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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA CEFET/RJ Analise de Tensões e Deformações em um Enrijecedor de Curvatura de Dutos Flexíve Luiz Henrique C. S. S. Ribeiro Rafael Prust Saliba Prof. Orientador: Paulo Pedro Kenedi, D. Sc. Prof. Coorientador: Pedro Manuel Calas Lopes Pacheco, D. Sc. Rio de Janeiro Maio de 2014

Análise Tensões Deformações Enrijecedores Curvatura Dutos Flexíveis

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ENRIJECEDORES

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  • CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA

    CELSO SUCKOW DA FONSECA CEFET/RJ

    Analise de Tenses e Deformaes em um

    Enrijecedor de Curvatura de Dutos Flexve

    Luiz Henrique C. S. S. Ribeiro

    Rafael Prust Saliba

    Prof. Orientador: Paulo Pedro Kenedi, D. Sc.

    Prof. Coorientador: Pedro Manuel Calas Lopes Pacheco, D. Sc.

    Rio de Janeiro

    Maio de 2014

  • Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central do CEFET/RJ

    R484 Ribeiro, Luiz Henrique C. S. S. Analise de tenses em um enrijecedor de curvatura de dutos flexveis / Luiz Henrique C. S. S. Ribeiro [e] Rafael Prust Saliba.2014.

    iv, 73f. : il.color. , grafs. , tab. ; enc.

    Projeto Final (Graduao) Centro Federal de Educao Tecnolgica Celso Suckow da Fonseca, 2014.

    Bibliografia : f. 73 Orientador : Paulo Pedro Kenedi Coorientador : Pedro Manuel Calas Lopes Pacheco

    1. Canos e canalizao - Tubos. 2. Deformaes e tenses. 3.Curvatura. I. Saliba, Rafael Prust. II. Kenedi, Paulo Pedro (Orient.). III. Pacheco, Pedro Manuel Calas Lopes (Coorient.). IV. Ttulo.

    CDD 621.8672

    204075247Texto digitado

    204075247Texto digitado

  • Re umo

    O objetivo do presente trabalho aqui exposto a modelagem de um mtodo

    analtico de estimativa das tenses internas atuantes em cada um dos componentes de um

    enrijecedor de curvatura flexo com aplicao em dutos flexveis para explorao de

    petrleo. Aps a abordagem analtica, o mtodo de elementos finitos utilizado para que

    sejam comparados os resultados obtidos a partir de cada um dos mtodos. Os resultados

    obtidos indicam que a modelagem analtica proposta representa de maneira satisfatria o

    comportamento do enrijecedor de curvatura e se configura como um mtodo de anlise vlida.

    Ab tract

    The objective of the study here presented is the modeling of an analytical method

    for estimating internal stresses acting on each component of a bend stiffener bending with

    application in flexible pipes for oil exploration. After the analytical approach, the finite

    element method is used so that the results obtained from each method are compared. The

    results indicate that the proposed analytical modeling represents satisfactorily the behavior of

    the bend stiffener and is configured as a valid method of analysis.

    Palavras chave : Enrijecedor de curvatura, dutos flexveis, bend stiffener.

  • i

    Sumrio

    Resumo .................................................................................................................... 2

    Abstract .................................................................................................................... 2

    Captulo I Introduo ............................................................................................ 1

    Captulo II Dutos flexveis.................................................................................... 3

    II.1 Camadas de um Duto Flexvel ................................................................... 5

    II.1.1 Carcaa Intertravada ............................................................................ 6

    II.1.2 Barreira de Presso .............................................................................. 6

    II.1.3 Armadura de Presso ........................................................................... 7

    II.1.4 Armaduras de Trao ........................................................................... 7

    II.1.5 Capa Externa ........................................................................................ 8

    II.2 Risers e Flowlines ...................................................................................... 9

    II.3 Principais Configuraes de Instalao ...................................................... 9

    II.3.1 Catenria Livre (Free Hanging) ......................................................... 11

    II.3.2 Configurao Lazy Wave .................................................................. 11

    Captulo III Enrijecedores de Curvatura ............................................................. 12

    III.1 Definio da Carga de Trabalho - Linha elstica:................................... 16

    Captulo IV Abordagem Analtica ...................................................................... 28

    IV.1 Corpo de Poliuretano .............................................................................. 28

    IV.1.1 Proposta de Anlise Corpo de poliuretano .................................... 30

    IV.2 Componentes Metlicos .......................................................................... 34

    IV.2.1 Proposta de Anlise Luva ............................................................. 35

    IV.2.2 Proposta de Anlise Torus ............................................................ 45

    Captulo V Abordagem pelo mtodo de elementos finitos ................................. 53

    V.1 Corpo de poliuretano ................................................................................ 54

    V.1.1 Geometria .......................................................................................... 54

  • ii

    V.1.2 Malha ................................................................................................. 55

    V.1.3 Carregamentos e Condies de contorno .......................................... 56

    V.1.4 Soluo .............................................................................................. 58

    V.2 Componentes metlicos ........................................................................... 59

    V.2.1 Luva metlica .................................................................................... 59

    V.2.2 Torus .................................................................................................. 65

    Captulo VI Concluso ....................................................................................... 71

    Referncias ............................................................................................................ 73

  • iii

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1: Modelo de um enrijecedor de curvatura flexo (com corte parcial

    para facilitar o entendimento de sua estrutura interna).[07] ....................................................... 1

    FIGURA 2: Duto Flexvel e suas camadas [7] ........................................................ 4

    FIGURA 3 : Construo tpica das camadas em um duto flexvel [7] .................... 5

    FIGURA 4: Tipos de perfis segundo API RP 17B .................................................. 7

    FIGURA 5: Principais arranjos submarinos[3] ..................................................... 10

    FIGURA 6: Comparao com o cotidiano ............................................................ 12

    FIGURA 7: Diagrama de partes: Laranja Corpo de poliuretano em (em

    corte)/Azul Luva Metlica/Verde Torus............................................................................. 14

    FIGURA 8: Diagrama de corpo livre Seo polimrica ..................................... 17

    FIGURA 9: Grfico do momento fletor Seo polimrica ................................. 20

    FIGURA 10: Grfico do momento de inrcia Seo polimrica ........................ 22

    FIGURA 11: Grfico da deflexo do poliuretano ................................................. 25

    FIGURA 12: Grfico do ngulo do poliuretano .................................................... 27

    FIGURA 13: Corpo de poliuretano do enrijecedor de curvatura. ......................... 29

    FIGURA 14: DCL parte polimrica ...................................................................... 30

    FIGURA 15: Grfico das tenses no poliuretano .................................................. 33

    FIGURA 16: Parte metlica de um enrijecedor de curvatura. ............................... 35

    FIGURA 17: Diagrama de corpo livre Luva metlica........................................ 36

