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1 INTRODUÇÃO 1.1 A ESCOLHA A escolha deste tema deve-se a experiência adquirida nos trabalhos de consultoria ambiental junto a Postos de Serviço no estado do Rio Grnde do Norte cuja documentação exigida pelo Órgão Ambiental, além de projetos executivos, relatórios e estudos ambientais, também exigem, nos casos de Empreendimentos com instalações de GNV (Gás Natural Veicular), Estudo de Análise de Risco. Este estudo em forma de relatório é de suma importância, complexo e requer uma equipe multi-disciplinar para executá-lo com precisão e responsabilidade. Pelo fato de ser novidade nos processos de licenciamento ambiental no estado do Rio Grande do Norte e ter poucos profissionais com experiência, capazes de desenvolver tal trabalho a contento, resolvi aprofundar o aprendizado e conhecimento sobre o assunto, já que após 05 (cinco) anos de experiência com auditoria, licenciamento ambiental e serviços de manutenção de bombas e equipamentos em mais de 500 Postos de Serviço, em mais de 10 estados do norte e nordeste, foi possível verifica que a grande maioria das instalações são precárias. As tubulações subterrâneas de AC galvanizado, inexistem sistemas de contenção de vazamentos nas bombas, filtros e tanques. Os pisos das pistas de abastecimento frequentemente são de paralelepípedo ou de materiais inadequados. São bem poucos, no momento, os que possuem sistema de contenção com rede de drenagem oleosa e caixa separadora de água e óleo. Quando se trata de instalaçoes de GNV os cuidados são maiores, mas ainda assim deficientes. 1.2 OBJETIVO Tornar público assunto de grande relevância para a nossa sociedade, considerando que toda instalação e sistemas de armazenamento de derivados de

ANÁLISE DE RISCOS

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1 INTRODUÇÃO

1.1 A ESCOLHA

A escolha deste tema deve-se a experiência adquirida nos trabalhos de consultoria ambiental junto a Postos de Serviço no estado do Rio Grnde do Norte cuja documentação exigida pelo Órgão Ambiental, além de projetos executivos, relatórios e estudos ambientais, também exigem, nos casos de Empreendimentos com instalações de GNV (Gás Natural Veicular), Estudo de Análise de Risco. Este estudo em forma de relatório é de suma importância, complexo e requer uma

equipe multi-disciplinar para executá-lo com precisão e responsabilidade. Pelo fato de ser novidade nos processos de licenciamento ambiental no estado do Rio Grande do Norte e ter poucos profissionais com experiência, capazes de desenvolver tal trabalho a contento, resolvi aprofundar o aprendizado e conhecimento sobre o assunto, já que após 05 (cinco) anos de experiência com auditoria, licenciamento ambiental e serviços de manutenção de bombas e equipamentos em mais de 500 Postos de Serviço, em mais de 10 estados do norte e nordeste, foi possível verifica que a grande maioria das instalações são precárias. As tubulações subterrâneas de AC galvanizado, inexistem sistemas de contenção de vazamentos nas bombas, filtros e tanques. Os pisos das pistas de abastecimento frequentemente são de paralelepípedo ou de materiais inadequados. São bem poucos, no momento, os que possuem sistema de contenção com rede de drenagem oleosa e caixa separadora de água e óleo. Quando se trata de instalaçoes de GNV os cuidados são maiores, mas ainda assim deficientes.

1.2 OBJETIVO

Tornar público assunto de grande relevância para a nossa sociedade, considerando que toda instalação e sistemas de armazenamento de derivados de

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petróleo

e

outros

combustíveis,

configuram-se

como

empreendimentos

potencialmente ou parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais, mostrando o atual panorama em termos de qualidade das instalações, das adequações quanto a legislação pertinente, da segurança e dos riscos e analisar um estudo de caso de uma instalação de posto de serviço com combustíveis líquidos e gasoso, no caso o GNV, mostrando as possíveis causas e prováveis consequencias de um acidente neste tipo de instalação, já que a nível de Brasil existem poucos trabalhos sobre o assunto.

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2 ANÁLISE SITUACIONAL E DIANÓSTICO DOS POSTOS DE REVENDA DE COMBUSTÍVEIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

2.1 BREVE HISTÓRICO

A ANP, órgão regulamentador do setor de petróleo, subordinado ao Minsitério das Minas e Energia, é a instituição que autoriza a comercialização de produtos derivados de petróleo aos empreendedores do setor. Em seu anuário, a Seção 3 – Comercialização, está assim sub-dividida: Distribuição de Derivados de Petróleo 3.1 Bases de Distribuição 3.2 Vendas das Distribuidoras

Revenda de Derivados de Petróleo 3.3 Postos Revendedores 3.4 Transportadores-Revendedores-Retalhistas -TRRs 3.5 Preços ao Consumidor

Comercialização de Gás Natural 3.6 Consumo Próprio e Vendas de Gás Natural. (AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2009).

O foco do nosso trabalho está nos itens 3.3 e 3.6, Postos Revendedores e Consumo próprio e Vendas de GÁS Natural, cujos dados estatísticos apresentados no anuário da Agência Nacional de Petróleo (2009) nos remete as seguintes informações: No final de 2008, 36.730 postos operavam no País, um número 4,9% superior ao observado no ano anterior (AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2009). Deste total, 42,3% encontravam-se na Região Sudeste, 21,2% na Região Sul, 21,3% na Região Nordeste, 8,8% na Região Centro-Oeste e 6,5% na Região Norte. Ou seja, 84,8% dos postos revendedores localizavam-se nas Regiões Sudeste, Sul

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e Nordeste. São Paulo (23,4%), Minas Gerais (11,4%), Rio Grande do Sul (8,1%), Paraná (7,6%) e Rio de Janeiro (5,8%) concentravam 56,3% dos postos revendedores de combustíveis automotivos. Em âmbito nacional, 42,7% da revenda de combustíveis em 2008 se dividiram entre seis das 118 bandeiras atuantes: BR (17%), Ipiranga – CBPI e DPPI (10,7%), Chevron (5,5%), Shell (5,5%) e Esso (4%). Os postos revendedores que operam com bandeira branca, isto é, que podem ser abastecidos por qualquer distribuidora, tiveram a sua participação no total de postos revendedores ampliada de 43,1% em 2008 para 43,3% (vide Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2008), mantendo-se com um mercado conjunto maior que o das três primeiras colocadas no ranking nacional das bandeiras de postos revendedores de combustíveis. O abastecimento dos 11,1% restantes do mercado de combustíveis automotivos foi efetuado por postos de outras 118 bandeiras. As vendas de gás natural atingiram 19,7 bilhões m³ em 2008. Este volume teve uma variação positiva de 20,8% em relação a 2007, o que significou uma aceleração do ritmo de crescimento das vendas. Em 2008, o incremento mais expressivo das vendas de gás natural foi verificado na Região Sudeste (31,5%). A Região Sudeste seguiu assim representando a maior parcela do volume de gás natural comercializado no País, com 70,8% do total em 2008. Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais foram os estados que exibiram as maiores taxas de crescimento no ano, respectivamente, 71,2%, 51,1% e 34,8% das vendas da Região Sudeste. O consumo próprio total de gás natural foi de 5,5 bilhões m³ em 2008, correspondendo a uma queda de 10,9% em relação a 2007. Do consumo próprio total, 2,9 bilhões m³ (52,6%) destinaram-se às operações de produção, volume que apresentou um crescimento de 0,5% em relação a 2007. Em refinarias, nos sistemas de movimentação de gás natural e UPGNs foram consumidos 2,6 bilhões m³ (47,8% do consumo próprio total) em 2008, registrando um decréscimo de 20,8% em relação ao ano anterior. No ano de 2008, a oferta interna de gás natural foi de 26,8 bilhões m³, o que corresponde a uma alta de 16,4% em relação a 2007. Da oferta interna no ano de 2008, 74,4% destinaram-se às vendas (ver gráfico 1) e 20,8% ao consumo próprio nas áreas de produção, refino, processamento e movimentação, enquanto outros

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4,8% foram absorvidos como líquido de gás natural (LGN) nas unidades de processamento de gás natural – (UPGNs) (AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2009).

Gráfico 1 – Evolução das vendas nacionais, pelos produtores, de GNV 1999-2008 Fontes: Petrobras/Serplan; Petrobras/Unidade de Negócios Gás Natural (Tabela 3.27)

2.2 PANORAMA ATUAL

A experiência com a auditoria na rede de postos de serviços mencionada no início deste trabalho foi muito gratificante e proporcionou uma gama enorme de dados que nos possibilitou ter uma visão bastante apurada da situação atual destes empreendimentos não apenas em relação à adequação com a legislação ambiental em vigor, mas também quanto às gestões administrativa, financeira, comercial e organizacional. Foi possível observar quantos, quais são e como funcionam os processos produtivos neste setor. Quais as maiores dificuldades e os principais obstáculos enfrentados pelos empresários deste ramo. Os revendedores de combustíveis estão sujeitos à fiscalização de diversos órgãos públicos que não apenas fiscalizam como também cobram taxas, que em

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certos casos chegam a ser indevidas, quando não abusivas. Os principais órgãos fiscalizadores deste setor são: a) ANP – Agência Nacional de Petróleo. Órgão subordinado ao Ministério das Minas e Energia, que concede e controla as licenças para comercialização dos produtos derivados de petróleo e regulamenta as atividades do setor; b) INMETRO – Instituto Nacional de Normalização, Metrologia e Qualidade Industrial. Órgão subordinado ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, que fiscaliza a aferição das bombas de combustíveis e dos equipamentos de medição da qualidade dos combustíveis; c) IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Órgão subordinado ao Ministério do Meio Ambiente que, na verdade, não fiscaliza nada. Este órgão apenas recolhe uma taxa chamada de TCFA – Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, que é paga em uma parcela anual ou em 04 (quatro) parcelas semestrais. Esta taxa vem sendo questionada na justiça por inúmeros empresários que não vêem razão para tal recolhimento, já que, em cada Estado da Federação existe um órgão de controle e fiscalização ambiental; d) IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente. Órgão subordinado a Secretaria Estadual do Meio Ambiente no RN que fiscaliza e concede as Licenças Ambientais no âmbito estadual. As taxas para licenciamento geralmente são de valor elevado; e) Prefeitura Municipal – Concede o Alvará de funcionamento, documento que habilita o empreendimento a exercer sua atividade, sendo renovável anualmente; f) CORPO DE BOMBEIROS – Fiscaliza e vistoria as instalações quanto as normas de segurança e concede o Habite-se, documento que autoriza o imóvel ser habitado com segurança. g) CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Entidade de natureza privada que fiscaliza a legalidade da construção do empreendimento. Existe ainda os outros órgãos fiscalizadores comuns a todos os outros tipos de comércio, tais como: Secretaria de Tributação Estadual, Municipal, etc. O Rio Grande do Norte conta hoje com quase 700 Postos Revendedores de Combustíveis espalhados pela Capital e Interior, que atendem uma demanda de

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694.824 veículos automotores (categoria B), (ver Tabela 1). Deste total 278.932 (40,14%) estão lotados em Natal e os 415.892 restantes nas demais cidades do Estado. De acordo com o anuário Estatístico 2006, a população do Rio Grande do Norte é de 3.043.760 habitantes, sendo que deste total 789.896 encontram-se em Natal. Isto dá uma média de 5,39 pessoas por automóvel em todo o Estado (AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2009). Em Natal esta média cai para 3,32 e no interior sobe para 6,91. Esses números são bastante expressivos se comparados com os números de países desenvolvidos e se levado em consideração a péssima infra-estrutura de apoio logístico à atividade e ao motorista. É possível ainda observar, que o combustível mais consumido é a gasolina com 65,2% das vendas, deixando o Diesel em segundo lugar com 7,92% e o álcool bem atrás com 5,59% de participação nas vendas. Os bi-combustíveis (álcool/gasolina) têm uma participação de 14,35%, número que mostra o crescimento na produção e venda dos veículos movidos a álcool, bem como na produção do próprio combustível. O GNV vem em último lugar com uma participação total de 5,95%. Nestes números já estão inclusos todos os tipos de veículos automotores, inclusive caminhões e tratores.

Tabela 1 - DISTRIBUIÇÃO DA FROTA DO RIO GRANDE DO NORTE, SEGUNDO A CATEGORIA EM 02/11/2009 ÀS 15:31:42

CATEGORIA B Aluguel Aprendizagem Fabricante Oficial Particular TOTAL

ESTADO 41.766 624 1 8.944 643.489 694.824

% 6,01 0,09 0 1,29 92,61 100

NATAL 9.427 286 0 5.851 263.368 278.932

% 22,57 45,83 0 65,42 40,93 40,14

DEMAIS CIDADES 32.339 338 1 3.093 380.121 415.892

% 77,43 54,17 100 34,58 59,07 59,86

Fonte: (RIO GRANDE DO NORTE, 2009) (Atualização em tempo real).

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Gráfico 2 – Distribuição da frota do Rio Grande do Norte, segundo a categoria. Fonte: (RIO GRANDE DO NORTE, 2009) (Atualização em tempo real).

Tabela 2 - DISTRIBUIÇÃO DA FROTA DO RIO GRANDE DO NORTE, SEGUNDO O TIPO DE COMBUSTÍVEL EM 02/11/2009 ÀS 15:47:01 COMBUSTIVEL ********** Alcool Alcool-Gasol Álcool-GNC Alcool-GNV Diesel Diesel-GNV Elétrico-Fonte Interna Gás Metano Gasogênio Gasol-Alc-GNV Gasolina Gasolina-GNC Gasolina-GNV TOTAL ESTADO % NATAL 8.016 1,15 38.851 5,59 99.703 14,35 9 0 4.622 0,67 55.052 7,92 1 0 1 0 76 0,01 4 0 3.238 0,47 451.775 65,02 57 0,01 33.419 4,81 694.824 100 % 52,25 47,02 57,96 22,22 42,49 36,61 100 100 55,26 50 45,86 35,25 38,6 47,17 40,14 DEMAIS CIDADES 3.828 20.585 41.914 7 2.658 34.898 0 0 34 2 1.753 292.523 35 17.655 415.892 % 47,75 52,98 42,04 77,78 57,51 63,39 0 0 44,74 50 54,14 64,75 61,4 52,83 59,86

4.188 18.266 57.789 2 1.964 20.154 1 1 42 2 1.485 159.252 22 15.764 278.932

Fonte: (RIO GRANDE DO NORTE, 2009) (Atualização em tempo real).

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Gráfico 3 – Frota por tipo de combustível no Estado Fonte: (RIO GRANDE DO NORTE, 2009) (Atualização em tempo real).

No aspecto ambiental, pelo menos um dado estatístico é confortador. O combustível com maior potencial poluidor e contaminador, o óleo diesel, é o de menor consumo, ficando com apenas 8% do consumo total de combustíveis líquidos, como pode ser observado no gráfico acima. Isto nos dá tempo para implementar as adequações que necessitam ser feitas, enquanto o consumo deste combustível não chega a níveis próximos do de gasolina. O maior obstáculo a ser superado atualmente pelos empreendedores em geral é o processo de Licenciamento Ambiental. Para dar início a um empreendimento qualquer que possa causar danos ao equilíbrio ecológico como, por exemplo, poluição de ar, contaminação do solo, poluição de corpos hídricos, e outras ações prejudiciais ao meio ambiente é necessário obter junto ao órgão governamental responsável o licenciamento ambiental, que se refere à permissão que o órgão ambiental fornece ao empreendedor para que possa executar sua atividade econômica. É um procedimento de controle, tendo em vista ser um dos instrumentos de gestão ambiental do órgão Estadual de Meio Ambiente. É o conjunto de procedimentos técnico-científicos, administrativos e jurídicos que subsidiam a tomada de decisões sobre licenciar ou não as atividades que são poluidoras.

