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PROJETO DE GRADUAÇÃO ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO ENCLAUSURAMENTO DE CORREDORES EM AMBIENTES DE DATA CENTER Por, Brenno Khappalla Santos Brasília, 23 de Junho de 2014 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

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PROJETO DE GRADUAÇÃO

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO ENCLAUSURAMENTO DE CORREDORES

EM AMBIENTES DE DATA CENTER Por,

Brenno Khappalla Santos

Brasília, 23 de Junho de 2014

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Faculdade de Tecnologia

Departamento de Engenharia Mecânica

PROJETO DE GRADUAÇÃO

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO ENCALUSURAMENTO DE CORREDORES

EM AMBIENTES DE DATA CENTER

POR,

Brenno Khappalla Santos

Relatório submetido como requisito parcial para obtenção

do grau de Engenheiro Mecânico.

Banca Examinadora Taygoara Felamingo de Oliveira, UnB/ ENM (Orientador)

João Manoel Dias Pimenta, UnB/ ENM

Armando Azevedo Caldeira Pires, UnB/ ENM

José Silvério Lage, CREA 11607 D-DF

Brasília, 23 de Junho de 2014

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus que me guiou e me guia até hoje, pela força que Ele me dá e

por me suportar em tantos momentos. Agradeço a minha família pelo carinho e dedicação em

todos esses anos de luta. Essa vitória é graças a eles, em especial a minha nova família de

Brasília que me acolheu e auxiliou em todos os momentos durante esses anos, sem o aporte

oferecido por eles eu nem mesmo poderia ter começado esse novo desafio. Sou grato, também,

aos meus velhos e novos amigos por todos os momentos alegres e tristes convividos. Com

muitos deles sorri, com outros chorei, mas com todos pude compartilhar parte de quem eu sou e

ter deles um pouco da essência de cada um. Meu muito obrigado as equipes técnica e

acadêmica, as quais tornaram esse projeto possível e também contribuíram de maneira

singular para a formação do meu caráter.

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RESUMO

Os Datas Centers tornaram-se um ambiente tecnológico cada vez mais presente no cotidiano

da sociedade, gerindo sistemas que são responsáveis pela organização estrutural de corporações

e até países. Com o aumento da produção de informações, para administrar tais sistemas o

consumo de energia tende a aumentar significativamente nos próximos anos. Este trabalho

apresenta uma análise de eficiência energética através da implementação de enclausuramento de

corredores frios em Data Centers a fim de reduzir os custos totais com a refrigeração do sistema.

ABSTRACT

The Dates Centers have become an increasingly technological environment present in

everyday life, managing systems that are responsible for the structural organization of

corporations and even countries. With the increased production of information to administer

such systems, the energy consumption is likely to increase significantly in the coming years.

This paper presents an analysis of energy efficiency through the implementation of enclosure of

cold aisle in Data Centers in order to reduce total costs with the cooling system.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1

1.1. MOTIVAÇÃO ...................................................................................................... 1

1.2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 2

1.2.1. Gerais ................................................................................................................ 2

1.2.2. Específicos ........................................................................................................ 2

1.3. METODOLOGIA ................................................................................................. 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 4

2.1. HISTÓRICO.......................................................................................................... 4

2.2. NORMAS .............................................................................................................. 6

2.2.1. TIA-942 ............................................................................................................. 7

2.2.2. ASHRAE TC 9.9 ............................................................................................... 8

2.3. PRÁTICAS DE ENGENHARIA ........................................................................ 11

2.3.1. Gerenciamento do fluxo de ar (Air Management) .......................................... 15

2.3.2. Parâmetros de eficiência .................................................................................. 22

RCI (Índice de arrefecimento do rack) .......................................................................... 22

RTI (Índice de retorno de temperatura) ........................................................................ 23

3. DATA CENTER DO BANCO DO BRASIL ............................................... 25

3.1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 25

3.2. DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES (DADOS TÉCNICOS) ........................... 26

4. ENCLAUSURAMENTO DE CORREDORES ........................................... 29

4.1. CONFINAMENTO DE CORREDOR FRIO (CAC) .......................................... 30

4.2. CONFINAMENTO DE CORREDOR QUENTE (HAC) ................................... 31

4.3. CHAMINÉS (VED) ............................................................................................ 31

5. CFD (DINÂMICA DE FLUIDOS COMPUTACIONAL) ......................... 34

5.1. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS ....................................................................... 36

5.1.1. Fenômenos de transporte ................................................................................. 36

5.2. MODELOS NUMÉRICOS ................................................................................. 37

5.3. CONDIÇÕES DE CONTORNO......................................................................... 38

5.4. MODELO COMPUTACIONAL CFX ............................................................... 39

5.4.1. Etapas do CFD ................................................................................................ 40

5.4.2. Geração da malha ............................................................................................ 40

5.4.3. Condições de contorno .................................................................................... 41

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5.4.4. Pré-processador ............................................................................................... 42

5.4.5. Processador (CFX Solver) ............................................................................... 42

5.4.6. Pós-processador ............................................................................................... 42

6. RESULTADOS .............................................................................................. 44

6.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................... 44

6.2. CORREDOR IBM (VALIDAÇÃO DA SIMULAÇÃO) .................................... 46

6.2.1. Coleta de dados (Procedimentos de medidas) ................................................. 46

6.2.2. Simulação ........................................................................................................ 51

6.3. CORREDOR EMERSON ................................................................................... 55

6.3.1. Simulação ........................................................................................................ 56

6.3.2. Sem confinamento ........................................................................................... 57

6.3.3. Com confinamento .......................................................................................... 61

7. CONCLUSÃO ................................................................................................ 66

8. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 67

ANEXOS .................................................................................................................. 70

ANEXO I – ROTINA PARA A DETERMINAÇÃO DO FLUXO MÁSSICO. .............. 70

ANEXO II – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ............................................................ 71

Termo-Higrômetro MTH-1380 ..................................................................................... 71

Balômetro Alnor EBT 721 ............................................................................................ 72

Régua elétrica Avocent PM 3000 ................................................................................. 73

ANEXO III – DESENHOS CAD ..................................................................................... 74

ANEXO IV – REPRESENTAÇÃO DO POSICIONAMENTO DOS RACKS PARA O

CORREDOR EMERSON ....................................................................................................... 77

ANEXO V – RESULTADOS PARA SIMULAÇÃO DE VALIDAÇÃO ........................ 78

Entrada dos racks: ......................................................................................................... 79

Saída dos racks: ............................................................................................................. 81

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tipos de Data Centers definidos pela norma TIA-942. ................................................. 7

Figura 2: Ambientes relacionado à operação de um Data Center (ASHRAE TC 9.9, 2011). ....... 9

Figura 3: Ambientes para diferentes classes de Data Center (ASHRAE). .................................. 10

Figura 4: Ilustração da parcela de gastos no gerenciamento de um Data Center. ....................... 12

Figura 5: Evolução de carga térmica em aplicações de TI (ASHREA, 2007) ............................ 13

Figura 6: As direções dos fluxos de ar nos racks para a configuração de corredor quente e frio

(ASHREA, 2009) ........................................................................................................................ 17

Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA, 2009). ............ 18

Figura8: Configuração mais comum em ambientes de Data Centers (ASHREA, 2009). ........... 18

Figura 9: Representação para os fenômenos de by-pass e de recirculação (U.S. Department of

Energy, 2012). ............................................................................................................................. 19

Figura 10: Piso elevado congestionado por cabos (Furukawa, 2008). ........................................ 20

Figura 11: Piso elevado com os cabos organizados de maneira correta (Furukawa, 2008). ....... 20

Figura 12: Recortes no piso elevado sem a vedação necessária (Furukawa, 2008). ................... 20

Figura 13: Vedações para recortes em piso elevado (Solutions, 2013). ...................................... 20

Figura 14: Densidade de calor em zonas de hotspot (mais calor por m²) (Aceco TI, 2010). ...... 21

Figura 15: Representação esquemática da divisão do ICI-II. ...................................................... 27

Figura 16: Representação de um corredor enclausurado frio (à esquerda) e um quente (à direita)

(Future-Tech, 2013). ................................................................................................................... 31

Figura 17: Vista da aplicação de um sistema VED (Simeon, 2013). .......................................... 32

Figura 18: Detalhe da instalação de um sistema exaustor em um rack (Simeon, 2013). ............ 32

Figura 19: Representação de como o volume fluido produz calor no interior do rack

(configuração inicial para a simulação)....................................................................................... 39

Figura 20: Diferentes estruturas para geração das malhas. (a) Hexaédrica, (b) Tetraédrica, (c)

Pentaédrica, (d) Piramidal. .......................................................................................................... 40

Figura 21: Diferentes tipos de malhas (Batista, 2005). ............................................................... 41

Figura 22: Corredor genérico Emerson. ...................................................................................... 44

Figura 23: TermohigrômetroMinipaMTH-1380 (Minipa, 2012). ............................................... 47

Figura 24: BalômetroAlnor EBT 721 (www.tsi.com, 2013). ...................................................... 47

Figura26: Configuração dos racks e nomeação de acordo com a posição. ................................. 48

Figura 25: Pontos de coleta de dados (Esquerda insuflamento e Direita exaustão). ................... 48

Figura 27: Régua elétrica Avocent PM 3000 (Avocent, 2013). .................................................. 49

Figura 28: Termografias na saída dos racks (Corredor IBM). .................................................... 52

Figura 29: Simulação do campo de escoamento (Corredor IBM). .............................................. 53

Figura 30: Temperaturas de entrada nos racks para a configuração sem confinamento. ............ 59

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Figura 31: Termografias baseadas em parâmetros ASHRAE (sem confinamento). ................... 60

Figura 32: Linhas de corrente para o Corredor Emerson não confinado. ................................... 61

Figura 33: Termografias na entrada dos racks para o ambiente enclausurado. ........................... 62

Figura 34:Termografias baseadas em parâmetros ASHRAE (com confinamento). .................... 63

Figura 35: Linhas de corrente para o Corredor Emerson enclausurado. ..................................... 63

Figura 38: Mapeamento dos racks para o Corredor Emerson. .................................................... 77

Figura 39: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack A. .................................. 79

Figura 40:Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack D. ................................... 79

Figura 41:Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack G. ................................... 80

Figura 42:Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack J. .................................... 80

Figura 43:Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack A. ...................................... 81

Figura 44:Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack D. ...................................... 81

Figura 45:Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack G. ...................................... 82

Figura 46:Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack J......................................... 82

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Custo por hora de Downtime. ....................................................................................... 6

Tabela 2: Especificações térmicas para o ambiente de Data Center. .......................................... 23

Tabela 3: Discriminação das instalações do CCT-DF. ................................................................ 25

Tabela 4: Coleta de dados. .......................................................................................................... 49

Tabela 5: Resultados para o RCIHI, RCILO e RTI experimentais. ................................................ 50

Tabela 6: Carga térmica para o corredor IBM ............................................................................ 50

Tabela 7:Vazão mássica para o corredor IBM ............................................................................ 51

Tabela 8: Comparação entre as temperaturas na entrada dos racks do Corredor IBM

experimentais e numéricas. ......................................................................................................... 54

Tabela 9: Comparação entre as temperaturas na saída dos racks do Corredor IBM experimentais

e numéricas. ................................................................................................................................. 54

Tabela 10: Comparação entre o RCI e o RTI para os dados experimentais e para a simulação

numérica no Corredor IBM. ........................................................................................................ 55

Tabela 11: Dados de saída do CFX contendo as médias espaciais de temperatura na entrada dos

racks sem confinamento. ............................................................................................................. 58

Tabela 12: Dados de saída do CFX contendo as médias espaciais de temperatura na entrada dos

racks com confinamento.............................................................................................................. 61

Tabela 13: Potencial de economia. .............................................................................................. 65

Tabela 14: Tabela gerada pelo CFX com todos os dados compilados pelo programa. ............... 78

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LISTA DE SÍMBOLOS

SÍMBOLOS LATINOS

𝑇 Temperatura [°C, K]

𝑡 Tempo [s]

𝑢, v Velocidade [m/s]

𝑝 Pressão [Pa]

𝑔 Gravidade [m²/s]

𝑒𝑡 Energia total [J]

𝑞 Calor transferido [J]

𝑖 Intensidade de corrente elétrica [A]

𝑈 Tensão elétrica [V]

𝑞 Carga térmica [W]

𝑐𝑝 Calor específico a pressão constante [kJ/kg·K]

𝑚 Fluxo mássico [kg/s]

𝑃𝑜𝑡 Potência [W]

SÍMBOLOS GREGOS

𝜌 Massa específica [kg/m³]

𝜏𝑖𝑗 Tensor de tensões viscosas [Pa·s]

𝑣𝜏 Velocidade de atrito [m/s]

𝜏0 Tensor de tensões na superfície [Pa·s]

𝛽 Coeficiente de expansão térmica [°C-1

]

SUBESCRITOS

𝐻𝐼 Alto

𝑚𝑎𝑥. 𝑎𝑙𝑙 Máximo permitido

𝑚𝑎𝑥. 𝑟𝑒𝑐 Máximo recomendado

𝐿𝑂 Baixo

𝑅 Retorno

𝑆 Insuflamento

𝐸𝑞𝑢𝑖𝑝 Equipamento de refrigeração

𝑑𝑖𝑠𝑠 Dissipada

ú𝑡𝑖𝑙 Útil

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SOBRESCRITOS

• Variação temporal

SIGLAS

TI - Tecnologia da Informação

COP - Coeficiente de Perfomance

EES - EngineeringEquation Solver

CPD - Centro de Processamento de Dados

PCD - Data Center Privado

IDC - Internet Data Center

CFTV - Circuito Fechado de TV

PMDC - Portable Modular Data Center

ANSI - American National Standards Institute

TIA - Telecommunications Industry Association

EIA - Energy Information Administration

ISO - International Organization for Standardization

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers

IT - Informationstecnologic

PUE - Power Usage Effectiveness

DCiE - Datacenter Infrastructure Efficiency

DC - Data Center

CRAC - Computer Room Air Conditioner

CRAH - Computer Room Air Handler

CAG - Central de Água Gelada

HACA - Hot Aisle / ColdAisle

CCT - Complexo Central de Tecnologia

BB - Banco do Brasil

ICI - Instalações Centrais de Informática

URL - Unidades Resfriadoras de Liquido

CAC - ColdAisleContainment

HAC - Hot Aisle Containment

VED - Vertical Exhaust Duct

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1. INTRODUÇÃO

1.1. MOTIVAÇÃO

Uma das áreas constituintes da internet que mais cresce atualmente a da “Computação em

Nuvem” esta pode ser definida como o armazenamento e cálculos de computadores e servidores

compartilhados interligados por meio da internet, seguindo o princípio da computação em grade

(SISNEMA, 2009). Com a popularização de dispositivos portáteis, como celulares e tablets com

capacidade de processamento cada vez melhores, a navegação na internet se tornou mais

popular, contudo, mesmo com a boa capacidade de processamento de todos os novos

dispositivos estes ainda possuem uma limitação quanto à quantidade de informação que pode

ser armazenada. Uma das propostas da “Nuvem” é a de prestar serviços de armazenamento de

dados aos usuários mesmo que estes não possuam um disco rígido. Outra vantagem é a

facilidade de acessar conteúdos exclusivos sem a necessidade de instalar um software na

máquina do usuário. Outra grande vantagem para quem utiliza essas ferramentas é a isenção de

manutenção com equipamentos físicos, seja de processamento ou armazenamento de dados.

Entretanto, muitos leigos acreditam que a “nuvem” seja realmente uma nuvem, uma nuvem

virtual que paira na atmosfera processando os dados de milhões de usuários pelo mundo

simultaneamente. A “nuvem” é uma proposta de negócio dos grandes grupos que passaram a

disponibilizar seus serviços na web ( rede de internet) utilizando suas próprias plataformas.

Todos os dados armazenados, como contas e perfis de usuários, ou os dados compilados, como

por exemplo, quando os dados são processados por softwares externos aos computadores, estão

fisicamente sendo analisados em um Data Center.

Além dos serviços de “nuvem” presentes de uma maneira tão direta vida do usuário outros

serviços de grande importância também estão sendo geridos em Data Centers pelo mundo. Estes

serviços são prestados por bancos, Estados, grandes corporações. Podem estar relacionados à

segurança nacional de um país, transações financeiras de grande ou pequeno porte,

armazenamento de informações pessoais restritas, armazenamento de informações sobre os

cidadãos de um país, sistema de transmissão de energia de uma concessionária, dentre outros.

O Data Center é uma estrutura física, sala ou edifício, que foi projetado para abrigar uma

variedade de recursos que fornecem armazenamento e gerenciamento de equipamentos de rede,

servidores e telecomunicação (The Green Grid, 2010).

Com o avanço tecnológico e o grande fluxo de dados, as empresas estão investindo cada vez

mais na área de Tecnologia da Informação (TI) (Marin, 2011). Devido a esse avanço houve o

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aumento da demanda por maneiras mais seguras e padronizadas para a construção e

gerenciamento de um Data Center.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. GERAIS

Avaliar o impacto da utilização do enclausuramento de corredores frios nas condições de

refrigeração dos racks de processamento e armazenamento de dados de um Data Center

utilizando ferramentas numérica e simulações computacionais.

