Ação Juros Banco

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) JUIZ(a) DE DIREITO DA __VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARÍLIA, ESTADO DE SÃO PAULO. 

    CLAUDIO ROGÉRIO DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, educador social, portador do RG n°. 25.133.694 e inscrito no CPF/MF sob o n°. 250.693.448-03, residentee domiciliado a Rua Abraão Pedro Badiz, n°. 250, Jardim Continental, nesta cidade deMarília/SP - CEP: 17524-115, por intermédio de sua advogada infra-assinada, mandato procuratório em anexo, vem com o devido respeito e acatamento a presença de VossaExcelência, ajuizar a presente

    AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO

    Em face de BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A., inscrito noCNPJ sob o n˚ 07.207.996/0001-50, com sede na Cidade de Deus - Prédio Prata- 4˚ andar- Vila Yara - na cidade de Osasco - Estado de São Paulo, CEP 06029-000, emdecorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    I – DOS FATOS

    O Requerente celebrou com o Requerido, na data de 31/10/2011, o denominadoCONTRATO DE FINANCIAMENTO DE BENS E/OU SERVIÇOS COMGARANTIA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS.

    O contrato denominado acima e sob o n˚4296494018, é referente a aquisição deum veículo marca FIAT, modelo: PÁLIO (FLEX), Versão: Fire Economy (celebr. 11) 1.0

    8V A/G 2, Ano Modelo: 2011 e Ano fabricação: 2010, Chassi 9BD17106LB5689760,Combustível: Flex-Gasolina.

    O requerente no ato da contratação efetuou o pagamento de R$ 1.850,00 (um miloitocentos e cinquenta reais), parcelando em 60 (sessenta) parcelas de R$ 652,46(seiscentos e cinquenta e dois reais e quarenta e seis centavos), o restante dofinanciamento no valor total de R$ 23.751,33 (vinte e três mil, setecentos e cinquenta eum reais e trinta e três centavos).

    Todavia, em desrespeito à falta de conhecimento técnico do requerente, foiintroduzida no contrato, cláusula de cobrança de TAC (tarifa de cadastro) no importe deR$ 695,00 (seiscentos e noventa e cinco reais) bem como Tarifa de Avaliação de Bens no valor de R$ 210,00 (duzentos e dez reais) despesas abusivas e indevidas pregadas nocontrato anexo, as quais variam de instituição para instituição, contudo os valores sempresão excessivamente onerosos ao consumidor, que em face da sua falta de experiência etécnica, acaba por ser ludibriado pelos fornecedores.

     No ato da contratação ficou estipulada cobrança de juros de 1,78% (um, setenta eoito por cento) a.m. (ao mês) para pagamento nos seus respectivos vencimentos, e jurosde 23,64% (vinte e três e sessenta e quatro por cento) a.a (ao ano)

    Excelência, o referido contrato de financiamento alcançou o valor de R$39.147,60 (trinta e nove mil, cento e quarenta e sete reais e sessenta centavos) sendo queR$ 15.396,27 (quinze mil, trezentos e noventa e seis reais e vinte e sete centavos) é sóde ENCARGOS não informados com a devida clareza no CET (custo efetivo total)que o Código de Defesa do Consumidor impõe.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

       6   /   0   3   /   2   0   1   5   à  s   1   5  :   4   2  :   3   9 .

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Assim, o requerente se sentindo lesado em pagar tão elevados encargos nãoinformados com a devida clareza com que o Código de Defesa do Consumidor impõevem o requerente pedir a revisão contratual do contrato em anexo ao Poder Judiciário avista do esposados a seguir.

    II - DO DIREITO

    Em matéria de contratos bancários, os juros remuneratórios são essenciais e

     preponderantes na decisão de contratar. São justamente essas taxas de juros queviabilizam a saudável concorrência e que levam o consumidor a optar por uma ou outrainstituição financeira.

    Entretanto, apesar de sua irrefutável importância, nota-se que a maioria dapopulação brasileira  ainda não compreende o cálculo dos juros bancários. Vê-se quenão há qualquer esclarecimento prévio, tampouco se concretizou o ideal de educação doconsumidor, previsto no art. 4˚, IV, do CDC.

     Nesse contexto, a capitalização de juros está longe de ser um instituto conhecido,compreendido e facilmente identificado pelo consumidor médio comum. A realidadecotidiana é a de que os contratos bancários, muito embora estejam cada vez maisdifundidos na nossa sociedade, ainda são incompreensíveis à maioria dosconsumidores, que são levados a contratar e aos poucos vão aprendendoempiricamente com suas próprias experiências.

    A partir dessas premissas, obtém-se o padrão de comportamento a ser esperado dohomem médio, que aceita a contratação do financiamento a partir do confrontoentre taxas nominais ofertadas no mercado.

    Deve-se ainda ter em consideração, como medida da atitude objetivamenteesperada de cada contratante, o padrão de conhecimento e comportamento dohomem médio da sociedade de massa brasileira. Isso porque vivemos numasociedade de profundas disparidades sociais, com relativamente baixo grau deinstrução.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Por outro lado, atribui-se à instituição financeira – detentora de elevadoconhecimento a respeito dos valores envolvidos, dos métodos de cálculo e ainda doperfil de seu cliente e dos riscos operacionais envolvidos  – o dever de prestar asinformações de forma clara e evidente, no intuito de dar concretude ao equilíbrioentre as partes das relações de consumo. 

    Desse modo, o CDC impõe expressamente  a prestação de esclarecimentosdetalhados, claros, precisos, corretos e ostensivos, de todas as cláusulas que compõemos contratos de consumo, sob pena de abusividade.