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O

CONAMA,

instituição

responsável

pela

criação

das

resoluções

regulamentadoras do licenciamento no Brasil, estabelece que o licenciamento é regulado pela Lei Federal nº 6.938, de 31/08/1981, conhecida como a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, que em 1997 criou a Resolução nº 237 (CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, 1997). Esta definiu as competências da União, Estados e Municípios, a disciplina do licenciamento e a determinação de que deverá ser sempre feito em um único nível de competência. No Estado do Rio Grande do Norte o órgão responsável pela concessão de licenças ambientais é o IDEMA – Instituto de Desenvolvimento do Meio Ambiente. No licenciamento ambiental são avaliados impactos causados pelo empreendimento, como por exemplo, a sua capacidade e potencial para a geração de líquidos poluentes, resíduos sólidos, ruídos e potencial de risco de explosões e incêndios, entre outros. Os tipos de Licença Ambiental exigidos pela resolução 273 do CONAMA são:

Licença Prévia (LP): Licença que deve ser solicitada na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Aprova a viabilidade ambiental do empreendimento, não autorizando o início das obras. Licença de Instalação (LI): Licença que aprova os projetos. É a licença que autoriza o início do empreendimento. É concedida depois de atendidas as condições da Licença Prévia. Deve ser requerida na elaboração do projeto da obra, ou na atividade. Licença de Operação (LO): Licença que autoriza o início do funcionamento do empreendimento. É concedida depois de atendidas as condições da Licença de Instalação. Deve ser requerida antes do início efetivo das operações, e se destina a autorizar o funcionamento do mesmo após verificada a compatibilidade com o projeto aprovado e a eficácia das medidas de controle ambiental. Licença de Regularização de Operação (LRO): Licença que regulariza a operação dos empreendimentos já existentes anteriores a Lei. Exige todos os documentos da Licença de Instalação, tais como projetos de engenharia, Licenças de funcionamento da prefeitura e do Corpo de Bombeiros, bem como estudos de impacto ambiental e adequações que se fizerem necessárias para a continuidade das atividades do empreendimento. (CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, 2000)

A finalidade essencial do licenciamento ambiental é atender ao cumprimento da Resolução 273/2000 do CONAMA, que visa proteger, preservar e conservar o

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meio ambiente, objetivando a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável da sociedade. A nova legislação ambiental, regida pela Resolução CONAMA 273, como já foi dito, está em vigor desde 20 de novembro de 2000. Entretanto, exatamente 09 (sete) anos depois, apenas 20% do universo de Postos de Serviço do Estado do Rio Grande do Norte, ou o equivalente a quase 130 postos, se encontram devidamente adequados e licenciados. É um número muito baixo se compararmos com a situação de outros Estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que já tem mais de 60%. O principal fator inibidor é o custo da adequação, que é muito alto e, em certos casos, torna o empreendimento inviável. Um outro fator é a ignorância sobre o assunto, tanto da parte dos empreendedores quanto das distribuidoras e ainda do próprio órgão ambiental, que possui um corpo técnico deficiente, limitado e mal treinado. As palavras chave da Lei Ambiental, no que se refere à Postos de Combustíveis, são “contenção” e “segurança”. O que os ambientalistas e a própria natureza querem é que todos os equipamentos instalados em Postos de Combustíveis estejam devidamente contidos e seguros quanto a prováveis vazamentos e infiltrações de combustíveis no solo, que possam contaminar o aquífero com conseqüências desastrosas para a saúde da população. Por isso a nova tecnologia de produtos, materiais e instalação de Postos de Serviço substituiu todos os materiais para instalação do Sistema de Abastecimento Subterrâneo de Combustíveis (SASC), que antes era de ferro galvanizado, por tubos e conexões em Polietileno de Alta Densidade - PEAD, e os tanques que antes eram fabricados de chapa de aço carbono estrutural, com parede simples, foram substituídos por tanques revestidos com fibra ou tanque jaquetado. O piso da área de abastecimento e sobre os tanques deve ser de concreto polido, impermeabilizado e de alta resistência para que nenhum combustível ou óleo lubrificante derramado sobre o mesmo infiltre. As bordas deste piso, que devem ser coincidentes com a projeção da cobertura da área de abastecimento devem ter, em toda a sua extensão, uma canaleta de contenção, em perfil U de aço carbono, chumbada, para coletar todos os efluentes que venham a ser derramados sobre o piso. Os efluentes coletados pela canaleta de contenção da cobertura devem ser conduzidos até um recipiente também em PEAD chamado de Caixa Separadora de Água e Óleo, que tem a função de separar o óleo da água, retendo o óleo em outro recipiente e liberando a

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água limpa para o esgoto público e/ou fossa-sumidouro. Todos os equipamentos instalados, ou seja, tanques, bombas e filtros de diesel devem ter caixas de contenção, construídas em PEAD, sob as suas conexões, os chamados sumps. Quanto a segurança, o que sobressai não é a robustez e/ou blindagem dos equipamentos, mas sim a prevenção. Os novos equipamentos são dotados de dispositivos que podem evitar acidentes, tais como: Tubo de monitoramento intersticial em tanques jaquetados; poços de monitoramento de águas subterrâneas, válvula de retenção junto às bombas, câmara de acesso à boca de visita do tanque, proteção contra transbordamento, descarga selada, Válvula de proteção contra transbordamento, Válvula de retenção de esfera flutuante, Alarme de

transbordamento e outros. No projeto de instalação do Sistema de Operação do GNV, os equipamentos já são dotados de válvulas de alívio de última geração, detectores de vazamento de gás e alarmes que cortam o fornecimento imediato do GNV. As tubulações são subterrâneas, envelopadas em canaletas construídas em concreto armado de alta resistência. Ainda dentro do requisito “segurança”, outro aspecto de grande relevância é a proteção, a cargo de para raios, extintores de parede, tipo carreta e em certos casos hidrantes. Todos, itens exigidos pelo Corpo de Bombeiros para a emissão do Habite-se, documento imprescindível no processo de Licenciamento Ambiental. A norma exige ainda, que todo Posto de Serviço deve ter um plano de manutenção e operação dos Sistemas e Equipamentos sistematizado e

documentado através de relatório anual. Este Plano de Manutenção deve prever às manutenções preventiva e preditiva de cada equipamento que compõe o SASC, bem como dos outros que normalmente equipam um Posto de Serviço, tais como: compressor de ar e elevadores elétricos ou hidráulicos para troca de óleo ou manutenção de veículos. Acontece que, no universo dos 70% dos Postos de Serviço que ainda não possuem Licença Ambiental no Estado do Rio Grande do Norte, praticamente nenhum possui este documento e obviamente não executa Manutenção Preventiva e muito menos a Preditiva. Entretanto, foi observado que a única manutenção corriqueira em todos os Postos de Serviço é a corretiva, em bombas e filtros de óleo diesel apenas. Os tanques, que também deveriam ter um plano de manutenção, geralmente são esquecidos, até porque estão enterrados. Os tanques mais modernos já vêem com boca de visita e permitem o livre acesso as

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conexões e tubulações de chegada. São tanques jaquetados, de parede dupla, que podem ser ambas de aço carbono ou aço revestido com fibra (ver figura 1).

Figura 1 – Tanque jaquetado parede dupla Fonte: Catálogo, SIDERAÇO, 2009.

O plano de Manutenção e Operação exigido pela norma é subdividido, em dois programas, a saber: a) Programa de Controle Ambiental: O Programa de Controle Ambiental contempla a adequação do posto de serviço quanto aos processos e equipamentos necessários ao gerenciamento dos efluentes líquidos e resíduos sólidos. Com esse objetivo, devem ser elaborados os projetos de drenagem de águas pluviais, sistema de separação água/óleo e o esgotamento sanitário. Todos os projetos referentes ao sistema de drenagem oleosa devem seguir a norma ABNT-NBR14605/2000, o projeto de esgotamento sanitário as instruções técnicas para apresentação de projetos de sistemas de tratamento de esgotamento sanitários do IDEMA e as normas técnicas da ABNT pertinentes ao assunto; b)Programa de Atendimento a Emergências: O objetivo deste programa é a preservação da saúde e integridade dos colaboradores e clientes, do meio ambiente e dos recursos materiais e financeiros do empreendimento. Este programa deve

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contemplar a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência de riscos existentes ou potenciais. Todos os colaboradores do posto de serviço devem ser capazes de identificar e comunicar devidamente qualquer ocorrência de situação anormal. Estima-se que todos esses equipamentos instalados em uma adequação, mais a mão-de-obra de instalação variem de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) a R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), podendo variar um pouco para mais ou para menos em função do tamanho da área de abastecimento, da quantidade de bombas, da localização dos tanques e dos respiros, já que o custo por metro linear da tubulação em PEAD é bem mais caro do que a galvanizada e no que tange a instalação de GNV da quantidade de dispensers e da capacidade do Compressor. Como já foi mencionado anteriormente este é um fator de inibição. Mas o pior de todos é a ignorância do empreendedor que, em sua grande maioria, não tem a menor noção dos riscos e danos que este tipo de empreendimento está sujeito. Se o Empreendedor enxergar o tamanho da sua responsabilidade no contexto sócio-econômico e político, mudando de mentalidade, a questão financeira passa a ser secundária. Principalmente porque este ônus deve ser rateado por todos os co-responsáveis, Distribuidora, empreendedor e Proprietário do imóvel. Existem ainda as linhas de crédito a juros baratos específicas, bem como um cronograma físico e financeiro que pode ser negociado com o órgão ambiental para a implementação do projeto. O conjunto de todas essas providências e requisitos observados até aqui, se executados pelo empreendedor, acarretará uma diminuição substancial no Risco de acidentes, tornando a análise e estudo do Risco neste tipo de instalação menos complexo e oneroso.

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3 GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RISCO AMBIENTAL

3.1 INTRODUÇÃO

O estudo de risco ambiental apareceu como disciplina formal nos Estados Unidos de 1940 a 1950, paralelamente ao lançamento da indústria nuclear e também para a segurança de instalações (“safety hazard analyses”) de refinação de petróleo, indústria química e aeroespacial. No Brasil, especificamente em Cubatão com o Plano de Controle da Poluição de Cubatão em 1983 desencadeou-se uma série de exigências para garantir a boa operação e manutenção de processos e tubulações e terminais de petróleo e de produtos químicos das 111 unidades industriais locais, dando-se início ao uso institucional desse tipo de estudo de risco. No caso de risco sobre a saúde, por outro lado, é mais recente a sua aplicação e somente foi acelerada com a publicação do EPA “Carcinogenic Risk Assessment Guidelines” (1976) e dos trabalhos de remediação do solo na década de 80. No Brasil, em São Paulo, a Agência Estadual do Meio Ambiente (CETESB) realizou de forma esparsa estudos de relação causa efeito (tóxico-epidemiológico) para algumas empresas com grandes impactos sobre a saúde da população vizinha, como no caso do chumbo, mas sem uma aplicação como plano, programas e projetos como, por exemplo, no caso americano para os 189 poluentes perigosos do ar (“Hazardous Air Pollutants List/US EPA-The Clean Air Act Amendments of 1990, title III, Section 112 (b)”). Para o risco ecológico pode-se afirmar que o mesmo encontra-se na sua infância ao nível internacional e praticamente inexistente aqui no Brasil. Entretanto, o significativo aumento do seu interesse ao nível de toda a população do planeta, face os riscos eminentes que estão sendo mostrados, faz com que se possa tomar mais atenção e assumir mais comprometimentos em função das valiosas reservas de recursos naturais ainda aqui existentes.

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3.2 CONCEITO E DEFINIÇÕES

O estudo ou análise de riscos significa coisas diferentes para pessoas diferentes, por exemplo, o risco financeiro de se aplicar na bolsa de valores, o risco das empresas de seguro, as fatalidades de um acidente de uma planta de energia nuclear, o risco de câncer associado com as emissões poluidoras da indústria ou até de se fumar por 5 anos um determinado tipo de cigarro. Todos estes exemplos se mostram, apesar de muito diferentes um dos outros, como noções mensuráveis do fenômeno chamado risco. De forma unificada pode-se definir o estudo de risco como um processo de estimativa da probabilidade de ocorrência de um evento e a magnitude provável de seus efeitos adversos (econômicos sobre a saúde e segurança humana, ou ainda ecológico) durante um período de tempo especificado. Dentro das várias facetas do risco pode-se ainda exemplificar os danos econômicos de uma contaminação do subsolo nos centros industrializados do país, danos econômicos à área turística dos 8.500 km de extensão do nosso litoral por vazamento de óleo ou limpeza de tanques de navios, vazamentos ou explosão de tanques de combustíveis subterrâneos em postos de serviço, com conseqüente contaminação do solo e aqüíferos subterrâneos, com danos sobre a saúde dos consumidores e seus gastos decorrentes.

3.3 TIPOS DE ANÁLISES DE RISCO

Os três tipos de estudo de risco são:

3.3.1 Análise de Risco na Segurança (Processos e Instalações)

Tipicamente de baixa probabilidade, acidentes de alta conseqüência; agudo, efeitos imediatos. Relação causa-efeito óbvia. O foco deve ser dado na segurança

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do trabalhador e na prevenção de perdas, principalmente dentro dos limites do ambiente de trabalho.

3.3.2 Estudo de Risco sobre a Saúde

Tipicamente

de

alta

probabilidade,

baixa

conseqüência,

contínuos,

exposições crônicas; latência longa, efeitos retardados. As relações de causa e efeito não são facilmente estabelecidas. O foco é dado para a saúde de seres humanos, principalmente fora dos ambientes de trabalho.

3.3.3 Estudo de Risco Ecológico

Uma complexidade de interações entre populações, comunidades e ecossistemas (incluindo cadeia alimentar) ao nível micro e macro; grande incerteza na relação causa-efeito. O foco é dado em impactos de habitats e ecossistemas que podem se manifestar bem distantes das fontes geradoras do impacto. Face a extensão dos assuntos nas três áreas de interesse do risco ambiental: segurança, saúde humana e ecológico, neste trabalho vamos analisar apenas o item da segurança (“safety hazard analyses”).

3.4 O ESTUDO DE RISCO E SEU GERENCIAMENTO

Através da figura 2 é possível verificar como se desenrola o estudo e o gerenciamento do risco. Em geral o estudo de risco se constitui nas seguintes fases: 1) Identificação das fontes de perigo 2) Estimativa da dose resposta 3) Estimativa da exposição 4) Caracterização do risco Costuma-se também manter o estudo de risco separado do gerenciamento de risco uma vez que este último acaba envolvendo considerações sobre dados de

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risco, assim como informações políticas, sociais, técnicas e econômico-financeiras; todas elas importantes para o desenvolvimento de opções alternativas para o equacionamento dos riscos envolvidos. Deve-se também tomar cuidado para que a fase de estudos/caracterização do risco esteja terminada para que após isso se inicie a fase de gerenciamento do problema, sob pena de se ter implicações econômicas e políticas alterando sua direção e conclusões. O problema pode piorar se a fase de estudo/caracterização se demorar demais (5 a 10 anos) até o início das primeiras ações concretas na fase de gerenciamento. Durante este período podemos ter mudança de consultorias, de exigências de governo e novas estruturas políticas das agências ambientais etc.

Identificação do perigo

Estudo de Toxidade ESTUDO DE RISCO

Estudo de Exposição

Caracterização do Risco

Desenvolvimento e escolha de alternativas

GERENCIAMENTO DE RISCO

Seleção da Remediação Projeto e Implementação

Monitoramento e Revisão Figura 2 – Modelo Americano de Estudo de Gerenciamento de Risco. Fonte: GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RISCO AMBIENTAL I, Artigo publicado na Revista Banas Ambiental – Ano II – nº 12 – Junho de 2001

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4 ANÁLISE DE RISCO DE UM POSTO DE SERVIÇO COM GNV ADEQUADO E GERIDO EM CONFORMIDADE COM AS NORMAS NBR 13781, 13783, 13784, 13785, 13786 E A RESOLUÇÃO COMAMA 273

O Gás Natural Veicular (metano) é um combustível "limpo" por não apresentar impurezas e resíduos da sua combustão. Outro ponto favorável para a sua utilização é o fato de não ser corrosivo nem produzir depósitos de carbonos nas câmaras de combustão. O Gás Natural Veicular (GNV) é um combustível gasoso cujas propriedades químicas se adaptam bem à substituição dos combustíveis tradicionais para motores que funcionam através da ignição por centelhamento, sejam motores de quatro tempos (ciclo Otto) ou motores de dois tempos. Estes motores usam em geral a gasolina como combustível, porém no Brasil também são comuns os motores que utilizam álcool hidratado (etanol). No caso do uso do GNV em motores concebidos para utilizar gasolina ou álcool hidratado, é comum que se opere na forma "bicombustível", utilizando preferencialmente o GNV, porém podendo ser usado o combustível original (gasolina ou álcool hidratado). Os veículos que possuem este tipo de adaptação podem ser fabricados desta forma, vindos de fábrica com essa possibilidade de escolha quanto ao combustível a ser utilizado, ou podem ser adaptados em oficinas credenciadas, onde sofrem um processo de conversão e passam a poder contar com a opção de utilizar o GNV como combustível. O GNV também pode ser usado para propulsão de veículos movidos a óleo diesel (motores de dois ou quatro tempos que possuem ignição por compressão), quer na forma combinada, que utiliza tanto o diesel quanto o gás, ou substituindo o antigo motor movido a diesel por outro movido apenas a gás. Nestes casos, a conversão do veículo é mais complexa e também mais cara, principalmente se houver a necessidade de substituição do motor original ou realização de serviços de retífica. Em ambos os casos, a conversão se faz adicionando ao veículo um conjunto de equipamentos basicamente formado por: - Conjunto de reservatórios, denominados de cilindros, para acondicionar o GNV;

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- Rede de tubos de alta e baixa pressão; - Dispositivo regulador de pressão; - Válvula de abastecimento; - Dispositivo de troca de combustível; - Indicadores de condição do sistema. O abastecimento dos veículos convertidos para uso de GNV é normalmente feito com o produto à alta pressão, cerca de 220 atmosferas. Os Postos de Serviço recebem o produto através da linha de abastecimento proveniente da concessionária de gás canalizado local, comprimem o GNV em instalações providas de compressores, e disponibilizam o produto para o usuário em "dispensers" similares a bombas de gasolina ou álcool hidratado. Pelas características descritas

anteriormente, pode-se verificar que o uso de GNV tem importante papel na redução dos níveis de poluição atmosférica, uma vez que a sua combustão com excesso de ar tende a ser completa, liberando apenas dióxido de carbono(CO2) e água(H2O). Acrescente-se a isto o fato de que, por ser um combustível gasoso, possui um sistema de abastecimento e alimentação do motor isolado da atmosfera, reduzindo bastante as perdas por manipulação para abastecimento e estocagem. No ambiente urbano, o uso adequado deste combustível, se comparado com os combustíveis tradicionais, pode reduzir as emissões de monóxido de carbono (CO) em 76%, de oxido de nitrogênio (NOx) em 84% e de hidrocarbonetos pesados (CnHm) em 88%, praticamente eliminando as emissões de benzeno e formaldeídos cancerígenos. É importante que se destaque que o GNV apresenta riscos de provocar asfixia, incêndio e explosão, esta última principalmente em função da sua pressão de armazenagem. Em sua origem poderá ter ou não odor característico, conforme a presença ou ausência de compostos naturais de enxofre. Na etapa de distribuição normalmente é odorizado ou instalado um detector de presença metano no ambiente, para facilitar a detecção de vazamento em concentrações bem mais baixas que as mínimas necessárias para provocar combustão ou prejuízo à saúde. Por esse motivo é muito importante que seja realizada uma análise preliminar dos riscos por um profissional habilitado e qualificado, no projeto antes de iniciar a construção do posto. É importante ressaltar que um Posto de Serviço para abastecimento de GNV é uma instalação que apresenta algumas peculiaridades que

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o diferem dos Postos de Serviço que comercializam combustíveis líquidos. Estas peculiaridades tornam estas instalações aparentemente mais complexas. O projeto de construção de um posto de serviço para abastecimento de veículos movidos a GNV é, do ponto de vista técnico, um processo que deve ser baseado na norma NBR 12.236 - Critérios de Projeto, Montagem e Operação de Postos de Gás Combustível Comprimido da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, datada de fevereiro de 1994. Do ponto de vista normativo devem-se respeitar as distâncias mínimas que constam da Tabela 3, Capítulo 4 da NBR 12.236, reproduzida de forma resumida a seguir: Tabela 3 – Distâncias mínimas segundo a norma NBR 12236 Locais e/ou Equipamentos Compressor/Estocagem Volume total da estocagem em litros Até 1.500 4.500 a 10.000 Sem Com Sem Com Parede 4TRF Parede 4TRF ou 3,00 1,00 4,00 1,00

Mais de 10.000 Sem Com Parede 4TRF 10,00 1,60

Local público/ Aberturas janelas limite de propriedade

Unidade de abastecimento líquido ou GNV Unidade de abastecimento de GNV Unidade de abastecimento de líquido/Limite de propriedade Local Público/Outra unidade de abastecimento de GNV Aberturas ou Janelas

5,00

-

5,00

-

5,00

-

3,00

2,00

Fonte: ABNT, Norma NBR 12236

Sempre que possível, o compressor deverá ser alocado na menor distância possível dos pontos de abastecimento, evitando assim que a perda de carga diminua a pressão final de abastecimento, principalmente nos equipamentos onde ocorra à redução de pressão de 250 kgf/cm2 para 220 kgf/cm2, logo após a estocagem fixa de gás, e não nos "dispensers". Como arranjo geral, deve ser evitado que o fluxo de veículos para os pontos de abastecimento de gás interfira nos pontos de abastecimento de combustíveis líquidos, assim como se deve restringir ao máximo a passagem do público nas áreas

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classificadas eletricamente, principalmente o acesso onde está instalada a unidade de compressão.

