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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS - DCEA CAMPUS DE CAICÓ EPITÁCIO MONTEIRO DE FARIA NETO ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS Caicó/RN 2015

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS · financeira das demonstrações contábeis, no período de 2012 a 2014, a fim de verificar situação patrimonial, liquidez, endividamento;

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS - DCEA CAMPUS DE CAICÓ

EPITÁCIO MONTEIRO DE FARIA NETO

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS

Caicó/RN 2015

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EPITÁCIO MONTEIRO DE FARIA NETO

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Esp. Ney Fernandes de Araújo.

Caicó/RN 2015

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EPITÁCIO MONTEIRO DE FARIA NETO

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PETROBRAS

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________ Prof. Esp. Ney Fernandes de Araújo – UFRN – CERES

Orientador

________________________________________________________ Prof. Esp. Clara Monise Silva – UFRN – CERES

Examinadora

________________________________________________________ Prof. Esp. Sócrates Dantas Lopes – UFRN - CERES

Examinador

Caicó – RN 2015

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Dedico este trabalho a Epitácio

Monteiro de Faria Filho e Marlene

Quinino de Medeiros Faria, pais

queridos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha vida e por ter me guiado até onde cheguei.

Aos meus pais, Epitácio Monteiro de Faria Filho e Marlene Quinino de

Medeiros Faria pelo amor, cuidado, educação, apoio a mim dedicados.

Agradeço a minha namorada, Maria Eugênia Álvares de Faria, por todo amor

e grandioso incentivo.

Aos meus familiares, em especial as minhas tias Maria de Fátima

(agradecimento póstumo), Alice e “Melada”, pelo estímulo e generosidade.

Aos meus professores, em especial ao meu orientador Prof. Ney Fernandes de

Araújo, pela dedicação, contribuição e ensinamentos.

Aos colegas do trabalho, em especial a Cláudia Maria, e aos de sala, pelo

companheirismo ao longo desses cinco anos.

Enfim, agradeço a todos que me fizeram crescer!

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“É graça divina começar bem. Graça

maior é persistir na caminhada certa. Mas

graças das graças é não desistir nunca”.

Dom Hélder Câmara.

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RESUMO

A análise das demonstrações contábeis é uma importante ferramenta da contabilidade, onde através de dados coletados nas demonstrações de uma entidade, obtêm-se informações relevantes sobre sua situação econômico-financeira. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise econômico-financeira das demonstrações contábeis, no período de 2012 a 2014, a fim de verificar situação patrimonial, liquidez, endividamento; e como essas perdas, ocasionadas por ações fraudulentas, afetaram a Petrobras. A empresa foi escolhida pela sua importância no cenário econômico brasileiro e porque vem sendo alvo de investigações criminais pelas autoridades brasileiras (Operação Lava Jato). O estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa básica, qualitativa e quantitativa, de forma explicativa, onde realizou-se um estudo de caso na entidade, através dos cálculos dos indicadores, onde constatou-se que a situação patrimonial apresenta um grande fator de risco, com predominância de capital de terceiros financiando seus investimentos. Com relação à situação de liquidez, os recursos monetários se mostram insuficiente para liquidação de suas obrigações de curto prazo, porém, a companhia apresenta capacidade de solvência. Os indicadores econômicos demonstram que a rentabilidade vem caindo, com um impacto negativo no retorno sobre o capital investido.

Palavras-chave: Indicadores – Perdas – Análises.

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ABSTRACT

Analysis of the financial statements is an important accounting tool, which

through data collected in the statements of an entity, we obtain relevant information

on their economic and financial situation. This study aims to carry out an economic-

financial analysis of the financial statements in the period 2012-2014 in order to verify

financial position, liquidity, indebtedness; and how those losses, caused by

fraudulent actions, affected Petrobras. The company was chosen for its importance

in the Brazilian economic scenario and why has been the target criminal

investigations by Brazilian authorities (Operation Lava Jet). The study was developed

through a basic, qualitative and quantitative research, an explanatory way, where we

carried out a case study on the entity, through the calculation of indicators, where it

was found that the equity situation presents a major risk factor, with a predominance

of debt financing their investments. Regarding the liquidity situation, the monetary

resources are shown insufficient to settle its short-term obligations, however, the

company has creditworthiness. Economic indicators show that profitability has been

falling, with a negative impact on the return on capital invested.

Keywords: Indicators - Losses - Analyses.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BMFBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo.

CFC - Conselho Federal de Contabilidade.

CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

IAS - International Accounting Standard.

IASB - International Accounting Standards Board.

IFRS - International Financial Reporting Standard.

NBC TG - Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais.

DRE – Demonstração de Resultados do Exercício.

DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa.

ROI - Return On Investment.

ROE - Return On Equity.

CNP – Conselho Nacional do Petróleo.

ANP – Agência Nacional do Petróleo.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11

1.1 Contextualização e Problemática do Tema ....................................................... 11

1.2 Justificativa ........................................................................................................ 12

1.3 Objetivos da Pesquisa ....................................................................................... 13

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 13

1.3.2 Objetivo Específico ........................................................................................ 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 14

2.1 Aspectos da Análise Econômico-Financeira ................................................. 14

2.2. Demonstrações Financeiras Úteis para Análise ........................................... 16

2.2.1. Balanço Patrimonial ....................................................................................... 18

2.2.2. Demonstração de Resultado do Exercício .................................................... 21

2.2.3. Demonstração do Fluxo de Caixa ................................................................. 24

2.2.4. Demonstração do Valor Adicionado .............................................................. 27

2.3. Indicadores Econômico-Financeiros ............................................................. 30

2.3.1. Instrumentos preliminares de análise ............................................................ 30

2.3.2. Estrutura Patrimonial ..................................................................................... 32

2.3.2.1. Endividamento Geral ................................................................................ 32

2.3.2.2. Composição do Endividamento ................................................................ 33

2.3.2.3. Imobilização do Capital Próprio ................................................................ 34

2.3.2.4. Imobilização de Recursos Permanentes .................................................. 34

2.3.2.5. Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros ................................ 35

2.3.3. Liquidez ......................................................................................................... 35

2.3.3.1. Liquidez Imediata ..................................................................................... 36

2.3.3.2. Liquidez Corrente ..................................................................................... 36

2.3.3.3. Liquidez Seca ........................................................................................... 37

2.3.3.4. Liquidez Geral .......................................................................................... 37

2.3.4. Situação Econômica ...................................................................................... 38

2.3.4.1. Return On Investment (ROI) ..................................................................... 38

2.3.4.2. Return On Equity (ROE) ........................................................................... 39

2.3.4.3. Giro dos Ativos ......................................................................................... 39

2.3.4.4. Margem Bruta ........................................................................................... 40

2.3.4.5. Margem Operacional ................................................................................ 40

2.3.4.6. Margem Líquida ........................................................................................ 41

2.3.4.7. Potencial do Ativo em Gerar Riqueza ....................................................... 41

3. METODOLOGIA .................................................................................................. 43

3.1 Abordagem Teórico-Metodológica da Pesquisa ................................................ 43

3.2 O Contexto da Pesquisa: Espaço e Sujeitos da Investigação ........................... 45

3.3 Instrumentos de Coleta e Seleção dos Dados .................................................. 45

3.4 Procedimentos de Análise e Interpretação dos Dados ...................................... 45

4. ESTUDO DE CASO: Análise Econômico-Financeira da PETROBRAS .......... 46

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4.1. A empresa Petrobras ...................................................................................... 46

4.2. Análises preliminares ..................................................................................... 49

4.2.1. Análise Horizontal .......................................................................................... 49

4.2.2. Análise Vertical .............................................................................................. 53

4.3. Índices de Estrutura Patrimonial .................................................................... 56

4.4. Índices de Liquidez ......................................................................................... 57

4.5. Índices de Rentabilidade ................................................................................ 58

4.6 PARECER FINAL .............................................................................................. 60

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 63

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 65

7. ANEXOS .............................................................................................................. 68

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA

O Brasil atualmente passa por um processo de “limpeza”, onde instituições de

investigação e combate a fraudes, com destaque para a Polícia Federal do Brasil,

têm empreendido esforços para encontrar, combater e eliminar atividades

fraudulentas, e dentre essas operações está a Operação Lava Jato, que visa apurar

práticas de lavagem de dinheiro por organizações criminosas em diversos estados

brasileiros. Ao longo de 2014, o Ministério Público Federal concentrou parte de suas

investigações em irregularidades envolvendo empreiteiras e fornecedores da

Petrobras e descobriu um amplo esquema de pagamentos indevidos, que envolvia

um grande número de participantes, incluindo ex-empregados da Petrobras. Este

referido esquema, envolvia um conjunto de 27 empresas que, entre 2004 e abril de

2012, se organizaram em cartel para obter contratos com a Petrobras, impondo

gastos adicionais nestes contratos e utilizando estes valores adicionais para

financiar pagamentos indevidos a partidos políticos, políticos eleitos ou outros

agentes políticos, empregados de empreiteiras e fornecedores, ex-empregados da

Petrobras e outros envolvidos no esquema de pagamentos indevidos. Este

esquema, sistematicamente impôs gastos adicionais nas compras de ativos

imobilizados pela companhia. Diante dessa realidade, realizou-se um estudo de

caso na Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras), analisando o econômico-financeiro, com

base nas demonstrações contábeis dos anos de 2012, 2013 e 2014. No ano de 2014

foram reconhecidas as perdas decorrentes das ações fraudulentas na companhia

(conforme consta nas notas explicativas do balanço patrimonial, 2014).

Assim, o presente trabalho sobre a análise econômico-financeira desta

empresa, através dos indicadores de estrutura de capital, indicadores de liquidez e

rentabilidade, procura verificar: qual a situação da empresa (situação patrimonial,

liquidez, endividamento) frente a todos esses gastos adicionais impostos a

companhia por ações fraudulentas? Ou seja, demonstrar o impacto dessas ações

nas demonstrações contábeis publicadas, e por consequência, mostrar o

desempenho apresentado nos indicadores.

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1.2 JUSTIFICATIVA

As análises desenvolvidas no presente trabalho foram motivadas devido à

importância da Petrobras no cenário econômico nacional, visto que é a maior

distribuidora de combustíveis no Brasil, e uma empresa estatal de economia mista,

cujo acionista majoritário é o Governo brasileiro (União) e as recentes citações da

empresa nas investigações promovidas pela Policia Federal do Brasil no âmbito da

Operação Lava Jato. Mesmo não possuindo mais o monopólio da exploração do

petróleo e distribuição de seus derivados no Brasil, a empresa é a maior de todas

que atuam no segmento nacional, desta forma, é inevitável que qualquer ação que a

empresa execute com relação a preços de combustíveis ou gás, venha afetar

economicamente a vida de milhões de brasileiros. Por ser uma empresa estatal, é

relevante que se visualize a que rumo às decisões tomadas estão direcionando a

companhia.

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1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 Geral

Analisar a situação econômico-financeira da Petrobras, com base nas

informações das demonstrações contábeis, compreendidos no período de 2012 a

2014, através dos indicadores: patrimonial, liquidez e endividamento.

1.3.2 Específicos

Realizar um estudo bibliográfico, na busca de adquirir o maior conhecimento

sobre o assunto;

Calcular os indicadores, comparando os diversos índices e cruzando as

informações ao longo dos três anos;

Analisar e interpretar todos resultados obtidos, para responder a problemática

da pesquisa.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sendo as demonstrações contábeis a base da análise econômico-financeira,

pode-se afirmar que tal atividade é tão antiga quanto à própria Contabilidade. Se nos

reportarmos para o início da Contabilidade (4000 a.C.), em sua forma primitiva,

encontraremos os primeiros inventários de rebanhos (o homem que voltava sua

atenção para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a preocupação da

variação de sua riqueza, a variação do rebanho (MARION, 2010). Como no início

exigia-se apenas o Balanço Patrimonial para a análise, introduziu-se a expressão

Análise de Balanços para a atividade que visa observar as variações e índices das

demonstrações contábeis, visando um parecer quanto às características econômicas

e financeiras de uma empresa. A análise de forma mais sólida e consistente remonta

ao final do século XIX, onde os banqueiros americanos solicitavam as

demonstrações contábeis das empresas que desejavam contrair empréstimos.

A medida ganhou aceitação ampla quando, em 9 de fevereiro de 1895, o

Conselho Executivo da Associação dos Bancos no Estado de New York resolveu

recomendar aos seus membros que solicitassem aos tomadores de empréstimos

declarações escritas de seus ativos e passivos, mas foi Alexander Wall que

apresentou em 1919, um modelo de análise de balanço através de índices, e

demonstrou a necessidade de considerar outras relações, além de Ativo Circulante

contra o Passivo Circulante. No Brasil, até 1968, a Análise de Balanços era ainda

um instrumento pouco utilizado na prática, e nesse mesmo ano foi criado a

SERASA, empresa que passou a operar como central de Análise de Balanços de

bancos comerciais (MATARAZZO, 2010).

2.1 Aspectos da Análise Econômico-Financeira

O processo de análise econômico-financeiro é direcionado conforme o

interesse do usuário na informação contábil e financeira, ou seja, sob a ótica da

empresa, os usuários das demonstrações contábeis são divididos em dois grupos:

usuários internos e externos. O usuário interno é a administração da empresa, ou

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seja, os gestores responsáveis pelo processo decisório da organização, já os

usuários externos, podem ser os credores, fornecedores de mercadorias, instituições

financeiras, concorrentes, consumidores, empregados, entre outros. A abertura do

capital por parte das empresas (Corporation-S.A), possibilitando a participação de

pequenos ou grandes investidores como acionistas, leva-os à escolha de empresas

mais bem sucedidas (MARION, 2010), desta forma a Análise Econômico-Financeira

apresenta-se como um direcionador na tomada de decisão.

A análise econômico-financeira objetiva extrair informações das

demonstrações contábeis dos últimos anos de uma empresa, a fim de interpretar o

efeito das decisões tomadas na mesma. Quando se analisa uma empresa em seus

atributos econômicos e financeiros, é possível verificar através de índices (resultado

entre comparação de grandezas) seu desempenho quanto à competitividade no

segmento em que atua, bem como sua capacidade de pagar suas obrigações.