    Cumpre-nos, então, definir se a constância expressa das taxas de juros anual emensal é, por si só, clara o bastante aos olhos do consumidor, a ponto de se antever aexistência da capitalização e seus elementos essenciais, como a periodicidade. Isso porque o consentimento informado do consumidor às cláusulas contratuais que lhe sãoimpostas é deduzido do entendimento de que a previsão das referidas taxas permitem aoconsumidor conhecer os exatos termos contratados.

    DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

    Afastando quaisquer dúvidas sobre a aplicação do código protetivo do consumidoraos contratos de empréstimos, consolidou o Superior Tribunal de Justiça talentendimento:

    Súmula 297.  O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituiçõesfinanceiras.

    Os consumidores, forçados pela necessidade de aquisição de um produto ouserviço, aceitam integrar uma relação contratual com o fornecedor que finda por subjugá-lo, seja em face do poder econômico ou das informações técnicas que dispõe.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Com o objetivo de resguardar a justiça social, a dignidade da pessoa e a equidadenas relações econômicas, especialmente, nas relações de consumo, o Estado se afirma na prática do dirigismo contratual a fim de equilibrar os pólos da relação contratual.

    Tem-se no artigo 6º do CDC a expressa disposição de que quando foremconstatadas cláusulas abusivas, estas poderão ser revisadas, a fim de que o consumidornão saia prejudicado da relação jurídica contratual já imposta pela instituição bancária,como também a proteção contra cláusulas contratuais abusivas e a facilitação da defesade seus direitos, com a inversão do ônus da prova a seu favor. Senão vejamos:

    Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (…) IV –   a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais

    coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas nofornecimento de produtos ou serviços;

    V –   a modificação de cláusulas contratuais que estabeleçam prestaçõesdesproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornemexcessivamente onerosas;(…) 

    VIII –  a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônusda prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil aalegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

    É imperiosa, destarte, a aplicação das normas protetivas do Código de Defesa doConsumidor aos contratos em apreço, adequando-se a execução dos mesmos aos ditamesdo diploma legal, de forma a expurgar as cláusulas abusivas e ilegais, eis que se trata dematéria de ordem pública, garantido pelo art. 170 da própria Constituição Federal, o qualexplicita em seu inciso V a garantia da defesa do consumidor.

    DOS VÍCIOS DE INFORMAÇÃO

    O Código de Defesa do Consumidor, orientado pelo princípio da boa-fécontratual, estabelece de forma clara, em seu art.6°, III, ser direito básico doconsumidor “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade epreço, bem como sobre os riscos que apresentem”.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    A boa fé objetiva, enquanto regra de comportamento orientado por padrões sociaisde lisura, honestidade e correção, impõe novos paradigmas para a análise judicial decláusulas contratuais. Passa-se a exigir das partes contratantes uma atuação refletida, comcooperação e em colaboração para que o contrato firmado atinja seu objetivo e realize, por fim, o interesse de ambas as partes.

    De outro lado, se impõe à atuação judicial a necessidade de, primeiramente,delimitar qual seja a conduta esperada em cada situação concreta, para posteriormente

    confrontá-la àquela efetivamente praticada.

    Na hipótese dos autos, convém olhar o contrato revisado sob as lentes dacláusula geral de boa-fé objetiva, adotada no âmbito contratual e aplicável tanto àsrelações contratuais em geral, como às relações de consumo.   Nesse diapasão,sobressaem os deveres anexos, entre os quais se ressalta o dever de informação.

     No mercado de consumo, do qual o mercado financeiro é espécie, a informaçãoao consumidor tem-se que é oferecida em dois momentos principais: a que antecede acontratação, v.g., a publicidade, e aquela prestada no exato momento da contratação. E é precisamente esse dever de informação, prestado formalmente no ato da contratação, quecircunda a hipótese dos autos.

    Decorrente deste direito à informação encontra-se a obrigação legal docontratado de fornecer todo esclarecimento e informações ao consumidor, possibilitandosua compreensão plena e real acerca dos termos acordados.

    O direito à informação, considerado absoluto por Rizzato Nunes (Comentários aoCódigo de Defesa do Consumidor. 5a ed. São Paulo : Saraiva, 2010. p. 708), nos termosdelineados pelo Código de Defesa do Consumidor: "decorre especialmente do princípioda transparência, consectário, por sua vez, da adoção da boa-fé objetiva e do deveranexo de prestar as informações necessárias à formação, desenvolvimento econclusão do negócio jurídico entabulado entre as partes". 

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

       6   /   0   3   /   2   0   1   5   à  s   1   5  :   4   2  :   3   9 .

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Ressalta ainda que a obrigatoriedade da transparência nas relações jurídicas não precisa estar explicitada no contrato, porquanto o comportamento probo dos contratantesna execução das obrigações pactuadas constitui premissa maior inserida no padrãogenérico exigível de conduta. Neste sentido, vejamos:

    Art. 46.  Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão osconsumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seuconteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a

    compreensão de seu sentido e alcance.

    O consumidor, ora requerente, sequer tive acesso aos contratos. O Bancorequerido através de seus funcionários, apresenta simplesmente extratos da operaçãoem termo de adesão no qual não constam diversas das cláusulas contratuais. 

    Ademais, o termo apresentado é de difícil compreensão para aqueles que não

     possuem conhecimento técnico na área, vez que traz consigo siglas do mundo econômico para indicar taxas abusivas, cobrança de juros sobre juros em taxas acima do mercado,além de, às vezes, prever a cobrança ilegal de taxa de cadastro e serviços de terceiro semmaiores explicações ou destaques a estas cláusulas.

