22
ALFABETIZAÇAO E LETRAMENTO Tânia Ramos Professora - Fabiana de Melo Giacomini Garcez Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Pedagogia (PED 00785) – Prática do Módulo I 13/06/13 RESUMO A educação esta repleta de modificações. Muitas dúvidas no que diz respeito a alfabetização e também com o surgimento de uma nova invenção no que se refere a uma nova palavra , esta chamada de letramento , que por sua vez esta inserida em nosso meio, estabelecendo uma relação entre e as implicações no cotidiano. Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Aprendizagem. 1 INTRODUÇÃO Em primeiro momento é de grande interesse destacar que a alfabetização e letramento são de uso comum e conhecidas. Talvez letramento possa ser palavra desconhecida ou mal entendida, ou ainda não plenamente compreendida pela maioria das pessoas, porque é uma palavra que entrou em nossa língua há pouco tempo, porém em nosso estudo estaremos definindo os conceitos de alfabetização e letramento, a evolução destes juntamente com as relações existentes de ambos. A seguir, iremos observar as diferenças entre alfabetização e letramento, onde eles se unem e onde se separam. 2 ALFABETIZAÇÃO Normalmente uma pessoa que sabe ler e escrever é considerada

Alfabetizaçao e Letramento

Embed Size (px)

Citation preview

ALFABETIZAAO E LETRAMENTO

Tnia RamosProfessora - Fabiana de Melo Giacomini GarcezCentro Universitrio Leonardo da Vinci - UNIASSELVIPedagogia (PED 00785) Prtica do Mdulo I13/06/13

RESUMO

A educao esta repleta de modificaes. Muitas dvidas no que diz respeito a alfabetizao e tambm com o surgimento de uma nova inveno no que se refere a uma nova palavra , esta chamada de letramento , que por sua vez esta inserida em nosso meio, estabelecendo uma relao entre e as implicaes no cotidiano.

Palavras-chave: Alfabetizao. Letramento. Aprendizagem.

1 INTRODUO

Em primeiro momento de grande interesse destacar que a alfabetizao e letramento so de uso comum e conhecidas. Talvez letramento possa ser palavra desconhecida ou mal entendida, ou ainda no plenamente compreendida pela maioria das pessoas, porque uma palavra que entrou em nossa lngua h pouco tempo, porm em nosso estudo estaremos definindo os conceitos de alfabetizao e letramento, a evoluo destes juntamente com as relaes existentes de ambos.

A seguir, iremos observar as diferenas entre alfabetizao e letramento, onde eles se unem e onde se separam.

2 ALFABETIZAO

Normalmente uma pessoa que sabe ler e escrever considerada alfabetizada, mas ao longo do tempo estes conceitos vm mudando.Para alguns alfabetizados no simplesmente ler e escrever, mas sim ter acesso ao mundo da leitura e da escrita. Para outros, a alfabetizao um processo que acompanha o indivduo em diversos momentos na trajetria de sua vida. De acordo com Soares apud Schotten, (2006, p.36):

[...]tornando-se capaz no s de ler e escrever, enquanto habilidades de decodificao e codificao do sistema da escrita , mas, e sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita com todas as funes que ela tem em nossa sociedade e tambm como instrumento na luta pela conquista da cidadania plena.

Contudo, a alfabetizao enquanto leitura e escrita deve interagir no prprio processo de aquisio, para que o indivduo possa construir o seu conhecimento, ter compreenso dos fatos crticos da realidade, estar preparada para as atividades onde a alfabetizao se faz necessria, e assim estar pronto para enfrentar as propostas vindas da sociedade ou comunidade, para melhor entendimento da realidade do meio em que vive.

Desta forma, preciso o professor alfabetizar para que os alunos possam ler o que os outros escrevem ou que j escreveram, alm de escrever, que significa muito mais do que simplesmente deixar marcas grficas. De acordo com Schotten, (2006, p.37).

Alfabetizao o domnio da escrita convencional (sistema) parase comunicar, usando a escrita como ferramenta e como forma de expresso pessoal, compreendendo o que l e o que escreve. [...]. Alfabetizao ler o mundo, que envolve processamento mental das informaes. Alfabetizao ponto de partida para outros conhecimentos.

3 LETRAMENTO

Letramento a representao da linguagem falada por meio de sinais; escrita; alfabetizao conjunto de prticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito. (GODOY, MENDES, RIZZATI 1996, p. 104).

