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“ O amálgama dental, até os dias atuais, é
responsável pela realização de 500.000.000
de restaurações por ano, sendo um
dos materiais mais importantes no contexto
da Odontologia Restauradora. ”
OSBORNE; CHAIN; CHAIN, 1997.
Definição
• Amalgama é qualquer liga metálica em que
um dos componentes é o mercúrio.
• Só será amalgama após misturar liga com o
mercúrio.
Objetivo
• Devolver a forma e a função ao órgão
dental
Histórico
• 659 d.c. manuscrito chinês Sukung : massa
prata composta de 100 parte de Hg, 45 de
prata e 900 de Sn.
• 1819 Charles Bell, Inglaterra – “massa de
bell” originário na Europa mas o seu
desenvolvimento ocorreu no EUA.
Composição
- 65% de prata
- 25% de estanho
- >6% de cobre
- Zinco
PRATA - Ag
- Resistência
- Expansão
-Reatividade com mercúrio
Escoamento
ESTANHO - Sn
1
2
25% -Contração de presa
-Facilita amalgamação
-Reduz a expansão
-Plasticidade
-Aumento do escoamento
-Retarda endurecimenmto
COBRE - Cu
- Dureza
- Resistência
- Expansão de presa
- Manchas
- Escoamento
- Corrosão
- Gama 2
> 6%
ZINCO - Zn
• Combina com o oxigênio do ambiente
impedindo que este seja incorporado à liga
durante o resfriamento, o que confere uma
pequena resistência a corrosão
INFLUÊNCIA DOS
COMPONENTES DO AMÁLGAMA
IMPORTÂNCIA DO Hg NA
RESTAURAÇÃO DE AMÁLGAMA
• Formação de uma massa plástica
• Influencia nas propriedades físicas e
mecânicas do amálgama
PROCESSOS PARA REDUZIR A
QUANTIDADE DE Hg DEIXADA NA
RESTAURAÇÃO
• Remoção da porção superficial rica em Hg
de cada incremento de amálgama.
• Diminuição da relação original Hg/liga
(Técnica do Hg mínimo)
• Remoção do Hg com camurça antes da
inserção do material.
CONTEÚDO DE MERCÚRIO
Deve ser suficiente para cobrir as partículas
da liga, permitindo completa amalgamação.
• 45 –53% : não influencia na resistência
• 55% : diminui acentuadamente
• 59% : resistência reduzida para 125MPa
RESTAURAÇÃO DE AMÁLGAMA
COM EXCESSO DE Hg
• Consequências :
- restauração com mais fragilidade
- mais susceptível a corrosão
• Variação dos resultados conforme o tipo
de liga utilizada :
- liga com baixo conteúdo de Cu
- liga com alto conteúdo de Cu
PROPRIEDADES DO Hg
• Volátil a temperatura ambiente ;
• Pressão de vapor é de 20mg/m³ ;
• Seu vapor é incolor, inodoro e insípido ;
• 14 vezes mais denso do que a água.
MEIOS DE INTOXICAÇÃO
PELO Hg
Absorção de Hg pela pele ;
• Ingestão de pequenos fragmentos de Hg
provenientes das restaurações ;
• Inalação de vapores de Hg provenientes da
inserção e remoção do amálgama ;
• * Limite máximo tolerado : 0,05mg/m³
Administr. e Segurança Ocupacional
TOXIDADE
• Mercúrio – contaminação do ambiente
• Gotas pequenas : carpetes e rachaduras
movimento volatiliza
• Pouca ventilação
• Temperatura ambiente elevada
TOXIDADE
Fonte de contaminação de Hg nos
consultórios :
- queda acidental
- higiene pobre
- amalgamadores mecânicos
- condensadores ultrassônicos
TOXIDADE
Fonte de contaminação de Hg nos
consultórios :
- aquecimento do porta amálgama
- restaurações antigas sob alta rotação
- esterilizadores de ar quente
TOXIDADE
• MERCÚRIO – HIGIENE
• A.D.A. – Março de 1978
Proporção 1 : 1 – evita excesso de Hg
• Amalgamador com cápsulas
• Hg armazenado : vidros inquebráveis
selados
longe de fonte de calor
CUIDADOS DE HIGIENE COM Hg
• Evitar carpetes, assoalhos e cortinas ;
• Consultório bem ventilado ;
• Cuidado com a localização do amalgamador.
• Não utilizar condensadores mecânicos ou
ultrassônicos ;
• Resíduos de Hg devem ser armazenados em
solução reveladora ;
CUIDADOS DE HIGIENE COM Hg
• Resíduos de Hg não podem ser incinerados ou
esterilizados.
• Usar uma técnica que não precise manipular o
amálgama ;
• Não utilizar pistilos ;
• Usar cápsulas fechadas hermeticamente durante a
amalgamação.