    O SJT já se posicionou diversas vezes sobre o tema, decidindo que informaçãoadequada, nos termos do art. 6º, III, CDC, é aquela que se apresenta simultaneamentecompleta, gratuita, útil, vedada, neste último caso, a diluição da comunicação

    efetivamente relevante pelo uso de informações soltas, redundantes ou destituídas dequalquer serventia para o consumidor (STJ, Resp 586.316, Rel. Min. Herman Benjamin,2ª T., DJ 19/03/2009).

    Pode-se avaliar facilmente através de uma análise rápida dos Termos de adesãoanexos disponibilizados ao requerente no momento da contratação que estes não trazeminformações completas sobre as condições nas quais o mútuo é realizado, misturando-se

    informações úteis, no meio de informações inúteis.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Como já afirmado, o não esclarecimento enseja vício insanável destas cláusulasque não obedecem às regras legais de dever de informação, podendo ser revistas, sem prejuízos de multa a ser cominada para empresa descumpridora de suas obrigações.

    Assim, a interpretação sistemática dos arts. 4˚, 6˚, 31˚, 46˚ e 54˚ do CDC leva-nosà conclusão de que, para se desincumbir de seus deveres mútuos de informação, oscontratantes devem prestar todos os esclarecimentos, de forma correta, clara, precisa eostensiva, a respeito dos elementos essenciais ao início da relação contratual. E mais,o cumprimento desse dever, até mesmo em consequência da objetividade da boa-fé, não

    toma em consideração a intenção do agente em ludibriar, omitir ou lesionar  a partecontrária; o que se busca efetivamente é proteção dos contratantes.

    Com efeito, sendo aplicado o Código de Defesa do Consumidor ao presentecontrato, também passa a ser possível a modificação ou revisão das cláusulas contratuaisonerosas, com base no art. 6º, inc. V, do mesmo codex, que estabelece:

    Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (...)V. A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações

    desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornemexcessivamente onerosas.

    Acerca das possibilidades de modificação dos contratos excessivamente onerososno âmbito das relações de consumo, NELSON NERY JUNIOR e ROSA MARIAANDRADE NERY, p. 1352, anotam:

    "Modificação das cláusulas contratuais. A norma garante o direito de modificaçãodas cláusulas contratuais ou de sua revisão, configurando hipótese de aplicação do princípio da conservação dos contratos de consumo. O direito de modificação dascláusulas existirá quando o contrato estabelecer prestações desproporcionais emdetrimento do consumidor. Quando houver onerosidade excessiva por fatossupervenientes à data da celebração do contrato, o consumidor tem o direito de revisão docontrato, que pode ser feita por aditivo contratual, administrativamente ou pela via judicial".

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    "Manutenção do contrato. O CDC garante ao consumidor a manutenção docontrato, alterando as regras pretorianas e doutrinárias do direito civil tradicional, que prevêem a resolução do contrato quando houver onerosidade excessiva ou prestaçõesdesproporcionais".

    "Onerosidade excessiva. Para que o consumidor tenha direito à revisão docontrato, basta que haja onerosidade excessiva para ele, em decorrência de fatosuperveniente. Não há necessidade de que esses fatos sejam extraordinários nem quesejam imprevisíveis. A teoria da imprevisão, com o perfil que a ela é dado pelo CCitaliano 1467 e pelo Projeto n. 634-B/75 de CC brasileiro 477, não se aplica às relaçõesde consumo. Pela teoria da imprevisão, somente os fatos extraordinários e imprevisíveis

     pelas partes por ocasião da formação do contrato é que autorizariam, não sua revisão, massua resolução. A norma sob comentário não exige nem a extraordinariedade nem aimprevisibilidade dos fatos supervenientes para conferir, ao consumidor, o direito derevisão efetiva do contrato; não sua resolução".

    Portanto, admite-se a revisão das cláusulas do contrato em discussão com aconseqüente nulidade daquelas tidas como abusivas, a teor do disposto no art. 6º,inc. V, do Código de Defesa do Consumidor, não se cogitando de prevalência do

    princípio do pacta sunt servanda.

    DAS OUTRAS IRREGULARIDADES NO CONTRATO DE EMPRESTIMO

    A seguir, demonstrar-se-á a ilegalidade das cobranças abusivas pelo bancorequerido, assim, vejamos:

    a) Anatocismo

    A abominável prática da capitalização mensal de juros, também conhecida comoanatocismo, pelas instituições financeiras, já foi regulada pelo STF,  através da Súmula121, ainda em pleno vigor, que assevera:

    “É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada”.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Houve, no entanto, a edição da Medida Provisória nº 1.963-17/2000, reeditada sobo nº 2.170-36/2001, autorizando a cobrança de juros sobre juros. Tal Medida Provisória, porém, é objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.316-1. Suaconstitucionalidade é questionada porque, além de tratar de matéria reservada à leicomplementar, não apresenta o requisito de urgência necessário à edição de qualquermedida provisória.

    Em seus contratos, o requerido utiliza-se de práticas de anatocismo através dautilização do Sistema Price, ou seja, cobrança de juros sobre juros, aferindo, ao final,

    montante de juros desproporcional ao serviço prestado. Os juros seriam justos secalculados da forma simples, através da tabela Sac.

    De qualquer modo, os consumidores na maioria das vezes não sabem a quaiscondições de juros se submetem, pois não está EXPLICITO claramente no termo deadesão fornecido no momento da contratação.

