Anais Da IV Mostra Científica Da Associação Nacional de Pós-Graduandos (2012)

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  • IV Mostra Cientfica da ANPG 23 Congresso Nacional de Ps-Graduandos 3 a 6 de maio de 2012 So Paulo - SP

    ISBN 978-85-61839-08-6

    A. Cincias Exatas e da Terra A RECONSTRUO DE PERCURSOS EM EDUCAO AMBIENTAL ATRAVS DO PROJETO O JOGO DE NO JOGAR

    1

    Alessandra Farias Millezi2

    [email protected]

    Douglas Gonsalves3

    Elaine das Graas Frade4

    [email protected] INTRODUO A Educao Ambiental (EA) uma resposta a preocupao das populaes no que diz respeito dissociao do homem e a natureza, vem atualmente sendo abordada como uma importante alternativa para a construo de valores e conhecimentos nos primeiros nveis da educao escolar. A reflexo sobre as prticas sociais, em um contexto marcado pela degradao permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve uma necessria articulao com a produo de sentidos sobre a educao ambiental. Nesse contexto verifica-se a importncia de procurar desenvolver atividades que envolvam a comunidade escolar, de forma que professores, alunos e familiares se engajem nos projetos e sejam capazes de refletir sobre o assunto de forma a desenvolver o senso crtico. Foi nessa perspectiva que o projeto de extenso O jogo de no jogar foi pensado e desenvolvido na APA Coqueiral por docentes e discentes da Universidade Federal de Lavras. METODOLOGIA Durante o ano de 2010, em um sbado de cada ms foram desenvolvidas as atividades do projeto de extenso denominado O Jogo de no Jogar, baseado na histria contada no livro de Julieta de Godoy. nas escolas multisseriadas (Escola do Ermo e Capituvas) localizadas na APA-Coqueiral. Essa iniciativa surgiu da parceria estabelecida entre dois departamentos da Universidade Federal de Lavras, o de Solos e de Educao. A proposta do presente estudo foi realizar uma analise geral das atividades realizadas nas escolas. Foram realizadas entrevistas (Anexos B, C e D) a fim de pesquisar o perfil e o nvel de conhecimento das professoras das duas escolas e tambm dos alunos. As entrevistas possibilitaram posteriormente o planejamento e desenvolvimento das atividades. O pblico alvo envolvido no Projeto constitui-se de toda a comunidade escolar das Escolas da Comunidade do Ermo e da Capituvas, principalmente os estudantes do primeiro ao quinto ano de escolaridade, perfazendo um total de cerca de 70 crianas e jovens. O projeto teve como coordenadora a professora Elaine das Graas Frade (Departamento de Educao), os alunos de graduao Douglas Gonsalves Favero (Engenharia Florestal), Rogrio Custdio de Oliveira (Qumica), Ester e de ps-graduao Rodrigo Barros (Medicina Veterinria). RESULTADOS Projeto de extenso. CONCLUSO No primeiro dia de atividades foi realizada a apresentao do projeto, identificou-se coletivamente quais seriam os temas estudados e atravs de desenhos sobre o meio ambiente, as crianas foram divididas em grupos e por intermdio de uma chuva de idias trouxeram alguns temas de interesse ao estudo: gua e os rios; homem e meio ambiente; gua, lixo, etc. O reaproveitamento de materiais foi trabalhado com a construo de vassouras reciclveis de garrafas pet, as crianas preocuparam-se com as vassouras. E importante salientar a estratgia para a diviso em equipes, quanto mais heterogneos os grupos, mais proximidade com a proposta das atividades. A heterogeneidade de estudantes, de sries, de escolas e gneros, apoiados em Vygotsky, enriqueceu o trabalho. Na abordagem do tema A gua houve envolvimento com mais dinmica, observou-se a evoluo da oralidade e diminuio da inibio, tendo como base os debates relativos aos questionamentos propostos. A prova da gua mineral gasosa, foi interesante, aps a degustao observou-se as diferentes reaes das crianas, algumas gostaram outras no, a maioria nunca tinha provado. Enfim, verificou-se que a relao entre meio ambiente e educao assume um papel cada vez mais desafiador, necessria uma ambientalizao do conhecimento a fim de obterem-se maiores condies de reestruturao de contedos e atividades para desenvolver a Educao Ambiental em diferentes segmentos, em funo da dinmica desses ambientes, tal como as escolas situadas na APA/Coqueiral. PALAVRAS-CHAVE: Educao ambiental, escola multiseriada, APA.

    1 Instituio de apoio e fomento do projeto: CAPES, FAPEMIG.

    2 Autora, doutoranda do curso de Microbiologia Agrcola pela Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, Brasil.

    3 Co-autor, Engenheiro Florestal, Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, Brasil. 4 Orientadora, Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, Brasil.

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    ISBN 978-85-61839-08-6

    A. Cincias Exatas e da Terra AVALIAO DO NVEL DE IDEAO SUICIDA EM PACIENTES INTERNADOS APS TENTATIVA DE SUICDIO: RESULTADOS

    PRELIMINARES5

    Camila Louise Baena Ferreira6

    [email protected]

    Leticia Macedo Gabarra7

    [email protected] INTRODUO O suicdio considerado um problema de sade pblica - situa-se entre as trs maiores causas de morte na faixa etria entre 15 e 35 anos, e a Organizao Mundial da Sade tem alertado sobre formas de prevenir tal ato. A unidade de Emergncia Adulto do Hospital Universitrio de Santa Catarina possui como uma de suas demandas recorrentes pacientes com tentativa de suicdio por intoxicao exgena. O servio de psicologia realiza o atendimento aos pacientes com o objetivo de avaliar e minimizar risco de nova tentativa. O objetivo do Estudo compreende identificar e avaliar a sintomatologia do paciente atendido na unidade de Emergncia aps tentativa de suicdio afim de se refletir sobre propostas de interveno e cuidado do paciente durante o atendimento no Hospital e aps a alta hospitalar. METODOLOGIA A metodologia utilizada qualitativa, e o estudo se caracteriza como exploratrio descritivo. Os participantes so os pacientes atendidos na unidade de Emergncia do Hospital Universitrio, devido tentativa de suicdio, no perodo entre dezembro de 2011 e outubro de 2012. Para incluso dos participantes, estes devem explicitar a tentativa de suicdio verbalmente, sem deixar dvida quanto a sua intencionalidade no ato. A coleta de dados realizada na unidade de Emergncia atravs dos seguintes instrumentos: pronturio do paciente, registro de atendimento psicolgico e Escala de Ideao Suicida Beck (BSI). Atravs do pronturio so coletados os dados de identificao do paciente como nome, idade, data de nascimento, sexo, estado civil, endereo e telefone. O registro de atendimento psicolgico permite acessar os dados referentes ao histrico de sade mental do paciente como mtodo utilizado e desencadeador alegado para a tentativa de suicdio; tratamento psicolgico e/ou psiquitrico; uso de lcool e/ou drogas; e o encaminhamento sugerido aps a alta hospitalar. A Escala de Ideao Suicida Beck visa avaliar desejos, atitudes e planos suicidas. RESULTADOS Os dados coletados at esse momento,constituem um total de 14 sujeitos, sendo a prevalncia do sexo feminino (apenas 02 sujeitos so do sexo masculino). No referente idade, apresentam uma mdia de 34 anos. Os mtodos utilizados para a tentativa de suicdio configuram-se como intoxicaes exgenas, sendo o mais encontrado a ingesta de medicamentos (08 sujeitos), seguida da ingesta de substncia txica como venenos e produtos de limpeza (05 sujeitos) e a ingesta combinada de medicamentos e substncia txica (01 sujeito). Do total de 14 sujeitos, 08 possuem tentativa de suicdio prvia. Sobre a frequncia do pensamento suicida, 6 sujeitos referem no pensar neste ato ou pensar raramente, enquanto 10 sujeitos relaram pensar frequentemente ou constantemente. Ao ser indagados sobre a ocorrncia de planejamento prvio do suicdio, a maioria dos sujeitos (08) confirmaram o planejamento, enquanto 06 sujeitos relataram que o ato aconteceu num momento de impulso. No momento da alta hospitalar, 07 sujeitos mantinham a ideao suicida, manifestando desse modo desejo de tentar suicdio novamente e 07 sujeitos negaram ideao suicida naquele momento. CONCLUSO Os resultados obtidos confirmam a importncia de articulao com a rede de sade mental, afim de garantir o acompanhamento do paciente aps a alta hospitalar j que os fatores de risco para a reincidncia da tentativa de suicdio - tentativa de suicdio prvia, planejamento prvio, pensamentos freqentes ou constante de cometer suicdio - foram confirmados pela maioria dos participantes. A pesquisa tem demonstrado que a Escala de Ideao Suicida Beck um instrumento que possibilita avaliar os fatores protetivos e de risco para o suicdio com bastante clareza. O conhecimento desses fatores pode constituir-se em mecanismos para a preveno, atravs do reforo dos fatores protetores e diminuio dos fatores de risco. Representa, dessa forma, um recurso para se avaliar com maior confiabilidade o servio de sade mais adequado para realizar o acompanhamento do paciente aps a alta hospitalar.

    5 Instituio de apoio e fomento do projeto: Hospital Universitrio Polydoro Ernani de So Thiago Universidade Federal de

    Santa Catarina. 6 Autora, Residncia Integrada Multiprofissional no Hospital Universitrio de Santa Catarina. 7 orientador, Doutora em Psicologia na Universidade Federal de Santa Catarina.

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    PALAVRAS-CHAVE: Suicdio, Psicologia, unidade de Emergncia.