CUIDADOS DE HIGIENE COM Hg
• Usar água “spray” e solução quando
desgastar o amálgama dental ;
• Fazer monitoramento anual dos níveis de
Hg ;
• Fazer exames de sangue e de urina na
equipe odontológica.
Espessura das partículas
Forma das partículas
Composição
Grossa Fina
Irregulares Esféricas Fase dispersa
Baixo conteúdo de cobre Alto conteúdo de cobre
Espessura das partículas
Proporção liga/mercúrio - 5:8
GROSSAS
Espessura das partículas GROSSAS
-SUPERFÍCIE RUGOSA
-RESISTÊNCIA MECÂNICA MENOR
-TEMPO DE CRISTALIZAÇÃO MAIOR
Espessura das partículas
Proporção liga/mercúrio 1:1
Espessura das partículas FINOS
Espessura das partículas FINOS
-PARTÍCULAS COM TAMANHOS REGULARES
-TEMPO DE CRISTALIZAÇÃO MAIS RÁPIDO
-MENOS Hg
-MELHORES PROPRIEDADES FÍSICAS
-LISURA SUPERFICIAL
-MENOS EXPANSÃO
PARTÍCULAS IRREGULARES
-Maior quantidade de Hg (50 a 53%)
-Maior resistência na condensação
-Escultura granulosa
PARTÍCULAS ESFÉRICAS
-Menor quantidade de Hg (42 a 48%)
-Menor resistência na condensação
-Fáceis de esculpir
-Boa resistência à compressão
Forma das partículas
ESFÉRICAS
Proporção liga/mercúrio 1:0,8
-Condensador de menor diâmetro e pequena pressão
-Em cavidades classe II, empregar matriz de menor
espessura possível
-Afastamento adequado
Tipos de ligas para amálgama
• Baixo conteúdo de cobre
• Alto conteúdo de cobre
Amálgama convencional
-fratura marginal
-gama 2
-descoloração da estrutura dental
-grande corrosão
-dissolução do material restaurador
- porosidade superficial
OSBORNE; CHAIN; CHAIN, 1997.
AMÁLGAMA CONVENCIONAL : 3
FASES PRINCIPAIS
• Fase gama (Ag3Sn)
• Fase gama 1 (Ag2Hg3)
• Fase gama 2 (Sn7Hg8)
+ = Amálgama
TEOR DE FASE GAMA 2 (Sn8Hg)
Ag3Sn + Hg Ag3Sn + Ag2Hg3 + Sn8Hg
limalha mercúrio -1 -2
CARACTERÍSTICAS DO
AMÁLGAMA RICO EM GAMA 2
• Pequena resistência a compressão
• Grande escoamento
• Fratura marginal
• Corrosão acentuada
Amálgama com alto conteúdo de cobre
- não gama 2
- menos mercúrio
- menos corrosão
- menor porosidade
- menor dissolução
- melhor lisura superficial
- melhores propriedades mecânicas
OSBORNE; CHAIN; CHAIN, 1997.
ALTO CONTEÚDO DE COBRE
(>6%)
• Fase dispersa
• Fase única
FASE DISPERSA
• São apresentadas como partículas dispersas
(70% limalha e 30% do eutético Ag-Cu em
esferas)
• Eutético : Ag – 71,9%
Cu – 28,1%
FASE DISPERSA
Partículas irregulares de ligas
convencionais com o eutético
prata/cobre (partículas esféricas)
“ com o aumento do teor de cobre (9 a
30%) e a afinidade deste metal pelo
estanho, praticamente, desaparece a fase
Gama 2, dando lugar a fase Cu6Sn5,
aumentando a resistência da liga
restauradora” Jorgensen, 1976
Ag3Sn + Hg Ag3Sn + Ag2Hg3 + Sn8Hg
liga mercúrio -1 -2
Sn8Hg + AgCu
y-2 eutético
Ag2Hg3 + Cu6Sn5
y-1 fase eta
Fase Gama -2
• Em relação a resistência compressão a fase
gama é mais forte, depois fase gama -1 e a
fase gama -2 é mais fraca.
• Em relação a corrosão a fase gama – 1 é
mais resistente, em seguida a fase gama e a
fase gama -2 é a mais fraca
“ A considerável formação de fase -2 nos amálgamas
convencionais, pode levar à fratura marginal,
porosidade superficial, descoloração superficial
e dissolução do material restaurador.”
OSBORNE; CHAIN; CHAIN, 1997
FASE ÚNICA
• São partículas esferoidais com a mesma
composição química.