1.2.2. ESPECÍFICOS

Inicialmente para implementação de uma simulação numérica é necessário uma validação

do modelo, esta foi feita comparando dados reais aferidos no Data Center foco do estudo. Uma

vez validada a simulação deve-se utilizar o mesmo modelo no ambiente estudado.

Os dois ambientes utilizados são fazem parte do Data Center do Banco do Brasil. Um dos

objetivos com esse estudo é ter uma dimensão quantitativa e qualitativa do potencial impacto

econômico do confinamento de um corredor frio.

1.3. METODOLOGIA

Inicialmente foi necessário coletar informações sobre o toda a estruturação de um Data

Center. Toda a importância social, estrutural, econômica e todos os aspectos construtivos. Todas

as áreas da engenharias que estão interligadas a um CPD tiveram que ser estudas a fim de serem

conhecidas as possíveis influencias em outras áreas. Por se tratar de uma instalação cujo

processo de resfriamento é essencial para o seu funcionamento, também houve a busca pelas

normas que estão ligadas ao gerenciamento dos equipamentos de refrigeração. Tais normas têm

como objetivo garantir a operacionalidade dos equipamentos de TI em detrimento de todos os

outros. Estas em sua maioria competem a entidades internacionais, já que nacionalmente ainda

não houve o desenvolvimento de uma legislação que regule o funcionamento dos Data Center.

Em seguida, objetivou-se observar todas as propostas para a refrigeração em Data Center,

todas as possibilidades, soluções tecnológicas, práticas de engenharia provenientes de fontes

técnicas que lidam com estes ambientes e já possuem credibilidade técnicas e acadêmicas no

mercado. Tais dados foram comparados com as práticas do Data Center analisado para que

criticas construtivas pudessem ser feitas e tais melhorias pudessem fazer parte do escopo deste

trabalho.

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Feitas as criticas, partiu-se para a definição da melhor solução a ser implementada a fim de

melhorar a eficiência energética de refrigeração. O enclausuramento de corredor frio foi

apresentado como uma boa solução de melhora na eficiência e no resfriamento dos

equipamentos de TI. Para quantificar os benefícios desta solução foi necessário a utilização de

uma solução numérica que simulasse o escoamento e as trocas de calor no interior do Data

Center estudado. Para a simulação tivesse respaldo, e pudesse ser aplicada em ambientes

virtuais ou em ambientes que não fossem idênticos ao do Data Center do BB, a primeira etapa

da simulação foi a sua validação através da comparação entre os resultados obtidos com uma

simulação em um ambiente específico da instalação e os dados pessoalmente coletados no

mesmo ambiente.

Uma vez validada a simulação, duas novas simulações foram feitas em outra região do Data

Center, esta com o objetivo de avaliar o ganho energético com a utilização da contenção de

corredores frios. Um grupo de racks sem a contenção foi simulado, em seguida o mesmo grupo

foi simulado havendo a contenção do corredor frio. Após as simulações numéricas foram feita

as conclusões apresentando os valores do potencial energético devido a soluções passivas de

melhoramento do fluxo de ar dentro de uma Data Center.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Devido ao caráter técnico do tema tratado a maior parcela da bibliografia encontrada foi de

documentos técnicos de empresas que especializadas com o aprimoramento da eficiência

energética em Data Centers. Em um grande número destes documentos o estudo de análise feito

pela companhia foi interno, não havendo fontes acadêmicas de embasamento para as

publicações. Contudo nos documentos disponibilizados pelas empresas e nos raros trabalhos da

academia encontrados a simulação numérica foi implementada como ferramenta de

consolidação do trabalho. As fontes acadêmicas encontradas de maior representação estão

ligadas à simulação numérica e todo o embasamento teórico relativo à mecânica dos fluidos e à

transferência de calor.

As propostas de eficiência energética em Data Center encontradas basearam-se

primordialmente nas boas práticas de engenharia e na experiência adquirida pela equipe de

gestores no decorrer das últimas décadas, quando a evolução das salas de processamento se

intensificou. Entretanto nos últimos anos, com o avanço dos mesmos equipamentos de TI a

simulação numérica foi utilizada mais sistematicamente para garantir e comprovar as práticas

antes utilizadas.

2.1. HISTÓRICO

No início da década de 60, mais especificamente em 1964, a IBM®

lançou o IBM System

360 (Gantz, 2004), o qual poderia ser caracterizado com um mainframe que prometia centralizar

e processar todos os dados de uma mesma organização. A superioridade e domínio da IBM se

estenderam até a metade da década se 70, quando outras empresas lançaram seus centros de

processamento de dados corporativos, ou seja, seus próprios Data Centers.

Inicialmente a denominação dada ao Data Center era CPD (Centro de Processamento de

Dados). Este nome foi dado porque era nesse local que residiam os mainframes das empresas,

ou seja, o local onde ocorria o processamento, automatização da distribuição de informações. O

nome, posteriormente, migrou para “Data Center”, visto que agora este adquiria a função mais

importante dentro de uma corporação: reter a informação. Por ter uma função única, abrigar um

bem tão precioso às empresas, o Data Center tornou-se um centro no qual falhas são

minimamente aceitas, em alguns casos essas falhas não podem ocorrer sob nenhuma hipótese,

caso contrario o faturamento e lucro das corporações podem ser seriamente comprometidos.

Na década de 70 quando os sistemas de mainframe eram utilizados em larga escala, o

conceito de Data Center era muito conhecido como “Bureaux de Serviços”. Hoje existem duas

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categorias comerciais para Data Centers: Data Center Privado (PCD) e o Internet Data Center

(IDC) (Pinheiro, 2009).

O IDC pertence a provedores de serviços de telecomunicações, em geral a empresas de

telefonia e outros tipos de prestadoras de serviços na internet. Sua função é prover os serviços

básicos para a navegação, conexão, hospedagem e processamento de dados de sites e de

equipamentos de TI para o usuário. Tais serviços podem estar relacionados à navegação na

internet, drives on-line, etc. Por outro lado o PDC é gerido por uma companhia privada,

instituições ou agências governamentais com o propósito principal de armazenar dados, em sua

maioria, sigilosos, resultantes de operações de processamento de interno e também em

aplicações voltadas para a Internet (Pinheiro, 2009).

A estrutura atual de um Data Center diferencia-se muita daquela surgida em 1964 quando o

mainframe central apenas processava os dados. Agora as corporações buscam um local que

além de processar os dados, mantenha suas informações seguras e em sigilo e ainda sejam

eficientes em seu funcionamento. Podemos citar o exemplo de empresas como a GOOGLE® que

investiu 951 milhões de dólares no último trimestre de 2011, com um total de 3,44 bilhões de

dólares no mesmo ano em recursos e sistemas que conferissem melhor eficiência energética aos

seus Data Centers (Miller, 2012).

A concentração de tantas informações em um só lugar faz com que uma eventual falha seja

muito mais impactante. Por esse motivo novas tecnologias estão sendo desenvolvidas a fim de

minimizar os riscos de falha, visando aumentar a segurança e a disponibilidade dos

componentes. Um Data Center que busca se adequar as novas exigências de mercado procura

certificados e classificações que lhe assegura padrões de operação. Estes níveis distinguem os

estabelecimentos de acordo com alguns parâmetros, entre eles: capacidade de processamento e

segurança. Por esta razão a tendência de se adequar as normas internacionais que estabelecem

esses níveis aumentou em todo o globo. O Banco do Brasil S.A. caracteriza-se como uma dessas

novas empresas que busca certificados internacionais de validação de Data Center a fim de

expandir seus negócios em proporções internacionais.

Atualmente o Data Center é a espinha dorsal das grandes corporações. Também se tornou

essencial na vida da população, visto que abriga a o processamento de dados de companhias que

participam direta e indiretamente na vida de todos. Para as empresas, não importa o porte destas,

há uma necessidade vital de operação em plena carga de seus Data Centers.

Pesquisas internacionais nos mostram o custo efetivo associado as paradas em Data Center

de acordo com o seguimento com este está inserido. Este custo pode ser observado na Tabela 1

e demonstra a importância de tais estruturas em atividades essenciais a nós.

Page 17: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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Tabela 1: Custo por hora de Downtime.

Tipo de Negócio Custo de Downtime por Hora (US$)

Operações de corretagem 6.450.000

Energia 2.817.846

Autorização de vendas à credito 2.600.000

Telecomunicações 2.066.245

Indústria 1.610.654

Instituições financeiras 1.495.134

Seguros 1.202.444

Saúde 636.030

Reservas aéreas 90.000

(Aberdeen Group, 2012)

Inicialmente a construção dessas instalações baseava-se em recomendações dos fabricantes

de mainframes, dos equipamentos de TI e na experiência dos engenheiros e analistas envolvidos

no projeto. Atualmente essa variação de estruturas vem sendo combatida a fim de que haja

conformidade nos projetos de Data Centers. Essa conformidade é proposta pela norma

ANSI/TIA/EIA-942–Telecommunications Infrastructure Standard for Data centers, a qual

regulamenta e padroniza a construção de Data Centers. A norma foi inicialmente implantada nos

EUA e atendia somente o solo americano, contudo as normas internacionais, da ISO, e

nacionais, da ABNT, estão aderindo às recomendações propostas por aquela.

O padrão proposto pela TIA-942 fornece os requisitos e configurações para que um

ambiente de Data Center possa suportar as tecnologias existentes e novos avanços tecnológicos

em processamento de dados, comunicações e armazenamento de dados (Pinheiro, 2009). Com

essa norma as companhias, podem estipular rotinas para que a missão crítica de cada empresa

seja mantida.

2.2. NORMAS

As normas que regulamentam a instalação e o gerenciamento de um Data Center podem ser

embasadas em diferentes aspectos: prestação de serviço, segurança das informações, segurança

das instalações, capacidade de processamento e armazenamento de dados, eficiência energética,

etc. As duas regulamentações abordadas a seguir abrangem muitas dessas áreas mais o foco

principal são os aspectos relacionados a refrigeração do ambiente de produção.

Page 18: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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2.2.1. TIA-942

A topologia de um Data Center pode ser descrita de várias formas (vide Figura 1),

geralmente essa estrutura se baseia na norma TIA 942 a qual apresenta um padrão para este tipo

de ambiente (Veraz, 2009).A norma em sua composição utilizou muitos dados coletados ao

longo do tempo foram compilados para identificar fatores que podem ser vantajosos ou

prejudiciais na implementação física de um Data Center. Aspectos como a proximidade com as

concessionárias de energia serviços de emergência são vantajosos, outros, porém como locais de

encostas podem ser prejudiciais. Segundo Manuel Veras pela norma ANSI/TIA 942, existem

regras aplicáveis para a classificação do Data Center em quatro classificações independentes de

Tiers (Veraz, 2009).

Figura 1: Tipos de Data Centers definidos pela norma TIA-942.

A TIA-942 descreve o projeto de Data Center em quatro diferentes áreas, as quais devem ser

integradas a fim de que seja obtido um projeto bom e eficiente para o Data Center:

telecomunicação; arquitetura e estrutura; elétrica; mecânica.

A norma classifica os Data Centers em quatro diferentes camadas de proteção (tiers). Essa

classificação é feita utilizando a numeração de um a quatro conforme a respectiva importância

do Data Center. Os níveis são:

Tipo 1: Data Center Básico;

Tipo 2: Data Center com Componentes Redundantes;

Tipo 3: Data Center Auto Sustentados;

Tipo 4: Data Center com Alta Tolerância a Falhas.

Para cada nível de Data Centers são definidas as disponibilidades de operação, um bom

exemplo é o tempo máximo “fora do ar” (Downtime), aos quais os Data Centers estão sujeitos.

Page 19: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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Para o atual projeto iremos nos atentar a parte mecânica relacionada ao Data Center. Na

esfera mecânica as principais diretrizes estão vinculadas à climatização do ambiente de

confinamento dos racks (componentes de armazenamento e processamento de dados).

A TIA-942 apresenta o sistema de refrigeração como um dos principais requisitos no

detalhamento de um projeto. É necessário estipular a capacidade térmica de um ambiente

operando em plena carga e as possíveis variações, como as variações de carga ou a ampliação

do ambiente, seja física ou com o aumento do número de racks.

A temperatura e umidade devem ser controladas a fim de serem capazes de garantir a

operacionalidade do sistema de maneira ininterrupta (TIA STANDARD, 2005):

Temperatura de bulbo seco: 20°C (68°F) a 25°C (77°F);

Umidade relativa: 40 a 55%;

Máximo ponto de orvalho: 21°C (69,8°F);

Máxima variação de temperatura por hora: 5°C (9°F);

Umidificação e desumidificação equipamentos devem ser necessários

dependendo das condições climáticas de cada local.

A temperatura e umidade ambientes devem ser aferidas após o inicio de funcionamento da

instalação e com os equipamentos em operação. As medidas devem ser feitas a uma distancia de

1,5 metros acima do nível do piso elevado em uma linha horizontal de nível que acompanha os

racks em intervalos de 3 a 6 metros ao longo do “corredor frio”, havendo ou não equipamentos

ao longo deste corredor (TIA STANDARD, 2005). A TIA-942 nos indica os parâmetros

utilizados pela ASHRAE (Sociedade Americana de Engenheiros de Climatização), uma

entidade norte-americana internacional na área de padronização para climatização, a qual

também possui normas para o gerenciamento térmico de ambientes de Data Center.

2.2.2. ASHRAE TC 9.9

Descrita acima, a ASHRAE produziu em 2011 um guia técnico que apresenta normas para a

classificação e operação de um Data Center, o “2011 thermal Guidelines for Data Processing

Enviroments – Expanded Data Center Classes and Usage Guidance”. Este é um documento

decorrente de atualizações de outros guias relacionados ao mesmo tema.

Esta norma nos apresenta os diferentes parâmetros que são as variáveis para a

implementação e operação de um Data Center. A relação entre estes ambientes pode ser

observada na Figura 2. É possível observar que não há interligação direta entre as variáveis. A

norma indica que cada um desses parâmetros podem ser de maior ou menor importância para a

Page 20: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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construção ou operação de um Data Center, isso dá ao usuário maior flexibilidade no

gerenciamento.

Figura 2: Ambientes relacionado à operação de um Data Center (ASHRAE TC 9.9, 2011).

Assim como a TIA-942, a ASHRAE classifica os ambientes de Data Center em 4 diferentes

categorias. Os parâmetros adotados pela última são diferentes dos da primeira. A abrangência de

ambientes é maior para a ASHRAE, considerando ambientes como pequenos servidores, até

mesmo de uso pessoal.

A definição das classes é feita pela união ambientes em operação total e os diferentes níveis

de controle sobre cada um deles (ASHRAE TC 9.9, 2011):

Classe A1: Um ambiente de Data Center com um rígido controle dos

parâmetros do ambiente (ponto de orvalho, temperatura, umidade relativa do ar)

e em missão crítica de operação. Geralmente desenvolvidos para grandes

empresas com um grande numero de racks (altos níveis de processamento de

dados e armazenamento de informações).

Classe A2: Geralmente um ambiente de produção tecnológica ou um escritório

ou um laboratório com algum controle dos parâmetros ambientais. São

ambientes que abrigam pequenos racks, podem ser servidores pessoais ou

estações de trabalho.

Classe A3/A4: Geralmente um ambiente de produção tecnológica ou um

escritório ou um laboratório com algum controle dos parâmetros ambientais.

Sãoambientes que abrigam pequenos racks, podem ser servidores pessoais ou

Condições de operação em um

Data Center

Corrosão dos servidores

xTemperatura

ambiente

Confiabilidade dos servidores

xTemperatura

ambiente

Produção sonorax

Temperatura ambiente

Potência dos servidores

xTemperatura

ambiente

Performace dos servidoes

xTemperatura

ambiente

Custos dos servidores

xTemperatura

ambiente

Padrões ambientais permitidos

Page 21: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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estações de trabalho. Diferenciam-se do anterior pelo menor porte de seus

equipamentos.

Concentrar-nos-emos na classe A1, aquela em que enquadramos nosso objeto de estudo.

Para cada classe a ASHRAE nos apresenta a carta piscométrica descrevendo a área que cada

classe deve habitar dentro do gráfico.

Figura 3: Ambientes para diferentes classes de Data Center (ASHRAE TC 9.9, 2011).

A temperatura, umidade, ponto de orvalho são os parâmetros mais importantes no

gerenciamento térmico de um Data Center. Estas estão diretamente interligadas e para um

ambiente classe A1 devem ser criteriosamente verificadas.

Tais variáveis são importantes, pois os servidores necessitam de condições idéias para um

bom funcionamento. Altas temperaturas provocam um desgaste excessivo nos processadores,

portanto não devem ser permitidas. Em contrapartida, baixas temperaturas também não podem

ser permitidas, ao diminuirmos indiscriminadamente a temperatura ambiente atingimos o ponto

de orvalho, causando a condensação do ar. Tal hipótese deve ser evitada, já que a operação dá-

se em um ambientes de microeletrônica.

