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ANAIS IV MOSTRA CIENTÍFICA DO CURSO DE ENFERMAGEM DA ESA/UEA 16 E 17 DE MAIO DE 2013 “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” Albert Einstein

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ANAIS

IV MOSTRA CIENTÍFICA

DO CURSO DE

ENFERMAGEM DA

ESA/UEA

16 E 17 DE MAIO DE 2013

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”

Albert Einstein

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ORGANIZAÇÃO GERAL

Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett

Selma Barboza Perdomo Sibila Lilian Osis

Os anais da IV Mostra Científica de Enfermagem é uma publicação da editora da Universidade do Estado do Amazonas/UEA

EDIÇÕES UEA

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Ficha Catalográfica

M915a Mostra Científica do Curso de Enfermagem da ESA/UEA (4.:

2013: Manaus)

Anais da IV Mostra Científica do Curso de

Enfermagem da ESA/UEA / Org. Jacqueline de Almeida

Gonçalves Sachett, Selma Barboza Perdomo, Sibila Lilian

Osis. -- Manaus : Universidade do Estado do Amazonas - UEA,

2013.

225 f. : il.

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária da Escola Superior de Ciências da Saúde – UEA

Sheyla Lobo Mota.

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Reitor Cleinaldo de Almeida Costa

Vice-reitor Raimundo de Jesus Teixeira Barradas

Coordenadores do Curso de Enfermagem Jucimary Almeida do Nascimento

Darlison Souza Ferreira Presidente da Comissão da X Semana de Enfermagem ESA/UEA

Manoel Luiz Neto Comissão Organizadora da IV Mostra Científica do Curso de Enfermagem

Presidente: Jacqueline de Almeida G. Sachett Selma Barboza Perdomo

Sibila Lilian Osis

Comissão Científica

Altair Seabra de Farias Amélia Sicsu

Antônio Manuel Sousa Cássia Rozária Silva Souza

Cleisiane Xavier Diniz Giane Zupellari S. Melo

Gisele Torrente Iracema da Silva Nogueira

Isabela Cristina M. Gonçalves

Jacqueline de Almeida G. Sachett

Josiane Nunes do Nascimento Maria de Nazaré S. Ribeiro

Mirian Elenit Fachin Rita de Cássia A. Monteiro Selma Barboza Perdomo

Sibila Lilian Osis Sônia Maria Lemos

Valdelize Elvas Pinheiro

Monitores Juliane Mirella Trindade da Silva Lorenna Maria Silva Sério

APOIO TÉCNICO

Grupo de Pesquisa em Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas -CNPq

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APRESENTAÇÃO A IV Mostra Científica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas

representa para a região norte uma oportunidade de divulgar pesquisas e projetos, bem como a troca de saberes na produção de conhecimento em diversas áreas de saúde, promovendo a interdisciplinaridade e a articulação entre os docentes, discentes e profissionais da área de saúde, especialmente a enfermagem.

Esta publicação almeja a valorização e fortalecimento científico da população acadêmica e

profissional da área de saúde, visto que a divulgação de saberes propicia ao participante um desenvolvimento intelectual, bem como a qualificação curricular, devido a publicação em ANAIS indexados, além de estimular a articulação ensino-pesquisa-extensão.

Além disso, visa promover maior visibilidade ao Curso de Graduação em Enfermagem e da

sociedade, como ciência voltada para o enriquecimento científico e seu impacto para o cuidar em saúde. Desejamos a todos uma excelente leitura! Comissão organizadora

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PROGRAMAÇÃO Dias: 16/05 e 17/05 (12h00 as 14h00) PÔSTER P 1 A HUMANIZAÇÃO E A MANUTENÇÃO DA VIDA DENTRO DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA REFLEXÃO Kishibe, C. M. N.; Rodrigues, M. T. F P 2 A IMPORTÂNCIA DA ESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE MENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA:UMA EXPERIÊNCIA DE CONSTRUÇÃO DA REDE SUBSTITUTIVA NO MUNICÍPIO DE MAUÉS-AM Xavier, A. F.; Bentes, W. P 3 A SITUAÇÃO DO DIABETES NA POPULAÇÃO INDÍGENA NO BRASIL Feitoza, C. M.; Rodrigues Filho, C. A. A; Costa, P. R. O.; Coelho, R. B.; Santos, V. G.; Souza, C. R. S.; Farias, A. S. P 4 ABORDAGEM EM PROMOÇÃO DA SAÚDE: INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE E ESCOLAS DA REDE PÚBLICA, MANAUS-AMAZONAS. Nascimento, N. J.; Souza, S. R. C.; Souza, M. A.;Vilhena, B. J.; Araújo, C. R. P 5 ABORDAGEM PRIMÁRIANA OCORRÊNCIA DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E TRAUMATOGÊNICOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS Alves, E. C.; Sachett, J. A. G. P 6 ACIDENTE DE TRÂNSITO: Um grave problema de Saúde Pública Rosário, A. J. B.; Ribeiro, M. N. S. P 7 AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE PARA A POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA Barbosa, A. S.; Vieira, A. M.; Lima, E. S.; Souza, E. S.; Martins, M. M. M.; Souza, C. R. S.; Farias, A. S.

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P 8 ANÁLISE DAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS POR DOENÇAS HIPERTENSIVAS NO BRASIL E A CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO NESSAS PATOLOGIAS Cordeiro, E. D. O.

P 9 AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS ENFERMEIROS AO IMPLEMENTAR A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM- SAE NO SERVIÇO HOSPITALAR Oliveira, A. F. R. A. M.; Menezes, E. G.; Luiz Neto, M.

P 10 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO PORTADOR DA DOENÇA DE ALZHEIMER EM DOMICÍLIO Pimentel, D. C.; Barbosa, E. M. C. P 11 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE QUEIMADO Epifânio, D. S. L.; Ribeiro, M. N. S. P 12 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO POTENCIAL DOADOR DE ORGÃOS EM MORTE ENCEFÁLICA Câmara, L. H. B. A.; RESUTTO, F. A. S.; PEREIRA, R. M. P 13 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DAS URGÊNCIAS OBSTÉTRICAS E GINECOLÓGICAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Gomes, M.; Gomes, E. A.; Meireles, B. M.; Sobral, N. C. C; Taketomi, A. S. J. P 14 ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM, MEDICINA E ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR, MANAUS – AM, BRASIL. Nascimento, N.J.; Souza, S.R.C.; Souza, M.A; Vilhena, B. J.; Araújo, C.R P 15 AUDITORIA DE ENFERMAGEM E O ENFERMEIRO AUDITOR Silva, C. R. S.; Ribeiro, M. N. S.

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P 16 COMPROMETIMENTO FUNCIONAL DOS IDOSOS DEPENDENTES E SUAS INTERFERÊNCIAS NO CUIDADO Reis, D. A.; Oliveira, A. P. P.; Arruda, Y. M. B. C. P 17 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA MANIPULAÇÃO DE CATETERES TOTALMENTE IMPLANTADOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA Freitas, E. A.; Silveira, L. B.; Damascena, S. C. C. P 18 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO ANEURISMA DO SEGMENTO POSTERIOR: ESTUDO DE CASO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Kishibe, C. M. N. P 19 DESNUTRIÇÃO NA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA Rodrigues Filho, C. A.; Martins, M. J.; Abreu, M. E.; Souza, C. R. S.; Farias, A. S.

P 20 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/AIDS NAS POPULACOES INDIGENAS DO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA Prado, J. M.; Oliveira, J. T. S.; Reis, L. V. F.; Rodrigues Filho, M. P.; Pereira, M. C.; Farias A. S.

P 21 ESTÁGIO CURRICULAR RURAL E SUA DIMENSÃO INTERDISCIPLINAR PARA A FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: Relato de experiência Freitas, E. A.; Santos, E. R. S.

P 22 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO DESMAME VENTILATÓRIO Melo, G. Z. S.; Torrente, G. P 23 LIGA ACADÊMICA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA NA FORMAÇÃO ACADÊMICA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS Oliveira, A. P. P.; Esteves, A. V. F.; Reis, D. A.; Coelho, C. C. P 24 MEDIDAS PREVENTIVAS DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES HOSPITALIZADOS E ACAMADOS. Damascena, S. C. C.; Teixeira, S. L.

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P 25 MUDANÇAS DE HABITOS E A OBESIDADE NA POPULAÇÃO INDIGENA BRASILEIRA Gomes, A. S. A.; Gonçalves, A. C.; Pereira, A. P. S.; Rodrigues, A. L. P.; Nascimento, D. C. P.; Souza, C. R. S.; Farias, A. S. P 26 O MEDO E O PRECONCEITO QUE ENVOLVEM OS PORTADORES DO HIV/AIDS E SEUS FAMILIARES Encarnação, G. S. E.; Silva, D. L.; Lima, P. B.; Menezes, E. G.; Souza Filho, Z. A. P 27 O PROCESSO DE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOS AGENTES INDÍGENAS DE SAÚDE NO BRASIL Freitas, R. N.; Teixeira, B. S.; Martins, R. S.; Vilhena, B. J. ; Souza, C. R. S.; Farias, A. S. P 28 O USO ABUSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS PELA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA: REVISÃO DE LITERATURA Prestes, A. A. D.; Lima, A. N.; Pinto, D. S.; Santos, R. B.; Barros, Z. S.; Farias, A. S. P 29 PERFIL NUTRICIONAL DOS IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA Nascimento, V.; Castro, F. F. P 30 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: Uma revisão bibliográfica, 2001 a 2011. Nascimento, J. A. N.; Souza, D. A. P 31 RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ALDEIA INDÍGENA ROUXINOL: PRESERVANDO NOSSO LAR Primavera, A. P. ; Silva, A. M.. M.; Lima, J. K. M. B.; Silva, L. C.; Farias, P. O.; Farias, A. S. P 32 RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Kishibe, C. M. N.; Silva, J. B.; Rocha, M. L. F.; Silva, A F. F.; Negreiros, L. N.

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P 33 SAÚDE INDÍGENA NO ALTO RIO NEGRO: A NECESSIDADE DA SINERGIA ENTRE MEDICINA INDÍGENA E MEDICINA OFICIAL HOJE. Dutra, I. F.; Miranda, E. C.; Souza, I. R. E.; Campos, R. S. M. P 34 SUICÍDIO ENTRE AS POPULAÇÕES INDÍGENAS DO BRASIL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Barbosa, L. M. C. P.; Lasmar, A. T.; Rattes, M. P. C.; Hage, Y. L.C.; Souza, C. R.S.; Farias, A. S. P 35 TRACOMA NA POPULAÇÃO INDIGENA NO ALTO RIO NEGRO Silva, C. R. S.; Lima, E. C. C.; Furtado, F. A.; Andrade, S. C.; Braga, S. A.; Farias, A. S.

P 36 VIDA SAUDÁVEL: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA TERCEIRA IDADE Ribeiro, M. N. S.; Ribeiro, J. H.; Kérima, S.; Campos, F.

P 37 ANJOS DA ENFERMAGEM – OS APRENDIZADOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Esteves, A. V. F.; Silveira, L. B.; Costa, A. L. C.

Dia: 17/05 (sexta-feira) (08h30 às 12h00) APRESENTAÇÃO ORAL OR: 1 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA SOB A ÓTICA DO PACIENTE Ferreira, E. S.; Damascena, S. C. C.

OR: 2 ANÁLISE DO NURSING ACTIVITIES SCORE (NAS) E RECURSOS HUMANOS NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL DO AMAZONAS. Oliveira, D. C.; Martins, A. B.; Osis, S. L.

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OR: 3 AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL EM IDOSOS DA FUNDAÇÃO SÃO VICENTE DE PAULO (MANAUS, AMAZONAS) REALIZADA ATRAVÉS DO MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) Nascimento, N. J.; Souza, M. A.; Souza, S. R. C.; Vilhena, B. J.; Oliveira, P. M. OR: 4 CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS SEQUELADOS POR HANSENÍASE Cavalcanti, L.R.; Guerrero, J. C. H. OR: 5 CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS DO NORTE DO BRASIL Diniz, C. X.; Gigante, L. P.; Hilgert, J. B.; Ribeiro, M. N. S. OR: 6 CARACTERÍSTICAS DE PACIENTES SEGUNDO PROCEDÊNCIA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM MANAUS. Martins, A. B.; Oliveira, D. C.; Osis, S. L. OR: 7 COMPORTAMENTO DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES E OBESIDADE EM ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS Monteiro, R. C. A.; Freitas, E. A.; Clebis, R. A. OR: 8 COMPROMETIMENTO FUNCIONAL DOS IDOSOS DEPENDENTES E SUAS INTERFERÊNCIAS NO CUIDADO Reis, D. A.; Oliveira, A. P. P.; Arruda, Y. M. B. C. OR: 9 ESTRESSE ENTRE ENFERMEIROS QUE EXERCEM ATIVIDADES NAS DIFERENTES CLÍNICAS DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR ADRIANO JORGE NA CIDADE DE MANAUS/AM Lima, F. C. S.; Almeida, A. B. OR: 10 EVASÃO NA ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS Labra, G. A. F.; Nogueira, I. S.; Perdomo, S. B.

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OR: 11 EXPERIÊNCIA DOS ENFERMEIROS NA UTILIZAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE METODOLOGIA ASSISTENCIAL NA PROCTOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Damascena, S. C. C. OR: 12 FATORES MOTIVACIONAIS PARA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Soares, L. S.; Toledo, N. N.; Menezes, E. G. OR: 13 FATORES PSICOSSOCIAIS QUE INTERFEREM NA ADESÃO DA MAMOGRAFIA COMO EXAME PREVENTIVO NA DETECÇÃO DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES ATENDIDAS NO INSTITUTO DA MULHER DONA LINDÚ EM MANAUS-AM Sousa, A. D.; Pinheiro, V. E.

OR: 14 HANSENÍASE: PRECONCEITO E RESILIÊNCIA Ribeiro, M. N. S. OR: 15 HANSENÍASE AUTORREFERIDA POR MORADORES DA COLÔNIA ANTONIOALEIXO – MANAUS (AM) Ribeiro, M. N. S. OR: 16 HEPATITES VIRAIS: SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO ESTADO DO AMAZONAS, 2005 – 2008. Gonçalves, I. C. M., Gonçalves, M. J. F. OR: 17 INFECÇÃO HOSPITALAR E CCIH: A CONCEPÇÃO DE ACADÊMICOS E ENFERMEIROS Resutto, F. A. S.; Câmara, L. H. B. A. OR: 18 PERFIL DE CUIDADORES FAMILIARES DE IDOSOS DEPENDENTES DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE COARI, AM Reis, D. A.; Oliveira, A. P. P.; Arruda, Y. M. B. C.

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OR: 19 PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE CRIANÇAS COM HIDROCEFALIA ATENDIDOS NUM HOSPITAL PÚBLICO DO MUNICIPIO DE MANAUS, AM, BRASIL Fachín, M. E. L., Silva, A. C., Coelho, F. R. D.; Ribeiro, M. N. S. OR: 20 PROCESSO DE DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS: CONHECIMENTO E INTENCIONALIDADE DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS Teixeira, C.; Bessa, J. P.; Nogueira, I. S. OR: 21 QUALIDADE DE VIDAS DE IDOSOS NO AMAZONAS: O PAPEL DA UNIVERSIDADE ABERTA DA TERCEIRA IDADE Castro, F. F.; Ribeiro, M. N. S.; Diniz, C. X.; Santos, T. J. S; Yamada, B. F.A.; Ribeiro, J. H. S.; Figueiredo, H. C. A.; Muniz, E. R. O. P. OR: 22 SEXUALIDADE EM DUAS RODAS: ATENDIMENTO DE PACIENTES COM LESÃO MEDULAR EM UM PROGRAMA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIO Kishibe, C. M. N. OR: 23 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO AGRAVO HANSENÍASE: UMA PESQUISA REALIZADA NO DISTRITO DE SAÚDE OESTE DE MANAUS Silva, L. S., Lima, T. N.; Oliveira, A. G.; Amorim, R. G. OR: 24 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO AGRAVO MALÁRIA: UMA PESQUISA REALIZADA NO DISTRITO DE SAÚDE OESTE DE MANAUS Lima, T. N.; Silva, L. S.; Sampaio, S. M. N., Amorim, R. G. A. OR: 25 VIOLÊNCIA EM IDOSOS: A INCLUSÃO SOCIAL COMO FATOR DE PROTEÇÃO. Castro, F. F.; Muniz, E. R. O. P.; Ribeiro, J. H. S.; Ribeiro, M. N. S.; Diniz, C. X.; Perdomo, S. B. OR: 26 CARACTERIZAÇÃO DE DENÚNCIAS FORMALIZADAS AO CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2006 A 2011. Nogueira, I. S.; Paula, N. M. C.

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RESUMOS P 1

A HUMANIZAÇÃO E A MANUTENÇÃO DA VIDA DENTRO DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA REFLEXÃO

Kishibe, C. M. N.; Rodrigues, M. T. F

INTRODUÇÃO: o ambiente hospitalar pode proporcionar estresse e conforto ao mesmo tempo, o processo de humanização pode auxiliar os pacientes em uma melhor recuperação e mais conforto, abreviando o processo de alta. Assim, a Unidade de terapia intensiva necessita de profissionais que possam contribuir para melhorar o ambiente hospitalar, com isso o enfermeiro é um profissional qualificado que pode atuar como um coadjuvante nesse processo, contribuindo para melhorar os ambientes hospitalares deixando-os mais acolhedores e mais humanizados. Com o avanço da tecnologia e recursos sofisticados para manutenção da vida a assistência de enfermagem ficou voltada ao tratamento das doenças e no suporte da vida. Conceitos e práticas humanizadoras tem se tornado urgente, bem como desafiadora (COSTA et al., 2009).A humanização é um processo que envolve toda a equipe de UTI, deve ser multidisciplinar, estendendo-se além do cuidado físico. Deve-se compreender e avaliar suas necessidades, tanto biológicas como sociais e psicológicas, incluindo seus familiares em todo o processo de cuidar. Não é uma estratégia, é um processo que permeia toda atividade de um local e das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que merece como um ser humano, englobando as particularidades que cada um se encontra no momento da internação. O ambiente em que vivemos ou que somos obrigados a permanecer por determinado período pode nos proporcionar simultaneamente conforto e estresse. Essa circunstância se torna crítica quando ocorre a necessidade de se submeter-se a uma internação hospitalar, permanecendo por algum tempo confinado a uma enfermaria. Com isso, pode-se evidenciar a necessidade de um ambiente hospitalar cada vez mais adequado, além de profissionais qualificados para atender as necessidades dos pacientes (RIBAS et al., 1995).A abordagem interdisciplinar e multiprofissional no que se refere ao planejamento do cuidado favorece a humanização em ambiente hospitalar, fator considerado determinante para que o paciente supere a dor e abrevie o processo de alta (TOLEDO, 2005). A humanização deve fazer parte da filosofia da equipe de enfermagem. Sabemos que o ambiente físico, aparelhos tecnológicos, recursos materiais são importantes, mas a essência humana é a que vai conduzir como as ações de enfermagem serão executadas e serão efetivas.OBJETIVO: Realizar uma reflexão acerca do processo da humanização na Unidade de terapia Intensiva, acerca do processo de enfermagem.RELATO DE EXPERIÊNCIA: a humanização é um ato ou efeito de humanizar. Trata-se de um processo vivencial que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que merece como uma pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares que cada um se encontra no momento de sua internação. Para haver humanização em uma UTI, devem-se considerar três aspectos: o modo de que o paciente e seus familiares devem ser cuidados, a atenção ao profissional da equipe e o ambiente físico. Com o tempo o profissional perde a capacidade de comoção frente ao sofrimento do dia a dia, em virtude da frequência com que as situações extremas costumam ocorrer. Dentro da UTI observamos o fluxograma das atividades e vivenciamos os anseios, angústias e superações. Cada indivíduo deve ser considerado único, tendo necessidade, valores e crenças específicas. Manter e

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preservar a sua dignidade significa respeitar os princípios da moral e do código de ética médica (COSTA, 2010). A humanização é um ato que precisa ser colocado em prática sempre, principalmente no que se refere a UTI que está intimamente relacionado ao ambiente estressante que envolve cuidados especializados e de pessoas que se envolvam nesse processo. A enfermagem pode envolver-se e deixar o ambiente mais acolhedor e que facilite seus cuidados prestados desenvolvendo com isso um cuidado humanizado. DISCUSSÃO: com o tempo, o profissional perde a capacidade de comoção frente ao sofrimento do dia a dia, em virtude da frequência com que as situações extremas costumam ocorrer, deixando a desejar no requisito humanização (COSTA, 2010).A humanização é o ato de cuidar do paciente como um todo levando em consideração suas necessidades biopsico-sociais, respeitando seus valores, esperanças e aspectos culturais.Diante dessa realidade estratégias políticas e governamentais começaram a se traçadas e culminaram com a publicação do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar – PNHAH e, posteriormente, com a Política acional de Humanização da atenção e gestão em saúde – PNH (BRASIL, 2001). A enfermagem deve ser mais atuante no processo humanização ambiente hospitalar no intuito de aliviar o sofrimento e produzir bem estar, uma vez que somos preparados para o cuidar, para sermos cuidadores da saúde dedicando-nos pelo zelo a vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: as práticas assistências nos levam a refletir acerca da realidade que cerca a enfermagem e a dimensão do cuidado que devemos prestar. Devemos no posicionar de maneira mais eficaz para garantir o mínimo de recursos necessários para uma assistência de qualidade, na qual visa a integralidade da assistência.

Descritores: Enfermagem, humanização, saúde.

REFERÊNCIAS: BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. COSTA JB; et alfatores estressantes para familiares de pacientes criticamente enfermos de uma unidade de terapia intensiva. J Brasileira Psiquiatria. 2010;59(3):182-189. RIBAS et al. Sistema de Controle das condições Ambientais de Conforto. Ministério da Saúde. Brasília, 1995. TOLEDO, LC. Humanização do edifício hospitalar, um tema em aberto. Rio de Janeiro, 2005.

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P 2 A IMPORTÂNCIA DA ESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE MENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA:UMA EXPERIÊNCIA DE CONSTRUÇÃO DA REDE SUBSTITUTIVA NO MUNICÍPIO DE MAUÉS-AM

Xavier, A. F.; Bentes, W.

INTRODUÇÃO: a partir da implantação do Centro de Atenção Psicossocial-CAPS I de Maués-AM, fez-se necessário a construção da Rede de Atendimento em Saúde Mental no município. Alguns dispositivos já existiam, porém era urgente a potencialização do atendimento, não somente à pessoas acometidas de sofrimento psíquico, mas também a usuários de substâncias psicoativas, além da prevenção e promoção da saúde no que concerne a as doenças emocionais. Após implantação do serviço, o município ainda não dispunha do espaço físico, o que nos proporcionou a dinâmica das ações de forma contínua e diária. Como também não possuía serviço de saúde no suporte necessário para a efetivação de intervenções resolutivas que facilitassem a comunicação e a referência\contra-referência e considerando ser a ESF um equipamento que compõe a Rede de cuidado em saúde mental, sendo responsável pelos transtornos mentais leves (MIELKE, 2007) e, partindo do princípio de que existe uma proposta nacional de inclusão de ações de saúde mental na Atenção Básica, especificamente na ESF (BRASIL, 2001) se fez necessário e urgente uma aproximação efetiva com os profissionais que compunham a Rede e em particular, a ESF. Diante disso, surgiram indagações a respeito de: Como poderíamos estruturar ações de saúde mental na ESF para construir a Rede Substitutiva no município? Que ações seriam necessárias para a potencialização do atendimento em saúde mental desde a captação dos pacientes até o atendimento de forma singular? E por fim, que importância teria a estruturação das ações de saúde mental em conjunto com a ESF para a construção de Rede Substitutiva em saúde mental no município? Tendo em vista, a relevância do assunto, o presente estudo teve como objetivo geral identificar e descrever aspectos dos quais pudessem comprovar de que forma a estruturação das ações em saúde mental na ESF poderiam contribuir para a construção da Rede Substitutiva no município de Maués-AM. Dessa forma, durante o período de março a outubro de 2011, além das atividades pertinentes a captação de pacientes com perfil para a saúde mental (busca ativa, atendimento médico com prescrição medicamentosa, atendimento psicológico e social, referência e contra-referência) com a contribuição das equipes da ESF foram realizadas outras ações que aumentaram a aproximação da Atenção Básica (NASF-ESF) com o dispositivo CAPS. O grupo de pesquisa realizou oficinas de sensibilização com a Assistência Social (Centro de Referência Especializado de Assistência Social-CREAS,Centro de Referência em Assistência Social-CRAS), Educação(Núcleo de Assistência ao Educando), Entidade Filantrópica (Associação dos Alcoólicos Anônimos) e Hospital Geral Municipal; mapeamento do território com relação aos pacientes com transtorno mental e usuários de álcool e outras drogas. METODOLOGIA: para a realização deste estudo houve um processo participativo e avaliativo das ações através da realização de oficinas de sensibilização com as equipes da ESF, mapeamento do perfil de pessoas com transtorno mental, usuários de álcool e outras drogas e busca ativa a partir da implantação da ficha B-Mental, além da aproximação com os diversos segmentos do município, objetivando a potencialização da multiprofissionalidade e da intersetorialidade nas ações, utilizando-se de técnicas

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de observação direta e participante. As atividades desenvolvidas foram registradas através de descrição qualitativa do impacto das ações de saúde mental na articulação com a ESF que pudessem contribuir para estruturar a construção da Rede Substitutiva durante sua aplicação. RESULTADOS: segundo Nascimento (2007), redes são organizações baseadas em interdisciplinaridade, objetivos comuns, não hierarquização e construção coletiva de respostas para ambientes variados e mutáveis. Não se organizam segundo as necessidades do mercado, mas se sustentam por meio de relações de confiança e cooperação, objetivando a orientação de ações que visam a otimização de resultados de longo prazo. A rede, segundo este autor, é um tipo de organização que conecta atores, que podem ser indivíduos, coletividades ou organizações. Sendo assim, o bom gerenciamento de redes se dá através da garantia de condições sob as quais os atores (interdependentes entre si) possam interagir, sendo que o fator que mais favorece o sucesso é a realização da ação coletiva. A importância do trabalho em rede para que o tratamento de saúde mental seja possível, é inquestionável. Os resultados dessa reestruturação da Rede em Saúde Mental no Município de Maués foram favoráveis e demonstram o êxito desta forma de abordagem no tratamento do sofrimento psíquico pautado pela busca do consentimento e da participação do usuário e seus familiares no tratamento, da garantia de seu pleno acesso aos serviços públicos, pela afirmação de seus direitos, pela sua politização como protagonistas do controle social e trazendo ganhos também aos profissionais envolvidos em todo o processo de trabalho individual e coletivo. CONCLUSÕES: pode-se dizer que, formalmente, a rede de saúde mental se define como organização que coordena ações sociais a partir da articulação não hierarquizada de serviços em que as tomadas de decisão são conjuntas para a realização de ações coletivas. A partir das observações, reflexões e discussões dos profissionais no Município de Maués, foi possível vislumbrar uma rede ampliada que vai além de serviços de saúde e que se articula para acompanhar pacientes em sofrimento psíquico. Busca-se, em consonância com os valores da reforma psiquiátrica, superar o modo estereotipado de relação como é visto o sofrimento psíquico, e o acolher de maneira ética, digna e criativa, essas pessoas que já são, com tanta frequência, excluídas como cidadãs e cidadãos da vida na cidade. Descritores: Saúde Mental, Estratégia Saúde da Família, Rede Substitutiva.

REFERÊNCIAS: BRASIL.Ministério da Saúde. Relatório Final da Oficina de Trabalho para “Discussãodo Plano Nacional de Inclusão das Ações de Saúde Mental na Atenção Básica”. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.23p. MILKE,Fernanda Barreto. Ocuidado em saúde mental no entendimento dos profissionais de um CAPS.2007.76f.Monografia (Graduação em Enfermagem). Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas,2006. NASCIMENTO, Luiz Carlos do. Rede de política pública: Estudo de caso no âmbito do Sistema Único de Saúde do Estado de Minas Gerais/SUS-MG. Belo Horizonte: UFMG, 2007. 130 p. Dissertação (Mestrado) – Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração, Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

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P 3 A SITUAÇÃO DO DIABETES NA POPULAÇÃO INDÍGENA NO BRASIL

Feitoza, C. M.; Rodrigues Filho, C. A. A; Costa, P. R. O.; Coelho, R. B.; Santos, V. G.; Souza, C. R. S.; Farias, A. S.

INTRODUÇÃO: o diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos (BRASIL, 2006). Os primeiros relatos que descrevem a doença remontam ao Egito de 1500 anos antes de Cristo. Desde então, diversos estudos têm sido conduzidos para elucidar as causas e sintomas da doença, pois ainda não estão esclarecidos todos os fatores que levam uma pessoa a desenvolver diabetes. Sabe-se que existem fatores genéticos e ambientais e a sua evolução está associada ao modo de vida das pessoas, principalmente em termos alimentares (BRASIL, 2006). No caso das populações indígenas que tradicionalmente cultivavam hábitos mais saudáveis, percebe-se que esta doença é ainda rara, mais a taxa aumenta à medida que essas populações possuem um maior contato com a cidade (FREITAS; FREITAS, 2004). A sua prevalência vem crescendo significativamente com o processo de industrialização e urbanização populacional dos últimos anos. Atualmente essa doença representa um importante problema de saúde pública, com morbidade, mortalidade e repercussões econômicas significativas. O aumento na incidência de diabetes na população indígena no Brasil está diretamente relacionado aos processos históricos de mudanças sociais, culturais, econômicas e ambientais. Esta situação é decorrente, em especial, de suas desprotegidas interações com a população não indígena. Estas mudanças repercutem diretamente nos determinantes das condições de saúde da população indígena (SCHAPER, 2011). Devido à escassez na produção científica nacional sobre esse agravo nessa população, ainda não tem sido possível traçar de forma satisfatória a dimensão e o impacto do diabetes nas populações indígenas. OBJETIVO: analisar a situação do aumento de casos de diabetes na população indígena no Brasil, com base na literatura nacional disponível. METODOLOGIA: trata-se de uma revisão de literatura conduzida com a recuperação de artigos científicos das bases de dados LILACS e SCIELO por meio da Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando os descritores: Diabetes Mellitus; População Indígena; Transição Epidemiológica; Assistência à Saúde. Foram incluídos estudos publicados entre 2003 e 2013, no idioma português, que abordavam o diabetes em alguma população indígena nacional. A busca bibliográfica ocorreu nos meses de março e abril do corrente ano. RESULTADOS: a segurança alimentar é um importante tema da vida contemporânea, ganhando contornos ainda mais relevantes no cenário atual da globalização em economias emergentes. No Brasil, a política oficial de segurança alimentar se anuncia como iniciativa intersetorial que busca garantir o acesso sustentável a uma alimentação saudável, pautada pelo respeito às diversidades culturais. Apesar dessa recomendação, a implementação das atividades neste campo é marcada pela padronização na oferta de alimentos, com implicações negativas na variabilidade cultural das práticas alimentares humanas. A transição alimentar é inerente aos processos de industrialização e de urbanização que hoje regulam o acesso aos alimentos. Tais eventos assumiram escala planetária, alcançando aqueles cujas vidas situam-se em pólos mais distantes da linha principal da globalização, como os povos indígenas. No Brasil, os discursos científicos e institucionais sobre a saúde indígena têm alertado sobre o rápido incremento de doenças crônicas associadas ao crescente consumo de alimentos industrializados e às mudanças nos padrões

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de atividade física. Como ocorre em outros grupos populacionais, essa transição alimentar redunda em sobrepeso e obesidade em adolescentes e adultos, associando-se a doenças cardiocirculatórias, hipertensão e diabetes coexistindo, não raro, com desnutrição infantil. Soluções para o problema demandariam transformações individuais e coletivas de comportamentos, de extrema complexidade, que transcendem os atuais modos de indígenas de vida. Nessa ótica, a mudança da alimentação deve ser entendida como um fenômeno simultaneamente local e global. Estudos sugerem que as alterações do estilo de vida dos indígenas com a mudança da dieta tradicional, com carboidratos complexos, pelos de absorção rápida dos alimentos industrializados e a diminuição da atividade física levaram ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) dentre ela o diabetes (SCHAPER, 2011). A situação de saúde da população indígena do Brasil apresenta condições distintas com a ocorrência de transformações decorrentes dos fenômenos sociais, econômicos, históricos e ambientais vinculados à estabilização e manifestação de forças demográficas e econômicas da população em diversas regiões do país. Em termos de Brasil, estudos de relatam que houve uma drástica mudança alimentar, passando de uma dieta tradicional rica em proteínas (caça) para uma rica em carboidratos (monocultura de arroz). Esses casos de Diabetes entre índios são, aliás, um dos sinais de impacto de aculturação, em contraste com índios que ainda preservam sua alimentação tradicional, onde esta doença é rara. A reserva indígena dos Xavantes de São Marcos por exemplo, apresenta uma maior prevalência do diabetes, devido um maior contato com a cidade, confirmando uma relação entre a ocorrência da doença e o nível de aculturação da população da aldeia. A ocupação de territórios levou a alteração das culturas de subsistência e diminuição de limites territoriais. Com isso os índios passaram a ser sedentários e mudaram sua dieta tradicional. Foram incorporados alimentos mais calóricos como arroz, açúcar, refrigerantes, macarrão, bolacha e sal. Uma das explicações, segundo alguns pesquisadores, são as drásticas transformações no contato e à proximidade com os problemas típicos das grandes cidades. Verifica-se ainda, tendência à redução na frequência e intensidade de atividades físicas, como decorrência de alterações importantes nas estratégias de subsistência e nos padrões de assentamento, relacionadas à ocidentalização, mudança no padrão dietético. Progressivamente abandonaram as roças de feijão, cará, jerimum, mandioca, macaxeira, produtos da floresta e do Cerrado. Devido às criticas dos civilizados incultos, deixaram de comer gafanhotos e formigas, outrora muito apreciados, que contribuíam com proteínas e baixo teor calórico. O governo contribui com programas sociais voltados para a comodidade como o projeto arroz mecanizada implantada pela FUNAI nos anos 1980 e considerem- se ainda os benefícios que, nos últimos anos, os índios passaram a receber do estado, bolsa família, auxílio maternidade e aposentadoria rural. Esses recursos são usados para a compra de alimentos de má qualidade, adquirindo sobrepeso e consequentemente uma DCNT. CONCLUSÃO: observa-se que a dieta alimentar atual da população indígena é muito distinto de sua dieta tradicional. A influência da alimentação dos não índios na aldeia representa ainda para a população indígena uma ameaça a sua tradição alimentar, a qual eles vêm tentando preservar com a manutenção das casas de farinha, a pesca no rio e a agricultura. Este fato, associado ao sedentarismo e estresse são os fatores que mais contribuem para a ocorrência do diabetes na população indígena. Ainda de modo geral as aldeias com maior prevalência de diabetes são aquelas que possuem um maior contato com a cidade. O diabetes apresenta consequências físicas, sociais e econômicas devastadoras e de longo alcance. Então a prevenção ainda constitui a melhor forma de evitar essa doença. É necessário minimizar os fatores de riscos, incentivando um estilo de vida

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saudável procurando mudar seu estilo de vida atual, bem como, uma reeducação alimentar reduzindo alimentos ricos em carboidratos de absorção rápida pelos complexos. A ingestão diária deve conter no máximo 50 a 60% de carboidratos e 30% de lipídios. Portanto os pacientes devem ser encorajados a ingerir alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, feijões e cereais integrais. Os índios devem aprender a gerenciar sua vida com diabetes para prevenir complicações agudas e crônicas. Todavia é importante o desafio para a ampliação da reflexão da academia e dos serviços de saúde com vistas a prover ferramentas de apoio à geração de políticas públicas culturalmente sensíveis. Nesse contexto, o conhecimento antropológico representa uma via privilegiado para estimular a colaboração interdisciplinar e intercultural necessária à efetiva promoção à saúde que o tema requer. Descritores: Diabetes Mellitus; População Indígena; Transição Epidemiológica; Assistência à Saúde. REFERÊNCIAS: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Diabetes Mellitus/Ministério da Saúde-Brasília, 2006. FREITAS, J.Z.F.; FREITAS, F.O. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. Influência da mudança de hábito alimentar na prevalência de diabetes na área indígena Xavante. Estudo de caso - Reserva Indígena São Marcos. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2004. OLIVEIRA, G.F. et al. Prevalência de diabetes melito e tolerância à glicose diminuída nos indígenas da Aldeia Jaguapiru, Brasil. Rev Panam Salud Publica, Washington, v. 29, n. 5, Mai. 2011. OLIVEIRA, R.C.C. Representações sociais sobre a situação de vida, saúde e doença na concepção indígena Potiguara. [Dissertação de Mestrado], Paraíba. Programa de Pós-graduação em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba-(UFPB), 2009. SCHAPER, M. Consequências de um encontro: a relação de contato e a insegurança alimentar e nutricional da população indígena Brasileira.Texto de Apoio, Disciplina de Intervenções Clínicas Voltadas para as populações Indígenas Brasileiras, Curso de Especialização em saúde Indígena, 2011. P 4

ABORDAGEM EM PROMOÇÃO DA SAÚDE: INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE E ESCOLAS DA REDE PÚBLICA, MANAUS-AMAZONAS.

Nascimento, N. J.; Souza, S. R. C.; Souza, M. A.;Vilhena, J. B; Araújo, C. R. INTRODUÇÃO: acadêmicos do 1º p. da disciplina Atenção Integral a Saúde, em atividades com escolas públicas municipais-estaduais em Manaus-Amazonas, com alunos do ensino fundamental e

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médio, professores e gestores. Partindo da implantação de um ciclo de palestras educativas, realizadas efetivamente pelos acadêmicos (turmas mistas-Enfermagem, Medicina, e Odontologia), sob a orientação e acompanhamento dos docentes de AIS. Essas práticas possibilitam ações positivas e o reconhecimento enquanto sua capacidade de criação, participação, iniciativa, responsabilidade e de poder resolutivo na tomada de decisões e postura diante dos colegas, alunos e docentes (MEALAZO, 2012). OBJETIVOS: informar, orientar e discutir sobre a importância da higiene corporal, contribuindo para o convívio familiar e social, em seus diferentes níveis; Tornar os alunos agentes ativos para divulgação da temática abordada, de forma clara, objetiva e fácil; Socializar as informações com todos os alunos matriculados na escola. METODOLOGIA:apresentação foi por sala de aula, alunos entre 12 a 14 anos, cursando o 7º ano do ensino fundamental, matriculados num Centro de Educação de Tempo Integral (CETI), da zona leste de Manaus. Apresentação dialogada, em Power Point, cartazes e banners ilustrativos. Aplicação de dinâmicas, fortalecendo a discussão com os alunos e os expositores, com premiação aos vencedores da gincana e entrega de brindes (kit de higiene pessoal) aos demais alunos. Os acadêmicos elaboraram um roteiro para abordagem sistemática do assunto, possibilitando organizar a apresentação em eixos, uniformizando as informações técnicas a todos os alunos. A apresentação foi de 30’ a 40’, restando 15’ para as dinâmicas. RESULTADOS: durante as apresentações dos acadêmicos, notou-se um interesse comum entre as turmas que ia aumentando gradativamente, culminando em uma dinâmica socializada de participação, com reforço das informações apresentadas aos professores do CETI, com a satisfação dos alunos quanto a aprendizagem e interação com os acadêmicos (BRANDÃO, 2002). Na avaliação da atividade prática em sala de aula, onde os alunos puderam apresentar seus “olhares”, dúvidas, críticas e contribuições para o aprimoramento da estratégia aplicadas.CONCLUSÃO: temas ora rotulados comuns, precisam ser trabalhados efetivamente como uma rotina e periodicidade com o universo estudantil, independente da faixa etária, tendo sempre o cuidado de direcionar a linguagem ao grupo a ser apresentado.O reflexo do interesse e troca de informações entre os acadêmicos e os alunos da escola, oportunizou aos futuros profissionais, qual pode ser a significância da colaboração e ação direta junto às atividades e estratégias que podem ser realizadas em diferentes espaços sociais. Descritores: Saúde- Educação- Escola- ação- promoção REFERÊNCIAS BRANDÃO,C. R. Educação popular na escola cidadã. Rio de Janeiro:Vozes,2002.455p MEALAZO, R. Disponível em: raissamealazo.hdfree.com.br/webgestaoeducacional/ amb01. Acesso em: 28/03/2012.

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P 5 ABORDAGEM PRIMÁRIANA OCORRÊNCIA DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E TRAUMATOGÊNICOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS

Alves, E. C.; Sachett, J. A. G.

INTRODUÇÃO: os acidentes representam uma preocupação para a saúde brasileira, principalmente quando estes envolvem animais peçonhentos. Os animais peçonhentos são caracterizados como aqueles que possuem glândulas produtoras de toxina, com ductos excretores, associadas ou não a um dispositivo inoculador. Esta especificidade se apresenta de formas diversas entre os animais e as regiões do país. Na região Amazônica pode-se verificar a ocorrência destes, sendo que algumas espécies peculiares do clima e da geografia regional. São classificados em acidentes com: serpentes (botrópicos, laquéticos e elapídicos), escorpiônicos (escorpiões), aracneísmo (aranhas), ictismo (peixes), himenopterismo (vespas, abelhas, formiga, marimbondos) e erucismo (lagartas) (SOUZA; BÜHRNHEIM, 1999; AMARAL; BUCARETCHI; ARAÚJO et al., 1988; FREITAS, 1991). O propósito é de educar por meio de materiais didáticos a população do estado do Amazonas para condutas primárias frente às urgências e emergências com animais peçonhentos. OBJETIVOS: Listar as publicações científicas sobre animais peçonhentos no Brasil e no estado do Amazonas; identificar as principais ações de saúde visando minimizar o dano orgânico ao individuo exposto ao acidente; confeccionar material didático compatível com o tema abordado e público alvo e instruir a população por meio de material visual sobre os acidentes com animais peçonhentos específicos da Amazônia. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo com revisão sistemática de literatura com realização seguindo as seguintes etapas: busca de material bibliográfico sobre acidentes com animais peçonhentos; seleção dos conteúdos voltados para o tema;elaboração do texto (linguagem simples e objetiva) para o material didático;consultoria de resultados da cartilha; definição do conteúdo escrito;confecção dos desenhos da cartilha e formatação;validação por especialistas;impressão em larga escala e distribuição e divulgação do material didático(assessoria de imprensa da UEA). RESULTADOS: A pesquisa em questão encontra-se em andamento e como resultado parcial obteve: inicialmente foram levantados 42 materiais bibliográficos, sendo 05 manuais, 01 caderno, 01 tese e 35 artigos pertinentes à temática, destes somente 02 estão voltados para o Amazonas e 01 para Manaus. O período de publicação foi de 1988 a 2012 e a maioria destes se concentrou anterior a 2010 e com as seguintes distribuições temporais (01) 1988; (01) 1997; (01) 1998; (01) 1999; (01) 2000; (03) 2001; (03) 2002; (04) 2003; (04) 2005; (02) 2008; (05) 2009; (05) 2010, ficou evidente quanto à escassez de informações dos últimos três anos ao verificar a distribuição temporal. Observou-se nos referidos materiais bibliográficos consultados o insuficiente número (limitando-se a 1 tese) com condutas primárias e educação em saúde voltada a população, essas informações se restringem aos manuais (AMARAL; BUCARETCHI; ARAÚJO et al., 1988; PARDAL; YUKI, 2000). A maioria dos artigos se refere a acidentes com serpentes e aranhas (28) e em menor número os outros animais (escorpiões, lagartas, peixes, formigas, vespas, marimbondos e abelhas).Possivelmente este fato pode ser reflexo da subnotificação dos acidentes por parte dos profissionais e vítimas envolvidas nos acidentes com materiais peçonhentos. As subnotificações podem ser secundárias ao desconhecimento da população sobre a classificação dos animais peçonhentos e que animais presentes no dia-dia como abelhas, formigas, vespas e marimbondos

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possuem veneno que podem ser agravantes potenciais a saúde. Outra questão observada até o momento se remete ao formulário de Notificações de Agravos o qual alimenta o banco de dados SINAN. No corpo deste instrumento é verificada a ênfase em serpentes, aranhas e escorpião, sendo os demais animais peçonhentos desvalorizados, o que pode inviabilizar um número fidedigno correspondente à realidade desta ocorrência. A produção científica no Brasil encontra-se satisfatória porem quando se refere a Amazonas e Manaus o número de produções ficam restritas. Foram identificadas no Manual da FUNASA (2001) condutas básicas pós-acidentes com animais peçonhentos. Dentre as condutas de primeiros socorros incluem-se: lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão; manter o paciente deitado; não realizar nenhum tipo de amarração (Torniquete) no local da picada ou próximo;não sugar o veneno com a boca; manter o paciente hidratado; procurar o serviço médico mais próximo; se possível, levar o animal para identificação.

Descritores: animais venenosos, acidentes, redução do dano, assistência à saúde, profissionais da saúde.

REFERÊNCIAS:

AMARAL, C.F.S.; BUCARETCHI, F.; ARAÚJO, F.A.A.; et al. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Fundação Nacional de Saúde. Ministério da Saúde: 131p., 1988.

FREITAS, J. C. Nomenclatura em toxinonologia, relações com a comunicação química entre organismos e propriedades biológicas das toxinas. Memórias do Instituto Butantan, 53:191-195, 1991

PARDAL, P. P. O.; YUKI, R. N. Acidentes por animais peçonhentos: manual de rotinas. Belém, Editora Universitária. 40 p., 2000.

SOUZA, A.R.B.; BÜHRNHEIM, P.F. Dez casos de acidente laquético atendidos no IMT-AM, de 1986 a 1996. Rev Soc Bras Med Trop, n. 32, Sup.I, p.388-89, 1999.

P 6 ACIDENTE DE TRÂNSITO: UM GRAVE PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Rosário, A. J. B.; Ribeiro, M. N. S. INTRODUÇÃO: os acidentes de trânsito (AT) se constituem um grave problema de saúde pública, atingindo principalmente os jovens e elevando os custos ao sistema de saúde e previdência. A maioria das vezes os AT são causados por imprudência e negligência tanto por pedestres quanto pelos condutores. Dentre as diversas situações que favorecem os acidentes de trânsito, vale destacar, em especial,situações relacionadas à via, ao veículo e ao homem. Na atualidade, os acidentes de trânsito representam, em vários locais do mundo, inclusive no Brasil, a principal causa de morte não

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natural, com aumento constante nessas taxas. Assim faz-se necessário discutir o problema de forma a articular os atores e suas responsabilidades, visando ampliar o conhecimento sobre o trânsito no Brasil e acionar as políticas públicas da real situação encontrada. OBJETIVO: o presente estudo tem por objetivo abordar o problema dos acidentes de trânsito no Brasil, sob a ótica da saúde pública, descrevendo as estatísticas atuais dos acidentes de trânsito no Brasil, no Amazonas e em Manaus e as estatísticas dos acidentes com vítimas fatais, além de identificar os maiores danos causados pelos acidentes de trânsito e seu impacto físico e econômico. METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa de abordagem descritiva e qualitativa, fundamentada no método indutivo, realizada por meio de consulta bibliográfica, permitindo obter a maior quantidade possível de informações, analisando, re-avaliando e refletindo o material coletado, a fim de obter o real perfil do contexto estudado, a partir de uma leitura analítica da realidade. Foram priorizadas as seguintes as seguintes etapas: identificação, localização, e obtenção da informação; fichamento e análise das informações encontradas sobre o tema; e redação do trabalho proposto, utilizando os critérios de seleção dos artigos que foram: trabalhos publicados sobre o tema entre os anos de 2001 a 2012 e redigidos em português. RESULTADOS E DISCUSSÃO: os resultados mostram que a predominância de jovens do sexo masculino, motociclistas, na faixa etária de 18 a 29 anos como os mais afetados no Brasil de forma continua entre os anos de 2001 a 2012, mostrando a grande vulnerabilidade dos motociclistas. Porém, não são somente os jovens as vítimas dos AT. Os idosos também são vítimas fatais, prevalecendo a faixa etária de 60 a 69 anos. Devido sua fragilidade, na maioria das vezes, as lesões levam as vítimas ao óbito. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT, 2012), as UF que mais ocorreram acidentados foram: Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Esta pesquisa ainda revela que os finais de semana como o sábado e o domingo são os dias que mais ocorrem AT na maioria das vias brasileiras.De acordo com Waiselfisz (2012), em estudo sobre os novos padrões da violência homicida no Brasil, aponta que em 2009, Manaus apresentou 241 óbitos provenientes de AT, enquanto que em 2010 houve um aumento de mais de 100 óbitos chegando a 344, e ficando na 20ª colocação no Ranking Nacional, com taxa de 19,1% em 100 mil/óbitos por habitante. No ano de 2011 no período de janeiro a maio, Manaus apresentou 3.199 AT contabilizados, comparadas a 2012 no mesmo período apresentando 3.296 acidentes de trânsito no total, sendo 1.581 com danos materiais e 1.715 com vítimas, assim o ano de 2012 apresentou crescimento de 3% no número de acidentes em comparação com o mesmo período do ano anterior (DETRAN, 2012).O mês de maior ocorrência é o mês de Junho, sendo o domingo o dia da semana com a maior ocorrência. A maioria dos AT ocorreram nos horários entre às 16 -17 horas. Quanto aos danos, Maia e Pires (2006) afirmam que as vítimas dos AT não são apenas os acometidos, mas a família que esta ao seu lado de forma a assistir sua recuperação, os profissionais de saúde que atentam para a melhoria da qualidade de vida do paciente e de sua recuperação. Assim, destacam esses autores que existem vários níveis de vitimas: a nível primário o próprio acometido pelo acidente; a nível secundário os familiares próximos a vítima; a nível terciário os profissionais de saúde que se empenham a favor da vida e recuperação humana, nestes casos de acidentes principalmente no setor de urgência e emergência; as vitimas de quarto grau as pessoas de uma comunidade que acabam a se envolver nos acidentes, como repórteres, pessoas que circulam próximas ao local do acidente; as vitimas de quinto grau aqueles que sofrem o estresse pelo que veem, por meio de jornais, ou qualquer meio de comunicação social. Já o estado físico das vítimas identificadas nos registros da Polícia Rodoviária Federal é classificado nas categorias, lesões

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leves, lesões graves e morte. Essa é, portanto, a forma como os dados sobre o estado físico dos envolvidos aparecem nas estatísticas publicadas. Conforme Santos et al (2008), as lesões causadas nas vitimas por AT são inúmeras, porém mais encontradas nos acidentes com motociclista, evidenciam que 69,3% dos acidentados apresentam ferimentos, 51,4% fraturas, 27,4% hematomas e 20,7% traumatismo crânio encefálico. Observando as ocorrências pela ótica dos traumatismos da cabeça e do pescoço, que são os de maior incidência, em ordem decrescente de importância, destacam-se os seguintes tipos de acidente: colisão traseira, 23,3%; abalroamento transversal, 13,6%; saída de pista, 12,1%; choque com objeto fixo, 10,0%; e, atropelamento; 9,7%.A média de dias de internação calculada foi de 8,5, com um desvio padrão igual a 14,2; a moda igual a 3 e a mediana igual a 5,3. O tempo de internação em sua distribuição variou de 1 a 201 dias. Com relação aos custos médicos, a média por vítima dos custos de “atendimento ambulatorial” ficou em cerca de R$298,18 e a de “internação” em R$4.142,55, resultando em um custo médio total da ordem de R$1.266,37 (DNIT, 2012). No Amazonas, os AT tem gerado um grande impacto social, que são os gastos públicos. Segundo levantamento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2012), o Amazonas, nos últimos quatro anos vem apresentando um aumento significativo nos gastos com acidentes chegando a registrar 517% nos gastos com atendimentos e internações apenas de motociclistas. Enquanto em 2008, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 41,3 mil com os acidentados, em 2011, o valor saltou para R$ 277 mil. O crescimento com despesas foi maior que o da frota de motocicletas, que subiu 168,61% - de 110.754 unidades para 186.747, no mesmo período. Os AT são um grave problema em todo o mundo, atingindo as pessoas de maneira violenta e deixando pelo menos 50 milhões de pessoas feridas ou incapacitadas por esses eventos.O Brasil é um dos líderes mundiais em acidentes de trânsito há mais de 30 anos. O problema se revela não apenas pelo número absoluto, como também pela alta incidência de acidentes por pessoa ou por veículo em circulação, tornando os acidentes de trânsito a segunda causa de mortalidade no Brasil, perdendo somente para homicídios. CONCLUSÃO: os problemas relacionados ao trânsito são perfeitamente observáveis na falta de infraestrutura das ruas, desobediência dos condutores e pedestres à sinalização, falta de sinalização eficaz, excesso de velocidade, o não uso do cinto de segurança, uma fiscalização mais acentuada e pertinente, condutores alcoolizados, e muitos outros fatores que contribuem para o aumento do risco e vulnerabilidade para um AT. Vários problemas são decorrentes dos AT e geram impactos para a sociedade como gastos públicos, tempo aumentado de internação, recursos de alta tecnologia,aposentadorias por invalide. Os AT compõem um grave problema de saúde pública, e é necessário se vencer diversos desafios para minimizar impactos, como: um acompanhamento efetivo e eficaz em relação as vítimas dos traumas por acidentes; capacitar profissionais para atender qualquer tipo de urgência e emergência, diminuindo o tempo de hospitalização; criar novas programas que possibilitem a redução dos números de AT. Além disso, acredita-se que é impossível reduzir os riscos que o trânsito proporciona às pessoas, se o espaço de circulação dos mesmos se encontra debilitado, por isso, antes de organizar ações para reduzir os riscos e os danos causados pelos AT, é preciso haver um ambiente adequado, para a circulação da sociedade. Descritores: acidentes de trânsito; problema de saúde pública; medidas preventivas.

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REFERÊNCIAS: BRASIL. Ministério da Saúde. Acidentes de Trânsito custam caro aos cofres públicos, com internações 2012. Disponível em: <http://www.amazonasnoticias.com.br/amazonas/24-amazonas/20489-acidentes-de-transito-custam-caro-a-cofres-publicos-com-internacoes.html>, Acessado em 15 de Outubro 2012.

DETRAN. Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas. Zona Norte Lidera em acidentes de trânsito em Manaus 2012. Disponível em: <http://www.d24am.com/noticias/amazonas/zona-norte-lidera-em-acidentes-de-transito-em-manaus/64143>, Acessado em 15 de Outubro de 2012.

DNIT. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. Ministério dos Transportes. Estatísticas de Acidentes de Transito nas unidades UF do Brasil 2012. Brasília, 2012. MAIA, A.C.; PIRES, T.S.F. O impacto psicológico da adversidade - o caso dos acidentes rodoviários[apresentação no seminário “Sequelas invisíveis dos acidentes de trânsito”; transcrição em fita-cassete]. Brasília; 2006 WAISELFISZ, J.J. Mapa da Violência 2012. Os novos padrões da violência homicida no Brasil. InstitutoSangari, São Paulo, 2012.