    FIGURA 18: Grfico de tenses na luva metlica. ............................................... 40

    FIGURA 19: Arranjo esquemtico para clculo das tenses cisalhantes. ............. 41

    FIGURA 20: Modelo Torus................................................................................ 45

    FIGURA 21: Diagrama de corpo livre Torus. .................................................... 46

    FIGURA 22: Efeito do momento aplicado no torus. ............................................. 48

    FIGURA 23: Geometria Torus ........................................................................... 49

    FIGURA 24: Geometria Poliuretano .................................................................. 54

    FIGURA 25: Malha Poliuretano ......................................................................... 55

    FIGURA 26: Condies de contorno e carregamento Poliuretano .................... 57

    FIGURA 27: Soluo Poliuretano ...................................................................... 58

    FIGURA 28: Geometria Luva ............................................................................ 59

    FIGURA 29: Malha Luva ................................................................................... 60

  • iv

    FIGURA 30: Carregamento e condies de contorno Luva ............................... 62

    FIGURA 31: Soluo Luva ................................................................................ 64

    FIGURA 32: Geometria Torus ........................................................................... 65

    FIGURA 33: Malha Torus .................................................................................. 67

    FIGURA 34: Condies de contorno e carregamento Torus.............................. 69

    FIGURA 35: Soluo Torus ............................................................................... 70

    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1: Principais camadas e suas funes[7] ................................................. 5

    TABELA 2: Comparao de resultados ................................................................ 71

  • 1

    Captulo I Introduo

    Atualmente a indstria de petrleo ocupa uma posio de destaque na economia

    mundial. A extrao de petrleo a partir de poos submarinos sempre apresentou desafios e

    foi responsvel por inmeras inovaes nas mais diversas reas da engenharia. Com a

    descoberta da regio do pr-sal brasileiro, a utilizao de unidades flutuantes offshore de

    produo e dutos flexveis so importantes para a sua explorao.

    Dutos flexveis so utilizados para transferncia de fluidos entre a unidade

    flutuante produtora e poos. Esses dutos so estruturas tubulares, compostos por vrias

    camadas concntricas, polimricas e metlicas, cada uma sendo responsvel por uma funo

    especfica. Os poos de produo alcanam profundidades de at dois quilmetros e meio. Por

    esse motivo, esses dutos flexveis esto sujeitos grandes cargas, resultantes das condies

    ambientais marinhas decorrentes de ondas e correntes, alm do movimento da prpria

    plataforma. Na conexo de topo verifica-se que h a maior carga dinmica do conjunto, entre

    o riser (duto flexvel suspenso) e a plataforma flutuante.

    Por conta dessa carga, e visando evitar um curvamento excessivo que poderia

    danificar estruturalmente os dutos, praxe o emprego de enrijecedores de curvatura, em

    ingls chamados bend stiffeners. Esse tipo de estrutura feito de ao e polmero fixado logo

    aps o conector que promove a fixao do duto flexvel plataforma.

    FIGURA 1: Modelo de um enrijecedor de curvatura flexo (com corte parcial para facilitar o

    entendimento de sua estrutura interna).[07]

  • 2

    Como possvel perceber pela FIGURA 1, o bend stiffener composto por uma

    srie de estruturas, explicadas a seguir. Uma luva interna metlica, normalmente fabricada em

    ao, cuja funo fixar-se ao conector da plataforma.

    Soldado e parafusado a esta se encontra uma armao que tem como objetivo

    fornecer apoio estrutural e contato ao poliuretano. Este componente da estrutura metlica

    chamada torus, e consiste basicamente de um anel suportado por vrias hastes, que aumentam

    a resistncia do componente e a rea de contato com o poliuretano.

    Uma vez que a estrutura metlica esteja inteiramente pronta, um cilindro rgido

    inserido no furo reservado ao duto flexvel, um molde aproximadamente cnico fixado ao

    redor dessa montagem e o poliuretano vertido, fundido, para dentro do molde. O cilindro

    serve como um macho, sendo retirado aps a cura do polmero, deixando vago o espao por

    onde passar o duto flexvel.

    O objetivo desse projeto avaliar as tenses e deformaes geradas no enrijecedor

    de curvatura flexo em um regime usual de operao. Uma carga ser definida inicialmente

    pelo mtodo da linha elstica aplicada no corpo de poliuretano, baseada em um ngulo

    habitual de trabalho. A anlise ser divida em duas abordagens principais: uma aproximao

    analtica a partir de clculos de resistncia dos materiais e uma segunda abordagem

    envolvendo simulao computacional pelo mtodo de elementos finitos. Desta forma, busca-

    se estimar o comportamento em uma condio natural de trabalho dos enrijecedores de

    curvatura flexo.

  • 3

    Captulo II Dutos flexveis

    Os dutos flexveis utilizados na indstria petrolfera so equipamentos compostos

    por diversas camadas, feitas de diversos materiais, onde cada uma dessas possui um papel

    especfico. As camadas so normalmente formadas de cilindros polimricos ou perfis

    metlicos em arranjos helicoidais. Seu posicionamento e disposio tm por objetivo permitir

    a adequao do duto flexvel a diversas condies de projeto dependendo de variveis como

    fluido transportado, temperatura, presso de operao, profundidade e vida em servio. [7][3]

    Os dutos flexveis possuem o arranjo de camadas concntricas. Com esse arranjo,

    espera-se que as seguintes propriedades sejam alcanadas:

    Elevada resistncia trao;

    Baixa rigidez flexo, viabilizando o bobinamento e armazenamento;

    Elevada rigidez axial;

    Capacidade de resistir e ter seu peso prprio suportado durante o lanamento;

    Capacidade de acomodar os movimentos naturais aos processos de instalao e

    operao;

    Resistncia presso interna e externa e a possveis esforos de sua despressurizao

    rpida;

    Estrutura esbelta.

  • 4

    As camadas metlicas apresentam uma estrutura helicoidal, como dito

    anteriormente, e so frequentemente denominadas tambm como armaduras metlicas. Essas

    camadas so responsveis pela integridade estrutural da estrutura. As polimricas, por sua

    vez, so responsveis pela estanqueidade dos fluidos interno e externo, por promover proteo

    anticorroso e contra luz ultravioleta, alm de reduzir o atrito entre as camadas metlicas. A

    FIGURA 2 ilustra um duto flexvel, mostrando as camadas que o compem.

    FIGURA 2: Duto Flexvel e suas camadas [7]

  • 5

    II.1 Camadas de um Duto Flexvel

    Nesta seo, busca-se detalhar cada uma das principais camadas componentes de

    um duto flexvel e sua respectiva funo. Cada camada possui um objetivo especfico, como

    mostrado na FIGURA 3 : e a TABELA 1, que evidenciam a construo tpica de um duto e

    aponta as denominaes e funes bsicas das suas vrias camadas:

    FIGURA 3 : Construo tpica das camadas em um duto flexvel [7]

    TABELA 1: Principais camadas e suas funes[7]

  • 6

    A seguir, detalham-se as funes e principais caractersticas de cada camada.