Contudo os valores de umidade não podem ser muito baixos, já que quanto menor a

quantidade de água no ar, menos é a sua capacidade dielétrica. Logo, atmosferas estáticas

podem ser geradas e trocas de cargas indesejadas tornam-se uma possibilidade real.

Page 22: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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2.3. PRÁTICAS DE ENGENHARIA

Em fevereiro de 2007 a Green GridTM

, uma associação de profissionais de IT (Informations

tecnologic) fez uma publicação técnica chamada: “Green Grid Metric Describing Data Centetr

Power Efficiency”. Neste documento A Green GridTM

propôs o uso da Power Usage

Effectiveness, Eficácia da Energia Consumida (PUE) e do seu inverso, o Datacenter

Infrastructure Efficiency, Eficiência do Datacenter (DCiE), para mensurar a eficiência

energética de um Data Center (Christian Belady, 2008).

A proposta do PUE e DCiE é a de evoluir a eficiência energética nos Data Centers

existentes, bem como ajudar na tomada de melhores decisões no desenvolvimento de novas

instalações, além disso essas medidas fornecem uma maneira confiável de mensurar seus

resultados e comprar com o de outros Data Centers existentes, independentemente da diferença

de porte que as instalações possam ter.

𝑃𝑈𝐸 =

𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑔𝑖𝑎 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑎 𝑛𝑜 𝐷𝐶

𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝐸𝑞𝑖𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑇𝐼 ( 1 )

O PUE apresenta um número puro (adimensional) no qual obtemos a razão de todo o

consumo de energia no Data Center pelo consumo de energia somente dos equipamentos de TI,

os quais são os responsáveis pelo processamento e armazenamento de dados, ou seja, os

equipamentos que geram receita à empresa. O total de energia gasta no Data Center, divisor da

razão, é a soma dos outros gastos com energia da empresa: refrigeração, iluminação, automação,

equipamentos de TI, perdas, etc. Logo é possível constatar que parâmetro nos apresenta um

resultado cujo valor é maior que um. O objetivo atual de Data Centers que utilizam esse

resultado é aproximá-lo o máximo da unidade, deste modo há a constatação de que a maior

parcela da energia consumida pela instalação é destinada aos equipamentos de processamento.

Page 23: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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Figura 4: Ilustração da parcela de gastos no gerenciamento de um Data Center.

O gráfico acima é apenas uma ilustração de como os custos de uma Data Center podem ser

observados. Na primeira esfera (à esquerda) vemos os custos relacionados à estrutura de um

Data Center. Custos como os de equipamentos de refrigeração são aqueles relativos à

manutenção e aquisição das máquinas. Assim também são mensurados os custos dos

equipamentos de TI, sistema de monitoramento, racks. Custos de serviços em geral estão

relacionados aos salários dos operadores do ambiente, outros como os custos de espaço estão

ligados ao pagamento de impostos pela localização.

Contudo o maior custo de gerenciamento de um Data Center é a de consumo de energia

elétrica (Prime Enegy IT, 2011). Na esfera à direita vemos a divisão proporcional dos custos de

energia com cada segmento. É possível observar que o maior consumo de energia provém dos

equipamentos de TI. Este consumo é uma parcela fixa que não é passível de alteração, contudo

os custos com as outras áreas como iluminação, automação e refrigeração podem ser diminuídos

com boas práticas de engenharia.

Este trabalho foca o estudo na diminuição do consumo de energia elétrica na utilização do

sistema de refrigeração. Reduzindo este percentual, a parcela relativa ao consumo de energia

pelos equipamentos de TI se tornaria maior reduzindo o valor do PUE e reduzindo os custos

financeiros com estes equipamentos.

Na Figura 5observa-se a tendência para a carga de refrigeração de diferentes sistemas de TI

(expressas em Watts/m2) para os próximos anos. É possível notar que a potência específica para

o resfriamento instalado ainda vai aumentar. Assim, as estratégias a serem adotadas consistem

Projeto5%

Equipamentos de TI

17%

Equipamento de refrigeração

6%

Instalação de Implementação

17%

Serviços14%

Racks2%

Espaço14%

Sistema de Monitoramento

5%

Equipamento de TI

60%

Refrigeração25%

Iluminação5%

Outros10%

Energia Elétrica20%

Custos de Gerenciamento

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em sistemas mais eficientes, melhores práticas e aperfeiçoamento da gestão de sistemas de

refrigeração.

Figura 5: Evolução de carga térmica em aplicações de TI (ASHREA, 2007).

A eficiência energética em todo o complexo que envolve os centros de dados tornou-se um

grande problema para a as empresas de TI. A gestão energética das áreas ligadas à infra-

estrutura mudou de alguns anos atrás até hoje. Durante os últimos 10 anos, o custo de

eletricidade aumentou e deve continuar a subir. Em alguns casos, os custos de energia

correspondem a 40-50% do orçamento total da operação de centro de processamento de dados

(Prime Enegy IT, 2011).

A partir do uso de parâmetros de eficiência como o PUE as empresas passaram a investir na

diminuição dos custos de operação, visto que agora é possível aferir de maneira objetiva os

gastos e obter um parâmetro individual, o qual pode ser comparado ao de outros Data Centers.

Então, por que a necessidade de maior eficiência energética? Porque o custos com eletricidade e

refrigeração dos Data Centers são os dois maiores gargalos para as organizações de IT

atualmente (Christian Belady, 2008). Conseqüentemente para que as empresas possam pensar

em uma futura expansão esses custo devem ser controlados. Com Data Centers mais eficientes

as companhias podem pensar no aumento do processamento e armazenamento de dados com a

possibilidade em um maior controle de gastos, garantido a solidez e competitividade da

empresa.

Há no mercado duas práticas difundidas de refrigeração para os ambientes de Data Center a

primeira denominada CRAC (Computer Room Air Conditioner), a qual funciona de maneira

semelhante a um ar condicionado normal. Ele tem um ciclo de refrigeração de expansão direta,

construído dentro da unidade de refrigeração. Isto significa que os compressores necessários

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para alimentar o circuito de refrigeração também estão localizados dentro da unidade. O

arrefecimento é conseguido por insuflando o ar sobre uma serpentina de arrefecimento cheia de

refrigerante. A CRAC é tipicamente de volume constante, por isso, só pode modular ligado e

desligado. Recentemente, alguns fabricantes desenvolveram unidades CRAC que podem variar

o fluxo de ar através de compressores de vários estágios, mas as unidades de CRAC mais

existentes têm apenas on / off como sistemas de controle (DATA CENTER HUDDLE, 2011).

A outra, a CRAH (Computer Room Air Handler), nesta a unidade funciona exatamente

como uma unidade de tratamento de água refrigerada encontrado em quase todos os edifícios

altos e grandes instalações. O arrefecimento é conseguido pela sopragem de ar sobre uma

serpentina de arrefecimento cheia de água gelada. Normalmente a água gelada é fornecida aos

CRAHs por uma central de água gelada (CAG). CRAHs possuem drivers de variação de

freqüência que modulam a velocidade do ventilador para manter um conjunto de pressão

estática, ou sob o piso ou nos parâmetros gerais (DATA CENTER HUDDLE, 2011).

Há também outro sistema utilizado, o Free Cooling System que consiste na utilização do ar

externo ao ambiente para a refrigeração do Data Center. Em muitos climas, os operadores de

Data Centers podem ajudar a reduzir os custos de refrigeração, aproveitando as condições

ambientais externas para resfriar equipamentos de TI. Sob condições ideais, estas tecnologias

podem economizar muito os custos de energia elétrica. Em países de clima frio, como a

Finlândia, empresas de grande porte, como a GOOGLE®

(Datacenter Dynamics, 2012),

construíram grandes Data Centers que utilizam as condições climáticas locais para o

resfriamento dos racks, contudo esse sistema necessita de um rigoroso controle da qualidade do

ar. Geralmente esse sistema possui redundâncias utilizando um sistema de refrigeração do tipo

CRAC ou CRAH, porém estes só são utilizados em poucos meses do ano, caso necessário.

Ainda, com a menor utilização dos equipamentos do sistema de refrigeração tradicional a vida

dos equipamentos é estendida.

Para um sistema de refrigeração tão robusto como de um Data Center de grande porte, o

sistema de refrigeração possui um projeto específico em cada caso. A carga térmica produzida

no Data Center é normalmente sensível a temperatura do bulbo enquanto é simultaneamente

sensível e latente num espaço de trabalho devido a necessidade de umidade do ar devido a

presença humana e dos racks (Prime Enegy IT, 2011). Tais projetos consideram parâmetros

estabelecidos por boas práticas e pelas normas relacionadas à implementação.

Os elementos básicos em um sistema de refrigeração são sistema de proteção contra o calor

(isolamento térmico); equipamento de refrigeração; equipamento terminal (dispositivos de

remoção de calor) e, como parâmetro inicial, carga térmica, proveniente dos equipamentos de

TI, serviços, operadores, outros (Prime Enegy IT, 2011).

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Em seguida é de fundamental importância selecionar os equipamentos os equipamentos que

irão proporcionar melhor eficiência energética, são eles (Prime Enegy IT, 2011), podemos citar

unidades de CRAC ou CRAH; ventiladores, fancoils ou outros sistemas de refrigeração;

bombas; chillers (ar ou água); torres de resfriamento, drycoolers, condensadores;

umidificadores.

2.3.1. GERENCIAMENTO DO FLUXO DE AR (AIR MANAGEMENT)

Data Centers modernos são capazes de produzir grandes ambientes com altas densidades de

calor. De pequenas estruturas em prédios comerciais cuja função é o processamento de dados de

uma pequena companhia às grandes corporações, como bancos e países, que processam dados

de importância econômica, bélica, estratégica dentre outros, o controle do fluxo de ar

responsável pela refrigeração dos equipamentos eletrônicos dos Data Centers pode representar

uma significante parcela na economia de energia e na vida útil dos equipamentos (Data Center

Design Guidelines, 2012).

O controle sobre o fluxo de ar implica no desenvolvimento de formas a fim de minimizar ou

eliminar a mistura de ar de refrigeração insuflado no interior das salas de produção e o ar quente

expelido pelos equipamentos de TI. Quando aplicado de maneira correta o controle do fluxo de

ar pode reduzir custos de investimentos e operacionais, aumentar a capacidade de produção da

instalação e reduzir o número de paradas para eventuais manutenções (Data Center Design

Guidelines, 2012). Para que tal controle seja possível algumas práticas devem ser tomadas, estas

devem estar de acordo com as normas e práticas de engenharia.

A fim de aperfeiçoar a distribuição do ar refrigerado no interior do Data Center o

posicionamento, tamanho e dissipação térmica de cada componente devem sem avaliados, desta

maneira o dimensionamento do sistema de refrigeração CRAC/CRAH torna-se mais objetivo.

Desta maneira fugas e ar frio e pontos de concentração de calor são minimizados. Existem

diferentes maneiras de otimizar ou aprimorar o controle do fluxo de ar, dentre elas podemos

citar: placas de alta vazão de ar, placas de piso elevado ventiladas, racks com ventilação

forçada, vedações para cortes de piso, contenção de corredores, etc. No decorrer deste trabalho

tais soluções serão exemplificadas, esclarecidas e, caso necessário, sugeridas para o ambiente

estudado. Ainda há soluções alternativas de controle de ar com o objetivo de diminuir os custos

com a refrigeração do ambiente de produção. A mais aplicada é o “economizado de ar”, o qual

consiste em um sistema que mixa o ar externo ao ambiente, devidamente tratado, com o ar

quente exaurido pelos racks. Tal sistema visa diminuir a temperatura do ar a ser refrigerado, já

que neste sistema a temperatura do ar externo é menor que a temperatura de retorno do ar dos

racks. Logo o principal intuito é com a diminuição da temperatura do ar a ser refrigerado pelos

CRAC/CRAH haja a redução dos custos com a refrigeração do ambiente. O “economizado de

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ar” é utilizado em instalações cuja produção de ar quente é alta e as temperaturas ambientes são

pelo menos inferiores a de exaustão, assim locais cujo clima proporciona temperaturas próximas

a 25°C já possuem potencial para este topo de sistema.

Uma proposta que vem sendo adotada em novos projetos de Data Centers é a

implementação de um amplo controle de temperaturas, pressão e umidade dentro da sala de

produção. O monitoramento é feito utilizando uma rede integrada de sensores distribuídos no

ambiente de produção. Sensores de pressão estática sob o piso elevado, de temperaturas de

insuflamento e exaustão do ar, de umidade e de fluxo de ar ao serem interligados geram um

mapa das condições térmicas do ambiente, o qual é de fundamental importância na tomada de

decisões a respeito dos investimentos no Data Center. Dessa maneira também há a possibilidade

de avaliar as condições de funcionamento e tomar decisões preventivas a fim de manter a

integridade dos equipamentos do CPD.

As três estratégias de gerenciamento relacionadas ao controle do fluxo de ar são:

Gerenciamento energético: neste caso o manejo do ar frio auxilia na redução dos custos

operacionais através da melhor utilização dos equipamentos de refrigeração, tais como

chillers, torres de resfriamento, fan-coils, etc. Tais equipamentos passam a ter um tempo

de vida mais longo e os procedimentos e rotinas de manutenção tornam-se menos

freqüentes, logo a vida útil de cada componente se estende e a as paradas mais raras;

Gerenciamento de capital: com o aumento da eficiência energética há também uma

redução dos custos com investimentos e manutenção com equipamentos de refrigeração

e de energia elétrica ligada à alimentação da maioria dos componentes do Data Center.

Tal fato ocorre porque refrigerados de maneira corretas componentes como UPS‟s,

processadores, baterias também operam com maior eficiência energética;

Gerenciamento térmico: este quesito é essencial já que os equipamentos de TI são os

componentes nobres de um centro de processamento de dados. Estes são sensíveis a

altas temperaturas. Portanto controlar as condições climáticas é primordial para a

longevidade dos processadores, storages,etc. Neste ponto o manejo do ar dentro de uma

sala de produção torna-se uma prática necessária para o bom gerenciamento de um Data

Center.

Embora haja maneiras diferentes para o insuflamento do ar gelado nos ambientes de

produção de TI a maneira com que o ar resfria o ambiente é padronizada. Os ambientes de

produção são dispostos de uma maneira específica, na qual há a existência de corredores frios e

quentes para circulação do ar.

Os racks devem ser dispostos em um padrão alternado com as frentes de cada rack

direcionado para frente do outro posicionado outro lado do corredor a fim de criar um corredor

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frio, conseqüentemente as partes posteriores devem estar faceadas (TIA STANDARD, 2005).

Corredores frios são aqueles em que o ar frio é insuflado e posteriormente é sugado pelos racks

devido ao próprio sistema de aspiração do ar e da convecção existente no ambiente. Já os

corredores quentes são aqueles em que os racks despejam o ar utilizado na refrigeração dos

equipamentos de TI, o qual em seguida aspirado para fora do ambiente.

Os racks são produzidos em uma plataforma que confere a estes um sentido único de

sopragem do ar. Em sua estrutura podem existir fans, ventiladores ou ventoinhas que ditam a

direção a ser percorrida pelo ar. Logo, pela conformidade dos racks a disposição destes nos

ambientes é feita utilizando corredores frios e quentes.

As características do fluxo de ar são elementos importantes a serem pensados. As direções

recomendadas são: frente para traseira; frente para o topo e frente para cima e traseira.

Figura 6: As direções dos fluxos de ar nos racks para a configuração de corredor quente e frio (ASHREA, 2009)

As práticas de refrigeração em um Data Center podem ser variadas de acordo com o projeto.

As duas abordagens mais comuns são a de insuflamento através de placas perfuradas

posicionadas no piso elevado (under floor) e a do insuflamento pelos dutos superiores internos

ao forro do teto (overhead). Essa configuração é denominada Hot Aisle / Cold Aisle (HACA).

Na utilização do sistema overhead não deve haver o emprego dos difusores situados nas saídas

de cada duto, tais difusores direcionam parte do fluxo de ar para regiões acima dos racks,

aumentando a perda energética. No sistema under floor só devem ser utilizadas placas nos

corredores frios na frente dos racks que estejam ocupados.

Esta configuração foi criada a fim de prevenir a mistura do ar frio de refrigeração com o ar

quente de exaustão. Como o próprio nome sugere também cria áreas de acesso para das equipes

técnicas para procedimentos de manutenção, substituição ou instalação de novos equipamentos.

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Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA, 2009).

Para permitir à entrega de ar frio nos ambientes a configuração mais comum em ambientes

de produção é a under floor (Figura8). Nelas os racks estão dispostos sobre um piso elevado. O

ar refrigerado é insuflado nos corredores frios através de grelhas no piso, em seguida o ar quente

flui em direção aos corredores quentes e ao teto, retornando para a unidade refrigeradora.

Figura8: Configuração mais comum em ambientes de Data Centers (ASHREA, 2009).