P 7 AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE PARA A POPULAÇÃO INDÍGENA

BRASILEIRA Barbosa, A. S.; Vieira, A. M.; Lima, E. S.; Souza, E. S.; Martins, M. M. M.; Souza, C. R. S.; Farias,

A. S.

INTRODUÇÃO: a tuberculose (TB) é um grave problema de saúde pública no Brasil que juntamente com outros 21 países em desenvolvimento, albergam 80% dos casos mundiais da doença. Em 2009, foram notificados 72 mil casos novos, correspondendo a um coeficiente de incidência de 38/100.000 habitantes. Esses indicadores colocam o Brasil na 19ª posição em relação ao número de casos e na 104a posição em relação a taxa de incidência (BRASIL, 2011). A distribuição dos casos está concentrada em 315 dos 5.564 municípios do país, correspondendo a 70% da totalidade dos casos. É importante destacar que anualmente ainda morrem 4,5 mil pessoas por tuberculose, doença curável e evitável. Em sua maioria, os óbitos ocorrem nas regiões metropolitanas e em unidades hospitalares. Em 2008, a TB foi a quarta causa de morte por doenças infecciosas e a primeira causa de morte dos pacientes com Aids.De acordo com dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI) existem no Brasil 538.154 indígenas, representantes de 210 povos, falantes de mais de 170 línguas, residentes em 4.413 aldeias, distribuídas em 615 Terras Indígenas (TI), localizadas em 432 municípios. Aproximadamente 120 mil indígenas vivem ainda em áreas urbanas e nas capitais dos estados do Amazonas, Rondônia,

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Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nesse contexto, é importante destacar que o perfil epidemiológico dos povos indígenas é marcado por elevadas taxas de incidência e de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, com destaque para infecções respiratórias, diarréia, malária e TB. A maioria dos estudos da doença concentra-se na região Amazônica e revela que, apesar das altas coberturas vacinais pela BCG, a incidência da doença é muito elevada e a prevalência de infecção é bastante expressiva. Algumas vezes, os percentuais são dez vezes superiores aos encontrados na população brasileira em geral (MARQUES et al., 2010). OBJETIVO: identificar as principais ações de controle da TB para população indígena brasileira, a partir das diretrizes nacionais vigentes instituídas pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde. METODOLOGIA: foi realizada uma revisão de literatura a partir das publicações dos últimos 10 anos, disponíveis nas bases de dados Lilacs e Scielo, recuperadas por meio dos descritores: tuberculose; diagnóstico; população indígena; índios sul-americano; política de saúde. Também foram utilizados documentos oficiais do Ministério da Saúde brasileiro como as diretrizes do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. RESULTADOS: apesar da importância dessa endemia na morbimortalidade indígena no Brasil, são escassos os estudos voltados para caracterizar aspectos clínicos e radiológicos da TB nessas populações. O alto percentual da doença em menores de15 anos é de grande importância epidemiológica e representa um evento sentinela em Saúde Coletiva, visto que se refere à infecção recente, promovida por contato com bacilífero. Há anos esse fato foi destacado por Marques e Cunha (2003), em que constataram que esse grupo etário representava 40% dos doentes por TB, em relação aos pacientes com mais de 15 anos de idade. Diante das evidências disponíveis e da notada dimensão do problema, o Departamento de Saúde Indígena classificou um conjunto de Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) como prioritário para implementação das ações de controle da TB, dentre eles, Alto Rio Juruá, Alto Rio Negro, Maranhão, Médio Rio Solimões, Porto Velho, Rio Tapajós, Vilhena e Yanomami, com incidência de TB acima de 100 casos por 100 mil habitantes, caracterizando situações epidemiológicas de alto risco. Nesse contexto, a cura variou entre 51,7% e 55,9% com 12,6% a 3,5% de abandono e 5% de óbitos. Outra constatação que chama atenção é que em 27,3% e 42% dos registros não se tinha informação sobre o desfecho do tratamento, revelando uma fragilidade no registro e monitoramento pelo sistema de informação em saúde. No que tange às ações de prevenção, são escassos os estudos sobre a eficácia da vacinação BCG e da quimioprofilaxia entre os indígenas no Brasil. No entanto, destaca-se que é recorrente a presença de grandes contingentes de não reatores ao PPD, mesmo entre aquelas comunidades nas quais se registram altas coberturas vacinais por BCG. Tendo em vista as especificidades apresentadas e visando maior efetividade nas ações de controle da TB para as populações indígenas do Brasil, deve-se levar em consideração algumas particularidades, dentre elas: (a) A vigilância dos contatos deve ser ampliada para todos os habitantes de um domicílio e, em alguns casos, estendida para outros núcleos familiares que mantêm intensa interação com o caso de TB identificado. Além disso, a vigilância não deve ser pontual, recomendando-se que seja continuada ao longo do ano. (b) Recomenda-se o tratamento da infecção latente por tuberculose (ILTB) para os contatos recentes de doentes de TB (caso índice bacilífero ou não), com PT >5mm, independentemente da idade e do estado vacinal, após ter sido afastada a possibilidade de tuberculose em atividade. (c) Em decorrência de diferentes estágios de contato com a sociedade envolvente, alguns grupos só falam a língua materna, fato que traz dificuldades adicionais para orientar uma correta coleta de escarro. Por

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esse motivo, é imprescindível a colaboração do agente indígena de saúde (AIS) em todas as ações de controle. (d) Recomenda-se a realização de cultura de escarro com a identificação e teste de sensibilidade em todos os casos suspeitos de TB em maiores de 10 anos. Em crianças, o diagnóstico deve ser realizado com auxílio do sistema de pontuação para o diagnóstico de TB nas crianças, de acordo com as orientações contidas no Manual de Recomendações para o Controle de Tuberculose no Brasil. Em face das dificuldades de acesso à maioria das aldeias, o meio de cultura recomendado deve ser preferencialmente o Ogawa-Kudoh. (e) Em relação aos exames radiológicos, deve-se ter atenção para não confundir imagens residuais com lesões em atividade. Recomenda-se a realização de exame radiológico no 2º e no 6º mês de tratamento para observar a evolução das lesões e evitar o tratamento inadequado de outras doenças ou sequelas de TB anteriores. (f) Em determinadas localidades, em particular, é comum observar-se alta mobilidade entre alguns grupos étnicos, fato que traz dificuldades adicionais à realização do tratamento supervisionado. Por isso, para êxito do tratamento, é necessário que se desenvolvam estratégias adaptadas à realidade local. Conclusões: O estudo permitiu identificar lacunas que inviabilizam a implantação de rotinas de diagnóstico para o controle da TB no cenário indígena brasileiro. Julga-se necessário melhorar a forma de organização dos serviços de saúde dos distritos e das equipes multiprofissionais que trabalham diretamente com essa população, de modo que sejam assumidas estratégias inovadoras que incorporem a busca ativa sistematizada de sintomáticos respiratórios (SR) na rotina dessas equipes. Desse modo, uma vez aceita pelo usuário a realização da baciloscopia, o serviço de saúde deve garantir a continuidade da atenção iniciada, através de sequência de atividades que vão desde a identificação do SR, orientação sobre a coleta de escarro, disponibilidade de insumos e transporte, como fatores determinantes para o fluxo do exame ao laboratório de análise, recebimento do resultado pelo serviço até o encaminhamento para seguimento ambulatorial dos casos diagnosticados. Viabilizar, planejar e organizar atividades nesses serviços de saúde para que sejam alcançados os objetivos. Transcender o saber dessas populações sobre os cuidados e conhecimentos bases sobre esta doença, de modo que seja assumido um conjunto de ações que avancem para nova lógica de trabalho, principalmente quando se considera o contexto cultural diferenciado que caracteriza o cenário de práticas dessas equipes. Descritores: tuberculose; diagnóstico; população indígena; índios sul-americano; política de saúde. REFERÊNCIAS: BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. MARQUES, Ana Maria Campos et al. Tuberculose em indígenas menores de 15 anos, no Estado de Mato Grosso do Sul. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 43, n. 6, Dez.2010.

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MARQUES, Ana Maria Campos; CUNHA, Rivaldo Venâncio da. A medicação assistida e os índices de cura de tuberculose e de abandono de tratamento na população indígena Guaraní-Kaiwá no Município de Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 5, Out. 2003.

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ANÁLISE DAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS POR DOENÇAS HIPERTENSIVAS NO BRASIL E A CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO NESSAS PATOLOGIAS.

Cordeiro, E. D. O.

INTRODUÇÃO: as urgências e emergências obstétricas por causas hipertensivas são uma realidade rotineira nas maternidades do Brasil e do mundo. Destacam-se por serem uma das principais causas de mortalidade materna e neonatal. A toxemia gravídica é uma das mais importantes causas de mortalidade materna e uma das grandes causas de mortalidade perinatal. A mortalidade materna por eclâmpsia varia de 10 a 15%, já a perinatal por pré-eclampsia grave-precoce é de 5 a 15% e por eclampsia de 30 a 35% (MONTENEGRO; FILHO, 2011). Dentre as possíveis causas de sua elevada incidência incluem-se o início tardio do pré-natal, a dificuldade de acesso das usuárias, a qualidade ainda deficiente da assistência básica e secundária. O fato é que não se pode apontar um único fator. Nos seus estágios mais graves como pré-eclampsia grave e eclâmpsia tornam-se emergências obstétricas e demandam tratamento imediato (MONTENEGRO; FILHO, 2011). OBJETIVO: Este estudo tem por objetivo fazer uma análise das doenças hipertensivas específicas da gravidez (DHEG) mais envolvidas na morbimortalidade materna no Brasil e no mundo, de forma a estimular uma melhor compreensão por parte dos profissionais de saúde e aperfeiçoar a assistência a essas mulheres, tanto no nível de atenção básica como emergencial. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura que dará ênfase a contribuição do Enfermeiro na assistência a essas patologias e também sua prevenção. Foram consultados artigos científicos em meios virtuais como a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e livros publicados de forma impressa em bibliotecas e outros acervos. O levantamento de dados foi realizado no mês de Abril de 2012 e foram consultadas obras publicadas no período de 2005 a 2011. RESULTADOS: As doenças hipertensivas específicas da gravidez (DHEG) podem ser classificadas em três tipos: Hipertensão Gestacional: elevação da pressão arterial (PA) acima de 140x90mmHg após a 20ª semana de gestação, sem o surgimento de proteinúria (BRASIL, 2010). Segundo Montenegro; Filho (2011) até 50% dessas mulheres chegam a evoluir para pré-eclâmpsia. Pré-eclâmpsia: É a elevação da pressão arterial juntamente com proteinúria (≥300mg/24h) após a 20ª semana de gestação em mulheres normotensas anteriormente a gravidez. A pré-eclâmpsia pode ser classificada como grave quando houver a elevação da PA≥160x110mmHg ou o surgimento de um dos seguintes sintomas: oligúria<500 ml/dia, trombocitopenia<100.000mm³, dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, distúrbios visuais, cefaléia, edema de pulmão ou cianose entre outros (MONTENEGRO; FILHO, 2011). Eclâmpsia: caracterizada pelo desenvolvimento de convulsões tônico-clônicas generalizadas em gestantes que já apresentavam quadro hipertensivo (MONTENEGRO; FILHO, 2011). Além dessas classificações existe ainda a síndrome de HELLP (Hemolysis, Elevated Lilver enzimes, Low Platelets), um quadro clínico caracterizado por hemólise, disfunção/dano hepático e plaquetopenia; que acomete

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geralmente as gestantes hipertensas que não recebem o diagnóstico e tratamento em tempo adequado e evoluem com piora do quadro hipertensivo. O desenvolvimento de eclâmpsia ou HELLP está extremamente relacionado com altos índices de mortalidade tanto materna quanto neonatal (MONTENEGRO; FILHO, 2011), (FREITAS et al., 2011). O diagnóstico das doenças hipertensivas específicas da gestação é geralmente clínico-laboratorial. 20 a 50% das mulheres com hipertensão gestacional evoluem para pré-eclâmpsia, desenvolvendo a proteinúria (MONTENEGRO; FILHO, 2011). Na ausência desta o diagnóstico confirma-se quando a PA elevada é somada aos seguintes sinais e sintomas: cefaléia, distúrbios visuais, dor abdominal, plaquetopenia e aumento das enzimas hepáticas (BRASIL, 2010). A eclâmpsia é diagnosticada quando surgem convulsões, coma ou ambos durante a gravidez de mulher com pré-eclampsia (FREITAS et al., 2011). O diagnostico da Síndrome de Hellp é essencialmente laboratorial. Nestes exames serão detectadas plaquetopenia (<100.000/µL), hemólise (detectada em esfregaço de sangue periférico), aumento das enzimas hepáticas (DHL, TGO e TGP), além de outros achados (FREITAS et al., 2011). Existe uma gama de medicações sendo citadas na atualidade para o tratamento das doenças hipertensivas gestacionais desde o seu surgimento até o puerpério. Porém, todos os autores pesquisados concordam que o único tratamento definitivo para a toxemia gravídica é o parto. As demais medicações são utilizadas quando este é inviável para a mãe ou o concepto e para a prevenção de possíveis complicações, aumentando assim a sobrevida do binômio. Deve-se lembrar que a conduta sempre dependerá da gravidade da patologia e da idade gestacional (BRASIL, 2010). Quando a pré-eclampsia é leve, deve-se adotar tratamento não medicamentoso, acompanhamento rigoroso do pré-natal e observação (conduta expectante). Porém, se a pré-eclâmpsia se torna grave, e a gravidez é maior que 34 semanas a gestante deve ser preparada para o parto. Caso a idade gestacional seja inferior a 34 semanas, mãe e feto devem ser monitorados, drogas anti-hipertensivas são utilizadas para controle da PA e o sulfato de magnésio para prevenção de convulsões. Admite-se também a utilização de corticoterapia para auxílio no amadurecimento do pulmão fetal (MONTENEGRO; FILHO, 2011). Quanto ao tipo de parto o Ministério da Saúde (2010) recomenda a via vaginal, evitando-se o estresse adicional de uma cirurgia em uma situação já complicada. Destaca-se ainda o maior risco de complicações quando se realiza uma cesariana como hemorragias, picos hipertensivos, e maior duração da hospitalização. Geralmente a indução do parto por via vaginal é segura mesmo para o concepto de baixo peso. Recomenda-se o amadurecimento medicamentoso do colo quando necessário (BRASIL, 2010). A Enfermagem é uma ciência relativamente recente e que está em fase de desenvolvimento, afirmação e evolução. São notórias suas dificuldades e impasses, porém é inquestionável sua importância na assistência à mulher. Através do cuidar, do educar, do prevenir e assistir, a Enfermagem tem em suas mãos o poder de modificar a situação atual das mulheres vítimas de gravidezes de alto risco. Os dados relacionados à mortalidade materna em nosso país evidenciam a falta de qualidade dos serviços de assistência à saúde e ao período gravídico puerperal . Azevedo et al. (2009) notou que a maioria das gestantes e puérperas portadoras de pré-eclâmpsia tinha um conhecimento bastante escasso sobre seu diagnóstico e patologia. Foi notório nessa pesquisa o medo que estas mulheres apresentavam de morrer e dos riscos que o seu bebê corria. O profissional enfermeiro tem papel fundamental na promoção da participação da mulher no seu processo gestacional. Através de uma comunicação efetiva, apoio emocional, atenção e cuidado ele pode gerar autoconfiança e segurança para a mulher, principalmente na hora do parto, momento de maior tensão para a grávida. Dentre as funções do enfermeiro no acompanhamento do trabalho de parto

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pode-se citar: avaliação da dinâmica uterina, ausculta fetal, toque vaginal, orientação sobre técnicas para alívio da dor e progressão natural do parto, podendo também prevenir complicações. Ele pode proporcionar uma atenção qualificada nas intercorrências e complicações obstétricas através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Muitos autores defrontaram-se em suas pesquisas com a precariedade de informações básicas de saúde nos prontuários. Isso mostra a falta de qualidade dos serviços de enfermagem que vêm sendo prestados em nosso país. Ainda é grande o número de mulheres que não têm acesso à assistência pré-natal em nosso país, e são comuns os relatos de insatisfação com a assistência de Enfermagem prestada no nível básico e secundário de atenção a saúde da mulher. A avaliação do profissional de enfermagem nos momentos de perigo, de risco para a saúde da gestante e do feto é crucial para o desenvolvimento de terapias e assistência que possam salvar vidas e prevenir complicações, para tanto é evidente que o mesmo deve ter preparo acadêmico e prático básicos que permitam a ele agir de forma adequada. CONCLUSÂO: Dentre os resultados encontrados pelo levantamento de dados, observa-se que os autores concordam com a gravidade das doenças hipertensivas gestacionais tanto para mãe quanto para o concepto, trazendo riscos de vida e complicações para ambos. Também concordam que quando estas patologias não são precocemente diagnosticadas, encaminhadas e tratadas de forma adequada, podem evoluir para casos mais graves e com piores prognósticos. Além disso, os dados apontam para uma precariedade da assistência pré-natal em nosso país de um modo geral, e incluindo-se aí a assistência de Enfermagem. As mulheres nem sempre têm acesso ao pré-natal, as que desenvolvem as patologias aqui discutidas muitas vezes se encontram em situação de medo e ansiedade por, acima de tudo, desconhecimento, falta de informação. A falha no acolhimento durante o pré-natal e a internação nas maternidades dificulta o trabalho de parto e torna a experiência da maternidade ainda mais traumática para as grávidas, aumentando as consequências negativas sobre o feto. Muitos autores citaram a falta de informações e registros nos prontuários da paciente pela parte da enfermagem, levantando-se a necessidade urgente de implementação da SAE nas instituições de saúde.

Descritores: Enfermagem, Hipertensão Induzida pela Gravidez, Enfermagem Obstétrica, Eclampsia, Pré-eclämpsia.

REFERÊNCIAS: AZEVEDO, D.V.; ARAÚJO, A.C.P.F.; COSTA, I.C.C.; JÚNIOR, A.M. Percepções e sentimentos de gestantes e puérperas sobre a pré-eclâmpsia. Revista de Salud Pública, v.11, n.3, p.347-358, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. Ministério da Saúde. 5.ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. FREITAS, F.; COSTA, S.H.M.; RAMOS, J.G.L.; MAGALHÃES, J.A. Rotinas em obstetrícia. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.

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MONTENEGRO, C.A.B.; FILHO, J.R. Rezende, obstetrícia fundamental. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. NETO, C.N.; SOUZA, A.S.R.; AMORIM, M.M.R. Tratamento da pré-eclampsia baseado em evidências. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.32, n: 9, p.459-468, 2010.

P 9 AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS ENFERMEIROS AO IMPLEMENTAR A

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM- SAE NO SERVIÇO HOSPITALAR

Oliveira, A. F. R. A. M.; Menezes, E. G.; Luiz Neto, M.

INTRODUÇÃO: a Sistematização da Assistência de Enfermagem- SAE apresenta-se como uma questão conflitante para o enfermeiro uma vez que inúmeras atribuições são postas ao seu cargo. As dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros ao implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem- SAE torna-se útil uma vez que a temática engloba diversos entraves na profissão, por isso o tema justifica-se em encontrar estas dificuldades através da produção científica nacional disponível para incorporar a SAE no processo de trabalho. Embora em termos da legislação do Conselho Federal de Enfermagem- COFEN através da Resolução n° 358/2009, enfatizar a implementação da SAE em todo território brasileiro, observa-se que apesar dos anos até os dias atuais, muitas instituições hospitalares não tornam a SAE eficientemente aplicável. A SAE é todo o planejamento registrado da assistência que abrange desde a criação e implementação do manual de normas e rotinas das unidades à descrição padronizada, até a adoção do Processo de Enfermagem. Metodologia da Assistência de Enfermagem é um caminho, um modo de conduzir o trabalho com uma lógica, sendo um dos elementos da SAE. OBJETIVO: Compreender as dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros na implementação da SAE no serviço hospitalar. MÉTODOS: Revisão Integrativa da Literatura uma vez que ela contribui para o processo de sistematização e análise dos resultados, visando à compreensão de determinado tema, a partir de outros estudos independentes. Este método é analisado de forma sistemática em relação aos seus objetivos, materiais e métodos, permitindo que o leitor analise o conhecimento pré-existente sobre o tema investigado. A estratégia de identificação e seleção dos estudos, ocorreu por meio de busca nas: Bases de Dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic

Library Online (SciELO). Quanto à síntese dos dados extraídos dos artigos foram realizadas de forma descritiva, possibilitando observar, contar, descrever e classificar os dados, com o intuito de reunir o conhecimento produzido sobre o tema explorado. Foram adotados os seguintes critérios para seleção dos artigos: todas as categorias de artigo (original, revisão de literatura, reflexão, atualização, relato de experiência etc. RESULTADOS: constatou-se que a sobrecarga de trabalho corresponde a (14%) é caracterizada como algo de ordem profissional onde as inúmeras atribuições ocasionam a problemática evidenciada na pesquisa, mostra também o reflexo da rotina estressante do enfermeiro, onde não há planejamento das atividades de enfermagem, das indefinições do papel do enfermeiro, cobrados pelo cumprimento de tarefas administrativas e menos assistenciais, além disso, a existência da sobrecarga de trabalho está relacionada ao absenteísmo e a rotatividade de

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pessoal dentro da instituição. Outro ponto a se considerar como dificuldades de implementação da SAE é o número insuficiente de profissional demonstrando (14%), isto limita a organização do trabalho para que a SAE possa ser operacionalizada, pois há exigüidade de tempo para a assistência, fato puramente organizacional. Os recursos humanos insuficientes refletem na execução das etapas da SAE, por necessitar de tempo para registro e análise de dados. Quanto à falta de tempo para desenvolver o saber demonstra que (7%) estão integrados a desatualização profissional dos enfermeiros, que acarreta insuficiência destes para assumir a conduta de enfermagem e suas consequências. Em pacientes inconscientes e instáveis e a morosidade do serviço, demonstra que a aplicabilidade da SAE é de (10%) justificam-se como dificuldade por prevalecer na clínica a organização do cuidado centrado apenas nas tarefas, ou seja, o que importa é a realização da ação e o acúmulo dos serviços na unidade, desse modo, a assistência fica fragmentada. (4%) afirmam que a sistematização ainda não é uma rotina por parte dos enfermeiros nas instituições, destacando que não há indícios da realização sistematizada nos registros de enfermagem sobre SAE. A partir desse fato, surge uma outra problemática em relação a implementação da SAE, a ausência de registros das informações coletadas (14%) que a SAE é operacionalizada de forma incorreta, gerando ausência dos registros, como: histórico, diagnóstico, exame físico, e as prescrições de enfermagem que não são executadas nem assinadas. Devido à falta de reconhecimento profissional e a resistência da equipe demonstra que ocorre em (4%), pela forma como os auxiliares e técnicos de enfermagem, inclusive médicos não reconhecem as atribuições legais dos enfermeiros e por estes não estarem habituados com a presença do enfermeiro permanentemente na equipe. Os desacordos clínicos e os erros no processo do diagnóstico demonstram que (4%) refletem na SAE, uma vez que estes dados sofrem divergências entre o que é real e/ou dedutivo sobre a situação do paciente, ocasionando em diagnóstico, prescrição, implementação e avaliação coerentes ou não coerentes. Observa-se também que as dificuldades encontradas para implementação da SAE é o fato da formação acadêmica está voltada para as aquisições de habilidades técnicas, ocorre em (3%), embora muitas instituições de ensino situam-se no nível ideal, sistematizado, buscando qualidade, os serviços onde realizam-se as aprendizagens práticas, deixam de atender estas condições. Alguns estudos demonstram que (3%) está relacionado também à execução de atividades de outros profissionais, como justificativa de que perde-se muito tempo ao resolver problemas inerentes aos profissionais da equipe e, quando realmente se trata das atividades que competem aos enfermeiros, este não dispõe de tempo para realizá-las. Quanto ao cumprimento de atividades burocráticas demonstra que (10%) predomina-se este fato, devido aos enfermeiros estarem preparados para a assistência direta e não para atividades burocráticas, a problemática é devido às atividades como: a supervisão, escalas, organização do setor, previsão e controle de material, pedidos e preparo de material para esterilização, ocasionando conflitos de papéis, devido as cobranças institucionais. A dificuldade está relacionada devido a SAE ser cobrada apenas como atividade acadêmica e que na vida profissional há incompatibilidades organizacionais e administrativas contribuindo para este empecilho. A prescrição não é vista como orientadora do cuidado para (10%), uma vez que as prescrições não são registradas pelos auxiliares de enfermagem, isto pode estar relacionado à rotina de trabalho e também pela falta de correspondência entre as necessidades do cliente e as ações prescritas pelos enfermeiros. Outro estudo demonstra que as prescrições não orientam o cuidado, pois não são individualizadas, justificando que esta problemática é refletida na participação dos auxiliares e técnicos de enfermagem, desconhecerem as suas atribuições diante da operacionalização da SAE. Os fatores

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cansaço, desgaste e longa jornada de trabalho estão em (3%), aparecem como dificuldades de implementação da SAE, uma vez que os profissionais de enfermagem trabalham em mais de uma instituição, gerando assim uma assistência desarticulada com a qualidade que a SAE representa. Quanto à fiscalização do serviço (20%) afirmam que ocorre nas anotações de enfermagem, e não propriamente na SAE, apesar disso ressalta descaso dos profissionais na formalização do registro. Há estudos que ressaltam a educação permanente como um modo de incentivo às barreiras impostas pelo trabalho e assim elevar a qualidade das ações de saúde. Além disso, (40%) sugere a formação de grupos de enfermeiros com expertize em SAE como uma forma de os profissionais se habituarem às etapas da SAE, e assim aplicar o processo através do estudo em conjunto com os demais enfermeiros. Quanto à importância para a Instituição, cliente e enfermeiro (12%) demonstra que a SAE representa conhecimento científico do trabalho para diagnosticar e solucionar problemas com base no cuidar da saúde. Ainda destacando três pontos positivos como a base teórica na graduação (12%), conhecimento específico sobre as fases da SAE e fisiopatologia (13%), e livros de consulta (13%), com primordial para a aplicação da SAE, pois os enfermeiros refletem a conscientização de fundamentar cientificamente seus conhecimentos. Quando se trata do uso de tecnologias (25%) enfatizam a importância da tecnologia de informação para operacionalizar a SAE de forma, rápida, precisa e completa, aplicando tanto para gerenciar quanto para a assistência. Outro ponto primordial foi o dimensionamento de pessoal em (25%) como uma metodologia capaz de melhorar a eficiência e a qualidade da assistência sem perder de vista os custos hospitalares, imprescindível para o conhecimento do enfermeiro aplicar para minimizar a escassez de recursos humanos além de outras problemáticas. CONCLUSÃO: diante da análise e compreensão a cerca das publicações, pode-se perceber que a SAE apesar de apresentar-se como um marco evolucionário para Enfermagem, acaba-se por expressar em inúmeros fatores que à direcionam em dificuldades de implementação/ aplicabilidade. Há relevante predominância de fatores como a sobrecarga de trabalho, o número insuficiente de profissionais e a ausência de registros das informações coletadas diante de inúmeras dificuldades para a implementação da SAE, desse modo constatamos que as dificuldades apresentadas fazem realmente parte do cotidiano do enfermeiro mediante a comprovação dos artigos publicados. A aplicação da SAE nas instituições de saúde apresenta os seguintes aspectos positivos: segurança no planejamento, execução e avaliação das condutas de enfermagem, a individualização da assistência, visibilidade e autonomia para o enfermeiro. Considerando a relevância dessa metodologia assistencial para a valorização da enfermagem profissional, é preciso refletir/discutir sobre suas dificuldades práticas, para que se possa superá-las, tornando-a uma atividade prazerosa, capaz de conferir autonomia para o enfermeiro e qualidade na assistência ao paciente. Descritores: Enfermagem; Cuidados de Enfermagem; Hospital. REFERÊNCIAS ANDRADE; J. S. VIEIRA; M. J. Prática assistencial de enfermagem: problemas, perspectivas e necessidades de sistematização. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília. v.58, n.3,p.261-5. 2005.

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BACKES; D. S. SCHWARTZ; E. Implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem: desafios e conquistas do ponto de vista gerencial. Ciência, Cuidado e Saúde. Maringá- PR. v. 4, n. 2, p. 182-188. 2005. CASTILHO; N. C.; RIBEIRO; P. C.; CHIRELLI; M. Q. A implementação da sistematização da assistência de enfermagem no serviço de saúde hospitalar do Brasil. Texto e Contexto de Enfermagem. Florianópolis. v.18, n.2, p.280-9.2009 CONSELHO FEDERAL ENFERMAGEM. Resolução n° 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. Rio de Janeiro. COFEN. 2009. TAKAHASHI; A. A. et al. Dificuldades e facilidades apontadas por enfermeiras de um hospital de ensino na execução do processo de enfermagem. Acta Paulista de Enfermagem. São Paulo. v.21, n.1, p.32-8. 2008.

P 10 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO PORTADOR DA DOENÇA DE

ALZHEIMER EM DOMICÍLIO Pimentel, D. C.; Barbosa, E. M. C.

INTRODUÇÃO: a doença de Alzheimer é um processo neurológico degenerativo frequente entre os idosos, que se caracteriza pela diminuição das atividades mentais (CHAVES; SILVA, 2007). O envelhecimento populacional trouxe o aumento da prevalência de doenças degenerativas em geral, contudo a demência do tipo Alzheimer é considerada a causa mais comum e a forma mais frequente de demência nos idosos (RAMOS, 2005). Essa doença compromete a autonomia do idoso na realização das atividades da vida diária, deixando-o progressivamente incapacitado para o seu autocuidado e dependente de terceiros. A enfermagem é responsável pela assistência direta ao idoso, à família e ao cuidador informal, oferecendo orientações e apoio através de um plano de cuidados que permita retardar os efeitos da doença. OBJETIVOS: discutir a assistência de enfermagem ao idoso portador de Alzheimer e família, citar as fases da doença do Alzheimer e ressaltar os desafios enfrentados pelo idoso portador desta patologia e pela sua família. METODOLOGIA: a elaboração deste estudo foi realizada através de revisão bibliográfica sob uma análise predominantemente qualitativa. Para a realização da pesquisa foram selecionados artigos científicos indexados nos banco de dados virtuais como: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Literatura Internacional e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os critérios de inclusão foram: artigos com publicações do ano de 2002 a 2012, no idioma português, com limite em idosos, que abordavam os objetivos propostos. Após a leitura dos títulos e resumos de artigos selecionados, foram encontrados 25 artigos que correspondiam à temática. RESULTADOS: o Alzheimer é dividido em três fases, a inicial que se caracteriza por alterações na afetividade e déficit de memória recente, nesta fase a assistência de

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enfermagem e voltada para o suporte familiar, procurando orientar a família para o entendimento do diagnostico e prognostico da patologia e controle da ansiedade e agitação; na fase intermediaria os déficits cognitivos como a orientação, linguagem, memória e raciocínio já estão altamente prejudicados afetando as atividades instrumentais, operativas e motoras, a assistência de enfermagem ira volta sua atenção para a prevenção de acidentes, métodos de segurança, orientações para alimentação, eliminações, medicações e estabelecimentos de rotinas; a fase final a capacidade intelectual e a iniciativa já estão deterioradas, as alterações neurológicas se agravam causando rigidez e litificação nos movimentos musculares, se dando por restrição total ao leito onde a morte sobrevém usualmente através das complicações, nesta fase o idoso já necessita de uma assistência contínua, mantendo o suporte para familiar, e vivenciando as perdas progressivas e a iminência da morte (MACIEL, 2006). A doença de Alzheimer como uma doença crônico-degenerativa progressiva, traz inúmeras complicações físicas e mentais tornando os cuidados de enfermagem primordiais para a qualidade de vida do idoso portador.A família que tem um idoso com Alzheimer passa por mudanças na rotina de vida, sobrecarga física, emocional e financeira (PAES; SANTOS, 2005). As complicações que o idoso portador da doença de Alzheimer pode apresentar durante a evolução da doença são: grande risco de pneumonias aspirativas e, em um estágio avançado, torna-se acamado, apresentando disfagia, que evolui para o uso de sondas enterais, úlceras por pressão, infecções pulmonares, embolias e outras patologias relacionadas à dependência (SALES; REGINATO; PESSALACIA, 2011). Percebe-se a necessidade de informações atualizadas, mudanças do entorno familiar, social, econômico e de saúde deste segmento necessitando do auxílio de pessoas capacitadas. O atendimento do cliente idoso portador da doença de Alzheimer pela enfermagem envolverá toda sua família e principalmente o cuidador, pois ele se torna totalmente dependente da mesma. Em muitos casos a família se torna responsável pelo paciente com Alzheimer, mas frequentemente não compreendem as peculiaridades da doença ou o princípio para manejo adequado do doente, podendo causar repercussões negativas na saúde do idoso, por isso os familiares devem receber orientações e atenção do enfermeiro para assumir o cuidado da melhor maneira e dentro de suas condições.4 As ações de saúde da equipe interdisciplinar servem para obter uma assistência específica e individualizada no domicílio, o enfermeiro é capacitado para o planejamento e orientações de atividades de cuidados à saúde, no apoio à família para o enfrentamento da doença, de forma a retardar os efeitos degenerativos do Alzheimer no idoso (CHAVES; SILVA, 2007). CONCLUSÃO: a família do idoso com Alzheimer se restringe aos cuidados básicos de saúde sem saber como conduzir os cuidados direcionados para o idoso, precisando de orientações específicas sobre o envelhecimento e sobre a doença de Alzheimer. A equipe interdisciplinar deve estar capacitada para o atendimento domiciliar ao idoso com transtornos mentais ou que possuam limitações em sair do domicílio, sendo o enfermeiro imprescindível nesta assistência especializada ao idoso portador desta patologia e de sua família. Através do seu plano de cuidado individualizado ao paciente que o enfermeiro irá elaborar; as implementações necessárias para a saúde do idoso e a conscientização dos familiares poderá chegar a um resultado satisfatório para todos os envolvidos no cuidado e especialmente ao idoso e sua família. O enfermeiro deverá servir de referencial para que os familiares possam saber como melhor cuidar do seu idoso acometido com Alzheimer, ele também deve estar preparado para o reconhecimento das fases da patologia sabendo priorizar o atendimento de enfermagem humanizado para cada uma delas dentro

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do ambiente domiciliar, além de compreender a da dinâmica familiar levando em consideração todos os sentimentos envolvidos. Descritores: Assistência domiciliar, Demência, Enfermagem Gerontológica, Saúde do idoso. REFERÊNCIAS:

CHAVES, L.L; SILVA, M. S. A. Sistematização do Atendimento de Enfermagem ao idoso portador da Doença de Alzheimer em Domicílio. Revista Meio Ambiente e Saúde. Minas Gerais, 2 (1): 60-75, 2007.

MACIEL, J. A. Demências primárias e doença de Alzheimer: como diagnosticar e tratar. Revista Brasileira Médica. São Paulo, 63: 88-94, 2006.

RAMOS, L. R. Distúrbios da memória e demência no idoso. Revista Brasileira de Medicina. São Paulo, 62: 29-32, 2005.

PAES, F. A; SANTO, P. E. Limites e possibilidades no cotidiano do familiar que cuida do idoso com Alzheimer no ambiente domiciliar. Revista Brasileira de Enfermagem. Rio de Janeiro, 9 (2): 192-198, 2005.

SALES, A. C. S; REGINATO, B. C; PESSALACIA, J. D. R; KUZNIER, T. P. Conhecimento da equipe de enfermagem quanto aos cuidados com idoso portador da doença de Alzheimer. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro. Minas Gerais, 1(4): 492-502, 2011.

P 11 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE QUEIMADO

Epifânio, D. S. L.; Ribeiro, M. N. S. INTRODUÇÃO: pacientes vítimas de queimaduras são geralmente socorridos em situações emergenciais e, na maioria das vezes, são encaminhados aos locais de caráter generalista, não especializado em atendimento de queimados. O conhecimento técnico-científico sobre o mecanismo fisiopatológico da queimadura e o atendimento prestado à vítima de queimaduras são extremamente importantes aos profissionais da enfermagem, para que obtenham um resultado satisfatório no tratamento da lesão e para minimizar possíveis sequelas. A atuação do enfermeiro é de fundamental importância para assegurar à vítima de queimadura a eficácia no tratamento e uma boa e rápida recuperação. Dados epidemiológicos revelam que ocorram, no Brasil, um milhão de acidentes por queimaduras, porém, apenas 200 mil vítimas recorrem à assistência médica, sendo estas 15% grandes queimados, condicionando cerca de 5 mil à 10 mil mortes ao ano (RANGEL e TOMÉ-PEREIRA, 2007). Fatores como idade (80% das vítimas tem 0 e 44 anos, sendo que metade delas são menores que 15 anos) (PAVELQUEIRES, 2006), sexo (homens apresentam maior incidência, predominantemente queimaduras por eletricidade e problemas psicológicos (abuso de álcool, drogas e alterações comportamentais e ambientais) influenciam na incidência de acidentes por queimadura

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(RANGEL e TOMÉ-PEREIRA, 2007). O Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, gasta por ano 63 milhões com esses atendimentos. As queimaduras constituem um problema de saúde pública significativo, atingindo pessoas de todas as idades e ambos os sexos. Estima-se que 1.000.000 de pessoas se queimem por ano. O grande queimado, com muita frequência, perde sua identidade física de forma radical e definitiva. A Organização Mundial de Saúde (OMS) projeta que, em 2020, o trauma ultrapassará as doenças infecciosas como a primeira causa de morte ao redor do mundo (WHO, 2011). O paciente que sofreu queimaduras e necessita de internação hospitalar encontra-se em uma fase de risco cercada de modificações metabólicas, que se caracterizam pela presença de acidose, perda de fluidos, mudanças no sistema endócrino, potencial para infecção e dor. Além desses fatores, são desencadeados momentos de desequilíbrio psicológico causados pela separação da família, afastamento do trabalho, mudanças corporais, despersonalização, dependência de cuidados, perda da autonomia e tensão constante (RODRIGUES, VANIN e NASI, 2010). É de extrema importância capacitar os profissionais da enfermagem no sentido de torna-lo capaz de analisar a queimadura, sua etiologia e classificação para desenvolver o processo de enfermagem na assistência a este paciente, auxiliando-o a recuperar sua independência, minimizando possíveis sequelas e contribuindo para o seu retorno à sociedade. OBJETIVO: descrever a assistência de enfermagem que deve ser prestada no atendimento ao paciente queimado. METODOLOGIA: trata-se de estudo de revisão bibliográfica sobre a assistência de enfermagem à vítima de queimadura. A busca sobre fontes literárias foi realizada em periódicos indexados nos bancos de dados da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e no National Library of Medicine (MEDLINE) e SciELO no período de fevereiro a dezembro de 2011.Aproximadamente duzentos e cinquenta artigos foram encontrados sobre o tema, destes, quarenta foram selecionados para o estudo. Os descritores utilizados para a pesquisa foram: queimaduras, tratamento de queimados e assistência de enfermagem aos queimados.Além dos artigos, livros da área de enfermagem, medicina, emergência e dermatologia, revistas de artigos periódicos foram consultados. Realizou-se também pesquisa junto à rede de informações Internet na busca de textos de relevância ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÃO:a partir dos artigos publicados e analisados por este estudo, comprovou-se falta de um protocolo específico para atendimentos de vítimas de queimaduras. Por outro lado, foi observada a importância do profissional de enfermagem no atendimento e reabilitação do paciente queimado. A equipe de enfermagem, comandada pelo enfermeiro, atua na assistência ao queimado desde o momento de sua internação até a sua alta hospitalar. Por meio do histórico de enfermagem, o enfermeiro identifica o grau de gravidade na qual se encontra o paciente;verifica imunizações, sinais vitais e alteração das demais funções: respiratória, circulatória (identificando sinais de cianose em algum membro) e neurológica, checar acesso venoso, presença de necrose, processo infeccioso); Coleta ainda dados sobre as demais funções físicas e psicológicas. Após a identificação dos problemas, o enfermeiro constrói os diagnósticos de enfermagem, levando em consideração, principalmente, os diagnósticos reais e de riscos. Nas intervenções de enfermagem, o enfermeiro prescreve cuidados relacionados às necessidades humanas básicas afetadas. O cuidado inicial ao paciente que sofreu queimadura não envolve apenas as lesões ocasionadas com o agente causador. Assim, o primeiro cuidado é a manutenção da permeabilidade das vias aéreas, reposição de fluidos e controle da dor. O enfermeiro deve estar atento aos sinais de choque hipovolêmico, e intervir de forma imediata com reposição de líquidos e eletrólitos, portanto, deixar sempre um acesso venoso calibroso. São medidas que têm por finalidade diminuir

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complicações devido ao trauma térmico. A forma de cuidado e o tratamento ao queimado serão estabelecidos de acordo com a gravidade das lesões decorrentes da exposição, tipo e grau de comprometimento, levando em conta a real necessidade do paciente, com a finalidade da estabilização, melhora e, por fim, diminuir seu tempo de internação (ROSSI et al., 2010). Quando as necessidades nutritivas não forem satisfatórias pela alimentação oral, o que acaba por comprometer o quadro clínico do paciente, o enfermeiro deverá introduzir alimentação por sonda nasogástrica, de conformidade com o médico da equipe. Esses cuidados são de fundamental importância para ajudar no tratamento e cura do paciente. O cuidado ao queimado, quanto ao critério de prioridades de condutas de atendimento, é o mesmo tido com vítimas de algum tipo de trauma, como, por exemplo, verificar as vias aéreas, ventilação, coluna vertebral e circulação, com objetivo de controlar a hemorragia. No caso do paciente queimado, faz-se necessário remover as roupas, a fim de possibilitar melhor avaliação. Observando estes cuidados, o enfermeiro propicia à vítima um atendimento adequado e de qualidade, podendo evitar as complicações decorrentes das queimaduras e contribuir para uma recuperação precoce da vítima. CONCLUSÃO: estar hospitalizado representa, ao paciente queimado, uma sensação de medo, impotência, além de ser um processo doloroso, devido aos diversos procedimentos de cuidados que lhe causam dor e incômodo, mas que se faz necessário em seu tratamento. Em sua maioria, ficam totalmente dependentes para realização de qualquer atividade, em especial as de autocuidado. A importância que é dada ao paciente vítima de queimadura durante a fase aguda é primordialmente dirigida à sobrevivência. Por este motivo, é preciso uma equipe agindo de forma interdisciplinar no primeiro atendimento para que os melhores resultados sejam atingidos com menos prejuízos ao paciente. A comunicação efetiva com a equipe é um alicerce fundamental no tratamento e na melhora do paciente queimado, assim como a atuação da equipe de enfermagem comandada pelo enfermeiro. Descritores: Queimaduras; Tratamento de queimados; Assistência de enfermagem aos queimados.

REFERÊNCIAS: PAVELQUEIRES, S. Manobras avançadas de suporte ao trauma e emergências cardiovasculares. Mast, Ribeirão Preto, n. 6, p.144-154, 05 nov. 2006. RANGEL, MF; TOMÉ-PEREIRA, APJ. Atendimento inicial e definitivo do grande queimado. Jornal Brasileiro de Medicina, Rio de Janeiro, v. 92, n. 2, p.20-22, mar. 2007. RODRIGUES, JMC; VANIN, GM; NASI, LA. Atuação do enfermeiro durante o atendimento pré-hospitalar a vítimas de queimaduras. Revista Brasileira de Queimaduras, Porto Alegre/rs, v. 9, n. 1, p.14-20, 2010. ROSSI, LA et al. Cuidados locais com as feridas das queimaduras. Rev Bras Queimaduras. 2010;9(2):54-9.

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WHO.WORLD HEALTH ORGANIZATION (Eua).Injuries & violence prevention.Noncomunicable disease and mental health.Facts about injuries. Fact sheet..Disponível em: <http://www.who.int/topics/injuries/en/index.html>. Acesso em: 05 nov. 2011. P 12

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO POTENCIAL DOADOR DE ORGÃOS EM MORTE ENCEFÁLICA

Câmara, L. H. B. A.; RESUTTO, F. A. S.; PEREIRA, R. M. INTRODUÇÃO: a evolução dos estudos e o surgimento de novas tecnologias na área da saúde influenciaram na formação do conceito de morte do qual temos conhecimento atualmente. O surgimento de equipamentos mantenedores das funções vitais permitiu o prolongamento artificial da circulação e respiração. Em virtude disso, vinculou-se o conceito de morte a função cerebral, visto que a morte encefálica é irreversível (GUIDO; LINCH; ANDOLHE et al, 2009). O número de transplantes realizados em nosso país ainda é considerado baixo diante da demanda de pessoas que necessitam de uma doação. Uma das principais causas que dificulta o crescimento do número de transplantes é a falha no reconhecimento ou reconhecimento tardio do portador de ME, o que pode levar à perda de órgãos devido à parada cardiorrespiratória inesperada, instabilidade hemodinâmica e infecção (RECH; FILHO, 2007). Uma série de ações deve ser realizada para a manutenção efetiva do doador, exigindo da equipe igual desempenho que a mesma despende a qualquer outro paciente internado na terapia intensiva. Mesmo que um potencial doador venha a se tornar um doador efetivo, não significa que todos os órgãos poderão ser aproveitados. Portanto esse processo de manutenção deve ser conduzido sempre pensando na adequada viabilização dos órgãos até a realização do transplante (RECH; FILHO, 2007). De acordo com o contexto apresentado, é de suma importância que o Enfermeiro conheça os mecanismos fisiopatológicos da ME e que seja capaz de detectá-los, entendendo as alterações que o organismo possa sofrer, para que junto com a equipe multiprofissional atue efetivamente na manutenção adequada do potencial doador de órgãos. OBJETIVO: descrever os principais cuidados de enfermagem para a manutenção fisiológica do paciente em morte encefálica na unidade de terapia intensiva. MÉTODO:trata-se de uma pesquisa bibliográfica, descritiva, retrospectiva, realizada por meio de revisão de literatura. A busca de artigos científicos foi feita nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Libary (Scielo) e Banco de Dados de Enfermagem (BDENF). Critérios de inclusão: Trabalhos publicados no período de 2007 a 2012 que abordam o tema de interesse do estudo. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2012, após aprovação da Coordenação do Curso de Especialização de Enfermagem em Terapia Intensiva da Faculdade do Hospital Israelita Albert Einstein.RESLTADOS: a manutenção do potencial doador de órgãos em morte encefálica deve começar precocemente em todo paciente em tratamento intensivo, uma vez que diagnosticada a morte encefálica há inversão de prioridades para manutenção de órgãos para transplante a despeito da lesão neurológica (GUELBE; MAGACHO; DIAS et al 2011). Para avaliar um potencial doador de órgãos e tecidos, deve-se realizar uma cuidadosa anamnese, revisão de sua história clínica e social e exame físico, atentando sempre para sinais de malignidade, trauma e comportamento de risco (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011). O diagnóstico deve ser seguido

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de manutenção prolongada do corpo através de ventilação mecânica e outros mecanismos que possibilitem a doação de órgãos. Resguardar o potencial doador de órgãos implica na manutenção hemodinâmica deste, portanto, o enfermeiro da terapia intensiva deve conhecer as alterações fisiológicas decorrentes da ME (GUELBE; MAGACHO; DIAS et al 2011). Segundo a resolução 292 COFEN de 7 de junho de 2004, o enfermeiro deve planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos de enfermagem prestados ao potencial doador de órgãos, notificar os potenciais doadores as Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de órgãos (CNCDO), aplicar a Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) no processo de doação de órgãos e tecidos e documentar, registrar e arquivar o processo de doação/transplante no prontuário do doador (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011). Os cuidados gerais iniciam-se pela revisão das prescrições médicas no que se refere às medicações. As utilizadas no tratamento do quadro neurológico já não são mais necessárias. Antibióticos em uso devem ser mantidos (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011). A assistência de enfermagem visa atender as necessidades fisiológicas básicas do potencial doador de órgãos, e entre todos os cuidados, os mais relevantes são manutenção da cabeceira elevada a 30°, mudanças de decúbito, aspiração de secreções pulmonares e cuidados com os cateteres (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011). É de responsabilidade da equipe de enfermagem realizar o controle de parâmetros hemodinâmicos como pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura e oximetria de pulso e estes devem ser medidas continuamente. Medidas da pressão venosa central, débito cardíaco, densidade urinária e glicemia capilar devem ser feitas a cada hora. O uso de mantas, cobertores ou fluidos aquecidos ajudam a prevenir a queda de temperatura (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011). A equipe deve estar atenta para identificar distúrbio da coagulação que podem ocorrer, como: coagulação intravascular disseminada, observar sinais de sangramento persistente em locais de punções vasculares, coloração da diurese indicando hematúria e gengivorragias (GUELBE; MAGACHO; DIAS et al 2011). O suporte calórico proteico deve ser realizado com solução glicosada, por via venosa e dietas por via enteral devem ser mantidas. Há estudos que evidenciam que a oferta de nutrientes a órgãos específicos melhoram a função dos enxertos nos receptores. Isso tem maior resultando quando se trata de intestino e fígado (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011; D’IMPÉRIO, 2007). A coleta de material para exames laboratoriais como hemograma, plaquetas, ureia, creatinina, sódio, potássio, cloro, magnésio, cálcio, fósforo, troponina, gasometria arterial e provas de coagulação devem ser feitas regularmente e de acordo com protocolos estabelecidos (D’IMPÉRIO, 2007). Recomenda-se a monitorização do lactato sérico e em qualquer anormalidade deve ser investigada e corrigida (D’IMPÉRIO, 2007). A deterioração da função cardiovascular associada hipertensão intracraniana variará com a velocidade do aumento da PIC. O suporte cardiovascular hemodinâmico visa manter o estado de euvolemia, e é realizado por um conjunto de aferições, em que nenhum dado isolado deve dirigir o tratamento (D’IMPÉRIO, 2007). São alvos hemodinâmicos: PAM >70 mmHg; PAS > 100 mmHg; FC > 60 bpm e < 120 bpm e PVC de 6 a 10 mmHg (D’IMPÉRIO, 2007)). A deterioração súbita que ocorre com a morte encefálica faz com que agentes de curta duração sejam preferíveis para a manutenção destes parâmetros. A hipertensão arterial que ocorre durante o uso de vasopressores ou inotrópica tem correção com o ajuste de doses. Caso necessário uso de anti-hipertensivos preferir a nitroglicerina (evitar nitroprussiato em decorrência da síndrome de roubo coronariano) (D’IMPÉRIO, 2007). Em pacientes que apresentem alguma instabilidade hemodinâmica faz-se necessária à mensuração da saturação venosa central ou mista de oxigênio, que deve manter-se

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acima de 60%.5Recomenda-se controle glicêmico (alvo 4-8 mmol/L) através de infusão contínua de insulina (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011). O diabetes insipidus causada pela queda na liberação do hormônio ADH causando hipovolemia e o estado hiperosmolar pode ser corrigido com reposição volêmica com soluções hipotônicas, com o objetivo de manter o sódio abaixo de 150 mEq/L. Nestes casos a diurese é tão abundante que a reposição volêmica não é suficiente para manter o estado de euvolemia necessitando-se associar o uso de reposição hormonal. A terapia hormonal combinada é definida como o uso de hormônio tireoidiano, vasopressina e metilpredinisolona (FONSECA; COSTA; NOGUEIRA, 2011; D’IMPÉRIO, 2007). A equipe de enfermagem deve estar atenta a distúrbios como a anemia e coagulopatia, que são bastante comuns nos doadores. Perdas sanguíneas podem piorar a coagulação. Não é conhecido o grau de anemia que se pode tolerar o doador, por isso a maioria dos estudos recomenda manter o hematócrito em torno de 30. Hemoglobina entre 90 e 100g/L é p nível mais apropriado para melhorar as funções cardiopulmonares (D’IMPÉRIO, 2007). O enfermeiro desempenha um papel muito importante na prevenção da infecção. Para isso, deverá realizar higiene corporal e oral diariamente, mudanças de decúbito a cada duas horas para prevenir úlceras por pressão e manter integridade da pele. Deverá realizar curativo asséptico dos pontos de inserção dos cateteres venosos e arteriais, diminuindo riscos de infecções (D’IMPÉRIO, 2007). COCLUSÃO: a manutenção do potencial doador inclui, desde o seu reconhecimento e posterior confirmação, o pleno conhecimento de todas as formalidades legais envolvidas no processo, como também a assistência de enfermagem adequada para a manutenção fisiológica das funções cardiovascular, hemodinâmica, controle dos sinais vitais, controle da diurese, higiene e realização de mudanças de decúbito podem preservar a qualidade dos seus órgãos e tornar efetivo o processo de doação. O enfermeiro deve estar capacitado para identificação das alterações fisiopatológicas para que, junto com a equipe de saúde, possa instituir medidas terapêuticas adequadas. O aumento significativo das listas de espera por órgãos e a escassez de órgãos disponíveis leva-nos a aprimorar as técnicas existentes de captação e preservação e a qualidade do atendimento ao potencial doador dentro das unidades de terapia intensiva. Considerando que a enfermagem assume responsabilidade natural de cuidados aos pacientes nestas condições há uma tendência de menor investimento nos cuidados por parte da equipe de enfermagem, principalmente quando não há definição sobre a doação. Quando a doação é formalizada, talvez não haja tempo nem condições ideais de manutenção de certos órgãos. Com isto, o impacto na realização de certos transplantes decorre desta forma de abordagem por parte do enfermeiro ou da equipe de enfermagem. Com esse trabalho foi possível reunir conhecimentos essenciais para que uma melhor assistência de enfermagem possa ser providenciada a estes potenciais doadores de órgãos, refletindo assim em uma melhora no cenário dos transplantes, reduzindo a mortalidade na lista de espera, aumentando número de doadores efetivos e transplantes.

Descritores:Terapia intensiva, Morte Encefálica, Cuidados de Enfermagem.

REFERÊNCIAS D’IMPÉRIO F. Morte encefálica, cuidados ao doador de órgãos e transplante de pulmão. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Vol. 19, n° 1, jan/mar 2007. p. 74-84.

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FONSECA A. T. A, COSTA V. A. S., NOGUEIRA E. C. Assistência de enfermagem ao potencial doador de órgãos e tecidos: Registros de um hospital de Sergipe. Jornal Brasileiro de Transplantes, Vol. 14, n° 1, jan/mar 2011. p. 1460-1465. GUELBER F. A. C. P., MAGACHO E. J. C., DIAS S. M.; SOARES T. C. Cuidando da pessoa com morte encefálica – experiência da equipe de enfermagem. Jornal Brasileiro de Transplantes, Vol.14, n° 2, abr/jun 2011. p. 1501-1506. GUIDO L. A., LINCH G. F. C., ANDOLHE R., CONEGATTO C. C., TONINI C. C. Estressores na assistência de enfermagem ao potencial doador de órgãos. Rev. Latino-am Enfermagem, Ribeirão Preto 2009; 17 (6). RECH T. H., FILHO E. M. R.. Manuseio do potencial doador de múltiplos órgãos. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Vol. 19, n° 2, abr/jun 2007. p. 197-204. P 13 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

DAS URGÊNCIAS OBSTÉTRICAS E GINECOLÓGICAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Gomes, M.; Gomes, E. A.; Meireles, B. M.; Sobral, N. C. C; Taketomi, A. S. J. INTRODUÇÃO: o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) é um grande exemplo de assistência humanizada. Este permite que haja uma recepção da usuária com avaliação da sua situação, priorizando desta forma as que precisam de atendimento com maior urgência garantindo o acesso a assistência com equidade. Esta ação, de acordo com a resolução COFEN no 423/2012 (BRASIL, 2012) é privativa do enfermeiro. Zanelatto e Pai (2010) referem que os profissionais de Enfermagem, assim como toda a equipe de saúde, devem estar sensibilizados, amparados e assistidos para que as ações de acolhimento aconteçam em toda assistência prestada, e não se restrinja apenas a um lugar específico, como se fosse uma área física da instituição. Segundo Silva e Matsuda (2012) o papel desempenhado pelo enfermeiro, frente à organização do fluxo de atendimento, levando em consideração a gravidade ou agravamento da queixa do cliente, ganha destaque, pois aponta como protagonista na porta dos serviços de urgência. Tendo conhecimento destas informações observou-se a importância do enfermeiro estar capacitado para atuação no ACCR. OBJETIVOS: objetivou-se através desta pesquisa: a) descrever a experiência de atuação no ACCR (Acolhimento com Classificação de Risco) para urgências obstétricas em uma maternidade pública de Manaus, vivenciados por discentes da Residência de Enfermagem em Saúde da Mulher da Universidade do Estado do Amazonas; b) Relatar a atuação do enfermeiro na classificação de risco para urgências obstétricas e ginecológicas; c) demonstrar a importância do Acolhimento com Classificação de Risco nas urgências obstétricas e ginecológicas para o atendimento humanizado na Unidade de Saúde. METODOLOGIA: trata-se de um relato de experiência com revisão bibliográfica sobre a atuação do enfermeiro no Acolhimento com Classificação de Risco nas urgências obstétricas e ginecológicas, tendo como cenário uma Unidade de Saúde do Governo do

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Estado do Amazonas. A experiência ocorreu no atendimento diário às usuárias no período de 11 a 27 de março de 2013 no Instituto da Mulher Dona Lindú, situado no município de Manaus no Estado do Amazonas, uma referência em serviços prestados à saúde da mulher com foco no atendimento humanizado. Entre os procedimentos médicos prestados na unidade estão a obstetrícia (maternidade), o pronto-socorro ginecológico (urgência e cirurgias eletivas) e mastologia para o diagnóstico e tratamento das doenças da mama. O Acolhimento com Classificação de Risco é um processo dinâmico que envolve a identificação da mulher que necessita de cuidados médicos e de enfermagem, conforme o potencial de risco ou grau de sofrimento, onde o enfermeiro assume o papel da escuta qualificada, tomada de decisão baseada em protocolo e capacidade de julgamento crítico e experiência (ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, 2010). Ao chegar a Unidade de Saúde com necessidade aguda ou de urgência, a usuária é acolhida pelos funcionários da portaria/recepção e encaminhada para confecção de ficha de atendimento, seguindo logo após sua identificação para o espaço destinado ao Acolhimento com Classificação de Risco, onde será recebida pela equipe de enfermagem para verificação de sinais vitais e acolhida para escuta qualificada pelo enfermeiro que baseado no protocolo classifica a usuária em: 1º Grupo – Prioridade Máxima (Vermelha) – Emergência; 2º Grupo – Prioridade I (Laranja) - Muito Urgente; 3º Grupo – Prioridade II (Amarelo) – Urgente; 4º Grupo – Prioridade III (Verde) - Pouco urgente; 5º Grupo – Prioridade IV (Azul) - Não urgente. Este instrumento utilizado é baseado no protocolo de Manchester, um instrumento de apoio que visa à identificação rápida e científica do doente de acordo com critérios clínicos para determinar em que ordem o paciente será atendido, conforme a gravidade do caso. RESULTADOS: o presente relato nos leva a refletir sobre dois temas de grande relevância que são as potencialidades e fragilidades do ACCR. O ACCR é o primeiro contato com o usuário relacionado assistência de urgência ginecológica e obstétrica, onde o mesmo será classificado conforme seu grau de risco, priorizando os casos mais graves que necessitem de agilidade no atendimento, proporcionando a equipe segurança no atendimento aos demais pacientes que estão aguardando. A vivência na residência nos remete a fragilidade do acolhimento com classificação de risco principalmente relacionados a recursos humanos, infraestrutura, tecnologia, materiais no serviço de urgência. CONCLUSÃO: a análise do ponto de vista profissional do enfermeiro nos demonstra a importância do acolhimento com classificação de risco para priorizar e dar mais agilidade no atendimento aos usuários que estão com estado clínico agravado, necessitando de intervenções médicas e de enfermagem imediatas sempre associadas à humanização acolhimento no serviço de saúde. As fragilidades na estruturação do serviço tanto material quanto de recursos humanos, nos leva a pensar numa ampliação do mesmo para adequar as necessidades do serviço, o desconhecimento das demais estruturas de saúde e da população, fazem com que a procura do serviço seja feita de forma desordenada causando transtornos durante a prestação da assistência na urgência ginecológica e obstétrica, sendo necessário que o enfermeiro realize a orientação a comunidade que acessa o serviço de saúde. Portanto, é de fundamental importância que os profissionais enfermeiros tenham a adequada capacitação clínica no processo de classificação de risco e priorização da assistência à saúde, para encaminhar os usuários corretamente, seguindo a resolução do Conselho Federal de Enfermagem como atividade privativa do enfermeiro nos serviços de urgência, com maior complexidade técnica e que exijam conhecimento de bases científicas e capacidade de tomar decisões imediatas.