Quanto a performance de uma empresa, deve-se sempre compará-la com as demais

participantes de seu setor econômico. Não se pode analisar uma empresa

observando somente um único índice, pois tal atitude pode proporcionar uma

conclusão oposta da realidade da organização. O relatório de análise não deve se

basear em um ou outro índice, mas sim num conjunto deles, relacionados entre si,

para que se possa entender o que vem ocorrendo com a empresa (CARVALHO,

COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

Através das demonstrações contábeis, pode-se constatar a posição

econômico-financeira da empresa, as causas que determinaram a evolução

apresentada e as tendências futuras. A análise das demonstrações contábeis é uma

arte, pois, apesar das técnicas desenvolvidas, não há nenhum critério ou

metodologia formal de análise válido para diferentes situações e aceitos

unanimemente pelos analistas, dessa maneira é impossível sugerir-se uma

sequencia metodológica ou um instrumento científico capazes de fornecer

diagnósticos sempre precisos das empresas (ASSAF NETO, 2010), assim é preciso

que se delimite o objetivo da análise, para definir quais indicadores e índices utilizar.

A partir dos índices pode-se desenvolver a análise da empresa, destacando o

desempenho econômico-financeiro dos últimos anos, desempenho que pode ser

afetado pelas tendências das vendas nos últimos anos, investimentos em expansão

e modernização, financiamentos de planos de expansão (recursos próprios e

recursos pleiteados), compatibilidade das fontes de recursos e investimentos.

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Conforme conceitua Matarazzo (2010), a análise das demonstrações

contábeis, deve entre outras informações, demonstrar a situação financeira,

econômica e desempenho da empresa, onde se aplica o raciocínio científico de

forma a extrair os índices das demonstrações financeiras, comparar os índices com

os padrões, ponderar as diferentes informações e chegar a um diagnóstico ou

conclusão, e por fim tomar a decisão.

Escolha de

Indicadores

Comparação com

padrões

Diagnóstico ou

conclusõesDecisões

ANÁLISE

Figura 1 – Processo de tomada de decisão. Fonte: MATARAZZO, 2010.

Quando a sequencia apresentada não é seguida, a análise das

demonstrações contábeis pode ficar prejudicada devido à falta de padrões, ou por

falta de conhecimento, deixa-se de fazer as comparações (MATARAZZO, 2010).

2.2 Demonstrações Financeiras Úteis para Análise

A contabilidade brasileira vem passando pelo processo de convergência aos

padrões Internacionais de Contabilidade (IFRS), começado a partir de 1º de janeiro

de 2008, com a edição da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que alterou a

lei 6.404/76 (lei das sociedades por ações), tais mudanças, visam dar maior

credibilidade as demonstrações contábeis frente ao mundo cada vez mais

globalizado, onde a confiabilidade das informações é de suma importância, e sobre

esse assunto Marion conceitua:

Com a chegada da Lei nº 11.638/07 observamos a ênfase num modelo internacional de lei societária. As perspectivas para a profissão contábil, no contexto desta lei, num, mundo globalizado, levam a um reposicionamento das práticas e comportamentos tradicionais dos profissionais de Contabilidade. Uma nova estrutura de balanço foi apresentada com modificações introduzidas pela lei (2010, p. 49).

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Acompanhando a evolução do sistema contábil brasileiro em direção aos

padrões IFRS, o Conselho Federal de Contabilidade editou a Resolução CFC nº

1.185/09, que aprovou a NBC TG 26 – Apresentação das Demonstrações

Contábeis, onde descrimina a relação das demonstrações obrigatórias. Segundo a

NBC TG 26, Item 9, as demonstrações contábeis são uma representação

estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O

objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da

posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade

que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de

decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar

os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e

responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados.

Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam

informação da entidade acerca dos ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e

despesas, incluindo ganhos e perdas, alterações no capital próprio mediante

integralizações dos proprietários e distribuições a eles, e fluxos de caixa. Essas

informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas,

ajudam os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos de

caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração. O

conjunto completo das Demonstrações Contábeis inclui:

(a) Balanço patrimonial ao final do período;

(b) Demonstração do resultado do período;

(c) Demonstração do resultado abrangente do período;

(d) Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;

(e) Demonstração dos fluxos de caixa do período;

(f) Demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 09 –

Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum

órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente;

(g) Notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e

outras informações elucidativas;

(h) Informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos

itens 38 e 38A;

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Conforme a normatização redigida na NBC TG 26, observa-se uma tendência

forte de convergência com os padrões Internacionais de Contabilidade, chamado de

International Financial Reporting Standards (IFRS) e dos International Accounting

Standards (IAS) (MARION, 2010). Conforme conceitua Matarazzo (2010), é preciso

que se proceda à escolha dos índices que se pretende utilizar na análise econômico-

financeira, e seguindo os objetivos do presente trabalho, será apresentada a

conceituação das Demonstrações Contábeis uteis para a análise econômico-

financeira que será apresentada.

2.2.1 Balanço Patrimonial

Geralmente é a primeira demonstração a ser analisada, e reflete a posição

monetária de todos os bens e direitos da empresa em determinada data. O balanço

patrimonial compõe-se de três partes essências: ativos, passivos e patrimônio

líquido. O conceito de balanço origina-se do equilíbrio destas partes, onde o ativo é

igual à soma do passivo com o patrimônio líquido (MATARAZZO, 2010). Anthony

(1981), afirma que o balanço mostra as fontes de onde provieram os recursos

utilizados para a empresa operar, ou seja, Passivo e Patrimônio Líquido, e também

os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos. Tal definição

segundo Matarazzo (2010), põe em evidência os termos fontes e investimentos de

recursos, o que é altamente desejável do ângulo da Análise de Balanço, visto que tal

atividade é em grande parte, avaliar a adequação entre as diversas fontes e os

investimentos efetuados. Segundo a NBC TG 26, o balanço patrimonial deve

apresentar respeitada a legislação, as seguintes contas:

(a) Caixa e equivalentes de caixa;

(b) Clientes e outros recebíveis;

(c) Estoques;

(d) Ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”);

(e) Total de ativos classificados como disponíveis para venda (NBC TG 38) e

ativos à disposição para venda de acordo com a NBC TG 31 – Ativo Não

Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada;

(f) Ativos biológicos dentro do alcance da NBC TG 29;

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(g) Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;

(h) Propriedades para investimento;

(i) Imobilizado;

(j) Intangível;

(k) Contas a pagar comerciais e outras;

(l) Provisões;

(m)Obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas “k” e “l”);

(n) Obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido na NBC

TG 32 – Tributos sobre o Lucro;

(o) Impostos diferidos ativos e passivos, como definido na NBC TG 32;

(p) Obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com a

NBC TG 31;

(q) Participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do

patrimônio líquido; e capital integralizado e reservas e outras contas

atribuíveis aos proprietários da entidade.

A entidade deve apresentar os ativos em circulantes e não circulantes, e da

mesma forma os passivos, ambos como grupos de contas separados no balanço

patrimonial, exceto quando uma apresentação baseada na liquidez proporcionar

informação confiável e mais relevante. Quando essa exceção for aplicável, todos os

ativos e passivos devem ser apresentados por ordem de liquidez, e sobre esse

assunto Neto conceitua:

Cada uma dessas partes apresenta suas diversas contas classificadas em grupos, os quais por sua vez, são dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez para o ativo, e em ordem decrescente de exigibilidade para o passivo (2010, p. 48).

Conforme a NBC TG 26, o ativo deve ser classificado como circulante quando

satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido

no decurso normal do ciclo operacional da entidade;

(b) Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;

(c) Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou

(d) É caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC TG 03), a menos

que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante

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pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulante, e o

mesmo deve ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado

e intangível. Com relação aos passivos, devem ser classificados como circulante

quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

(a) Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;

(b) Está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

(c) Deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou

(d) A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo

durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

(e) A entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo

durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73). Os

termos de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua

liquidação por meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem

afetar a sua classificação.

Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Com

relação ao patrimônio líquido, o mesmo representa a diferença entre o total do ativo

e o passivo, ou seja, são os volumes de recursos próprios da empresa pertencentes

aos acionistas. De acordo com a Lei nº 11.638/07, MP nº 449/08 e Resolução CFC

nº 1.121/08, a nova estrutura do Balanço Patrimonial passa a ser a seguinte:

ATIVO PASSIVO

Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante

Realizável a Longo Prazo

Investimento PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Imobilizado Capital Social

Intangível (-) Gastos com Emissão de Ações

Reservas de Capital

Opções Outorgadas Reconhecidas

Reservas de Lucros

(-) Ações em Tesouraria

Ajustes de Avaliação Patrimonial

Ajustes Acumulados de Conversão

Prejuízos Acumulados

Figura 2 – Nova estrutura do balanço patrimonial Fonte: portalcfc.org.br, 2015.

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O patrimônio líquido deve apresentar o capital social, as reservas de capital,

os ajustes de avaliação patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas em

tesouraria, os prejuízos acumulados, se legalmente admitidos os lucros acumulados

e as demais contas exigidas pelas normas emitidas pelo CFC.

2.2.2 Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)

A demonstração de resultado do exercício, comumente é a segunda

demonstração a ser analisada, e os indicadores obtidos através dela, refletem a

posição econômica da empresa. O objetivo da DRE é a organização das

informações sobre o lucro e prejuízo de uma empresa, de forma que o usuário da

informação seja capaz de avaliar a atuação da empresa e visualizar a sua operação

futura. A NBC TG 26, em seu item 82, lista as rubricas que devem ser apresentadas

na DRE, obedecidas também as determinações legais, são elas:

(a) Receitas;

(b) Ganhos e perdas decorrentes de baixa de ativos financeiros mensurados pelo

custo amortizado;

(c) Custos de financiamento;

(d) Parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do

método da equivalência patrimonial;

(e) Tributos sobre o lucro;

(f) Um único valor para o total de operações descontinuadas;

(g) Em atendimento à legislação societária brasileira vigente na data da emissão

desta Norma, a demonstração do resultado deve incluir ainda as seguintes

rubricas:

a. Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos;

b. Lucro bruto;

c. Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e

receitas operacionais;

d. Resultado antes das receitas e despesas financeiras;

e. Resultado antes dos tributos sobre o lucro;

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f. Resultado líquido do período.

Ainda como alocação da DRE, a empresa precisa apresentar o resultado do

período atribuível à participação dos não controladores, e sócios da controladora. De

forma esquematizada, a demonstração do resultado do exercício apresenta as

vendas brutas, impostos sobre as vendas, custos das vendas, despesas comerciais,

despesas administrativas, despesas financeiras, receitas financeiras, resultado de

equivalência patrimonial, outras receitas e despesas operacionais, provisão de

impostos de renda e contribuição social, definindo claramente no seu final o

resultado líquido obtido pela empresa em determinado exercício social (CARVALHO,

COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010). Por apresentar as características

econômicas da empresa, e não necessariamente as entradas e saídas monetárias

na organização, a DRE é muitas vezes incorretamente interpretada, e sobre isso

Matarazzo explica:

A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo de dinheiro). Para a Demonstração do Resultado não importa (em princípio) se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o patrimônio líquido. Por exemplo, a depreciação é uma despesa não desembolsada; a receita de equivalência patrimonial (em controladas e coligadas) é uma receita devida ao aumento dos investimentos (e do Patrimônio Líquido), sem necessariamente, entrada de recursos em caixa (2010, p. 30).

Seguindo a sequência de apresentação dos vários elementos da

Demonstração do Resultado do Exercício para efeitos de publicação, apresenta-se a

estrutura da DRE baseada nas Normas Brasileiras de Contabilidade, normalmente

adotada pelas empresas.

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JCS Materiais para Construção S.A Demonstração do Resultado do Exercício 31 de Dezembro de 2014 (Valores expressos em reais - R$)

31/12/2014

Receita operacional

Receita líquida de vendas

213.627.412 Custos das vendas

(139.072.928)

Lucro Bruto

74.554.483

Despesas / Receitas Operacionais

Com pessoal

(30.953.022)

Com vendas

(13.554.888)

Gerais e administrativas

(18.360.581)

Depreciação e amortização

(1.934.213)

Tributárias

(1.100.316)

Outros ganhos e perdas

1.667.086

Lucro operacional antes do resultado financeiro

10.318.550

Resultado Financeiro

Receitas financeiras

3.097.508

Despesas financeiras

(9.975.588)

Lucro (prejuízo) antes dos impostos

3.440.469

Impostos

Imposto de renda

(505.778)

Contribuição Social

(186.400)

Lucro líquido (Prejuízo) do exercício

2.748.292

Lucro atribuível a:

Proprietários da Companhia

2.198.634

Participações não Controladoras

549.658 Lucro por ação

Básico

1,83

Diluído

1,30

Figura 3 – Estrutura da Demonstração de Resultado do Exercício Fonte: NBC TG 30 (2012).

De acordo com a NBC TG 30 (2012), em seu item 8, para fins de divulgação

na demonstração do resultado, a receita inclui somente os ingressos brutos de

benefícios econômicos recebidos e a receber pela entidade, quando originários de

suas próprias atividades. As quantias cobradas por conta de terceiros – tais como

tributos sobre vendas, tributos sobre bens e serviços, e tributos sobre valor

adicionado, não são benefícios econômicos que fluam para a entidade e não

resultam em aumento do patrimônio líquido, portanto, são excluídos da receita. É

devido a essa normatização, que a Demonstração do Resultado do Exercício

começa com os valores de Receitas Líquidas, conforme demonstrado na figura 3, e

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os valores de receitas brutas e suas deduções são apresentadas em notas

explicativas, conforme figura abaixo.

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 31/12/2014

Receita Bruta

Receita com vendas de mercadorias

262.732.693

( - ) Impostos sobre vendas

(29.511.787)

( - ) Devoluções e abatimentos

(19.593.494)

Receita líquida de vendas 213.627.412

Figura 4 – Receita Operacional Líquida Fonte: NBC TG 30 (2012).

2.2.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

A Demonstração dos Fluxos de Caixa é uma demonstração de caráter

financeiro que evidencia as modificações ocorridas no saldo de caixa e equivalente

de caixa das empresas em um determinado período, através de fluxos de

recebimentos e pagamentos. A DFC substituiu a Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos (DOAR) a partir do advento da Lei nº 11.638/07. Segundo

Marion (2010), embora a DOAR seja mais rica em termos de informação, os

conceitos nela contidos, como por exemplo, a variação do capital circulante líquido

não são facilmente apreendidos. A DFC, ao contrário, por ser de uma linguagem e

conceitos mais simples, possui melhor comunicação com a maioria dos usuários das

Demonstrações Contábeis.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa permite que se analise principalmente,

a capacidade da empresa em honrar seus compromissos financeiros, gerar

resultados de caixa futuros, sua liquidez e solvência financeira (ASSAF NETO,

2010). Com relação à Demonstração de Fluxo de Caixa Matarazzo conceitua,

fazendo a relação da mesma com o Balanço Patrimonial:

O Balanço Patrimonial apresenta, em determinado momento (esteticamente), de um lado (PASSIVO), a origem dos recursos utilizados pela empresa e, de outro as aplicações. A peça contábil-financeira que vai mostrar o que isso representa em termos de dinheiro movimentado no exercício é a Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC) que monstra as fontes e aplicações que resultam afinal na variação do saldo de caixa (2010, p.33).