    A. Cincias Exatas e da Terra CATEGORIA RAA/COR NOS SERVIOS DE ATENO BSICA DA FUNDAO MUNICIPAL DE SADE DE NITERI/RJ

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    Desire Simes Silva9

    [email protected]

    Cristina Portela Da Mota [email protected]

    10

    INTRODUO No Brasil, as lutas pelo reconhecimento e pela cidadania da populao negra constitui um movimento que marca significativamente a cultura brasileira. Desta forma, a necessidade de se averiguar as condies de sade da populao afro-brasileira de forma objetiva e da realizao de estudos que proporcionem evidncia causal so, at ento, escassos ou inapropriados. necessrio realizar um diagnstico permanente e contnuo de suas condies de vida, assim como, avaliao efetiva dos dados levantados para colaborao no desenvolvimento de polticas pblicas de sade para melhoria da qualidade de vida da populao em questo, calcada no princpio da equidade e da valorizao cultural, ressaltando que as prticas das religies afro-brasileiras apresentam-se como um campo hbrido de construo da identidade no qual emergem novas estratgias de organizao que apontam novas perspectivas para a educao intercultural. Deste modo, o objetivo deste estudo realizar uma anlise de como so levantados os dados relativos raa/ cor em estabelecimentos de ateno primria sade, localizados no municpio de Niteri/RJ para que seja possvel, futuramente, uma compreenso ampliada da realidade de sade da populao negra residente nesta regio. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, exploratrio atravs do levantamento das fichas de cadastro de servios de ateno primria sade da Fundao Municipal de Sade de Niteri / RJ. Foram realizadas duas visitas tcnicas em cada um dos quatro estabelecimentos assistenciais de sade que foram campo da pesquisa, previamente agendadas com as Chefias das Unidades. Primeiramente, coletamos as fichas de cadastramentos dos usurios, e posteriormente, realizamos a anlise dessas fichas de acordo com o parmetro raa / cor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). RESULTADOS Ao analisar as fichas de cadastro dos usurios dos servios de ateno primria sade, foi possvel constatar que as mesmas no se enquadram no parmetro de raa/cor do IBGE, fazendo com que, quando preenchidas, as categorias escolhidas pelos profissionais fossem as mais diversas. Alm disto, foi possvel perceber a no aderncia dos profissionais de sade dos estabelecimentos analisados ao preenchimento deste quesito nas fichas. CONCLUSO Conclui-se que o no enquadramento das fichas de cadastro dos usurios dos servios de ateno primria sade ao parmetro de raa/cor do IBGE gerar futuros problemas para o campo de pesquisa relacionado s questes de morbimortalidade da populao negra da Regio Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro, uma vez que a classificao de raa/cor, quando preenchida, se d modo aleatrio e no padronizado. PALAVRAS-CHAVE: Grupo com Ancestrais do Continente Africano; Ateno Primria Sade; Etnia e Sade.

    8 Instituio de apoio e fomento do projeto: Universidade Federal Fluminense.

    9 Autora, Mestranda em Epidemiologia em Sade Pblica na Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca Fundao Oswaldo Cruz RJ. 10 Co-autor, docente da disciplina Enfermagem em Sade Coletiva I do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquitrica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa / UFF.

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    C.10.2. Microbiologia Aplicada CINTICA DE CRESCIMENTO DE Escherichia coli EM CULTIVO SIMPLES NA PRESENA E AUSNCIA DE LEO ESSENCIAL DE

    Cinnamomum zeylanicum11

    Alessandra Farias Millezi12

    [email protected]

    Ana Margarida Sousa

    13

    [email protected]

    Maria Olvia Pereira14

    [email protected]

    Roberta Hilsdorf Piccoli

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    [email protected] INTRODUO leos essenciais e extratos vegetais h muito tempo tm sido utilizados na medicina popular com funo de antibacterianos. Os leos essenciais so provenientes do metabolismo secundrio vegetal. Diversas plantas so usadas na medicina tradicional para tratamento de infeces. Os leos essenciais e seus compostos podem contribuir para a obteno de novos produtos antimicrobianos e desenvolvimento de novas drogas. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi verificar a cintica de crescimento da bactria Escherichia coli em cultivo simples na presena e ausncia de leo essencial de Cinnamomum zeylanicum (canela). METODOLOGIA O microrganismo usado foi Escherichia coli ATCC 25922. A padronizao do nmero de clulas foi determinada por curva de calibrao. O leo essencial de canela foi adquirido da empresa Ferquima de Vargem Grande, So Paulo, Brazil, lote 105. As solues de leo essencial foram preparadas nas concentraes 0.0 (controle), 0,06%, 0,09% e 0,12%, utilizou-se DMSO para a diluio do leo. O Inculo bacteriano em TSB de aproximadamente 108 UFC.mL-1 foi adicionado em tubos falcans com as respectivas concentraes totalizando um volume final de 20 mL. Os tubos foram incubados a 120 rpm a 36 C por 24 horas. A quantificao de clulas viveis foi realizada aps 0,5; 1; 2; 4; 6; 8; 10 e 24 horas de incubao. Foi realizado plaqueamento e superfcie e contagem das UFC.mL-1. RESULTADOS leos essenciais e seus componentes so conhecidos por serem ativos contra vrios microrganismos, incluindo bactrias Gram positivas e Gram negativas (Deans and Ritche, 1987; Duarte et al., 2007) na forma planctnica (Millezi et al., 2012). No presente estudo, ao final das 24 horas de cultivo E. coli alcanou 9,1 log UFC em soluo de TSB sem a presena de leos essenciais. A reduo das clulas viveis ao longo do perodo de cultivo, na concentrao de 0,06% no foi satisfatria, aps 24 horas houve o mximo de reduo que foi de 1,7 Log UFC. Aps 8 horas, na concentrao de 0,09% a reduo foi quase a metade, 4 Log CFU. J na maior concentrao de leo essencial da canela, em 0,5 horas obteve-se reduo de 4 Log UFC e aps 1 hora a soluo teve efeito bactericida sobre E. coli no havendo mais crescimento de colnias da bactria. Geralmente compostos derivados de plantas mostram considervel atividade contra bactrias Gram-positivas, mas no contra espcies Gram-negativas ou leveduras, que tm evoludo significativas barreiras de permeabilidade (Sandasi et al., 2008). Os resultados obtidos nesse foram satisfatrios contra E. coli.. CONCLUSO A cintica de crescimento de E. coli na presena de leos essenciais, na concentrao de 0,06% no sofreu alterao significativa. Em 0,09% houve maior reduo nas clulas viveis da bactria e na maior concentrao de 0,12%, aps 1 hora de cultivo no houve mais crescimento de E. coli. PALAVRAS-CHAVE: leos essenciais, antimicrobianos, bactria.

    11

    Instituio de apoio e fomento do projeto: CAPES e FAPEMIG. 12 Autora, doutoranda do curso de Microbiologia Agrcola pela Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, Brasil. 13 Co-autora, doutoranda do curso de Engenharia Biolgica pela Universidade do Minho, Braga, Portugal. 14 Co-orientadora, Universidade do Minho, Braga, Portugal. 15 Orientadora, Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, Brasil.

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    C.5.1. Ecologia Aplicada ABUNDNCIA E COMPOSIO DE GNEROS DE STRATIOMYIDAE (DIPTERA) EM SETE DIFERENTES TIPOLOGIAS VEGETACIONAIS

    NO PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE (PERD)16

    Julio Cesar Rodrigues Fontenelle17

    Pedro Luiz Teixeira de Camargo18

    Leid Luana Pereira Miranda19

    INTRODUO Desde a dcada de 80 do sculo passado, pde se observar um grande desenvolvimento econmico mundial, especialmente nos pases em desenvolvimento. O problema deste desenvolvimento era que ele no vinha sem trazer conseqncias para a biodiversidade, tendo gerado extino em massa e aquecimento global. Por conseqncia, espcies vegetais e animais foram perdidas antes mesmo de serem descritas (Wilson, 1988). Ao se tomar a classe Insecta como parmetro, observa-se o grau de desconhecimento que o ser humano possui. At meados dos anos 90 dos 5 a 10 milhes de espcies que se supe ter esta classe, menos de 50% destes eram conhecidos ou descritos pelo homem (Garcia, 1995). Uma das ordens dos Insetos, as Dpteras possuem os mais variados hbitos comportamentais e alimentares (Borror & Triplehorn, 1976), ocorrendo com mais abundncia em regies tropicais em latitudes meridionais e com maior variedade de hbitats (James, 1973; Woodley, 1989; Narchuk, 1998; Kovac e Rozkosny, 1997). Apesar desta diversidade, estudos com carter conservacionista desta classe de animais no freqente, ficando restritos basicamente a estudos de animais na regio temperada (Rozkosny, 1982) e que tenham importncia econmica (agrcola, principalmente) e mdica (Lewinsohn e Prado, 2002) Dentre as famlias de Dpteras, cabe destacar os Stratiomyidae, tambm conhecidos como moscas-soldado. Estes animais so considerados moscas cosmopolitas e possuem (at ento) doze subfamlias (James& McFadden 1971). Outro detalhe importante est na alta diversidade de gneros (375) e espcies (2800) (Woodley, 2001). Grande parte dos animais desta famlia so espcies responsveis pela decomposio de matria orgnica vegetal (Borror e Delong, 1969) ou de destacado papel na polinizao (Souza Silva et al., 2001). Outros exemplos de Stratiomyidae que tem relao com o homem so as Hermetia illucens, que podem atacar bananeiras (Stephens, 1975) e provocar miases no homem (Lee et.al., 1995). Por outro lado, estes insetos tambm podem ser teis no controle de moscas domsticas (Bradley & Sheppard, 1984) ou servindo como alimento para animais domsticos (Sheppard, 2002). A respeito da alimentao destes dpteros, observa-se uma imensa variedade de probscides. Possivelmente, esta alta variedade resultado ou da utilizao de plen (Rozkon, 1982) ou do uso nctar de flores como alimento (Souza-Silva et al., 2001). Fragmentos de Mata Atlntica so locais onde estes Stratiomyidae costumam viver. Portanto, importante se ressaltar alguns fatores que podem contribuir para a variao e composio dos Stratiomyidae, como a decomposio da serrapilheira, e a temperatura. Em relao decomposio da serrapilheira, esta pode ser regulada por trs variveis: as condies fsico-qumicas do ambiente, as quais so controladas pelo clima e pelas caractersticas edficas do local; a qualidade (orgnica e nutricional) do substrato, que vai influenciar na sua taxa de degradao e a riqueza dos decompositores, os macro e microrganismos (Heal et al., 1997; Correia e Andrade, 1999). Ainda em relao decomposio do solo, os Stratiomyidae podem vir a aparecer em grande quantidade tanto na biomassa quanto no nmero de indivduos e espcies (Lopes Assad, 1997) (diversos tipos destas larvas, como, por exemplo, as da subfamlia Beridinae, j foram encontradas em serrapilheira mista (Woodley, 2001)), constituindo algo fundamental para a cadeia de relaes entre vegetais e animais (Berti Filho, 1995). Estudos antigos, como os de Andrewartha e Birch, de 1954 mostraram como a temperatura pode ser um dos fatores abiticos de maior importncia e influncia para a velocidade de desenvolvimento, comportamento, alimentao, fecundidade e disperso dos insetos, sendo que temperaturas mais altas podem acelerar o desenvolvimento larval (Calado & Silva, 2002), a emergncia de adultos e o aumento da atividade de vo (Feil et al., 2000). O objetivo deste trabalho determinar a composio e abundncia de gneros de Stratiomyidae em sete diferentes tipologias vegetacionais no Parque Estadual do Rio Doce (PERD) e verificar se h diferena significativa entre a composio e a abundncia dos diferentes gneros entre os tipos vegetacionais. METODOLOGIA REA DE ESTUDO O Parque Estadual do Rio Doce (PERD) localiza-se entre os paralelos 194818192924 S; e meridianos 423830422818 W, sendo que ao Leste tem rio Doce e ao Norte o rio Piracicaba. Parte dos municpios de Timteo, Marliria e Dionsio tambm esto dentro dos limites do Parque (IEF, 1994). O PERD um dos nicos remanescente de Mata Atlntica no Estado de Minas

    16

    Instituio de apoio e fomento do projeto: CNPQ. 17 Autor, Doutor em Ecologia, Professor do IFMG/ Ouro Preto, MG. 18

    Co-autor, Bilogo,Especialista em Gesto Ambiental, Mestrando em Sustentabilidade Scio Econmica e Ambiental, UFOP/MG. 19

    Co-autora, Acadmica do Curso de Gesto da Qualidade, IFMG/ Ouro Preto, MG.

