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Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1281, de 29 de Janeiro de 2009 e não pode ser vendido separadamente. Ak adémicos 32 ILUSTRAÇÃO: LEONEL BRITES Nuno Duarte (Jel) Humorista “A realidade é sempre melhor do que a ficção” Mentes Empreendedoras 04 e 05 06 e 07 Jovens criam novos negócios

Akadémicos 32

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Edição N.º 32 do Jornal Akadémicos Kapa: Jovens criam novos negócios - Mentes empreendedoras

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Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1281,de 29 de Janeiro de 2009 e não pode ser vendido separadamente.

Akadémicos32

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Nuno Duarte (Jel)Humorista

“A realidade é sempre melhor do que a ficção”

MentesEmpreendedoras

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06 e 07

Jovens criam novos negócios

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O Instituto Nacional de Estatística divulgou recentemente dados relativos aos principais indicadores da economia portuguesa em

2008. A taxa de desemprego no final do ano era de aproximadamente 8% (e prevê-se um agravamento para 2009 e 2010), sendo que os jovens com formação superior se encontram bastante afectados por esta realidade. Estes factos revelam que o fenómeno do desem-prego se tornará a problemática central da actual crise económica e social em Portugal. Assalta-nos a ideia de que encontrar um emprego é uma tarefa cada vez mais difícil. A aposta na qualificação e formação de quadros altamente qualificados não é por si só uma solução definitiva para o combate ao desemprego, pois, mesmo entre os jovens qualificados, as taxas de desemprego têm aumentado. Verifica-se que a eco-nomia portuguesa não tem maturidade para criar empregos qualificados suficientes, que possam compensar aqueles que estão a ser destruídos anualmente. Desta forma, considero que a formação dos jovens deverá incluir cada vez mais “doses” de cultura empresarial e empreendedora. É fundamental que os planos curriculares sejam cada vez mais orientados para o desenvolvimento de saberes e talentos individuais que conduzam à criação de empresas e negócios inovadores e criativos. Estou mesmo a falar de empreendedorismo, o chavão cada vez mais utilizado como principal “esca-pe” dos jovens desempregados. Se procurarmos a definição de empreendedorismo, constatamos que este é muitas vezes sinónimo de progresso e desenvolvimento eco-nómico. Concordo com os que defendem o desenvolvimento do espírito empreende-

dor enquanto alavanca fundamental para a resolução do problema do desemprego. E podemos todos ser empreendedores? Constituirá sempre um desafio de introspec-ção e de auto-análise. Para já, interessa referir que entre os valores associados a um empreendedor estão impreterivelmente a ambição, a coragem, a determinação, a auto-confiança, a decisão, o pragmatismo, a criatividade, a capacidade de trabalho, a motivação, o optimismo, a capacidade de arriscar, o sentido de oportunidade, a liderança, o sentido de responsabilidade, a recompensa, a excelência, a organização, a delegação, a comunicação e a experiência. Se por ventura te revês no que lês, fundamenta a tua ideia, analisa todo o contexto legal, económico e social no qual a poderás implementar; contabiliza recursos físicos, humanos e financeiros; estabelece uma política comercial, define datas, metas e objectivos e apresenta o teu plano de negócios a quem te puder trazer mais-valias, a quem te puder apoiar. Mas empreender não é apenas criar uma empresa ou inventar um negócio. Um in-divíduo é empreendedor quando inova e procura novas oportunidades para a organização onde trabalha. Também da parte dos empregadores se caminha para uma valorização cada vez maior da iniciativa dos seus colaboradores, estimula-se a concretização de ideias e promove-se a liberdade de criação. Em última instância, o empreendedorismo e criatividade dos recursos humanos podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma organização.

Musical

De 29 de Janeiro a 1 de Fevereiro, 21:30Dias 31 e 1 de Fevereiro: sessão especial às 17:00Os ProdutoresO musical Os produtores retrata a história de um contabilista neurótico e de um produtor falhado da Broadway que decidem unir-se e inventar um esquema capaz de os tornar milio-nários. Para tal, decidem criar o pior musical, como forma de conseguir mais rapidamente a fortuna com que sonham. Inesperadamente e de uma forma surpreendente, o musical é confundido pelo público como uma sátira genial, revelando-se um enorme sucesso de bilheteiras. No Teatro José Lúcio da Silva, a partir de 25 euros

cineMa

De 29 de Janeiro a 4 de Fevereiro:15:30; 18:30; 21:30 Dias 30 e 31 de Janeiro: sessão especial às 00:00Revolutionary RoadEste é um filme de drama e narra a história de um casal que vive permanentemente com a incer-teza de ir atrás dos seus verdadei-ros sonhos ou em contrapartida enfrentar o peso do conformis-mo. Nos cinemas O Paço.

TeaTro

5 de Fevereiro, 21:30Os filhos do EsfoladorEsta peça é da autoria do aclamado escritor Camilo Castelo Branco e pretende evidenciar alguns aspectos da vivência social, como a obtenção de lucro sem o menor esforço. O autor faz referência ainda ao antigo ditado popular: “o feitiço vira-se contra o feiticeiro”. Esta comédia vai estar em cena no Teatro José Lúcio da Silva por 7,50 euros.

Música

14 de Fevereiro, 22:00Pedro AbrunhosaO teatro José Lúcio da Silva acolhe o cantor que deverá apresentar ao público o seu mais recente projecto entitulado Luz, álbum que inclui o sucesso Quem me leva os meus fantasmas. Ideal para celebrar o dia dos namorados. O valor do bilhete é de 15.00 euros.

