Administrativo 1

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Tópicos de direito administrativo

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Disciplina de direito administrativo A

Conceito de direito administrativo

O direito administrativo estuda a Administrao Pblica, a princpio. Mas seu objeto de estudo pode englobar matrias diversas, relacionadas ao funcionamento do Estado, como:1. Controle judicial dos atos administrativos;2. Polticas pblicas;3. Limites de regulamentao administrativa;4. Limites entre ato administrativo e lei.O direito administrativo ramo do direito pblico e suas caractersticas se destacam quando oposto ao direito privado e sua lgica individualista: 1. Interesse pblico vs. interesse privado;2. Autoridade vs. igualdade;3. Relaes jurdicas verticais vs. relaes jurdicas horizontas;4. Legalidade vs. liberdade;5. Funo vs. autonomia da vontade;6. Formalismo vs. informalidade;7. Publicidade vs. intimidade.

Setores da sociedade: a estrutura jurdica de personalidades no Brasil pode ser dividida em trs partes:1 setor: Estado: setor pblico:1. Unio Federal, Estados, Municpios, Distrito Federal, (pessoas polticas), autarquias, fundaes pblicas (pessoas pblicas), (pessoas mistas);2 setor: iniciativa privada com fins econmicos (empresas movidas por interesses individuais): setor privado:1. No estatal;2. No pblico (interesse privado);3. Atividade econmica;4. Visando o lucro.5. Mercado3 setor: iniciativa privada sem fins econmicos (organizaes movidas por interesses pblicos): setor pblico no-estatal:1. No visa o lucro: sem distribuio do lucro entre scios e associados.2. No-estatal;3. Finalidade promover o interesse pblico4. ONGs. Prestar ateno: o termo ONG no , tecnicamente, uma figura jurdica, como sociedade annima ou autarquia. Existem ONGs com personalidade jurdica e ONGs sem personalidade jurdica.a. As ONGs com personalidade jurdica podem ter ou no vnculos com o Estado. Quando tem vnculo com o Estado, pode ser permanente (OS organizaes sociais , OSCIP organizao da sociedade civil de interesse pblico , UP) ou temporrio."4 setor": entidades anmalas: no perseguem interesses pblicos, mas no chegam a ser entidades de interesse privado pois no perseguem lucro: Partidos polticos: personalidade jurdica privada. No faz parte do Estado; fica ao lado do Estado. difcil classific-lo em um dos setores. A existncia de partidos polticos de interesse pblico. Mas isso no quer dizer que um partido especfico precise defender o interesse pblico. Servios sociais autnomos (antigos entes paraestatais); Igrejas; Sindicatos; Conselho profissional: alguns tm personalidade jurdica privada. OAB: autarquia diferente. A OAB no faz concurso pblico e no faz licitao. Ela tem todas as prerrogativas de direito pblico, sem ter as obrigaes de direito pblico, tem todas as prerrogativas de direito privado, sem ter os nus de direito privado. A OAB tem uma importncia poltica, uma estatura constitucional superior s dos demais conselhos regionais.

Aula dia 27-3-2015

Atividades tpicas dos particulares: 1. Direitos fundamentais: entidades estatais, da Administrao Pblica, no so titulares de direitos fundamentais;2. Atividade econmica;a. Como regra geral, ao Estado vedado exercer atividade econmica. H excees. O Estado pode exercer atividade econmica em apenas trs casos, previstos no art. 173 CF:(i) Por motivo de segurana nacional (Unio);(ii) Interesse coletivo (trs nveis federais);(iii) Casos previstos na Constituio.b. Tambm ao Estado vedada atividade religiosa.