Dessa forma, podemos definir letramento como um conjunto de prticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simblico e enquanto tecnologia, em contextos especficos, para objetos especficos, onde letramento vai alm do conceito de escolaridade e de alfabetizao. O letramento extrapola o mundo da escrita, e a escola o focaliza no como uma prtica social, e sim como sendo uma das prticas sociais e esta por sua vez, como a alfabetizao atravs de cdigos (alfabtico numrico). Um indivduo letrado pode no ser um indivduo alfabetizado. Como vimos acima, um indivduo alfabetizado sabe ler e escrever. J um indivduo analfabeto, no sabe ler nem escrever, pode ser letrado e aquele que vive em meio do letramento, sabe usar a leitura e a escrita do seu modo.

Para Soares(2004,p.71) apud Silva etal,

[...] a criana que ainda no se alfabetizou, mas folheia livros, finge l-los, brinca de escrever, ouve histrias que lhe so lidas, est rodeada de material escrito e percebe seu uso e sua funo, essa criana ainda analfabeta, porque no aprendeu a ler e a escrever, mas j [...] letrada.

Assim, as prticas de letramento o estado ou condio de quem se envolve nas numerosas e variadas prticas sociais de leitura e escrita, de modo que os indivduos consigam suprir suas necessidades humanas e sociais, ocupando o espao que lhes cabe na sociedade de que fazem parte.

4 A ALFABETIZAO X LETRAMENTO

A partir dos estudos dos tpicos anteriores, podemos observar e entender que a alfabetizao parte do letramento, porm, no quer dizer que ambos tenham o mesmo significado. Afinal, na alfabetizao, alm de saber ler e escrever, o indivduo precisa ter habilidades como manusear o lpis, seguida de leitura e entendimento, por isso podemos dizer que a complexidade de alfabetizao exige habilidades motoras e cognitivas.

Uma pessoa pode ser letrada muito antes de entrar na escola pelo processo de alfabetizao. Segundo pesquisa de Schotten, descrita no Caderno de Estudos de Fundamentos e Metodologia e Metodologia da Alfabetizao de Educao Distncia da Uniasselvi, os resultados da SAEBE1(2002), Divulgados pelo MEC2 em 2003 apontaram dois problemas cruciais no Brasil: o fato dos alunos no aprenderem a ler e escrever e o problema da falta de letramento.

5 RESSIGNIFICAO E ORIGEM DO CONCEITO

At os anos de 80, alfabetizao era entendida como o ato de ensinar/aprender, se o indivduo soubesse fazer uso da leitura e da escrita este j era alfabetizado. J nos anos 40 o indivduo precisava saber assinar seu nome, que a partir disto estaria comprovado que o mesmo era alfabetizado. Mas no decorrer dos anos os conceitos foram se modificando, at que ento chegou os anos 50 e foi nesse perodo que para ser alfabetizado precisava de algo a mais, a pessoa teria que ser capaz do entendimento, ler e escrever um bilhete simples. Assim, aquele que soubesse fazer uso da leitura e da escrita, estando capaz de viver em sociedade, seria considerado um cidado alfabetizado.

Falando um pouco sobre a origem e da palavra letramento, onde utilizamos as palavras Schotten (2006, p. 55), onde ela diz que, este termo foi usado pela primeira vez por Mary Kato, na obra No Mundo Da Escrita, em 1986, como resultado da traduo do termo literacy (em ingls). Este termo em ingls mais amplo do que a ideia que ns tnhamos, pois antes acreditava-se que um dia a escrita ia deixar de existir, mas, hoje podemos ver que esteconceito mudou, afinal mesmo com toda a tecnologia que j existe em nosso Brasil no deixamos de usar a escrita. E ai que podemos observar que uma pessoa que no alfabetizada e sim sabe usar o letramento, tambm pode fazer parte da sociedade, tornando-se uma pessoa culta, capaz do conhecimento da lngua. Enquanto a alfabetizao, faz com que o indivduo seja capaz de ler automaticamente e escrever.

6 CONSIDERAES FINAIS

Neste trabalho, partimos da compreenso de que a escola envolva os indivduos com prticas sociais de letramento, ou seja com prticas sociais de uso da leitura e da escrita que circula a sociedade em que vivem.