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    Gerais (IEF, 1994), com 36.000 hectares, e vegetao caracterizada como Floresta Estacional Semidecidual Submontana ,com 20 a 50% de rvores caduciflias. (Lopes, 1998; Veloso et al.,1991). Segundo Antunes (1986), o clima da regio do PERD tropical mido mesotrmico de savana a estao chuvosa ocorre de outubro a maro e a seca de abril a setembro (Gilhuis, 1986) AMOSTRAGEM E ANLISES DE DADOS As coletas de Stratiomyidae foram feitas com o uso de armadilhas Malaise que ficaram por 7 dias nos locais conhecidos como Vinhtico (VI, mata secundria alta ), Macuco (MA), Tereza (TE), Garapa Torta (GT), Lagoa Preta (LP, mata primaria ), Porto Capim (PC, mata secundria baixa) e Campolina (CA, mata primaria). Os indivduos capturados foram levados ao Laboratrio de Pesquisas Ambientais do IFMG/Ouro Preto para triagem e identificao at o gnero, sendo, logo aps, depositados na coleo entomolgica do mesmo laboratrio. Para se observar se houve abundncia das famlias e do total de Stratiomyidae coletadas por tipo vegetacional, utilizou-se a anlise de varincia (Underwood, 1997). RESULTADOS Aps o recolhimento das Malaises, coletou-se 228 indivduos, sendo estes de 3 subfamlias de Stratyiomidae: Clitellarinae, Hermetiinae e Sarginae. Triou-se em seguida os animais capturados at gnero e se fez uma anlise discriminante entre o gnero e o local de coleta. Merosargus (Sarginae) ocorreu em todas as reas coletadas, mas com maior freqncia na mata primria (LP= 54) e na mata secundria baixa (PC= 43). Para o gnero Sargus (Sarginae) houve maior ocorrncia na mata secundria alta (VI=14) e para Microchrysa (Sarginae) ocorreram mais indivduos na mata primaria (CA= 11). Em relao influncia do local de coleta com a subfamlia coletada, no se percebeu nenhum freqncia significativa entre estas variveis. Entretanto, ao se observar o efeito do local para os gneros de Stratyiomidae, percebe-se uma significante freqncia do gnero Microchrysa se comparado aos demais. Observa-se tambm uma alta freqncia nas coletas para os gneros Hermetia e Microchrysa. . CONCLUSO As diferenas encontradas entre os gneros de Strtyiomidae e os locais de coleta foram semelhantes a coletas anteriores feitas no PERD (Fontenelle, 2007). A maior freqncia de Merosargus (Sarginae) na mata primria (LP) e na mata secundria baixa (PC) pode ser explicada devido semelhana entre os recursos arbreos utilizados por estes animais (Fontenelle, 2007). A diferena destes locais, se comparados aos outros, est, portanto na qualidade destes substratos, com recursos mais atraentes a este gnero. Sargus (Sarginae) teve maior ocorrncia na mata secundria alta (VI). Este resultado tambm no se diferencia de estudos anteriores, especialmente os de Fontenelle, 2007. A principal explicao para isso est na existncia neste local de um de seus substratos mais atraentes: caules do gnero Heliconia em decomposio. Encontrou-se, tambm, significante presena de Microchrysa (Sarginae) na mata primria (CA) e no teste de anlise discriminante, possvel que a explicao seja devido s larvas de Microchrysa serem geralmente encontrados em serrapilheira e nas camadas superiores do solo (Rozkon 1998) e seus indivduos viverem em reas arborizadas e se reproduzirem de maro a setembro (Woodley, 2001), exatamente durante o perodo da coleta. Com relao falta dos outros 3 gneros nas coletas feitas em CA, pode-se perceber 3 diferentes situaes. Os Pteticus, em geral ocorrem em pequenas vegetaes de florestas tropicais midas (Chatzimanopolis, 2000) e, no caso do PERD, as coletas ocorreram em seu perodo seco. Os Hermetia, se reproduzem, em geral, nas estaes quentes e chuvosas (Sheppard et al. 1994) e a coleta foi feita durante o inverno, quando o tempo mais seco e os Cyphomya, em geral se desenvolvem perto de reservatrios de gua (Nartchuk,2007). Tendo em vista a data da coleta, possivelmente este substrato no foi encontrado pelos animais durante sua reproduo. J a alta freqncia obtida no teste de anlise discriminante para Hermetia pode ser explicado pelo fato de haver muita matria orgnica em decomposio no PERD, substrato utilizado comumente por estes animais para reproduo e oviposio (Tomberlin e Sheppard, 2002). Para se ter certeza destas concluses, recomenda-se mais estudos. PALAVRAS-CHAVE: Stratiomyidae, Malesia, Diversidade de Dpteros.

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    C.5.4. Ecologia DIFERENTES CARACTERSTICAS E COMPORTAMENTOS DA FAMLIA STRATIOMYIDAE (DPTERA)

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    Pedro Luiz Teixeira de Camargo21

    ,

    Julio Cesar Rodrigues Fontenelle22

    ,

    INTRODUO As conseqncias da busca desenfreada de desenvolvimento a qualquer preo nem sempre so animadoras, como a extino de espcies vegetais e animais, nem sempre descritas pela Cincia (Wilson, 1988). Alguns dos seres mais prejudicados, dentro desta premissa, so os Insetos. A causa para isso simples, pois a mesma a maior classe em nmero de espcies animais (cerca de 5 a 10 milhes) (Garcia, 1995). Dentro da classe Insecta, cabe destacar uma de suas ordens, as Dpteras. Este destaque vale por estes animais estarem presentes em praticamente todo o planeta, apresentando os mais diversos variados hbitos comportamentais e alimentares (Borror et. al, 1976). Um dado curioso, e ao mesmo tempo preocupante, a constatao de que estudos de comportamento com estes animais ainda so poucos, exceo dos dpteros que apresentem interesse econmico ou mdico (Lewinsohn & Prado, 2002). Ao se pensar sobre a importncia que o estudo do comportamento tem em relao preservao ambiental, como fornecer dados acerca da degradao de uma determinada regio (Snowdon, 1999), causa ainda mais estranheza to poucos experimentos sobre esta temtica. Exemplos de experimentos importantes sobre comportamento de Dpteras no faltam, como os insetos fitfogos, que Hdar et al., (2002) mostrou. Neste experimento, a distribuio destes animais pode oferecer dados sobre a abundncia de recursos. Outro caso sublime foram os experimentos com moscas, de Kennedy e Both (1951) que provaram que tanto o valor nutricional para as larvas, como o odor exalado, agem, conjuntamente, na escolha do substrato de ovipostura pelas fmeas. Aprofundando ainda mais na ordem Dptera, especificamente na famlia Stratiomyidae, a famlia das moscas-soldado, vem-se mais um paradoxo imenso: apesar destes animais possurem (at ento) doze subfamlias: Parhadestriinae, Chiromyzinae, Beridinae, Antissinae, Pachygastrinae, Clitellariinae, Hermetiinae, Raphiocerinae, Stratiomyinae e Nemotelinae (James& McFadden 1971), serem reconhecidos 375 gneros e 2800 espcies (Woodley, 2001) e a maioria dos integrantes desta famlia ser de espcies com importante papel na decomposio de matria orgnica (Stephens, 1975), os estudos sobre comportamento so nfimos, como se ver ao logo deste trabalho. METODOLOGIA O objetivo deste trabalho foi buscar atravs das mais diversas referncias bibliogrficas informaes sobre os diversos tipos de comportamento apresentado pelas 12 subfamlias de Stratiomyidae, porm, devido escassez de estudos, discorreu-se apenas sobre duas subfamlias: Hermetinae e Sarginae. RESULTADOS Para se facilitar o entendimento, optou-se por dividir esta parte em outras trs sub partes, cada uma falando um pouco sobre uma das subfamlias. 3.1. Hermetinae A espcie de Hermetinae com maior registro de comportamento a Hermetia illucens. Com uma distribuio enorme, chamada no sudeste dos Estados Unidos de black soldier fly (Tomberlin & Sheppard 2001). Como esta espcie s se alimenta no perodo larval, a no ser para tomar gua, no considerada uma praga (Tomberlin et al. 2002). Seus ovos, que variam entre 320 a 620 (Tomberlin et al. 2002) podem variar em tempo de ecloso, principalmente devido a temperatura, porm a mdia de 5 a 14 dias (Oliveira-Costa, 2003). Em relao ao comportamento reprodutivo, existem registros de estudos que mostram que os machos voam agregados em leque e que logo aps o acasalamento os indivduos morrem (Tomberlin e Sheppard, 2001). Soa interessante imaginar que uma mosca considerada benfica, tendo em vista o alto preconceito existente contra os Insetos de maneira geral (Holanda, 2003), mas este o caso da mosca soldado: como a maior parte dos Stratiomyidae, esta espcie tende a colonizar restos e detritos animais (Sheppard et al. 1994), reduzindo de maneira significativa as larvas de Musca domestica, essa sim considerada praga domstica, comumente presente em fezes animais (Sheppard, 1983). Por ter esta caracterstica necrfila, esta espcie de mosca tambm tende a estar presente em cadveres de mamferos, inclusive do ser humano, sendo, portanto, extremante importante para a medicina legal (Carvalho et al., 2000).Outra caracterstica desta espcie de mosca que tem sido bastante utilizada pelos seres humanos, tem sido seu uso como rao animal (Newton et al. 1977, Sheppard et al. , 1994). Larvas de soldado negro na fase pr pupal contm 42% de protena e 35% de gordura, alm de aminocidos e cidos graxos (Hale 1973). Outros trabalhos corroboraram com isto e foram alm, mostrando que estas larvas so importante fonte de nutrio para frangos, sunos (Newton et al. 1977) e tilpia (Bondari e Sheppard, 1987). O terceiro, e no menos importante uso da Hermetia illucens com relao aos problemas associados s acumulaes de estrume. Esta mosca pode reduzir a acumulao de esterco em at 56% (Sheppard et al.,1994) 3.2 Sarginae Esta subfamlia possui 23 gneros mundiais com 531 espcies, sendo nove gneros neotropicais, contendo 268 espcies. No Brasil,

    20

    Instituio de apoio e fomento do projeto: Nenhuma. 21 Autor, Bilogo, Mestrando em Sustentabilidade Scio Econmica e Ambiental, UFOP/MG. 22

    Co- autor, Doutor em Ecologia, Professor do IFMG/ Ouro Preto, MG.