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A DFC é normatizada pelo Conselho Federal de Contabilidade através da

NBC TG 03 (2013), e segundo esta norma, informações sobre o fluxo de caixa de

uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações

contábeis uma base para avaliar a capacidade da entidade em gerar caixa e

equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses

fluxos de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem

avaliação da capacidade da entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como

da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração.

Os usuários das demonstrações contábeis de uma entidade estão

interessados em saber como a entidade gera e utiliza caixa e equivalentes de caixa.

Esse é o ponto, independentemente da natureza das atividades da entidade, e ainda

que o caixa seja considerado como produto da entidade, como pode ser o caso de

instituição financeira. As entidades necessitam de caixa essencialmente pelas

mesmas razões, por mais diferentes que sejam as suas principais atividades

geradoras de receita. Elas precisam de caixa para levar a efeito suas operações,

pagar suas obrigações e proporcionar um retorno para seus investidores. Assim

sendo, a NBC TG 03 (2010) requer que todas as entidades apresentem

demonstração dos fluxos de caixa.

Com relação à apresentação da DFC, a NBC TG 03 (2010) determina que

deve-se apresentar os fluxos de caixa do período classificados por atividades

operacionais, de investimento, e de financiamento.

Fluxos de caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa.

Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita

da entidade e outras atividades que não são de investimento e tão pouco de

financiamento.

Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de

ativos de longo prazo, e de outros investimentos não incluídos nos

equivalentes de caixa.

Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no

tamanho e na composição do capital próprio, e no capital de terceiros da

entidade.

Conforme conceituado na norma contábil e explicado por Assaf Neto (2010), a

DFC pode ser elaborada tanto pelo Método Direto como pelo Método Indireto. As

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companhias brasileiras são incentivadas a adotarem o método indireto. O método

indireto parte do lucro líquido do exercício para se conciliar com o caixa gerado

pelas operações. O Método Direto destaca as movimentações financeiras

explicando as entradas e saídas de recursos de cada componente da atividade

operacional, como recebimento de vendas, pagamentos de juros, impostos, entre

outros. A estrutura da DFC pelo Método Direto e Indireto é apresentada a seguir:

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO

Fluxos de caixa das atividades operacionais

20X2

Recebimentos de clientes 30.150

Pagamentos a fornecedores e empregados -27.600

Caixa gerado pelas operações 2.550

Juros pagos -270

Imposto de renda e contribuição social pagos -800

Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos -100

Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais $ 1.380

Fluxos de caixa das atividades de investimento

Aquisição da controlada X, líquido do caixa obtido na aquisição (Nota A) -550

Compra de ativo imobilizado (Nota B) -350

Recebimento pela venda de equipamento 20

Juros recebidos 200

Dividendos recebidos 200

Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento $ (480)

Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Recebimento pela emissão de ações 250

Recebimento por empréstimo a longo prazo 250

Pagamento de passivo por arrendamento -90

Dividendos pagos (a) -1.200

Caixa líquido consumido pelas atividades de financiamento $ (790)

Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa $ 110

Caixa e equivalentes de caixa no início do período (Nota C) $ 120

Caixa e equivalentes de caixa no fim do período (Nota C) $ 230

(a)

Esse valor também poderia ser apresentado no fluxo de caixa das atividades operacionais.

Figura 5 – DFC Método Direto Fonte: NBC TG 03 (2010).

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DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO

20X2

Fluxos de caixa das atividades operacionais

Lucro líquido antes do IR e CSLL 3.350

Ajustes por:

Depreciação 450

Perda cambial 40

Resultado de equivalência patrimonial -500

Despesas de juros 400

3.740

Aumento nas contas a receber de clientes e outros -500

Diminuição nos estoques 1.050

Diminuição nas contas a pagar – fornecedores -1.740

Caixa gerado pelas operações 2.550

Juros pagos -270

Imposto de renda e contribuição social pagos -800

Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos -100

Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais $ 1.380

Fluxos de caixa das atividades de investimento

Aquisição da controlada X, líquido do caixa obtido na aquisição (Nota A) -550

Compra de ativo imobilizado (Nota B) -350

Recebimento pela venda de equipamento 20

Juros recebidos 200

Dividendos recebidos 200

Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento $ (480)

Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Recebimento pela emissão de ações 250

Recebimento por empréstimos a longo prazo 250

Pagamento de passivo por arrendamento -90

Dividendos pagos (a) -1.200

Caixa líquido consumido pelas atividades de financiamento $ (790)

Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa $ 110

Caixa e equivalentes de caixa no início do período (Nota C) $ 120

Caixa e equivalentes de caixa no fim do período (Nota C) $ 230

(a)

Esse valor também poderia ser apresentado no fluxo de caixa das atividades operacionais.

Figura 6 – DFC Método Indireto Fonte: NBC TG 03 (2010).

2.2.4 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

A Demonstração do Valor Adicionado evidencia quanto de valor a empresa

agrega no seu processo produtivo. A Lei 11.638/07 introduziu a obrigatoriedade de

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elaboração da DVA para todas as companhias de capital aberto, e sobre isso a NBC

TG 09 (2011) conceitua:

A entidade, sob a forma jurídica de sociedade por ações, com capital aberto, e outras entidades que a lei assim estabelecer, devem elaborar a DVA e apresentá-la como parte das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. É recomendado, entretanto, a sua elaboração por todas as entidades que divulgam demonstrações contábeis (Item 3, 2011).

A Demonstração do Valor Adicionado surgiu na Europa, principalmente por

influência da Inglaterra, da França e da Alemanha, e tem tido cada vez mais

demanda no âmbito internacional, inclusive de expressa recomendação da ONU

(MARION, 2010). A DVA é construída a partir dos dados da DRE, na qual se

destaca o valor adicionado pela empresa e a distribuição desse valor, indicando

quanto à empresa contribui para o governo, por meio de impostos, taxas e

contribuições; para os empregados, por meio dos salários e contribuições; para os

financiamentos, por meio dos juros; para os proprietários de imóveis, por meio dos

aluguéis; para os acionistas, por meio dos dividendos e juros sobre o capital próprio.

Segundo Marion (2010), a DVA é uma demonstração bastante útil, inclusive

do ponto de vista macroeconômico, uma vez que, conceitualmente, o somatório dos

valores adicionados (ou valores agregados) de um país representa, na verdade, seu

Produto Interno Bruto (PIB). Essa informação é tão importante que, além de sua

utilização pelos países europeus, alguns países emergentes só aceitam a instalação

e a manutenção de uma empresa transnacional, se ela demonstrar qual será o valor

adicionado que irá produzir.

Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o

conhecimento de informações de natureza econômica e social, e oferece a

possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade

na qual está inserida. A decisão de recebimento por uma comunidade (Município,

Estado e a própria Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um

instrumento de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a

demonstração de resultado, por si só, não é capaz de oferecer.

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A seguir apresenta-se um exemplo da Demonstração do Valor Adicionado,

segundo a NBC TG 09:

Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL

DESCRIÇÃO

Em Milhões

20X1

1 – RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos

2.4) Outras (especificar)

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.1.1 – Remuneração direta

8.1.2 – Benefícios

8.1.3 – F.G.T.S

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.2.1 – Federais

8.2.2 – Estaduais

8.2.3 – Municipais

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.3.1 – Juros

8.3.2 – Aluguéis

8.3.3 – Outras

8.4) Remuneração de capitais próprios

8.4.1 – Juros sobre o capital próprio

8.4.2 – Dividendos

8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

Figura 7 – Demonstração do Valor Adicionado Fonte: NBC TG 09 (2011).

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Segundo a NBC TG 09 (2011), em seu item 10, a DVA está fundamentada em

conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que

representam dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na

formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a

entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou

consumidos durante determinado período. Existem, todavia, diferenças temporais

entre os modelos contábil e econômico no cálculo do valor adicionado. A ciência

econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a contabilidade

utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime

contábil de competência. Como os momentos de realização da produção e das

vendas são normalmente diferentes, os valores calculados para o PIB por meio dos

conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são naturalmente diferentes

em cada período. Essas diferenças serão menores, quanto menor forem as

diferenças entre os estoques inicial e final para o período considerado. Em outras

palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os valores

encontrados com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão.

2.3 Indicadores Econômico-Financeiros

O principal instrumento utilizado para a análise econômico-financeira de uma

empresa é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas. Os índices

estabelecem uma relação entre contas e grupos de contas dos Demonstrativos

Financeiros, visando evidenciar determinado aspecto da situação econômico-

financeira de uma empresa, servindo assim, como um termômetro na avaliação da

saúde financeira dela.

2.3.1 Instrumentos preliminares de análise

Para Assaf Neto (2010), o montante de uma conta ou de um grupo

patrimonial, quando tratado isoladamente, não retrata adequadamente a importância

do valor apresentado e muito menos, seu comportamento ao longo do tempo, desta

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forma, a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes períodos,

oferecerá um aspecto mais dinâmico e elucidativo a posição estática das

demonstrações contábeis. Esse processo de comparação, indispensável ao

conhecimento da situação de uma empresa, é representado pela Análise Horizontal

e pela Análise Vertical.

A análise horizontal das demonstrações financeiras corresponde ao estudo

comparativo, em períodos de tempo consecutivos, da evolução das contas que

compõem as demonstrações financeiras em análise. As variações, ocorridas ao

longo dos anos, permitem que o analista avalie as estratégias adotadas pela

empresa no passado. É feita com base em números-índices, em que se considera o

valor de 100 na data-base para a conta em análise e, por meio de uma simples regra

de três, apura-se o valor da conta no período seguinte, conforme apresentado na

figura a seguir:

Ano 1 Ano 2

Duplicatas a Receber 74.493 55.678

Ajuste Horizontal (AH) 100 x = 55.678 x 100 = 74

75.493

ANÁLISE HORIZONTAL DA CONTA DUPLICATAS A RECEBER

Figura 8 – Análise Horizontal Fonte: FGV Management (2011).

Pode-se concluir pela análise horizontal que a conta de duplicatas a receber

sofreu uma queda de 26% (74-100). A informação básica extraída da análise

horizontal é a evolução individual de cada conta em relação à evolução de uma

conta-padrão.

Com relação à Análise Vertical, a mesma trata-se da metodologia de análise

que mostra a participação percentual de cada um dos itens das demonstrações

financeiras em relação ao somatório do seu grupo. A análise vertical das

demonstrações financeiras tem como objetivo verificar a evolução ao longo do

tempo, da composição percentual das principais contas do balanço patrimonial e da

demonstração de resultados do exercício.

O procedimento para fazer a análise vertical, consiste em colocar em sentido

vertical as contas do ativo e do passivo (no caso do balanço patrimonial), nos

exercícios em análise. Em seguida, fazendo igual a 100 o total do ativo e do passivo

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em cada exercício, calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do

ativo e do passivo.

As análises, horizontal e vertical, não são excludentes, ou seja, ao se

processar um estudo comparativo das demonstrações contábeis de uma empresa, é

importante que sejam utilizadas tanto a análise horizontal como a vertical, a fim de

melhor identificar as várias mutações sofridas por seus elementos contábeis (ASSAF

NETO, 2010).

2.3.2 Estrutura Patrimonial

Os índices de estrutura patrimonial avaliam a segurança que uma empresa

oferece aos capitais alheios e revelam sua política de obtenção de recursos e de

alocação dos mesmos nos diversos itens do ativo. O ativo de uma empresa é

financiado pelo capital próprio (patrimônio líquido) e por capitais de terceiros

(obrigações). Quanto maior for à participação de capitais de terceiros nos negócios

de uma empresa, maior será o risco. Os índices de estrutura patrimonial são

extraídos do balanço patrimonial, por meio da comparação de itens do ativo com

itens do passivo. O passivo representa a estrutura de financiamentos, isto é, são

recursos que a empresa vem captando (próprios e de terceiros) para financiar sua

atividade. A seleção dos fundos que financiam os investimentos deve ser realizada

levando-se em conta os seus custos e a capacidade de geração de caixa da

empresa. Os índices de estrutura patrimonial são os relacionados com a composição

dos financiamentos, e aqueles que medem o grau de imobilização de recursos

próprios e permanentes (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

2.3.2.1 Endividamento Geral

É a percentagem de participação de recursos de terceiros (curto e longo

prazo de vencimento) no financiamento das aplicações totais realizadas pela

empresa, ou seja, o ativo total.

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PC + PNC

Ativo TotalX 100Endividamento Geral

Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

Quanto maior o nível de endividamento da empresa, maior o risco, porém não

se pode tirar essa conclusão observando somente esse índice, pois ele

simplesmente compara as dívidas com o ativo total (CARVALHO, COSTA,

GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

A empresa não liquidará seus ativos para pagamento das dívidas, a não ser

em caso de falência, assim, é preciso considerar alguns pontos como:

Qual é a participação da dívida com bancos no passivo circulante.

Qual o cronograma de amortização da dívida de longo prazo.

Quais são as taxas de juros reais para cada um dos financiamentos de longo

prazo.

Qual a capacidade de geração de caixa operacional da empresa, pois as

dívidas serão pagas por meio de sua capacidade de gerar recursos.

2.3.2.2 Composição do Endividamento

Corresponde à percentagem de participação de recursos de terceiros de curto

prazo com o endividamento total.

PC

PC + PNCX 100Composição do Endividamento

Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

Esse índice é uma medida da qualidade do passivo em termos de prazo, ou

seja, quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco

oferecido pela empresa. Endividamento concentrado no longo prazo, principalmente

decorrente de investimento efetuado, oferece uma situação mais tranquila no curto

prazo (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

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2.3.2.3 Imobilização do Capital Próprio

O índice exprime o quanto do ativo permanente (investimento, imobilizado e

intangível) da empresa, é financiado pelo seu patrimônio líquido, evidenciando

assim, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para

manutenção de seus negócios. Em princípio, os componentes do ativo permanente

devem ser financiados por recursos próprios e, quando forem insuficientes, devem

ser complementados por recursos de terceiros, desde que amortizáveis ao longo

prazo (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

AP

PLX 100Imobilização do Capital Próprio

Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

O aumento do ativo permanente pode ser considerado normal em uma fase

de implantação, expansão da capacidade produtiva do empreendimento ou quando

a empresa faz investimentos em modernização para reduzir custos, porém é

importante que a parcela dos investimentos que não seja financiada por recursos

próprios, seja por recursos de terceiros de longo prazo, evitando assim, os de curto

prazo, pois a empresa precisa de tempo para elevar a geração de caixa, e desta

forma, conseguir pagar os juros e amortizar o principal. Assim, o prazo de

amortização tem que ser compatível com a capacidade de geração de caixa.

