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Acidente Vascular Acidente Vascular Encefálico Encefálico Caso Clínico Caso Clínico Gustavo Gomes de Sá Gustavo Gomes de Sá Túlio Pereira Pinto Gama Túlio Pereira Pinto Gama Coordenação: Paulo R. Margotto Coordenação: Paulo R. Margotto PEDIATRIA – ESCS PEDIATRIA – ESCS HRAS HRAS

Acidente Vascular Encefálico Caso Clínico Gustavo Gomes de Sá Túlio Pereira Pinto Gama Coordenação: Paulo R. Margotto PEDIATRIA – ESCS HRAS

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Acidente Vascular Acidente Vascular EncefálicoEncefálico

Caso ClínicoCaso ClínicoGustavo Gomes de SáGustavo Gomes de Sá

Túlio Pereira Pinto GamaTúlio Pereira Pinto GamaCoordenação: Paulo R. MargottoCoordenação: Paulo R. Margotto

PEDIATRIA – ESCSPEDIATRIA – ESCSHRASHRAS

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Anamnese

• Filho de AOS, DN: 23/04/06 (11:07h), ♀, internado na Unidade de Terapia Intensiva de Neonatologia do HRAS.

• Nascido de parto cesárea, por prolapso de cordão, não necessitando de reanimação.

• Pré-termo (30+2), PN: 1635g, EST: 42cm, PC: 30cm, AIG, APGAR: 7-9.

• Mãe: G-VI P-IV A-II, 35 anos, O +.

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Ananmese

• Realizou 7 consultas pré-natais.

• Sorologias: VDRL, HIV e TOXO: NR

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Exame Físico

• Hipotermia de membros, anictérico, retração xifóidiana, taquipnéica.

• AR: OK• ACV: BNF, RCR em 2T, s/ sopros FR: 144 bpm• ABD: flácido, sem visceromegalias.• Genitálias: OK• MM: sem edemas.• Diurese não medida até o momento.• Não evacuou.

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Exames Complementares• 15:10h – Instituído CPAP nasal FiO2 40%• Dieta zero e HV.• Aminofilina• Hood 40% • Solicitado RX de tórax• Colhido HC/PCR• Gasometria• Resultados:

pH - 7,33  HB – 16,6

pO2 - 78% K: 4,8 mEq/L

pCO2 – 36% Na: 120mEq/L 

HCO3 - 19,4  Ca: ?

BE- -6,3 Gicose: 195 

Sat - 98% BIL: 2,1 

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Exames Complementares

• Raio X: Pneumomediastino à D.

• Hemograma de 4h de nascido:

leuc: 21000

seg: 70%

bastões: 2%

 linfo: 24%

Mono: 4% 

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Evolução

• 2° DIH (dia de internação hospitalar): Manteve quadro, diurese fisiológica, não evacuou.

• Mantida conduta• Solicitado HC

Hm: 4,33 Seg: 77%

Hg: 16,1 Bast: 02%

Ht: 46,9 Linf: 18%

Plaq: 171.000 Mono: 2%

Leuc: 13.200 Eos: 1%

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Evolução

• 3° DIH: RN apresentou 2 episódios de apnéia, c/ queda da SatO2 <40%, c/ melhora rápida ao estímulo tátil. Apresentou hipotermia.

Diurese presente, evacuação ausente.

Cd: evoluída dieta, controle rigoroso da t°, suspensão do Hood.

Eco transfontanela: normal

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Evolução

• 4° DIH: Má digestibilidade, icterícia +/4• Cd: NPT, colhido HC, PCR (20,07), Bilirrubinas,

iniciado foto halógena

Hg: 16 Leuc: 9400

Ht: 46% Seg: 60%

Plaq; 236.000 Bast: 1%

BT: 13,1 Linf: 35%

BI: 12,6 Mono: 3%

BD: 0,5 Eos: 1%

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Evolução

• 5° DIH: Evacuou, apresentando-se ictérica

• Cd: reduzir dieta• 8° DIH: Queda da SatO2

<53%, dispnéia e icterícia.

• Cd: Colhido hemocultura, gasometria, HC, PCR, Bil, Eletr.; iniciado cefepime + amicacina. Tentado PL, sem sucesso.