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    atualmente sabe-se da existncia de 6 gneros e 63 espcies (Woodley 2001). Com tamanho pequeno a mdio, estas moscas apresentam uma grande variao na colorao e no formato do corpo (Woodley 2001). Os Sargianae so identificados com base, principalmente, no ltimo flagelmero antenal aristado e um nmero reduzido de flagelos no complexo basal (Woodley, 2009) Suas larvas podem ser coprfagas e sarconecrofitfagas, com importante participao no processo de reciclagem da matria vegetal (Ferreira e Cota, 2005). Podem-se observar tambm relatos da associao da larva de algumas espcies de Sarginae com Mangifera indica (Anacardiaceae), associando seu ciclo de vida ao ciclo da fruta e ao broto de bambu (Pujol-Luz e Leite, 2001). Para se encontrar com mais facilidade estas moscas-soldado adultas, pode-se observar os seus substratos preferidos, principalmente frutas podres, folhas de palmeiras, e rvores cortadas h pouco tempo (Woodley, 2001). O motivo para isso explicado pelo comportamento destes animais, uma vez que aps encontrarem estes substratos favorveis, os machos tendem a defender estes territrios, pois so nestes locais que as fmeas iro ovipor (Fontenelle, 2007). Ao se observar especificamente os machos de Ptecticus nigrifrons Enderlein, poder se perceber que estes ficam prximos a frutos de Gustavia superba Berg (Lecythidaceae). Possivelmente isto seja para proteger o substrato e, at mesmo as larvas recm ovipostas protegendo-os da aproximao de outros machos e, possivelmente, de potenciais predadores de suas larvas (Chatzimanolis, 2000, apud Fontenelle, 2007). Woodley, em 2001, relatou que diferentes espcies de Merosargus podem ser vistas em diversos substratos, possivelmente isto seja devido ao fato de sua especificidade na alimentao. Prova desta especificidade e do comportamento reprodutivo de Merosargus, so os experimentos de Fontenelle, 2007: Ao se colocar pedaos carnosos de Heliconia em um determinado local, aps certo tempo pde-se observar machos defendendo territrio, lutando com outros machos que apresentem risco ao seu substrato e copulando com as fmeas antes da oviposio. Com relao ao comportamento desta subfamlia, exceo destes dois gneros apresentados aqui (Pteticus e Merosargus), sabe-se ainda muito pouco sobre sua biologia, sendo cada vez mais necessrio estudos acerca de sua conduta de vida. . CONCLUSO Com este trabalho de reviso bibliogrfica acerca do comportamento de subfamlias de Stratyiomidae, pode-se concluir que ainda se sabe muito pouco sobre esta famlia de Dpteros sendo importante e fundamental mais pesquisa sobre seus diferentes tipos de comportamento. PALAVRAS-CHAVE: Stratiomyidae, Reviso Bibliogrfica, comportamento.

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    C.9. Imunologia AVALIAO DA POPULAO DE LINFCITOS DURANTE A INFECO MURINA POR LEISHMANIA (LEISHMANIA)

    AMAZONENSIS23

    Lenilton Silva da Silveira Jnior24

    [email protected]

    Mariana Silva-Almeida

    25

    [email protected]

    Franklin Souza da Silva26

    [email protected]

    Bernardo Accio Santini Pereira

    27

    [email protected]

    Geraldo Barroso Cavalcanti Jnior28

    [email protected]

    Carlos Roberto Alves

    29

    [email protected] INTRODUO Os parasitos do gnero Leishmania apresentam ampla distribuio mundial e podem acarretar casos clnicos com leses tegumentares ou viscerais, sendo os insetos flebotomneos os vetores de transmisso da doena. Segundo estatstica da Organizao Mundial de Sade (OMS) as leishmanioses pertencem ao grupo das doenas mais negligenciadas do mundo, com investimentos extremamente limitados em diagnstico, tratamento e controle. As leishmanioses, segundo OMS so endmicas nas regies tropicais e subtropicais, abrangendo cerca de 98 pases ou territrios, atingindo principalmente a populao de pases em desenvolvimento, onde mais de 350 milhes de pessoas esto sob risco de contrair a infeco. Estima-se, que 12 milhes de casos existam no mundo inteiro, com 2 milhes de novos casos ocorrendo a cada ano, sendo 0.5 milhes de Leishmaniose Visceral e 1.5 milhes de Leishmaniose Tegumentar. No Brasil, alm de serem descritas ambas as formas clnicas, vrias espcies de Leishmania podem ser encontradas, o que constitui um quadro endmico com caractersticas prprias das nossas questes de sade pblica. Neste pas, as trs principais espcies envolvidas na infeco so Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania (Viannia) guyanensis e Leishmania (Leishmania) amazonensis. METODOLOGIA Neste estudo ns realizamos um monitoramento cintico, ex vivo, da resposta imune do hospedeiro, induzida durante infeco experimental murina por L. (L.) amazonensis, durante 20 semanas. Fmeas de camundongos BALB/c foram inoculadas subcutaneamente no coxim plantar esquerdo com 106 promastigotas de fase estacionria. A cintica da leso foi expressa pela medida da rea da leso, em milmetros quadrados (mm2), do coxim plantar infectado em relao ao contralateral no infectado, de um grupo de cinco animais. A eutansia dos animais foi feita em cmara de CO2, conforme os princpios ticos em pesquisa animal do Colgio Brasileiro de Experimentao Animal (COBEA). Os linfonodos poplteos drenantes da leso (LNs) foram removidos com assepsia e aps a dissociao das clulas, as mesmas foram lavadas em RPMI 1640 (3x, 500 g, 10 minutos, 4C) e incubadas (1h, 4C) com soluo para bloqueio de ligaes inespecficas (RPMI 1640 contendo 5% de SFB e 10% de soro de carneiro). Ainda no tampo de bloqueio, as clulas foram processadas para os ensaios de citometria de fluxo (FACS - fluorescence-activated cell sorting) para os seguintes marcadores de superfcie: CD3, CD4, CD8 e CD19. Camundongos no infectados foram utilizados como controle dos ensaios. RESULTADOS

    23

    Instituio de apoio e fomento do projeto: CNPq/FAPERJ/CAPES/FIOCRUZ. 24 autor, Doutorando em Biologia Parasitria no Instituto Oswaldo Cruz IOC. 25

    Doutoranda em Biologia Parasitria no Instituto Oswaldo Cruz IOC. 26

    Doutorando em Biologia Parasitria no Instituto Oswaldo Cruz IOC. 27

    Ps-Doutorando em Biologia Parasitria no Instituto Oswaldo Cruz IOC. 28

    Doutor em Biologia Celular e Molecular na Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. 29 orientador, Doutor em Biologia Celular e Molecular no Instituto Oswaldo Cruz IOC.

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    Os resultados de FACS indicaram que o perfil de linfcitos definido na primeira semana de infeco e caracterizado por elevados nveis de linfcitos B e por uma diminuio de linfcitos T. O percentual de linfcitos B foi trs vezes maior quando comparado com o dos camundongos no infectados e os linfcitos T eram 1,5 vezes mais baixo. Estes valores permaneceram constantes ao longo da infeco at o ultimo ponto analisado. Foi observado um discreto aumento (0.3 a 0.5) na relao CD8+/CD4+ nos animais infectados, enquanto nos no infectados esta relao permaneceu em torno de 0.35, at o ltimo dia do estudo. Quanto evoluo da leso experimental, os camundongos apresentaram leses mensurveis a partir da quarta semana de infeco (2,54 1,54 mm2), com as mesmas alcanando uma rea final de 95,67 0,66 mm2 na 16 semana, mantendo-se este valor constante at a 20 semana de infeco.. CONCLUSO A citometria de fluxo com mltipla marcao foi uma ferramenta til para descrio dos tipos celulares (linfcitos), que ocorrem ao longo da infeco do camundongo BALB/c por L. (L.) amazonensis, demonstrando que durante o curso da infeco experimental h uma tendncia ao aumento da relao CD8+/CD4+ no grupo infectado, quando comparado com o grupo no infectado. Alm disso, dados indicam uma tendncia ao aumento dos linfcitos B CD19+ contrapondo com uma tendncia a diminuio dos linfcitos T CD3+ no grupo infectado, quando comparado com o grupo no infectado, sendo a predominncia de linfcitos B um fator que no protege o hospedeiro contra Leishmania, estando de acordo com a cronicidade da infeco e o desenvolvimento da leso. Os dados gerados neste trabalho indicaram uma flutuao na populao dos linfcitos T e B. Nossa perspectiva avaliar o perfil de citocinas produzido durante a infeco e correlacion-lo com a flutuao dos linfcitos, alm de estudos histopatolgicos que demonstrem o efeito da infeco no stio de inoculao do parasito e no linfonodo drenante da leso. PALAVRAS-CHAVE: Camundongos BALB/c, Leishmania (Leishmania) amazonensis, Linfcitos.

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    C.9.3. Imunogentica META-ANLISE DE EXPRESSO GNICA GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO DE LINFCITOS T MURINOS

    30

    Cintia Cristina Palu31

    [email protected]

    Leandra Linhares Lacerda

    32

    [email protected]

    Marcelo Ribeiro-Alves33

    [email protected]

    Wilson Savino

    34

    [email protected] INTRODUO Linfcitos T so de fundamental importncia para a imunidade adaptativa. Seus precursores so gerados na medula ssea e migram para o timo, onde sofrem diferenciao, gerando linfcitos T maduros, os quais colonizaro os rgos linfides perifricos. Dentro do timo, os timcitos em desenvolvimento migram e se diferenciam, sendo submetidos a um processo de seleo complexo, o qual possibilita a deleo de clulas T que expressam receptores potencialmente prejudiciais. Os timcitos podem ser divididos em subpopulaes conforme seu estgio de desenvolvimento, os quais so determinados pela presena das molculas CD4 ou CD8 em sua superfcie. Inicialmente ambas as molculas no so expressas, e esses timcitos so denominados duplo-negativos (DN). Eles migram e proliferam no rgo, tornando-se duplo-positivos (DP) CD4+ CD8+. As clulas que sobrevivem a essa seleo, iro completar a diferenciao, expressando somente uma das duas molculas, sendo chamadas de simples positivas (SP). Sinais mltiplos fornecidos pelo microambiente tmico composto principalmente por clulas epiteliais tmicas induzem a proliferao, migrao e diferenciao dos timcitos. Este trabalho enfoca as redes moleculares envolvidas no desenvolvimento de timcitos. METODOLOGIA Utilizando recursos de bioinformtica, reanalisamos e integramos dados de expresso gnica em timcitos, disponveis no Gene Expression Omnibus (GEO), com o objetivo de descobrir novas vias, processos biolgicos e compreender a regulao gnica envolvida nesse processo. Buscamos no GEO dados ex vivo de microarranjo de timcitos murinos, separados em subpopulaes conforme os estgios de desenvolvimento. Todas as anlises foram feitas no software R, usando bibliotecas do Bioconductor. Quando necessrio, a biblioteca AnnotationDbi foi utilizada para mapear as sondas, enquanto que as anlises de expresso diferencial foram estimadas por contraste de modelos lineares ajustados usando a biblioteca limma. Em seguida, fizemos anlises de enriquecimento para caracterizar a lista de genes diferencialmente expressos usando testes hipergeomtricos implementados nas bibliotecas genefilter e GOstats. RESULTADOS No total, onze experimentos disponveis no GEO estavam de acordo com o critrio de seleo, contabilizando 173 lminas de microarranjo. Todos enfocaram o desenvolvimento de linfcitos T: dois analisaram alteraes induzidas por tratamentos com substncias qumicas, oito compararam variaes genticas versus controle e dois apenas avaliaram modificaes entre os estgios de desenvolvimento. As clulas DP foram a subpopulao mais investigada, pois durante esta fase que as clulas so submetidas seleo. A maioria dos genes expressos diferencialmente estava envolvida com replicao celular. De trinta e quatro comparaes, vinte e nove possuam genes expressos diferencialmente (p-valor 0,05) e foram utilizados posteriormente para anlise de enriquecimento. Observamos que estavam enriquecidos 790 processos biolgicos, 150 componentes celulares,174 funes moleculares, 88 vias do KEGG (Kyoto Encyclopedia of Genes and Genomes) e 231 domnios Pfam (p-valor 0,001), sugerindo que esses so processoschave no desenvolvimento de timcitos.. CONCLUSO A associao entre conjuntos de genes co-expressos e processos biolgicos enriquecidos, bem como vias de sinalizao, componentes celulares, funes moleculares e domnios PFAM, nos permitir compreender melhor o papel desses genes na diferenciao de timcitos e sero teis para guiar pesquisas futuras nos processos moleculares do desenvolvimento dos