Essa organização de corredor quente / frio tem sido implementada para elevar a eficiência

de refrigeração em Data Centers. Entretanto, o ar quente pode se difundir no frio próximo ao

topo dos racks ou no final do corredores. Essa mistura pode ser agravada por um equilíbrio ruim

entre a demanda total de ar frio para racks no corredor e o suprimento total das placas de piso

perfuradas no corredor (Emerson Network Power, 2009).

Page 30: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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Figura 9: Representação para os fenômenos de by-pass e de recirculação (U.S. Department of Energy, 2012).

O objetivo de um bom controle do ar na refrigeração visa evitar situações de super

dimensionamento do sistema de refrigeração, evitando gastos energéticos desnecessários em

instalações que operam em regime crítico. Também tem como princípio garantir a refrigeração

adequada a todos os equipamentos eletrônicos no interior do Data Center necessários à

infraestrutura e ao processamento e armazenamento de dados. Portanto o gerenciamento do ar

auxilia no balanceamento entre a economia energética e a refrigeração eficiente dos

componentes, prevenindo o by-pass e a recirculação de ar.

Os principais erros de gerenciamento que levam ao super dimensionamento do sistema de

refrigeração ou à má refrigeração do sistema estão ligado ao (U.S. Department of Energy,

2012):

Congestionamento dos cabos de alimentação elétrica e lógica sob o piso elevado em um

sistema under floor. Tal efeito pode reduzir drasticamente a quantidade de ar insuflado

no ambiente e interferir na distribuição através das placas perfuradas. Por tanto, deve

haver o cuidado para que a passagem de ar não esteja bloqueada, isto deve ser feito

através da integração dos projetos mecânicos, arquitetônicos e elétricos. Uma solução é

a disposição dos cabos em regiões paralelase alternada às dos corredores frios. Além

disso, calhas flutuantes também podem ser utilizadas para garantir que não haja

obstrução do ar sob o piso elevado.

Page 31: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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Figura 10: Piso elevado congestionado por cabos (Furukawa, 2008).

Figura 11: Piso elevado com os cabos organizados de maneira

correta (Furukawa, 2008).

Recortes no piso elevado. Este fato ocorre devido à necessidade de perfurar o piso para

a passagem dos cabos de alimentação energética e lógica dos racks. Contudo tais

perfurações devem ser devidamente vedadas para que não haja o by-pass do ar frio em

uma região não útil à refrigeração dos racks;

Figura 12: Recortes no piso elevado sem a vedação

necessária (Furukawa, 2008).

Figura 13: Vedações para recortes em piso elevado

(Solutions, 2013).

Desbanco da pressão estática sob o piso elevado. Com o desbalanceamento da pressão

estática podemos ter duas situações distintas. Caso a pressão seja muito elevada o by-

pass de ar frio trona-se mais acentuado, desperdiçando o ar de refrigeração. Contudo,

caso a pressão esteja muito baixa não haverá velocidade suficiente para o ar refrigerar

toda a extensão do rack, podendo gerar pontos de concentração de calor;

Espaços não preenchidos no corpo do rack. Quando não há a ocupação completa do rack

os espaços vazios compreendidos entre os switches devem ser preenchidos. Neste caso

são utilizadas placas cegas a fim de impedir a recirculação do ar de exaustão para o

interior do corredor frio.

Page 32: ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DO …bdm.unb.br/bitstream/10483/8017/1/2014_BrennoKhappallaSantos.pdf · Figura 7: Leiaute para o corredor quente e frio em um Data Center (ASHREA,

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O desequilíbrio do sistema de refrigeração, do fluxo de ar e de pressão geram perdas

energéticas consideráveis, que aumentam o custo operacional da instalação e podem criar os

hotspots, condição que pode causar a paralisação do funcionamento dos equipamentos de TI.

Esse fenômeno é caracterizado como um ponto de concentração do calor e suas conseqüências

podem acarretar em prejuízos incalculáveis a algumas empresas. Companhias como bancos, as

quais processam dados de correntistas e aplicações no mercado financeiro, não podem correr o

risco de falha de um processador devido ao superaquecimento.

Como conseqüências dos hotspots há o travamento do sistema operacional que o gere, a

parada total do processamento e, caso haja alguma falha de projeto de alguns componentes da

placa de processamento, o derretimento de componentes inutilizando permanentemente o

processador. Mesmo que haja o processamento simultâneo em algumas operações de risco o

tempo de parada de um rack pode ser bem prejudicial aos negócios da empresa.

Os potencias de refrigeração devem ser constantemente avaliados para a obtenção de um

ambiente controlado e saudável aos equipamentos eletrônicos. Para configurações em que os

racks não estão completamente preenchidos o curto-circuito do ar frio e quente deve extinto. O

vazamento do ar frio devido a cortes no piso elevado também gera um acréscimo nos custos e

um desperdício da capacidade de refrigeração. Estas e outras falhas estruturais devem ser

observadas pela equipe técnica responsável pelo ambiente e sanadas assim que possível. A

equipe técnica também deve estar ciente dos possíveis hotspots gerados devido às falhas e

circunstâncias operacionais.

A Figura 14 apresenta um ambiente de produção genérico, de caráter ilustrativo, com alguns

racks e os pontos de concentração de calor. Ao lado é possível observar escala de cores que

demonstra a variação de temperatura entre os equipamentos dentro de uma Data Center.

Figura 14: Densidade de calor em zonas de hotspot (mais calor por m²) (Aceco TI, 2010).

A configração HACA também se tornou uma prática normatizada devido a capacidade de

suportar configurações de maior densidade de calor dissipado. Hoje a espectatica é de que a

dissipação chegue 30kW, com tendências de contiuar crescendo (PG & E Corporation, 2012).

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Uma das maneitras para evitar o by-pass do ar frio com o quente nas regiões adjacentes aos

racks é aumentar o fluxo de ar frio nos corredores frio a fim de minimizar os efeitos do ar

quente na circulação do ar responsável pela refrigeração, diminuindo a condição de

desequilíbrio. Infelizmente aumentar o fluxo de ar frio implica em um aumento subtancial do

consumo de energia, por esse motivo data centers tem utilizado uma geometria de contenção de

corredores para evitar a missigenação do ar frio e quente dos corredores.

2.3.2. PARÂMETROS DE EFICIÊNCIA

O RCI e o RTI foram desenvolvidos com o mesmo objetivo: serem índices adimensionais

que exprimem a eficiência energética de uma máquina. Contudo, a metodologia completa para o

desenvolvimento e emprego deste índice envolve algumas etapas.

A primeira delas consiste na utilização de CFD para estimar as condições térmicas na

entrada dos racks, em seguida sugere-se um índice ligado a refrigeração dos racks que seja

rápido e ofereça uma comparação precisa entre os ambientes analisados. Por conseguinte, fixa-

se o RCI e o RTI aos padrões e normas técnicas de refrigeração, por fim, é aplicada a

metodologia em (pelo menos) dois ambientes distintos.

RCI (ÍNDICE DE ARREFECIMENTO DO RACK)

Este parâmetro foi proposto no ano de 2005 pela ASHRAE com a proposta de mensurar a

eficiência energética de refrigeração em equipamentos de processamentos de dados (racks) em

Data Centers (U.S. Department of Energy, 2012).

Este índice foi proposto para ser uma medida da eficiência de refrigeração dos racks

seguindo os padrões e normas da indústria. Tal índice ajuda a avaliar o estado da sala de

processamento e armazenamento de dados para um planejamento de gerenciamento ou de

projetos. Desta maneira decisões de curo e longo prazo para o melhor gerenciamento das

instalações podem ser tomadas com maior segurança (Herrlin, 2005).

Devido à grande quantidade de testes realizados, a ASHREA pode estipular as temperaturas

máximas e mínimas aceitáveis e permitidas na operação de um centro de processamento de

dados. As temperaturas podem ser obtidas através da carta psicrométrica mostrada

anteriormente.

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Tabela 2: Especificações térmicas para o ambiente de Data Center.

Recomendada Permitidas

Temperatura 20 - 25°C 15 - 32°C

Umidade 40 – 55% 20 – 80%

Foram estipuladas duas variações para o RCI, o RCIHI e o RCILO ambos expressam a

eficiência de refrigeração, contudo o primeiro demonstra o quanto à refrigeração é eficiente

dentro dos padrões máximos e o segundo dentro dos limites mínimos. Estes são representados

pelas Equações( 2 ) e ( 3 ).

𝑅𝐶𝐼𝐻𝐼 = 1 −

(𝑇𝑥 − 𝑇𝑚𝑎𝑥 .𝑟𝑒𝑐 )𝑛𝑥=1

𝑇𝑚𝑎𝑥 .𝑎𝑙𝑙 − 𝑇max . 𝑟𝑒𝑐 𝑛 100 % ; 𝑇𝑥 > 𝑇𝑚𝑎𝑥 .𝑟𝑒𝑐 ( 2 )

Na qual 𝑇𝑥 é a temperatura tomada na entrada do rack, 𝑛 é o total de dados tomados,

𝑇𝑚𝑎𝑥 .𝑟𝑒𝑐 é a temperatura máxima recomendada e 𝑇𝑚𝑎𝑥 .𝑎𝑙𝑙 é a temperatura máxima permitida.

𝑅𝐶𝐼𝐿𝑂 = 1 −

(𝑇𝑥 − 𝑇𝑚𝑖𝑛 .𝑟𝑒𝑐 )𝑛𝑥=1

𝑇𝑚𝑖𝑛 .𝑎𝑙𝑙 − 𝑇min . 𝑟𝑒𝑐 𝑛 100 % ; 𝑇𝑥 < 𝑇𝑚𝑖𝑛 .𝑟𝑒𝑐 ( 3 )

Onde 𝑇𝑚𝑖𝑛 .𝑟𝑒𝑐 é a temperatura mínima recomendada e 𝑇𝑚𝑖𝑛 .𝑎𝑙𝑙 é a temperatura mínima

permitida.

Os resultados compreendem valores entre 0 e 100%, sendo 100% o valor ideal, ou seja,

todas as temperaturas se encontram dentro dos valores aceitáveis.

RTI (ÍNDICE DE RETORNO DE TEMPERATURA)

Representa a medida do desempenho energético do gerenciamento do ar de refrigeração no

Data Center. Especificamente é medida da do by-pass do ar frio ou da recirculação de ar quente

da exaustão no interior das salas do centro de processamento de dados.

𝑅𝑇𝐼 =

𝑇𝑅 − 𝑇𝑆

∆𝑇𝐸𝑞𝑢𝑖𝑝 100 [%] ( 4 )

Onde 𝑇𝑅 é a temperatura de retorno do ar (medida na unidade resfriadora), 𝑇𝑆 é a temperatura de

insuflamento (na unidade resfriadora) e ∆𝑇𝐸𝑞𝑢𝑖𝑝 é a diferença média de temperatura nos racks.

Também é um número adimensional que deve ser interpretado como:

RTI = 100% significa um balanceamento de ar ideal;

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RTI < 100% indica que há by-pass do ar frio (o suprimento de ar refrigerado retorna as

unidades de refrigeração diretamente);

RTI > 100% indica recirculação do ar quente (neste caso pode haver a geração de

hotspots, geralmente está associado a baixos RCI‟s).

Como pode ser observado na descrição das variáveis para o calculo. Podemos definir o RCI

como uma razão entre a diferença de temperatura nas unidades responsáveis pelo resfriamento

do ambiente (unidade de CRAC ou CRAH) e a diferença entre as temperaturas no equipamento

de TI. Dessa maneira temos um balanço térmico dentro da sala de produção que nos dá a

porcentagem de ar usado no resfriamento do rack.

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3. DATA CENTER DO BANCO DO BRASIL

3.1. APRESENTAÇÃO

O objeto de estudo é o Data Center do Banco do Brasil, localizado em Brasília, Distrito

Federal. Tido como ponto inicial de análise, o Complexo Central de Tecnologia do Banco do

Brasil (CCT) encontra-se localizado na STN 716, este possui 50.000 m2 de área construída e é

dotado de quatro instalações: ICI-I, ICI-II, Edifício Sede IV e Cooperativa. A tabela abaixo

apresenta a distribuição de área por cada prédio da instalação.

Tabela 3: Discriminação das instalações do CCT-DF.

Prédio Área Construída (m²) Função

Cooperativa 4400 Escritórios

Edifício Sede IV 25000 Escritórios e Data Center

ICI – I 5600 Data Center

ICI – II 13150 Data Center

Total 48150

(Banco do Brasil S.A., 2013).

Os prédios ICI-I e ICI-II, cuja sigla refere-se a Instalações Centrais de Informática, são os

principais Data Centers do Banco, onde são processados e armazenados em tempo real todos os

dados de transações bancárias e corporativas de todo o banco no Brasil e agências do exterior.

Nestes também são processadas as operações interbancárias e serviços do Sistema Financeiro

Nacional executado pelo Banco do Brasil.

Face ao requisito da plena disponibilidade dos serviços de TI, as instalações do CCT

possuem um regime de operação contínuo e ininterrupto, funcionando 24 horas por dia nos 7

dias da semana e durante 365 dias por ano. Para cumprir a missão crítica de operar e sustentar a

disponibilidade dos equipamentos e sistemas de TI, o Complexo é dotado de instalações

elétricas, eletrônicas e mecânicas de grande porte, de natureza diversificada e de alta

complexidade tecnológica, dedicadas a aplicação crítica de processamento de dados. Dentre os

principais objetivos da infraestrutura existente no CCT, destaca-se a de assegurar a

disponibilidade e a segurança física dos Data Centers, de forma a minimizar os riscos

financeiros, legais, de imagem, perda de informações , dentre outros, decorrentes de eventuais

falhas de prestação dos serviços de TI.

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Para atender as exigências de infraestrutura física, o CCT possui em sua configuração de

estruturas que garantam segurança as salas de processamento de dados. Os dois Data Centers

presentes são ambos independentes, com sua própria carga térmica, configuração e estrutura

física. O ICI-I é o mais antigo dentre os dois. O ambiente estudado foi o ICI-II, o qual é mais

recente, começou a operar no fim de 2011, hoje é o principal CPD e sua ocupação pelos

equipamentos de TI só tende a crescer.

O CCT atualmente busca reconhecimento de suas instalações a fim de obter, segundo

padrões internacionais, títulos de operacionalidade. Hoje, em muitos requisitos o CCT é

enquadrado nas classes de Data Center de grande porte, consequentemente de grande

importância. No que tange a capacidade de processamento de dados, estrutura física, sistema de

redundância, carga térmica o Data Center do Banco do Brasil é enquadrado como de Tier3 e

também como Classe A1. Contudo em aspectos como a automação o Data Center do banco

ainda não possui as exigências necessárias para possuir alguns certificados.

Devido a necessidade de melhorias nas instalações a fim de melhorar a eficiência energética

do Data Center do banco, posturas como o enclausuramento de corredor estão sendo adotadas,

visto que reduzir os custos com o sistema de periféricos ao Data Center se tornou prioridade das

equipes de gerenciamento.

3.2. DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES (DADOS TÉCNICOS)

Devido a necessidade de operação constante, os Data Centers exigem uma confiabilidade

cada vez maior e um número bem menor de paradas para manutenção. Contudo é sabido que

nenhum componente possui vida infinita, ou seja, os hardwares são passíveis de falhas. É

necessário neste caso uma manutenção capaz de prever essas falhas utilizando sistemas de

redundância que assegurem o funcionamento do Data Center. Atualmente este vem sendo o

procedimento mais adotado pelos Data Centers. A redundância é o procedimento no qual todas

as instalações são duplicadas, triplicadas, quadruplicada, ou mais para garantir a disponibilidade

de processos e equipamentos críticos. Como a redundância representa a criação de sistemas

duplicados ou múltiplos, sua implementação acarreta um número maior de ativos. Acarreta

também custo maior de estruturação e, principalmente, exige maior planejamento de

manutenção (Brito, 2012).

O Data Center ponto de partida para a avaliação de eficiência energética é o ICI – II. Este

composto por três prédios divididos em Produção, Gerenciamento e Infraestrutura.

Respectivamente estas estruturas são:

Produção: salas denominadas Telemáticas, ambientes de processamento de dados, ou

seja, ambientes onde estão alocados os racks;

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Infraestrutura: locações chamadas Infras, nas quais estão alocados os equipamentos

responsáveis pelo funcionamento das telemáticas providenciando os insumos básicos

como refrigeração, alimentação elétrica, etc;

Gerenciamento: salas de escritórios que abriga os equipamentos e equipe de

monitoramento e gerenciamento do Data Center.

Os dois ambientes competentes a análise neste projeto são as salas produção (Telemáticas) e

infraestrutura (Infras). Dentro das infras a parcela mais importante está ligada à produção de

frio, visto que é neste ponto que há a busca pelo menor o consumo de energia elétrica a fim de

aumentar a eficiência energética proposta pelo PUE.

