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A Justiça do RN decidiu pelos professores de Extremoz, para que eles tenham direito à 1/3 da hora-atividade.
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Tribunal de
Justiça RIO GRANDE DO NORTE
FL.______________
Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte
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APELAÇÃO CÍVEL N° 2015.004664-8
Origem: Vara Única da Comarca de Extremoz/RN
Apelante: SINTE - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do
Norte - Núcleo Extremoz.
Advogado: Dr. Francinaldo da Silva Barbosa.
Apelado: Município de Extremoz/RN.
Procuradora: Drª. Fernanda Ryvia Fernandes Pontes.
Relator: Desembargador AMÍLCAR MAIA
EMENTA : APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COLETIVA.
PETIÇÃO PUGNANDO PELA DEVOLUÇÃO DOS AUTOS
AO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA COMPLEMENTAR O
PARECER. JULGAMENTO NÃO VINCULATIVO.
REJEIÇÃO. PREJUDICIAL DE NULIDADE DA SENTENÇA,
POR CERCEAMENTO DE DEFESA, PELO JULGAMENTO
ANTECIPADO DA LIDE. DILAÇÃO PROBATÓRIA
DESNECESSÁRIA. CAUSA MADURA. INEXISTÊNCIA
DE PREJUÍZO PARA AS PARTES. NÃO ACOLHIMENTO.
PREJUDICIAL DE NULIDADE DA SENTENÇA, POR
JULGAMENTO CITRA PETITA. REJEIÇÃO. MÉRITO
PROPRIAMENTE DITO. SERVIDORES PÚBLICOS.
MUNICIPAIS DE EXTREMOZ/RN. PROFESSORES.
DISTRIBUIÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO.
INOBSERVÂNCIA PELO MUNICÍPIO NA FIXAÇÃO DO
TEMPO MÍNIMO PARA DEDICAÇÃO À ATIVIDADES
EXTRACLASSE EM 1/3 DA JORNADA. ACOLHIMENTO
DO PEDIDO DE REGULARIZAÇÃO DA JORNADA DE
TRABALHO, NOS TERMOS DO ARTIGO 2º, § 4º, DA LEI
FEDERAL Nº 11.738/2008. DESCABIMENTO DAS HORAS
EXTRAS PLEITEADAS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO
«Número do processo#Número do processo no»
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LEGAL. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. CONHECIMENTO E
PROVIMENTO PARCIAL DO APELO.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as
acima identificadas:
Acordam os Desembargadores que integram a 3ª Câmara Cível
deste Egrégio Tribunal de Justiça, à unanimidade de votos, e em dissonância com o parecer da
19ª Procuradoria de Justiça, conhecer e dar provimento parcial ao apelo, reformando em parte
a sentença vergastada para condenar o Município de Extremoz/RN a regularizar a distribuição
da jornada de trabalho de todos os professores do quadro da educação básica no ensino
público para o exercício de no máximo 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho
das atividades de interação com educandos, sendo resguardado o mínimo de 1/3 (um terço)
para as atividades complementares de planejamento, estudo e avaliação, nos moldes do artigo
2º, § 4°, da Lei Federal n° 11.738/2008, todavia, para o inicio do próximo ano letivo e
seguintes. Ante a sucumbência recíproca, deve ser condenado cada uma das partes ao
pagamento de 50% (cinquenta por cento) das custas processuais e honorários sucumbenciais.
RELATÓRIO
Trata-se de Apelação Cível interposta pelo SINTE -
SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO RIO GRANDE
DO NORTE - NÚCLEO EXTREMOZ, através de advogado legalmente constituído, contra
sentença proferida pelo Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Extremoz/RN, que nos
autos da Ação Coletiva de Obrigação de Fazer c/c Exibição de Documentos nº
0101415-08.2014.8.20.0162, promovida pela apelante em desfavor do MUNICÍPIO DE
EXTREMOZ/RN, julgou improcedente a pretensão autoral, objetivando que: a) o ente
público proceda com a readequação da carga horária a fim de reservar 1/3 (um terço) da
jornada de trabalho semanal dos profissionais do magistério público da educação básica para
atividades extraclasse, nos moldes do artigo 2º, § 4°, da Lei Federal n° 11.738/2008; bem
como b) seja condenado a pagar aos profissionais do magistério público da educação básica,
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04 (quatro) horas extras semanais no período de abril de 2011 até junho de 2014.