Ser um indivduo letrado to importante quanto ser um indivduo alfabetizado num mundo globalizado e onde as informaes fluem com maior rapidez, pois implica em melhores condies para lidar com a escrita, atendendo suas necessidades sociais, culturais e humanas. Assim, torna-lhes possvel ocupar o espao que lhes cabe na sociedade em que esto inseridos.

REFERNCIAS

GODOY, D.M.A; MENDES, A.D; RIZZATTI, M.E.C, Contedos e Metodologias do Ensino da Linguagem. Florianpolis: UDESC, 1996.

LIMA, DELLAGNELO, SILVA, et al. Alfabetizao. Florianpolis: ed. UDESC, 2004.

SCHOTTEN, Neuzi. Fundamentos e Metodologias da Alfabetizao. Indaial: ASSELVI, 2006.

.2

educando crianas

Enviado por marcosledo2000

30/07/2013

4285 Palavras

PGINA

1

DE18

ALFABETIZANDO CRIANAS*MARCOS LEDO DE ALMEIDA**RESUMOEste artigo foi construdo a partir de uma entrevista e pela observao em sala de aula da prtica de uma alfabetizadora da Educao Fundamental com cinco anos de experincia com notvel atitude de superao e comprometimento, perante inconvenincias ocasionadas pela falta de recursos materiais bsicos a um ambiente educacional de qualidade e pelo testemunho do seu esforo no diferenciar as atividades de acordo com a particularidade de cada criana, mesmo tendo que trabalhar com um nmero elevado do recomendvel desta e contm, tambm, pontos de vista educacionais do autor, breve histrico da alfabetizao e alguns processos de se alfabetizar e meios institucionais que possibilitaro isso.Palavras-chave: Alfabetizadora de Educao Fundamental. Falta de recursos materiais bsicos. Particularidade de cada criana.ABSTRACTThis article was built from an interview and observation in the classroom practice of literacy in Elementary Education with five years of experience with remarkable attitude of resilience and commitment before inconveniences occasioned by lack of basic materials in an educational environment quality and the testimony of its effort to differentiate the activities according to the particularity of each child, even having to work with a large number of recommended and contain this, too, views theeducational author, brief history of literacy and some processes become literate and institutional means to enable it.Keywords: Education Elementary literacy. Lack of basic material resources. Individuality of each child.1 INTRODUOA escola escolhida para observar a atuao em sala de aula de uma professora alfabetizadora, bem como, para entrevist-la, fica localizada no bairro do Anil na cidade de So Lus do Maranho e comunitria, portanto, procurou-se saber pela professora, questes sobre: experincia na docncia, experincia como alfabetizadora, como alfabetiza as crianas, materiais que utiliza, quantas crianas chegaram alfabetizadas, quantas crianas j leem e se

