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AÇÕES DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

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Page 1: AÇÕES DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

AÇÕES DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: A efetividade da Contra-Inteligência em repelir atos ilícitos do cotidiano empresarial

Maria Lúcia Pacheco Ferreira Marques , Dr.Gustavo Szpoganicz GuedesCampus: Grande Fpolis – Norte da IlhaCurso: DireitoTipo do Projeto: art. 170

IntroduçãoNo Brasil, diante da velocidade da evolução social e globalização, a área empresarial necessitou criar mecanismos de adaptação ao choque causado por essas repentinas alterações. Para tanto, as empresas começaram a efetuar um trabalho estratégico de coleta e análise de informações buscando um diferencial, inteligência competitiva. Com o desenvolvimento da referida atividade, centros de Inteligência Competitiva foram sendo criados apropriando-se das técnicas e conhecimentos adquiridos em atividades de Inteligência militar e estatal, buscando filtrar e processar as informações para benefício da própria empresa. Essas técnicas de estratégia são embasadas em ditames seculares de grandes personalidades políticas da história como Sun Tzu e Nicolau Maquiavel que pregavam a importância do conhecimento acerca de si próprio e principalmente dos inimigos. E consideravam imprescindível reconhecer as oportunidades e prevenir possíveis contratempos para que estes não ganhem proporções indesejáveis.Nessa esteira, a competitividade entre as empresas está cada vez mais acirrada e diversos meios são empregados tendo como objetivo a vantagem quanto às concorrentes.A grande diferença apontada nesse segmento entre o âmbito estatal e o empresarial éo grau de sigilo. No primeiro, uma grande proporção do objeto de estudo é público enquanto no segundo depara-se com sigilo total com intuito de proteger as informações a qualquer custo.No que se refere a pequena e vital parcela de informações concernentes ao campo empresarial que não são públicas, notou-se um emprego de ações ilícitas para que esses dados de suma importância sejam corrompidos e divulgados. Esses meios ilícitos são popularmente conhecidos como espionagem. É direito legítimo da empresa usufruir o diferencial conquistado mediante árduo processo de planejamento e atuação organizacional.De nada valeria tal esforço em busca de diferencial competitivo para a organização, se este não trouxesse benefícios únicos à empresa e se todas as descobertas fossem imediatamente usurpadas. São muito restritas as informações acerca da Contra-Inteligência, mesmo sendo utilizada a séculos pelo Estado, principalmente na área militar.Diante desse cenário, questiona-se: as técnicas de contra inteligência são capazes de garantir a proteção das informações sigilosas, evitando que os concorrentes possam apoderar-se delas?

ObjetivosGeral: Analisar a importância e efetividade da proteção informacional exercida pela atividade de Contra-Inteligência no campo empresarial.

Específicos:- Identificação de técnicas contemporâneas de Contra-Inteligência.- Descrição de diferentes técnicas de Contra-Inteligência.- Verificação de benefícios advindos do uso de Contra-Inteligência.

MetodologiaCom o atual estudo pretende-se verificar a importância e efetividade da proteção informacional exercida pela atividade de Contra-Inteligência no campo empresarial. Aplicar-se-á, para tanto, a pesquisa exploratória, aquela a qual proporciona maiores informações sobre o assunto que se vai investigar, avaliando a possibilidade de desenvolvimento do conhecimento na área (Andrade, 2002). Utilizar-se-á, também da pesquisa explicativa, com o objetivo de aprofundar o conhecimento da realidade procurando a “razão” dos motivos existentes, registrando, analisando, classificando e interpretando os fenômenos estudados (Andrade, 2002). Os meios de coleta de dados empregados são os primários, informações obtidas em entrevistas e os secundários, documentos existentes no campo da Inteligência empresarial (Marconi e Lakatos, 2003).