    30

    Instituio de apoio e fomento do projeto: CNPq, FAPERJ, CAPES, FIOCRUZ. 31

    Autor, Laboratrio de Pesquisas sobre o Timo, Instituto Oswaldo Cruz, Fundao Oswaldo Cruz. 32

    Laboratrio de Pesquisas sobre o Timo, Instituto Oswaldo Cruz, Fundao Oswaldo Cruz. 33

    Laboratrio de Pesquisas sobre o Timo, Instituto Oswaldo Cruz, Fundao Oswaldo Cruz. 34

    Laboratrio de Pesquisas sobre o Timo, Instituto Oswaldo Cruz, Fundao Oswaldo Cruz.

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    mesmos. Posteriormente, selecionaremos conjuntos de genes com perfil de expresso semelhante, para confirmao experimental das hipteses geradas. PALAVRAS-CHAVE: expresso gnica; diferenciao de timcitos; meta-anlise de expresso gnica global.

    D.1. Enfermagem IDENTIFICAO ORGANIZACIONAL DE ENFERMEIRAS DE DIFERENTES GERAES EM UM HOSPITAL PBLICO DE BELO

    HORIZONTE35

    Daniela Soares Santos36

    [email protected]

    Marlia Alves

    37

    [email protected]

    Adriane Vieira38

    [email protected]

    INTRODUO Nos ltimos anos, pesquisas relacionadas aos aspectos comportamentais e culturais nas organizaes tm obtido crescimento significativo. Tal fato justifica-se devido ao crescente reconhecimento da importncia da relao indivduo e organizao, atrelada ao fato destas pesquisas fornecerem subsdios importantes para o desenvolvimento de polticas institucionais direcionadas ao fortalecimento dos vnculos dos trabalhadores com a sua instituio de trabalho (ABREU, 2007).Em estudos sobre comportamento, a identificao organizacional entendida como o processo no qual as crenas do sujeito sobre a organizao de trabalho tornam-se referncias para sua identidade, ou seja, o indivduo integra alguns atributos dessa organizao sua autodefinio (ASHFORTH; MAEL, 1989). Alm disso, o fato de estar vinculado a uma organizao institui uma espcie de mentalidade coletiva, com a qual o indivduo assimila suas regras e normas de comportamento e estabelece vnculos afetivos com os sujeitos com os quais convive no ambiente de trabalho. Percebe-se uma tendncia dos indivduos se identificarem com as organizaes, principalmente quando elas representam uma possibilidade de conexo com seus atributos e desejos pessoais. A identificao organizacional pode ser diferente em funo de vrios fatores, entre eles, as diferenas geracionais. Com o aumento da expectativa de vida da populao e a estabilidade no emprego, no caso das instituies pblicas, pode-se considerar que as pessoas tendem a permanecer mais tempo nessas organizaes. Desta forma, torna-se cada vez mais frequente a existncia de trs ou mesmo quatro geraes diferentes no trabalho, cada uma com suas caractersticas relacionadas aos momentos histricos em que nasceram, viveram e aprenderam, necessitando conciliar valores e maneiras de trabalhar (OLIVEIRA, 2010). A classificao das geraes adotada neste estudo foi proposta por Conger (2002), sendo: A Gerao Silenciosa (1923 a 1942), constituda por executivos dos anos 1950 a 1970, leal s empresas em que trabalhavam e delas receberam lealdade em troca. Na Gerao Baby Boom, (1943 a 1964), assiste-se runa das posies de autoridade e, em uma proporcionalidade inversa, cresce a independncia reduzindo-se a obedincia. Os membros da Gerao X (de 1965 a 1981) mostram-se avessos hierarquia, preferem trabalho em equipe e desejam um funcionamento comunitrio para a empresa. Por fim, a Gerao Y (nascidos a partir de 1982) que no foi abordada por Conger (2002), mas tem sido amplamente debatida pela mdia e pelas organizaes. marcada por caractersticas relacionadas com ritmo de mudana, acesso informao e era das conexes. Com o mundo mais favorvel liberdade de expresso, os jovens Y conseguem se preocupar com valores esquecidos como vida pessoal, bem-estar e enriquecimento pessoal (OLIVEIRA, 2010).Ao abordar as diferentes geraes de enfermeiras vale salientar que h predomnio de mulheres e a profisso, em seu conjunto, vista como majoritariamente feminina. Em relao ao setor hospitalar, as mulheres correspondem a cerca de 75% dos trabalhadores, sendo que na enfermagem este valor geralmente excede os 85% (OMS, 2008). Alm disso, a enfermagem constitui o maior grupo profissional nas instituies hospitalares, representando 48% da fora de trabalho do hospital estudado.Desta forma, este estudo tem como objetivo analisar a identificao organizacional de enfermeiras de diferentes geraes em um hospital pblico de Belo Horizonte. A escolha da temtica tem como base as caractersticas de uma profisso predominantemente feminina e de maior representatividade no setor hospitalar, bem como as diferentes contribuies e complementaridade dos conhecimentos, atitudes e habilidades de diferentes geraes no contexto hospitalar. METODOLOGIA

    35

    Instituio de apoio e fomento do projeto: Apoio financeiro do CNPq. Trabalho inserido em um grande projeto submetido ao edital MCT/CNPq/SPM-PR/MDA N 020/2010, obtendo aprovao e financiamento pelo CNPQ. 36

    Autora, Doutorado em Enfermagem na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG 37 Orientadora, Doutora em Enfermagem na Universidade de So Paulo USP. 38

    Prof do Curso Gesto em Sade da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais.

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    Trata-se de um Estudo de Caso descritivo-analtico, desenvolvido por meio de uma abordagem qualitativa. O cenrio escolhido para a realizao da pesquisa foi um hospital geral, pblico e de ensino localizado em Belo Horizonte MG que possui 409 leitos e um quadro de 2553 funcionrios, sendo a enfermagem composta por 1226 trabalhadores, dos quais 181 so Enfermeiros (148 mulheres e 33 homens). Para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada, sendo realizadas 13 entrevistas, gravadas com a autorizao prvia dos entrevistados e, em seguida, transcritas para assegurar a fidedignidade dos dados no processo de anlise e a identificao por grupo etrio. A anlise dos dados foi realizada por meio da Anlise de Contedo, que permite investigar os textos escritos e a interao verbal (formal e informal) que se processa entre as pessoas nas organizaes (BARDIN, 2008).As participantes foram previamente informadas acerca do trabalho e consultadas quanto ao interesse em participar voluntariamente da pesquisa. Todas as enfermeiras, sujeitos da pesquisa receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), respeitando a Resoluo 196/96, do Conselho Nacional de Sade, que norteia as pesquisas realizadas com seres humanos (BRASIL, 1996). RESULTADOS Ao abordar a identificao das enfermeiras entrevistadas com o hospital, primeira vista, parece haver similaridade de opinies entre as diferentes geraes a cerca desta temtica. No entanto, ao aprofundar a anlise levando em considerao aspectos subjetivos percebidos nas entrevistas tornou-se possvel reconhecer que a identificao ocorre de forma e intensidade diferenciadas de acordo com as geraes. Por um lado, as enfermeiras das geraes Baby Boom demonstram apego, vnculo e at mesmo certo saudosismo ao falar sobre o hospital e sua histria, colocando-se na posio de integrante dessa histria e reconhecem o hospital como uma segunda famlia. Alm disso, as participantes da gerao Baby Boom sentem-se mais comprometidas e vinculadas ao hospital, tendo clareza de suas obrigaes e reclamam das enfermeiras de outras geraes mais novas, atribuindo-lhes menor comprometimento com o hospital, embora reconheam o diferencial do conhecimento atualizado, principalmente em relao s novas tecnologias. Por outro lado, as geraes mais jovens (X e Y) identificam-se com a instituio, mas demonstram que este processo de identificao est condicionado ao atendimento de seus anseios profissionais e pessoais. Verifica-se que h reconhecimento e valorizao do hospital, enquanto este atender s suas expectativas e que s vale a pena permanecer em uma organizao se ela contribuir para a construo da carreira almejada, caracterstica marcante presente nos relatos da gerao Y. As nuances percebidas no processo de identificao das entrevistadas demonstram haver fatores capazes de influenciar a forma e a intensidade da identificao organizacional. Assim, possvel afirmar que cada sujeito interpreta e constri de forma singular a sua identificao com a instituio, a partir dos valores e crenas que acredita serem distintos, centrais e duradouros na organizao da qual faz parte. E a maneira como cada sujeito constri e interpreta a realidade em que vive condizente com suas vivncias e experincias adquiridas ao longo da vida. H diferenas no processo de identificao organizacional apontado como vnculos, obrigaes, deveres, realizao, satisfao, experincias acumuladas, relaes interprofissionais e interpessoais e, sobretudo, expectativas de carreira na organizao. A gerao Baby Boom e parte da gerao X parecem satisfeitas e confortveis onde esto, o que pode ser resultado de estabilidade e amadurecimento profissionais, ou caractersticas das prprias geraes. A Gerao Y mostra-se mais inquieta e aberta a novas experincias, em um processo de busca que esta apenas comeando.. CONCLUSO Ao analisar a identificao organizacional e com o trabalho nas geraes estudadas, de maneira geral, pode-se considerar que as enfermeiras Baby Boomers vestem a camisa da instituio, aceitam o hospital como , mesmo reconhecendo suas deficincias e so leais instituio. Algumas enfermeiras da gerao X e, principalmente, as enfermeiras da gerao Y tendem a permanecer no hospital enquanto este atender s suas expectativas profissionais, so mais leais profisso e aos seus anseios pessoais e profissionais.A identificao organizacional est vinculada maneira como os indivduos vem a instituio e incorporam caractersticas desta ao seu autoconceito. Pode-se considerar que maior satisfao no trabalho corresponde a um maior empenho e dedicao do profissional em prestar uma assistncia de qualidade, refletindo em melhorias para o usurio. Para tal, outros aspectos importantes devem ser considerados como remunerao condizente com a funo exercida, autonomia para tomar decises, valorizao do trabalho, possibilidades de crescimento profissional e reconhecimento pessoal.Este estudo permitiu a compreenso da importncia de se adotar, na gesto de pessoas de uma organizao hospitalar, uma poltica de valorizao das necessidades e objetivos de cada grupo de trabalhadores, levando em considerao aspectos capazes de interferir no processo de identificao com a organizao. E, no momento atual, de grandes esforos para a implantao de avaliao da qualidade, estes aspectos devero ser considerados. Sugere-se estudos mais amplos, envolvendo todo o pessoal do hospital, considerando que este estudo aplica-se somente s enfermeiras do hospital estudado, no sendo passvel de generalizaes para outras organizaes. PALAVRAS-CHAVE: Identificao Organizacional, Enfermagem, Geraes.