Dança

8 de Fevereiro, 21:00GiselleA dança entra em palco com o Ballet Nacional da Moldávia. Gi-selle narra a história de uma camponesa terna, figura de origens modestas que se apaixona por um Príncipe chamado Albert que se faz passar por um camponês com o objectivo de conquistar o seu amor. A mentira conduz a jovem à loucura. No Teatro José Lúcio da Silva, a partir de 25 Euros.02 JORNAL DE LEIRIA 29.01.2009

abertura

Tânia santos, docente ESECS—IPL

CARLOS HENRIQUESUma agenda do mês

Director:José Ribeiro [email protected]

Director adjunto:João Nazá[email protected]

coordenadora de redacçãoAlexandra [email protected]

coordenadora PedagógicaCatarina [email protected]

apoio à ediçãoAlexandre [email protected]

secretariado de redacçãoAndré Mendonça, Sara Vieira

redacção e colaboradoresAna Oliveira, Andreia Antunes, André Mendonça, Carlos Henriques, David Sineiro, Élio Salsinha, Fernanda Campos, Inês Lopes, Iolanda Silva, João Matias, Jorge Bastos, Nídia Carmo, Pedro Jerónimo, Sara Vieira, Tânia Marques, Tiago Gomes Departamento GráficoJorlis - Edições e Publicações, ldaIsilda [email protected]

MaquetizaçãoLeonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–[email protected]

Presidente do instituto Politécnico de leiriaLuciano de [email protected]

Presidente do conselho Directivo da esecsJosé Manuel [email protected]

Directora do curso de comunicação sociale educação MultimédiaAlda Mourã[email protected]

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

[email protected]

Vai lá, vai...

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Está a dar

José Manuel Silva, presidente do Conselho Directivo da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria, lançou o seu primeiro livro infantil, intitulado Bonifá-cio e o Cavalinho Imaginação. O Lançamento oficial decorreu na Escola do 1º Ciclo dos Capuchos, em Leiria, na última semana de aulas antes do Natal, o que ser-viu na perfeição aos cerca de 120 alunos desta escola, que levaram para casa um presente anteci-pado. O livro, que contou com o apoio do IPL, do Governo Civil do Distrito de Leiria e do Banco Por-tuguês do Investimento, foi ofere-cido a todos os alunos do 1º ciclo nas escolas do distrito, num total

de 20 mil exemplares. Para além do livro, os alunos tiveram um dia diferente, proporcionado por uma animadora, que com um pequeno teatro interactivo, con-tou a história e assumiu o papel de comandante, nesta “viagem” pelo mundo da imaginação.

Inspiração familiar Esta história tem como personagem principal o me-nino Bonifácio, que recebe no Natal um cavalinho de pau e que com ele viaja pelos quatro cantos do mundo. Segundo o autor: “a inspiração para o li-vro nasceu de um facto real, a oferta ao meu filho mais novo de um ‘cavalinho’ feito pela

avó, a quem o livro também é dedicado”. O autor acrescen-ta: “a promessa de editar uma história infantil já tinha sido feita ao meu filho mais velho, hoje com trinta anos, a quem eu lia muitas histórias. Um dia prometi-lhe escrever e publicar uma escrita por mim. Agora cumpri a promessa, extensiva aos irmãos mais novos.”

Formar pela leituraPara o autor, a leitura é, para as crianças, uma “fonte ines-gotável de prazer e um instru-mento decisivo para a cons-trução da personalidade”, en-quanto o sonho e a imagina-ção considera serem espaços

de “liberdade, criatividade e emotividade”. Maria de Lurdes Monteiro, professora do 4º ano da Esco-la dos Capuchos e responsável pela organização desta activi-dade partilha da mesma opi-nião e considera importante que as crianças imaginem e sonhem “para conseguirem alcançar uma vida melhor”. Foi o primeiro livro para crianças editado por José Ma-nuel Silva, mas, “se houver oportunidade” terá todo o prazer em continuar. “Gosto muito de escrever e as crian-ças são um público desafia-dor, porque são exigentes e muito críticas”, conclui.

livro infantil oferecido a alunos do 1.º ciclo

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Conhecedor da realidade do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), assim se revelou o pro-fessor Jorge Carvalho Arroteia, numa pequena conversa com o akadémicos, minutos após a sua

eleição, e tomada de posse, en-quanto novo presidente do Con-selho Geral do IPL. “Espero cumprir com leal-dade e transparência a missão que me é confiada, para que o

Instituto continue a afirmar-se”, começou por assumir o pro-fessor catedrático, aposentado, da Universidade de Aveiro. Com um vasto percurso ligado ao en-sino superior, elogia a anterior presidência e reconhece que o IPL “tem tido um percurso ex-tremamente positivo no âmbi-to regional e é uma referência a nível nacional.” Para além da aposta no recrutamento de novos alunos, o presidente do Conselho Geral do IPL destaca ainda os projectos de investiga-ção, a dinamização de parcerias com outros estabelecimentos de ensino superior, bem como a

