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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS CLAUDIA XAVIER CAVALCANTI ALAVANCANDO INOVAÇÃO EM PROCESSOS POR MEIO DA ABORDAGEM ANALÍTICA: FATO OU MITO? Vitória 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS

CLAUDIA XAVIER CAVALCANTI

ALAVANCANDO INOVAÇÃO EM PROCESSOS POR MEIO DA

ABORDAGEM ANALÍTICA: FATO OU MITO?

Vitória

2014

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CLAUDIA XAVIER CAVALCANTI

ALAVANCANDO INOVAÇÃO EM PROCESSOS POR MEIO DA

ABORDAGEM ANALÍTICA: FATO OU MITO?

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração da Universidade

Federal do Espírito Santo, como requisito

parcial à obtenção do título de Mestre em

Administração.

Área de Concentração: Gestão de Processos de

Negócio.

Linha de Pesquisa: Tecnologia e Inovação.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Paulo Valadares

de Oliveira.

Vitória

2014

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à minha família pelo apoio, companheirismo e compreensão pelas

minhas ausências em função desta empreitada.

Ao brilhante orientador, Professor Dr. Marcos Paulo Valadares de Oliveira, por toda a sua

dedicação a este trabalho e pelos seus sábios direcionamentos, tornando possível a realização

deste sonho de me tornar Mestre em Administração.

Aos Professores do Mestrado em Administração, Professora Dra. Teresa Cristina Janes

Carneiro, Professor Dr. Anderson Pelissari, Professor Dr. Emanuel Junqueira, Professora Dra.

Priscilla de Oliveira Martins da Silva e Professor Dr. Alfredo Rodrigues Leite da Silva, pelos

ensinamentos em suas disciplinas e pelas valiosas contribuições que foram importantes para o

meu desenvolvimento como pesquisadora.

Ao ilustre Professor Dr. Arlindo Villaschi do Programa de Economia da Ufes, com suas

excelentes contribuições no campo da Economia da Inovação.

Aos demais professores do PPGADM que, apesar do pouco contato, contribuem para a efetiva

qualidade do Mestrado em Administração.

Às funcionárias da Secretaria do PPGADM, em especial a funcionária Adriana Gonçalves,

pela disponibilidade, presteza e paciência no atendimento de minhas necessidades enquanto

discente.

Aos colegas do Mestrado e companheiros de estudo, especialmente a Mikaelli Orlande

Gabriel, Washington Santos Romão, Camilla Dalla Brandão e Arildo Viana, pelo

compartilhamento de preciosos momentos de amizade e reflexão teórica.

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RESUMO

Este trabalho de mestrado tem como objetivo principal investigar a intensidade em que

a orientação analítica das empresas pode impactar nas inovações de processos. Esta pesquisa

propõe também elaborar um conceito mais abrangente e consistente para um assunto ainda

emergente no mundo acadêmico: o conceito sobre abordagem analítica, que na linguagem

internacional é conhecido como Business Analytics (BA). A plataforma teórica utilizada se

baseia nas discussões acerca do processo decisório e da inteligência competitiva. Na

metodologia, foi aplicada a técnica de modelagem de equações estruturais para testaras

relações estabelecidas no modelo estrutural proposto, onde foram considerados os constructos

Habilidades Analíticas, Tecnologia Analítica, Qualidade de Dados, Comprometimento da

Liderança, Estratégia analítica, Abordagem Analítica (BA) e Inovação de Processos. O

trabalho de coleta de dados foi realizado através de uma base de dados de Clientes da empresa

SAS no Brasil, uma das maiores empresas fornecedoras de soluções analíticas do mundo, com

sede nos Estados Unidos e filiais espalhadas em todo mundo, o que proporciona ao trabalho

uma maior consistência nos seus resultados. O estudo concluiu que a abordagem analítica

(BA) tem um forte impacto na Inovação de Processos e que o constructo Estratégia possui

uma grande relevância preditiva em BA.

Palavras-chave: Abordagem analítica; Inovação de Processos; Inteligência Competitiva.

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ABSTRACT

This research aims to investigate the intensity in which the analytical orientation of

companies can impact on their process innovations. This research also proposes to develop a

more comprehensive and consistent concept for a subject that is still emerging in the

academic world, which is the concept of Business Analytics (BA). The theoretical platform

uses is Decision Process and Competitive Intelligence. The methodology that will be applied

in this research is the structural equation model (SEM), in order to confirm the relationships

established in the proposed structural model, which will be considered the following

constructs: Analytical skills, analytical technology, high quality of data, leadership, analytical

strategy, Business Analytics and process innovation. The process of data collection is being

conducted through a database of clients of SAS, one of the most important providers of

analytic solutions in the world, with U.S. headquarters and branches spread all over the world,

including Brazil, which gives greater consistency in research results. The study concluded that

Business Analytics (BA) has a strong impact on Innovation Process and the strategy construct

has a great predictive relevance in BA.

Keywords: Analytical approach; Process Innovation; Competitive intelligence.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Número de publicações sobre BA por ano em revista científicas......................... 17

Gráfico 2: Número de publicações sobre BA em revistas não científicas .............................. 18

Gráfico 3: Origem dos pesquisadores que publicaram artigos sobre BA ............................... 18

Gráfico 4: Percentual por cargo da população .........................................................................49

Gráfico 5: Tamanho das empresas .......................................................................................... 49

Gráfico 6: Perfil das empresas .................................................................................................50

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LISTA DE QUADROS

Quadro1: Princípios para medir a qualidade dos dados ...........................................................39

Quadro 2: Referencial teórico dos constructos ........................................................................51

Quadro 3: Procedimento sistemático de aplicação do PLS ......................................................52

Quadro 4: Etapas de avaliação do PLS ....................................................................................59

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Os cinco estágios de maturidade em capabilidades analíticas.................................. 27

Figura 2: Modelo Estrutural proposto.......................................................................................33

Figura 3: Modelo de Caminhos.................................................................................................57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultados dos testes de Consistência interna ........................................................ 60

Tabela 2: Outerloadings .......................................................................................................... 62

Tabela 3: Avaliação de Cross Loading ................................................................................... 62

Tabela 4: Critério de Fornell-Larcker ..................................................................................... 63

Tabela 5: Resumo da avaliação do modelo de mensuração reflexivo......................................63

Tabela 6: Dados para avaliação de multicolinearidade ........................................................... 66

Tabela 7: Estatística T ............................................................................................................. 68

Tabela 8: Outerloadings .......................................................................................................... 69

Tabela 9: Índices de tolerância para verificação da colinearidade .......................................... 71

Tabela 10: Relações entre os constructos BA, IP, EST, LID, TA, QD e HA ......................... 72

Tabela 11: Valor de R² e f² ...................................................................................................... 74

Tabela 12: Valores de Q² de BA e IP calculados no PLS ....................................................... 75

Tabela 13: Resultados obtidos por meio do Blindfoldings no PLS ......................................... 76

Tabela 14: Coeficiente de Correlação e P-valor.......................................................................85

Tabelas 15, 16 e 17: Correlações com p-value ....................................................................... 86

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 9

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................15

3 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................16

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 20

4.1 Processo Decisório ........................................................................................................... 20

4.1.1 Inteligência de Negócios (BI) ........................................................................................ 22

4.1.2 Análise preditiva ........................................................................................................... 24

4.2 Abordagem Analítica (BA) .........................................................................................,.... 25

5 DEFINIÇÃO DOS CONSTRUCTOS ............................................................................. 32

5.1 Habilidades Analíticas .......................................................................................................33

5.2 Tecnologia Analítica ..........................................................................................................35

5.3 Estratégia de Negócios........................................................................................................36

5.4 Qualidade dos Dados......................................................................................................... 38

5.5 Comprometimento da Liderança ...................................................................................... 40

5.6 Inovação em Processos Organizacionais .......................................................................... 41

6 RELAÇÃO INOVAÇÃO DE PROCESSOS X ABORDAGEM ANALÍTICA ........... 44

7 METODOLOGIA .............................................................................................................. 47

8 ANÁLISE DOS DADOS......................................................................................................49

8.1 Apresentação e análise dos dados ..................................................................................... 51

8.1.1 Análise estatística multivariada – modelagem de equações estruturais ......................... 52

8.1.1.1 Especificação do modelo estrutural ............................................................................ 53

8.1.1.2 Especificação do modelo de mensuração .................................................................... 55

8.1.1.3 Coleta de dados e Exame ............................................................................................ 55

8.1.1.4 Estimação do modelo de caminhos e do algoritmo PLS ............................................. 56

8.1.1.5 Avaliação dos modelos de mensuração reflexivos ..................................................... 59

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8.1.1.5.1 Confiabilidade de consistência interna .................................................................... 60

8.1.1.5.2 Validade Convergente .............................................................................................. 61

8.1.1.5.3 Validade Discriminante ............................................................................................ 62

8.1.1.6 Avaliação de modelos de mensuração formativos ...................................................... 64

8.1.1.6.1 Validade Convergente .............................................................................................. 64

8.1.1.6.2 Avaliação do modelo formativo para questões de multicolinearidade .................... 64

8.1.1.6.3 Avaliação de significância e relevância dos indicadores formativos ....................... 67

8.1.1.7 Avaliação dos resultados do modelo estrutural ........................................................... 70

8.1.1.7.1 Avaliação das questões de multicolinearidade do modelo estrutural ...................... 70

8.1.1.7.2 Avaliação da relevância e significância do modelo estrutural ................................. 71

8.1.1.7.3 Coeficiente de determinação (valores de R²) ........................................................... 72

8.1.1.7.4 Cálculo do efeito de f² .............................................................................................. 73

8.1.1.7.5 Relevância preditiva Q² e efeitos de q² .................................................................... 74

8.1.1.7.6 Avaliação dos efeitos de q²....................................................................................... 75

8.1.1.7.7 Correlação entre os Indicadores.................................................................................76

8.1.1.7.8 Análise Qualitativa Complementar .......................................................................... 78

9 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 83

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 87

11 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 88

APÊNDICE A – Questões utilizadas para compor o banco de dados da pesquisa .................97

APÊNDICE B – Gráficos de Pizza dos indicadores do questionário .................................. 101

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1 INTRODUÇÃO

A abordagem analítica, também conhecida como Business Analytics (BA), é uma abordagem

relativamente nova, que reconhecidamente vem ganhando importância tanto nas empresas

quanto no mundo acadêmico. BA vem sendo conceituada de diferentes maneiras e, portanto,

torna-se pertinente buscar uma maior consistência conceitual por meio de uma definição clara

e definitiva do que de fato isto representa, como também identificar as possíveis relações e

impactos de BA com outros assuntos ligados ao campo da administração.

Para alguns autores, como Davenport e Harris (2007), a abordagem analítica (Business

Analytics), é caracterizada como o uso extensivo de dados, análises estatísticas e quantitativas,

modelos explanatórios e preditivos e gestão baseada em fatos e dados para a tomada de

decisões e ações.

Davenport, Cohen e Jacobson (2005) realizaram uma pesquisa em conjunto com a Babson

College e patrocinada pela SAS Institute, em que avaliaram 32 empresas de diferentes ramos

no que diz respeito à sua orientação para a abordagem analítica. Todas eram consideradas

empresas bem sucedidas em desempenho geral (financeiro e operacional). A pesquisa se

comprometeu em investigar e documentar como e porque essas empresas usavam análises

sofisticadas para serem bem sucedidas em suas estratégias competitivas.

Nesta pesquisa de Davenport, Cohen e Jacobson (2005), foram identificadas cinco dimensões

importantes que uma empresa deve seguir para se tornar uma competidora analítica:

habilidades analíticas, a qualidade da informação, a tecnologia analítica, o comprometimento

da liderança e a estratégia analítica. Este trabalho, portanto, se baseia em tais dimensões para

construir o modelo estrutural utilizado nesta pesquisa.

Adicionalmente, o presente trabalho irá também abordar o construto Inovação em processos

organizacionais, investigando se há relação significativa entre o uso da abordagem analítica,

por meio do uso extensivo de dados, de análises quantitativas, de modelos explanatórios e

preditivos e o grau de inovação nos processos.

De acordo com o manual de Oslo (2005), a inovação em processos é conceituada como a

implementação de novos processos de produção ou a melhoria significativa da logística de

bens ou serviços. Inclui alterações significativas de técnicas, equipamentos ou software.

Nesse sentido, a inovação de processos promove o redesenho dos principais processos

operacionais a fim de ampliar a eficiência e aumentar a produtividade (BESSANT, 2009).

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De acordo com Lawson e Samson (2001), desde que o conhecimento e as ideias são insumos

primários para o processo de inovação, as empresas que utilizam informações inteligentes

podem reduzir a inerente incerteza e ambiguidade da inovação, fazendo com que o processo

de gestão da inovação seja mais eficaz. Isso depende da empresa ser capaz de gerar,

comunicar e agir de acordo com as informações mais relevantes e disponíveis sobre o seu

ambiente.

De acordo com Canongia, Santos e Zackiewicz (2004), a capacidade de inovar é atualmente

considerada uma das mais importantes características de organizações competitivas. O

significado atual de competitividade engloba não somente a excelência de desempenho ou

eficiência técnica das empresas ou produtos; compreende, também, a capacidade de

desenvolver processos sistemáticos de busca por novas oportunidades e a superação de

obstáculos técnicos e organizacionais via produção e aplicação de conhecimento

(CANONGIA; SANTOS; ZACKIEWICZ, 2004).

A gestão da inovação busca reunir os mecanismos e instrumentos, assim como as

metodologias e formas de organização, que possam garantir a capacidade de inovar das

organizações. Competitividade não é um atributo exclusivamente interno às organizações,

depende também do ambiente externo a elas. Da mesma forma, o desenvolvimento da

capacidade de inovar não depende apenas de elementos internos das empresas, há sempre

componentes dados pelo ambiente externo e decisões, que precisam ser tomados

relativamente a ele (CANONGIA; SANTOS; ZACKIEWICZ, 2004).

Uma pesquisa do tipo Survey, iniciada em 2011 e finalizada em 2013, sobre a abordagem

analítica pela MIT Sloan Management Review, denominada “From Value to Vision:

Reimagining the Possible with Data Analytics”, com a colaboração da SAS Institute, englobou

mais de 2.500 respondentes, representados por executivos, gerentes e analistas de diferentes

empresas, cobrindo 121 países e 30 indústrias com faturamentos anuais que variam entre 250

milhões de dólares e 20 bilhões de dólares.

O percentual de respondentes da pesquisa que constataram a existência de vantagem

competitiva proveniente da abordagem analítica subiu de 37% para 67% em três anos de

pesquisa. O foco da pesquisa “From Value to Vision” foi identificar o grau de

comprometimento das organizações com a abordagem analítica, determinado pela geração de

vantagem competitiva e no uso dessa abordagem para a Inovação.

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A pesquisa foi direcionada para três grupos distintos em termos de perfil: grupo dos

“Analiticamente desafiados”, dos “Praticantes analíticos” e dos “Inovadores analíticos”.

Inovadores analíticos são aqueles respondentes que acreditam fortemente que a abordagem

analítica ajudou a melhorar a habilidade de suas organizações em inovar e criar vantagem

competitiva em grande escala.

Foi constatado que o grupo de “Inovadores analíticos” da pesquisa valoriza a utilização de

dados e da abordagem analítica dentro das organizações e tende a ver os dados como um dos

principais ativos da empresa. A pesquisa relatou que este grupo desafia o status quo e que,

comparados com outros grupos, são mais comprometidos com informações em tempo real,

com o processo decisório baseado em fatos e dados, são mais eficientes na utilização dos

dados e são mais direcionados a conduzir a estratégia da organização com a utilização de uma

abordagem analítica.

Nesse contexto, onde se busca comprovar se o perfil inovador das empresas está relacionado

com a sua orientação analítica e levando-se em consideração que as empresas buscam

incessantemente a melhoria de vantagem competitiva e de seus processos de negócio, faz-se

então necessário investigar em qual grau a orientação analítica das organizações pode

impactar na inovação dos seus processos de negócio.

Para a discussão conceitual da abordagem analítica, este trabalho se baseará também nas

discussões acerca do processo decisório nas empresas, partindo das ideias de Simon (1955,

1979, 1987) sobre a racionalidade limitada no processo decisório e sobre os sistemas

inteligentes.

Segundo Simon (1955), todo processo decisório humano, em função de sua racionalidade

limitada, seja no íntimo do indivíduo, seja na organização, ocupa-se da descoberta e seleção

de alternativas apenas satisfatórias e somente em casos excepcionais preocupa-se com a

descoberta e seleção de alternativas consideradas ótimas. Devido a isto, as disciplinas sobre

ciência cognitiva e inteligência artificial focaram grande atenção na questão sobre soluções

inteligentes para resolução de problemas e ao processo decisório nas organizações (SIMON,

1979).

Segundo O’Brien (2010), os sistemas de apoio à decisão são capazes de apoiar diretamente os

tipos específicos de decisões e os estilos e necessidades pessoais de tomada de decisão de

cada gestor nas organizações. Estes sistemas utilizam, inclusive, modelos analíticos para uma

melhor acurácia na tomada de decisão.

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Conforme os processos de negócio se tornam cada vez mais automatizados e geram mais

dados transacionais, aumenta ainda mais a necessidade de transformar esses dados que eles

geram em algo significativamente útil e relevante para as empresas. A habilidade das

empresas em considerar a coleta de dados e seu uso em um contexto estratégico mais amplo

torna-se cada vez mais importante (DAVENPORT et al, 2001).

De acordo com McGee e Prusak (1994), a informação impacta na definição da estratégia tanto

como um dado essencial para o processamento do planejamento quanto como uma importante

variável da definição de estratégia. Nesse sentido, a informação cada vez mais fará parte da

base da competição e os executivos seniores precisam determinar claramente o papel que a

informação irá desempenhar nos projetos organizacionais e na execução das estratégias

competitivas das organizações que dirigem.

Portanto, a forma como a organização irá gerenciar suas informações, através da captação,

organização e análise delas, passa a ser de extrema importância para as organizações serem

inovadoras em seus processos, pois, de acordo com o Manual de Oslo (2005), esse tipo de

inovação inclui alterações significativas de técnicas, equipamentos ou software; logo, a

informação é um fator primordial nesse processo. Em função disto, o problema de pesquisa

que será abordado neste trabalho é: Em qual grau a orientação analítica das organizações

pode impactar na Inovação dos seus processos?

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2 OBJETIVOS

Este estudo tem por objetivo geral investigar em qual grau a orientação analítica das empresas

pode impactar nas respectivas inovações em seus processos.

Como objetivos específicos desta pesquisa, podem-se destacar:

1) Elaborar um conceito mais abrangente e consistente para um assunto ainda emergente

no mundo acadêmico: o conceito de abordagem analítica, que na linguagem

internacional é conhecido como Business Analytics (BA).

2) Mensurar cada constructo do modelo estrutural, justificando teoricamente as relações

entre esses constructos.

3) Testar as relações hipotetizadas no modelo proposto por meio da modelagem de

equações estruturais.

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3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho cumpre com os requisitos de originalidade, relevância e viabilidade

(CASTRO, 1977). No que diz respeito à originalidade, o estudo propõe novas formas de

abordar o tema ao estabelecer a relação da abordagem analítica (BA) com inovação de

processos, comprovada por pesquisa bibliográfica realizada sobre o assunto.

No que diz respeito ao requisito importância ou relevância, o tema vem merecendo atenção na

academia, com aumento no interesse de pesquisas nessa área, principalmente após as

primeiras publicações de Davenport (2006) e Davenport e Harris (2007). Tais publicações

enfatizaram a importância das empresas em se tornarem competidoras analíticas, baseadas no

fato de que a abordagem analítica pode suportar qualquer processo de negócio, ajudando as

empresas a se tornarem mais competitivas no mercado.

Essas publicações também enfatizaram, através de inúmeros relatos de empresas pesquisadas,

que as decisões baseadas em fatos e dados tendem a ser mais corretas do que aquelas baseadas

apenas na intuição. Trata-se de um tema relativamente novo, cujo foco é a melhoria do

desempenho das organizações, através de um processo decisório baseado em fatos e dados.

Após a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre a abordagem analítica, utilizando como

fonte de consulta o site de periódicos da Capes, foram encontradas apenas 24 artigos

científicos publicados sobre a abordagem analítica entre os anos de 2002 e 2012. É importante

destacar a evolução do número de publicações nos últimos seis anos, o que indica uma

tendência de crescimento, conforme o gráfico 1:

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Gráfico1: Número de publicações sobre BA por ano

Fonte: elaborado pelo autor (2013)

No entanto, a maior parte dos artigos publicados sobre BA foram publicados em revistas não

graduadas. Após a análise dos 23 artigos encontrados, apenas 5 possuem classificação no JCR

(Journal Citation Report), o que corresponde a 21% do total de artigos acadêmicos sobre BA

encontrados.