    A seguir foram transcritas algumas jurisprudências a fim de relatar a este órgãoministerial sobre a abusividade sofrida pelos consumidores quando da capitalização de juros no contrato, sem sequer terem sido pactuados no contrato. O que não é permitidolegalmente! Senão vejamos:

    EMBARGOS INFRINGENTES. ANATOCISMO. MP 2170-36/01. INAPLICABILIDADE. RECURSO IMPROVIDO.

    1. Incabível a capitalização dos juros, sendo inaplicável a MP2170-36, sob pena de violar o disposto no art. 62, § 1º, III, daCarta Magna. Precedentes do c. STJ e do e. TJDF. (TJDF, EIC2007.01.1.137093-6, Des. Rel. Carmelita Brasil, 2ª Câmara Cível,

     julgado em 19/10/2009, DJ 26/11/2009, p. 43)Apelação. AçãoRevisional. Contratos Bancários. (...). Capitalização mensal de

     juros afastada. Não aplicabilidade da Medida Provisória n. 2.170-36. Apelos conhecidos e desprovidos. (...)2. É vedada a capitalização mensal dos juros, mesmo em favordas instituições financeiras, de acordo com a Súmula 121 doSupremo Tribunal Federal. 3. Recursos conhecidos e desprovidos.

    (TJPR, 19ª Câmara Cível, Processo 0294161-5, Apelação Cível,Relator Cláudio de Andrade, julgado em 16/06/2005).

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

     Ad argumentandum  tantum, mesmo na remota hipótese de aplicação dacapitalização de juros, é vedada a aplicação de anatocismo no contrato celebrado entre oconsumidor e o requerido.

    Isso porque não há expressa previsão contratual permitindo a incidência de jurossobre juros no valor financiado. Tal aplicação de juros é, pois, totalmente abusiva.

    Afora o tamanho desrespeito ao consumidor pelo insuportável, imoral einconstitucional sistema de capitalização usado pelo banco requerido (SISTEMAPRICE), deixa a cargo do consumidor despesas de cobrança, senão vejamos:

    b) Do Custo Efetivo Total do Financiamento (CET/MÊS)

    O CET representa o custo total de uma operação de crédito para as pessoas físicas,expressão em forma de taxa percentual anual, segundo as determinações da Resolução nº.3.518/07 do Banco Central do Brasil.

    De acordo com tal resolução, as instituições financeiras são obrigadas a informaro CET antes de cada contratação, objetivando ajudar o consumidor a comparar e assim,escolher qual a melhor taxa a contratar.

    Contudo, a transferência que deveria ajudar o consumidor não existe. Ao

    contrario! Agindo de forma ilegal, as instituições financeiras embutem no CET tarifasconsideradas ilegais pela Resolução 3.518/07 e pelo Código de Defesa Do Consumidor,entre elas destacam-se a Taxa de Abertura de Cadastro (TAC), Tarifa de Avaliacao deBem.

    Art. 1º da Resolução 3.518/07 “A cobrança de tarifas pela prestação de serviços por parte de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar peloBanco Central do Brasil deve estar prevista no contrato firmado entre a instituição e ocliente ou ter sido o respectivo serviço previamente autorizado ou solicitado pelo cliente

    ou pelo usuário”.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Ocorre que os contratos não trazem, de forma descriminada, as tarifas quecompõem o CET, como no caso, mascarando as ilegalidades cometidas pelas instituiçõesfinanceiras, o que configura total incompatibilidade com a boa-fé, tornando-se, assim,nulas as cobranças de tais taxas. Corroborando com tal raciocínio, o Tribunal de Justiçade Goiás já se manifestou, decidindo da seguinte forma:

    APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CONSIGNATÓRIA C/CREVISIONAL. CONTRATO DE FINANCIAMENTO DEVEÍCULO. RITO ORDINÁRIO. POSSIBILIDADE. I (...). II –revisão contratual. Cláusulas abusivas. Consumidor emdesvantagem. Princípio ‘pacta sund servanda’ afastado. CDC.Instituições financeiras e bancárias. (...). As cláusulas contratuaisabusivas devem ser revistas pelo poder judiciário, uma vez queestas impostas de forma unilateral pela instituição financeira,colocando o consumidor em desvantagem na relação contratual(...). Tribunal de Justiça de Goiás: Órgão Julgador; CÂMARACÍVEL; Publicação: DJ 14685 de 25/01/2006: Relator: DES.LUIZ EDUARDO DE SOUSA: Recurso: 87403-9/188:

    Excelência, sabe-se que a prática dos bancos, rotineiramente, atingem cidadãostrabalhadores. No caso do demandante não fora diferente. Aproveitando-se dasnecessidades e fragilidades deste, a demandada visando seu lucro, retirou covardementedo autor quantia que para aquele pode até parecer insignificante, mas que para o autortorna-se de fundamental importância, pois através do bem, ora sob litígio, esta não apenascumpre com suas obrigações perante o próprio banco, como também retira deste osustento alimentar. Educacional e médico de sua família. Direitos essenciais, garantidosno artigo 5º da Constituição Federal.