cooperação com os palop (Países Africanos de Língua Oficial Por-tuguesa). “O programa de for-mação de docentes, pioneiro e já com resultados”, é o seu princi-pal destaque, relativamente às estratégias desenvolvidas pelo Instituto. Natural de Monte Redondo, Leiria, Jorge Carvalho Arroteia, 61 anos, licenciou-se em Geo-grafia (1972) pela Universidade de Lisboa, doutorou-se em 1983 e em 1986 prestou provas de Agregação em Ciências Sociais. Autor de diversos estudos rela-cionados com a Análise Social da Educação, Emigração Portugue-

sa e Geografia Humana, parti-cipou em projectos de investiga-ção, nacionais e internacionais, nestas áreas, tendo sido também vice-presidente da Comissão Nacional de Geografia (2005-2007). Para além da docência e da investigação, tem participado em órgãos científicos e de gestão de diversos estabelecimentos de ensino superior universitário e politécnico, e no processo de ava-liação do sistema de ensino su-perior. Desempenhou, também, funções de direcção em serviços centrais do Ministério da Educa-ção e do Ministério da Ciência e do Ensino Superior.

Decorreu no dia 22 de Ja-neiro, num Auditório quase vazio, a tomada de posse dos núcleos de curso e da nova Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (esecs). Luciano de Almeida, presidente do Instituto Po-litécnico de Leiria, marcou presença no evento, onde su-blinhou que “o associativis-mo é fundamental no meio

académico”, assumindo que “as associações de estudan-tes acabam por ter um papel muito importante no proces-so pedagógico”. Após a apresentação e aprovação do relatório de contas apresentado pela asso-ciação cessante, dirigida por Maria de La Salete Fernandes, a pasta foi passada a Pedro Ba-talha, aluno do 2ºano de Co-municação Social e Educação

Multimédia (CSEM) que pre-tende “promover uma maior consciencialização da parte do corpo estudantil – apelar ao voto e à participação”. Apesar de existirem 1863 alunos na esecs, apenas 284 usaram o seu poder de voto. Andreia Mateus, aluna do 2ºano de CSEM, presidente da mesa da Assembleia Geral, alerta para o problema: “Se ninguém representar os estudantes,

como é que eles vão fazer ou-vir a sua voz?”. O representante do núcleo de CSEM, Pedro Jerónimo, congra-tulou todos os que se volunta-riaram para integrar os núcleos já que até este ano, o núcleo do curso de Comunicação era o único existente na escola. Na Escola Superior de Artes e Design, a lista vencedora é li-derada por Pedro Semedo e na Escola Superior de Saúde ven-

ceu a única lista candidata, pre-sidida por Rui Jordão. Mas nem todas as AE do IPL têm novos di-rigentes. Na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, o processo eleitoral foi adiado por suspeita de irregularidades no processo e na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, o mandato de Rui Pedro, presidente da AE só termina em Fevereiro, pelo que ainda não se realizaram as eleições para 2009.

Bonifácio e o cavalinho imaginação

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conselho Geral tem novo presidente

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João Garcia Miguel, docente e coor-denador do curso de Teatro da Escola Supe-rior de Artes e Design (ESAD), nas Caldas da Rainha, foi recentemente galardoado com o prémio internacional Foment de las Artes i del Disseny (FAD) - Sebastián Gash 2008, atribuído em Barcelona, pelo espectáculo Burgher King Lear. O professor, que tem pela arte uma paixão que se foi impondo e crescendo, afirma ter-se sentido muito bem ao receber o prémio: “tive uma mis-tura desencontrada de sentimentos que me levantaram uns centímetros do chão.” João

Garcia Miguel acrescenta, ainda, que não via o seu trabalho muito reconhecido e este prémio, apesar de ser de uma organização distante e que ele próprio desconhecia, acabou por ter um significado “agradável”. Licenciado em pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, João Garcia Miguel foi um dos fundadores do Canibalismo Cósmico, um conjunto de projectos maioritariamente experi-mentais e algo provocadores. O grupo, formado, segundo o docente, por “um conjunto informal e de artistas oriundos de várias áreas e com interesses distintos”, intervinha social e artisti-

camente em galerias de arte com exposições. João Garcia Miguel fundou também a Galeria ZDB, o Festival X, o Teatro-Cine de Torres Vedras e o grupo deTeatro OLHO, do qual foi director artístico até 2002. Foi convidado para integrar o projecto Paredes de Cor, que decorre desde 9 de Janeiro no Centro Cultural e Congressos, nas Caldas da Rainha. Aí, o artista apresenta a sua faceta de artista plástico, na esperança que esta seja mais reconhecida. Para este projecto, desenvolveu uma espécie de puzzle com 6 telas. Segundo João Garcia Miguel, o objectivo foi criar um conjunto de telas autónomas que, ao serem

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Está a dar

Bit Xpress e Natureza Brincalhona são fruto do espírito

empreendedor de jovens, ex-alunos

do IPL. Com ideias inovadoras, arriscaram

e venceram. Eles quiseram, o Instituto

ajudou e as empresas nasceram

incubadores de sonhosapoios ao empreendedorismo jovem

joão Garcia Miguel

entre o Teatroe as artes Plásticas

TAK Tomografia Axial Komputorizada

São jovens, licenciados e com mentalidade empreen-dedora. Oito ex-alunos do IPL conseguiram de alguma for-ma vingar no exigente mun-do empresarial. “Apadrinha-dos” pelo Instituto desenvol-veram e implementaram as suas ideias. Mas afinal qual é fórmula? Segundo Leopoldina Alves, responsável no IPL pela OTIC (Oficina de Transferên-cia de Informação e Conhe-cimento, criada para impul-sionar e gerir a comunicação entre o meio académico e o tecido empresarial) “há que ser dinâmico, acreditar nele próprio e ter uma ideia inova-dora, ou pelo menos que seja diferente do que já existe. In-ventar coisas que não foram inventadas, adaptar algo que nunca foi feito. É preciso que-rer arriscar, essa é a base”.