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Descritores: Acolhimento; Classificação; Enfermagem; Risco. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Protocolo do Acolhimento com Classificação de Risco em Obstetrícia e Principais Urgências Obstétricas. Belo Horizonte, 2010. BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução no 423 de 9 de abril de 2012. Normatiza, no Âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, a Participação do Enfermeiro na Atividade de Classificação de Riscos. 2012. SILVA, L. G.; MATSUDA, L. M.. Um olhar para a qualidade no processo de atendimento em um serviço de urgência público. Cienc Cuid Saud, vol. 11, pp. 121-128, 2012. ZANELATTO, D. M.; PAI, D. D. Práticas de acolhimento no serviço de emergência: A perspectiva dos profissionais de Enfermagem. Cienc Cuid Saud, vol. 9, n. 2, pp. 358-365, Abr/Jun, 2010. P 14 ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM, MEDICINA E ODONTOLOGIA DA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR, MANAUS – AM, BRASIL.

Nascimento, N.J.; Souza, S.R.C.; Souza, M.A; Vilhena, J.B; Araújo, C.R INTRODUÇÃO: a promoção da saúde consiste, de acordo com a Carta de Ottawa (1986), em capacitar a população para melhorar as suas condições de saúde e aumentar o seu controle sobre as mesmas. Além disso, é definida como uma combinação de apoios educacionais e ambientais que visam a atingir ações e condições de vida conducentes à saúde1. As políticas públicas de saúde enfocam intervenções que possuam um caráter preventivo, sendo assim, a atuação principalmente dos profissionais de saúde no ambiente escolar é de suma importância, para a efetivação e sucesso dessas intervenções. Considerando os processos de mudança da educação de profissionais de saúde e a demanda por novas formas de trabalhar com o conhecimento, este artigo tem por finalidade descrever as atividades desenvolvidas através da disciplina “Atenção Integral à Saúde”, ministrada para os acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia, da Universidade do Estado do Amazonas. OBJETIVOS: tem por finalidade inserir o discente na realidade da saúde regional e nacional, isto é compreender o Sistema Único de Saúde – SUS/Estratégia Saúde da Família, enfocando a promoção à saúde e prevenção das doenças, com ênfase nas ações de vigilância à saúde. METDOLOGIA: trata- se de um relato de experiência. Visitarealizada pelos acadêmicos da Universidade do Estado do Amazonas, a uma Escola Estadual do município de Manaus\Am, com realização de atividade prática .Os grupos apresentaram-se no período matutino para aproximadamente 360 alunos, de diversas idades e séries, distribuídas nos intervalos de tempo de aulas. O espaço físico utilizado foi a própria estrutura disponibilizada pelas escolas (pátio, ginásio, salas de aula).Após a realização das práticas, na semana seguinte, cada equipe entregou um relatório

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descrevendo suas reflexões e sugestões acerca da atividade executada, introduzindo, desta maneira, o senso crítico-científico nos acadêmicos participantes da prática, que relaram também terem sido estimulados diante do desafio lançado e estarem com um sentimento de satisfação quanto ao serviço prestado para a sociedade. No tocante aos gestores das escolas visitadas, solicitaram que tal atividade tornasse-se periódico. RESULTADOS: os acadêmicos da Universidade do Estado do Amazonas do curso de enfermagem, odontologia e medicina do 1ª. Período. demonstraram um nível de satisfação com as atividades prática em campo de 75% , segundo relatos dos acadêmicos, a aplicabilidade da ação em educação em saúde, teve um grande impacto, tanto para construção do conhecimento quanto acadêmica, como o desenvolvimento pessoal, a ação levou a refletir da sua importância dos mesmos como agente de mudança na sociedade. CONCLUSÕES: as atividades desenvolvidas supõem atitude e método, passando de uma percepção fragmentária para uma concepção unitária do conhecimento, superando a dicotomia Educação e Saúde e, consequentemente, oferecendo uma nova postura diante do conhecimento; pois houve a completa interação entre os acadêmicos de Enfermagem, Medicina e Odontologia e destes com a Comunidade, além do apoio dos professores, pedagogos, assistentes sociais e diretores pertencentes às escolas participantes. Tal situação trouxe, para estes acadêmicos, pela primeira vez, a idéia do desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar. Assim, é essencial, para a formação dos acadêmicos da área da saúde, experimentar situações de humanização e trabalho. Por isso, recomenda-se inciativas dessa natureza, de forma a reproduzi-las em outras instituições de ensino.

Descritores: Comunidade- Interdisciplinaridade –Saúde- Ensino. REFERÊNCIAS CECÍLIO, L. C. As necessidades de saúde como conceito estruturante na luta pela integralidade e eqüidade na atenção em saúde. In: Pinheiro R, Mattos RA orgs. Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: IMS-UERJ/CEPESC/ABRASCO; 2006. MACIEL, E. L. N. Projeto aprendendo saúde na escola: a experiência de repercussões positivas na qualidade de vida e determinantes da saúde de membros de uma comunidade escolar em Vitória, Espírito Santo. Ciência & Saúde Coletiva 2010; 15(2): 389-96. QUEIROZ, M. V; JORGE, M. S. Estratégias de educação em saúde e a qualidade do cuidar e ensinar em pediatria: a interação, o vínculo e a confiança no discurso dos profissionais. Revista Interface - Comunicação, Saúde, Educação 2006; 10(19): 117-30. MELLO, D. A.; ROUQUAYROL, M. Z.; BENTO, L. F.; et al. Promoção à saúde e educação: diagnóstico de saneamento através da pesquisa participante articulada à educação popular. Cad Saúde Pública 1998; 14:583-95. CHIRELLI, M. Q. O processo de formação do enfermeiro crítico reflexivo na visão dos estudantes do curso de enfermagem da FAMEMA. 2002. Ribeirão Preto; 2002. Doutorado [Tese] — Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

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P 15 AUDITORIA DE ENFERMAGEM E O ENFERMEIRO AUDITOR

Silva, C. R. S.; Ribeiro, M. N. S. INTRODUÇÃO: a auditoria é uma prática originária da contabilidade, surgida entre os séculos XV e XVI na Itália, a partir de práticas de escrituração mercantil. O desenvolvimento da auditoria contábil foi impulsionado pelo modo de produção capitalista, que a utilizou como ferramenta de controle financeiro por contabilizar os gastos e os ganhos de um negócio. Na área da saúde a auditoria foi introduzida no início do século XX, como ferramenta de verificação da qualidade da assistência, por meio da análise de registros em prontuários. Atualmente, existe um grande número de hospitais, predominantemente privados, que possui serviços de auditoria e que conta com a atuação de profissionais da área da saúde. Os serviços públicos também se adequaram a esta realidade, segundo legislação que normatiza o acompanhamento fiscal, o controle e a avaliação técnico-científica, contábil, financeira e patrimonial das ações e serviços de saúde. OBJETIVOS.demonstrar as contribuições da auditoria no campo da enfermagem, bem como as atividades do enfermeiro auditor. METODOLOGIA: trata-se de uma Revisão Bibliográfica, tendo por base, textos e artigos eletrônicos extraídos de bancos de dados como Scielo, Lilacs e plataforma Bireme, escritos no período de 2007 a2012. A principal vantagem deste tipo de estudo reside no fato de permitir investigaruma ampla gama de fenômenos por meio de pesquisa em materiais já elaborados, possibilitando oaprimoramento de ideias e conceitos. A pesquisa bibliográfica pode ser entendida como um processo que envolve as seguintes etapas: escolha do tema, levantamento bibliográfico, formulação do problema, elaboração do plano provisório de assunto, busca de fontes, leitura do material, tomada de apontamentos, confecção de fichas, construção lógica do trabalho e redação do relatório.RESULTADOS E DISCUSSÕES: palavra auditoria origina-se do latim audire que significa ouvir. No entanto, o termo pode ser melhor explicado pela palavra da língua inglesa audit, o qual tem o sentido de examinar, corrigir e certificar. Sendo assim, a auditoria consiste na avaliação sistemática e formal de uma atividade para determinar se ela está sendo realizada de acordo com os seus objetivos. Para CHIAVENATO (2009), a auditoria se conforma como a análise das políticas e práticas de pessoal de uma organização e avaliação do seu funcionamento atual, seguida de sugestões para melhorias. Sua função não é somente indicar as falhas e os problemas, mas também, apontar sugestões e soluções, assumindo, portanto, um caráter eminentemente educacional. Dentro do contexto das mudanças globalizadas, onde novas tecnologias têm surgido, trazendo à tona a importância do enfermeiro redefinir sua função na busca de assegurar seu papel e seu compromisso com a sociedade, a auditoria mostra que este precisa ser capaz de enfrentar os desafios da profissão, especificamente no setor gerencial, buscando novas abordagens, tais como a gerência participativa e os programas de qualidade. Segundo Motta (2008), as principais condutas do enfermeiro auditor para análise da conta hospitalar são:Praticar o exercício da profissão de Auditoria de Enfermagem conforme a legislação; Conhecer todos os contratos firmados entre a operadora de planos e o hospital; Fazer uma análise geral da conta: verificar diagnóstico, período de internação, tratamento, exames solicitados, autorizações para procedimentos e materiais específicos; Analisar as prescrições médicas dos exames laboratoriais e outros exames diagnósticos, bem como seus resultados; Verificar se a quantidade de materiais e medicamentos cobrada é compatível com a prescrita e checada no prontuário do paciente; Verificar os valores praticados na cobrança dos

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materiais e medicamentos em relação aos preços acordados mediante acertos contratuais e tabelas; Elaborar e responder recursos de glosas; e Controlar o trabalho de auditoria registrando-o. Segundo a Resolução Cofen-266/2001, de 5 de outubro de 2011, a auditoria é uma ferramenta gerencial utilizada pelos enfermeiros, para avaliar a qualidade da assistência de enfermagem e os custos gerados pela prestação desta atividade, cujo foco principal é sua dimensão contábil. Identificam-se, na atualidade, maior participação do enfermeiro nas equipes de auditoria. Esse profissional, quando no exercício de suas funções, deve ter visão holística, como qualidade de gestão, qualidade de assistência e quântico-econômico-financeiro, tendo sempre em vista o bem-estar do ser humano enquanto cliente. Para MOTTA (2008), a auditoria de enfermagem é a avaliação sistemática da qualidade da assistência prestada ao cliente pela análise dos prontuários, acompanhamento do cliente in loco e verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens cobrados na conta hospitalar, visando garantir justa cobrança e pagamento adequado. A auditoria está dividida em dois tipos: a retrospectiva e a operacional ou recorrente. A auditoria retrospectiva é feita após a alta do paciente e utiliza o prontuário para avaliação. A auditoria operacional ou recorrente é feita enquanto o paciente está hospitalizado ou em atendimento ambulatorial. A auditoria em enfermagem, na atualidade, é exercida e difundida nas instituições públicas e privadas, objetivando minimizar desperdício de materiais, medicamentos, equipamentos e recursos humanos. A qualidade dos serviços de enfermagem inclui não somente a formação acadêmica de enfermeiro, mas também por meio dos resultados obtidos na assistência. Tal qualidade pode ser mensurada por meio dos registros relativos á assistência e às ações de enfermagem. A anotação é uma das formas mais importantes de comunicação da enfermagem, tendo em vista que é no prontuário do paciente que estão contidas as informações escritas que refletem o atendimento e tratamento prestado durante a assistência. Assim sendo, os registros de enfermagem tem valor como fonte de investigação, instrumento de educação, documento legal e, consequentemente, fundamental ao processo de auditoria, que utiliza como ferramentas o controle e a análise de registros, considerados o meio mais seguro para se comprovar e receber o valor gasto da assistência prestada. Desta forma, suas informações são analisadas e, portanto, havendo dúvidas quanto aos procedimentos realizados ou a falta de anotações de enfermagem, pode incidir em glosas das contas hospitalares. Deste modo, glosa é o cancelamento parcial ou total do orçamento, por serem considerados ilegais ou indevidos. Ao profissional enfermeiro em auditoria compete ainda a garantia da qualidade da assistência prestada ao usuário, proporcionando-lhe confiabilidade e segurança na relação; viabilizar economicamente a empresa; efetuar levantamento dos custos assistenciais para determinar metas gerenciais e subsidiar decisões do corpo diretivo da empresa; fazer provisão e adequação dos materiais utilizados; conferir a correta utilização ou cobrança dos recursos técnicos disponíveis; educar a operadora e os prestadores de serviços; proporcionar um espaço de diálogo permanente entre o prestador e a empresa e prestador/ empresa/usuário. Para tanto, este se utiliza de uma revisão detalhada dos registros das ações de enfermagem executadas com o paciente, analisando o atendimento em sua integralidade e não fragmentado. Por esta razão, torna-se constante a leitura do prontuário inteiro, incluindo diagnóstico, exames complementares etc. A análise da prescrição médica estabelece a cobrança dos materiais e medicamentos que devem ser cobrados, mediante a checagem dos horários que as medicações foram administradas no paciente. A prescrição de enfermagem também fornece subsídios sobre os cuidados de enfermagem prestados ao paciente podendo-se efetuar a cobrança quando existe a negociação em contrato. Na análise da conta

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hospitalar é de suma importância que o enfermeiro auditor possua o conhecimento frente aos valores praticados na negociação entre prestador e operadora do plano de saúde. Esses valores constituem-se na diretriz para as cobranças, e são acordados em contrato no momento da contratação dos serviços. Quanto ao perfil, o auditor em enfermagem deverá possuir conhecimento técnico, saber ouvir e calar quando necessário, tendo sempre sigilo e discrição, autonomia e independência; domínio do julgamento profissional; imparcialidade e objetividade. Os principais instrumentos utilizados para realizar auditoria são: a Tabela AMB (Associação Médica Brasileira); Contratos e tabelas hospitalares; Protocolos; Custos Hospitalares; Revista Simpro; Revista Brasíndice; Resolução do Coren e Cofen; Resoluções do CRM; Instrumentos e tabelas próprias para elaboração de indicadores; Manuais Padronizados; Rol de Procedimentos; Manual de Padronização de Medicamentos (do hospital); Tabela de gotejamento de soluções. CONCLUSÃO: a auditoria ainda é um tema pouco explorado no meio científico, evidenciando falta de clareza acerca de concepção, de método e da finalidade da auditoria de enfermagem, requerendo investimentos na produção de conhecimentos que possam sustentar a atuação dos profissionais nessa área. No entanto, identificou-se que este é um setor em expansão para os enfermeiros, destacando-se dentre outras atividades de auditoria a revisão da conta hospitalar, a qual ocorre por meio da análise dos prontuários, considerado processo necessário para a qualidade do serviço, além de reduzir desperdício de materiais e de medicamentos. Faz-se necessário que o enfermeiro desenvolva um olhar crítico sobre a assistência prestada, realizando análise comparativa dos tipos de assistência oferecida entre prestadores com perfis de prestação de serviço semelhante, analisando as tabelas utilizadas e conhecendo os contratos firmados entre instituições que auditam e são auditadas, desenvolvendo e aprimorando a auditoria de enfermagem. A auditoria em enfermagem cumpre uma finalidade institucional que, na atualidade, está pautada em um enfoque empresarial e mercadológico. Há uma tendência de mudança do enfoque de mercado voltado para o cliente, portanto, pautado na qualidade do produto ou serviço, havendo a adequação das ações da auditoria em enfermagem nesse sentido. Descritores: Auditoria; Auditoria de Enfermagem; Enfermeiro Auditor. REFERÊNCIAS: CHIAVENATO, I. Recursos humanos: o capital humano nas organizações. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. COFEN. Conselho Federal de Enfermagem (Brasil). Resolução do COFEN-266/2001, de 5 de outubro de 2011. Aprova atividades de enfermeiro auditor. [resolução na internet]. Diário Oficial da União 5 out de 2011. Disponível em: <http://site.portalcofen.gov. br/node/4303>. Acesso em: 11 Abr 2013. MOTTA, A.L.C. Auditoria de Enfermagem nos Hospitais e Operadoras de Planos de Saúde. 4ª ed. São Paulo: Iátria; 2008. p. 166. SCARPARO, A.F.; FERRAZ, C.A. Auditoria em Enfermagem: identificando sua concepção e métodos. Rev. Bras. Enf, Brasília, v. 61, n. 3, Junho 2008.

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SILVA, M.V.S et al. Limites e possibilidades da auditoria em enfermagem e seus aspectos teóricos e práticos. Rev. Bras. Enf., Brasília, v.65, n.3, Junho 2012. P 16

COMPROMETIMENTO FUNCIONAL DOS IDOSOS DEPENDENTES E SUAS INTERFERÊNCIAS NO CUIDADO

Reis, D. A.; Oliveira, A. P. P.; Arruda, Y. M. B. C. INTRODUÇÃO: o envelhecimento populacional associado às doenças crônico-degenerativas que acometem os idosos tem contribuído para uma parcela significativa de idosos apresentarem alterações na capacidade funcional. A perda dessa capacidade esta associada à predisposição a dependência. E nesse contexto, surge a necessidade de cuidados prestados pela família, como no caso do cuidador familiar, que é uma pessoa que se envolve num processo do cuidar do outro, no qual ele vive uma experiência contínua nesse cuidado ao seu familiar dependente. O objetivo deste estudo foi investigar o comprometimento funcional dos idosos dependentes que interferem no cuidado relacionado à execução das atividades da vida diária. Trata-se de uma parte da pesquisa de dissertação intitulada Rede de Apoio e Necessidades Educacionais frente ao Cuidado Familiar de idosos dependentes: Uma contribuição para a Enfermagem, do Programa de Mestrado em Enfermagem Associado da Universidade Estadual do Pará-UEPA e Universidade Federal do Amazonas-UFAM. METODOLOGIA: trata-se de um estudo transversal e descritivo com abordagem quantitativa, em que foi aplicado o índice de Katz, que é uma escala de avaliação funcional, a 76 idosos dependentes que estão sob os cuidados dos seus familiares, no período de setembro/2012 a novembro/2012 no município de Coari. Os dados foram compilados e analisados com auxílio do programa Microsoft Excel 2007. RESULTADOS: dos idosos dependentes do estudo; 65% são mulheres, com idade acima de 80 anos. Dessas idosas a maioria é viúva, totalizando 53% e % dos homens são casados. A escolaridade dos idosos mostra ser baixa com 83% entre analfabetos e semi-analfabetos. O comprometimento funcional dos idosos que apresentaram maior representatividade que requer ajuda completa no cotidiano do cuidado estão relacionados aos atos de vestir com 92%, ir ao banheiro com 80%, ato de transferir com 77%, tomar banho com 71% e alimentação com 63%. CONCLUSÃO: diante do exposto, conclui-se que a maioria dos idosos dependentes não consegue viver sem ajuda ou auxílio do cuidador familiar frente às Atividades da Vida Diária (AVDs), necessitando de uma dedicação exclusiva ao cuidado, o que faz que o cuidador passa abdicar de sua vida pessoal e profissional em função do idoso dependente. Destaca-se a importância da equipe da Estratégia Saúde da Família planejar intervenções para minimizar a condição de dependência, bem como prevenir maiores complicações dos idosos. Descritores: Idoso; Atividades cotidianas; Saúde da família.

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REFERÊNCIAS FIEDLER, M. M; PERES, K. G. Capacidade funcional e fatores associados em idosos do Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.2, Fev, p. 409-415, 2008. FIGUEREDO N. M. A.,TONINI T. Gerontologia: Atuação da Enfermagem no Processo de Envelhecimento. 1º ed. Yedis: São Paulo, 2008. FILHO, W. J; KIKUCHI, E. L. Geriatria e Gerontologia Básicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. REID, R. C. et al. The Impact of Work Interferences on Family Caregiver Outcomes.Journal of Applied Gerontology. v. 29, n.3, June, p.267-289, 2010. SEQUEIRA, C. Cuidar de Idosos com Dependência Física e Mental. Lisboa: LIDEL, 2010. P 17 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA MANIPULAÇÃO DE CATETERES TOTALMENTE

IMPLANTADOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA Freitas, E. A.; Silveira, L. B.; Damascena, S. C. C.

INTRODUÇÃO: o cateter venoso central totalmente implantado (CVCTI) é um dispositivo constituído por um cateter (feito de silicone e poliuretano) e port (câmera de titânio envolta por um septo de silicone puncionável), cuja extremidade distal se acopla a uma câmera puncionável, que deve permanecer alojada no tecido celular subcutâneo da região torácica, sobre uma protuberância óssea (CAMPOS, REIS & CARVALHO, 2009; HONÓRIO & CAETANO, 2009). O CVCTI é de implantação cirúrgica, sendo utilizado desde 1983. Seu acesso ocorre por punção na pele sobre o port com agulha não cortante (agulha Huber). O mesmo torna possível a infusão de quimioterápicos, hemoderivados, nutrição parenteral e coleta de exames laboratoriais, e desde sua criação tem se tornado essencial no tratamento de pacientes oncológicos (CAMPOS, REIS & CARVALHO, 2009). Estecateter é utilizado com maior frequência em pacientes oncológicos e hematológicos, pois alguns destes realizam tratamentos prolongados e fazem uso de drogas citotóxicas, tornando a rede venosa de difícil acesso e causando fragilidade capilar. Possui boa aceitação, pois não requer cuidados domiciliares e causa impacto mínimo na autoimagem (HONÓRIO & CAETANO, 2009). As indicações para a inserção do CVCTI incluem: quimioterapia no ambiente hospitalar ou domiciliar; dano tecidual, trombose ou esclerose de veias periféricas devido a tratamento prévio com medicação vesicante; tratamento prolongado com infusão endovenosa; necessidade frequente de colocação de acesso venoso (FIGUEIREDO et al., 2009).As complicações do CVCTI abrangem hematomas, alterações do ritmo cardíaco, lesão venosa, embolia gasosa, estenose ou trombose da veia jugular interna, infecção do túnel, obstrução do cateter, desconexão do cateter do receptáculo com extravasamento de líquidos e migração do cateter, ruptura/fratura do sistema com consequente extravasamento de líquidos (FIGUEIREDO et al., 2009). Tendo tais fatos como base, faz-se

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necessário o conhecimento dos cuidados de enfermagem adequados a serem tomados de forma a manter o CVCTI pérvio e funcionante pelo maior intervalo de tempo possível. OBJETIVO: analisar os cuidados de enfermagem na manipulação dos CVCTI.METODOLOGIA: a pesquisa foi do tipo bibliográfica, realizada no período de março a abril de 2013, utilizando como fonte artigos coletados nas bases Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Pubmed e livros que abordassem a temática em questão. No que diz respeito aos artigos, os mesmos foram encontrados a partir da utilização das seguintes palavras-chave: ‘cateter totalmente implantado’, ‘enfermagem’, ‘cateter implantado’, ‘cuidado de enfermagem’, ‘portacath’, ‘cateter de longa permanência’, ‘cateter em oncologia’. O critério de inclusão foi: Livros ou artigos que abordassem a temática cuidados de enfermagem na manipulação de CVCTI (no caso de artigos, em língua inglesa ou portuguesa). O critério de exclusão foi: Artigos indisponíveis para leitura completa online. Posteriormente foi realizada leitura e separação do material de acordo com a relevância ao tema. Por esta pesquisa não envolver seres humanos de forma direta ou indireta, o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) torna-se dispensável, assim como a consequente aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). RESULTADOS: na base de dados BVS, utilizando as palavras-chave ‘Cateter totalmente implantado’ e ‘Enfermagem’ foram encontrados 8 resultados, sendo destes 3 artigos repetidos, 3 disponíveis online, 2 elegíveis para o estudo, e 2 inelegíveis por estarem indisponíveis online. Com as palavras-chave: ‘Cateter implantado’ e ‘cuidado de enfermagem’ encontrou-se 8 resultados, sendo destes 5 resultados repetidos e 2 inelegíveis por estarem indisponíveis online. Na base de dados PUBMED com as Palavras-chave ‘enfermagem’ e ‘cateter implantado’ foram encontrados 3 resultados inelegíveis. Foi encontrado um livro que abordava o tema.Os cuidados incluem em dois artigos a utilização da técnica asséptica para a manipulação do cateter com o objetivo de evitar infecções. O uso de solução clorexidina a 2% ou o PVPI alcoólico ou o álcool a 70% na antissepsia da pele foi citado em 1 artigo e no livro utilizado. 1 artigo indica a necessidade da lavagem com solução fisiológica e heparinização, realizadas geralmente após a infusão de soluções no cateter(4-5).Algumas complicações decorrem do seu uso, tais como infecção, obstrução, infiltração ou extravasamento, dentre outras(8). Alguns destes eventos podem ser tratados, mas nem sempre a remoção do dispositivo pode ser evitada. O manuseio desse tipo de cateter exige conhecimentos técnicos e científicos. 1 artigo relata a importância da aspiração da solução de heparina antes da nova utilização do cateter. Foi citado em 1 artigo pesquisado, a necessidade da troca do curativo de gaze estéril mais esparadrapo ou com películas de poliuretano sempre que estiver úmido, solto ou sujo. O livro cita que no caso de imunodeprimidos, deve-se ser realizada a troca de punção a cada três dias e o curativo diariamente e para a quimioterapia, trocar a punção semanalmente e o curativo a cada três dias. Sua manipulação não é caracterizada como atividade privativa do enfermeiro pelo Conselho Federal de Enfermagem. No entanto, os artigos 17º e 18º do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem(9) estabelecem que os cuidados de enfermagem privativos ao enfermeiro são aqueles de maior complexidade técnica, que exigem conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas. Desta forma, torna-se possível inferir que a responsabilidade pela manipulação do CVC-TI deve ser restrita ao enfermeiro.CONCLUSÃO: a implantação e utilização de cateteres totalmente implantáveis constituiu grandes avanços na medicina moderna, facilitando no manejo de derivados sanguíneos, suporte nutricional, administração de medicamentos e monitorização hemodinâmica. Porém, com todos os benefícios apresentados faz-se necessário atentar para os riscos que estes trazem quando não manuseados

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adequadamente. Essa manipulação necessita ser feita por profissionais qualificados e que saibam lidar com o mesmo, sabendo das possíveis complicações e capazes de reconhecê-las previamente. O enfermeiro é detentor de conhecimentos voltados para a utilização dos catetes, e como tal, deve puxar para si a responsabilidade com o cuidado desses instrumentos. É necessária a implementação de protocolos que norteiem as ações a serem executadas em torno dos cateteres e quais os procedimentos a serem feitos. A equipe de enfermagem de um modo geral deve estar vigilante a fim de detectar quadros de complicações. Faz-se necessário o desenvolvimento de um olhar crítico, onde o paciente possa ser visto como um todo e ser tratado como tal, para que seu tratamento tenha uma qualidade maior, refletindo assim no trabalho da Enfermagem. Descritores: Cateteres de demora, Neoplasias/quimioterapia, Cuidados de Enfermagem

REFERÊNCIAS NEVES JUNIOR, M. A. et al. Infecções em cateteres venosos centrais de longa permanência: revisão de literatura. J Vasc Bras 2010, Vol. 9, no 1. Acesso em: 19 de março de 2013. HONÓRIO, R. P. P; CAETANO, J. A. Elaboração de um protocolo de assistência de enfermagem ao paciente hematológico: relato de experiência. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 11(1):188-93, 2009. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n1/v11n1a24.htm. Acesso em: 19 de março de 2013. VASQUES, C. I.; REIS, P. E. D.; CARVALHO, E. C.Manejo do cateter venoso central totalmente implantado empacientes oncológicos: revisão integrativa.Acta Paul Enferm. 22(5):696-701, 2009.Acesso em: 19 de março de 2013.3. Livro Enfermagem Oncológica – conceitos e práticas. – 1a Ed. -São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009. P 18

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO ANEURISMA DO SEGMENTO POSTERIOR: ESTUDO DE CASO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Kishibe, C. M. N. INTRODUÇÃO: O aneurisma é uma dilatação localizada de um lúmen arterial causada por fraqueza na parede do vaso. É definido como uma redução súbita da circulação cerebral em um ou mais vasos sanguíneos. Estão diretamente relacionados com idade, raça, presença de hipertensão arterial, tabagismo, alcoolismo e fragilidade da camada muscular que faz parte da parede dos vasos sanguíneos. A ruptura do aneurisma pode acontecer em qualquer fase, mas é mais freqüente entre a quarta e quinta década de vida. Muitas pessoas nascem com aneurismas cerebrais, os chamados aneurismas congênitos, os quais, ao longo da vida, podem aumentar e romper (MOHALLEM, et al, 2011). As altas taxas de morbidade e mortalidade dessa doença no Brasil resultam em alto impacto socioeconômico para a sociedade os estudos referentes ao assunto demonstram falha, visto que a população desconhece os fatores de risco e as possibilidades terapêuticas, principalmente para se

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evitar seqüelas graves decorrente dessa patologia, chegando após de 03 horas só inicio dos sintomas para atendimento hospitalar (GAWRYSZEWSKI , et al, 2004). O aneurisma é uma verdadeira hérnia na parede das artéria. A parede do saco se reduz à intima, à adventícia e um pouco de tecido fibroialino. O fundo saco, fino e frágil é o local habitual de ruptura.Não raro, a ruptura é precedida de uma cesso de cefaléia aguda evidenciando um sangramento mínimo. A evolução espontânea da ruptura de aneurisma é temível e bastante imprevisível. A mortalidade global é alta, e o prognostico e mais grave quando se trata de indivíduos com mais de 60 anos.O risco de recidiva da hemorragia persiste depois de vencida esta etapa inicial. No que se refere no aneurisma comunicante posterior equivale a 41% desses risco. Seu tratamento consiste na exclusão do aneurismaque pode ser feita por neurocirurgia ou por via endovascular (BRUNI, 2004). OBJETIVO:abordar os cuidados de enfermagem requeridos pelos pacientes com aneurisma de segmento posterior, proporcionando uma discussão acerca da temática proposta.METODOLOGIA:a população estuda é composta por uma paciente do sexo feminino, portadora de aneurisma de segmento posterior que foi submetida ao procedimento de clipagem de aneurisma no hospital Universitário Getúlio Vargas, localizado na avenida Aripuanã, S/N, bairro Praça 14, na cidade de Manaus.Trata-se um estudo de caso descritivo de abordagem qualitativa de uma paciente portadora de aneurisma cerebral. A inclusão do paciente ocorreu através do paciente que se enquadrasse no perfil requerido pela disciplina dos cuidados de enfermagem ao paciente neurocritico, na qual possibilitasse a intervenção de enfermagem e os cuidados requeridos por tão paciente no mês de novembro de 2012. A coleta de dados ocorreu na Unidade de Terapia Intensiva, logo após a intervenção cirúrgica, através da análise do prontuário para coleta de dados. A coleta de dados foi realizada através do questionário modelo da SAE da Universidade Federal de Santa Catarina, na qual aborda os dados imprescindível na anamnese do paciente buscando identificar dados que auxiliem na melhora do cuidado, desenvolvendo um plano assistencial no qual possa intervir em qualquer intercorrência potencializando os cuidados que esses pacientes necessitam (BRITTAR, et al, 2006). RESULTADO E DISCUSSÃO:o trabalho da equipe de enfermagem a um paciente portador dessa patologia é de extrema dificuldade, pois necessita lidar com o surgimento de sentimentos como angústia e ansiedade vivenciadas tanto pelo paciente quanto pela família. O paciente torna-se restrito ao leito o que pode ocasionar sérios problemas, entre eles: lesões na pele e alterações no movimento. Assim, o profissional da saúde, em especial de enfermagem, deve oferecer os cuidado necessários, e de apoio psicológico a todos os envolvidos. Acompanhamos a paciente Paciente V.V. A.P, do sexo feminino na qual realizou clipagem de aneurisma há 10 anos, tendo acompanhamento médico até os dias de hoje, iniciou o quadro de cefaléia pulsátil de forte intensidade no mês de julho do mesmo ano, sendo atendida inicialmente no HJL, onde realizou Tomografia Computadorizada (TC) que demonstrou Hemorragia Subaracnoide (HSA). No momento de internação evoluiu com rebaixamento do nível de consciência sendo necessário suporte ventilatório. Nova TC demonstrou novo sangramento, sendo a paciente submetido a craniotomia para clipagem de aneurisma posteriormente E, foi realizado craniotomia descompressiva na qual foi retirada a calota craniana e armazena na cavidade abdominal. Posteriormente a mesma foi submetida a Derivação Ventricular E, tendo desenvolvido meningite e pneumonia durante o período que esteve internada no hospital. Atualmente realizou nova clipagem de aneurisma e craniotomia descompressiva, cuja estrutura óssea encontra-se na cavidade abdominal. Paciente com sequela neurológica, taqueostomizada com acesso venoso central em subclávia D, sonda vesical de demora, pupilas isocoricas, fotorreagente. Ao exame físico:

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Hipocorada, hidratada, TQT, com sonda nasoentérica, anicterica, hipotérmica (33°C), tetraplegia, com sequela neurológica, PA 159x79, Fr: 10 rpm, PAM: 113mmhg, dextro:116 .Com os déficits funcionais apresentado pelo paciente, há necessidade do desenvolver um plano de cuidado para os graus de deficiência. Diante dessa realidade há necessidade de desenvolver um modelo para a elaboração do mesmo. Com isso, foi reunido os principais diagnósticos de enfermagem para estes pacientes (tabela1). CONSIDERAÇÕES FINAIS:o paciente acometido por aneurisma muitas vezes resulta em deficits neurológico, motor e sensorial. Portanto, necessita de cuidados especializados a suprir suas carências funcionais. Desta forma a enfermagem deve encontrar –se preparada em todos os cenários para prestar um atendimento que auxilie os deficits e promova uma melhora na qualidade de vida desses pacientes. Monitorar o paciente neurológico grave consiste em identificar alterações no sistema neurológico a fim de promover um cuidado diferencial que é fundamental para a qualidade de vida do paciente, portanto devemos estar preparados para atuar frente a esses pacientes.

PLANO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 1.Melhorando a mobilidade e prevenindo as deformidades

O posicionamento correto, são usadas medidas para avaliar a pressão, auxiliar no controle do bom alinhamento corporal e evitar neuropatias compressivas, especialmente dos nervos olhar e fibular.

2.Estabelecendo um programa de exercícios

O exercício é valioso na prevenção da estase venosa, a qual pode predispor o paciente à trombose e embolia pulmonar.

3. Mantendo a integridade cutânea

O paciente que sofreu um AVC pode estar em risco de ruptura cutânea e tecidual por causa da sensibilidade alterada e da incapacidade de responder à pressão e o desconforto através da mudança de posição e movimentação

Tabela 01. Diagnósticos e intervenções de enfermagem de acordo com a NANDADiagnóstico de enfermagem: definições e classificação, 2009. REFERÊNCIAS BRITTAR, D. B.; PERREIRA, L. V.; LEMOS, R. C. A.. Sistematização da Assistência de Enfermagem ao Paciente Crítico: Proposta de Instrumento de Coleta de Dados. Contexto de Enfermagem,Florianópolis, 2006.

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BRUNI, D. S. et al.Aspectos fisiopatológicos e assistenciais de enfermagem na reabilitação. Rev Esc Enferm USP 2004; 38(1): 71-9 GAWRYSZEWSKI , V. P.; KOIZUMI, M. S.. MELLO-JORGE, M. H. P.. As causas externas no Brasil no ano 2000:comparando a mortalidade e a morbidade. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):995-1003, jul-ago, 2004. MOHALLEM, A. G. C; FARAH, O. G.;LASELVA, C. R. Enfermagem – Estudos de casos I. Barueri, SP, Manole 2011. NANDA. Diagnóstico de enfermagem: definições e classificação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2009. P 19

DESNUTRIÇÃO NA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA Rodrigues Filho, C. A.; Martins, M. J.; Abreu, M. E.; Souza, C. R. S.; Farias, A. S.

INTRODUÇÃO: a problemática da desnutrição no mundo está relacionada à situação em que vive a maioria das populações indígenas, ou seja, as precárias condições de vida e saúde (HAQUIM; SANTOS; SHAPER; RECH, 2007). Portanto, é preciso refletir e discutir estratégias que minimizem este quadro de vulnerabilidade social que afeta os povos indígenas. Mundialmente, registram-se baixos índices de desenvolvimento humano devido especialmente à marginalização, perda de terras e pobreza extrema, que ocasiona na maioria das vezes, a perda da identidade destes povos. No Brasil, os principais problemas enfrentados por esta população também está relacionado às condições de pobreza e baixo acesso aos serviços de saúde. Assim, a questão da desnutrição implica numa reflexão aprofundada sobre os direitos humanos que de certa forma está sendo contemplado nas várias discussões e metas que a sociedade civil e o governo devem discutir para promover a segurança alimentar, o fomento ao desenvolvimento sustentável, o desenvolvimento rural sustentável e a conservação da agrobiodiversidade. Nesse contexto, as mudanças socioeconômicas, culturais e ambientais afetam diretamente o modo de vida e as condições de saúde. Neste sentido, vários pesquisadores no Brasil têm procurado investigar o impacto dessas influências nas populações indígenas, sobretudo em relação à desnutrição. Moura (2010) afirma que o processo de aculturação que conduz a uma transição alimentar, onde a população passa de uma atividade de subsistência baseada na caça, pesca e coleta para uma incorporação de alimentos industrializados, desvia seus esforços produtivos para outras culturas comerciais. Esta população indígena faz isto para satisfazer às necessidades criadas com o novo hábito sócio cultural imbricado no sistema ainda existam sociedades indígenas. Assim, os modos tradicionais de aquisição de alimentos na cultura são deixados de lado, onde, na cultura indígena toda a aquisição de alimentos é para manter o corpo, a alma e a natureza envolvente. As populações indígenas são também diretamente afetadas em sua saúde quando se tornam mercadoria, pois pela falta de informação da sociedade civil, muitas vezes, são vítimas de uma falsa imagem de inocuidade de todo o consumismo fomentado pelo sistema capitalista. Por outro lado, ocultam-se os riscos à saúde da população que precisa ter assegurado na

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prática social uma qualidade de vida necessária a todo cidadão. OBJETIVO: analisar a situação da desnutrição na população indígena brasileira, a partir das evidências científicas disponíveis na literatura nacional. MÉTODO: trata-se de um levantamento bibliográfico em que foram recuperados artigos científicos publicados em língua portuguesa nos últimos 10 anos. Para busca da produção científica na base de dados LILACS utilizou-se os descritores: desnutrição, índio sul-americanos,

estado nutricional. Também foram selecionados documentos do Ministério da Saúde brasileiro que abordavam a Política Nacional de Atenção aos Povos Indígenas. RESULTADOS: vários registros de veículos de comunicação do país têm relatado a falta de assistência à população indígena no Brasil. Uma parcela significativa das crianças indígenas apresenta déficit de crescimento, o que é um indicador importante para mensurar a desnutrição. Outro fator é o saneamento básico nos locais onde as comunidades residem, tendo como consequência riscos para as crianças que comprometem o seu desenvolvimento. Assim, a baixa quantidade de energia necessária para o bom desenvolvimento das crianças ou o desvio de energia que o corpo precisa para combater as sucessivas doenças, não consegue multiplicar as células e tecidos na quantidade adequada. Brasil et. al (2007) afirmam que é fundamental destacar o desconhecimento da situação das condições de nutrição entre os povos indígenas e as dificuldades de informações precisas mais abrangentes uma vez que a maioria das publicações dos estudos são realizados por meio de estudos de casos. Nessa perspectiva, a partir dessas evidências, é possível constatar que os principais problemas de nutricional nos povos indígenas estão relacionados com as desordens carenciais ou à ocorrência de obesidade e problemas metabólicos. Desse modo, a desnutrição infantil assume proporções preocupantes, com prevalências de casos de anemia ferropriva, déficits estaturais e ponderais. Em outro extremo, a obesidade entre os adultos em algumas etnias tem favorecido o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. Esses autores chamam atenção para a sazonalidade quando se trata das condições de alimentação e nutrição em sociedades indígenas, sendo necessário repensar a organização e os espaços, as condições em que vivem, bem como compreender e considerar a sazonalidade na definição de rotinas de vigilância nutricional e na análise do perfil nutricional dos povos indígenas. Fávaro (2011), nesse contexto, sobre o perfil nutricional da população indígena Xukuru de Orurubá em Pernambuco mostra alta prevalência de desnutrição infantil, quando comparado com a população geral, isto porque, a marcante organização política do povo Xukuru, impulsionada pelo processo de retomada da sua terra indígena e da reafirmação de sua identidade étnica, possivelmente produziram reflexos positivos na assistência a saúde da população. A autora afirma ainda que a partir dos resultados de sua pesquisa o debate do perfil nutricional dos povos indígenas gira em torno de determinantes sociais dos agravos, ou seja, das condições insalubres de saneamento e moradia, assistência à saúde insuficiente, situações de insegurança alimentar e outras situações favorecem esse quadro de saúde. Portanto, há de se discutir a questão da desnutrição na população indígena brasileira apontando para um processo de aculturação na medida em que problemas relacionados ao acesso limitado a serviços de educação e saúde, conflitos por terras e outras problemáticas fazem com que a população passe de uma atividade de subsistência baseada na caça, pesca e coleta para uma incorporação de alimentos industrializados. Estudo conduzido por Moura (2010) mostra que a transição alimentar pode levar a desordens nutricionais e ao desenvolvimento de doenças bucais e sugere a necessidade de uma intervenção e/ou monitoramento por meio de programas dirigidos à assistência à saúde, ao saneamento básico, ao acesso à terra e à educação. Faz-se necessário uma intervenção e/ou monitoramento por meio de programas

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específicos para atuar na promoção da saúde para as comunidades indígenas brasileiras e especialmente porque diante de tais mudanças que afetam o modo de viver destas populações, especialmente nas relações diretas com o espaço urbano tendem a provocar um processo de transição alimentar que deve ser considerado. CONCLUSÕES: com este estudo pode-se concluir que as acentuadas e rápidas mudanças culturais e ambientais vividas pelas diversas e diferentes comunidades indígenas influenciam o estado nutricional e a condição bucal. Além disso, mostra-se necessário uma intervenção e monitoramento por meio de programas dirigidos à assistência à saúde, saneamento básico, acesso à terra e à educação, bem como a realização de estudos longitudinais que possam acompanhar as condições bucais e nutricionais desses indivíduos e, concomitantemente, atuar na promoção da saúde para comunidades indígenas que têm passado pelo processo de transição alimentar. É importante ressaltar que muitas vezes a invisibilidade demográfica e epidemiológica dos povos indígenas são uma das mais importantes dificuldades de planejamento, execução e avaliação de ações de saúde, o que ocasiona baixa efetividade nas ações de saúde destinada as comunidades indígenas. Também é importante salientar que os problemas sociais existentes no Brasil, a exemplo da insegurança alimentar das crianças indígenas são muitas vezes ocasionados pelo baixo acesso a alimentos suficientes para uma vida saudável. A desnutrição de crianças acarreta também problemas futuros, como o aumento no risco de desenvolvimento de obesidade e outras doenças crônicas. Há forte relação entre o estado nutricional durante os primeiros anos de vida e o desenvolvimento desses distúrbios na idade adulta. Descritores: desnutrição, índio sul-americanos, estado nutricional. REFERENCIAS: FÁVARO, T. R. Perfil nutricional da população indígena Xukuru de Ororubá, Pernambuco, Brasil. Tese (doutorado) – Escola Nacional de Saúde Pública, Pós- Graduação em Saúde Pública, 2011. HAQUIM, V; SANTOS, L; SCHAPER, M; RECH, P. Desnutrição entre Crianças Indígenas: um desafio Intersetorial. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Texto fotocopiado, Saúde Materno Infantil (4), Curso de Especialização em Saúde Indígena, 2011. LEITE, M. S; SANTOS, R. V; COIMBRA JÚNIOR., C. E. A. Sazonalidade e estado nutricional de populações indígenas: o caso Wari', Rondônia, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 11, Nov. 2007. MOURA, P. G.; BATISTA, L. R. V. ; MOREIRA, E. A. M. População indígena: uma reflexão sobre a influência da civilização urbana no estado nutricional e na saúde bucal. Rev. Nutr., Campinas, v. 23, n. 3, Jun. 2010.

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P 20 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/AIDS NAS POPULACOES INDIGENAS

DO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA Prado, J. M.; Oliveira, J. T. S.; Reis, L. V. F.; Rodrigues Filho, M. P.; Pereira, M. C.; Farias A. S.

INTRODUÇÃO: as doenças sexualmente transmissíveis (DST) são infecções caracterizadas como grave problema de saúde pública por demonstrarem difícil controle nas diversas populações (CARVALHO; CHO; FLORES, 2011). As últimas três décadas apresentaram cerca de 608,2 mil infectados pelo HIV/Aids somente no Brasil.A propagação da infecção pelo HIV/Aids é resultado de grandes desigualdades sociais constituindo um fenômeno global, revelando aspectos de dimensões múltiplas que acarretam em transformações epidemiológicas significativas (FABBRO et al., 2003).Em pleno século XXI, estima-se que a epidemia perinatal do HIV tenha infectado cerca de 5,1 milhões de crianças em todo o mundo, 90% delas na África, sendo a população feminina,transmissora vertical, pertencente à faixa etária reprodutiva de 15 a 39 anos (FABBRO et al., 2003).No Brasil, entre a população indígena nos anos de 2000 e 2005 foi observado um aumento da incidência, com 150 casos de Aids na população indígenas sendo 54 gestantes e ainda 13 crianças notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), totalizando 163 casos. Além disso, segundo dados de Projetos desenvolvidos pela Coordenação Nacional de DST/Aids em parceria com Estados, municípios e outras instituições a prevalência das DST em populações indígenas é cerca de 60%. Apesar destes dados, observa-se que nas áreas indígenas ainda existem dificuldades de levantamento de dados epidemiológicos se configurando em uma população com baixa produção científica, entretanto, observam-se índices expressivos nos escassos estudos existentes (CARVALHO; CHO; FLORES, 2011). Visando reduzir os danos às populações indígenas, o governo federal instituiu orientações e diretrizes técnicas levando em consideração: (a) mudanças de comportamento por meio do acesso à informação qualificada; (b) estabelecimento de modelos de intervenção que considere a diversidade populacional; (c) desenvolvimento de medidas de intervenção baseados em peereducation e outreachwork, relevando as mudanças de valores, crenças e práticas em relação às DST/Aids, dentre outras (BRASIL, 2000).OBJETIVO: discutir a situação das Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids na população indígena brasileira, a partir da produção científica nacional. METODOLOGIA: foi realizada uma revisão de literatura a partir de documentos do Ministério da Saúde e das publicações disponíveis na base de dados LILACS, utilizando os descritores: Doenças Sexualmente Transmissíveis; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; HIV;População Indígena, referente ao período de 1997 a 2013. Após a seleção e leitura dos artigos de forma reflexiva, buscou-se identificar concepções teóricas, a interpretação e aplicação de cada modelo.RESULTADOS: ainda há muito a se contribuir para os estudos na área da saúde indígena, pois ao longo dos tempos observa-se que os estudos que envolvem a população indígena normalmente têm se relacionado com a cultura e não com a saúde.O que se observa nessas comunidades é constante resistência em relação à aceitação dos profissionais, o que dificulta o diagnosticar e tratar as necessidades destes. Isto se explica pelo fato de que o contato com os brancos os expôs a inúmeras doenças que desconheciam, além da exploração e de eventual falta de reconhecimento de sua diversidade cultural e étnica, sofrendo assim uma violação de seus direitos, expropriação do direito de propriedade coletiva sobre a terra e limitação de políticas públicas dirigidas à área social. Com isso, existe a dificuldade de coleta de dados para parâmetros confiáveis

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e satisfatórios aos serviços de saúde. O perfil epidemiológico perinatal de HIV demonstra que grande parte das crianças no mundo recebeu o vírus verticalmente. No Brasil, o índice para positivo aumentou após a criação do programa de Proteção a Gestante de Mato Grosso do Sul, que foi implantado como medida de intervenção pela secretaria de Estado de Saúde em parceria com o Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Iped/Apae), com isto, facilitou-se o acesso ao teste para mulheres durante o período pré-natal. Durante o ano de 2003, foram testadas 32.512 gestantes acompanhadas pelo Programa de Proteção á Gestante durante o pré-natal, das quais 1.500 apresentaram alterações nos resultados das sorologias; dessas, 119 apresentaram sorologia positiva para o HIV. A prevalência da infecção pelo HIV entre as gestantes testadas foi de 2,62% em 1999, 0,85% em 2000, 0,66% em 2001, 0,58% em 2002 e 0,36 em 2003.De acordo com os dados do Departamento Nacional de DST/, referentes a 2005, 0,3% do total das notificações da doença no país a incidência é representada por indígenas.Em outro estudo conduzido por Wiik (2001) no Parque Xingu com 423 mulheres com vida sexual ativa presente ou pregressa, observou-se nos resultados de exame citopatológicoque cerca de 84% das mulheres pesquisadas apresentavam atipias celulares associadas direta ou indiretamente à DST. Dentre essas, a maior incidência foi de microorganismos indeterminados (66%), 14% eram vaginoses bacterianas e 13%, Trichomonasvaginalis. A infecção por Clamídia aparece em 4º lugar, com, 2%. Sendo assim, este estudo mostra como a população indígena se encontra exposta a uma cadeia de transmissão de doenças. Nesse contexto, dados da Coordenação Nacional de DST/Aids a prevalência das DST em populações indígenas é de cerca de 60%. Esses dados se confirmam ao verificar a realidade de uma população de 323 mil índios no território brasileiro, com apenas 02 etnias: o povo Nambiquara, com população estimada de 885 índios, dos quais 60% apresentavam algum sinal sugestivo de DST e o povo Kayapó, com população estimada de 4.000 índios, dos quais 62% apresentavam algum sinal sugestivo de DST. O estudo também descreve apenas sinais sugestivos, sem dados concretos que confirmem as hipóteses diagnósticas.Nos anos setenta e oitenta quando começou a construção da Barragem Norte, chegaram as epidemias de tosse-comprida e a tosse-feia, coqueluche e tuberculose, respectivamente à Xokléng,povo indígena que vive na Terra Indígena Ibirama (TII), situada na região do Vale do Itajaí a cerca de 260 km a noroeste de Florianópolis, Santa Catarina, reunidos pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) a partir de 1914 após terem passado por um processo de quase dizimação em meados do século XIX, onde sobrevivem da agricultura de subsistência e do extrativismo, e também de atividades como diaristas, comerciantes de madeira, além das pensões dos idosos e da filantropia. Os dados acerca dos primeiros casos de HIV/ AIDS entre os Xokléng foram coletados durante os anos entre 1997 e 1998, ebaseiam-se em entrevistas com informantes-chave, em particular, com uma agente indígena de saúde que cuidou dos doentes na época, e em entrevistas com funcionários da FUNAI regional de Curitiba, Paraná, e através de relatórios de viagens obtidos junto à sede da FUNAI.CONCLUSÃO: a escassez de dados epidemiológico na área da saúde indígena indica a necessidade de se desenvolverem atividades que promovam a interação dos profissionais e dos serviços de saúde, nas aldeias, uma vez que os estudos que envolvem a população indígena normalmente têm se relacionado com a cultura e não com a saúde.Entre os Xokléng o acesso aos dados de diagnóstico positivo somente foi possível baseando-se em relatos de profissionais que participaram diretamente do cuidado destes pacientes dentro das aldeias. Os profissionais da saúde necessitam de capacitação e de boas condições de trabalho para atuarem diretamente na atenção básica à população indígena, com o objetivo de manter uma relação de

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vínculo paciente/profissional, facilitando a comunicação e a disponibilidade de Testes-rápido de HIV/Aids, VDRL, bem como realização de exames (secreção vaginal, Papanicolau) de rotina nas aldeias, na tentativa de realizar o diagnóstico precoce da doença.A prática de educação em saúde através de metodologias educativas sobre HIV/Aids e DST e os meios de prevenção adquirem um papel importante para a construção de um banco de dados epidemiológicos mais próximo da realidade e necessidades das aldeias, onde possam desencadear-se em futuras intervenções, e melhoria da qualidade de vida para as populações indígenas. Descritores: Doenças Sexualmente Transmissíveis; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; HIV; População Indígena. REFERÊNCIAS BRASIL. Povos indígenas e a prevenção às dst, hiv e aids: manual de diretrizes técnicas. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da Saúde 2000. 24 p. CARVALHO, N. S; CHO, R; FLORES, L. D. S. T em Populações Indígenas no Brasil – Análise Crítica e Revisão da Literatura.DST-J bras Doenças Sex Transm, v. 23, n. 3, p. 142-145, 2011. FABBRO, M. M. F. J. D. et al. Cobertura da testagem sorológica e prevalência da infecção pelo HIV entre gestantes do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, 1999 a 2003. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 14, n. 2, jun. 2005 WIIK, F. B. Contato, epidemias e corpo como agentes de transformação: um estudo sobre a AIDS entre os Índios Xokléng de Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, Mar. 2001. P 21

ESTÁGIO CURRICULAR RURAL E SUA DIMENSÃO INTERDISCIPLINAR PARA A FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Freitas, E. A.; Santos, E. R. S.

INTRODUÇÃO: o Estágio Curricular Supervisionado Rural é um componente do último período do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A sua efetivação é integrada aos componentes curriculares equivalentes dos cursos de medicina (Internato Rural) e de odontologia (Estágio Extramuro III). Dadas as diferentes nomenclaturas do componente em cada currículo, tomou-se como nome comum ‘Estágio Rural em Saúde Coletiva (ERSC). Independentemente do nome, a disciplina tem se constituindo em espaço privilegiado para o exercício da interdisciplinaridade dos cursos da área de saúde desta Universidade. As categorias interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, derivadas da palavra disciplina

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(do latim discere, que significa aprender e, desta, provêm discente e discípulo), guardam correlações e diferenças semânticas. Disciplina é definida como um conjunto sistematicamente organizado de conhecimentos sobre um objeto ou parte de um componente curricular (OLIVEIRA, 2012). Segundo Oliveira et al. (2011), o conceito de interdisciplinaridade surge na França, em meados dos nos 1960, em um período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras questões, reivindicavam um ensino mais sintonizado, com maior interação entre as grandes questões de ordem social, política e econômica da época, em um movimento contrário ao ensino fragmentado e verticalizado. Nessa perspectiva, a interdisciplinaridade é considerada uma troca intensa de saberes profissionais especializados em diversos campos, exercendo, dentro de um mesmo cenário, uma ação de reciprocidade e mutualidade, que pressupõe uma atitude diferenciada a ser assumida diante de um determinado problema, ou seja, é a substituição de uma concepção fragmentada e distante por uma visão unitária e abrangente sobre o ser humano (OLIVEIRA et al., 2011). O que distingue a interdisciplinaridade das outras categorias (multidisciplinaridade e transdisciplinaridade) é o grau de interação em que diferentes disciplinas atuam reciprocamente. Na multidisciplinaridade, embora haja uma ação conjunta, preserva-se a independência, ou seja, os limites disciplinares continuam vigentes. Na interdisciplinaridade há uma forte interdependência e cada disciplina aproxima-se e até mesmo se apropria da abordagem da outra, fecundando-se mutuamente. A transdisciplinaridade, por sua vez, é mais uma imagem-objetivo, um horizonte que aponta para outra forma de conhecimento que não apenas o lógico-racional. Envolve também dimensões da subjetividade e da intuição, comumente descartadas pelo pensamento científico (OLIVEIRA, 2012, OLIVEIRA et al., 2011). A UEA, seus docentes e discentes do ERSC apostam na possibilidade da troca de saberes da enfermagem, medicina e odontologia na atenção básica à saúde (campo por excelência de práticas interdisciplinares). Juntos, buscam a formação de profissionais de saúde críticos, reflexivos, capazes de trabalhar em equipe e somar esforços para a conjugação do modelo assistencial hegemônico (centrado na doença, no médico e no hospital) com o modelo de vigilância em saúde (centrado na integração das diversas disciplinas, formas de cuidado e distintos níveis de atenção). OBJETIVO: relatar o processo de ensino-aprendizagem da disciplina ERSC, como a interdisciplinaridade é exercida e sua contribuição para a formação do enfermeiro. METODOLOGIA: e um relato de experiência de caráter descritivo sobre a realização do ERSC no município de Borba (AM), no segundo semestre de 2012. As informações relativas ao caso relatado são organizadas em quatro eixos temáticos: a proposta pedagógica de ensino-aprendizagem do ERSC; uma breve caracterização geográfica e demográfica do local, onde foi possível fazer a experiência da interdisciplinaridade; as atividades que permitiram e estimularam práticas interdisciplinares; e uma narrativa sobre a importância do estágio rural e sua dimensão interdisciplinar para a formação do enfermeiro. RESULTADOS: a experiência: com carga horária geral de 400 horas, a estrutura pedagógica do ERSC é dividida em: (a) introdutório (30 horas), abordagem de temas relativos à prática do ERSC; (b) inserção dos discentes na rede de atenção básica à saúde (350 horas), onde as intervenções coletivas e individuais são realizadas; (c) processo de avaliação (20 horas), entrega do relatório escrito e apresentação oral do mesmo. As equipes são constituídas de seis discentes em média, sendo, na medida do possível, dois de cada curso. Cada equipe é supervisionada por um docente da UEA e um preceptor local (profissional de saúde do município). O município de Borba (AM) está localizado à margem direita do Rio Madeira, distante de Manaus 215 km via fluvial e 150 km em linha reta. O município está dividido em três distritos e 220 comunidades, sua população é de 34.961

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habitantes (58,71% na zona rural) e conta com três etnias indígenas (Mura, Mundurukú e Saterê-mawé). A distribuição da população por sexo e idade mostra maior proporção masculina (52,16%), quase a metade (47%) tem menos de 20 anos, somente 4% são maiores de 65 anos e, a outra parcela (49%) corresponde à população adulta. A rede de atenção básica à saúde é composta por 14 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 3 Polos de Saúde Indígena, sendo oito equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), três de Saúde Indígena, três de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). As UBS da área urbana contam com academias de saúde (BRASIL, 2012). Através da participação ativa no processo de trabalho dos profissionais de saúde de duas equipes da ESF de Borba, juntamente com discentes de medicina e odontologia e todos os membros das equipes (enfermeiros, médicos, odontólogos, profissionais de nível técnico e ACS), foi possível desenvolver atividades assistenciais (consultas de enfermagem, acompanhamento de pacientes hipertensos e/ou diabéticos, visitas domiciliares), de promoção da

saúde (avaliação de crescimento e desenvolvimento do recém-nascido, criança e adolescente; ações relacionadas à saúde da mulher, incentivo ao aleitamento materno e ao planejamento familiar, palestras com temas diversos), de prevenção de doenças (rastreamento precoce de lesões do colo do útero, orientação sobre autoexame das mamas, atividade educativa e de entretenimento com idosos) e de educação continuada (capacitação de ACS sobre ‘Hipertensão Arterial’, com enfoque na técnica de aferição da pressão arterial e orientações) (UEA, 2012). Das ações realizadas, algumas se destacaram como campo da atuação interdisciplinar: (a) Programa Saúde na Escola (a equipe de saúde da família deslocava-se para as escolas ou creches de seu território e atendia integralmente a crianças e adolescentes por meio de avaliações antropométricas, calendário vacinal, clínica geral e saúde bucal); (b) semanalmente os discentes apresentavam o programa “acadêmicos de saúde em ação” na rádio local, com alcance em todo o território municipal, o qual demandava forte reciprocidade de saberes em torno dos temas abordados; (c) investigação sobre o grau de adesão ao tratamento farmacológico da população com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, residentes no território de abrangências de duas equipes de saúde da família, o qual requereu esforço conjunto nas fases de estudo, elaboração de um projeto, sua operacionalização, análise e divulgação dos resultados no âmbito do município (UEA,2012). Situada nesse contexto de ensino-aprendizagem, a vivência de uma discente de enfermagem foi narrada nos seguintes termos: “O estágio rural foi uma

etapa muito importante para a minha formação no sentido de me permitir vivenciar uma realidade

diferente daquela que estava habituada. O fato de ficar longe de família, amigos, faculdade, sem

professores, apenas com preceptores locais, foi uma oportunidade para que eu crescesse tanto

como pessoa quanto como profissional, já que pela primeira vez realmente passei a pensar como

enfermeira. A realidade de Borba me fez perceber que a saúde pode funcionar de maneira plena, da

maneira como o SUS foi planejado. Sendo conduzida de maneira correta, a saúde de um município,

estado ou país pode se desenvolver, especialmente a atenção básica, promovendo uma melhoria da

qualidade de vida da população geral. Concernente à interdisciplinaridade, foi um dos maiores

pontos positivos fazer este estágio com alunos de medicina e odontologia, pois pudemos

compartilhar experiências, conversar de maneira a pensar em intervenções que contemplassem as 3

áreas de conhecimento, entender melhor um pouco de cada curso e perceber a importância da

integralidade dos profissionais na qualidade da assistência prestada a população. Poder

estabelecer um vínculo não apenas com os acadêmicos, mas com os próprios profissionais que

trabalhavam na UBS (médicos, enfermeiros, odontólogos, educadora física, fisioterapeuta,

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nutricionista, assistente social, ACS’s, entre outros) foi uma excelente maneira pra percebermos

como o trabalho pode ser executado em maior plenitude se as experiências e conhecimentos de

todos os profissionais forem levados em consideração. Considerei esta experiência como um

preparo na graduação para como lidar com pessoas de diferentes profissões e conseguir fazer as

atividades darem certo.” CONSIDERAÇÕES FINAIS: a experiência interdisciplinar promovida pela lógica pedagógica do ERSC e a decisão dos discentes em favor do compartilhamento de saberes permitiram a compreensão de que, na área da saúde, é necessária uma relação horizontal entre as diversas categorias profissionais e seus saberes especializados. Através da realização do estágio rural, discentes de enfermagem, medicina e odontologia da UEA têm a oportunidade de atuarem em equipe multidisciplinar e esta experiência pode lhes trazer benefícios profissionais e pessoais. Descritores: Formação Profissional, Interdisciplinaridade, Trabalho em Equipe, Estratégia Saúde da Família. REFERÊNCIAS BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Portal ODM. Relatórios dinâmicos. Indicadores Municipais. 2011. Disponível em: www.portalodm.com.br. Acesso em: 15 de setembro de 2012. OLIVEIRA, E. R. A. et al. Interdisciplinaridade, trabalho em equipe e multiprofissionalismo: concepções dos acadêmicos de enfermagem. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. 13(4): 28-34, 2012. OLIVEIRA, M. A. C.Interdisciplinarity in Nursing education and research.Rev. esc. enferm. USP. vol.46, n.2, pp. 01-02, 2012. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA). Estágio Rural em Saúde Coletiva. [Relatório]. Município de Borba/AM. Ago-Out. 2012. P 22

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO DESMAME VENTILATÓRIO Melo, G. Z. S.; Torrente, G.