Em compensação, há uma considerável quantidade de publicações sobre BA em revistas

especializadas (não científicas), o que indica que, de fato, o tema vem ganhando relevância no

mundo corporativo. O gráfico 2 abaixo apresenta 137 publicações realizadas em revistas

especializadas de TI e de negócios, embora a maior parte das publicações tenha sido realizada

em revistas sobre tecnologia da informação, como, por exemplo, as revistas E-week,

Information Week e Computer World. Mesmo assim, essas publicações não mostraram

qualquer evidência de utilização de alguma metodologia acadêmica.

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Gráfico2: Número de publicações sobre BA em revistas não científicas

Fonte: elaborado pelo autor (2013)

O gráfico 3 abaixo também ilustra a nacionalidade dos pesquisadores que publicaram artigos

científicos sobre BA, o que indica que, apesar da predominância americana, o assunto vem

despertando interesse em pesquisadores de todo mundo.

Gráfico3: Origem dos Pesquisadores que publicaram artigos sobre BA

Fonte: elaborado pelo autor (2013)

No tocante à viabilidade da pesquisa, o presente trabalho possui base teórica sustentada pelas

teorias que abrangem o processo decisório nas organizações, a gestão da inovação e

EUA 46%

INDIA 17%

SINGAPURA 7%

BRASIL 2%

ESLOVÊNIA 2%

ALEMANHA 6%

CROÁCIA 4%

ISRAEL 6%

GRÉCIA 6%

SÉRVIA 2%

SUÍÇA 2%

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inteligência competitiva. O trabalho também é viável do ponto de vista de cumprimento de

prazo, da obtenção de recursos, da disponibilidade de dados e de recursos.

O assunto sobre abordagem analítica é ainda um campo emergente e que está começando a

atrair pesquisadores curiosos sobre o assunto. O tema também é relevante, pois faz uma

conexão da abordagem analítica com inovação em processos, além de testar, por meio de

métodos quantitativos, a relação entre esses dois constructos bem como as relações de

precedência com a abordagem analítica conforme sugerido por Davenport (2006) e Davenport

e Harris (2007).

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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O referencial teórico deste trabalho está dividido em três sessões: Processo Decisório,

Abordagem Analítica e Definição dos Constructos.

4.1 Processo Decisório

Segundo Rosini e Palmisano (2012), decisão é a escolha de uma ou mais alternativas entre

várias apresentadas, com o objetivo de alcançar um objetivo proposto com a menor chance de

erro ou fracasso possível.

Montana e Charnov (2008) definem o processo decisório como:

Sequência de eventos abordados pela administração para solucionar problemas em

seus negócios, um processo sistemático que segue uma sequência de identificação

de problemas, geração de soluções alternativas, análise das consequências, seleção e

implementação da solução, avaliação e “feedback”. (MONTANA; CHARNOV, 2008, p. 75).

Segundo Ferreira (2010), o processo de tomada de decisão nas organizações requer dos

gestores não só conhecimento antecipado das condições do ambiente interno e externo, como

também a avaliação das decisões já tomadas e suas consequências para a empresa. Para isso, a

Tecnologia da Informação (TI) tem disponibilizado ferramentas úteis para o processo de

tomada de decisão que suportam a estratégia organizacional, facilitando atividades de coleta,

gerenciamento e compartilhamento de dados, informações e conhecimento (FERREIRA,

2010).

Sobre os processos decisórios, Carvalho (2001) afirma que a assertividade da tomada de

decisão será mais bem assimilada se o gestor dispuser de informações confiáveis, que

diagnostiquem os problemas e proporcionem ações para possíveis soluções. Nesse sentido,

Schläfke, Silvi e Möller (2013) afirmam que, quando utilizadas em conjunto, ferramentas de

dados e análise têm o potencial de fornecer informações úteis, dando apoio à tomada de

decisão.

De acordo com Simon (1956), na Teoria Clássica, o homem racional apresenta dificuldades

no processo decisório e impõe três condições importantes: (1) que todas as alternativas sejam

conhecidas; (2) que todas as consequências associadas a cada uma das alternativas sejam

conhecidas; (3) que o homem racional possua completa classificação por ordem de utilidade.

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No entanto, Simon coloca que, em função da racionalidade limitada, todo processo decisório

ocupa-se da descoberta e seleção de alternativas apenas satisfatórias e que somente em casos

excepcionais preocupa-se com a descoberta e seleção de alternativas ótimas.

Nesse contexto, um outro trabalho de Simon (1987) discute que o objetivo das pesquisas em

Inteligência artificial tem sido a abordagem sobre os sistemas computacionais que possam

desempenhar tarefas de nível profissional tão bem quanto as desempenhadas por profissionais

considerados “experts”. Para tanto, os sistemas inteligentes são construídos e desenvolvidos

para apoio no processo decisório e são armazenados nas memórias dos computadores em

milhares de “produções” que criam cenários.

Segundo Simon (1987), há dúvidas de que existam apenas dois tipos de gestores: um que

confia apenas na intuição para a tomada de decisão e outro que confia apenas em técnicas

analíticas. Ele afirma que é muito mais provável que encontraremos estilos de processos de

decisão onde são combinados os dois tipos (intuição e técnicas analíticas) de forma integrada.

Simon (1987) aborda ainda que cada vez mais os sistemas inteligentes podem ser utilizados

de forma interativa com os gestores tomadores de decisão, onde tanto o conhecimento e a

inteligência podem ser compartilhados entre o “homem” e os componentes automatizados dos

sistemas.

Nandi (2012) desvincula o conceito de sistemas inteligentes ao conceito de sistemas de apoio

à decisão. Segundo o autor, sistemas inteligentes são sistemas que, após a leitura dos dados,

fazem recomendações e predições, sem a intervenção de um especialista humano. A utilização

de ferramentas como a mineração de dados (Data Mining), por exemplo, que faz uso de

técnicas estatísticas avançadas para descobrir fatos em armazéns de dados (Data warehouses)

ou repositório de dados (Data marts), incluindo bancos de dados na Internet, são exemplos

dos recursos utilizados pelos sistemas inteligentes.

Por outro lado, Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) são sistemas em que a intuição humana é

reconhecida como um componente essencial do processo de decisão, pois esta tecnologia não

faz nenhuma reivindicação para realmente resolver algum tipo de problema em uma

organização. Ao contrário disto, um sistema de apoio à decisão fornece ao tomador de decisão

informações de seu domínio, e deixa o processo de decisão real para o especialista humano.

Este é um conceito importante no âmbito dos sistemas de informação (NANDI, 2012).

Segundo Rosini e Palmisano (2012), o Sistema de Apoio à Decisão (SAD) não decide qual é a

melhor decisão, mas indica que alternativas existem, permitindo a interatividade dos usuários.

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Os autores afirmam que, baseados nessas características, os sistemas de apoio à decisão têm o

potencial de se tornar uma poderosa ferramenta no conjunto de recursos dos profissionais de

sistemas de informações, para ajudar a aumentar a eficácia das pessoas nas empresas,

contemplando maior produtividade.

A interação do homem com os sistemas inteligentes nos faz entender que apesar dos sistemas

inteligentes terem um nível alto de exatidão e predição em suas análises e serem importantes,

o papel do homem no contexto do processo decisório é muito mais relevante (NANDI, 2012).

De nada adianta a empresa ter o melhor sistema do mundo, se os seus recursos humanos não o

utilizam de forma eficiente e eficaz. Nesse sentido, quando Davenport (2006) defende que a

habilidade analítica é um dos fatores determinantes para que uma empresa seja uma

competidora analítica, isto reforça a ideia de que não podemos desvincular o papel do homem

ao processo de tomada de decisão nas organizações, independente do recurso tecnológico

utilizado.

4.1.1 Inteligência de Negócios (BI)

Para Zeng, Ling e Lianl (2012), a inteligência de negócios (BI –Business Intelligence) é o

processo de coleta de informações corretas, no formato certo, no tempo certo para entrega dos

resultados e para a tomada de decisões, de forma a se ter um impacto positivo sobre as

operações de negócios, táticas e estratégias nas empresas. Nesse sentido, BI representa um

conjunto de técnicas, tecnologias, ferramentas e soluções e é projetado para permitir que os

usuários extraiam informação útil de forma eficiente para o negócio através de enormes

quantidades de dados.

Segundo Kimbal e Ross (2002), nos anos 90, quando a ferramenta de BI ficou mais

conhecida, as ferramentas e tecnologias utilizadas incluíam data warehouses que representam

armazéns de dados, ou seja, depósitos de dados utilizados para armazenar informações

relativas às atividades de uma organização em bancos de dados, de forma consolidada. O

desenho da base de dados favorece os relatórios, a análise de grandes volumes de dados e a

obtenção de informações estratégicas que podem facilitar a tomada de decisão (KIMBAL e

ROSS, 2002).

Atualmente, BI é visto como uma solução poderosa e valiosa tendo em vista que cada vez

mais as empresas estão desenvolvendo sistemas inteligentes para alavancar a competitividade.

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Para Zeng, Ling e Lianl (2012), BI foca não apenas em dados em tempo real, mas na análise

de dados em tempo real que possa ser desenvolvida e que instantaneamente mude os

parâmetros dos processos de negócio. A inteligência de negócios (BI), no entanto, não fornece

a mesma funcionalidade dos sistemas tradicionais de informação, mas, ao invés disto, opera

com dados que são extraídos de fontes de dados operacionais e fornece meios efetivos para

propagar ações para os processos de negócio e de operações.

Neste cenário de sistemas inteligentes, Popovic, Hackney e Coelho (2012) fazem uma

diferenciação de sistema inteligente de negócios (BIS) e o termo BI (inteligência de

negócios). Para os autores, BI refere-se aos vários métodos computadorizados e processos que

transformam dados em informação e por consequência, em conhecimento. BIS refere-se ao

ambiente em que o BI está inserido e o seu conceito emergiu como uma solução tecnológica

que oferece integração de dados e capabilidades analíticas para proporcionar aos stakeholders

dos diversos níveis da organização informações valiosas para o processo de decisão.

Para enfatizar melhor a diferença entre ambos, Popovic, Hackney e Coelho (2012)

argumentam que BIS representa a qualidade da informação em armazenamentos de dados

bem projetados, juntamente com as ferramentas de software amigáveis aos usuários e ao

ambiente de negócios e que fornecem aos trabalhadores do conhecimento acesso em tempo

útil, a análise eficaz e a apresentação intuitiva da informação certa, permitindo-lhes tomar as

medidas corretas ou tomar as decisões certas.

Popovic, Hackney e Coelho (2012) também defendem que BI representa a habilidade de uma

organização ou negócio de raciocinar, planejar, predizer, solucionar problemas, pensar

abstratamente, compreender, inovar e aprender por meios que proporcionem um aumento do

conhecimento organizacional, que informem os processos de decisão, possibilitem ações

efetivas e ajudem a estabelecer e alcançar os objetivos de negócio.

Popovic, Hackney e Coelho (2012) colocam que para a utilização de BI, é necessário que se

tenha capabilidade analítica para análise de relatórios gerais, relatórios customizados,

processamento analítico online (OLAP – On-line Analytical Processing), mineração de dados

(data mining), painéis de controle (dashboards), indicadores de performance (KPIs –Key

Performance Indicators) e alertas.

Para Hannula e Pirttimaki (2003), sistemas inteligentes de negócios referem-se a uma

importante classe de sistemas para análise de dados e relatórios gerenciais, que proporcionam

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aos gestores de vários níveis da organização informações relevantes, oportunas, precisas e de

fácil entendimento para a tomada de melhores decisões.

Nesse sentido, de acordo com Elbashir e Williams (2007), exemplos de ferramentas de BI

incluem as soluções de software que são fornecidos por fabricantes como COGNOS e SAS.

Tais sistemas de BI geralmente exigem uma infraestrutura de TI especializada, a fim de

funcionar de forma eficaz, incluindo a consulta, análise e ferramentas de relatórios, como o

processamento analítico online (OLAP), ferramentas de mineração de dados, análise

estatística, previsão e painéis de controle (dashboards) e as bases de dados especializadas

subjacentes (tais como data warehouses e data marts). Sistemas de BI são também

frequentemente implantados como melhorias para os sistemas integrados de gestão (ERP-

Enterprise Resource Planning) amplamente adotados.

De acordo com Isik, Jones e Sidorova (2011), em resposta a uma crescente quantidade de

dados para serem analisados nas empresas e devido à crescente pressão para se dar respostas

melhores e mais rápidas para os clientes, muitas empresas têm se voltado para a adoção do BI

como um meio para melhorar a tomada de decisão organizacional. No entendimento dos

autores, BI pode ser definido como um sistema composto de elementos técnicos e

organizacionais que apresentam informações históricas para os seus usuários, viabilizando

análises que permitam a tomada de decisão eficaz com o objetivo geral de aumentar o

desempenho organizacional.

Davenport e Harris (2007) definem BI como um conjunto de tecnologias e processos que

utiliza dados para entender e analisar o desempenho os negócios. Os autores colocam que

fazem parte do conceito de BI o acesso aos dados, os relatórios gerenciais e, por fim, a

abordagem analítica (BA), que será descrita posteriormente neste trabalho.

4.1.2 Análise Preditiva

A análise preditiva engloba uma variedade de técnicas de estatística, modelagem e mineração

de dados que analisam os fatos atuais e históricos para fazer previsões sobre o futuro (NYCE,

2007). Segundo Siegel (2013), a análise preditiva é a prática de extração de informações a

partir de conjuntos de dados existentes, a fim de determinar os padrões bem como prever

resultados e tendências futuras. Modelos de análise preditiva são normalmente utilizados para

prever futuras possibilidades com um nível aceitável de confiabilidade.

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Segundo Cokins (2013), a análise preditiva é um tipo de método analítico que está recebendo

muita atenção. Essa crescente atenção possivelmente se deve aos executivos seniores que

parecem estar abandonando um estilo de comando e controle reativo e mudando para um

estilo de gestão muito mais proativo e antecipatório (COKINS, 2013).

Com a análise preditiva, executivos, gerentes, funcionários e equipes podem ver o futuro que

está por vire ajustar sua capacidade de recursos, tais como o volume e o mix de demandas a

serem disponibilizadas, o número de funcionários necessário se os valores gastos, por

exemplo (COKINS, 2013).

Segundo Silver (2012), os números, em si, nada dizem, mas são as pessoas que “falam” por

eles, ou seja, que imbuem significado aos números. Os números podem ser interpretados para

servir ao interesse comum ou de forma desvinculada de sua realidade objetiva. O autor

ressalta que previsões baseadas em dados podem se concretizar, mas também podem falhar.

Essa falha ocorre quando o homem nega o seu papel no processo preditivo e isso eleva as

chances de fracasso, logo, antes de exigir mais dos dados, é necessário exigir mais das

pessoas que vão analisar esses dados. Silver (2012) destaca vários erros de análise que

precisam ser considerados para evitar consequências negativas das decisões baseadas nessas

análises.

4.2 Abordagem Analítica (BA)

Davenport e Harris (2007) descrevem a abordagem analítica (Business Analytics) como o uso

extensivo de dados, análises estatísticas e quantitativas, modelos explanatórios e preditivos e

gestão baseada em fatos e dados para a tomada de decisões e ações. Quando esses autores

referem-se ao BI, eles se referem à arquitetura de BI, que é um subconjunto do guarda-chuva

da arquitetura de TI. Esta arquitetura de BI engloba não apenas o conceito de BA acima

descrito, mas também os processos e tecnologias que são utilizados para coletar, gerenciar e

reportar dados orientados para o processo de decisão.

Os autores dizem ainda que a abordagem analítica por si não constitui uma estratégia, mas

utilizá-la para otimizar uma capabilidade distintiva pode significar um esforço significativo

em direção aos objetivos estratégicos da organização. Ter uma capabilidade distintiva

significa que a organização visualiza os aspectos de seu negócio de acordo com o que a

diferencia de seus concorrentes e o que faz com que ela tenha sucesso no mercado.

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De acordo com estudo conduzido por Davenport, Cohen e Jacobson (2005) em trinta e duas

empresas de grande porte que utilizavam a abordagem analítica nos Estados Unidos, aquelas

empresas que apresentavam um alto grau de competição analítica demonstraram quatro

características, que autores chamaram de pilares:

1º) capabilidade distintiva e estratégica para a empresa;

2º) difusão da abordagem analítica em toda a organização;

3º) comprometimento da alta gestão com a abordagem analítica;

4º) ambição em larga escala.

De acordo com Davenport e Harris (2007), empresas e organizações que competem

analiticamente não limitam as suas atividades analíticas apenas a um grupo dentro da empresa

ou a um conjunto de funcionários diferenciados na organização. Essas empresas garantem que

os dados e as análises são disponibilizados amplamente por toda a organização e que os dados

e análises são realizados de forma eficiente e eficaz

Um outro ponto importante colocado por Davenport e Harris (2007) é que a adoção de uma

abordagem analítica ampla para as empresas exige mudanças na cultura, nos processos, nos

comportamentos e habilidades nas organizações. Tais mudanças não acontecem por acaso,

elas devem ser conduzidas por altos executivos com paixão por análise e por um processo de

tomada de decisão baseada em fatos e dados.

Segundo Davenport e Harris (2007), há muitas maneiras de medir os resultados da atividade

analítica nas empresas, mas a mais óbvia é através dos resultados financeiros. Uma simples

iniciativa relacionada à abordagem analítica deve resultar em economias ou aumento de

receita na ordem de centenas de milhões ou bilhões de dólares para uma grande organização.

Davenport, Cohen e Jacobson (2005) classificaram o grau de competição analítica das

empresas de acordo com os cinco estágios de evolução apresentados na figura 1. Tais estágios

descrevem o caminho de evolução que uma organização pode seguir desde uma abordagem

analítica inadequada até a empresa se tornar altamente competidora do ponto de vista da

abordagem analítica.

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Figura 1: Os cinco estágios de maturidade em capabilidades analíticas

Fonte: Davenport, Cohen e Jacobson (2005).

No primeiro estágio, as organizações possuem algum desejo de se tornarem competidoras

analíticas, mas enfrentam algumas barreiras, tanto técnicas quanto organizacionais. Os

processos analíticos ainda não existem e o interesse está limitado à aplicação da abordagem

internamente e restrito aos processos envolvendo dados de clientes, mercados e concorrentes.

No segundo estágio, as organizações já possuem algum progresso em se tornarem mais

analíticas, mas é limitada localmente dentro de funções particulares ou unidades. O

departamento de Marketing, por exemplo, pode estar apto a identificar clientes ideais e a

modelar a demanda, mas este exemplo ainda não está difundido para outras partes da

empresa. As suas atividades de inteligência de negócios produzem benefícios econômicos,

mas ainda são insuficientes para afetar a estratégia competitiva da organização, ou seja, a

visão de competição analítica não é oriunda do alto nível estratégico da organização.

No terceiro estágio, as organizações já possuem uma aspiração para serem competidores

analíticos, mas ainda estão um pouco longe disto. Já existe um movimento de inclusão da

abordagem analítica na visão das empresas, mas que ainda não foi realizado. A alta direção já

acredita na utilização de fatos e dados e na abordagem analítica propriamente dita, mas ainda

há muito pouca cooperação nas unidades de negócio ao longo da organização.

No quarto estágio, o próprio nome já diz, já se está “almost there” (quase lá). Nesta fase, a

organização já possui a visão analítica e está muito próxima de obter a capabilidade analítica,

ou seja, a alta direção já a considera como uma prioridade corporativa. Os dados são de alta

qualidade e facilmente acessíveis.

No quinto estágio, as organizações desejam se aprofundar na abordagem analítica,

objetivando obter conhecimentos estratégicos mais profundos, renovando e melhorando

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continuamente suas capabilidades analíticas. Os processos analíticos são completamente

institucionalizados e altamente integrados entre si.

De acordo com Davenport e Harris (2007), a abordagem analítica proporcionou um grande

avanço quando as companhias começaram a utilizá-la não somente para a gestão dos seus

processos internos, mas também externos, relacionada ao gerenciamento e à resposta à

demanda de seus clientes e fornecedores. Como processos internos, os autores consideram,

por exemplo, as áreas de Finanças, Manufatura, Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e

Recursos Humanos. Como processos externos, os autores consideram as áreas que se

relacionam com clientes e fornecedores.

Nesse sentido, Davenport (2006) elenca o papel da abordagem analítica nos diversos

processos internos e externos:

a) Cadeia de Suprimento (Supply Chain): Simular e otimizar fluxos da cadeia de

suprimento, reduzir estoques e evitar o desabastecimento. Exemplo: Dell, Wall Mart,

Amazon.

b) Seleção de Clientes, Serviços e fidelização: Identificar clientes com potencial mais

lucrativo, retenção e fidelização dos clientes, aumentar a probabilidade dos clientes

desejarem o produto ou serviço oferecido. Exemplo: Harrah’s, Capital One, Barclay’s.

c) Precificação: Identificar o preço que irá maximizar a receita ou lucro. Exemplo:

Progressive, Marriot.

d) Capital Humano: Selecionar os melhores funcionários para empregos ou tarefas

particulares, relacionando aos níveis de remuneração disponíveis. Exemplo: New

EnglandPatriots, Oakland A’s, Boston RedSox.

e) Qualidade do produto ou serviço: Detectar problemas em antecipação e minimizá-los

(Honda, Intel).

f) Desempenho financeiro: Entender melhor os direcionadores de desempenho financeiro

e os efeitos dos fatores não financeiros. Exemplo: MCI, Verizon.