O sistema de refrigeração é indireta, composto por duas Centrais de Água Gelada (CAG‟s),

que atuando individualmente ou em conjunto são capazes de suprir as necessidades de

refrigeração de todo o conjunto de prédios. As CAG‟s são semelhantes e para atender a

demanda de produção de frio possuem individualmente 3 Unidades Resfriadoras de Liquido

(URL‟s) de condensação a água, sendo 2 com capacidade de refrigeração nominal de 700TR e

uma com capacidade de refrigeração nominal de 300TR.

Os ambientes de estudo serão a Telemática 3para a simulação foco deste trabalho, sala na

qual já existe um corredor frio enclausurado e a Telemática 4 para a simulação para a validação

do modelo.

Cada Telemática pode ser descrita como uma grande sala repleta de equipamentos de TI

com dois corredores laterais, denominados corredores técnicos. São nestes corredores que estão

alocados os fancoils, responsáveis pelo insuflamento do ar refrigerado sob o piso elevado. O

Figura 15: Representação esquemática da divisão do ICI-II.

Infra I

Telemática 4

Telemática 3

ICI - II

Infra I

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sistema conta também com quatro condicionadores de ar para renovação de ar, localizados nos

vértices da sala, o qual também é responsável pela higienização, filtragem, umidificação ou

desumidificação.

O insuflamento de ar para o ambiente de produção é feito através da sopragem de ar sob o

piso do corredor técnico na região formada entre a laje e o piso elevado. O retorno dá-se por

dumpers na parte superior dos painéis que dividem a área de Produção dos corredores técnicos

na estrutura de alvenaria, estes dumpers caracterizam-se por também possuírem a função de

registros corta-fogo. Tais registros também estão presentes na admissão externa e exaustão do ar

interior ao ambiente visto que em situações de incêndio estes se fecham para impedir a entrada

do oxigênio no ambiente.

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4. ENCLAUSURAMENTO DE CORREDORES

Data Centers são instalações que operam sob uma missão crítica por terem se tornado o

centro nervoso das operações das grandes corporações. Com o aumento da demanda por

capacidade de processamento, as cargas térmicas também cresceram, transformando o

gerenciamento térmico de um Data Center um desafio. Os problemas térmicos de ambientes de

baixa densidade, antes ignorados, com os Data Centers de maior porte não são mais descartados,

podemos citar:

Recirculação do ar quente – o ar proveniente da exaustão dos racks retorna para o

interior do equipamento;

Vazamentos – a má vedação de pontos específicos como o piso elevado levam à

passagem de ar frio/quente fora de seus respectivos corredores;

Mistura do ar frio e quente – essa mistura gera perda da eficiência de energia de

refrigeração;

Obstrução da passagem de ar – a obstrução aumenta a resistência térmica no interior do

rack.

Os operadores de Data Center usualmente devem estar capacitados a lidar com problemas

típicos destas instalações. Estes são geralmente:

Suprimento de ar para a refrigeração do ambiente insuficiente;

Suprimento de ar para a refrigeração excessivo aumentando a velocidade de circulação

do ar, conseqüentemente o bypass de ar frio com o quente;

Utilização do sistema de refrigeração de maneira inadequada sem um ajuste fino dos

parâmetros de refrigeração do sistema CRAC ou CRAH;

Super utilização do sistema de refrigeração a fim de anular os pontos de calor (hot

spots).

Todos as questões e problemas citados acarretam em sub ou super utilização do sistema de

refrigeração e a uma baixa eficiência energética. Não se trata somente de reduzir o montante de

energia gasta, também é importante a avaliação holística de opções de equipamentos e escolhas

de design eficazes (Saurabh K. Shrivastava, 2012). A eficiência de um data Center, como dito,

está relacionada à diminuição dos custos com todos componentes periféricos ao processamento

de dados, do tipo: refrigeração, infraestrutura, iluminação, etc. Este trabalho possui como foco a

análise do aumento da eficiência de refrigeração de Data Centers utilizando enclausuramento de

corredor.

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Um dos objetivos em melhorar a utilização de dispositivos que maximizem a eficiência do

sistema de refrigeração é a eliminação dos pontos de calor (hot spots), os quais se tornam um

risco em ambientes de alta densidade de calor.

A contenção de corredores é uma boa estratégia a fim de otimizar a economia energética

(Prime Enegy IT, 2011). Grande parte dos Data Centers mais modernos e de grande porte

utilizam esse sistema de otimização energética (R. Zhou, 2011). O enclausuramento pode

economizar 20% dos custos operacionais de refrigerador (chiller). Além disso, um estudo de

2007 do Lawrence Berkeley National Laboratory descobriu que a eletricidade usada para

movimentar o suprimento de ar frio poderia ser reduzida em 75% implementando a contenção

de corredor frio (McGucking, Paul, 2008). De maneira simples, a contenção de corredor

promove a separação física entre o ar frio insuflado e o ar quente de retorno. O sistema de

contenção de corredor em Data Centers ao prevenir a mistura do ar frio com o quente aperfeiçoa

a distribuição e o fluxo de ar no ambiente. Esta separação garante um suprimento exclusivo de

ar frio para a refrigeração dos equipamentos de TI. Com a alimentação de ar mais uniforme nos

gabinetes as temperaturas na entrada dos racks não precisam ser tão baixas, diminuindo a

sobrecarga no sistema de refrigeração.

Existem dois tipos básicos de contenção de corredor: contenção de corredor frio e contenção

de corredor quente. Ambos os sistemas apresentam vantagens em comparação com o sistema

convencional de corredores frios e quentes (Focused Cooling Using Cold Aisle Containment,

2009). O enclausuramento pode funcionar sob ou sobre o piso elevado como também sobre o

forro da sala de processamento. Essa geometria de separação é uma decisão da gerencia do Data

Center e pode variar de acordo coma a estrutura já instalada, diferentes configurações de racks,

projeto arquitetônico do Data Center, design das salas de TI, dentre outros. As maneiras mais

comuns de contenção são: Confinamento de Corredor Frio (CAC), Confinamento de Corredor

Quente (HAC), e Chaminés ou Sistema de Dutos de Exaustão (VED). Os dois últimos são

maneiras de contenção do ar quente, possuem diferentes geometrias, contudo oferecem as

mesmas vantagens.

4.1. CONFINAMENTO DE CORREDOR FRIO (CAC)

Os corredores frios enclausurados promovem a separação física do ar frio insuflado do ar

quente de exaustão através do confinamento do corredor frio. Um sistema CAC facilita o

fornecimento de ar gelado para equipamentos com entradas de ar a uma temperatura uniforme.

Ele oferece uma abordagem focalizada arrefecimento onde as temperaturas do ar de admissão

dos equipamentos encontram-se perto da temperatura do ar insuflado pelo piso elevado. No

entanto, isso resulta em um ambiente externo ao corredor frio de alta temperatura fazendo com

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que o operador que trabalhe no Data Center esteja exposto a essa condição climática (Fink,

2011).

4.2. CONFINAMENTO DE CORREDOR QUENTE (HAC)

Neste caso, o corredor quente é separado fisicamente dos demais ambientes de produção. O

objetivo do HAC é capturar o ar quente de exaustão eliminá-lo ou devolvê-lo às unidades

refrigeradoras. O restante do ambiente torna-se uma sala refrigerada, trazendo conforto aos

operadores do Data Center (Saurabh K. Shrivastava, 2012).

Figura 16: Representação de um corredor enclausurado frio (à esquerda) e um quente (à direita) (Future-Tech, 2013).

4.3. CHAMINÉS (VED)

O principal objetivo do VED é conter o ar de exaustão dos gabinetes e evitar a mistura de ar

quente e frio dentro dos ambientes de produção. A captura do ar, neste sistema, é feita através

da coleta do ar por sistemas semelhante às chaminés localizadas na parte externa de cada rack.

Esse sistema necessita de uma montagem especial, mais rígida, na porta traseira dos racks

conectando a região de exaustão com o forro do teto a fim de direcionar o ar quente as unidades

refrigeradoras ou ao ambiente externo ao Data Center. As vantagens desse sistema é a livre

passagem dos operadores pelos corredores dos ambientes de produção, contudo é o de maior

custo em detrimento das estruturas de chaminés e forro a serem construídas para o

funcionamento adequado dessa montagem. Outro problema para a utilização do VED é a

diferença construtivas dos gabinetes. Muitas marcas devido ao aumento de capacidade de

produção dos processadores projetaram racks que não são passiveis da instalação do VED

(Saurabh K. Shrivastava, 2012).

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As Figura 17 e Figura 18 mostram a montagem de um VED nas estruturas dos racks

localizadas na exaustão do ar quente. Há também a possibilidade da montagem desse sistema de

confinamento de ar para o ar frio. Neste sob o piso elevado são montados dutos para direcionar

o ar frio diretamente para as grelhas de insuflamento. Para esse sistema é necessária a

construção de uma estrutura complexa e precisa de dutos sob o piso elevado, outro ponto

negativo é a impossibilidade de mudanças de leiaute, já que os dutos não podem ser

reposicionados facilmente.

Figura 17: Vista da aplicação de um sistema VED (Simeon, 2013).

Figura 18: Detalhe da instalação de um sistema

exaustor em um rack (Simeon, 2013).

Como vantagens para o corredor frio pode-se citar: menor área a ser refrigerada; há controle

do fluxo de ar na passagem pelos racks; há uma diferença de pressão positiva entre o ar quente

(saída dos racks) e frio (entrada dos racks). Já para o corredor quente têm-se como benefícios

um ambiente externo aos racks mais confortável, caso haja necessidade de operadores no

ambiente e uma inércia térmica favorável para o caso de falha do sistema de refrigeração.

Nas Figura 16, Figura 17 e Figura 18 observam-se as diferentes configurações de

enclausuramento. Ambas necessitam de estruturas planejadas e planejamentos prévios, visto que

o custo de implementação de estruturas como estas não é baixo em grandes Data Centers, os

quais podem possuir muitas dezenas de corredores com comprimentos, também, bem extensos.

A proposta deste trabalho é avaliar a melhora de eficiência energética utilizando a contenção

de corredores. Para o caso analisado, o qual será descrito em breve, será estudado somente a

implementação de corredores de confinamentos frios. Esta é uma proposta já em utilização no

Data Center foco do estudo, contudo não existem estudos economicos detalhados, nem dados

quantitativos a respeito da implementação do CAC.

A contenção de corredor frio pode ser utilizada com ou sem a refrigeração tradicional,

aquela sobre o piso elevado. Uma das vantagens desta configuração é a facilidade de adaptação

à Data Centers com o piso elevado em conjunto com sistemas de refrigeração de densidade

elevada, a fim de produzir soluções de refrigeração altamente eficientes. Ao integrar a

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contenção de corredor frio com o refinamento dos sistemas de refrigeração, desempenho e

eficiência energética são atingidos (Emerson Network Power, 2009).

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5. CFD (DINÂMICA DE FLUIDOS COMPUTACIONAL)

O uso de simulações computacionais atualmente tem se tornado uma prática comum no

gerenciamento em Data Centers. Com o auxílio dessa ferramenta computacional é possível

estimar temperaturas, fluxo de ar e campos de pressão no interior de uma sala de produção.

Também é possível observar pontos de concentração de calor devido ao layout dos

equipamentos e otimizar o posicionamento dos equipamentos a fim de obter uma maior

eficiência do processo de resfriamento dos racks. Posicionamento das unidades de resfriamento,

efeitos das obstruções do fluxo de ar, posicionamento dos racks, distribuição dos corredores

quentes e frios, possíveis estratégias de contenção, todos são aspectos que podem ser

observados e simulados em um CFD.

Entretanto, apesar das vantagens do uso do CFD, muitos Data Centers não são capazes de

utilizar o CFD de maneira eficiente na operação de seus sistemas, visto que manter atualizado o

inventário de todos os equipamentos de refrigeração e suas interligações gera um grande esforço

para a equipe de gerenciamento. Reunir os dados necessários para a utilização do CFD pode se

tornar uma boa empreitada, e as empresas que não possuem um sistema de gestão de recursos de

infraestrutura abrangente, muitas vezes lutam para reunir a quantidade de detalhes necessários

para a ferramenta de CFD fornecer uma análise completa (Aperture Technologies, Inc., 2009).

A análise de um escoamento está relacionada ao transporte das propriedades

termodinâmicas podendo haver transferência de calor durante o período de análise do

escoamento. A utilização do CFD vem crescendo devido a sua praticidade e baixo custo quando

comparado à métodos mais clássicos como a construção de maquetes que tentam reproduzir os

ambientes estudados em escala reduzida.

A simulação utilizando o CFD representa todos os aspectos do layout, piso e os

equipamentos, e cria representações tridimensionais com base em dispositivos reais ou

projetadas, que consideram os complexos processos que controlam a distribuição do fluxo de ar.

Essa informação permite que a equipe de gerenciamento avalie as várias opções de design no

menor tempo possível e rapidamente explore os possíveis cenários em busca da alocação ideal

dos diversos equipamentos que compõem o Data Center equipamentos.

Em diversos casos, demonstrou-se que o fluxo de ar com base na modelagem em CFD pode

ser eficazmente utilizado para identificar e solucionar problemas de refrigeração em Data

Centers. Usando modelagem para o fluxo de ar o desempenho energético de refrigeração nos

centros de processamento de dados existentes pode ser melhorado e, além disso, novos centros

podem ser projetados para proporcionar uma melhor eficiência de refrigeração e menor

consumo de energia. Em instalações já construídas, a equipe de gerenciamento de TI também

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terá uma linha de base operacional mais detalhada e poderá realizar novas atualizações em

detrimento de como o ambiente muda (Aperture Technologies, Inc., 2009).

A modelagem utilizando CFD em novos Data Centers tem um impacto positivo sobre o

custo total e nos resultados, visto que, os engenheiros estão trabalhando em um ambiente

inteiramente novo. Em um CPD operacional, onde os obstáculos são muitos, modelagem CFD

pode ser mais desafiadora. Mesmo que haja um ambiente desafiador para em novas instalações,

em geral os Data Centers se beneficiam com a modelagem com CFD já que a equipe

responsável pelo gerenciamento de TI pode reconfigurar o ambiente existente para melhorar os

níveis de eficiência atuais.

A origem do estudo do comportamento do fluido é antiga e esteve presente por séculos nos

estudos de engenharia. Tais estudos se concentraram na análise do „comportamento‟ do fluido,

contudo isso só era possível através da observação e empirismo.

A Teoria do Contínuo fundamenta a conceituação teórica que justifica a maior parte das

análises em CFD. O fluido, um meio contínuo, é discretizado com base no modelo das

partículas fluidas. Esta abstração conceitua um elemento representativo de volume, REV. Neste

elemento de volume, de micro ou nano dimensões, uma propriedade ou quantidade física

mantém um valor médio, sob as mesmas condições, passível de reprodução em laboratório, sob

as mesmas solicitações externas ao fluido. Assim uma partícula representativa de um volume de

fluido, o REV, é o menor volume em que as propriedades do fluido se mantêm (Harlow, 2004).

As descrições matemáticas do comportamento dos fluidos só foram ganhar maior

importância no século XIX com as equações de Navier-Stokes, Eq. ( 5 ), desenvolvidas a partir

precursores de Claude Navier (1822), Simeon Poisson (1839) e George Stokes (1845). Nesse

trabalho relacionavam as propriedades do fluido e do escoamento sendo muito avançado para a

época (Strobel, 2011).

𝐷𝑈

𝐷𝑡= −∇𝑝 + ∇ ∙ 𝜏 − 𝑔 ∙ 𝑘 ( 5 )

As equações de Navier-Stokes modelam qualquer escoamento viscoso, e matematicamente

elas constituem um sistema de equações diferenciais parciais não lineares, nas variáveis iv, 𝑝 e

T como variáveis dependentes. Os termos de mais alta ordem nestas equações, que aparecem

devido aos efeitos viscosos são lineares e de segunda ordem, enquanto os termos convectivos

são não lineares e de primeira ordem. Por estas razões estas equações são também chamadas

quase lineares (Launder & Spalding, 1974).

Qualquer conjunto de equações diferenciais parciais de segunda ordem pode ser classificado

como elíptico, parabólico ou hiperbólico, sendo que as equações de Navier-Stokes exibem todos

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os três tipos de comportamento. Até hoje não se conhece soluções analíticas para um

escoamento viscoso e arbitrário, assim costuma-se adotar o tratamento numérico que se mostra

muito promissor. O termo “dinâmica dos fluidos computacional” é usado para resolver

escoamentos governados por estas equações via métodos numéricos e em um computador

(Ferreira, Mello, Oliveira, & Fortuna, 1999). Com a evolução da capacidade de processamento

de dados a simulação numérica da mecânica dos fluidos tornou-se uma prática amplamente

usada em validações e implementação de modelos propostos. Tal prática é tem se tornado

primordial em novos projetos de engenharia a fim de prever os fenômenos físicos relacionados

ao escoamento fluido.

5.1. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS

A mecânica dos fluidos quando utilizada em simulações numéricas utiliza-se de três

equações fundamentais: equação da continuidade, quantidade de movimento e da energia. Tais

equações baseiam-se em três princípios físicos, respectivamente:

Conservação massa;

Conservação da quantidade de movimento (nomeada como 2ª Lei de Newton);

Conservação da energia (conhecida como 1ª Lei da Termodinâmica).