INTRODUÇÃO: comumente, a Ventilação Mecânica (VM) é aplicada em pacientes graves internados em unidade de terapia intensiva, mas também é utilizada durante o transporte pré-hospitalar e serviços de home care. É uma forma de suporte ventilatório, caracterizada pela administração de pressão positiva intermitente ao sistema respiratório usando, na VM invasiva, próteses (tubo orotraqueal ou nasotraqueal e traqueostomia), promovendo a ventilação e a oxigenação ao portador de insuficiência respiratória de qualquer etiologia, pelo tempo que for necessário para a reversão do quadro (BARBAS, 2006). A interrupção da VM, ou como é mais como comumente conhecida, o desmame ventilatório, é um procedimento importante para o sucesso

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do tratamento de paciente que se beneficiam do procedimento em questão. O desmame refere-se ao processo de transição da ventilação artificial para a espontânea nos pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por tempo superior a 24 h (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007). Os pacientes em uso de VM devem estar sendo avaliados periodicamente sobre a possibilidade de evoluir para o desmame ventilatório definido como processo de transição da VM para a ventilação espontânea e a enfermagem tem papel fundamental neste processo. OBJETIVO: apresentar as principais intervenções de enfermagem no processo do desmame ventilatório encontradas em literatura de 2005 a 2011. METODOLOGIA: foi realizada revisão de literatura de manuais de condutas nacionais e internacionais que propõe intervenções e cuidados no desmame ventilatório. Foram considerados como critério de inclusão artigos indexados ou livros publicados entre os anos de 2005 a 2011, que tratam do tema “Desmame Ventilatório”. Os assuntos foram divididos nas seguintes etapas: 1) Intervenção de enfermagem no pré desmame ventilatório; 2) Intervenções de enfermagem durante o desmame ventilatório com peça “T”; 3) Intervenções de enfermagem na extubação orotraqueal. Os assuntos foram apresentados em forma de quadros que expressam os passos; as intervenções de enfermagem e a fundamentação científica. RESULTADOS:foram selecionadas quatro literaturas, sendo dois artigos e dois livros. Na análise das literaturas selecionadas constatou-se que na: 1) Intervenções de Enfermagem pré desmame ventilatório - Devem ser considerado uma série de critérios para realização do desmame, dentre eles estão a melhora da causa que levou a necessidade de VM, presença de drive respiratório, estabilização hemodinâmica com doses mínimas de vasopressor, trocas gasosas pulmonares adequadas com baixas doses de O2, eletrólitos séricos em níveis normais, gasometria arterial normal ou no basal do paciente, apresentando tosse eficaz e despertando ao estímulo sonoro sem agitação psicomotora (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007). Toda equipe responsável pelos cuidados do paciente deve estar atenta para sinais de intolerância (GOLDWASSER; DAVID, 2007). As intervenções de enfermagem no período pré desmame ventilatório: a) Explicar à paciente e familiares sobre o processo de desmame ventilatório, com o intuito de Estimular cooperação, diminuir ansiedade, apreensão e desconforto causados pelo processo (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); b) Posicionar o paciente confortavelmente no leito com cabeceira elevada de 30 a 45°, este procedimento auxiliará na expansão pulmonar e diminui refluxo gástrico (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); c) Realizar ausculta pulmonar para detectar sinais de necessidade de aspiração traqueal (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); d) Manter monitorização cardíaca e oxímetro de pulso contínuos, valores de pressão arterial sistêmica a fim de avaliar os parâmetros clínicos e resposta hemodinâmica ao processo de desmame ventilatório (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); e e) verificar e anotar freqüência e padrão respiratório com o intuito de avaliar a capacidade de ventilação espontânea do paciente antes do processo de desmame (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); 2) Intervenções de Enfermagem durante o desmame ventilatório com peça “T” - Existem diversos métodos de desmame ventilatório e controvérsias sobre qual o melhor. Os mais comuns envolvem as tentativas com tubo “T” e CPAP com redução da pressão de suporte. Sugere-se que os pacientes dentro dos critérios sejam avaliados com teste de respiração espontânea de 30 minutos a duas horas para avaliar se estão aptos para extubação (GOLDWASSER; FARIAS;

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FREITAS et al, 2007). No desmame com tubo “T”, é retirado o circuito do ventilador mecânico e ofertado O2 por uma peça em forma de “T”, sendo uma das saídas conectadas ao O2, outra ao tubo e uma terceira deve estar livre para o paciente realizar a expiração. Em nenhuma hipótese essa saída para expiração deve ser obstruída. Não é recomendado deixar o paciente por longos períodos nesse suporte pelo risco do paciente desenvolver atelectasia, porém a duração do tempo em tubo “T” deve seguir o protocolo da unidade, para minimizar este risco algumas unidades adotam o protocolo de intercalar o tubo “T” com períodos de ventilação mecânica. As intervenções de Enfermagem durante o desmame ventilatório são. a) Instalar a peça em “T” com suporte de O2 para que se possa garantir uma oferta de oxigênio mínima (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); b) Monitorar rigorosamente freqüência cardíaca, freqüência respiratória, padrão respiratório, oximetría de pulso e pressão arterial sistêmica para se evitar o risco de não tolerar o desmame e evoluir com hipóxia e parada cardiorrespiratória (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); c) Anotar a hora e oferta de O2 oferecida na peça em “T” com o intuito de acompanhar tempo de duração e tolerância ao desmame (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); d) Preparar material para coleta de gasometria arterial para se acompanhar a resposta ao processo de desmame ventilatório (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009); e e) manter o carinho de reanimação próximo ao paciente, pois o processo de desmame ventilatório pode causar instabilidade hemodinâmica e arritmias (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009). Outro método utilizado para desmame é o CPAP e o PSV, onde os parâmetros ventilatórios são reduzidos até próximo dos basais pelo médico ou fisioterapeuta. Os cuidados de enfermagem são a monitorização da capacidade de ventilação espontânea e dos parâmetros hemometabólicos como descritos no desmame com a peça em “T”. Deve-se atentar para alarmes de apnéia e freqüência respiratória elevada, sinais de intolerância ao processo (VIVAR; ESTEBAN DE LA TORRE, 2005). 3) Intervenções de Enfermagem na extubação – As intervenções de Enfermagem na extubação são: a) lavar as mãos a fim de evitar infecção cruzada; b) Explicar à paciente e familiares sobre o procedimento com o intuito de estimular a cooperação, diminuir ansiedade, apreensão e desconforto causados pelo processo; c) Preparar o material de intubação, pois o paciente pode apresentar IRpA pós extubação; d) Monitorar rigorosamente freqüência cardíaca, freqüência respiratória, padrão respiratório, oximetría de pulso e pressão arterial para minimizar o risco do paciente não tolerar o desmame e evoluir com hipóxia e parada cardiorrespiratória; e) Preparar máscara para oferta de O2 conforme protocolo e disponível na unidade a fim de manter a saturação de O2 em 90%; f) Manter próximo bolsa-valva-máscara ligada ao O2 para o caso de necessitar de ventilação de emergência; g) Realizar ausculta pulmonar com o intuito de avaliar o sistema respiratório; h) Aspirar cavidade oral a fim de diminuir o risco de broncoaspiração; i) Aspirar Tubo Orotraqueal para manter via aérea pérvia para ventilação espontânea; j) Soltar a fixação do tubo traqueal a fim de facilitar a remoção do Tubo Orotraqueal; k) Desinsuflar completamente o “cuff” a fim de evitar lesão de traquéia por cisalhamento; l) Remover rapidamente o tubo enquanto solicita que o paciente tussa, com o intuito de expectorar secreções que escoam ao desinsuflar o “cuff”; M) Aspirar a cavidade oral do paciente para auxiliar a retirada de secreções; n) Instalar a máscara com O2 conforme protocolo e disponibilidade da unidade para ofertar O2 suplementar até restauração do padrão respiratório basal; o) Realizar ausculta pulmonar a fim de avaliar sinais de angústia respiratória; p) Mensurar sinais

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vitais a procura de alterações hemodinâmicas, devido processo de desmame; q) Monitorar rigorosamente freqüência cardíaca, freqüência respiratória, padrão respiratório, oximetría de pulso e pressão arterial para detectar sinais de intolerância ao desmame e a possibilidade do paciente evoluir com insuficiência respiratória, hipóxia e parada cardiorrespiratória; r) lavar as mãos para evitar infecção cruzada; e s) Anotar em prontuário a hora, padrão respiratório, sinais vitais, saturação, ausculta pulmonar, suporte de O2 oferecido, nível de consciência e capacidade de tosse espontânea (GOLDWASSER; FARIAS; FREITAS et al, 2007; LUCINIO; PAGANO; FRANCO, 2009). CONCLUSÃO:a enfermagem desempenha papel imprescindível no processo de desmame ventilatório, devendo estar em permanente atualização sobre o tema. Deve-se, entretanto sempre ser lembrado que a extubação somente deverá ser realizada na presença de um profissional qualificado disponível para reintubar o paciente em caráter de emergência. Descritores: Enfermagem; Respiração Artificial; Extubação REFERÊNCIAS BARBAS, C. S. V. et al - Ventilação Mecânica Convencional, em: Knobel, E - Condutas no Paciente Grave, 3ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; cap. 35, 501-507.

GOLDWASSER, R; FARIAS, A; FREITAS, E. E. et al - III Consenso de Ventilação Mecânica - Desmame e interrupção da ventilação mecânica. J Bras Pneumol, 2007; 33(Supl 2): 128-136. GOLDWASSER, R. S.; DAVID, C. M. Desmame da Ventilação Mecânica: Promova uma Estratégia.Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 2007, 19 (1): 107-112. LUCINIO, N. M.; PAGANO, C.; FRANCO, S. A. O. Ventilação mecânica invasiva, em: Knobel E, Laselva CR, Moura Junior DF - Terapia Intensiva: Enfermagem. São Paulo, Atheneu, 2009; 131-143. VIVAR, F. F.; ESTEBAN DE LA TORRE, A. Desmame da ventilação mecânica, em: Ratton: Emergências médicas e terapia intensiva. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, P 23

LIGA ACADÊMICA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA NA FORMAÇÃO ACADÊMICA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS

Oliveira, A. P. P.; Esteves, A. V. F.; Reis, D. A.; Coelho, C. C. INTRODUÇÃO: a Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia do Amazonas foi criada em 2004 e possui o intuito de promover o bem bio-psico-social do idoso, tornando-o hábil a se prevenir de várias doenças, interagir melhor dentro da sociedade e até mesmo tornar-se agente multiplicador de conhecimento para outros idosos. A LAGGEAM é pioneira na abordagem multidisciplinar do idoso na Região Norte, tornando-a referência para outras ligas e projetos que visam a saúde do idoso.

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OBJETIVO: Tem o objetivo de desenvolver ações voltadas para a promoção, manutenção e reabilitação da saúde da pessoa idosa, junto aos acadêmicos da área da saúde, idosos, familiares e profissionais ligados a gerontogeriatria no estado do Amazonas. A LAGGEAM funciona com o desenvolvimento de reuniões científicas com os acadêmicos e profissionais orientadores que são realizadas na Escola de Enfermagem todos os sábados no horário de 09 as 12 horas com a finalidade de promover discussões acerca da gerontogeriatra no estado do Amazonas. As atividades práticas são realizadas com os idosos e familiares no Centro de Atenção integral a Melhor Idade (CAIMI) do bairro da compensa e colônia oliveira machado, e instituição de longa permanência como a Fundação Dr. Thomas e o Programa de Atenção a Saúde do Idoso (PROASI), que funciona no bairro Nossa Senhora das Graças às quartas e sextas-feiras no horário das 14 as 17 horas, através de ações educativas, avaliação funcional e cognitiva e atendimento domiciliar. A contribuição da LAGGEAM para formação acadêmica dá-se por fortalecer aos ligantes oportunidades de ampliarem o seu conhecimento acerca da geriatria e gerontologia, e além da observação de como se dá o processo saúde-doença nas atividades práticas dos centros, programas, instituições e comunidade que tem como seu público alvo a pessoa idosa, bem como o desenvolvimento de critica cientifica, quando a realização de projetos de pesquisa, além disso, habilidades de comunicação também é desenvolvida nas atividades educativas na comunidade e participação em eventos. O desafio da LAGGEAM é alcançar a sua excelência no cumprimento de seu objetivo que é desenvolver ações voltadas para a promoção, manutenção e reabilitação da saúde da pessoa idosa, junto com os estudantes da área de saúde. Deste modo, a LAGGEAM tem relevância acadêmica e social, que associa o ensino, pesquisa e extensão. Descritores: Educação, Idoso, Geriatria, Envelhecimento. REFERÊNCIAS FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia / Elizabete Viana de [et al.]. 2. ed. Rio de Janeiro Editora Guanabara Koogan, 2006. NETO, M. P. O estudo da Velhice - In: FREITAS, Elizabete Viana de [et al.]. Tratado de geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro Editora Guanabara Koogan, 2006. ZIMERMAN, G. I. Velhice: Aspectos Biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FILHO, W. J.; KIKUCHI, E. L. Geriatria e Gerontologia Básicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. P 24

MEDIDAS PREVENTIVAS DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES HOSPITALIZADOS E ACAMADOS.

Damascena, S. C. C.; Teixeira, S. L. INTRODUÇÃO: a Úlcera por Pressão (UPP) é uma lesão cutânea ou de partes moles, superficiais ou profundas, de etiologia isquêmica, secundária a um aumento de pressão externa, e localiza-se,

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usualmente, sobre uma proeminência óssea e quando não tratada adequadamente, desenvolve complicações graves. O índice de ulcera por pressão representa um significativo importante na qualidade do cuidado, o comparecimento da úlcera esta sempre ligada a um importante prolongamento no tempo de internação, no cuidado mais especifico para o paciente e aumento no custo, elevando os índices de mortalidade e morbidade nos pacientes hospitalizados (LIMA, 2011). O índice de incidência de úlcera por pressão representa um significativo importante na qualidade do cuidado. O comparecimento da úlcera está sempre ligada a um prolongamento no tempo de internação, no cuidado mais específico para o paciente e aumento no custo, elevando os índices de mortalidade e morbidade nos pacientes hospitalizados (LIMA, 2011).A assistência prestada a esses pacientes, a qual esta diretamente relacionada com a atuação dos profissionais de enfermagem, já que é responsabilidade também da equipe de enfermagem a aplicação de ações que visem à prevenção da ocorrência de tais lesões2. Assim, para nortear a referida pesquisa, foram elaborados os seguintes questionamentos: Quais as publicações que tratam sobre as medidas preventivas para a ocorrência de úlceras por pressão em pacientes hospitalizados? Quais as publicações que abordam o tema, qual autor e ano de publicação? E quais as medidas de prevenção da úlcera por pressão? OBJETIVOS: Geral: analisar artigos científicos publicados no período de 2001à 2011 que abordem a problemática medidas de prevenção de úlcera por pressão em pacientes hospitalizados. Específicos- caracterizar a amostra bibliográfica, especificando base de dados, nome do periódico, autoria e ano de publicação;- Identificar fatores de risco para úlcera por pressão em artigos científicos publicados;- Verificar as medidas preventivas de úlceras por pressão.METODOLOGIA: tipo de estudo:Trata-se de uma pesquisa bibliográfica abordando a temática as Medidas Preventivas de Úlcera por Pressão no período de 2001 a 2011.Coleta de dados: Para realizar esta pesquisa foram utilizados 03 (Três) indexadores como fonte de busca: a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysisand Retrieval System Online(Medline) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). O indexador LILACS é uma base de dados cooperativa da Rede Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que possui fontes literárias relativas às Ciências da Saúde, publicada nos países da América Latina e Caribe, a partir de 1982. Contendo artigos de cerca de 1.300 revistas bem conceituadas na área da saúde, e também possui outros documentos tais como: teses, capítulos de teses, livros, capítulos de livros, anais de congressos ou conferências, relatórios técnico-científicos e publicações governamentais.Os critérios de inclusão ocorreram com a busca pelos artigos que tiveram o tema: Ulcera por pressão, fatores de risco e medidas preventivas de ùlcera por pressão. Que constavam nas 3 ( três) bases de dados entre as datas de 2001 a 2011 para a realização dos resultados e discussões. Os critérios de exclusão ocorreram com os artigos que não estiveram entre as datas 2001 a 2011, que não foram lidos em sua íntegra e os que não se encontravam nas bases de dados.A coleta de dados ocorreu durante o mês de outubro de 2012 e foram selecionados 20 artigos na base de dados do Scielo e Lilacs.Foi criado um quadro para descrever a amostra bibliográfica, come do periódico, a base de dados, autor e ano de publicação cumprindo o primeiro objetivo especifico.Procedeu-se o exame do material que compreendeu leitura exaustiva, o que nos proporcionou a identificação de duas categorias para o estudo em questão: Fatores de risco de úlcera por pressão. Medidas preventivas de úlcera por pressão. Não se fez necessário o encaminhamento e posterior aprovação do Comitê de Ética, uma vez que se trata de uma pesquisa de revisão de literatura, conforme normativas da Resolução 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde.RESULTADOS Na base SCIELO foram usados 90% dos

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artigos e na base LILACS apenas com 10%. A base de dados da MEDLINE não obteve nenhum artigo, pois não entraram pelos critérios de inclusão. Pode-se encontrar na base de dados da Scielo uma facilidade em acesso, ampla biblioteca virtual que proporciona ao pesquisador uma fonte de dados muito confiáveis.Percebemos que a maior parte dos artigos pertence à Revista Brasileira de Enfermagem, que é o mais antigo periódico da enfermagem brasileira e cuja missão é divulgar a produção científica de diferentes áreas do saber, que seja do interesse da enfermagem. Com relação aos fatores de risco para úlcera por pressão, constatou-se que:a maior prevalência de UPP ocorreu em pacientes com sepse, seguida de doenças do sistema respiratório, como insuficiência respiratória pulmonar aguda, tromboembolismo pulmonar e pneumonia. Assim como pacientes que apresentam excesso de peso também estão propensos ao aparecimento da UPP, como o tecido adiposo possui pouca vascularização e não apresenta elasticidade, tornando-se mais vulnerável á pressão e com grande risco de romper-se. Outro fator importante é a duração do procedimento cirúrgico como risco de lesão tissular, devido a longos períodos de imobilização e vulnerabilidade a pressão, podendo ocasionar eventos de isquemia levando a morte dessas células. O mesmo estudo mostra que a pressão exercida no paciente submetido a mais de duas horas de cirurgia, é de 3,3 vezes maior na posição ventral do que na posição dorsal.O excesso de umidade da pele, torna-a mais suscetível a maceração. Este excesso muitas vezes é causado por incontinência urinária ou fecal no local ocorrendo irritação e o acúmulo de microrganismo. E por fim, o cisalhamento e fricção que ocorre devido ao posicionamento incorreto e o ato de arrastar o paciente no leito acaba levando a danos ao tecido, despontando também como fator de risco.Na categoria medidas preventivas todos os artigos foram unânimes quantos as seguintes medidas: deve ser seguido os seguintes itens: avaliação do grau de risco com a individualização da assistência, como a confecção de um protocolo para prevenção da úlcera por pressão, quadro demonstrativo enfatizando as áreas suscetíveis a úlcera por pressão, identificar os fatores de risco e direcionar o tratamento para a prevenção, modificar os cuidados conforme os fatores de cada paciente, tratamento precoce da pele: manter e melhorar a tolerância tecidual a pressão, criar e fornecer um programa de ensino para pacientes em risco em longo prazo e para os acompanhantes.CONCLUSÃO: a Pesquisa permitiu analisar que cabe aos profissionais de enfermagem prevenir o aparecimento da UPP por meio de uma assistência de enfermagem de qualidade. A relevância deste estudo consiste na contribuição para reunião de informações necessárias sobre a prevenção das UPPs, sensibilizando os acadêmicos e os profissionais na área da saúde que com algumas medidas simples pode haver uma melhora na qualidade na prestação de cuidados pelos profissionais de enfermagem aos pacientes com risco potencial para o desenvolvimento de tais lesões e assim tentando reverter o atual índice de UPP no ambiente hospitalar. Descritores: Úlcera de pressão/prevenção & controle; Cuidados de enfermagem; Úlcera de pressão/terapia REFERÊNCIAS FIGUEIREDO, N. M. A. SANTOS, I. Introduzindo a enfermagem clínica no ambiente terapêutico hospitalar. In: SANTOS, I. et al. (org). Enfermagem assistencial no ambiente hospitalar: realidade, questões, soluções. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.p.3-20

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LIMA, A. C. B.; GUERRA, D. M.. Avaliação do custo de tratamento de úlceras por pressão em pacientes hospitalizados usando curativos industrializados. Revista Ciência e Saúde16(1):267-277, 2011 P 25

MUDANÇAS DE HABITOS E A OBESIDADE NA POPULAÇÃO INDIGENA BRASILEIRA

Gomes, A. S. A.; Gonçalves, A. C.; Pereira, A. P. S.; Rodrigues, A. L. P.; Nascimento, D. C. P.; Souza, C. R. S.; Farias, A. S.

INTRODUÇÃO: a obesidade é caracterizada pela acumulação excessiva de gordura corporal com prejuízo à saúde, decorrente de vários fatores sejam esses genéticos ou ambientais, como padrões dietéticos e de atividade física ou ainda fatores individuais de susceptibilidade biológica, entre outros. Em 2002, a Organização Mundial de Saúde redefiniu a obesidade como um excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, com implicações para a saúde. É uma condição complexa de dimensões sociais, biológicas e psicossociais consideráveis, podendo eventualmente afetar qualquer pessoa de qualquer idade ou grupo socioeconômico, em qualquer parte do mundo. Neste sentido, a obesidade é, hoje, considerada a epidemia global do século XXI.Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos lideram o ranking da obesidade, seguido pela Nova Zelândia, enquanto a população do Japão é a menos afetada pelo sobrepeso. No Brasil Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa revelando que quase metade da população brasileira está acima do peso. Segundo o estudo, 42,7% da população estavam acima do peso no ano de 2006. Em 2011, esse número subiu para 48,5%, o levantamento foi realizado pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) e os dados foram coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. Para verificar as causas da obesidade na população indígena, houve a necessidade de observação e construção de indicadores sociais e biológicos com o compromisso de investigar e intervir no âmbito das realidades regionais, às mudanças de hábitos, no qual foi observado o consumo cada vez mais frequente de alimentos industrializados pela população indígena. Crianças e mulheres grávidas têm sido as mais atingidas no quadro das doenças que envolve a obesidade. Isso ocorre pelo frequente consumo de refrigerante, açúcar, biscoitos recheados e alimentos com gordura industrializada que essa população passou a ter nas aldeias ou pelo acesso a esses produtos quando estão nas cidades. OBJETIVO: analisar a situação da obesidade na população indígena brasileira a partir das evidências científicas disponíveis. MÉTODO: foi realizada uma pesquisa na literatura de língua portuguesa, sem restrição de período a fim de contemplar o máximo de produção científica das bases de dados LILACS e SCIELO. A busca foi feita nos meses de março e abril de 2013 utilizando os descritores: Obesidade; População indígena; Antropometria; Transição Alimentar. A literatura adicional foi obtida mediante a análise de documentos do Ministério da Saúde. RESULTADOS: o interesse em avaliar a mudança de hábito da sociedade indígena não é recente. Contudo é relativamente pequeno o número de trabalhos realizados neste segmento específico da população brasileira que visem conhecer o seu perfil de saúde, pois com a facilidade de acesso com outras culturas a população sofreu alterações nos padrões alimentares e nas atividades físicas que têm provocado drásticas transformações desse

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grupo, levando para as aldeias diversos problemas de saúde como, por exemplo, a obesidade, principalmente em adultos, onde se tem a necessidade de avaliar os fatores associados. Mas que nas crianças cada vez mais está prevalecendo os fatores de risco moderado ou elevado de sobrepeso. Por se tratar de populações vulneráveis em relação a suas condições de nutrição e saúde, alguns estudos (CARDOSO; MATOS; KOIFMAN, 2001; RIBAS et al., 2001; MONDINI et al., 2009) têm buscado esclarecer as influências das transições alimentares e culturais na saúde e no estado nutricional da população indígena brasileira, pois o emprego de técnicas antropométricas tem possibilitado detectar a ocorrência crescente de agravos nutricionais em grupos indígenas de alguns países. Com base nas medidas antropométricas avaliadas, onde foi possível ser utilizada a massa corporal (MC), estatura (EST), perímetro braquial (PB), do quadril (PQUA) e do abdômen (PABD), além da dobra cutânea tricipital (DCT). As medições eram realizadas nas tribos indígenas e através de amostra estudada que não apresentou diferenças na distribuição por sexo (49,2% eram mulheres e 50,8% homens). No total de indivíduos, examinados observou-se que em 78% apresentavam excesso de massa corporal a partir dos pontos de corte de IMC proposto pela OMS. A frequência de sobrepeso e obesidade foi maior entre as mulheres (90,5%). Evidenciou-se maior ocorrência de sobrepeso e obesidade nas mulheres em todas as faixas etárias, todas as mulheres entre 40 e 59,9 anos apresentaram excesso de peso, no caso dos homens, o sobrepeso foi encontrado em todas as faixas de idade, enquanto a obesidade concentrou-se entre 30 e 49,9 anos. Esses resultados sugerem que altos valores de IMC indicam excesso de tecido adiposo. Diante das evidências de um intenso processo de transição nutricional, resultando em aumento nas frequências de sobrepeso e obesidade em adultos, é importante monitorar o perfil nutricional dos povos indígenas no brasil. Em adolescentes, a avaliação das variáveis antropométricas e de composição corporal apresenta muitas dificuldades por causa de uma ampla variação do tempo de início do estirão de crescimento, pela variação da taxa de maturação sexual e do padrão de crescimento associados às diferenças étnicas entre os vários grupos existentes nas populações, além de diferenças socioeconômicas e condições ambientais. O potencial genético pode ser identificado por estudos das variações existentes entre os diferentes grupos étnicos de uma mesma população. Os hábitos alimentares foram analisados e classificados conforme as recomendações da estratégia global da Organização Mundial da Saúde para alimentação saudável, atividade física e saúde, sendo esses que no passado contribuíram para uma vida saudável, mas que no decorrer dessas mudanças tornou-se quase instinto por introdução de novos hábitos. Embora seja pontual, o índice de doenças causadas pelos alimentos industrializados tem sido constante nos últimos anos. As ocorrências de obesidade são frequentes por conta da proximidade das aldeias indígenas com os grandes centros populacionais. A proximidade facilita o acesso, introdução e o consumo dos alimentos industrializados nas tribos, além de intensificar os hábitos não indígenas. Acredita-se que, a longo prazo, medidas como um processo de auto-sustentação com base na produção de fontes protéicas e de alimentos culturalmente tradicional, além de trabalhos educativos de orientação alimentar e combate a obesidade possam trazer bons resultados, uma vez que a manutenção dos hábitos tradicionais, em sua plenitude, não é possível, em decorrência da deterioração do ecossistema em que vivem. Em relação às populações indígenas no Brasil, estudos antropométricos têm utilizado o IMC para analisar o perfil nutricional, inclusive na caracterização de sobrepeso e obesidade. No entanto, ninguém discutiu a adequação desse índice na avaliação do estado nutricional das populações indígenas, em face do exposto, foi possível comparar os valores de IMC com medidas mais diretas de composição corporal de uma amostra de índios adultos, a fim

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de averiguar a potencialidade do IMC como instrumento de avaliação do estado nutricional na caracterização do sobrepeso e obesidade. CONCLUSÃO: sabe-se que a população indígena vem sofrendo com a integração com a sociedade nacional, o que vem causando processos de mudanças socioeconômicas, culturais que causam um grande impacto na saúde, mesmo naqueles que migraram para os grandes centros urbanos por motivos diversos. Desse modo, faz-se necessário uma medida de intervenção e monitoramento por meio de programas dirigidos a assistência à saúde para acompanhamento das condições nutricionais dessa população. Entretanto, os dados apresentados neste estudo evidenciam diferenças no perfil ecológico-humano, analisado por meio da alocação de tempo, e no perfil antropométrico de duas populações estudadas. Em Etéñitépa, que é a comunidade na qual a subsistência ainda se baseia, em larga medida, na agricultura, caça, pesca e coleta, os adultos apresentam valores menores de massa corporal e do índice de massa corporal. Na outra aldeia, São José, encontra-se mais distanciada desse padrão tanto em relação à alimentação como no que diz respeito aos padrões de atividade física, o que, em parte, deve estar associado à restrição territorial. Isso quer dizer que as diferenças encontradas entre as duas comunidades relacionam-se, em larga medida, a distintas trajetórias de interação com a sociedade nacional envolvente e manifesta por amplas implicações potenciais no perfil saúde/doença. Descritores: Obesidade; População indígena; Antropometria; Transição Alimentar. REFERÊNCIAS BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde, 2002. CARDOSO, A. M.; MATTOS, I. E.; KOIFMAN, R. J. Prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares na população Guaraní-Mbyá do Estado do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.17, n. 2, Mar. 2001. MONDINI, L. et al. Estado nutricional e níveis de hemoglobina em crianças Aruak e Karibe: povos indígenas do Alto Xingu, Brasil Central, 2001-2002. Rev. bras. epidemiol. 2009, vol.12, n.3, pp. 469-47. RIBAS, D. L. B. et al. Nutrição e saúde infantil em uma comunidade indígena Teréna, Mato Grosso do Sul, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, mar. 2001. P 26

O MEDO E O PRECONCEITO QUE ENVOLVEM OS PORTADORES DO HIV/AIDS E SEUS FAMILIARES

Encarnação, G. S. E.; Silva, D. L.; Lima, P. B.; Menezes, E. G.; Souza Filho, Z. A. INTRODUÇÃO: a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), classificado em 1982, ano em que foi identificado o primeiro caso

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de AIDS no Brasil, no Hospital Emilio Ribas, em São Paulo. Após 30 anos de descoberta da AIDS no mundo e do início das pesquisas epidemiológicas, diversos avanços relativos a tratamento prevenção e políticas públicas vêm sendo feitas no Brasil. Apesar disso, o problema ainda está longe de ser resolvido nesse contexto. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 34 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo (WHO, 2010), no Brasil de 1980 a junho de 2011 já foram notificados 608.230 casos de AIDS, com uma taxa de incidência de 17,9/100.000 habitantes. Em 2010, a distribuição percentual de casos de AIDS entre os Estados da Região Norte aponta que, do total de 3.274 casos, 1.476 (45,1%) encontram-se no Estado do Pará, 1.077 (32,9%) no Amazonas, 260 (7,9%) em Rondônia, 161 (4,9%) em Roraima, 132 (4,0%) em Tocantins, 115 (3,5%) no Amapá, e 53 (1,6%) no Acre, segundo Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais/ MS. Através dos dados obtidos observa-se que o Estado do Amazonas assume o segundo lugar no ranking dos casos de AIDS notificados na região norte, um agravo para sistema de saúde. A AIDS nos dias atuais não tem mais grupos de risco para a contaminação definidas como no inicio, nem é tão fatal e aterrorizante, mas o estigma ainda perdura e o preconceito ainda é muito presente. OBJETIVO: conhecer a produção do conhecimento acerca do enfrentamento dos portadores do vírus HIV/AIDS e seus familiares diante do medo e do preconceito vivenciado pelos mesmos. METODOLOGIA: foi realizada uma revisão integrativa da literatura, a qual teve a finalidade de reunir resultados de pesquisas sobre o tema, de maneira integrativa e ordenada, sendo um instrumento para o aprofundamento do conhecimento a respeito do tema investigado. Para operacionalizar esta revisão, foram utilizadas as seguintes etapas: estabelecimento do objetivo da revisão integrativa, estabelecimento dos critérios para a seleção da amostra, definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, análise dos resultados, apresentação e discussão dos resultados. O estudo foi realizado por meio de busca online das produções científicas nacionais sobre o medo e o preconceito vivenciado pelo portador de HIV/AIDS e sua Família no período de 2003 a 2010. O levantamento dessas produções ocorreu por meio de busca nas bases de dados: Bases de Dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO). Estabeleceram-se como critérios para a seleção da amostra: artigos publicados em português, estar em texto completo, disponível para domínio público e apresentar-se de maneira explicita os descritores HIV, AIDS, família, enfermagem. Foram realizadas duas buscas, na qual a primeira utilizou-se os descritores foram “AIDS” e “Família”. E na segunda, os descritores “HIV-1”, “Família” e “Enfermagem”. Obteve-se um total de 3 artigos oriundos da primeira busca nas referentes bases de dados e 8 provenientes da segunda, totalizando dessa forma 11 artigos científicos, que foram utilizados na elaboração e análise do objetivo inicial. RESULTADOS: em relação aos resultados obtidos, observa-se que dos 11 artigos utilizados para elaboração do trabalho, 8 foram publicados em revistas de enfermagem e somente 3 em revistas de saúde. Destacamos também que a produção dos artigos se fez entre os anos de 2003 a 2010. Observando-se maior prevalência de publicações de artigos no ano de 2008, com 4 artigos. Ademais, constatamos que dos 11 artigos utilizados, três são resultados de dissertações de mestrado em enfermagem. Os estudos mostram que inicialmente, o fato de descobrir-se HIV positivo desencadeia nos portadores e seus familiares uma diversidade de sentimentos e comportamentos difíceis. Há também constatação que o recebimento do resultado de um diagnóstico positivo para HIV desperta nos indivíduos uma variedade de sentimentos, entre eles a surpresa, decepção, tristeza, desespero, medo do desconhecido e do que poderá acontecer. Com o

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enfrentamento do diagnóstico prevalecem diversos sentimentos, envolvendo a dor e o medo da descoberta do mesmo, a vergonha dentro da família, o silêncio das pessoas e o pensamento sobre a morte. O isolamento a que se submetem os portadores do HIV/AIDS é considerado uma das consequências mais sérias, pois a angústia e o medo de compartilhar com outras pessoas sua enfermidade geram situações estressantes, podendo contribuir para a deterioração do sistema imune, o que facilita a instalação de muitas doenças oportunistas. Ainda é marcante na vida dos portadores do HIV/AIDS a necessidade constante de ocultar o diagnóstico da infecção à sociedade, sendo, portanto, múltiplas as causas associadas a essa atitude, como: medo, vergonha, receio de serem estigmatizados e vitimas dos preconceitos atribuídos à doença. Os portadores do HIV se submetem ao isolamento social quando anunciam sua patologia, dessa forma o medo da rejeição e da discriminação social leva o portador do HIV/AIDS a tentar de todas as formas ocultar o diagnóstico de soropositividade por medo da reação da família ou de não ser aceito também em outros grupos sociais dos quais faz parte. Notamos que envolvido emocionalmente por esses sentimentos e pensamentos, a primeira proteção e defesa perante a sociedade adotada, seja qual for seu circulo social, é a ocultação do diagnóstico. O medo do julgamento e da exclusão social desencorajava a declaração de responsabilidade pessoal pela ocorrência do infortúnio, criando o portador clandestino. Na condição de clandestinidade, pelo menos por algum tempo, o paciente não sofre perdas, seja do parceiro afetivo, do emprego, dos amigos, seja da família. Podemos observar que a estigmatização e preconceitos da doença surgem em primeiro lugar nas relações ou por falta de conhecimento ou julgamento mesmo. Ressaltamos sobre esse universo conturbado, que o enfrentamento dessa doença vai ocorrer de qualquer forma, pois os mesmos evitam a hospitalização, buscam artifícios como trocar as embalagens dos medicamentos, dizer que sofrem de outras doenças, até buscar tratamentos em municípios que não são conhecidos é uma tentativa de mascarar a realidade e tentar a aceitação. Há descrição afirmando que a preocupação com o sigilo sobre a infecção compromete a qualidade de vida do paciente. A revelação de estar infectado, muitas vezes é ocultada pelo medo que o portador ou doente possui, ao tornar conhecido do diagnóstico, de ficar sujeito a preconceito e estigmatização. Na verdade verificamos que nenhuma família está preparada emocionalmente, psicologicamente para esta situação, sendo necessária uma mudança total de pensamentos e reações, convivência, entre outros. Constatamos que os familiares dos portadores de HIV/AIDS apresentavam sentimento como medo, insegurança, revolta, vergonha e culpa pelo fato de um de seus membros ser soropositivo. A presença da AIDS na família funciona como uma alavanca que impulsiona a movimentação dos envolvidos na direção de uma pluralidade de emoções e faz emergir, na interioridade de cada ser humano, todos os medos e as contradições que essa doença encerra. Com a problemática decorrente, acreditamos que não existe outra solução definitiva e natural devido não existir a cura da doença, logo a instituição familiar influencia na decisão do paciente de se entregar ou buscar em esperança na busca de uma vida rápida ou prolongada após o diagnóstico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: este estudo nos fez refletir sobre o papel da enfermagem no desenvolvimento de ações e interações no contexto educacional em saúde, ao qual a enfermagem se insere, objetivando apresentar um recorte ao tema em questão e a perspectiva da família na importância do apoio necessário para que o portador do vírus HIV/AIDS possa superar as dificuldades existentes, já que a sociedade faz o juízo de valores que atribui ao fato de ser um portador do vírus. Admite-se que o desconhecimento se dá em muitos casos devido à falta de informações à sociedade sobre as características da patologia, então o portador quando descobre que

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está com HIV/AIDS também terá que descobrir um novo ser dentro de si próprio, para que possa desvendar esse novo mundo e dessa forma enfrentar com integridade sua patologia. Ademais, verificou-se que o vínculo familiar potencialmente fortalece o portador para encontrar alternativas de enfrentamento nas dificuldades e restruturação da nova realidade imposta pelo diagnóstico e pela somatização de estar com uma doença incurável e carregada de estigma social. Portadores e familiares encontram na forma de ocultamento da doença a proteção para o medo da discriminação social e a continuação harmoniosa do convívio dos grupos que já fazem parte. A enfermagem não se limita somente na assistência prestada ao portador do vírus durante a sua estadia intra-hospitalar, mas poderá deixar um marco na vida desse portador e sua família, sendo o intermediador do processo de introdução desse portador e seus familiares amedrontados na sociedade discriminatória, através das verdadeiras atribuições da enfermagem que são a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Descritores: HIV-1; Família; Enfermagem REFERÊNCIAS BOTTI, M.L. et al. Convivência e percepção do cuidado familiar ao portador de HIV/AIDS. Revista de Enfermagem UERJ, v. 1, n. 3, p. 400-405, 2009. CANINI, R.M.S. et al, Qualidade de vida de indivíduos com HIV/AIDS: uma revisão de literatura. Revista Latino Americana de Enfermagem, v. 12, n. 6, p. 940-945, 2004. CARDOSO, A.L.; MARCON, S.S.; WAIDMANI, M.A.P. O Impacto da descoberta da sorologia positiva do portador de HIV/AIDS e sua família. Revista de Enfermagem UERJ, v. 16, n. 3, p. 326-332, 2008. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico AIDS/DST. n. 1, ano VIII, 2010/2011. NASCIMENTO, I.G.M.S.C. et al. Estigmas e preconceitos no viver-conviver com HIV/AIDS: um olhar sobre o estado da arte. Revista Integrativa em Saúde e Educação-REVISE, v. 1, n. 1, p. 30-36, 2010. P 27

O PROCESSO DE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOS AGENTES INDÍGENAS DE SAÚDE NO BRASIL

Freitas, R. N.; Teixeira, B. S.; Martins, R. S.; Vilhena, B. J. ; Souza, C. R. S.; Farias, A. S. INTRODUÇÃO: a Constituição Federal de 1988 e a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), destacam a necessidade de fornecer uma atenção diferenciada que garanta o acesso universal aos serviços de saúde tendo como premissa básica o reconhecimento “aos

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índios, sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições...” [art. 231] (LANGDON, 2006). A primeira ideia de atenção diferenciada para os povos indígenas do Brasil teve seu início na 1a Conferência Nacional de Proteção à Saúde do Índio, em 1986, que culminou no estabelecimento do subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em 1999 (DIEHL, 2012). A atenção à saúde indígena está baseada na concepção de Distritos Sanitários como processos de mudanças das práticas de saúde, no intuito de provocar impactos na situação de saúde da população. Isto significa que, a responsabilidade pela prestação dos serviços é federal, e, estes serviços devem ser orientados para um espaço sociocultural, geográfico e administrativo bem delimitado, requerendo a reordenação da rede de assistência e das práticas sanitárias. (FUNASA, 2006). Onde uma das estratégias desenvolvidas para alcançar seus objetivos foi à institucionalização do agente indígena de saúde (AIS) como parte das equipes que prestam serviços de atenção primária nas aldeias, o papel do AIS é considerado central na realização do princípio da atenção diferenciada, ou seja, na oferta de serviços de saúde sensíveis ao pluralismo e à diversidade cultural, incorporando o direito da comunidade de participar, individual ou coletivamente, em seu planejamento, execução e avaliações. Assim é de fundamental importância para sua atuação na atenção primária formar e capacitar os AIS, nos parâmetros da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas [PNASPI] (DIEHL, 2012). OBJETIVO: discutir o processo de formação e qualificação profissional dos Agentes Indígenas de Saúde no Brasil. MÉTODO: trata-se de uma revisão de literatura. A busca de artigos foi realizada nas bases de dados Lilacs e Scielo, utilizando descritores referentes à formação e qualificação de agentes indígenas de saúde. Foram levantados estudos conduzidos no Brasil, com esses profissionais e publicados até março de 2013. Ainda, foram consultadas as diretrizes da Política Nacional de Atençao à Saúde dos Povos Indígenas, vigente desde 2002. RESULTADOS: por não ter uma legislação específica definida, no início o AIS foi enquadrado numa categoria mais geral que são os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), cuja tarefa é melhorar a saúde, aconselhando as pessoas sobre as estratégias de prevenção e cuidados de saúde e também prestando serviços de primeiros socorros. Com essa ideia a inclusão do AIS na atenção primária iniciou por iniciativas de universidades e organizações não governamentais (ONG) a partir da década de 1980 (LANGDON 2006). Somente em 1996, a Coordenação de Saúde do Índio (COSAI) da FUNASA, divulgou um documento definindo o AIS como figura-chave na mediação dos serviços de saúde. Porém somente a partir de 1999 a institucionalização do AIS se tornou possível com a criação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e do aumento no orçamento para os serviços de saúde indígena, sendo que o AIS deve ser um membro da comunidade e idealmente eleito por ela, atuando na atenção primária, sendo um integrante da equipe multidisciplinar (DIEHL 2012). O Programa de Formação dos AIS faz parte da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, como um dos pilares na construção dos DSEI, a sua execução se dá por meio dos DSEI em parceria com as organizações conveniadas para atenção à saúde indígena, Escolas Técnicas do SUS para acompanhamento do processo e certificação dos Agentes, também deve haver envolvimento do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação para avançar na escolarização dos indígenas favorecendo a aprendizagem dos alunos (AIS) e a possibilidade de seguirem um itinerário educativo de ensino profissionalizante (FUNASA, 2005). O curso de Formação Inicial tem como objetivo valorizar, fortalecer e qualificar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos Agentes Indígenas de Saúde em todo o Brasil e propiciar àqueles que estão sendo contratados, novas bases para seu processo de qualificação e inserção na equipe

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multidisciplinar de saúde indígena [EMSI] (NOVO, 2008). A formação do AIS deve ser baseada no diálogo intercultural, respeitando e considerando os pajés ou curadores tradicionais, ocorre em serviço e de forma continuada, inserida no processo de trabalho estruturado nas aldeias pela EMSI. O curso deve incluir informações sobre antropologia, política de saúde e organização dos serviços, bem como noções básicas de biomedicina, técnicas básicas de enfermagem e outros assuntos relacionados à saúde comunitária. Também, deve incluir uma discussão sobre medicina tradicional e a visão nativa do processo saúde-doença, a cura e a morte e sua relação com a cosmologia para reconhecer a especificidade cultural do grupo. O ambiente formador é o espaço de trabalho estruturado nas aldeias indígenas, o que proporciona as condições para a formação integrando ensino serviço-comunidade. Os instrutores/supervisores que conduzem o processo de formação são os profissionais das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI), que desempenham ações de atenção à saúde indígena integrando-as à formação dos AIS. Estes profissionais devem ser preparados pedagogicamente para desenvolverem suas atribuições de docência. O curso de formação está organizado em seis módulos, tendo como metodologia proposta a pedagogia problematizadora (FUNASA, 2005). Algumas dificuldades são encontradas no decorrer do processo de formação do AIS, como dificuldade de realizar monitoramento, acompanhamento e supervisão das ações, nos DSEI e Coordenações Regionais referente ao processo de formação; dificuldade na consolidação de dados e produção de informações nacionais sobre o processo de formação nos DSEI, a assim como na implantação do módulo de recursos humanos do Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena (SIASI); problema com o nível de envolvimento dos profissionais das EMSI na formação dos AIS (despreparo antropológico, visão assistencialista, tipo de vínculo empregatício, pouco perfil para trabalhar com populações indígenas); dificuldade de articulação e celebração de convênios ou parceria com as Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde para acompanhamento e certificação dos AIS; baixa escolaridade dos AIS em relação à estrutura dos módulos do curso de formação (conteúdo, linguagem, etc.), mesmo considerando a legislação nacional que garante o acesso universal em nível de formação inicial; dificuldade em avaliar o impacto das capacitações dos profissionais e dos AIS no serviço e na saúde indígena e por fim devido a proposta do curso está baseada na formação em serviço, muitas dificuldades relativas à construção dos DSEI interferem diretamente na organização do serviço. Desta forma, podem impedir a estruturação do processo e do espaço de trabalho nas aldeias como ambiente formador que favoreça a aprendizagem e o desempenho dos alunos (AIS). Pois se não existir um serviço organizado não haverá formação em serviço satisfatória (FUNASA, 2005). CONCLUSÃO: dessa forma o AIS é considerado um interlocutor entre a medicina tradicional indígena e a medicina ocidental, uma estratégia que visa favorecer a apropriação pelos indígenas de conhecimentos e recursos técnicos da medicina ocidental, não de modo a substituir, mas de somar no acervo de terapias e outras práticas culturais próprias, tradicionais ou não. Nesta revisão, procuramos mostrar e discutir, as principais atribuições e importância dos AIS no Brasil, destacando o processo de formação e qualificação profissional como ponto central para promover uma atenção diferenciada, que é um direito dos povos indígenas assegurado na Constituição Federal de 1988.

Descritores: Índios sul-americanos; Capacitação Profissional; Saúde de Populações Indígenas; Assistência à Saúde.

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REFERÊNCIAS DIEHL, E. E.; LANGDON, E. J.; DIAS-SCOPEL, R. P.. Contribuição dos agentes indígenas de saúde na atenção diferenciada à saúde dos povos indígenas brasileiros. Cad. Saúde Pública. 2012, vol.28, n.5, pp. 819-831. LANGDON, E. J.; DIEHL, E. E.; WIIK, F. B.; DIAS-SCOPEL, R. P.. A participação dos agentes indígenas de saúde nos serviços de atenção à saúde: a experiência em Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2006, vol.22, n.12, pp. 2637-2646. MORAIS, P. A Formação de Agentes Indígenas de Saúde no âmbito da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas Brasil - 1999 a 2005. IN: Primer Foro Nacional De Salud De Los Pueblos Indígenas. San José, Costa Rica, 26, 27 y 28 de octubre / 2005. Disponível em: http://www.ministeriodesalud.go.cr/ops/documentos/docLa%20Formacion%20de%20Agentes%20Indigenas-Brasil.pdf. NOVO, M. P.. Um papel de fronteira e seus (não) espaços – Os Agentes Indígenas de saúde do Alto Xingu. [Dissertação de Mestrado]. Florianópolis: Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina; 2008. P 28

O USO ABUSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS PELA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA: REVISÃO DE LITERATURA

Prestes, A. A. D.; Lima, A. N.; Pinto, D. S.; Santos, R. B.; Barros, Z. S.; Farias, A. S. INTRODUÇÃO: o Estatuto do Índio define o indígena como: “todo o indivíduo reconhecido como membro por uma comunidade pré-colombiana que se identifica etnicamente diversa da nacional e é considerada indígena pela população brasileira com quem está em contato” (BRASIL, 2009). Até o ano de 1991, a assistência à população indígena nacional era de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que enfrentava severos problemas logísticos, operacionais e de recursos financeiros. A partir de 1999, a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) assumiu essa responsabilidade por meio dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Em 2010, o governo federal criou a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) – fruto de uma reivindicação antiga dos povos indígenas – e as ações de Atenção Básica da população indígena brasileira passam a ser executadas diretamente pelo Ministério da Saúde. Nesse contexto, o alcoolismo emerge como um problema de saúde pública que preocupa a sociedade brasileira por seus agravos e consequências negativas, tanto na esfera individual quanto na coletiva (BRASIL, 2007). Diversos autores têm mostrado a dificuldade de se investigar o uso abusivo de álcool com um enfoque monodisciplinar. Na saúde indígena, essa dificuldade acentua-se, uma vez que a categoria “alcoolismo” pode ser usada com propósitos diversos, inclusive como meio de discriminação e estigmatização social. Os dados sobre os indígenas brasileiros indicam que 38,4% consomem álcool e desse total 49,7% gostariam de parar de beber, mas não conseguem e 46% chegam a pedir ajuda, sem sucesso. Nesse

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cenário, a Secretaria Nacional Anti-Drogas aponta o consumo de álcool como um grande problema nas tribos indígenas. Em se tratando da saúde indígena, é inteligível pensar o alcoolismo não somente no campo físico ou individual, mas também, em um campo coletivo e social sendo um fenômeno construído através do tempo e da história de contato dos povos indígenas com a sociedade não indígena (BRASIL, 2007). OBJETIVO: mediante ao exposto, este estudo buscou reunir subsídios para a compreensão do consumo inadequado de bebidas alcoólicas entre os povos indígenas do Brasil por meio das evidências científicas disponíveis. MÉTODO: Trata-se de um levantamento bibliográfico realizado nas bases de dados Lilacs e Scielo por meio da Biblioteca Virtual em Saúde, usando os descritores: Alcoolismo; Índios sul-americanos; Política de Saúde. Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português, no período de 2003 a 2013 que contemplasse os objetivos do estudo. Após a seleção do material bibliográfico foi realizado uma leitura crítica entre os autores e posteriormente discutido com o orientador os pontos considerados mais relevantes. RESULTADOS: o álcool foi utilizado pelos colonizadores e conquistadores como um instrumento de pacificação e dominação dos indígenas que foram encontrados no Brasil. O pagamento com bebidas destiladas e a introdução de outras substâncias contendo álcool foi uma prática recorrente em toda a história do contato, resultando em consequências que deixaram as sociedades indígenas enfraquecidas em números, organização social e em herança simbólica (LANGDON, 2005). O uso de bebidas tradicionais (caiçuma, chicha, caxiri, etc.), anterior ao contato com o álcool é referenciado por grande parte dos autores. Os indígenas bebiam em um contexto ritualístico e em festas culturais de forma organizada e com o intuito de promover o vínculo social inter e intragrupal. Entre os povos amazônicos a rotina diária é suspensa pelas festas e ritos coletivos e as bebidas fermentadas são conectadas ao sagrado, ao divertimento, à reciprocidade e à política. Sendo assim, o modo de beber, quando e o quanto beber são definidos em cada cultura indígena de acordo com os fatores étnicos e suas especificidades (LANGDON, 2005; AURELIANO; MACHADO JR 2012; SOUZA, SCHWEICKARDT, GARNELO, 2006). Com a introdução do álcool, ele assume o lugar antes ocupado pelas bebidas tradicionais sendo misturado a elas ou substituindo-as totalmente, e ele vem sendo acompanhado em quase todas as atividades rituais, fazendo com que o rito tenha a aparência de uma grande bebedeira. Tradicionalmente o uso do álcool contribuía de forma positiva para a coletividade, atualmente o ato de beber foge às regras de uso tradicional e traz consequências negativas para a comunidade. Os indígenas não estão ingerindo as mesmas substâncias, aprenderam a beber em novos contextos e continuam bebendo em situações diferentes das tradicionais trazendo consequências para o interior das comunidades como a violência geral e familiar, desnutrição, suicídio, atropelamentos nas estradas e síndrome fetal alcoólica em mães etilistas (LANGDON, 2005). É importante propor uma definição de alcoolismo para os povos indígenas, pois em inúmeras situações os índios que consomem as bebidas alcoólicas não apresentam os parâmetros clínicos ou laboratoriais clássicos dos pacientes chamados etilistas e para não estabelecer o risco de fortificar preconceitos e estigmatizações tornando o índio marginalizado, faz-se necessário questionar os impactos que determinam as transformações sociais dos indivíduos e incentivar a participação dos atores da situação, compreendendo o fenômeno com uma concepção nativa buscando a direção de uma solução e intervenção que tenham o gerenciamento e o estilo característico do povo abordado para que as ações em favor da resolução do problema do alcoolismo possam ser um projeto criado, sustentado e controlado pelos próprios indígenas (LANGDON, 2005). No estudo realizado em populações indígenas do Alto Rio Negro

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utilizando o CAGE como instrumento de screening para a dependência ao álcool mostrou que a forma de beber é vista como um problema para o indígena quando o bebedor apresenta comportamento violento e torna-se mau exemplo para o grupo de parentesco, os motivos coincidentes foram vergonha por terem sido violentos, ter dado mal exemplo para os filhos, não se lembrar do que fez, não conseguir trabalhar, gastar excessivamente e não ter controle sobre beber (SOUZA; SCHWEICKARDT; GARNELO, 2007). As observações individuais dos entrevistados sobre suas formas de beber são estritamente relacionadas as possibilidades ou impossibilidades de cumprir as obrigações sociais em meio ao grupo de parentes, não é uma introjeção individual de culpa, mas sim a importância de seu comportamento no tecido social em que está inserido. Tal aspecto parece estar intimamente relacionado a dois pilares centrais da cultura rio negrina: a educação dos jovens e o exercício da liderança. Em ambas as situações, o exemplo assume o papel central e a liderança é exercida tornando a si próprio um exemplo de iniciativa do que pode ser feito. Ao apresentar um comportamento socialmente reprovável, um sujeito pode perder a capacidade de ser visto como um exemplo sofrendo um revés do seu prestigio e autoridade, gerando-se aí o fator motivador de mudança do padrão de consumo de álcool (SOUZA; SCHWEICKARDT; GARNELO, 2007). CONCLUSÃO: a prevenção do excesso de ingestão de álcool é uma questão de educação e saúde comunitária e uma das características apresentadas pelos trabalhos é o âmbito coletivo de consumo das bebidas destiladas no contexto indígena. É um fenômeno que ocorre em todas as etnias estudadas sendo raro o consumo individualizado. O indivíduo que bebe é responsável por causar danos a sua saúde e gerar danos à saúde dos indivíduos do seu grupo familiar. A violência e a prática sexual destituída de regras sociais são um dos principais problemas relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas no contexto indígena brasileiro aumentando o número de suicídios e de pacientes com DST/Aids e gravidez não planejada. Podemos inferir que se o consumo é um evento da coletividade e provavelmente o não consumo o será. Possuir esse conceito em mente é importante para propor intervenções em busca de soluções para o problema do alcoolismo indígena. Diante disso é preciso capacitar e treinar os profissionais que atuam na saúde indígena para que suas ações sejam efetivas, culturalmente relevantes para os indígenas e tenham uma práxis com consciência de suas ações/intervenções, para que não se tornem o elo fraco da corrente desse problema de saúde endêmico dos indígenas brasileiros. Descritores: Alcoolismo; Índios sul-americanos; Política de Saúde. REFERÊNCIAS AURELIANO, A. L. P.; MACHADO, E. V. JR. Alcoolismo no contexto indígena brasileiro: mapeamento da bibliografia nacional. Revista de Antropologia (Antropos), ano 4, vol. 5 maio de 2012. BRASIL. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Lei Arouca: a Funasa nos 10 anos de saúde indígena. Brasília. 2009. 112 p. BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional Antidrogas. I Levantamento Nacional Sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2007.