Desenvolver a ideia Mónica Silva, 27 anos, li-cenciada em Gestão de Em-presas, Vítor Rosário, 29 anos, Licenciado em Gestão Finan-ceira e com formação na área do ambiente e Dina Silva Li-cenciada em Design Multimé-dia conceberam em conjunto, já no último ano de curso, um projecto inovador na área da Educação Ambiental: Desen-volver a consciência ambiental das crianças ensinando-as a

respeitar, a conservar, a pro-teger e a valorizar o meio am-biente, através de jogos e brin-cadeiras. Mas no início eram apenas movidos pelo sonho de criar uma empresa. “Tínha-mos o “bichinho” de ter uma empresa que fosse nossa e que crescesse connosco”, contam, e depois de “fazer muita pes-quisa, estar atento a tudo o que nos rodeia, ler muito, e nunca esquecer o significado da pala-vra inovação” surgiu a ideia da empresa Natureza Brincalho-na, hoje sediada na Incubadora D. Dinis (IDD), em Leiria. A fun-cionar desde Outubro de 2008, e tendo iniciado a actividade com sete empresas incubadas, a Incubadora visa responder às necessidades actuais e futuras da Região ao nível da produção científica, acolhimento a en-tidades e empresas, formação avançada em ciência e tecno-logia e o fomento ao empreen-dedorismo empresarial. A elaboração do Plano de Negócios foi onde os respon-sáveis da Natureza Brincalhona dizem ter sentido mais difi-culdades: “passámos muitas horas a elaborar o plano de negócios. Como é uma ferra-menta tão poderosa e impor-tante para a gestão de uma empresa, sentimos dificulda-des que, só com muito traba-lho, fomos ultrapassando”.

Já com um ano de activida-de, outra das empresas “apa-drinhada” pelo IPL e que se encontram neste momento na IDD é a Bit Xpress. O conceito base e inovador desta empre-sa, na área das tecnologias de informação, é a actuação imediata, no local do particu-lar ou da empresa, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Licenciados no curso de Enge-nharia Informática, Patrícia Lopes, Edgar Pratas, João Par-reira e Romeu Paz juntaram algumas ideias e, já no últi-mo ano de curso, recorreram ao apoio do Centro Empre-endedor do IPL que visa pro-mover o empreendedorismo, desenvolvendo um conjunto de acções, que têm por objec-tivo fomentar uma cultura de inovação, bem como acolher e acompanhar novos negócios. A principal dificuldade da Bit Xpress foi também a elabo-ração do Plano de Negócios, contam, que depois de apro-vado permitiu a abertura da empresa. Leopoldina Alves e Patrícia Silva, membros da equipa responsável pela OTIC, onde se engloba o Centro Em-preendedor, referem a impor-tância da elaboração de uma boa planificação para a imple-mentação de uma ideia ino-vadora. “O plano de negócios tem como principal objectivo

avaliar o mercado, saber se há clientes e viabilidade. É um instrumento para minorar o risco do arranque do negócio, sendo uma ferramenta útil do hoje para o amanhã”.

Do papel à acção A OTIC foi, precisamente, a estrutura a que recorreram os alunos que hoje gerem a Na-tureza Brincalhona. “Tivemos conhecimento da existência de uma incubadora no IPL e decidimos contactar a OTIC. Feito esse contacto, a equipa acompanhou-nos e depois de algumas reuniões e forma-ções de empreendorismo e inovação incentivaram-nos a participar no 5º concurso Poliempreende”. Decisão que se revelou acertada pois conquis-taram o primeiro lugar a nível regional e o segundo lugar no concurso nacional. Apesar do grande estímulo ganho com a conquista destes prémios, não foram “a alavanca para a criação da nossa empresa. Iríamos, de qualquer forma, avançar com a Natureza Brin-calhona”, explicam. Com total investimento próprio, a satisfação na Bit Xpress só poderia ser maior se o crescimento da empresa fos-se como esperavam: “Estamos muito satisfeitos com o que alcançámos, mas estamos

TeXTo:anDré MenDonça, TiaGo GoMes

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insatisfeitos porque achamos que o crescimento está a de-morar”. À espera do retorno do investimento, “a crise financei-ra é obviamente” uma pedra no sapato. Mas têm esperança de “crescer devagar”: “Vamos desenvolver maiores esforços na parte comercial, quer em termos de vendas quer em ter-

mos de divulgação. Estamos a aprender com o tempo a espe-cializarmo-nos cada vez mais.” Mas nem sempre uma boa ideia leva à criação de uma empresa. Rodolfo Mouta, ex-aluno de Engenharia Mecâni-ca do IPL concebeu o que lhe valeu a participação no con-curso televisivo Audax, um sis-

tema de fecho para recipientes orientados para a alimentação de bebés. Para já, introduziu a inovação na empresa onde trabalha e está satisfeito, mas pretende que o Neo Bottle se torne uma realidade através da sua iniciativa ou de uma gran-de empresa que se interesse em adquiri-lo e massificá-lo.