Segundo Chen, Chiang e Storey (2012), a abordagem analítica está relacionada à análise

avançada de dados, planejamento de cenários e capacidades de previsão, que são uma forma

de lidar com a crescente complexidade, incerteza e volatilidade do mercado. Esta opinião é

corroborada por uma quantidade crescente de dados que estão disponíveis para as empresas

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(IBM, 2011, Acesso em 10 nov. 13). Como resultado, as organizações começaram a se

concentrar em abordagens analíticas para lidar com os dados.

Em geral, a abordagem analítica poderia ser usada em todas as áreas de gestão funcionais,

incluindo P& D, recursos humanos e marketing. Dessa forma, as análises podem ser

classificadas como externa, através da análise de fornecedores, e interna, através da análise de

clientes. A previsão de demanda, a definição de preço, a avaliação da eficácia de marketing,

bem como a monitoração de concorrentes ou da cadeia de suprimentos são formas de

inteligência de gestão e são exemplos da abordagem analítica (CHEN; CHIANG;

STOREY,2012).

Ainda nesse sentido, Cokins (2013) defende que a abordagem analítica pode ajudar as

organizações a tomarem decisões e executarem medidas que seriam quase impossíveis de

outra forma. Uma combinação de técnicas de previsão confiáveis e poderosos softwares

computacionais, com relatórios robustos, podem tornar os benefícios mais convincentes: a

gestão de riscos torna-se mais científica, propiciando previsões financeiras como os

orçamentos contínuos, que substituem os orçamentos anuais estáticos. Outro exemplo citado

pelo autor são os benefícios para a gestão da cadeia de suprimentos e para a gestão de

estoques, que através da abordagem analítica podem ser geridos de forma mais proativa.

Segundo Oliveira, McCormack e Trkman (2012), o conceito de BA não depende

exclusivamente de tecnologia ou de métodos numéricos. Nesse sentido, BA também está

relacionado à cultura, criatividade e a visão das pessoas a respeito do valor da informação.

Tecnologia da informação e consequentemente BA necessitam ser implementados com a

intenção de maximização dos resultados financeiros de forma que fundamentalmente melhore

a capabilidade da empresa de melhorar o desempenho nos processos e projetos da empresa

(OLIVEIRA;McCORMACK;TRKMAN, 2012).

De acordo com Bose (2009), o conceito de BA se traduz em abordagem analítica avançada

(Advanced Analytics), que corresponde a um conjunto ou grupo de aplicações analíticas que

ajuda a medir, prever e otimizar o desempenho organizacional e o relacionamento com o

cliente. Para o autor, BA está dentro do conceito de BI e afirma que, para se executar uma

estratégia bem sucedida de BI, a infraestrutura de TI deve estar alinhada com as necessidades

de negócios, de forma que essa infraestrutura suporte o negócio para alcançar metas e

objetivos. Uma infraestrutura de BI bem-sucedida deve ser capaz de transformar dados e

sistemas díspares em um fluxo eficiente de informações, analisando dados com foco no futuro

e entregando informações importantes para os tomadores de decisão.

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Para Emblemsvag (2005), BA possui um conceito amplo, que vai além de módulos analíticos

de sistemas. O modelo utilizado para BA é apenas um modelo de realidade e não a realidade

em si e deve-se consequentemente buscar entender a realidade de forma mais global através

de meios não analíticos e trazer esse entendimento para que as estatísticas se tornem mais

significativas.

Quando um processo está falho ou quando se tem um processo complexo, há uma tendência

de não se aprofundar na análise, utilizando, por exemplo, várias medidas de tendência central

como médias, medianas e moda, enquanto que as medidas de dispersão como a variância e

desvio padrão, que são cruciais para se identificar o desempenho dos processos, são

completamente ignorados (EMBLEMSVAG, 2005).

Varshney e Mojsilovic (2011) dissertam que a abordagem analítica é oriunda da matemática,

da probabilidade e estatística aplicada, da ciência da computação e da utilização de dados para

se obter insights sobre o desempenho do negócio. Soluções desenvolvidas dentro de BA são

usadas principalmente como sistemas de apoio à decisão ou como componentes de sistemas

de apoio à decisão, para auxiliar os vendedores, gerentes e outros líderes organizacionais no

planejamento estratégico, no desenvolvimento de campanhas de marketing e em outros

negócios ligados à tomada de decisão.

O conceito de BA representa um amplo guarda-chuva, que engloba muitas soluções tais como

previsão de demanda, planejamento da capacidade de recursos, planejamento de mão de obra,

otimização e modelagem da força de vendas, previsão de receita e melhor compreensão do

cliente e dos produtos, entre outras soluções (VARSHNEY; MOJSILOVIC, 2011).

Para Varga e Miljenko (2007), BA permite que as organizações possam ir além do tradicional

BI, fornecendo um sistema integrado, uma visão corporativa das informações e um maior

nível de conhecimento sobre previsão e otimização dos processos. O principal desafio é

entregar este conhecimento através de soluções que são pertinentes aos processos de negócios

específicos, permitindo que os tomadores de decisão obtenham maior retorno sobre os

investimentos e melhorem a eficiência nas organizações. BA de fato incorpora uma variedade

de técnicas de análise que devem, inclusive, prover recomendações para os usuários do

negócio sobre como melhor analisar os dados e extrair informação para problemas

específicos.

Assim como BI, BA possui diferentes interpretações e conceitos. Para alguns, BA está dentro

do arcabouço de BI (DAVENPORT; HARRIS, 2007; BOSE, 2009), ou o contrário

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(VARSHNEY; MOJSILOVIC, 2011). Para outros autores (VARGA; MILJENKO, 2007), BA

é um estágio avançado de BI, ou possui uma concepção mais ampla na forma de lidar com

dados dentro da organização (EMBLEMSVAG, 2005).

Davenport e Harris (2007) abordam que, para uma organização ser aderente à abordagem

analítica (BA), não necessariamente ela precisa possuir os sistemas de informação mais

avançados, mas sim possuir uma cultura onde os gestores e funcionários tomem suas decisões

em cima de análises e baseados em fatos e dados, utilizando-se de suas capabilidades

analíticas. Conforme já exposto nos diversos estágios apresentados por Davenport, Cohen e

Jacobson (2005), cada organização pode ter uma orientação analítica, mesmo que ainda

embrionária.

Davenport e Harris (2007) colocam ainda que uma empresa pode ser aderente à abordagem

analítica utilizando uma simples planilha excel, pois o grande diferencial para que essa

abordagem tenha êxito nas organizações são os recursos humanos que vão transformar os

dados em informações consistentes para a tomada de decisão. Não se pode negar, no entanto,

que os modernos softwares analíticos enriquecem as análises organizacionais, sendo o BI, por

exemplo, um importante recurso auxiliar no processo decisório.

Nesse sentido, as decisões com base em dados e feitos com o uso de ferramentas analíticas

são normalmente melhores do que aqueles feitos sem (KLAT; SCHLÄFKE, MÖLLER,

2011). Schläfke, Silvi eMöller (2013) abordam, portanto, que as suas vantagens óbvias e sua

crescente importância dentro gestão do desempenho nas empresas fazem da abordagem

analítica assunto destinado para novas pesquisas empíricas.

Ainda segundo Schläfke, Silvi e Möller (2013), a abordagem analítica pode ser utilizada para

validar relações causais em processos (entrada, processo e saída), além dos já utilizados

mapas estratégicos. Os autores colocam que a existência de fatos e dados e de indicadores de

desempenho (KPI’s) podem gerar uma maior abrangência do status de desempenho de uma

organização.

Segundo Cokins (2013), com a abordagem analítica, as melhores e mais corretas decisões são

tomadas e o desempenho organizacional pode ser rigorosamente controlado e melhorado

continuamente. Sem a abordagem analítica, uma organização opera na intuição, e o conceito

de melhoria/otimização de processos jamais poderia constar no vocabulário da organização.

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5 DEFINIÇÃO DOS CONSTRUCTOS

Os constructos de natureza formativa deste trabalho se basearam nos estudos de Davenport

(2006) e Davenport e Harris (2007), que forneceram uma nova visão sobre a competição entre

as empresas. Esses estudos identificaram que, em vez de competir de forma tradicional, as

empresas estão começando a empregar análises estatísticas e modelagens preditivas como

elementos principais dessa competição.

Em função disso, muitas empresas têm superado barreiras históricas para coleta e gestão de

dados transacionais, apesar de haver ainda um grupo significativo de empresas que possuem

uma resistência cultural, pois são organizações que estão acostumadas à tomada de decisão no

feeling. As empresas estão sendo desafiadas a realizar análises e tomar decisões através de

grande volume de dados, devido a isto, estão mudando a forma de gestão de si mesmos e de

competirem no mercado (DAVENPORT; COHEN; JACOBSON, 2005).

Oportunidades para competição analítica são possíveis em todos os setores. Portanto,

praticamente todas as empresas devem considerar como ela pode adotar métodos e

capabilidades analíticas. Os autores resumem quais são os principais requisitos que as

empresas devem considerar quando estão se movendo em direção à competição analítica:

1) Começar a construir habilidades analíticas;

2) Obter dados de boa qualidade;

3) Implementar tecnologia analítica;

4) Examinar sua estratégia de negócios;

5) Ter comprometimento da liderança.

Assim, com base na adaptação de tais requisitos para o desenvolvimento de constructos de

pesquisa que pudessem representar BA como um construto de ordem superior, foram

considerados os seguintes constructos de primeira ordem: Habilidade Analítica, Qualidade da

Informação, Tecnologia Analítica, Estratégia de Negócios e Comprometimento da Liderança.

A pesquisa verificará se os constructos citados acima de fato estão diretamente relacionados

ao constructo de segunda ordem “Abordagem Analítica”, conforme os estudos de Davenport

(2006) e Davenport e Harris (2007). Após essa análise, será identificado qual o grau de

impacto do constructo Abordagem Analítica no constructo “Inovação em Processos”, ou seja,

a hipótese da Abordagem Analítica alavancar Inovação de Processos será testada.

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Abaixo, segue o modelo estrutural proposto, conforme constructos descritos acima:

Figura 2 – Modelo estrutural

Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

5.1. Habilidades Analíticas

Quando Davenport (2006) mencionou "habilidades analíticas" como a primeira etapa de ação

para as organizações se tornarem competidoras analíticas, ele usou a expressão "Começar a

construir habilidades analíticas", o que significa que muitas vezes é difícil encontrar

indivíduos com alguns requisitos importantes, como habilidades quantitativas que são

aplicadas ao contexto dos negócios. Ele também mencionou que as organizações devem

começar a olhar para estes requisitos o mais rapidamente possível, e começar a contratá-los

em volume suficiente para se criar uma "massa crítica" dentro das organizações.

Davenport (2006) descreveu um conjunto de habilidades analíticas, exemplificando a

descrição de um cargo para uma famosa empresa financeira dos Estados Unidos:

1) Alta aptidão para resolução de problemas e aptidões analíticas quantitativas.

2) Histórico educacional/profissional baseado em análise quantitativa, como, por

exemplo, nas áreas de engenharia e finanças.

3) Habilidade de aprender com rapidez o uso de aplicativos de softwares.

4) Experiência na utilização do excel, em metodologia de gerenciamento de

projetos e em ferramentas de melhorias de processos.

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Davenport (2006) também mencionou que um bom analista de BA deve ter a capacidade de

expressar ideias complexas de forma simples e ter as habilidades de relacionamento para

interagir bem com os tomadores de decisão. Outro exemplo de um perfil analítico foi o

seguinte: “pessoas com experiência em matemática, estatística e análise de dados que também

possam falar a linguagem dos negócios”.

Habilidade analítica é um processo de pensamento necessário de avaliação da informação de

forma eficaz. Examinar um problema completamente requer atenção aos detalhes,

perseverança e manutenção do foco (THE UNIVERSITY OF MANCHESTER, 2013, acesso

em 10 nov. 2013).

Briceland (1981) afirma em sua pesquisa seminal (Desenvolvendo habilidades analíticas) que

a habilidade analítica é a capacidade de visualizar, articular e resolver tanto os problemas

complexos como os descomplicados e tomar decisões que são baseadas em informações

disponíveis. Essas habilidades incluem demonstração da capabilidade de aplicar o raciocínio

lógico para coleta e análise de informações, projetar e testar soluções para os problemas e

formular planos.

De acordo com Chen, Chiang e Storey (2012), habilidades analíticas e de TI incluem uma

variedade de temas em evolução. Eles são provenientes de disciplinas, tais como estatística e

ciência da computação, para gerenciar e analisar tanto dados estruturados como não

estruturados. Nesse sentido, Goodman et al. (2005) definem as habilidades analíticas como a

capabilidade de um gestor usar abordagens lógicas e científicas para analisar os problemas e

enfrentar negócios ou para identificar oportunidades de negócios.

Laursen e Thorlund (2010) argumentam que os funcionários envolvidos em um ambiente

analítico devem entregar a informação certa e o conhecimento certo para as pessoas certas no

momento certo. Eles enfatizam que os perfis de competência não são os indivíduos em si, mas

os papéis desempenhados, e que um funcionário pode muito bem cumprir vários papéis na

organização. Por exemplo, um funcionário com experiência em mineração de dados (data

miner) será tipicamente um conhecedor de estatística, como também poderá ser capaz de

assumir duas funções ou atuar em mais de uma área de sua competência. Por exemplo, uma

pessoa orientada para TI pode muito bem ter uma visão estratégica e de negócios ao mesmo

tempo.

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5.2 Tecnologia Analítica

Davenport (2006) descreveu a Tecnologia Analítica, estabelecendo que as organizações

precisarão de hardwares e softwares robustos para fazer, de fato, um trabalho analítico sério.

Competir na abordagem analítica significa também competir em tecnologia e, enquanto os

concorrentes mais sérios investigam sobre os mais recentes algoritmos estatísticos e

abordagens do processo decisório, eles também monitoram constantemente as suas fronteiras

de tecnologia da informação.

Davenport (2006) ainda aborda que, para se tornar um competidor analítico com tecnologia

analítica, é importante que se tenha uma estratégia para utilização de Dados, um bom software

de BI e um bom hardware. Ter uma estratégia de dados é o investimento da empresa em

sistemas que “captam” dados de todas as fontes possíveis. Um sistema integrado (ERP –

Enterprise Resource Planning) e a gestão de relacionamento com o cliente são extremamente

importantes. Para competir analiticamente com essas informações, as empresas devem

apresentá-las em formatos-padrão, integrá-las, armazená-las em um armazém de dados e

torná-las acessíveis a todos.

De fato, quando se fala em tecnologia analítica, não há como não falar de BI (Business

Intelligence). BI engloba uma ampla gama de processos e softwares usados para coletar,

analisar e divulgar os dados, com o objetivo de uma melhor tomada de decisão. Ferramentas

de BI permitem que os empregados possam extrair, transformar e carregar dados para análise

e, em seguida, fazer as análises disponíveis em relatórios, alertas e scorecards. Muitos

competidores analíticos estão convertendo o seu hardware para processadores maiores, para

que possam processar grandes quantidades de dados rapidamente (DAVENPORT, 2006).

Laursen e Thorlund (2010) argumentam que, na abordagem analítica, a solução nunca é

melhor do que os seus usuários. Se a empresa quer ter sucesso da implementação de soluções

de BA, uma regra importante é que os três elementos essenciais precisam estar no lugar:

facilidade de uso, informações relevantes e suporte geral. Em termos de facilidade de uso, o

sistema deve ser convidativo, intuitivo e claro.

A informação que sai de um sistema de informação deve ser relevante, ou seja, não importa o

formato se o conteúdo do sistema não tem qualquer valor. Se a organização deseja

implementar novos sistemas de informação, deve treinar os seus usuários, bem como facilitar

o acesso do sistema para eles (LAURSEN; THORLUND, 2010).

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Segundo Cokins (2013), o uso da tecnologia da informação para a abordagem analítica

precisa ser mais bem explorada. A organização necessita de um foco particular nessa questão

e necessita utilizar os recursos de TI de forma mais inteligente do que atualmente a utiliza.

5.3 Estratégia de Negócios

Davenport e Harris (2007) argumentam que, para uma empresa se tornar um competidor

analítico, isto vai requerer uma estratégia de negócios clara, que é otimizada com dados e

análises. Os executivos devem começar a considerar que os principais processos e as

iniciativas estratégicas seriam bem mais avançados se tivessem uma abordagem analítica

disponível. O objetivo da estratégia de negócios é criar vantagens competitivas no setor em

que a empresa atua com a estratégia que representa uma maneira como as empresas tomam as

suas decisões (PORTER; MILLAR, 1985).

De acordo com Davenport (2006), a maioria das empresas na maioria das indústrias tem

excelentes razões para prosseguir com estratégias moldadas por análises. Todas as

organizações que foram identificadas como competidoras analíticas agressivas, são

claramente líderes em seus segmentos e elas atribuem grande parte do seu sucesso à

exploração eficiente e eficaz dos dados. As empresas que estão adotando essas estratégias

levam alguns anos para alcançar os resultados esperados.

Cokins (2013) questiona como as organizações podem ganhar em vantagem competitiva.

Segundo o autor, isso pode ser alcançado através de um processo decisório mais ágil e

inteligente; consequentemente, através de competências que a abordagem analítica pode

proporcionar no longo prazo, que incluem a criação de uma estratégia que vise a uma cultura

voltada para métricas e análises.

A pesquisa de Kaplan e Norton (1996) indicou que a maioria das organizações, sejam elas

com fins lucrativos, públicas ou sem fins lucrativos, podem formular estratégias eficazes,

mas, em contrapartida, só algumas podem implementar a estratégia efetivamente na nova

economia. Eles descobriram que as organizações mais bem-sucedidas são aquelas que são

capazes de executar uma boa estratégia eficaz e coerente, concentrando-se de forma criativa

em alinhar suas equipes de executivos, unidades de negócios, recursos humanos, tecnologia

da informação e recursos financeiros para a estratégia central da organização, a fim de

“produzir um avanço de desempenho não linear”.

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Kaplan e Norton (1996) observaram cinco princípios comuns na operação de todas as

organizações bem sucedidas focadas em estratégia. Esses princípios são: “Traduzindo a

estratégia para termos operacionais”, “Alinhar a Organização para criar Sinergias”, “Fazendo

da estratégia o trabalho diário de todos”, “Fazendo da Estratégia um processo contínuo”, e

“Mobilizar a mudança através de Liderança Executiva”. No entanto, merecem destaque, para

este trabalho, os três primeiros princípios.

Quando Kaplan e Norton (2000) falam de “traduzir a estratégia em termos operacionais”, eles

estão mencionando a utilização do BSC (Balanced Scorecard), ferramenta utilizada pela

organização para fornecer um referencial para descrever e comunicar a estratégia de maneira

coerente e visível a todos.

Quando se fala em alinhamento da organização à estratégia, segundo Kaplan e Norton (2000),

para que o desempenho organizacional seja superior as estratégias individuais precisam estar

conectadas e integradas. Geralmente, os obstáculos à implementação da estratégia ocorrem

em função de problemas de comunicação e coordenação entre as diversas áreas funcionais, na

qual cada uma possui sua própria linguagem, cultura e conhecimento.

Transformar a estratégia em tarefa de todos, significa que as organizações focadas na

estratégia partem do pressuposto de que todos os funcionários compreendem a estratégia e

conduzem suas tarefas diárias de maneira a contribuir para o êxito da estratégia corporativa.

Os executivos que se utilizam a ferramenta do Balanced Scorecard a utilizam como

ferramenta de comunicação da estratégia da organização. (KAPLAN; NORTON,2000).

Bronzo et al (2013) abordam que o BSC (Kaplan e Norton, 1996) encoraja uma dimensão

proativa de desempenho, ajudando as empresas a expressarem suas estratégias, objetivos e

indicadores de uma forma balanceada e alinhada, além de ampliar a sua gama de fatores

competitivos que são relevantes para assegurar vantagem competitiva.

Trazendo estes conceitos de Davenport e Harris (2007), Kaplan e Norton (1996) e Bronzo et

al (2013), o que pode-se concluir é que, de fato, se uma empresa quer se tornar uma

competidora analítica, a estratégia de negócios deve estar alinhada com este conceito. Não

adianta existirem “núcleos” dentro da empresa com orientação analítica, se a estratégia da

organização não compactua com tal conceito.