    II.1.1 Carcaa Intertravada

    normalmente a camada mais interna em duto flexvel. Feita a partir de perfis

    planos que so conformados durante o processo fabril em hlice em torno de um mandril

    intertravando cada seo em conjunto, o que faz com que haja um aumento significativo da

    resistncia ao colapso. Essa camada deve garantir resistncia aos esforos causados pela

    presso externa e ao esmagamento transmitido pelas armaduras de trao quando as mesmas

    so tracionadas.

    II.1.2 Barreira de Presso

    Essa camada polimrica tem como principal funo garantir a estanqueidade do

    duto flexvel, ao permitir a passagem do fluido interno. fabricada por meio de extruso

    sobre a carcaa, sendo feita principalmente de HDPE (polietileno de alta densidade), PVDF

    (fluoreto de polivinilideno), PA11 (Nylon 11) ou PA12 (Nylon 12). A escolha do material

    depende diretamente das caractersticas qumicas e fsicas do fluido a ser escoado.

  • 7

    II.1.3 Armadura de Presso

    Camada metlica intertravada que tem por principal finalidade resistir presso

    exercida pelo fluido interno. Em conjunto com a carcaa contribui para evitar o colapso

    devido presso externa. A armadura de presso apresenta aspecto construtivo prprio e

    designaes proprietrias dos fabricantes: em geral feita de uma fita de seo transversal em

    Z, enrolada helicoidalmente sobre a barreira de presso com intertravamento das hlices,

    conforme o desenho esquemtico da FIGURA 4.

    FIGURA 4: Tipos de perfis segundo API RP 17B

    (a) perfil Z, (b) perfil C, (c) e (d) perfil T [4]

    II.1.4 Armaduras de Trao

    As armaduras de trao consistem em uma srie de arames aplicados de forma

    helicoidal sobre o tubo, com ngulos de assentamento que variam usualmente entre 30 e 55

    em relao ao eixo central do duto flexvel, contra quase 90 no caso das outras camadas

    metlicas. O nmero de armaduras de trao aplicadas varia aos pares, pois cada uma destas

    camadas aplicada em um sentido diferente de forma a balancear a estrutura, evitando-se a

    toro do tubo quando submetido s cargas trativas.

    A principal funo das armaduras de trao resistir trao e toro sem

    dificultar a flexo do duto. Quase a totalidade dos carregamentos de trao sustentada por

    essa camada, enquanto sua contribuio na rigidez flexo pequena. As armaduras esto

    ancoradas diretamente nos conectores montados nas extremidades dos dutos. Dadas as

    elevadas tenses a que estaro sujeitas as armaduras de trao, funo dos carregamentos

    aplicados aos dutos flexveis, o material comumente usado o ao carbono de alta resistncia,

    com limites de ruptura variando entre 1100 MPa e 1500 MPa.

  • 8

    II.1.5 Capa Externa

    Esta a camada mais externa de um duto flexvel, exceto em casos que

    apresentem a necessidade de isolamento trmico, polimrica e fabricada por meio de

    extruso. Ela uma barreira contra danos mecnicos externos e contra a gua do mar,

    impedindo que haja o alagamento da regio anular (regio compreendida entre a barreira de

    presso e a capa externa). A capa externa recebe pigmentao especial de acordo com

    requisito de cliente, e essa colorao est diretamente relacionada com a proteo aos raios

    ultravioleta.

    Os materiais utilizados na manufatura da capa externa so praticamente os

    mesmos empregados na barreira interna de presso, com exceo do fluoreto de polivinilideno

    (PVDF). Como a capa externa extrudada sobre as armaduras de presso, esta tambm

    auxilia a manter arames da armadura de trao na posio correta.

  • 9

    II.2 Risers e Flowlines

    Dutos flexveis de coleta so utilizados com o objetivo principal de interligao

    entre os poos petrolferos e as unidades produtoras, promovendo o transporte de fluidos

    como leo, fluidos de injeo, gs ou gua. Possuem diferentes aplicaes, podendo ser:

    Risers, quando em aplicaes dinmicas. Um riser o duto flexvel que conecta a

    unidade produtora at o solo marinho. Esse tipo de duto flexvel necessita suportar

    cargas extremas impostas pelos movimentos relativos e condies ambientais;

    Flowlines, quando em aplicaes estticas. Flowlines so dutos flexveis que

    funcionam repousados sobre o leito marinho, o que quer dizer que, exceto durante sua

    instalao, s experimentam cargas estticas durante toda sua vida em servio.

    II.3 Principais Configuraes de Instalao

    As aplicaes dinmicas de linhas flexveis ocorrem em diversos cenrios. Em

    guas profundas pode-se ter uma configurao mais estvel em catenria livre. Porm esse

    tipo de configurao, no qual a linha fica pendendo livremente a partir da plataforma at o

    leito marinho, apresenta cargas mais altas, e desta forma bias podem vir a serem utilizadas

    para o alvio das cargas. J em guas rasas, o maior problema a movimentao do duto e da

    embarcao, sendo assim, os flutuadores so muitas vezes utilizados para amortecimento do

    movimento da embarcao para que o raio mnimo de curvamento do duto seja respeitado.

    Para a diminuio dos efeitos causados pelos carregamentos aos quais os dutos

    esto expostos, so utilizadas configuraes de instalao especficas para os risers, que vo

    desde a mais simples em catenria livre (free hanging) at configuraes com instalao de

    bias ou flutuadores nas sees intermedirias com o intuito de reduzir esforos na unidade de

    produo. Assim, o empuxo provocado por esses elementos alivia o peso suportado pelo

    sistema flutuante, e quando sob solicitaes laterais, contribui com movimentos restauradores.

    A FIGURA 5 ilustra brevemente os principais arranjos de utilizao.

  • 10

    FIGURA 5: Principais arranjos submarinos[3]

    A seguir, algumas consideraes a respeito das duas configuraes de instalao

    mais empregadas sero feitas: em catenria livre e em lazy wave.

  • 11

    II.3.1 Catenria Livre (Free Hanging)

    A FIGURA 5 mostra o aspecto esquemtico da Catenria Livre. Apoiada no fundo

    do mar, esta configurao interessante devido sua simplicidade da forma. Isso se deve

    baixa utilizao de componentes limitadores de esforos, possibilitando a esta configurao

    baixo custo de material e instalao. Esta o tipo de configurao mais empregado

    atualmente na costa brasileira.