• Eletrólitos normais

• BT: 13,4

• BI: 12,4

• BD: 1,0

• Leuc:12600, bast: 7%

• Plaquetas: 114.000

• PCR: 0,86

pH: 7,17

pCO2: 42,3% 

pO2: 90,7% 

HCO3: 14,6 

BE: -11,1 

SatO2: 99,1% 

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Evolução

• 9° DIH: feito concentrado de hemácias (Ht 30,8), em uso de dopamina e dobutamina.

• 10° DIH: eco transfontanela:dilatação biventricular, principalmente à direita com presença de lesão hiperecogênica em região frontal esquerda sugestiva de abscesso cerebral.

• Associado vancomicina

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Evolução

• Ht: 43,4%, leuc. 33600 (bast. 10%), plaq. 66000.• Desenvolveu edema de MMII e região genital.

Suspenso dopamina (hipertensão) e cefepime.• Resultado de hemocultura: Enterobacter coaclae. Suspenso vancomicina e iniciado meropenem.

• 11° DIH: boa evolução, suspenso amicacina. Feito PL havendo acidente de punção.

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Evolução

• 12° DIH: eco transfontanela: lesão prévia evoluiu para cisto parencefálico sem desvio de linha média.

• Boa evolução, suspenso dobutamina e fentanil. Extubado para CPAP.

• Raio X de tórax NORMAL.• 16° DIH: boa evolução, suspenso ranitidina.

Progressão da dieta• 18°DIH: hemocultura e cultura de LCR:

negativa. PCR: 3,44.

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Evolução

• 20° DIH: Ht: 40,9, Hb: 13,6, leuc.: 17300(bast. 3%), apresentou piora radiológica e episódios de apnéia, retornando com vancomicina.

• 22° DIH: LCR glic.:3,3, prot. 480, leuc. 2200,hem.1200 (MENINGITE).

• Tentado RM (ressonância magnética) porém não realizada devido apnéia de repetição.

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Evolução

• 24°DIH: eco transfontanela: VD: 16mm, VE 22mm, lesão à esquerda (abscesso ?).

• Gasometria: acidose metabólica compensada.

• 25°DIH: cultura de LCR: negativa.

• 31° DIH: realizou RM

• 32° DIH: Suspenso meropenem

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• 31° DIH: eco transfontanela: hidrocefalia considerável (VD: 28mm, VE: 18mm).

• 36° DIH: PL (glic.:13, prot.: 235,hem.:115, leuc.:50) melhora com relação ao anterior.

• 38° DIH: radiografia de tórax mostrando opacidade difusa discreta, paciente apresentando oscilações de saturação. Associado ciprofloxacim.

• 39° DIH: eco transfontanela: hidrocefalia com aumento progressivo. Indicado derivação ventrículo-peritoneal

Evolução

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• 40º DIH: Laudo RM: lesões hemorrágicas intra-axiais acometendo lobos frontais e hemisfério cerebelar esquerdo, hematoma subdural frontal, acentuada hidrocefalia comunicante. (discrania sanguínea ou secundária à sepse).

• Ecocardiografia: Normal

Evolução

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• 47° DIH: paciente evoluindo estável sem intercorrências no período.

Evolução

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Acidentes vasculares encefálicos Acidentes vasculares encefálicos em neonatos a termoem neonatos a termo

(Accidentes vasculares encefálicos en (Accidentes vasculares encefálicos en neonatos a término)neonatos a término)

I. Alfonso, E.O. Andrade, R.J. Luzondo, G. Diaz-Arca, O. Papazian

Rev Neurol 2006;42 (Supl 3):S17-S22

Discussão do artigo:

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INTRODUÇÃO

A suspeita de AVE (acidente vascular encefálico) ou achado em exames de imagem requerem uma consulta com neurologista.

Suspeita-se pela presença de:• Sinais clínicos(convulsões, paresia, hipotonia,

desvio ocular, alterações de consciência);• Achados ecográficos (alteração da

ecogenicidade, presença de hidrocefalia);• Punção lombar hemorrágica;• Alterações cárdio-pulmonares (frequentemente

associada a AVE)

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Metodologia

• Revisão de 5 livros de AVE pediátrico e 2 de neuroanatomia.

• Artigos citados em Medline-PubMed com título de ‘stroke’ e ‘term neonate’; encontrou-se 223 referências. Foram selecionados os mais pertinentes.