Em suas razões de fls. 117/133, suscita o sindicato apelante, a
título de prejudicial de mérito, a nulidade da sentença, primeiro, por cerceamento de defesa,
por ter julgado antecipadamente a lide, sem atender o pedido de exibição de documentos que
comprovaria o direito autoral, e segundo, por ausência de fundamentação, já que não teria
apreciado o primeiro pedido formulado na exordial, que objetivava a condenação do ente
público na obrigação de proceder com a readequação da carga horária, a fim de reservar 1/3
(um terço) da jornada de trabalho semanal dos profissionais do magistério público da
educação básica para atividades extraclasse.
No mérito propriamente dito, após buscar demonstrar a
relevância de suas argumentações, pugnou, ao final, pelo conhecimento e provimento da
pretensão recursal para que seja decretada a nulidade da sentença, por cerceamento de defesa,
a fim de que seja devolvido os autos ao Juízo de origem para proceder com a instrução
probatória; ou por ausência de fundamentação, retornando o feito ao Juízo a quo para que
supra a omissão acima apontada. Não sendo esse o entendimento da Corte, requereu a
procedência integral dos pedidos formulados na exordial.
Em caso de improcedência da pretensão autoral, pugnou pelo
prequestionamento dos artigos 5º, LV; 7º, XVI; 39, IX, todos da Constituição Federal; artigo
2º, § 4º, da Lei Federal nº 11.738/2008; e artigos 332, 334, II e III, 348, 458, II, todos do
Código de Processo Civil.
Juntou documentos de fls. 135/138.
Sem contrarrazões, conforme atesta a certidão de fl. 142.
Com vista dos autos, a 19ª Procuradoria de Justiça opinou, em
parecer de fls. 146/151, pelo conhecimento e desprovimento do apelo.
Em petição de fls. 153/155, o sindicato apelante requereu a
devolução dos autos à Procuradoria de Justiça, em razão de o parecer não ter opinado sobre
um dos pedidos formulados na exordial.
É o relatório.
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VOTO
Preenchidos os requisitos de admissibilidade, conheço do
presente recurso.
Inicialmente, indefiro o pedido formulado pela parte apelante na
petição acostada às fls. 153/155, a qual requereu que os autos fossem devolvidos à
Procuradoria de Justiça, em razão do parecer não ter opinado sobre um dos pleitos formulados
na inicial.
Isso porque, o parecer ministerial, embora tenha deixado de
opinar sobre um dos pedidos constantes da exordial, possui caráter não vinculativo, eis que o
julgador está totalmente livre para adotar o posicionamento que melhor lhe convir,
necessitando apenas motivar adequadamente a diretriz a ser adotada.
Feitas tais considerações, passo à análise do presente recurso.
Antes de aprofundar sobre o mérito da questão, passo a analisar
a arguição de nulidade da sentença, suscitada pelo sindicato apelante, por cerceamento de
defesa, em razão de ter julgado antecipadamente a lide, sem atender o pedido de exibição de
documentos que comprovaria o direito autoral.
Pois bem, é imperativo consignar que é lícito ao juiz, com fulcro
no livre convencimento motivado autorizado pelos artigos 130 e 131 do Código de Processo
Civil, apreciar livremente os elementos de prova trazidos ao processo e entendendo serem
suficientes ao julgamento da causa, proferir sentença, desde que motive as razões de decidir.
Diante dessa premissa, não vislumbro o vício apontado pelo
apelante, uma vez que ao magistrado não é vetado o indeferimento da prova, desde que hajam
elementos suficientes para motivar suas razões, ou seja, a formação do seu convencimento.
Assim, ante a inexistência de cerceamento de defesa, não há que
se falar em nulidade do julgado.
De igual modo, rejeito o pedido de nulidade da sentença,
suscitado pelo apelante, por julgamento citra petita. Da leitura dos fundamentos lançados na
decisão, observa-se claramente que o julgador a quo entendeu que a jornada de trabalho
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estabelecida na Lei Municipal nª 602/2009 encontra-se dentro dos parâmetros trazidos pela
Lei Federal nº 11.738/2008. Para tanto, transcrevo parte dos fundamentos da decisão que
entendo necessários para elucidar a questão:
"(...)
Após detalhada análise de todo o conjunto probatório, bem
como da legislação aplicada a espécie, entendo que descabe a
pretensão pretendida à inicial, haja vista que os Professores da
rede pública municipal, a despeito de terem tomado posse sob o
regime de 30 (trinta) horas semanais, apenas permanecem em
sala de aula por 04 (quatro) horas, uma vez que a jornada de
trabalho inicia às 7h:00min e termina às 11h00min., tendo um
intervalo de 30 (trinta) minutos de intervalo entre os turnos.
Neste sentido, dispõe o art. 27, da Lei Complementar de n°
602/2009, que versa sobre o Plano de Carreira e Remuneração
dos profissionais do Magistério da Educação
Básica Municipal de Extremoz, que "a jornada de trabalho de
cargo de professor será parcial de trinta horas, ou integral, de
quarenta horas semanais".