Respectivamente:

𝐷𝜌

𝐷𝑡+ 𝜌

𝜕𝑢𝑖

𝜕𝑥𝑖= 0

𝜕

𝜕𝑡(𝜌𝑢𝑖) +

𝜕

𝜕𝑥𝑖(𝜌𝑢𝑖𝑢𝑗 ) = −

𝜕𝑝

𝜕𝑥𝑖+

𝜕𝜏𝑖𝑗

𝜕𝑥𝑗

𝜕

𝜕𝑡 𝜌𝑒𝑡 +

𝜕

𝜕𝑥𝑖

𝜌𝑢𝑖𝑒𝑡 = −𝜕

𝜕𝑥𝑖

𝑝𝑢𝑖 +𝜕

𝜕𝑥𝑗 𝜏𝑖𝑗 𝑢𝑖 +

𝜕𝑞𝑖

𝜕𝑥𝑖

( 6 )

5.1.1. FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Podemos caracterizar uma função como uma “equação de transporte” utilizando uma função

característica ψ. Sempre que esta grandeza ψ é transportada pelo campo de velocidades de um

escoamento, esta grandeza satisfará a uma equação, dita de transporte, que tem o seguinte

aspecto geral (Bird, Stewart, & Lightfoot, 1960).

𝐷𝜓

𝐷𝑡= 𝐷𝑖𝑓𝜓 + (𝐹 − 𝑃)𝜓 ( 7 )

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𝐷𝜓

𝐷𝑡: representará a taxa de variação temporal do valor da grandeza no interior de um

volume elementar de fluido;

𝐷𝑖𝑓𝜓 : representará um fluxo da grandeza através das paredes do volume elementar, de

origem daquela do transporte pelo campo de velocidades (denominado de “transporte

difusivo”);

(𝐹 − 𝑃)𝜓 : representa o ganho global de ψ devido à criação (F) ou destruição (P) da

propriedade no interior do volume elementar de fluido. (F designa „fonte‟ e P designa

„poço‟).

Da própria definição de derivada material podemos reescrever a Eq. ( 7 ).

𝜕𝜓

𝜕𝑡+ 𝑢𝑖

𝜕𝜓

𝜕𝑥𝑖= 𝐷𝑖𝑓𝜓 + (𝐹 − 𝑃)𝜓 ( 8 )

Escrita desta forma, a equação pode ser interpretada como representando um balanço da

grandeza ψ sobre um volume de controle no interior do escoamento. A variação temporal da

propriedade, aqui, representa a taxa de acumulação (por unidade de volume) no interior do

volume de controle e 𝑢𝑖 𝜕𝜓

𝜕𝑥𝑖 expressa o transporte associado à existência de um campo de

velocidades, sendo esta última parcela a responsável pelo transporte advectivo. O termo

(𝐹 − 𝑃)𝜓 irá dizer o efeito global das fontes e poços de 𝜓 sobre o valor da grandeza no interior

do volume de controle. Finalmente, a parcela 𝐷𝑖𝑓𝜓 expressará o transporte global através das

superfícies que circundam o volume de controle por ação diversa da convecção (Bird, Stewart,

& Lightfoot, 1960).

5.2. MODELOS NUMÉRICOS

O modelo turbulento utilizado pelo CFX é o SST (Shear Stress Transport), este modelo foi

criado por Menter (1994), é um modelo do tipo RANS (Reynolds Avereged Navier-Stokes)e

utiliza duas formulações de outros dois modelos k – ε e o k –ω. Tais formulações são bem

simples quando comparadas a outras. Na região externa ao escoamento utiliza-se a formulação

do robusto modelo k – ε, e onde esse modelo se mostra pouco eficiente, na região próxima a

parede (interna à camada limite), utiliza-se as equações de transporte do modelo k – ω

(Martins, 2007).

O parâmetro fundamental que modula as diferentes formulações para k – ε e k – ω é

denominado y+, forma adimensional da coordenada perpendicular à direção do escoamento.

Esta variável é usada para verificar a distância do primeiro nó até a parede.

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𝑦+ =𝑦𝑣𝜏𝜌

µ ( 9 )

Onde 𝑦 é a distância à parede e 𝑣𝜏 é a velocidade de atrito dada por:

𝑣𝜏 = 𝜏0

𝜌 ( 10 )

Sabendo que 𝜏0 é a tensão na parede.

Para uma malha cujo refinamento não seja tão fino a ponto de discertizar todos os

fenômenos que ocorrem no interior da camada limite, a formulação k – ε é a mais adequada Os

valores idéias para 𝑦+ no modelo k – ε variam de 30 a 300 (Versteeg & Malalasekera, 2007).

Para a o modelo de convecção, utilizado devido ao transporte de massa, foram utilizados os

modelos standard presente do CFX. Primeiro, o modelo de Boussinesq o qual define que a

variação na massa específica do fluido é dada pelo gradiente de temperatura. Este modelo

confere uma convergência mais rápida da modelagem, visto que coloca a densidade do fluido

em função somente da temperatura. A aproximação de Boussinesq é descrita como:

𝜌 = 𝜌0 1 − 𝛽𝛥𝑇 ( 11 )

Onde 𝛽 é o coeficiente de expansão térmica. O modelo de Boussinesq não deve ser utilizado

em domínios onde o gradiente de temperatura é elevado, entretanto para as simulações

propostas possuem um gradiente de temperatura suficientemente baixo, a fim de que a

modelagem confira um resultado seguro.

5.3. CONDIÇÕES DE CONTORNO

Em um estudo cuja transferência de calor é um dos pontos de análise as trocas de calor em

detrimento do escoamento devem ser contabilizadas. Devido ao caráter não linear do

escoamento as condições de contorno iniciais tomadas são as de que a temperatura do fluido é

igual a da superfície em contato. Outra se baseia no conceito de camada limite, a qual é que a

camada de fluido nas imediações de uma superfície delimitadora, fazendo-se sentir os efeitos

difusivos e a dissipação da energia mecânica. Por este conceito temos que a velocidade do

escoamento é nula nas superfícies em contato.

As condições primordiais para a simulação foram:

Escoamento tridimensional;

Incompressível;

Permanente;

Turbulento;

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Sem dissipações viscosas;

As forças de compressão não realizam trabalho;

Paredes adiabáticas.

Para a geração de calor, cada rack foi considerado uma unidade fluida geradora de calor, tal

dado foi especificado de acordo com o objetivo de cada simulação. As vazões mássicas também

foram elementos inicias necessários à inicialização da simulação, tais vazões também variaram

de acordo com o objetivo da simulação.

5.4. MODELO COMPUTACIONAL CFX

Para as simulações o software utilizado foi o CFX 14.0, desenvolvido pela AEA

Technology – Engeneering Software e faz parte de um pacote de ferramentas computacionais o

ANSYS Workbench. O CFX tem sido uma das ferramentas mais utilizadas em ambientes

acadêmicos e profissionais para o estudo da mecânica dos fluidos em casos que exigem

ferramentas numéricas para sua solução. Tais casos, em geral, possuem termos não lineares que

tornam a solução inviável manualmente. Para a solução de casos tão complexos o software faz

uso das equações de Navier-Stokes utilizando as condições de contorno inseridas em sua

interface.

Uma de suas facilidades é a capacidade de importar arquivos do tipo CAD para sua

plataforma, desta maneira estruturas mais complexas podem ser desenhadas em plataformas

destinadas a função de desenho e posteriormente serem interpretadas em uma simulação.

𝑞

Figura 19: Representação de como o volume fluido produz calor no interior

do rack (configuração inicial para a simulação).

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5.4.1. ETAPAS DO CFD

A simulação é dividida em quatro etapas: geração de malha; pré-processador; processador;

pós-processador.

Os algoritmos numéricos são a base de cálculo para a simulação computacional. Por isso há

uma sofisticada interface gráfica para a inserção de parâmetros que definem as condições de

contorno, os dados iniciais e os dados desejados ao final da simulação.

O CFX emprega o método dos volumes finitos em conjunto com malhas estruturadas

(podendo-se ter malhas não-estruturadas), porém com flexibilidade de adaptação de geometrias

complexas por meio de coordenadas generalizadas e a possibilidade de resolução com a

metodologia de multibloco. Além de resolver numericamente as equações de Navier-Stokes em

três dimensões, o software possui uma enorme quantidade de modelos para diferentes

aplicações que vão desde modelos para o escoamento turbulento até modelos para escoamentos

em meios porosos, combustão e escoamentos multifásicos, entre outros (Kostetzer, 2007).

5.4.2. GERAÇÃO DA MALHA

Este é primeiro passo no processo de simulação e é com ele que é estipulada a qualidade dos

dados a serem gerados, bem como o tempo necessário para se obtê-los. A malha é uma

representação discreta de um domínio geométrico em um conjunto de subconjuntos formados

por formas geométricas em duas dimensões e por pequenos prismas no caso 3D.

Os prismas que podem ser utilizados são os demonstrados na Figura 20. Os elementos

tetraédricos são mais versáteis que os hexaédricos na representação de geometrias mais

complexas, já que este tipo de estrutura pode gerar problemas na região da camada limite, onde

o refinamento na parede é importante, principalmente em escoamentos turbulentos. Porém

hexaedros necessitam de um refinamento maior visto que não há variação entres os ângulos dos

elementos, os quais permanecem retos, o que minimiza sua utilização em superfícies curvas.

Figura 20: Diferentes estruturas para geração das malhas. (a) Hexaédrica, (b) Tetraédrica, (c) Pentaédrica, (d)

Piramidal.

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As malhas podem ser escolhidas de duas maneiras: estruturadas e não-estruturadas. As

malhas estruturadas basicamente em malhas curvilíneas generalizadas de fácil construção,

porque se adaptam segundo as direções preferenciais das fronteiras, em malhas ortogonais que

garantem a normalidade entre as famílias de curvas em todos os pontos (Correâ, 2012).

As malhas não-estruturadas têm a característica de se adaptarem aos limites do domínio,

permitindo uma construção quase perfeita do mesmo. É necessário especificar um número de

nós nos contornos e um algoritmo de cálculo (Correâ, 2012).

Ainda é possível a utilização de malhas hibridas as quais também são usadas em domínios

com geometria arbitrária, mas o processo de geração de malhas é mais complicado que o

processo que usa malhas não-estruturadas (Sousa, 2007).

Estruturas Não-estruturada Híbrida

Figura 21: Diferentes tipos de malhas (Batista, 2005).

5.4.3. CONDIÇÕES DE CONTORNO

Estão são as características conhecidas do escoamento tais como pressão, velocidades

temperatura. Desta maneira os dados conhecidos devem ser introduzidos no software a fim de

regular as condições de cada volume de controle, esta etapa é de fundamental importância já que

a convergência dos resultados dependem de como as condições iniciais da simulação foram

impostas.

Para um escoamento de um fluido transportando calor foram atribuídas as seguintes

condições:

Entrada (inlet): fluido escoa somente para fora do domínio;

Saída (outlet): fluido escoa somente, para fora do domínio;

Aberto (opening): fluido pode escoar tanto para fora quanto para dentro do domínio,

simultaneamente;

Parede (wall): controle impenetrável do escoamento;

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Parede (wall): contorno impenetrável por fluido e não deslizamento.

É aqui que também foi definido regime do escoamento tal como fluxo de massa e

temperatura do fluido. Nas condições abertas o fluxo de entrada e/ou saída é livre. Nas paredes

são definidas as características de superfície: lisa ou rugosa.

5.4.4. PRÉ-PROCESSADOR

Para desenvolver qualquer projeto em CFD é necessário identificar o domínio do problema,

ou seja, a região onde se deseja definir as variáveis de interesse (pressão, velocidade,

temperatura, vazão, etc) e analisar o escoamento. A geometria e a malha do domínio são geradas

em um programa tipo CAD as quais são importadas para o pré-processador. Nesta etapa é que

serão determinadas as condições de contorno, indicando o fenômeno a ser simulado (físico ou

químico), o fluido de trabalhado e suas propriedades,características do escoamento

(rugosidades, temperaturas, pressões), características da simulação (transiente ou permanente,

subsônico ou supersônico, monofásico ou multifásico) e as condições de contorno do domínio

(Strobel, 2011).

É nesta etapa que é definido o refinamento da malha. Quanto mais fina, maior os detalhes e

a precisão dos resultados, contudo uma malha mais refinada exige uma capacidade

computacional maior, isto implica em maior tempo de processamento.

5.4.5. PROCESSADOR (CFX SOLVER)

Esta etapa utiliza o método de volumes finitos no processamento de dados da malha gerada

sob as condições estipuladas no pré-processador. O CFX Solver é o responsável pela solução

numérica das equações governantes do sistema e da convergência da solução. Também é

possível o monitoramento de outras variáveis definidas no pré-processador e a alteração de

alguns parâmetros antes estipulados, como por exemplo, o número de interações.

As equações geradas são de grande complexidade e são resolvidas de maneira iterativa

devido ao caráter não linear das equações. Portanto para cada iteração um erro residual é

reportado como a medida da diferença entre o resultado das equações algébricas e a solução

exata (Resende, 2009).

5.4.6. PÓS-PROCESSADOR

Os resultados obtidos na etapa de processamento são redirecionados ao pós-processador.

Neste momento é possível observar graficamente os resultados do escoamento, através de linhas

de corrente, termografias, campos de pressão, e outros em cada região do domínio estudado,

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facilitando o entendimento físico de cada fenômeno e possibilitando o controle de zonas

específicas que antes não poderiam ser discretizadas. É nesta etapa que são feitas as análises dos

resultados e a discussão do modelo adotado.

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6. RESULTADOS

6.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Este estudo visa através da utilização de softwares (EES, CFX e SolidWorks) avaliar o

ganho energético no sistema de refrigeração do Data Center do Banco do Brasil utilizando a

contenção de corredores frios. A avaliação será feita em um corredor localizado na Telemática 3

do ICI-II do Banco do Brasil. Neste corredor já há o confinamento dos corredores, contudo

nenhum estudo foi para comprovar a eficiência desta solução.

Por se tratar de fenômeno transiente parte importante da simulação para o corredor foco do

estudo é a validação da simulação, ou seja, a confirmação de que o modelo numérico utilizado

comporta-se como a fisicamente observada no mundo real sob as mesmas condições. Caso o

comportamento seja semelhante então o modelo é dito válido.

Para a validação utilizou-se outro grupo de racks, cujas variáveis podiam ser aferidas e

posteriormente comparadas com os resultados computacionais. Os dois grupos de racks foram

denominados:

Corredor IBM: conjunto no qual o objetivo é a validação da simulação numérica;

Corredor Emerson: conjunto foco do estudo, que já possui o confinamento.

Figura 22: Corredor genérico Emerson.

Tais corredores estão localizados no mesmo Data Center em duas sala diferentes, porém

estas são espelho uma da outra, possuindo a mesma configuração estrutural e os mesmos

equipamentos responsáveis pela refrigeração do ambiente. O Corredor IBM está localizado no

ICI-II na Telemática 4, enquanto o Corredor Emerson (como dito) localiza-se na telemática 3.

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Para as simulações numéricas algumas adaptações nas geometrias dos corredores foram

feitas a fim de facilitar a coleta de dados sem, contudo, prejudicar a compatibilidade do modelo

real. Primeiramente os corredores foram simulados de maneira isolada. No modelo não há

outros conjuntos de racks ou equipamentos de TI que pudessem interagir com o conjunto

estudado. Para o sistema de refrigeração foi adotado a mesma configuração para os dois

corredores. O conjunto de dampers localizados nas paredes que dão acesso aos corredores

técnicos foi substituído por uma abertura de mesma altura. Os dampers possuem dimensões de

60x60 centímetros, na altura correspondente a real foi utilizado um rasgo na parede com 60

centímetros de altura. Tal simplificação é possível já que temos as paredes como adiabáticas,

logo não há troca de calor com qualquer outra estrutura que esteja no caminho do escoamento.

Com relação aos possíveis e existentes vazamentos de ar da estrutura de um Data Center, foi

considerado que essa falha operacional não ocorre. Os vazamentos podem ser evitados mediante

projetos que tentem ajustar da maneira mais fina possível as junções no sistema de refrigeração

ou com a utilização de estruturas de vedação que evitam que os cortes no piso elevado,

necessários para a passagem dos cabos elétricos e lógicos, não fiquem abertos.

O sistema de refrigeração utilizado para a simulação do ambiente de validação (Corredor

IBM) foi representado de acordo com o presente no Data Center. Tanto a geometria quanto as

especificações técnicas forma mantidas. O insulamento é feito pela parte inferior do fancoil e o

retorno pela parte superior. Uma das condições de funcionamento reproduzida em todas as

simulações foi a incapacidade dos fancoils de modularem a vazão de ar insuflado. Para o

corredor de validação foi utilizada uma vazão constante medida localmente. Para o corredor

Emerson, devido à alta carga térmica, foi utilizada uma vazão de ar padrão sugerida pela

bibliografia. No segundo caso, mesmo com vazões consideradas muito altas foram encontrados

equipamentos presentes no mercado que são possuem as especificações técnicas dos fancoils

representados.