2.3.2.4 Imobilização de Recursos Permanentes

Esse indicador demonstra qual o percentual de recursos não correntes

(exigível em longo prazo e patrimônio líquido) que foram revertidos para aplicação

no ativo permanente. Esse índice tem papel fundamental quando o capital próprio

(patrimônio líquido) demonstra-se insuficiente para cobrir o investimento efetuado no

ativo permanente, fazendo com que a empresa necessite captar recursos de

terceiros ao longo prazo para financiar tal aplicação. Quanto maior for a imobilização

de recursos permanentes, menor será a parcela dos recursos permanentes

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destinados a financiar o giro dos negócios (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES &

LIMEIRA, 2010).

AP

PL + PNCX 100

Imobilização de Recursos

Permanentes Fonte: (CARVALHO, COSTA, GONÇALVES & LIMEIRA, 2010).

Empresas que giram rapidamente os seus estoques e contas a receber

podem trabalhar com um índice maior de imobilização de recursos permanentes, por

outro lado, empresas que levem mais tempo para renovar seus estoques e contas a

receber, deveriam ter uma menor imobilização de recursos permanentes e,

consequentemente, maiores parcelas de recursos permanentes destinados ao giro

dos negócios.

2.3.2.5 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros

Segundo Matarazzo (2010), esse índice revela o quanto do capital próprio é

dado como garantia a cada R$ 1,00 (um real) investido na empresa por terceiros, ou

seja, é a divisão do patrimônio líquido com o exigível total (passivos circulantes e

passivos não circulantes).

PL

PC + PNC

Garantia do Capital Próprio ao

Capital de Terceiros Fonte: Matarazzo (2010).

2.3.3 Liquidez

Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da

empresa em honrar os compromissos com terceiros, pois evidenciam quanto a

empresa dispõe de bens e direitos em relação às obrigações assumidas no mesmo

período. No contexto geral, presume-se que quanto maior a liquidez, melhor será a

situação financeira da empresa, porém, nem sempre um alto índice de liquidez

representa, necessariamente, boa saúde financeira. Assim, uma empresa que

possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por períodos

elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis

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na conta Clientes, poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldade

para honrar seus compromissos nos vencimentos.

O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma

adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento. Para Marion

(2010), os índices de liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento

da empresa, isto é, constituem uma apreciação para ver se a empresa tem

capacidade para saldar seus compromissos, e essa capacidade de pagamento pode

ser avaliada considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo imediato.

2.3.3.1 Liquidez Imediata

Esse índice mede a capacidade financeira da empresa em pagar

imediatamente seus compromissos, avaliando o poder de pagar de uma só vez

todas as suas obrigações com vencimentos ao longo do exercício seguinte.

Disponível

PCLiquidez Imediata

Fonte: Iudícibus (2009).

Segundo Assaf Neto (2010), o índice é normalmente baixo pelo pouco

interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo

operacionalmente de reduzida rentabilidade.

2.3.3.2 Liquidez Corrente

O índice de liquidez corrente é um dos mais conhecidos e utilizados na

análise econômica financeira. Conforme Assaf Neto (2010, p.164), “esse índice

avalia o quanto existe de ativo circulante para cada R$ 1,00 (um real) de passivo

circulante em um determinado momento”. Ou seja, empresas com índice maior que

1,00 trabalham com capital de giro (ativo circulante menos passivo circulante)

positivo, e empresas com índice de liquidez corrente menor do que 1,00 trabalham

com capital de giro negativo.

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AC

PCLiquidez Corrente

Fonte: Silva (2005).

Se: Denota:

Liquidez Corrente > 1,0 Capital Circulante Líquido positivo

Liquidez Corrente = 1,0 Capital Circulante Líquido nulo

Liquidez Corrente < 1,0 Capital Circulante Líquido negativo Figura 11 – Liquidez Corrente Fonte: Assaf Neto (2010).

Deve-se tomar cuidado ao analisar isoladamente o índice de liquidez corrente,

pois este não compara os prazos de pagamento das dívidas operacionais com os

prazos de renovação dos ativos operacionais.

2.3.3.3 Liquidez Seca

O índice de liquidez seca é uma medida mais rigorosa para a avaliação da

liquidez da empresa, e indica o quanto ela poderá dispor de recursos circulantes,

sem vender seus estoques, para fazer frente a suas obrigações de curto prazo.

(AC - Estoques)

PCLiquidez Seca

Fonte: Marion (2012).

Este índice procura analisar a situação financeira a partir da premissa de que

os estoques não se realizam, simplesmente se renovam, e por isso devem ser

desconsiderados do numerador. Conforme Assaf Neto (2010), o índice de liquidez

seca, determina a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa, mediante a

utilização das contas do disponível e valores a receber.

2.3.3.4 Liquidez Geral

O índice de liquidez geral é uma medida de capacidade de pagamento de

todo o passivo exigível da empresa. Conforme Assaf Neto (2010), esse indicador

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revela a liquidez tanto a curto, como a longo prazo. De cada R$ 1,00 que a empresa

mantém de dívida, o quanto existe de direitos e haveres no ativo circulante e no

realizável a longo prazo.

AC + ANC

PC + PNCLiquidez Geral

Fonte: Silva (2005).

A liquidez geral é utilizada também como uma medida de segurança

financeira da empresa a longo prazo, revelando sua capacidade de saldar todos

seus compromissos.

2.3.4 Situação Econômica

A situação econômica da empresa é fundamentalmente apresentada na

demonstração de resultados, e a partir dessa demonstração é possível calcular os

índices de rentabilidade, que tem por objetivo avaliar o desempenho final da

empresa, sendo a rentabilidade o reflexo das políticas e das decisões adotadas

pelos seus administradores, expressando objetivamente o nível de eficiência e o

grau do êxito econômico-financeiro atingido, desta forma, todos os índices de

rentabilidade quanto maior melhor, e conforme Marion (2010), na análise econômica

da empresa, a atenção se volta para a sua rentabilidade, para seu potencial de

vendas, para sua habilidade de gerar resultados, para a evolução das suas

despesas, e os demais fatores econômicos inerentes ao negócio de sua atuação.

2.3.4.1 Return On Investment (ROI)

Em inglês, Return On Investment significa Retorno sobre o Investimento. Esse

índice reflete o quanto a empresa está obtendo de resultado em relação aos seus

investimentos totais, e através desse indicador, pode-se também prever qual o

tempo necessário para se recuperar os investimentos efetuados na empresa.

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Lucro Líquido

Ativo TotalReturn on Investment - ROI

Fonte: Marion (2010).

Segundo Marion (2010), a rentabilidade é medida em função dos

investimentos. As fontes de financiamento do ativo são Capital Próprio e Capital de

Terceiros, assim, a administração adequada do ativo proporcionará maior retorno a

empresa.

2.3.4.2 Return On Equity (ROE)

O indicador Return On Equity, significa Retorno sobre o Capital Investido

pelos proprietários/acionistas. Segundo Marion (2010), mede a remuneração do

capital próprio investido na empresa, ou seja, o quanto foi acrescentado em

determinado período ao patrimônio dos acionistas. Do ponto de vista dos capitais

investidos, esse é o índice mais importante a ser analisado, pois além de avaliar a

remuneração do capital próprio, permite analisar se esse rendimento é compatível

com outras alternativas de aplicações, como caderneta de poupança, aluguéis e

ações de outras empresas concorrentes.

Lucro Líquido

PLReturn On Equity - ROE

Fonte: Marion (2010).

Esse tipo de análise resulta na avaliação do custo de oportunidade do

investidor, ou seja, entende-se por custo de oportunidade a remuneração que se

deixa de auferir em função de oportunidade de investimento descartada.

2.3.4.3 Giro dos Ativos

Embora não seja um índice essencialmente de rentabilidade, o estudo da

rotação dos ativos ou giro dos ativos, constitui-se um aspecto importante para o

entendimento da rentabilidade do investimento.

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Vendas Líquidas

Ativo TotalGiro do Ativo

Fonte: Silva (2013).

Este índice indica quantas vezes o ativo girou durante o período, ou seja,

comparando o faturamento do período com o investimento total, indicando quantas

vezes a empresa conseguiu vender o seu ativo, demonstrando o volume de vendas

em relação ao investimento total. Mede o quanto o ativo contribui para o faturamento

da empresa (SILVA, 2013).

2.3.4.4 Margem Bruta

A margem bruta representa uma medida de lucratividade sobre o produto,

mercadoria ou serviço comercializado pela empresa. Segundo Braga (2009, p. 178),

a margem bruta “mede a rentabilidade das vendas, logo após a dedução do custo

dos produtos vendidos (ou custo das mercadorias vendidas)”. Esse indicador revela

o percentual remanescente da receita líquida, após dedução do custo das

mercadorias vendidas.

Lucro Bruto

Vendas LíquidasMargem Bruta

Fonte: Bruni (2011).

A margem bruta é consequência tanto da margem de contribuição unitária

(preço menos custo variável unitário), quando da quantidade vendida de cada

produto.

2.3.4.5 Margem Operacional

A margem operacional é uma medida de lucratividade das vendas, e avalia o

ganho operacional da empresa (resultado antes das receitas e despesas não

operacionais e financeiras), em relação ao seu faturamento.

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Lucro Op.

Vendas LíquidasMargem Operacional

Fonte: Bruni (2011).

Conforme Ferreira (2010, p. 14) “a margem operacional (ou taxa de retorno

operacional) sobre as Vendas Líquidas (ou sobre a receita operacional líquida)

indica o percentual de lucro operacional líquido embutido no valor das vendas

líquidas do período”. A margem operacional representa a capacidade da empresa

em gerar resultados com suas vendas, identificando, desta forma, o desempenho

operacional da empresa, medido exclusivamente em função das suas operações

normais.

2.3.4.6 Margem Líquida

Esse índice representa a percentagem de cada real de venda que restou,

após a empresa ter deduzido todas as suas despesas, inclusive financeiras,

resultado de equivalência patrimonial, despesas e receitas não operacionais, e

imposto de renda.

Lucro Líquido

Vendas LíquidasMargem Líquida

Fonte: Bruni (2011).

Segundo Matarazzo (2010), quanto maior, melhor, pois indica quanto a

empresa obtém de lucro para cada $ 1,00 vendido.

2.3.4.7 Potencial do Ativo em Gerar Riqueza

Esse índice mede o quanto cada real investido no ativo gera de riqueza (valor

adicionado), a ser transferido para vários setores que se relacionam com a empresa

(MARION, 2010).

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Valor Adicionado

Ativo

Potencial do Ativo em

Gerar Riqueza Fonte: Marion (2010).

O ativo financiado por capital próprio e por capital de terceiros é quem gera

receita, a qual, por sua vez, gera riqueza para a empresa.

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3. METODOLOGIA

A palavra metodologia tem diferentes sentidos, mas sempre está relacionada

ao método e aos procedimentos (BEUREN, 2003, p.53). Sendo assim, este capítulo

tem por objetivo descrever os métodos utilizados para a realização do presente

trabalho.

3.1 ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA DA PESQUISA

Quanto ao ponto de vista da sua natureza, ela é considerada básica, pois

objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação

prática prevista, onde é feita para aumentar o conhecimento sobre algum assunto,

sem que se tenha na pesquisa uma aplicação imediata. Segundo a ANPEI (1993,

p.8):

A pesquisa compreende o trabalho criativo com a finalidade de aumentar o

estoque de conhecimentos científicos e tecnológicos, a fim de solucionar os

problemas práticos. Sendo a pesquisa básica o trabalho teórico ou

experimental empreendido primordialmente para compreender fenômenos e

fatos da natureza, sem nenhuma preocupação com possíveis aplicações

práticas ou ganhos econômicos a curto prazo.

Quanto a sua abordagem, a pesquisa é quantitativa e qualitativa; pois além da

sua representatividade numérica e seus diversos cálculos, ela analisa e interpreta

dados, para que se possam ter informações sobre a situação econômico-financeiro

da companhia estudada. Segundo Oliveira (2007, p. 59), “a pesquisa qualitativa

pode ser caracterizada como sendo uma tentativa de se explicar em profundidade o

significado e as características do resultado das informações obtidas [...]”. De acordo

com Fonseca (2002, p. 20):

Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa

quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são

grandes e consideradas representativas da população, os resultados são

tomados como se constituíssem um retrato real de toda a popula- ção alvo

da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada

pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com

base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos

padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem

matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre

variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa

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permite recolher mais informações do que se poderia conseguir

isoladamente.

Do ponto de vista dos meios e fins do estudo é uma pesquisa

predominantemente explicativa, de acordo com Lakatos e Marconi (2011, p. 54):

A pesquisa explicativa registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica

suas causas. Essa prática visa ampliar generalizações, definir leis mais

amplas, estruturar e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em uma

visão mais unitária do universo ou âmbito produtivo em geral e gerar

hipóteses ou ideias por força de dedução lógica.

No que diz respeito ao procedimento utilizado, a pesquisa é documental,

segundo Gil (2010, pag.30):

A pesquisa documental é utilizada em praticamente todas as ciências

sociais e constitui um dos delineamentos mais importante no campo da

história e da economia. Como delineamento, apresenta muitos pontos de

semelhança com a pesquisa bibliográfica, posto que nas duas modalidades

utilizam-se dados já existentes. A diferença está na natureza das fontes. A

pesquisa bibliográfica fundamenta-se em material elaborado por autores

com o propósito específico de ser lida por públicos específicos. Já a

pesquisa documental vale-se de toda sorte de documentos, elaborado com

finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação,

etc [...].

Para a fundamentação das teorias defendidas, foi utilizado o estudo de caso,

onde realizou-se a análise econômico-financeira da Petrobras com base em suas

demonstrações contábeis encerradas em 31 de dezembro de 2014. Segundo

FONSECA (2002, p. 33):

Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma

entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema

educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em

profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se

supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de

mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o

objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de

caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que

procura compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes,

ou uma perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma

perspectiva global, tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de

estudo do ponto de vista do investigador.

Assim, o estudo de caso da empresa estudada visa conhecer o porquê da sua

atual situação.

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3.2 O CONTEXTO DA PESQUISA: ESPAÇO E SUJEITOS DA INVESTIGAÇÃO

O contexto da pesquisa se deu na Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras), através

de informações extraídas das Demonstrações Contábeis publicadas na

BM&FBOVESPA no período de 2012 a 2014.