• % em peso : Ag – 60%
Sn – 27%
Cu – 13%
FALHAS DAS RESTAURAÇÕES DE
AMÁLGAMA
• Alteração dimensional
expansão tardia
contração
• Desintegração marginal
INFLUÊNCIA DA CONTAMINAÇÃO
POR UMIDADE
• Se um amálgama que contém zinco for
contaminado durante a trituração ou
condensação, resultará em uma expansão
EXPANSÃO TARDIA
• Frequência : 16,6% das falhas.
• Causas : contaminação pela umidade de
amálgamas com Zn.
• Consequências : sensibilidade dolorosa,
protusão da restauração e fraturas nas margens
LIGAS DE AMÁLGAMA COM Zn
• VANTAGENS :
- Maior plasticidade a liga
- Função anti-oxidante durante a usinagem
- Melhor integridade marginal e maior tempo
de duração
• DESVANTAGENS :
- Defeitos associados à expansão tardia
LIGAS DE AMÁLGAMA SEM Zn
• Indicação : áreas onde é impossível deixar
seca a região a ser restaurada.
• Técnica : condensação realizada em grandes
incrementos.
CORROSÃO
Metal deteriora por reação com o ambiente :
- Umidade
- Atmosfera
- Soluções ácidas e alcalinas
- Agentes químicos
CORROSÃO
Pode ser causada no amálgama dentário por :
- Alimentos contendo enxofre
- Componentes da saliva : Água
Oxigênio
Íons cloreto
ácidos
RESISTÊNCIA À CORROSÃO
• Presença de água, variações de temperaturas e de
pH são fatores que aceleram muito o mecanismo
de corrosão.
• Os metais tem capacidade de reagir com o
oxigênio do ar formando oxidos.
• Metais nobres como ouro , paládio, platina não se
misturam com oxigênio
• Ferro sofre corrosão
RESISTÊNCIA À CORROSÃO
O cloro e o oxigênio da
saliva se ligam ao estanho
(Sn8Hg), proporcionando
que o Hg fique livre na
restauração, ligando-se à
fase Gama 1 (Ag3Sn)
RESISTÊNCIA À CORROSÃO
• A corrosão traz malefícios para a
restauração na superfície exposta ao meio
bucal, mas é benéfica na interface dente
restauração.
CORROSÃO
CORRENTE GALVÂNICA :
• Metais
• Meio úmido (saliva + eletrólitos)
• Par elétrico com diferença de potencial
Ex : restauração de ouro contato com
amálgama.
RESISTÊNCIA
• A compressão durante a 1ª hora deve ser no mínimo
80 Mpa (especificação n° 1 da A.D.A.)
• Pode sofrer influencia de :
- trituração
- conteúdo de mercúrio
- condensação
- porosidade
- vel. endurecimento
DESINTEGRAÇÃO MARGINAL
• Conceito : aparecimento de solução de
continuidade nas margens da restauração.
• Causas : preparo cavitário impróprio,
excesso de Hg e escoamento (“Creep”).
• Conseqüências : aparecimento de cáries
secundárias.
FATORES QUE DETERMINAM A LONGEVIDADE
> O MATERIAL
> O PROFISSIONAL
> O MEIO BUCAL
> Composição da liga
> Tamanho e forma das partículas
> Forma em que a liga é
fornecida
> Preparo cavitário
> Bases e forramentos
> Escolha da liga
> Relação mercúrio:liga
> Técnica restauradora
> Características anatômicas
> Acabamento
A maioria dos insucessos esta relacionado
ao preparo cavitário incorreto e a
manipulação inadequada do material
“É errônea a crença de que ao realizarmos restaurações
seguindo todos os passos da técnica, possamos proteger
o dente restaurados da doença cárie. Uma restauração
só deve ser realizada após o controle biológico do meio.”
Shillingburg, 1988
MAHLER, 1996.
> Baixo
> Tempo de trabalho
> Baixa sensibilidade à técnica
> Propriedades físicas
> Longevidade clínica
> Contorno anatômico adequado
Propriedades Físicas
• Resistência ( 2mm de espessura)
• Retenção ( mecânica)
• Infiltração ( corrosão interface
dente/restauração)
• Adaptação Marginal ( excesso cervical
acumulo de placa perda òssea)
Por não se unir quimicamente à estrutura dental, o
amálgama, possibilita a existência de fendas na
interface dente/restauração, o que leva à ocorrência
de infiltração marginal.
BRISO, A.L.F., 1999; BRISO, A.LF., 2000;BEN-AMAR,1989;
GOING, 1972; MAHLER, 1996,
É a passagem de íons, moléculas, bactérias e
restos alimentares, entre a parede cavitária e o
material restaurador, podendo levar à
sensibilidade pós-operatória, descoloração da
estrutura dental, desenvolvimento de lesões de
cárie secundária, além dedanos ao tecido pulpar .