Atividades tpicas do Estado:1. Atividades instrumentais do Estado: so as atividades-meio, aquelas que no se justificam per se (elas somente se justificam para atingir a atividade-fim).a. Atividade de captao de recursos;b. Escolha e designao de agentes;c. Gesto de recursos oramento (no se confunde com a captao);d. Captao e gesto de bens materiais e servios (por exemplo, atravs de licitaes).2. Atividade-fim: aquela que se autojustifica pois tem clara finalidade.a. Relacionamento internacional: soberania externa (horizontal);b. Controle social: soberania interna (vertical);(i) Legislativa;(ii) Judicial;(iii) Ordenadora.c. Gesto administrativa: atividade prestacional do Estado. Critrio: monoplio estatal? Competncia exclusiva, privada e atividade de particular.(i) Servios pblicos: art. 175 CF: servio pblico incumbe ao poder pblico (direta ou indiretamente). atividade tpica de Estado, no de particulares. Pode ser delegada a particulares, mas preciso permisso estatal (licitao, concesso etc.). Aqui faz sentido falar em delegao;(ii) Segurana pblica: incumbe ao poder pblico e NO pode ser delegado;(iii) Servio social (h livre iniciativa, por exemplo, se eu quero abrir um hospital eu no preciso esperar o Estado abrir uma licitao para tanto posso fazer de forma autnoma). No faz sentido falar em delegao aqui;(iv) Ofcios pblicos: servios notariais, registro de imveis, tabelionatos de registros etc. atividade tpica de Estado, mas obrigatoriamente delegado pelo Poder Pblico a particulares (art. 236: os servios notariais e de registro so exercidos em carter privado, por delegao do Poder Pblico.). No art. 175, no h livre iniciativa: Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos.

Relaes internacionais

Travar relaes internacionais consiste na ao de estabelecer a manter vnculos (polticos, econmicos, culturais etc.) com outros Estados ou organizaes internacionais. competncia da Unio, que o faz sob o nome da Repblica Federativa do Brasil, atravs do ministrio das relaes exteriores, que um rgo.As relaes entre pessoas jurdicas de direito pblico na ordem internacional so baseadas no conceito de soberania nacional, ou seja, no h um poder superior, juridicamente estabelecido, que possa ordenar as interaes entre os agentes. Todos os Estados so iguais, pois todos detm soberania. Assim, no plano internacional, encontra expresso a soberania em sua manifestao horizontal.

Controle social

Expresso da soberania interna. Entre Estado e cidados, prevalecem relaes de carter vertical. O Estado encontra-se, na tarefa de controle social, em posio de superioridade aos particulares, podendo exercer coero. O controle social se justifica quando em prol do interesse pblico. Da a funo ordenadora da Administrao Pblica, concretizada em atos administrativos. Os atos administrativos so uma espcie de norma jurdica. Os trs poderes, em sua funo pblica, agem atravs de normas: o Poder Legislativo atravs de comandos abstratos inovadores da ordem jurdicas; o Poder Judicirio atravs da aplicao da norma existente, criando coisa julgada; o Poder Executivo atravs de atos administrativos que no devem nem inovar a ordem jurdica pelo contrrio, devem se basear na lei (legalidade em sentido estrito) nem formam coisa julgada os atos da Administrao Pblica esto sujeitos a controle judicial.

Gesto administrativa

A gesto administrativa tem como fim criar utilidades pblicas para a sociedade:1. Servios pblicos: consistem na criao de utilidades ou comodidades para satisfazer necessidades dos particulares. Cada pessoa poltica (Unio, Estados, Municpios, Distrito Federal) possui determinadas obrigaes de carter de servio pblico. Servios pblicos podem ser delegados para a iniciativa privada por meio de concesso ou licitao. Deve-se destacar que a iniciativa privada no pode, espontaneamente, tomar a si o papel de prestar servio pblico. Por serem de titularidade estatal, preciso que haja permisso expressa do Estado, ou melhor, da pessoa poltica competente.2. Servios sociais: no so de titularidade estatal, ou seja, apesar de o Estado dever prest-los, nada impede que a iniciativa privada, espontaneamente, sem prvia permisso do Estado (deve-se apenas trabalhar de forma regular), procure fornec-los no mercado. dever inafastvel do Estado, mas os particulares no necessitam de delegao do poder pblico para tambm prest-los por meio do mercado.3. Emisso de moeda e controle do cmbio4. OutrosConceito de interesse pblico