Wiki empreende Assoc. Empresarial de Portugal

Assoc. Industrial Portuguesa

Assoc. Nacional de Direito ao Crédito

Assoc. Nacional de Empresárias

Assoc. Portuguesa de Mulheres Empresárias

Inst. de Des. e Inovação

Inst. de Fomento e Des. do Empreen. em Portugal

Novas Empresas de Suporte Tecnológico

Progr.ª de Apoio à Iniciativa Empresarial Jovens

Jovens Quadros para a Inovação nas PME

EUREKA: Uma rede de I&D orientada para o mercado

Serviço Comunitário de Informação para a I&D

Concurso de Ideias de Negócio

PME XXI/PME MULHER

Prémio Nacional de Empreendedorismo

www.aeportugal.ptwww.aip.ptwww.microcredito.com.ptwww.ane.ptwww.apme.ptwww.idi.ptIwww.ifdep.ptwww.adi.pt/Nestwww.prime.min-economia.ptwww.inovjovem.gov.pthttp://ec.europa.euwww.eurocid.ptwww.iapmei.ptwww.pme.online.ptwww.premiostart.com

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expostas em conjunto, pudessem cres-cer em sentido, mudar de direcção e convergir numa “história”. Um dos seus mais recentes projec-tos foi o espectáculo “As criadas”. Nele, o professor pretendeu representar os es-tereótipos presentes nas antigas relações entre senhores e escravos, bem como “os modos subtis como exercício excessivo de poder se infiltra nas nossas vidas”. O espectáculo fala-nos do sonho que cada um acalenta de ter uma vida diferente e das dependências e medos que criamos e

que nos impedem de desprender da vida que nos foi destinada. O autor procura que cada trabalho seja “uma exploração da própria consciência enquanto ser hu-mano e artista”, reflectindo o espaço e o tempo em que vive. “A inspiração é um pássaro que se extinguiu há muito tempo e que não regressou”, assume. Desta for-ma, procura não pensar muito sobre cada nova peça que cria; deixa-se levar pelos acontecimentos, pelos temas que mais o preocupam na altura, variando entre a vida e as suas múltiplas expressões incluindo o

enigma da morte, as relações de poder entre os homens, as injustiças criadas por todos. Tudo isto na procura de um mundo que idealiza diferente e melhor. João Garcia Miguel fala-nos dos seus alunos como o seu público mais fiel, mostrando a importância de tra-balhar profissionalmente para que eles possam ser influenciados de forma po-sitiva. Refere nomes de autores como Shakespeare, Fernando Pessoa ou Andy Warhol como exemplos que lhe têm ser-vido como fonte para o seu trabalho.

Kultos

Ver um filme é mais do que estar duas horas a olhar para um ecrã; por vezes encontramos filmes que nos surpreendem de tal forma que é impossível não ficar feliz por se ter tido aquela experiência. Seven Pounds, ou Sete Vidas, em por-tuguês, é uma dessas experiências; um filme que passa despercebido por entre um Transporter 3 ou um The Curious Case of Benjamin Button, mas que nem por isso se deve ignorar.

Will Smith (Independence Day / I Am Legend) volta a protagonizar um filme de Gabriele Muc-cino (The Pursuit of Happyness), e volta a triunfar de forma incontestável. A tradição das grandes performances continua, com Will a mostrar o que vale e a mostrar que merece de facto um Óscar que teima em não chegar, apesar das duas nomeações. Seven Pounds segue a história de Ben Thomas (Will Smith), um Agente do Departamento do Te-souro dos EUA, que procura pessoas para ajudar. Não querendo revelar muito do enredo, pois é a grande força do filme, Ben tem o poder de mu-dar a vida de sete pessoas, e o filme segue a sua demanda na procura e avaliação moral das mes-mas, embarcando numa jornada pela redenção. Rosario Dawson (Death Proof / Sin City), Woody Harrelson (No Country for Old Men / Natural Born Killers) e Barry Pepper (Flags of Our Fathers / Sa-ving Private Ryan) completam o excelente elenco, mas é a personagem de Will Smith que vai real-mente atrair a atenção e interesse do espectador. Todo o filme representa um crescendo, desde o seu início lento, mas cativante, até ao seu final apoteótico. A banda sonora transmite isso mes-mo, sendo quase inexistente no início, ou servin-do apenas como fundo, mas ganhando cada vez mais destaque e notoriedade à medida que o filme avança. Esta não é uma história que nos tenta apresentar surpresa atrás de surpresa, mas sim algo pensado, com um fim que nós sabemos que chegará, mas que temos de ver acontecer. O im-portante não é o destino, mas sim a viagem. As imagens do filme transmitem o mesmo crescendo da música e da história, sendo cada vez menos ‘sombrias’, e reflectindo tanto a evo-lução dos acontecimentos como a do próprio personagem principal. A beleza cresce tanto aos olhos da audiência como aos olhos de Ben, sendo que até as suas recordações vão ficando cada vez mais nítidas. Este é um filme especial que segue o espírito de The Pursuit of Happyness e que volta a erguer Will Smith ao estatuto que ele merece, o de um grande actor. A não deixar passar. 9/10

Seven Pounds

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ANDREIA ANTUNES, INÊS LOPES E TâNIA MARQUES

Se estás a pensar colocar em prá-tica um plano de negócio, fica a saber por onde deves começar. Os sites do Empreenda (www.empreendedorismo.pt), do Instituto de Emprego e Forma-ção Profissional (www.iefp.pt), do Ins-tituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (www.iapmei.pt) ou da Associação Nacional de Jo-vens Empresários (www.anje.pt) são de paragem obrigatória. Mas tens mais, como concursos de ideias ou apoios da União Europeia. Como não queremos que fiques por fora, deixamos-te al-guns endereços que seleccionamos de entre a vasta biblioteca disponível na world wide web.