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5.4 Qualidade dos Dados

Davenport (2006) usou a expressão “Deixe seus dados em forma" como um dos planos de

ação para as organizações se tornarem competidoras analíticas. Ele menciona que os

ambientes analíticos exigem grandes quantidades de dados de alta qualidade e que é

necessário investigar sobre o que os dados das organizações realmente precisam para as

empresas avançarem com suas estratégias e se certificarem de que os dados estão sendo bem

tratados.

Ballou e Tayi (1998) argumentam que o termo “qualidade dos dados” pode ser melhor

definido como “adequação ao uso”, o que implica dizer que é preciso olhar além das

preocupações tradicionais com a precisão dos dados. Os dados encontrados em sistemas

contábeis, por exemplo, podem ser precisos, mas impróprios para uso, se os dados não estão

devidamente disponíveis no momento oportuno.

Além disso, os bancos de dados de pessoal situados em diferentes divisões de uma empresa

podem estar corretos, mas impróprios para uso uma vez que há necessidade de agrupá-los e

muitas vezes estão em formatos incompatíveis. Na verdade, a capacidade de julgar a

qualidade dos dados é perdida quando os usuários não têm nenhuma responsabilidade pela sua

integridade. Tais problemas estão se tornando cada vez mais críticos para as organizações que

implementam o seu armazém de dados (data warehouses) bem como para aquelas

organizações interessadas em explorar a abordagem analítica (BALLOU e TAYI,1998).

No quadro 1 abaixo, Pipino, Lee e Wang (2002) descrevem os princípios que podem ajudar as

organizações a desenvolverem métricas para medir a qualidade dos dados:

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Quadro 1: Princípios para medir a qualidade dos dados

Fonte: Pipino, Lee e Wang (2002), adaptado pelo autor.

A avaliação da qualidade dos dados é um esforço contínuo que requer o conhecimento dos

princípios fundamentais subjacentes ao desenvolvimento de métricas objetivas e subjetivas de

qualidade de dados. Para tanto, é necessário que seja realizada uma análise criteriosa dos

PRINCÍPIO DEFINIÇÃO

Acessibilidade Extensão em que os dados estão disponíveis, ou facilmente e rapidamente

recuperáveis;

Quantidade adequada de dados Extensão em que o volume de dados é apropriado para as tarefas manuais;

Credibilidade Extensão em que os dados são considerados como verdadeiros e com credibilidade.

Abrangência Extensão em que os dados não são perdidos e possuem amplitude e profundidade

suficiente para as tarefas manuais.

Representação concisa Extensão em que os dados são representados de forma compacta;

Representação Consistente Extensão em que os dados são apresentados no mesmo formato;

A facilidade de manipulação Extensão em que os dados são fáceis de manipular e de serem aplicados em tarefas

diferentes;

Livre de erro Extensão em que os dados estão corretos e confiáveis;

Interpretabilidade Extensão em que os dados possuem linguagens apropriadas, símbolos e unidades e as

definições são claras;

Objetividade Extensão em que dados são imparciais e sem preconceitos;

Relevância Extensão em que os dados são aplicáveis e úteis para as tarefas manuais;

Reputação Extensão em que os dados são altamente confiáveis em termos de sua fonte ou

conteúdo;

Segurança Extensão que o acesso aos dados é restringido de forma adequada para manter a sua

segurança;

Oportunidade Extensão em que os dados são suficientemente atualizados para as tarefas manuais;

Compreensibilidade Extensão em que os dados são facilmente compreendidos;

Valor agregado Extensão em que os dados são benéficos e proporcionam vantagens na sua utilização

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dados, verificando, por exemplo, se os dados satisfazem os critérios propostos por Pipino, Lee

e Wang (2002).

5.5 Comprometimento da Liderança

Segundo Ng e Wyrick (2011), comprometimento pode ser definido como um estado de ser no

qual um indivíduo se encontra obrigado por suas ações e são por meio dessas ações que as

suas crenças sustentam o seu envolvimento nas suas atividades. Por outro lado, a liderança

tem sido identificada como padrões éticos que criam sistemas organizacionais que suportam

seus próprios valores. A liderança é vital para atrair os melhores talentos e alavancar

habilidades e conhecimentos dentro da organização (WALLACE; CHERNATONY; BUIL,

2011).

Davenport (2006) considera que o fator mais difícil de pôr em prática para que uma empresa

se torne uma competidora analítica é a demanda da liderança para uma cultura analítica. O

autor argumenta que a adoção de uma abordagem analítica ampla para o negócio exige

mudanças na cultura, nos processos, nos comportamentos e nas habilidades para vários

funcionários. Tais mudanças devem ser conduzidas pela liderança da organização, ou seja, por

altos executivos comprometidos com a cultura da análise e com o processo de tomada de

decisão baseada em fatos e dados.

O ideal é que o principal defensor desse processo seja o CEO, e, de fato, Davenport (2006)

encontrou em sua pesquisa vários executivos principais que estavam dirigindo a mudança de

suas empresas para a abordagem analítica. Sem a “pressão de cima”, o autor coloca que é raro

encontrar uma empresa que faça as mudanças culturais necessárias para se tornar um

competidor analítico.

De acordo com Poon e Wagner (2001), a maioria dos estudos reconhece a importância de um

sponsor (patrocinador), que é ao mesmo tempo, suficientemente comprometido com o

investimento de tempo e de esforço para a orientação no desenvolvimento de projetos e no

processo de mudança e tem uma compreensão realista das capacidades e limitações do

processo. Nesse sentido, para que uma empresa se torne um competidor analítico, é necessário

que exista de fato um comprometimento da liderança para que a abordagem analítica comece

a ser difundida nas organizações.

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5.6 Inovação em Processos Organizacionais

Para entendermos o conceito de Inovação em processos, primeiramente faz-se necessário

analisar o conceito de inovação de uma forma mais ampla, procurando traçar a evolução desse

conceito, segundo os diferentes enfoques abordados na academia. É importante ressaltar que

os estudos sobre inovação e os seus impactos nas organizações vêm ganhando relevância

entre os pesquisadores.

Segundo Van de Ven, Angle e Poole (2000), a inovação é um processo que envolve geração,

adoção, implementação e incorporação de novas ideias, práticas ou artefatos dentro da

organização. Já para Bessant (2009), a inovação é um reconhecimento de oportunidades para

uma mudança lucrativa e a exploração dessas oportunidades até a sua adoção na prática.

McFadzean, O’Lougchlin e Shaw (2005) conceituam a inovação como um processo que

fornece valor adicionado a um nível de novidade para a organização e para seus fornecedores

e clientes através do desenvolvimento de novos procedimentos, soluções, produtos e serviços.

De acordo com Scherer e Carlomagno (2009), a inovação não é simplesmente algo novo. É

algo novo que traz resultados para a empresa. É a exploração de uma nova ideia com sucesso,

resultando em grande retorno.

Shumpeter (2000) atribui a competitividade às atividades inovadoras mobilizadas pelo

empreendedor ou pelos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento das empresas, logo, a

competitividade é um atributo da empresa. Para que uma empresa cresça e reforce sua posição

competitiva, ela precisa incorporar a inovação na sua fisiologia, seguindo 3 princípios

básicos:

1) A inovação deve ser um processo continuado e não episódico;

2) A inovação deve ser um processo gerenciado (criatividade, definição de estratégias,

estabelecimento de prioridades, e avaliação de ideias, gestão de projetos e

monitoramento de resultados);

3) A gestão da Inovação deve ser feita por ferramentas específicas.

Do ponto de vista da teoria econômica, Schumpeter (2000) concentrou sua atenção nos efeitos

positivos das inovações de processo e de produto no desenvolvimento econômico, bem como

o papel da empresa e dos empreendedores. O autor deu uma importante contribuição ao tema

quando dividiu o processo de mudança tecnológica em três estágios: invenção, inovação e

difusão, enfatizando que inovação não é sinônimo de invenção – invenção é a criação de um

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processo, técnica ou produto inédito. Já a inovação é quando ocorre a efetiva aplicação

comercial de uma invenção. Difusão é o processo pelo qual uma inovação é comunicada

através de certos canais, através do tempo, entre os membros de um sistema social.

As empresas inovam para defender suas posições competitivas ou em busca de vantagem

competitiva. Uma empresa pode ter uma abordagem reativa e inovar para evitar perder

participação de mercado para um concorrente inovador. Portanto, a inovação passa a ser

entendida não como um único ato, mas sim como uma série deles, adquirindo significado

econômico apenas através de processos de redesenho, modificação e inúmeras pequenas

melhorias (ROSENBERG, 1976).

O Manual de Oslo (2005), é a mais importante fonte internacional de orientação de dados

sobre atividades inovadoras da indústria. Ele identifica parâmetros para avaliar a escala das

atividades de inovação, as características das empresas inovadoras e os fatores internos e

sistêmicos que podem influenciar a inovação.

De acordo com o Manual de Oslo (2005), a Inovação pode ser diferenciada em quatro tipos,

conforme a seguir:

1) Inovação do produto (conceito mais amplo: inovação tecnológica): introdução no

mercado de novos produtos ou serviços significativamente melhorados. Inclui

alterações significativas nas suas especificações técnicas, componentes, materiais,

software incorporado, interface com o utilizador ou outras características funcionais;

2) Inovação do processo: implementação de novos processos de produção ou logística

de bens ou serviços significativamente melhorados. Inclui alterações significativas de

técnicas, equipamentos ou software;

3) Inovação organizacional: implementação de novos métodos organizacionais na

prática do negócio, organização do trabalho e/ou relações externas;

4) Inovação de marketing: implementação de novos métodos de marketing,

envolvendo melhorias significativas no design do produto ou embalagem, preço,

distribuição e promoção.

O presente trabalho irá, portanto, tratar das inovações em processos organizacionais, pois será

avaliado o impacto da abordagem analítica nas inovações de processos. Porém, para avaliar a

inovação nos processos organizacionais, faz-se necessário primeiramente investigar o

conceito de processo nas organizações.

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Segundo Davenport (1994, p.6.) “Um processo é simplesmente um conjunto de atividades

estruturadas e de medidas, destinadas a resultar num produto especificado, para um

determinado cliente ou mercado”.

Para Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006), processos representam as configurações das

atividades de negócios que são conduzidos para realizar as operações internas. Para inovar

nessa dimensão de processos, uma empresa pode redesenhar seus processos voltados para

uma maior eficiência, maior qualidade e para um tempo de ciclo mais rápido. Segundo

Bessant (2009), a inovação nos processos pode envolver a melhoria dos sistemas já adotados,

como redução do desperdício, aumento da eficiência ou a alteração na forma de operação,

como o uso da correspondência digital em vez de papel.

Nesse sentido, Tigre (2006) aborda que a inovação é essencial para aumentar a produtividade

e competitividade das organizações por meio da intensificação do uso da informação e do

conhecimento. Já para Cefisa e Marsili (2005), a inovação aumenta a probabilidade de

sobrevivência das firmas e exerce papel fundamental na criação de vantagens competitivas.

Para os autores, as inovações de produtos ou de processos ocorrem em função do ciclo de vida

da indústria, ou seja, na introdução das firmas normalmente ocorrem mais inovações em

produtos, enquanto na maturidade as inovações são focadas mais em processos.

Segundo Damanpour e Gopalakrishna (2001), essa distinção entre inovação de produto e

inovações de processo é importante porque sua adoção requer diferentes competências

organizacionais: as inovações de produtos requerem que as empresas assimilem padrões das

necessidades do cliente, projeto e fabricação do produto. As inovações de processo exigem

que as empresas apliquem a tecnologia para melhorar a eficiência de desenvolvimento e

comercialização de produtos.

Segundo Tigre (2006), inovações de processos representam a introdução de novas tecnologias

de produção, como também de novos métodos aprimorados de entrega e manuseio dos

produtos, onde os resultados devem alterar de forma significativa o nível de qualidade dos

produtos ou os custos de produção e de entrega. De acordo com Tidd, Bessant e Pavitt (2005),

a inovação de processos é basicamente centrada na otimização dos processos de negócio e

sugere que ganhos de eficiência são muito maiores a longo prazo.

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6 RELAÇÃO INOVAÇÃO DE PROCESSOS X ABORDAGEM ANALÍTICA

Para melhor entender a relação da inovação de processos com a abordagem analítica, o

presente trabalho focou no modelo de capabilidade de inovação (LAWSON;SAMSON,

2001). De acordo com Lawson e Samson (2001), o modelo de capabilidade da inovação visa à

construção de um arcabouço teórico destacando as ações que levam os gestores a terem

sucesso em suas inovações, ou seja, a melhoria de sua capabilidade de inovar.

Quanto mais forte for a capabilidade de inovação possuída por uma empresa, mais eficaz será

o seu desempenho na inovação. A literatura também indica uma relação positiva entre o

desempenho da inovação e um melhor desempenho da empresa. Empiricamente, é mostrado

que a inteligência organizacional tem sido definida como a capabilidade de processar,

interpretar, codificar, manipular e acessar as informações de uma maneira direcionada, por

isso pode aumentar o seu potencial adaptativo no ambiente em que opera (GLYNN, 1996).

Desde que o conhecimento e as ideias são insumos primários para o processo de inovação, as

empresas que utilizam informações inteligentes podem reduzir a inerente incerteza e

ambiguidade da inovação. Isso depende de a empresa ser capaz de gerar, comunicar e agir de

acordo com as informações mais relevantes e disponíveis sobre o seu ambiente (LAWSON;

SAMSON, 2001).

Por exemplo, Saleh e Wang (1993) mostram que os inovadores de alto desempenho se

utilizam de previsões tecnológicas e de análise competitiva para este objetivo. A inteligência

organizacional neste caso é principalmente referente à aprendizagem sobre os clientes e

concorrentes.

Burgelman e Maidique (2007) destacam a importância crucial de se compreender os

concorrentes e mercados para a gestão da inovação. Várias técnicas têm sido utilizadas para

gerar informações mais precisas sobre os clientes e conhecimento sobre os seus problemas.

Segundo Lawson e Samson (2001), uma abordagem importante para a compreensão das

necessidades dos clientes tem sido a inovação lead-user, onde as empresas se concentram em

seus clientes mais exigentes e tentam inovar para resolver os seus problemas, criando assim

um produto ou serviço que é propenso a agregar valor à grande maioria dos clientes com

exigências menos rigorosas.

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Além disso, Leonard e Rayport (1997) ilustraram como a análise de dados de clientes em

situações cotidianas poderia ser usada para estimular a inovação. A inteligência competitiva,

portanto, desempenha um papel importante na construção de vantagem competitiva.

Fuld (1994) conceitua inteligência como a informação analisada, que auxilia a tomada de

decisão estratégica e tática das organizações. A palavra “competitiva” relaciona-se à aquisição

de informações disponíveis e acessíveis sobre os concorrentes. Garcia Torres (1997)

interpreta inteligência competitiva como um sistema de monitoramento, definindo-a como um

conjunto de procedimentos para coleta e análise de informação sobre o ambiente, que

possibilitariam à organização um processo de aprendizagem contínuo, voltado ao

planejamento estratégico.

Gomes e Braga (2004, p.28) conceituam Inteligência Competitiva como sendo:

“Um processo ético de identificação, coleta, tratamento, análise e disseminação da

informação estratégica para a organização, viabilizando seu uso no processo

decisório. É o resultado da análise de dados e informações coletadas do ambiente

competitivo da organização que irá embasar a tomada de decisão, pois gera

recomendações que consideram eventos futuros e não somente relatórios para

justificar decisões passadas. Não deve se limitar a atestar o que aconteceu, mas sim

auxiliar na identificação de tendências e mercados no qual a organização atua, bem

como na identificação de possíveis novos concorrentes”.

Algumas das técnicas utilizadas no campo da Inteligência Competitiva são aplicáveis também

para monitorar tendências tecnológicas e de inovação. A Inteligência Competitiva é um

instrumento geralmente utilizado por empresas para eticamente identificar, coletar,

sistematizar e interpretar informações relevantes sobre seu ambiente concorrencial

(CANONGIA; SANTOS; ZACKIEWICZ,2004).

Inteligência competitiva se caracteriza como a coleta, organização e utilização do nível

individual de conhecimento sobre os concorrentes e do ambiente competitivo

(MARIADOSSA et al, 2013). Envolve a identificação precoce de riscos e oportunidades

potenciais, através da análise de informações sobre o ambiente para apoiar os gestores na

tomada das decisões estratégicas para a empresa (XU et al,2011).

Xu et al (2011) destacam uma série de benefícios proporcionados pela inteligência

competitiva nas organizações:

1) Reforça a competitividade da empresa;

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2) Prevê com um alto nível de confiança as evoluções do ambiente de negócios, as ações dos

concorrentes e as exigências dos clientes;

3) Proporciona um melhor suporte para o processo de tomada de decisão, revelando

oportunidades e ameaças antecipadamente;

4)Processando e combinando dados e informações para a produção de conhecimento e

insights sobre concorrentes;

5) Diminui o tempo de reação;

Os softwares que apoiam a análise de tendências, prospecção e futuros lançamentos

competitivos estão se tornando padrões nessa área de inteligência (GOMES; BRAGA, 2004)

Portanto, ferramentas analíticas, gestão de conhecimento e decisão são temas de grande

interface com inteligência competitiva e que permitem a sua operacionalização (MORAES e

LAURINDO, 2013, acesso em: 10 dez 2013).

Segundo Bronzo et al. (2013), o intensivo uso de analytics resulta em mudanças substanciais

na maneira como os processos de negócio são vistos dentro das organizações. Cada vez mais,

empresas necessitam possuir a capacidade de reconstruir rotinas e eliminar procedimentos

ineficientes e obsoletos, adotando comportamentos que são mais eficientes e melhor alinhados

com os objetivos das organizações. Isto se relaciona ao conceito da capabilidade de criar

inovações que gerem valor para os clientes.

A utilização da capabilidade da inovação, promovendo uma maior inteligência competitiva,

vai, portanto, ao encontro da abordagem analítica, pois esta abordagem é caracterizada como

o uso extensivo de dados, análises estatísticas e quantitativas, modelos explanatórios e

preditivos e gestão baseada em fatos e dados para a tomada de decisões e ações

(DAVENPORT;HARRIS, 2007). Uma das utilidades da abordagem analítica, por exemplo, é

a de identificar clientes com potencial mais lucrativo, para a retenção e para a fidelização, o

que corrobora com o conceito anteriormente exposto de que a utilização da inteligência

competitiva proporciona maior inovação nas organizações que a adotam.

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47

7 METODOLOGIA

O presente trabalho faz uso de uma abordagem quantitativa com objetivo descritivo-

conclusivo. O método aplicado é do tipo Survey, por meio da aplicação de um questionário

estruturado utilizando a escala likert de 5 pontos em um grupo de empresas de diversos

segmentos, como bancos, seguradoras, empresas de gás e energia, varejo, telecomunicações,

serviços, pesquisa e educação.

Com o objetivo de enriquecimento da pesquisa, adicionalmente foi realizada uma entrevista

semiestruturada com um gestor da área de negócios da empresa SAS, de onde foram extraídas

informações complementares sobre o conceito e utilização da abordagem analítica pelos

clientes da empresa. Esta entrevista com o gestor ocorreu no escritório da SAS em São Paulo,

no bairro Itaim Bibi, através de horário pré-agendado. Além da entrevista, a visita contou com

o instrumento de observação participante, por meio da participação em apresentações de

softwares analíticos de BA.

De posse da primeira versão dos construtos do modelo, o questionário apresentado neste

trabalho foi validado por um grupo de professores pertencentes ao GBPM Team (Global

Business Process Management Team). Trata-se de um grupo de renomados pesquisadores da

área de processos organizacionais, que estão atualmente incluindo o assunto sobre a

abordagem analítica em suas pesquisas acadêmicas (BRONZO ET AL, 2013; OLIVEIRA;

McCORMACK; TRKMAN, 2012; POPOVIC; HACKNEY; COELHO, 2012).

Tomando-se os resultados desta fase de análise dos pesquisadores do GBP Team, a lista de

construtos do modelo inicialmente proposta foi submetida aos possíveis ajustes sugeridos,

gerando, portanto, uma segunda versão.

Neste estudo, as questões foram divididas em blocos, de acordo com as dimensões de análise

da pesquisa. As questões foram formuladas em forma de “afirmações”, considerando 1 para

“Discordo totalmente” e 5 para “Concordo totalmente”; ou 1 para “Nunca” e 5 para

“Sempre”; ou, comparável à concorrência, 1 para “atrás” e 5, “líder”.

Esta pesquisa utilizou uma amostra de respondentes pertencentes à lista de clientes da filial da

empresa SAS no Brasil, conhecida como uma das maiores fornecedoras de softwares

analíticos do mundo. Empresas de médio e grande porte foram selecionadas para envio de um

questionário estruturado com 30 perguntas. O número máximo de perguntas foi determinado

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pela empresa SAS, o que demandou um esforço de buscar um instrumento mais parcimonioso

a partir da análise da pesquisadora e dos membros do GBPM Team.