    II.3.2 Configurao Lazy Wave

    Esta configurao alcanada com a utilizao de elementos de flutuao

    (flutuadores) distribudos em um trecho central, o que faz com que aps o equilbrio esttico

    inicial, o sistema assuma uma forma ondulada e a seo inferior fique apoiada em catenria

    simples no fundo do mar. Dessa forma, divide-se o comprimento que ficaria suspenso (caso a

    configurao fosse em catenria livre) em duas partes, o que reduz de forma considervel os

    efeitos deletrios de trao e ngulo na conexo de topo.

    Sua utilizao tem sido cada vez mais frequente nos projetos da regio do pr-sal,

    onde as profundidades chegam a dois quilmetros e meio. Nessas profundidades, a quantidade

    de riser suspenso amplifica de modo considervel a trao de topo, o que faz com haja a

    necessidade de estruturas sensivelmente mais robustas para suportar tais solicitaes. A

    soluo da configurao Lazy Wave diminui as cargas presentes na linha, apresentando uma

    soluo vivel do ponto de vista de custo e de projeto.

  • 12

    Captulo III Enrijecedores de Curvatura

    Bend Stiffeners, em ingls - como so normalmente referenciados - so estruturas

    projetadas para aumentar a rigidez flexo de um elemento, e esto muito mais presentes em

    nossas vida do que pode parecer primeira vista. Sua aplicao varia enormemente,

    diversificando desde fones de ouvido, plugues de tomada at alguma aplicao mais crtica

    como o caso dos dutos flexveis para extrao de petrleo. A FIGURA 6 ilustra o paralelo e

    oferece uma comparao til do objeto do presente estudo. Deste modo, nos enrijecedores de

    curvatura utilizados na explorao petrolfera, temos o bend stiffener sendo a transio

    entre o elemento rgido (navio) e o flexvel (duto).

    FIGURA 6: Comparao com o cotidiano

    Na aplicao especfica do arranjo submarino de extrao de petrleo, existe a

    preocupao de que no haja uma seo com curvatura acentuada e tenses muito grandes,

    que seria a regio mais fraca em uma linha flexvel, cuja falha precoce inviabiliza o projeto

    funcional e financeiramente. Levando em conta o fato de que os dutos flexveis apresentam

    uma vida em servio que chega a at 30 anos, possvel perceber a importncia do acessrio

    em questo.

  • 13

    O enrijecedor de curvatura rigidez flexional de dutos flexveis funciona aliando

    sua geometria com propriedades do material do qual feito. Em uma sucinta explicao, sua

    rigidez aliada quela do elemento que est sendo protegido e sua geometria alia partes

    cnicas e cilndricas de seo transversal menor medida que se avana em direo parte

    livre do elemento flexvel. Essas caractersticas proporcionam uma transio suave em termos

    de rigidez flexional, a partir do ponto de conexo. O enrijecedor opera fixado unidade de

    produo em uma orientao vertical, com a mesma inclinao do duto flexvel que passa por

    dentro do mesmo.

    Algumas das caractersticas que definem a adequao de um bend stiffener para

    determinado uso sero examinados em detalhes: a sua geometria e os materiais que o

    constituem. A FIGURA 7 permite a visualizao do objeto central deste trabalho, bem como

    suas dimenses gerais, em milmetros. Realados se encontram os trs componentes deste

    enrijecedor de curvatura:

  • 14

    FIGURA 7: Diagrama de partes: Laranja Corpo de poliuretano em (em corte)/Azul

    Luva Metlica/Verde Torus

  • 15

    Estes componentes e suas geometrias especficas sero detalhados nos prximos

    captulos, com o objetivo de estimar-se as tenses cada componente fica sujeito em uma

    condio de operao normal. Para tal, duas abordagens distintas sero utilizadas: uma

    abordagem analtica ser apresentada, modelando todos os sistemas e utilizando hipteses e

    formulaes caractersticas de resistncia dos materiais. Em uma segunda abordagem

    utilizando o mtodo de elementos finitos, por meio do software comercial Ansys.

    Posteriormente sero feitas comparaes entre as duas abordagens.

  • 16

    III.1 Definio da Carga de Trabalho - Linha elstica:

    A anlise descrita a seguir busca obter a carga de trabalho atuante no enrijecedor

    de curvatura. O duto suspenso chega a gerar cargas que superam facilmente a ordem de 2000

    kN na conexo riser/plataforma, mas a estrutura responsvel por suportar tamanho esforo

    no o bend stiffner. Para obteno de tal carga, o presente modelo utiliza uma angulao

    de topo de 7 (0,12 radianos). Essa angulao tida como aceitvel para um regime de

    trabalho constante, e dever ser suficiente para uma avaliao confivel das tenses de

    trabalho do enrijecedor.

    Com o objetivo de determinar a carga de trabalho, utiliza-se a equao da linha

    elstica para as sees que compem o enrijecedor. Apesar de ser formado por trs sees

    distintas, a extremidade mais fina no faz parte da anlise, j que a mesma no possui funo

    estrutural. A FIGURA 8 apresenta o diagrama de corpo livre da seo que composta

    exclusivamente de poliuretano, com mdulo de elasticidade de 140 MPa. A partir da

    extremidade superior do enrijecedor j se verifica a presena do corpo metlico, e por esse

    motivo a anlise da seo polimrica realizada somente a partir desse ponto, e aproxima-se a

    regio superior como engastada.

    A fora gerada pela angulao do duto flexvel que passa no interior do

    enrijecedor foi aproximada por uma carga distribuda em um comprimento igual a um metro a

    partir da extremidade inferior do corpo de poliuretano. Entre o riser e o bend stiffener h

    uma folga, portanto este fato indica que no todo o comprimento do duto que fica em

    contato com a parede interna do enrijecedor. A escolha do comprimento de um metro foi

    arbitrria.

  • 17

    FIGURA 8: Diagrama de corpo livre Seo polimrica

    Ao deixar a plataforma para seguir em direo ao leito marinho, o duto flexvel

    comumente apresenta um ngulo de topo, o que quer dizer que ele no opera exatamente na

    vertical, dado que a unidade flutuante de produo se encontra em uma posio central em

    relao a todos os poos explorados, e por conta disso raramente est exatamente sobre algum

    poo.

    O ngulo de topo de normalmente para condies usuais de trabalho, o que

    representa radianos.

  • 18

    Para a determinao da fora distribuda ser usado o mtodo da linha elstica.

    Este mtodo consiste em uma integrao dupla a partir da funo do momento para que seja

    possvel determinar a flecha e a ngulo apresentada em uma seo qualquer do corpo

    analisado.

    Usando o mtodo da linha elstica aliado com os 7 de angulao no topo,

    possvel determinao da referida carga de trabalho, como mostrado a seguir:

    III.1.1.1 Equao base da linha elstica:

    ( )

    Na Regio 1 (0 x 2):

    O primeiro passo a determinao da frmula do momento fletor em funo da

    coordenada x.