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E SELEÇÃO DOS DADOS

Os dados foram coletados das demonstrações contábeis da Petrobras para

serem analisados e interpretados no período de 2012 a 2014.

3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Vários procedimentos de análise dos dados coletados foram feitos, como:

análise vertical, análise horizontal, índices de liquidez, de endividamento e de

rentabilidade, entre outros. Os resultados obtidos com os cálculos foram

comparados e confrontados, gerando informações para que fossem interpretadas.

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4. ESTUDO DE CASO: Análise Econômico-financeira da PETROBRAS.

Devido à importância da Petrobras no cenário econômico brasileiro, visto que

é a maior distribuidora de combustíveis no Brasil. Realizou-se o presente estudo de

caso, onde se buscou conhecer a situação econômico-financeira da companhia,

através dos cálculos dos indicadores, a partir das informações publicadas nas

demonstrações contábeis encerradas em 31 de dezembro de 2014. Os indicadores

deram suporte para a elaboração do relatório de análise, onde se apresentam a

estrutura patrimonial, a situação econômica e de liquidez da companhia, face os

efeitos das decisões tomadas na empresa ao longo dos três últimos anos, e das

ações fraudulentas descobertas nas investigações criminais pelas autoridades

brasileiras (Operação Lava Jato), que se tornaram públicos a partir do ano de 2014,

em que altos executivos da companhia entraram em conluio com empreiteiras,

fornecedores e outros envolvidos, para estabelecer um cartel que impôs gastos

adicionais à companhia.

4.1 A empresa Petrobras

A Lei nº 2004, de 03 de outubro de 1953, instituiu a Petrobras e foi

sancionada pelo então presidente da República Getúlio Vargas. Ela dispunha sobre

a política nacional do petróleo, definindo as atribuições do Conselho Nacional do

Petróleo (CNP), estabelecendo o monopólio estatal do petróleo e a criação da

Petrobras. A história da criação da Petrobras esta ligada a Campanha do Petróleo,

patrocinada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e promovida por

nacionalistas cujo lema era “O petróleo é nosso”. A história do petróleo no Brasil,

remonta aos tempos do Regime Imperial, onde o Marquês de Olinda cedeu o direito

a José Barros de Pimentel de realizar a extração de betume nas margens do rio

Marau, na Bahia.

Até as primeiras décadas do século XX, alguns estudiosos e exploradores

anônimos tentaram perfurar alguns poços de petróleo sem obter êxito, porém, em

1930, o engenheiro agrônomo Manoel Inácio de Basto com base no relato de

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populares, teve a informação de que os moradores de Lobato, bairro suburbano de

Salvador, utilizavam uma “lama preta” como combustível de suas lamparinas, assim,

instigado por tal notícia, realizou testes e experimentos que atestavam a existência

de petróleo nessa localidade, contudo, não possuía contatos influentes que

poderiam investir em sua descoberta. Persistente, em 1932, conseguiu entregar ao

presidente Getúlio Vargas um laudo técnico que atestava a descoberta, mas só em

1938, o governo decidiu explorar um poço em Lobato, e técnicos constaram a

existência de petróleo, com isso é criado o Conselho Nacional do Petróleo, e as

jazidas minerais passam a ser considerada propriedade estatal.

. Após a Segunda Guerra Mundial iniciou-se no Brasil um intenso debate

sobre a melhor maneira de explorar o petróleo no país. O assunto era polêmico uma

vez que envolvia diversos aspectos políticos, tais como a soberania nacional, a

importância dos recursos minerais estratégicos, a política de industrialização e os

limites de atuação das empresas multinacionais no país, e foi um dos mais

marcantes na História do Brasil nas décadas de 1940 a 1960. Para debatê-lo,

constituíram-se dois grupos com posições distintas: um que defendia a abertura do

setor petrolífero à iniciativa privada, nacional e estrangeira, e outro, que desejava o

monopólio estatal do petróleo. Nessa época surgiu a campanha “O Petróleo é

nosso”, em favor do monopólio estatal do petróleo, mobilizando estudantes

universitários, profissionais liberais e militares. Assim foi apresentado pelo então

presidente Getulio Vargas, o projeto de criação da Petrobras, em 6 de dezembro de

1951, mas só em 3 de outubro de 1953 foi aprovada a lei n° 2004 que criou a

Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), que instituiu o monopólio estatal da exploração,

do refino e do transporte, monopólio que durou 44 anos, e foi legalmente derrubado

com a Emenda Constitucional nº 9/1995, que modificou o Art. 177 da Constituição

Federal, pondo fim no monopólio estatal, que foi viabilizado a partir de 16 de outubro

de 1997, com aprovação da Lei do Petróleo (lei n° 9.478) e a criação da Agência

Nacional do Petróleo (ANP), órgão regulador da indústria do petróleo. Este marco

regulatório abriu caminho para a participação do setor privado na pesquisa,

exploração, extração, refino, exportação, importação e distribuição de petróleo.

Atualmente a sede social da Petrobras está localizada na cidade do Rio de

Janeiro – RJ. A companhia dedica-se diretamente ou por meio de suas subsidiárias

e controladas, à pesquisa, lavra, refino, processamento, comércio e transporte de

petróleo proveniente de poço, de xisto ou de outras rochas, de seus derivados, de

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gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, além das atividades vinculadas à

energia, podendo promover pesquisa, desenvolvimento, produção, transporte,

distribuição e comercialização de todas as formas de energia, bem como quaisquer

outras atividades correlatas ou afins. Abaixo informações da companhia.

Investimentos Produção Diária Refinarias

R$ 87,1 bilhões2 milhões 799 mil barris de óleo

equivalente por dia16

Receita de Vendas Reservas Provadas Produção de derivados

R$ 337,3 bilhões16,6 bilhões de barris* de óleo

equivalente (boed)2 milhões 170 mil barris por dia

Lucro Líquido Plataformas de Produção Postos

R$ -26,6 bilhões 129 (72 Fixas; 57 flutuantes) 7.931 (no Brasil) e 907 (exterior)

Acionistas Biocombustíveis Fertilizantes

756.0305 usinas de biodiesel (3 próprias e 2 em

parceria) 10 usinas de etanol em parceria3 fábricas

Presença Global Termelétricas Frota de Navios

19 países 22 usinas**257 (54 de propriedade da

Petrobras)

Número de Empregados Energia Eólica Dutos80.908 4 usinas 36.533 km

Dados dos resultados do exercício de 2014/ Última atual ização: Dezembro de 2014. Não inclui os escri tórios

de representação. *Cri tério ANP/SPE ** 16 delas uti l i zam gás natura l

Figura 11 – Perfil da Petrobras Fonte: Petrobras.com.br (2015) .

A Petrobras é líder mundial no desenvolvimento de tecnologia avançada para

a exploração petrolífera em águas profundas e ultra-profundas, e em 2011 estava no

quinto lugar na classificação das maiores petrolíferas de capital aberto do mundo.

Em valor de mercado, foi a segunda maior empresa do continente americano e a

quarta maior do mundo no ano de 2010. Em setembro de 2010, passou a ser a

segunda maior empresa de energia do mundo, sempre em termos de valor de

mercado, segundo dados da Bloomberg e da Agência Brasil. Em outubro de 2010 a

empresa ficou conhecida internacionalmente por efetuar a maior capitalização em

capital aberto da história: 72,8 bilhões de dólares (a época 127,4 bilhões de reais).

Desde o ano de 2006 que a empresa vem enfrentando polêmicas e sendo

citada em casos de corrupção, a mais recente delas é a Operação Lava Jato, nome

de uma investigação da Polícia Federal do Brasil iniciada em 17 de março de 2014,

para apurar um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar mais de

10 bilhões de reais, atualmente estimado em mais de R$ 20 bilhões. A operação

recebeu esse nome devido ao uso de uma rede de lavanderias e postos de

combustíveis pela quadrilha para movimentar os valores de origem ilícita. Até abril

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de 2014, a Operação Lava Jato já contava com 30 pessoas presas, entre elas o ex-

diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de serviços Pedro José

Barusco Filho. Em depoimento a CPI da Petrobras, o ex-gerente de operações da

empresa, declarou que começou a receber propinas em 1997 e 1998, porém foi a

partir de 2004 que o recebimento de propinas se tornou mais amplo.

4.2 Análises preliminares

A Análise Horizontal e Vertical é a forma mais comum de expressar a análise

das demonstrações contábeis, pois, apesar de sua simplicidade, elas irão destacar

as variações mais importantes no Balanço Patrimonial e na Demonstração de

Resultado do Exercício.

Visando verificar a evolução ao longo dos anos das contas que compõe o

Balanço Patrimonial e Demonstração de resultados da companhia, foi incialmente

efetuado as Análises Vertical e Horizontal conforme apresentado a seguir.

4.2.1 Análise Horinzontal

Análise Horizontal avalia o aumento ou a diminuição dos valores que

expressam os elementos patrimoniais ou do resultado. Análise Horizontal baseia-se

na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relações

á demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica,

geralmente a mais antiga da série (MATARAZZO, 2003, p. 245).

Abaixo, observa-se a análise horizontal dos balanços patrimoniais (ativo e

passivo), como também da demonstração do resultado da entidade, onde se pode

evidenciar o crescimento ou a redução de itens dos demonstrativos contábeis ao

longo dos exercícios sociais para caracterizar tendências.

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50

 Descrição  AH 31/12/2014 AH 31/12/2013 31/12/2012

 Ativo Total  5% 793.375.000 13% 752.967.000 669.032.000

 Ativo Circulante  9% 135.023.000 4% 123.351.000 118.101.000

 Caixa e Equivalentes de Caixa  19% 44.239.000 35% 37.172.000 27.628.000

 Aplicações Financeiras  172% 24.763.000 -57% 9.101.000 21.316.000

 Contas a Receber  -7% 21.167.000 -0,13% 22.652.000 22.681.000

 Estoques  -9% 30.457.000 12% 33.324.000 29.736.000

 Tributos a Recuperar  -13% 10.123.000 2% 11.646.000 11.387.000

 Outros Ativos Circulantes  -55% 4.274.000 77% 9.456.000 5.353.000

 Ativo Não Circulante  5% 658.352.000 14% 629.616.000 550.931.000

 Ativo Realizável a Longo Prazo  14% 50.104.000 14% 44.000.000 38.531.000

 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo  -81% 6.000 -56% 31.000 70.000

 Aplic Financ Avaliadas ao Custo Amortizado  3% 284.000 -4% 276.000 289.000

 Contas a Receber  36% 14.441.000 17% 10.616.000 9.075.000

 Tributos Diferidos  -13% 13.318.000 15% 15.250.000 13.281.000

 Outros Ativos Não Circulantes  24% 22.055.000 13% 17.827.000 15.816.000

 Investimentos  -2% 15.282.000 25% 15.615.000 12.477.000

 Imobilizado  9% 580.990.000 28% 533.880.000 418.716.000

 Intangível  -67% 11.976.000 -56% 36.121.000 81.207.000

BALANÇO PATRIMONIAL - (Reais Mil)

Figura 12 – Análise Horizontal – Balanço Patrimonial – Ativo. Fonte: O Autor.

Observa-se que o Ativo total da companhia teve um aumento de 13% do ano

de 2012 para 2013, porém esse crescimento foi reduzido em 61,54% quando

comparado à evolução do ano de 2013 para 2014, ficando assim em 5%, desta

forma, pode-se dizer que os ativos aumentaram em 18,59% do ano de 2012 para

2014. No Ativo Circulante, a conta de Aplicações Financeiras destaca-se pelo

aumento em 172% na comparação de 2014 com 2013, porém conjunto dos anos

analisados, essa evolução foi de 16,17% entre 2012 e 2014. No Ativo Não

Circulante, o Intangível foi destaque com uma queda acentuada de 85,25% de 2012

para 2014. Os Investimentos e Imobilizado tiveram um aumento em mais de 20% em

2013 e houve uma pequena variação para 2014.

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 Descrição  AH 31/12/2014 AH 31/12/2013 31/12/2012

 Passivo Total  5% 793.375.000 13% 752.967.000 669.032.000

 Passivo Circulante  0,16% 82.659.000 19% 82.525.000 69.621.000

 Obrigações Sociais e Trabalhistas  14% 5.489.000 9% 4.806.000 4.420.000

 Fornecedores  -7% 25.924.000 13% 27.922.000 24.775.000

 Obrigações Fiscais  -0,30% 657.000 -6% 659.000 704.000

 Empréstimos e Financiamentos  68% 31.565.000 23% 18.782.000 15.320.000

 Outras Obrigações  -35% 16.909.000 14% 25.930.000 22.792.000

 Provisões  11% 2.115.000 19% 1.912.000 1.610.000

 Passivos sob Ativos Não-Correntes a Venda e Descontinuados -100% - 2.514.000 -

 Passivo Não Circulante  25% 399.994.000 20% 321.108.000 268.636.000

 Empréstimos e Financiamentos  28% 319.470.000 38% 249.038.000 180.994.000

 Tributos Diferidos  -65% 8.052.000 -5% 23.206.000 24.472.000

 Provisões  48% 72.472.000 -23% 48.864.000 63.170.000

 Patrimônio Líquido Consolidado  -11% 310.722.000 6% 349.334.000 330.775.000

 Capital Social Realizado  0,01% 205.432.000 0,01% 205.411.000 205.392.000

 Reservas de Capital  -188% (646.000) 17% 737.000 630.000

 Reservas de Lucros  -0,01% 149.015.000 10% 149.036.000 134.929.000

 Lucros/Prejuízos Acumulados  100% (21.577.000) -100% - (154.000)

 Outros Resultados Abrangentes  223% (23.376.000) -41% (7.244.000) (12.376.000)

 Participação dos Acionistas Não Controladores  34% 1.874.000 -41% 1.394.000 2.354.000

BALANÇO PATRIMONIAL - (Reais Mil)

Figura 13 – Análise Horizontal – Balanço Patrimonial – Passivo. Fonte: O Autor.

No Passivo Circulante, a maior variação foi na conta de Empréstimos e

Financiamentos, que de 2012 para 2013 aumentou em 23% e de 2013 para 2014

aumentou em 68%, ficando com um aumento para os anos analisados em 106,04%

de 2012 para 2014, já no Passivo não Circulante esse aumento foi de 76,51%. O

Patrimônio Líquido apresentou uma redução de 6,05% entre 2012 e 2014.

