade é o depoimentode Maria Aldenir à nossa reportagem. Disse ela:

- Deixei Piripiri, minha cidade lá no Piauí, com minha filhade um ano e quatro meses e vim morar na casa de meu irmãoaté conseguir um trabalho de faxineira ou de serviços gerais paragarantir meu sustento, poder alugar uma casa. Por isso saiotodos os dias para lutar por uma inscrição no sorteio que vãofazer nas creches da prefeitura e conseguir uma vaga no ano quevem para deixar a Manuela enquanto trabalho. Espero ter sorte.

A mesma esperança de poder gritar "Bingo!", no aguardadosorteio de vagas de dezembro, é acalentada pela jovem Cleane,de 20 anos, mãe de Gustavo, de dois, que encara o problema

com muita consciência:- Quem tem dinheiro, e aqui, na nossa comunidade, são bem

poucos, não tem tanto esse problema, pode pagar uma crecheparticular, contratar uma babá, ou mesmo ficar em casa só cui-dando das crianças. Já quem não tem recursos e precisa traba-lhar, como eu, tem que contar mesmo é com a sorte, ter abolinha premiada.

Bolinha premiada quem também espera ansiosamente con-seguir é o carpinteiro maranhense Adilson, de 27 anos, parapoder se livrar do gasto mensal que tem com uma creche parti-cular onde deixa o filho Raymisson, de três:

- Para mim é um preço salgado (R$ 200,00), mas não tenhooutra opção. Raymisson fica lá das sete da manhã às cinco datarde. Na hora do almoço, quando posso, pego ele para brincarum pouco comigo e com o avô (seu Adailton, de 60 anos, apo-

sentado). Não fui feliz no sorteio do ano passado, não conseguia vaga, mas agora em dezembro espero tirar a bola quente.

O drama de quem precisa criar os filhos e trabalhar afeta atéquem tem melhores condições de vida, empregos mais bem re-munerados. É o caso do paraibano Flávio Lima, de 31 anos, queé caixa de um restaurante na Barra, e de sua esposa, Adalúbia de27:

- Não é só o problema de conseguir uma vaga na creche.Existe ainda a dúvida sobre as condições em que você vai deixarseu filho ou filha, quem vai cuidar deles. Eu não vivo esse dramaporque ganho no meu trabalho um salário que não exige queminha mulher tenha de trabalhar e assim ela pode acompanharo crescimento da Gabrielle, minha filha de três anos. E aindacontamos com o apoio da avó, minha mãe (Maria das Graças,de 58 anos). Sem contar que moro em casa própria e não pago

aluguel. Mas tenho vizinhos e amigos que não têm essas con-dições e precisam que o governo encontre uma solução justapara todos.

Solução justa que faz com que Kaene, uma cearense de 22anos, há quatro morando na vizinha comunidade da Tijuqui-nha, saia de casa com a filhinha no colo, de apenas 24 dias,venha para Rio das Pedras, já extremamente preocupada emconseguir se inscrever para o sorteio de dezembro e garantirvaga para deixar a menina, porque tem de correr atrás do sus-tento:

- Tenho de trabalhar para ajudar o pai, que é ajudante de pe-dreiro, a sustentar nossa família e nossa casa. Rezo todo dia etenho fé de que vou conseguir o lugar para deixar minha filhinhaenquanto trabalho aqui mesmo em Rio das Pedras. Na Tijuqui-nha não tem creche.

Numa comunidade carente, como a nossa, o drama dos pais aumenta nahora de ter de deixar os filhos e ir trabalhar para ganhar a vida e manter a casae a família. Como o número de creches oferecidas pelo poder público está aindamuito aquém da procura, uma das opções é entregar as crianças aos cuidadosde pequenas creches particulares, como a da Tia Cláudia (foto), na Rua Espadade São Jorge, 79, no Areal 1. Uma casinha simples, pintada de verde, onde na salada frente está o espaço ocupado pelas 10 crianças. - Uso toda a experiência que adquiri cuidando de crianças, como babá em casasde famílias para ajudar meu esposo, que é segurança, a criar nossos quatrofilhos. Essa pequena creche começou a funcionar aqui há dois meses, depois queas obras de saneamento terminaram. São dois turnos, o primeiro de sete às 17horas, dura dez horas e custa R$ 180, o segundo dura seis horas, do meio dia às18 horas e custa R$150 por mês. A comida das crianças é por conta dos pais, quedeixam os alimentos aos meus cuidados. Cuido da saúde deles. Se há algumasituação de emergência levo à Clínica das Famílias - explica tia Cláudia, umacarioca de 43 anos, nascida e criada na Zona Norte, dona do negócio, narealidade uma babá comunitária :- Quando criança gostava de brincar de casinha, cuidar das bonecas. Tive quatrofilhos homens, já criados e bem encaminhados na vida. Procuro manter umclima de alegria e harmonia e meu lema é cuidar bem das crianças para merecera confiança dos pais. São todos meus filhos – conclui tia Cláudia.