• Artigos extraídos das referências citadas nos artigos previamente selecionados.

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Acidente Vascular Encefálico

• Definição: lesão devida obstrução ou ruptura súbita de um vaso intracraniano.

• Na suspeita, deve-se confirmar com RM, convencional (RMC) ou de imagem de difusão pesada (RMDP). A RMDP é mais sensível na detecção precoce do infarto, mas os achados podem ser transitórios.

• A TC detecta precocemente hemorragias, mas não detecta infartos.

• A ecografia cerebral é menos confiável que a TC e, com resultado normal, não descartam AVE.

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Acidente Vascular Encefálico

• Classificação: hematomas e infartos1. Hematomas (classificados de acordo com):• Localização (compartimentos supra e

infratentorial, espaços e regiões)• Tipo de vaso envolvido• Tipo de anomalia vascular (aneurisma,

telangectasia, malformações)• Causa do extravasamento do sangue

(hipocoagulação, ruptura da parede do vaso)

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Acidente Vascular Encefálico1.1 - Hematoma epidural Podem ocorrer nas regiões supra e infratentorial.

Classificam-se de acordo com o osso correspondente. Geralmente ocorrem devido a traumatismos, podem ser acompanhados de sinais como o do guaxinim, hemorragia intraocular, hemorragia retiniana e fraturas ósseas..

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Acidente Vascular Encefálico

• Hematomas Epidurais SupratentoriaisRuptura de vasos entre a superfície interna do

osso e a duramáter. Imagem: aparência convexa na superfície cerebral.

Revisão de HEYMAN et al. (15 casos/24 anos):• Sem predomínio entre sexos• Mães jovens e nulíparas• Presença de fratura de crânio (2/3 casos)• Região mais freqüente: parietal• Ocorreram nas 24h iniciais

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• Os hematomas epidurais infratentoriais são indistinguíveis do hematoma subdural na mesma região.

• Neonatos com hematomas infratentoriais geralmente apresentam sinais de HIC e lesões cerebelares e do talo, devido a traumas, que geram laceração da tenda do cerebelo (com lesão veia de Galeno, seio reto e transverso e artérias tentoriais) e o seio occipital (osteodiastese occipital).

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1.2 - Hematoma subdural• Supra e infratentoriais.• Quando localizados na convexidade

cerebral, cruzam as suturas ósseas e produzem aparência côncava.

• Causa mais freqüente é o trauma• Possíveis causas: Coagulopatias,

Síndrome de Menkes e acidúria glutárica tipo I.

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1.3 - Hemorragia subaracnóidea• Sangue acumulado entre piamáter e

aracnóide.• Primária – Sangue só no espaço

subaracnóideo (devido ruptura de vasos locais).

• Secundária – extensão de uma hemorragia intraparenquimatosa, epidural, subdural ou intraventricular.

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• Subaracnóide supratentorial primária – rutura de aneurismas na a. cerebral média e vasos da parede dos cistos aracnóideos.

• Subaracnóide infratentorial primária – associada a cistos subaracnóideos.

• Avaliação cuidadosa devido risco de hidrocefalia.

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1.4 - Hematomas IntraparenquimatososOcorrem devido a:• Ruptura de vasos com defeitos murais• Aneurismas• Malformações arteriovenosas• Malformações cavernosas• Traumatismo que produz ruptura de um

vaso normal.

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• Podem associar-se hemorragia epidural, subdural e subaracnóidea.

• Podem apresentar c/ ou s/ sinais de ↑ da PIC.• Podem ocorrer em qualquer lobo do cérebro,

cápsula interna e tálamo (mais freqüentes).• A maioria da lesões parenquimatosas

infratentoriais acometem o cerebelo (com grande envolvimento da artéria cerebelar póstero-inferior).

• O padrão-ouro de estudo é angio CT + RM.

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1.5 – Hemorragia Intraventricular• Pode ocorrer nos ventrículos laterais e menos

freqüente no 3° ventrículo.• Primária: origem da matriz germinativa ou plexo

coróide• Secundária: pode ocorrer em conseqüência da

extensão de um hematoma ou de um infarto hemorrágico talâmico.

• Quando acomete 4º ventrículo é usualmente secundária a sangramento dos ventrículos laterais.