    Para que no seja necessria a diviso da equao do momento em duas, e a

    utilizao de mais de um sistema de coordenadas, foi adotado o uso das funes de

    descontinuidade. Essas funes permitem descrever valores que s passam a ser vlidos

    quando uma condio satisfeita:

    {

    ( )

    possvel a determinao da frmula dos momentos em funo da coordenada x.

    ( )

    ( )

    ( )

    importante notar que o segundo termo (( )

    ) foi utilizado para anular

    a carga distribuda na metade superior do tronco de cone ( ).

  • 19

    Aplica-se a frmula do momento na equao bsica da linha elstica e realiza-se a

    dupla integrao:

    ( )

    ( )

    ( )

    O grfico ilustrado na FIGURA 9 demonstra o comportamento estimado dos

    momentos fletores atuantes ao longo de todo o comprimento do corpo de poliuretano:

  • 20

    FIGURA 9: Grfico do momento fletor Seo polimrica

  • 21

    Uma vez definida a equao precisamos encontrar, para esse caso especfico, as

    constantes C1 e C2.

    Para isso preciso avaliar as condies de contorno da viga, isto , o

    comportamento dos extremos, que so conhecidos, alm da definio do momento de inrcia

    de rea I1. Para tal, preciso primeiro definir uma equao que represente o modo como o

    dimetro externo varia, aqui chamado D1(x).

    Clculo de D1(x):

    ( )

    ( )

    Como a regio 1 um tronco de cone, o seu dimetro varia segundo uma linha

    reta, logo D(x) uma funo de primeiro grau, no formato:

    ( )

    Dessa forma, resta definir a e b utilizando os dois pontos conhecidos da reta:

    {

    Resolvendo o sistema de equaes acima, encontra-se:

    Ento para

    ( )

    Uma vez definida a funo regente do dimetro externo do tronco de cone,

    possvel escrever a frmula do momento de inrcia, este por sua vez tambm uma funo de

    x:

    ( ) ( ( )

    )

    ( ) (( ) )

  • 22

    A FIGURA 10 ilustra graficamente como se compora o momento de inrcia de

    rea ao longo do comprimento do corpo de poliuretano.

    FIGURA 10: Grfico do momento de inrcia Seo polimrica

  • 23

    No engaste, a angulao (

    ) e a deflexo ( ) so nulas. Dessa forma:

    Condio de contorno 1 angulao no engaste:

    em

    ( )

    (

    )

    Condio de contorno 2 deslocamento no engaste:

    em

    ( )

    [

    (

    )]

  • 24

    III.1.1.2 Determinao da fora distribuda ( )

    possvel observar, portanto, que as constantes dependem de forma direta da

    carga distribuda, denominada w. Para a determinao desta carga distribuda, utilizaremos o

    ngulo de topo j discutido anteriormente.

    Aps a primeira integrao, a equao da linha elstica na regio 1 a seguinte:

    ( )

    Onde a constante C1 pode ser escrita desta forma:

    A parcela

    representa a forma como o deslocamento horizontal ( , neste caso)

    varia medida que se varia o afastamento vertical ( ), ou seja, representa a angulao. O

    objetivo definir qual fora seria capaz de produzir, na extremidade inferior do enrijecedor de

    curvatura, uma ngulao de , ou seja, radianos. Substituindo na equao do ngulo

    (

    ), temos uma forma direta de calcular que fora realizaria tal angulao.

    ( )

    Com as constantes definidas, podemos ento reescrever a equao da linha

    elstica da seguinte forma:

    Para :

    ( )

    ( )

    possvel ento, aps a substituio dos valores encontrados e definidos

    anteriormente, avaliar a deflexo imposta em cada uma das regies da seo de poliuretano.

  • 25

    Para tanto, utilizou-se o software Mathcad, para plotar as duas funes ponto a ponto. A

    FIGURA 11 apresenta os resultados obtidos, bem como o enrijecedor, para efeitos de

    comparao.

    FIGURA 11: Grfico da deflexo do poliuretano

  • 26

    Pela FIGURA 11, possvel notar que o valor mximo da coordenada y se d na

    extremidade inferior de aplicao da fora, e que a evoluo do deslocamento se torna

    perceptivelmente mais ngreme medida que se avana em direo a essa extremidade, apesar

    de haver um deslocamento nfimo em cerca de 70 a 80% do corpo de poliuretano. A carga

    distribuda aliada geometria do enrijecedor gera um deslocamento de 176 mm na ponta do

    mesmo.

    Este comportamento acontece por conta da geometria do enrijecedor de curvatura,

    que reduz sensivelmente a rea da seo transversal resistente medida que se aproxima da

    extremidade livre.

    A FIGURA 12 demonstra o comportamento do mdulo do ngulo formado com a

    vertical (em radianos) em relao coordenada x. Nela, possvel observar que o

    comportamento da angulao se assemelha quele do deslocamento, se tornando mais

    perceptvel somente prximo extremidade livre.

    Apesar de primeira vista os dois grficos parecerem discordantes, cabe aqui

    ressaltar que, apesar de um se apresentar com a orientao voltada esquerda e o segundo

    direita, o primeiro dos dois representa efetivamente (com alguma ampliao do efeito) o

    comportamento esperado para a viga devido ao carregamento utilizado. O grfico referente

    angulao, por sua vez, apresenta o comportamento do ngulo em relao vertical

    demonstrado. Dessa forma, seu comportamento coerente, visto que um deslocamento maior

    (queira seja para um lado ou para o outro) representa por sua vez uma angulao maior.

  • 27

    FIGURA 12: Grfico do ngulo do poliuretano

  • 28

    Captulo IV Abordagem Analt ca

    IV.1 Corpo de Poliuretano

    Polmeros so estruturas qumicas formadas a partir de grandes molculas,

    chamadas de macromolculas, estas por sua vez sendo uma extensa combinao de unidades

    bsicas denominadas meros (em grego, poli significa muitos e meros, unidades) . Sua

    cadeia apresenta ligaes covalentes repetidas regularmente, onde o nmero de meros

    presentes na cadeia intitulado grau de polimerizao. comumente aceito o fato de que o

    grau de polimerizao do material est diretamente relacionado com as propriedades

    mecnicas por ele apresentado, sendo um grau maior o mais prefervel. O tipo de polmero

    utilizado na composio de enrijecedores de curvatura para dutos flexveis o poliuretano,

    um tipo de elastmero. Os elastmeros so materiais que suportam grandes deformaes antes

    da sua ruptura, e por esse motivo sua aplicao nos enrijecedores de curvatura bastante

    empregada.