4.1 OBJETIVO DO ESTUDO

O principal objetivo deste trabalho é estabelecer uma sistemática para servir de referência para os procedimentos internos e externos da empresa nas atividades e/ou instalações capazes de causar danos às pessoas e/ou ao meio ambiente, em pontos externos às instalações, em decorrência de liberações acidentais de substâncias perigosas e/ou energia de forma descontrolada, dentro de um contexto de análise de riscos em postos de abastecimento de GNV.

4.1.1 Critério utilizado e nível de precisão da vistoria

Por ocasião da vistoria, procedida de forma rigorosa, utilizando o método de avaliação qualitativa, com inspeção “in loco” das atividades desenvolvidas no empreendimento. De conformidade com o que dispõe as normas específicas vigentes (NBR-8977 da ABNT, inerentes ao empreendimento, NR-20: Líquidos Combustíveis e Inflamáveis, aprovada pela Portaria MTE – Ministério do Trabalho e Emprego n◦ 3214/78, etc..), além de observado o disposto contido na Portaria MTE n° 3.311, de 29.11.89, que estabelece os princípios norteadores do Programa de Desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, Anexo II – Plano Geral de Ação na Área de Segurança e Saúde do Trabalhador, Instrução para Elaboração de Laudos Técnicos. Por outro lado, foram consideradas situações críticas, tarefas desenvolvidas, locais ou postos de trabalho, existência de padrões e/ou procedimentos operacionais, condições ambientais, além de diversos itens práticos que auxiliaram, de sobremaneira nas conclusões deste trabalho.

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4.1.2 Pressuposto

Foram

avaliadas

as

condições

gerais

existentes

oferecidas

pelo

empreendimento, através de vistoria “in loco”, observação e leitura de projetos arquitetônicos e outros específicos, onde constam o seu lay-out, iluminação, instalação de linhas de gás para os dispensers, etc...

4.1.3 Metodologia utilizada

De acordo com a NBR-8977 da ABNT, bem como a NR-20, do MTE, pesquisando e adotando metodologia e diretrizes compatíveis com o setor de abastecimento de GNV da empresa.

4.1.4 Vistoria

Foi executada nova inspeção em 03/06/2009 em toda a área onde está localizado o empreendimento, analisando todos os parâmetros exigidos para uma vistoria submetida à perícia técnica, em conformidade com as Leis vigentes no País. A vistoria buscou constatar se o empreendimento está dentro dos padrões de segurança exigidos por Lei. Durante a inspeção foi avaliada a infra-estrutura utilizada pela empresa na área de abastecimento, bem como alguns de seus aspectos construtivos.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E DA REGIÃO

Por se tratar de um estudo com fins acadêmicos para avaliação de final de TCC, foram suprimindos os dados de identificação do empreendimento analisado, posto que o interesse maior são as informações coletadas, a forma como foram analisadas e sua conclusão.

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4.2.1 Descrição do Empreendimento

O empreendimento analisado consta de um posto de abastecimento de veículos automotores contendo em sua planta instalações distintas para

combustíveis líquidos e GNV (Gás Natural Veicular). O empreendimento está situado num terreno localizado na BR 304, com área total útil de 1.800,00 m² e área total construída de 768,11m2, divididos em 405,04 m² de área abastecimento de combustíveis líquidos, 189,05 m2 de área de abastecimento de GNV, 120,25 m² de área de escritórios incluindo BWC dos empregados e sala de gerencia, loja de conveniência, cozinha e depósito e 53,74m² para o setor de compressor de gás e estocagem, sendo o restante da área ocupada por canteiros de plantas, circulações e calçadas.

Área de Abastecimento

A área de abastecimento para GNV está instalada em área de 189,05m² de cobertura. O piso é de concreto polido de alta resistência e impermeável sobre uma laje de concreto com espessura média de 15 cm, de armação dupla. Possui 02 dispensers simples marca Junqueira, modelo D-2B 250/220, ano de fabricação 09/2008, nº de série BR 1335 01 e BR 1336 01, distribuídos em 02 ilhas individuais, estão instalados na área de abastecimento e programados para uma pressão de trabalho entre 220 e 250 Bar. . Estes dispensers atendem todas as normas de segurança e exigências feitas pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e demais órgãos licenciadores e de segurança. As estruturas destes dispensers são de aço carbono galvanizado com dupla camada de pintura. As colunas são de aço inoxidável (AISI 316) e os painéis em alumínio com dupla camada de pintura. O motor dos mesmos são a prova de chama. A cobertura existente foi construída em estrutura metálica formando o sistema de treliças espaciais e telha em alumínio.

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O piso da área de abastecimento foi construído em concreto armado de alta resistência, polido, com canaleta de contenção instalada em todo o perímetro que envolve os dispensers de abastecimento. A canaleta se encontra devidamente ligada ao sistema de drenagem oleosa e a caixa separadora de água e óleo, de acordo com as Normas Técnicas da ABNT. A área de abastecimento de combustíveis líquidos encontra-se

completamente adequada, com tanques jaquetados de parede dupla, linhas de sucção, retorno e respiro em PEAD, todas as unidades abastecedoras e filtros devidamente contidos com caixas de contenção e sistema de proteção contra incêndio devidamente instalado.

Loja de Conveniência

A loja de conveniência tem uma área de 29,52m². A mesma foi executada em alvenaria de tijolo de 8 furos e apresenta laje pré-moldada em concreto armado.

Sala do Compressor

O espaço destinado ao abrigo do compressor de gás é de 53,74m², sendo inclusa nesta área o espaço do painel elétrico, estocagem e a sala de máquina. A área de compressão foi construída em alvenaria de tijolo dobrado, com 20 cm de espessura, com capacidade de resistência ao fogo 4TRF, cobertura em telhas de alumínio sem laje de forro. A unidade compressora vistoriada é composta por Estocagem, compressor, linhas de alimentação e dispensers. A estocagem está equipada com 09 vasos de pressão (cilindros) de 240mm de diâmetro por 1.960mm de comprimento e capacidade para armazenagem de 42m3 de GNV cada. Estão distribuídos em 01 feixe de 09 unidades cada. Os cilindros estão interligados através de linha de pressão composta por válvulas de passagem e distribuição de alta pressão e 01 (uma) válvula de alívio regulada para 300 Bar.

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VISÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO

Foto 1 – Área de abastecimento

Foto 2 – Dispenser de abastecimento

Foto 3 – Casa do compressor

Foto 4 – Compressor de GNV

Foto 5 - Válvula de alívio

Foto 6 - Manifold

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Instalações elétricas

Todas as instalações elétricas devem ter medidas preventivas de controle do risco elétrico, especialmente se a área for classificada, pois a segurança da instalação e do profissional deve ser garantida com base em técnicas de análise de risco. Esta deveria ser uma recomendação óbvia, entretanto nem todas as empresas a cumprem. A nova versão da NR-10, publicada em dezembro de 2004, surge como forma de ratificar o compromisso das empresas em se regularizar, conforme determina a NBR 5418 todos os componentes elétricos em atmosfera explosiva deverão ser a prova de explosão, determina a NR10 da portaria 3.214/78 no item 10.1.2 “ Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser observadas no projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, as normas técnicas oficiais estabelecimento pelos órgãos competentes e, na falta destas, as normas internacionais vigentes” Todas as instalações elétricas sujeitas à acumulação de eletricidade estática devem ser aterradas, os painéis elétricos devem ser aprova de explosão, Fotos 7 e 8.

Foto 7 - Vista painel elétrico

Foto 8 - Componentes

Conforme determina a NBR 5419 e a NR 10 da portaria 3.214/78, toda edificação devem ser protegidas contra descarga atmosférica, ou seja, é preciso instalar um SPDA (Sistema de proteção contra descarga atmosférica) A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível e

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aleatório, tanto em relação à suas características elétricas (intensidade de corrente, tempo de duração, etc.), como aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as edificações. Nada em termos práticos pode ser feito para se impedir a "queda" de uma descarga em determinada região. Não existe "atração" a longa distância, sendo os sistemas prioritariamente receptores. Assim sendo, as soluções internacionalmente aplicadas buscam tão somente minimizar os efeitos destruidores a partir da colocação de pontos preferenciais de captação e condução segura da descarga para a terra. Somente os projetos elaborados com base em disposições as normas técnicas podem assegurar uma instalação dita eficiente e confiável. Entretanto, esta eficiência nunca atingirá os 100 % estando, mesmo estas instalações, sujeitas a falhas de proteção. As mais comuns são a destruição de pequenos trechos do revestimento das fachadas de edifícios ou de quinas da edificação ou ainda de trechos de telhados. Os sistemas implantados de acordo com a norma, visam à proteção da estrutura das edificações contra as descargas que a atinjam de forma direta. Não é função do sistema de pára raios proteger equipamentos eletroeletrônicos (comando de elevadores, interfones, portões eletrônicos, centrais telefônicas, subestações, etc.), pois mesmo uma descarga captada e conduzida a terra com segurança, produz forte interferência eletromagnética, capaz de danificar estes equipamentos. Para sua proteção, deverá ser contratado um projeto adicional, específico para instalação de supressores de surto individual (protetores de linha). É de fundamental importância que após a instalação haja uma manutenção periódica anual a fim de se garantir a confiabilidade do sistema. É também recomendada uma vistoria preventiva após reformas que possam alterar o sistema e toda vez que a edificação for atingida por uma descarga direta.

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Sistemas existentes

Atualmente existem três métodos de dimensionamento: 1) Método Franklin, porém com limitações em função da altura e do Nível de proteção. 2) Método Gaiola de Faraday ou Malha. 3) Método da Esfera Rolante, Eletrogeométrico ou Esfera Fictícia.O método Franklin, devido as suas limitações impostas pela norma passa a ser cada vez menos usado em edifícios sendo ideal para edificações de pequeno porte. O método da esfera Rolante é o mais recente dos três acima mencionados e consiste em fazer rolar uma esfera, por toda a edificação. Esta esfera terá um raio definido em função do Nível de Proteção. Os locais onde a esfera tocar a edificação são os locais mais expostos a descargas. Resumindo, poderemos dizer que os locais onde a esfera tocar, o raio também pode tocar, devendo estes ser protegidos por elementos metálicos (captores Franklin ou condutores metálicos). Conforme define tabela 1 da NBR 5418 o nível de proteção para edificação explosiva é o nível I. Na visita realizada no Posto JP, evidenciamos que os projetos das instalações elétricas contemplavam componente a prova de explosão conforme determina NRB 5418, Fotos 9 e 10, todos os projetos elétricos estão com ART assinada por um engenheiro eletricista. Quanto ao SPDA a opção foi pelo tipo Franklin, cujas condições atendem a NRB 5419.

Foto 9 – Luminária a prova de explosão

Foto 10 – Tubulação a prova de explosão

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Instalações Mecânicas

Conforme determina o item 5.5.6.1 da NBR 12236 “As tubulações em canaletas devem ter distância mínima do seu topo até o piso de 0,30m, onde se espera passagem de veículos, e 0,20m, onde se espera passagem de pessoas. As canaletas devem ser protegidas com concreto vazado ou com grade com no mínimo 50% de área livre, de forma a permitir a liberação de vazamento de gás, devendo ser dimensionadas para tráfego de veículos. Prever drenagem destas”. E ainda, de acordo com o projeto e memorial descritivo em anexo as canaletas interna da casa do compressor, bem como a externa, para

encaminhamento da tubulação até a pista e chegada nos dispensers devem ter a seguinte especificação:

Canaleta Interna

o Nas canaletas da área interna da casa do compressor deve ser considerada uma largura interna de 0,70 m conforme especificado no projeto arquitetônico. Essas medidas são as mínimas exigidas para as canaletas, devendo as grades de fechamento ter as medidas de acordo com o projeto específico, considerando os apoios laterais.

Canaleta Externa

o Nas calaletas da área externa, para encaminhamento da tubulação até a pista e chegada nos dispensers, deve ser considerada uma largura interna de 0,40 m, conforme especificado no projeto arquitetônico. Essas medidas são as mínimas exigidas para as canaletas, devendo as grades de fechamento ter as medidas de acordo com o projeto específico, considerando os apoios laterais. o Quando a pavimentação externa da pista forem paralelo ou “blokret”, recomenda-se estender as abas laterais de concretagem da canaleta em no

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mínimo 0,20 m, para facilitar a concordância entre os diferentes materiais e aumentar a absorção dos esforços decorrentes do tráfego. o Considerar uma cantoneira sob a abertura existente nas extremidades das ilhas de abastecimento (acesso à válvula de fechamento do dispenser) e outra cantoneira abaixo do dispenser. o Deverá ser executada na transição para a área classificada, uma mureta de 0,10 m no interior da canaleta, abaixo da projeção da cobertura, para separação das águas pluviais da drenagem oleosa, conforme detalhamento do projeto arquitetônico. Conforme evidenciado o posto JP atende esse requisito da norma, Fotos 11 e 12.

Foto 11 – Detalhe da canaleta

Foto 12 – Detalhe da grade de proteção

Manutenções Preventivas

Conforme determina a NBR 12236/94 “O fabricante deve fornecer para cada compressor, manual completo contendo instruções para instalação, operação e manutenção, além das especificações do equipamento e auxiliares”, determina o fabricante do compressor GNV ASPRO, modelo IODM 115-4 (160 CV), as seguintes

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interferências para manutenções preventivas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994): O Posto JP deverá seguir rigorosamente todas as recomendações do fabricante e arquivar todos os relatórios das manutenções preventivas de maneira cronológica. No decorrer dos anos, isso dará informações a respeito do desgaste do equipamento. Deve-se realizar purga das linhas de gás do dispenser pelo menos uma vez ao dia para retirada de óleo acumulado proveniente do compressor. Nunca utilize solventes ou jatos d’água para limpeza dos dispenser. Use apenas pano úmido e sabão neutro.

Com 500, 2.000 e 6.000 h Co11m 500, 2.000 e 6.000 h

_ Troca de óleo e filtro do óleo; _ Verificação da estanqueidade dos circuitos de gás e óleo; _ Verificar tensão e alinhamento das correias de transmissão; _ Verificar manômetros e pressões; _ Verificar termômetros e temperaturas; _ Verificar sistema de lubrificação secundária: 1ª etapa 5 gotas e as demais 4 gotas por minuto; _ Verificar reaperto e vazamento geral compressor e tubulações; _ Verificar corrente e equilíbrio de fases dos motores; _ Lavagem geral ( radiador, unidade, assoalho); _ Verificação do sistema de segurança (botões de emergência e válvula de alívio 4ª etapa); _ Verificação e/ou substituição das válvulas de admissão e descarga..0 Com 4.000 e 8.000 h

_ Troca de óleo e filtro do óleo; _ Verificação da estanqueidade dos circuitos de gás e óleo; _ Verificar tensão e alinhamento das correias de transmissão; _ Verificar manômetros e pressões; _ Verificar termômetros e temperaturas; _ Verificar sistema de lubrificação secundária: 1ª etapa 5 gotas e as demais 4 gotas por minuto;

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_ Verificar reaperto e vazamento geral compressor e tubulações; _ Verificar corrente e equilíbrio de fases dos motores; _ Lavagem geral ( radiador, unidade, assoalho); _ Troca do elemento filtrante da linha de entrada; _ Troca do elemento coalescente de saída; _ Verificação do sistema de segurança (botões de emergência e válvula de alívio 4ª etapa); _ Verificar a estanqueidade das gaxetas (venteio/cruzeta); _ Lubrificar motor principal (ver tabela 4); _ Verificação e/ou substituição das válvulas de admissão e descarga; _ Verificação dos anéis de compressão e pistões.

Com 10.000 h

_ Troca de óleo e filtro do óleo; _ Verificação da estanqueidade dos circuitos de gás e óleo; _ Verificar tensão e alinhamento das correias de transmissão; _ Verificar manômetros e pressões; _ Verificar termômetros e temperaturas; _ Verificar sistema de lubrificação secundária: 1ª etapa 5 gotas e as demais 4 gotas por minuto; _ Verificar reaperto e vazamento geral compressor e tubulações; _ Verificar corrente e equilíbrio de fases dos motores; _ Lavagem geral (radiador, unidade, assoalho); _ Verificação do sistema de segurança (botões de emergência e válvula de alívio 4ª etapa); _ Verificar folga axial do virabrequim; _ Substituição dos rolamentos do motor do exaustor; _ Verificação e/ou substituição das válvulas de admissão e descarga.

Tabela 4 - Lubrificação do motor elétrico MOTOR (CV) ROLAMENTO LADO DA POLIA ROLAMENTO OPOSTO DA POLIA

175

4.000 horas – 45g

8.000 horas – 34g

Fonte: Manual do Fabricante, Compressores Junqueira.

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Atenção: Utilizar somente graxa Polyrex, lubrificante sintético Recomendações gerais de segurança para Postos de Combustíveis – “GNV” Todos os frentistas deverão ser treinados obrigatoriamente no procedimento operacional/ segurança abaixo.