________________gosta de alfabetizar. No caso da professora ser usado o pseudnimo de Margarida para se referir a ela e no da escola, ser indicado apenas sua localizao no bairro do Anil, porm, antes disso, sero abordados um breve histrico da alfabetizao e diferentes processos e meios alfabetizadores.2 BREVE HISTRICO DA ALFABETIZAOO que necessita ficar bem claro que tanto o aprendizado da escrita quanto da leitura so processos contnuos. Podemos afirmar, ento, que a alfabetizao no se limita a um nico perodo. Ela se estende at o momento em que o educando alm de ler e escrever, passa a compreender, analisar criticamente contedos apresentados e saber adequar a sua utilizao no seudia-a-dia. (DUARTE, MOTA e TAVARES, 2001, p.10)De acordo com Duarte, Mota e Tavares (2011, P.10-13), antes do sculo XX, estudos nos mostram que houve pouca evoluo da alfabetizao, desde o surgimento do alfabeto at a metade do sculo XIX. Essa tmida evoluo, detectada por estudiosos do assunto, ocorreu na prtica memorizada do cdigo lingustico alfabtico-fontico e, ao longo do sculo XX, os linguistas profissionais que se dedicam ao estudo de determinada lngua, procuraram o ponto de partida dos processos de educao, tendo como referencial o estudo das palavras como expresso completa de ideias e, posteriormente, especialistas em comunicao perceberam que a linguagem era um processo mais complexo do que a expresso do pensamento humano atravs de frases soltas, visto que estas deveriam estar organizadas em um texto, onde partiria de uma situao conhecida do educando, passaria pelas frases e chegaria s palavras. Aps conhecer o sentido das palavras dentro de um contexto, ficaria mais fcil a construo de novas frases.Entretanto, hoje em dia, ainda persistem processos de ensinar a ler caracterizados como mtodo fnico, que se utiliza de palavras soltas e sem significado para quem ser alfabetizado. Um destes mtodos denomina-se: Instituto Alfa e Beto IAB, que se trata, segundo Correia (2012, p.2), de uma organizao no governamental sem fins econmicos e criada em 2006na cidade mineira de Uberlndia, surgindo como algo novo na educao, porm no , segundo Bajard (2006), pois considera um retrocesso no ensino da leitura, sendo utilizado inclusive no Estado do Maranho desde 2010 em alguns municpios maranhenses.3 ALGUNS PROCESSOS DE ALFABETIZAOToda forma de se alfabetizar tem que ser valorizada, levando-se em considerao que cada ser humano tem seu ritmo especfico, portanto, diante do nvel de experincia de cada criana, o educador de crianas precisa considerar que se a alfabetizao um processo, o ou a professor(a) alfabetizador(a) deve trabalhar com os seus aprendizes todas as etapas de aprendizagem alfabetizadora, sejam elas fragmentas ou abrangentes.Qualquer processo alfabetizador necessita de continuidade de exerccios na leitura e na escrita para formar um ser capaz ler e escrever adequadamente e para melhorar seu nvel de leitura, sendo capaz de ler e produzir textos cada vez mais complexos, isto , praticando a leitura e a escrita, ou seja, tornando-as como hbito.Fala-se muito que certos processos de se alfabetizar acabam tornando uma pessoa que foi considerada alfabetizada por ou pelas professores(as) alfabetizadores(as) usurios(as) de cartilhas de alfabetizao , como analfabetos funcionais, porm, s tornando a leitura e a escrita como hbitos que resolver o problema da falta de entendimento na leitura de diferentesnveis textuais e da dificuldade de elaborar qualquer tipo de texto, por exemplo, desde um simples bilhete a um livro.Conforme Duarte, Mota e Tavares (2001, P. 22 e 23), os processos de alfabetizao podem ser divididos em dois: sintticos e analticos. Enquanto o primeiro parte de unidades isoladas (sem significado) para a formao de um todo e subdividindo-se em: alfabtico, fnico e silbico, o segundo processo aquele que d origem a um todo a partir da anlise das possveis combinaes de conceitos j apreendidos e subdivide-se em: palavrao, sentenciao e global.Atualmente no Maranho, de acordo com Bajard (2006), o propsito do mtodo fnico inserido no processo sinttico da alfabetizao citado no pargrafo anterior, considerado ineficaz h mais de um sculo no Brasil, ressurge numa nova embalagem, ou seja, a mercadoria a mesma e, desta vez, denominado de mtodo Alfa e Beto criado por um instituto que tambm se chama Alfa e Beto. Neste mtodo, a criana aprende a ler ou aprende mais rpido a ler, a partir de exerccios para o desenvolvimento de sua conscincia fonolgica. Para isso, ao ensinar o ato de ler o(a) professor(a) precisa focar no fonema (som) e na sua forma de representao grfica (a letra) e, assim aprendida essa unidade pela criana, o prximo passo aprender a juntar os fonemas, por fim, pronunciar as palavras, todavia a compreenso das crianasfica para um segundo plano.De acordo com os autores citados, importante conhecer autores famosos que influenciaram na evoluo dos processos de alfabetizao, como: Montessori (1907) e Rizzo(1983) especficos para a educao para crianas. O processo montessoriano partia do princpio de que a criana no um ser vazio que ns enchemos de tudo que ela sabe. No, a criana construtora do homem, tambm, este processo visa liberdade de movimentos, autodisciplina e determinao. O educando deve educar-se por si s, ele escolhe o seu trabalho, desenvolve-se