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 Descrição  AH 31/12/2014 AH 31/12/2013 31/12/2012

 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços  11% 337.260.000 8% 304.890.000 281.379.000

 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos  9% (256.823.000) 11% (234.995.000) (211.937.000)

 Resultado Bruto  15% 80.437.000 1% 69.895.000 69.442.000

 Despesas/Receitas Operacionais  188% (102.353.000) -6% (35.538.000) (37.966.000)

 Despesas com Vendas  51% (15.974.000) 10% (10.601.000) (9.604.000)

 Despesas Gerais e Administrativas  4% (11.223.000) 9% (10.751.000) (9.842.000)

 Outras Despesas Operacionais  395% (75.607.000) -18% (15.281.000) (18.604.000)

 Tributárias  5% (1.801.000) 126% (1.721.000) (760.000)

 Custo com Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico  7% (2.589.000) 8% (2.428.000) (2.238.000)

 Custo Exploratório para Extração de Petróleo e Gás  11% (7.135.000) -18% (6.445.000) (7.871.000)

 Participação nos Lucros ou Resultados  -5% (1.045.000) 10% (1.102.000) (1.005.000)

 Outras Despesas/Receitas Operacionais Líquidas  420% (12.207.000) -64% (2.347.000) (6.449.000)

 Baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente  100% (6.194.000) - -

 Perdas no valor de recuperação de ativos - Impairment  3505% (44.636.000) 341% (1.238.000) (281.000)

 Resultado de Equivalência Patrimonial  -59% 451.000 1204% 1.095.000 84.000

 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos  -164% (21.916.000) 9% 34.357.000 31.476.000

 Resultado Financeiro  -37% (3.900.000) 67% (6.202.000) (3.723.000)

 Receitas Financeiras  37% 5.355.000 -46% 3.911.000 7.241.000

 Despesas Financeiras  -8% (9.255.000) -8% (10.113.000) (10.964.000)

 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro  -192% (25.816.000) 1% 28.155.000 27.753.000

 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro  -176% 3.892.000 -24% (5.148.000) (6.794.000)

 Corrente  -14% (4.133.000) 6% (4.825.000) (4.572.000)

 Diferido  -2585% 8.025.000 -85% (323.000) (2.222.000)

 Resultado Líquido das Operações Continuadas  -195% (21.924.000) 10% 23.007.000 20.959.000

 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período  -195% (21.924.000) 10% 23.007.000 20.959.000

 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora  -192% (21.587.000) 11% 23.570.000 21.182.000

 Atribuído a Sócios Não Controladores  -40% (337.000) 152% (563.000) (223.000)

 Lucro Básico por Ação 

 ON  (1,65) 1,81 1,62

 PN  (1,65) 1,81 1,62

 Lucro Diluído por Ação 

 ON  (1,65) 1,81 1,62

 PN  (1,65) 1,81 1,62

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO - (Reais Mil)

Figura 14 – Análise Horizontal – Demonstração de Resultado. Fonte: O Autor.

Com relação à Demonstração de Resultado, conforme apresentado a seguir,

observa-se que a receita de vendas apresenta um leve crescimento entre os anos

analisados, 9,5% na média, porém é menor que o crescimento médio de 10% para o

custo. Mas em toda a Demonstração de Resultado, o destaque fica por conta da

queda de 195% no lucro líquido da companhia, isso se comparado o ano de 2014

com 2013, e 204,6% quando comparado com 2012. O fator predominante para essa

queda vertiginosa no lucro líquido e resultado econômico da companhia, foi o

reconhecimento das perdas ocorridas por ação de corrupção que são investigadas

pela Polícia Federal do Brasil no âmbito da Operação Lava Jato. O Reconhecimento

dessas perdas foi mensurado em R$ 50,8 bilhões de reais, correspondendo a 50%

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53

das despesas operacionais de 2014, e um aumento de 188% quando comparado

com 2013.

4.2.2 Análise Vertical

Análise Vertical tem o objetivo de medir os percentuais de cada componente

em relação ao todo do qual faz parte e fazer as comparações entre dois ou mais

períodos. Análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações

financeiras. Para isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor-

base. Por exemplo, na Análise Vertical do Balanço calcula-se o percentual de cada

conta em relação ao total do Ativo (Matarazzo, 2003, p. 243).

Abaixo, observa-se a análise vertical dos balanços patrimoniais (ativo e

passivo), como também da demonstração do resultado da entidade, onde se pode

evidenciar as participações dos elementos patrimoniais e de resultado dentro de um

total.

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54

 Descrição  31/12/2014 AV 31/12/2013 AV 31/12/2012 AV

 Ativo Total  793.375.000 100% 752.967.000 100% 669.032.000 100%

 Ativo Circulante  135.023.000 17% 123.351.000 16% 118.101.000 18%

 Caixa e Equivalentes de Caixa  44.239.000 6% 37.172.000 5% 27.628.000 4%

 Aplicações Financeiras  24.763.000 3% 9.101.000 1% 21.316.000 3%

 Contas a Receber  21.167.000 3% 22.652.000 3% 22.681.000 3%

 Estoques  30.457.000 4% 33.324.000 4% 29.736.000 4%

 Tributos a Recuperar  10.123.000 1% 11.646.000 2% 11.387.000 2%

 Outros Ativos Circulantes  4.274.000 1% 9.456.000 1% 5.353.000 1%

 Ativo Não Circulante  658.352.000 83% 629.616.000 84% 550.931.000 82%

 Ativo Realizável a Longo Prazo  50.104.000 6% 44.000.000 6% 38.531.000 6%

 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo  6.000 0,001% 31.000 0,004% 70.000 0,01%

 Aplic Financ Avaliadas ao Custo Amortizado  284.000 0,04% 276.000 0,04% 289.000 0,04%

 Contas a Receber  14.441.000 2% 10.616.000 1% 9.075.000 1%

 Tributos Diferidos  13.318.000 2% 15.250.000 2% 13.281.000 2%

 Outros Ativos Não Circulantes  22.055.000 3% 17.827.000 2% 15.816.000 2%

 Investimentos  15.282.000 2% 15.615.000 2% 12.477.000 2%

 Imobilizado  580.990.000 73% 533.880.000 71% 418.716.000 63%

 Intangível  11.976.000 2% 36.121.000 5% 81.207.000 12%

 Passivo Total  793.375.000 100% 752.967.000 100% 669.032.000 100%

 Passivo Circulante  82.659.000 10% 82.525.000 11% 69.621.000 10%

 Obrigações Sociais e Trabalhistas  5.489.000 1% 4.806.000 1% 4.420.000 1%

 Fornecedores  25.924.000 3% 27.922.000 4% 24.775.000 4%

 Obrigações Fiscais  657.000 0,08% 659.000 0,09% 704.000 0,11%

 Empréstimos e Financiamentos  31.565.000 4% 18.782.000 2% 15.320.000 2%

 Outras Obrigações  16.909.000 2% 25.930.000 3% 22.792.000 3%

 Provisões  2.115.000 0,27% 1.912.000 0,25% 1.610.000 0,24%

 Passivos sob Ativos Não-Correntes a Venda e Desc - 2.514.000 0,33% -

 Passivo Não Circulante  399.994.000 50% 321.108.000 43% 268.636.000 40%

 Empréstimos e Financiamentos  319.470.000 40% 249.038.000 33% 180.994.000 27%

 Tributos Diferidos  8.052.000 1% 23.206.000 3% 24.472.000 4%

 Provisões  72.472.000 9% 48.864.000 6% 63.170.000 9%

 Patrimônio Líquido Consolidado  310.722.000 39% 349.334.000 46% 330.775.000 49%

 Capital Social Realizado  205.432.000 26% 205.411.000 27% 205.392.000 31%

 Reservas de Capital  (646.000) -0,08% 737.000 0,10% 630.000 0,09%

 Reservas de Lucros  149.015.000 19% 149.036.000 20% 134.929.000 20%

 Lucros/Prejuízos Acumulados  (21.577.000) -3% - (154.000) -0,02%

 Outros Resultados Abrangentes  (23.376.000) -3% (7.244.000) -1% (12.376.000) -2%

 Participação dos Acionistas Não Controladores  1.874.000 0,24% 1.394.000 0,19% 2.354.000 0,35%

BALANÇO PATRIMONIAL - (Reais Mil)

Figura 15 – Análise Vertical – Balanço Patrimonial. Fonte: O Autor.

Conforme Análise Vertical apresentada acima, nota-se que os percentuais do

Ativo Circulante e Não Circulante, Investimento, Imobilizado e Intangível em relação

ao Ativo Total, sofre pequenas variações ao longo dos três anos analisados, o

mesmo pode ser observado no Passivo Circulante, porém no Passivo Não

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55

Circulante e Patrimônio Líquido houve uma mudança considerável quando

comparado com os anos anteriores.

Na Demonstração do Resultado do Exercício, o destaque fica mais uma vez

para o reconhecimento das perdas pelos atos de corrupção praticados na

companhia, que corresponde a 15% das vendas líquidas conforme apresentado a

abaixo.

 Descrição  31/12/2014 AV 31/12/2013 AV 31/12/2012 AV

 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços  337.260.000 100% 304.890.000 100% 281.379.000 100%

 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos  (256.823.000) -76% (234.995.000) -77% (211.937.000) -75%

 Resultado Bruto  80.437.000 24% 69.895.000 23% 69.442.000 25%

 Despesas/Receitas Operacionais  (102.353.000) -30% (35.538.000) -12% (37.966.000) -13%

 Despesas com Vendas  (15.974.000) -5% (10.601.000) -3% (9.604.000) -3%

 Despesas Gerais e Administrativas  (11.223.000) -3% (10.751.000) -4% (9.842.000) -3%

 Outras Despesas Operacionais  (75.607.000) -22% (15.281.000) -5% (18.604.000) -7%

 Tributárias  (1.801.000) -1% (1.721.000) -1% (760.000) -0,27%

 Custo com Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico  (2.589.000) -1% (2.428.000) -1% (2.238.000) -1%

 Custo Exploratório para Extração de Petróleo e Gás  (7.135.000) -2% (6.445.000) -2% (7.871.000) -3%

 Participação nos Lucros ou Resultados  (1.045.000) -0,31% (1.102.000) -0,36% (1.005.000) -0,36%

 Outras Despesas/Receitas Operacionais Líquidas  (12.207.000) -4% (2.347.000) -1% (6.449.000) -2%

 Baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente  (6.194.000) -2% - 0% -

 Perdas no valor de recuperação de ativos - Impairment  (44.636.000) -13% (1.238.000) -0,41% (281.000) -0,10%

 Resultado de Equivalência Patrimonial  451.000 0,13% 1.095.000 0,36% 84.000 0,03%

 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos  (21.916.000) -6% 34.357.000 11% 31.476.000 11%

 Resultado Financeiro  (3.900.000) -1% (6.202.000) -2% (3.723.000) -1%

 Receitas Financeiras  5.355.000 2% 3.911.000 1% 7.241.000 3%

 Despesas Financeiras  (9.255.000) -3% (10.113.000) -3% (10.964.000) -4%

 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro  (25.816.000) -8% 28.155.000 9% 27.753.000 10%

 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro  3.892.000 1% (5.148.000) -2% (6.794.000) -2%

 Corrente  (4.133.000) -1% (4.825.000) -2% (4.572.000) -2%

 Diferido  8.025.000 2% (323.000) -0,11% (2.222.000) -1%

 Resultado Líquido das Operações Continuadas  (21.924.000) -7% 23.007.000 8% 20.959.000 7%

 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período  (21.924.000) -7% 23.007.000 8% 20.959.000 7%

 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora  (21.587.000) -6% 23.570.000 8% 21.182.000 8%

 Atribuído a Sócios Não Controladores  (337.000) -0,10% (563.000) -0,18% (223.000) -0,08%

 Lucro Básico por Ação 

 ON  (1,65) 1,81 1,62

 PN  (1,65) 1,81 1,62

 Lucro Diluído por Ação 

 ON  (1,65) 1,81 1,62

 PN  (1,65) 1,81 1,62

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO - (Reais Mil)

Figura 16 – Análise Vertical – Demonstração de Resultado. Fonte: O Autor.

Outro destaque para análise, é com relação às Receitas Financeiras, que

dobram seu percentual em relação à Receita Líquida, quando se compara o ano de

2014 com 2013.

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4.3 Índices de Estrutura Patrimonial

Conforme já conceituado no referencial teórico, apresentam-se os índices de

Estrutura Patrimonial calculado a partir das demonstrações encerradas em 31 de

dezembro de 2014, 2013 e 2012.

INDÍCES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL

2012 2013 2014

Endividamento Geral PC + PNC

51% 54% 61% P TOTAL

Composição do Endividamento PC

21% 20% 17% PC + PNC

Imobilização do Capital Próprio AP

155% 168% 196% PL

Imobilização de Recursos Permanentes AP

85% 87% 86% PL + PNC

Capacidade de Quitar Dívidas CGO

0,20 0,14 0,10 Finan. Onerosos

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros PL

0,98 0,87 0,64 PC + PNC

Figura 17 – Índices de Estrutura patrimonial. Fonte: O Autor.

A empresa apresenta um endividamento crescente ao longo dos anos indo de

51% em 2012 para 61% em 2014, uma variação percentual de 19,61%. Não sendo o

capital próprio suficiente para financiar os investimentos no ativo permanente, a

empresa recorreu a capital de terceiros de longo prazo, para suprir suas

necessidades de investimento. O Caixa gerado nas operações da empresa não foi

suficiente para a quitação das suas dívidas no período, ou seja, para cada R$ 1,00

captado com terceiros, a atividade operacional da empresa gerou R$ 0,14 na média,

porém, observa-se que esse indicador vem diminuindo ao longo dos anos

analisados, com uma queda de 50% quando comparado o ano de 2014 com 2012, e

o mesmo acontece com o capital próprio como garantia ao capital de terceiro, que

na media dos três anos ficou em R$ 0,83 para cada R$ 1,00 de capital de terceiro

utilizado para financiar o ativo da empresa, e uma variação percentual de queda em

34,69% quando comparado o ano de 2014 com 2012.

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4.4 Índices de Liquidez

Conforme já conceituado no referencial teórico, apresentam-se os índices de

Liquidez calculado a partir das demonstrações encerradas em 31 de dezembro de

2014, 2013 e 2012.

INDÍCES DE LIQUIDEZ

2012 2013 2014

Liquidez Imediata Disponível

0,70 0,56 0,83 PC

Liquidez Corrente AC

1,70 1,49 1,63 PC

Liquidez Seca (AC - Estoques)

1,27 1,09 1,27 PC

Liquidez Geral AC + ANC

1,98 1,87 1,64 PC + PNC

Grau de dependência dos estoques 25,18% 27,02% 22,56%

Figura 18 – Índices de Liquidez. Fonte: O Autor.