Procedimento para abastecer o veículo com GNV:

1. É expressamente proibida a utilização de cilindros clandestinos (botijão de gás de cozinha, ar comprimido, oxigênio, dentre outros) em veículos abastecidos de GNV; 2. É proibido o abastecimento por pessoas não autorizadas; 3. É proibido o abastecimento por pessoas não treinadas; 4. No abastecimento: desligar faróis, rádio, celular e o motor do veículo; 5. É proibido fumar; 6. Ao abastecer todos os ocupantes devem descer do veículo; 7. O aterramento elétrico é condição indispensável para o início do abastecimento pelo frentista; 8. Pressão de abastecimento: Não deve, nunca, ultrapassar 220 Kgf/cm². Se você ouvir falar de algum posto abastecendo com uma pressão maior que esta, cuidado. Evite o local e alerte seus colegas quanto ao risco; 9. Seu kit e cilindros são dimensionados para 220 Kgf/cm² de pressão. Acima disso, pode causar vazamentos no sistema, diminuindo a vida útil do seu equipamento e correndo o risco de provocar acidente; 10. Freie o seu veículo; 11. O motorista e os passageiros devem sair do carro; 12. Certifique-se de que a mangueira de abastecimento de GNV foi desconectada antes de arrancar (principalmente os veículos cujo abastecimento é traseiro).

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Procedimento para operação do compressor de gás natural comprimido tipo GNV:

Como ligar o compressor: Antes de iniciar a operação do compressor GNV, deverão ser observados seguintes PASSOS: 1- Verifique se todas as válvulas de expurgo estão fechadas. 2- Verifique se as válvulas de bloqueio manual de gás (linhas de sucção e descarga do compressor, armazenamento e dispensers) estão abertas. 3- No painel elétrico de comando, comute para posição “ON” (com a alavanca para cima) o disjuntor principal. 4- Verifique a tensão em cada fase girando a chave seletora do voltímetro para as distintas posições (R-S-T). Os valores deverão ser coincidentes (440V). 5- Comprove se todas as chaves termomagnéticas do painel principal estão ativadas, isto é, com a chave na posição “I”. 6- Verifique se os botões de emergência estão desabilitados, girando-os no sentido horário. 7- No painel de instrumentos, abra a porta de translúcida, pressione o botão “RESET” (Vermelho) em seguida a chave “MACHA. Neste instante acionarão os motores do exaustor e da bomba de óleo principal, além de acender a luz indicadora de cor amarelo-âmbar com a legenda “HABILITADO”. 8- Dentro de alguns segundos o compressor entrará em ciclo automático, acendendo-se as luzes indicadoras,conforme escrito acima.

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IDENTIFICAÇÃO DOS CENÁRIOS DE ACIDENTES E SEUS RESPECTIVOS EVENTOS INTERMEDIÁRIOS Tabela 5 – Categoria das Freqüências

Categoria A (Provável) B (Razoavelmente Provável) C (Remota) D (Extremamente Remota)

CATEGORIA DA FREQUÊNCIA Descrição Há a probabilidade de ocorrer mais de uma vez durante a vida útil da instalação. Há a probabilidade de ocorrer pelo menos uma vez durante a vida útil da instalação. Pouco provável de ocorrer durante a vida útil da instalação. Teoricamente possível, porém não esperado de ocorrer durante a vida útil da instalação.

Probabilidade P > 10 -2 -1

10 P < 10 -3

-1

10 P < 10 P < 10 -3

-2

Fonte: FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Roessler - Manual de Análise de Riscos Industriais - Março de 2001 Tabela 6 - Matriz de riscos resultante da combinação das categorias de freqüência e de gravidade. Gravidade Frequência A (Provável) B (Razoavelmente Provável) C (Remota) D (Extremamente Remota)

I (Desprezível) RM RB RMB RMB

II (Marginal) RA RM RMB RB

III (Crítica) RMA RA RM RB

IV (Catastrófica) RMA RMA RA RM

Fonte: FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Roessler - Manual de Análise de Riscos Industriais - Março de 2001

Legenda: RMA Risco Muito Alto RA Risco Alto RM Risco Médio RB Risco Baixo RMB Risco Muito Baixo

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Tabela 7 – Categorias de Severidade

CATEORIAS DE SEVERIDADE Descrição Nenhum dano ou dano não mensurável. Danos irrelevantes ao meio ambiente e às pessoas. Possíveis danos ao meio ambiente devido às liberações de substâncias químicas, tóxicas, ou inflamáveis. Pode provocar lesões de gravidade moderada às pessoas ou impactos ambientais com tempo reduzido de recuperação. IV Impactos devido à liberação de substâncias químicas, tóxicas, (Catastrófica) ou inflamáveis. Pode provocar mortes ou lesões graves às pessoas ou impactos ambientais com tempo de recuperação elevado. Fonte: FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Roessler - Manual de Análise de Riscos Industriais - Março de 2001. Categoria I (Desprezível) II (Marginal) III (Crítica)

A medida do risco é dada pela perda ocorrida num determinado intervalo de tempo. Para qualquer perigo, o risco pode sempre ser reduzido através de um aumento significativo das salvaguardas. O risco decorrente de um perigo somente pode ser totalmente eliminado pela supressão da fonte de risco. A Tabela 8 apresenta a APP, com os levantamentos dos riscos que podem ocorrer com a instalação, causas, modo de detecção do vazamento, freqüência de ocorrer o risco, gravidade do risco, classificação do risco e recomendações para minimizar, controlar ou reduzir o risco em caso de um vazamento de Gás Natural.

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49 Tabela 8 – Análise Preliminar de Perigos ÁREA: POSTO DE COMBUSTÍVEIS Potencial de Danos Causas Fatores Atenuantes IDENTIFICAÇÀO DE PERIGOS ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS (APP) Sub-área/Equipamento: área de abastecimento Fatores Efeitos Cat Cat Cat Agravantes Freq. Sev Risco O Posto de abastecimento está próximo a uma área residencial Data: Recomendações/Observaç ões Cenário

Ruptura ou vazamento em: Mangueira de abasteciment o Liberação de Substância Inflamável (Gás Natural Veicular)

O abastecimento de veículos com GNV é feito em área ventilada

Tocha

D

III

2

------------------------------1

Incêndio em nuvem Conexões Existe sinalização de proibição de fumar e de uso de celulares, na área de enchimento de combustíveis A área de abastecimento de veículos com GNV não é isolada

C

III

2

Estabelecer um plano de ação para situações de emergência geradas pelo posto de combustíveis 2 Isolar a área de abastecimento de veículos com GNV, com o objetivo de impedir o acesso de pessoas não autorizadas ao local 3

Válvulas e acessórios

Explosão em nuvem

C

III

2

Contaminaçã o do ar

D

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II

3

Estabelecer procedimentos para o abastecimento de veículos com GNV.

Explosão em equipamento s pressurizado s

Falha mecânica do reservatório de GNV.

Enchimento de reservatórios inadequados para o abasteciment o de GNV

Antes do abastecimento de veículos com GNV ser iniciado, o frentista verifica se o veículo não está utilizando botijões de gás de cozinha como reservatório de GNV

Há histórico de explosões de veículos em função da utilização de botijões de gás de cozinha como reservatórios de GNV

4 Traumas físicos decorrentes de explosão em equipamento s pressurizado s

D

III

3

Isolar a área de abastecimento de veículos com GNV, com o objetivo de impedir o acesso de pessoas não autorizadas ao local

5

Page 42: ANÁLISE  DE RISCOS

50

Tabela 9 – Caracterização dos ambientes de trabalho do Posto JP

CARGO/FUNÇÃO Chefe de pista Secretária Total Descrição das Atividades

ADMINISTRAÇÃO № de COLABORADORES 01 01 02 Gerenciamento administrativo e financeiro, controle de estoque de produtos derivados de petróleo recebidos para comercialização da empresa, etc.. Escritório e área de armazenamento dotada de iluminação natural e artificial, através de lâmpadas fluorescentes, paredes em alvenaria, complementada por ventilação forçada (arcondicionado)

Descrição do Ambiente do Trabalho

Fonte: Dutra, São Paulo, 2006

FÍSICO NÃO

QUÍMICO NÃO

BIOLÓGICO ERGONÔMICO MECÂNICOS NÃO SIM SIM

Quadro 1 - Existência de riscos ambientais durante o desenvolvimento das atividades Fonte: Dutra, São Paulo, 2006

FÍSICO NÃO

QUÍMICO NÃO

BIOLÓGICO NÃO

ERGONÔMICO Postura inadequada, monotonia e repetitividade, etc..

MECÂNICOS Incêndios e explosões, etc..

Quadro 2 - Identificação dos riscos Fonte: Dutra, São Paulo, 2006.

ÁREA DE TRABALHO ADMINISTRAÇÃO DESCRIÇÃO das ATIVIDADES EXECUTADAS EQUIPAMENTOS OU FERRAMENTAS UTILIZADAS NAS ATIVIDADES DESCRIÇÃO do AMBI ENTE DE TRABALHO

CARGOS/FUNÇÕES GERENTE/SECRETÁRIA

Gerenciar e coordenar as atividades administrativas e financeiras e controlar o estoque de produtos derivados de petróleo recebidos para comercialização na empresa,etc.. Microcomputador, impressora, calculadora, aparelho telefônico, fax, arquivo, mesas, cadeiras, além de outros equipamentos de escritório, etc..

Page 43: ANÁLISE  DE RISCOS

Escritório e área de armazenamento dotados de iluminação natural e artificial com lâmpadas fluorescentes, paredes em alvenaria, com ventilação forçada (ar condicionado). № de COLABORADORES EXPOSTOS – 02 Gerente e secretária HORÁRIO DE TRABALHO Diariamente das 08:00 as 18:00h, com duas horas de intervalo para almoço. IDENTIFICAÇÀO E CLASSIFICAÇÀO QUALITATIVA DOS RISCOS RISCOS AMBIENTAIS FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS RISCOS ENCONTRADOS NÃO NÃO NÃO Postura inadequada, monotonia e FONTES GERADORAS DOS RISCOS NÃO NÃO NÃO Trabalho sentado FREQUÊNCIA DA EXPOSIÇÃO AOS RISCOS NÃO NÃO NÃO Estresse físico e fadiga POSSÍVEIS DANOS AOS COLABORADORES EXPOSTOS AOS RISCOS NÃO NÃO NÃO Estresse físico

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51

MECÂNICOS

repetitividade, etc.. Incêndios e explosões, etc..

Pisos escorregadios, molhados, devido a resí duos de graxa, óleo e armazena mento de combustíveis e seus derivados, etc..

Habitual e permanente, etc..

Quedas, escoriações leves, batidas, choques provocados por equipamentos do escritório, queimaduras, etc..

ANÁLISE QUANTITATIVA DE RISCOS RUÍDO ILUMINÂNCIA TEMPERATURA UMIDADE DO AR 0 67 dB “A” Variável 25 C 60% EPI – Equipamentos de Proteção Individual, conforme a NR-6, da Port. MTE 3214/78, para neutralizar os riscos ENCONTRADOS RECOMENDADOS Não existentes Não recomendados MEDIDAS INDIVIDUAIS DE CONTROLE DOS RISCOS Recomendados - Intervalos para descanso, exercícios de alongamento - Vacinação contra tétano, etc... DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÀO DOS RISCOS DA ATIVIDADE Potencial de dano Irrelevante - Tempo de Contínuo Tempo de exposição Exposição aos riscos Substancial

Quadro 3 - Análise Qualitativa de Risco Fonte: Dutra, São Paulo, 2006

ÁREA DE ABASTECIMENTO DE GNV Cargo/ Função № de Colaboradores 01 Chefes de Pista/ 5 Frentistas 07 01 vendedor da conveniência DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DA ÁREA Durante a atividade de abastecimento de GNV o frentista deve retirar o bico de abastecimento do dispenser, zerar o marcador e instalar o bico na válvula de recepção do veículo, colocando simultaneamente o cabo de aterramento, verificar se o veículo está com as luzes, motor e som desligados, se todos os ocupantes deixaram o interior do veículo, mantendo portas e malas abertas e observar se o pino de segurança está corretamente instalado, só a partir daí, iniciando o procedimento de abastecimento dos cilindros junto ao veículo. Receber o pagamento, fornecer troco ou autoriza o uso do cartão de crédito e/ou cheque, etc..

Quadro 4 – Área de abastecimento de GNV Fonte: Dutra, São Paulo, 2006

PISTA DE BOMBAS DE ABASTECIMENTO DE GNV - A área onde está instalada a pista de abastecimento da empresa tem dimensões equivalentes a 189,05 m2. A instalação possui cobertura, com pé direito, em média, de 6,00m, com telha de alumínio e piso de concreto polido de alta resistência e impermeável. O local apresenta boas condições de ventilação e iluminação natural, complementada por iluminação artificial à base de lâmpadas fluorescentes e de vapor de mercúrio. A instalação é composta de dois (02) dispensers, com dois (02) bicos de abastecimento de GNV. Essa estrutura é protegida contra princípios de incêndio por dois (02) extintores portáteis de Pó Químico Seco (PQS) de 12 Kg e uma (01) carreta móvel de cinqüenta (50) Kg. Todos os procedimentos deverão ser executados com obediência às normas de segurança e saúde do trabalhador, com a utilização de equipamentos de proteção

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individual (EPI’s) adequado para tal serviço, como: botas de segurança, fardamento completo, boné para proteção contra radiação solar. Os colaboradores lotados nessa função deverão dispor de intervalos entre um abastecimento e outro para descansos em cadeiras, pequenas pausas onde poderão ficar sentados.

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FÍSICOS SIM Radiações não ionizantes (raios solares)

QUALIFICAÇÃO DOS RISCOS ENCONTRADOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS MECÂNICOS SIM NÃO SIM SIM Gases e vapores de combustíveis Trabalhos em turnos, postura inadequada, monotonia e repetitividade, etc.. Incêndios e explosões, etc..

Quadro 5 – Qualificação dos Riscos Fonte: Dutra, São Paulo, 2006.

QUADRO GERAL DA ANÁLISE DE RISCOS ATIVIDADES PRINCIPAIS RISCOS (AGENTES AMBIENTAIS) De acidentes: arranjos físicos

FONTES GERADORAS DE RISCOS

MEDIDAS PREVENTIVAS RECOMENDADAS

GRAU DE RISCO(*)

EPI’s

Gerente/Secretária

Atividades da área de administração

Físicos: Operação de Radiações não abastecimento ionizantes Químico: Gases e vapores de combustíveis Ergonômico: Postura inadequada, trabalhos em turnos, monotonia e repetitividade, etc.. Mecânico: Arranjo físico inadequado; incêndio e explosão (*) – Graus de risco das atividades: pequeno, médio e grande. Chefe de Frentista Pista/

Pequenos intervalos de descanso e exercícios de alongamento Intervalos para descanso, exercícios de alongamento, treinamento de segurança e sobre prevenção e combate à incêndios

Médio

Não recomendados

Medio

Fardamento completo em brim; calçado de segurança; máscaras de proteção respiratória, etc. Os EPI’s devem ser entregues mediante treinamento, assinatura e protocolo de recebimento, etc..

Quadro 6 - Quadro geral da análise de riscos das atividades Fonte: Soares, Curso de Análise de Riscos, Rio de Janeiro, 2002.

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ÁREA DE ADMINSTRAÇÃO - Manter as gavetas das mesas de trabalho, arquivos e armários sempre fechados. - Ao utilizar-se de arquivos, abra somente uma gaveta de cada vez. - Ao fechar gavetas, certifique-se de que suas roupas ou cabelos não fiaram presos. - Mantenha o piso do seu local de trabalho isento de fios, gambiarras e extensões. - O reparo das instalações elétricas só deve ser feito por técnicos especializados. - Cuidado ao manusear guilhotinas ou grampeadores. - Ao sentar, não incline a cadeira. Procure não se apoiar na extremidade dianteira do assento da cadeira. - Ao sair, apague todas as luzes e desligue todas as máquinas, equipamentos e aparelhos. - Não utilizar mais de um equipamento elétrico em uma mesma tomada de energia. - Não utilizar cadeiras defeituosas. - Não deixe clips ou folhas de papel no chão, para evitar a possibilidade de escorregões. - Não use lâminas para apontar lápis. - Não fique parado próximo a portas de acesso. - Ao locomover-se nos corredores da empresas, evite brincadeiras e/ou correrias.

SINALIZAÇÃO ESPECIAL DE ADVERTÊNCIA - Sinalização especial de acordo com a NR-26 “Sinalização de Segurança”. - placa de advertência “Ao abastecer desligue o veículo" - placa de advertência “É proibido o uso de telefone celular na área de abastecimento de veículos” - placa de advertência “Produtos Inflamáveis” - placa de advertência “É proibido fumar” Instruções especiais, “Como proceder em casos de vazamentos ou derramamento dos produtos” Instruções especiais, “Como proceder em casos de incêndios” Instruções especiais, “Pára Médicos em casos de acidentes” Instruções especiais, “Para casos de necessidade de primeiros socorros” Placas de informação dos №s de telefones dos Bombeiros Placas de informação dos №s de telefones da defesa Civil Placas de informação dos №s de telefones da Polícia Placas de informação dos №s de telefones e endereço “do órgão gerenciador das atividades relacionadas ao petróleo”. Placas de informação dos №s de telefones dos Bombeiros Placas de informação dos №s de telefones “do serviço de ambulâncias”

SEGURANÇA E SAÚDE DOS EMPREGADOS Elaboração e implementação do PCMSO, com seus exames previstos em lei. Elaboração e implementação do PPRA, e seus anexos. Instalações sanitárias separadas por sexo, contendo conjunto de peças dimensionadas para quantidade de pessoas e chuveiro com água quente. Instalações de vestiários separados por sexo, e dotados de armários individuais de compartimento duplos e trancas com chaves. Fornecer água potável e em condições de higiene e temperatura Promover treinamentos em prevenção e combate a incêndio e primeiros socorros para todos os empregados envolvidos em operação, supervisão, e manutenção dos serviços da empresa. Especificar e fornecer gratuitamente fardamento e EPI”s (Equipamentos de Proteção Individual), adequados aos riscos das atividades, tornando seu uso obrigatório.

Quadro 7 – Instruções especiais, Sinalização e Advertência Fonte: Soares, Curso de Análise de Riscos, Rio de Janeiro, 2002.