sozinho e responsvel pelo seu crescimento e progresso atravs de atividades determinadas em funo de sua disposio e motivao. J o processo de alfabetizao natural de Gilda Rizzo (1983), parte do princpio que o homem tem uma natural predisposio para a leitura e a escrita, trabalhando a partir das aptides naturais de leitura e escrita do ser humano. Dessa forma no possvel haver desperdcio de tempo, material e trabalho profissional e o espao da sala de aula deve ser organizado de acordo com as necessidades fsicas, emocionais e sociais das crianas que iro utilizar a sala.4 A IMPORTNCIA DA EXPERINCIA DE UM(A) ALFABETIZADOR(A)A experincia em qualquer ramo de atividade profcua, todavia, a que envolve pessoas exige, principalmente: pacincia, comprometimento e dedicao por parte de educadores(as)de crianas que ainda esto no perodo rduo de ser alfabetizadas, mas a carncia de variadas formas de se ensinar a ler que atenda a demanda de cada alfabetizando(a) est longe de ser sanada, j que buscam um nica forma de alfabetizar que no adequada a todos. Ento, um(a) alfabetizador(a) experiente de fato aquele(a) conhecedor(a) das diferentes maneiras de se ensinar a ler.Quanto ao seu processo de ensino de leitura, observou-se na sua atuao docente o velho' e mecanizado de forma sinttica, entretanto melhor visto se fizesse parte de um conjunto de diferentes metodologias alfabetizadoras de acordo com a especificidade de cada criana no encontradas na didtica da entrevistada. Verificou-se, ainda, a preocupao da professora citada em atender uma por uma das crianas, respeitando os diferentes nveis de suas aprendizagens, no entanto, pelo excesso de alfabetizandos(as) e sendo usado somente um processo de ensino, a alfabetizao de qualidade de todos os envolvidos, possivelmente, ficar prejudicada.5 ALFABETIZANDO E VALORIZANDO OS ENSINOS DA LEITURA E DA ESCRITA PARA FORMAREM FUTUROS(AS) LEITORES(AS) E ESCRITORES(AS).Todos os processos de ensino da leitura so vlidos. Perde-se muito tempo em se buscar a forma infalvel de se ensinar a ler e se esquecem de analisar a subjetividade do alfabetizando(a) quanto ao que este(a) j sabe no seu conhecimento rudimentarde leitura. O ideal seria o alfabetizando(a) entrar em contato com todas as formas possveis que j foram usadas para aprender a ler, cabendo ao professor(a) dominar as diferentes maneiras de se ensinar a leitura para poder transmiti-las, respeitando a particularidade de cada indivduo por alfabetizar.A maior preocupao para os educadores(as) alfabetizadores(as) deveria ser explorar os assuntos de maior interesse dos seus ou suas alfabetizandos(as), proporcionando-lhes materiais para leitura e convencendo-lhes a escreverem a respeito do que leram e assim, de modo gradual continuarem com estas prticas para o resto de suas vidas.Em contrapartida, as distraes da televiso, rdio e internet, atuam como empecilhos para criar interesses profcuos e que possam formar leitores(as) e escritores(as) que faam uso da linguagem culta, cientfica e condizente com as normas gramaticais brasileiras por utilizarem uma linguagem informal e que no possibilita obter um vocabulrio elaborado.Quanto escrita, a forma adequada de apresent-la s crianas, segundo Mello (2007, p.7) :[...] de modo a form-las para serem leitoras e produtoras de texto o contrrio do que fazamos at agora: em vez de apresentar as letras, para depois formar slabas, para depois formar palavras e depois formar textos, agora sabemos que devemos primeiro apresentar os textos, mais tarde destacar as palavras es no final do processo que chegamos s letras e slabas. Em outras palavras, primeiro usamos a escrita em sua funo social e s mos tarde apresentamos seu aspecto tcnico [...] depois que as crianas tiverem convivido bastante coma escrita e a leitura feitas pela professora e tiverem entendido (pela experincia vivida testemunhando atos de leitura e escrita) para que servem a leitura e a escrita, vamos comear a ensinar como se faz para se escrever.6 MEIOS INSTITUCIONAIS QUE POSSIBILITARO UM POSTERIOR ALFABETIZADO PROFCUO E CRIATIVO DAS CRIANAS.Esta parte do artigo dedicada aos meios institucionais que do base e nfase s atividades artsticas como forma de possibilitar uma natural alfabetizao de crianas para que sejam capazes de produzirem e criarem textos criativos com mais desenvoltura e cheios de imaginao em etapas da escola de maiores nveis. Para que as crianas ingressem na alfabetizao com um nvel adequado para aprenderem a ler, antes, na pr-escola, importante que obtenham liberdade para que se expressem atravs da arte, como afirma Anna Marie (1999, p.10):Desenvolvemos o senso artstico, a compreenso da arte, penetrando nela, deixando que nos modele. As crianas tornam-se, assim, cada vez mais confiantes no que diz respeito a valores intrnsecos [...] Quando as crianas tm a oportunidade de escolher materiais diferentes, elas o fazem. Elasencontram o que adequado para elas. Fazem, produzem imagens, pintando e montando instalaes a partir de materiais que os adultos nem sonhariam em juntar. De repente, fantsticos espaos e trabalhos vo surgindo. As crianas tm um gosto abrangente e magnfico [...] Eu acredito na energia e no prazer. No tenho nenhuma ambio de mudar as crianas. Sou movida do desejo de estar com crianas [...] Hoje em dia as crianas