    Assim, faz-se necessário a revisão contratual a fim de evitar o enriquecimentoilícito por parte da demandada e, conseqüentemente, o empobrecimento do demandante,

    gerando desequilíbrio na relação de consumo ora apresentada.

    b) Juros cobrados sobre IOF

    Sabe-se que o consumidor deve pagar esse imposto, NÃO É ISSO QUE SEQUESTIONA. O que ocorre é que o requerente esta tendo que pagar o IOF embutido nas prestações, assim, além do valor realmente devido pelo imposto, o consumidor esta tendoque arcar com o pagamento dos juros incidentes em cada uma das parcelas nas quais oimposto foi INDEVIDAMENTE embutido.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

       6   /   0   3   /   2   0   1   5   à  s   1   5  :   4   2  :   3   9 .

    fls. 13

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Em qualquer financiamento, a remuneração do banco ou da instituição financeiraé proveniente do pagamento dos juros remuneratórios, que já estão embutidos nas prestações, de modo que qualquer outra cobrança, que realize ganho de lucro, seja a quetítulo for, constitui bis in idem, ilegal, ilícito e abusivo, constituindo vantagem exagerada para o fornecedor, que já está sendo adequadamente remunerado pela totalidade de seuserviço.

    É de se reconhecer a abusividade desta cobrança, na esteira do que já decidiu odouto e culto Desembargador MELO COLOMBI, no julgamento da Apel. 0007259-

    75.2011, no qual assim se expressou:

    “Na tentativa de moralizar as operações de crédito que englobam os financiamentos deveículos, o Banco Central editou a resolução 3517 de dezembro de 2007, que passou avaler em 03 de março de 2008, e dispõe sobre a informação e a divulgação do custoefetivo total correspondente a todos os encargos e despesas de operações de crédito e dearrendamento mercantil financeiro, contratadas ou ofertadas a pessoas físicas.

    A resolução determina que as instituições financeiras entreguem aos clientes um

    documento, chamado Custo Efetivo Total (CET), com descrição em detalhes de tudo oque se paga: o valor financiado, os juros, impostos, taxas, seguros, entre outros, incluindoaté os chamados "serviços de terceiros", onde deverá estar mencionada a taxa de retorno.

    As tarifas ora analisadas estão devidamente previstas no documento  de fls. 25.Apesar da previsão contratual e ausência de proibição de sua exigência pelo Bacen,não cabe a sua cobrança. Isso porque, de acordo com o artigo 51, inciso IV, do Códigode Defesa do Consumidor, "são nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulascontratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam obrigaçõesconsideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada,ou seja incompatíveis com a boa-fé e a equidade". Outrossim, o inciso XII de referido

    artigo, dispõe serem nulas as cláusulas que obriguem o consumidor a ressarcir oscustos de cobrança que são de obrigação do réu. Extrai-se daí serem abusivas ascobranças das despesas com serviços de terceiros, tarifa de avaliação de bem, tarifa decadastro  e de gravame eletrônico, ressarcimento de despesa de promotora de venda, porquanto ilegal a prática de cobrar do cliente os custos inerentes à própria atividade dofornecedor. Afinal, essas despesas não representam prestação de serviço ao cliente, umavez que não passam de estratagemas para diminuir os riscos da atividade do fornecedor. 

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

       6   /   0   3   /   2   0   1   5   à  s   1   5  :   4   2  :   3   9 .

    fls. 15

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

     Nulas, portanto, as cláusulas que possibilitam a cobrança das referidas tarifas jurisprudenciais:

    CARÊNCIA DA AÇÃO - Impossibilidade jurídica do pedido -Fundamentos e os documentos que a acompanham demonstram a

     possibilidade jurídica do pedido e o interesse na demanda -Preliminar afastada. CONTRATO BANCÁRIO - Financiamentode veículo - Ação revisional - Taxa de abertura decadastro/crédito, tarifa de avaliação de bem, tarifa de inserçãode gravame e serviços de terceiros - Cláusulas abusiva -inteligência do artigo 51, XII do Código de Defesa doConsumidor (Lei n° 8.078/90) - Recurso desprovido - Sentençamantida.(TJSP - 21a Câmara de Direito Privado, APEL. No0012296.55.2011, rel. Des. Ademir Benedito, j. 26.10.2011,registro em 22.11.2011)

    "REVISIONAL REPETIÇÃO DO INDÉBITO  Contrato definanciamento de veículo. Aplicabilidade do Código de Defesa doConsumidor. Nulidade das tarifas de cadastro, de ressarcimentode despesas de gravame eletrônico, de serviços de terceiros e de

     promotora de venda. Necessidade de devolução das quantias já pagas - Recurso provido"(TJSP - APEL N° 0139681- 30.2010.8.26.0100, São Paulo, Rei.Des. Silveira Paulilo, 21a Câm.Direito Privado, j . 30/03/2011).

    "CONTRATO - Financiamento - Relação de consumocaracterizada - Possibilidade de discussão das cláusulascontratuais Princípio do 'pacta sunt servanda' que não éabsoluto - Integração da relação contratual pelo Judiciário pararestabelecer o equilíbrio contratual - Recurso provido.

    (...) CONTRATO - Financiamento - Pretensão à devolução dosvalores cobrados a título de Taxa de Abertura de Crédito (TAC),Tarifa de Emissão de Carnê (TEC) e honorários advocatícios nafase de cobrança extrajudicial - Admissibilidade - Hipótese emque tais cobranças contrariam o disposto no art. 51, IV e XII doCDC - Recurso provido"(TJSP - APEL N° 0070301- 94.2010.8.26.0000, São José do RioPreto, Rei. Des. J.B. Franco de Godói, 23a Câm. Direito Privado25/05/2011).

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

       6   /   0   3   /   2   0   1   5   à  s   1   5  :   4   2  :   3   9 .

    fls. 16

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Destarte, não cabendo o repasse de obrigações do fornecedor ao consumidor,configurou-se como abusiva a cobrança das TARIFAS DE CADASTRO EAVALIACAO DE BEM, ainda que expressamente previstas, SENDO sua devolução,nesse passo, medida que se impõe.