Interesse pblico , por assim dizer, um interesse particular-coletivo. Sabe-se que h interesse privado (Fulano quer isso, Cicrano quer aquilo). No entanto, como fenmeno apreensvel e mensurvel, um interesse pblico, caso seja entendido como o interesse do povo ou da coletividade, no existe. O que existe o conjunto de interesses particulares, no raro totalmente opostos entre si. Mas isso, a soma dos interesses individuais, no constitui o interesse pblico. Este decorre de uma espcie de cruzamento entre o indivduo e a coletividade, ou seja, o interesse do indivduo abstratamente considerado enquanto membro da coletividade. o interesse que resulta do conjunto de interesses dos indivduos quando estes so considerados em sua qualidade de membros da sociedade. Por exemplo, a segurana matria de interesse pblico porque todos os indivduos sos, enquanto membros de determinada sociedade, desejam que esta seja um lugar seguro para se viver. O interesse pblico , em outras palavras, a dimenso comunitria/social do interesse individual.

Aula dia 17-4-2015: Jurisdio Administrativa

Jurisdio: competncia.Administrativa: funo.

Jurisdio administrativa refere-se, em ltima instncia, a indicar quem pode dizer o direito administrativo.No perodo medieval, o direito era complexo. Havia regras costumeiras, regras oriundas da tradio nobiliria e aristocrtica, algumas escritas, outras no, direito feudal, direitos reais, direitos da Igreja etc. Nesse perodo, j existiam parlamentos (nobilirios).Ao longo da modernidade, servos passam para sditos e sditos para cidados. H uma crescente intensificao da subjetividade poltica quando se passa da condio de servo para a de sdito.

A origem de uma dualidade de jurisdies:De um lado o magistrado, que conhece os conflitos entre os aristocratas. De outro o bailio, que envolve o direito do designado pelo poder pblico. o germe de uma dualidade de jurisdies: o magistrado conhece questes de direito privado e o intendente conhece questes de direito pblico.

O modelo francs:Na Frana h uma estrutura acoplada ao Executivo de carter judicante: o contencioso administrativo. Se h um particular litigando com a Administrao Pblica, h duas vias: o processo gracioso e o contencioso administrativo.H at um Tribunal de Conflitos competente para dizer qual a natureza de determinada ao: se matria administrativa ou no. Determinado o ramo, escolhe-se entre o Conselho de Estado (direito administrativo) ou a Corte de Cassao (direito comum).

Caso do BrasilNo Imprio adotava-se o modelo do direito francs (jurisdio dupla: dois rgos tm capacidade de fazer coisa julgada, um fazia coisa julgada administrativa e outro fazia coisa julgada judicial).Na Primeira Repblica: toma-se como base o modelo judicial do direito americano (federao com jurisdio una: somente um rgo faz coisa julgada). uma influncia bastante menor.Hoje, no h contencioso administrativo no Brasil. Prevaleceu a tradio anglo-americana: opo clara pela jurisdio nica.

Regime jurdico administrativo

O que um regime? Um regime possui uma finalidade. O fundamental do regime que se ele no for cumprido, no se atinge o objetivo final, isto , o objetivo a que ele se props. H, portanto, na noo de regime jurdico uma natureza finalstica. O no cumprimento do regime gera sano estatal.Um regime sistmico. O que sistema? Um sistema se estrutura em torno de uma unidade central de ordenao. Forma-se, assim, um conjunto de elementos que mantm uma relao ordenada entre si a partir de uma coordenao central.