tm acesso a todo tipo de cor, mas geralmente, sob superviso. Eu acredito que muitas das experincias das crianas das crianas, seriam muito melhores e os professores, em vez de gastarem tanta energia vigiando-as, procurassem, eles mesmos, testar as cores e usufruir o prazer advindo da experincia.Para propiciar que uma criana tenha seus primeiros passos para garantir que ela seja uma futura produtora de textos e com desenvoltura necessria imprescindvel que sua imaginao seja instigada desde cedo, como afirmam Zenilde Durli e Dalnia Flr (2010/11, p.163):Para muitos autores, a imaginao inaugura e exige outro tempo, que no o relgio. A entrega criao imaginativa sem presa uma forma de contemplao que, segundo (MOCK; 1970), o trabalho de imaginao na infncia se d bem com a calma, a concentrao, o isolamento ou a imerso no convvio ntimo com uma ou duas crianas amigas.Flr e Durli (2010/11, p. 165), falam ainda, que o tempo do contar histriasest ligado nossa memria, a um compartilhar de aventuras vividas em circunstncias histricas diversas.As crianas ficam entusiasmadas quando se deparam com filmes e peas de teatro como formas de aprendizagem escolar interativa, pois elas ficam relaxadas e associam essas atividades ao lazer. A obra Arte e Crianas: Um encontro Impostergvel de Adriana Fresquet e Tnia Vasconcelos, ressalta a importncia desses tipos de arte no desenvolvimento da imaginao e da criatividade no meio infantil e, tambm, recorrem a Vigotski para demonstrar as quatro formas consideradas por este como ligao entre imaginao e realidade. Vejamos:Para Lev Semenovich Vigotski, a imaginao no divertimento caprichoso do crebro; antes, ela uma funo vitalmente necessria. O mestre orshano prope quatro formas de demonstrar a ligao entre imaginao e realidade [...] A primeira forma entre fantasia e realidade consiste em que toda elucubrao se compe sempre de elementos tomados da realidade, extrados da experincia anterior do homem [...] A segunda, mais completa e distinta, realiza-se entre produtos preparados da fantasia e determinados fenmenos complexos da realidade [...] A terceira forma de ligao entre imaginao e realidade o enlace emocional que se manifesta e reciprocamente. Ela est regida pela lei da dupla expresso dos sentimentos: Toda emoo tende a se manifestar emdeterminadas imagens concordantes com elas. [...] A quarta forma proposta por Vigostki aquela em que a fantasia constri algo inteiramente novo, no existente na experincia do homem nem semelhante a qualquer objeto real, sendo ele prprio real [...] (VASCONCELOS e FRESQUET, 2008, p. 129-131)No podemos esquecer do papel fundamental do professor ser habilitado a educar crianas de diferentes idades, possuindo muita tolerncia e pacincia e ser muito observador e sensvel para interpretar as especificidades de cada indivduo infantil.O ambiente institucional vantajoso para que qualquer criana tenha prazer em aprender a ler e escrever com autonomia, depende, alm de um educador competente e comprometido, materiais acessveis ao contexto social de cada criana e de atividades que tenham significado para manter qualquer criana estimulada a querer aprender cada vez mais.7 O QUE FOI OBSERVADO EM SALA DE AULA NA ATUAO DA PROFESSORA MARGARIDANuma escola comunitria, no bairro do Anil, foi realizada uma visita com o objetivo de entrevistar alguma alfabetizadora de crianas e, se possvel, observar as prticas de se alfabetizar da entrevistada.A entrevista ocorreu minutos antes do incio da aula, possibilitando um material sucinto tirado das prprias palavras da professora para este artigo e acompanhar desde a chegada das crianas como as atividades feitas por elas j em sala de aula.Tais atividades englobavam: cantarem parlendas e exerccios de cobrir vogais, consoantes, slabas, enfim, nenhum processo alfabetizador dinmico e que fosse significativo s crianas.Notando a professora, que o entrevistador estava com uma fisionomia questionadora diante da sua atuao de alfabetizar, ela o confessou, em seguida, que estava fazendo o que podia com as crianas quanto ao fato de alfabetiz-las.Mesmo com poucos recursos e materiais para trabalhar em sala, estava ciente da falta de um padro de prticas educacionais com especialidades histrico-culturais, contudo, alegou que pelas circunstncias de se trabalhar com um nmero alm do satisfatrio de crianas, assim como, no ter autorizao por parte dos seus pais, para eventuais passeios que proporcionassem o aumento do interesse de cada criana no aprender a ler, nas redondezas da escola ou numa praia no to longe, por exemplo, estava insegura para mudar um processo alfabetizador que utilizava h cinco anos.O ideal seria que a professora Margarida investisse na sua capacidade e criatividade de alfabetizar crianas, trazendo-as para a realidade que as cercam e as envolvam num aprendizado dinmico, participativo e significativo.A professora Margarida, diante das circunstncias de falta de materiais alfabetizadores, precisa encontrar diferentes maneiras que no sejam apenas sucatas para ensinar seus alunos aaprenderem a ler e lanar mo de um padro terico-prtico alfabetizador que parta do conhecimento atual de cada criana e possibilite o desenvolvimento do conhecimento real de cada uma pela interao das que tm mais facilidade em aprender com as que tm mais dificuldades.