UMA BABÁ COMUNITÁRIA

O terreno baldio, abandonado, na Rua Espada de São Jorge, onde recentementeterminou as obras de colocação dos novos bueiros da rede de esgotos pelaCompanhia Estadual de Habitação (Cehab), fica quase em frente à Creche da TiaCláudia, que diariamente recebe dez crianças para cuidar, enquanto os pais e mãessaem para trabalhar. Mesmo com a campanha feita por alguns moradores - àfrente o Seu Eduardo (foto), um dos mais antigos de Rio das Pedras -, no sentidode que não se jogue lixo ou quais outros objetos no local, muitos insistem emignorar os apelos:- Como aqui tem muita criança, muito idoso, o acúmulo de lixo, o mato que crescesolto, atrai moscas e mosquitos. Até cobras já apareceram. Como até agora aprefeitura não ouviu nossos apelos, não coloca caçambas para o pessoal botar olixo, sou obrigado a tacar fogo, queimartudo. Mas quem também tinha deresolver o problema é o dono doterreno, o seu Jorge do Gás, umaposentado que nunca aparece -reclama Seu Eduardo.A moradora da casa bem em frente aoterreno abandonado, no número 49,Maria José Soares (foto), mãe de quatrofilhos pequenos, entra na conversa edesabafa:- Sei que Seu Eduardo tem de queimar omato e o lixo, mas isso acaba causandodoenças nos olhos e nas gargantas dascrianças alérgicas à fumaça.

TERRENO ABANDONADO,TERRENO QUEIMADO

CADÊ MINHA VAGA NA CRECHE?

A VOZ QUE NÃO VAI CALAR

Alessandra, 16 anos e Manuela, 5 meses ,vendedora vai tentar a sorte em dezembro

Elisângela, 16 anos, com João Kelvy, 1 ano e 3 meses, vai entrar no sorteio,porque precisa da vaga para continuar os estudos no Fundamental

Flávio Pires, 31 anos, com a filha Gabrielle, 3, a esposa Adalúbia, 27 ea mãe Maria das Graças, 58, diz que é preciso poder escolher a creche

Cleane, 20 anos, com Gustavo, 2 anos: e depois do sorteioainda tem de esperar a escolha pela comissão

Adilson, 27 anos com Raymisson, 3 e o avô Adailton, 60 nãopodem continuar pagando R$ 200 mensais e vão tentar a sorte

Keane, 22 anos com a mãe e José Arthur, 24 dias,moram na Tijuquinha, onde não há creche pública

Maria Luiza e a filha Maria Fabiana, 2 anos, acha que temmuita procura para pouca vaga nas creches de Rio das Pedras

Maria Aldenir e Manoela, 1 ano e 4 meses chegaram há 2 meses de Piripiri no Piauíe mãe precisa muito da vaga na creche para poder trabalhar e ganhar a vida

Marília com o filho Thales, 6 anos e o netoGuilerme, 4 meses: nem escola, nem creche

Adriana, 18 anos, com Caio Gabriel, 8 meses,não confia em creche e vai criá-lo em casa

Fabiana Roberto, 20 anos e Márcia Cristina, 1 mês: “não tenhocomo pagar creche particular

Maria da Paixão com o filho Joel, 4 anos: Eu botei na creche particular, ele quebrou trêsdentes”. Aqui na pública (Otávio Henrique de Oliveira) ele é mais bem tratado