Ademais, não há o que se falar em descompasso do que dispõe a
Lei n° 11.738/2008, como a atual situação dos professores da
educação básica do município de Extremoz, uma vez que estes
tomam posse sob um regime de 30 (trinta) horas semanais,
porém somente dedicam 20 (vinte) horas ao desempenho das
atividades com os educandos, o que perfaz exatamente 2/3 (dois
terços).
Observe, ainda, que a atual jornada de trabalho semanal dos
profissionais do magistério público da educação básica do
Município de Extremoz está adequada às disposições prevista
no art. 2º, § 4°, da Lei n° 11.738/2008, in verbis:
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"Art. 2º O piso salarial profissional nacional para os
profissionais do magistério público da educação básica será de
R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais) mensais, para a
formação em nível médio, na modalidade Normal, prevista no
art. 62 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
§ 4º Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o
limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o
desempenho das atividades de interação com os educandos."
(grifos nossos)
Ademais, é oportuno destacar que a Administração Pública é
vinculada ao princípio da legalidade, não sendo possível que
seja reconhecida em favor de servidor qualquer vantagem que
não esteja prevista em lei.
(...)" (destaques no original).
Sobre o mérito, insurge-se o sindicato apelate contra a sentença
que julgou improcedente a sua pretensão de ver reconhecido o direito a) a readequação da
carga horária, a fim de reservar 1/3 (um terço) da jornada de trabalho semanal dos
profissionais do magistério público da educação básica para atividades extraclasse, nos
moldes do artigo 2º, § 4°, da Lei Federal n° 11.738/2008; bem como b) ao pagamento aos
profissionais do magistério público da educação básica, 04 (quatro) horas extras semanais no
período de abril de 2011 até junho de 2014.
A análise do pleito formulado deve ter como base,
essencialmente, o artigo 27, § 1º, da Lei Municipal nº 602/2009, que dispõe sobre o Plano de
Cargo, Carreira e Remuneração do Magistério Público Municipal de Extremoz/RN, bem
como o artigo 2º, § 4º, da Lei Federal nº 11.738/2008, que trata sobre a fixação do piso
salarial do magistério público. Os citados dispositivos contêm a seguinte redação:
LEI MUNICIPAL Nº 602/2009
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"Art. 27 - A jornada de trabalho de cargo de professor será
parcial de trinta horas, ou integral, de quarenta horas
semanais.
§ 1º - Vinte por cento da jornada de trabalho dos professores
no exercício da docência será de horas-atividade, destinadas a
preparação e avaliação do trabalho didático, à colaboração
com a administração da escola, às reuniões pedagógicas, à
articulação com a comunidade e ao aperfeiçoamento
profissional em serviço, de acordo com a proposta pedagógica
da escola e diretrizes educacionais da Secretaria Municipal de
Educação.
(...)" [destaquei].
LEI FEDERAL Nº 11.738/2008
"Art. 2º - O piso salarial profissional nacional para os
profissionais do magistério público da educação básica será de
R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais) mensais, para a
formação em nível médio, na modalidade Normal, prevista no
art. 62 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
(...)
§ 4º - Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o
limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o
desempenho das atividades de interação com os educandos.
(...)" [destaquei].
Com efeito, pelo que se lê dos dispositivos acima transcritos, o
legislador ao instituir o artigo 2º, § 4º da Lei nº 11.738/2008, findou por estabelecer uma nova
jornada de trabalho para os professores, que deve ser cumprida pelos entes da federação, de
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sorte que essas disposições devem ser de aplicabilidade imediata, uma vez que o limite
máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação
com os educandos, é de âmbito nacional, devendo ser cumprida pelos Estados e Municípios.
Da leitura dos citados dispositivos, percebe-se que a legislação
municipal encontra-se fora dos parâmetros trazidos pela Lei Federal nº 11.738/2008, por ter
destinado apenas 20% (vinte por cento) para as atividades extraclasse, correspondente a 1/5
(um quinto) fora da sala de aula.
Cumpre destacar que a legislação federal possui caráter de
regulação geral. Todavia, ao município é permitido regulamentar a matéria de âmbito local,
desde que não afronte a norma de alcance nacional. No caso dos autos, percebe-se que a
norma municipal afronta a federal, de maneira que deve prevalecer a carga horária prevista
nesta última, diferentemente do que restou decidido pelo julgador de primeiro grau.
Contudo, o pleito de concessão de horas extras não merece
acolhida, pois a mera alegação de descumprimento da proporção trazida no âmbito da
legislação federal, não configuraria o excesso de carga horária total a ensejar sobrejornada,
pois a citada lei não criou duas jornadas de trabalho, mas somente uma, definindo critérios de
proporção dessa jornada.