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LANGDON, E. J. O abuso de álcool entre os povos indígenas no Brasil: uma avaliação comparativa. Revista Tellus. Campo Grande, ano 5 n.8/9 p.103-124, abr./out. 2005. SOUZA, M. L. P.; SCHWEICKARDT, J. C.; GARNELO, L. O processo de alcoolização em populações indígenas do Alto Rio Negro e as limitações do CAGE como instrumento de screening para dependência ao álcool*. Revista de Psiquiatria Clínica. Ribeirão Preto, 34 (2); p. 90-96, 2007. P 29

PERFIL NUTRICIONAL DOS IDOSOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Nascimento, V.; Castro, F. F. INTRODUÇÃO: o processo do envelhecimento é caracterizado por uma série de alterações biopsicossociais que estão por sua vez relacionadas com alterações no estado nutricional do idoso. Com o avanço da idade, em função das doenças crônico-degenerativas, aumenta a demanda por bens e serviços de saúde, consequentemente, tornam-se um desafio para governos e a sociedade criar condições ideais que promovam a qualidade de vida (BERQUÓ; BAENIGER, 2000). Desta forma é necessário conhecer e monitorar o perfil desse grupo populacional, principalmente no que diz respeito aos aspectos sociais e de saúde, neste incluído o estado nutricional. Considerando esses aspectos, o estado nutricional, tem uma grande contribuição para o agravamento ou controle dessas alterações. Neste sentido, podemos inferir como fator condicionante e determinante no processo de adoecer ou não dos idosos relacionados ao fator nutricional, hábitos alimentares, acesso aos alimentos, alterações fisiológicas do aparelho mastigatório e digestivo e morbidades associadas. Segundo Veras (2009), outros fatores também podem contribuir para os problemas nutricionais dos idosos, como a condição física, alterações psicossociais, condições socioeconômicas, estilo de vida, baixa escolaridade e pouco acesso aos serviços de saúde. OBJETIVOS: pesquisar as publicações nacionais em bases de dados de periódicos científicos no período de 1999 a 2009 que contemplem a temática “Perfil nutricional dos idosos” e objetivos específicos: identificar e caracterizar as publicações quanto autoria, título, periódico publicado, ano de publicação e objetivos, descrever o perfil da amostra nutricional dos idosos segundo gênero, métodos utilizados e resultados encontrados nas referidas publicações e identificar os fatores que interferem ou contribuem com o perfil nutricional desses idosos. METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa Bibliográfica do tipo descritivo, realizada na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde- BVS, nos periódicos científicos indexados que disponibilizam textos completos. Quanto ao estudo, é do tipo descritivo e exploratório uma vez que se pretende aumentar o nível de conhecimento e iniciar uma reflexão sobre o tema (TEIXEIRA, 2005). RESULTADOS: Caracterização das publicações: quanto aos autores verificou-se que a maioria eram nutricionistas (72.7%), mas, encontramos médicos (18,2%) e odontólogos (9,1%). Nota-se nesse caso, a ausência do profissional enfermeiro nas publicações citadas. Sobre o título a maioria continha as palavras chaves: o idoso, perfil nutricional e antropometria. No entanto, nem todos apresentaram exatamente o que o título anunciava. Sobre os periódicos publicados, 36,4% são oriundos da Revista de nutrição, com 27, 2% dos artigos publicados no Caderno de Saúde Pública. Os demais periódicos somaram 9,1 %. Quanto ao período

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de publicação, de um total de 11 artigos, ficou evidente que a maior frequência de produção científica ocorreu no ano de 2008 com 3 publicações, seguida do ano de 2005 e 2007 com 2 artigos a cada ano. Quanto aos objetivos propostos pelos autores, analisando de modo geral, dos 11 artigos encontrados, 6 demonstravam claramente que se tratavam de traçar “o perfil nutricional dos idosos”, embora utilizando métodos diferentes de avaliação, 2 artigos descreveram a obesidade entre os idosos, e 3 destacaram os indicadores de massa corporal, como medidas de diagnóstico do estado nutricional. Indicadores de avaliação do estado nutricional do idoso: Com base na amostra, observou-se que o total de idosos estudados consistiu em 8.059 (100%), com 40.34% sendo do gênero masculino e 59,66% feminino, notou-se que houve um predomínio do gênero feminino em comparação ao masculino. Observou-se, também, que os métodos mais utilizados para avaliação nutricional, foram: o índice de massa corpórea com 31,4%, seguido da circunferência da cintura com 11,3%, com 8,6% razão cintura quadril, com 5,7% prega cutânea tricipital, circunferência do quadril, circunferência braço, dobra cutânea tricipital, circunferência muscular do braço e os demais com 2,9%. Fatores que interferem no estado nutricional segundo os estudos analisados: Observou-se que nem todos os autores descreveram os fatores que interferem no baixo peso e obesidade dos idosos, dificultando na coleta e nos resultados da pesquisa. Segundo a amostra analisada os fatores mais frequentes nos estudos, foram: patologias, baixa escolaridade, fatores sócios econômicos, não fumantes e sedentarismo. CONCLUSÃO: este estudo foi de suma importância, por entender que o mesmo propiciará conhecimento do estado nutricional do idoso, constituindo-se uma fonte de pesquisa para profissionais e acadêmicos da área da saúde, possibilitando contribuição teórica cientifica para operacionalização de planejamento e ações educativas dentro da temática abordada. No entanto, faz-se necessária, novas pesquisas neste tema, atualizando os dados, considerado de alta relevância científica e o déficit de pesquisas especialmente no Amazonas. Descritores: Perfil nutricional, Idoso, Antropometria REFERÊNCIAS: BERQUÓ, E.; BAENINGER, R. Os idosos no Brasil: Considerações Demográficas. Campinas, outubro 2000. TEIXEIRA, E. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. VERAS, R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Revista Saúde Pública, vol. 43, n. 3, p. 548-54, 2009.

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P 30 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: Uma revisão bibliográfica,

2001 a 2011. Nascimento, J. A. N.; Souza, D. A.

INTRODUÇÃO: a pneumonia corresponde a uma resposta inflamatória decorrente da invasão e proliferação contínua de microrganismos no trato respiratório inferior, e a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) ocorre quando esta infecção pulmonar é diagnosticada em pacientes intubados sob ventilação mecânica há mais de 48 horas (ZEITOUN; BARROS; DICCINI, 2003). Martino (1998) observou que a taxa desta infecção é de sete a vinte vezes maior nos pacientes intubados comparados com aqueles que não necessitam do ventilador. Mesmo com os avanços tecnológicos ocorridos no suporte ventilatório, na identificação de novos patógenos e no desenvolvimento de novos antimicrobianos, a PAVM continua sendo frequente e grave, sendo necessárias várias prescrições de antibióticos para combate dos patógenos (RELLO; DIAZ, 2003).A partir desta problemática, a pesquisadora sentiu-se motivada em aprofundar seus conhecimentos após verificar que as taxas de mortalidade em decorrência da PAVM são bastante elevadas, apresentando uma alta incidência consequentes da falta de padronização de um conceito de PAVM e de baixo conhecimento dos fatores de risco para pneumonia nosocomial (RODERJAN et al. 2004).Com a finalidade de conhecer melhor o assunto abordado, surgiu a iniciativa de realizar uma revisão bibliográfica em artigos científicos que tratem sobre a PAVM, no período de dez anos (2001-2011) e de forma que contemple um conjunto de informações apropriadas para o desenvolvimento de futuras pesquisas. OBJETIVOS: Geral: analisar artigos científicos que abordem a problemática “Pneumonia associada à Ventilação Mecânica” no período de 2001 a 2011; Específicos: Caracterizar a amostra bibliográfica, especificando base de dados, nome do periódico, autoria e ano de publicação; Verificar os fatores de risco para desenvolvimento da PAVM;Identificar as medidas de profilaxia da PAVM.METODOLOGIA:pesquisa bibliográfica sobre PAVM publicados no período de 2001 a 2011. A coleta de dados ocorreu durante os meses de abril a junho de 2012.Neste estudo foram utilizados 03 (três) indexadores como fonte de busca: a Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), ScientificElectronic Library Online (SCIELO) e Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (Medical Literature Analysisand Retrieval System Online – MEDLINE). Os critérios de inclusão pautaram-se em artigos científicos indexados e publicados de forma livre na íntegra que incluam a temática em questão, disponibilizados nos bancos de dados LILACS, SCIELO e MEDLINE, além de publicações do período de 2001 a 2011, cujo idioma usado é a língua portuguesa.No primeiro instante foram realizadas as buscas bibliográficas nos 03 (três) indexadores com o armazenamento dos resultados encontrados, pois no segundo instante procedeu com a leitura do material adquirido e no terceiro momento as publicações foram selecionadas de acordo com os critérios de inclusão. No quarto instante, houve a releitura dos artigos selecionados para construção da análise e discussão dos dados obtidos.Como instrumento de coleta de dados foi desenvolvido um formulário para caracterizar a amostra bibliográfica, especificando base de dados, nome do periódico, autoria e ano de publicação, cumprindo o primeiro objetivo específico. RESULTADOS: ao realizar a busca inicial foram pré-selecionados 242 artigos, porém várias destas publicações estavam disponíveis nas três bases de dados, nestes casos foram considerados a base que constava a pesquisa na íntegra. No entanto, após

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a leitura dos artigos foram constadas que 13 publicações se encaixam nos critérios de inclusão sendo assim selecionadas para a pesquisa.Dos 13 artigos usados para leitura, 8 (61,5%) estavam disponíveis na base dados LILACS e 5 (38,5%) encontravam-se no SCIELO, no entanto na MEDLINE não foram encontrados artigos que se enquadram nos critérios de inclusão.Dentre as publicações selecionadas 38,4% foram publicadas no Jornal Brasileiro de Pneumologia, 30,8% na Revista Brasileira Terapia Intensiva, 7,7 % no Jornal Odontologia UNESP, 7,7% na Ciência &Saúde Coletiva, 7,7 % Revista Brasileira de Clinica Médica e 7,7% Revista Latino Americana de Enfermagem.Quanto ao ano das publicações analisou-se que o maior percentual de artigos sobre temática foi nos anos de 2004 (23,1%), 2006 (23,1%) e 2011 (23,1%), seguidos pelos anos de 2010 (15,3%), 2008 (7,7%) e 2009 (7,7%). Nos demais anos foram encontradas pesquisa referente ao tema, porém não possuíam os critérios de inclusão. Nota-se bastante interesse dos pesquisadores sobre a temática nos anos de 2004, 2006 e 2011, portanto acredita-se que a tendência é de um maior engajamento de vários autores em busca de novos conhecimentos sobre o assunto com fins de refletir na melhoria da assistência de saúde prestada aos pacientes que utilizam a ventilação mecânica para a manutenção da vida. Quanto aos fatores de riscos para o desenvolvimento da PAVM, a maioria dos autores descreveu: o tempo de ventilação mecânica, o uso prévio de antibióticos, o uso de bloqueadores H2, falta de cuidados odontológicos, traqueostomia e sonda nasoenteral. Dentre as principais medidas preventivas podemos citar: higienização das mãos, identificação de pacientes colonizados, utilização de precauções de contato, manutenção do decúbito elevado do paciente, cuidados na administração da dieta enteral, técnicas adequadas de aspiração, utilização de sistema de aspiração fechado e tratamento antimicrobiano adequado. No estudo realizado por Pombo et al. (2010) que avaliou o conhecimento dos profissionais de saúde na UTI sobre a prevenção da PAVM, o mesmo observou que a categoria profissional dos auxiliares e técnicos de enfermagem obtiveram os piores conceitos em relação aos outros profissionais, em contra partida os enfermeiros tiveram os melhores conceitos, seguidos dos fisioterapeutas. Observou-se que os profissionais de nível superior estão mais informados que os de nível médio. Em vista disso, é necessária a instalação de programas educacionais eficazes visando a melhoria na qualidade da assistência prestada aos pacientes com PAVM. A conscientização, o compromisso e a educação permanente são fatores indispensáveis para que todos os profissionais de saúde se interessem e contribuam de maneira efetiva na prevenção de PAVM.Além disso, devem-se enfatizar as questões relacionadas à supervisão e ao gerenciamento do cuidado na unidade (POMBO et al.,2010).Desse modo, podemos perceber que os profissionais de saúde, principalmente os auxiliares e técnicos de enfermagem que atuam na prevenção da PAVM, estão despreparados para desenvolver atividades de enfermagem com as devidas precauções para evitar esta infecção, enfatizando que os pacientes submetidos à ventilação mecânica são mais vulneráveis a contrair a doença, portanto necessitam de cuidado minucioso.CONCLUSÃO: acredita-se que a presente pesquisa forneça aos gestores e líderes de saúde subsídios para o planejamento de estratégias, com fins de conscientizar os profissionais que atuam diretamente com os cuidados destes pacientes em uma luta diária pra reverter o atual índice de PAVM. No entanto, ressalta-se a necessidade de realização de estudo sobre a temática no Brasil, com intuito de conhecer mais afundo a realidade da população que se encontra nos hospitais do País, objetivando assim, bases mais sólidas e concretas, para o atendimento integral à saúde.

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Descritores: Pneumonia associada à ventilação mecânica; medidas de prevenção da PAVM; fatores de risco para o desenvolvimento da PAVM. REFERÊNCIAS MARTINO, M. D. V. Infecções do trato respiratório inferior. In: LEVY, C.E. et al. Manual de microbiologia clínica aplicada ao controle de infecção hospitalar. São Paulo: APECIH, p. 3-10, 1998. POMBO, C. M. N. et al. Conhecimento dos profissionais de saúde na Unidade de Terapia Intensiva sobre prevenção de pneumonia associada à Ventilação Mecânica. Ciência & Saúde Coletiva, n.1, v. 15, p.1061-1072, 2010. RELLO, J.; DIAZ, E. Pneumonia in intensivecare unit. Critical Care Medicine, n.10, v.31,p. 2544-51, 2003. RODERJAN, C. N. et al. Na contramão da Medicina Baseada em evidências: Posição Semi-Recostada em Pacientes sob Ventilação Mecânica versus Pneumonia. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, n.1, v.16, 2004. ZEITOUN, S. S.;BARROS, A. L.; DICCINI, S. Um estudo prospectivo e randomizado de pneumonia associada à ventilação em pacientes que utilizam um sistema de aspiração fechado versus aberto. Revista de Enfermagem Clínica, n.4 ,v.12, p.484-489, 2003.

P 31 RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ALDEIA INDÍGENA ROUXINOL: PRESERVANDO

NOSSO LAR Primavera, A. P. ; Silva, A. M.. M.; Lima, J. K. M. B.; Silva, L. C.; Farias, P. O.; Farias, A. S.

INTRODUÇÃO: a formação social de determinadas comunidades indígenas tem sido condicionadas pelo espaço geográfico ao qual estão inseridas, isto inclui a sua percepção a respeito de problemas ambientais enfrentados pelas mesmas influenciando as gerações futuras que não tem desenvolvido entendimento a respeito do cuidado com o local de habitação (OLIVEIRA, 2008; GIATTI et al., 2007). Muitas áreas indígenas por todo o país têm sofrido problemas de degradação ambiental, e a grande quantidade de etnias espalhadas por todo o território nacional dificulta conhecer as condições sanitárias e de saúde que eles tem vivenciado. Nas últimas décadas, esse fator tem se mostrado uma das principais preocupações a nível mundial, portanto faz-se necessário a compreensão da problemática ambiental pela população indígena por ser uma população com cultura e práticas diferenciadas (OLIVEIRA, 2012). Partindo deste pressuposto torna-se necessário levar em consideração as particularidades de cada comunidade/etnia, bem como os métodos e estratégias que serão aplicados para entendimento do grau de percepção da população alvo e as formas como eles têm lidado com esses problemas, buscando aplicações não somente corretivas, mas também

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procurando reconstruir valores para que haja uma transformação da realidade e assim mudar o futuro desses povos (TOLEDO et al., 2006). OBJETIVOS: promover e relatar as ações de educação em saúde realizadas na Aldeia Indígena Rouxinol, município de Manaus-AM. MÉTODOS: trata-se de um relato de experiência desenvolvido por meio de uma ação educativa realizada na Aldeia Rouxinol que se localiza às margens do Igarapé Tarumã Açu no município de Manaus-AM. Com o propósito de investigar e identificar a concepção que a população deste estudo possui a respeito das problemáticas que envolvem a saúde e o cuidado com o meio em que estão inseridos, pois a participação e diversidade de opiniões tornam-se necessárias para se buscar soluções acessíveis e viáveis para os problemas ambientais da comunidade. Na aldeia deste estudo, residem cerca de nove famílias, sendo que nem todos puderam participar das atividades desenvolvidas. Para a execução das ações de educação em saúde foram divididos dois grupos, um composto por crianças e o outro por adultos, o primeiro continha 11 sujeitos com idades entre 2 e 12 anos e o segundo, com 8 indivíduos. RESULTADOS: com as crianças foi realizada uma palestra explicativa e dinâmica com história ilustrativa, utilizando exposição com cartazes, sendo aplicado jogo recreativo (corrida do lixo) para estimulação dos mesmos enquanto aos cuidados que se deve ter com o meio ambiente. Com o público adulto foi elaborada uma conversa aberta (círculo de cultura) e palestra interativa com uso de recursos visuais (slides), com intuito de identificar o grau de entendimento e a insatisfação que eles possuem a cerca da degradação ambiental e falta de saneamento que tem ocorrido na sua área de habitação. A didática utilizada com as crianças permitiu uma fácil assimilação deste grupo enquanto às consequências gerais, provocadas pela poluição e desta maneira pode-se observar a preocupação entre a maioria deles a cerca do lixo ali presente. Havendo uma participação intensa em todas as atividades aplicadas favorecendo a absorção do conhecimento inserido. Concernente a população adulta, foco do estudo, a conversa aberta possibilitou a participação e interação bem como oportunizou a reflexão sobre sua realidade e o modo de vida. Observou-se intensa insatisfação com a situação atual relacionado ao descaso de órgãos públicos (in)responsáveis pelo saneamento básico daquela região. A assimilação sobre os problemas ambientais apresentados foi satisfatório, os moradores possuem um bom grau de compreensão em relação às influências que a exploração inadequada do meio ambiente pode oferecer tanto a nível de transmissão e proliferação de doenças quanto à degradação ambiental. Sendo assim tivemos a oportunidade de discutir sobre que tipo de ações que podem ser empregadas para a melhoria da qualidade de vida dos moradores da Aldeia Rouxinol e desta maneira destacar a autonomia que a população possui para solucionar as adversidades que tem sido enfrentadas (OLIVEIRA, 2012). Houve propostas como de realização de mutirões e em que os próprios moradores levariam este lixo para um posto de coleta em uma região próximo à comunidade, distribuir tonéis em todos os pontos onde se pode atracar com os botes e próximo às casas para descarte de lixo, evitando a exposição a céu aberto. CONCLUSÕES: é necessário haver uma orientação continuada com a população, mesmo que haja uma consciência de ambiente e conhecimentos básicos sobre o processo de saúde-doença. Particularmente com as crianças, já que estas são o futuro da comunidade indígena, pois mesmo que o conhecimento prévio tenha sido transmitido elas demonstram a necessidade de acompanhamento e motivação contínua com o que foi ensinado, neste caso poderia ser aplicado um programa de intervenção para que as crianças desenvolvessem em seu entendimento a prática dos cuidados com o ambiente e também pelo fato destas serem as mais atingidas pela degradação ambiental resultando em infecções frequentes por parasitoses. Embora a população adulta tenha identificado ações prioritárias para

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promoção de saúde, no entanto, não há recursos para implementação e adoção de práticas mais específicas para manutenção dos cuidados ambientais como a coleta esporádica do lixo, pelo fato de não haver um local específico para descarte de todo o lixo produzido na comunidade, um dos participantes destacou a imparcialidade dos órgãos públicos, pois as medidas sanitárias não têm sido aplicadas nesta região, favorecendo o acúmulo de lixo e dejetos nas margens do igarapé e grande parte da área onde está localizada a Aldeia Indígena Rouxinol. Foram relatados também a tentativa de uso de fossos para descarte de lixo, contudo não há área suficiente para esta prática e o uso de fogueiras para queimar o lixo. Ambas as práticas refletem riscos para a população. Eles procuram cuidar do ambiente, mas a falta de investimento tem prejudicado a manutenção deste cuidado e desta forma também se torna dificultoso a orientação para o público infantil que acaba refletindo esta ausência na forma em como se relacionam com o local onde vivem. Sendo assim, pudemos observar que a preservação do ambiente depende dos habitantes de determinada região, bem como dos órgãos responsáveis pelo saneamento que deveriam estar conscientes da situação enfrentada e assim promoverem programas de cuidado com a localidade em questão, pois nem todas as populações têm condições de investir na preservação e manutenção ambiental sendo condicionadas a conviverem com uma situação prejudicial. Nessa perspectiva, é necessário vivenciar essa experiência para compreender o contexto e não apenas “jogar” conhecimento, mas conviver com eles e entender suas necessidades, permitindo a construção desse ideal de reconstrução de valores. Descritores: Educação em Saúde; Meio Ambiente; Poluição Ambiental; Proteção Ambiental; Saúde da População Indígena. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, K. A; CORONA, H. M. P. A percepção ambiental como ferramenta de Propostas educativas e de políticas ambientais. Revista Científica ANAP Brasil, n.1, Jul. 2008. OLIVEIRA, J. W. B; AQUINO, J. M; MONTEIRO, E. M. L. M. Promoção da saúde na comunidade indígena Pankararu. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 65, n. 3, Jun. 2012. TOLEDO, R. F et al. Comunidade indígena na Amazônia: metodologia da pesquisa-ação em educação ambiental. O mundo da Saúde. São Paulo, v.3, Out/Dez. 2006. GIATTI, L. L. et al. Condições sanitárias e socioambientais em Iauaretê, área indígena em São Gabriel da Cachoeira, AM. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.12, n. 6, Dez. 2007.

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P 32 RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO AMAZONAS: RELATO DE

EXPERIÊNCIA Kishibe, C. M. N.; Silva, J. B.; Rocha, M. L. F.; Silva, A F. F.; Negreiros, L. N.

INTRODUÇÃO: residência Multiprofissional é uma modalidade de ensino que visa promover a junção dos cuidados integrais aos pacientes por parte dos profissionais da saúde, proporcionando melhor qualidade de atendimento aos pacientes que necessitam dessas intervenções multidisciplinares e interdisciplinares. Foram criadas a partir da promulgação da Lei n° 11.129 de 2005, é coordenada conjuntamente pelo Ministério da Saúde e do Ministério da Educação. OBJETIVOS: abordar a importância da Residência Multiprofissional e apresentar os benefícios que tal atuação proporciona num contexto de atuação do SUS. RELATO DE EXPERIÊNCIA: a Residência Multiprofissional proporciona conhecimento e vivência nos três níveis de atendimento do SUS, primário, secundário e terciário. Essas atuações são executadas as Unidades Básicas de Saúde - UBS, Ambulatório Araújo Lima - AAL e Hospital Universitário Getúlio Vargas –HUGV na Clínica Neurocirúrgica, consolidando os conhecimentos teóricos e práticos, nos atendimentos dos pacientes com afecções neurológicas. A avaliação multiprofissional acontece sempre na admissão, e durante os atendimentos, preconizando a busca pela intervenção individualizada dos pacientes, respeitando os princípios regem o SUS. RESULTADOS: observa-se melhores resultados obtidos quando ocorre a intervenção multidisciplinar aos pacientes assistidos em todos os níveis de atenção descritos no SUS. CONCLUSÃO: a Residência Multiprofissional permite a formação de profissionais especializados para um melhor atendimento, além da interdisciplinaridade que passa a ser priorizada nos nossos atendimentos. Descritores: Enfermagem, Residência, Atuação, Especialização. REFERÊNCIAS: PEDUZZI, M. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Revista Saúde Pública 2001;35(1):103-9. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. LEI Nº 11.129, DE 30 DE JUNHO DE 2005. P 33

SAÚDE INDÍGENA NO ALTO RIO NEGRO: A NECESSIDADE DA SINERGIA ENTRE MEDICINA INDÍGENA E MEDICINA OFICIAL HOJE

Dutra, I. F.; Miranda, E. C.; Souza, I. R. E.; Campos, R. S. M. INTRODUÇÃO: O estudo analisa a política da Saúde Indígena no Alto Rio Negro, a necessidade da sinergia entre medicina indígena e medicina oficial hoje. A Saúde Indígena no Alto Rio Negro é construída por uma complexa teia sócio-cultural e política, que envolve mais de 25 povos indígenas - Arapaso, Arara, Baniwa, Bará,Barasano,Daw, Desano, Hupda, Karapanã, Kubeo, Kuripaco,

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Makuna, Mirititapuya, Piratapuya, Siriano, Taiwano, Tatuyo,Tukano,Tuyuka,Wanano, Yanomami,

Yuhupe, Yuruti, Tariano, Werekena etc. - que vivenciam suas práticas dos rituais de pajelanças. Esses povos têm como principais expoentes pajés yaíwa e kumuã. A atuação compartilhada dos pajés na Saúde Indígena é discutida com as instituições governamentais, religiosas, civis e militares, na Maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) pelas lideranças indígenas e por alguns pajés convidados. Independente da aceitação ou não dessas ações por parte das instituições governamentais de saúde, as discussões sobre o tema são realizadas constantemente. A reflexão da necessidade de interação tem avançado com profundidade, levando à mudança de mentalidade de gestores e profissionais da área de saúde, representando um grande desafio da Saúde Indígena no Alto Rio Negro. Com o intuito de refletir a necessidade da sinergia entre a medicina indígena e medicina oficial no Alto Rio Negro, foi realizado levantamento e análise de informações e experiências baseadas em dados da minha pesquisa de campo (2007), durante o mestrado, entre os pajés e lideranças das comunidades indígenas do Distrito de Pari-Cachoeira, de domínio do povo Tukano, na região do Uaupés, território brasileiro, e comunidade indígena de Trinidad, de domínio do povo Tuyuka, no Departamento del Vaupés, Colômbia; em relatórios das Assembléias da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) 2009 a 2012, de eventos do Conselho Municipal de Saúde de São Gabriel da Cachoeira/AM 2009 a 2012 e dos Conselhos Distritais da Saúde Indígena do Alto Rio Negro 2009 a 2012, cujas pautas sobre a atuação dos pajés na saúde Indígena são discutidas e deliberadas. Para melhor embasarmos nosso estudo da Saúde Indígena também foram utilizados estudos do Prof. Dr. João Bosco Botelho (2011) “História da Medicina: da abstração à materialidade”; Declaração Universal dos Povos Indígenas (2007); Política Nacional de Promoção da Saúde (2007), do Ministério da Saúde (MS); Estatuto do Índio (2000); Marco Antônio Barbosa (2007) “Autodeterminação: um direito à diferença”. As discussões do movimento indígena a acerca do tema revelaram que hoje é imprescindível a atuação dos pajés nas tomadas de decisões e nas práticas da Saúde Indígena no Alto Rio Negro, visando a prevenção e cura de doenças. O estudo demonstrou ainda, que as discussões dessa pauta, nos eventos do movimento indígena no Rio Negro, nas reuniões do Conselho Municipal de Saúde do município de São Gabriel da Cachoeira-AM e nos encontros do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Alto Rio Negro, têm se tornado constante e uma bandeira de luta dos povos indígenas. Faz-se mister, portanto, a necessidade da sinergia no tratamento compartilhado do conhecimento empírico e científico, da medicina indígena e medicina oficial no desenvolvimento e na prática da Saúde Indígena no Alto Rio Negro. Descritores: povos indígenas; saúde indígena; medicina indígena; medicina oficial. P 34

SUICÍDIO ENTRE AS POPULAÇÕES INDÍGENAS DO BRASIL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Barbosa, L. M. C. P.; Lasmar, A. T.; Rattes, M. P. C.; Hage, Y. L.C.; Souza, C. R.S.; Farias, A. S. INTRODUÇÃO: o suicídio encontra-se em grande evidência nos últimos tempos, esse tipo de mortalidade aumentou em 60% nos últimos 45 anos no Brasil, é estimada em 4,1 por 100 mil sem distinção de sexo; nos homens a taxa fica em torno de 6,6 por 100 mil; e em torno de 1,8 por 100 mil

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para as mulheres. O Brasil está entre os 10 países com maiores índices desse tipo de mortalidade, estimado em 5,6 por 100 mil habitantes. A cidade de Manaus, no amazonas, está em 12º lugar no ranking de atos suicidas até o ano de 2000. O suicídio é caracterizado por lesões autoprovocadas de forma intencional; é multifatorial, podendo ser resultado de uma individualização exacerbada, enfraquecimento nas relações sociais, aumento na competitividade do mercado de trabalho, subordinações aos fins sociais, entre outros. Um dos principais problemas na identificação de comportamentos suicidas é a dificuldade de estabelecer critérios de diagnóstico. A população indígena como um todo está sujeita a agravos a saúde, dentre os quais está inserido o suicídio; As nações indígenas conseguiram manter isolamento até meados dos anos 70, a partir da interação com a sociedade na década de 80, a partir de então o esse tipo de fatalidade tem acometido às populações com cada vez mais frequência (FERREIRA, 2011; GRUBITS; FREIRE; NORIEGA, 2011; OLIVEIRA; LOTUFO-NETO, 2003).OBJETIVOS: analisar o suicídio na população indígena brasileira a partir das evidências científicas disponíveis, bem como, levantar hipóteses que elucidem tal fenômeno e as medidas de intervenção que visem a redução dos índices de suicídio das etnias do Brasil. METODOLOGIA:foi realizada uma pesquisa na literatura de língua portuguesa dos últimos 10 anos nas bases de dados LILACS e SCIELO por meio da Biblioteca Virtual em Saúde. A busca foi realizada nos meses de março e abril de 2013 utilizando os seguintes descritores: suicídio; população indígena; índios sul-americanos. Literatura adicional foi obtida mediante a análise das respectivas referências encontradas nos artigos identificados. RESULTADOS: o histórico de mortalidades entre índios no Brasil era conhecido por predominância de doenças parasitárias e infecciosas. Entretanto, estudos mais recentes apontam um alto número de suicídio entre indígenas e que tal fato está relacionando com diversos fatores, dentre eles, pode-se destacar: a natureza sociológica, econômica, política, religiosa, e psicológicos; pode ainda ser causado por estresse pós-traumático, altos níveis de consumo de álcool, tabaco, maconha e outras drogas ilícitas, perda parental na infância, sendo mais frequentes em áreas rurais. A psicopatologia aparece em até 90% dos casos com presença de critérios característicos de diagnósticos psiquiátricos. A pesquisa constatou que a taxa de mortalidade por suicídios no Amazonas é de 20 para cada 100.000 habitantes. O município de São Gabriel da Cachoeira agrupa o maior número de indígenas do Brasil, esse município aparece com aproximadamente 16,8 por 100 mil habitantes dentro das estatísticas; no estado do Mato Grosso do Sul esses índices chegam a 76,4 para cada 100.000 habitantes, dentro dessas estatísticas não estão inclusas as tentativas mal sucedidas, do contrário o número seria ainda maior. As pesquisas apontam que nesta região a mortalidade indígena entre homens eram maior que entre as mulheres, e principalmente os que não possuíam parceira ou família formada. Um dos grandes fatores contribuintes para a diminuição desses dados epidemiológicos foi a abolição de rituais entre crianças, e adolescentes; isso pôde acontecer através da introdução de educação, e religião promovida por missionários estudiosos. Desta forma, abriu-se um amplo campo de estudo e oportunidades de emprego. Essa população indígena do Alto Rio Negro, já carrega consigo um vasto conhecimento sobre plantas, e extratos medicinais, que possibilita o aproveitamento desses conhecimentos em um ramo de trabalho. Dentre os métodos mais utilizados para suicídio na região, encontra-se o envenenamento e uso abusivo de substâncias alcoólicas. O estado do Mato Grosso do Sul possui a segunda maior nação indígena do Brasil com 68.526 indivíduos do total distribuídos em 13 polos-base e 74 terras indígenas, a área territorial é equivalente a 590 mil hectares; os índios Guarani-Kaiowá participam efetivamente do total. Nessa população o método mais convencional de

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suicídio é o enforcamento, devido a variações no estado psicológico, causado por superpopulação, imposição de crenças, valores e lideranças estranhas à sua cultura. De acordo com dados pertencentes à FUNASA entre 2000 e 2008, houve 410 casos de suicídio nesta etnia. Os homens aparecem em grande porcentagem, sendo mais comum a faixa etária de 20 a 29 anos de idade. Conflitos por disputas de terras, proximidade a população capitalista, abandono da vida nômade, poluição dos rios e terras adjacentes, desorganização social, mudança na maneira de se vestir e se comportar os leva a adotar vícios que predispõem aos suicídios. Adolescentes que cometem suicídio não devem ser enquadrados com doenças preexistentes, pelo fato de que nessa fase ocorre a formação da identidade, passagem por rituais antropofágicos, condições essenciais de desenvolvimento na própria cultura, e busca pelo sentido de existência; estes jovens muitas vezes escolhem esse caminho por não conseguir sucesso nos rituais de passagem para a fase adulta. Índios que conseguem se recuperar do surto de suicídio, relatam que perdiam o controle sobre si, e não recordavam do momento em que se preparavam para se enforcar, ouviam vozes e ruídos; a reabilitação acontece graças terapias de danças, cantos realizados pela família instruídos por um líder religioso. Vale ressaltar que os índios Guarani tem uma forma incomum de encarar o suicídio, é um povo que acredita que a alma já nasce preparada com potenciais e qualidades, dessa forma, não precisariam se preocupar com a formação psíquica do jovem, esses atos aparecem como forma de expressão, uma forma de comunicação com o meio exterior. CONCLUSÃO: esses resultados revelam uma preocupante questão de saúde pública no Brasil e no mundo, que apesar da tendência à estabilização dos índices, ainda é alarmante devido aos altos índices entre homens e adolescentes, isto é devido ao pouco investimento em estudos neste contexto e investigação deficiente de causas. Torna-se necessário uma intervenção maior por parte dos profissionais de saúde, antropologia, entre outros, viabilizando estudos, diagnósticos e tratamentos para doenças mentais, adoção de estratégias de prevenção, disponibilizando programas educativos e pesquisas mais aprofundadas, respeitando a cultura e diferença entre povos de modo a restaurar o equilíbrio e erradicar as principais causas precursoras desses suicídios. Descritores: Suicídio; População Indígena; Índios sul-americanos. REFERÊNCIAS GRUBITS, S.; FREIRE, H. B. G.; NORIEGA, J. A. V. Suicídios de jovens Guarani/Kaiowá de Mato Grosso do Sul, Brasil. Psicol. cienc. prof., Brasília, v.31, n. 3, 2011. OLIVEIRA, C. S.; LOTUFO NETO, F.. Suicídio entre povos indígenas: um panorama estatístico brasileiro. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 30, n. 1, 2003. SOUZA, M. L. P.; ORELLANA, J. D. Y. Suicídio em indígenas no Brasil: um problema de saúde pública oculto. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 34, n. 4, Dez. 2012. SOUZA, M. L. P.; ORELLANA, J. D. Y. Suicide mortality in São Gabriel da Cachoeira, a predominantly indigenous Brazilian municipality.Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 34, n.1, Mar. 2012.

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P 35 TRACOMA NA POPULAÇÃO INDIGENA NO ALTO RIO NEGRO

Silva, C. R. S.; Lima, E. C. C.; Furtado, F. A.; Andrade, S. C.; Braga, S. A.; Farias, A. S.

INTRODUÇÃO: o tracoma é uma conjuntivite crônica provocada pela Chlamydia trachomatis, que produz uma inflamação na parte interna da pálpebra em forma de folículos. É uma doença que atinge aproximadamente 41 milhões de pessoas no mundo, sendo responsável por 1,3 milhões dos casos de cegueira. A doença não é de notificação compulsória nacional. Entretanto, um levantamento conduzido pelo Ministério da Saúde, entre os anos de 2000 e 2008, com a participação de 11.808 índios de 292 comunidades, distribuídos em 34 municípios pertencentes aos estados de Pernambuco, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Amazona, foram detectados 3.637 casos de tracoma examinando índios do alto Rio Negro, encontraram frequência de tracoma acima de 30% entre crianças e 70% entre os mais idosos (MEDINA et al., 1999). OBJETIVO: mostrar o alto índice e as consequências do tracoma nas populações indígenas da região Alto Rio Negro município de São Gabriel da Cachoeira. MÉTODO: este estudo consiste em uma revisão de literatura, que visa contribuir e explicitar teoricamente sobre o assunto. Baseada em fontes como livros, textos, e artigos eletrônicos expostos em banco de dados como Lilacs e scielo, publicados no período de 1997 a 2012, a busca foi realizadas nos meses de março e abril de 2013. O cenário do estudo para a revisão foi no Alto Rio Negro que situa-se no extremo noroeste do Estado do Amazonas, constituindo área de tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Venezuela, compreendendo território de 108.000 Km2 de terras indígenas que se relacionam com os municípios brasileiros de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro. Esta região, considerada uma das mais pobres do Estado do Amazonas, é habitada por cerca de 30.000 índios (10% do total estimado da população indígena no Brasil), que se distribuem por aproximadamente 500 aldeias ao longo de uma extensão de cerca de 3.000 km de rios, compreendendo 21 grupos étnicos. RESULTADOS: em 1999, o Instituto de Oftalmologia do Estado do Amazonas realizou uma pesquisa com os índios da Região do Alto Rio Negro na região de são Gabriel da Cachoeira com 21 grupos étnicos das famílias linguísticas Tukano, Arawak, Maku e Yanomami. Foi detectado que dos 298 índios examinados, mais de 50% estavam com tracoma e também presença expressiva de opacidades numulares na periferia corneana. A impressão clássica e histórica da inexistência de tracoma grave na Amazônia, pela alta disponibilidade de água que caracteriza a região é errônea, pelo menos no alto Rio Negro. É muito provável que a doença esteja a gerações entre os indígenas, e a menor proximidade e contato com água seja o grande fator de risco na população de nível econômico mais precário e que habita áreas mais distantes dos rios, explicando deste modo o fato da maior severidade e freqüência do tracoma ser nos etnia Maku, índios nômades, que costumam habitar áreas afastadas dos grandes leitos dos rios localizadas no interior da floresta. Em 1997, uma pesquisa realizada pela equipe de profissionais da organização não governamental Associação Saúde Sem Limites registrou vários casos de tracoma em estágios avançados, principalmente entre os índios Hupde e Yohupde (etnia Maku). Levando em consideração que o alto índice de tracoma entre os indígenas está relacionada à precariedade em saneamento básico e pelo fato de ser uma doença negligenciada. Nessa perspectiva, o tracoma é uma doença que reflete as condições sanitárias e de higiene das populações com baixo indicador de qualidade de vida. O tracoma inicia-se sob a forma de uma conjuntivite folicular, com hipertrofia papilar e infiltrado inflamatório difuso que se estende por toda a conjuntiva, especialmente na

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conjuntiva tarsal superior. Nos casos mais brandos, os folículos podem regredir espontaneamente. Nos casos mais severos, eles crescem, evoluindo para necrose, com formação de pequenos pontos cicatriciais na conjuntiva. Depois de repetidas reinfecções, forma-se um número cada vez maior de pontos cicatriciais, levando à formação de cicatrizes mais extensas. Essas cicatrizes podem tracionar, principalmente, a pálpebra superior, levando à sua distorção, o entrópio, fazendo com que os cílios invertidos toquem no globo ocular. Esta alteração pode provocar ulcerações corneanas, com conseqüente opacificação, que pode levar a graus variados de diminuição da acuidade visual e cegueira. E uma doença transmitida pela bactéria gram-negativa Chlamydia trachomatis do soro tipos A, B, Ba e C. Alguns insetos, como a mosca doméstica (Musca domestica) e/ou a lambe-olhos (Hippelates sp.), podem atuar como vetores mecânicos. Porém, a principal forma de transmissão é a direta, de pessoa a pessoa, ou indireta, através de objetos contaminados (toalhas, lenços, fronhas). A transmissão só é possível na presença de lesões ativas nas conjuntivas, o que pode durar anos. O período de incubação é de cinco a doze dias após contato direto ou indireto. A susceptibilidade é universal, sendo as crianças as mais susceptíveis, inclusive às reinfecções. A sintomatologia associada ao tracoma inflamatório inclui lacrimejamento, sensação de corpo estranho, fotofobia discreta e prurido. Uma grande proporção de casos de tracoma, principalmente entre as crianças mais jovens, é assintomática. Infecções bacterianas secundárias podem estar associadas ao quadro, contribuindo para a disseminação da doença. O diagnóstico do tracoma é essencialmente clínico e, geralmente, realizado por meio de exame ocular externo, utilizando lupa binocular de 2,5 vezes de aumento. O diagnóstico laboratorial do tracoma deve ser utilizado para a constatação da circulação do agente etiológico na comunidade e não para a confirmação de cada caso, individualmente. A cultura é uma técnica laboratorial com alta sensibilidade e especificidade para a Chlamydia

trachomatis. A clamídia é um microrganismo de vida obrigatoriamente intracelular, portanto só cresce em cultura de células. O diagnóstico diferencial do tracoma deve ser realizado com as outras conjuntivites foliculares (como foliculoses, conjuntivite folicular tóxica), e conjuntivites foliculares agudas e crônicas de qualquer etiologia. Observou-se que as sequelas mais presentes são fibrose conjuntival (extensas áreas de fibrose conjuntival bulbar podem dificultar eventuais cirurgias oculares, especialmente as antiglaucomatosas.), triquíase e entrópio (surgem quando há intenso processo de cicatrização e são muito graves quando há lesões extensas do músculo de Muller), simbléfaro (encontrado raramente, pode estar presente no fundo do saco inferior), úlceras de córnea, nébulas, leucomas, estafilomas (são produzidos pelo constante atrito dos cílios contra a córnea e pela infecção secundarias), astigmatismos regulares (também são responsáveis por redução da acuidade visual, pois são de difícil correção refracional). O tratamento tópico e feito com tetraciclina 1% ou fulfa. O tratamento sistêmico é feito com Azitromicina, Eritromicina, Tetraciclina, Doxaciclina e Sulfametoxazol. A forma geral de prevenção da doença é melhorar as condições sanitárias dos países em desenvolvimento, uma vez que essa afecção afeta mais a população de países subdesenvolvidos. O programa de controle em áreas endêmicas baseia-se na utilização do tratamento tópico. Em geral, inclui também medidas para detecção precoce de casos, a provisão dos serviços de cirurgia para correção de entrópio e triquiase, e medidas de educação sanitária. Essas medidas têm por objetivo mudanças de hábitos e comportamentos que propiciam a manutenção da endemia. CONCLUSÃO: nos índios a proliferação do tracoma está relacionada com o estilo de vida nas aldeias e comunidades. Os índios vivem em grupos, dormem agrupados nas mesmas malocas, favorecendo o contágio da doença. A forma de higienização pode ser outro fator contribuinte para o

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avanço da doença, como também o contato das crianças, já que é o grupo etário da população mais afetada, pois uma das principais formas de transmissão é o contato pessoal. Normalmente crianças têm muito contato físico com pouca noção de higiene. Portanto, para minimizar as consequências do tracoma, ou até mesmo erradicá-lo é necessário, priorizar a qualificação dos profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento precoces. Oferecer melhorias nas condições socioeconômicas dos indígenas, implementar programas de saneamento básico nas aldeias e programas educativos para as crianças, uma vez que os casos de cegueira não tratados na infância favorecem a cegueira na vida adulta. Descritores: Tracoma; População Indígena; Doença Infecciosa; Epidemiologia. REFERÊNCIAS BARROS, O. M. Manual de controle do tracoma. Brasília, DF, 2001. 53 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica.7ª Ed. Brasília, DF, 2009, 816 p. REIS, A. C. P. P. et al. Detecção de tracoma e doenças corneanas em índios da região do Alto Rio Negro. Arq. Bras. Oftalmol., São Paulo, v. 65, n. 1, Jan. 2002 RICARDO, C. A.. Povos Indígenas no Brasil. Instituto Sócio-Ambiental. São Paulo, 2000. VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. 2ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2002,volume 1. P 36

VIDA SAUDÁVEL: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA TERCEIRA IDADE Ribeiro, M. N. S.; Ribeiro, J. H.; Kérima, S.; Campos, F.

INTRODUÇÃO: a população idosa no Brasil vem crescendo com o passar dos anos, e para o governo do país é um desafio muito grande alcançar um envelhecimento com saúde. Frente a esses desafios que os grupos comunitários de idosos vêm se fortalecendo como espaços estratégicos para o desenvolvimento de atividades educativas para promoção da saúde. A realidade dos serviços de saúde da Atenção Básica monstra que ainda é tímida a ressignificação do ato de cuidar em saúde, onde os modelos tradicionais de assistência, pautados, sobretudo, na prescrição de condutas e comportamentos, imperam (NASRI, 2008; RIBEIRO, 2009). Saúde e educação são temas intimamente relacionados e interdependentes. Não é possível pensar em promover saúde sem educação, da mesma forma que o contrário também não seria verdadeiro. Por essa razão, é desejável que as práticas sociais nesse campo busquem sempre maior aproximação e intercâmbio. Em toda sociedade, as formas de cuidados com a saúde são normalmente mediadas por processos educativos informais e institucionais presentes nas relações sociais. Em nosso contexto não é ainda comum o reconhecimento e a valorização da educação nas práticas de saúde. Muitos profissionais

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desconhecem que educam mesmo quando não têm este propósito, enquanto outros reproduzem uma ação educativa vertical e despersonalizada, baseada numa compreensão restrita de saúde como ausência de doença e de educação como mera transmissão de informações. Diante destes contrastes, torna-se desafiador pautar a educação centrada no apoio social e no diálogo de saberes rumo à ação coletiva para a conquista de objetivos em comum como ação cotidiana do processo de trabalho em saúde.OBJETIVOS:promover o diálogo entre o saber técnico-científico e a experiência e conhecimentos que formam a vida prática das pessoas; Estimular a reflexão sobre o envelhecimento como processo contínuo de mudanças no curso de vida, bem como favorecer a percepção crítica quanto às implicações socioculturais dos limites e dificuldades comuns na velhice: METODOLOGIA:trata-se de relato de experiência de projeto de extensão. O trabalho foi desenvolvido com uma população e amostra de 60 idosos integrantes do grupo de Yoga da Pastoral da Pessoa Idosa da Paróquia de São Pedro Apóstolo, no bairro de Petrópolis, Manaus – AM. O grupo de extensionistas buscou desenvolver a metodologia da Educação Popular em Saúde partindo da ideia de que a promoção da saúde do idoso é construída com ele, e não para ele, envolvendo neste processo vivências capazes de estimular reflexões críticas dos idosos sobre si mesmos e suas realidades. Na perspectiva da educação popular, buscamos organizar as ações educativas de modo que todos que fossem educandos e educadores, optando por atividades nas quais os idosos pudessem contribuir como verdadeiros sujeitos, estimulando sua fala e o exercício do diálogo. Foram realizadas rodas de conversas semanalmente durante 9 meses, com temas variados escolhidos pelos próprios idosos. No método utilizado, um dos coordenadores introduziu brevemente o tema e, em seguida, propunha o debate em subgrupos de alguns aspectos específicos, como: família, trabalho/aposentadoria, previdência/recursos econômicos, saúde, lazer, estatuto do idoso, sociabilidade etc. Cada subgrupo procurou debatê-lo à luz das experiências e conhecimentos individuais, registrando posteriormente as principais ideias em um cartaz. Esgotado o tempo proposto (em torno de 40 minutos), abria-se o grupo para a apresentação de cada tema pelos subgrupos, seguindo-se o debate. O coordenador fechava o trabalho procurando sintetizar as principais questões apontadas e solicitando que cada participante expressasse em uma palavra o que ficou de mensagem ou ideia mais significativa sobre o tema debatido. RESULTADOS E DISCUSSÃO:A educação em saúde, realizada durante os nove meses de projeto no grupo de Yoga da Pastoral da Pessoa Idosa, tem alcançado avanços positivos com os idosos por meio do estímulo da equipe envolvida, além do interesse vindo dos idosos em conhecer mais sobre saúde e as mudanças mais evidentes no corpo no processo de envelhecimento, percebendo a importância do bem-estar físico, mental e social por meio dos diálogos e atividades desenvolvidas. Foram confeccionados folders explicativos erodas de conversa, onde os próprios idosos colaboraram com as escolhas de temas a partir da observação das necessidades de seus companheiros. Observamos que os temas de maior interesse foram: maus tratos e direitos dos idosos. Ao abordar sobre os benefícios da Yoga e prevenção de queda, os idosos perceberam a importância do exercício físico e as adequações necessárias nas residências para prevenir quedas e fraturas. Sobre alimentação, muitos tiraram duvidas sobre mitos em torno dos benefícios e malefícios principalmente para a terceira idade. Segundo relatos dos idosos essas informações são relevantes para seu dia-a-dia, incentivando a mudanças de hábitos e aprimoramento do conhecimento sobre saúde e qualidade de vida tanto para eles como para sua família. Outro aspecto importante observado foi o fortalecimento na aplicação da teoria à prática pelas acadêmicas envolvidas no projeto. A possibilidade de atuar na

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comunidade foi valorizada, podendo-se observar as transformações e readequações de conceitos e conhecimentos a partir de conversas e trocas de ideias. Além disso, a roda de conversa propiciou um maior vínculo intergeracional, onde jovens estudantes e idosos trocaram experiências, fortalecendo o respeito que deve haver entre estas gerações. Os relatos de melhoria foram constantes e não somente o idoso e sua família foram beneficiados, mas também a equipe do projeto. Foi possível compreender que a saúde tem a ver com qualidade de vida e a educação deve ser pensada, por isso, em seu sentido emancipatório, de constituição de sujeitos capazes de atuar individual e coletivamente em prol de uma vida melhor.Acreditamos que para o fortalecimento da autonomia de indivíduos e grupos sociais não basta apenas informar. A reflexão e o debate crítico sobre a saúde são ingredientes fundamentais. Daí a necessária desconstrução da polarização entre aquele que ensina e aquele que aprende. Ambos aprendem e ensinam, se enriquecem mutuamente com as experiências de vida, se fortalecem na mobilização pela promoção da qualidade de vida no envelhecer.CONCLUSÃO:a interação com o grupo de idosos possibilitou abordar curiosidades, inquietações e saberes populares relacionados às práticas de hábitos saudáveis, bem como os assuntos demandados pelos idosos. Promover o envelhecimento saudável é tarefa complexa que inclui a conquista de uma boa qualidade de vida e o amplo acesso a serviços que favoreçam lidar com as questões do envelhecimento da melhor maneira possível, considerando os conhecimentos atualmente disponíveis. Porém, é vital ampliar a consciência sobre o envelhecer fortalecendo e instrumentalizando a população em suas lutas por cidadania e justiça social. A Educação em Saúde, como instrumento de ampliação e construção coletiva dos conhecimentos e práticas em saúde é, nesse contexto, uma ação fundamental. Descritores: Envelhecimento, Educação Popular, Idoso REFERÊNCIAS NASRI, F. O envelhecimento populacional no Brasil. Einstein. 2008; 6 (Supl.1):S4-S6. RIBEIRO, L. C. C et al. Percepção dos idosos sobre as alterações fisiológicas do envelhecimento. Cienc Cuid Saude; 8(2):220 227, 2009.

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ANJOS DA ENFERMAGEM – OS APRENDIZADOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Esteves, A. V. F.; Silveira, L. B.; Costa, A. L. C.

INTRODUÇÃO: um fator importante e de relevância para o atendimento psicossocial dos pacientes internados em hospitais são as atividades recreativas as quais são consideradas nos dias atuais como parte integrante no tratamento de grande parte das patologias. A humanização na saúde tem sido tema de varias discussões ao longo dos anos e muitos projetos foram criados em prol dessa temática. A resolução COFEN 295/2004 prevê a técnica utilização do brinquedo terapêutico pelo enfermeiro na assistência a criança hospitalizada, o que assegura ao paciente uma integração maior com a equipe de saúde, bem como diminuir os anseios provocados pela internação hospitalar. A ONG

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Anjos da Enfermagem, trata-se de um projeto que leva a educação e saúde através do lúdico, buscando levar a humanização através dessas atividades, tendo como missão a promoção do conforto e qualidade de vida das crianças vitimadas pelo Câncer assim como também cooperar para o progresso da Enfermagem brasileira. A ONG possui objetivos voltados para o aprimoramento de trabalhadores na saúde, mais humanizados e responsáveis socialmente, buscando formar uma enfermagem mais ética e solidária. Levando alivio e alegria aos pacientes com câncer. OBJETIVOS: apresentar as vivências, experiências e aprendizados de Enfermeiros, enquanto acadêmicos – voluntários da ONG Anjos da Enfermagem, visando demonstrar a importância no envolvimento com atividades lúdicas durante a vida acadêmica os benefícios para a jornada profissional. METODOLOGIA: trata-se de um estudo descritivo através do relato de experiência das ações realizadas por voluntários da ONG Anjos da Enfermagem junto às crianças acometidas pelo câncer, hospitalizados na Fundação Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHEMOAM) no ano de 2010. Um relato de experiência trata-se de uma exposição escrita de um trabalho, mostrando fatos mais relevantes de determinadas ações. Enumerando os episódios que podem servir de auxilio a novas pesquisas, contribuindo para a melhoria tanto da prática quanto da teoria.RESULTADOS: foi possível constatar o benefício para a vida profissional através da inserção dos estudantes de enfermagem no projeto Anjos da Enfermagem. As recreações desenvolvidas, os sorrisos ofertados e os abraços distribuídos trouxeram não somente aprendizados, vivências e sensações. Formaram novos modelos de profissionais conscientes do seu papel na equipe como também a respeito de questões sobre a humanização na área de saúde. A vivencia no projeto revelou que questões como o papel da enfermagem no cuidar do paciente, relacionamento entre os profissionais da saúde e a importância da enfermagem na saúde precisam ser mais difundidas e trabalhadas dentro dos hospitais e salas de aula haja visto a necessidade da formação de profissionais preocupados com estas temáticas. CONCLUSÃO: as diversas atividades recreativas desempenhadas durante a vida acadêmica proporcionaram um maior preparo na chegada ao mercado de trabalho. A experiência adquirida enquanto Anjo da Enfermagem foi única. O senso de responsabilidade a cada jornada, a emoção ao deparar-se com as diferentes realidades e a sensação de dever cumprido ao fim de cada dia formam um conjunto de conhecimentos que não podem ser adquiridos apenas na teoria e isso se torna extremamente necessário para a formação de Enfermeiros humanizados. Afinal de contas: “Uma vez Anjo da Enfermagem, sempre Anjo da Enfermagem”. Descritores: Ong Anjos da Enfermagem, Enfermagem, Câncer REFERÊNCIAS WONG, D. L. Enfermagem pediátrica – elementos essenciais à intervenção efetiva. 5˚ Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara koogan S.A.1997; http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-2952004_4331.html (acessado em 17/03/2013); http://www.anjosdaenfermagem.org.br/ (acessado em 17/03/2013)

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RESUMOS ORAIS OR 1 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

SOB A ÓTICA DO PACIENTE Ferreira, E. S.; Damascena, S. C. C.