FOTOS DE LAERTE GOMES

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Na Avenida EngenheiroSouza Filho, um dosprincipais acessos àRio das Pedras, é o re-trato da falta de consideração e respeito

do poder público para com a nossa comunidade. Éuma via pública que, não sendo urbanizada, vive deremendos. Há quatro meses, a Comlurb procurou tra-tar da sua parte e cercou os dois lados da pista combarragens de pneus usados. A companhia municipalde limpeza urbana informou ao nosso jornal que o tre-cho era um ponto de descarte irregular de lixo, entulhoe bens inservíveis e fez a intervenção no local porqueali não há nenhum tipo de urbanização. E este detalhea reportagem constatou ao observar que basta umachuvinha miúda e aquele trecho fica alagado, por cau-sa da depressão da pista, que mais parece um tobogã.E mais: por ser uma área muito grande, a gerência de serviços do bairro optou por colocar pneus com terrapara coibir o vazamento inadequado. A manutençãono local é diária. Antes, a Comlurb fazia de 10 a 15 via-gens de caminhões lotados de resíduos. Hoje, diz aempresa que isso não acontece mais. E para dar umaspecto melhor ao local foram plantadas algumas es-pécies de plantas nos vãos dos pneus, tais como: ficus,espirradeira, pingo de ouro, entre outras. Essa provi-dência revela que há órgãos da Prefeitura que não fa-lam a mesma língua. Enquanto a Comlurb busca umasolução provisória, um quebra-galho para evitar pio-res consequências, o órgão responsável pela urbaniza-ção não cuida de fazer a sua parte numa avenida daimportância da Engenheiro Souza Filho, o principalacesso viário à nossa comunidade.

NA FALTA DEURBANIZAÇÃO,COMLURBQUEBRA O GALHO COM PNEUS

BARREIRACONTRA O LIXO

Duas situações distintas. Numa, a barreira de pneus, com plantasdecorativas, uma improvisação da Comlurb para evitar que aquele trecho da via principal de acesso à nossacomunidade virasse uma lixeira. Noutra, sem ter por onde escoar, a água das chuvas forma um piscinão na pista, causando transtornosaos motoristas

Se andassem, essesmanequins da loja de modasna esquina das ruas doAmparo com Vila Valejá poderiam sair desfilando.Antes, estavam cercadas pelolixão em frente. A colocaçãode lixeirase caçambas, o recolhimentodiário e a vigilância de umsegurança devolveram oglamour ao local

É como podemos chamar a esquina das ruasdo Amparo e Vila Vale, onde se concentrauma variedade de lojas de moda, sapatos,boas lanchonetes e também alguns points ebarzinhos, que preenchem a rotina dosjovens antenados da nossa comunidade.Antes, essa esquina se transformava eminsuportável esquina do lixo, tal o número dedejetos ali despejados, em parte por causada falta de lixeirinhas e caçambas paracolher o lixo. As lixeirinhas vieram, foramcolocadas alí pela Amarp, mas em princípionão resolveu o problema, ao contrário,agravou, segundo a dona da loja de modasda esquina, porque a coleta não é constantee a quantidade de lixo era muito acima dacapacidade das lixeiras, que acabavamtransbordando. Além de as caçambasatrapalharem a entrada e saída das lojas,tiravam o visual das vitrines e mostruários.Comunicada, a Amarp concordou, retirou aslixeiras e a solução agora é uma só: placasgrandes em letras garrafais avisando "Éproibido jogar lixo aqui” e alertando para amulta da nova lei que pune quem forflagrado jogando lixo, papel ou ponta decigarro no chão. E ainda há no local umsegurança para fazer a lei ser cumprida.

ESQUINACHIQUE

Sem urbanização, trecho da Avenida EngenheiroSouza Filho é cercada por pneus para não virar depósito de lixo.

A esquina das ruas do Amparo com Vila Vale, queera um verdadeiro lixão a céu aberto, agora tomoujeito e ganhou um aspecto mais civilizado.

FOTOS DE LAERTE GOMES

FOTOS DE FÁBIO COSTA

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7O lema da diretora do Caic é: Tá mal feito, conserta.Tá mal cuidado, arruma. E passa a cuidar paraconservar e melhorar.

Hoje são servidas quatro refeições diárias: lanche às9h30min, almoço às 12h, lanche da tarde às15h30min e jantar às 18h.

“Tá mal feito, conserta.Tá mal cuidado, arru-ma. E passa a cuidarpara conservar e me-lhorar. Esse é o lema

que me acompanha desde que entrei parao magistério, há 47 anos, na Escola Munici-pal Julia Kubitschek, nome que homena-geia a mãe do ex-presidente da República,Juscelino, o JK”.