    Com a vigência da Resolução CMN 3.518/2007, em 30.4.2008, não tem maisrespaldo a contratação de tais tarifas, ou outra denominação para o mesmo fato gerador. Note-se que o contrato em questão foi firmado em 31/10/2011, por isso, a previsão dastarifas era mesmo indevida.

    É de se reconhecer, portanto, a abusividade das tarifas bancárias, deconformidade com o que restou acima assentado, em dobro.

    DA ABUSIVIDADE DA TAXA DE JUROS

    Somente é possível descobrir a taxa de juros utilizada no contrato ora discutidocom uma calculadora financeira nas mãos e com o conhecimento prévio do valor inicialda dívida, da quantidade de parcelas e do valor das parcelas.

    Entretanto, é obvio que os consumidores em geral, inclusive o requerente não temcomo hábito o transporte de calculadoras financeiras consigo, e muito menos oconhecimento prévio da operação de tal equipamento, o que certamente prejudica oconhecimento da taxa utilizada.

    Além do mais, na prática se verifica que os contratos de financiamento, como o presente, são assinados em branco e posteriormente encaminhados para o preenchimentodos valores.

    Com efeito, a Lei 8.078/90 é clara ao desobrigar o requerente ao cumprimento decontratos confusos, e principalmente se expressa previsão das obrigações, sempreinterpretando as disposições de forma mais favorável ao consumidor, neste sentido:

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

       6   /   0   3   /   2   0   1   5   à  s   1   5  :   4   2  :   3   9 .

    fls. 17

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigam osconsumidores, se não lhe for dada à oportunidade de conhecimento prévio de seuconteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar acompreensão de seu sentido e alcance.

    Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira maisfavorável ao consumidor.

    Em que pese a inexistência de limitação da taxa de juros a 12% a.a., competeobservar que a taxa anual de juros é superior a taxa mensal de juros.

    Assinale-se, antes de mais nada, que a capitalização pode se dar em diversas periodicidades: anual, mensal e, até mesmo, diária. Isso porque, legalmente, permitiu-se acapitalização com periodicidade inferior a um ano, nos termos do art. 5º da MP 2170-36/00.

    Por mero cálculo aritmético, deduz-se que a taxa média anual, constanteexpressamente do contrato, mesmo nos casos de capitalização anual de juros, nãocorresponderá ao duodécuplo da taxa de juros mensal, pois, após o decurso de cadaano, incidirá a capitalização dos juros do período, elevando, por consequência, a taxamédia anual.

    Assim, mesmo para aqueles dotados de profundo conhecimento acerca da

    matéria, a simples visualização das taxas de juros não é suficiente para compreensãoadequada de qual periodicidade de capitalização está sendo ofertada ou imposta aoconsumidor.

    A periodicidade da capitalização, por sua vez, é dado relevante para a apuração dataxa de juros real incidente no contrato, bem como para o acompanhamento da evoluçãodo saldo devedor.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

       6   /   0   3   /   2   0   1   5   à  s   1   5  :   4   2  :   3   9 .

    fls. 18

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Ademais, nota-se que as taxas de juros mensais usualmente contratadascorrespondem a números fracionários (1,50% no contrato revisado). Assim, mesmo aapuração dos valores anuais, calculados por método simples, demandaria a utilizaçãode meios eletrônicos para a maioria da população brasileira, dificultandosobremaneira a identificação visível à primeira vista da própria divergência da taxade juros anual e o duodécuplo da taxa mensal.

    Por esses fundamentos, concluo que a menção numérica às taxas de jurosincidentes no contrato, conquanto colabore para a compreensão dos termos contratados,não é, por si só, suficiente ao efetivo cumprimento do dever legal de prestação daadequada e transparente informação, que deve se encontrar escrita de formacompreensível ao consumidor, o que não ocorre nos autos.

    Assim, por violação da cláusula geral de boa-fé objetiva, é de se entender não pactuada expressamente a incidência de capitalização de juros, devendo ser afastadaqualquer que seja a periodicidade.

    DOS JUROS CAPITALIZADOS E DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

    A Súmula n. 121 do STF, estabelece que: "É vedada à capitalização de juros,ainda que expressamente convencionada".

    Infelizmente a Medida Provisória 1.963 trouxe algumas considerações acerca da

    capitalização de juros, a saber:

    Art. 5º. Nas operações realizadas pelas instituições integrantes do SistemaFinanceiro Nacional, é admissível a capitalização de juros com periodicidade inferior a 1ano;

    Todavia, o eminente jurista PAULO BROSSARD em artigo intitulado Juros comArroz, dá uma verdadeira aula do que efetivamente vem ocorrendo com esta atitudeadotada pelo governo, abaixo:

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    "Enquanto isso, a generosidade oficial para com as instituiçõesfinanceiras continua sem limite. Ao serem divulgados osresultados dos bancos no ano passado, quando a nação inteirasofreu duros efeitos da recessão, viu-se que atingiram índices

     jamais vistos, chegando a mais de 500% em certos casos. Poisexatamente agora, o impagável governo do reeleito, invocando‘relevância e urgência’, editou mais uma medida provisóriaoficializando o anatocismo, que o velho Código Comercial, ocódigo de 1850, já vedava de maneira exemplar, e que a nossatradição jurídica condenou ao longo de gerações. Aliás, na linhada lei de usura, de 1933, é a jurisprudência do Supremo TribunalFederal, cristalizada na Súmula 121, segundo a qual ‘é vedada acapitalização de juros, ainda que expressamente convencionada’.Sabe o leitor a fundamentação da medida ‘urgente e relevante’? Éque a cobrança de juros sobre juros vinha sendo praticada pelos

     bancos. Em vez de condenar o abuso, pressurosamente, o governohomologou o abuso mediante medida provisória. É um escárnio.A medida apareceu na 17ª edição da MP nº 1.963; na calada danoite foi gerada."