8 ANALISANDO OS DIZERES DA PROFESSORA MARGARIDAEsta parte do artigo ser reproduzido o que foi dito pela professora entrevistada de pseudnimo Margarida que alfabetizadora de uma escola localizada no Bairro do Anil na capital maranhense. A ideia principal era realizar uma entrevista semiestruturada que desse um rico material para ser explorado neste artigo, mas devido s faltas de tempo e recursos, tanto do entrevistador quanto da entrevistada, s foi possvel extrair esses dizeres da professora:Meu nome Margarida, sou professora de alfabetizao h cinco anos. A maneira como alfabetizo de forma ldica, fazendo com que os alunos criem situaes, nas quais elas possam desenvolver seu lado criador e possam adquirir uma maior compreenso. Hoje posso dizer que muitas foram as crianas alfabetizadas por mim direta e indiretamente. Quanto aos recursos, trabalho muito com recursos produzidos em sala, utilizando sucatas que so trazidas por cada criana para serem pintadas e utilizadas em atividades que envolvam formaes de sladas e oraes, na qual envolvam todos os alunos e, dessa forma, trabalhando acoordenao, percepo e a criatividade de cada um. Adoro minha profisso e espero continuar ainda por muito tempo.Analisando o trecho: A maneira como alfabetizo de forma ldica da entrevista, conclui-se da necessidade de toda criana de brincar e desta maneira, aprender a se comportar perante seus colegas e pessoas mais velhas, adquirindo compreenso do seu lugar no mundo, porm, para isso importante que o professor(a) elabore atividades ldicas.Na parte da entrevista que diz: Hoje posso dizer que muitas foram as crianas alfabetizadas por mim direta e indiretamente, levanta o caso dos diferentes nveis de crianas a serem alfabetizadas que chegam escola, isto , algumas j vm com desenvoltura no ler e escrever proporcionada por seus familiares, sendo completados seus alfabetizados de modo indireto, isto , j alfabetizadas, mas em ambientes familiares e no escolares. Enquanto as que forem para o ambiente escolar sem uma relativa noo das letras, tero mais dificuldades de ser alfabetizadas, ficando a cargo do alfabetizador(a) alfabetiz-los(as) de modo direto.Outro trecho que chamou ateno das palavras da professora foi a que diz: com recursos produzidos em sala utilizando sucatas que so trazidas por cada criana para serem pintadas e utilizadas em atividades que envolvam formaes de sladas e oraes, na qual envolvam todos os alunos e, dessa forma, trabalhar acoordenao, percepo, e a criatividade de cada um demonstra a criatividade da docente para tentar sobrepujar dificuldades de escassez de materiais didticos que trabalham com suas crianas, de modo que as deixassem estimuladas a participar das atividades do alfabetizado.Depois da leitura das palavras da professora e de ter dado a ela toda liberdade de se expressar sobre o assunto de sua especialidade na rea de alfabetizao, faz-se necessrio acrescentar alguns assuntos que envolva a elaborao de atividades que satisfaam no alfabetizado(a) o aprender a ler e no desenvolvimento da concepo do quo enriquecedor e imprescindvel se comunicar com seu semelhante se utilizando de linguagens escritas, faladas ou por gestos.9 CONSIDERAES FINAISNosso propsito neste artigo foi de observar, partindo de uma inteno inicial de fazer uma entrevista com um(a) alfabetizador(ora) e de analisar sua atuao em sala de aula, porm, que acabou trazendo, alm de teorias e ideais alfabetizadores de diferentes estudiosos e pensadores do processo da alfabetizao, uma situao da realidade de uma escola comunitria brasileira que sofre com o descaso do poder pblico na educao escolar que acarreta a formao inadequada de profissionais, a falta de materiais didticos diversificados e de espaos escolares proporcionais aos diferentes tamanhos e necessidades das crianas.Portanto, sendoa alfabetizao um processo, muito importante considerar a ambientao da criana no meio escolar desde a etapa da pr-escola, com atividades criativas que proporcionem as bases necessrias para ingressar no 1 ano do Ensino Fundamental e que antes era denominado de Alfabetizao, fazendo com que a criana, desde cedo, tenha acesso a materiais de leitura e arte, como: revistas e livros dos mais diversos assuntos e a instrumentos de escrita e de pintura, por isso para finalizar este artigo recorremos concluso da obra: A Educao Infantil na Histria de Ordlia Alves de Almeida, na qual destaca a importncia na formao de educadores capazes e condizentes para suprirem tais necessidades:Sugerimos que os cursos de formao de professores promovam o desenvolvimento de estudos mais aprofundados que permitam aos alunos realizarem discusses e anlise crtica das diversas concepes tericas, discutindo posies epistemolgicas, realizando contraposies entre seus pensadores, compreendendo quais as suas reais intenes no campo do conhecimento. (Almeida, 2002).Dado ao exposto, a alfabetizao tem que ser contnua a todas as idades, como alguns pensadores denominam de letramento de todos os indivduos inseridos em uma sociedade com culturas prprias. A alfabetizao um processo muito abrangente que engloba pessoas de vrias idades, mas dedicamos e restringimos este trabalho scrianas, esperando que os assuntos aqui expostos sirvam para repensarmos sobre como alfabetizar crianas de modo adequado e quando se pode dizer que um indivduo est de fato alfabetizado.REFERNCIAS