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    D.3.1. Epidemiologia UTILIZAO DA ANLISE ESPACIAL PARA DEFINIO DE REAS PRIORITRIAS PARA IMPLEMENTAODAS AES DA

    VIGILNCIA DA LEISHMANIOSE VICERAL39

    David Soeiro Barbosa40

    [email protected]

    INTRODUO Tcnicas de anlise espacial podem ser teis para fornecer subsdios tomada de decises e favorecer um planejamento estratgico para a alocao de recursos e implantao de medidas de controle da Leishmaniose Visceral (LV). Diversas pesquisas na rea vm sendo realizadas no Brasil, tanto no nvel municipal, quanto estadual, porm observa-se que ainda h necessidade de explorar seu potencial para utilizao nos servios de sade. A Leishmaniose visceral constitui-se como um dos grandes entraves na sade pblica do Brasil e no mundo e possui ampla distribuio territorial. Alm disto, um importante problema de sade pblica no Maranho (particularmente na capital, So Lus). A partir destes fatos nota-se a importncia da realizao de estudos que evidenciem a distribuio espacial e temporal da LV, discutindo a utilizao de ferramentas de anlise espacial na definio de reas de vigilncia e controle da doena. O deste estudo foi avaliar estratgias para a identificao de reas prioritrias para a vigilncia da leishmaniose visceral (LV) em municpios com transmisso intensa. METODOLOGIA Realizou-se um estudo ecolgico utilizando dados secundrios referentes ocorrncia da LV em um municpio considerado de transmisso intensa pelo Ministrio da Sade (So Lus, Maranho, Brasil). Neste, a estrutura espacial das taxas de incidncia de LV humana e a media de casos humanos e caninos em 355 localidades do municpio, agregadas em 203 unidades de analise, foram avaliadas no perodo de 2005-2007. Para analise do padro espacial, foram utilizados os ndices de Moran Global (I) e local, este permitiu a elaborao do Moran Map e os mapas de espalhamento de Moran (Box Map), ambos obtidos por meio do software TerraView 3.6.0. RESULTADOS Constatou-se baixa correlao espacial no ndice de Moran Global para a incidncia humana (I=0,138, p=0,04). O mesmo ocorreu para a mdia de casos humanos (I=0,175 p=0,02) e caninos (I=0,268, p=0,01). Com vistas definio das reas prioritrias, considerando a incidncia humana, o Moran Map evidenciou 16 reas criticas (54 localidades) para ocorrncia da doena (p.0,01). Secundariamente, poderiam ser adicionadas a este conjunto as 9 reas que no se mostraram significativas no Moran Map, mas que foram consideradas prioritrias no Box Map, compreendendo 82 localidades. As 18 reas com ocorrncia de casos caninos e humanos na mesma unidade de analise devem ser as prximas a serem priorizadas, estas somadas as demais totalizam 121 localidades (34% do total de localidades do municpio).. CONCLUSO Acreditamos que o mtodo proposto e uma estratgia factvel, fornecendo subsdios tomada de decises e favorecendo um planejamento estratgico para a alocao de recursos e implantao de medidas de vigilncia da doena em contextos similares, visando obteno de resultados mais efetivos no controle da doena. PALAVRAS-CHAVE: Leishmaniose Visceral; Vigilncia epidemiolgica..

    39

    Instituio de apoio e fomento do projeto: Fundao Oswaldo Cruz / Fundao de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico do Maranho (FIOCRUZ/FAPEMA). 40 Autor, Doutorando em Epidemiologia em Sade Pblica da Escola Nacional de Sade Pblica Srgio Arouca Fundao Oswaldo Cruz RJ.

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    D.3.5. Sade Coletiva O CONTROLE SOCIAL COMO DISPARADOR DE MUDANAS NOS SERVIOS DE SADE SOBRE O PROCESSO SADE-DOENA-

    CUIDADO41

    Maira Heise42

    [email protected]

    Elida Maria Rodrigues Moraes

    43

    [email protected]

    Daniel de Oliveira Santo44

    [email protected]

    Marilia Rodrigues dos Santos

    45

    [email protected]

    Terezinha de Fatima Rodrigues46

    [email protected]

    INTRODUO No Brasil, aps a criao do Sistema nico de Sade em 1988, a sade passa a ser direito de todos e dever do estado. O exerccio do controle social e participao popular foram garantidos, como principais formas de interveno da sociedade nas questes governamentais. Apesar dos avanos nas polticas de sade do pas, que valorizam novas prticas e tecnologias de cuidado, sua implementao nos servio tem se dado lentamente. Dessa forma, o Governo criou o Programa de Residncia Multiprofissional em Sade (PRMS) com o objetivo de formar profissionais habilitados a atuar nessa nova perspectiva. O presente estudo tem como objetivo fomentar a importncia do controle social sobre as intervenes realizadas pela equipe de residentes multiprofissionais e sua ressonncia nos servios METODOLOGIA Os residentes do PRMS atuam em unidades de ateno primria e terciria do municpio de Santos, estado de So Paulo, nas linhas de cuidado: sade da mulher e recm-nascido, criana e adolescente, adulto e idoso e sade mental. As intervenes direcionadas aos usurios, pautadas por acolhimentos, atendimentos compartilhados e trabalhos com grupos, promovem espaos de reflexes e orientaes sobre seus direitos e mecanismos disponveis de controle social. A sensibilizao dos trabalhadores de sade, para a redefinio de aes junto aos usurios, resultou na efetivao de direitos como visita da gestante a maternidade municipal, presena do acompanhante durante o parto, compreenso do direito e no obrigatoriedade dos cuidadores de crianas e idosos acompanharem internao hospitalar em perodo integral. Estas experincias mostram possibilidades e importncia de aes voltadas discusso de direitos e como acess-los, potencializando as mudanas nos servios de sade. RESULTADOS Foi percebido que, muitas vezes, o protagonismo dos usurios no ambiente organizacional, era tido como algo no esperado e no desejado pelos trabalhadores da sade, causando visvel desconforto. Quando lanavam questionamentos e reivindicava seus direitos eram taxados como usurios no colaborativos. Direitos como a visita maternidade antes do parto e presena de acompanhante durante o mesmo, a ausncia das mes para resoluo de problemas pessoais durante o perodo de internao de seus filhos, somente so garantidos se as usurias reivindicam e demonstram conhecimento do mesmo, por exemplo. Outros como negar-se ser sujeito de estudo de internos e residentes mdicos, ainda que reivindiquem, no so aceitos.. CONCLUSO Dessa forma, o Programa de Residncia Multiprofissional, insere nesse cenrio um movimento instituinte das prticas pautadas na desconstruo desse modelo biomdico, traando um conjunto de prticas disparadoras do cuidado integral, tanto para os prprios profissionais, quanto para a comunidade.

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    Instituio de apoio e fomento do projeto: Universidade federal de Sao Paulo. 42 Residente Multiprofissional da Universidade Federal de Sao Paulo. 43

    Residente Multiprofissional da Universidade Federal de So Paulo. 44

    Residente Multiprofissional da Universidade Federal de So Paulo. 45

    Residente Multiprofissional da Universidade Federal de So Paulo. 46

    Orientador, Doutor em Servico Social na Pontificia Universidade Catlica de So Paulo.

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    ISBN 978-85-61839-08-6

    PALAVRAS-CHAVE: Controle social, saude publica, residencia multiprofissional.

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    F. Cincias Sociais Aplicadas VITRIA DE SANTO ANTO E A INTERIORIZAO DO DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO

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    Anderson Diego Farias da Silva48

    [email protected]