    A API 17 J, norma internacional e referncia no que diz respeito ao projeto e

    fabricao de dutos flexveis, apresenta inmeras consideraes a respeito de dutos flexveis

    unbonded (sem aderncia entre as camadas). Esse tipo de duto ser o adotado como padro

    para este trabalho. A norma define alguns critrios de projeto especficos para enrijecedores

    flexo, tais como resistncia trao, alongamento na ruptura, valor de rasgamento, massa

    especfica, entre outros. Alm disso, a referncia cita tambm que os seguinte fatores devem

    ser considerados na avaliao do poliuretano empregado em bend stiffeners [4]:

    Resistncia gua do mar e hidrlise;

    Exposio a produtos qumicos;

    Exposio radiao ultravioleta;

    Resistncia temperatura mxima esperada;

    Fluncia e relaxao de tenses;

  • 29

    Os enrijecedores de curvatura flexo aqui analisados so formados basicamente

    por duas partes distintas unidas, como descrito anteriormente. Uma delas a parte polimrica

    feita normalmente de poliuretano e que d o formato e preenche o corpo do bend stiffener.

    Essa parte pode ser vista na FIGURA 13 e o principal ator no que diz respeito mudana

    suave de momento de inrcia de rea entre o conector que liga o duto plataforma (end

    fitting) e o duto flexvel propriamente dito. O tipo de poliuretano do qual essa poro

    fabricada varia de acordo com as necessidades de aplicao especfica em questo, portanto

    valores genricos sero adotados no presente projeto. O mdulo de elasticidade utilizado neste

    projeto 140 Mpa[8].

    FIGURA 13: Corpo de poliuretano do enrijecedor de curvatura.

  • 30

    IV.1.1 Proposta de Anlise Corpo de poliuretano

    Aps a definio da carga de trabalho, pode-se averiguar qual o teor das tenses

    que a mesma gera no corpo de poliuretano e, posteriormente, nos outros componentes do

    enrijecedor de curvatura. Para o corpo de poliuretano, as mesmas premissas adotadas na

    estimativa da carga de trabalho ainda se mantm: a carga aplicada de uma maneira

    uniformemente variada a partir da extremidade do tronco de cone por um comprimento de um

    metro. A FIGURA 14 apresenta novamente o diagrama de corpo livre da seo de poliuretano:

    FIGURA 14: DCL parte polimrica

    Onde, como convencionado seo III.1 .

  • 31

    IV.1.1.1 Tenso Fletora Mxima:

    Para estimar os efeitos das cargas no corpo, necessrio avali-las sob a forma de

    tenses. A seo polimrica do enrijecedor enquadra-se na condio de viga. Por conta dessa

    condio, as tenses decorrentes de foras cortantes foram desconsideradas, pois seriam

    inexpressivas.

    Assim, resta calcular a tenso mxima na direo axial, que composta pela

    mxima tenso causada pelo momento fletor, esta por sua vez uma decorrncia da aplicao

    da carga distribuda. A tenso fletora mxima dada pela frmula:

    ( ) (

    ( ) )

    ( )

    Aplica-se ento a anlise da frmula da tenso devido a momento fletor regio 1

    da seo polimrica:

    Devido ao fato da seo transversal da regio no ser constante, a definio do

    ponto exato onde a tenso ser mxima no trivial. medida que se afasta da extremidade

    onde vale zero, o momento ( ) varia tambm.

    A equao do momento fletor interno para a regio 1, j definida anteriormente, :

    ( )

  • 32

    Posto que as trs funes que compem a frmula da tenso fletora se encontram

    definidas, possvel substitu-las, reescrevendo a frmula como:

    ( ) (

    ( ) )

    ( )

    (

    ) (

    )

    (( ) )

    Definidas as equaes das tenses fletoras nas duas regies que compem o corpo

    de poliuretano do enrijecedor de curvatura, cabe agora a definio de uma frmula geral da

    tenso, descrita por:

    ( ) ( ) (

    ( ) )

    ( )

    Nota-se ento que na equao da tenso devido a momento fletor para a regio 1

    no existe nenhum membro que seja constante ao longo do comprimento. Para que seja

    possvel estimar com preciso qual ser a tenso mxima obtida a partir desta anlise, o

    software Mathcad foi utilizado para plotagem do grfico da tenso e obteno dos valores

    mximos, como pode ser visto na FIGURA 15.

  • 33

    FIGURA 15: Grfico das tenses no poliuretano

  • 34

    Com o auxlio do software, possvel apontar com preciso o afastamento que

    gera a tenso fletora mxima:

    IV.2 Componentes Metlicos

    A parte metlica presente em um enrijecedor de curvatura dividida em dois

    principais componentes, cada qual com sua funo especfica.

    A luva metlica a responsvel por acondicionar a passagem do duto flexvel por

    dentro de si e promover a maior parte da sustentao estrutural do enrijecedor como um todo.

    Alm a luva, existe um segundo componente com uma geometria em forma de anel com

    diversos suportes cilndricos. A este d-se o nome de torus, e sua geometria se justifica por

    conta da sua funo, que a de promover e manter a aderncia entre as partes metlica e

    polimrica, alm de contribuir com o aumento da resistncia do conjunto como um todo.

    O torus se liga luva interna por meio de prolongamentos rosqueados no fim dos

    seus cilindros de suporte. Em adio a isso, solda-se os dois componentes para promover uma

    unio ainda mais segura. A luva metlica que compe um enrijecedor de curvatura

    normalmente fabricado de ao estrutural comum, como o ASTM A-36, que apresenta uma

    tenso de escoamento da ordem de 250 MPa. J o torus usualmente fabricado de um

    material mais resistente, como o Inconel, que uma superliga de cromo e nquel.

    A FIGURA 16 apresenta uma ilustrao da aparncia final da parte metlica,

    indicando os dois componentes que a formam.

  • 35

    FIGURA 16: Parte metlica de um enrijecedor de curvatura.

    IV.2.1 Proposta de Anlise Luva

    O segundo componente de um enrijecedor de curvatura flexo ao qual ser

    dirigida a ateno do presente trabalho a luva metlica. Todos os clculos e hipteses

    assumidas para a estimativa da tenso que tal componente experimenta sero apresentados a

    seguir. A FIGURA 17 ilustra o diagrama de corpo livre da luva metlica, explicado em

    detalhes adiante. A extremidade superior deste componente flangeado ao conector, este fixo

    unidade flutuante de produo de petrleo. Para todos os efeitos, essa extremidade

    considerada engastada.

  • 36

    FIGURA 17: Diagrama de corpo livre Luva metlica.

  • 37

    Primeiramente, necessrio definir-se uma forma de representar a transferncia

    at a luva metlica dos efeitos da carga distribuda, exercida pelo duto flexvel no poliuretano.

    Para isso, a carga distribuda foi primeiramente aproximada a uma carga pontual.

    A carga foi, por sua vez, transferida para a extremidade inferior da luva

    metlica. Porm, ao transferir o ponto de aplicao de uma fora, necessrio acrescentar os

    efeitos dessa transferncia, neste caso um momento.

    O momento ( ) se trata do resultado da mudana do ponto de aplicao da

    fora, para que as mesmas atuem no elemento metlico somente. A cota em

    referente distancia entre os dois pontos de aplicao.