Assim começou nossa conversa com aprofessora Josefa Castro Guimarães, dire-tora-geral do Centro de Apoio Integrado àCriança e ao Adolescente (Caic) Euclidesda Cunha, cuja filosofia e arquitetura se-guem o modelo dos Cieps (Brizolões) cons-truídos nos oito anos em que nosso estadofoi governado pelo engenheiro Leonel Bri-zola. Os Caics foram planejados pelo ex-presidente da República Fernando Collor eseguido pelo sucessor Itamar Franco, e pe-lo ministro da Educação, o professor deHistória Murilo de Avelar Hingel, um entu-siasta do projeto de escola em tempo inte-gral do vice governador de Brizola, ex-chefeda Casa Civil do presidente JK e ex-senadorDarcy Ribeiro.

Dona Josefa, que tem dupla nacionali-dade - nasceu há 62 anos, em La Coruña,Espanha – enviou e-mail para nosso jornala respeito da matéria “Caic, caindo aos pe-daços, mas ainda pulsando”, publicada emnossa edição de número 3. Na mensagem,ela reconhecia o conteúdo e as denúnciassobre as condições em que encontramos aescola, apontou um equívoco cometido namatéria (tratando a escola como munici-pal, quando é estadual) e nos convidou pa-ra uma revisita a escola, a fim deacompanharmos as obras que, de fato, es-tão sendo feitas. Com a autoridade de pro-fessora formada pela Escola JúliaKubitschek, doutorada em Matemática pe-la Uerj e em Arquivologia pela Unirio, elaafirma:

- A única contestação que tenho a fazersobre a matéria que vocês publicaram é so-bre a quantidade e a escassez da merendaescolar oferecida aos alunos e funcioná-

rios. Foi minha primeira providência, logoque aqui cheguei, nomeada pelo secretárioestadual Wilson Risolin, em abril de 2012.Não havia falta de alimentos, havia desper-dício, más condições de conservação, mádistribuição. Estabeleci como tarefa priori-tária organizar o setor e hoje são servidasquatro refeições diariamente: lanche às 9 emeia da manhã, almoço ao meio-dia, lan-che da tarde às 15h30min e jantar às 18 ho-ras. Está tudo à mostra para quem nosvisita e para a imprensa verificar e compro-var.

Nesta volta ao Caic foi possível consta-tar as obras em andamento, dentro das me-tas que a diretora disse haver estabelecido:

- Tenho um orçamento a seguir, o quecontrolo na ponta do lápis. É meu compro-vante para as reformas que pretendo verimplantadas na minha gestão. Depois damerenda, outra prioridade foi atacada, a dereforma das calhas, enferrujadas e malconservadas, que causavam inundaçõesinternas em dias de chuva. Acionei a Emop,

o doutor Elias nosvisitou e aprovou averba própria. Elasestão sendo todassubstituídas. Outroproblema era a deenergia. Havia des-de fios desencapa-dos, até “gatos”.Acionei a Light e, senoto demora nas soluções, volto a cobrar.

Seguindo seu lema, Dona Josefa já come-çou também a realizar o desejo de ter um jar-dim e uma horta no quintal da escola:

- Meu conceito sobre a escola pública éo que trago no sangue, vem de minha ori-gem, de meus pais. É a de cuidar e conser-var o patrimônio público como se fossemeu, minha casa, minha família. Tudo po-de ser simples, mas tem de estar limpo,bem arrumado e funcionando. Assim, que-ro colher frutas e legumes e ver surgir floresno jardim da nossa escola. Só não posso éresolver conflitos de competência, como

esses que costumam aocorrer entre prefeitu-ra, estado e União.Não posso e não voufechar buraco de nin-guém.

E continuou:- Com a União tem

sido mais fácil. Hámais diálogo e inte-

resse. Mais difícil tem sido com a área mu-nicipal. Como a nossa escola fica vizinhaao novo prédio do Espaço de Educação In-fantil-Clínica da Família, aqui do lado, elesinvadiram nosso quintal. Até cavalos foramdeslocados para nosso terreno. Por isso, es-tou murando e espero que os responsáveisvenham tirar os cavalos daqui. O problemado lixo, do lado de fora de nosso muro daRua Nova, parece mais bem encaminhadoe está melhorando o horrível aspecto, nu-ma área tão nobre, que tem, além da nossaescola, um Ciep em frente, o Ciep Lauro deOliveira Lima.

