Análise Micro de Camomila - Proj Iniciação

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Análise microbiológica de amostras de camomila em farmácias de manipulação.

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  • VVII EEPPCCCC CESUMAR Centro Universitrio de Maring

    Maring Paran - Brasil

    ISBN 978-85-61091-05-7

    VI EPCC Encontro Internacional de Produo Cientfica Cesumar

    27 a 30 de outubro de 2009

    ANLISE MICROBIOLGICA DE AMOSTRAS SECAS DE CAMOMILA COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MARING - PR

    Priscila Aparecida da Silva1; Louremi Bianchi Gualda de Souza2, Lcia Elaine Ranieri Cortez2

    RESUMO: Existe no Brasil um comrcio de plantas medicinais e produtos fitoterpicos em expanso devido ao alto custo dos medicamentos industrializados, ou a procura pela populao em busca de consumir o que natural devido ao errneo pensamento de que o que natural no faz mal. O ministrio da Sade (MS) elaborou uma portaria que regulamente a produo de medicamentos fitoterpicos em 1995, com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos comercializados no Brasil (MS, 1995). A 4 edio da Farmacopia Brasileira vem sendo constantemente editada e apresenta monografias de diversas drogas vegetais, dentre elas, a camomila. Este trabalho teve por objetivo realizar anlises microbiolgicas de amostras secas de Camomila comercializadas em farmcias de manipulao, farmcias de dispensao, farmcias homeopticas e ervanrios na cidade de Maring, com a finalidade de se verificar a qualidade das amostras. Cada amostra ser submetida contagem de microrganismos aerbios viveis totais e contagem de bolores e leveduras, conforme especificaes da WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998. De um total de cinco amostras analisadas, um estava no limite de aceitao da contagem de bolores e leveduras, e um estava fora dos valores preconizados pela OMS.

    PALAVRAS-CHAVE: Camomila; Fitoterapia; Qualidade.

    1 INTRODUO

    As plantas tm sido utilizadas para a cura de doenas e por isso, o comrcio de plantas medicinais e produtos fitoterpicos encontra-se em expanso. O fcil acesso s plantas medicinais e o errneo pensamento de que o que natural no faz mal, induz ao uso irracional das mesmas pela populao. A intoxicao com plantas medicinais um problema de sade pblica, os efeitos adversos com plantas medicinais, possveis adulteraes, toxidez e interao com outras drogas, ocorrem comumente.

    A qualidade de um produto dada por um conjunto de fatores que incluem desde a coleta da matria prima, secagem, processamento at a embalagem e rotulao. A maior parte da comercializao das plantas medicinais realizada em farmcias, ervanrios e at supermercados, onde as drogas vegetais so comercializadas na maioria das vezes sem a comprovao de rgos oficiais.

    As amostras de plantas destinadas Fitoterapia esto sendo cada vez mais utilizadas pela populao como nico meio de tratamento de doenas, tanto para utilizao da planta medicinal na forma de ch ou para uso tpico quanto para uso interno, visto que a busca pelo natural vem crescendo constantemente (ZARONI; PONTAROLO; ABRAHO; FVERO; CORREA JUNIOR; STREMEL, 2004).

    1 Acadmica do Curso Farmcia. Departamento de Farmcia Centro Universitrio de Maring CESUMAR,

    Maring PR. Programa de Iniciao Cientfica do Cesumar (PICC-Cesumar). [email protected] 2 Docentes do CESUMAR. Departamento de Farmcia do Centro Universitrio de Maring CESUMAR,

    Maring PR.

  • VVII EEPPCCCC CESUMAR Centro Universitrio de Maring

    Maring Paran - Brasil

    Dentre estas diversas plantas utilizadas est a Matricaria recutita, popularmente conhecida como Camomila, espcie pertencente famlia Asteraceae. A camomila foi introduzida no Brasil pelos imigrantes europeus h mais de 100 anos, e hoje a planta medicinal com maior rea de cultivo e maior envolvimento de produtores rurais (RAMOS, VIEIRA, HEREDIA, SIQUEIRA, ZIMINIANI, 2004).

    Segundo Oliveira (2008), o Paran responde por 90% das plantas medicinais consumidas no Brasil, dos cerca de 3 mil hectares cultivados com plantas medicinais do Estado, 1.800 hectares so de camomila, que na ltima safra resultaram em uma produo de 600 toneladas. A camomila a quarta espcie medicinal mais cultivada no mundo e o maior consumidor e importador a Alemanha), sendo que o maior produtor mundial a Argentina (cerca de 15 mil hectares).

    Muitos dos chs comercializados so visualmente de m qualidade e, algumas vezes grosseiramente falsificados. Segundo HORWAT DELAPORTE, MILANEZE, PLAZZO DE MELLO e JACOMASSI, (2002, p. 173), dentre os muitos problemas inerentes a comercializao das drogas vegetais, geralmente realizada na forma de ps ou pequenos fragmentos, est a adulterao por outras espcies. Devido a incidncia de falsificaes, a preocupao da qualidade de camomila comercializada, visto sua grande utilizao pela populao.