A unidade de análise foi a nível organizacional, já que este estudo procura descobrir se a

abordagem analítica leva as empresas pesquisadas a serem mais inovadoras em seus

processos.

O questionário foi enviado para toda a lista de clientes da empresa SAS, equivalendo a um

total de 3.156 profissionais atuantes dessas empresas. A partir de uma query simples da SAS,

identificou-se que essas 3156 pessoas que, em tese, receberam o questionário, fazem parte de

um universo de aproximadamente 600 empresas. Deste total, 81 respondentes de empresas

diferentes preencheram e devolveram os questionários, o que corresponde a uma taxa de

respondentes de 2,6%.

Apesar de ser uma taxa de resposta relativamente baixa, a amostra foi considerada suficiente

para os testes estatísticos realizados, pois atende aos requisitos do algoritmo PLS (RINGLE;

WENDE; WILL, 2005). O requisito é que o tamanho mínimo da amostra seja dez vezes o

número de indicadores do constructo com maior número de indicadores. O constructo com

maior número de indicadores possui 7 indicadores, logo, o tamanho mínimo da amostra para

se utilizar o algoritmo PLS seria 70.

É importante ressaltar que a Gerência de Pesquisas Acadêmicas da empresa SAS ficou

responsável pelo envio do questionário aos respondentes e pelo respectivo recebimento das

respostas. A empresa solicitou que somente esta Gerência de Pesquisas Acadêmicas poderia

ter qualquer tipo de contato com os clientes e que o perfil dos respondentes da amostra seria

de caráter confidencial.

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49

8 ANÁLISE DOS DADOS

O perfil da população das 3156 pessoas que receberam o questionário ocupavam diferentes

cargos em suas empresas: Analista Sênior, Assessor, Atuário, Consultor, Coordenador,

Administrador, Diretor e Especialista. Essas pessoas foram identificadas como

suficientemente aptas e bem informadas para representarem as empresas em que atuam no

preenchimento do questionário.

O gráfico 4 abaixo retrata os percentuais de cargos ocupados pela população:

Gráfico 4: Percentual por cargo da população

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados fornecidos pela SAS

Verifica-se que 62% das pessoas que receberam o questionário ocupam cargo de Analista,

seguido de Coordenador (11%) e Especialista (9%). O gráfico 5 abaixo mostra o perfil do

tamanho das empresas, de acordo com os dados da população:

Gráfico 5: Tamanho das empresas

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados fornecidos pela SAS

Grande 81%

Médio 19%

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O gráfico 5 acima demonstra que 81% das pessoas que receberam o questionário trabalham

em grandes empresas, enquanto que 19% ocupam cargos em médias empresas. Abaixo

encontra-se o perfil dessas empresas dividido por segmento de negócio.

Gráfico 6: perfil das empresas

Fonte: elaborado pelo autor com base nos dados fornecidos pela SAS

O gráfico 6 acima demonstra que 46% da população ocupam cargos em bancos, seguidos por

seguradoras (15%) e pesquisa e educação (13%). Com relação à estatística descritiva do perfil

das respostas dos 81 respondentes, este se encontra no apêndice II deste trabalho.

Para testar as hipóteses levantadas neste trabalho foi utilizado um modelo de equações

estruturais. Segundo Hair et al. (2005), é muito comum que o pesquisador se defronte com um

conjunto de questões inter-relacionadas em suas pesquisas. No entanto, nenhuma outra técnica

multivariada consegue tratar todas as questões em um único método abrangente, pois todas

elas compartilham da limitação de examinar uma relação por vez.

O uso da Modelagem em Equações Estruturais (chamada em inglês de SEM – Structural

Equation Modeling) é uma extensão de diversas técnicas multivariadas, mais precisamente da

regressão múltipla e da Análise Fatorial. Ela é indicada para investigações empíricas

abrangentes de aspectos teóricos e de mensuração (HAIR et al, 2005). A modelagem de

equações estruturais permitiu testar as relações de precedência e identificar os possíveis

ajustes adicionais necessários.

Bancos 46%

Seguradoras 15%

Gás e Energia 5%

Varejo 4%

Telco 13%

Serviços 4%

Pesquisa e Educação

13%

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51

8.1 Apresentação e Análise dos Dados

Para projetar o instrumento de coleta de dados, foi utilizado o referencial teórico desta

pesquisa. As perguntas referentes ao constructo Inovação de Processos foram adaptadas a

partir do trabalho de Prajogo e Mcdermott (2012), que incluem itens como a velocidade da

adoção de novas tecnologias, a competitividade tecnológica da firma, as novidades do

processo tecnológico e o grau de mudança tecnológica da firma.

Também foram utilizadas as perguntas do questionário do trabalho de Gunday et al. (2011),

que se baseiam no conceito clássico do Manual de Oslo (2005), cujo conceito de Inovação de

Processo é a implementação de novos processos de produção ou logística de bens ou serviços

significativamente melhorados, que inclui alterações significativas de técnicas, equipamentos

ou software. Os demais constructos da pesquisa foram baseados nos seguintes autores,

conforme quadro abaixo:

Quadro 2: Referencial Teórico Constructo

CONSTRUCTOS AUTORES

Habilidades Analíticas

Goodman et al. (2005);Davenport (2006);

Briceland (1981); Chen, Chuang e Storey

(2012).

Tecnologia Analítica Davenport (2006); Laursen e Thorlund

(2010); Cokins (2013).

Estratégia analítica

Davenport e Harris (2007); Kaplan e

Norton (1996); Porter e Millar

(1985);Bronzo et al. (2013).

Comprometimento da Liderança

Davenport (2006); Poon e Wagner (2000);

Wallace, Chernatony e Buil (2011).

Qualidade da Informação

Pipino et al. (2002); Davenport (2006).

Orientação analítica

Davenport e Harris (2007); Bose (2009);

Varshney e Mojsilovic (2011); Varga

eMiljenko (2007);

Emblemsvag(2005);Oliveira, McCormack

e Trkman(2012);Cokins (2013); Schläfke,

Silvi e Möller(2013);Klat;Schlafke;Moller

(2011). Fonte: Elaborado pelo autor (2013)

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8.1.1 Análise Estatística Multivariada – Modelagem de Equações Estruturais

Procedeu-se, então, à modelagem de equações estruturais utilizando o software SmartPLS

(PartialLeastSquares), pois o PLS possui algumas características que são peculiares à

natureza dos dados (HAIR JR et al, 2014):

1 – O PLS funciona de forma eficiente para pequenas amostras.

2 – O PLS é muito eficiente para dados ordinais (categóricos).

3 – O PLS pode trabalhar simultaneamente tanto com constructos de natureza formativa

quanto reflexiva.

4 – O PLS não parte de pressupostos sobre a distribuição, pois é um método que pode ser

utilizado para dados não paramétricos.

De acordo com Hair Jr. et al (2014), a utilização do PLS requer um procedimento sistemático

de aplicação da ferramenta através de nove estágios:

Quadro 3: Procedimento sistemático de aplicação do PLS

PROCEDIMENTO SISTEMÁTICO DE APLICAÇÃO DO PLS

Estágio 1 – Especificação do modelo estrutural

Estágio 2 – Especificação do modelo de mensuração

Estágio 3 – Coleta e exame dos dados

Estágio 4 – Estimação do modelo de caminhos

Estágio 5 – Avaliação dos resultados PLS de modelos de mensuração reflexivos

Estágio 6 – Avaliação dos resultados PLS de modelos de mensuração formativos

Estágio 7 – Avaliação dos resultados do modelo estrutural

Estágio 8 – Análise PLS avançada

Estágio 9 – Interpretação dos resultados e elaboração das conclusões.

Fonte: Hairjr. et al. (2014) – adaptado pelo autor.

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8.1.1.1 Estágio 1 – Especificação do Modelo Estrutural

Foi preparado um diagrama que ilustra as hipóteses da pesquisa e demonstra as relações entre

as variáveis que serão examinadas. Esse diagrama é denominado Modelo de Caminhos. O

modelo de Caminhos é composto de dois elementos, o modelo estrutural, que descreve as

relações entre as variáveis latentes (constructos) e o modelo de mensuração que descreve as

relações entre os constructos e suas medidas (indicadores).

Quando um modelo estrutural está sendo desenvolvido, duas questões primárias necessitam

ser consideradas: a sequência dos constructos e as relações entre elas. Ambas as questões são

críticas para o conceito do modelo, porque representam as hipóteses e suas relações com a

teoria que está sendo testada.

A sequência dos constructos em um modelo estrutural é baseada na teoria, na lógica, ou

através de experiências práticas observadas pelo pesquisador.

Constructos que atuam somente como variáveis independentes em um modelo estrutural se

referem geralmente às variáveis latentes exógenas. Neste modelo, os constructos exógenos

são: Habilidades Analíticas, Tecnologia Analítica, Qualidade dos dados, Estratégia e

Comprometimento da Liderança.

Constructos considerados como dependentes em um modelo estrutural, que têm alguma seta

vindo de algum outro construto apontando em direção a eles, são frequentemente chamados

de variáveis latentes endógenas. Os constructos endógenos deste modelo são a Abordagem

Analitica (BA – Business Analytics) e Inovação de Processos (IP).

Uma vez decidida a sequência dos constructos, as relações entre elas devem ser estabelecidas

por setas indicadoras com a direção indicando qual construto é o preditor. As relações

preditivas são frequentemente relacionadas por relações causais se a teoria estrutural suporta

essa relação.

Nesta pesquisa, pressupõe-se que os constructos exógenos (Habilidades Analíticas,

Tecnologia Analítica, Qualidade dos Dados, Estratégia Analítica e Comprometimento da

Liderança) são condicionantes para que a empresa seja uma competidora analítica, ou seja,

possuam BA. Assim como as relações causais de BA para inovação de processo, onde é

verificado em que intensidade BA impacta em inovação.

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Hipóteses do modelo:

H1: A empresa que possui habilidades analíticas é mais propensa a ser uma competidora

analítica.

H2: A empresa que possui tecnologia analítica é mais propensa a ser uma competidora

analítica.

H3: A empresa que possui qualidade nos dados é mais propensa a ser uma competidora

analítica.

H4: A empresa que possui estratégia voltada para analytics é mais propensa a ser uma

competidora analítica.

H5: A empresa que possui comprometimento da liderança voltado para analytics é mais

propensa a ser uma competidora analítica.

H6: BA (abordagem analítica) impacta positivamente em inovação de processos (IP).

Inicialmente, os construtos de Habilidades analíticas, Tecnologia analítica, Qualidade dos

dados, Estratégia e Comprometimento da Liderança foram tomados como variáveis latentes

exógenas do construto Abordagem analítica (BA).

Os resultados iniciais, ou seja, antes do tratamento dos dados, apontaram para um R² de 0,752,

o que demonstra que os indicadores dos constructos de Habilidades analíticas, Tecnologia

analítica, Qualidade dos dados, Estratégia e Comprometimento da Liderança explicaram

75,2% da variação em BA. De acordo com Chin (1998) resultados de R² acima de 0,67 devem

ser considerados como “substanciais”; entre 0,67 e 0,33, como “moderados”; e entre 0,33 e

0,19, como fracos.

Posteriormente, ao analisar a relação entre o constructo BA e o constructo Inovação de

Processos, os resultados encontrados apontaram para um R² de 0,524, o que demonstra que os

indicadores de BA explicaram 52,4% da variação nos resultados de Inovação de Processos,

indicando um bom resultado, porém mais moderado.

É importante ressaltar que esses valores serão revistos, após todos os estágios estabelecidos

especificados por Hair Jr. et al. (2014).

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8.1.1.2 Estágio 2 – Especificação do Modelo de Mensuração

O modelo de caminhos desta pesquisa possui 5 (cinco) constructos exógenos (Habilidades

Analíticas, Tecnologia Analítica, Qualidade dos Dados, Estratégia Analítica,

Comprometimento da Liderança) e 2 (dois) constructos endógenos (Abordagem analítica –

BA e Inovação de Processos – IP).

Cada um dos constructos é medido através de múltiplos indicadores, que são representadas

pelo questionário elaborado com base na literatura. Ao examinar os constructos exógenos do

modelo, verifica-se que esses constructos possuem natureza formativa e ao examinar os

constructos endógenos, verifica-se que esses possuem natureza reflexiva. Os constructos de

natureza formativa são assim considerados porque são baseados no pressuposto de que os

indicadores causam os constructos. Os constructos de natureza reflexiva indicam que os

indicadores são causados pelos constructos.

Neste modelo de pesquisa, por exemplo, de acordo com a primeira pergunta do questionário

(1.1), pressupõe-se que a empresa que possui empregados com conhecimentos em estatística e

matemática é uma condição para que a empresa seja uma competidora analítica, logo, possui

uma relação causal, o que caracteriza que o constructo Habilidade Analítica possui natureza

formativa.

O constructo BA possui natureza reflexiva, pois de acordo com a pergunta 6.1 do

questionário, que questiona se os executivos da empresa realizam análises preditivas, essas

análises são consequências da empresa ter BA, o que caracteriza a sua natureza reflexiva.

8.1.1.3 Estágio 3 – Coleta de dados e Exame

O pressuposto principal dessa etapa é de que os dados estão livres de erro, identificando

outliers e dados ausentes. Os dados do questionário aplicado foram analisados e foi

constatado que esses dados não apresentaram outliers nem dados ausentes. É importante

ressaltar que nesta pesquisa, isto já havia sido feito desde o recebimento do questionário

preenchido.

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8.1.1.4 Estágio 4 – Estimação do Modelo de Caminhos e do Algorítmo PLS

Nas relações entre os constructos e os indicadores, são identificados pesos para os constructos

formativos, enquanto que nas relações entre os constructos reflexivos e os indicadores

identificados cargas. Inicialmente, esses pesos e cargas são desconhecidos.

Mais especificamente, quando um modelo formativo de mensuração é assumido para um

constructo, os pesos (Outer Weights) são estimados através de uma regressão múltipla onde os

constructos Habilidades Analíticas, Tecnologia Analítica, Qualidade dos Dados, Estratégia

Analítica e Comprometimento da Liderança representam as variáveis dependentes e os seus

indicadores associados representam as variáveis independentes.

Em contraste, quando um modelo de mensuração reflexivo é assumido para um constructo, os

outerloadings (cargas) são estimados através de regressões simples, um para cada indicador.

O PLS sempre proverá outerloadings e outerweights, independente do modelo de mensuração

estabelecido.

Com base nos coeficientes estimados de caminhos, pode-se determinar se as hipóteses do

modelo teórico conceitual são fundamentadas empiricamente.

Após a estimação do modelo, o PLS então provê 3 (três) resultados chave:

1) Os outerloadings e/ou outerweights para os modelos de mensuração

2) Os coeficientes de caminho para as relações do modelo estrutural

3) Os valores de R² das variáveis latentes endógenas de BA e IP

A figura 3 abaixo mostra a estimação do modelo de caminhos, com os constructos e seus

respectivos indicadores:

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Figura 3: Modelo de caminhos

Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com a figura 3 acima, os indicadores estão definidos da seguinte maneira:

HA1 - A sua organização contrata funcionários com habilidades em matemática / estatística

aplicadas ao contexto do negócio.

HA2 - A sua organização contrata funcionários com capacidade de aprender rapidamente

como usar os aplicativos de software.

HA3 - A sua organização se certifica de que os gestores têm a capacidade de abordar os

problemas de negócios com métodos lógicos e científicos.

TA1 - A sua organização investe em sistemas integrados de tecnologia da informação (Ex.:

ERP, CRM etc.).

TA2 - A sua organização possui algum software que permite que os funcionários utilizem

dados para análise (Ex.: relatórios, scorecards, alertas etc.).

TA3 - A sua organização investe na melhoria da capacidade dos computadores e servidores,

permitindo à organização processar grandes quantidades de dados de forma rápida.

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TA4 - A sua organização fornece apoio geral (Ex.: treinar os usuários.) na implementação de

novos sistemas de informação.

QD1 - Os dados da sua organização normalmente são completos (volume e profundidade

suficientes para serem trabalhados e analisados).

QD2 - Os dados da sua empresa são confiáveis.

QD3 - Os dados da sua organização são concisos (representados de forma compacta).

QD4 - Os dados da sua organização são atualizados.

EST1 - A estratégia de negócios da sua organização é otimizada com análise de dados.

EST2 - A sua organização considera que a tecnologia da informação contribui para uma

estratégia competitiva.

EST3 - A sua organização comunica a estratégia de forma eficaz a todos os funcionários.

EST4 - A sua organização traduz a estratégia para os níveis operacionais.

LID1 - Os executivos de sua organização tomam decisões baseadas em fatos e dados.

LID2 - A sua organização tem executivos comprometidos com sistemas inteligentes (sistemas

inteligentes são projetados para resolver problemas complexos), de forma que eles investem

tempo e esforço para dar orientações no desenvolvimento desses sistemas.

LID3 - As melhorias no processo de sua organização são impulsionadas de cima para baixo

(pelos altos executivos).

BA1 - Os empregados da sua organização costumam fazer análises preditivas em seus

relatórios gerenciais.

BA2 - A sua organização é capaz de reconhecer o que a diferencia dos concorrentes, ou seja,

o que faz sua organização obter sucesso no mercado em relação à concorrência.

BA3 - Os altos executivos de sua organização possuem o foco na análise de dados estatísticos.

BA4 - A sua organização realiza grandes investimentos em recursos de TI.

IP - Até que ponto as seguintes inovações de processo foram implementadas em sua

organização nos últimos três anos?

IP1- Determinando e eliminando atividades que não agregam valor nos processos da

organização.

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IP2) Aumentando a qualidade de saída dos processos da organização.

IP3) Em que medida os novos processos de sua organização são muitas vezes vistos como

inovadores por parte dos clientes?

Por favor, avalie o desempenho relativo da sua organização contra os principais concorrentes

do seu setor no que diz respeito ao seguinte: (1 - Atrás, 3 - comparável, 5 - líder).

IP4 - A competitividade tecnológica da sua empresa é [. . .].

IP5 - A velocidade com que sua organização adota as mais recentes inovações tecnológicas

nos processos é [. . .].

IP6 - A atualização ou novidades tecnológicas utilizadas nos processos de sua organização é [.

. .].

IP7 - O grau de mudança nos processos, técnicas e tecnologia da sua organização é [. . .].

8.1.1.5 Estágio 5 – Avaliação dos modelos de mensuração reflexivos

Tendo criado e estimado o modelo de caminhos, deve-se avaliar a qualidade dos resultados. O

quadro 4 abaixo proposto por Hair Jr. et al (2014), sumariza quais são as etapas necessárias

para se fazer uma avaliação sistemática dos resultados PLS para modelos de mensuração

reflexivos e formativos e para o modelo estrutural.

Quadro 4: Etapas de avaliação do PLS

Modelo de mensuração

reflexivo

Modelo de mensuração

formativo

Avaliação do modelo

estrutural

- Consistência interna - Validade Convergente Multicolinearidade do modelo

estrutural

- Confiabilidade do indicador -Colinearidade entre os

indicadores

Relevância e significância do

modelo estrutural

- Validade Convergente (média

da variância extraída (AVE).

- Significância e relevância dos

pesos (outerweights) Avaliação do nível de R².

-Validade Discriminante

(Critério de FornelLarcker e

Cross Loading)

Efeitos do tamanho de f²

Avaliar a relevância preditiva

Q² e os efeitos do tamanho de

q². Fonte: Hair Jr.et al (2014) adaptado pelo autor

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8.1.1.5.1 Confiabilidade de Consistência Interna

O primeiro critério para ser avaliado é o de confiabilidade/consistência interna. O critério

tradicional para a análise da consistência interna é o Alpha de Cronbach’s, que provê uma

estimativa de confiabilidade baseada nas intercorrelações das variáveis observadas. Devido à

limitação do Alpha de Cronbach, considerando que ele pode subestimar a confiabilidade da

escala, é mais apropriado aplicar uma medida diferente de consistência interna, que se refere à

confiabilidade composta. Este tipo de confiabilidade leva em consideração diferentes tipos de

outerloadings das variáveis.

Apesar disto, os valores obtidos com o Alpha de Cronbach foram satisfatórios. Ressalta-se

que o Alpha de Cronbach é uma ferramenta estatística que quantifica, numa escala de 0 a 1, a

confiabilidade de um questionário. O valor mínimo aceitável para se considerar um

questionário confiável é 0,7.

Tabela 1: Resultados dos testes de Consistência interna

AVE Confiabilidade Composta

R² Alpha Crombach

Comunalidade

BA 0,6066 0,8583 0,7524 0,777 0,6066

Inovação Processos 0,6174 0,9184 0,5235 0,8975 0,6174 Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

A confiabilidade composta varia entre 0 e 1 com valores maiores indicando maiores níveis de

confiabilidade. Especificamente, valores de confiabilidade composta de 0,60 a 0,70 são

aceitáveis para pesquisas e entre 0,70 e 0,90 podem ser consideradas como satisfatórias.