    Esta "generosidade oficial para com as instituições financeiras" vem de há muitotempo, desde a edição da Medida Provisória nº 1.367 reeditada sob o nº 1.410 (isto já em1996) que pretendia aniquilar com as regras legais já consagradas pela doutrina e peloPoder Judiciário, liberando a capitalização de juros ao mês, semestre ou ano, além deoutras barbaridades.

    Ocorre que esta Medida Provisória, que só vem a “ajudar” as instituiçõesfinanceiras, afronta diretamente os ditames da Lei de Usura e a Súmula 121 do STF,agredindo moral e economicamente uma sociedade que vem durante anos tentando serecuperar de problemas financeiros, tais como: inflação, desvalorização de moeda,estagnação econômica, entre outras coisas;

    Apesar desta atitude adotada pelo governo num primeiro momento vir a prejudicar e muito a sociedade, deve-se levar em consideração os comentários e ahermenêutica que deve envolver o Código de Defesa do Consumidor;

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Conforme já exposto o art. 46 do CDC disciplina, os contratos de adesão, aondea capitalização de juros é informada, devem explicitar O PRÉVIO CONHECIMENTODE SEU CONTEÚDO;

    Fácil é de entender o que ocorre nos contratos firmados com as instituiçõesfinanceiras. Em uma simples olhadela em qualquer contrato de adesão observa-se umacláusula dizendo: capitalização de juros, MENSAL;

     No entanto, as cláusulas contratuais neste tipo de obrigação devem, facilmente,explicar ao Aderente o que significa a capitalização de juros, pois a legislação prevê quequalquer homem médio deveria ter como entender esta situação;

    Ocorre que apesar de a lei ser bastante objetiva, as instituições financeiras não sedão ao luxo de adequar seus contratos a esta situação;

     Neste momento é oportuno questionar: “Quantos sabem o que é capitalizar juros”?

    Poucos atualmente sabem o que significa capitalizar juros mensalmente, pois aúnica coisa a que lhe é dado conhecimento no momento da contratação é a quantidade de parcelas e o valor de cada prestação;

     Neste enfoque, é claro e cristalino que empresas como a Requerida não tentam deforma alguma esclarecer aos seus clientes as reais situações de seus contratos, o quegarante um enriquecimento ainda maior por parte deste tipo de empresa, que se aproveitada diferença na relação de consumo para a cada dia obter mais e mais valores econômicosaos seus cofres;

    Razões pelas quais, não pode o requerente ser obrigado a arcar com um valorcalculado de forma ilegal, devendo ser recalculado os valores, mediante a aplicação da

    taxa de juros contratada de forma simples.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

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       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    DA INCONSTITUCIONALIDADE DA MEDIDA PROVISÓRIA N. 1.963/2000 EDA MEDIDA PROVISÓRIA N. 2.170-36/2001

    A Medida Provisória n. 1.963, de 30 de março de 2000, inovou ao autorizar acapitalização de juros em periodicidade inferior a um ano, bem como a edição da novaMedida Provisória, de n. 2.170-36, de 23 de agosto de 2001, cujo artigo 5º manteve a possibilidade de capitalização de juros em período inferior a um ano, dispositivo esse queainda estaria em vigor em razão do disposto na Emenda Constitucional n. 32/01.

     No entanto, o MINISTRO SYDNEI SANCHES proferiu voto favorável àsuspensão dos efeitos do artigo 5º da Medida Provisória nº 2.170-36/01 nos autos daADIN 2316-1, em trâmite perante o EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

    Basta uma rápida consulta à página do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, noendereço http://www.stf.gov.br, para que se observe na íntegra a decisão que transcrevo

    abaixo, grifando a parte que entendo mais importante, senão vejamos:

    ADIN 2316-1, DECISÃO DA LIMINAR:

    “Após o voto do Senhor Ministro Sydney Sanches, Relator, suspendendo aeficácia do artigo 5º, cabeça e parágrafo único da Medida Provisória nº 2170 – 36, de 23de agosto de 2001, pediu vista o Senhor Ministro Carlos Velloso. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Maurício Corrêa. Presidência doSenhor Ministro Marco Aurélio.” Plenário, 03.04.2002.

    E realmente, são várias as inconstitucionalidades em torno do dispositivo.Primeiro porque não atendem aos requisitos de urgência e relevância descritos no artigo62, "caput", da Constituição Federal.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

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       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

       O   Z   D   E   O   L   I   V   E   I   R   A .   P  r  o   t  o  c  o   l  a   d  o  e  m    0

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    RuaRuaRuaRua Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519 Comendador Fragata, 619, Fragata, CEP 17.519- -- -020 020 020 020, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP, Marília/SP --- --- --- --- Tel.Tel.Tel.Tel. - -- - (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454 (14) 3454- -- -2072 2072 2072 2072

    Com efeito, não se pode reputar urgente uma disposição que trate de matéria hámuito discutida na jurisprudência nacional que, por sua vez, manifesta entendimentofrancamente contrário a essa possibilidade.

    Logo, deveria haver a análise do Poder Legislativo e a implementação dos debatesnecessários em razão dos reflexos que a medida leva à sociedade como um todo.

    Ademais, a inexistência de urgência e relevância também se reflete no fato de quea capitalização de juros mencionada no dispositivo está restrita às instituições financeiras.