Um parâmetro importante do gerenciamento de um CPD é a umidade relativa do ar. Como

mencionado, este é definido dentro de padrões claros, contudo na utilização do modelo este

parâmetro não foi considerado. Durante as medidas feitas a umidade relativa do ar também pode

ser observada, esta se conservou sempre no intervalo entre 45 e 53%, a qual é considerada ideal

segundo as recomendações da ASHREA (vide Tabela 2). Portanto para todas as propostas

numéricas considerou-se a umidade relativa ideal.

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6.2. CORREDOR IBM (VALIDAÇÃO DA SIMULAÇÃO)

Para a validação do modelo os dados utilizados foram as temperaturas de entrada e saída dos

racks. Tais temperaturas foram aferidas utilizando aparelhos de medições para temperatura,

umidade relativa do ar, pressão estática e fluxo de ar.

O corredor utilizado nessa primeira avaliação apresenta uma configuração particular.

Diferentemente da configuração que pode ser vista em uma configuração padrão de HACA,

neste corredor não há o um conjunto de racks paralelos a fim de criar um corredor frio fechado.

A existência entre corredor frio (no qual o ar é insuflado) e corredor quente (no qual o ar é

exaurido) persiste, porém só há um lado do corredor com equipamentos para processamento.

O Corredor IBM é responsável pelo processamento dos investimentos de agências e

correntistas. Tais investimentos ocorrem em agencias e os gerentes destas são os responsáveis

por acioná-los. Logo, o máximo processamento dos dados ocorre em dias úteis em horário

comercial. Tal fato reforça a importância da validação dos dados sob uma ótica técnica. Por esse

motivo a coleta de dados foi efetuada de maneira rápida a fim de minimizar as incertezas do

processamento a qual está diretamente ligada com a geração de calor. Os dados foram coletados

no mínimo espaço de tem e em um dia e hora de intensa atividade financeira para que os

resultados apresentassem maior consistência e peso técnico.

Utilizando a planta da instalação e dados coletados manualmente foi feita uma reprodução

simplificada dos racks no SolidWorks. A simplificação da geometria foi feita para que não

houvesse interferência dos outros grupos de racks no sistema.

As dimensões do CAD podem ser vistas no Anexo III. Neste modelo não foram

representadas as interferências causadas pelos obstáculos sob o piso elevado. Esta consideração

foi feita devido à localização do corredor na sala de produção, por se encontrar parcialmente

isolado dos demais racks o cabeamento sob este grupo de racks é menor.

6.2.1. COLETA DE DADOS (PROCEDIMENTOS DE MEDIDAS)

As medições foram efetuadas no dia 13 de setembro de 2013 entre às 14h12min e 14h50min

horas. O objetivo das medições terem sido feitas em um único dia e em uma mesma tomada de

dados é o de minimizar o caráter transiente da operação de processamento de dados. Tal caráter

está relacionado à randomicidade do processamento de dados em determinados racks, os quais

podem estar ligados as redundâncias de processamento, as características de cada dado, e outros.

As medições de temperatura na entrada dos racks, vazão nas grelhas de insuflamento e

pressão estática foram feitas utilizando um balômetro Alnor modelo EBT 721, as temperaturas

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na saída dos racks e retorno nos fancoils foram tomadas utilizando o termo-higrômetro Minipa

modelo MTH-1380.

Figura 23: TermohigrômetroMinipaMTH-1380 (Minipa,

2012).

Figura 24: BalômetroAlnor EBT 721 (www.tsi.com,

2013).

A coleta das temperaturas na saída do rack foi feita em diferentes alturas. O

termohigrômetro foi posicionado em três níveis separados uniformemente. Este foi posicionado

exatamente na grelha de exaustão do gabinete. Os três pontos foram a 500mm, 1000mm e

1500mm da base do rack. Ao ser observada a estabilização da temperatura no visor do aparelho

(o tempo aproximado foi de 1 minuto) está era anotada.

A tomada dos dados na entrada do rack foi feita baseada nas dimensões do balômetro,o qual

devido a sua configuração estrutural faz a medição a um metro do piso elevado, também na

região próxima a entrada física do gabinete.

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O corredor foi dividido entre os dez racks que o constituem, como ilustrado na Figura26.

Figura26: Configuração dos racks e nomeação de acordo com a posição.

O rack A é a mais afastada da unidade resfriadora, logo o J é a mais próxima do fancoil.As

medições de temperatura de entrada e retorno e de vazão de ar foram feitas em quatro racks: A,

D, G e J.

Os dados coletados que servirão como parâmetros comparativos encontram-se na Tabela 4.

As células que apresentam três valores são aquelas nas quais foram feitas três medições com o

balômetro, visto que este aparelho coleta o dado de maneira instantânea. Nas temperaturas de

saída foram feitas as medições utilizando-se o termohigrômetro em três diferentes alturas, como

já elucidado. As temperaturas de retorno nos fancoils foram tomadas nas unidades mais

próximas ao grupo de racks estudado. Estas também foram tomadas com o termohigrômetro na

parte superior do equipamento de refrigeração, ou seja, no retorno do ar à máquina. A respeito

das pressões, com o balômetro, também, aferiu-se as pressões manométricas sob o piso elevado,

entretanto os valores obtidos foram da ordem de 101

Pa, ou seja da ordem de 10-4

da pressão

atmosférica, tais valores encontram-se fora do ponto de convergência do software. Por esse

motivo a pressão estática sob o piso não foi um fator de verificação para validação.

Ponto de coleta de dados

Parte Frontal

Parte Traseira

Pontos de coleta de dados

Parte Frontal

Parte Traseira

Figura 25: Pontos de coleta de dados (Esquerda insuflamento e Direita exaustão).

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Tabela 4: Coleta de dados.

A D G J

Temperatura de

Entrada [°C]

21,3/ 22,5/ 22,1 21,6/ 23/ 22,2 21,7/ 22/ 22 22/ 22,2/ 22,3

Temperaturas de

Saída [°C]

30,6 30,7 30,3 30,9

27,8 37,2 28,0 26,5

26,2 25,2 24,6 24,3

Temperatura de

Retorno no

Fancoil [°C]

24,46

Vazão [m³/h] 1476/ 1487/

1480

1443/ 1439/

1428

1437/ 1436/

1429

1343/ 1352/

1342

Pressão Estática

[Pa]

48 47 50 47

Este corredor foi escolhido para ser objeto da validação por se tratar de um corredor onde

houvesse a capacidade de determinar a carga térmica instantânea. Na parte posterior de cada

rack há uma régua elétrica PM 3000 Avocent, que possui um visor indicando a corrente elétrica

real instantânea.

Figura 27: Régua elétrica Avocent PM 3000 (Avocent, 2013).

Para que o modelo fosse representado de maneira mais realista todas as correntes

instantâneas foram coletadas, ou seja, neste caso foi possível obter dados para todos os racks (de

A a J) que constituem o corredor. Desta maneira temos a dissipação térmica exata em cada rack.

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Tal fato dá mais veracidade ao modelo computacional, pois se tenta minimizar os efeitos

transientes relacionados ao processamento de dados, o qual está em constante alteração.

Com os dados de temperatura foi possível encontrar os valores do RCI e RTI, tais

parâmetros foram necessários para a adoção de algumas premissas de análise. Utilizando das

definições e das Eq. ( 2 ), ( 3 ) e ( 4 ) foram encontrados os parâmetros de eficiência.

Tabela 5: Resultados para o RCIHI, RCILO e RTI experimentais.

RCIHI 100%

RCILO 100%

RTI 390,21%

Utilizando da premissa de que praticamente toda potência elétrica consumida pela máquina

de TI é transformada em calor, foram utilizados para a determinação da carga térmica dos racks

os valores dados pela equação ( 12 ).

𝑞 ≡ 𝑃𝑜𝑡𝑑𝑖𝑠 ≡ 𝑃𝑜𝑡ú𝑡𝑖𝑙 = 𝑖 ∙ 𝑈 ( 12 )

Sabendo que 𝑞 é a carga térmica, 𝑃𝑜𝑡𝑑𝑖𝑠 é a potência dissipada, 𝑃𝑜𝑡ú𝑡𝑖𝑙 é a potência útil, 𝑖 é

a corrente elétrica por rack e 𝑈 é a tensão elétrica em que estão conectados os racks.

A tensão nominal a que todos os racks estão submetidos no interior do Data Center é de 208

volts. Tal parâmetro é assegurado como constante devido ao sistema de UPS‟s que mantém a

tensão estável dentro de limites mínimos de variação. Os resultados para as cargas térmicas por

rack são:

Tabela 6: Carga térmica para o corredor IBM

A B C D E F G H I J

Amperagem

[A] 9 9 3 4 3 7 6 4 4 7

Carga

Térmica

[W]

1872 1872 624 830 624 1456 1248 830 830 1456

Carga

Térmica

Total [W]

11648

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Neste caso é possível observar que para o mesmo corredor as cargas térmicas de cada rack

podem ser bem dispares. Tal fato é consequência da randomicidade a qual os processadores

estão submetidos.

Outra condição de contorno é a vazão de ar insuflado no ambiente.Um das premissas

adotadas para a determinação do fluxo mássico de ar refrigerado consiste no fato de que todo o

ar insuflado no interior dos racks troca calor. Tal consideração pode ser utilizada, pois o RTI

calculado, o qual quantifica o quão bem refrigerado está sendo o rack, possuía um valor

excelente. Logo todo o calor produzido pelos racks é retirado pelo ar refrigerado.

𝑞 = 𝑚 𝑐𝑝∆𝑇 ( 13 )

Onde:

𝑞 : é a carga térmica [W];

𝑚 : é o fluxo mássico [kg/s];

𝑐𝑝 : é o calor específico a pressão constante [J/kg·K];

∆𝑇: é a diferença de temperatura entre a entrada e a saída [°C ou K].

Utilizando-se da Eq. ( 13 ) o valor encontrado para a refrigeração dos racks é: 𝑚 = 1,29

kg/s. Para esse cálculo simples foi utilizada uma rotina simples no EES. (vide Anexo I – Rotina

para a determinação do fluxo mássico.).

A Tabela 7 mostra a vazão total de ar insuflada pelas grelhas no piso elevado, a qual foi

obtida multiplicando as médias das vazões aferidas pela quantidade de grelhas no corredor e a

vazão estimada de refrigeração, a qual foi calculada acima. As medidas in loco quando

comparadas aos resultados teóricos mostraram que a proporção entre o ar utilizado para a

refrigeração dos racks e o ar insuflado total é de ¼. Tal informação nos diz que ¾ do ar

insuflado retorna a unidade resfriadora sem efetivamente retirar calor do ambiente.

Tabela 7:Vazão mássica para o corredor IBM

Vazão de Ar Total Insuflada 14850 m³/h

Vazão de ar Usada na Refrigeração 3805 m³/h

6.2.2. SIMULAÇÃO

Utilizando o CFX, foi importado o modelo tipo CAD e as etapas descritas para a simulação

do modelo de mecânica dos fluidos foram seguidas. Inicialmente foi gerada uma malha híbrida

com 877.782 nós e 2.992.921 elementos dos quais 360.000 são hexaédricos e configuram a

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malha dos racks o restante da malha é tetraédrica e monta o restante do ambiente. Em seguida

foram definidas as condições de contorno e as variáveis que fazem parte da simulação: vazão de

ar, cargas térmicas de cada rack, temperatura de insuflamento do ar, são elas:

Carga térmica total: 11.638 kW;

Temperatura de insuflamento do fancoil: 18 °C;

Vazão de ar insuflado: 5,32 kg/s.

Como descrito, a forma adotada para descrever o rack (fonte de calor) foi defini-lo como um

volume fluido, no qual todo o ar insuflado retira calor do seu interior.

Na fase de pós-processamento foi possível observar as termografias geradas e as linhas de

fluxo no sistema.

Figura 28: Termografias na saída dos racks (Corredor IBM).

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Figura 29: Simulação do campo de escoamento (Corredor IBM).

Inicialmente, obteve-se um y+ médio de 52,98, o que dá consistência a formulação adotada.

Os resultados obtidos na simulação foram satisfatórios e através da comparação dos resultados

com os dados reais foi possível autenticar a eficiente do método numérico. Utilizando dos dados

gerados pela simulação, presentes nos gráficos contidos no Anexo IV, logo, construiu-se uma

tabela com dados de temperatura com o objetivo de compará-la à apresentada no tópico de

coleta de dados. As temperaturas resultado da simulação são as imediatamente após a superfície

geradora de calor.A Tabela 8 compara as temperaturas da entrada dos racks no corredor IBM.

As temperaturas obtidas através da simulação foram colhidas em pontos semelhantes às

empíricas, a 1 metro de altura e no centro dos racks intitulados: A, D, G e J.

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Tabela 8: Comparação entre as temperaturas na entrada dos racks do Corredor IBM experimentais e numéricas.

Racks

Temperaturas médias

coletadas

experimentalmente [°C]

Temperaturas encontradas

na simulação do Corredor

IBM [°C]

A 21,7 23,3

D 22,2 22,8

G 21,9 22

J 22,17 22,6

Observa-se que a diferença entre as duas medidas é baixa e corresponde a no máximo 10%

da magnitude das temperaturas.

A Tabela 9 difere-se da anterior devido ao modo com que os dados reais foram coletados.

As três temperaturas na saída dos racks, tomadas em diferentes alturas, foram comparadas às

temperaturas obtidas na análise numérica em pontos próximos aos coletados in loco.

Tabela 9: Comparação entre as temperaturas na saída dos racks do Corredor IBM experimentais e numéricas.

Racks Temperaturas coletadas

experimentalmente [°C]

Temperaturas encontradas

na simulação do Corredor

IBM [°C]

A

30,6 30,8

27,8 28

26,2 26

D

30,7 29

29,2 25,5

25,2 22,3

G

30,3 32,2

28,0 27,6

24,6 24

J

30,9 31

26,5 25,3

24,3 23,6

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Da mesma maneira que a mostrada pela Tabela 8,observa-se que em ambos os cenários para

o mesmo rack, a uma mesma altura, a maior parte dos valores encontrados para as temperaturas

são compatíveis. Mesmo havendo um ponto impar, todos os outros dados também possuem uma

diferença menor que 10% em relação ao seu conjugado. Tendo em mãos os valores de

temperatura foi possível comparar os valores para o RCI e RTI. Por se tratarem de funções cuja

única variável é a temperatura a convergência desse parâmetro era previamente esperada.

Tabela 10: Comparação entre o RCI e o RTI para os dados experimentais e para a simulação numérica no Corredor

IBM.

Dados experimentais Dados resultantes da

simulação numérica

RCIHI 100% 100%

RCILO 98,6% 100%

RTI 390,21% 323,13%

A Tabela 10 aponta que, tanto para o caso real quanto para o ambiente numericamente

simulado, as condições de operação são as semelhantes. Em ambos os casos a refrigeração dos

racks é completa, porém há uma grande perda de ar por by-pass. Para o calculo do RCI e RTI

foram utilizados diferentes rotinas. A rotina utilizada para o calculo do RCI é mais complexa,

por isso foi utilizada uma rotina proposta pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos

desenvolvida pela equipe de eficiência energética e energias renováveis (EERE - Energy

Efficiency & Renewable Energy).

O RTI, por sua vez, pode ser determinado de uma maneira mais simples. Por se tratar entre a

relação da diferença de temperatura nos fancoils e a diferença de temperatura nos racks, foi

utilizada uma rotina que utilizando as temperaturas aferidas e as disponibilizadas pelo CFX,

disponíveis na Tabela 14.

6.3. CORREDOR EMERSON

Foco principal da verificação dos impactos do enclausurmento, o Corredor Emerson é um

dos exemplos de corredores de alta densidade dentro do Data Center. A proposta inicial do

corredor era conter somente blades para o processamento no interior dos racks. Blades são

servidores com uma capacidade de processamento, em geral maior que a de switches

convencionais em Data Centers.

Este corredor foi inicialmente projetado para possuir duas fileiras de racks com onze racks

em cada uma delas. A proposta sempre foi de que este fosse um dos corredores categorizados

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como de alta densidade (acima de 7 kW por rack). Por apresentarem maior capacidade de

processamento os blades também dissipam uma quantidade maior de calor. Inicialmente a

proposta do Corredor Emerson era abrigar em cada rack três blades com capacidade de

dissipação de calor de 7 kW, cada. No total isso levaria cada rack a ter 21 kW de carga térmica,

no final o corredor passaria a ter uma carga térmica nominal de 441 kW, aproximadamente 125

TR. Para uma carga térmica dessa magnitude seria necessário um sistema de refrigeração bem

robusto, tudo isso sem considerar que existem outros corredores com suas respectivas

dissipações térmicas. Por esse motivo um acordo realizado entre as equipes de engenharia e

responsável pelo desenvolvimento de TI do Banco do Brasil estipulou como máxima carga

térmica por rack o valor de 10 kW.Portanto, essa foi a primeira condição de contorno para esse

corredor.