    Para a definio do momento fletor atuante, necessrio que todas as

    contribuies sejam levadas em considerao:

    ( )

    ( ) ( )

  • 38

    IV.2.1.1 Tenso Fletora Mxima:

    ( ) (

    )

    Novamente, devido ao momento de inrcia de rea se apresentar constante em

    cada uma das duas regies, verifica-se que a tenso mxima de flexo se d no ponto onde o

    momento fletor mximo, em cada uma das regies. Isso acontece naturalmente no ponto

    mais afastado da aplicao da fora que gera este momento.

    Regio 2:

    (

    )

    ( )

    Como apresentado anteriormente, a tenso fletora mxima acontece na cota mais

    afastada do ponto de aplicao da fora, neste caso em .

    ( ) (

    )

    ( ( )) (

    )

  • 39

    Regio 3:

    (

    )

    ( )

    A tenso fletora mxima acontece na cota mais afastada do ponto de aplicao

    da fora, e na regio 3 isso acontece em .

    ( ) (

    )

    ( ( )) (

    )

  • 40

    possvel notar que, mesmo com um momento fletor maior na regio 3 do que na

    regio 2, a tenso da terceira regio apresentou um valor expressivamente maior, devido

    diferena aprecivel dos momentos de inrcia de rea. A FIGURA 18 demonstra os valores de

    tenso ao longo da luva metlica. Fica claro tambm o salto que ocorre em decorrncia da

    mudana de regio.

    FIGURA 18: Grfico de tenses na luva metlica.

  • 41

    IV.2.1.2 Tenso Cisalhante Mxima:

    Como a luva metlica no atende a condio de viga longa, as tenses que

    ocorrem por causa das foras cortantes devem consideradas. A tenso Cisalhante dada pela

    frmula:

    Onde:

    O parmetro foi quantificado anteriormente para o clculo da tenso fletora

    mxima, j os parmetros e tambm so determinados em funo da geometria da luva,

    como mostrado na FIGURA 19 e nos clculos apresentados a seguir:

    FIGURA 19: Arranjo esquemtico para clculo das tenses cisalhantes.

  • 42

    Da FIGURA 19 deduz-se:

    ( )

    ( )

    Utilizando a equao do crculo, , e substituindo nas equaes de

    e :

    ( )

    Interpretando a FIGURA 19 possvel reescrever:

    Aplicando os valores encontrados de e equao de :

    {[ (

    ) (

    ) ]|

    [ ( )

    ]|

    }

    [(

    ) (

    ) ]

  • 43

    Trabalhando a equao, aliando a mesma geometria de um cilindro vazado de

    dimetros externo e interno e respectivamente, obtm-se a frmula para a

    tenso cisalhante mxima:

    ( ( )

    )

    Regio 2:

    ( (

    )

    )

    Regio 3:

    ( (

    )

    )

  • 44

    IV.2.1.3 Tenso Equivalente

    Neste ponto, foram estimadas duas tenses de naturezas diferentes atuando no

    mesmo componente do enrijecedor de curvatura: uma tenso fletora decorrente de momentos

    fletores e uma tenso cisalhante gerada por conta de foras cortantes. Para tornar mais claro o

    entendimento destes efeitos, ser proposta a substituio destas por uma tenso equivalente,

    que seja capaz de sintetizar os efeitos de todas as tenses atuantes em cada regio do corpo.

    A tenso de Von Mises amplamente usada nos mais projetos de engenharia,

    principalmente com o objetivo de aferir-se um critrio da falha, ao compar-la com a tenso

    admissvel de projeto. No caso aqui exposto, a tenso de Von Mises ser usada com o

    propsito de estimativa de uma tenso equivalente apenas. Sua frmula definida por:

    Neste ponto importante ressaltar que a tenso de Von Mises se enquadra em

    uma condio bastante conservativa: as tenses cisalhantes mximas e as tenses fletoras

    mximas ocorrem em pontos distintos da seo crtica. Dessa forma, no h um ponto

    singular da seo crtica que apresente exatamente esses valores dessas tenses, o que torna a

    anlise mais conservadora.

    Regio 2:

    Regio 3:

  • 45

    IV.2.2 Proposta de Anlise Torus

    Para a anlise da parte restante da poro metlica de um enrijecedor de curvatura

    flexo foram utilizados conceitos simples de resistncia dos materiais, muitos dos quais j

    apresentados anteriormente. Para o clculo das tenses atuantes no torus em decorrncia do

    contato do duto no interior do bend stiffener, foi adotada a hiptese de que as mesmas so

    oriundas do momento gerado pela rotao do poliuretano, portanto s geram tenses axiais.

    Por conta da sua construo, o torus s est em contato com o restante do corpo

    metlico por meio da fixao das suas hastes verticais. Seu propsito promover o contato e a

    aderncia entre os dois materiais: metal e polmero. Dessa forma, pelo fato de estar imerso no

    corpo de poliuretano, uma hiptese diferente daquela considerada para a luva teve de ser

    adotada.

    Sua geometria, embora descrita anteriormente, apresentada novamente na

    FIGURA 20, onde possvel notar que existem oito hastes verticais igualmente distribudas

    em uma circunferncia suportando um anel superior.

    FIGURA 20: Modelo Torus.

  • 46

    A FIGURA 21 apresenta o diagrama de corpo livre considerado, e os clculos e

    suposies esto demonstradas em seguida. vlido lembrar que a extremidade superior do

    torus considerada engastada, por conta da sua fixao na luva metlica, enquanto o anel

    inferior foi suposto um corpo rgido, com o objetivo de simplificar a transmisso da momento

    decorrente da flexo do poliuretano para a pea aqui analisado.

    FIGURA 21: Diagrama de corpo livre Torus.

  • 47

    O momento ( ) aplicado sobre o anel torus se trata do resultado da transferncia

    dos esforos, por meio do corpo polimrico, at o componente metlico em questo. O

    processo de obteno da frmula de comeou substituindo-se a carga distribuda w,

    aplicada na face interna do enrijecedor, por uma carga concentrada , esta aplicada no

    centride da rea de aplicao, neste caso em 0,5 m a partir da extremidade inferior do tronco

    de cone.

    [ ]

    O prximo passo calcular qual o momento fletor atua internamente no torus.

    Portanto, necessrio determinar qual a distncia do ponto de aplicao da carga at o

    torus. A partir da cota de existem at a extremidade inferior da luva metlica.

    Deste ponto at o anel do torus h ainda .

    ( )

  • 48

    IV.2.2.1 Tenso Normal Mxima:

    Levando em considerao o fato que o poliuretano est fundido em torno de todo

    o torus e as hipteses apresentadas anteriormente, o clculo das tenses foi embasado nos

    efeitos das foras axiais trativas e compressivas oriundas do momento transferido ao anel

    superior do torus.