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6 ANÁLISE DA VULNERABILIDADE DO PESSOAL E ESTRUTURAS EXPOSTAS

As exigências ou isenções, relativas à análise de riscos, para obtenção de cada uma das licenças necessárias junto aos órgãos competentes serão feitas com base em uma classificação das instalações ou atividades, definidas a partir de um índice de risco. O risco industrial está diretamente ligado à intensidade de perigo e inversamente a quantidade de salvaguarda, sendo que o perigo pode ser representado pela quantidade de material perigoso capaz de ser liberado acidentalmente para o meio e salvaguardas são combinações de fatores que tendem a minimizar os efeitos danosos de liberações acidentais. O principal fator de salvaguarda que deve ser considerado para fins de classificação é a distância entre o ponto de liberação do material perigoso e a população. Assim, tem-se : RISCO = PERIGO/SALVAGUARDA GÁS NATURAL – MR (Kg) = 2500 e categoria 2 Onde, MR é a Massa de Referência do Gás Natural NOTA: Categoria de risco 2 corresponde àquelas instalações/atividades que podem causar danos significativos em distâncias de até 100 m do local. Através da técnica de identificação de perigo, optou-se pela utilização da APP (Análise Preliminar de Perigo), metodologia utilizada para identificação prematura dos perigos decorrentes das instalações, conforme quadros apresentados no item 5 – Identificação dos cenários de acidentes e seus respectivos eventos intermediários. Análise Preliminar de Perigos (PHA - Preliminary Hazard Analysis) é uma técnica que teve origem no programa de segurança militar do Departamento de Defesa dos EUA. Trata-se de uma técnica estruturada que tem por objetivo identificar os perigos presentes numa instalação, que podem ser ocasionados por eventos indesejáveis. Esta técnica pode ser utilizada em instalações na fase inicial de desenvolvimento, nas etapas de projeto ou mesmo em unidades já em operação, permitindo, nesse caso, a realização de uma revisão dos aspectos de segurança existentes.

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A APP deve focalizar todos os eventos perigosos cujas falhas tenham origem na instalação em análise, contemplando tanto as falhas intrínsecas de equipamentos, de instrumentos e de materiais, como erros humanos. Na APP devem ser identificados os perigos, as causas e os efeitos (conseqüências) e as categorias de severidade correspondentes, bem como as observações e recomendações pertinentes aos perigos identificados, devendo os resultados ser apresentados em planilha padronizada. Em observância a norma N-2782-Petrobras foram elaboradas matrizes de Identificação de perigo e risco e planta de liberação de gás natural de explosão e nuvem de fogo.

6.1 MODELO DE VULNERABILIDADE DE EISENBERG

Diversos efeitos resultantes de uma explosão de nuvem de gás têm sido estudados há muitos anos e podem ser classificados de duas formas: danos às pessoas e danos às estruturas. Os efeitos causados pela passagem de uma onda de choque podem ser estimados pelo modelo de vulnerabilidade de Eisenberg, método que faz uso das equações de Probit. Nesta seção, serão estudados como efeitos de uma explosão de gás: morte por hemorragia pulmonar, ruptura dos tímpanos e colapso de uma estrutura de alvenaria, sendo apresentadas as equações de Probit correspondentes ao tipo de dano e o pico de sobrepressão relativo à probabilidade de 1%, 50% e 99% de ocorrência do dano. As equações de Probit (AIChE, 2000) representam uma relação entre a intensidade do efeito causador do dano e a variável de Probit (Probability Unit), onde esta está diretamente ligada à probabilidade de observação do dano. Na Tabela 10, encontram-se as equações de Probit coletadas da literatura para este estudo e, ao lado de cada uma, o respectivo dano no qual será usada.

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Tabela 10 - Equações de Probit com seus respectivos usos.

Equação de Probit, [Pó] = N/M2 Y = -23,8 + 2,92 In(Po) = N/M2 Y = -77,1 + 6,91 In (Po) Y = -12,6 + 1,524 In (Po) Fontes: CCPS, 2000 e TNO, 1992.

Efeitos Colapso de estrutura Morte por hemorragia pulmonar Ruptura dos tímpanos

Como se pode verificar na Tabela 10, cada tipo de dano possui uma equação com parâmetros diferentes; estes foram determinados através de observações feitas de acidentes ocorridos ao longo da história. Há na literatura uma grande variedade de equações de Probit, sendo que essas que foram apresentadas na Tabela 11 são normalmente utilizadas para estudos em que se deseja analisar a vulnerabilidade de explosões. Existem outras, na literatura, que relacionam probabilidades do dano por radiação térmica e toxidez quando há a ocorrência de incêndios, jatos de fogo, BLEVE e vazamentos de substâncias tóxicas. Nas equações da Tabela 11, Po é o pico de sobrepressão na onda de choque em N/m2 e y é a variável de Probit. A variável de Probit está diretamente relacionada com a probabilidade de ocorrência dos danos através da relação dada pela equação 1. Prob = Onde: Prob é a probabilidade de ocorrência do dano e u é a variável de integração. Esta relação entre y e Prob é mais facilmente obtida com o uso da Tabela 11. Assim, sabendo-se as características da explosão, determina-se o pico de sobrepressão da onda de choque na distância onde se encontra a estrutura ou a pessoa. Com o nível de sobrepressão, encontra-se o valor da variável de Probit e com ela a probabilidade de ocorrência dos danos. Todos estes modelos de efeitos apresentados neste trabalho foram implementados com uso do Software MathCad(Versão 12). y-5 1___ ∫ exp √2 -∞ _ u2 2 du (1 )

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A relação entre a probabilidade de morte e o Probit correspondente segue uma curva do tipo sigmóide. A Tabela 11 apresenta o valor de Probit em função da probabilidade de morte, em valores percentuais. Tabela 11 - Relação entre a variável de Probit e a probabilidade. % 0 1 0 2,67 10 3,72 3,77 20 4,16 4,19 30 4,48 4,50 40 4,75 4,77 50 5,00 5,03 60 5,25 5,28 70 5,52 5,55 80 5,84 5,88 90 6,28 6,34 % 0,0 0,1 99 7,33 7,37 Fonte: CCPS, 1994. 2 2,95 3,82 4,23 4,53 4,80 5,05 5,31 5,58 5,92 6,41 0,2 7,41 3 3,12 3,87 4,26 4,56 4,82 5,08 5,33 5,61 5,95 6,48 0,3 7,46 4 3,35 3,92 4,29 4,59 4,85 5,10 5,36 5,64 5,99 6,55 0,4 7,51 5 3,36 3,96 4,33 4,61 4,87 5,13 5,39 5,67 5,04 6,64 0,5 7,58 6 3,45 4,01 4,36 4,64 4,90 5,15 5,41 5,71 5,08 6,75 0,6 7,65 7 3,52 4,05 4,39 4,67 4,92 5,18 5,44 5,74 5,13 6,88 0,7 7,75 8 3,59 4,08 4,42 4,69 4,95 5,20 5,47 5,77 6,18 7,05 0,8 7,88 9 3,66 4,12 4,45 4,72 4,97 5,23 5,50 5,81 6,23 7,33 0,9 8,09

Para a definição dos valores de Sobrepressão de 1%, 50% e 99% de letalidade, foi utilizada a equação de Probit, dada por Eisenberg (AIChE, 2000). Com base em Lees (1996), a Tabela 12 apresenta uma relação entre os valores de sobrepressão e os prejuízos e danos possíveis de ocorrer às instalações e pessoas. Tabela 12 - Prejuízos e danos possíveis de ocorrer às instalações e pessoas devido a efeitos de sobrepressão.

Sobrepressão (bar) 0,001 0,002 0,0027 0,006 0,01 0,02

Dano Esperado Estrondo alto (137 dB de freqüência baixa, 10-15 Hz). Quebra ocasional de janelas grandes, que já estão sob tensão. Estrondo muito alto (143 dB). Trinca dos vidros abaulados sônicos. Quebra de janelas pequenas sob tensão. Pressão típica para trinca nos vidros. Alguns danos nos tetos das casas. Quebra de 10% dos vidros das janelas. “Distância Segura” (probabilidade de 95% de não ter dano sério além desta área). Limite de estilhaços. Limite inferior de dano estrutural. As janelas normalmente são destruídas, e algumas dessas tÊm a armação danificada.

0,027 0,03 – 0,06

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0,04 0,06 0,06 – 0,13

Pequenos danos nas estruturas de casas. Danos parciais de casas, as quais ficarão inabitáveis. Destruição de asbesto corrugado. Falhas nas amarras das chapas de aço ou painéis de alumínio, seguido de deformação. Destruição da amarração dos painéis (tábuas) de madeira das casas comuns. Faixa onde os estilhaços podem causar ferimentos leves ou graves na pele. Leve distorção da armação de aço dos edifícios fechados. Colapso parcial das paredes e telhados das casas. Destruição das paredes de concreto ou de blocos nãoreforçadas. Limite inferior de sérios danos na estrutura. Faixa de 1 a 90% de ruptura dos tímpanos das populações expostas. Destruição de 50% das casas de alvenaria. Distorções das construções com armação de aço, que são movidas do fundamento. Pequenos danos em máquinas pesadas (1.400 kg), nos edifícios industriais. Destruição das construções de painéis de aço sem armação. Ruptura de tanques de armazenagem de óleo. Ruptura de construções industriais “leves” cobertas. Destruição de áreas arborizadas. Leves danos em grandes prensas hidráulica (18.200 kg), no interior das construções. Destruição quase total das casas. Tombamento dos vagões de trens carregados. Trinca nos tijolos não reforçados de 20-30 cm de espessura, por tensão de cisalhamento. Demolição de vagões fechados de trem. Provável destruição total de construções. Partes pesadas de máquinas (3.200 kg) se movem, e ficam muito danificadas. Partes muito pesadas de máquina (5.500 kg) resistem.

0,06 – 0,5 0,09 0,13 0,13 – 0,2 0,15 0,16 – 0,84 0,17 0,20

0,20 – 0,27 0,27 0,34 0,34 – 0,48 0,48 0,48 – 0,55

0,62 0,68

1,05 – 2,0 20,7

Faixa de 1 a 99% de fatalidades das populações expostas, devido ao efeito direto da explosão. Limite de borda da cratera.

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No caso de incêndios, segundo o TNO (2004), a vulnerabilidade das conseqüências originadas por esses fenômenos são determinadas pela aplicação de metodologias do tipo Probit, resultando na estimativa da probabilidade de ocorrência de um determinado dano, ou percentual de pessoas afetadas, em função das doses de radiação recebidas e dos tempos de exposição. A Tabela 13 apresenta diferentes probabilidades de fatalidade e os efeitos observados para vários níveis de radiação. Tabela 13 - Efeitos de Radiação Térmica.

Radiação Térmica (kW/m²) 1 1,6 1,75 2 4 5 6,4 12,5

Efeito Observado Sol ao meio-dia. Não causa efeito por longa exposição. Limite de dor alcançado após 60 s. Danos aos cabos com isolamento em PVC. Limite de dor alcançado após 20 s. Limite de dor alcançado após 15 s. Limite de dor alcançado após 8 s. Queimaduras de 2º grau após 20 s. Fusão de tubulações plásticas. Ignição de roupas. Ignição “pilotada” da madeira. Queimaduras de 1º grau após 10 s. Queimaduras graves após 5 s. Ignição espontânea da madeira. Perigo à vida. Danos aos equipamentos industriais. Perigo à vida.

16 25 37,5 Fonte: Zimmermann, 2009

6.1.1 Picos de sobrepressão para 1% de probabilidade do efeito

A partir do modelo de Eisenberg, pode-se determinar os picos de sobrepressão que correspondem à probabilidade de ocorrência de cada efeito. O pico de sobrepressão (Po) é determinado a partir das equações apresentadas da Tabela 10 usando como variável de Probit o valor 2,67 retirado da Tabela 11 correspondente à probabilidade de 1%.

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60

6.1.2 Picos de sobrepressão para 50% de probabilidade do efeito

A partir do modelo de Eisenberg, pode-se determinar os picos de sobrepressão que correspondem à probabilidade de ocorrência de cada efeito. O pico de sobrepressão (Po) é determinado a partir das equações apresentadas da Tabela 10 usando como variável de Probit o valor 5,0, retirado da Tabela 11 correspondente a probabilidade de 50%.

6.1.3 Picos de sobrepressão para 99% de probabilidade do efeito

Da mesma maneira como foi realizada nas seções 6.1.1 e 6.1.2, usa-se como variável de Probit o valor 7,33, para probabilidade de 99%.

6.2 ESTUDO DE CASO

Devido a carência de literatura históricos de acidentes e informações na área de análise de risco em postos de combustíveis apresenta-se aqui, para efeito de mensuração das conseqüências de um acidente com GNV um estudo de caso, cujas instalações e o entorno num raio de 300m do empreendimento é similar ao do Posto JP. Neste estudo foi dada ênfase somente à atividade de nível alto em caso de explosão. Estudou-se um possível cenário de rompimento total (ruptura catastrófica) da tubulação de um determinado gasoduto, responsável pela transferência de Gás Natural supostamente a ser localizado próximo às instalações do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

Page 56: ANÁLISE  DE RISCOS

61

As tabelas apresentadas acima são genéricas e as informações deste Estudo de caso foram extraídas delas.

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Gasoduto Danos Causas

Subsistema: Modos de detecção Efeitos

Linha Km 10 Freq. Grav. Classif

Data: Recomendações

Grande Vazamento na tubulação ou válvula por: - falha mecânica de linha ou de componentes associados; - falhas em soldas; - impacto mecânico; - falha humana quando da realização da manutenção / inspeção em equipamentos; - vazamento no filtro. Obs.: Válvulas esfera manual 10” Pequeno Vazamento na tubulação ou válvula por: - corrosão; - vazamento no filtro. Obs.: Válvulas esfera manual 10”

- Percepção de Ruído; - Via Sala de Controle; - Odor.

- Liberação de produto inflamável com possibilidade de incêndio e explosão. C IV RA

- Visual; - Sonoro.

- Liberação de produto inflamável A II RA

- Implementar o Programa de Gerenciamento de Riscos para instalações a serem construí - Implementar Plano de Emergência Local; - Avaliar a possibilidade e instalar na estação sistema que detecte temperatura elevada da instalação, para isolamento proteção do Gasoduto. - Implementar o Programa de Gerenciamento de Riscos para instalações a serem construídas; - Implementar Plano de Emergência Local.

Quadro 8 - Análise preliminar de perigos apresentada nesse estudo Fonte: Zimmermann, 2009

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63

Com a classificação do risco (coluna 7 do Quadro 8), elabora-se a matriz de risco, com os riscos identificados na APP. O Quadro 9 apresenta a distribuição das hipóteses acidentais na matriz de risco estudada. Gravidade I II III IV Freqüência Despresível Marginal Crítica Catastrófica A 2 (Provável) B (Razoavelmente Provável) C 1 (Remota) D (Extremamente Remota) Quadro 9 - Distribuição das hipóteses acidentais na matriz de risco estudada Fonte: Zimmermann, 2009

6.2.1 Seleção das Hipóteses Acidentais

A Tabela 11 apresenta o resumo da listagem das diversas hipóteses acidentais com grau de gravidade III ou IV, e que terão continuidade neste estudo, de forma que se possa obter a quantificação do risco. Depois de identificadas as hipóteses acidentais na APP (Análise Preliminar de Perigos) (Quadro 8), calculam-se os resultados obtidos nas simulações das conseqüências (efeitos físicos) e análise de vulnerabilidade para o gasoduto. Em cada um desses cenários gerados, existem conseqüências danosas ao ser humano, como por exemplo, radiação térmica gerada por um incêndio e/ou a sobrepressão provocada por uma explosão. O quadro 10 apresenta os dados de entrada do cenário a ser avaliado.

Subsistema

Hipótese

Descrição

Grande Vazamento de Gás Natural através do Gasoduto 10” 1 gasoduto 10”, devido a perdas por falha na solda Quadro 10 - Seleção das hipóteses acidentais Fonte: Zimmermann, 2009

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64

DADOS DE ENTRADA PARA MODELAGEM E SIMULAÇÕES Hipótese 1 Descrição Produto Diâmetro Pressão (mm) (Kgf/cm2) GASODUTO Gás 254 100 Natural Temp. Direção (Cº) Vazamento 55 Vertical

Grande vazamento na linha 10” Quadro 11 - Dados do cenário avaliado na APP Fonte: Zimmerman, 2009

Com o levantamento do cenário identificado e os dados operacionais, calculam-se os efeitos de explosão causados às estruturas e pessoas através de modelagens matemáticas (uso do Software Mathcad 12 para resolução das equações específicas). Utilizou-se os modelos coletados das publicações do TNO (2005) (Multi-Energia) e do AIChE (1994) (Eisenberg).

6.2.2 Dados adicionais (Taxa de descarga do Gás Natural)

É importante saber qual é a taxa de descarga (vazamento) do Gás Natural que provocou a explosão estudada neste trabalho. Na temperatura de 25 ºC, considerada como sendo a temperatura média do ar na região onde se localizará o gasoduto, tem-se conhecido o volume de 30.000m3 e os valores de taxa de descarga de 844,87kg de metano. Analisando-se estes valores de mistura estequiométrica do metano com ar, pode-se perceber que não são necessárias grandes quantidades de substância inflamável para, em condições favoráveis de grau de confinamento e de turbulência, que se tenha a ocorrência de explosão de nuvem. Neste estudo são apresentados os resultados de distância ao centro de uma explosão determinada para as probabilidades de 1%, 50% e 99% de ocorrência dos danos referentes a colapso de estruturas, morte por hemorragia pulmonar e ruptura de tímpanos, a partir do volume de 30.000m3 ocupados por uma mistura de armetano, com o uso do método Multi-Energia. O fluxograma da seqüência de cálculos dos alcances das distâncias seguras esta apresentado abaixo.

Page 60: ANÁLISE  DE RISCOS

65

Dados operacionais e características do produto

Método mult-energia

Modelo de Vulnerabilidade de EISEMBERG

Curvas normalizadas (grau de confinamento)

Equações de Probit

Estimativa dos efeitos físicos e vulnerabilidade Fluxograma 1 – Fluxograma da sequência de cálculos Fonte: Zimmermann, 2009

6.2.3 Aplicação do método Multi-Energia do TNO (2005)

O método Multi-Energia foi desenvolvido em base semi-empírica é voltado para estimativas de explosões de misturas de gás inflamável-ar em proporções estequiométricas a partir de normalizações da distância ou fator de escala RS, definido pela equação 2:

Rs =

3

VxEv Pa

... ( 2 )

Page 61: ANÁLISE  DE RISCOS

66

onde: V é o volume de mistura gás inflamável-ar, [m3]; Ev é a energia liberada por metro cúbico de mistura estequiométrica hidrocarboneto-ar = 3,5x106 J/m3 (valor típico); Pa é pressão atmosférica, [N/m2];

A seguir, encontra-se o volume estimado de uma área de processo que será preenchido com Gás Natural para se ter uma mistura estequiométrica gás inflamável-ar, considerando-se que o ar contém 20% em volume de oxigênio. V = 30.000m3 onde: V é o volume estimado de uma área de processo que seria preenchido com metano em m3.