Qual o contedo do regime jurdico administrativo?O regime administrativo um regime de direito pblico com certos traos prprios. O regime de direito pblico tem suas normas baseadas na perseguio do interesse pblico. J o regime de direito privado baseia-se normativamente no interesse dos particulares. O regime jurdico administrativo formado, basicamente, por princpios. Os princpios do estabilidade ao regime: as regras podem mudar, mas os princpios permanecem. Fundamental para entender o regime so os princpios jurdicos que o condicionam. Princpios implcitos e explcitos tm igual valor. Princpios se dividem em:1. Princpios fundamentais e estruturantes (implcitos)a. Supremacia do interesse pblico sobre o interesse privado;b. Indisponibilidade dos interesses pblicos pela Administrao Pblica;2. Princpios gerais explcitos:a. Legalidade: facultado ao setor pblico fazer tudo o que a lei prev e dado ao setor privado fazer tudo o que a lei no probe essa a viso clssica do princpio da legalidade. Com a Constituio de 1988, com as novas perspectivas que passaram a dominar a mentalidade jurdica no final do sculo XX ps-positivismo, neoconstitucionalismo etc. , o princpio administrativo de legalidade passou a ter significado mais abrangente. O princpio da legalidade est sob ataque e como pode o princpio da legalidade sobreviver visto sua natureza que exige efetividade e concretude se ela vista de forma flexvel e elstica? Todos os dias ocorrem problemas relacionadas legalidade. Como identificar um problema relacionada legalidade se no se sabe o que a legalidade, qual seu contedo? Existem trs abordagens para se compreender o princpio da legalidade:(i) Legalidade em sentido estrito: o sentido clssico de legalidade: impe respeitar as normas do modo como foram estabelecidas pelo ordenamento jurdico, respeitando a vontade do legislador. a obedincia aos comandos originados no processo legislativo, efetuado este nas assembleias representativas com legitimidade para produo normativa em regimes democrticos. (Autores adeptos: Romeu F. Bacellar Filho, Celso Antonio Bandeira Mello.)(ii) Legalidade em sentido amplo (legalidade como juridicidade)[footnoteRef:1]: o princpio da legalidade virou princpio de juridicidade: o servidor pblico, o administrador, no pode estar vinculado apenas lei, mas pelos valores e princpios costurados no texto constitucional e demais documentos integrantes do bloco de constitucionalidade. a vinculao da administrao ao ordenamento jurdico em sentido ps-positivo, ps-normativista: ao direito internacional, aos tratados, Constituio, aos princpios implcitos e explcitos. No mais o respeito lei, mas o respeito ao direito. Nesse sentido, poderia o administrador, inclusive, violar uma norma caso estivesse em desacordo com o nimo da Constituio. (Adeptos: Carmen Rocha, Juarez Freitas.) [1: Vide Carmen Lcia Rocha, Princpios constitucionais da administrao pblica.]

(iii) Legalidade ps-moderna: mais radical ainda que (ii). O princpio de separao dos poderes no faz mais sentido; um mito que o administrador s fazer aquilo que est previsto no ordenamento, pois ele pode precisar agir em um vcuo legislativo. Implica a ideia de superao da impossibilidade de inovar. uma ruptura com a separao dos poderes. O administrador teria autonomia para inovar, para legislar. (Adeptos: Carlos Ari Sundfeld, Diogo de F. N. Neto). Cada uma dessas teses traz impactos diferentes sobre a realidade ftica. Por exemplo, na discusso a respeito dos regulamentos (vide abaixo).b. Moralidade;c. Publicidade;d. Impessoalidade;e. Eficincia.3. Princpios gerais implcitos: como explicar a existncia de princpios constitucionais implcitos? Ateno: nem todo princpio um princpio constitucional necessariamente.a. Motivao (h divergncia de apenas um autor);b. Proporcionalidade;c. Segurana jurdica.

Princpio da supremacia do interesse pblico

Princpio da indisponibilidade do interesse pblico pela Administrao Pblica Os particulares podem dispor de seus interesses. (Ateno: interesses no se confundem com direitos.) A Administrao Pblica no pode dispor dos interesses que persegue, isto , o interesse pblico.