    A fiscalizao da produo e da venda de plantas medicinais, bem como, a camomila incipiente, sendo na maioria dos casos inexistente, o que compromete a qualidade dos mesmos. Em 2007, o Ministrio da Sade, aprovou a Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos, que tem por objetivo garantir populao brasileira o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais, atravs da implementao das boas prticas de manipulao de fitoterpicos dentre outras diretrizes.

    Sendo assim, este trabalho teve por objetivo realizar anlises microbiolgicas de amostras secas de Camomila comercializadas Maring, com a finalidade de se verificar a qualidade das mesmas.

    2 MATERIAL E MTODOS

    As amostras foram compradas no comrcio de Maring e foram submetidas as anlises no laboratrio de microbiologia do Cesumar. Foram suspensos 10 gramas da amostra, que foi diluda em 90 mL de Caldo TSB para enriquecimento no seletivo dos microrganismos, incubado 30-37C por perodo varivel de 2 a 5 horas, foram realizadas diluies decimais (10-1, 10-2 e 10-3). Para a contagem de bactrias aerbias cada diluio foi plaqueada no meio TSA. A incubao foi 30-35C, por 48 horas. Para a contagem de bolores e leveduras cada diluio foi plaqueada em meio Sabouraud. A incubao foi realizada 20-25, por 5 dias. Para a contagem total de microrganismos aerbios mesfilos cada diluio foi plaqueada em meio PCA. A incubao foi realizada 35C por 48 horas SILVA, JUNQUEIRA, SILVEIRA, TANIWAKI, SANTOS, GOMES, 2007).

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resultados obtidos das anlises de cinco amostras encontram-se na tabela abaixo.

    Tabela 1. Resultados das anlises Amostra Contagem de

    bactrias aerbias Contagem de bactrias aerbias

    mesfilas UFC/g Contagem de bolores e

    leveduras UFC/g 1 A A 1,0x102

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    2 4,0x103 4,0x103 2,0x102 3 A 1,0x102 2,0x102 4 3,0x102 3,0x102 5,0x104 5 5,0x103 4,0x103 6,0x104

    A = ausente Fonte: prpria

    Os nveis encontrados de contaminao por microrganismos aerbios totais variaram de 3,0x102UFC/g a 5,0x103 UFC/g. A especificao da OMS de, no mximo, 5,0x107UFC/g para materiais vegetais destinados ao uso na forma de chs e infuses e de, no mximo 5,0x105UFC/g para uso interno (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). A contaminao por bolores e leveduras das drogas vegetais analisadas variou de 1,0x102 a 3,0x103UFC/g. A especificao da OMS de, no mximo, 5,0x104UFC/g para materiais vegetais destinados ao uso na forma de chs e infuses e de, no mximo, 5,0x103UFC/g para uso interno (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). De um total de cinco amostras analisadas, um estava no limite de aceitao da contagem de bolores e leveduras, e um estava fora dos valores preconizados pela OMS.

    4 CONCLUSO

    A maioria das amostras apresentou contagens de microrganismos aerbios dentro do limite preconizado pela OMS e uma amostra apresentou valores fora do limite para a contagem de bolores e leveduras elevadas, sendo dessa forma reprovada de acordo com os nveis preconizados como aceitveis. Esse nvel de reprovao evidencia a falta da fiscalizao da produo e da venda de plantas medicinais o que compromete a qualidade dos mesmos.

    REFERNCIAS

    WORLD HEALTH ORGANIZATION. Quality control methods for medicinal plant materials. Geneva: WHO,1998.

    ZARONI, M.; PONTAROLO, R.; ABRAHO, W.S.M.; FVERO, M.L.D.; CORREA JNIOR, C.; STREMEL, D.P. Qualidade microbiolgica das plantas medicinais produzidas no estado do Paran. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.14, n.1, p.29-39, jan.-jun. 2004.

    RAMOS, M.B.M.; VIEIRA, M.C.; HEREDIA Z., N.A.; SIQUEIRA, J.M.; ZIMINIANI, M.G. Produo de captulos florais em funo de populaes de plantas e da incorporao ao solo de cama-de-avirio. Horticultura Brasileira, Braslia, v.22, n.3, p.566-572, jul.-set. 2004.

    HORWAT DELAPORTE, Rosemeres; MILANEZE, Maria Auxiliadora; PALAZZO DE MELLO, Joo Carlos, JACOMASSI, Ezilda. Estudo farmacognstico das folhas de Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze (Amaranthaceae). Acta Farm. Bonaerense, v.21, n.3 p. 169-174, 2002.