Os valores monetários imediatos da companhia se apresentam insuficientes

para honrar suas obrigações de curto prazo, mesmo tendo uma variação positiva de

18,57% do ano de 2012 para 2014. Para cada R$ 1,00 de passivo de curto prazo, a

empresa dispõe na média dos três anos de somente R$ 0,70 para honrar esses

compromissos, porém, quando analisado o ativo circulante como um todo, a

liquidação da mesma se mostra suficiente para quitar os compromissos de curto

prazo, sem necessidade liquidar os estoques, revelando um baixo grau de

dependência dos estoques, ficando na media para os três anos em 24,92%. Quando

analisado a liquidez geral da companhia, observa-se que a empresa seria capaz de

honrar com suas obrigações em caso de liquidação, porém, esse indicador vem

diminuindo ao longo dos anos analisados, com uma queda de 17,17% quando

comparado o ano de 2014 com 2012.

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4.5 Índices de Rentabilidade

Conforme já conceituado no referencial teórico, apresentam-se os índices de

Rentabilidade calculado a partir das demonstrações encerradas em 31 de dezembro

de 2014, 2013 e 2012.

INDÍCES DE RENTABILIDADE

2012 2013 2014

Return On Equity – ROE Lucro Líquido

6,34% 6,59% -7,06% Patrim. Líquido

Return on Investment – ROI Lucro Líquido

3,13% 3,06% -2,76% Ativo Total

Giro do Ativo Vendas Líquidas

0,42 0,40 0,43 Ativo Total

Margem Bruta Lucro Bruto

24,68% 22,92% 23,85% Vendas Líquidas

Margem Operacional Lucro Op.

9,86% 9,23% -7,65% Vendas Líquidas

Margem Líquida Lucro Líquido

7,45% 7,55% -6,50% Vendas Líquidas

Potencial do Ativo em Gerar Riqueza Valor Adicionado

0,27 0,26 0,18 Ativo

Figura 18 – Índices de Rentabilidade Fonte: O Autor.

O giro do ativo apresenta pequenas variações para o período pesquisado,

apresentando um índice de 0,42 (média dos três anos), o que indica que a empresa

no decurso de suas operações, não conseguiu um faturamento maior do que os

investimentos de recursos (Ativo). A margem bruta também apresentou pequenas

variações, ficando em 23,82% na média dos anos analisados, porém, a mesma vem

decrescendo ao longo dos anos, apresentando uma variação percentual de 3,36%

quando comparado o ano de 2014 com 2012. O retorno sobre o capital da

companhia sofreu uma queda de 211,36%, e o retorno sobre os investimentos

188,18% quando comparado o ano de 2014 com 2012. Essa queda vertiginosa tem

sua origem no reconhecimento das perdas motivada por atividades ilícitas praticadas

por ex-funcionários da companhia e investigado pela Operação Lava Jato. Na figura

abaixo, é apresentado os índices que sofreram os efeitos do reconhecimento das

perdas, e qual seria o valor dos mesmos, caso não houvesse de fato essa perda no

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valor de R$ 50,8 bilhões de reais, reconhecidas na Demonstração de Resultado do

ano de 2014.

INDÍCES DE RENTABILIDADE – ANO DE 2014

Perdas Sem Perdas Variação %

Return On Equity – ROE Lucro Líquido

-7,06% 9,30% 175,85% Patrim. Líquido

Return on Investment – ROI Lucro Líquido

-2,76% 3,64% 175,85% Ativo Total

Margem Operacional Lucro Op.

-7,65% 7,42% 203,21% Vendas Líquidas

Margem Líquida Lucro Líquido

-6,50% 8,57% 175,85% Vendas Líquidas

Figura 19 – Índices de Rentabilidade – Comparação. Fonte: O Autor.

Observa-se que se não houvesse as atividades de corrupção praticada na

companhia, a mesma apresentaria um resultado econômico no ano de 2014 melhor

que em 2013, com uma variação positiva no ROE de 41,12%, e 18,95% no ROI, a

Margem Operacional teria uma queda de 19,61% devido ao aumento das despesas

operacionais em 2014, porém a Margem Líquida ainda seria melhor que em 2013,

com uma variação positiva de 13,51%.

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4.6 PARECER FINAL

A análise econômico-financeira da Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras foi

realizada com base nas demonstrações financeiras dos exercícios findos em 31 de

dezembro de 2014, 2013 e 2012, para que através dos indicadores financeiros de

estrutura de capital, liquidez e rentabilidade, identifica-se a real situação econômica

e financeira da companhia, frente as investigações realizadas pela Operação Lava

Jato, onde a Polícia Federal do Brasil investiga um cartel que impôs gastos

adicionais a companhia na compra de ativos imobilizados.

A Petrobras apresenta um crescente percentual de recursos em caixa, 5% na

média dos três anos, porém eles ainda são insuficientes para liquidar suas

obrigações de curto prazo, entretanto seu capital de giro apresenta-se capaz de

liquidar suas obrigações de curto prazo, com uma folga financeira, revelando-se

assim, sua capacidade de solvência. Toda essa capacidade de solvência poderia ser

questionada em função da dependência do giro dos estoques, porém observa-se

que a empresa apresenta percentuais baixos de dependência de estoques, e não

haveria necessidade de liquidação deles para em caso de liquidação da companhia,

honrar com o cumprimento das obrigações de curto prazo. Em relação à capacidade

de liquidar suas obrigações de curto e longo prazo com terceiros, ela apresenta nos

últimos três exercícios, uma folga financeira para honrar esses compromissos,

consolidando sua alta capacidade de solvência.

No que tange a estrutura de capital, observa-se uma predominância de

capitais de terceiros financiando os ativos da empresa, com destaque para os

empréstimos e financiamentos bancários, que representam a maior participação

percentual nas obrigações de curto e longo prazo, resultando assim, no aumento do

fator de risco da empresa. Verifica-se também, uma maior concentração de suas

obrigações para com terceiros no longo prazo, com destaque para os

financiamentos bancários, que do ano de 2012 a 2014 sofreu uma variação

percentual de 76,51%, indo de 27% do passivo em 2012 para 40% do passivo em

2014.

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Os gastos adicionais impostos a companhia por ações fraudulentas ao longo

dos anos, obrigou-a contrair empréstimos para financiar suas operações, e mesmo

sendo empréstimos “bons”, uma vez que se concentram no longo prazo, não

comprometendo o capital de giro da empresa, acabam por aumentar

consideravelmente o fator de risco da companhia, devido à alta concentração de

capital de terceiros financiando seus ativos. Outro fator agravante de risco, é o fato

do caixa gerado nas operações normais da companhia, não se apresentarem

suficientes para quitar suas obrigações onerosas, e nem o capital próprio ser

suficiente para garantir a totalidade do capital de terceiros que financiam os ativos

da companhia, porém há de se ressaltar que por mais que a empresa apresente

uma predominância de capital de terceiros, apresenta também, uma folga financeira

em caso de uma possível liquidação. O capital próprio não se apresentou suficiente

para financiar os investimentos feitos no Ativo Permanente (Investimento,

Imobilizado e Intangível) dos últimos três exercícios, o que caracteriza que o capital

de terceiros de longo prazo está financiando os investimentos no Ativo Permanente.

Com relação à análise econômica, o retorno sobre o capital próprio investido

na empresa apresentou uma grande queda, oriundo fundamentalmente do

reconhecimento das perdas originadas nas ações fraudulentas investigadas pela

Operação Lava Jato, onde no ano de 2014, apresentou um resultado negativo de

mais de 100%, quando comparado com o mesmo resultado do ano anterior, e caso

não houvesse esses gastos adicionais impostos a companhia, o retorno sobre o

capital próprio continuaria a seguir a tendência de crescimento dos últimos anos,

chegando a 9,30% em 2014, uma variação percentual de 41,12% se comparado a

2013. As perdas decorrentes das ações fraudulentas também afetaram o retorno

sobre os investimentos totais, onde a empresa passou a apresentar um baixo

resultado, e um longo período de recuperação. Observa-se ainda, um índice não

satisfatório para o giro do ativo, onde o retorno com as operações de vendas não

são suficientes para cobrir os investimentos realizados no ativo, ou seja, em 2014 a

empresa vendeu R$ 0,43 para cada R$1,00 aplicado na companhia.

A companhia apresenta uma melhora na lucratividade sobre o produto

comercializado (Mark Up), de 4,06% em 2014, quando comparado a 2013, porém se

comparado ao ano de 2012, apresenta uma queda de 3,36%. A Margem

Operacional vem em constante queda nos últimos três anos, com destaque para o

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ano de 2014, que devido ao reconhecimento das perdas, apresentou uma queda de

182,88%, quando comparado a 2013. A Margem Líquida apresentou um

crescimento de 1,34% de 2012 para 2013, porém a Margem Operacional foi afetada

pelo reconhecimento das perdas, apresentando uma queda de 186,09% em 2014.

Devido a todos os fatores que vêm minando a capacidade econômica da companhia,

os ativos vem apresentando um baixo potencial de geração de riqueza, agravado

pela baixa lucratividade, e consequentemente um longo período para o retorno do

capital aplicado, o que pode não despertar interesse de potenciais investidores e

novos acionistas a aplicarem recursos na empresa.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por tudo que foi apresentado ao longo deste trabalho, observou-se à

importância da utilização de uma ferramenta da contabilidade, a análise das

demonstrações contábeis. Através dela, buscou-se verificar qual a situação

econômico-financeiro da Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras). Para isso, foi realizada

uma análise econômico-financeiro de vários indicadores (endividamento, liquidez,

rentabilidade), para se ter uma visão real da situação da companhia, que ao longo

de 2014, vem sendo investigada pelo Ministério Público Federal, com o apoio da

Policia Federal, sobre diversas irregularidades envolvendo empreiteiras e

fornecedores, onde foi descoberto um amplo esquema de pagamentos indevidos,

que envolvia um grande número de participantes, incluindo ex-empregados e

políticos do alto escalão do país.

Para isso, foi realizado um estudo de caso na Petrobras, com base nas

informações dos últimos três anos (2012, 2013 e 2014), onde foi feito a análise dos

indicadores escolhidos e suas interpretações. A pesquisa permitiu responder ao

problema inicialmente proposto, através dos objetivos que foram traçados e

alcançados, pois ao longo desse estudo, pode-se constatar como está a sua

situação após as ações fraudulentas.

Os indicadores mostraram que o ativo total reduziu seu crescimento,

principalmente de 2013 para 2014; no passivo, a conta empréstimos e

financiamentos (capital de terceiros) aumentou consideravelmente, devido a busca

de capitais para manter os investimentos e sua estrutura; houve também, aumento

no passivo não-circulante; o patrimônio líquido apresentou redução. Constatou-se

também, que o endividamento cresceu ao longo dos anos analisados; a imobilização

do capital próprio aumentou; a capacidade de quitar dívidas caiu; a rentabilidade da

empresa caiu, assim como o retorno sobre o capital e o retorno sobre os

investimentos. Todos esses indicadores pioraram, sobretudo no ano de 2014, ano

que foram contabilizadas as perdas por ações fraudulentas.

Conclui-se que, o que levou a Petrobras a atual situação econômico-

financeiro em que ela se encontra, foram a má gestão de seus administradores, as

ações fraudulentas, que vem tirando do seu ativo e fazendo com que ela busque

cada vez mais capital de terceiros, como financiamento e empréstimos bancários,

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para seguir investindo e mantendo sua enorme estrutura. Além disso,

acontecimentos contribuíram para o agravamento da sua situação: a alta do dólar,

pois a empresa é endividada em dólar e a moeda acumula alta de 52% sobre o real;

por se tratar de uma empresa estatal, o governo vinha segurando a alta dos preços

dos combustíveis; perda de valor de mercado, pois suas ações caíram devido a

descoberta dessas ações fraudulentas; cotação baixa do petróleo nos mercados

mundiais; entre outros.

Para tentar reverter à situação em que se encontra, a Petrobras vem tomando

medidas jurídicas necessárias perante as autoridades brasileiras, para buscar o

ressarcimento pelos prejuízos sofridos.

Apesar de todas as medidas legais que a companhia venha adotar para

restituição de todo ou parte dos valores “perdidos” com os esquemas de corrupção,

é inevitável que ela transfira parte dessas perdas para o preço dos produtos

comercializados, e isso já vem sendo feito desde o final do ano de 2014 e ao longo

de 2015, e que inevitavelmente irá impactar na vida e no consumo de milhões de

brasileiros, devido à companhia ser a principal empresa em seu segmento de

atuação, detendo mais de 50% de todo o mercado.

Como sugestão, a empresa pode utilizar a análise das demonstrações

contábeis e outras ferramentas que possam auxiliar seus gestores, e que os cargos,

principalmente dessas empresas estatais ou com maioria de capital público, sejam

ocupados por pessoas que tenham competência e capacidade técnica e não por

pessoas apadrinhadas por políticas da base governista.

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http://www.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresas-listadas/. Acessado em

10/11/2015.