Regulamento

Um regulamento geralmente externado atravs de decretos. Decreto o nome formal do ato administrativo que traz dentro de si um regulamento. A grande questo : at que ponto pode ir o regulamento? Quando que o regulamento comea a infringir a lei que o autoriza? E pode existir regulamento sem lei?Duas teses (que pode ser aceitas ambas ou apenas uma delas, dependendo do ordenamento):1. Regulamento executivo: o regulamento que se preza execuo da lei;2. Regulamento autnomo: regulamento feito pelo administrador independentemente de lei. Isto , de forma isolada, solta de normativa especfica superior. No Brasil prevalece, "oficialmente", a tese do regulamento executivo: art. 84 da Constituio. NO ENTANTO, a tese do regulamento-decreto executivo acabou por ser negada pela prtica. A emenda 32 a traduo legislativa dessa mudana. A emenda 32 inseriu o inciso VI no art. 84, permitindo o decreto autnomo em determinadas circunstncias.Seo IIDas Atribuies do Presidente da RepblicaArt. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica:I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;II - exercer, com o auxlio dos Ministros de Estado, a direo superior da administrao federal;III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituio;IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo;V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;VI dispor, mediante decreto, sobre:a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos;(Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos;(Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)VII - manter relaes com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomticos;VIII - celebrar tratados, convenes e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;IX - decretar o estado de defesa e o estado de stio;X - decretar e executar a interveno federal;XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasio da abertura da sesso legislativa, expondo a situao do Pas e solicitando as providncias que julgar necessrias;XII - conceder indulto e comutar penas, com audincia, se necessrio, dos rgos institudos em lei;XIII - exercer o comando supremo das Foras Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, promover seus oficiais-generais e nome-los para os cargos que lhes so privativos;(Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 02/09/99)XIV - nomear, aps aprovao pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territrios, o Procurador-Geral da Repblica, o presidente e os diretores dobanco centrale outros servidores, quando determinado em lei;XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da Unio;XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituio, e o Advogado-Geral da Unio;XVII - nomear membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII;XVIII - convocar e presidir o Conselho da Repblica e o Conselho de Defesa Nacional;XIX - declarar guerra, no caso de agresso estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sesses legislativas, e, nas mesmas condies, decretar, total ou parcialmente, a mobilizao nacional;XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;XXI - conferir condecoraes e distines honorficas;XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente;XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes oramentrias e as propostas de oramento previstos nesta Constituio;XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa, as contas referentes ao exerccio anterior;XXV - prover e extinguir os cargos pblicos federais, na forma da lei;XXVI - editar medidas provisrias com fora de lei, nos termos do art. 62;XXVII - exercer outras atribuies previstas nesta Constituio.Pargrafo nico. O Presidente da Repblica poder delegar as atribuies mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao Advogado-Geral da Unio, que observaro os limites traados nas respectivas delegaes.

Princpio da eficincia

Surgiu da Emenda Constitucional 19/1998. De certa forma, o princpio da eficincia nunca foi votado pelo Congresso (histria pitoresca).O princpio da eficincia deve ser interpretado de acordo com a Constituio. A Constituio no se interpreta em tiras. Mas o que ser eficiente? o dever que todo administrador tem de encontrar o "ato timo" (Celso A. B. de Mello). No apenas o administrador deve cumprir sua tarefa, mas tambm escolher o melhor meio para tanto o "ponto timo". Se no for o ato timo, pode ele ser inclusive controlado pelo Judicirio.

Atos vinculados e atos discricionriosOs atos administrativos podem ser classificados de acordo com o maior ou menor espao de discricionariedade facultado ao administrador.1. Atos vinculados: menor espao de discricionariedade, isto , esto mais vinculados lei em sentido estrito. A lei determina de forma minuciosa o que o administrador deve fazer, tentando exaurir seu dever.2. Atos discricionrios: maior espao de discricionariedade, isto , menos vinculados lei em sentido estrito. A lei menos exaustiva em relao a que o administrador deve fazer. Ambos os atos, vinculados e discricionrios, esto vinculados lei. apenas uma questo de intensidade, quer dizer, de vinculao lei em sentido estrito. Todo ato vinculado, mas vinculado de forma, em grau, diferentes.

O princpio da motivao

Todo ato administrativo deve ser motivado. A motivao deve ser dada antes da realizao do mesmo. No se pode motivar um ato posteriormente, visto que possvel ser dada uma justificativa falsa, baseada em eventos imprevistos pelo administrador pblico.