    INTRODUO Este estudo busca identificar as potencialidades existentes e destacar os desafios para que o municpio de Vitria de Santo Anto, localizado na Zona da Mata Pernambucana, atraia e consolide os empreendimentos impulsionados pelo atual ciclo de interiorizao do desenvolvimento vvido no Estado de Pernambuco. Para tanto, foi desenvolvida uma investigao acerca da histria de Vitria desde o seu povoamento, em 1626, at os dias atuais, destacando-se a instalao de importantes empreendimentos, como as Fbricas da Sadia e Kraft Foods, o Gasoduto da Companhia Pernambucana de Gs (Copergs), os campi da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Alm disso, foi desenvolvido um estudo sobre os impactos sofridos pelos municpios do interior com a chegada desses novos negcios e com a ampliao dos investimentos em reas estratgicas, como a sade, segurana pblica, educao, infraestrutura, habitao e meio-ambiente. O trabalho mostra alguns resultados j obtidos, alm de sugerir aes necessrias para consolidar tais investimentos. Por fim, so avaliadas as aes de Marketing e Comunicao, Tursticas e Tecnolgicas desenvolvidas, bem como formuladas proposies com feitos a superar os desafios que se apresentam Cidade de Vitria. METODOLOGIA Para a construo do estudo, foram utilizadas pesquisas em livros, revistas e jornais em circulao, consultas a textos e artigos acadmicos, alguns desses extrados da Rede Mundial de Computadores. Alm da consulta a livros, revistas, legislaes e demais estudos dos rgos pblicos. Utilizaram-se informaes adquiridas atravs de entrevistas semi-estruturadas realizadas com lideranas e representantes de entidades de vrios setores que contriburam no fomento do ciclo de interiorizao do desenvolvimento no Estado de Pernambuco, especificamente, observando os impactos no municpio de Vitria de Santo Anto. Todos os sujeitos foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada, isto , houve um roteiro previamente estabelecido, como tambm, houve espao para a elucidao de elementos que poderiam surgir de forma imprevista ou informaes espontneas dadas pelos entrevistados. Foram organizadas reunies com agendamento prvio com os entrevistados, e foram disponibilizados atravs de e-mail e impressos os questionrios semi-estruturados. Para que as informaes prestadas pudessem ter suas respostas condizentes com os objetivos deste estudo. As pesquisas bibliogrficas foram realizadas em Bibliotecas pblicas, como tambm, em acessos atravs da Rede Mundial de Computadores. RESULTADOS Foram ouvidos representantes do poder pblico, alm de profissionais da sade, meios de comunicao, estudantes, religiosos, atletas, professores, juristas, empreendedores, lideranas polticas, dentre outros. Com as entrevistas, alm dos subsdios fornecidos pelas pesquisas bibliogrficas, pode-se compreender e retratar alguns dos impactos causados pela interiorizao do desenvolvimento. Porm, constatou-se que para ampliarmos estes investimentos e alavancarmos as economias destas regies beneficiadas, algumas medidas importantes devero ser empreendidas, tais como: a) a realizao de uma profunda reforma urbana nas cidades do interior do Estado. Levando-se em considerao o inchao dos grandes centros urbanos, torna-se fundamental a melhoria da infraestrutura destas Cidades; b) uma extensa reforma educacional, levando em conta a necessidade de formar e qualificar pessoas. Vale salientar que preciso uma [re]educao acerca da melhor forma de utilizao dos recursos naturais no-renovveis; c) ampliao do dialogo entre as diversas esferas do Governo, contribuindo na simplificao dos tributos e na desburocratizao dos servios. Outro vis deste estudo foi analisar o que representam estes investimentos na vida das pessoas que vivem no interior do Estado.. CONCLUSO O momento econmico vivido pelo Estado de Pernambuco reflexo de um conjunto de aes que esto sendo empreendidas nos ltimos anos em todo o Pas. Basta olharmos os ndices de crescimento e desenvolvimento do Brasil. Nota-se o Estado de Pernambuco, como o propulsor na atrao de recursos e na instalao de empreendimentos no Nordeste. Isso se deve a dois fatores: primeiro, pelas caractersticas histricas do Estado em atrair grandes empreendimentos, segundo, pela execuo de projetos e a realizao de aes do Governo do Estado em parceria com a iniciativa privada na melhoria das condies do Estado. O Municpio de Vitria um exemplo deste novo ciclo, pois a Cidade vem sendo beneficiada com a chegada destes investimentos. Porm, como j assinalado, o municpio ter diversos desafios, fruto dos impactos sofridos por falta de planejamento e estruturao. De uma forma geral, os resultados apresentados sugerem ser esta uma linha de investigao promissora, na qual diversas questes futuras podero ser elencadas. Este estudo permitiu compreender alguns aspectos relevantes do processo de Interiorizao do desenvolvimento de Pernambuco.

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    Instituio de apoio e fomento do projeto: Universidade de Pernambuco. 48

    Mestrando em Administrao na Universidade Federal de Pernambuco UFPE.

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    ISBN 978-85-61839-08-6

    PALAVRAS-CHAVE: 1. INTERIORIZAO DO DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO; 2. VITRIA DE SANTO ANTO; 3. POTENCIALIDADES E DESAFIOS.

    F.10.3. Comunicao Visual INFLUNCIAS DE CARTIER-BRESSON SOBRE FOTOJORNALISTAS BRASILEIROS ATUAIS

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    Sara Lemes Perenti Vitor50

    [email protected]

    INTRODUO A pesquisa busca provar a influncia do fotgrafo francs Henri Cartier-Bresson (1908-2004), considerado como o mestre do fotojornalismo, sobre alguns fotojornalistas brasileiros atuais, mais especificamente sobre Flvio Damm (1928), Marcelo Buainain (1962) e Tuca Vieira (1974). O fotgrafo francs Henri Cartier-Bresson vm influenciando fotojornalistas do mundo todo h dcadas, devido sensibilidade e importncia de suas fotos. A proposta do instante decisivo, defendida por ele, uma busca constante, uma espreita, uma ateno, mas que se adqua a cada poca. Alm dessa caracterstica marcante em sua obra, outras facilmente destacadas so: o fato de sempre fotografar em preto-e-branco e de apurar com cuidado a composio e o arranjo dos elementos plsticos que repercutem no personagem central, como se tudo estivesse sob o controle do olhar fotogrfico em uma busca pelas formas e organizao da cena atravs de seu olhar gemetra. Observando assim as caractersticas dos fotgrafos citados e comparando s observadas nas fotos de Cartier-Bresson, torna-se possvel comprovar sua influncia ainda atual sobre fotgrafos brasileiros. METODOLOGIA A anlise ocorrer com base na Teoria da Imagem a partir de uma organizao das caractersticas de cada fotografia em nvel contextual (parmetros tcnicos), morfolgico (elementos morfolgicos), compositivo (sistema sinttico e compositivo, espao de representao e tempo de representao) e enunciativo (articulao do ponto de vista), de forma a observar diversas caractersticas nas fotos selecionadas. Em um primeiro momento, apresentada como se proceder a anlise, expondo brevemente o que se trata cada nvel da anlise propriamente dita. Posteriormente, ocorre uma rpida passagem pela trajetria e histria de cada fotgrafo, de forma a contextualizar sua formao profissional e, finalmente, so apresentadas as fotos analisadas e respectivas anlises sobre elas, tendo sido selecionadas cinco fotografias de cada fotgrafo, em busca de caractersticas que identifiquem cada um deles, incluindo Cartier-Bresson. Ocorrer ento uma anlise comparativa entre as caractersticas principais encontradas em cada fotgrafo com as de Cartier-Bresson, de forma a comprovar a influncia do mesmo sobre os demais fotgrafos brasileiros. RESULTADOS Notam-se semelhanas desde a histria de alguns fotgrafos, coincidncias na trajetria, principalmente entre Flvio Damm e Cartier-Bresson, como o fato de ambos formarem agncias fotogrficas importantes. Os trs fotgrafos so influenciados diretamente por Bresson, principalmente no que se refere a busca do Instante Decisivo na cena, que pode ser observado em todas as fotografias selecionadas na pesquisa. J em questo fotografia em preto-e-branco, Flvio Damm e Marcelo Buainain tem destaque em relao a busca da realidade nesse tipo de imagem, priorizando-a, e na iluminao natural assim como trabalha Cartier-Bresson, enquanto Tuca Vieira no tem esse como o ponto principal de suas imagens, mas apenas de algumas delas. A influncia de Bresson que pode ser notada mais relevante em Tuca Vieira o olhar gemetra, tambm uma marca de Bresson. Outras caractersticas encontradas nas maiorias das fotografias que podem ser equiparadas dizem respeito ao ritmo, a tenso, a distribuio de pesos, a espontaneidade na cena e a seqencialidade, alm da captura da cena altura dos olhos, a busca de equilbrio na imagem, nas linhas, contando com pontos de fuga, na busca do equilbrio na foto e o instante mximo da cena. . CONCLUSO A partir de tais anlises pode-se comprovar que a influncia de Cartier-Bresson ainda atual, apesar de tantas mudanas relacionadas a maneira de fotografar e ver a imagem. O Instante Decisivo do fotgrafo no deixa de ter importncia, apenas atualiza-se. A busca por uma fotografia mais real, que sensibilize e mostre o momento mximo da cena, nunca deixa de ter importncia, assim como Bresson pensava a fotografia. Mesmo com os cliques seguidos e rpidos atuais, alguns fotgrafos ainda se preocupam com a forma na imagem, observam as fotografias do mestre e buscam esse olhar de Bresson nas cenas que fotografam, situando a luz, o enquadramento, na espera desse auge, na captura de um instante nico. Nas fotografias em preto-e-branco normalmente mais fcil notar esse todo, essa sensibilidade, mas Tuca Vieira, mesmo com fotos coloridas, consegue ir de encontro a esse olhar de Bresson.

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    Instituio de apoio e fomento do projeto: Universidade Estadual Paulista. 50

    Mestrado em Comunicao na UNESP SP.

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    ISBN 978-85-61839-08-6

    Conclui-se ento que Cartier-Bresson nunca perder sua importncia e continuar influenciando novos fotgrafos, no entanto, cada um inclui sua marca na imagem e utiliza as caractersticas que lhe convier e se identificar. PALAVRAS-CHAVE: fotojornalismo, Henri Cartier-Bresson, Teoria da Imagem.

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    F.5.13. Direito A FRATERNIDADE COMO VIA PARA DESENVOLVIMENTO HUMANO: EFETIVIDADE A PARTIR DOS TRATADOS INTERNACIONAIS

    DE DIREITOS HUMANOS E DA CONSTITUIO FEDERAL DE 198851

    rica Tas Ferrara Ishikawa52

    [email protected]