Valores acima de 0,95 não são desejáveis. Quando o coeficiente se encontra abaixo de 0,60,

isto indica falta de consistência interna. O coeficiente de confiabilidade composta desta

pesquisa foi de 0,8583 para o constructo BA e 0,9184 para o constructo Inovação de

Processos, o que indica um bom nível de confiabilidade para ambos, embora o coeficiente de

Inovação de processos tenha ultrapassado um pouco o limite do satisfatório.

A comunalidade representa a soma das correlações no bloco de indicadores reflexivos com a

variável latente formativa (TENENHAUS et al, 2005). Mede o percentual de variância de

uma dada variável explicada por todos os fatores em conjunto e pode ser interpretada como

um nível de confiabilidade do indicador. Os indicadores de comunalidade quando baixos

indicam que as variáveis não se ajustam bem à solução, pois quanto mais próximo de 1 for o

índice de comunalidade, melhor.

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Porém, as comunalidades precisam ser interpretadas em relação aos demais fatores. Ou seja,

uma comunalidade de 0,6066 e 0,6174 parece satisfatória, mas pode ser significativa se o item

está contribuindo para uma boa definição do modelo.

8.1.1.5.2 Validade Convergente

Validade convergente é a extensão na qual indicadores se correlacionam positivamente com

medidas alternativas do mesmo constructo. Para se estabelecer validade convergente,

pesquisadores consideram os outerloadings (cargas) dos indicadores, bem como a média da

variância extraída (AVE).

Altos valores de outerloadings em um constructo indicam que os indicadores associados têm

muito em comum, que é incorporado pelo constructo. Avaliando o AVE, o modelo se mostrou

adequado pois apresentou valores superiores a 0,5, o valor de 0,6066 para BA e 0,6174 para

Inovação de Processos (GARSON, 2009).

Essa característica é normalmente chamada de confiabilidade do indicador. No mínimo, todos

os outerloadings dos indicadores devem ser estatisticamente significantes. A regra

estabelecida neste caso é que outerloadings devem ter o valor equivalente a 0,708 ou acima.

No constructo BA, os indicadores BA1; BA2; BA3; BA4 apresentaram outerloadings de

0,8007; 0,8712 ;0,8196; 0,5955 e valores nos indicadores de confiabilidade (quadrado das

cargas) de 0,6411; 0,7590; 0,6717; 0,3546. Isto indica que todos os indicadores dos

constructos reflexivos são aceitáveis, exceto o indicador BA4, pois o outerloading 0,5955

ficou menor que 0,708 e o indicador de confiabilidade 0,3546 (0,5955)² ficou abaixo de 0,50.

Conclui-se, portanto, que o indicador BA4 deverá ser removido do modelo de pesquisa.

A tabela 2 abaixo mostra os valores dos outerloadings e destes valores ao quadrado, para

avaliação dos indicadores reflexivos BA e IP.

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62

Tabela 2:Outerloadings

Relação Reflexiva OuterLoadings (OuterLoadings)²

BA1 <= BA 0,8007 0,6411

BA2 <= BA 0,8712 0,7590

BA3 <= BA 0,8196 0,6717

BA4 <= BA 0,5955 0,3546

IP1 <= Inovação 0,8426 0,7100

IP2 <= Inovação 0,8422 0,7093

IP3 <= Inovação 0,7509 0,5639

IP4 <= Inovação 0,7767 0,6033

IP5 <= Inovação 0,7845 0,6154

IP6 <= Inovação 0,7080 0,5013

IP7 <= Inovação 0,7866 0,6187 Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

8.1.1.5.3 Validade Discriminante

A validade discriminante é a extensão na qual o constructo é verdadeiramente distinto de

outros constructos através de padrões empíricos. Dois métodos de validade discriminante

foram propostos: um método de avaliação é através do exame de carga cruzada

(crossloadings) dos indicadores e o segundo é o método de Fornel-Larcker.

Especificamente, o outerloading de um indicador associado a um constructo deve ser maior

do que todas as suas cargas no outro constructo, isto é o crossloading. Os dados

demonstraram que os indicadores de BA e Inovação de Processos apresentaram valores de

outerloadings maiores que os demais constructos, conforme tabela abaixo:

Tabela 3: Avaliação de Cross Loading

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

BA Estratégia HabilidadeInovação

ProcessosLiderança

Qualidade

DadosTecnologia

BA1 0,8007 0,703 0,4657 0,4891 0,4868 0,5099 0,553

BA2 0,8712 0,7136 0,5057 0,6774 0,5736 0,6009 0,5245

BA3 0,8196 0,7141 0,4687 0,6239 0,6919 0,5543 0,4123

BA4 0,5955 0,4683 0,227 0,4307 0,5383 0,3076 0,5888

IP1 0,6483 0,6608 0,4557 0,8426 0,5583 0,6258 0,4994

IP2 0,7655 0,7922 0,521 0,8422 0,7103 0,6069 0,5573

IP3 0,5199 0,5547 0,4079 0,7509 0,4639 0,44 0,4327

IP4 0,5311 0,5484 0,4232 0,7767 0,5306 0,5076 0,5318

IP5 0,4982 0,479 0,4136 0,7845 0,4525 0,5799 0,4606

IP6 0,4097 0,4663 0,4173 0,708 0,4947 0,4662 0,4588

IP7 0,4885 0,5174 0,4298 0,7866 0,4634 0,5949 0,3594

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63

É muito esperado e provável a indicação de que dois ou mais constructos apresentem validade

discriminante. O segundo critério para avaliação é o método de Fornel-Larcker, que

representa a segunda e mais conservadora abordagem para avaliar a validade discriminante.

Ele compara a raiz quadrada dos valores de AVE (media da variância extraída) com as

correlações das variáveis latentes (constructos).

Tabela 4: Critério de Fornell-Larcker

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

De um modo geral, a raiz quadrada das AVEs dos constructos reflexivos são: BA (0,7788) e

IP (0,7857), o que indica que todas são maiores que as correlações desses constructos com

outras variáveis latentes do modelo de caminhos. Neste caso específico, por Estratégia ser um

construto exógeno de BA, a alta correlação entre eles foi considerada aceitável pela validade

de conteúdo (teórica).

A tabela abaixo demonstra um resumo do resultado da avaliação dos constructos reflexivos

Tabela 5:Resumo da avaliação dos constructos reflexivos

Fonte: Elaborado pelo autor adaptado deHairjret al (2014)

BA Estratégia HabilidadeInovação

ProcessosLiderança

Qualidade

DadosTecnologia

BA 0,7788 0 0 0 0 0 0

Estratégia 0,8438 1 0 0 0 0 0

Habilidade 0,5486 0,6033 1 0 0 0 0

Inovação Processos 0,7236 0,7509 0,5616 0,7857 0 0 0

Liderança 0,7361 0,7447 0,5225 0,681 1 0 0

Qualidade Dados 0,647 0,6575 0,5974 0,6993 0,5678 1 0

Tecnologia 0,6528 0,6683 0,5608 0,6051 0,6266 0,5509 1

Variável

LatenteIndicador Cargas

Confiabilidade

do Indicador

Confiabiidade

CompostaAVE

Validade

Discriminante?

BA1 0,8007 0,6411 SIM

BA2 0,8712 0,7590 SIM

BA3 0,8196 0,6717 SIM

BA4 0,5955 0,3546 SIM

IP1 0,8426 0,7100 SIM

IP2 0,8422 0,7093 SIM

IP3 0,7509 0,5639 SIM

IP4 0,7767 0,6033 SIM

IP5 0,7845 0,6154 SIM

IP6 0,708 0,5013 SIM

IP7 0,7866 0,6187 SIM

IP

BA 0,8583

0,9184

0,6066

0,6174

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De uma maneira geral, tanto o critério da carga cruzada como o critério de Fornell-Larcker

provêm evidência para validade discriminante dos constructos.

8.1.1.6 Avaliação de modelos de mensuração formativos

De acordo com Hair Jr. et al (2014), para se avaliar o modelo de mensuração formativo, são

necessários 3 passos:

1 – Avaliar a validade convergente dos modelos de mensuração formativos.

2 – Avaliar a colinearidade entre os indicadores formativos.

3 – Avaliar a significância e relevância dos indicadores formativos.

7.1.1.6.1 Validade Convergente

A validade convergente é a extensão pela qual uma medida se correlaciona positivamente com

outras medidas (indicadores) do mesmo constructo. Quando se avaliam os modelos de

mensuração formativos, testa-se se o constructo medido formativamente é altamente

correlacionado com a medida reflexiva do mesmo constructo. Esse tipo de análise é

conhecido também como análise de redundância (CHIN, 1998).

Especificamente, tem-se que se usar um constructo medido formativamente como uma

variável latente exógena predizendo uma variável latente endógena operacionalizada através

de um ou mais indicadores reflexivos.

Devido ao fato dos constructos formativos deste modelo não apresentarem variáveis

reflexivas, uma vez que restrições com relação ao tamanho do instrumento de coleta de dados

impossibilitaram a inserção de questões adicionais com este propósito, esta etapa da análise

não foi executada, pois optou-se por trabalhar com um questionário mais parcimonioso.

8.1.1.6.2 Avaliação do modelo formativo para questões de multicolinearidade

Altos níveis de colinearidade entre indicadores formativos são uma questão crucial porque

tem um impacto na estimação dos pesos e suas significâncias estatísticas. Mais

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especificamente, na prática, altos níveis de colinearidade frequentemente afetam os resultados

das análises.

Para se avaliar o grau de colinearidade, pesquisadores devem computar a tolerância. A

tolerância representa a quantidade de variância de um indicador formativo não explicado por

outro indicador do mesmo bloco. Por exemplo, para um bloco de indicadores formativos, a

tolerância para um indicador pode ser obtida em 2 etapas:

1 - Pegar um indicador formativo e regredi-lo com todos os indicadores remanescentes do

mesmo bloco. Deve-se calcular a proporção da variância do indicador associadas com outros

indicadores (R²).

2 – Computar a tolerância do indicador utilizando 1-R². Por exemplo, se um indicador X1

explica 75% da variância do primeiro indicador (R² de X1 = 0,75), a tolerância para X1 é

de 0,25. Se o nível de colinearidade é muito alto (Tolerância de 0,20 ou abaixo), deve ser

considerado então a remoção do indicador.

Os dados da tabela apresentada na próxima página indicam, portanto, que o nível de

colinearidade entre todos os indicadores formativos é baixo, indicando que os dados passam

no teste de avaliação do modelo formativo para questões de multicolinearidade.

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Tabela 6: Dados para avaliação de multicolinearidade

INDICADOR R² R²

AJUSTADO TOLERÂNCIA COLINEARIDADE

HA1 0,267 0,248 0,7330 NÃO

HA2 0,211 0,191 0,7890 NÃO

HA3 0,217 0,197 0,7830 NÃO

OUTRO

INDICADOR

(TA1) COM O

BLOCO HA

0,124 0,09 0,8760 NÃO

TA1 0,38 0,356 0,6200 NÃO

TA2 0,278 0,25 0,7220 NÃO

TA3 0,406 0,383 0,5940 NÃO

TA4 0,284 0,256 0,7160 NÃO

OUTRO

INDICADOR

(QD1) COM O

BLOCO TA

0,251 0,211 0,7490 NÃO

QD1 0,566 0,549 0,4340 NÃO

QD2 0,543 0,525 0,4570 NÃO

QD3 0,369 0,344 0,6310 NÃO

QD4 0,447 0,426 0,5530 NÃO

OUTRO

INDICADOR

(EST1) COM O

BLOCO QD

0,42 0,389 0,5800 NÃO

EST1 0,342 0,316 0,6580 NÃO

EST2 0,324 0,298 0,6760 NÃO

EST3 0,581 0,565 0,4190 NÃO

EST4 0,576 0,56 0,4240 NÃO

OUTRO

INDICADOR

(LID1) COM O

BLOCO EST

0,464 0,436 0,5360 NÃO

LID1 0,262 0,243 0,7380 NÃO

LID2 0,296 0,278 0,7040 NÃO

LID3 0,236 0,216 0,7640 NÃO

OUTRO

INDICADOR

(EST4) COM O

BLOCO LID

0,429 0,407 0,5710 NÃO

Fonte: Adaptado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)

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67

8.1.1.6.3 Avaliação da significância e relevância dos indicadores formativos

Outro importante critério de avaliação da contribuição do indicador formativo e

consequentemente sua relevância, são os seus pesos (outerweights). O outerweight é o

resultado de uma regressão múltipla (HAIR JR.et al, 2014) com os scores das variáveis

latentes apresentados como variável dependente e os indicadores formativos como variáveis

independentes.

Os valores dos outerweights podem ser comparados um com outro e podem

consequentemente serem utilizados para determinar cada contribuição relativa para o

constructo e sua relativa importância. Os valores estimados dos outerweigths em modelos de

mensuração formativos são frequentemente menores que os outerloadings dos indicadores

reflexivos.

A pergunta chave que surge é se os indicadores formativos realmente contribuem para formar

um constructo. Para responder essa questão, é testado se os outerweights nos modelos de

mensuração formativos são significativamente diferentes de zero através do teste T gerado

pelo procedimento do bootstrapping.

Os pesos dos indicadores não significativos devem ser automaticamente interpretados como

um indicativo de que a qualidade do modelo de mensuração é pobre. Quando um peso do

indicador (outerweight) não é significante, mas a sua carga (outerloading) é alta (acima de

0,50), o indicador deve ser interpretado como absolutamente importante, mas não

relativamente importante. Nessa situação, o indicador deveria ser retido.

Se o peso e a carga não são significativos (abaixo de 0,50), o pesquisador deve decidir se

retém ou exclui o indicador através do exame de sua relevância teórica. Se a teoria suporta

fortemente a retenção do indicador, este deve ser mantido no modelo de mensuração

formativo.

O método Bootstrap utiliza o teste de Student (teste T). Neste teste, quando o tamanho do

resultado do valor de t se encontra acima de 1,96, assume-se que o coeficiente de caminhos é

significantemente diferente de zero em um nível de significância de 5% (α = 0,05). Os valores

críticos de t para níveis de significância de 1% e 10% são respectivamente 2,57 e 1,65.

A avaliação da significância e relevância dos indicadores formativos por meio do teste T

indicou que alguns indicadores formativos estabeleceram valores T abaixo dos valores

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especificados para aceitação (1,65;1,96;2,57). Os indicadores são:

EST3;HA1;HA2;QD1;QD2;TA1.

No entanto, ao analisar os valores de crossloadings (cargas), apenas os indicadores HA1 e

HA2 apresentaram valores abaixo de 0,50, e, portanto, são recomendados para serem

removidos após a análise de relevância teórica. Decidiu-se, portanto, a remoção desses

indicadores para prosseguimento da pesquisa. A tabela abaixo mostra as estatísticas extraídas

do PLS por meio do Bootstraping.

Tabela 7:Estatística T

Fonte:Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)

IndicadorAmostra

Original

Média da

amostra

Desvio

padrão

Erro

padrãoEstatística T

BA1 <- BA 0,3083 0,3077 0,0261 0,0261 11,8361

BA2 <- BA 0,3623 0,3633 0,0276 0,0276 13,1088

BA3 <- BA 0,3523 0,3526 0,0247 0,0247 14,2846

BA4 <- BA 0,2497 0,2473 0,0416 0,0416 6,0044

EST1 -> Estratégia 0,5574 0,5676 0,1259 0,1259 4,4285

EST2 -> Estratégia 0,3199 0,3154 0,1181 0,1181 2,708

EST3 -> Estratégia 0,1117 0,1058 0,087 0,087 1,2833

EST4 -> Estratégia 0,2421 0,2259 0,0755 0,0755 3,2066

HA1 -> Habilidade -0,0929 -0,0552 0,1635 0,1635 0,5683

HA2 -> Habilidade 0,0871 0,0941 0,1734 0,1734 0,5021

HA3 -> Habilidade 1,0049 0,956 0,1064 0,1064 9,4407

IP1 <- Inovação Processos 0,2119 0,2145 0,0223 0,0223 9,4925

IP2 <- Inovação Processos 0,2503 0,2543 0,0257 0,0257 9,7236

IP3 <- Inovação Processos 0,17 0,1682 0,0226 0,0226 7,5087

IP4 <- Inovação Processos 0,1736 0,1729 0,0167 0,0167 10,393

IP5 <- Inovação Processos 0,1629 0,1621 0,0192 0,0192 8,494

IP6 <- Inovação Processos 0,1339 0,1318 0,0162 0,0162 8,2854

IP7 <- Inovação Processos 0,1597 0,1612 0,0199 0,0199 8,0383

LID1 -> Liderança 0,3536 0,344 0,1425 0,1425 2,4822

LID2 -> Liderança 0,4523 0,4556 0,1372 0,1372 3,2964

LID3 -> Liderança 0,4598 0,4443 0,1226 0,1226 3,7512

QD1 -> Qualidade Dados 0,2345 0,2338 0,1682 0,1682 1,3937

QD2 -> Qualidade Dados -0,1242 -0,1053 0,1807 0,1807 0,6876

QD3 -> Qualidade Dados 0,5362 0,5214 0,2074 0,2074 2,5862

QD4 -> Qualidade Dados 0,5106 0,4815 0,1486 0,1486 3,4349

TA1 -> Tecnologia 0,1949 0,1903 0,1923 0,1923 1,0137

TA2 -> Tecnologia 0,2711 0,2792 0,1246 0,1246 2,1755

TA3 -> Tecnologia 0,2985 0,2908 0,1334 0,1334 2,2374

TA4 -> Tecnologia 0,5499 0,5198 0,1929 0,1929 2,8505

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Tabela 8: Outer loadings

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)

As análises dos outer weights e outer loadings concluem a avaliação do modelo de

mensuração formativo. Considerando os resultados encontrados nas avaliações dos modelos

de mensuração reflexivos e formativos, decidiu-se, portanto, a remoção dos indicadores BA4,

HA1 e HA2. Nesse sentido, conclui-se que os constructos reflexivos e formativos exibem

níveis satisfatórios de qualidade. Consequentemente, deve-se prosseguir com a avaliação do

modelo estrutural

Indicador Outer Loadings (cargas)

BA1 <- BA 0,8007

BA2 <- BA 0,8712

BA3 <- BA 0,8196

BA4 <- BA 0,5955

EST1 -> Estratégia 0,8868

EST2 -> Estratégia 0,7551

EST3 -> Estratégia 0,7256

EST4 -> Estratégia 0,7563

HA1 -> Habilidade 0,3735

HA2 -> Habilidade 0,3965

HA3 -> Habilidade 0,9953

IP1 <- Inovação Processos 0,8426

IP2 <- Inovação Processos 0,8422

IP3 <- Inovação Processos 0,7509

IP4 <- Inovação Processos 0,7767

IP5 <- Inovação Processos 0,7845

IP6 <- Inovação Processos 0,708

IP7 <- Inovação Processos 0,7866

LID1 -> Liderança 0,7449

LID2 -> Liderança 0,8193

LID3 -> Liderança 0,7961

QD1 -> Qualidade Dados 0,7446

QD2 -> Qualidade Dados 0,6142

QD3 -> Qualidade Dados 0,8651

QD4 -> Qualidade Dados 0,8575

TA1 -> Tecnologia 0,7198

TA2 -> Tecnologia 0,6438

TA3 -> Tecnologia 0,7497

TA4 -> Tecnologia 0,839

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70

8.1.1.7 Avaliação dos resultados do modelo estrutural

A avaliação do modelo estrutural determina o quão bem os dados empíricos suportam a teoria

e consequentemente decide se a teoria foi confirmada empiricamente. Para este propósito, os

resultados chave que são os coeficientes de caminhos e os valores de R² do modelo estrutural

são avaliados primeiro.

Hair Jr. et al (2014) informam quais são as etapas necessárias para a avaliação do modelo

estrutural:

1º - Avaliar as questões de multicolinearidade do modelo estrutural.

2º - Avaliar a relevância e significância do modelo estrutural

3º - Avaliar o nível de R².

4º - Efeitos do tamanho de f²

5º - Avaliar a relevância preditiva Q² e os efeitos do tamanho de q².

Ao invés de aplicar medidas de goodness of fit, medida muito utilizada em estudos estruturais

prévios, o modelo estrutural do PLS é avaliado com base no critério heurístico que são

determinados pelas capabilidades de predição do modelo. O critério principal de avaliação do

modelo estrutural do PLS são as significâncias dos coeficientes de caminhos (passo 2), os

valores de R² (passo 3), o tamanho do efeito de f² (passo 4), a relevância preditiva (Q²) e o

tamanho do efeito de q² (passo 5).

8.1.1.7.1 Avaliação das questões de multicolinearidade do modelo estrutural

Para avaliar colinearidade, aplicam-se medidas de avaliação de modelos de mensuração

formativos (exemplo: tolerância e valores VIF). Ao fazer isto, é necessário examinar cada

bloco de constructos preditores separadamente para cada subparte do modelo estrutural.