Princpio da moralidadePrincpio da publicidade o cerne da Repblica. Implica:1. Transparncia: a Administrao Pblica tem dever de publicidade que pode sera. Ativa: so expostas automaticamente;b. Passiva: so expostas caso algum pea.2. Controle.Importante nessa questo a lei de acesso informao (lei 12.527/11): estabelece srios critrios para o uso de sigilo pela Administrao Pblica. Alm disso, estabelece procedimentos para quebra de sigilo.Casos especiais de sigilo (art. 5): inc. X (direitos fundamentais intimidade, vida privada, honra, imagem), inc. XXXIII (defesa do interesse pblico segurana do Estado e segurana da sociedade). So dois casos em que o sigilo mantido, portanto. O primeiro, estabelecido no inc. X do art. 5 da Constituio, diz respeito a sigilo envolvendo atividades de particulares. O sigilo se ampara, nesses casos, em razo do direito fundamental intimidade, inviolabilidade da vida privada, da honra, da imagem. A segunda hiptese a de atividades estatais que demandam segredo, entre elas atividades de inteligncia e segurana nacional/pblica, que no podem ser divulgadas ao pblico em razo de sua prpria natureza estratgica, que motiva seu status confidencial.Em resumo, as atividades da Administrao Pblica seguem o princpio da publicidade; j as do setor privado, o princpio do sigilo. Mas algumas vezes pode ocorrer o contrrio. Certas questes de Estado so protegidas por sigilo por razo de sua condio estratgica. E, pode ocorrer, certas questes privadas so necessariamente pblicas. Intimidade vs. vida privada: ato ntimo ato da vida privada O conceito de publicidade pode ser entendido, tambm, como propaganda (art. 37, 1): a publicidade pblica dever ter carter: ou educativo, ou informativo, ou de orientao social.

Princpio da segurana jurdica

H trs fundamentos da segurana jurdica, isto , so trs as coisas que a lei no pode alterar:1. Coisa julgada;2. Ato jurdico perfeito;3. Direito adquirido.

Ato jurdico perfeito e direito adquirido: qual a diferena?1. Ato jurdico perfeito: direito subjetivo consolidado. A proteo no exatamente ao ato, mas ao que decorre dele. O direito decorrente dos atos.2. Direito adquirido: um direito subjetivo adquirido. Exemplo. a. Vamos supor uma lei 100/90. Ela prev que um servidor pblico se aposentar com 40 anos de trabalho. b. Posteriormente, h a lei 110/2000 cria a gratificao x. c. E, depois, h a lei 120/2001 que prev que quem receber a gratificao x por cinco anos leva essa gratificao para a aposentadoria. d. Em 2010, porm, a lei da gratificao revogada.Situao 1: Caio passa em um concurso. Sua nomeao em 1995. Em 2000, ele passa a receber a gratificao x. Em 2006, ele perde a gratificao x. Em 2040, ele se aposenta.Situao 2: Tcio passa em concurso. Sua nomeao se d em 1995. Em 2000, recebe a gratificao x. Em 2004, perde a gratificao x. E morreu em 2030.Que tipos de direitos ele podem ter, em abstrato? Direito subjetivo consolidado, direito adquirido, expectativa de direito?Antes de 1995, o que tinham Caio e Tcio? Caio nada. A partir do momento em que passa no concurso, tem expectativa de direito. A partir da nomeao, direito subjetivo consolidado (ato jurdico perfeito), mais do que um vnculo especial, ele est protegido por um ato jurdico perfeito, pelo qual est apto ao pleno exerccio, ao gozo.Caio tem em 2002 em relao a perceber a gratificao x um direito subjetivo consolidado, em relao aposentadoria uma expectativa de direito.Aps receber durante seis anos, sua gratificao lhe retirada. No entanto, como recebeu durante no mnimo cinco anos, ele tem direito adquirido quando receber aposentadoria com acrscimo do valor de gratificao.Emenda constitucional pode afetar direito adquirido. Qual a viso do STF: emenda constitucional pode afetar direito adquirido.

Princpio da proporcionalidade: 1. Necessidade: compatibilidade quantitativa;2. Adequao: compatibilidade lgica entre ao e resultado;3. Proporcionalidade em sentido restrito (razoabilidade): bom senso (clusula implcita de Hart).