OS SACOLÉS EXÓTICOS DO RAIMUNDOVendedor de sacolés de sabores exóticos - como beterraba com leite, carambola,maxixe, entre outros -, o cearense Raimundo Prado (fotos), veio para a nossacomunidade em busca de uma vida melhor. Morador há quase dois anos, leva a vidacom alegria, apesar das dificuldades, como o custo de vida no Rio de Janeiro.- Aluguel aqui em Rio das Pedras é muito caro - queixa-se.Com um sorriso permanente, o senhor, que vende 70 sacolés por dia, querestabelecer seus negócios como comerciante. O sonho: juntar as economias paraadquirir a casa própria. (Júlio César Ramos)

DIRETORA GARANTE QUE O CAIC ESTÁ

MUDANDO: PARA MELHOR

A DIRETORA-GERALJOSEFA CASTROGUIMARÃES DIZ QUETEM A ADMINISTRAÇÃODA ESCOLACONTROLADA NAPONTA DO LÁPIS

Os alunos no páteo limpo, o muro para isolar o quintal, o refeitório, as salas de aula com janelas recuperadas, a biblioteca funcionando. Mas falta limpar a parte externa

FOTOS DE FABIO COSTA

FOTOS DE LAERTE GOMES

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RIO, 24 DE SETEMBRO DE 2013

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Para os torcedores assistir os jogos é motivo de festa e eles levam até as crianças como a da foto que estátrocando de fralda enquanto Socorro posa com os filhos e o goleiro do Siri, Antonio, mostra o jornal

Ogol demorou a sair, mas veiono segundo tempo, pelo péesquerdo de seu melhor jo-gador, Maurício, um meiaque é destro, mas que ao ver a

bola quicando à sua frente, emendou e deci-diu o difícil e disputado jogo contra o valen-te e aguerrido Nordeste. A vitória de 1 a 0,além de garantir a classificação do Timãopara as quartas-de-final, que serão disputa-das no domingo, 6 de outubro, deu ao time aprimeira colocação da Chave A, que lhe ga-rante enfrentar o quarto colocado da chaveB, que será decidida no próximo domingo,29. Os alvinegros terminaram empatadosem número de pontos com o Chelsea (17),mas ficaram com a liderança final da chavepelo critério do confronto direto, já que ven-ceram os azuis por 2 a 1 na quinta rodada. Jáos tricolores do Nordeste acabaram a faseem quinto lugar e foram eliminados.

Os outros finalistas da chave A são oChelsea, que vai enfrentar nas quartas o ter-ceiro colocado da chave B, o SAG (SociedadeAnônima da Gardênia), que é o atual cam-peão do Solazer e luta pelo bicampeonato, eo Estrela da Gama, que enfrentará na próxi-ma fase o primeiro colocado da chave B.

Depois da oração de agradecimento pelavitória e a vaga assegurada, Mauricio nãoescondeu sua satisfação e confiança empartir para conquistar o título:

- Temos time para isso, estamos jogandocom uma marcação forte e chegando emvelocidade ao ataque. Nesse jogo pegamosum time que ainda brigava pela vaga, masfomos recompensados e o gol saiu na horacerta. Eu usei a perna esquerda e deu certo -disse o jogador, de 27 anos, eufórico, com afilha Ana Luiza, de cinco, no colo, torcedorafanática do Timão e do pai.

Ainda segundo Mauricio, que já fez trêsgols no campeonato, os mais fortes adver-sários do seu time serão o SAG, da Gardê-nia, o Juventude e o Ceará, estes doisúltimos da chave B.

TIMÃO VIRA LÍDER E ASSUME FAVORITISMO

RESULTADOSChave A - 9a Rodada-22/09Corinthians 1 x 0 Nordeste

Piauí 0 x 0 S. Luiz *S.A.G. 2 x 2 Estrela D.G.Real 0 x 1 Chelsea *Manin 0 x 7 Madri

RESULTADOSChave B - 8a Rodada-15/09

Inter 2 x 4 SiriMorro do Banco 0 x 1 Samuel *Nova Esperança 0 x 1 CearáJuventude 6 x 0 Guimarões

Bahia 1 x 0 Ajax *

ÚLTIMA RODADAChave B - 9a Rodada-domingo 29

Juventude x N.EsperançaAjax x Siri

Bahia x GuimarõesInter x Morro do Banco

Samuel x Ceará

Jogador de futebol acha que é Deus; o árbitro de futeboltem certeza que é.Aqui no nosso campo, no comando de uma partida, JoãoPedro, de 19 anos, é a imagem soberana de quem tem opoder supremo de definir um resultado, de decidir umainfração e até determinar o tempo de prorrogação quepode mudar o destino de uma equipe.