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“as personagens que faço têm sempre um lado pedagógico”

Foste registado como Nuno Duarte mas todos te conhe-cem por Jel. Como aconteceu? Quando tinha 15 anos, an-dava na escola secundária e era punk. Fazia um penteado, assim, com aquela crista, com sabão azul e branco, mas o pessoal pensava que era gel. Então começaram-me a cha-mar Jel e eu também não disse que era sabão, senão ia ficar ‘o sabão’. E eu não queria…

Uma das tuas primeiras aparições na televisão foi com o Fernando, vulgo Emplastro. O que é feito dele? Já não estou com ele desde a minha ida para os EUA, mas nunca perdemos o contacto. Esteve em minha casa nas úl-timas férias do Verão, aqui em Lisboa. Conheci-o numa cola-boração em que lhe pedi para promover uma música que eu estava a lançar. Ele tornou-se numa mega-estrela, porque no fundo o que ele queria era apenas aparecer na televisão. Isso a mim interessou-me na altura, era fã dele. Cheguei a andar a fazer zapping para o tentar ver, pois a presença dele surrealizava toda a situ-ação e fazia-me chorar a rir. Se repararmos bem, ele hoje tem seguidores. Inaugurou um estilo. Se eu fosse director de um canal, o Emplastro ti-nha um programa dele.

Antes disso frequentaste dois cursos superiores. Ma-rketing e História da Arte. Mas não concluíste nenhum. O que se passou? Marketing foi um erro de cas-ting. Acabei o 12.º ano com 17 anos e a escola não me tinha preparado para me aperceber bem do que queria fazer. Vi que os meus interesses estavam noutra área. Saí para fazer tea-tro. Mais tarde inscrevi-me em Historia de Arte mas nessa al-tura já estava no “Contra-Infor-mação” a fazer a manipulação dos bonecos. Então como não tinha muito tempo, e não que-ria fazer as coisas só por fazer, também saí. Era trabalho duro. Os bonecos eram muito pesa-dos e trabalhávamos só com um braço. Só lá estive dois anos, mas havia pessoal que já estava lá há mais tempo… Ganharam hérnias discais e tudo.

O que é que te faz rir? Gosto muito de me rir, e o que mais me faz rir é a realidade. É por isso que filmo na rua. As pessoas na rua não são actores, não sabes o que vai sair dali. É o caminho por onde me inte-ressa ir. Pode parecer estúpido, mas rio-me muito com os tele-jornais. Porque o que acontece é que o trabalho do jornalista não é informar, é entreter com as notícias. A realidade é sem-pre melhor do que a ficção.

Pouca gente sabe, mas an-tes do Vai tudo Abaixo entras-te no Cabaret da Coxa e na Revolta dos Pastéis de Nata, onde iniciaste os teus sketches humorísticos. Como é que tudo começou? Começou no Cabaret da Coxa. Em 2004 tinha lançado um disco e não tinha corrido bem, acabei a vendê-lo na rua. No fim de 2004 estava des-motivado porque investia na música e não via resultados. Começou então a aparecer o Gato Fedorento e eu não gosta-va nada, achava aquilo muito “betinho”. Mas vi que até tinha muita aceitação e vi abertura num género novo de comédia, que estava adormecido, e isso interessou-me. Decidi então parar de falar mal e fazer eu, à minha maneira. Inscrevi-me

num curso de edição de vídeo. Na minha cabeça já ia a ideia de fazer comédia. Comecei a fazer os primeiros sketches, com a personagem Ruce. Fui mostrar o meu trabalho à produtora do Cabaret da Coxa, porque eles

sempre me tinham apoiado na cena da música. Ofereci-lhes os sketches sem pedir nada em troca. Os meus vídeos começa-ram a circular na Internet e a ser falados e surgiu a hipótese de ter um programa na SIC Radical, mas a ideia nunca mais avançava. Entretanto um amigo meu, o Carlos Afonso, o Bondage das Noites Marcianas, apareceu com a Revolta do Pas-téis de Nata, e disse-me para ir lá, que estavam interessados. Tinha um sketch por semana. A cena começou a correr bem e ao fim da segunda série, eles iam continuar, mas eu queria mais tempo por semana, que eles recusaram. Foi quando liguei para a SIC Radical e lá fizemos a primeira série do Vai tudo Abaixo.

É no Vai tudo Abaixo que surgem algumas persona-gens que se tornaram ícones nacionais. Os meus personagens têm muito de mim. São alter-egos para focar os temas que que-ro. Muita gente se ri quando o digo, mas o meu programa é pedagógico. As personagens que faço têm sempre um lado pedagógico. Por exemplo, o Vanderlei é um brasileiro que vem a Portugal e só diz mal do país. E, na minha opinião, dizer mal leva-nos a ter amor ao que temos. É esse o lado pe-

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Sentado no mochoSentou, vai ter k explicar

jel, humorista

Vanderlei, Ruce, Carlinhos ou Neto são alguns dos personagens que Jel, cantor, futuro

cinéfilo e candidato à Câmara de Lisboa, criou para trazer à realidade o que Nuno Duarte

pensa. É confuso? Sentado no Mocho, o humorista explica tudo

TeXTo:anDré MenDonça, élio salsinHa

foToGrafia: joão MaTias

A malta jovem está completamente adormecida

Estou preocupado em fazer as coisas

bem, na minha língua e no meu país

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dagógico. Gosto de criar cenas desse género. As minhas per-sonagens são espelhos daqui-lo que penso. Nem podia ser de outra maneira.