Destaque-se, ainda, que a Administração está vinculada ao
princípio da legalidade estrita, não sendo possível, a concessão de vantagem de qualquer
natureza ao servidor público, a não ser que esteja expressamente prevista em lei, o que não
ocorre no caso dos autos.
Nesse sentido, transcrevo parte do voto proferido pelo relator,
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Desembargador Amaury Moura Sobrinho, no julgamento da Apelação Cível n°
2014.002348-9, que trata sobre as questões enfrentadas no presente recurso:
(...)
Da leitura dos citados dispositivos, percebe-se que a legislação
estadual divide a carga horária do professor entre as atividades
a serem exercidas dentro (24 horas) e fora da sala de aula (6
horas). Além disso, consta no processo uma Declaração
firmada pela Diretora da Escola Estadual Berilo Wanderley
noticiando que o apelante cumpre a carga horária
anteriormente citada (fls. 16v).
Cumpre destacar que a Legislação Federal possui caráter de
regulação geral. Todavia, ao Estado é permitido regulamentar
a matéria de âmbito local, desde que não afronte a norma de
alcance nacional. No caso dos autos, percebe-se que a norma
estadual afronta a federal, de maneira que deve prevalecer a
carga horária prevista nesta última, consoante decidiu o
Magistrado sentenciante.
De acordo com a norma federal, o servidor, com carga horária
de 30 horas semanais, deveria cumprir 20 horas em sala de
aula e as 10 restantes seriam destinadas às atividades
extraclasse. Todavia, não há que se falar em recebimento de
indenização pelas horas trabalhadas que ultrapassaram 2/3 da
carga horária total, já que esta não existe.
(...)" [TJRN, Apelação Cível nº 2014.002348-9, Rel.
Desembargador Amaury Moura Sobrinho, 3ª Câmara Cível,
julgado em 11/09/2014].
Quanto aos temas objeto de prequestionamento, não houve
qualquer atentado a garantias ou faculdades processuais das partes, não havendo que se falar
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em ofensa ao artigo 5º, LV, da Constituição Federal.
Na mesma esteira, considerando que inexiste direito ao
pagamento do adicional de horas extras, também não há transgressão aos comandos tratados
nos artigos 7º, XVI e 39, § 3º, também da Constituição Federal.
Outrossim, visto que a decisão firma-se com suporte nas
disposições que se retiram exatamente da Lei Municipal nº 602/2009 e Lei Nacional n.º
11.738/2008 e no conjunto probatório constante dos autos, que não ensejam o reconhecimento
do exercício de serviço extraordinário, não é cabível o pagamento das horas extras pleiteadas,
bem como não há que se registrar ofensa no conteúdo decisório nessa parte.
Quanto aos honorários advocatícios, verifico que houve o
deferimento apenas de parte dos pedidos da parte autora, havendo-se, de fato, a sucumbência
recíproca, devendo as custas processuais e honorários advocatícios serem arcados por ambas
as partes, nos termos do artigo 21, caput, do Código de Processo Civil, que assim dispõe:
"Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido,
serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e
compensados entre eles os honorários e as despesas".
Dessa forma, face o provimento parcial do apelo, entendo que
merece reforma a sentença também neste ponto, eis que, deve ser aplicada a sucumbência
recíproca, cabendo a cada uma das partes arcar com 50% (cinquenta por cento) das custas
processuais, bem como os honorários sucumbenciais, fixados na sentença no valor de R$
1.000,00 (mil reais), devidos aos seus respectivos patronos, tudo em observância aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
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Ante o exposto, em dissonância com o parecer ministerial, dou
provimento parcial ao apelo, reformando em parte a sentença vergastada para condenar o
Município de Extremoz/RN a regularizar a distribuição da jornada de trabalho de todos os
professores do quadro da educação básica no ensino público para o exercício de no máximo
2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com
educandos, sendo resguardado o mínimo de 1/3 (um terço) para as atividades complementares
de planejamento, estudo e avaliação, nos moldes do artigo 2º, § 4°, da Lei Federal n°
11.738/2008, todavia, para o inicio do próximo ano letivo e seguintes. Ante a sucumbência
recíproca, condeno cada uma das partes ao pagamento de 50% (cinquenta por cento) das
custas processuais e honorários sucumbenciais.
É como voto.
Natal, 11 de agosto de 2015
Desembargador JOÃO REBOUÇAS
Presidente
Desembargador AMÍLCAR MAIA
Relator
Doutora MARIA SÔNIA GURGEL DA SILVA
8ª Procuradora de Justiça