KIDD, 1976
> Restaurações classe I
> Restaurações classe II
> Restaurações extensas
> Áreas de grande esforço mastigatório
> Pré-molares com tratamento endodôntico
> Condutor elétrico e térmico
> Áreas com envolvimento estético
> Preparo cavitário com forma definida
> Baixa resistência (pequena espessura)
Passos restauração em amalgama
• Preparo cavitário
• Proteção pulpar
• Dosagem liga:mecúrio
• Amalgamação e trituração
• Homogeneização
• Remoção de excesso de Hg
• Condensação
• Escultura e brunidura
• Acabamento e polimento
DISPENSADORES OU
PROPORCIONADORES PARA
LIGA
Forma de apresentação : frasco com pó da
liga, comprimidos ou cápsulas pré-dosadas.
Cuidados :
• dosar a quantia adequada da liga ;
• não quebrar as cápsulas ou comprimidos
durante o manuseio.
SISTEMA DE
PROPORCIONAMENTO Hg/LIGA
TRITURAÇÃO
Amalgamador volumétrico
Proporção: liga/Hg
Tempo de trituração
TEMPO DE TRITURAÇÃO
PODE VARIAR COM :
• Velocidade e oscilação do amalgamador ;
• Liga a ser utilizada ;
• Tamanho das porções de amálgama.
CONSISTÊNCIA DA MISTURA
CONDENSAÇÃO
Objetivos :
• compactar a liga na cavidade ;
• assegurar uma continuidade da fase de
matriz.
Condensação
• Consiste na compactação da massa na
cavidade para eliminar bolhas de ar
presentes na massa, o mecúrio aflui da
massa.
• Deve ser no máximo 5 minutos pois ocorre
o enfraquecimento da restauração.
TIPOS DE CONDENSAÇÃO
• Manual
• Mecânica
• Ultrassom
PROCEDIMENTOS E PRINCÍPIOS
DA CONDENSAÇÃO MANUAL
• Campo operatório completamente seco ;
• Condensação realizada sobre 4 paredes e 1
piso ;
• Utilização de porta-amálgama ;
• Remoção de todo excesso de Hg de cada
incremento ;
PROCEDIMENTOS E PRINCÍPIOS
DA CONDENSAÇÃO MANUAL
• União homogênea dos incrementos ;
• Em cavidades amplas uma nova mistura
deve ser feita antes que a primeira perca a
plasticidade ;
• Incrementos pequenos de amálgama ;
• União de um incremento ao outro pelo Hg.
PRESSÃO DE CONDENSAÇÃO
Objetivos :
• compactar as partículas da liga ;
• reduzir a formação de poros ;
• reduzir o Hg superficial.
A PRESSÃO DE CONDENSAÇÃO
PODE VARIAR COM :
• A área da ponta ativa do condensador ;
• A força exercida pelo operador sobre a
ponta ativa.
CONDENSAÇÃO
• A pressão, bem como a técnica de condensação,
afetam a resistência.
CURTO PERÍODO ENTRE A TRITURAÇÃO
E A CONDENSAÇÃO PARA QUE NÃO
OCORRA :
• Aumento do conteúdo de Hg e “Creep” ;
• Fratura da matriz já formada ;
• Perda da plasticidade da liga ;
• Perda da resistência a compressão do
amálgama.
POROSIDADE
• É o espaço vazio da mistura e está
relacionado a :
• Condensação retardada
• Trituração deficiente
ESCULTURA
Objetivo : simular a anatomia do dente.
• Início da escultura : no momento em que o
amálgama apresentar resistência ao
instrumento de escultura.
BRUNIMENTO
• Melhora a adaptação do amálgama nas
paredes cavitárias ;
• Elimina as porosidades ;
• Produz uma superfície mais lisa ;
• Diminui a infiltração marginal.
BRUNIMENTO
• Pré-escultura : remoção do Hg residual
• Pós-escultura : leve, só de adaptação as
paredes cavitárias e para a homogeinização
da superfície.
CUIDADOS NO BRUNIMENTO
PÓS-ESCULTURA
• Evitar a utilização de ligas de presa lenta ;
• Não exercer pressão exagerada ;
• Evitar geração de calor (liga rica em Hg nas
margens da restauração).
POLIMENTO
• Objetivos :
• remover riscos, fissuras e irregularidades da
superfície da restauração ;
• impossibilitar o aparecimento de corrosão.
• Início do polimento :
• - no mínimo 24 horas após a condensação.
RECONTORNO
• Adequação do meio bucal
• Avaliação da restauração : pós-contorno
• Aumenta a longevidade da restauração
> Minimiza corrosão
> Minimiza descoloração dentinária
> Previne rugosidade
> Dificulta acúmulo de placa e restos
alimentares
> Realização após cristalização FICHMAN, et al.,1978; SUNDFELD, et al.,1992