Então e o Carlinhos, o Ma-chista Gay? Portugal é muito machista, daí a razão desta personagem. Acho que está entranhado na nossa educação sermos ma-chistas. Os homens que mais se gabam das suas proezas se-xuais são os que têm mais dú-vidas e inseguranças. O Carli-nhos é tão machista e acha os homens tão superiores às mu-lheres que por isso só ‘come’ homens. Ele é um ícone gay. É uma figura que está a pedir, a curto-médio prazo, uma coisa só para ele, porque a vida do Carlinhos dava um filme.

Com os “homens da luta” queres reavivar o espírito da re-volução? A ‘luta’ é, sem dúvida, uma forma de homenagear o 25 de Abril. O Falâncio é tam-bém uma homenagem ao Zeca Afonso. Muitas vezes os políticos acusam-nos de não sermos produtivos. Mas eles é que não são, porque gerem mal o país. Os políticos de hoje em dia não prestam, são uns hipócritas, porque nos fazem ter um sentimento de culpa pela forma como as coisas estão, quando a culpa

é deles. E a malta jovem está completamente adormecida porque tem medo. Não há jo-vens na ‘luta’. Principalmente porque levam uma educação matriarcal. As mães prote-gem muito os seus filhinhos. Aos 18 anos deviam sair de casa, estudar e arranjar um emprego, começarem a ter o seu próprio dinheiro. Ganhar independência. Essa indepen-dência irá dar independência de pensamento e sobretudo, moral para gritares quando te estão a ‘lixar’. E os jovens estão presos nessa educação. Os pais sustentam e a malta acomoda-se. Se a malta não abre a pestana e não luta pe-los seus direitos … É isso que estamos a tentar fazer com a ‘luta’, e é por isso que nos va-mos candidatar as autárqui-cas de Lisboa.

Vais mesmo entrar nas au-tárquicas para ganhar? Isto está como nun-ca esteve. Para a ‘luta’ está maravilhoso. E é por isso que vamos avançar. E eles subestimam-nos, mas esperem só! A ‘luta’ é para escandalizar. Vamos chamar malta nova para os comícios, vamos oferecer cerveja, tre-moços e dar um bom espec-táculo musical. Vamos dizer o que queremos, mas de uma forma divertida. É para ser uma festa! E se ganharmos

vamos colocá-los a todos na ordem. Eles depois têm mes-mo de trabalhar, vão ter de aparecer a horas e não vão poder faltar. Ir ao boletim de voto é o primeiro objec-tivo. Não há-de ser difícil já que a Fátima Felgueiras e o Isaltino Morais conseguem e estão cheios de processos. Eu só tenho dois processos.

Tens processos? Explica lá isso. Estava na Revolta dos Pas-teis de Nata a fazer um ske-tch na estação da Amadora, que é uma zona sensível aqui em Lisboa. O meu persona-gem era um polícia racista que se metia com uns acto-res que estavam combinados comigo. Mas usámos o cená-rio real e encenámos uma discussão. Eu estava vestido de polícia, e as pessoas aper-cebendo-se que estava em perigo, ligaram para o 118. Entretanto começou a che-gar polícia por todo o lado. Eram uns 50, até os carri-nhos pequeninos da Escola Segura vieram. Fui acusado de usurpação de funções, fui detido e sentenciado a 6 meses de pena suspensa e pa-guei uma multa. Depois tive outro processo de invasão de propriedade e alteração da ordem pública. A Associação

de Estudantes da Escola de Educação de Setúbal tinha convocado uma greve, e cha-maram-nos para ajudarmos à causa. Entrámos na escola e no calor da luta fomos ao gabinete do reitor a cantar a música do Falâncio. Ele fez queixa e o processo está a de-correr.

Por falar em guerras, tens uma banda pró-guerra, os Kalashnikov. De onde surgiu esse projecto? Foi na Revolta dos Pastéis de Nata em que tínhamos como tema para um sketch a música portuguesa. Havia um pro-dutor com uma t-shirt russa que brincava com o nome da arma como uma banda rock, achei piada, e pensei em fazê-lo acontecer. Correu muito bem depois da primei-ra série do Vai tudo Abaixo surgiu o convite de fazer um disco. Não vendemos muito, mas chegou para a editora. Demos uns 30 concertos mas agora estamos parados na faixa de Gaza. Com tanta guerra a acontecer, eles não podem estar cá em Portugal muito tempo, mas acredito que ainda voltem…

O que é que o Jel tem para nos oferecer no futuro? Foi preciso eu ir para a América para decidir que era altura de por um ponto final no Vai tudo Abaixo, pelo me-nos aqui em Portugal. Quere-mos dar um salto qualitativo e quantitativo no nosso tra-balho. Este ano vamos fazer um filme. Em busca do Cavalo perdido. Vai ser com o Ruce e o Reco. Uma comédia musical, um filme para divertir. O for-mato de TV é uma coisa que quero parar. Considero-me um artista, é a minha profis-são e apesar de ter tido algu-mas hipóteses de ter ficado na América, decidi não o fazer. Aqui tenho um trabalho fei-to enquanto que na América não tenho nada. A diferença é que se fores famoso na Améri-ca és famoso em todo mundo e se fores famoso em Portugal só és famoso cá. Pensando nis-to até é triste, mas eu actual-mente não estou preocupado em levar o meu trabalho além fronteiras. Estou é preocupa-do em fazer as coisas bem, na minha língua e no meu país. Aqui tenho mais oportunida-des. Quem sabe se não consigo depois vender para lá?!