    Quer dizer que a urgência só se verifica para os próprios beneficiados da norma(Bancos), já que, para todos os demais, representa verdadeiro descompasso entre a prestação e a contraprestação, além de onerar um contrato que por natureza desiguala oscontratantes (de adesão).

     Num segundo momento também temos a inconstitucionalidade da referidaMedida Provisória, porque a matéria tratada é de competência do Congresso Nacional,segundo o inciso XII, do artigo 48 da Constituição Federal, que se refere a “matériafinanceira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações”.

     Não sendo possível o Presidente da República, como se fosse um Ditador, baixarseu Decreto, estabelecendo a sua vontade, como quer e de qualquer matéria, ao menosnum Estado Democrático de Direito como o nosso, onde o ordenamento jurídico e aConstituição devem ser respeitados.

     Neste sentido os Tribunais vem declarando a inconstitucionalidade do artigo 5º daMedida Provisória 2.170/01, que teria autorizado à capitalização de juros em períodosinferiores a um ano, a exemplo do primeiro caso (líder case) julgado pela 3ª TURMA DOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO, nos autos da APELAÇÃOCÍVEL n.º 2001.71.00.004856-0, com Relatório do DESEMBARGADOR FEDERALLUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, publicado do DJU 11 de fevereiro de 2004, às páginas 386/387. No mesmo sentido líder case acompanham outros julgados:

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

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       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

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    1600127567 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - AUSÊNCIADE OMISSÃO - MP 2170/90 - A decisão afastou a capitalizaçãodos juros em período inferior a um ano, autorizando acapitalização anual. Especificamente quanto à Medida Provisórianº 1.963, houve manifestação expressa já que "a Corte Especialdo TRF da 4ª Região acolheu, por maioria, o incidente deinconstitucionalidade da MP nº 2.170-63, de 23/08/2001 (últimaedição da MP nº 1.963-17, publicada em 31/03/2000)". (TRF 4ªR. - EDcl 2002.71.04.008019-6 - 3ª T. - Relª Juíza Fed. VâniaHack de Almeida - DJU 03.08.2005 - p. 635).

    Seguindo o mesmo entendimento: (TRF 4ª R. – EDcl 2002.71.00.028168-3 – 3ª T. – Relª Juíza Fed. Vânia Hack de Almeida – DJU 15.06.2005 – p. 725) E inúmeros outros julgados da mesma Corte Federal.

    Razão pela qual, mesmo após a publicação as fatídicas Medidas Provisórias, aindanão é possível à aplicação da forma capitalizada de juros no presente contrato, devendoser declarada a inconstitucionalidade do artigo 5º do citado Remédio Provisório, sendomantido o entendimento clássico dos Tribunais brasileiros, no sentido de continuar proibindo os abusos das instituições financeiras, em capitalizar os juros cobrados.

    Sob a ótica do Código de Defesa do Consumidor, os contratos com a naturezaadesiva são contratos pré-formulados, aonde a única manifestação de vontade do agenteadquirente é a assinatura, sob forma de coação, haja vista o mesmo só tem duas possibilidades: ou assina, e sai com o bem; ou não assina, e sai sem o bem.

    Desta forma, a abusividade do contrato fica claramente demonstrada, pois oconsumidor que pretende adquirir determinada coisa ou valor tem como única e exclusivaatribuição a fazer a assinatura do contrato.

     Neste sentido, deve-se entender que mesmo convencionada, a aplicabilidade dacapitalização de juros também faz parte das cláusulas contratuais abusivas, e deve seoperar sua nulidade de pleno direito, pois o consumidor de forma alguma pode optar oudiscutir a incidência deste encargo dentro da relação fornecedor/consumidor.

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

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       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J  u  s

       t   i  c  a   d  e   S  a  o   P  a  u   l  o  e   M   Y   L   E   N   A   Q   U   E   I   R

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  • 8/17/2019 Ação Juros Banco

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    É por demais oneroso garantir a instituição financeira o direito de efetuar acobrança dos valores referentes à capitalização de juros, pois o consumidor conforme jánarrado acima, somente tem a obrigação de duas coisas quando contrata com um banco.Assinar e pagar o que lá está inserido.

     Não é preciso nem analisar o contrato realizado para saber que ocorreu aaplicação dos juros de forma capitalizada, prática esta reiterada pelas instituições

    financeiras, apesar da constante proibição da legislação e dos Tribunais brasileiros.

    Além da prática de juros abusivos, existe ainda a cumulação de comissão de permanência juntamente com outros encargos, o que é sabido ser proibido inclusive comdecisões pacificadas a respeito desta matéria.

    DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

    É direito do devedor que ingressa com ação revisional de contrato requerer aexibição dos documentos necessários ao julgamento da causa, os quais estão na posse dainstituição financeira que tem, inclusive, o dever legal de conservá-los.

    Assim, a instituição financeira não deve se eximir de apresentar os contratos,documentos comuns às partes e que estão sob sua guarda, bem como planilhas quedemonstrem de forma pormenorizada os valores que entende devidos e a progressão dodébito, tendo em vista o disposto nos arts. 844, II e 355, ambos do CPC, o QUE NAOOCORRE AQUI.

     Nesse sentido, colaciono as seguintes jurisprudências:

       S  e   i  m  p  r  e  s  s  o ,  p  a  r  a  c  o  n   f  e

      r   ê  n  c   i  a  a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   2   1   7   8  -   1   8 .   2   0   1   5 .   8 .   2   6 .   0   3   4   4  e  o  c   ó   d   i  g  o   2   4   0

       E   B   F .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m  e  n   t  e  p  o  r   T  r   i   b  u  n  a   l   d  e   J