Com o volume conhecido da mistura gás inflamável-ar, pode-se estabelecer os picos de sobrepressão e o tempo de duração da fase positiva (Figura 3) como uma função da distância do centro da explosão, utilizando as curvas de Ps versus Xs (razão entre distância real (z) com o fator de escala Rs) (TNO, 2005; TNO, 2004; TNO, 1999).

Figura 3 - Curva de sobre-pressão vs. tempo em uma explosão. Fonte: Zimmermann, 2009

No método Multi-Energia têm-se 10 curvas Ps x Xs (Figuras 4, 5 e 6) à disposição; cada uma representando um tipo de classe de obstáculos. Considerando o vazamento nas proximidades do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, utilizou-se a curva 8 devido à quantidade de instalações

Page 62: ANÁLISE  DE RISCOS

67

nas proximidades. Segundo o AIChE (2000), a escolha da curva se dá pelo nível de confinamento da região escolhida onde a curva 1 seria equivalente a um campo aberto e a curva 10 seria equivalente a um local muito confinado, ou seja, com muitas construções (obstáculos). Nos itens A, B e C, foi realizada uma aproximação da curva 8 das Figura 19, 20 e 21 para o pico de sobrepressão, pico de sobrepressão dinâmica e para o tempo de duração da fase positiva, todas retiradas do "Yellow Book" (TNO, 2005). As Figuras 4, 5 e 6 apresentam as curvas características para o método Multi-Energia.

Figura 4 - Curvas do método Multi-Energia – Sobrepressão. Fonte(CPR 14E, 1997; CPR 18E, 1999).

Page 63: ANÁLISE  DE RISCOS

68

Figura 5 - Curvas do método Multi-Energia – Pressão Dinâmica. Fonte: (CPR 14E, 1997; CPR 18E, 1999).

Figura 6 - Curvas do método Multi-Energia – Duração da fase positiva. Fonte: (CPR 14E, 1997; CPR 18E, 1999).

Page 64: ANÁLISE  DE RISCOS

69

Com a Figura 6, é possível obter a função tp(z) de duração da fase positiva, como função da distância em escala para o cálculo do tempo de exposição. O tempo de duração da fase positiva é o tempo da passagem da onda de choque do ponto em estudo até o instante em que o valor da pressão atinja a pressão atmosférica.

Reflexão das ondas de choque

Uma característica comum encontrada em eventos explosivos é a reflexão da onda de pressão que ocorre quando o deslocamento de ar encontra um obstáculo oferecendo resistência à sua propagação. Neste sentido, o solo acaba sendo uma destas estruturas reflexivas, principalmente quando o centro da explosão possui altura diferente de zero, porém não muito elevada. A Figura 7 mostra uma detonação no ar em que a onda de choque incidente, de propagação esférica, é refletida no solo. Em seguida esta onda refletida encontra a incidente, gerando em conseqüência, uma terceira onda (Onda Mach), de intensidade maior que a onda incidente.

Figura 7 - Efeito da detonação no ar formando onda mach [5]. Fonte: Silva Wilson, 2009.

Page 65: ANÁLISE  DE RISCOS

70

RS =

Vx3,5x106 Pat (30000) x10,5x106

…(3)

RS = 1,0132x10 5

... ( 4 )

Sendo: RS o fator de escala usado mo método Multi-Energia (RS=101,1963m).

Xs = Z_ Rs

... ( 5 )

onde: Xs é a razão entre a distância real e o fator de escala Rs.

6.2.3.1 Aproximações da curva do grau de confinamento 8

Nos itens A, B e C a seguir, estão descritas as aproximações da curva 8 apresentada nas Figuras 19,20 e 21 para o pico de sobrepressão, pico de sobrepressão dinâmica e para o tempo de duração da fase positiva, todas retiradas do "Yellow Book" (TNO, 2005).

A - Curvas para picos de sobrepressão (Ps). 2if (X>0,1)^(X0,4^X0,58^X3^X5 -0,022-0,565.log(x)+0,622.log(x)2

Ps8(x)

…(6)

Page 66: ANÁLISE  DE RISCOS

71

B - Curvas para picos de sobrepressão dinâmica (Psd).

Psd8(x)

1,6if (X>0,1)^(X0,3^X0,55^X0,9^X3

…(7)

C - Curvas para o tempo de duração da fase positiva (tp). 10-0,783-0,39.log(x) ifX>0,215^X05^X4,15 (-0,56+0,408.log(x))-0,235.log(x)2

tp8(x)

…(8)

Onde x é uma variável estimada em função das curvas do modelo Multi-Energia.

6.2.3.2 Utilização de curvas características para o cálculo do pico de sobrepressão

A seguir estão apresentadas as expressões que representam o cálculo do pico de sobrepressão com o uso da curva 8 ajustada, apresentada no item 6.2.3.1. Picopress8 (z) = Patmx Ps8 ( Z_ ) + Psd8 ( Z_ ) Rs Rs

... ( 9 )

Para a determinação do tempo que a onda de choque possui valores de sobrepressão acima da pressão atmosférica, é necessário calcular a velocidade do som no ar e multiplicar pela função tp(z) de duração da fase positiva adimensional, como função da distância em escala. O cálculo da velocidade do som é dado pelas equações 10 e 11.

... ( 10 )

Page 67: ANÁLISE  DE RISCOS

72

... ( 11 )

Logo, a velocidade do som (Vs) igual a 346,5273 m/s. O tempo que a onda de choque possui valores de sobrepressão acima da pressão atmosférica é calculado pela equação 12. Temptp8(z) = RS x tp8 Z_ Rs

… ( 12 )

6.2.4 Estudo dos efeitos de explosões

Nesta etapa, serão calculados os picos de sobrepressão necessários para que se tenha a probabilidade de 1%, 50% e 99% de ocorrência de danos es truturais, morte por hemorragia pulmonar e ruptura de tímpanos. As equações de Probit (AIChE, 2000) para cada tipo de dano, rearranjadas da Tabela 10, estão apresentadas a seguir. A equação 13 representa a Equação de Probit, para morte por hemorragia.

Po y1 = e

y1+ 77,1/6,91

... ( 13 )

A equação 14 representa a Equação Probit, para danos estruturais.

Po y2 = e

y2+ 23,8/2,92

... ( 14 )

A equação 15 representa a Equação de Probit, para ruptura de tímpanos:

Po y3 = e

y3+ 16,2/1,524

... ( 15 )

Page 68: ANÁLISE  DE RISCOS

73

6.2.4.1 Cálculo para probabilidade de ocorrência de 1% do dano

A equação 16 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 1% de probabilidade de morte: Pó 1% (y1) = e y1+ 77,1/6,91

... ( 16 )

Y1 = 2,67 (Tabela 8) Po1% (y1) = 1,0317 x 105xN/m2 A equação 17 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 1% de probabilidade de danos estruturais. Pó 1% (y2) = e y2+ 23,8/2,92

... ( 17 )

Y2 = 2,67 (Tabela 8) Po1% (y2) = 8,6479 x 103xN/m2

A equação 18 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 1% de probabilidade de ruptura de tímpanos. y3+ 16,2/1,524

Pó 1% (y3) = e

... ( 18 )

Y3 = 2,67 (Tabela 8) Po1% (y3) = 2,2464 x 104xN/m2

6.2.4.2 Cálculo para probabilidade de ocorrência de 50% do dano

A equação 19 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 50% de probabilidade de morte.

Page 69: ANÁLISE  DE RISCOS

74

Pó 50% (y1) = e

y1+ 77,1/6,91

... ( 19 )

Y1 = 5,00 (Tabela 8) Po50% (y1) = 1,4454 x 105xN/m2

A equação 20 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 50% de probabilidade de danos estruturais. Pó 50% (y2) = e y2+ 23,8/2,92

... ( 20 )

Y2 = 5,00 (Tabela 8) Po50% (y2) = 1,9207 x 104xN/m2

A equação 21 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 50% de probabilidade de ruptura de tímpanos. y3+ 16,2/1,524

Pó 50% (y3) = e

... ( 21 )

Y3 = 5,00 (Tabela 8) Po50% (y3) = 1,0363 x 105xN/m2

6.2.4.3 Cálculo para probabilidade de ocorrência de 99% do dano

A equação 22 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 99% de probabilidade de morte. Po 99% (y1) = e y1+ 77,1/6,91

... ( 22 )

Y1 = 7,33 (Tabela 8) Po99% (y1) = 1,0251 x 105xN/m2

Page 70: ANÁLISE  DE RISCOS

75

A equação 23 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 50% de probabilidade de danos estruturais. Po 99% (y2) = e y2+ 23,8/2,92

... ( 23 )

Y2 = 7,33 (Tabela 8) Po99% (y2) = 4,2658 x 104xN/m2

A equação 24 é aplicada para o cálculo da sobrepressão em [Pa] necessária para se ter 99% de probabilidade de ruptura de tímpanos. y3+ 16,2/1,524

Po 99% (y3) = e

... ( 24 )

Y3 = 7,33 (Tabela 8) Po99% (y3) = 4,7803 x 105xN/m2

6.2.5 Determinação das distâncias

Os cálculos desenvolvidos nos itens a seguir se destinam à determinação da distância alcançada por uma onda de choque nos níveis de sobrepressão determinados no item 6.2.4.1, 6.2.4.2, 6.2.4.3.

6.2.5.1 Distância em [m] para 1% de ocorrência dos danos

A equação 25 é aplicada para o cálculo da distância em que se tem 1% de ocorrência de morte:

Dist8(z) = Picopress8 (Z) −1,032 x105

... ( 25 )

Page 71: ANÁLISE  DE RISCOS

76

Para Z=50 (FERREIRA, 2005). Logo, root (Dist8(z),z) = 73,7378m A equação 26 é aplicada para o cálculo da distância em [m] para 1% de ocorrência de danos estruturais: Dist8(z) = Picopress8 (Z) − 8,648 x103 ... ( 26 )

Para Z=100 (FERREIRA, 2005).

root (Dist8(z),z) = 337,6962m

A equação 27 é aplicada para o cálculo da distância em [m] para 1% de ocorrência ruptura de tímpanos: Dist8(z) = Picopress8 (Z) − 2,246 x 104 Para Z=80 (FERREIRA, 2005). ... ( 27 )

root (Dist8(z),z) = 179,7019m

6.2.5.2 Cálculos de distância em [m] para 50% de ocorrência dos danos

A equação 28 é aplicada para o cálculo da distância em que se tem 50% de ocorrência de morte: Dist8(z) = Picopress8 (Z) − 1,445 x105 ... ( 28)

Para Z=55 (FERREIRA, 2005). Logo,

root (Dist8(z),z) = 62,3153m A equação 29 é aplicada para o cálculo da distância em que se tem 50% de ocorrência de danos estruturais:

Page 72: ANÁLISE  DE RISCOS

77

Dist8(z) = Picopress8 (Z) − 1,921 x104 Para Z=40 (FERREIRA, 2005). Logo, root (Dist8(z),z) = 156,3782m

... ( 29 )

A equação 30 é aplicada para o cálculo da distância em que se tem 50% de ocorrência ruptura de tímpanos: Dist8(z) = Picopress8 (Z) −1,036 x105 Para Z=20 (FERREIRA, 2005). Logo, root (Dist8(z),z) = valor desprezível ... ( 30 )

6.2.5.3 Distância em que se tem 99% de ocorrência dos danos

A equação 31 é aplicada para o cálculo da distância em que se tem 99% de morte total de pessoas: Dist8(z) = Picopress8 (Z) − 2,205 x105 Para Z=55 (FERREIRA, 2005). Logo: root (Dist8(z),z) = 56,1558m ... ( 31 )

A equação 32 é aplicada para o cálculo da distância em [m] para 99% de destruição das instalações. Dist8(z) = Picopress8 (Z) − 4,2 x 104 Para Z=80 (FERREIRA, 2005). Logo: root (Dist8(z),z) = 128,5986m ... ( 32 )

A equação 33 é aplicada para o cálculo da distância em [m] para 99% para ruptura total dos tímpanos. Dist8(z) = Picopress8 (Z) − 4,78 x105 ... ( 33 )

Page 73: ANÁLISE  DE RISCOS

78

Para Z=20 (FERREIRA, 2005). Logo: root (Dist8(z),z) = valor desprezível É importante ressaltar que as explosões modeladas com o método MultiEnergia (TNO, 1997), para o nível de sobrepressão relativo à probabilidade de 99% de ocorrência de danos, condicionadas a obstáculos aproximados pela curva 8, não oferece riscos auriculares a pessoas presentes nas proximidades da instalação. Com base nos resultados obtidos para probabilidade de 1% de ocorrência de danos, pode-se concluir que, para regiões onde se têm grande número de obstáculos (curva 8), uma explosão de 844,87 kg de gás-inflamável não oferece riscos de morte por hemorragia pulmonar a partir de 74m ao centro da explosão; não oferece riscos aos tímpanos a partir de 180m do centro da explosão; não oferece riscos de danos a estruturas (universidade, por exemplo) a partir de 338 m do centro da explosão.

6.2.6 Determinação do tempo de duração da fase positiva

A equação 34 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de morte de 1%: Temptp8(z) = Rs X tp8( z ) … ( 34 )

Vs Logo,

Rs

Temptp8(73,74) = 0,0700s

A equação 35 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de danos estruturais de 1%: Temptp8(z) = Rs X tp8( z ) … ( 35 )

Vs Logo,

Rs

Temptp8(337,7) = 0,1134s

Page 74: ANÁLISE  DE RISCOS

79

A equação 36 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de ruptura de tímpano de 1%: Temptp8(z) = Rs X tp8( z ) … ( 36 )

Vs Logo,

Rs

Temptp8(179,7) = 0,0983s

A equação 37 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de morte de 50%: Temptp8(z) = Rs X tp8( z_) … ( 37 )

Vs Logo,

Rs

Temptp8(62,3152) = 0,0644s

A equação 38 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de danos estruturais de 50%: … ( 38 )

Temptp8(z) = Rs X tp8( z_)

Vs Logo,

Rs

Temptp8(156,3782) = 0,0942s

A equação 39 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de ruptura de tímpano de 50%: Temptp8(z) = Rs X tp8( z_ ) … ( 39 )

Vs Logo,

Rs

Temptp8(0) = Valor desprezível

A equação 40 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de morte de 99%: Temptp8(z) = Rs X tp8( z_) … ( 40 )

Vs Logo,

Page 75: ANÁLISE  DE RISCOS

Rs

Page 76: ANÁLISE  DE RISCOS

80

Temptp8(56,16) = 0,0611s

A equação 41 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de danos estruturais de 99%: … ( 41 )

Temptp8(z) = Rs X tp8( z_)

Vs Logo,

Rs

Temptp8(128,5986) = 0,0866s

A equação 42 é aplicada para o cálculo do tempo determinado para probabilidade de ruptura de tímpano de 99%: … ( 42 )

Temptp8(z) = Rs X tp8( z_ )

Vs Logo,

Rs

Temptp8(0) = Valor desprezível

6.3 ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS

Portanto, para uma explosão de nuvem de vapor inflamável de um volume de mistura estequiométrica ar-vapor inflamável de 30.000m3 ou o equivalente a se ter uma explosão de uma massa de 844,87 kg de metano, usando o método MultiEnergia, obtém-se distâncias seguras de 338m, para construção de instalações. Para a permanência de pessoas na região, foi obtida uma distância segura de 74m para a não ocorrência de morte por hemorragia e, a distância adequada para que não ocorra a ruptura de tímpanos é de 180m. Os valores de distância segura comentados e os tempos de duração da fase positiva encontram-se na Tabela 14. Os tempos de duração de fase positiva obtidos para sobrepressão correspondente à probabilidade de ocorrência do dano de 1%, foram de 0,1134s

Page 77: ANÁLISE  DE RISCOS

81

para colapso de estruturas, 0,0700s para morte e de 0,0983s para ruptura de tímpanos. Para as sobrepressões de 1% de letalidade, gerada por ocorrência dos danos, obtém-se as distâncias para destruição total de estruturas de 338m, 74m para morte e 180m para surdez. Os níveis de sobrepressão relativos à probabilidade de 50% de ocorrência dos danos fornecem as distâncias para destruição total de estruturas de 157m, e 63m para morte. Os tempos de duração de fase positiva foram 0,0942s para colapso de estruturas e 0,0644s para morte. Aplicando o método Multi-Energia para os níveis de sobrepressão relativos à probabilidade de 99% de ocorrência dos danos, as distâncias para destruição total de estruturas obtida foi de 129m e de 57m para morte. Na Tabela 14, encontram-se os valores das distâncias seguras e tempo de duração da fase positiva para a ocorrência dos danos de 1%, 50% e 99%. Tabela 14 - Distância segura e tempo da duração de fase positiva, para um volume de gás ocupado de 30.000m3 de Metano

Ocorr.

Efeito Colapso de estruturas

Distância segura (m) 338 74 180 156 62 129 56 -

Tempo de duração da fase positiva da onda de choque (s) 0,1134 0,070 0,0983 0,0942 0,0644 0,0866 0,061 -

1%

Morte por hemorragia pulmonar Rupturas de tímpanos Colapso de estruturas Morte por hemorragia pulmonar Rupturas de tímpanos

50%

Colapso de estruturas Morte por hemorragia 99% pulmonar Rupturas de tímpanos Fonte: Zimmermann, 2009

Os tempos de duração de fase positiva obtidos para sobrepressão correspondente a probabilidade de ocorrência do dano de 99%, foram: 0,0866s para colapso de estruturas, 0,0611s para morte.

Page 78: ANÁLISE  DE RISCOS

82

Observa-se que os ambientes caracterizados pelo grau de confinamento do local e nível de sobrepressão, correspondente à probabilidade de ocorrência do dano de 50% e 99%, não oferecem riscos de surdez. Legenda: Sobrepressão (bar) 0,13 0,27 0,34 -0,48 Dano esperado Colapso parcial das paredes e telhados das casas. Ruptura de construções industriais “leves” cobertas. Destruição quase total das casas.