Entes e rgos

No plano jurdico, a diferena entre entes e rgos que os primeiros possuem personalidade jurdica enquanto os segundos no. Ou seja, rgos no podem contrair obrigaes, no podem figurar como partes em relao jurdica. Do ponto de vista organizacional, um rgo componente de um ente, sendo a ele subordinado. A existncia de um rgo pressupe a existncia de um ente, visto que o rgo no pode existir per se. Ao rgo delegada tarefas e competncias dentro do mbito de atuao de determinado ente. O ente premissa para que o rgo exista.Por outro lado, os entes no so entidades autnomas: so partes do Estado. Os entes constituem a administrao indireta do Estado. A administrao direta feita Os entes podem ser polticos ou administrativos. Ambos tm capacidade administrativa. No entanto, apenas os entes polticos tem capacidade legislativa. 1. Entes polticos: capacidade administrativa e legislativa. a. Unio;b. Estados;c. Muncipios;d. DF.2. Entes administrativos: tm capacidade apenas administrativa. Importante distinguir os entes administrativos que detm personalidade de direito pblico e aqueles que so pessoas jurdicas privadas:a. Entes administrativos de direito pblico:i. Territrio: no existem, atualmente, territrios brasileiros;ii. Autarquia: agncias reguladoras (ANEEL, ANATEL) e ordinrias (ABIN, AEB). Conselhos profissionais (Conselho Federal de Medicina). Certos departamentos (DNIET). Institutos (INPI, INCRA, INSS). Universidades pblicas. Outras especficas: Banco Central, CVM, CADE, IBGE, FUNAI etc.;iii. Fundaes;iv. Consrcio pblico de direito pblico.b. Entes administrativos de direito privado:i. Sociedade de economia mista;ii. Empresa pblica;iii. Consrcio pblico de direito privado.

Ato administrativo

Ato administrativo ato jurdico, visto que produz efeitos jurdicos. Todo ato jurdico , tambm, fato jurdico. Fato jurdico qualquer ato a que o direito impute relevncia, ou seja, que produza efeitos jurdicos. Ato jurdico, no caso, um ato humano com consequncias jurdicas: que provoca criao, modificao ou extino de relao jurdica. O ato administrativo no se confunde com fato administrativo. Ato administrativo ao da Administrao Pblica com repercusso jurdica (criando, modificando ou extinguindo relao jurdica). J fato administrativo qualquer fato, mesmo aqueles no realizados pela Administrao Pblica, a que o Estado confere importncia administrativa. Ato administrativo no se confunde com ato da administrao. Possui duas dimenses importantes:1. Condies de validade:2. Eficcia do ato:

Atributos do ato administrativo1. Presuno de legitimidade e veracidade: presume-se que os atos administrativos so conformes ao direito (legitimidade) e que os fatos motivadoras para sua edio so verazes (veracidade). Em sntese, a presuno de legitimidade e veracidade do ato administrativo implica tomar por suposto que a Administrao Pblica age tendo em vista o interesse pblico e orienta-se, em suas aes, pela legalidade.2. Imperatividade3. Autoexecutoriedade4. Tipicidade (di Pietro):

Categorias de atos administrativos

Lamentar tragdias distantes se tornou o mtier de certos intelectuais de esquerda. Fazem-no, por um lado, porque interpretam a realidade a partir de esquemas abstratos e grandiosos, universalismos de inutilidade prtica completa; por outro, os sermes politicamente corretos derivam de uma degenerao psicolgica, que consiste na malcia de conciliar o martrio retrico pela humanidade com a capacidade de olhar apenas para o prprio umbigo.

Mas no bastam as lgrimas de crocodilo. preciso tambm imiscuir homilia uma crtica estereotipada, rasa e de mau gosto ao capitalismo que , afinal, a causa de todos os males. Sempre h, nos discursos balofos desses mandarins, alguma reprovao moral ao fato de que a maioria das pessoas apenas se preocupa com os fatores mais imediatos da vida. No conseguem entender que isso naturalssimo: o povo no burro e compreende que choramingar atrocidades acontecidas no outro lado do mundo, alm de no aliviar o sofrimento alheio, no vai encher a barriga de ningum.

Mas a estratgia faz sentido, afinal de contas: choramingar as calamidades longnquas a maneira mais fcil de se eximir de responsabilidades concretas. um subterfgio rousseauniano, de inexpressivos resultados prticos, mas razoveis efeitos retricos (quando o destinatrio uma audincia devidamente amestrada). Alm disso, as apologias harmonia universal propiciam a quem as enuncia a confortvel iluso de que se um mrtir universal. Words, words, words.