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7. ANEXOS

 Descrição  31/12/2014 31/12/2013 31/12/2012

 Ativo Total  793.375.000 752.967.000 669.032.000

 Ativo Circulante  135.023.000 123.351.000 118.101.000

 Caixa e Equivalentes de Caixa  44.239.000 37.172.000 27.628.000

 Aplicações Financeiras  24.763.000 9.101.000 21.316.000

 Contas a Receber  21.167.000 22.652.000 22.681.000

 Estoques  30.457.000 33.324.000 29.736.000

 Tributos a Recuperar  10.123.000 11.646.000 11.387.000

 Outros Ativos Circulantes  4.274.000 9.456.000 5.353.000

 Ativo Não Circulante  658.352.000 629.616.000 550.931.000

 Ativo Realizável a Longo Prazo  50.104.000 44.000.000 38.531.000

 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo  6.000 31.000 70.000

 Aplic Financ Avaliadas ao Custo Amortizado  284.000 276.000 289.000

 Contas a Receber  14.441.000 10.616.000 9.075.000

 Tributos Diferidos  13.318.000 15.250.000 13.281.000

 Outros Ativos Não Circulantes  22.055.000 17.827.000 15.816.000

 Investimentos  15.282.000 15.615.000 12.477.000

 Imobilizado  580.990.000 533.880.000 418.716.000

 Intangível  11.976.000 36.121.000 81.207.000

 Passivo Total  793.375.000 752.967.000 669.032.000

 Passivo Circulante  82.659.000 82.525.000 69.621.000

 Obrigações Sociais e Trabalhistas  5.489.000 4.806.000 4.420.000

 Fornecedores  25.924.000 27.922.000 24.775.000

 Obrigações Fiscais  657.000 659.000 704.000

 Empréstimos e Financiamentos  31.565.000 18.782.000 15.320.000

 Outras Obrigações  16.909.000 25.930.000 22.792.000

 Provisões  2.115.000 1.912.000 1.610.000

 Passivos sob Ativos Não-Correntes a Venda e Desc - 2.514.000 -

 Passivo Não Circulante  399.994.000 321.108.000 268.636.000

 Empréstimos e Financiamentos  319.470.000 249.038.000 180.994.000

 Tributos Diferidos  8.052.000 23.206.000 24.472.000

 Provisões  72.472.000 48.864.000 63.170.000

 Patrimônio Líquido Consolidado  310.722.000 349.334.000 330.775.000

 Capital Social Realizado  205.432.000 205.411.000 205.392.000

 Reservas de Capital  (646.000) 737.000 630.000

 Reservas de Lucros  149.015.000 149.036.000 134.929.000

 Lucros/Prejuízos Acumulados  (21.577.000) - (154.000)

 Outros Resultados Abrangentes  (23.376.000) (7.244.000) (12.376.000)

 Participação dos Acionistas Não Controladores  1.874.000 1.394.000 2.354.000

BALANÇO PATRIMONIAL - (Reais Mil)

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 Descrição  31/12/2014 31/12/2013 31/12/2012

 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços  337.260.000 304.890.000 281.379.000

 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos  (256.823.000) (234.995.000) (211.937.000)

 Resultado Bruto  80.437.000 69.895.000 69.442.000

 Despesas/Receitas Operacionais  (102.353.000) (35.538.000) (37.966.000)

 Despesas com Vendas  (15.974.000) (10.601.000) (9.604.000)

 Despesas Gerais e Administrativas  (11.223.000) (10.751.000) (9.842.000)

 Outras Despesas Operacionais  (75.607.000) (15.281.000) (18.604.000)

 Tributárias  (1.801.000) (1.721.000) (760.000)

 Custo com Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico  (2.589.000) (2.428.000) (2.238.000)

 Custo Exploratório para Extração de Petróleo e Gás  (7.135.000) (6.445.000) (7.871.000)

 Participação nos Lucros ou Resultados  (1.045.000) (1.102.000) (1.005.000)

 Outras Despesas/Receitas Operacionais Líquidas  (12.207.000) (2.347.000) (6.449.000)

 Baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente  (6.194.000) - -

 Perdas no valor de recuperação de ativos - Impairment  (44.636.000) (1.238.000) (281.000)

 Resultado de Equivalência Patrimonial  451.000 1.095.000 84.000

 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos  (21.916.000) 34.357.000 31.476.000

 Resultado Financeiro  (3.900.000) (6.202.000) (3.723.000)

 Receitas Financeiras  5.355.000 3.911.000 7.241.000

 Despesas Financeiras  (9.255.000) (10.113.000) (10.964.000)

 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro  (25.816.000) 28.155.000 27.753.000

 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro  3.892.000 (5.148.000) (6.794.000)

 Corrente  (4.133.000) (4.825.000) (4.572.000)

 Diferido  8.025.000 (323.000) (2.222.000)

 Resultado Líquido das Operações Continuadas  (21.924.000) 23.007.000 20.959.000

 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período  (21.924.000) 23.007.000 20.959.000

 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora  (21.587.000) 23.570.000 21.182.000

 Atribuído a Sócios Não Controladores  (337.000) (563.000) (223.000)

 Lucro Básico por Ação 

 ON  (1,65) 1,81 1,62

 PN  (1,65) 1,81 1,62

 Lucro Diluído por Ação 

 ON  (1,65) 1,81 1,62

 PN  (1,65) 1,81 1,62

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO - (Reais Mil)

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01/01/2014  01/01/2013  01/01/2012 

 à   à   à 

 31/12/2014   31/12/2013   31/12/2012 

 Lucro Líquido Consolidado do Período  (21.924.000) 23.007.000 20.959.000

 Outros Resultados Abrangentes  (16.164.000) 5.128.000 (5.445.000)

 Ganhos (perdas) atuariais - plano de pensão e saúde  (13.724.000) 15.636.000 (9.173.000)

 IR e CSLL diferidos s/ perdas (ganhos) atuariais com planos de benefícios definidos  2.695.000 (4.647.000) 2.996.000

 Ajustes acumulados de conversão  4.721.000 3.103.000 1.016.000

 Resultados não realizados em títulos disponíveis para a venda reconhecidos no PL  - - 1.016.000

 Resultados nao realizados em títulos disponíveis para a venda transferidos para o resultado  - (90.000) (1.459.000)

 IR e CSLL diferidos s/ títulos disponíveis para a venda  - 31.000 148.000

 Resultados nao realizados com hedge de fluxo de caixa Reconhecidos no PL  (15.636.000) (13.361.000) (5.000)

 Resultados nao realizados com hedge de fluxo de caixa transferidos para o resultado  1.675.000 714.000 14.000

 IR e CSLL diferidos s/ Resultados não realizados com hedge de fluxo de caixa  4.752.000 4.315.000 1.000

 Equivalência patrimonial sobre outros resultados abrangentes em Investidas  (647.000) (573.000) 1.000

 Resultado Abrangente Consolidado do Período  (38.088.000) 28.135.000 15.514.000

 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora  (37.709.000) 28.713.000 15.872.000

 Atribuído a Sócios Não Controladores  (379.000) (578.000) (358.000)

 Descrição 

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ABRANGENTES - (Reais Mil)

01/01/2014  01/01/2013  01/01/2012 

 à   à   à 

 31/12/2014   31/12/2013   31/12/2012 

 Receitas  502.175.000 478.958.000 426.662.000

 Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços  408.631.000 370.652.000 344.976.000

 Outras Receitas  16.710.000 17.123.000 8.091.000

 Receitas refs. à Construção de Ativos Próprios  82.389.000 91.340.000 73.671.000

 Provisão/Reversão de Créds. Liquidação Duvidosa  (5.555.000) (157.000) (76.000)

 Insumos Adquiridos de Terceiros  (331.178.000) (262.601.000) (230.723.000)

 Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos  (136.809.000) (129.705.000) (114.152.000)

 Materiais, Energia, Servs. de Terceiros e Outros  (114.879.000) (107.368.000) (93.547.000)

 Perda/Recuperação de Valores Ativos  (44.636.000) (1.238.000) (281.000)

 Outros  (34.854.000) (24.290.000) (22.743.000)

 Valor Adicionado Bruto  170.997.000 216.357.000 195.939.000

 Retenções  (30.677.000) (28.467.000) (21.766.000)

 Depreciação, Amortização e Exaustão  (30.677.000) (28.467.000) (21.766.000)

 Valor Adicionado Líquido Produzido  140.320.000 187.890.000 174.173.000

 Vlr Adicionado Recebido em Transferência  6.120.000 5.231.000 7.616.000

 Resultado de Equivalência Patrimonial  451.000 1.095.000 84.000

 Receitas Financeiras  5.355.000 3.911.000 7.241.000

 Outros  314.000 225.000 291.000

 Valor Adicionado Total a Distribuir  146.440.000 193.121.000 181.789.000

 Distribuição do Valor Adicionado  146.440.000 193.121.000 181.789.000

 Pessoal  31.029.000 27.550.000 23.626.000

 Impostos, Taxas e Contribuições  102.836.000 106.058.000 104.343.000

 Remuneração de Capitais de Terceiros  34.499.000 36.506.000 32.861.000

 Remuneração de Capitais Próprios  (21.924.000) 23.007.000 20.959.000

 Descrição 

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - (Reais Mil)

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01/01/2014  01/01/2013  01/01/2012 

 à   à   à 

 31/12/2014   31/12/2013   31/12/2012 

 Caixa Líquido Atividades Operacionais  62.241.000 56.210.000 54.146.000

 Caixa Gerado nas Operações  78.148.000 66.242.000 64.987.000

 Lucro Líquido do Exercício  (21.587.000) 23.570.000 21.182.000

 Part. dos Acionistas não Controladores  (337.000) (563.000) (223.000)

 Despesa Atuarial com Plano de Pensão e Saúde  4.773.000 5.515.000 4.074.000

 Resultado de Participações em Investimentos  (451.000) (1.095.000) (84.000)

 Depreciação, Depleção e Amortização  30.677.000 28.467.000 21.766.000

 Perda na Recuperação de Ativos  44.636.000 1.238.000 281.000

 Baixa de Poços Secos  5.048.000 4.169.000 5.628.000

 Resultado com alienação, baixa de ativos e devolução de campos e projetos cancelados do E&P  743.000 (3.835.000) 16.000

 Var. Cambial Monetária e Enc. sobre Financiamentos  8.461.000 7.027.000 8.584.000

 Imposto de Renda e Contrib. Soc. Dif. Líquidos  (8.025.000) 323.000 2.222.000

 Baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente  6.194.000 - -

 Perdas em créditos de liquidação duvidosa  5.555.000 157.000 76.000

 Ajuste ao valor de mercado dos estoques  2.461.000 1.269.000 1.465.000

 Variações nos Ativos e Passivos  (15.907.000) (10.032.000) (10.841.000)

 Contas a Receber  (5.929.000) (2.693.000) (3.068.000)

 Estoques  1.378.000 (4.601.000) (3.560.000)

 Outros Ativos  (6.466.000) (631.000) (4.127.000)

 Fornecedores  (2.982.000) 2.516.000 2.115.000

 Impostos, Taxas e Contribuições  (3.171.000) (3.000.000) (306.000)

 Plano de Pensão e Saúde  (1.967.000) (1.724.000) (1.443.000)

 Outros Passivos  3.230.000 101.000 (452.000)

 Caixa Líquido Atividades de Investimento  (85.208.000) (76.674.000) (74.940.000)

 Aquisições de Imobilizados e Intangíveis  (81.909.000) (97.925.000) (80.033.000)

 Adições em Investimentos  (787.000) (429.000) (285.000)

 Recebimentos pela venda de ativos (desinvestimentos)  9.399.000 8.383.000 569.000

 Investimentos em Títulos e Valores Mobiliários  (12.812.000) 12.981.000 4.324.000

 Dividendos Recebidos  901.000 316.000 485.000

 Caixa Líquido Atividades de Financiamento  26.149.000 27.263.000 11.649.000

 Participação de Acionistas não Controladores  (250.000) (137.000) 520.000

 Captações  72.871.000 83.669.000 48.931.000

 Amortizações de Principal  (23.628.000) (39.560.000) (22.317.000)

 Amortizações de Juros  (14.109.000) (10.933.000) (9.298.000)

 Dividendos Pagos a Acionistas  (8.735.000) (5.776.000) (6.187.000)

 Variação Cambial s/ Caixa e Equivalentes  3.885.000 2.745.000 1.026.000

 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes  7.067.000 9.544.000 (8.119.000)

 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes  37.172.000 27.628.000 35.747.000

 Saldo Final de Caixa e Equivalentes  44.239.000 37.172.000 27.628.000

 Descrição 

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - (Reais Mil)

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Capital Social  Reservas de Capital,  Lucros ou Prejuízos  Outros Resultados  Participação dos Não  Patrimônio Líquido 

Integralizado Opções Outorgadas e  Acumulados Abrangentes Controladores Consolidado

Ações em Tesouraria

 Saldos Iniciais  205.411.000 737.000 149.036.000 - (7.244.000) 347.940.000 1.394.000 349.334.000

 Ajustes de Exercícios Anteriores 

 Saldos Iniciais Ajustados  205.411.000 737.000 149.036.000 - (7.244.000) 347.940.000 1.394.000 349.334.000

 Transações de Capital com os Sócios  21.000 (1.383.000) (21.000) 10.000 (10.000) (1.383.000) 859.000 (524.000)

 Aumentos de Capital  21.000 - (21.000) - - - - -

 Dividendos  - - - - - - (184.000) (184.000)

 Mudança de participação em controladas  - (1.383.000) - - - (1.383.000) 1.043.000 (340.000)

 Realização do Custo Atribuído  - - - 10.000 (10.000) - - -

 Resultado Abrangente Total  - - - (21.587.000) (16.122.000) (37.709.000) (379.000) (38.088.000)

 Lucro Líquido do Período  - - - (21.587.000) - (21.587.000) (337.000) (21.924.000)

 Outros Resultados Abrangentes  - - - - (16.122.000) (16.122.000) (42.000) (16.164.000)

 Mutações Internas do Patrimônio Líquido  - - (21.577.000) 21.577.000 - - - -

 Constituição de Reservas  - - (21.577.000) 21.577.000 - - - -

 Saldos Finais  205.432.000 (646.000) 127.438.000 - (23.376.000) 308.848.000 1.874.000 310.722.000

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - 2014 - (Reais Mil)

 Descrição Reservas de

Lucro

Patrimônio

Líquido

Capital Social  Reservas de Capital,  Lucros ou Prejuízos  Outros Resultados  Participação dos Não  Patrimônio Líquido 

Integralizado Opções Outorgadas e  Acumulados Abrangentes Controladores Consolidado

Ações em Tesouraria

 Saldos Iniciais  205.392.000 630.000 134.929.000 - 2.128.000 343.079.000 2.354.000 345.433.000

 Ajustes de Exercícios Anteriores  - - - (154.000) (14.504.000) (14.658.000) - (14.658.000)

 Saldos Iniciais Ajustados  205.392.000 630.000 134.929.000 (154.000) (12.376.000) 328.421.000 2.354.000 330.775.000

 Transações de Capital com os Sócios  19.000 107.000 (19.000) (9.290.000) (11.000) (9.194.000) (382.000) (9.576.000)

 Aumentos de Capital  19.000 - (19.000) - - - - -

 Dividendos  - - - - - - (144.000) (144.000)

 Juros sobre Capital Próprio  - - - (9.301.000) - (9.301.000) - (9.301.000)

 Mudança de participação em controladas  - 107.000 - - - 107.000 (238.000) (131.000)

 Realização do Custo Atribuído  - - - 11.000 (11.000) - - -

 Resultado Abrangente Total  - - - 23.570.000 5.143.000 28.713.000 (578.000) 28.135.000

 Lucro Líquido do Período  - - - 23.570.000 - 23.570.000 (563.000) 23.007.000

 Outros Resultados Abrangentes  - - - - 5.143.000 5.143.000 (15.000) 5.128.000

 Mutações Internas do Patrimônio Líquido  - - 14.126.000 (14.126.000) - - - -

 Constituição de Reservas  - - 14.126.000 (14.126.000) - - - -

 Saldos Finais  205.411.000 737.000 149.036.000 - (7.244.000) 347.940.000 1.394.000 349.334.000

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - 2013 - (Reais Mil)

 Descrição  Reservas de Lucro Patrimônio Líquido