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2 – InfartosSe classificam de acordo com fatores: 2.1 Vasculares:• Tipo de estrutura vascular• Causa de obstrução: extramural, mural ou

intramural (êmbolo ou trombo).• 2.2 Parenquimatosos:• Tipo de infarto: isquêmico ou hemorrágico• Localização deste.

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Acidente Vascular Encefálico

• Podem ser supratentoriais (cérebro) ou infratentoriais (talo cerebral ou cerebelo).

• Obstrução de segmento arterial por êmbolo (geralmente advêm do coração, artérias carótidas interna e placenta, no RN) ou trombo (distúrbios de hipercoagução primário ou secundário).

• Os infartos supratentoriais arteriais geralmente ocorrem na distribuição da artéria cerebral média esquerda, sendo as áreas mais envolvidas a pré-central, de Wernicke, de Broca, gânglios da base e cápsula interna.

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Acidente Vascular Encefálico• Quando acometem artéria, geralmente são isquêmicos.• Os infartos venosos não possuem forma de cunha.• Podem ocorrer devido a trombose dos sistemas de

drenagem venosa superficial e profunda: • O superficial pode envolver qualquer veia cerebral

superficial, veia anastomótica de Trolard, veia anastomótica inferior de Labbé ou seio sagital superior (causa mais freqüente, pode levar a sinais de ↑ da PIC).

• O profundo pode envolver seio sagital inferior, seio reto, seio transverso, a grande veia de Galeno e seus afluentes.

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Acidente Vascular Encefálico

• Os infartos infratentoriais são menos freqüentes (acometendo preferencialmente a artéria cerebelar superior) e podem ocorrer devido oxigenação extracorporal.

• Apresentam manifestações clínicas variáveis.

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Acidente Vascular Encefálico

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IINVESTIGAÇÕES

1. Hematomas/hemorragias:

• RM, RM arterial (RMA) e RM venosa (RMV). Pode se usar Angio TC.

• Estudos de coagulação (TTP, fibrinogênio, proteína C e S e fator V de Leiden).

• Se suspeita de S. de Menkes, dosar níveis séricos de cobre e ceroplasmina.

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INVESTIGAÇÕES

2. Infartos:

• Acompanhamento cardiológico e hematológico.

• RM, RMA, RMV, eco cardíaco e das artérias carótidas, estudos básicos de coagulação, antitrombina III, investigação de mutação do gene da protrombina e anticorpos anti-fosfolipídicos.

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TRATAMENTO

• Manutenção dos sinais vitais

• ↓ Da pressão sanguínea se MUITO alta

• Posição horizontal para melhorar a perfusão cerebral (exceto se existem sinais de aumento da pressão intracraniana)

• Tratar hidrocefalia (caso haja0, para melhorar a perfusão na área isquêmica

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TRATAMENTO• Nos infartos intraparenquimatosos, corrigir o

processo causador:• Restabelecer o fluxo sangüíneo• Eliminar a fonte de êmbolo e corrigir a hemorragia.• A terapia anticoagulante só é recomendada em

RN com infartos isquêmicos pequenos comprovadamente de origem cárdioembólica.

• Nestes casos emprega-se heparina de baixo peso molecular fracionada.

• O Colégio Americano de Cirurgia Torácica recomenda o uso de AAS para neonatos com AVE

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TRATAMENTO

• A prevenção secundária consiste em corrigir os mecanismos que contribuem para a morte neuronal, déficit energético, inflamação e apoptose patológica.

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CONCLUSÕES

• A função do neurologista consiste em classificar o evento, guiar a investigação diagnóstica e decidir o tratamento.

• A interpretação do estudo radiológico é fundamental para a interpretação dos AVEs.

• A possibilidade de múltiplas causas deve ser suspeitada em todos os casos.

• Cirurgias podem ser necessárias em casos de anormalidades extramurais e malformações vasculares.

• Em caso de cardioembolismo, se sugere a anticoagulação em infartos isquêmicos e pequenos.

Consulte: Acidente Vascular Cerebral Isquêmico   Autor (s): Gustavo Lessa Batista; Gustavo Santana Ferreira; Paulo R. Margotto; Sueli Falcao

                                 

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FIM

Gustavo Gomes de Sá eGustavo Gomes de Sá eTúlio Pereira Pinto GamaTúlio Pereira Pinto Gama