Analogicamente à avaliação dos modelos de mensuração formativos, consideram-se níveis de

tolerância abaixo de 0,20 (VIF acima de 5,00) nos constructos preditores como indicativo de

colinearidade. Se a colinearidade é indicada através da tolerância ou VIF, deve ser

considerada a eliminação dos constructos ou a criação de constructos de primeira ordem para

tratar problemas de colinearidade.

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71

Após a utilização do software Smart PLS e do software da IBM SPSS, foram calculados os

índices de tolerância para verificação da colinearidade entre os constructos exógenos de

natureza formativa. Constatou-se pelos dados apresentados, que não há presença de

colinearidade, pois todos os constructos testados apresentaram um índice de tolerância acima

de 0,20. A tabela abaixo demonstra os resultados obtidos nas análises.

Tabela 9: Índices de tolerância para verificação da colinearidade

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)

8.1.1.7.2 Avaliação da relevância e significância do modelo estrutural

Após a verificação do algoritmo PLS, estimativas são obtidas para as relações do modelo

estrutural (exemplo, os coeficientes de caminhos), que representam as relações hipotéticas

entre os constructos. Os coeficientes de caminhos possuem valores padronizados entre -1 e

+1. Coeficientes de caminhos estimados próximos de +1 representam uma forte relação

positiva (e vice-versa para valores negativos) que são quase sempre estatisticamente

significantes (diferente de zero na população).

Quanto mais próximos de zero estiverem os coeficientes de caminhos, mais fracas são as

relações. Valores muito baixos e próximos de zero geralmente não são considerados

significantes. Neste caso, aplica-se o bootstrapping, que é utilizado para avaliar se um

indicador formativo contribui significantemente ao seu respectivo constructo. O

bootstrapping permite computar o valor empírico de T e o erro padrão.

Quando o valor de T for superior aos valores críticos, afirma-se que o coeficiente é

significante. Normalmente, valores críticos para uma distribuição bicaudal são 1,65 para um

CONSTRUCTO R²R²

AJUSTADOTOLERÂNCIA COLINEARIDADE

Habilidade Analítica 0,7150 0,7000 0,2850 NÃO

Tecnologia Analítica 0,7810 0,7700 0,2190 NÃO

Qualidade dos Dados 0,3920 0,3600 0,6080 NÃO

Estratégia 0,6280 0,6080 0,3720 NÃO

Liderança 0,6120 0,5920 0,3880 NÃO

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nível de significância de 10%, 1,96 para um nível de significância de 5% e 2,57 para um nível

de significância de 1%.

Tabela 10: Relações entre os constructos BA, IP, EST, LID, TA, QD e HA

Fonte:Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)

Os resultados obtidos demonstram que a relação do constructo Habilidades Analíticas com

BA e Tecnologia Analítica com BA ficaram abaixo dos valores de referência (1,65;1,96;2,57).

As relações de BA com Inovação de Processos e Estratégia com BA foram confirmadas com

nível de significância de aproximadamente 1%, ou seja, com 99% de confiança. As relações

de Comprometimento da Liderança com BA e Qualidade dos dados com BA foram

confirmadas com um nível de significância de aproximadamente 10%, ou seja com 90% de

confiança.

8.1.1.7.3 Coeficiente de Determinação (Valores de R²)

A medida mais utilizada para avaliar o modelo estrutural é o coeficiente de determinação

(valor de R²). Este coeficiente é a medida de acurácia de predição do modelo e é calculado

como a correlação ao quadrado entre os valores reais e preditivos dos constructos endógenos.

O coeficiente representa os efeitos combinados das variáveis latentes exógenas nas variáveis

latentes endógenas.

O coeficiente de determinação representa também a quantidade de variância nos constructos

endógenos explicados por todos os constructos exógenos relacionados. A extensão do valor

de R² varia de 0 à 1 com valores mais altos indicando maiores níveis de acurácia preditiva.

Valores de R² aceitáveis no modelo depende muito da natureza da pesquisa. Hair jr. et al

(2014) defendem por exemplo, que em pesquisas relacionadas ao comportamento, satisfação e

fidelização de clientes, um R² de 0,20 pode ser aceitável.

Amostra

Original

Média da

amostra

Desvio

padrãoErro padrão Estatística T

BA -> IP 0,7080 0,7193 0,0394 0,0394 17,9877

EST -> BA 0,6166 0,5808 0,1077 0,1077 5,7273

HA -> BA 0,0514 0,0497 0,0788 0,0788 0,6523

LID -> BA 0,1298 0,1332 0,0790 0,0790 1,6530

QD -> BA 0,1476 0,1672 0,0838 0,0838 1,7601

TA -> BA -0,0173 0,0155 0,0862 0,0862 0,2010

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Como regra geral, valores de R² de 0,75;0,50 e 0,25 para variáveis latentes endógenas são

considerados respectivamente como substanciais, moderados e fracos (HAIR ET AL, 2014).

Após a remoção dos indicadores HA1, HA2 e BA4, conforme recomendado pelas análises

realizadas de ajuste do modelo, o valor de R² encontrado foi 0,7180 para a relação dos

constructos exógenos Habilidades analíticas, Tecnologia Analítica, Qualidade de dados,

Estratégia e Comprometimento da liderança com o constructo endógeno BA (Abordagem

Analítica), o que indica um valor de R² satisfatório.

O valor de R² da relação de BA com Inovação de processos ficou no valor de 0,5010, o que

indica que 50,10% da variância do constructo Inovação de Processos é explicada pela

variância de BA.

8.1.1.7.4 Cálculo do Efeito f²

Adicionalmente à avaliação dos valores de R² de todos os constructos endógenos, o tamanho

da mudança no valor do R², quando um determinado constructo exógeno é excluído do

modelo, pode ser utilizado para avaliar em que medida o construto que foi excluído tem um

impacto substantivo nos constructos endógenos (HAIR JR. et al, 2014). Esta medida se refere

ao tamanho do efeito de f² (f² effect size). O tamanho do efeito pode ser calculado da seguinte

maneira:

f² = R² incluído – R² excluído

_________________________

1-R² incluído

R² incluído e R² excluído são os valores das variáveis latentes endógenas quando uma

variável latente exógena é incluída ou excluída do modelo. A mudança nos valores de R² é

calculada ao estimar os coeficientes de caminho duas vezes. Primeiramente é estimada a

variável latente exógena incluída (R² incluído) e depois a variável latente exógena excluída

(R² excluído).

Valores de 0,02; 0,15 e 0,35 representam respectivamente pequenos, médios e grandes efeitos

(COHEN, 1988) da variável latente exógena na variável endógena. A tabela abaixo indica os

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valores correspondentes de R² incluído e excluído e os respectivos valores e efeitos de f² dos

constructos exógenos para o constructo BA:

Tabela 11: Valor de r² e f²

Fonte: Elaborado pelo acom base nos dados da pesquisa (2014)

Os cálculos acima indicam que somente a variável latente Estratégia possui um grande efeito

no constructo endógeno BA. Os demais constructos (Habilidade Analítica, Tecnologia

Analítica, Qualidade dos Dados e Comprometimento da liderança) possuem um efeito

pequeno de q² em BA.

8.1.1.7.5 Relevância preditiva Q ²e efeitos de q²

Adicionalmente à avaliação da magnitude dos valores de R² como um critério de acurácia

preditiva, pesquisadores devem também examinar o valor de Q². Esta medida é um indicador

de relevância preditiva. Mais especificamente, quando o PLS exibe relevância preditiva, ele

prediz com mais acurácia os dados dos indicadores do modelo de mensuração reflexivo de

constructos endógenos (este procedimento não se aplica para constructos endógenos de

natureza formativa, somente para constructos endógenos de natureza reflexiva).

No modelo estrutural, os valores de Q² são obtidos por meio de um procedimento conhecido

como Blindfolding. Blindfolding é uma técnica de reutilização da amostra que omite todas as

distâncias dos pontos de dados nos indicadores dos constructos endógenos e estima os

CONSTRUCTO

BA

INCLUÍDO

EXCLUÍDO

VALOR

f²EFEITO

Habilidade Analítica 0,7180 0,7170 0,0035 Pequeno

Tecnologia

Analítica0,7180 0,7180 0,0000 Pequeno

Qualidade dos

dados0,7180 0,7080 0,0355 Pequeno

Estratégia 0,7180 0,6010 0,4149 Grande

Comprometimento

da Liderança0,7180 0,7110 0,0248 Pequeno

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parâmetros com dados remanescentes (CHIN, 1998; HENSELER; RINGLE; SINKOVICS,

2009; TENENHAUS et al, 2005).

Os pontos dos dados omitidos são considerados valores ausentes e tratados de acordo com o

algoritmo PLS, através da substituição dos valores das médias. A diferença entre os

verdadeiros (omitidos) pontos de dados e os preditivos é utilizada como insumo para a medida

de Q².

Segundo Hair Jr. et al (2014), para a utilização do Blindfolding no PLS, é necessário

primeiramente que seja estimado a distância de omissão (D). Os autores recomendam que

essa distância varie entre 5 e 10 e que este valor não pode ser múltiplo do tamanho da

amostra. Como a amostra tem tamanho 81, esta pesquisa utilizou o valor 7 que já é o número

padrão estimado no PLS.

Na utilização do Blindfolding no PLS, é necessário buscar os valores de redundância dos

constructos (Construct Crossvalidated Redundancy) endógenos BA e Inovação de Processos

(IP). De acordo com Hair jr et al (2014), os valores resultantes devem ser maiores que “0”

para terem relevância preditiva (1-SSE/SSO). A tabela abaixo mostra esses valores já

calculados no PLS:

Tabela 12: Valores de BA e IP calculados no PLS

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

De acordo com a tabela acima, os valores de Q² obtidos dos constructos endógenos reflexivos

de BA (0,4817) e de IP (0,2885) demonstram relevância preditiva, pois os valores são maiores

que “0”.

8.1.1.7.6 Avaliação dos efeitos de q²

Os valores estimados de Q², através do procedimento do Blindfolding, representam uma

medida de o quão bem o modelo de caminhos pode predizer originalmente os valores

observados. Similar à abordagem ao efeito de f² para avaliar os valores de R², o impacto

relativo da relevância preditiva pode ser comparada por médias das medidas para o efeito de

q², definido conforme fórmula abaixo:

Total SSO SSE 1-SSE/SSO

BA 243 125,949 0,4817

IP 567 403,3953 0,2885

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76

q² = Q² incluído – Q² excluído

_________________________

1 – Q² incluído

Para determinar o efeito de q² da variável latente endógena BA são utilizados como medida de

relevância preditiva, valores de 0,02; 0,15 e 0,35, que indicam que o constructo exógeno

possui pequena, média e grande relevância preditiva para certo constructo endógeno, que no

caso desta pesquisa é o BA.

De acordo com a tabela abaixo, os resultados obtidos por meio do procedimento do

Blindfolding no PLS indicam que o constructo Estratégia foi o único dos constructos

exógenos que apresentaram uma relevância preditiva satisfatória.

Tabela 13: Resultados obtidos por meio do Blindfolding no PLS

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

8.1.1.7.7 Correlação entre os indicadores

De fato, os resultados apontaram para indícios de que, dentre os constructos de natureza

formativa apresentados neste modelo, somente a Estratégia possui uma forte relação com BA.

No entanto, ao analisarmos cada indicador dos constructos de Habilidades Analíticas,

Tecnologia Analítica, Qualidados dos Dados e Comprometimento da Liderança e fazendo

uma correlação destes com os indicadores de BA, várias relações entre indicadores se

mantiveram significativas.

CONSTRUCTO

BA

INCLUÍDO

EXCLUÍDO

VALOR

q²EFEITO

Habilidade

Analítica0,4817 0,4626 0,0369 Pequeno

Tecnologia

Analítica0,4817 0,4658 0,0307 Pequeno

Qualidade dos

dados0,4817 0,4385 0,0833 Pequeno

Estratégia 0,4817 0,3902 0,1765 Médio

Comprometimento

da Liderança0,4817 0,4812 0,0010 Pequeno

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A tabela abaixo apresenta o coeficiente de correlação e o p-valor das correlações entre os

indicadores do constructo Habilidade Analítica com o contructo BA. Identificou-se correlação

significativa entre os três indicadores do constructo Habilidade Analítica (HA1;HA2 e HA3)

com o indicador BA1, cuja pergunta questionava se empregados da organização costumam

fazer análises preditivas em seus relatórios gerenciais. Os valores do p-valor se apresentaram

inferiores a 0,05, portanto, quando p<0,5, considera-se que a correlação é estatisticamente

significativa. O mesmo ocorreu com os três indicadores de BA com relação ao indicador

HA3.

Tabela 14: Coeficiente de correlação e P-valor

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Esta consideração é importante, pois não se pode afirmar que, apesar de algumas relações não

terem sido confirmadas, não há relação entre os constructos propostos no modelo. Isto é mais

visível, quando analisamos a correlação dos indicadores dos constructos Tecnologia Analítica,

Qualidade dos dados e Comprometimento da Liderança com os indicadores de BA, pois todas

as correlações foram confirmadas como estatisticamente significativas (p<0,05).

Tabela 15: Coeficiente de correlação e P-valor

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

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Tabela 16: Coeficiente de correlação e P-valor

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

Tabela 17: Coeficiente de correlação e P-valor

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa

8.1.1.7.8 Análise Qualitativa Complementar

O objetivo da utilização de uma análise qualitativa nesta pesquisa é complementar a busca

por uma maior consistência conceitual sobre BA, que está alinhado aos objetivos específicos

deste trabalho. O método utilizado foi através de uma entrevista semi-estruturada com um

gestor da área de negócios da Empresa SAS, através de horário pré-agendado. A entrevista foi

realizada no escritório da empresa em São Paulo, no bairro do Itaim Bibi.

O instrumento de coleta utilizado foi um roteiro contendo 10 (dez) perguntas abertas e o

registro da entrevista ocorreu através da tomada de notas, portanto, não houve gravação da

entrevista a pedido da Gerência de Pesquisas Acadêmicas da SAS. A escolha do gestor

entrevistado ficou sob responsabilidade da empresa, no entanto, esta escolha ficou

condicionada ao grau de conhecimento deste gestor com o assunto abordado, a pedido da

pesquisadora. A pedido da empresa, a pesquisadora enviou previamente à empresa qual seria

o conteúdo central da entrevista, o que facilitou de um certa forma na escolha de um

profissional com o perfil adequado.

QD1 QD2 QD3 QD4

Coef. Correlação 0,385 0,303 0,484 0,387

p-value 0,000 0,006 0,000 0,000

Coef. Correlação 0,415 0,381 0,489 0,565

p-value 0,000 0,000 0,000 0,000

Coef. Correlação 0,452 0,365 0,470 0,473

p-value 0,000 0,001 0,000 0,000

BA1

BA2

BA3

LID1 LID2 LID3

Coef. Correlação 0,348 0,410 0,388

p-value 0,001 0,000 0,000

Coef. Correlação 0,479 0,377 0,508

p-value 0,000 0,001 0,000

Coef. Correlação 0,573 0,552 0,520

p-value 0,000 0,000 0,000

BA1

BA2

BA3

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79

Para Manzini (2012), a entrevista semi-estruturada está focalizada em um assunto sobre o

qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras

questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista. Para o autor, esse tipo de

entrevista pode fazer emergir informações de forma mais livre e as respostas não estão

condicionadas a uma padronização de alternativas.

No início da entrevista, foi explicitado pela pesquisadora o objetivo da pesquisa e da própria

entrevista. Também foi assegurado o anonimato do entrevistado, bem como a exposição

fidedigna das respostas no instrumento de coleta. A entrevista teve uma duração de

aproximadamente 40 minutos e transcorreu de forma tranquila, contando ainda, com

apresentação de alguns slides didáticos sobre o tema.

A entrevista foi encerrada para uma demonstração de alguns softwares analíticos da empresa

SAS, dentre elas a ferramenta Visual Analytics. Esta demonstração contou com a participação

de um cientista da computação da empresa com o objetivo de enriquecimento da

demonstração.

Seguem abaixo as perguntas do roteiro com as devidas respostas transcritas pela

pesquisadora:

1º) Na sua opinião, qual o conceito de BA (Business Analytics)?

Ao responder esse questionamento, o entrevistado já adiantou parte da resposta da 2ª pergunta

deste roteiro, ao diferenciar BA (Business Analytics) de BI (Business Intelligence). Na opinião

dele, não tem como falar de BA sem fazer alguma referência a BI.

O entrevistado colocou que BI são os relatórios gerenciais, os painéis de controle

(dashboards), os relatórios de indicadores de performance (KPI’s - Key Performance

Indicators) e os alertas. Esses relatórios e painéis indicam “O que está acontecendo”, “O que

pode acontecer, quando e onde”, “Onde está o problema” e “Que ações são necessárias”.

Segundo o entrevistado, o conceito de BA, portanto, vai além de BI. Ele coloca que a

estatística utilizada para BA é mais avançada, com análises mais robustas e mais preditivas.

BA pode responder questionamentos como: “Por que isto está acontecendo?”, “E se essa

tendência continuar?”, “O que irá acontecer daqui pra frente?” e “Quais seriam as melhores

opções?”.

O entrevistado colocou que na concepção dele, a maioria das empresas investem apenas em

softwares de BI e que BA, pelo menos no Brasil, tem sido mais adotado por grandes empresas

com alto padrão de investimento em tecnologia. Ele ressalta que a utilização do BA é de

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80

grande importância, pois permite que as empresas, ao extrair seus dados, analisem tendências,

descubram novas oportunidades de negócio, como também novos segmentos de clientes.

Ao concluir a resposta, o entrevistado mencionou o livro Competing on Analytics de autoria

de Davenport e Harris (2007). Ele mencionou os degraus de competição analítica

especificados no livro, indicando que a simples utilização de excel avançado e BI já indica

algum grau de utilização de Analytics, e que esta utilização chega na sua plenitude quando a

empresa investe em programas de BA para serem incorporados aos processos de negócio.

Esta resposta do entrevistado esclarece de forma clara o que diferencia BA de BI, pois é fato

que muitas pessoas entendem que estes conceitos são iguais, o que na verdade não é. O

entrevistado foi muito enfático ao dizer que estes conceitos são diferentes, mas se

complementam.

2º) Como você diferencia BA, BI e Big Data?

Como o entrevistado já havia exposto a diferença entre BA e BI, a pesquisadora questionou

sobre o que diferencia Big Data de BA e BI. O autor define Big Data como como sendo

conjuntos de dados extremamente grandes e quenecessitam de ferramentas para lidar com

grandes volumes, de forma que toda e qualquer informação possa ser analisada e aproveitada

em tempo hábil.

No entanto, o entrevistado coloca sua opinião a respeito da capacidade de processamento dos

dados. Na opinião dele,é fácil identificar a existência de Big Data. A partir do momento que

não existe capacidade de processamento dos dados suficiente, pode-se considerar a existência

de Big Data. Coloca ainda que as empresas têm sido limitadas no uso dos dados, porque os

volumes de dados sobrecarregariam suas plataformas de processamento.

O entrevistado colocou que o custo do harware é barato, seja para informações estruturadas

como para não estruturadas e que a solução para a questão da capacidade de processamente

seria importar somente dados relevantes, que podem, portanto, ser analisados rapidamente. A

relação de Big Data com BA está no fato de que quanto maior a abrangência dos dados,

maiores são as possibilidades de utilização de BA.

Essa resposta do entrevistado demonstrou uma certa preocupação em como as empresas

brasileiras estão lidando com grandes quantidades de dados, pois segundo ele, os dados

precisam ser trabalhados e analisados para gerarem informações relevantes aos usuários. Para

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81

isso, ferramentas de BA poderiam ajudar a tornar essa imensa quantidade de dados em algo

relevante para as empresas.

3º) Como as empresas vêem BA e quais os principais desafios para a sua adoção?

Algumas empresas acreditam em BA de forma muito “forte”, pois já tem isso incorporado na

sua estratégia. Outras empresas são “puxadas” por algum colaborador ou setor da empresa

que utilize ferramentas de analytics ou por real necessidade de negócios. Normalmente a

implantação de BA começa setorialmente e depois se expande para as demais áreas da

empresa. O grande desafio está na empresa identificar as oportunidades que BA pode

proporcionar às empresas.

4º) Qual a importância da mão-de-obra para a utilização de BA?

Falta pessoas qualificadas para lidar com ferramentas de tecnologia avançada. Conforme

colocado na questão anterior, BA tem sido utilizado de forma “espalhada”, setorialmente ou

em algumas vezes de maneira isolada.

5º) Qual o perfil de clientes da SAS para soluções de Analytics?

Bancos, varejo, empresas de óleo e gás, Telco, governo e varejo. O segmento bancário é o

setor mais expressivo e o que mais investe em BA.

6º) Há uma expectativa de crescimento do mercado para analytics no Brasil? Em quais

segmentos?