Outro fato que contribuiu para uma nova representação do corredor é o fato de alguns dos

racks não estão ocupados. Logo foi utilizado um rack a menos que o número de racks em cada

fileira do corredor. O corredor existente possui, no total 21 racks, o construído para a simulação,

20.

Feita a validação do modelo. Aqui foram feitas duas análises numéricas sem confinamento e

com confinamento. Ambas foram feitas sob as mesmas condições de contorno, em um mesmo

ambiente. A única condição de contorno que diferencia as duas hipóteses é a de

impenetrabilidade nas superfícies do teto e das portas do corredor para o caso com

confinamento.

O ambiente foi gerado com as dimensões semelhantes às utilizadas no Corredor IBM, e

também podem ser observadas no Anexo III. Um dos detalhes que diferenciam os ambientes dá-

se pela tentativa de representar a influência do cabeamento sob o piso elevado. As estruturas que

tentam inserir essa influência no modelo podem ser observadas na parte inferior na planta do

Corredor Emerson no Anexo III.

6.3.1. SIMULAÇÃO

De maneira análoga à do Corredor IBM, obteve-se a malha gerada através do sistema de

pré-processamento do CFX com 966.180 nós, a qual foi utilizada para os cenários abeto e

fechado.

Em seguida se estabeleceu as condições de contorno do problema. Como dito, parte

importante para uma análise confiável foi a utilização das mesmas condições em ambos os

casos:

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Carga térmica total: 200 kW;

Temperatura de insuflamento do fancoil: 14 °C;

Vazão de ar insuflado: 400 m3/h por rack.

Para a carga térmica utilizou-se o produto entre a carga térmica máxima estipulada pela

equipe técnica do Bando do Brasil e quantidade de racks. Analogamente ao Corredor IBM, os

racks também foram considerados como volumes fluidos. A vazão de ar insuflado foi análoga a

valores utilizados em simulações presentes em trabalhos citados na bibliografia. O objetivo ao

se utilizar uma vazão tão alta é garantir que os racks estejam sendo completamente refrigerados,

visto que com a vazão utilizada no modelo de validação (corredor IBM) o fluxo mássico era

insuficiente para retirar o calor gerado por uma carga tão grande.

6.3.2. SEM CONFINAMENTO

Como informação de saída do software, foram obtidas as temperaturas de entrada e saída

dos racks, também foi possível analisar as temperaturas de retorno do ar nos fancoils.

Entretanto, os valores apresentados na Tabela 11 seguem as recomendações propostas pela

ASHRAE, as quais recomendam o controle e monitoramento somente as temperaturas de

entrada nos racks. Logo, só estas foram analisadas. O valor para y+ médio, neste caso, foi de

200.

É importante ressaltar que a temperaturas, apresentadas na Tabela 11, são uma média

espacial dos valores obtidos na simulação. No total, estes valores são resultado de uma média

aritmética de aproximadamente 1200 pontos localizados nas superfícies de entrada dos racks.

Um dos objetivos da utilização da média é amortizar as discrepâncias encontradas e fazer uma

comparação mais uniforme.

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Tabela 11: Dados de saída do CFX contendo as médias espaciais de temperatura na entrada dos racks sem

confinamento.

Aberto

Racks Temp. [°C]

Racks Temp. [°C]

E1 24,80 D1 24,86

E2 32,76 D2 22,72

E3 29,90 D3 23,14

E4 24,72 D4 23,68

E5 20,25 D5 22,09

E6 20,88 D6 22,25

E7 20,88 D7 21,85

E8 19,53 D8 18,97

E9 18,99 D9 17,27

E10 18,49 D10 16,37

Média 23,12 Média 21,32

Pelas termografias (Figura 30) é possível observar que em racks como o E2, temperaturas

acima de 50°C podem ser encontradas. Na Figura 30 a termografia apresenta as temperaturas

que variam de 14 a 58°C. Variações tão grandes são extremamente nocivas em ambientes de

Data Center, visto que alguns equipamentos possuem limites de variação de temperatura por

tempo bem determinados.

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Figura 30: Temperaturas de entrada nos racks para a configuração sem confinamento.

A fim de avaliar os impactos diretos das temperaturas, baseado nas especificações da

ASHRAE, uma segunda imagem termográfica foi gerada. A Figura 31 apresenta três diferentes

circunstâncias:

Região azul: apresenta temperaturas abaixo dos recomendados;

Região verde: apresenta valores com temperaturas dentro dos valores sugeridos;

Região vermelha: as temperaturas estão acima dos valores recomendados.

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Figura 31: Termografias baseadas em parâmetros ASHRAE (sem confinamento).

As informações por serem apresentadas de uma maneira mais simples, dentro de zonas pré-

determinadas, tornam a análise do estado dos racks mais intuitivas. Desta maneira também a

comparação com o modelo confinado torna-se mais fácil visualmente. Na Figura 31 a mesma

região que apresentava altas temperaturas como visto na Figura 30, apresenta-se mais explicita,

bem como outras zonas de concentração ou perda excessiva de calor.

Observando aFigura 32 é possível entender o quanto o escoamento dá-se preferencialmente

nos racks localizados ao fim do corredor. Espera-se que com o confinamento do corredor haja

uma homogeneização deste escoamento, aumentando a capacidade de refrigeração do sistema.

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61

/

Figura 32: Linhas de corrente para o Corredor Emerson não confinado.

6.3.3. COM CONFINAMENTO

Os mesmos dados de saída forma obtidos para a configuração de enclausuramento. Também

foram avaliadas as temperaturas de entradas nos racks e a mesma média espacial de

temperaturas foi feita para ambos os lados do corredor.

Tabela 12: Dados de saída do CFX contendo as médias espaciais de temperatura na entrada dos racks com

confinamento.

Confinado

Racks Temp. [°C]

Racks Temp. [°C]

E1 18,58 D1 17,67

E2 18,52 D2 21,44

E3 16,38 D3 17,85

E4 18,60 D4 15,81

E5 17,03 D5 16,70

E6 16,40 D6 18,63

E7 15,35 D7 20,23

E8 14,70 D8 21,47

E9 15,08 D9 19,24

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E10 15,61 D10 15,80

Média 16,63 Média 18,48

É possível observar que as temperaturas médias em cada rack é menor, conseqüentemente as

médias finais também. Diminuição das temperaturas podem também ser vistas na Figura 33.

Comparativamente temos a temperatura máxima próxima de 41,5°C no enclausurado, para uma

máxima de 52°C, tal diferença pode representa um impacto grande nos custos com o sistema de

refrigeração.

Figura 33: Termografias na entrada dos racks para o ambiente enclausurado.

As mesmas regiões de temperaturas ideais propostas pela ASHRAE também foram geradas

para essa configuração e é aqui que é possível observar nitidamente a verdadeira influência do

confinamento. Na Figura 34 as regiões acima dos limites recomendados pela ASHRAE são

significativamente menores que as apresentadas na Figura 31. Também entre estas duas figuras

vê-se que as regiões abaixo dos limites aumenta na primeira mostrando que nesta configuração

há um excesso de ar frio para a refrigeração.

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Figura 34:Termografias baseadas em parâmetros ASHRAE (com confinamento).

A melhor distribuição do ar pode ser observada na Figura 35 que mostra as linhas de

corrente e como elas fluem dentro da configuração. Aqui não há a deformidade do fluxo que

ocorre no corredor sem o confinamento.

Figura 35: Linhas de corrente para o Corredor Emerson enclausurado.

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64

Comparativamente podemos apresentar de maneira gráfica como as temperaturas se

comportam em cada caso para os diferentes lados do corredor. Para a comparação, os dados

foram retirados das Tabela 11 e Tabela 12 e cada lado foi comparado aoseu semelhante nos dois

cenários.

Para uma análise mais quantitativa, a partir dos valores das médias de temperaturas na

entrada de cada rack, calculou-se um valor aproximado de economia em kW. Utilizando a

equação ( 13 ) na qual ΔT é a diferença obtida como saída do programa na entrada dos racks

para os dois cenários (confinado e aberto) e 𝑚 é a vazão proposta como condição de contorno

do sistema, 400 m³/h por rack.

0

5

10

15

20

25

30

35

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 Média

Tem

pe

ratu

ras

(°C

)

Temperaturas dos Racks à esquerda

Confinado

Aberto

0

5

10

15

20

25

D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10 Média

Tem

pe

ratu

ras

(°C

)

Temperaturas dos Racks à direita

Confinado

Aberto

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Utilizando os saltos de temperatura entre E1, E2,... e D1, D2,... apresentados pela Tabela 11

e Tabela 12 obteve-se um valor estimativo de economia de energia (potência) para o cenário

enclausurado.

Tabela 13: Potencial de economia.

Economia (kW) Economia (kW) Total (kW)

E1 0,8507747 D1 0,9834518

12,76299

E2 1,9477543 D2 0,175079

E3 1,8492724 D3 0,7235688

E4 0,8370967 D4 1,0764625

E5 0,4404332 D5 0,7372469

E6 0,6127766 D6 0,4951454

E7 0,7563962 D7 0,2215844

E8 0,6606498 D8 -0,341951

E9 0,5348118 D9 -0,269458

E10 0,3939278 D10 0,0779649

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7. CONCLUSÃO

Neste trabalho foi elaborado um estudo numérico utilizando o CFX® a fim de avaliar o

ganho energético decorrente do enclausuramento de corredores frios em ambientes de Data

Center, utilizando como foco o Data Center do Banco do Brasil. A relevância deste projeto é

decorrente da atual busca de melhor eficácia na refrigeração destes ambientes devido ao

crescimento dos custos com insumos, como eletricidade.

A etapa inicial consistiu-se em uma extensa revisão bibliográfica, técnica e acadêmica,

sobre o que é e a importância de um Data Center atualmente. Por conseguinte, qual a

importância e como se dá o processo de refrigeração no interior desses ambientes, elencando a

principais diretrizes técnicas e normas que orientam o bom gerenciamento dos CPD‟s. Nesta

etapa, o confinamento de corredores foi mostrado como uma prática amplamente difundida para

o melhor controle do fluxo de ar utilizado na refrigeração dos racks, responsáveis pelo

processamento de dados. Em seguida, há uma introdução simplificada sobre a mecânica dos

fluidos computacional, descrevendo os métodos e processos utilizados pelo software para a

obtenção dos resultados ao final das simulações.

Para uma análise numérica em um ambiente virtual foi necessário a validação do modelo

proposto, para tal, os dados coletados de empiricamente e in loco foram comparados aos obtidos

ao do modelo proposto. Os resultados apresentaram-se coerentes, apresentando um desvio de no

máximo 15%. Portanto, utilizou-se este mesmo modelo para as seguintes simulações.

Por fim, a simulação dos corredores aberto e confinado foi executada utilizando o modelo

validado e as mesmas condições de contorno. Os resultados apresentados foram condizentes

com os esperados. Houve uma diminuição explícita da temperatura de entrada dos racks para o

cenário enclausurado da ordem de 5°C. Para as mesmas condições de fluxo mássicoutilizado na

simulação as diferenças de temperatura apresentadas podem gerar um ganho de

aproximadamente 12,7 kW. Estendendo esse ganho ao cenário técnico, o qual apresenta o Data

Center como uma instalação de operação 24/7, a economia gerada pode ser bem significativa.

Conclui-se, portanto, que os objetivos deste projeto de graduação foram satisfatórios, visto

que a metodologia possibilitou a obtenção dos resultados esperados, propostos e elucidados pela

bibliografia.

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ANEXOS

ANEXO I – ROTINA PARA A DETERMINAÇÃO DO FLUXO MÁSSICO.

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ANEXO II – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

TERMO-HIGRÔMETRO MTH-1380

Características Técnicas: - Display: LCD de 4 dígitos. - Tempo de Resposta: Umidade: 75s com fluxo de ar lento; Temperatura: 40s com fluxo de ar lento. - Indicação de Polaridade: Automática, negativa (-) indicada. - Indicação de Bateria Fraca: O símbolo de bateria é mostrado quando a tensão da bateria cair abaixo da tensão normal de operação. - Saída de Sinal: Saída de Dados RS-232. - Data Hold. - Modo Máximo e Mínimo (MAX / MIN). - Modo Relativo. - Auto Power Off: Aprox. 30 minutos. - Coeficiente de Temperatura: Para temperatura ambiente de 0ºC ~ 18ºC e 28ºC ~ 50ºC adicione a seguinte tolerância de 0.01%+0.03ºC / 0.01%+0.06ºF na especificação da precisão. - Ambiente de Operação: 0ºC ~ 50ºC, RH < 90% não condensado. - Ambiente de Armazenamento: -10ºC ~ 60ºC, RH < 80%. - Altitude: Até 2000m. - Alimentação: Bateria de 9V 006P ou IEC 6F22 ou NEDA 1604; Adaptador AC: 9V DC / 10mA (mínimo).Diâmetro do Plug: 3.5mm x 1.35mm. - Duração da Bateria: Aprox. 100 horas (alcalina). - Normas: EMC (CE). - Dimensões: Instrumento: 186(A) x 64(L) x 30(P)mm; Ponta de Prova: 190(A) x 15(D)mm. - Peso: Aprox. 320g. Temperatura - Faixas T1: -20ºC ~ 60ºC, -4ºF ~ 140ºF - Faixas T2: -200ºC ~ 1370ºC, -328ºF ~ 2498ºF - Precisão T1: ± 0.7ºC, ± 1.4ºF - Precisão T2: -200ºC ~ 200ºC ± (0.3%+1ºC); 200ºC ~ 400ºC ± (0.5%+1ºC); 400ºC ~ 1370ºC ± (0.3%+1ºC); -328ºF ~ -200ºF ± (0.5%+2ºF); -200ºF ~ 2498ºF ± (0.3%+2ºF) - Resolução T1: 0.1ºC, 0.1ºF - Resolução T2: 0.1ºC, 1ºC / 0.1ºF, 1ºF - Tipo de Sensor: Termopar Tipo K (MTK-01) - Faixa do Termopar Tipo K: -50ºC ~ 200ºC (-58ºF ~ 392ºF) - Tolerância do Termopar: ± (0.75% ou 2.2ºC), ± (0.75% ou 3.6ºF) Umidade Interna - Faixa: 0 ~ 100% RH - Precisão: ± 2.5% para 25°C - Resolução: 0.1% RH

Acessórios

-Manual de Instruções

- Termopar Tipo K

- Bolsa para Transporte

-Bateria 9V- Ponta de Prova

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BALÔMETRO ALNOR EBT 721

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73

RÉGUA ELÉTRICA AVOCENT PM 3000

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ANEXO III – DESENHOS CAD

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ANEXO IV – REPRESENTAÇÃO DO POSICIONAMENTO DOS RACKS

PARA O CORREDOR EMERSON

E1

E2

E3

E4

E5

E8

E7

E6

E9

E1

000

00

D10

D9

D8

D7

D6

D5

D4

D3

D2

D1

FANCOIL

Figura 36: Mapeamento dos racks para o Corredor Emerson.

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ANEXO V – RESULTADOS PARA SIMULAÇÃO DE VALIDAÇÃO

Com o auxílio do próprio CFX foi possível gerar a Tabela 14, a qual apresenta os dados das

variáveis presentes na análise da validação da simulação.

Tabela 14: Tabela gerada pelo CFX com todos os dados compilados pelo programa.

Os gráficos utilizados para a validação da simulação são os gráficos gerados com os valores

das temperaturas na entrada e saída dos racks. Como mencionado no tópico 6.2.1 foram

escolhidos 4 racks espaçados igualmente, A, D, G e J. Abaixo se encontra os gráficos gerados

com os mil valores de temperatura em função da altura de cada rack.

Temperaturas espaciais médias [°C] Carga

térmica [W]

Vazão pelo hack

[kg/s] Entrada do Rack Dentro do Rack

Saída do Rack

Rack A 25 26,7 27,2 1872 0,09

Rack B 24,3 26,6 25,9 1872 0,11

Rack C 23,3 24,5 24,5 624 0,12

Rack D 23,5 24,9 24,3 832 0,11

Rack E 23,1 24,7 24,6 624 0,11

Rack F 23,6 26,6 25,9 1456 0,10

Rack G 23,6 26,2 26,1 1248 0,15

Rack H 23,4 25,7 25,7 832 0,13

Rack I 23,3 25,6 25,2 832 0,11

Rack J 23,3 26,6 25,7 1446 0,10

Total - - - 11638 1,125

Temperatura de insuflamento [°C]

Temperatura retorno [°C]

Calor retirado baseado na média [W]

Fancoil 18 20,9 10780

RTI [%] 323,13

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ENTRADA DOS RACKS:

Figura 37: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack A.

Figura 38: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack D.

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Figura 39: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack G.

Figura 40: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na entrada do rack J.

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SAÍDA DOS RACKS:

Figura 41: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack A.

Figura 42: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack D.

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Figura 43: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack G.

Figura 44: Gráfico Temperatura [°C] x Altura [m] na saída do rack J.