INTRODUÇÃO: a enfermagem como uma profissão de saúde utiliza em seu plano de assistência, conhecimentos diversos não só de sua área específica, como também integra e aplica saberes de outras áreas como as ciências sociais, comportamentais e humanas. Assim, ao atuar no período perioperatório, momento em que o paciente é assistido desde a tomada da decisão para uma intervenção cirúrgica até a alta hospitalar, o enfermeiro necessita fundamentar sua prática na aplicação crítica desse conhecimento e ter competência e habilidade que visem o cuidado individualizado e humanizado. A Assistência de Enfermagem tem evoluído ao longo dos anos especialmente no ambiente cirúrgico, o que é de vital importância para a segurança do paciente que adentra esse setor, pois ele trás consigo emoções bastante individuais e complexas como o medo da cirurgia, da anestesia, das alterações da imagem corporal, do ambiente cirúrgico, do desconhecido, enfim, o medo da morte (CRUZ, 2004).Um dos instantes de maior vulnerabilidade do paciente cirúrgico se dá ao término da cirurgia quando este sai da sala de operação e adentra a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA). Nessa sala, receberá cuidados integrais devido ao elevado grau de dependência e a alta taxa de complicações anestésicas e cirúrgicas (LEUENROTH, 2003). A necessidade de receber informação, atenção, apoio e conforto em um processo de relacionamento terapêutico, como um cuidado especial é imprescindível e podem ser fundamentais para a redução da ansiedade e dos temores (CRUZ, 2004) . A Unidade de recuperação pós-anestésica (URPA) também chamada de sala de recuperação pós-anestésica (SRPA), fica localizada adjacente às salas cirúrgicas. Destina-se à permanência do paciente logo após o término do ato anestésico-cirúrgico e tem por objetivo oferecer suporte na fase de recuperação da anestesia, até que os reflexos protetores do doente estejam presentes, os sinais vitais voltem à normalidade e seja recuperada a consciência (POSSARI, 2003). Também visa prevenir ou tratar possíveis complicações, estabelecer medidas para o alivio da dor, proporcionando atendimento seguro nesse período considerado critico.São necessárias ações rápidas e efetivas da equipe de enfermagem a fim de evitar complicações, assim como correto registros destas ações em instrumento apropriado para garantir a continuidade do cuidado, pois a instabilidade e alta rotatividade são constantes na SRPA (POSSARI, 2003).A cirurgia em si é um fator de estresse, tanto para o doente como para a equipe cirúrgica, no entanto é de suma importância que o profissional tenha consciência que o objetivo de seu trabalho é a recuperação do paciente, preocupando-se em detectar sinais de ansiedade, estresse e/ou outros fatores que possam interferir em sua recuperação. Por isso a importância da qualidade da assistência de enfermagem é fundamental para proporcionar ao cliente informações e cuidados que lhe permitam enfrentar a situação em que se encontra com menos temor. A humanização transcende às praticas comuns adotadas durante o atendimento ao cliente. Jakobi (2006) cita quatro características essenciais presentes no profissional humanizado: resolutividade que é adquirida com competência profissional e conhecimento técnico em constante atualização; maturidade emocional e pessoal para

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lidar com serenidade e firmeza com um evento que apela para a vida e a morte, desencadeando fortes emoções; respeito ao paciente demonstrado através de um código ético pessoal que lhe dá uma linha diretiva em sua conduta; visão cultural holística do sentido do fenômeno da doença - fisiopatológica e de suas implicações sócio – econômicas – afetivas. Quando a equipe de enfermagem em sua totalidade, trabalhar com esses conceitos em mente, fazendo o que estiver ao seu alcance para prestar uma assistência humanizada, então poderemos dizer que atingimos a qualidade em nossos serviços. Este artigo tem como objetivos executar um levantamento de dados acerca da assistência de enfermagem ao paciente cirúrgico na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA), avaliar o grau de satisfação do cliente e a contribuição dessa assistência para sua recuperação. É realizado sob a ótica do indivíduo e espera-se que os resultados contribuam com o aprimoramento do conhecimento e que leve os profissionais a se dedicarem da melhor maneira possível aos pacientes na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) e assim reduzir os dias de internação hospitalar. METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa de campo, do tipo descritivo exploratório, com análise quantitativa e tem por objetivo analisar a assistência dispensada pela equipe de enfermagem ao paciente cirúrgico no pós-operatório imediato dentro da sala de recuperação pós-anestésica, bem como a resposta ao cuidado na recuperação do doente. O universo do estudo abrange 39 pacientes em pós-operatório, internados nas clínicas cirúrgica e ortopédica da Fundação Hospital Adriano Jorge na cidade de Manaus – AM, o que corresponde a 10% dos clientes internados nessa unidade. Considerando que a média mensal de cirurgias realizadas no referido hospital compreende cerca de 350 cirurgias ao mês, acreditamos que o percentual acima é bastante significativo para a realização da pesquisa. São critérios de inclusão: pacientes internados nas clínicas cirúrgica e ortopédica no referido hospital que passaram pela SRPA acordados, lúcidos e orientados em tempo e espaço, o que excluiu os que foram submetidos a anestesia geral. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário contendo perguntas fechadas, baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta,associado à verificação do prontuário. O instrumento foi aplicado no pós-operatório mediato, isto é, após as primeiras vinte e quatro horas da cirurgia quando o paciente já estava em condições de responder aos questionamentos. Os dados coletados foram armazenados na ferramenta Microsoft Office Excel e codificados em programa estatístico EPINFO (versão 6 ano 2004). Após foram elaborados tabelas e gráficos para facilitar a visualização e interpretação dos resultados.Essa pesquisa tem a aprovação do CEP da própria instituição onde foram coletados os dados e segue os aspectos éticos determinados pela Resolução N° 196/96 da Comissão Nacional de Ética, Brasil, 1996, sobre pesquisa com seres humanos, resguardando-se a privacidade dos sujeitos e o sigilo dos dados coletados. RESULTADOS: quando questionados se suas necessidades humanas básicas foram supridas 87,1% dos pacientes referiram que sim e apenas 12,8% disseram que não; 94,8% relataram se sentir seguros com a equipe e 5,1% não; 89,7% afirmaram que os profissionais da enfermagem encontravam-se sempre próximos e 10,3% disseram que não; 64,1% dos profissionais da enfermagem se identificavam antes de prestar os cuidados e 35,9% não se identificavam. Apenas 20,5% dos pacientes conheceram o enfermeiro da SRPA e 79,5% não identificaram esse profissional; 92,1% dos pacientes afirmaram que o cuidado dispensado pela equipe de enfermagem contribuiu para sua recuperação e 7,6% disseram que não. CONCLUSÃO:a literatura vigente ressalta que a enfermagem tem grande relevância na continuidade do tratamento na sala de recuperação pós-anestésica no pós-operatório imediato. Concluímos que a assistência de enfermagem foi positiva segundo a ótica dos clientes e contribuiu

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para sua recuperação, entretanto, apesar de o enfermeiro estar liderando a equipe em todos os momentos, ainda há uma necessidade de se fazer conhecer e assim adquirir maior visibilidade no seu campo de atuação. Descritores: Assistência de Enfermagem, Sala de Recuperação Pós-anestésica, Pós-operatório. REFERÊNCIAS

CRUZ, E. A. O centro cirúrgico como espaço do cuidado na relação enfermeira / paciente. Rev. SOBECC, São Paulo, v. 9, n° 2, p.6-11, Abr./Jun. 2004. CUNHA A. L. S. M; PENICHE A. C. G. Validação de um instrumento de registro para sala de ecuperação pós-anestésica. Vol.20, n. 2. Acta Paulista de Enfermagem; 2007. JAKOBI, H. R. A humanização no atendimento das unidades do SUS: evolução holística. Disponível em: URL:http:/www.jakobi.com.br. LEUENROTH, R. A. Rotina de assistência ao paciente na sala de recuperação pós-anestésica. Rev. SOBECC. São Paulo, 6° congresso Brasileiro de Enfermagem, p. 32-33, ago. 2003. POSSARI, João Francisco. Assistência de enfermagem na recuperação pós-anestésica (RPA). São Paulo:Iátria; 2003. OR 2

ANÁLISE DONURSINGACTIVITIES SCORE (NAS) E RECURSOS HUMANOS NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL DO AMAZONAS.

Oliveira, D. C.; Martins, A. B.; Osis, S. L. INTRODUÇÃO: o NursingActivies Score (NAS) surgiu a partir da necessidade de mensuração da carga de trabalho da Enfermagem através da análise dos registros de alterações clínicas, laboratoriais, tipo e número de procedimentos realizados. O instrumento é constituído por 23 itens, os quais pontuam as intervenções de Enfermagem (CONISHI; GAIDZINSKI, 2007). A mensuração é possível, pois cada ponto do NAS equivale a 14,4 minutos, valor este multiplicado pela média obtida gerando o total de horas de cuidado.Para que se possa oferecer boas condições de trabalhoe cuidados de qualidade torna-se necessário se ter um olhar não só para a qualificação dos profissionais, como também para a quantidade que atendem essa clientela, visando evitar a sobrecarga de trabalho (INOUE&MATSUDA, 2009). Segundo a legislação brasileira, a qual dispõe sobre as normas para funcionamentos de Unidade de Terapia Intensiva preconiza a relação de um enfermeiro para 10 pacientes e um técnico de enfermagem para cada dois pacientes (BRASIL, 2012). Ainda que o estudo nos mostre um número de profissionais condizente com os padrões exigidos, pacientes com média NAS elevado nos levam a pensar se seu estado crítico não necessitaria dos cuidados integrais de um profissional. O Estado do Amazonas dispõe de apenas um hospital público com serviço 24 horas na especialidade neurocirúrgica, fator este que o faz receber pacientes com variações de gravidade, tendo que se adaptar a demanda da clientela proveniente de

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todo o estado (SUSAM, 2012). Com isso,a identificação de horas de trabalho possibilita gerar subsídios para que gerentes de Enfermagem realizem um melhor dimensionamento de pessoal e alocação de recursos humanos de Enfermagem, visando oferecer melhorias no atendimento desta classe de pacientes que necessita de cuidados contínuos e especializados. OBJETIVO: avaliar a proporção entre a carga de trabalho da enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva I e II do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Pereira Machado e os recursos humanos de enfermagem disponíveis nas unidades. METODOLOGIA: pesquisa de campo prospectiva, quantitativa, descritiva-exploratória, com os dados colhidos diariamente nos prontuários. A amostra calculada foi de 122prontuários para 95% de índice de confiança.O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas protocolo n° 016/12.Foi utilizado o programa Epi-Info versão 7 para análise dos dados e o nível de significância fixado nos testes foi de 5%. RESULTADOS: foram avaliados 143 prontuários com 1351 medidas/paciente/dia do NAS. A média geral do NAS foi de 53,1(±8,79) pontos, sendo o menor NAS encontrado de 32,6 e o maior de 92,5.Foram internados por causa clínica 22(68,2%) pacientes com média NAS de 51,7(±13,5), causa cirúrgica 20(27,3%) pacientes com média NAS de 57,6(±7,6)e causa neurológica 101(77,2%) pacientes sendo identificado o valor médio do NAS 56(±7,3). Evoluíram para alta 73,4%(n=33) e a óbito 23,1%(n=105). A média NAS dos pacientes que foram de alta foi de 54,3 e dos pacientes que foram a óbito de 61,5, sendo identificado p<0,001 na correlação entre média do NAS e desfecho. As correlações entre a média do NAS por causa de internação e o desfecho do paciente identificou no grupo clínico que evoluiu para alta uma média NAS de 47,3(±9,9) e óbito 64,5(±14,5) comp=0,006;no grupo neurológico que evoluiu para alta foi identificada uma média NAS 55(±7) e óbito 60,4(±3,6) com p=0,001; e no grupo cirúrgico que evoluiu para alta foi identificada uma média NAS de 56,2(±6,6) e óbito 62,1(±8,3) com p=0,120. A proporçãoencontrada de profissionais (nível médio) e pacientes foi de 1 técnico enfermagem para 1,6 paciente por plantãona UTI I e 1 para 1,5 na UTI II. A proporção encontrada entre enfermeiro e pacientes foi de 1 para 5 nas duas unidades. O estudoapontou um mínimo de 12,4 a 14,2 horas de horas de cuidado de enfermagem diretos para cada paciente. CONCLUSÃO: foi identificado correlação entre média do NAS e desfecho (p<0,001) assim como entre a média do NAS por causa de internação e o desfecho do paciente, no grupo clínico (p=0,006) e neurológico (p=0,001).A proporção técnico enfermagem por paciente encontrada foi de 1 para 1,6 na UTI I e 1 para 1,5 na UTI II e de enfermeiro por paciente foi de 1 para 5, estando dentro do recomendado pela legislação brasileira. A média de horas mínimas para o cuidado dos pacientes foi entre 12,4 a 14,2 horas/dia, dentro das possibilidades de terapêutica e monitorização oferecida pela unidade. Os dados sugerem que um paciente com NAS elevado pode despender da equipe uma dedicação contínua e quase exclusiva. Pelo fato do hospital onde foi realizada a pesquisa ser referência na especialidade neurocirúrgica, recebe pacientes advindos da capital e do interior, gerando uma demanda aumentada constituída por pacientes com variações de gravidade. Ao observar a importância do hospital para a região sente-se a necessidade de melhor análise da adequação de número de profissionais pela gravidade do paciente, buscando melhorar atendimento e segurança na assistência de enfermagem oferecida a clientela. Descritores: Carga de Trabalho, Terapia Intensiva, Recursos Humanos

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REFERÊNCIAS: CONISHI, R. M. Y; GAIDZINSKI, R. R. Nursing Activities Score (NAS) como instrumento para medir carga de trabalho de enfermagem em UTI adulto. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v.41, n. 3, p. 346-54, 2007. INOUE, K. C.; MATSUDA , L. M. Dimensionamento da equipe de enfermagem da UTI-adulto de um hospital ensino. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.11, n.1, p.55-63, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução- RDC n°26 de 11 Maio de 2012. Dispõe sobre os requisitos mínimos de funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ anvisa/2012/rdc0026_11_05_2012.html>. Acesso em : 29 de Março de 2013. SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DO AMAZONAS (SUSAM). Relatório Anual de Gestão 2011, Manaus - Junho, 2012. OR 3

AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL EM IDOSOS DA FUNDAÇÃO SÃO VICENTE DE PAULO (MANAUS,AMAZONAS) REALIZADA ATRAVÉS DO MINI-EXAME DO

ESTADO MENTAL (MEEM) Nascimento, N. J.; Souza, M. A.; Souza, S. R. C.; Vilhena, B. J.; Oliveira, P. M.

INTRODUÇÃO: O fenômeno do envelhecimento da população mundial para Garrido e Menezes (2002), não é assunto novo, é algo sobre o qual se tem discutido bastante na última década. Países da América do Norte Europa já convivem há muito tempo com o grande número desse grupo populacional, bem como com todos os problemas oriundos desse processo de envelhecimento, tais como aposentadoria e doenças próprias da terceira idade. No Brasil, as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2004, segundo Benedetti et al (2008), indicavam que 8.9% da população já o Censo 2010 (IBGE 2010) aponta que a taxa de envelhecimento está acima de 12% e que o número era constituída por pessoas com 60 anos de idade ou mais. Para enfatizar essa idéia, Scazufca et al (2002) relatam que o envelhecimento populacional brasileiro está ocorrendo com maior velocidade, deixando o Brasil, em evidencia no cenário global, o que traz a necessidade, segundo Garrido e Menezes (2002), de um aperfeiçoamento de políticas que visem lidar com as consequências do estado senil da população de forma satisfatória. OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo analisar o estado mental em idosos da Fundação São Vicente de Paulo através do mini-exame do estado mental(MEEM) nos períodos de agosto de 2012 a janeiro de 2013 na cidade de Manaus, Amazonas. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de campo com abordagem do tipo quantitativo- qualitativa, descritiva, exploratório, e transversal, documental. A população da amostra foi constituída por 30 idosos que são assistidos na Fundação São Vicente de Paulo, os quais foram submetidos ao Mini-Exame (MEEM) do Estado Mental destes 13 idosos foram selecionados e que estavam em concordância com os objetivos propostos e com os critérios de inclusão. Os dados da

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pesquisa foram organizados a partir do material coletado nas entrevistas com formulários, buscando identificar o que os dados relevantes para a pesquisa, e analisados por meio da técnica de análise Bardin. A pesquisa foi desenvolvida com idosos de baixa e média dependência, através da aplicação do MEEM, na Fundação São Vicente de Paulo. Instrumento utilizado foi um formulário composto por questões de identificação do idoso dados sociodemográficos, como sexo, idade, escolaridade, foram obtidos durante análise (consulta) dos prontuários dos pacientes e junto á coordenação quando necessário O processo de análise dos dados realizado através da leitura dos arquivos com a aplicação do MEEM. Os dados coletados nos meses de julho\12 à janeiro\2013.O estudo aprovado pela Plataforma Brasil e pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade do Estado do Amazonas em 23/6/2012 sob o número do Parecer: 155.247 e autorizado pela direção da instituição. Por tratar-se de uma Pesquisa de levantamento de dados em prontuário, solicitado ao Comitê de Ética em Pesquisa a dispensa da apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).RESULTADOS: Dos 13 indivíduos analisados 46,5% eram mulheres e 53,5% homens a taxa de porcentagem para demência foi de 46.15% com idade compreendida entre 62 e 90 anos. A pesquisa identificou nos resultados através do MEEM que não há uma relação significativa quanto ao sexo. Assim, podemos dizer que o estado mental e funcional não é diferencia do entre homens e mulheres. Esses resultados são discordantes da maioria dos estudos, principalmente o de Melo (2012) que apontam como característica de seu estudo em uma Instituição de longa permanência população de mulheres idosa com maior prevalência de número nas pesquisas. Quanto a faixa etária de 70 a 79 anos a média de pontuação no MEEM com 23 pontos correspondendo a 37%, sem déficit cognitivo dos idosos pesquisados na Fundação São Vicente de Paulo .Avaliando-se assim, a influência da idade, vimos que existe uma relação significativa ou seja, a idade pode influenciar no estado mental e/ou funcional do indivíduo assim, como em seu desempenho cognitivo. Quanto a escolaridade dos idosos há predominância de alto índice de ensino fundamental com 38,6%, seguido de ensino médio 35,1%.Isto quer dizer que a influência da escolaridade apresentada na pesquisa demonstra que existe uma relação significativa quanto a escolaridade, há influencia no estado mental e/ou funcional do indivíduo. O número de anos de estudo tem sido considerado tanto como fator de proteção neuronal, quanto como elemento de confusão diagnóstica Tal afirmativa parte da constatação de que a escolaridade tem uma influência bem significativa no desempenho dos indivíduos testados com instrumentos de avaliação cognitiva. Quanto ao grau de dependência McGuire et al(2006) concluir que “o déficits cognitivos levam os idosos a maior probabilidade de morrer ou apresentar dependência”. Assim a independência é uma condição que pode ser alterada com ações de prevenção e reabilitação, que retardam as complicações que levam a demência ou a senilidade .O resultado encontrado quanto a avaliação do MEEM, indica que 46,1% dos idosos residentes na instituição analisada apresentaram pontuação abaixo de 20 pontos no Índice no MEEM, sendo considerados dependentes funcionalmente. CONCLUSÃO: Este estudo evidencia que o contexto asilar tem influência nos aspectos do desempenho ocupacional do idoso, principalmente no âmbito cognitivo. Os resultados no desempenho cognitivo, refletindo na capacidade funcional dos idosos institucionalizados de forma sutil. A melhora do desempenho dos participantes do estudo em relação à capacidade funcional, provavelmente, não foi tão significativa, por se tratar de idosos que, em sua maioria, apresentam limitação motora e dependência instalada. Portanto, os resultados obtidos comprovam as mudanças percebidas pelas pesquisadoras, que corroboram com uma série de estudos de autores renomados. Esta constatação fortalece a importância da intervenção de terapia

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ocupacional no campo da reabilitação cognitiva voltada à saúde do idoso, e a ampliação de horizontes para buscar compreender a relação entre o desempenho cognitivo e a capacidade funcional em idosos institucionalizados. Este estudo confirma a necessidade de haver no interior das instituições asilarem, o desenvolvimento de atividades intelectuais, físicas, religiosas, sociais que motivem o idoso asilado, diminuindo sua inatividade e estimulando-o ao convívio social e à busca de sentido para o seu dia-a-dia. Descritores: Idoso, Saúde, Estado Mental REFERÊNCIAS: BENEDETTI,T. E. T AL. Atividade física e estado mental de idosos. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.42, n.2, p.302-307,2008 BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão de Pesquisa e Ética em Saúde.Resolução 1/97. Dispõe sobre a utilização de dados de prontuários de pacientes e de bases de dados em projeto de pesquisaIn Manual Operacional para Comitês de Ética em Pesquisa. Brasília- DF,2002. GARRIDO, R.;MENEZES, P. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma perspectiva epidemiológica. Revista Brasileira de Psiquiatria, SãoPaulo, v.24,abr2002 SCAZUFCA, M. et al. Investigações epidemiológicas sobre demência nos países em desenvolvimento. Revista de saúde pública, SãoPaulo,v.36,n.6,dez2002..>Acesso em:12out2010 SILVA, L. Da velhice à terceira idade: o processo histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento. Histórias, Ciências, Saude –Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15,n.1,jan./marc. 2008. > Acesso em: 20 nov 2010. OR 4

CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS SEQUELADOS POR HANSENÍASE Cavalcanti, L.R.; Guerrero, J. C. H.

INTRODUÇÃO: A população idosa brasileira vem crescendo de maneira bem significativa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Brasil está na lista dos dez países com maior população de pessoas idosas em termos absolutos do mundo. No ano de 2004 havia para cada cem jovens vinte e cinco idosos no país. Já em 2050, o quadro muda e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos. (SPITZ, 2006). Com o avançar da idade o organismo sofre alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas tornando-se mais suscetível às agressões, com isso as perdas funcionais tornam-se evidentes e o idoso deixa de realizar atividades básicas da vida diária, diminuindo assim sua capacidade funcional. Essa perda leva à incapacidade de realizar muitas tarefas motoras destinadas a satisfazer as necessidades básicas dos idosos, como são as atividades básicas da vida diária (AVD´s) e as atividades instrumentais da vida diária (AIVD´s). O

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mal de Hansen, ou hanseníase, é uma doença infecciosa, degenerativa e altamente incapacitante no que diz respeito à capacidade física e psicológica devido ao fato do bacilo responsável, Mycobacterium leprae, acometer os nervos periféricos atingindo assim membros e face, prejudicando a capacidade funcional das pessoas que contraíram esse bacilo (SOUZA et al., 2005). A capacidade funcional, principalmente na dimensão motora, é um dos importantes marcadores de um envelhecimento bem sucedido e da qualidade de vida dos idosos. A perda dessa capacidade, está associada a predição de fragilidade, dependência, institucionalização, risco aumentado de quedas, morte e problemas de mobilidade, trazendo complicações ao longo do tempo, e gerando cuidados de longa permanência e alto custo (CORDEIRO et al., 2002). OBJETIVO: Avaliar a capacidade funcional de idosos sequelados pela hanseníase. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, descritivo com abordagem quali-quantitativa. A pesquisa foi desenvolvida no hospital Geral Dr. Geraldo da Rocha, localizado no Bairro Antônio Aleixo, Manaus, Amazonas. A pesquisa consistiu num recenseamento de todos os idosos residentes no hospital, os quais no momento representaram uma população de 34 pessoas. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um roteiro de entrevista estruturado (questionário) das atividades básicas da vida diária (AVD's) e das atividades instrumentais de vida diária (AIVD's) (FONSECA et al., 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados foram analisados utilizando-se o programa Minitab v14.2. Dos idosos sequelados, 13 (38,25%) eram homens e 21 (61,75%) mulheres. Dos idosos do sexo feminino, 33,33% eram analfabetas; já no sexo masculino esse índice foi de 61,54%. Questionados sobre o estado civil, 23,32% das idosas e 23,08% dos idosos afirmaram serem casados; 47,62% das idosas e 46,15% dos idosos eram viúvos; 35,29% participavam de atividades sociais, sendo que desses idosos, todos afirmaram participar apenas de grupos religiosos. Evidenciou-se quanto ao estado de saúde que 57,14% das idosas entrevistadas consideravam ter uma boa saúde, apesar das seqüelas deixadas pela hanseníase; já em contra partida, apenas 38,46% dos idosos relataram ter esse mesmo estado de saúde. Com relação à memória, 61,90% das idosas e 23,08% dos idosos afirmaram que possuíam uma boa memória. Quando indagados a respeito das dores, 89,29% relataram sentirem dores constantemente em pelo menos uma parte do corpo, sendo os segmentos mais citados: os olhos (17,24%), a coluna (17,24%), as pernas (13,79%) e as mãos (10,34%). Nesse grupo estudado havia uma particularidade no que se refere às dores nos olhos, uma vez que os idosos sequelados pela hanseníase têm a perda da capacidade visual mais acentuada do que nos demais idosos, pelo fato do bacilo causador da hanseníase atingir o segmento anterior do olho, sendo a íris a mais atingida. Dores nos membros e articulações também eram comuns nesses idosos, porque o Mycobacterium leprae atinge também os nervos periféricos causando dores e mutilações. Foi constatado que a automedicação é praticada por 38,10% das idosas entrevistadas e esse índice aumentou para 46,15% quando se era levado em consideração os idosos, tendo uma porcentagem de 41,18% dos idosos fazendo o uso da automedicação. As atividades básicas e instrumentais da vida diária mostraram-se mais complexas para os idosos com seqüelas de hanseníase que para as idosas nas mesmas condições. Questionados sobre o nível de autonomia para realização das atividades da vida diária (AVD`s) associadas ao auto-cuidado, verificou-se que 91,18% dos idosos não referiram nenhuma dificuldade para alimentar-se, porém 8,82% o faziam com o auxílio de outra pessoa em algum momento, como por exemplo, na hora de cortar os alimentos. No que diz respeito ao preparo dos alimentos, observou-se que 17,65% dos idosos realizavam essa atividade com um pequeno grau de dificuldade devido a problemas em manusear os utensílios. O estudo constatou que 100% dos

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idosos são totalmente independentes para tomar banho, não sendo relatada nenhuma dificuldade para realizar essa atividade. Quanto ao vestir-se, uma leve dificuldade foi relatada por apenas 8,82% dos idosos. Outra atividade analisada foi á capacidade dos idosos em cortar as suas próprias unhas. Comprovou-se que 55,88% dos idosos referiram algum grau de dificuldade para realizar essa atividade sem ajuda. Essa dificuldade para cortar as unhas se deve ao fato dessas pessoas terem o comprometimento dos nervos periféricos ficando assim sem força e/ou destreza para realiza - lá. Outro fato citado para esse nível de dificuldade foi á ausência de alguns dedos essências para o exercício da atividade. Em quanto à capacidade dos idosos se locomoverem, foi constatado que apenas 29,41% conseguem caminhar dentro de casa sem ajuda. O percentual de idosos que se considerava independente para subir escada foi de 32,35%, não havendo diferença entre os sexos. Foi diagnosticada uma grande dificuldade entre os idosos sequelados pela hanseníase em utilizar o transporte coletivo. Houve uma prevalência de dependência quase total para essa atividade entre os idosos homens, chegando ao índice de 76,92%, enquanto que apenas 4,76% referiram ter independência total para a sua realização. Verificou-se que o percentual de idosos que apresentaram algum grau de dependência para realizar a limpeza doméstica leve, como por exemplo, lavar louça e arrumar a cama, foi de 55,8%. Ocorreu um aumento nesse percentual para 76,47%, quando se levou em consideração a limpeza doméstica pesada, que seria varrer a casa e lavar roupa. Conforme os dados expostos acima, constatou-se que os idosos apresentaram um grande índice de dependência e necessidade de ajuda nas AVD´s e AIVD’s, como por exemplo, cortar as unhas, usar o transporte coletivo, limpar a casa e fazer compras. CONCLUSÃO: Por meio desses índices, pode ser comprovada a existência da perda gradual das funções, indo daquelas mais minuciosas e que envolvem coordenação e raciocínio, para as de ações mais gerais, como tomar banho e alimentar-se. Descritores: Saúde do Idoso, Hanseníase, Funcionalidade. REFERÊNCIAS CORDEIRO R. C, et al. Concordância entre observadores de um protocolo de avaliação fisioterapêutica em idosas institucionalizadas. Rev de Fisioter n 9: 69-77, 2002. FONSECA, F., et al. Construção de instrumento para avaliação sócio-funcional em idosos. Paraná, 2008. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n2/20.pdf>. Acesso em 14 de abr. 2009. SOUZA, M., et al. Significado de ser idoso / Doente de Hanseníase. Rev. Eletrônica de Enfermagem, v. 07 n. 03, p 327-332, 2005. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista/revista7_3/original_10.htm>. Acesso em: 17 de abr. 2009. SPITZ, C. Brasil é o oitavo país com mais idosos, diz IBGE, 2006. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u120327>. Acesso em 25 de abr. 2009

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OR 5 CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS DO NORTE DO BRASIL

Diniz, C. X.; Gigante, L. P.; Hilgert, J. B.; Ribeiro, M. N. S. INTRODUÇÃO: a esperança de vida dos brasileiros, em 2009, foi de 73,1 anos em média, porém com grandes variações regionais e entre os sexos. O Amazonas ficou na 15ª colocação com 72,2 anos (IBGE, 2010; OMS, 2000). Em Manaus, a população idosa em 2007 estava em 85.153. Neste século, o desafio será cuidar de uma população de idosos onde a maioria possui nível socioeconômico e educacional baixos e uma alta prevalência de morbidades crônico-degenerativas e incapacitantes (RAMOS, 2003; VERAS, 2003),. Numa velhice saudável, o essencial é a manutenção da autonomia e da independência. Portanto, quantificar o grau de autonomia e de independência do idoso em desempenhar as atividades do dia-a-dia, é uma forma de avaliar sua saúde e qualidade de vida (VERAS, 2003) A saúde passa então a ser resultante da interação entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. Sendo que qualquer uma dessas dimensões, se comprometida, pode afetar a capacidade funcional global do idoso (RAMOS, 2003). Para mensurar a capacidade do idoso em executar atividades que o permitam cuidar de si e viver independentemente, pode ser utilizado a Avaliação Funcional que é um conjunto de dados clínicos, testes e escalas. Estudos mostram que a diminuição da capacidade funcional limita a independência do idoso na execução das atividades de vida diária, reduz a qualidade de vida e confere altos riscos para mortalidade, dependência, institucionalização, hospitalização e cuidados (VERAS, 2003) .MÉTODO:estudo transversal com população composta 399 indivíduos idosos >60 anos. Inclusão: ambos os sexos, com idade ≥ 60 anos ,cadastrados no CAIMI Ada Rodrigues Viana. Excluídos: impossibilidade de responder às questões, os cadeirantes, os que usavam prótese de membro inferior. O instrumento incluiu 32 variáveis socioeconômicas, demográficas, hábitos de vida e morbidades.Para a capacidade funcional, utilizou-se a Escala de AVD de Katz e a Escala de AIVD de Lawton, com seus respectivos índices.RESULTADOS -Características Socioeconômicas e Demográficas: observa-se na Tabela 1 que, 54,6% eram do sexo feminino,a idade variou de 60 a 97 anos, predominando a cor parda da pele (46,7%), 66,9% dos idosos disseram estar casados. 13% não eram alfabetizados, 18% trabalham como autônomos. Na análise da renda mensal individual, a mediana ficou em R$ 530,00 reais . Na Tabela 2, (97%) reside em casas, sendo eles mesmos o proprietário (93%). A maioria das casas é de alvenaria (88,2%), com piso de cerâmica (88%), com banheiro interno (99%). As residências têm em média 5,5 cômodos, para 3,7 moradores. Os idosos referiram uma média de 4,9filhos. Hábitos de vida e Morbidades: Na Tabela 3, 44,4% que responderam realizar atividade física regular, 65% faziam somente caminhadas, 11,8% responderam que realizavam atividades diárias que exigia esforços. 61,2% usam remédios com freqüência. A auto-medicação apareceu com freqüência baixa (3,3%), com relação à ocorrência de quedas, mostra que somente 14% dos entrevistados referiram ter sofrido queda nos últimos seis meses e 6,5% sofreram fratura nos últimos cinco anos decorrente de queda. As morbidades mais referidas pelos idosos nos últimos três meses foram: hipertensão (49,3%), diabetes tipo II (16,2%) e reumatismo (12,5%) Avaliação da Capacidade Funcional:Nas AVD não foram encontrados indivíduos com dependência parcial, somente com dependência importante (0,8%) e independência (99,2%). Nas AIVD encontramos 5% de indivíduos totalmente dependentes, 0,8% com dependência grave, 4% com dependência moderada, 11,7% com dependência leve e 83%

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independentes. O total de indivíduos com algum tipo de dependência na AIVD foi de 17%. Já os indivíduos que realizavam atividade física tiveram maior prevalência de independência. CONCLUSÃO: a pesquisa traz indicativos de que a grande parte dos idosos entrevistados se mostrou independente na maioria das atividades analisadas. No entanto, não se pretende generalizar os achados a toda uma população de idosos, haja vista que a investigação foi realizada com pessoas idosas ambulantes. Portanto, esta pesquisa poderá servir de subsídio para a implementaçao e/ou implantação de novos programas e estratégias de atendimento e intervenção adequados à realidade local, que visem contribuir para um processo de envelhecimento saudável e melhor qualidade de vida aos idosos residentes em Manaus.

Descritores: Capacidade Funcional, Idosos, autonomia, independência REFERÊNCIAS INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese dos Indicadores Sociais, 2010. OMS. Organização Mundial da Saúde. Projeções Mundiais, 2000. RAMOS, L. R. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cadernos de SaúdePública 2003; 19(3):793-98. VERAS, R. Saúde pública e envelhecimento. Revista Saúde Pública 2003; 19(3):700-701. OR 6 CARACTERÍSTICAS DE PACIENTES SEGUNDO PROCEDÊNCIA EM UMA UNIDADE

DE TERAPIA INTENSIVA EM MANAUS. Martins, A. B.; Oliveira, D. C.; Osis, S. L.

INTRODUÇÃO: a Unidade de Terapia Intensiva foi projetada para propiciar um tratamento especializado de forma contínua, com materiais e tecnologias específicas para diagnóstico, monitorização e terapia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). O crescimento populacional concomitante ao aumento da violência ocasionou demandas crescentes pela assistência mais complexa. O estado do Amazonas possui uma população de 3.483.985 habitantes (IBGE, 2013) e possui 03 hospitais pronto socorro da rede pública (SUSAM, 2011). Segundo dados, o Amazonas possui a proporção de 1,1 leitos UTI/10.000hab. Um levantamento sobre ventilação mecânica em UTI no interior dos Estados Unidos, revelou que a mortalidade de pacientes do interior era semelhante a de grandes centros de referência do país (36%), já a sobrevida dos pacientes que necessitaram de transferência para hospitais de maior porte chegou a ser de 60% (FIESELMANN; BOCK; HENDRYX, 1999). Pacientes graves necessitam de melhores suportes para assistência, principalmente aqueles que vêm de municípios longínquos e com demora em atendimento intensivo,

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aumentando as chances de sobrevida. São raros os estudos que abordam a questão clínico-demográfica de pacientes em terapia intensiva, sendo importante conhecer a realidade desta população e tornar explícitas as carências sociais e dos serviços de saúde, gerando subsídios para programas de desenvolvimento e melhorias no atendimento do paciente. OBJETIVO: analisar a correlação de variáveis entre pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva na cidade de Manaus, segundo a procedência. METODOLOGIA: o estudo é do tipo transversal, descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa. A amostra calculada foi de 122 prontuários. Para análise foi utilizado o programa Epi-Info versão 7 e o nível de significância fixado nos testes foi de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do estado do Amazonas protocolo n. 017/12.RESULTADOS: Foram avaliados 157 prontuários, 78% (n=113) correspondiam a pacientes da capital e 28% (n=44) dos interiores do estado do Amazonas. Na capital, 33,63% (n=38) de pacientes correspondiam ao sexo feminino e, 66,37% (n=75) ao sexo masculino. Dos pacientes procedentes dos interiores, 31,82% (n=14) eram do sexo feminino e, 68,18% (n=30) masculino. A idade variou entre 14 a 95 anos, para pacientes com origem da capital a média foi de 41 (±19,21) anos, sendo a média de 43 (±17,06) anos para pacientes do sexo feminino e, de 39 (±20,17) anos para o masculino. Para os pacientes advindos do interior foi identificada média de idade de 44 (±21,17) anos, sendo 50,43 (±24,37) anos para o feminino, e 42 (±19,3) anos para sexo masculino. A média geral de tempo de internação foi de 11,61(±8,98) dias com variação de 2 a 47 dias, sendo para pacientes com origem da capital a média de 12,27 (±9,62) dias, e para o interior, 9,93 (±6,87) dias. O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) foi a principal causa de internação em 36,31% (n=57) pacientes, seguido por Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVCH) com 19,75% (n=31). Na capital, essa estatística correspondeu a 22,93% (n=36) pacientes de TCE e 14,65% (n=23) pacientes de AVCH. No interior foi de 13,38% (n= 21) pacientes para TCE e 5,10% (n=8) pacientes para AVCH. O nível de consciência na alta, segundo a Escala de Coma de Glasgow, apresentou correlação entre causa de internação Clínica (p=0,019), Cirúrgica (p=0,440) e Neurológica (p=0,001), com mediana de 15, 14 e 12 pontos, respectivamente. Para pacientes da capital a média geral de nível de consciência na alta foi de 12,57 (±3,05), do interior a média geral foi de 12 (±2,83). Foi identificada uma taxa de mortalidade geral de 28,7% (n=45), onde foi encontrada uma correlação entre dias para entrada na UTI e óbito com p=0,007. A taxa de óbito na capital foi de 26,55% (n=30) quando analisado a pacientes procedentes da capital (n=113) e de 19,30% equivalente a taxa de óbito geral (28,7%), e no interior o óbito foi de 34,09% (n=15) analisando pacientes advindos do interior (n=44) e de 9,57% equivalendo a taxa de óbito geral. A correlação encontrada entre procedência e óbito foi p=0,556. CONCLUSÃO: em ambas as procedências houve predominância do sexo masculino e as maiores causas de internação foram as doenças neurológicas. Não houve correlação entre procedência e óbito (p= 0,556), porém, foi observada relevância estatística na relação entre óbitos e dias para entrada na UTI (p= 0,007). Houve correlação entre nível de consciência da alta da UTI e causa de internação, onde pacientes internados por causa neurológica apresentaram menor pontuação em nível de consciência, sugerindo que a instituição precisa estar preparada para atender a demanda de pacientes críticos, em especial aos neurocríticos. Agradecimentos: Ao Governo do Estado do Amazonas e Direção do Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, pela permissão da realização desta pesquisa na Unidade de Terapia Intensiva do referido hospital.

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Descritores: Unidade de Terapia Intensiva; Mortalidade; Epidemiologia. REFERÊNCIAS: Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Vigilancia Sanitária. Requisitos mínimos de funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva. Resolução n˚ 07, de 24 de fevereiro de 2010. Brasília, DF; 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese do estado do Amazonas. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=am>. Acesso em: 03/04/2013. SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DO AMAZONAS (SUSAM). Relatório Anual de Gestão 2011. Manaus - Junho, 2012. FIESELMANN JF; BOCK MJ; HENDRYX MS et al. - Mechanical ventilation in rural ICUs.Crit Care, vol. 3, p. 23-31,1999. OR 7

COMPORTAMENTO DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES E OBESIDADE EM ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO

DO AMAZONAS Monteiro, R. C. A.; Freitas, E. A.; Clebis, R. A.

INTRODUÇÃO: os transtornos alimentares são enfermidades graves de etiologia multifatorial caracterizados por distúrbios do consumo alimentar, excessiva preocupação com o peso e a forma corporal, medo mórbido de engordar, redução voluntária do consumo alimentar com emagrecimento extremo, ingestão maciça de alimentos seguida de purgação, percepção distorcida da forma corporal e auto-avaliação baseada no peso e na forma física. Os transtornos alimentares podem levar a limitações físicas, emocionais e sociais, apresentando alto grau de morbimortalidade, estando, cada vez mais, no foco da atenção dos profissionais da área da saúde. A obesidade é uma doença metabólica e neuroendócrina caracterizada por um quadro de inflamação crônica de baixo grau, com acúmulo excessivo de gordura em tecido subcutâneo e outros tecidos, elevando a morbimortalidade dos indivíduos. OBJETIVOS: analisar comportamentos de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares e obesidade em acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em Manaus (AM); avaliar o comportamento alimentar dos acadêmicos de Enfermagem; analisar a incidência de distúrbios do peso; verificar a presença de fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares e obesidade; discutir o papel do enfermeiro no acompanhamento dos transtornos alimentares e da obesidade. METODOLOGIA: pesquisa descritiva, com análise quantitativa, realizada com acadêmicos de enfermagem da UEA, no período de abril de 2011 a junho de 2012, consistindo na aplicação dos questionários autopreenchíveis EAT-26 (Eating Atitudes Test) e BITE (Teste de Investigação Bulímica de Edimburgo) modificado. Os dados foram tabulados e analisados no programa Microsoft Excel. O presente estudo foi submetido à

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aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado sob o protocolo057/11. RESULTADOS: a amostra foi constituída de 177 acadêmicos de enfermagem matriculados entre o 1º e 8º períodos, em sua maioria mulheres (70,4%) com faixa etária prevalente entre 20 e 29 anos (63,3%). No que concerne ao comportamento alimentar, 15,2% dos homens e 19,1% das mulheres referiram realizar diariamente quatro refeições (desjejum, almoço, lanche e jantar) e 50% dos homens e 40,4% das mulheres realizavam somente as três principais refeições (desjejum, almoço e jantar). De acordo com a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), encontrou-se entre o sexo masculino: 4,4% de baixo peso, 32,6% de sobrepeso e 10,9% de obesidade e, entre o sexo feminino: 6,1% de baixo peso, 20,6% de sobrepeso e 5,3% de obesidade. Em relação aos sintomas de risco para transtornos alimentares constatou-se que 2,2% dos homens e 10,7% das mulheres apresentaram EAT-26 positivo (pontuação ≥ 21). Na escala de sintomas do BITE, 3,0% nas mulheres tiveram BITE positivo (pontuação ≥ 20) e 26,1% dos homens e 26,7% das mulheres tiveram BITE médio (pontuação entre 10 e 19). A escala de gravidade do BITE apontou gravidade alta (pontuação ≥ 10) em 7,7% dos indivíduos de ambos os sexos, gravidade média (pontuação de 5 a 9) em 25,6% das mulheres e 7,7% dos homens, e gravidade baixa (pontuação < 5) em 84,6% dos homens e 64,1% das mulheres. CONCLUSÕES: na avaliação do comportamento alimentar dos acadêmicos verificou-se inadequação em relação ao número de refeições diárias realizadas, havendo a omissão dos lanches e maior velocidade na realização do desjejum. A prevalência de sobrepeso e obesidade encontrada foi preocupante, apontando para a necessidade de incorporação de hábitos alimentares e de vida mais saudáveis.Os resultados obtidos no presente estudo revelaram que os acadêmicos apresentaram fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, apesar dos números encontrados terem sido menores que os observados em outros estudos.Considerando que neste cenário não é realizado o diagnóstico de transtornos alimentares, apenas a identificação de comportamentos de risco para o desenvolvimento dos mesmos, o principal papel do enfermeiro é o educativo. Detectar os primeiros sinais e sintomas dos transtornos alimentares pode ser difícil, levando em consideração que muitas vezes os mesmos só são perceptíveis após anos da instalação. No que concerne à obesidade, cabe também ao enfermeiro o papel de educador. Desta forma, é de suma importância, que o profissional de enfermagem amplie sua compreensão sobre os transtornos alimentares e a obesidade, buscando uma abordagem educativa que privilegie a interação com o indivíduo, e até mesmo com sua família, ultrapassando o papel de mero transmissor do conhecimento científico, de modo a contribuir efetivamente para a prevenção de comportamentos de risco e para o desenvolvimento de um estilo de vida saudável. Descritores: Transtornos alimentares, obesidade, enfermagem. REFERÊNCIAS ALVARENGA, M. S.; SCAGLIUSI, F. B.; PHILLIPI, S. T. Comportamento de risco para transtorno alimentar em universitárias brasileiras. Rev. psiquiatr. clín. vol.38, no.1, São Paulo, 2011.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA – ABESO. Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2009/2010. 3. ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 85 p., 2009. GRANDO, L. H.; ROLIM, M. A. Os transtornos da alimentação sob a ótica dos profissionais de enfermagem. Acta Paul. Enferm., 2006. OLIVEIRA, L. L.; HUTZ, C. S. Transtornos alimentares: O papel dos aspectos culturais no mundo contemporâneo. Psicol. estud. vol. 15, no.3, Maringá. Set, 2010. OR 8

COMPROMETIMENTO FUNCIONAL DOS IDOSOS DEPENDENTES E SUAS INTERFERÊNCIAS NO CUIDADO

Reis, D. A.; Oliveira, A. P. P.; Arruda, Y. M. B. C. INTRODUÇÃO: o envelhecimento populacional associado às doenças crônico-degenerativas que acometem os idosos tem contribuído para uma parcela significativa de idosos apresentarem alterações na capacidade funcional. A perda dessa capacidade esta associada à predisposição a dependência. E nesse contexto, surge a necessidade de cuidados prestados pela família, como no caso do cuidador familiar, que é uma pessoa que se envolve num processo do cuidar do outro, no qual ele vive uma experiência contínua nesse cuidado ao seu familiar dependente. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi investigar o comprometimento funcional dos idosos dependentes que interferem no cuidado relacionado à execução das atividades da vida diária. METODOLOGIA: Trata-se de uma parte da pesquisa de dissertação intitulada Rede de Apoio e Necessidades Educacionais frente ao Cuidado Familiar de idosos dependentes: Uma contribuição para a Enfermagem, do Programa de Mestrado em Enfermagem Associado da Universidade Estadual do Pará-UEPA e Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Trata-se de um estudo transversal e descritivo com abordagem quantitativa, em que foi aplicado o índice de Katz, que é uma escala de avaliação funcional, a 76 idosos dependentes que estão sob os cuidados dos seus familiares, no período de setembro/2012 a novembro/2012 no município de Coari. Os dados foram compilados e analisados com auxílio do programa Microsoft Excel 2007. Dos idosos dependentes do estudo; 65% são mulheres, com idade acima de 80 anos. Dessas idosas a maioria é viúva, totalizando 53% e % dos homens são casados. A escolaridade dos idosos mostra ser baixa com 83% entre analfabetos e semi-analfabetos. O comprometimento funcional dos idosos que apresentaram maior representatividade que requer ajuda completa no cotidiano do cuidado estão relacionados aos atos de vestir com 92%, ir ao banheiro com 80%, ato de transferir com 77%, tomar banho com 71% e alimentação com 63%. CONCLUSÃO: Diante do exposto, conclui-se que a maioria dos idosos dependentes não consegue viver sem ajuda ou auxílio do cuidador familiar frente às Atividades da Vida Diária (AVDs), necessitando de uma dedicação exclusiva ao cuidado, o que faz que o cuidador passa abdicar de sua vida pessoal e profissional em função do idoso dependente. Destaca-se a importância da equipe da Estratégia Saúde da Família planejar intervenções para minimizar a condição de dependência, bem como prevenir maiores complicações dos idosos.

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Descritores: Idoso; Atividades cotidianas; Saúde da família. REFERÊNCIAS: FIEDLER, M. M; PERES, K. G. Capacidade funcional e fatores associados em idosos do Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.2, Fev, p. 409-415, 2008. FIGUEREDO, N. M. A,TONINI T. Gerontologia: Atuação da Enfermagem no Processo de Envelhecimento. 1º ed. Yedis: São Paulo, 2008. FILHO W. J.; KIKUCHI, E. L. Geriatria e Gerontologia Básicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. REID, R. C. et al. The Impact of Work Interferences on Family Caregiver Outcomes. Journal of Applied Gerontology. v. 29, n.3, June, p.267-289, 2010. SEQUEIRA, C.. Cuidar de Idosos com Dependência Física e Mental. Lisboa: LIDEL, 2010. OR 9 ESTRESSE ENTRE ENFERMEIROS QUE EXERCEM ATIVIDADES NAS DIFERENTES

CLÍNICAS DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR ADRIANO JORGE NA CIDADE DE MANAUS/AM

Lima, F. C. S.; Almeida, A. B. INTRODUÇÃO: o mercado cada vez mais competitivo leva ao aumento das exigências ao ser humano, este panorama de conduta estabelecido pelo mercado proporciona o desgaste do corpo humano de maneira fisiológica e cognitiva. O estresse é um dos fatores responsáveis por alterações do estado de saúde e de bem estar do indivíduo, podendo levar à doença (GENUÍNO, 2009). Nesse contexto, o profissional de Enfermagem entra no grupo das profissões desgastantes, devido ao constante contato com doenças, expondo a equipe do ponto de vista etiológico a fatores de risco de natureza física, química, biológico e psíquico (CORONETTI et al, 2006). A esse conjunto de respostas não específicas denominou-se Síndrome de Adaptação Geral(SAG). Verificou, após um tempo, que este conjunto evoluía de acordo com três fases,que seriam a reação de Alarme (RA), a fase de Resistência (FR) e a fase de Exaustão (FE), (PAFARO e MARTINO, 2004). Portanto o processo de trabalho, incluindo a estrutura e a organização funcional, sugere que o trabalho do enfermeiro é complexo. Há um clima de grande tensão emocional, desgaste físico e psíquico que pode contribuir como fator desencadeante do estresse. OBJETIVO: o estudo que teve como objetivo geral; Identificar a presença ou ocorrência de estresse entre Enfermeiros que exercem atividades nas diferentes clínicas da Fundação Hospitalar Adriano Jorge da cidade de Manaus/Amazonas e Objetivos específicos; Identificar a presença ou ocorrência de sintomas de estresse, Detectar qual o perfil da população alvo do estudo, quantos as variáveis; sexo, tempo de formado, faixa etária,

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tempo de serviço, tempo de trabalho e vínculos empregatícios, Apontar tipos os sintomas existentes (somáticos ou psicológicos) e Identificar a fase de estresse em que o profissional se encontra.A população estudada foi constituída por enfermeiros que realizam atividades nas diferentes clinicas da Fundação Hospital Adriano Jorge, aos quais totalizam 62 enfermeiros, Participou do estudo 46 (80%) Enfermeiros, pois 09 (15%) estavam de licença, 03 (5%) se recusaram a participar e 04 possuíam 2 contratos, tornando inviável que o mesmo participasse em duplicidade do questionário.METODOLOGIA: quanto à metodologia a referida pesquisa é do tipo exploratório, descritivo, transversal e prospectivo apresentando abordagem qualiquantitativa, realizada no período de Dezembro de 2011, após aprovação do protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Luterano de Manaus – ULBRA.Foi utilizada como instrumento de coleta de dados o Inventario de Sintomas de estresse para adultos de LIPP, o mesmo possui validação e, é de autoria da Psicóloga e Enfermeira Marilda Emmanuel Novaes Lipp. O questionário permite um diagnóstico que avalia se a pessoa tem estresse, em qual fase se encontra baseado no modelo trifásico de Selye, este modelo pode identificar três fases, (alerta, resistência e exaustão) e se o estresse manifesta-se por meio de sintomatologia na área física ou psicológica. Segundo o manual, o instrumento pode ser executado por pessoas que não tenham treinamento em psicologia, porém sua correção e interpretação deverão ser realizadas por um psicólogo, de acordo com as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia quanto ao uso de testes (CAMELO e ANGERAMI, 2004). RESULTADO: o resultado demonstra uma população jovem-adulta, que seria um perfil esperado para uma unidade de atendimento hospitalar. Quanto ao gênero dos profissionais entrevistados, evidenciou-se que a maioria (87%) está representada por trabalhadoras do sexo feminino. verificou-se que em sua maioria o tempo de formação dos Enfermeiros é superior a 06 anos, compondo um grupo de profissionais mais experientes. No que se refere a tempo de serviço, há uma equivalência ao tempo de formação, levando a crer que os mesmos ingressaram no mercado de trabalho logo após concluida a gradução, Quanto ao número de horas trabalhadas destaca-se a jornada de 12 horas de trabalho com 82,6 % entre os profissionais atuantes, quando perguntado se os entrevistados possuiam outros vínculos empregatícios 71,7 % disseram que sim, No que se refere às relações interpessoais 48,9% relatam que suas expectativas são totalmente atendidas, 40,0% percebem que suas expectativas não são totalmente atendidas e 11,1% relatam não terem suas expectativas atendidas. Os resultados indicam que 51,1% dos profissionais não estão satisfeitos no que diz respeito às suas relações interpessoais No que diz respeito à incidência de estresse, constatou-se que somando as fases de alerta, resistência e exaustão que configuram estresse, 28 (60,9%) dos profissionais participantes encontravam-se estressados, restando apenas 18 (39,1%) profissionais que não se apresentavam em nenhuma fase de estresse. O estudo mostrou ainda que, de acordo com a mostra, 3 (50%) dos Enfermeiros do sexo masculino encontram- se estressados, contra 25 (62,5%) do sexo feminino, no que diz respeito a faixa étaria de profissionais estressados o resultado foi que os Enfermeiros de 20 a 30 anos (77,8%) apresentaram maior grau de estresse ou seja uma população jovem, seguidos por profissionais de 41 a 50 anos (66,7%) e em menor numero de 31 a 40 anos (50%). Verificou se ainda que profissionais com menor tempo de formação e menor tempo de serviço como Enfermeiro (1 a 5 anos) encontravam-se estressados, com uma porcentagem de 88,9% (1 á 5 anos) e 80,0% (1 á 5 anos) respectivamente. Além disso destaca-se a porcentagem de 66,7% de profissionais que apresentam estresse, e que possuem carga horária menor que 12 horas de trabalho e 60,0% de estresse entre os que trabalhão um tempo igual ou superior a 12 horas, o que

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não demonstra uma diferença significativa. Já entre os que possuem outros vinculos empregáticios 57,6%, o estresse se mostrou presente. Quanto a classificação das fases, cerca de23 (50%) de enfermeiros estavam na fase de resistência, sendo o nível médio de estresse prevalente. Na fase de resistência os sintomas físicos mais frequentes encontrados foram; problemas com a memória 71,4%, cansaço constante com 64,3%, sensação de desgaste físico constante 42,9%, Tontura / sensação de estar flutuando 35,7%, hipertensão arterial 17,9%, mudança de apetite 17,9%, formigamento nas extremidades 14,3% e mal-estar generalizado, sem causa específica 10,7% e os sintomas psicológicos percebidos nas últimas semanas estão presentes; a irritabilidade excessiva (42,9%), diminuição da libido (35,7%), sensibilidade emotiva excessiva ( 25,0%), dúvida quanto a si própria (14,3%). De acordo com o estudo dos 28 (60,9%) Enfermeiros que encontravam-se estressados, 27 (96,4%), apresentavam sintomas fisicos e psicológicos com variação de 20% a 81% de sintomas, contra 20% a 58% de fisicos, prevalecendo assim os sintomas psicológicos. CONCLUSÃO: a atividade do profissional de saúde por si só, lhe impõe situações de tensão, apreensão, e até medo, levando a uma sobrecarga física e mental, tendo como consequência, prejuízo da qualidade de vida dos profissionais que ali atuam, estressando-os e provocando danos a curto, médio e longo prazo.No estudo observou-se que os mais jovens com menor tempo de serviço e que possui apenas um vinculo empregatício, estão entre os que apresentam um percentual maior de estresse, despertando indagações a respeito de quais fatores possam estar contribuindo na geração de estresse e traz preocupação a respeito quanto à qualidade do atendimento prestado e quanto à sua própria qualidade de vida. Descritores:Estresse, Enfermeiros, Clinicas. REFERÊNCIAS:

CAMELO, S. H. H.; ANGERAMI, E. L. S.; Sintomas de estresse nos trabalhadores atuantes em cinco núcleos em saúde família. Revista latino-americana de enfermagem, Ribeirão preto,v.12,n.1,jan/2004. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo. php?>, Acesso em; 28/11/2010.

CORONETTI, A. et al; O estresse da equipe de enfermagem na unidade de terapia intensiva: O enfermeiro como mediador. Arquivos Catarinenses de Medicina vol.35, n. 4, 2006. Disponível em; http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/394.pdf, Acesso em; 28. 08. 2011.

GENUÍNO, S. L. V. P. et al.; O Estresse Ocupacional e a Síndrome de Burnout no Ambiente de Trabalho: Suas Influências no Comportamento dos Professores da Rede Privada do Ensino Médio de João Pessoa, Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação Ano 3 - Edição 2 – Dezembro de 2009 - Fevereiro de 2010, Disponível em;http://www.usp.br/anagrama/Genuino_Estresse.pdf, Acesso em; 28. 08. 2011.

PAFARO. R, C.; MARTINO. M, M, F.; Estudo do estresse do enfermeiro com dupla jornada de trabalho em um hospital de oncologia pediátrica de Campinas; Rev. esc. enferm. USP vol.38 no.2 São Paulo June 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>. Acesso em: 18.08.2011.

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OR 10 EVASÃO NA ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO

ESTADO DO AMAZONAS Labra, G. A. F.; Nogueira, I. S.; Perdomo, S. B.