07JORNAL DE LEIRIA 29.01.2009

KurTas

um PaísMali… não, pode ser Portugal

um humoristaVasco Duarte, o meu irmão (Falâncio da ‘luta’)

uma bandaKalashnikov

um programa de TVO Tempo

um políticoEu

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O projecto para a construção do novo edifí-cio destinado a salas de estudo e gabinetes, para os alunos na Escola Superior de Educação e Ci-ências Sociais (esecs), já está em curso. O edifício vai englobar uma área total de 600m2, dividi-dos por dois pisos - o piso térreo com amplas sa-las de trabalho e com acesso a computadores; e o primeiro piso com gabinetes mais reservados com vista à realização de trabalhos de grupo. Confessando que existe actualmente “difi-culdade em encontrar espaços para trabalhar, porque a biblioteca é pequena e a escola não

tem alternativas, a não ser os corredores, que são desconfortáveis e não são o local mais ade-quado”, José Manuel Silva, presidente do Con-selho Directivo da esecs, sublinha a mais-valia que o projecto representa na melhoria das con-dições de estudo e trabalho aos alunos. Os trabalhos de construção vão iniciar-se brevemente e, apesar da tentativa de reordena-mento do parque, provocarão alguns entraves ao estacionamento dentro da escola. O novo edifício ficará localizado entre o bloco de gabi-netes dos professores e a cantina.

esecs vai ter novo edifício pedagógico

08 JORNAL DE LEIRIA 29.01.2009

A Fechar

sara Vieira

FOTO

: RIC

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DR

Diogo Nascimento e Pedro Brás, dois alu-nos finalistas de Engenharia Automóvel da Es-cola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (ESTG), irão participar na 12ª edição da 4L Tro-phy, entre 19 de Fevereiro e um de Março, num circuito que ligará Paris a Marrocos. Conhecida no mundo como um “Mini-Dakar”, a prova assume-se como o maior even-to desportivo de cariz humanitário, para estu-dantes da Europa, levando Diogo Nascimento, 27 anos, natural de Leiria, a classificá-la como um “raid humanitário” onde cada carro levará consigo até “cinquenta quilos de material esco-lar, assim como t-shirts ou produtos de higiene para distribuir pela população”. Foi Pedro Brás, 25 anos, natural de Alcobaça, que através do canal Eurosport teve conhecimen-to do evento, considerando-o “muito interessan-te”. A ideia de participar com Diogo deveu-se ao facto dos dois estudantes estarem a realizar tra-balhos de projecto juntos: “No primeiro, fizemos um estudo dos chassis da 4L e no segundo, reali-zámos um estudo do motor”. Assim, o circuito “é

o culminar dos dois projectos”, afirmam os fina-listas de Engenharia Automóvel. O material está a ser recolhido, “tentando le-var um pouco de tudo”, no entanto, se exceder os cinquenta quilos, irá também ser distribuído por instituições da região, revela Diogo. Quanto à escolha do carro, compraram três: o primeiro “serviu para tirar medidas e conceitos”, o se-gundo veículo foi adquirido num leilão e depois “comprou-se um terceiro e é nesse que vamos”, explicou Pedro Brás. Os estudantes revelam já ter alguns patroci-nadores, como é o caso do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Jornal de Leiria e algumas ofici-nas que ofereceram material para o carro, mas continuam a contactar empresas para arranjar mais apoios, pois o custo da inscrição ronda os três mil euros, afirmam os estudantes. Até dezanove de Fevereiro, resta-lhes “tra-balhar para estar tudo pronto a tempo e ho-ras” e assim chegar a Marrocos e “cumprir o objectivo humanitário”, finalizam Diogo Nas-cimento e Pedro Brás.

alunos da esTG aceleram até Marrocosélio salsinHa

Viagem em 4LinTerneTes

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candidaturas erasmusEstão abertas, até 31 de Janeiro, as inscri-ções para o programa de mobilidade de estudantes Erasmus. Para ingressar no programa é solicitada uma pré-candidatura on-line a partir da qual será efectuada a se-lecção dos alunos que irão ter a oportunida-de de participar nesta aventura do conhe-cimento. Para mais informações consultar www.ipleiria.pt

Programa inoV-arTCom o objectivo de fomentar a circula-ção internacional de jovens e o desenvol-vimento de projectos culturais ou artísticos, o programa inov-art disponibiliza estágios em entidades interna-cionais de referência no domínio das artes e da cultura. A opor-tunidade destina-se a todos os jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego. Para mais informações consul-tar www.dgartes.pt

feira de educaçãoe empregoVai realizar-se entre 12 e 15 de Fevereiro, na Exponor, no Porto, a Feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego, Qualific@. O evento, que resulta de uma parceria com o Ministério da Edu-cação e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, visa promover uma comu-nicação direccionada e personalizada entre os jovens e o mercado de formação e emprego e terá, este ano, como tema Criatividade e Ino-vação através da Educa-ção e da Cultura.

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