    INTRODUO O presente estudo pretende enfrentar os incessantes questionamentos sobre a concretizao dos direitos humanos, considerando o direito ao desenvolvimento em todas as suas dimenses. Com efeito, a dignidade da pessoa humana atrai para si a pliade dos direitos declarados e reconhecidos universalmente, como um centro de gravidade a reclamar, contudo, efetividade. Isto porque, os inmeros Protocolos, Tratados, Pactos, Relatrios, Declaraes, Convenes, Resolues, expedidos pela ONU e ratificados por pases comprometidos a proteger a dignidade da pessoa humana, carecem de fora executiva. Assim, tal como afirmou o ex-Secretrio Geral da ONU, Kofi Annan, na Cpula do Milnio em 2005, necessrio transcender da era da declarao para a era da execuo do direito ao desenvolvimento, devendo-se proceder a buscas mais rpidas e eficientes para a concretizao dos direitos humanos. No Brasil, os direitos humanos fundamentais esto dispostos na Constituio Federal e nos documentos internacionais, cuja concretizao encontra eco no cumprimento das metas estabelecidas nos Objetivos do Desenvolvimento do Milnio (ODM). METODOLOGIA A pesquisa se dar na forma de acompanhamento da execuo dos Objetivos do Desenvolvimento do Milnio, que esto assim definidos: 1) Erradicar a extrema pobreza e a fome; 2) Atingir o ensino bsico fundamental; 3) Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; 4) Reduzir a mortalidade na infncia; 5) Melhorar a sade materna; 6) Combater o HIV/Aids, a malria e outras doenas; 7) Garantir a sustentabilidade ambiental e 8) Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento. Especialmente, o cumprimento do primeiro objetivo, mediante anlise dos Relatrios de Desenvolvimento Humano que trouxeram, em suas ltimas edies, orientaes para a consecuo do direito ao desenvolvimento, atravs da cooperao internacional e solidariedade entre as naes. Nesse sentido, os documentos se revelaram de suma importncia ao demonstrar que os reflexos da globalizao nem sempre traduziram em maior efetividade da dignidade da pessoa humana, mas, primeiramente, reverteram imediatamente em crescimento econmico. Pretende-se demonstrar que, mesmo com o conjunto do rol de documentos nacionais e internacionais sobre direitos humanos que prevem a adoo da fraternidade como princpio instrumentador de concretizao dos direitos, sua execuo carece de fora normativa. RESULTADOS A Declarao do Milnio teve a cooperao do Banco Mundial e do FMI, bem como da Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE), dispondo j no item 1, sobre valores, princpios e a solidariedade como um dos valores fundamentais essenciais para a aproximao das relaes internacionais, com vistas ao enfrentamento dos problemas mundiais por todos os pases. O ltimo relatrio nacional de acompanhamento acerca do cumprimento dos ODM, publicado em 2010 pela Presidncia da Repblica, carreou as conseqncias no Brasil em relao execuo dos ODM diante da crise econmica internacional de 2008, relatando que at o ano de 2010, cumpriu o objetivo 1 de erradicar a extrema pobreza e a fome, antecipando o cumprimento previsto para o ano de 2015. Outra medida que se mostrou inovadora e eficaz foi a introduo de trs itens para a elaborao do ndice de Desenvolvimento Humano (IDH): (i) o IDH ajustado desigualdade; (ii) o ndice de desigualdade de gnero; e, (iii) o ndice de pobreza multidimensional. Referidas medidas foram lanadas em 2010 no Relatrio de Desenvolvimento Humano: A Verdadeira Riqueza das Naes: Vias para o Desenvolvimento Humano. . CONCLUSO A execuo dos documentos internacionais sobre direitos humanos depende de medidas eficazes para atingir o objetivo imediato estabelecido pela ONU, qual seja, encontrar as vias para o desenvolvimento humano. A efetividade dos direitos civis, polticos, econmicos sociais e culturais , assim, a forma de contemplar o direito ao desenvolvimento da pessoa, transcendendo das meras transferncias monetrias s populaes menos desprovidas, para um modelo mais eficaz que garanta a elas oportunidades para o desenvolvimento. A integrao entre os organismos internacionais e as corporaes privadas um exemplo de como possvel conjugar a fora do capital com a criao de oportunidades, no sentido de alcanar, como advertiu Martin Luther King, o progresso humano. O empenho para cumprir os ODM passa, assim, necessariamente, pelo contedo jurdico da fraternidade, como forma de envolver e integrar todos os setores no Sistema das Naes Unidas, com vistas promoo do desenvolvimento humano. A fraternidade, como prevista no prembulo da Constituio Federal, , portanto, a forma eficaz de assegurar o compromisso de todos na causa humana, com o que o direito pode dot-la de contedo jurdico e validade constitucional ante a prevalncia necessria dos direitos humanos.

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    Instituio de apoio e fomento do projeto: CNPq. 52

    Autora, Doutorado em Direito na Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo.

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    PALAVRAS-CHAVE: Direitos Humanos; Direito ao Desenvolvimento, Fraternidade. G.3. Filosofia PRINCPIOS OPERADORES DISCIPLINARES E A RESISTNCIA CONTRA A SUJEIO: UMA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA

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    Emanuel dos Santos Sasso54

    [email protected]

    INTRODUO A obra de Michel Foucault, ao mesmo tempo em que produz intervenes em vrias reas do conhecimento, no pode ser reduzida a nenhuma dessas reas, sob pena de perder, significativamente, parte de sua produo. Para o pensador, filosofar consiste em pensar no no verdadeiro ou no falso, mas em nossas prprias relaes com a verdade e a falsidade. Seguindo a lgica foucaultiana, o presente trabalho procura investigar as experincias que tm submetido o homem a um processo de sujeio por meio de mecanismos repressores ou no e, como ele tem articulado seu pensamento e suas ideias na elaborao de um contra poder, de uma estratgia de enfrentamento e de resistncia. Nossa proposta de investigao traz, alm das discusses sobre o que o poder, aquelas acerca de seu funcionamento e ao. Uma pesquisa que tenha Michel Foucault como suporte para reflexo oportuna, pois diante de um cenrio de mudanas na histria, formaes de discursos e produo de saberes encontra-se a necessidade em expor e valorizar o potencial crtico de seu pensamento tico e poltico para assim servir como ferramenta para pensar a forma de ser o que nos tornamos. METODOLOGIA Esta investigao pressups uma reflexo sobre o desenvolvimento da Filosofia Poltica Contempornea em que se destacam os elementos da vida em sociedade. Neste sentido, adotou-se, com base no autor investigado, um procedimento crtico em relao aos rumos das esferas sociais ligadas tica e a Poltica. Para realizar tal pesquisa, foram trabalhados alguns conceitos, categorias e noes como a crtica ao sujeito disciplinado e a investigao sobre a anlise do poder e sua ao na formao do sujeito disciplinado, bem como a noo de resistncia em Foucault. Por se tratar de uma pesquisa terica-conceitual, os materiais foram organizados em dois momentos: o primeiro correspondeu investigao das fontes primrias, identificadas com as obras de Michel Foucault; o segundo momento correspondeu investigao das contribuies oferecidas por estudiosos e comentadores. RESULTADOS Como resultado, conseguimos comprovar, atravs da considerao dos aspectos histricos, ticos e polticos da sociedade contempornea explicitando a dimenso crtica no pensamento de Michel Foucault ante a sociedade contempornea a hiptese inicial da pesquisa, a saber, a compreenso do nosso presente, da nossa atualidade, daquilo que somos e estamos nos tornando e, por meio de quais instrumentos isso foi possvel diante das prticas de represso e normalizao social.. CONCLUSO Fazemos, frequentemente, referncia ao poder, aos seus limites e abusos e sua aplicabilidade em contextos e situaes diversas. Mas muitas vezes sem saber como estas situaes se conectam entre si. Conclumos que, para investigar a natureza do poder, de seus mecanismos de sustentao e sujeio, bem como a investigao acerca dos enfrentamentos desse poder, necessrio nos remetermos ao trabalho de reconhecimento do sentido atual de poltica. importante ressaltarmos tambm que, atravs dos resultados deste trabalho, podemos perceber que o bloqueio imposto pelo poder nem sempre total, pois demonstramos a possibilidade de existncia de lacunas nas estratgias de disciplinamento dos corpos e dos controles de normalizao. Percebemos, com este trabalho, o quanto importante desenvolvermos novas formas de relacionamento que resultem em uma maior liberdade com relao s presses e constrangimentos do poder. PALAVRAS-CHAVE: Poder, Disciplina, estratgia..

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    Instituio de apoio e fomento do projeto: CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior. 54

    Autor, mestrando em filosofia na Universidade Federal de So Paulo - UNIFESP; Fernando Dias Andrade, Orientador.

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    G.5. Histria ADMINISTRAO DAS MINAS GERAIS: COMUNICAES ENTRE O IMPRIO PORTUGUES E A CMARA DE SO JOO DEL REI NO

    SCULO XVIII55

    Lvia Ferreira Teixeira56

    [email protected]

    Carla Maria Carvalho de Almeida57

    INTRODUO O presente trabalho desenvolvido no programa de mestrado tem como objetivo compreender as redes de comunicao poltica que existiam nos domnios de Portugal no Ultramar. Mais especificamente pretende-se entender como elas se davam na Vila de So Joao Del Rei, Comarca do Rio das Mortes, capitania de Minas Gerais durante o perodo compreendido entre os anos de 1722 a 1780 do setecentos. Essa baliza temporal permite uma comparao entre a primeira e a segunda metade do sculo levando em conta as mudanas de eixo econmico e o declnio da produo de ouro na regio. Para possibilitar tal pesquisa as correspondncias enviadas e recebidas pela Cmara do referido local surgem como fontes a serem privilegiadas. Pretende-se analisar o teor dessas comunicaes, a frequncia com que aconteciam, seus produtores e receptores, as vias de circulao dessa correspondncia, os assuntos de maior recorrncia e o destino final dessas cartas para que, desse modo, se possa entender a dinmica dessa instituio no que diz respeito a sua rede de comunicao local e com o Reino de Portugal. METODOLOGIA As fontes utilizadas nesse trabalho so as correspondncias enviadas ou recebidas pela Cmara de So Joo del Rei durante o sculo XVIII, disponveis no fundo do Arquivo da Cmara Municipal de So Joo del Rei, registradas em livros especficos. Esse fundo encontra-se na"Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida", na referida cidade. Esses documentos sero lidos e transcritos para que se possa abstrair os dados relevantes. Essas informaes sero colocadas em um banco de dados que possura os seguintes campos: Procedncia: Identificao da capitania ou cmara a que o documento se refere; Referncia: Localizao do documento no arquivo de sua origem; Ano: informa o ano que consta do registro do documento; Local de Emisso: Identifica o local de origem do documento; Classificao: Caracteriza o tipo de documento (alvar, proviso, carta, petio, etc); Emissor do reino: Identifica quem o autor do documento em Portugal seja pessoa ou instituio; Cargo: Informa a funo exercida pelo emissor do documento em Portugal; Emissor Ultramarino: Identifica quem o autor do documento na conquista seja pessoa ou instituio; entre outros. Esses campos preenchidos permitiriam que num segundo momento se criem tipologias para analisar a comunicao poltica dessa regio. RESULTADOS A pesquisa ainda no est concluda, porm as analises iniciais na documentao sugerem a impropriedade do termo absolutista para designar o Estado moderno, uma vez que nenhuma monarquia ocidental gozou de poder absoluto sobre seus sditos. Ao contrario, todas foram marcadas pelas autonomias e poderes locais e, portanto, no implementaram uma centralizao administrativa completa. A comunicao poltica vem como mais um aspecto dessa interao a ser discutido, pois atravs dela que se mediou uma srie de relaes e conflitos, bem como possibilitou que o Reino estivesse em contato direto com seus representantes no ultramar. Mesmo Portugal com sua precoce centralizao territorial e administrativa no pode ignorar os micropoderes coexistentes na sociedade de Antigo Regime. O trabalho tem como proposta permitir vislumbrar em que situaes ocorriam negociaes entre a Cmara de So Joo del Rei e o Reino, perceber as estratgias utilizadas pelos grupos que detinham o poder poltico da regio nesse processo de negociao, entender qual o papel dessa comunicao na formao e manuteno da estabilidade do imprio portugus e por fim perceber qual o grau de autonomia da Cmara frente s ordens e leis vindas do Reino. . CONCLUSO Esse projeto tem se tornado importante medida que contribui para repensar a relao entre o Imprio Portugus e seus territrios ultramarinos e sua rede de comunicao poltica. Deixa-se assim de pensar em uma dicotomia entre metrpole e colnia e passa-se a pensar em mltiplas formas de convivncia, de ajustamento e novos contornos para as polticas administrativas na Amrica. Prope assim, que se leve em considerao multiplicidade de situaes encontradas na Amrica que demandavam diferentes tomadas de posio por parte daqueles encarregados de sua administrao. O que se tm, ao