INTRODUÇÃO: a Universidade do Estado do Amazonas, possui 12 anos de existência carece de estudos sobre suas problemáticas institucionais, dentre elas a evasão universitária, comum a todas as universidades brasileiras e que geram prejuízos ainda não mensurados para a instituição.De acordo com Betancur e González (2008), historicamente a evasão estudantil tem sido um fenômeno recorrente, porém ainda não tratada institucionalmente como um problema.OBJETIVOS: analisar a evasão dos estudantes da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da UEA, no período de 2001 a 2009, e especificamente, conhecer as taxas de evasão dos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia; identificar qual o curso que apresenta a maior ocorrência de evasão, além de comparar as taxas de evasão entre os cursos. METODOLOGIA: este estudo é de natureza documental, descritiva, faz uma análise retrospectiva da evasão universitária dos primeiros nove anos da ESA.A amostra foi constituída por todos os documentos referentes ao desligamento de alunos matriculados no período de 2001 a 2009, pertencentes aos cursos de graduação da ESA, a saber: portarias nº 03/2007, nº 002/2009 e nº 043/2010; da Pró-Reitoria de Ensino e Graduação da UEA (PROGRAD/UEA) e listas contendo o total de vagas preenchidas na ESA/UEA, independente da forma de ingresso na universidade. Vale ressaltar que a UEA efetua o desligamento através de dois critérios: 1) Ter abandonado o curso deixando de matricular-se ou mediante trancamento durante dois períodos consecutivos; 2) For reprovado em todas as disciplinas matriculadas em um determinado período letivo conforme rege a resolução 002/2006 (UEA, 2006).Para melhor organização dos dados foi utilizado um formulário contendo: nome do curso, número de alunos evadidos e número de alunos matriculados por ano. O preenchimento do referido instrumento se deu tendo como base os seguintes documentos: a) Listas emitidas pela Pró-reitoria de Graduação, mediante portarias, correspondentes à ESA contendo o número de alunos evadidos por ano e por curso; b) Listas contendo o total de vagas preenchidas na ESA, independente da forma de ingresso na universidade, fornecidas pela Secretaria Acadêmica da referida Unidade.A pesquisa recebeu termo de anuência da Pró-Reitoria de Graduação da UEA (PROGRAD) para a obtenção de todos os documentos legais. Por tratar-se de pesquisa descritiva e documental, não foi necessária apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, sendo assim conferida plena autonomia necessária às autoras da pesquisa para o seu prosseguimento.RESULTADOS: os resultados evidenciam que o curso de Enfermagem obteve a maior taxa de evasão seguido do curso de Odontologia e, em seguida, Medicina. Observou-se também, que a taxa total da ESA, em sua primeira década de existência, foi de 13,3% e está abaixo daquelas apresentadas pela Comissão Especial de Estudos sobre Evasão das Universidades Públicas Brasileiras, em 1996. CONCLUSÃO: diante do exposto,observa-se que a evasão vem diminuindo gradativamente, decerto pelo fato de o Brasil ter experimentado um perceptível avanço econômico nos últimos anos. Constatou-se que o curso de Enfermagem apresentou a maior ocorrência de evasão, seguido do curso de Odontologia e Medicina. Observou-se, também, que a taxa total de evasão da ESA, em seus primeiros nove anos de existência, está abaixo daqueles apresentados pela Comissão Especial de Estudos sobre Evasão das Universidades Públicas Brasileiras, em 1996. Os resultados demonstram a necessidade de novos

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estudos sobre evasão em universidades públicas e na própria UEA no intuito de se obter mais subsídios para ações efetivas no campo institucional e político no combate à evasão, bem como conhecer melhor essa realidade. Descritores: Evasão universitária; Abandono da carreira universitária; Desistência da carreira na universidade. REFERÊNCIAS: BETANCUR, M. R.; GONZÁLEZ, D. C. Deserción estudiantil en la universidad de Ibagué, Colômbia: una lectura histórica en. perspectiva cuantitativa. Revista del Instituto de Estúdios en Educación Universidad del Norte, n. 9, 2008.

SILVA FILHO, R. L. L. et AL. A evasão no ensino superior brasileiro. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, v.37, n. 132, set/dez. 2007. Estatuto da Universidade do Estado do Amazonas. Dispõe sobre sua estrutura e funcionamento e dá outras providências. Disponível em: <www.uea.edu.br>. Acesso em: 10 mar. 2011. Resolução Nº 002/2006 de 07 de abril de 2006. Dispõe sobre o desligamento de aluno por abandono das atividades acadêmicas e dá outras providências. Amazonas, 2006. Diário Oficial do Estado do Amazonas. Manaus, AM, 07 abr. 2006. OR 11

EXPERIÊNCIA DOS ENFERMEIROS NA UTILIZAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE METODOLOGIA ASSISTENCIAL NA PROCTOLOGIA DE UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO Damascena, S. C. C.

INTRODUÇÃO: a enfermagem tem procurado identificar como o conhecimento específico da profissão organiza-se, como se torna disponível e como ele é testado no cenário da ciência. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) traz para o enfermeiro uma diretriz a seguir para definição do seu papel e do seu espaço de atuação; saindo do assistir intuitivo, assistemático, para o agir organizado e sistemático, cumprindo a sua finalidade que é o atendimento das reais necessidades do cliente(CIANCIARULLO, 2001).Neste estudo tem-se como foco central monitorar a confiabilidade e a validade do instrumento de sistematização por parte dos enfermeiros (DAMASCENA, 2003). O instrumento de metodologia assistencial construído à Luz da Teoria de Horta conta com as seguintes fases: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Plano Assistencial, Plano de Cuidados, Evolução de Enfermagem e Prognóstico de Enfermagem. OBJETIVO. desvelar a experiência dos enfermeiros na setor de Proctologia de um Hospital Universitário quanto a utilização de um instrumento de metodologia assistencial. METODOLOGIA: tipo de Estudo: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa de inspiração

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fenomenológica. Local da Pesquisa: A investigação foi realizada no Serviço de Clínica Cirúrgica, na enfermaria da Proctologia, na qual foi delineado o instrumento de Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) proposto.Fontes de Informação: Trabalhamos com os enfermeiros da Clínica Cirúrgica, dos três turnos de acordo com a escala de serviço dos informantes, no período de março a julho de 2006, totalizando cinco enfermeiros. Para apresentação dos discursos foram dados cognomes de pedras preciosas: Rubi, Topázio, Esmeralda, Diamante e Ametista para preservar as identidades.Técnica de Coleta e Análise de Dados: Após o cumprimento do percurso das questões éticas, quais sejam: autorização do Comitê de Ética e Pesquisa e da Divisão de Enfermagem para obtenção de parecer favorável a realização da pesquisa, respeitando à Resolução n196 do Conselho Nacional de Saúde.A coleta de dados deu-se a partir da entrevista semi-estruturada com as seguintes questões norteadoras:a) Qual a sua noção sobre a utilização do instrumento de sistematização que está sendo utilizado na Clínica Cirúrgica?b) Relate a sua experiência com a utilização deste instrumento.c) Quais os aspectos positivos e negativos você vê neste instrumento?Para o armazenamento das informações, fez-se uso de microgravador. Posteriormente, as entrevistas foram transcritas na íntegra pela pesquisadora.Na fase de análise, os discursos foram categorizados em quadro de convergência com indicação das categorias de análise que foram trabalhadas com referencial teórico específico (LEOPARDI, 2001).RESULTADOS: a partir das observações e entrevistas realizadas identificou-se as seguintes categorias:-Importância da SAE com a utilização do instrumento: em todos os discursos, os profissionais reconhecem a importância da SAE como instrumento facilitador do trabalho, e que constitui-se em um guia para a equipe de enfermagem. - Experiência com a utilização do instrumento: os discursos demonstraram que a experiência surge como consequência do fazer diário, mas um dos discursos discordou dos demais, enfatizando dificuldades a partir de suas experiências prévias, porém a observação direta evidenciou que a rejeição e inflexibilidade podem estar atreladas a falta de um conhecimento específico e da atualização profissional. - Aspectos positivos: muitos dos profissionais relataram ter alguma experiência de trabalho positiva com o instrumento elaborado como: o relacionamento enfermeiro-paciente e o direcionamento da assistência. E pontos negativos como: a descontinuidade da assistência, o registro ineficiente, a sobreposição de atividades em detrimento da assistência ao cliente e que a maioria dos profissionais apresenta dificuldade em aplicar o instrumento proposto evidenciando conhecimento distanciado da SAE. CONSIDERAÇÕES FINAIS: este estudo revelou que o instrumento é viável, de fácil utilização e adaptável à unidade, podendo estender-se a outros setores, pois facilitou o planejamento das ações de enfermagem, a compreensão do processo de trabalho da instituição, satisfazendo o profissional que viu suas atividades concretizadas e o cliente pela assistência prestada. Este também evidencia aspectos relevantes que merecem ser destacados com vistas a aprimorá-los, entre eles: o dimensionamento de pessoal, o processo de trabalho, os registros e a aproximação com a SAE, mas para tanto é necessário a conjunção de esforços profissional e institucional para torná-lo realidade. Descritores:Enfermagem,Processo de Enfermagem, Assistência de Enfermagem, Proctologia

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REFERÊNCIAS CIANCIARULLO, T. I. et al. Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendência. São Paulo:Ícone, 2001. DAMASCENA, S.C.C. Proposta de sistematização da assistência de enfermagem ao paciente submetido à cirurgia proctológica. 2003.65f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Enfermagem- Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2003). LEOPARDI, M. T. et al. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria: Pallotti, 2001. OR 12

FATORES MOTIVACIONAIS PARA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Soares, L. S.; Toledo, N. N.; Menezes, E. G. INTRODUÇÃO: o presente estudo destaca a importância da motivação para atuação profissional, delimitando-se sobre os fatores que levam o enfermeiro a permanecer atuante na área de urgência e emergência, a qual é considerada uma das mais críticas da área da saúde. Em Manaus é notória a procura exacerbada pela especialização em urgência e emergência pelos profissionais enfermeiros. Fato este, evidenciado pelo aumento na disponibilização da especialização por diversas instituições formadoras e pelo fluxo contínuo de turmas em curso nesta pós-graduação. Assim sabemos que a oferta crescente da especialização em urgência e emergência é decorrente da procura crescente, mas

o que gera esse aumento na procura por tal especialização? Para Poll, (2008) o Brasil vem sofrendo contínuo processo de urbanização, o que está diretamente relacionado ao aumento gradativo dos traumas resultantes dos mais diversos tipos de violência ou acidentes. Segundo Kampel, (2001) a Amazônia apresentou as maiores taxas de crescimento urbano do Brasil ao longo das três últimas décadas, fato que resultou em reestruturação e reorganização da rede de assentamentos humanos na região. No entanto, tal crescimento da população urbana, não foi acompanhado da criação e implementação de infra-estrutura para assegurar condições de qualidade de vida (FIGUEIREDO, 2005). Logo, os baixos índices de saúde, educação e salários, juntamente com a falta de estruturação urbana, indica a baixa qualidade de vida da referida população. Segundo dados do Datasus (2008), há um crescimento contínuo na taxa de mortalidade por causas externas, sugerindo maiores acometimentos à saúde da população manauara por traumas ao longo dos últimos anos. Fato que vem exigindo maior quantitativo e qualificação de profissionais atuantes na área de urgência e emergência (GALVÃO, 2001). Nesta perspectiva, cabe indagar: Quais os fatores que influenciaram

na escolha do profissional enfermeiro para atuar na área de urgência e emergência? Além disso, quais os fatores que motivam o profissional enfermeiro a permanecer atuando em uma área crítica e específica da vida? Será que o oportuno mercado de trabalho presente na cidade de Manaus, seria a única motivação para a atuação profissional dos enfermeiros escolherem exercer a urgência e emergência? OBJETIVO: identificar e classificar os fatores que influenciaram na escolha do enfermeiro para atuar na área de urgência e emergência, bem como os fatores que o motivam a

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permanecer nesta área.METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva de caráter quantitativo. A população do estudo abrangeu os enfermeiros atuantes em urgência e emergência integrantes de uma Cooperativa de enfermeiros que atuam em 04 prontos Socorros adultos e infantis da cidade de Manaus. Esta população foi escolhida por representar o maior quantitativo de profissionais e por ser referência para a enfermagem em urgência e emergência na cidade de Manaus, decorrente do seu longo período de atuação no mercado. A amostra deste estudo foi composta por 127 profissionais enfermeiros cooperados, que atuam em unidades de urgência e emergência, tendo como 5% de margem de erro. O instrumento da coleta de dados utilizado correspondeu a um questionário baseado na escala de Likert. O instrumento foi composto por perguntas estruturadas e fechadas. Na primeira parte, foi constituído de questões que possibilitaram definir algumas características gerais dos profissionais envolvidos, tais como: idade, sexo, naturalidade, tempo de formação e de atuação na urgência e emergência. A segunda parte do instrumento contendo questões fechadas, foi elaborada utilizando a escala tipo Likert de 5 pontos para mensurar o grau de concordância dos sujeitos, a fim de melhor atender os objetivos deste estudo. A coleta de dados foi realizada no período de Novembro de 2009 a março de 2010. Os profissionais foram abordados de forma individual conforme preconiza a resolução no 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS: dos 190 enfermeiros atuantes em urgência e emergência, integrantes da Cooperativa, 127 participaram do estudo, representando um total de 67% da população. Destes, 100 (79%) eram do sexo feminino. Enquanto 27 (21%) eram do sexo masculino. Quanto aos dados referentes à faixa etária, o estudo mostra o quantitativo de enfermeiros, conforme faixa etária, permitindo identificar, que dentre os 127 enfermeiros participantes, 16 (12%) estão entre 20 a 29 anos, 69 (54%) estão entre 30 a 40 anos e 28 (23%) pertencem à faixa etária de 41 a 52 anos, contudo 14 (11%) enfermeiros não responderam este item. Quanto ao tempo de graduação em enfermagem, o estudo mostra que a grande maioria dos enfermeiros possui tempo de formação entre 02 a 11 anos, enquanto 39 (32%) estão formados a mais de 12 anos. Entretanto, há um pequeno grupo de enfermeiros 07 (6%) com menos de 02 anos de formação, pontuando que há profissionais recém formados se inserindo nesse campo de atuação. No que se refere ao tempo de atuação na área de urgência e emergência, o estudo revela que dentre os 127 profissionais entrevistados, a grande maioria 95 (78%) atua na urgência e emergência entre 02 a 11 anos, 15 (12%) estão nesse campo a mais de 12 anos e 05 (6%) não responderam ao item. Ao somarmos as categorias referentes ao tempo de atuação a partir de 02 anos, podemos observar que a grande maioria dos enfermeiros 95 (78%), atua no campo da urgência e emergência entre 02 a 11 anos, mostrando que estes tendem a permanecer na área, apesar de todas as dificuldades em função das atividades estressantes, que exigem conhecimento, equilíbrio emocional, destreza, agilidade técnica e precisão nas tomadas de decisões para uma assistência precisa, rápida e de qualidade. Em relação à especialização, verificou-se que deste grupo, 02 (1%) concluíram apenas o curso de graduação, não tendo titulação de especialista; 124 (50%) realizaram algum curso de pós-graduação e 107 (43%) tinham concluído a pós-graduação em urgência e emergência e 09 (3%) estavam cursando a pós-graduação em urgência e emergência, enquanto 08 (3%) possuíam outras especializações com exceção da urgência e emergência. Quanto aos fatores que influenciaram na escolha para atuação em urgência e emergência, cerca de 20 enfermeiros consideraram as categorias Contribuição na formação de outros profissionais 20 (27%); Oportunidade 19 (25%); Mercado de

trabalho 18 (24%); Prestar assistência de qualidade 09 (12%) e Gostar/interesse pela área 09

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(12%), como fatores sem importância ou indiferente na sua escolha para atuarem em urgência e emergência. Por outro lado, aproximadamente 110 enfermeiros, consideram essas mesmas categorias como fatores de influencia para escolherem atuar na profissão, com grau parcial ou total de importância. Quanto aos fatores de motivação profissional, o primeiro grupo apresenta diversidade dos enfermeiros quanto ao grau de motivação de sem importância a indiferente para que os mesmos se mantenham atuando no campo da urgência e emergência. Cerca de 40 enfermeiros, consideraram as categorias Alta rotatividade de pacientes 44 (28%) e Exigência do local de trabalho

35 (22%) foram as que mais se destacaram.Entretanto, as categorias Oferta/Necessidade do mercado

de trabalho 27 (17%); Oportunidade 23 (14%); Retorno financeiro satisfatório 20 (12%); Emoção,

Dinamismo e Complexidade no atendimento 11 (7%); se mostraramrepresentativas como fatores sem importância a indiferentes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: com a realização deste estudo, podemos perceber que apesar da urgência e emergência ser considerada uma das áreas de atuação mais críticas da área da saúde, os profissionais enfermeiros que nela desenvolvem seu trabalho, são profissionais qualificados constituindo uma força de trabalho compatível com as exigências pessoais e profissionais da área em questão. No que diz respeito aos fatores de influência para a escolha da atuação profissional de enfermagem em urgência e emergência, os resultados chocam-se com alguns pressupostos, levantados na bibliografia disponível sobre o assunto, e até mesmo com a concepção das pesquisadoras. Fato este, decorrente da constatação na bibliografia disponível, do oportuno mercado de trabalho em saúde, mais precisamente, em urgência e emergência na cidade de Manaus. Os resultados encontrados levam a conclusão de que o processo da escolha de atuação profissional pelos enfermeiros na área de urgência e emergência, apesar de depender da situação recente do mercado de trabalho, é mais fortemente influenciado por fatores subjetivos. De acordo com os resultados apresentados, podemos dizer que a Motivação por Identificação/afinidade com a área apresentou altos níveis no grupo estudado, aparecendo como a mais importante dentro do perfil motivacional dos enfermeiros atuantes em urgência e emergência. Do mesmo modo, observou-se que um quantitativo relevante de profissionais enfermeiros, tem a variável “Gostar/interesse pela área” como sendo o segundo fator motivacional totalmente importante para a permanência de seu exercício na referida área. Descritores: Motivação. Enfermagem em Emergência. Hospital. REFERÊNCIAS FIGUEIREDO, N. M. A. Enfermagem: Cuidado em Emergência. Yendis Editora. São Caetano do Sul, São Paulo, 2005. GALVÃO, C. M; WEHBE, G. O enfermeiro de unidade de emergência de hospital privado: algumas considerações. Rev Latino-am Enfermagem 2001 março; 9(2): 86-90. KAMPEL, S. A; CÂMARA, G; MONTEIRO, A. M. V. Análise espacial do processo de urbanização da Amazônia. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/geopro/modelagem /relatorio_urbanizacao_amazonia.pdf>. Acesso em: 20.01.2010

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Taxas de mortalidade específica por causas externas. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obtuf.def>. Acesso em 07.07.2010. POLL, M. A; LUNARDI, V. L; FILHO, W. D. L. Atendimento em unidade de emergência: Organização e implicações éticas. Acta Paulista de Enfermagem vol. 21 nº. 3 São Paulo, 2008. OR 13

FATORES PSICOSSOCIAIS QUE INTERFEREM NA ADESÃO DA MAMOGRAFIA COMO EXAME PREVENTIVO NA DETECÇÃO DO CÂNCER DE MAMA EM

MULHERES ATENDIDAS NO INSTITUTO DA MULHER DONA LINDÚ EM MANAUS-AM

Sousa, A. D.; Pinheiro, V. E.

INTRODUÇÃO: o câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta frequência e, sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. Assim, a necessidade de programas de prevenção e detecção precoce do câncer de mama tem, como maior justificativa, proporcionar maiores chances de cura e ou sobrevida mais longa à mulher. São três as ações de saúde consideradas fundamentais para o diagnóstico precoce do câncer de mama: auto-exame das mamas, (AEM), realizado de forma adequada; exame clínico das mamas, (ECM), feito por um profissional especializado e a mamografia. Assim, a possibilidade da descoberta do câncer através da realização do exame de mamografia pode resultar em uma gama de sentimentos negativos, tais como, ansiedade, choque, desespero, depressão e medo, dessa forma surgiu a inquietação em investigar quais são os fatores psicossociais que interferem na adesão ao exame de mamografia como exame preventivo na detecção do câncer de mama. Como fatores psicossociais entendemos: a) os fatores sociodemográficos, como idade, grau de instrução, local de moradia, profissão, estado civil; b) comportamentos preventivos: tabagismo, etilismo, prática de atividade física, realização de prevenção do câncer ginecológico, amamentação; c) crenças de saúde; d) representações sociais – organização simbólica construída socialmente e compartilhada por um determinado grupo. OBJETIVO GERAL: avaliar os fatores psicossociais que interferem na adesão da mamografia como exame preventivo na detecção do câncer de mama em mulheres atendidas no Instituto da Mulher Dona Lindú em Manaus-AM. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: investigar como os fatores psicossociais influenciam na decisão de realizar a mamografia; Pesquisar os mitos, medos e preconceitos que envolvem a realização da mamografia; Identificar os sentimentos experienciados pelas clientes antes, durante e depois do exame. MATERIAL E MÉTODOS: trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com abordagem quali-quantitativa,realizado no período de dezembro de 2011 a março de 2012, no Instituto da Mulher Dona Lindú em Manaus-AM. A população do estudo foi constituída por toda a clientela feminina que utiliza o serviço de Mastologia do Instituto. A amostra foi calculada com uma margem de erro igual a cinco por cento (5%), ou seja, com índice de confiabilidade de noventa e cinco (95%), utilizando-se as fórmulas estatísticas, preconizada por Barbetta (2002). O tamanho mínimo da amostra pesquisada foi de 117 clientes, selecionadas a partir dos seguintes critérios de inclusão: Ser mulher com idade mínima de 40 anos; Ter sido encaminhada

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ao serviço de Mastologia do Instituto da Mulher Dona Lindú para realização do exame de mamografia; Não ser de etnia indígena. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturada elaborado pela própria pesquisadora. Após a coleta de todos os dados, foi constituído um banco com os dados quantitativos, para ser submetido à tratamento estatístico nos programas Epi-Info, Harvard Graphics e os dados qualitativos serão agrupados para serem analisados e discutidos à luz do referencial teórico que fundamenta o estudo. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa – CEP da Universidade do Estado do Amazonas, em cumprimento às exigências da resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde-CNS. RESULTADOS E DISCUSSÕES: a literatura sobre aderência ao rastreamento do câncer de mama identificou três domínios centrais preditores da adesão aos exames, que atuam de forma independente e/ou combinada, e que são: sócio-demográfico, cognitivo (crenças e atitudes, percepção de risco, conhecimento) e socioemocional (relações sociais, afetos, estratégias de enfrentamento.Estudo dirigido por Consedine (2005) mostrou que mulheres de diferentes faixas etárias que têm maior percepção do risco de câncer de mama são mais propensas a realizar os exames de rastreio, Contudo se o câncer for interpretado sob a ótica do fatalismo, a tendência é de não se submeter ao exame.O perfil encontrado converge com o descrito pela literatura e evidencia que muitas das mulheres que participaram do estudo, além de possuírem crenças de não suscetibilidade, ou seja, menor percepção do risco, se sentem livres da doença e, consequentemente, da necessidade de rastreio. Os resultados mostraram a faixa etária de 40-59 anos como a mais frequente, 53,3% afirmaram estar fazendo a mamografia pela primeira vez. O total de mulheres que alegaram desconhecer o que é o exame de mamografia foi de 20%. Quanto ao estilo de vida e hábitos de saúde 76,7% alegaram a realização do preventivo ginecológico nos últimos 12 meses que antecederam a entrevista e 36,7% praticam algum tipo de atividade física. Dentre os hábitos prejudiciais a saúde o consumo de álcool 16,7% e tabaco 13,3% foram os mais citados. Vários estudos sobre o câncer de mama apontaram que mulheres que não amamentam seus filhos estão expostas a um risco maior de desenvolverem câncer futuramente, 93,3% das entrevistadas eram mães e dentre essas, 82,1% disseram ter amamentado pelo menos um dos filhos. Ainda assim, nenhuma delas associou a não amamentação com a doença, ou seja, elas não estão totalmente esclarecidas de todos os fatores de risco para o câncer de mama. Dentre os sentimentos mais citados por ocasião do exame estão: medo, ansiedade e dúvida, quando perguntadas se algum desses sentimentos haviam influenciado na decisão de realizarem a mamografia 76,7% responderam que sim. 50% das entrevistadas referiu dor durante a realização da mamografia, sendo que apenas uma entrevistada relatou desconforto intolerável. Esse fato mostrou que a mamografia, apesar de ser um exame desconfortável e doloroso, é bem aceita entre as mulheres participantes do estudo. Já os sentimentos mais citados após o término da mamografia foram: alívio, alegria e medo pelo resultado do exame. 63,3% negaram a realização do exame com a frequência preconizada pelo Ministério da Saúde. Os motivos citados para tal comportamento foram a dificuldade em marcar o exame, 26,3%, 21,1% não achavam necessário, 21,1% não receberam orientação/solicitação médica mesmo estando na faixa etária para realização da mamografia, 15,8% residem em localidades onde não há disponibilidade de mamógrafo para a realização do exame, 10,5% por medo do resultado e 5,3% por sentirem vergonha. A falta de informação pode dificultar a implantação do rastreamento, uma vez que a população desinformada não sabe a grande importância da mamografia para diagnóstico precoce do câncer de mama e, por conseguinte, para diminuição da mortalidade. A percepção das

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mulheres entrevistadas quanto à competência dos sistemas de saúde e à relação médico paciente, nos mostra que a população médica parece não dar a atenção necessária ao diálogo com o paciente, tornando a consulta um processo mecânico, o que gera dúvidas e falsas afirmações acerca da mamografia para diagnóstico precoce do câncer de mama. A ausência de recomendação médica vem despontando como crucial para as mulheres permanecerem sem realizar determinados procedimentos (GRADY,1992), em especial, exames de natureza eletiva como é o caso da mamografia, onde a decisão médica é determinante para a sua realização ou não.Entre as razões que inibem a recomendação por parte dos médicos se incluem os custos do exame, a validade dos resultados, o desconforto da mulher, a recusa da paciente, esquecimento do profissional, baixa aceitação e incerteza acerca das recomendações preconizadas (WEINBERGER, 1992).CONCLUSÃO: a força dos resultados aponta que o problema da não realização de mamografia pela população estudada, é essencialmente decorrente e questões passíveis de intervenção, sendo 90% associado a ausência de informações sobre a necessidade de sua realização pela população alvo e ausência de iniciativa dos profissionais e equipe de saúde quanto a sua indicação na faixa etária acima de 35 anos. Os resultados observados neste trabalho apontam para pontos objetivos de intervenção capazes de modificar a realidade atual, entre estes sugere-se: 1) Atividades de divulgação dos benefícios da mamografia em nos meios de comunicação (rádio, TV, revistas, internet); 2) Atividades de educação continuada dos profissionais de saúde, sobretudo os ginecologistas e mastologistas através das respectivas sociedades no sentido de assinalar a importância de realizar a mamografia na mulher com idade superior a 35 anos. Portanto, as políticas de atenção às mulheres com neoplasias mamárias devem investir na prevenção e em campanhas que visem desmistificar e resignificar mitos e tabus, visando o aperfeiçoamento das intervenções técnicas e da dimensão simbólica construída na trajetória de ser dessas mulheres em relação a essa doença tão temida. Descritores: Adesão; Mamografia; Câncer de Mama´ REFERÊNCIAS: BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. 5. ed. UFSC. Rio Grande do Sul, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2012:incidência de câncer

no Brasil; 2012. Disponível em: <http://www.inca.gov.br>(acessado em06/Mar/ 2012). CONSEDINE, N.S, et al. Health belief modelfactors in mammography screening: Testing for interactions amongsubpopulations of Caribbean women. Ethnicity Dis 2005;15:444. GRADY, K.E, et al.The importance of physician encouragement in breast cancer screening of older women.Prev Med. 1992;21: 766-780. WEINBERGER, M, et al. Physician-related barriers to breast cancer screening in older women.J

Gerontol. 1992;47(special issue):111-117.

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HANSENÍASE: PRECONCEITO E RESILIÊNCIA Ribeiro, M. N. S.

INTRODUÇÃO: o caráter contagioso da hanseníase, ao transbordar as fronteiras do corpo individual, parece induzir uma conexão análoga na sua vivência mais imediata. Compreende-se, assim, que, por um lado, a relação com o corpo próprio divirja de acordo com as diferentes redes de sociabilidade em que esse se posiciona, assumindo um maior ou menor grau de estigmatização e que, por outro, a experiência da igualdade ou da diferença influi na maior ou menor agudeza das respostas afetivas. Desta forma, percebemos que pessoas que viveram o processo de segregação na Colônia Antonio Aleixo,ex-colonia de hansenianos em Manaus, ainda hoje se auto-intitula como doente e sofrem preconceitos da sociedade. OBJETIVO: destacar relatos de moradores da Colônia Antonio Aleixo em Manaus (AM), sobre preconceitos provocados pela segregação e pelas mutilações,bem como identificar a presença de resiliência. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa, com utilização do método da História de Vida, coletada por relato oral dos ex-internos do Leprosário Colônia Antonio Aleixo, que sofreram o processo de segregação por volta de 1942.A amostra foi composta por 13 pessoas segregadas no leprosário por volta de 1942 e décadas seguintes. RESULTADOS: Além dos indivíduos atingidos pela hanseníase não possuírem uma aceitação social, observam-se sentimentos de auto-rejeição, tanto da doença como de si próprio, devido às incapacidades e deformidades, como identificado no relato a seguir:Eu nunca mais me olhei no

espelho, porque eu fico triste de olhar a minha cara. Se você olhar o meu retrato ali na parede, você

não diz que sou eu. O pessoal olha pro retrato e nunca vai dizer que é a mesma pessoa. Eu não olho

prá não ficar triste. Mesmo que as pessoas fiquem velhas e vejam a diferença quando olha no

espelho é diferente quando tem uma doença dessas, que muda a fisionomia por causa do aleijo, por

causa da doença (ARM, 80 anos).Segundo Claro (1993), o indivíduo é estereotipado com tal rótulo social, que significa impor-lhe uma marca que, de certo modo, o reduz a uma condição inferior ao padrão mínimo atribuído à condição humana. Dentre os aspectos psicossociais apresentados pelos indivíduos da pesquisa, encontram-se diversos casos de ruptura do vínculo social, provocados pela segregação e que foram favorecidos pelo aparecimento de sinais depressivos, de insatisfação, insegurança, culpa, medo, baixa auto-estima, perda da identidade, alteração da imagem corporal devido às mutilações e sentimento de humilhação constante. Estas manifestações de rejeição, estigma e exclusão se deram nos mais variados espaços e situações, desde os núcleos familiares, até o espaço interno institucional: Quando eu cheguei na Colônia uma coleguinha chegou comigo e

disse: Olha nós todos aqui temos lepra. Eu pulei e disse: Eu não, eu tenho doença da pele. Eu acho

que hoje as pessoas têm uma grande ignorância de não chegar perto da gente. Eu me sinto muito

humilhada no meio das pessoas sadias. Todo mundo fica olhando prá gente. Por isso que eu quase

não saio da Colônia. Aqui não tem isso. As pessoas abraçam a gente, beijam, não tem medo (SFCL, 76 anos). O imaginário social fortemente enraizado não possibilitou que, após a definição da doença, seu agente causador, sua terapêutica e profilaxia pusessem fim ao milenar preconceito da lepra. O termo hanseníase tentou interditar, simbolicamente, a palavra lepra, procurando, com isso, esvaziar o conteúdo pernicioso da imaginação pública desta enfermidade, mas a densidade histórica do estigma transpôs os mecanismos erigidos para contê-la, permanecendo, ainda, no cotidiano daqueles

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que dela padecem: Um dia desses a Doutora disse que eu não tinha mais hanseníase e eu perguntei

prá ela: ‘E o que é isso?(mostrando os membros superiores)’ Ela disse: ‘São sequelas’. Eu disse:

‘Prá senhora isso é sequela, mas para os outros não, isso é lepra e nem é hanseníase’ (IFS, 79 anos).As sequelas e as deformidades físicas, surgidas com a progressão da doença, são dificuldades significativas enfrentadas nas relações e na execução de atividades, exigindo adaptações físicas e emocionais. A presença de uma incapacidade funcional, determinada por uma amputação de membros implica em interferência sobre a autonomia e independência. Quanto ao diagnóstico, a hanseníase tendia a lançar o indivíduo num limbo e na incerteza quanto ao futuro, dado que as certezas anteriores haviam sido inviabilizadas e o aparecimento das sequelas piorava este quadro: Eu

pensava: Eu já fui discriminado na casa dos meus pais e agora a venta (face) está quebrando.

Como eu vou ficar feio! Eu vou me matar’. Fui lá, amolei a faca, fuiprá privada (sanitário). Depois

eu peguei a faca prá dar no meu coração, aí eu pensei: ‘Por que eu vou fazer isso com a minha

vida? Se Deus me deu essa doença eu tenho que ver até onde eu vou chegar. Nunca mais eu vou

pensar em me matar’. Eu saí de lá e nunca mais pensei em fazer isso (JRF, 73 anos).A preocupação com a aparência corporal não é uma superficialidade sem sentido. O corpo produz sentido e exprime maneiras de ver, de tocar, de estar com os outros, de provar e provocar emoções e comunicar valores. A mudança física acarretada pela hanseníase pode ir além do corpo, transformando sua identidade e auto-conceito. Para lhe dar com sua imagem corporal, o indivíduo vai se engajar para ajustar-se ou acomodar-se aos eventos da doença. As adaptações e estratégias são basicamente construídas nas condições de vida em comum. Assim, o paciente com sequelas de hanseníase pode reagir de diversas formas, conforme descrevemos nos relatos a seguir: Quando eu chego a certo

lugar eu fico na minha, porque eu tenho medo de ser rejeitada. As pessoas chegam perto de mim

porque eu tenho o rosto perfeito, mas quando eu estendo a mão prá cumprimentar eles veem que a

minha mão é aleijada aí elas se afastam. Então prá não ser humilhada desse jeito eu espero que as

pessoas façam o que elas quiserem (FPP, 66 anos); Eu sinto vergonha de estar no meio dos outros,

pela minha situação. Eu não tenho mão, nem pé. Mas aqui dentro da Colônia eu me sinto em casa

(MCA de F, 66 anos). Ainda que identifiquem o estigma com as sequelas físicas provocadas pela hanseníase, os ex-internos remetem para a outra pessoa a responsabilidade pela estigmatização, fazendo-a depender menos de quem é olhado e mais de quem olha.Durante as entrevista, outros sentimentos foram evidenciados, entre eles: tristeza, sentimento de inutilidade, vergonha, culpa e constrangimento. No entanto, o sentimento mais comum a todos foi o de resiliência, como podemos observar nos relatos a seguir:Eu me sinto feliz na Colônia porque aqui eu tenho muitos amigos. Eu

sou a mais antiga de todos que moram na Colônia, todo mundo gosta de mim aqui e eu recebo

muita visita. Eu não enxergo, nem ando como você pode ver, mas os meus amigos não se esquecem

de mim. Os amigos abraçam e beijam a gente. Eles não têm preconceito (SFCL, 76 anos); Eu sofria

muito antes de acontecer comigo as coisas. Eu pensava: ‘se chegar as minhas mãos a entortar, se

meus pés forem perdendo os ossos e se eu for perdendo os membros eu vou ficar louco’. Mas

quando foi acontecendo comigo, eu fui me concentrando e procurando viver a realidade. Então

quando chegou por mim eu já estava acostumado. Quando alguém me pergunta hoje se eu sou feliz

eu respondo: ‘Sou, sou muito feliz, porque sou um sobrevivente da Colônia Antonio Aleixo (A.R.S., 71 anos); Eu venci todas as doenças que eu peguei. Eu acordo cedo, pulo na água, me movimento

com os braços e nado, já que eu não posso andar. Se eu fosse contar detalhado o sofrimento que

nós passamos na Colônia dava um livro de mais de 500 páginas. Isso tudo nós vencemos (ARS, 71

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anos); Quando a Colônia foi desativada não foi fácil, mas depois eu saí právida, eu saí pro convívio

e vivo feliz(RFS, 76 anos). Por resiliência entendemos a capacidade de responder de forma mais consistente aos desafios e dificuldades, de reagir com flexibilidade e capacidade de recuperação diante desses desafios e circunstâncias desfavoráveis, tendo uma atitude otimista, positiva e perseverante e mantendo um equilíbrio dinâmico durante e após os embates (PLACCO, 2002). Ela possibilita ao sujeito superar as pressões de seu mundo, desenvolver um autoconceito realista, autoconfiança e um senso de autoproteção que não desconsidera a abertura ao novo, à mudança, ao outro e à realidade subjacente.CONCLUSÃO: esses indivíduos têm vivido ao longo das suas vidas uma contingência social que, conquanto os tenha invisibilizado do espaço público, não os esvaziou enquanto sujeitos históricos. Descritores: hanseníase; preconceito; resiliência.

REFERÊNCIAS

CLARO, L. B. Hanseníase: representações sobre a doença, estudo em população de pacientes ambulatoriais no Rio de Janeiro. 1993. 228f. Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 1993.

PLACCO, V. M. N. S. Prefácio. In: TAVARES, José (Org.). Resiliência e Educação. São Paulo: Cortez, 2002, p. 7-12. OR 15

HANSENÍASE AUTORREFERIDA POR MORADORES DA COLÔNIA ANTONIO ALEIXO – MANAUS (AM)

Ribeiro, M. N. S. INTRODUÇÃO: em linhas gerais, a hanseníase é uma doença agravada pelas baixas condições socioeconômicas e pela falta de acessibilidade aos serviços de saúde, pois o diagnóstico é eminentemente clínico e seu tratamento não exige custos elevados nem instrumentos de maior complexidade tecnológica. Por isso mesmo, ratifica-se que a hanseníase é doença curável e, quanto mais precocemente diagnosticada e tratada, mais rapidamente se cura. Geralmente, a distribuição geográfica da doença no Brasil é estudada por suas macrorregiões e estados. Magalhães e Rojas (2005) destacam que a apresentação geográfica em focos, sem uma explicação definitiva, a prolongada evolução subclínica da doença, associada aos intensos movimentos migratórios das últimas décadas e a concentração da população em cidades, fazem da geografia da hanseníase um dos mais difíceis capítulos da nosogeografia mundial, regional e local.Ao estudarmos as condições de vida de moradores do bairro Colônia Antonio Aleixo em Manaus (AM), ex-colônia de hansenianos, deparamo-noscom diversas situações críticas que nos permitiram visualizar a precariedade social desta população. São eles: desemprego, baixa renda, baixa escolarização, baixos níveis de qualificação (escolares e profissionais) e o ‘estigma da lepra’ que continua presente no imaginário popular como uma doença altamente contagiosa. Além disso, procuramos identificar a presença da hanseníase nos moradores do bairro, o que descreveremos a seguir em nossos

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resultados. OBJETIVO: identificar casos de hanseníase autorreferida pelos moradores do bairro Colônia Antonio Aleixo, em Manaus (AM). METODOLOGIA: optamos por utilizar o métodoquali-quantitativo, de natureza transversal descritivo-analítico, para a obtenção do objetivo proposto, tendo sido privilegiados levantamentos de campo, com entrevistas, aplicação de questionários, mapeamentos e séries fotográficas, bem como levantamentos em fontes secundárias, em órgãos governamentais e núcleos de pesquisa, além de revisão bibliográfica. Na análise dos dados, utilizamos a abordagem baseada na concepção materialista e dialética da história, que interpreta a vida social conforme a dinâmica da base produtiva das sociedades e das lutas de classes daí consequentes. Esta abordagem também é conhecida como Materialismo Histórico-Dialético. Utilizamos variáveis compostas que possibilitaram ampliar o retrato das formas de reprodução social, avaliando idade, sexo, escolarização, tipo de trabalho/ocupação,ocorrências de morbidades(hipertensão, diabetes e hanseníase) na família e outras informações que permitiram um retrato ampliado das formas de trabalhar e viver. No entanto, apresentaremos apenas os dados que estão relacionados aos casos de hanseníase autorreferidas. O universo da pesquisa foi composto dos 15 mil habitantes residentes no bairro da Colônia Antonio Aleixo, e amostra de 378 famílias, com margem relativa de erro de 5% e coeficiente de segurança de 95%.A amostra foi aleatória incluindo as nove comunidades (Fé I, Fé II, Onze de Maio, Nova Esperança, Colônia Antonio Aleixo, Planalto, Conjunto Guilherme Alexandre, Conjunto Amine Lindoso e Buritis),que compõem o bairro da Colônia Antonio Aleixo, sendo obtida mediante o sorteio de 03 ruas de cada comunidade e, posteriormente, 10 quarteirões destas ruas, devidamente numerados em ordem crescente. Para cada um dos quarteirões sorteados foi buscado o número máximo de domicílios, sendo dada continuidade em todos os quarteirões subsequentes até que se completasse o número desejado de 42 domicílios. RESULTADOS E DISCUSSÃO: no bairro Colônia Antonio Aleixo em Manaus, 26,5% dos entrevistados referiram ocorrência de hanseníase na família. Esse expressivo percentual nos dá conta de que a hanseníase continua sendo problema para os moradores desse bairro. A hanseníase apresenta tendência de estabilização dos coeficientes de detecção no Brasil, mas ainda está em patamares muito altos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Em se tratando de dados gerais, o Brasil continua sendo o 2º país com o maior número de casos novos (37.610 casos). Dos 40.474 casos novos das Américas, 93% são casos notificados no Brasil. A grande dificuldade em reduzir em maior escala esse coeficiente é devido à existência de regiões com aglomeração de casos e indícios de transmissão ativa. Essas concentram 53,5% dos casos detectados em apenas 17,5% da população brasileira, residentes em extensas áreas geográficas, sede de muitas tensões, o que adiciona maior complexidade a intervenções efetivas, como no caso do Amazonas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Observa-se também a tendência descendente, no Amazonas, passando de um coeficiente de 69,46/100.000 habitantes em 1989, para 21,04/100.000 habitantes em 2009, o que representou uma redução de 69,7%. A capital do estado (Manaus) e os municípios do interior apresentaram comportamentos semelhantes com redução de 79,7% e 53,2% respectivamente (FUAM, 2009). Nos casos identificados na Colônia Antonio Aleixo, dos 100 casos autorreferidos de hanseníase, 78 estavam na classificação social como estrato inferior. Há muito tempo se suspeita de um vínculo entre hanseníase e pobreza, mas é difícil demonstrar isso em nível nacional, comunitário ou até individual. Observamos ainda que a razão de prevalência (RP) dos moradores diagnosticados com hanseníase e que se encontram aposentados foi 4,7 vezes maior que os que estão trabalhando e 4,5 vezes maior do que os desempregados. Na comparação em relação à renda per capita, podemos

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observar que as pessoas na família que tem hanseníase apresentam renda mediana maior do que os que não tiveram a doença (p<0,001). Esses são aqueles que recebem aposentadoria compulsória em decorrência das sequelas da hanseníase. Outro aspecto observado diz respeito à brutal diferença do nível educacional entre as famílias. Neste caso, trata-se de um indicador mais evidente para explicar um baixo padrão de vida e a sua reprodução. Com relação ao tempo de estudo em anos, encontramos um resultado estatisticamente significante (p<0,001). Diante dos dados apresentados, é possível afirmar que a situação encontrada em nossa pesquisa resulta da miserabilidade e do abandono histórico a que estão sujeitas as famílias do bairro Colônia Antonio Aleixo desde a época do isolamento compulsório, vítimas do preconceito, em que as novas gerações ainda são olhadas como ‘descendentes da lepra’. Esta situação favorece a manutenção de um status de hanseníase que tende a aumentar cada vez mais. CONCLUSÃO: as condições socioeconômicas deficitárias dos moradores do bairro Colônia Antonio Aleixo contribuem diretamente para que a hanseníase permaneça como doença endêmica. Desta forma, a situação epidemiológica da doença, em lugares endêmicos, pode não ser modificada se não houver melhoria das condições de vida dessa população. A exclusão, o medo, o preconceito e a discriminação se encontram ainda bastante enraizados na construção social desta doença, sendo fatores que nos dias atuais dificultam o portador no enfrentamento da doença e no convívio com os demais. Isso faz com que os portadores da doença mantenham-se calados e não busquem o diagnóstico e tratamento nos centros especializados, ocultando seu corpo na tentativa de esconder os sinais da doença e evitar a rejeição. Desta forma, a doença evolui e ocasiona as deformidades que ainda vemos presentes em pleno século XXI, apesar da disponibilização e gratuidade do tratamento nas unidades de saúde do SUS, por meio da terapêutica poliquimioterápica por via oral. Descritores: hanseníase; preconceito; resiliência. REFERÊNCIAS: FUAM. Fundação Alfredo da Matta. Boletim Epidemiológico 2009. Ano XI, n. 17. Jan-Dez, 2009. MAGALHÃES, M. C. C.; ROJAS, L. I.. Evolución de la endemia de la lepra em Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, v. 8, n. 4, p. 342 - 355, 2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância em Saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil. Brasília, 2008, 12p. OR 16

HEPATITES VIRAIS: SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO ESTADO DO AMAZONAS, 2005 –2008

Gonçalves, I. C. M., Gonçalves, M. J. F. INTRODUÇÃO: as hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, as quais apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes. Sua

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distribuição é universal, com magnitude diferente entre as diversas regiões. No Brasil, também há grande variação regional na prevalência de cada um dos agentes etiológicos. Estas constituem um relevante problema de saúde pública devido ao número de indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas (BRASIL, 2009). Para fins de vigilância epidemiológica, as hepatites são doenças de notificação compulsória para casos suspeitos mesmo antes da confirmação do diagnóstico, e podem ser agrupadas de acordo com a maneira preferencial de transmissão em fecal-oral (vírus A e E) e parenteral (vírus B, C, D) (BRASIL, 2009). No Brasil, a Portaria 2.080 de 2003 do Ministério da Saúde criou o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais. O programa iniciou em 2006 um processo de descentralização do atendimento para a rede de atenção básica e de média complexidade, incluindo a capacitação de profissionais como estratégia para a redução da incidência das hepatites virais e melhor qualidade de vida para os portadores da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). No país, tem se utilizado o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, como uma importante fonte de dados para pesquisas, de diagnóstico e planejamento na área da saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Estudos realizados por meio destes instrumentos são convenientes para a análise dos padrões de ocorrência e evolução de agravos, dentre eles as hepatites virais, avaliando indiretamente os programas de rastreamento e identificação. OBJETIVOS: o trabalho visa descrever a situação epidemiológica das hepatites virais no Amazonas, com destaque à capital do estado, dos casos notificados confirmados de 2005 a 2008, e identificar uma possível associação entre a cobertura da atenção básica e a taxa de incidência das hepatites virais, estratificando por raça/cor, sexo, faixa etária e escolaridade de acordo com a classificação etiológica viral. METODOLOGIA: utilizaram-se dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Programa Nacional de Imunização e Dados da Atenção Básica, todos obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) do Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009a; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009b). Foram selecionados todos os casos de hepatites virais confirmados, notificados e de residentes, em Manaus e no Amazonas no período de 2005 a 2008. As variáveis foram escolhidas conforme a disponibilidade e completitude da informação, e a potencialidade para caracterizar epidemiologicamente as hepatites virais no estado. Utilizaram-se as seguintes variáveis: Sociodemográficas: raça/cor, sexo, faixa etária e escolaridade (anos de estudos concluídos). Em relação à raça/cor, as categorias branca e amarela, foram agrupadas devido ao pequeno percentual da raça/cor amarela. Para faixa etária uniu-se as categorias dos maiores de 60 anos classificando-as como 60 e +. Na variável escolaridade, a fim de agregar a escolaridade conforme mudanças na classificação dessa variável no sistema de informação utilizaram-se: 4 a 7 anos, corresponde a 4˚ série completa do ensino fundamental (EF) e 5 a 8˚ série incompleta do EF; 8 a 11 anos, agrega o EF completo, ensino médio incompleto e completo; e, 12 e mais anos de estudos refere-se a educação superior incompleta e completa. Classificação etiológica: agregou-se a categoria vírus A+B e A+C, correspondendo a categoria vírus A/B ou A/C. Coberturas: percentual de cobertura vacinal do imuno contra hepatite B obtida no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI); e, proporção de cobertura populacional estimada da atenção básica,cuja fonte de informação foi o Departamento de Atenção Básica – DAB/ MS. Os dados são analisados pelas freqüências, percentuais e evolução temporal e relação das coberturas de atenção básica e imunização contra hepatite B, bem como foram testadas as associações entre as variáveis

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sociodemográficas e a classificação etiológica por meio do teste χ2 ao nível de significância de 5%. Como se trata de análise de dados secundários disponíveis no Datasus, não necessitou ser submetido ao Comitê de Ética. RESULTADOS: o período de analise buscou conter um ano antes da descentralização da assistência das hepatites virais para a atenção básica que se deu em 2006 e dois anos após, tentando analisar o impacto desta ação na taxa de incidência das hepatites virais no estado. No quadriênio 2005-2008, foram 4699 e 2414 casos registrados no estado e capital respectivamente com predomínio do vírus A seguido do vírus B. Quanto à variável raça, tanto no estado quanto na capital, evidenciou-se a maioria dos casos na população declarada parda e equivalência entre os sexos para todos os tipos de vírus. Inverso a diminuição da taxa de incidência das hepatites virais, está à cobertura populacional da atenção básica, que aumentou ao longo do tempo. A cobertura vacinal contra a hepatite B na população alvo na faixa etária de 0 a 19 anos, no estado do Amazonas mostra certa instabilidade, 82% no Amazonas e 83% em Manaus, não alcançando a cobertura mínima de 95% em nenhum dos anos da série histórica analisada. CONCLUSÃO: a não completitude e as inconsistências dos bancos de dados do MS para diversos agravos dentre eles as hepatites, favorecem a não fidedignidade dos perfis traçados. Apesar das limitações dos sistemas de informação em saúde citadas acima, foi possível caracterizar o problema das hepatites virais no Amazonas, e identificar que a partir da descentralização das ações de saúde relacionadas às hepatites, há uma queda na incidência do agravo. Descritores: Hepatite, Perfil Epidemiológico, Sistemas de Informação REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, E.,Guia de vigilância epidemiológica. Brasília, 2009.

São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde. Informes Técnicos Institucionais: vacina contra hepatite B. Rev. Saúde Pública, 2006. 40(6). Ministério da Saúde. Datasus. Informações de Saúde, 2009. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&VObj=http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10. Acesso em 12 jul 2009. Ministério da Saúde. Datasus. SI-PNI, 2009. Disponível em: http://pni.datasus.gov.br/inf_estatistica_cobertura.asp. Acesso em 28 de jul 2009. OR 17

INFECÇÃO HOSPITALAR E CCIH: A CONCEPÇÃO DE ACADÊMICOS E ENFERMEIROS

Resutto, F. A. S.; Câmara, L. H. B. A. INTRODUÇÃO: a Infecção Hospitalar (IH) é um problema de saúde pública por estar ligada à problemática social, mas não podemos esquecer que é também um desafio para o enfermeiro, pois o

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profissional é compelido a conviver com deficiências de recursos humanos e materiais, resolutividade e eficiência do sistema publico, tornando frágil uma atividade que tem como pressuposto básico o respeito à vida. Florence Nightingale considerava a cura como uma ação da natureza facilitada pelos profissionais de saúde e afirmava: “A primeira condição em um hospital é não prejudicar o doente”. As IH’s são iatrogenias decorrentes da hospitalização do paciente, mas desde a Antiguidade existem relatos sobre a disseminação de doenças epidêmicas e sobre a inevitabilidade das infecções cirúrgicas. O tema tem sido discutido por autoridades e profissionais de saúde em todo o mundo, por conta dos altos índices encontrados em diversos hospitais, pelo ônus financeiro e por todos os problemas causados ao paciente. O ambiente hospitalar envolve a exposição dos profissionais de saúde, demais trabalhadores, pacientes e acompanhantes a uma diversidade de risco, especialmente os biológicos. As doenças infectocontagiosas se destacam como as principais fontes de transmissão de microrganismos para pacientes e profissionais, por isso a importância da biossegurança, que aplicada nos hospitais, corresponde à adesão de normas e procedimentos seguros e adequados à manutenção da saúde. A educação dos profissionais de saúde deve incluir a orientação na admissão até a educação continuada no serviço. Desde o início, deve-se frisar que prestando uma assistência adequada e seguindo as medidas de controle, o risco de adquirir ou disseminar infecções diminuirá. Dentre as competências da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), destacam-se a normatização das diretrizes para a prevenção e controle de exposição a doenças infectocontagiosas e a materiais orgânicos, a implementação do programa de imunização, e controle de epidemias entre os trabalhadores da saúde. Cabe ao empregador disponibilizar, gratuitamente, vacinas eficazes contra os agentes biológicos a que os trabalhadores estão ou poderão estar expostos. E deverá ainda, assegurar que os funcionários sejam informados das vantagens e efeitos colaterais, dos riscos a que estão expostos por falta ou recusa da vacinação, assim como a resposta vacinal após ter concluído o esquema. Uma das maneiras mais importantes de se elaborar e implementar medidas de prevenção é através do registro dos acidentes ocorridos, para que se conheça a magnitude do problema e se estabeleça acompanhamento adequado. A equipe de enfermagem é o grupo mais numeroso e que maior tempo fica em contato com o doente internado em hospitais. A natureza do seu trabalho, que inclui a prestação de cuidados físicos e a execução de procedimentos diagnósticos e terapêuticos, a torna um elemento fundamental nas ações de prevenção, detecção e controle de infecção hospitalar. Os alunos do curso de enfermagem também se expõem a acidentes de trabalho durante o processo ensino-aprendizagem. Relacionados ao risco biológico, essa classe aparece como a quarta colocada em registros de acidentes com material biológico, entre 2000 e 2006, no Estado de São Paulo, totalizando 1069 acidentes. Falta de experiência e ansiedade podem contribuir para a ocorrência de acidentes;estar constantemente em situações de aprendizado, supervisão e avaliação favorecem o aumento da ansiedade e estresse. OBJETIVO GERAL: apresentar as concepções dos acadêmicos de enfermagem e enfermeiros sobre os conceitos de IH e CCIH em um Hospital Pronto Socorro Público da cidade de Manaus, Amazonas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: detectar os conceitos que caracterizam mitos sobre a prevenção de IH; Comparar o conhecimento sobre IH e CCIH entre acadêmicos e enfermeiros. ETODOLOGIA: tratou-se de um estudo quanti-qualitativo, descritivo, observacional e transversal, o qual abordou os conceitos de IH e CCIH. Para o registro foi desenvolvido um questionário, o qual foi baseado em um estudo realizado no ano de 2005 com auxiliares e técnicos de enfermagem, com 26 questões onde foram descritas situações para analisar a concepção de acadêmicos de enfermagem

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e enfermeiros acerca do tema. Os entrevistados tinham como opção de resposta três alternativas: concordo, discordo ou tenho dúvidas. O local de estudo foi o Centro Universitário Luterano de Manaus (CEULM/ULBRA) e o Hospital Pronto Socorro Dr. Aristóteles Platão Araújo. RESULTADOS: analisando os resultados das 26 afirmativas foram obtidas respostas adequadas pelos acadêmicos em 67,8% e, quanto aos profissionais 76, 4% obtiveram resposta adequada. Se compararmos este trabalho com uma pesquisa similar realizada por KUNZLE et al., (2005) onde o questionário continha 28 afirmações e 72% das respostas foram adequadas. Vale ressaltar que o estudo atual foi realizado com profissionais de nível superior, diferente do estudo comparativo, o qual teve como objeto de estudo auxiliares e técnicos de enfermagem. Por esse motivo era esperado que os resultados obtidos nessa pesquisa fossem melhores. Durante as entrevistas, foi possível perceber que em raríssimas situações os enfermeiros admitiram não ter conhecimento sobre o tema proposto, comumente os entrevistados demonstravam ter certeza sobre as respostas, mesmo quando essas estavam erradas. Assim, é possível notar que os profissionais ainda realizam procedimentos de forma inadequada e mecânica, pois durante a aplicação do questionário alguns explicavam o motivo da resposta dada, o que muitas vezes não era compatível com o que os estudos apontam como ideal. Entretanto, os acadêmicos possuem mais facilidade em assumir que tem dúvidas. Quando os enfermeiros eram informados que haviam cometido um determinado erro, alguns se mantinham irredutíveis mesmo depois da explicação. Essa situação aconteceu com menos frequência se comparado aos acadêmicos. Esse caso requer atenção e é necessário que sejam adotadas medidas para que esse cenário possa ser revertido. É de fundamental importância lembrar que as infecções hospitalares podem ser resultados de praticas iatrogênicas decorrentes de mitos e rituais, que são crenças mais baseadas na tradição que em fatos, é uma forma de pensamento oposto à do pensamento lógico e cientifico. Qualquer coisa que o enfermeiro acredite, mas não possa legitimar, tornar-se um mito e quando executa ações costumeiras sem entender as razões práticas de utilização pode ser um ritual. A IH se enquadra como uma forma de lesão corporal e, se a vitima ou seus familiares decidirem recorrer judicialmente, o profissional será responsabilizado. É importante que a CCIH receba o apoio da diretoria do estabelecimento e principalmente dos enfermeiros, pois são eles que passam a maior parte do tempo com os pacientes e gerenciam a equipe responsável pela maioria dos procedimentos realizados. É essencial que os alunos sejam informados sobre a realidade em que se encontra a saúde pública em nosso País e sobre os crescentes índices de infecções hospitalares. CONSIDERAÇÕES FINAIS: o conhecimento e as ideias dos acadêmicos ainda estão em formação durante o período em que se encontram na universidade, por isso os docentes tem a possibilidade de tentar moldar e instruir futuros profissionais que serão capazes de prestar serviços de qualidade e que contribuirão para uma melhora no sistema de saúde atual. Durante a formação acadêmica, os alunos devem ser motivados e orientados a prestar serviços conscientes dos riscos envolvidos, tanto para o profissional quanto para o cliente. É indispensável que o Estado comprometa-se em investir e fiscalizar casos de IH. Além disso, as instituições devem proporcionar aos profissionais condições de trabalho adequadas, educação permanente e incentivo à pesquisa. É de extrema importância que a CCIH realize cursos e palestras, mas além da baixa adesão do profissional a essas atividades é comum encontrar aqueles que se opõem a mudanças e aplicação de novas técnicas. É imprescindível que a CCIH realize uma fiscalização mais rigorosa e, quando for observado que as medidas propostas não foram aceitas e consequentemente não foram colocadas em pratica, uma medida de punição deve ser discutida.