Sim, há uma expectativa de crescimento em diversas áreas no Brasil. Há um mercado de

médias empresas que vem sendo tratado separadamente pela empresa e promete um bom

crescimento para os próximos anos.

7º) Existe alguma nova tecnologia despontando no mercado para analytics?

Sim, existe atualmente o High Performance Analytics, que utiliza uma grande quantidade de

dados (Big Data) com a utilização dos dados mais relevantes.

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8º ) Como está o grau de utilização das soluções analíticas nas empresas?

As soluções de BA têm sido muito utilizadas para gestão de riscos, gestão da performance e

CRM analítico.

9º) Vocês ministram treinamento da solução para clientes?

O treinamento da solução é básico e “on the job”.

10º) Como Gestor da área de negócios da empresa, de uma maneira geral, como você

aborda BA para a venda junto aos clientes?

O importante é visitar o cliente e em seguida entender as suas reais necessidades. A solução

tem que ir de encontro às necessidades do cliente.

Ao final da entrevista, a entrevistadora perguntou ao entrevistado se ele acredita que BA

possa levar as empresas a serem mais inovadoras em seus processos. O entrevistado

respondeu de forma afirmativa, pois ele acredita que a empresa que investe em BA consegue

obter informações relevantes dos seus processos e do ambiente, de forma que consiga utilizar

essas informações para ser mais inovadora nos seus processos.

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83

9 CONCLUSÃO

Ao testar as relações hipotetizadas no modelo proposto por meio da modelagem de equações

estruturais, em consonância com o terceiro objetivo específico deste trabalho, das seis

hipóteses apresentadas nesta pesquisa, apenas a hipótese H4 (A empresa que possui estratégia

voltada para analytics é mais propensa a ser uma competidora analítica) e a hipótese H6 (A

abordagem analítica impacta positivamente em inovação de processos) foram confirmadas.

A primeira hipótese desta pesquisa (H1- A empresa que possui habilidades analíticas é mais

propensa a ser uma competidora analítica) foi rejeitada por algumas razões, que serão

descritas a seguir.

Na avaliação da relevância e significância do modelo estrutural, identificou-se que a relação

entre o constructo Habilidade Analítica com o constructo BA possui baixa significância, pois

apresentou um coeficiente de caminhos muito baixo (0,6523). O resultado obtido do teste T

(0,6523) demonstra que este valor ficou abaixo dos valores de referência (1,65; 1,96; 2,57)

para identificação de significância.

Na realização do teste para a obtenção de f², identificou-se um efeito pequeno do constructo

Habilidade Analítica em BA, em função do valor obtido de f² (0,0035). Conforme exposto

anteriormente, valores de 0,02; 0,15 e 0,35 representam respectivamente pequenos, médios e

grandes efeitos (COHEN, 1988) da variável latente exógena na variável endógena.

Na realização do teste para a obtenção de q², que avalia a relevância preditiva, o resultado

obtido por meio do procedimento do Blindfolding no PLS foi 0,0369, indicando pequena

relevância preditiva do constructo Habilidade analítica com o constructo BA.

A segunda hipótese desta pesquisa (H2: A empresa que possui tecnologia analítica é mais

propensa a ser uma competidora analítica) foi rejeitada por algumas razões, conforme

explicado nos próximos parágrafos.

Na avaliação da relevância e significância do modelo estrutural, identificou-se que a relação

entre o constructo Tecnologia Analítica com o constructo BA possui baixa significância, pois

apresentou um coeficiente de caminhos muito baixo (-0,0173).

Na realização do teste para a obtenção de f², identificou-se um efeito pequeno do constructo

Tecnologia Analítica em BA, em função do valor obtido de f² (0,0000). Na realização do teste

para a obtenção de q², que avalia a relevância preditiva, o resultado obtido foi 0,0369,

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84

indicando pequena relevância preditiva do constructo Tecnologia analítica com o constructo

BA.

Com relação à terceira hipótese (H3: A empresa que possui qualidade nos dados é mais

propensa a ser uma competidora analítica), a rejeição ocorreu em função dos testes f² e q².

Além disto, na avaliação de significância do constructo Qualidade dos Dados não foi

aprovada a um nível de significância de 0,05, somente de 0,10.

Na realização do teste para a obtenção de f², identificou-se um efeito pequeno do constructo

Qualidade dos dados em BA, em função do valor obtido de f² (0,0355). Na realização do teste

para a obtenção de q², o resultado obtido foi 0,0833, indicando pequena relevância preditiva

do constructo Qualidade dos dados com o constructo BA.

Com relação à quinta hipótese (H5: A empresa que possui comprometimento da liderança

voltado para analytics é mais propensa a ser uma competidora analítica), a rejeição também se

apresentou nos testes f² e q². Assim como ocorreu no Constructo Qualidade dos Dados, a

avaliação de significância do constructo Comprometimento da Liderança não foi aprovada a

um p-valor de 0,05, somente de 0,10.

Na realização do teste para a obtenção de f², identificou-se um efeito pequeno do constructo

Comprometimento da liderança em BA, em função do valor obtido de f² (0,0248). Na

realização do teste para a obtenção de q², o resultado obtido foi 0,0010, indicando pequena

relevância preditiva do constructo Comprometimento da liderança com o constructo BA.

Portanto, as hipóteses H4 e H6 mencionadas abaixo, foram confirmadas na pesquisa e serão

descritas, portanto, as razões para a confirmação destas.

H4: A empresa que possui estratégia voltada para analytics é mais propensa a ser uma

competidora analítica.

H6: BA (abordagem analítica) impacta positivamente em inovação de processos (IP).

Na avaliação da relevância e significância do modelo estrutural, identificou-se que a relação

entre o constructo Estratégia com o constructo BA possui alta significância, pois apresentou

um coeficiente de caminhos considerável (0,6166), passando pelo teste T de forma bem

significativa (5,7273).

Na realização do teste para a obtenção de f², identificou-se um grande efeito do constructo

Estratégia em BA, em função do valor obtido de f² (0,4149). Na realização do teste para a

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obtenção de q², o resultado obtido foi 0,1765, indicando média relevância preditiva do

constructo Estratégia com o constructo BA, sendo considerado, portanto, satisfatório.

A hipótese H6 (H6 - BA impacta positivamente em inovação de processos) , que está alinhada

ao objetivo geral desta pesquisa, foi aprovada com valores significativos. Na avaliação da

relevância e significância do modelo estrutural, identificou-se que a relação entre o constructo

BA e Inovação de Processos apresentou um coeficiente de caminhos bem expressivo

(0,7080), passando pelo teste T de forma muito significativa (17,9877).

O cálculo de Q² demonstrou que ambos os constructos endógenos desta hipótese, que são BA

e Inovação de processos, possuem relevância preditiva, pois apresentaram valores superiores a

0 (zero). O valor de Q² de BA correspondeu à 0,4817.

Este trabalho de dissertação teve por objetivo geral investigar a intensidade com que a

orientação analítica das empresas pode impactar nas respectivas inovações em seus processos.

De fato, esse objetivo foi atendido e identificou-se através do cálculo do coeficiente de

caminhos, que BA impacta de forma significativa em Inovação de processos, apresentando

um coeficiente no valor de 0,7080, pois quanto mais próximo de 1 for o coeficiente, mais

forte é a relação.

A relação de BA com Inovação de Processos foi confirmada com nível de significância de

aproximadamente 1%, ou seja, com 99% de confiança. O coeficiente de determinação foi

considerado satisfatório (0,5010), o que indica que 50,10% de variância em Inovação de

Processos é explicado pela variância em BA.

O segundo objetivo específico deste trabalho era mensurar cada constructo do modelo

estrutural, justificando teoricamente as relações entre esses constructos. Primeiramente foi

realizado um levantamento teórico, que consequentemente serviu de insumo para a elaboração

do questionário.

Uma série de análises foram realizadas com os dados obtidos das respostas do questionário.

Primeiramente, foi realizada uma estatística descritiva para cada pergunta, que se encontra no

apêndice I deste trabalho. Em seguida, foram realizadas todas as etapas especificadas no

trabalho de Hair jr. et al (2014) para utilização do modelo de equações estruturais com a

utilização do Smart PLS (RINGLE; WENDE; WILL, 2005).

Inicialmente, foi realizada a avaliação do modelo de mensuração reflexivo, ou seja, dos

constructos reflexivos BA e Inovação de Processos. Nesta etapa, concluiu-se que o 4º

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indicador de BA deveria ser removido, pois não passou pelo teste de consistência interna e de

validade convergente.

Em seguida, foi realizada a avaliação do modelo de mensuração formativo, ou seja, dos

constructos formativos Habilidade Analítica, Tecnologia Analítica, Qualidade dos Dados,

Estratégia e Comprometimento da Liderança. No entanto, ao analisar os valores de

crossloadings (cargas), apenas os indicadores HA1 e HA2 apresentaram valores abaixo de

0,50, e, portanto, decidiu-se removê-los do modelo.

Posteriormente, foi realizada a avaliação do modelo estrutural. Conforme já descrito

anteriormente, identificou-se que a relação entre o constructo Estratégia e o constructo BA

possui alta significância, pois apresentou um coeficiente de caminhos considerável (0,6166),

passando pelo teste T de forma bem significativa (5,7273).

Identificou-se um grande efeito do constructo Estratégia em BA, em função do valor obtido

de f² (0,4149). Na realização do teste para a obtenção de q², o resultado obtido foi 0,1765,

indicando grande relevância preditiva do constructo Estratégia com o constructo BA. Os

demais constructos de natureza formativa apresentaram pequena relevância preditiva (q²) e

pequeno efeito em BA (f²).

O primeiro objetivo específico deste trabalho era elaborar um conceito mais abrangente e

consistente para a Abordagem Analítica (BA). De fato, foi realizada uma pesquisa

bibliográfica considerável sobre BA, sendo complementado por uma entrevista

semiestruturada com um gestor profissional da área, o que levou à seguinte definição

conceitual para BA:

A abordagem analítica (BA) pode ser conceituada, portanto, como o uso extensivo de dados

para apoio ao processo decisório através de análises estatísticas, quantitativas e preditivas que

objetivam obter informações relevantes sobre os processos de negócio da organização e,

consequentemente, gerar vantagem competitiva.

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87

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O fato das relações entre alguns construtos do modelo não terem sido confirmadas se deve,

possivelmente, pelo forte impacto que o constructo Estratégia tem sobre BA, ofuscando as

demais relações, ou possivelmente, pelo fato de não haver uma relação direta como havia sido

pensado anteriormente . Sugere-se para próximos estudos, que o constructo Estratégia esteja

posicionado de forma diferenciada no modelo estrutural, talvez como um constructo

moderador entre esses constructos cujas hipóteses não foram confirmadas e BA.

No entanto, o objetivo geral deste trabalho foi atendido e , de fato, existe um impacto com

intensidade significativa de BA sobre Inovação de processos. Sugere-se também, para

próximos estudos, que outros tipos de Inovação sejam abordados, expandindo por exemplo

para Inovação incremental e radical de processos, Inovação de Produto, entre outras tipologias

de Inovação existentes na literatura.

Como limitações deste estudo, pode-se apontar a confidencialidade dos dados da amostra por

parte da empresa colaboradora desta pesquisa, que apresentou apenas os dados do perfil das

pessoas que receberam o questionário e não o perfil dos respondentes. Apesar da credibilidade

incontestável desta empresa, se fosse disponibilizado dados do perfil dos respondentes, o

trabalho ficaria mais rico na análise da estatística descritiva.

Ao abordar o conceito de BA de uma forma mais ampla, este estudo apresenta contribuições

importantes para gestores e pesquisadores interessados nas temáticas de processo decisório,

inovação e inteligência competitiva. Especificamente, este trabalho abre oportunidades para

futuras pesquisas, abrindo perspectivas de análise e possibilitando uma visão mais ampla do

papel de BA, podendo ser testado a sua relação com outros assuntos inerentes ao campo da

administração.

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97

APÊNDICE A

QUESTÕES UTILIZADAS PARA COMPOR O BANCO DE DADOS DA PESQUISA

Este estudo tem por objetivo investigar a relação existente entre a orientação analítica das

empresas (Business Analytics) e as respectivas inovações em seus Processos. Para a realização

da pesquisa, será aplicado este questionário para a aplicação de métodos quantitativos,

analisando cada uma das dimensões no modelo estrutural proposto.

Instruções:

1) O presente questionário utiliza a escala likert (escala de 1 a 5), portanto, não é permitido

responder mais de uma opção por questão.

2) O não preenchimento de alguma questão inviabiliza toda pesquisa do ponto de vista

quantitativo.

3) As questões estão divididas em blocos, de acordo com as dimensões que serão analisadas

na pesquisa.

4) As questões foram formuladas em forma de “afirmações”.Portanto, selecione sua resposta

de acordo com uma escala de 1 a 5, considerando 1 para “Discordo totalmente” e 5 para

“Concordo totalmente”; ou 1 para “Nunca” e 5 para “Sempre”; ou, comparável à

concorrência , 1 para “atrás” e 5 “líder”.

Questões utilizadas para compor o banco de dados da pesquisa

1ª DIMENSÃO: HABILIDADES ANALÍTICAS

1)A sua organização contrata funcionários com habilidades em matemática / estatística

aplicadas ao contexto do negócio.

2) A sua organização contrata funcionários com capacidade de aprender rapidamente como

usar os aplicativos de software.

3)A sua organização se certifica de que os gestores têm a capacidade de abordar os problemas

de negócios com métodos lógicos e científicos.

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2ª DIMENSÃO: TECNOLOGIA ANALÍTICA

1) A sua organização investe em sistemas integrados de tecnologia da informação (Ex.: ERP,

CRM etc.).

2) A sua organização possui algum software que permite que os funcionários utilizem dados

para análise (Ex.: relatórios, scorecards, alertas etc.).

3) A sua organização investe na melhoria da capacidade dos computadores e servidores,

permitindo à organização processar grandes quantidades de dados de forma rápida.

4) A sua organização fornece apoio geral (Ex.: treinar os usuários.) na implementação de

novos sistemas de informação.

3 ª DIMENSÃO: QUALIDADE DA INFORMAÇÃO

1) Os dados da sua organização normalmente são completos (volume e profundidade

suficientes para serem trabalhados e analisados).

2) Os dados da sua empresa são confiáveis.

3) Os dados da sua organização são concisos (representados de forma compacta).

4) Os dados da sua organização são atualizados.

4ª DIMENSÃO: ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS

1) A estratégia de negócios da sua organização é otimizada com análise de dados.

2) A sua organização considera que a tecnologia da informação contribui para uma estratégia

competitiva.

3)A sua organização comunica a estratégia de forma eficaz a todos os funcionários.

4)A sua organização traduz a estratégia para os níveis operacionais.

5ª DIMENSÃO: LIDERANÇA ANALÍTICA

1) Os executivos de sua organização tomam decisões baseadas em fatos e dados.

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99

2) A sua organização tem executivos comprometidos com sistemas inteligentes (sistemas

inteligentes são projetados para resolver problemas complexos), de forma que eles investem

tempo e esforço para dar orientações no desenvolvimento desses sistemas.

3) As melhorias no processo de sua organização são impulsionadas de cima para baixo (pelos

altos executivos).

6ª DIMENSÃO: ORIENTAÇÃO ANALÍTICA

1) Os empregados da sua organização costumam fazer análises preditivas* em seus relatórios

gerenciais.

* A análise preditiva engloba uma variedade de técnicas de estatística, modelagem e

mineração de dados que analisam os fatos atuais e históricos para fazer previsões sobre

eventos futuros.

2) A sua organização é capaz de reconhecer o que a diferencia dos concorrentes, ou seja, o

que faz sua organização obter sucesso no mercado em relação à concorrência.

3) Os altos executivos de sua organização possuem o foco na análise de dados estatísticos.

4) A sua organização realiza grandes investimentos em recursos de TI.

7ª DIMENSÃO: INOVAÇÃO DE PROCESSOS

1)Até que ponto as seguintes inovações de processo foram implementadas em sua

organização nos últimos três anos?

1.1) Determinando e eliminando atividades que não agregam valor nos processos da

organização.

1.2) Aumentando a qualidade de saída dos processos da organização.

2) Em que medida os novos processos de sua organização são muitas vezes vistos como

inovadores por parte dos clientes?

3)Por favor, avalie o desempenho relativo da sua organização contra os principais

concorrentes do seu setor no que diz respeito ao seguinte: (1 - Atrás, 3 - comparável, 5 -

líder).

3.1) A competitividade tecnológica da sua empresa é [. . .].

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100

3.2) A velocidade com que sua organização adota as mais recentes inovações tecnológicas

nos processos é [. . .].

3.3) A atualização ou novidades tecnológicas utilizadas nos processos de sua organização é [.

. .].

3.4) O grau de mudança nos processos, técnicas e tecnologia da sua organização é [. . .].

9ª DIMENSÃO: DESEMPENHO

1) Comparado com seu principal concorrente, de maneira geral, o desempenho da sua

organização é: (1 - Atrás, 3 - comparável, 5 - líder).

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101

APÊNDICE B

GRÁFICOS DE PIZZA DOS INDICADORES DO QUESTIONÁRIO

Questão 1.1

Questão 1.2

33; 41%

28; 34%

7; 9%

5; 6%

8; 10%

Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

DiscordoTotalmente

Não concordo nemdiscordo

34; 42%

20; 25%

10; 12%

3; 4%

14; 17%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

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102

Questão 1.3

Questão 2.1

Questão 2.2

20; 24%

12; 15%

21; 26%

8; 10%

20; 25%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

22; 27%

27; 33%

11; 14%

10; 12%

11; 14%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

31; 38%

36; 44%

8; 10%

3; 4% 3; 4% Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

DiscordoTotalmente

Não concordo nemdiscordo

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103

Questão 2.3

Questão 2.4

Questão 3.1

38; 47%

31; 38%

8; 10%

2; 3%

2; 2%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

29; 36%

12; 15% 12; 15%

5; 6%

23; 28%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

25; 31%

25; 31%

19; 23%

5; 6%

7; 9%

Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

DiscordoTotalmente

Não concordonem discordo

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104

Questão 3.2

Questão 3.3

Questão 3.4

29; 36%

28; 35%

10; 12%

1; 1%

13; 16%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

22; 27%

11; 13%

16; 20%

7; 9%

25; 31%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

33; 41%

33; 41%

6; 7% 2; 2% 7; 9%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

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105

Questão 4.1

Questão 4.2

Questão 4.3

28; 34%

19; 23%

11; 14%

11; 14%

12; 15%

Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

36; 44%

24; 30%

5; 6%

5; 6% 11; 14%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

20; 25%

7; 9%

23; 28%

8; 10%

23; 28%

Concordo

Concordo Totalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

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106

Questão 4.4

Questão 5.1

Questão 5.2

24; 30%

6; 7%

19; 24%

9; 11%

23; 28%

Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

40; 50%

10; 12%

10; 12%

4; 5%

17; 21%

Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

22; 27%

7; 9%

14; 17% 9; 11%

29; 36%

Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

DiscordoTotalmente

Não concordo nemdiscordo

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107

Questão 5.3

Questão 6.1

Questão 6.2

26; 32%

9; 11%

15; 18%

7; 9%

24; 30%

Concordo

ConcordoTotalmente

Discordo

Discordo Totalmente

Não concordo nemdiscordo

14; 17%

17; 21%

19; 24%

26; 32%

5; 6% DiscordoTotalmente

Discordo

Não Concordo nemDiscordo

Concordo

ConcordoTotalmente

6; 8%

9; 11%

23; 28% 35; 43%

8; 10%

Discordo Totalmente

Discordo

Não Concordo nemDiscordo

Concordo

Concordo Totalmente

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108

Questão 6.3

Questão 6.4

Questão 7.1.1

13; 16%

17; 21%

24; 29%

20; 25%

7; 9%

DiscordoTotalmente

Discordo

Não Concordonem Discordo

Concordo

ConcordoTotalmente

7; 9%

9; 11%

19; 23% 31; 38%

15; 19%

Discordo Totalmente

Discordo

Não Concordo nemDiscordo

Concordo

ConcordoTotalmente

7; 9%

14; 17%

37; 46%

17; 21%

6; 7%

Nunca

Raramente

Ocasionalmente

Frequentemente

Sempre

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109

Questão 7.1.2

Questão 7.2

Questão 8.1.1

5; 6%

14; 17%

32; 40%

26; 32%

4; 5%

Nunca

Raramente

Ocasionalmente

Frequentemente

Sempre

5; 6%

13; 16%

38; 47%

21; 26%

4; 5% Nunca

Raramente

Ocasionalmente

Frequentemente

Sempre

15; 19%

48; 59%

18; 22% Atrás

Comparável

Líder

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110

Questão 8.1.2

Questão 8.1.3

Questão 8.1.4

28; 34%

41; 51%

12; 15%

Atrás

Comparável

Líder

23; 29%

45; 56%

12; 15%

Atrás

Comparável

Líder

29; 36%

44; 54%

8; 10%

Atrás

Comparável

Líder