DUARTE, Ana Lcia Cunha; MOTA, Lourdes Maria de Oliveira Paula; TAVARES, Gedite Fontes. Alfabetizao e Didtica da Lngua Portuguesa, So Lus: NEAD- Ncleo de Educao Distncia-UEMA, 2001. P. 9-13; 22-24; 32-33.ALABANO, Ana; MARIE, Anna. Fazer e Pensar Arte. Museu de Arte de So Paulo (MAM), 2005. p. 7-10.DURLI, Zenilde; FLR, Dalnia. Educao e Formao de Professores. Universidade Federal de Santa Catarina: Editora UFS. 2010/11. p.160,162,165-172-174.FRESQUET, Adriana; VASCONCELOS, Tnia. Reflexes sobre Infncia e Cultura. Niteri: Editora UFF, 2008. p. 128-136; 139-141; 150.ALMEIDA, Ordlia. Educao Infantil na Histria/A Histria na Educao Infantil. Campo Grande/ MS, 2002. Palestra proferida no 14 Congresso Brasileiro Infantil. p. 13.CORREIA, Joelma. Operao de Guerra no Estado no Maranho: a adoo do Programa Alfa e Beto para alfabetizar crianas. Universidade Federal do Maranho UFMA, 2012. P. 2-4.MELLO, Suely. Letramento (e no alfabetizao) na Educao Infantil e Formao do Futuro Leitor e Produtor de Textos. Palestra realizada no Curso de Formao de Professores da Secretaria Municipal de Educao de Campinas. 2007. P.7.