Contra-inteligênciaA contra-inteligência é uma área que aos poucos vem ganhando espaço no mercado brasileiro e entrando cada vez mais nas mesas de discussão nacionais, referentes àciência da informação.Sabe-se que é necessário no meio competitivo como é o atual mercado, a aplicação de contra-inteligência visando prevenir a fuga do patrimônio informacional.A Contra-Inteligência é definida pelo ordenamento jurídico vigente “como a atividade

que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a Inteligência adversa e ações de

qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda de dados, informações e

conhecimentos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, bem como das

áreas e dos meios que os retenham ou em que transitem”. (art.3º, Lei 4376 de 2002).

Pelos experts da área a contra-inteligência é definida como processo que visa repelir, neutralizar ou impedir ações lícitas, éticas, ilícitas ou antiéticas que visam à obtenção de informações de sua instituição.

Considerações finaisA gama de informações presentes no campo empresarial é imensa e, além disso, se encontra em constante desenvolvimento e principalmente alterações, sendo que as aplicações das técnicas que visam adquirir vantagens devem acompanhar essa evolução para que não se tornem obsoletas. Portanto, além de se encontrarem em constantes evoluções as atividades de Contra-Inteligência Competitiva devem caminhar lado a lado com a Inteligência-Competitiva, para que dessa forma a empresa possa obter melhores resultados e evite as fugas voluntárias e involuntárias da sua informação sensível.Conforme visto, em uma aplicação prática toda aquela teoria estudada é condensada e sintetiza para uma melhor extensão a empresa como um todo, a fim de tornar todas as pessoas leais a corporação e, por conseqüência, viabilizar uma melhor proteção dos diferenciais adquiridos no dia a dia.

ReferênciasANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para o curso de pós-graduação: noções práticas. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2002.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ANALISTAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA. Brasília – DF. Disponível em <http://www.abraic.org.br/site/contra.asp>. Acesso em: 13 de agosto de 2005.BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Técnicas de contra inteligência: falsa Informação, desinformação e decepção. Disponível em <http://www.brasiliano.com.br/artigo_inteligencia_e_contra_inteligencia.htm> Acesso em: 25 de outubro de 2005.MAQUIAVEL, Nicolau. Escritos políticos, A arte da guerra. São Paulo: Ed. Martin Claret, 2003. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.MILLER, Jerry P. O milênio da inteligência competitiva. Porto Alegre: Bookman, 2002.TARAPANOFF, Kira. Inteligência organizacional e competitiva. Brasília: Editora UND, 2001.

Ferramentas de proteçãoA falsa informação trata-se de uma ação passiva, pois ela se desenvolve por meio do erro da empresa concorrente em analisar as informações, vindo a tomar medidas que futuramente poderão prejudicá-la. Nesse caso, a contra-medida se caracterizaria por quedar-se inerte ante a percepção do erro alheio.Já a desinformação é uma forma ativa de disseminação estratégica de informações falsas na mídia ensejando induzir a erro grande parte da população, que é mais facilmente influenciável e aceita informações extremas.Uma terceira contra-medida seria a Decepção que pode ser vista uma fusão entre a falsa informação e a desinformação. Nesse sentido, é uma forma ofensiva de defesa informacional na qual induz-se a erro uma empresa concorrente, mediante lançamento de informações distorcidas nas fontes de obtenção de informação da Inteligência adversa. Ocasionando, assim, uma certeza tão grande acerca da veracidade dessa informação, que levará a concorrente a trabalhar a partir dela o que pode trazer desvantagens incalculáveis à mesma.

A integração dos ciclos de inteligência e contra-inteligênciaA Inteligência Competitiva é indubitavelmente um segmento distinto da Contra-Inteligência Competitiva, sendo que, em apertada síntese, a primeira tem como escopo auxiliar nas decisões ao passo que a segunda foca-se na proteção da informação sensível.Todavia, ambas se complementam e interagem entre si, por tratarem com o mesmo objeto o conhecimento.Ambos ciclos apresentam fase de análise e disseminação. E é justamente nesse ponto que Miller (2002, pág. 239), identifica como convergência no modelo de interação entre os processos de Inteligência Competitiva e a Contra-Inteligência Competitiva, salientando que essa interação proporciona uma “mais rigorosa cobertura de

proteção e, ao mesmo tempo, assegura que não se desperdicem recursos em contra-

medidas desnecessárias”.