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Descritores: IH. CCIH. Manaus. Enfermagem. REFERÊNCIAS: CANALLI, R. T. C et al.: Acidentes com material biológico entre estudantes de enfermagem. Revista de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v.18, n.2, p.259-64, abr/jun.2010. FONTANA, R. T; LAUTERT, L. Aspectos ético-legais do controle da infecção hospitalar: algumas reflexões relativas ao enfermeiro. Ciência Cuidado Saúde, v. 7, n. 4, p. 546-50, 2008. KUNZLE, S. E. M. et al.: Auxiliares e técnicos de enfermagem e controle de infecção hospitalar em centro cirúrgico: mitos e verdades. Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 40, n. 20, p. 214-20, 2005. SCHEIDT, K. L. S. et al.: As ações de biossegurança implementadas pelas comissões de controle de infecções hospitalares. Revista de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 14, n.3, p. 372-77, jul/set, 2006. TURRINI, R. N. T. Percepção das enfermeiras sobre fatores de risco para a infecção hospitalar. Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 34, n. 2, p.174-84, jun. 2000. OR 18

PERFIL DE CUIDADORES FAMILIARES DE IDOSOS DEPENDENTES DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE COARI,

AM. Reis, D. A.; Oliveira, A. P. P.; Arruda, Y. M. B. C.

INTRODUÇÃO: O envelhecimento da população é um fenômeno mundial nos dias atuais, principalmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil. O aumento na expectativa de vida da população de idosos, característica do mundo moderno, transforma a realidade social de maneira irreversível. A esta transição soma-se a outra, que é a do perfil epidemiológico, quando passam a predominar as doenças crônico-degenerativas mais presentes entre os idosos. Temos nos deparado também com o aumento de pessoas idosas dependentes que são cuidadas pelos membros de sua família. E nesse contexto, surge a figura do cuidador familiar, que é uma pessoa que se envolve num processo do cuidar do outro, no qual ele vive uma experiência contínua nesse cuidado ao seu familiar dependente. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi identificar o perfil social dos cuidadores familiares de idosos dependentes da área de abrangência das Unidades Básicas de Saúde do Município de Coari do Estado do Amazonas. METODOLOGIA: Este trabalho trata-se de uma parte da dissertação intitulada Rede de Apoio e Necessidades Educacionais frente ao Cuidado Familiar de idosos dependentes: Uma contribuição para a Enfermagem, do Programa de Mestrado

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em Enfermagem Associado da Universidade Estadual do Pará-UEPA e Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Trata-se de um estudo transversal e descritivo com abordagem quantitativa. Realizado com 76 cuidadores familiares de idosos dependentes, em que se aplicou um formulário previamente validado, no período de setembro/2012 a novembro/2012 no município de Coari, extraindo do estudo os seguintes aspectos: perfil sócio-demográfico, ocupacionais e sócio-econômico. Os dados foram compilados e analisados com auxílio do programa Microsoft Excel 2007. RESULTADOS: Dos cuidadores familiares participantes do estudo; 87% são mulheres, com idades variando de 39 a 46 anos, do próprio município. A grande maioria das mulheres são casadas, totalizando 39% e 70% dos homens são casados e o restantes são solteiros. Em relação a escolaridade o ensino fundamental incompleto foi de maior representatividade, totalizando 52%, a renda familiar mensal mostrou-se ser relativamente baixa entre 1 a 3 salários mínimos em 64% dos participantes. 68% das cuidadoras não exerce atividade profissional, com função especificamente de cuidar do idoso. Quanto ao grau de parentesco com o idoso, verificou-se que 42% eram filhos (a), e seguida de esposos (a) com 17%, sendo com representatividade maior das mulheres. CONCLUSÃO: Diante do exposto, conclui-se que os idosos dependentes na população estudada estão sob cuidados em sua maioria das mulheres de meia idade, que são casadas e que cuidam dos seus pais idosos por 24 horas e possui o nível sócio econômico relativamente baixo, o que interfere diretamente no processo do cuidado por este requerer dedicação exaustiva e custos mais elevados. Destaca-se a importância da equipe da Estratégia Saúde da Família conhecer o perfil dos cuidadores familiares da sua área de abrangência da Unidade Básica de Saúde, a fim de planejar intervenções a ser cerca do cuidado do familiar que cuida do idoso, que também requer cuidados, passando a valorizar cuidar de quem cuida. Descritores: Idoso, Saúde do Idoso, Saúde da Família. REFERÊNCIAS ALVES, M. S. A. et al. Saberes de Enfermeiros que atuam na atenção primária à saúde sobre conceitos de Enfermagem. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro, 2012, 2 (1) jan/abr. FIGUEREDO. N. M. A.; TONINI T. Gerontologia: Atuação da Enfermagem no Processo de Envelhecimento. 1º ed. Yedis: São Paulo, 2008. FILHO, W. J.; KIKUCHI, E. L. Geriatria e Gerontologia Básicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. GARCIA, R. P. et al. Cotidiano e Aprendizado de Cuidadores Familiares de Doentes Crônicos. Revista Ciências Cuidados em Saúde, 2011, 10 (4), 690-696. WALDOW, V. R, BORGES, R. F. Cuidar e humanizar: relações e significados. Revista Acta Paulista de Enfermagem, 2011, 24 (3), 414-8.

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OR 19 PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE CRIANÇAS COM HIDROCEFALIA ATENDIDOS NUM

HOSPITAL PÚBLICO DO MUNICIPIO DE MANAUS, AM, BRASIL Fachín, M. E. L., Silva, A. C., Coelho, F. R. D.; Ribeiro, M. N. S.

INTRODUÇÃO: a hidrocefalia é um acúmulo anormal de liquido cefalorraquidiano, nas cavidades dentro do cérebro chamadas ventrículos. O fluído cérebro espinhal produzido nos ventrículos circula através do sistema ventricular e é absorvido na corrente sanguínea. A doença ocorre quando há um desequilíbrio entre o montante de fluído cérebro espinhal que é produzido e a quantidade que é absorvido. Por aumentar a quantidade de fluído cérebro espinhal, os ventrículos se dilatam e a pressão dentro da cabeça aumenta. A doença pode ser classificada como hidrocefalia congênita ou adquirida ou comunicante e não comunicante dependendo da sua etiologia. Esta patologia é considerada uma anomalia freqüente do sistema nervoso central, sua prevalência na população estima-se entre 1 a 1,5% e a incidência de 0,12 a 2,5 casos/ 1000 nascimentos (COBO, 2008). Seus portadores têm uma qualidade de vida comprometida por múltiplas complicações e incapacidade, gerando evidentes repercussões a suas famílias e custos elevados para toda a sociedade. A hidrocefalia atinge no mundo, cerca de uma em cada 500 crianças nascidas. A hidrocefalia constitui um problema neurológico observada com certa frequência no Hospital Pronto Socorro da Criança da Zona Leste de Manaus (HPSC-ZL). Neste hospital existe uma enfermaria para as internações e atendimento dos clientes com este tipo de patologia, razão pela qual foi escolhido como local de estudo. OBJETIVOS: frente a este quadro, nossa pesquisa foi direcionada a: Caracterizar o perfil epidemiológico das crianças com hidrocefalia atendida no HPSC-ZL de Manaus; Determinar os fatores que influenciam a situação familiar de saúde das crianças com hidrocefalia; Avaliar se o responsável pela criança detém conhecimentos sobre hidrocefalia; Identificar se existe um programa de saúde onde os pacientes fazem o seu controle. METODOLOGIA: esta pesquisa foi realizada no HPSC-ZL, no período de agosto de 2011 a julho de 2012. A pesquisa foi do tipo exploratória, de caráter descritivo, com abordagem quanti-qualitativa. Foram estudadas 11 mães, cujos filhos apresentaram problema de hidrocefalia e encontrarem-se internados no local de estudo referido. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi uma entrevista estruturada contemplando dados de identificação da mãe e da criança assim como questões específicas sobre o tema de pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: a maioria das mães (37%) encontra-se na faixa etária entre 23 a 27 anos. Estudos mostram que as mães de crianças com hidrocefalia são jovens, o que não foi obsevado nesta pesquisa (OLIVEIRA et al., 2010). As crianças com hidrocefalia possuem necessidade de atendimento especial geralmente quando envolve o pós-operatório, na maioria das vezes o cuidador responsável é a própria mãe, pesquisas revelam que o conhecimento do cuidador tende há aumentar com a idade, e isto faz com que preste melhor assistência à criança. As mães declararam-se solteiras (64%) enquanto as outras afirmavam estar casadas, é importante mencionar que durante a entrevista, através das falas dos sujeitos, se pode constatar que dentre as mães que se declararam casadas, nem todas se caracterizavam como um casamento legal perante a lei e, sim como união estável porém, faziam questão de enfatizar que eram casadas. Assim sendo esse dado contribui para maximizar o contingente de mães solteiras. Grande parte das mães (54%) esta no seu segundo filho, enquanto que havia mães que possuíam até quatro filhos (27%), esse é um importante dado para se relacionar com a genética já que em nenhumas das famílias havia mais de 2 filhos com hidrocefalia, as mães

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primiparas eram minoria (18%). Todas as mães eram alfabetizadas, sendo que, possuíam o ensino médio completo (45%), enquanto que 36% tinham ensino médio incompleto e 18% ensino fundamental incompleto. Estudos demonstram que essa é a principal variável relacionada ao nível de conhecimento do cuidador, mães com maior nível de escolaridade conhecem melhor a definição e as causas da hidrocefalia (OLIVEIRA et al., 2010). Em quanto às atividades descritas por elas, a maioria se dedicava as atividades do lar (72%), possuía baixa renda (45%) sobrevivendo com 1-3 salários mínimos, essa variável é influenciada pelo local da pesquisa onde normalmente se atende às classes sociais menos favorecidas. A fonte de renda das mães (81%) vem do trabalho. Quanto a religião 64% se declarou evangélica, seguido pelos Católicos (27%) e a Assembleia de Deus (9%).No controle pré-natal todas declaram ter feito ao menos uma consulta. O que é de suma importância quando se trata de doenças congênitas, o diagnostico de hidrocefalia neste período tem aumentado muito devido a ultrassonografia que facilmente a detecta (CAVALCANTI & SALOMAO, 2003). Nenhuma das mães relatou qualquer tipo de doença durante a gravidez, o que contradiz com vários estudos passados devido a hidrocefalia muitas vezes ser causada por infecções congênitas como meningite purulenta (10,2%), toxoplasmose (5,1%) e a neurotuberculose (5,1%) (KLIEMANN & ROSEMBERG, 2005). A maioria (64%) afirmou ter tomado algum tipo de medicamento para a gripe e 36% negou. Todas relataram tomar suplementos vitamínicos como o sulfato ferroso, a desnutrição esta envolvida na má formação do sistema nervoso central (SNC) principalmente pela carência de acido fólico, elemento importante no fechamento do tubo neural. Sobre as orientações no momento do diagnostico, ou seja, o primeiro contato real com a realidade de doença, elas se direcionaram mais as condutas a serem tomadas (64%) do que propriamente o que seria a doença e o que a causa (18%), um percentual pequeno relatou não ter recebido orientações (9%). Apenas em dois casos não houve nenhum tipo de informação do médico (18%), e uma não conseguiu entender as orientações médicas (9%).As mães demonstraram ter conhecimento das condutas que estavam sendo realizadas (73%) em seus filhos, porem não foi observada nenhuma informação sobre o que é a doença e o que a causa. Saber as condutas a ser tomadas é de suma importância e é notável que elas estejam sendo dadas com clareza e eficiência, porém nota-se um certo abandono das informações sobre o doença em si o que ajudaria no cuidar da criança e proporcionaria melhor adesão e confiança no tratamento. Estudos referem que as mães cuidam baseando-se em seus referenciais, crenças, costumes e recursos, esses referenciais nem sempre estão de acordo com o cuidado da equipe de saúde, podendo vir a intervir no tratamento (OLIVEIRA et al., 2010). A falta de conhecimento sobre hidrocefalia aqui reportado pode ser tanto pela falta de orientação dos profissionais e o uso de linguagem mais acessível como pela baixa escolaridade observada. As infecções foram o principal problema relatado durante a gravidez, sendo as do sistema respiratório os mais frequentes (46%), não se encontrou qualquer menção de tal problema na literatura. Uma única mãe relatou que não teve nenhum tipo de problema de saúde (9%). Houve relatos de problemas inespecíficos como febre (18%).Não houve relação dos sexos com a incidência de hidrocefalia, sendo 54% do sexo masculino e 45 do sexo feminino, apesar de já ter conhecimento de síndromes que causam hidrocefalia, como a estenose do aqueduto de Sylvius, paraplegia espástica e síndrome de MASA, porém, os estudos sempre demonstram uma incidência semelhante entre os sexos. O tempo de internação dos sujeitos variou desde os que passaram pouco mais de um dia, a aquele que não poderiam mais voltar as suas casas, ficando entre 1 e 3 semanas o mais frequente (36%), sendo em média 2,8 semanas o tempo de internação. A idade das crianças variou

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entre 2 semanas e 10 anos, dos quais, apenas 3 das onze crianças estão acima de um ano. Foram vários os motivos que levaram a internação das crianças, encontrando sintomas frequentes de hidrocefalia (36%) devido ao acumulo de liquido, outros devido às complicações da válvula de derivação ventricular que já faziam uso (18%), indicação de cirurgia para correção sem relatar sintomas (27%) e problemas urinários e tumefação do abdome gerada pela obstrução mecânica da derivação (9%). As complicações mecânicas das derivações são por alguns autores ditas como a mais frequente causa, acontecendo em 30 % a 60%, porém essa alta frequência não foi observada no estudo, sendo relatada apenas num caso, por o “fio ter embolado”. Os casos de infecção acontecem segundo a literatura em 2 a 15% das derivações, (KLIEMANN & ROSEMBERG, 2005), sendo observado nesta pesquisa somente um caso. Também as convulsões são um quadro comum na hidrocefalia, chegando em 43,6% ate crises epilépticas, o que não foi evidenciado nesta pesquisa. CONSIDERACOES FINAIS: A hidrocefalia é frequente em crianças de ambos os sexos, a faixa etária vária entre 2 semanas a 10 anos. A identificação da doença ocorre durante o controle pré-natal e nos primeiros anos de vida. A maioria deles são internados para correção e tratamento clinico em casos de infecção. As crianças são de origem de famílias de baixa renda e nível cultural, trabalhadoras do lar. Os cuidados destas crianças recaem sobre as mães, sendo o pai ausente. A maioria das mães conhece as condutas que são tomadas com seus filhos, entretanto desconhecem o próprio significado da doença e suas causas, e não existe programa especifico para controle deste pacientes. Descritores: Hidrocefalia. Perfil Epidemiológico. Crianças. REFERÊNCIAS: CAVALCANTI, D. P.; SALOMÃO M. A. Incidência de hidrocefalia congênita e o papel do diagnóstico pré-natal.Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro;v.79(2) p.135-40, 2003. COBO, E. J. Hidrocefalia. 2008. Disponível em: <www.sld.cu/galerias/pdf/sitios/.../hha2008 _hidrocefalia.pdf>. Acessado em: 15 abr.2011. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. 9. reimpr. São Paulo: Editora Atlas, 2007. KLIEMANN, S. E.; ROSEMBERG, S. Hidrocefalia derivada na infância: um estudo clínico-epidemiológico de 243 observações consecutivas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/anp/v63n2b/a24v632b.pdf>. Acessado em 15 set. 2011. OLIVEIRA, D. M. P.; PEREIRA, C. U.; FREITAS, Z. M. P.. Conhecimentos dos cuidadores de crianças com hidrocefalia.Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v.63 n.5: p.782-5 set-out, 2010.

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OR 20 PROCESSO DE DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS:

CONHECIMENTO E INTENCIONALIDADE DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

Teixeira, C.; Bessa, J. P.; Nogueira, I. S.

INTRODUÇÃO: transplante é definido um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão ou tecido de uma pessoa doente – receptor – por outro órgão normal de um doador, morto ou vivo. É um tratamento que pode prolongar a vida com melhor qualidade, ou seja, é uma forma de substituir um problema de saúde incontrolável por outro sobre o qual se tem controle (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS, 2011). Busca-se sensibilizar cada vez mais cidadãos sobre o procedimento, para isso é necessário uma formação com qualidade do profissional que propagará as informações e o conhecimento acerca do processo doação/transplante, principalmente o Enfermeiro que durante o cotidiano hospitalar apresenta-se mais próximo ao paciente e da família do mesmo, sendo essas peças fundamentais quando começa a se pensar na captação de órgãos e tecidos. Constata-se que, muitas vezes, inúmeras equipes realizam grandes deslocamentos com o intuito de captar órgãos, tornando claro que é o empenho de seus integrantes a real diferença nesse processo, portanto conscientizar os profissionais que lidam com a captação de órgãos, bem como as equipes locais para que efetuem a notificação, é de suma importância para uma elevação da taxa de possíveis doadores assim como da própria efetivação dos transplantes (MIRANDA, 2004). Sendo assim esse estudo abrange o nível de conhecimento sobre o processo e o desejo de ser ou não doador de órgão e tecidos. OBJETIVOS: o objetivo geral do projeto é avaliar o conhecimento e a intencionalidade de acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas, acerca do processo de doação e transplante de órgãos e tecidos. Quanto aos específicos são: verificar o que sabem os acadêmicos sobre transplante de órgãos e tecidos e morte encefálica; investigar o conhecimento desses acadêmicos acerca de critérios para doação, órgãos e tecidos que podem ser doados e medicação necessária para o paciente transplantado; e conhecer o desejo desses acadêmicos em ser um potencial doador, identificando secomunicaram essa vontade aos seus familiares. METODOLIGOA: trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem quantitativa que vem ocorrendo desde Julho de 2012 até Julho de 2013. A pesquisa vem sendo feita através de questionários que são respondidos de forma voluntária por acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a aplicação dos questionários começou em novembro de 2012 e ainda está ocorrendo, com término previsto para maio de 2013. A população abrange 360 acadêmicos e a amostra se constitui de 189 indivíduos que atendem os critérios de inclusão, que são: ser acadêmico de enfermagem regularmente matriculado, ter idade maior ou igual a 18 anos, aceitar voluntariamente participar do estudo e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. RESULTADOS: devido à coleta de dados ainda estar em andamento (a mesma iniciou em novembro de 2012), apresentaremos os resultados parciais, tais como: 50,6% (44 indivíduos) conceituaram erroneamente o transplante de órgãos. O antibiótico aparece como segundo medicamento considerado imprescindível ao paciente transplantado (12,6%). 83,9% dos acadêmicos que responderam ao questionário desejam se tornar doadores, entretanto quando questionados sobre já terem comunicado a família esse desejo, 49,4% dos acadêmicos afirmam que ainda não informaram a família. Os órgãos mais citados como

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possíveis de doação são os rins (83%), coração (80%) e fígado (80%). A vesícula aparece citada uma vez (1%) e o baço foi citado três vezes (3%), sendo que os mesmos não são utilizados no processo doação/transplante. CONCLUSÃO: como a coleta de dados ainda está em andamento, não é possível formular uma conclusão definitiva, mas diante da análise dos dados já colhidos e analisados previamente, pode-se ver uma deficiência no que diz respeito ao conhecimento dos acadêmicos quanto ao tema abordado. Mostrando dessa forma a necessidade de projetos de sensibilização e a abordagem do tema transplante de órgãos e tecidos nas disciplinas ministradas na UEA, onde a coleta de dado está sendo feita.

Descritores: transplante, doação, enfermagem, educação em saúde, acadêmicos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional do Sistema Nacional de Transplantes de órgãos e tecidos.Estruturação do Sistema Nacional de Transplantes. 2001. http://.saude.gov.br. Acesso em 24 de maio de 2012.

FERREIRA, A.; GUIMARÃES, T.; NOGUEIRA, G. A atuação do enfermeiro na captação de órgãos. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano 7, nº 19, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em: 25 de maio de 2012.

MIRANDA, M. P. Realizada a primeira captação de órgãos no Acre. ABTO News, 7(2): 13, abril/junho, 2004.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO (SESSP). Coordenação do Sistema Estadual de Transplante. Doação de órgãos e tecidos. São Paulo: SESSP; 2002. OR 21

QUALIDADE DE VIDAS DE IDOSOS NO AMAZONAS: O PAPEL DA UNIVERSIDADE ABERTA DA TERCEIRA IDADE

Castro, F. F.; Ribeiro, M. N. S.; Diniz, C. X.; Santos, T. J. S; Yamada, B. F.A.; Ribeiro, J. H. S.; Figueiredo, H. C. A.; Muniz, E. R. O. P.

INTRODUÇÃO: um dos principais papéis das Universidades é o de orientar a mudança; transformar realidades e fatos, a partir do conhecimento. No caso das Universidades da Terceira Idade, este papel vai além de conhecimento, implica em integrar o idoso na sociedade, respeitando seus saberes, culturas, crenças e limitações, tendo como objetivo maior, melhorar a qualidade de vida. Para Ferreira, Tavares e Rodrigues (2011) o conceito de qualidade de vida está relacionado à auto-estima e ao bem-estar pessoal, e abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e o ambiente em que vivem. OBJETIVOS: descrever a qualidade de vidas de idosos que freqüentam a Universidade Aberta da

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Terceira Idade da Universidade do Estado do Amazonas (UnATI/UEA) e inferir sobre os aspectos positivos da inclusão social. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, envolvendo 255 idosos. Para a entrevista utilizou-se um questionário semi estruturado com questões sociais, econômicas e de saúde dos idosos e o instrumento WHOQOL-OLD (World Health Organization Quality of Life). RESULTADOS: houve predominância do feminino com 81,6% na faixa etária entre 60 a 65 anos e 2,4% encontravam-se na faixa de 80 anos e mais. Estudos realizados como o de Chackiel (2000) e Rosset (2011) revelam que esse é o grupo populacional que mais cresce,denominados a “quarta idade”, etapa que corresponde a fase de declinação, com maior dependência e acelerada perda das capacidades funcionais e cognitivas. O quantitativo de idoso com curso superior completo, foi de 16,1%o que merece destaque. Em relação ao estado civil, solteiros, separados ou viúvo equivale a 64,6% e 73,7% são da religião católica. A renda pessoal está em torno deR$ 700,00 e R$ 2.200,00 passando para R$ 1.300,00 e R$ 3.700,00 respectivamente a renda familiar. A renda é oriunda, em sua maioria (68,2%) da aposentadoria. Ao analisar as condições de moradia dos idosos, constatou-se que mais de 80% dos respondentes tem casa própria, e moram com pelo menos três pessoas em1 casa. Quanto à análise da saúde, 75% dos entrevistados disseram ter um ou mais problemas de saúde, sendo a hipertensão e diabetes os mais citados. Em relação à incontinência urinária, 27,6% dos idosos queixaram-se de perda involuntária de urina. No grupo pesquisado 91,8% afirmaram visitar o médico regularmente e cerca de 80% estão satisfeitos com os serviços de saúde. Os idosos foram investigados sobre a diminuição da ingesta alimentar devido a perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade de mastigar, onde 80,4% referiram não ter diminuído a quantidade de alimentos ingerido. Quanto aos hábitos de vida, observa-se que o número de idosos que fazem uso do fumo e do álcool equivale respectivamente a 6,7% e 21,6%. Quanto às atividades sociais, onde a UnATI foi excluída da resposta, 50,1% disseram realizar outras atividades sociais em grupos da comunidade ou outras atividades para idosos.59% realizam atividades físicas regularmente, entre uma a três vezes por semana, sendo que a caminhada foi a atividade mais citada pelos idosos. Na análise da qualidade de vida por meio do instrumento WHOQOL-OLD, a média encontrada ficou em 15,7, com desvio-padrão de 1,5 e IC 95% (15,5 – 15,9). A qualidade de vida é um dado subjetivo, que pode ser estimada por vários métodos. No entanto, esses dados podem mudar com muita facilidade, de acordo com o humor da pessoa, nível de estresse ou até mesmo uma pequena contrariedade momentos antes da entrevista. Observando-se o domínio “funcionamento do sensório” os idosos encontram-se com escore acima da média geral para a qualidade de vida com 17,7. Esse domínio diz respeito à capacidade dos idosos em realizar suas atividades em virtude delimitações nos órgãos dos sentidos. Em relação à autonomia a média foi de 14,5, considerado uma valor abaixo da média na análise da qualidade de vida. O domínio “atividades passadas, presentes e futuras” diz respeito ao grau de satisfação do indivíduo em relação às suas conquistas na vida e planos futuros. O resultado encontrado de 15,1 aproximou-se da média para a qualidade de vida. Desenvolver atividades prazerosas que gerem senso de produtividade e criatividade, seja de conhecimento, seja de artesanato ou de cuidado com as pessoas, traz a esses idosos a oportunidade de manterem vínculos de amizade e de se sentirem realmente vivos (LIMA; COELHO, 2011). Em relação ao domínio “participação social”, observa-se que os idosos encontram-se abaixo da média com 15,5% e desvio

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padrão de 1,8%. Esse domínio está relacionado ao convívio com seus vizinhos, as pessoas do seu bairro e inclusão social. O domínio “morte e morrer” diz respeito à preocupação dos idosos em como ou quando irão morrer. Os resultados foram positivos, o fato de o valor encontrado (16,5) estar acima da média para a qualidade de vida geral,evidenciando que a chegada ao fim da vida não é uma preocupação constante dos idosos. O domínio intimidade diz respeito às relações mais íntimas dos idosos com o cônjuge. A média encontrada foi de 15,1. Os idosos responderam a perguntas acerca do seu nível de satisfação sobre a presença ou não de atividades sexuais. Observou-se que entre as mulheres, a maioria respondeu que não tinha vida sexual ativa e que estava satisfeita com a atual condição. Já no caso dos homens, dentre os que responderam não ter vida sexual ativa, a maioria revelou-se insatisfeito com isso. CONCLUSÃO: pôde-se observar que a maioria dos idosos tem boa qualidade de vida. Os domínios abordados aproximaram-se da média geral. O domínio mais afetado foi a autonomia, com a média mais alta para o funcionamento do sensório.A existência de idosos com um perfil considerado abaixo daquilo que preconiza a qualidade de vida, quando considerados diversos aspectos como saúde, renda, alimentação e moradia, dentre outros, reforça a necessidade de que as ações e políticas públicas sejam mais eficazes, com resultados mais concretos, para que o envelhecimento seja garantido, não só à maioria, mas a todos os sujeitos que vivenciam essa realidade. Quanto ao resultado de ações das Universidades na vida do idoso, o estudo mostrou que a participação é altamente benéfica para manter a autonomia e independência dos idosos pois quanto mais nível educacional o indivíduo alcança maior a chance de preservar sua capacidade cognitiva, funcional, melhor adaptação ao meio, melhores relacionamento sociais e consequentemente aperfeiçoamento pessoal. Descritores: Idoso, Qualidade de Vida, Universidade da Terceira Idade

REFERENCIAS CHACKIEL, J. El envejecimiento de la población latinoamericana: hacia una relación de dependencia favorable. Santiago (CL): Centro Latinoamericano y Caribeño de Demografía; 2000. FERREIRA, P. C. S; TAVARES, D. M. S; RODRIGUES, R. A. P. Características sociodemográficas, capacidade funcional e morbidades entre idosos com e sem declínio cognitivo. Rev Acta Paul Enferm, vol. 4, n. 1, 2011. LIMA, P. M. R; COELHO, V. L. D. A Arte de Envelhecer: um estudo exploratório sobre a história de vida e o envelhecimento. Psicologia: ciência e profissão, v. 31, n. 1, 2011. ROSSET, I. et al. Tendências dos estudos com idosos mais velhos na comunidade: uma revisão sistemática (inter)nacional. Ver. Esc Enferm. USP, v. 45, n. 1, 2011.

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OR 22 SEXUALIDADE EM DUAS RODAS: ATENDIMENTO DE PACIENTES COM LESÃO

MEDULAR EM UM PROGRAMA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIO Kishibe, C. M. N.

INTRODUÇÃO: a medula espinal é um feixe de fibras que mede aproximadamente 45centimetrostem como função conduzir impulsos nervosos entre o cérebro e as outras regiões do corpo proporcionando ações motoras e sensitivas (MURTA & GUIMARÃES, 2007). Quando ocorre uma lesão medular ocorre à interrupção dos impulsos podendo ser permanente ou não. O processo de reabilitação é fundamental para restabelecer ou aprimorar a funcionalidade dos pacientes que são acometidos por alguma lesão medular. No processo de reabilitação há necessidade de atendimento multiprofissional e interdisciplinar a fim de identificar as principais dificuldades conduzindo práticas que potencializem o desenvolvimento da funcionalidade dos pacientes (VALL, et a.,, 2005) Através do atendimento multiprofissional é desenvolvido um plano assistencial que possibilita uma intervenção eficaz através de práticas educativas direcionadas aos portadores de lesão medular (HENNINGTON, E.A, 2005). As aulas são realizadas durante três meses, duas vezes por semana, abordando temas que estão relacionados com a lesão medular, bem como o nível que a mesma ocorreu. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão acerca da sexualidade da pessoa com lesão medular, bem como a de abordar o relato de experiência acerca do atendimento a pessoa com lesão medular, apresentando os aspectos fisiopatológicos e assistências desenvolvidas por uma residente multiprofissional em saúde em Manaus. Isso permitiria contextualizar algumas das dificuldades encontradas pelas pessoas com lesão medular e pelos profissionais que devem estar preparados para desenvolver um trabalho que possibilite uma intervenção através do atendimento multiprofissional em saúde que é realizado e preconizado para o maior êxito do atendimento. OBJETIVOS: abordar a importância da questão da sexualidade nos pacientes com lesão medular afim de proporcionar uma reflexão acerca da temática proposta. METODOLOGIA: trata-se de um estudo de caso descritivo de abordagem qualitativa de pacientes portadores de lesão medular atendidos por um programa de extensão universitária no período de março a dezembro de 2012. A coleta de dados ocorreu através do questionário inicial que visa conhecer o nível de conhecimento acerca da lesão medular e identificar pontos que auxiliem e direcionem as aulas desenvolvidas para o maior esclarecimento sobre o processo patológico, bem como às complicações decorrente da lesão medular. Depois são iniciados os atendimentos, promovendo a integração entre teoria e prática através de aulas que ocorrem individualmente ou com membros da família, as quais devem promover um tratamento integrador e informativo.A população estudada é composta por pacientes com lesão medular, atendidos em um programa de extensão desenvolvido pela Universidade Federal do Amazonas/UFAM denominado Programa de Atividades Motoras para Deficientes/PROAMDE, destinado ao atendimento de pacientes com lesão medular.O atendimento dos pacientes, denominados alunos, passam por um período de aprendizagem para o desenvolvimento da sua funcionalidade. A equipe é multiprofissional,composta por três assistentes sociais, sete fisioterapeutas, três educadores físicos, dois farmacêuticos, dois enfermeiros, cinco nutricionistas, uma pedagoga e quatro psicólogas, os quais desenvolvem atividades direcionadas para o desenvolvimento da saúde funcional desses alunos. A equipe é composta de profissionais do programa de extensão, residentes e estagiários. RESULTADOS: as atividades desenvolvidas durante

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os atendimentos, objetiva integrar a prática e a teoria na intenção de desenvolver uma abordagem adequada para as necessidades dos alunos. Dessa forma foi realizada a anamnese inicial com o preenchimento dos questionários utilizados pelos PROAMDE, que visam conhecer a história pregressa do paciente e conhecer o nível de conhecimento acerca do processo patológico.Com isso, cada profissional desenvolveu um plano assistencial para desenvolver suas atividades em três meses que correspondem a 24 atendimentos. Cada qual desenvolveu junto aos alunos aulas discursivas e dialogadas com o paciente e sempre que possível, os familiares foram integrados às atividades educativas, a fim de promover a disseminação dos cuidados requeridos pelos pacientes com lesão medular.Durante as aulas observou-se a necessidade de conhecimento adicional por quase todos os pacientes, pois na época que voltaram ao ambiente extra-hospitalar domiciliar, pouco havia sido preparado para este momento, uma vez que maioria desconhecia o que era lesão medular e quais as complicações decorrentes desse processo patológico.Dessa forma, ao chegar na temática que envolve a sexualidade, pouco se conhecia e muitas eram as dúvidas pertinentes à sexualidade. O maior desafio foi no que diz respeito à sexualidade masculina, pois os questionamentos foram sempre parecidos, no que se refere à ereção, ejaculação, e sobre a masculinidade nessa condição. Houve a necessidade de desenvolver um plano voltado ao conhecimento do aparelho reprodutor masculino, pois modificações decorrentes da lesão haviam se instalado. Com isso, os alunos ficavam ansiosos e barreiras tiveram que ser vencidas, pois é sabido que esse é um tema que adentra a intimidade de cada um, e cada um entende a sexualidade de uma forma dependendo de seus valores e crenças ( SILVA,L. C.A., 2007). Inicialmente era abordado o sistema reprodutor masculino, bem como anatomia, função do sistema e a inter-relacão com a medula espinhal. Depois era abordado o quesito sexualidade, a importância de novas descobertas, como pontos ou zonas erógenas para um maior conhecimento do seu corpo.Por último era abordada a importância ambiental e da mudança comportamental, além de conceitos sobre a sexualidade, pois acredita-se na possibilidade de desenvolver uma relação prazerosa com seu parceiro/a destacando-se a importância de se prevenir através de contraceptivos para o não desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s). Esse último item foi particularmente importante, pois muitos esqueciam dos procedimentos preventivos. CONCLUSÃO: ações no que se refere aos cuidados da pessoa com lesão medular são importantes a fim de potencializar a saúde e a funcionalidade dos pacientes, pois para que ocorra êxito no cuidado devemos proporcionar interação entre teoria e prática desenvolvendo ações que identifiquem as reais necessidades desses pacientes e buscando alternativas que potencializem as ações realizadas na sua vida. Portanto, há necessidade de profissionais capacitados que estabeleçam um vinculo com os pacientes para otimizar as aulas desenvolvidas de acordo com a demanda individual de cada um. Descritores: Enfermagem, residência, saúde. REFERËNCIAS HENNINGTON, É. A. Acolhimento como prática interdisciplinar num programa de extensão universitária. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(1):256-265, jan-fev, 2005.

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MURTA, S. G.; GUIMARÃES, S. S. Enfrentamento à lesão medular traumática. Estudos de Psicologia 2007, 12(1) 57-63. SAUPE, R. et al. Competência dos profissionais da saúde para o trabalhonterdisciplinar. Interface 521 - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.18, p.521-36, set/dez 2005 SILVA, L. C. A.; ALBERTINI, P. A Reinvenção Da Sexualidade Masculina Na Paraplegia Adquirida.Revista do Departamento de Psicologia - UFF, v. 19 - n. 1, p. 37-48, Jan./Jun. 2007. VALL, J.; LEMOS, K. I. L.; JANEBRO, A. S. I.. O Processo De Reabilitação De Pessoas Portadoras De Lesão Medular Baseado Nas Teorias De Enfermagem De Wanda Horta, Dorothea Orem E Callista Roy: Um Estudo Teórico. Cogitare Enferm 2005 Set/Dez; 10(3):63-70. OR 23

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO AGRAVO HANSENÍASE: UMA PESQUISA REALIZADA NO DISTRITO DE SAÚDE OESTE DE MANAUS

Silva, L. S., Lima, T. N.; Oliveira, A. G.; Amorim, R. G. INTRODUÇÃO: de acordo com Moreno, Enders e Simpson (2008) a hanseníase é considerada uma doença infectocontagiosa, crônica, causada pela Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. Este bacilo é um parasito intracelular obrigatório que tem afinidade por nervos periféricos e células cutâneas, causando assim uma maior possibilidade de incapacidades na pessoa infectada. A hanseníase representa ainda hoje, um problema de saúde pública. Doença infecciosa de fácil tratamento e cura, tem como fator agravante à repercussão sóciopsicológica gerada pelas incapacidades físicas que podem ocorrer na evolução da doença e que são a grande causa do estigma e isolamento do paciente na sociedade (MINAS GERAIS, 2006). OBJETIVO: analisar o índice de hanseníase no Distrito de Saúde Oeste. OBJETIVO ESPECÍFICO: identificar e analisar os dados e as ações referentes ao agravo malária, na área oeste de Manaus, Amazonas. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: trata-se de um estudo de campo realizado no Distrito de Saúde Oeste- DISA, durante o estágio realizado na disciplina Vigilância em Saúde,sendo as acadêmicas supervisionadas e orientadas pela docente responsável pelo estágio, mostrando a incidência do agravo Hanseníase na zona oeste da cidade de Manaus, fazendo um levantamento entre aponte do bairro São Raimundo até o kilômetro quarenta e um da BR cento e setenta e quatro, com o intuito de coletar os dados deste agravo do ano de dois mil e dose, que é fechado apenas no mês de março de dois mil e treze. RESULTADOS: hanseníase apresenta tendência de estabilização dos coeficientes de detecção no Brasil, mas ainda em patamares altos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. O coeficiente de detecção de casos novos é função da incidência real de casos e da agilidade diagnóstica dos serviços de saúde. Em 2012 foram detectados 231 casos novos de hanseníase no Estado. Desses, 101 casos estão identificados como Paucibacilar e 130 identificados como Multibacilar. A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independente do número de lesões. Quanto à classificação por detecção, 82 pessoas foram por encaminhamento, 129 por demanda espontânea, 1 por exames coletivos, 1 por exame de contato, 15 por Ign/Branco, e 3 por outros métodos. As maiores

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preocupações do Ministério da Saúde são com os casos de contatos registrados, mas que não são examinados e com os casos novos em menores de 15 anos. Dos 231 casos novos, são identificados 213 em pessoas de 15 anos em diante. A Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) aponta a região do bairro da compensa como de maior risco de transmissão de hanseníase desta área de responsabilidade do Distrito Oeste. Segundo o Ministério da Saúde, a região norte é uma das áreas prioritárias do Governo Federal para o combate à doença. CONCLUSÃO: este estudo possibilitou ampliar o conhecimento sobre o agravo Hanseníase em Manaus, onde foi possível observar que mesmo com a diminuição dos casos novos de Hanseníase, ainda são preocupantes os casos em menores de quinze anos, não se deve deixar de se preocupar com novas ações de prevenção que mobilizem as pessoas, em busca da conscientização da importância do tratamento. Descritores:Enfermagem, Hanseníase, Amazonas. REFERÊNCIAS: BRASIL. Portal da Saúde. Ministério da Saúde < http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1466>Acesso em: 02 abril 2013. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Bolso- Doenças infecciosas e parasitárias. Brasília: 2010. CARVALHO,.R.;SANTOS, S. S.; PINTO, N. M. M. Hanseníase: Detecção Precoce pelo Enfermeiro na Atenção Primária. Ipatinga-MG v.3, n. 2, Nov./Dez. 2010. OR 24

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO AGRAVO MALÁRIA: UMA PESQUISA REALIZADA NO DISTRITO DE SAÚDE OESTE DE MANAUS

Lima, T. N.; Silva, L. S.; Sampaio, S. M. N., Amorim, R. G. A.

INTRODUÇÃO: a malária é uma doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários transmitidos por vetores. Reveste-se de importância epidemiológica, atualmente, pela sua elevada incidência na região amazônica e potencial gravidade clínica. Causa consideráveis perdas sociais e econômicas na população sob risco, principalmente aquela que vive em condições precárias de habitação e saneamento. No Brasil, a área de maior endemicidade é a Amazônia, apresentando 99% dos casos, devido ao condicionamento e determinantes, isto é, favorável para a disseminação de doenças, tais como: a temperatura, umidade, altitude e a vegetação, que tornam o ambiente favorável para a proliferação do mosquito vetor, além das condições de vida e de trabalho da população local. Há uma forte presença indígena na região, concentrando mais de 50% da população do Brasil, especialmente no extremo noroeste do Amazonas, onde a cidade de São Gabriel da Cachoeira está localizado, o maior centro de povos indígenas no país. A malária é uma das principais doenças responsáveis pela alta morbidade e mortalidade dos povos indígenas do

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Brasil. A vigilância epidemiológica da malária é um dos componentes do Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM). A vigilância da malária compreende a vigilância de casos humanos e a vigilância entomológica, a fim de orientar as medidas de controle e prevenção. OBJETIVO: avaliar o índice de Malária no Distrito de Saúde Oeste – DISA Oeste. OBJETIVO ESPECÍFICO: identificar e analisar os dados e as ações realizadas, referente à Malária em uma determinada zona da cidade de Manaus, Amazonas. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: trata-se de uma pesquisa de campo realizada no Distrito de Saúde Oeste – DISA Oeste, durante o estágio supervisionado realizado na disciplina de Vigilância em Saúde sendo as acadêmicas orientadas pela docente responsável pelo estágio, revelando a incidência do agravo Malária na cidade de Manaus, um levantamento entre aponte do bairro São Raimundo até o kilômetro quarenta e um da BR cento e setenta e quatro da cidade de Manaus, afim de coletar os dados deste agravo já no início do ano de dois mil e treze. RESULTADOS: a região amazônica é considerada a área endêmica do país para malária. A maioria dos casos ocorre em áreas rurais, mas há registro da doença também em áreas urbanas. Mesmo na área endêmica, o risco de contrair a doença não é uniforme. A área de abrangência de controle do Distrito de Saúde Oeste – DISA Oeste faz o monitoramente através do Setor de Controle de Endemias, que estipula os meses de Abril a Julho como os de período endêmico da Malária. Segundo os dados do DISA Oeste a área com maior número de notificação de casos é na Comunidade Nova Canaã, localizada na BR cento e setenta e quatro, que de Janeiro ao dia vinte de Março já obteve trezentos e nove casos de Malária. A nível de abrangência de atuação do Distrito de Saúde Oeste somente de dois mil e treze, os índice total de Malária obteve trezentos e quatro casos novos, sendo assim definido cada mês como: janeiro teve cento e sessenta e seis casos representando em porcentagem 54,6% do total de casos, fevereiro vem seguido de cento e oito casos representando em porcentagem 35,6% do total de casos, e até o dia vinte de março já foi registrado trinta novos casos malária que obteve na forma de porcentagem 9,8% do total de casos que o DISA Oeste recebeu. As ações desenvolvidas na busca de controle e prevenção são as de Educação em Saúde, onde os agentes de saúde fazem palestras e visitas em escolas, residências e centros comerciais, na busca da conscientização da população. Além de o DISA Oeste efetuar ações para o controle vetorial, como: a termonebulização, a burifação domiciliar e a entomologia. CONCLUSÃO: essa pesquisa possibilitou o conhecimento sobre o agravo Malária em Manaus, onde a partir dos dados observa-se que mesmo tendo uma diminuição nos casos de malária, não se deve deixar de pensar em novas ações de controle e prevenção na busca da conscientização e participação ativa da população. Descritores: Enfermagem, Malária, Amazonas. REFERÊNCIAS: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portal Saúde do Ministério da Saúde [online]. Brasília. 2012. Disponível em:< http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index>. Acesso em: 28 Março 2013. NETO, D. L. RODRIGUES, E. C. Controle da Malária em um município da Amazônia. Revista Latino – Americana de Enfermagem. [online]. 16 (6): 2-10. Dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php>. Acesso em: 30 de Março de 2013.

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AMAZONAS. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Distrito de Saúde da Zona Oeste – DISA Oeste. OR 25

VIOLÊNCIA EM IDOSOS: A INCLUSÃO SOCIAL COMO FATOR DE PROTEÇÃO. Castro, F. F.; Muniz, E. R. O. P.; Ribeiro, J. H. S.; Ribeiro, M. N. S.; Diniz, C. X.; Perdomo, S. B.

INTRODUÇÃO: o avanço da ciência e o advento de novas tecnologias estão proporcionando aos seres humanos, um aumento na expectativa de vida. A população global de idosos dobrará por volta de 2025, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011), indo de 542 milhões para cerca de 1,2 bilhão. O progresso inegável da medicina tem permitido que a população idosa alcance padrões de bem-estar nunca vividos antes; medicamentos, tecnologias de diagnóstico, recursos de intervenção sobre o corpo permitem prolongar a saúde, reduzir a doença e, com isso, aumentar a autonomia física do idoso. Porém, as pessoas e instituições ainda não estão preparadas suficientemente para lidar com as questões sociais e psíquicas típicas do envelhecimento, gerando um conjunto de sofrimentos socialmente impostos aos idosos. No íntimo da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde do Idoso fundamenta na atenção integral à pessoa idosa e àquela em processo da presença de violência. Essas ações estão concentradas em: a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção da capacidade funcional, a assistência às necessidades de saúde do idoso, a reabilitação da capacidade funcional comprometida, a capacitação de recursos humanos especializados, o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais, o apoio a estudos e pesquisas sobre o envelhecimento humano e a rede de apoio contra violência em idoso (Brasil, 2006) . Segundo Espíndola e Blay (2007), a violência acompanha o homem ao longo de sua história,ainda é pouco estudada como fenômeno social, especificamente quando direcionada ao idoso, apesar desta, ser um dos muitos aspectos da vida moderna que causa temor ao idoso, por isso, cabe discutir e pesquisar o problema, suas múltiplas formas, evidenciar sua compreensão e consequências. As violências e os maus tratos contra os idosos se referem aos abusos físicos, psicológicas e sexuais; o abandono, negligências, abusos financeiros e autonegligência (MINAYO, 2003). Embora diante da verificação da violência diária nas mais diferentes formas, grande parte dos idosos maltratados ou violentados não toma a iniciativa de denunciar seu agressor, pelos mais diferentes motivos, inclusive por não perceber o evento como agressão ou violência, devido sua “naturalização”, ou seja, muitas vezes é silenciosa. OBJETIVOS: identificar situações de violência em idosos participantes na Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade do Estado do Amazonas, e sua inclusão social como fator de proteção. METODOLOGIA: trata-se de um estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa, envolvendo a população idosa cadastrada na Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA). Para avaliação da presença de violência será realizado por meio de 14 questões relativas a situações de violência e maus tratos com a pessoa idosa, onde qualquer resposta positiva sugere tal situação. O instrumento a ser utilizado foi desenvolvido em Porto Rico e recomendado pelo Ministério da Saúde (Brasil 2007). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas sob o número de protocolo 134/10-CEP/UEA.RESULTADOS: em janeiro de 2010, foram cadastrados na UnATI-

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UEA, 583 idosos, destes participaram do estudo 56.6% (330) sendo 17% (56) do sexo masculino e 83% (274) do sexo feminino. A faixa etária predominante é de 60-65 anos 35,8%, correspondente a um faixa etária considerada no meio gerontológico produtiva funcional e capacidade cognitiva preservada. 1,8% dos idosos que participaram do estudo estão na faixa acima dos 80 anos, 71,8% dizem ser católicos. Esta idade, seria uma fase da vida na qual o organismo não consegue dar conta das demandas exigidas pelo meio ambiente e recursos externos, ou seja, a capacidade funcional está diminuída para muitos deles. Sobre a escolaridade prevaleceu o segundo grau incompleto 28%, destacando-se aqui a história de vida dos idosos, quando consideramos o passado vivido exercendo atividade laborativa na agricultura, trabalho doméstico, cuidado de filhos durante tantas horas que impossibilitam a dedicação à escola, impedindo seu desenvolvimento intelectual. Em relação ao estado civil, embora 39% sejam casados, quando somamos o número de idosos solteiro, separados e viúvo o percentual sobe para 60,6%. Neste aspecto é importante compreender o impacto do envelhecimento nos padrões conjugais, pois segundo Veras e Lourenço (2006), os idosos que tem um companheiro ou parceiro, apresentam maiores níveis de satisfação de viver, de saúde física e mental, mais recursos econômicos, maior integração e suporte social. Já os que vivem sozinhos, possuem efeitos negativos para a saúde, diminuindo com o tempo e permanência de outros familiares. Em relação à situação econômica, 35,9% dos idosos ainda trabalham, 57,3% tiram o sustento da família da aposentadoria, tem uma renda pessoal mensal de aproximadamente R$1.200,00, com 3 pessoas vivendo dessa renda, 95,3% administram seu dinheiro, considerando que 40,5% relatam que o que ganham dá na conta certa para as despesas com a família. Em relação à presença de familiares, 40,1% dos idosos referiram ter em média três filhos e residirem com mais de três pessoas na casa. 43,4% dos idos tinham as filhas cuidando de seus pais idosos.Em relação à presença de familiares, 40,1% dos idosos referiram ter em média três filhos e residirem com mais de três pessoas na casa. No que se refere à condição de saúde dos idosos, 77,6% afirmam ter problemas de saúde, predominando a Hipertensão Arterial em 57,8% seguida de diabetes 21,9%, dados semelhantes à maioria dos estudos sobre a morbidade em idosos. 27,6% de idosos afirmaram costumar perder urina ao esforço. Em relação ao idoso que sofre violência relacionada à perda involuntária de urina, pelo fato de este estar geralmente com cheiro característico, causa irritabilidade nas relações familiares, pois o caracterizam como “cheiro de velho” e não são aceitos socialmente. Entre os idosos entrevistados o número de fumantes encontrado teve um percentual de apenas 7%. Em relação às bebidas alcoólicas encontramos 68,2% de idososreferindo nunca ter bebido, 10,6% referiram ter parado de beber e 21,2% afirmaram ingerir bebida alcoólica. 59,3% realizam atividade física. 74,2%utilizam o transporte coletivo cotidianamente. Sobre a violência, investigou-se junto aos idosos se estes sofriam com gritos sem razão de outros, se sofreram algum apelido, se alguém utilizou seu dinheiro sem sua autorização, se alguém o ameaçou, esbofeteou, intimidou ou se alguém roubou seus pertences. Sobre a violência, investigou-se junto aos idosos se estes sofriam com gritos sem razão de outros, se sofreram algum apelido, se alguém utilizou seu dinheiro sem sua autorização, se alguém o ameaçou, esbofeteou, intimidou ou se alguém roubou seus pertences. Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, não há um parâmetro a ser comparado, pois uma única ocorrência é suficiente para configurar a presença de violência. Em nosso estudo,19,1% (63/330) dos idosos sofreram no mínimo um tipo de violência. 15,2% dos idosos referiram ter sofrido violência verbal do tipo grito sem razão, seguida de algum tipo de apelido que o idoso não gosta. Conforme as variáveis sóciodemográficas encontra-se um número

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maior do sexo feminino, 20,1%, dos que sofreram violência (25,3%) estão na faixa etária de 55 a 60 anos. 36,8%, 36,8% possuem ensino superior imcompleto. Dos idosos que sofreram violência moram com aproximadamente duas pesoas, 19,6% em casa própria e com renda familiar de R$ 2.000,00.CONCLUSÃO: nenhuma forma de violência pode ser justificada em qualquer hipótese ou situação. Com especial atenção à situação dos idosos que é de vulnerabilidade social apesar das conquistas a partir do Estatuto do Idoso. Ao identificar a presença de violência entre os idosos cadastrados na Universidade Aberta da Terceira Idade, abre-se a discussão para um ponto fundamental sobre o tema violência. Se os idosos ditos “inseridos socialmente”, que frequentam uma universidade sofrem violência, o que dizer daquele que não tem a mesma oportunidade. Uma das maiores dificuldades ao trabalhar com o fenômeno da violência é sua etiologia e pluricausalidade. Neste estudo encontramos várias formas de violência, no entanto a violência verbal foi a que mais se destacou, seguida da violência física. A violência verbal é uma forma de violência pouca valorizada, pois embora não se apresente visualizada, pode causar mais danos que qualquer outra, atingindo mais íntimo da pessoa, podendo deixar seqüelas. O conhecimento da violência sob a perspectiva dos Direitos Humanos e crimes contra a pessoa possibilita à vítima e às demais pessoas de suas relações a compreensão dos mesmos, favorecendo a busca de soluções por meio de mecanismos legais e do exercício da cidadania. Descritores: idoso, violência, saúde do idoso. REFERÊNCIAS: IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em http://www.censo2010.ibge.gov.br/. Aceso em 15 de março de 2011. ESPÍNDOLA, C. R.; BLAY, S. L. Prevalência de maus-tratos na terceira idade: revisão sistemática. Rev. Saúde Pública vol.41 nº 2 São Paulo Apr. 2007. MINAYO, M. C. S. Violência contra idoso: relevância para um velho problema. Cad. Saúde Pública 2003; 19(3): 783-91. OR 26

CARACTERIZAÇÃO DE DENÚNCIAS FORMALIZADAS AO CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2006 A 2011

Nogueira, I. S.; Paula, N. M. C. INTRODUÇÃO: os profissionais de enfermagem constituem a maior força de trabalho em saúde, sendo sua prática norteada por preceitos éticos e legais, através da legislação que regulamenta o exercício profissional da enfermagem e do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (COFEN, 1989; COFEN, 1987; COFEN, 2007). Aos Conselhos cabe o disciplinamento e a fiscalização do exercício profissional, para garantir assistência de enfermagem livre de danos e riscos à sociedade e ao próprio profissional (COFEN, 1973). A legislação da enfermagem define três

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pontos importantes, quais sejam: quem pode exercer a enfermagem, quando se está legalmente habilitado para exercê-la e quais atribuições específicas de cada categoria profissional. O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem é um manual de conduta que norteia o pensar e o agir desses profissionais para a prestação da assistência compatível com os princípios universais da ética. Neste sentido, reportando-se ao referido Código, reformulado em 2007, é importante mencionar que levou em consideração, prioritariamente, a necessidade e o direito de assistência de enfermagem a população, os interesses do profissional e de sua organização (OGUISSO; SCHIMIDT, 2010). Assim sendo centra-se na clientela e pressupõe que os profissionais de enfermagem devam estar aliados aos usuários dos serviços de saúde na busca de uma assistência de qualidade, livre de danos e riscos e acessível a toda a população. Todavia, a prática profissional tem mostrado algumas situações de postura inadequada dos profissionais de enfermagem, como conforme mostra os achados da presente pesquisa. OBJETIVO: analisar as denúncias formalizadas ao Conselho Regional de Enfermagem no período de 2006 a 2011 especificando quem foram os denunciantes, os denunciados e o teor das denúncias. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: trata-se de estudo documental de caráter retrospectivo e quantitativo, realizado junto ao Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas, no primeiro semestre de 2012, com a devida anuência do seu presidente. Para a análise das denúncias utilizou-se um roteiro previamente estruturado para facilitar o alcance do objetivo proposto. Assim sendo, coletou-se os dados em planilhas anônimas disponibilizadas pelo Departamento de Fiscalização do referido Conselho. RESULTADOS: foram analisadas 153 (cento e cinqüenta e três) denúncias, sendo 14 (quatorze) em 2006; 20 (vinte) em 2007; 26 (vinte e seis) em 2008; 35 (trinta e cinco) em 2009; 31 (trinta e um) em 2010 e 27 (vinte e sete) em 2011. Os resultados mostraram que 130 (85,0%) das denúncias ocorreram no contexto hospitalar, foram formalizadas por enfermeiros (30,7%) e técnicos de enfermagem (28,1%) e dentre essas, destacaram-se a ofensa verbal, a negligência na assistência de enfermagem, o abuso de poder, aagressão física e o erro na administração de medicamentos. Condutas caracterizadas como ofensa verbal, abuso de poder e agressão física, vão de encontro às recomendações do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, haja vista que ferem frontalmente o dever do profissional de fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica. Além disso, o referido Código enfatiza que é proibido promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro da equipe de enfermagem, de saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da categoria ou instituições (COFEN, 2007). O profissional de enfermagem deve exercer suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética, portanto, o negligenciamento na assistência de enfermagem identificado neste estudo documental não condiz com os princípios fundamentais da profissão (COFEN, 2007). Neste sentido se alguém age de maneira desatenta e inábil, expõe o usuário a riscos desnecessários e deverá responder por isso. Vale ressaltar que ficou evidenciado que os usuários dos serviços de saúde estão exercendo o controle social, denunciando ao órgão fiscalizador, eventos danosos que comprometem a qualidade da assistência de enfermagem prestada à população, corroborando como pressuposto de que os usuários estão aliados aos profissionais de enfermagem na luta por uma assistência de qualidade. O estudo também mostrou que a maioria (58,2% ) dos profissionais denunciados caracterizou-se como enfermeiros, porém um percentual expressivo (28,7%) de técnicos de enfermagem foram alvos de denúncias por parte de enfermeiros, geralmente por desrespeito e descumprimento do dever

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profissional. CONCLUSÃO: percebe-se que os achados apontam que infrações graves estão permeando a assistência de enfermagem, tanto no contexto hospitalar quanto na atenção básica, na cidade de Manaus, sobressaindo o contexto hospitalar, talvez pelo fato da maioria dos profissionais de enfermagem estar inserido na assistência curativa. Portanto, entende-se que ações educativas precisam fazer parte da agenda dos Conselhos Regionais de Enfermagem e dos serviços de saúde, pois evitar riscos e danos à integridade física e/ou psíquica do usuário, é uma questão sine qua non para garantir a boa prática da Enfermagem. CONTRIBUIÇÕES: convém lembrar que o profissional de enfermagem precisa manter-se atualizado, conforme recomenda o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Os avanços científicos e tecnológicos, as mudanças nas práticas de atenção à saúde e de enfermagem, tem incorporado novas práticas ao profissional, expandindo suas funções, porém, ao mesmo tempo contribui para maior ocorrência de infrações éticas no exercício profissional, pois as inovações da prática apresentam dilemas éticos que exigem conhecimentos, habilidades e atitudes para a tomada de decisão ética. Descritores: ética, enfermagem, assistência de enfermagem. REFERÊNCIAS: CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Lei 7.498/86. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jun. 1986. seção I, p. 9273 – 75. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Decreto 94.406/87. Regulamenta a Lei 7.498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 jun. 1987. seção I, p. 8853 - 55. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN 311/2007. Aprova a reformulação do Código de Ética dos profissionais de Enfermagem. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 fev. 2007. seção I, p. 81 – 3. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Lei 5.905/73. Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 jul. 1973. seção I, p. 6825. OGUISSO T, SCHIMIDT M J. O exercício do enfermagem: uma abordagem ético legal. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2010.