No caso do Posto JP em questão levando-se em consideração a similaridade das imediações e do local onde se encontra instalado o

empreendimento, temos a seguinte análise a seguir:

Page 79: ANÁLISE  DE RISCOS

83

Figura 8 – Análise de Vulnerabilidade

Page 80: ANÁLISE  DE RISCOS

84

Foram avaliados tanto os riscos individuais como os riscos sociais. Os primeiros foram indicados sob a forma de contornos de iso - risco, sendo apresentadas curvas representativas desde os maiores valores de risco obtidos, até, pelo menos, o nível de 10-8/ano, variando de uma ordem de magnitude de uma para outra. Os riscos sociais deverão ser apresentados sob a forma de curvas F-N. Tendo em vista, a possibilidade de uma análise custo-benefício tenha que ser realizada (conforme indicado abaixo), deverá ser obtido também o índice correspondente ao “risco social médio”, correspondente ao somatório dos produtos freqüência x conseqüência para todos os cenários de acidente analisados. Os riscos individuais e sociais obtidos na avaliação quantitativa deverão ser comparados aos critérios de tolerabilidade de riscos adotados, conforme descritos no laudo. Numa visão geral, tendo em vista as características e peculiaridades do empreendimento, localizado em área industrial, na BR 304, sem a existência de locais de grandes aglomerados humanos nas proximidades, tais como, shopping centers, farmácias, estádios de futebol, ginásios de esporte, escolas, etc..., inexistem riscos adicionais à população, originada pela instalação do

empreendimento. Tem-se no entorno da empresa, apenas a presença de edificações industriais e comerciais, a distância superior a 100 m. O

empreendimento é novo, com menos de 03 anos de funcionamento e o setor de GNV a menos de 01 ano, construído dentro das mais severas especificações e obedece rigorosamente as atuais normas de segurança. Todos estes pontos, aliados aos aspectos de segurança do próprio estabelecimento comercial, dotado de equipamentos modernos, equipado ainda com dispositivos de proteção contra incêndios altamente eficazes, capazes de propiciar aos seus empregados, bem como àqueles que se servirem dos produtos e serviços oferecidos, a mais perfeita segurança, bem estar e integridade física, contribuem para a ausência de riscos que possam inviabilizar o funcionamento do empreendimento. Dessa forma, considerando tais aspectos, não visualiza-se quaisquer conseqüências danosas à população. Assim sendo, tornar-se improvável a possibilidade de ocorrência de fatalidades ou ferimentos à população, de uma maneira geral. Porém, para o público que utilize os serviços ou consuma os produtos oferecidos pela empresa, a mesma está equipada com diversos equipamentos dotados de dispositivos de proteção própria, além de equipamentos portáteis de

Page 81: ANÁLISE  DE RISCOS

85

segurança contra incêndios, em condições de serem utilizados na iminência de qualquer eventualidade ou sinistro que aconteça no âmbito de suas instalações.

6.4 CÁLCULO DA FREQUÊNCIA DOS EVENTOS ACIDENTAIS

Dependendo da análise comparativa dos resultados obtidos com os valores dos critérios de tolerabilidade, deverão ser propostas medidas de redução dos riscos da instalação. Estas medidas poderão objetivar tanto a redução da freqüência de ocorrência dos cenários de acidente, como a mitigação das suas conseqüências. Na análise e avaliação realizada para o empreendimento não vislumbrou-se a possibilidade da ocorrência de eventos acidentais freqüentes no seu sítio, dada a preocupação com os aspectos gerais de segurança, a instalação de medidas de proteção individuais e coletivas, a instalação de equipamentos modernos, novos, adequadamente instalados e perfeitamente aterrados, bem como a grande preocupação da distribuidora de combustíveis e do seu proprietário com os aspectos prevencionistas, treinando e capacitando todo o seu pessoal para o exercício seguro de suas funções (cumprimento de tarefas e atribuições). Com referência aos equipamentos utilizados no posto, não existem histórico de falhas, partindo-se do princípio que trata-se de equipamentos adquiridos novos e conforme documentação em anexo, passarem por inspeções e manutenções preventivas periódicas. Portanto, a probabilidade de falhas é mínima. A disponibilidade do SCI – Sistema de Combate a Incêndios está dimensionado para atender a ocorrência da eventualidade de qualquer sinistro que porventura venha a ocorrer na área do posto. Conforme disposto no item 5 desta Análise de Riscos, toda a pista de bombas de abastecimento de GNV está equipada com 02 (duas) unidades extintoras de PQS – Pó Químico Seco, além de uma carreta de 50 Kg também de PQS, em condições de atender aos requisitos de proteção e segurança pessoal e patrimonial no estabelecimento. Entretanto, pode-se imaginar uma situação hipotética desfavorável com a possibilidade de ocorrência de cenários não desejáveis para o enriquecimento deste

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estudo, quanto ao cálculo da freqüência dos eventos acidentais, conforme quadro abaixo:

Evento Iniciador

Evento A

Evento B

Evento C

Evento D

Evento E

Grande Vazamento de GNV

Ignição Imediata

Vento na direção da área Populacional

Retardo na ignição de nuvem

UVCE ou Flash Fire

Jato de fogo no dispenser de GNV

Cenários

Figura 9 – Arvore de eventos acidentais

Tabela 15 - Freqüência ou probabilidade de ocorrência para desvios de processo em instalações de GNV

Evento

Freqüência ou probabilidade de ocorrência (evento/ano) (%) 0,10 0,15

Fontes de dados

Grande vazamento de GNV pressurizado Ingnição imediata do dispenser Vento soprando em direção da área populosa Atraso na ingnição de

-

-

0,90

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Análise de arvore de falhas Opnião de especialista Data da rosa dos ventos –freqüência da direção Opnião de

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nuvem perto da área polpulosa Ocorrência de UVCE antes do flash fire Jato de chama originado no dispenser de GNV

especialista 050 0,20 Dados históricos Layout da geometria do sistema de compressão

Em virtude de o empreendimento ainda não ter histórico de eventos acidentais, torna-se impossível, neste momento, o cálculo matemático da freqüência de tais eventos, que diante da análise exposta até aqui tende a 0. Todavia faz-se necessário um novo estudo/análise de risco após um ano de atividade do empreendimento, a partir deste, onde neste período deverão ser registrados todos os acidentes e quase acidentes que venham a ocorrer.

6.5 MEDIDAS MITIGADORAS DOS RISCOS

As principais medidas a serem consideradas referem-se aos seguintes aspectos: - adequação dos níveis de ruído emitidos pela atividade atendendo ao disposto na legislação vigente; - adequação de máquinas/equipamentos que venham a produzir “choque ou vibração”, por meio de fixação em bases próprias adequadas, evitando-se incômodos à eventuais vizinhanças que venham a se instalar nas proximidades, atendendo as normas da ABNT – NBR 10.273/88; - execução de sistema de retenção dos despejos de óleo, graxas e gorduras (tratamento preliminar de resíduos), antes de serem lançados em rede pública, ao solo e/ou corpo d’água; - periculosidade, “estocagem de combustíveis inflamáveis, gás – deve atender leis específicas, bem como instruções técnicas do Corpo de Bombeiros Estadual”. A localização da utilização dos produtos no estabelecimento, deve atender o cumprimento das normas de estocagem, quantidade e volume a ser estocado, bem como atender legislação específica vigente.

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- poluição visual, caso existente, deve atender legislação específica municipal ou estadual. Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão manter uma compilação de informações sobre segurança de processo pertinente para as suas instalações. Esta compilação deverá abranger: - Informações referentes aos perigos das substâncias reguladas utilizadas ou produzidas no processo e informações referentes à tecnologia e aos equipamentos do processo. No que se refere ao primeiro grupo de informações, deverão ser apresentados os seguintes dados: 1. Informações de toxidade; 2. Limites permissíveis de exposição; 3. Dados físicos; 4. Dados de reatividade; 5. Dados de corrosividade; 6. Dados de estabilidade térmica e química; 7. Efeitos perigosos de misturas inadvertidas de diferentes materiais existentes nas instalações; No que se refere ao segundo grupo (informações sobre a tecnologia e equipamentos do processo), deverão constar os seguintes documentos: 1. Fluxograma do processo; 2. Memorial descritivo das instalações; 3. Fluxogramas de engenharia; 4. Classificação elétrica; 5. Dados constitutivos dos equipamentos e das tubulações; 6. Descritivo do sistema de intertravamento (incluindo matriz de causa e efeito); 7. Descritivo dos sistemas de segurança (alívio, combate à incêndio, detecção de fogo e g;as, etc..); 8. Normas e códigos de projeto empregados. As informações referidas acima deverão ser mantidas atualizadas, de modo a refletir sempre a real situação das instalações ao longo do tempo, o que demandará a implementação de um sistema de controle específico para este elemento.

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Finalmente, deverá ser feita uma reavaliação dos riscos sociais e individuais considerando-se a implementação das medidas de redução de riscos propostas no item anterior. Os resultados do impacto de cada medida sobre riscos das instalações deverão ser apresentados separadamente (por medida sugerida) e para a implementação de um conjunto de medidas ou para todas as medidas simultaneamente. Os resultados obtidos deverão ser novamente comparados aos critérios de tolerabilidade dos órgãos competentes. Caso os novos valores de risco não estejam plenamente dentro da região considerada “perfeitamente tolerável”, a reavaliação dos riscos deverá ser seguida de uma análise custo-benefício para se avaliar a eficiência de cada medida de redução de risco em relação ao seu custo de implementação. A implementação ou não de cada medida deverá ser decidida tomando-se por base os resultados dessa análise custo-benefício, no contexto de uma análise tipo ALARA (“As Low as Reasonably Achievable”), ou seja, somente não precisarão ser implementadas as medidas para as quais as respectivas relações custo-benefício indicarem valores de custo desproporcionalmente altos em relação aos benefícios resultantes. Os responsáveis pela AQR deverão indicar claramente suas decisões envolvendo cada uma das medidas propostas, apresentando argumentações referentes aos padrões adotados em seu julgamento. Deverá ser apresentada uma relação final contendo as medidas de redução de riscos a serem implementadas nas instalações em análise.

▪ PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão desenvolver e implementar procedimentos operacionais escritos, que forneçam indicações claras para a condução segura das atividades envolvidas em cada processo. Tais procedimentos deverão ser consistentes com as informações de segurança de processo indicadas anteriormente e deverão abranger os seguintes elementos: 1. Passos para cada fase de operação das instalações: a) partida; b) operação normal; c) operações temporárias; d) parada normal;

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e) desligamento de emergência (incluindo as condições em que tal procedimento é necessário e a atribuição de responsabilidades aos operadores qualificados para a execução desse procedimento de forma segura); f) repartida, após um desligamento normal ou de emergência.

2. Limites operacionais: a) valores dos limites operacionais dos parâmetros críticos de segurança do processo; b) conseqüências da ocorrência de desvios operacionais (valores dos parâmetros fora dos limites operacionais); c) passos necessários para se evitar a ocorrência dos desvios operacionais.

3. Considerações de segurança e saúde ocupacional: a) propriedades perigosas dos materiais utilizados no processo; b) precauções necessárias para se evitar a exposição, incluindo controles de engenharia, controles administrativos e equipamentos de proteção individual; c) medidas de controle a serem empregadas em casos de ocorrência de contato físico ou exposição aérea inadvertida; d) controle de qualidade das matérias primas; e) controle dos níveis do inventário das substâncias perigosas.

4. Sistemas de segurança existentes e suas funções: Os procedimentos operacionais referidos acima deverão ser revisados tanto quanto necessário para refletir a prática operacional corrente, incluindo as modificações que resultem de mudanças nos processos químicos, mudanças de tecnologia e mudanças de equipamentos. Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão certificar-se,pelo menos anualmente, de que os

procedimentos existentes refletem as práticas operacionais em uso. Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão desenvolver e implementar práticas seguras de trabalho para atividades tais como entrada em espaços confinados, abertura de equipamentos ou linhas de processo e trabalho a quente. Estas práticas seguras de trabalho deverão ser aplicadas tanto para

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trabalhos realizados por funcionários da empresa como por empregados de contratadas.

6.6 GERENCIAMENTO DE RISCO

As análises de riscos referidas ao longo deste documento formam o principal elemento de gestão do programa de gerenciamento de riscos, pois são elas que indicarão os riscos a serem de fato gerenciados. A abrangência das análises a serem realizadas em cada caso deverá seguir as indicações contidas neste documento. As análises de risco realizadas no âmbito do programa de gerenciamento de riscos deverão ser revisadas periodicamente (a cada ano, ou quando forem executadas modificações significativas nas instalações analisadas), visando a sua atualização em função de mudanças nas instalações ou nos seus procedimentos operacionais e de manutenção, os quais ocorrem normalmente durante a operação nas unidades de abastecimento de GNV. Cuidados durante o abastecimento: - Ao abastecer, desligue o motor, o rádio e o telefone celular; - Apague os faróis; - Freie o seu veículo; - Não fume; - O motorista e os passageiros devem sair do carro; - Exija que o veículo seja sempre aterrado; - Certifique –se de que a mangueira de abastecimento de GNV foi desconectada antes de arrancar. Pressão de Abastecimento: - Não deve nunca ultrapassar 220 Kgf/cm2. O Kit e cilindros são dimensionados para 220 Kgf/cm2 de pressão máxima. Pressões acima desse limite podem causar vazamentos no sistema, diminuindo a vida útil do seu equipamento e correndo o risco de provocar acidentes.

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▪ TREINAMENTO

O programa de treinamento a ser implementado deverá ser formado por três partes: treinamento inicial, retreinamento e documentação do treinamento, as quais estão apresentadas a seguir:

a) Treinamento inicial Todos os empregados envolvidos na operação de um processo e todos aqueles prestes a serem envolvidos na operação de um novo processo, deverão receber treinamento nos procedimentos operacionais referidos na seção 4 desse apêndice. Em lugar desse treinamento inicial, para os empregados que forem desempenhar função operacional, os responsáveis pela atividade regulamentada poderão certificar por escrito que os empregados já possuem os conhecimentos, qualificações e habilidades necessárias para desenvolverem as suas funções de forma segura.

b) Retreinamento O retreinamento deverá ser feito, pelo menos a cada 3 anos, de modo a se assegurar que os empregados entenderam e estão seguindo de fato os procedimentos operacionais existentes.

c) Documentação do Treinamento Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão manter registros do treinamento de cada empregado envolvido com a operação do processo, contendo identidade do empregado, as datas do treinamento e os meios utilizados para verificar que o empregado entendeu e teve bom aproveitamento no treinamento.

▪ GERENCIAMENTO DE MODIFICAÇÕES

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Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão estabelecer e implementar procedimentos escritos para o gerenciamento de modificações nos processos químicos, em tecnologia, nos equipamentos e nos procedimentos operacionais. Os procedimentos deverão garantir que as seguintes considerações sejam feitas antes que qualquer mudança seja realizada:

a) a base técnica para a mudança proposta;

b) o impacto da mudança sobre a segurança de processo e sobre a segurança ocupacional (a realização de uma APR pode ser suficiente);

c) as modificações correspondentes nos procedimentos operacionais;

d) o período de tempo necessário para a realização da mudança;

e) as autorizações requeridas para a realização da mudança. Os empregados (próprios e de contratadas) envolvidos na operação e na manutenção cujas tarefas venham a ser afetadas pelas modificações deverão ser informados e treinados antes da repartida da planta ou da parte afetada.

▪ GARANTIA DE INTEGRIDADE E CONFIABILIDADE DOS EQUIPAMENTOS CRÍTICOS E DOS SISTEMAS DE PROTEÇÃO

Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão estabelecer e implementar procedimentos escritos para manter a integridade e confiabilidade dos sistemas, equipamentos e dispositivos a ser instalados no empreendimento. Tais procedimentos deverão conter explicitamente a realização de inspeção e testes funcionais de todos os itens necessários ao seu bom funcionamento. A freqüência de realização das inspeções e testes funcionais deverá ser compatível com as recomendações dos fabricantes e com as boas práticas de engenharia.

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7 CONCLUSÃO

Diante de tudo que foi exposto neste trabalho, após visita e inspeção “in loco” ao empreendimento, bem como do reconhecimento e avaliação dos riscos existentes nos vários setores que formam a empresa, define-se a graduação dos riscos envolvidos no processo laboral, baseado nas informações ouvidas, nos documentos e alegações existentes e oferecidas pela empresa e, ainda, na fundamentação, baseada no conjunto de minuciosas informações, que foram criteriosamente relatadas no escopo desta Análise de Riscos. A área de abastecimento de GNV está devidamente segregada e construída de acordo com as especificações técnicas, normas e condutas exigidas pela legislação ambiental, de segurança do trabalho e de projeto. Todos os equipamentos existentes foram analisados e avaliados conforme os riscos que podem causar ao ser humano e ao meio ambiente, não tendo sido observada nenhuma anormalidade e/ou não-conformidade que pudesse vir a impedir ou interditar o funcionamento do estabelecimento, especificamente no setor voltado ao abastecimento de gás natural veicular da empresa. A análise de vulnerabilidade, simulada no estudo de caso para vazamento em um gasoduto de 10”, mostrou a amplitude, a dimensão e as conseqüências de um possível e remoto acidente. Concluindo que a distância livre e segura é a partir de 338 m. Entretanto no caso de uma unidade de GNV para abastecimento de veículos, onde as medidas mitigadoras, de segurança, os sistemas de operação, o local permanentemente monitorado e todos os cuidados dispensados, como é o caso em estudo, vem a reduzir substancialmente os riscos e as probabilidades de acidente neste tipo de instalação. Finalmente, após toda análise aqui elaborada verifica-se a sua fidedignidade e o atendimento a todas as normas de segurança, a Legislação Ambiental, aos critérios e exigências do CREA/RN, enfim, está em conformidade com todas as leis, normas, projetos e procedimentos que envolvem tal empreendimento.

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______. NBR 13783: instalação hidráulica de tanque atmosférico subterrâneo em postos de serviço. Rio de Janeiro, 2005b.