Longe de considerar-seum Deus – por serevangélico e devotarobediência a Cristotambém conhecido como“Pastor” – João Pedrodescobriu ainda criança avocação para ser ohomem do apito.Baixinho e, comoreconhece, sem jeito parajogar bola, começou aacompanhar as peladas eos jogos dos torneios em

sua cidade natal, Hidrolândia (CE), atéalcançar, aos 17 anos, a situação defederado da Federação Cearense deFutebol. Hoje, seu objetivo é integrar oquadro de árbitros da Federação deFutebol do Estado do Rio de Janeiro(Ferj) e – quem sabe? – da Fifa. - Era como ser goleiro, ninguém queria,ou então era escolhido o pior do timenas peladas. Hoje não. Tem muitogaroto que escolhe mesmo ser goleiro,sonha ser um Dida, um Jefferson, umJúlio César. Mas também já é grande onúmero dos que querem ser um HéberLopes, um Marcelo de Lima Henrique. É o meu caso,desde que cheguei no Rio, há dois anos. Vim direto aquipara Rio das Pedras, fui me enturmando,acompanhando o campeonato, fui enfimexperimentado em jogos de pelada e estou agoraapitando jogos do Socialize, porque adquiri conceito econfiança dos times e da comissão organizadora – conta

João Pedro.Com seus 1m65cm de altura, ganha R$50,00 por partida apitada no Socialize.Ele também apita peladas às noites desegundas, terças e sextas-feiras,recebendo R$ 30,00 por partida, o que dáuma média de, no mínimo, R$ 190,00 porsemana, engordando sua conta mensalem bem-vindos R$ 800,00. O restante darenda mensal ele completa com o saláriode sua outra profissão, a de confeiteiro,fazendo doces numa confeitaria noGrajaú, das sete da manhã às cinco horasda tarde.

- É assim que estou fazendo meu pé de meia para juntaros R$ 6.500,00, valor da taxa (salgada) cobrada pelaFerj para quem quer ser federado não só lá no Ceará,mas também aqui no Rio – concluiu “Pastor”, com oapito na mão e as regras do futebol na cabeça, que elesegue à risca, com a mesma obediência que dedica àbíblia.

NA BÍBLIA DO ‘PASTOR’,AS REGRAS DO FUTEBOL

O grande jogo da rodada e um dos melhores até aqui de todo o cam-peonato foi entre o até então líder Nova Esperança (18 pontos), já ga-rantido nas quartas-de-final, e o bom time do Ceará, que precisava davitória a qualquer preço para também continuar sonhando com a va-ga. Empurrado por sua grande torcida, o alvinegro venceu por 1 a 0chegou aos 17 pontos e agora depende só de um empate contra o jáeliminado Samuel na última rodada, dia 29, para ser um dos quatro fi-nalista de sua chave. O novo líder da chave B é o Juventude (19 pon-tos), que goleou o Guimarões por 6 a 2. A terceira e quarta vagas da

chave será definida na nona e última rodada por Ceará, Bahia e Siri,este após haver ganho de 4 a 2 do Inter, num jogo muito disputadoe cheio de alternativas, e ainda ter sido beneficiado com os 3 pon-tos do jogo da sétima rodada que empatou por zero a zero com olanterna Guimarões, que escalou um jogador sem condições deatuar e foi punido com a perda do seu único ponto na competição.

*Vitórias conquistadas por W.O, pelo não comparecimento dos já eliminados

Morro do Banco e Ajax.

CEARÁ, BAHIA E SIRIBRIGAM PELAS DUASÚLTIMAS VAGAS

O Ceará venceu o lider Nova Esperança no clássico da oitava rodada e agora só precisa empatar com o Samuel. Já o Siri (no detalhe) passou pelo Inter, mas depende de um milagre para ir às quartas

FOTOS DE JULIO CESAR VIEIRA

FOTOS DE JULIO CESAR VIEIRA

FOTOS DE FÁBIO COSTA

CHAVE A CLASSIFICAÇÃO FINAL

1 - Corinthians .................................................172 - Chelsea .......................................................173 - S.A.G ..........................................................164 - Estrela da Gama ........................................14

* Os quatro vão disputar as quartas de final

Mauricio, que é destro, chuta de esquerda para marcar o gol da vitória do Corinthians sobre o Nordeste que garantiu a classificação do seu time em primeiro lugar da chave

lgkgkgk NOSSO JORNAL VIROU LEITURA OBRIGATÓRIA DAS TORCIDAS