______. NBR 15118: posto de serviço: câmaras de conteção construídas em polietileno. Rio de Janeiro, 2005c.

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______. NBR 13786: posto de serviço: seleção dos equipamentos para sistemas de instalações subterrâneas de combustíveis. Rio de Janeiro, 2005d.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS UTILIZADOS NESTE TRABALHO

ACIDENTE – Acontecimento não desejado que pode vir a resultar em danos físicos, lesões, doença, morte, agressões ao meio ambiente, prejuízos na produção, etc.. AFLUENTE OLEOSO: resíduos oriundos de abastecimento de veículos,descarga de combustíveis, lavagem de veículos, troca de óleo e serviços gerais que possam contribuir com resíduos oleosos; ALARA – Do inglês “As Low as Reasonably Achievable” (Tão baixo quanto razoavelmente atingível), significa que os riscos devem ser reduzidos sempre que os custos das medidas necessárias para redução for razoável quando comparadas com os benefícios obtidos em termos de redução de riscos. As vezes também mencionados na forma ALARP “As Low as Reasonably Possible” (Tão baixo quanto razoavelmente possível). ANÁLISE – Procedimento técnico baseado em uma determinada metodologia, cujos resultados podem vir a ser comparados com padrões estabelecidos. ANÁLISE DE RISCO – Constitui-se em um conjunto de métodos e técnicas que aplicados a uma atividade proposta ou existente identificam e avaliam qualitativa e quantitativamente os riscos que essa atividade representa para a população vizinha, ao meio ambiente e à própria empresa. Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de cenários de acidentes, suas freqüências esperadas de ocorrência e a magnitude das possíveis conseqüências. ANOMALIAS DE PRIMEIRA ORDEM – Trata-se das anomalias típicas de sistemas de medição que são passíveis de solução no âmbito do local da instalação. No caso

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dos postos de GNV correspondem as anomalias típicas de componentes de sistemas de medição com medidor rotativo ou com medidor coriolis. Ex.: Um transdutor de pressão descalibrado de um sistema de medição com medidor rotativo. ANOMALIAS DE SEGUNDA ORDEM – Trata-se das anomalias que afetam a medição tanto dos sistemas de medição com medidor rotativo como também com os sistemas com medidor coriolis, e que não são passíveis de solução no âmbito do local da instalação. Ex.: A apuração da massa específica do gás usada para inferir o volume de gás na condição base através da massa do gás totalizada pelo medidor coriolis, cadeia de rastreabilidade com incertezas desconhecidas, etc.. - Dentro da cadeia de rastreabilidade da medição do gás natural, no segmento do GNV, temos as principais operações, que podem ser representadas através do conhecimento e da informação dos seguintes termos: ÁREA VULNERÁVEL – Área no entorno da atividade, na qual ambiente, população e trabalhadores encontram-se expostos aos efeitos de acidentes. A abrangência dessa área é determinada pela Análise de Vulnerabilidade. AUDITORIA – Conjunto de procedimentos que visam a avaliar a conformidade da atividade com os regulamentos, padrões, condições e restrições estabelecidas pela autoridade ambiental. AUDITORIA SEQUENCIAL – é um conjunto de registros eletrônico ou em papel que proporciona exame completo das variáveis de medição, parâmetros estabelecidos e resultados calculados para verificar a exatidão da medição da transferência de gás e eventuais correções. Os registros requeridos podem incluir: volumes nas condições de medição, pressões, temperaturas,poderes caloríficos, especificação e parâmetros da equação de conversão, volumes e energia nas condições de base, dados de calibração e registro de alarme. BOCA-DE-VISITA: abertura localizada na geratriz superior do tanque, que permite o acesso ao seu interior; CADEIA DE RASTREABILIDADE – Corresponde a uma cadeia contínua de calibração com incertezas estabelecidas.

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CÂMARA DE ACESSO À BOCA DE VISITA: recipiente estanque instalado sobre a boca-de-visita do tanque;

CÂMARA DE CONTENÇÃO DE DESCARGA: recipiente estanque usado no ponto de descarga de combustível, para contenção de possíveis derrames; CATEGORIAS DE RISCO – Hierarquia de risco estabelecida com base na potencialidade dos danos causados por acidentes, visando a priorização das ações de controle e fiscalização. CONDIÇÕES DE BASE – Condições específicas para os quais os volumes mensurados do gás são convertidos ou relacionados a determinada energia. CONFIABILIDADE – Probabilidade de que um equipamento ou sistema opere com sucesso por um período de tempo especificado e sob condições de operação definidas. CONDIÇÕES DE MEDIÇÃO – Condições do gás nas quais o volume deve ser mensurado em um ponto da medição (por exemplo, a temperatura e pressão do gás medido). CONTROLE DE ESTOQUE: método utilizado para avaliar periodicamente a variação do volume de combustível no tanque; DISPOSITIVO DE AJUSTE – Dispositivo incorporado ao medidor que somente permite o deslocamento da curva de erro geralmente paralelo à própria curva, com vistas a trazer os erros para dentro dos limites dos erros máximos admissíveis. DISPOSITIVO AUXILIAR (Conceito Geral) – Dispositivo destinado a executar uma função específica, envolvida diretamente na elaboração, transmissão ou exibição dos resultados mensurados. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS AUXILIARES: - Dispositivo indicador repetitivo; - Dispositivo para impressão; - Dispositivo para memorização de dados (Ex.: conversores de volume para medidores rotativos); - Dispositivo totalizados;

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- Dispositivo de conversão de volume (sistemas com medidores rotativos); - Dispositivo de retorno ao zero (sistemas com medidores coriolis); - Dispositivo para armazenamento de dados; - Dispositivo de indicação de preços (sistemas com medidores coriolis); - Dispositivo de predeterminação (sistemas com medidores coriolis); - Dispositivo de auto-serviço (sistemas com medidores coriolis); - Dispositivo adicional (conceito geral): Dispositivo ou elemento outro que o auxiliar, necessário para assegurar o nível exigido e exatidão da medição ou facilita-la ou que possa ainda, de certa forma, afetá-la. Principais dispositivos adicionais: - Filtro; - Dispositivo condicionador de fluxo; - Válvulas; - Dispositivo de redução de pressão localizado a montante e a jusante do sistema de medição; - Amostradores; - Tubulações. DISPOSITIVO CALCULADOR – Componente do medidor que recebe os sinais de saída do (s) transdutor (es) e, possivelmente, de instrumentos de medição associados transformando-os e, se apropriados, armazena na memória os resultados até serem usados. O calculador deve permitir a comunicação bidirecional com equipamentos periféricos. DISPOSITIVO DE CONVERSÃO DE VOLUME – Dispositivo que converte automaticamente o volume mensurado nas condições de medição em um volume nas condições de base, ou em massa, levando-se em conta as características do gás (pressão, temperatura, composição, densidade) mensurado usando

instrumentos de medição associados ou armazenando em uma memória. DISPOSITIVO DE CORREÇÃO – Dispositivo conectado ou incorporado ao medidor para correção automática da massa nas condições de medição, levando em conta a

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vazão e/ou ou as características do gás a ser mensurado (viscosidade, temperatura, pressão, etc..) e as curvas de calibração pré-estabelecidas. DISPOSITIVO INDICADOR – Componente do medidor que apresenta

continuamente os resultados da medição. DISPOSITIVO DE MEDIÇÀO DE VAZÃO – componente de um medidor que converte o volume ou a massa do gás a ser mensurado em sinais, que são transmitidos para o dispositivo calculador. Esta transmissão pode ser feita por meio próprio ou pelo uso de uma fonte de alimentação externa. Este por sua vez é delineado por: - Sensor: Elemento de um instrumento de medição ou de uma cadeia de medição que é diretamente afetado pelo mensurando transdutor de medição, que é um dispositivo que fornece uma grandeza de saída que tem uma correlação determinada com a grandeza de entrada. NOTA: O dispositivo medidor de vazão deve incluir um sensor e um transdutor de medição. DISPOSITIVO DE PRÉ-SELEÇÃO – Dispositivo que permite a pré-seleção da quantidade a ser medida e que pára automaticamente o fluxo do gás no final da medição da quantidade selecionada. A quantidade pré-selecionada pode ser a massa ou o preço a pagar. DISPOSITIVO USADO PARA PONTO DE TRANSFERÊNCIA (sistemas com medidores coriolis); válvulas, mangotes, etc.. ENSAIO DE ESTANQUEIDADE – método que avalia a estanqueidade dos sistemas de armazenamento subterrâneos de combustíveis – SASC; FATOR DE COMPRESSIBILIDADE – Parâmetro que indica o desvio do comportamento do gás em relação ao gás ideal. FATOR DE CONVERSÃO – É o quociente entre o volume (ou a massa), nas condições de base, e o volume nas condições de medição. FD – Fator de distância onde “distância” (“m”) é a menor distância em metros, entre o ponto de liberação do fator de perigo e o ponto de interesse onde estão localizados os recursos vulneráveis, 50 (m) distância:

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FD = distância (m) 50 FP – Fator e Perigo MLA e MR Consideram-se situações graves aquelas onde se possa observar: - Concentração no ar de substância tóxica capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 30 minutos; - Fluxo de radiação térmica capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 60 segundos; - Explosão gerando combinação de sobrepressão e impulso capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas. IDLH – Do inglês “Immediately Dangerous to Life and Health” (Imediatamente perigoso para vida e saúde), representa a maxima concentração de substância no ar à qual pode se expor uma pessoas por 30 minutos sem danos irreversíveis. INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ASSOCIADOS – Instrumentos conectados ao dispositivo calculador ou ao dispositivo de correção, para medição de certas quantidades que são características do gás com vista a fazer uma correção. LC50 – Concentração da substância, no ar, para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de inalação, para um tempo de exposição menor ou igual há 8 horas. LD50 – Dose de substância para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de absorção cutânea ou por ingestão oral. LCLO – A mais baixa concentração da substância, no ar, para a qual foi observada morte entre os mamíferos mais sensíveis, em testes de inalação. LDLO – A mais baixa dose da substância, para a qual foi observada morte entre os mamíferos mais sensíveis, em testes de absorção ou por ingestão oral. LICENÇA PRÉVIA (LP) – Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, implantação e operação.

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LICENÇA DE IMPLANTAÇÃO (LI) – Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) – Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. LIGAÇÀO DE SEGURANÇA – Ligação, física ou não, entre dois elementos do sistema de medição garantindo a transferência da informação de um destes elementos para o outro não seja modificada pelo usuário, por influências externas ou por falhas no sistema. MEDIDOR (Conceito geral) – Instrumento destinado a medir continuamente, memorizar e indicar o volume ou massa de gás que passa pelo dispositivo de medição de vazão, sob as condições de medição. O medidor, por sua vez, é constituído pelos componentes: MLA – Massa Liberada acidentalmente, é a maior quantidade de material perigoso capaz de participar de uma liberação acidental de substância perigosa devido a vazamento ou ruptura de tubulações, componentes em linhas, bombas, vasos, tanques, etc.. ou por erro de operação ou de reação descontrolada ou de explosão confinada ou não, nas instalações em licenciamentos. Na ausência de informações mais precisas, a MLA deve ser considerada como igual a 20% (vinte por cento) da massa de material estocado ou em processo. Havendo sistemas de segurança automáticos ou procedimentos que justifiquem o uso de um tempo de vazamento menor do que o necessário para vazar menos do que 20% (vinte por cento) da massa do material considerado, a MLA poderá ser estimada com base neste tempo desde que devidamente justificado. MR – massa de referência é definida para cada uma das substâncias perigosas conforme apresentado no Apêndice A. Esta massa pode ser entendida como a menor quantidade da substância capaz de causar danos a certa distância do ponto de liberação. Consideram-se situações graves aquelas onde se possa observar:

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- Concentração no ar de substância tóxica capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 30 minutos; - Fluxo de radiação térmica capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 60 segundos. - Explosão gerando combinação de sobrepressão e impulso capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas. MÓDULO DE MEDIÇÃO – Subconjunto de um sistema de medição que compreende o próprio medidor ou medidores e todas as partes do circuito gasoso do sistema de medição. POÇO DE MONITORAMENTO - sistema de detecção de vazamento que permite a verificação da existência de combustível em fase livre na superfície da água subterrânea, ou em fase de vapor sobre a água subterrânea; PONTO DE TRANSFERÊNCIA – Ponto no qual o gás é definido como sendo entregue. PODER CALORÍFICO SUPERIOR – quantidade de calor que seria liberado pela completa combustão no ar de uma quantidade específica de gás, de tal modo que a pressão, a qual a reação ocorre, permanece constante e todos os produtos da combustão são retornados às mesmas temperaturas especificadas conforme as dos reagentes, todos esses produtos se encontram no estado gasoso com exceção da água formada pela combustão, a qual é condensada para o estado líquido a uma temperatura especificada. PRESCRIÇÕES DOCUMENTADAS: Medidas adotadas pelo usuário de um sistema de medição afim de garantir ao INMETRO que as operações efetuadas sem utilizar comunicação segura foram realizadas em conformidade com as exigências metrológicas. NOTA: As exigências documentadas podem ser parte do sistema da garantia da qualidade. Em um posto de abastecimento de GNV coexistem duas modalidades de sistemas de medição que são respectivamente o sistema de medição com medidor do tipo rotativo e sistema (s) de medição com medidor do tipo coriolis para caso da medição do GNV.

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Delineamento e sistemas de medição com medidor volumétrico do tipo rotativo: À título de informação e conhecimento, consideraremos para efeito de aplicação deste procedimento, o sistema de medição com o uso de medidor tipo rotativo é constituído pelas seguintes partes: - Medidor tipo rotativo; - Dispositivo de conversão de volume (Dispositivo auxiliar). O invólucro deste normalmente agrega também um dispositivo calculador que recebe os pulsos do medidor e outros dispositivos auxiliares com os instrumentos de medição associados de pressão e temperatura e respectivos tarnsdutores. - Outros componentes do circuito gasoso tais como válvulas, válvulas de não retorno, filtros, reguladores de pressão quando existirem (Dispositivos adicionais). - Prescrições documentadas e sistemas da qualidade (em papel ou meio digital), como por exemplo: - registros de configurações dos conversores de volume; - auditorias seqüenciais; - certificados de calibração; - etc.. Delineamento e sistemas de medição com medidor volumétrico do tipo coriolis: À título de informação e conhecimento, consideraremos para efeito de aplicação deste procedimento, o sistema de medição com o uso de medidor tipo coriolis é constituído pelas seguintes partes: - Medidor tipo coriolis (incorpora o dispositivo calculador no mesmo invólucro); - Dispositivos adicionais integrantes do circuito gasoso com características particulares que devem ser levadas em consideração, particularmente às válvulas dos dispensers que controlam o fluxo de abastecimento dos veículos e as mangueiras (pontos de transferência);

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- Outros dispositivos adicionais, como por exemplo, filtro, ponto de transferência, dispositivo anti-turbilhonamento, compressores, armazenagem, ramificações ou derivações, válvulas e mangueiras; - Dispositivos auxiliares como, por exemplo, dispositivos de pré-seleção, dispositivos de zeramento dos dispensers, teclado para inserção de dados, etc..; - Prescrições documentadas, como por exemplo, os certificados de calibração do medidor e particularmente, a documentação relacionada à rastreabilidade do valor da massa específica configurado no dispenser para realizar a inferência do valor do volume de gás na condição base. RASTREABILIDADE – propriedade do resultado de uma medição ou um valor de padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas estabelecidas. RISCO INDIVIDUAL – Risco individual é a freqüência anual esperada de morte devido devido a acidentes com origem em uma instalação para uma pessoa situada em um determinado ponto nas proximidades da mesma. RISCO SOCIAL – Risco social associado a uma instalação ou atividade é o número de mortes esperadas por ano em decorrência de acidentes com origem na instalação/atividade, usualmente expresso em mortes/ano. SASC- conjunto de tanques, tubulações e acessórios, interligados e enterrados; SEPARADOR DE ÁGUA E ÓLEO – SAO: recipiente que coleta a água e óleo, separando a primeira do segundo; SISTEMA DE DRENAGEM OLEOSA – SDO: sistema cujas funções são reter os sólidos sedimentáveis,coletar e conduzir o afluente oleoso; SISTEMA DE MEDIÇÃO (NOÇÃO GERAL) – sistema constituído por medidor, dispositivos auxiliares, dispositivos adicionais e prescrições documentadas; SISTEMA DE MEDIÇÃO COM MEDIDOR ROTATIVO – Sistema de medição de gás utilizado tipicamente pelas concessionárias de gás natural. SISTEMA DE MEDIÇÃO COM MEDIDOR CORIOLIS – Sistema de medição de gás utilizado tipicamente pelos Postos de GNV.

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SUBSTÂNCIAS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS – Substâncias combustíveis são aquelas que podem reagir exotermicamente e de modo auto-sustentado com um agente oxidante, usualmente o oxigênio do ar, com emissão de luz e calor. São classificadas como substâncias inflamáveis as substâncias combustíveis cujo ponto de fulgor é inferior a 550C. SUBSTÂNCIAS EXPLOSIVAS – Substâncias explosivas são aquelas capazes de causar uma súbita liberação de gases e calor, gerando rápido aumento de pressão, quando submetidas a choque, pressão ou alta temperatura. SUBSTÂNCIA PERIGOSA – Substância que se enquadre em qualquer uma das definições de substância tóxica e/ou combustível e inflamável e/ou explosiva. SUBSTÂNCIAS TÓXICAS – São consideradas substâncias de ação tóxica, isto é, com risco grave para a saúde, após exposição, as substâncias que tenham: - LC50 ≠ 2000 mg/m3, para um tempo de exposição ≠ 4 horas, (LC50 = concentração da substância, no ar, para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de inalação), ou LD50 cutânea ≠ 400 mg/Kg de massa corpórea (LD50 – Cutânea = dose para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de absorção cutânea), ou – LD50 – Oral ≠ 200 mg/Kg de massa corpórea (LD50 – Oral = dose para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de absorção por via oral). - No caso de não serem disponíveis dados os dados de LC50 ou LD50, para determinada substância, devem ser utilizados os LCLO ou LDLO correspondentes, que têm o significado de serem a mais baixa concentração ou a mais baixa dose para a qual foi observado qualquer caso de morte do mamífero mais sensível. TANQUE JAQUETADO: tanque atmosférico subterrâneo, fabricado em chapa de aço carbono estrutural ASTM A-36, revestido por um tanque secundário laminado em 360 graus, sem emendas, em resina poliester de alta resistência química e reforçada com fibra de vidro. Apresentam interstício e tubo selado que possibilitam o monitoramento do tanque quanto a vazamentos; VÁLVULA DE RETENÇÃO CONTRA TRANSBORDAMENTO: equipamento que evita o extravasamento de combustível durante a operação de descarregamento;

VÁLVULA DE RETENÇÃO JUNTO À BOMBA: única válvula de retenção instalada na tubulação, junto a sucção de cada bomba da unidade abastecedora ou do filtro prensa de óleo diesel dos postos de serviço.