    O efeito da aplicao do momento a gerao de esforos trativos e compressivos

    nas oito hastes de sustentao. Por meio de algumas correlaes apresentadas na FIGURA 22,

    a tenso normal foi estimada a partir das foras axiais decorrentes do momento, levando em

    considerao a geometria deste componente.

    FIGURA 22: Efeito do momento aplicado no torus.

    Por semelhana de tringulos a partir da FIGURA 22:

    (

    )

  • 49

    A definio de e uma questo puramente geomtrica, funo das

    distncias e ngulos, esclarecida na FIGURA 23:

    FIGURA 23: Geometria Torus

    Como o torus apresenta oito hastes igualmente espaadas em uma circunferncia,

    o ngulo entre cada uma das hastes de , ou seja, . As distncias e

    determinadas abaixo so a componente na linha vertical da FIGURA 23.Tendo em vista que a

    circunferncia mdia do anel vale :

    ( )

    ( )

  • 50

    Uma vez que as distncias apresentadas no esquema tenham sido definidas,

    possvel dar continuidade a anlise.

    A deformao gerada por uma tenso axial pode ser expressa da seguinte maneira:

    Como , e so os mesmos para todas as hastes do torus, e lembrando que a

    tenso normal gerada por uma fora axial o quociente entre a dita fora e a rea da seo

    transversal resistente tem-se:

    (

    ) (

    ) ( )

    Para a determinao precisa do valor de cada uma das foras e , necessrio

    encontrar outra relao entre essas duas cargas. Como este um problema esttico, o

    somatrio dos momentos gerados deve ser nulo. Calculando o somatrio de momentos no

    ponto :

    (

    )

    (

    )

    (

    )

    ( ) ( )

  • 51

    Substituindo os valores encontrados na equao ( ) na equao ( ) possvel

    enfim estimar o valor de e :

    ( ) (

    )

    (

    )

    (

    )

    (

    )

    Logo,

    (

    )(

    )

    (

    )

  • 52

    IV.2.2.1.1 Tenso normal:

    Depois que as foras e foram definidas, cabe agora a determinao das

    tenses que essas cargas motivam. A tenso normal para o tipo de carregamento aqui suposto

    dada pela formula:

    Visto que ambas as foras foram calculadas para um par de hastes, a rea da seo

    transversal resistente aquela equivalente a duas das hastes, cada uma com um dimetro de

    .

  • 53

    Captulo V Abordagem pelo mtodo de elemento f n to

    O mtodo de elementos finitos um procedimento numrico de resoluo de

    equaes diferenciais que representam problemas fsicos e de engenharia, e base de uma

    vasta gama de softwares de anlise numrica direcionados ao projeto de infinitos tipos de

    estruturas.

    Com os avanos cada vez mais velozes acerca da eficincia e capacidade

    computacional dos sistemas modernos, esses softwares tem se tornado uma opo cada vez

    mais eficaz, o que confere aos usurios as tarefas de gerao do modelo e avaliao dos

    resultados obtidos, em detrimento aos desafios de programao que tinham de ser enfrentados

    h algum tempo atrs, para otimizao do funcionamento de tais softwares. Isso torna o

    processo mais simples, o que permite ajustes finos medida que se verifica a aproximao ou

    distanciamento do comportamento do sistema em relao realidade. Com isso, essa

    abordagem permite simulaes extremamente confiveis, se realizadas com parmetros bem

    escolhidos.

    Um modelo mal escolhido ou mal executado ainda apresentar uma soluo

    numrica vlida, mas que por muitas vezes no representa o comportamento real do fenmeno

    observado. Portanto, ter uma base anlitica para a comparao dos resultados de extrema

    importncia.

    No caso particular aqui analisado, o mtodo de anlise com elementos finitos ser

    realizado para que haja uma verificao e comparao entre o modelo analtico e o numrico.

    Portanto, as trs anlises detalhadas a seguir buscaram reproduzir com a maior fidelidade

    possvel as condies supostas e as hipteses assumidas na abordagem analtica realizada

    anteriormente.

    Para a realizao da abordagem pelo mtodo de elementos finitos, o software

    comercial Ansys Workbench foi utilizado. O motivo da sua escolha reside no fato de o

    enrijecedor de curvatura flexo apresentar uma geometria complexa, e as cargas nele

    aplicado no se apresentarem de maneira axissimtrica apesar da sua geometria se apresentar

    dessa forma. Isso portanto impossibilita a execuo de uma anlise consideravelmente mais

    simples extrapolada para uma circunferncia completa.

  • 54

    O Ansys Workbench permite a importao de geometrias tridimensionais geradas

    por outros softwares de CAD (computer aided design desenho assistido por computador), o

    que o torna mais atraente ainda. O sistema de anlise utilizado no software foi o de Structural

    Static (esttico estrutural), ou seja, as mesmas premissas utilizadas na abordagem analtica

    descrita anteriormente.

    V.1 Corpo de poliuretano

    V.1.1 Geometria

    Para a modelagem tridimensional do corpo de poliuretano, o software SolidWorks

    foi utilizado. O slido foi criado respeitando-se fielmente a geometria apresentada

    anteriormente e utilizada ao longo da abordagem analtica. A FIGURA 24 apresenta o

    resultado final da modelagem.

    FIGURA 24: Geometria Poliuretano

  • 55

    V.1.2 Malha

    Para a aplicao da malha, foi utilizado o mtodo de dimensionamento dos

    elemtnentos. O tamanho de elemento padro foi de 50 mm. Esse tamanho foi escolhido aps a

    verificao que, com um refino maior, os resultados apresentados no mostravam nenhuma

    divergncia considervel. Desta forma entende-se que a malha gerada convergiu de modo a

    apresentar resultados confiveis. A FIGURA 25 apresenta a malha aps sua gerao.

    FIGURA 25: Malha Poliuretano

  • 56

    V.1.3 Carregamentos e Condies de contorno

    A proposta desta anlise numrica gerar uma base de comparao entre as duas

    abordagens. Para tal, necessrio que ambas as abordagens apresentem condies to

    similares quanto possvel. Para tal, a face na extremidade superior do corpo de poliuretano foi

    definida como um suporte fixo, ou seja, um engaste.

    Para a reproduo do carregamento distribudo suposto, uma carga de mdulo

    equivalente foi aplicado em uma das metades da face interna, pelo comprimento de um metro.

    A FIGURA 26 auxilia um entendimento mais claro das condies de contorno e carregamento

    impostos.

  • 57

    FIGURA 26: Condies de contorno e carregamento Poliuretano

    O mdulo da fora aplicado de 2400 N. O fato da mesma estar distribuda em

    uma face de um metro de comprimento caracteriza a carga distribuda mencionada

    anteriormente.

    Na parte inferior da figura, fica claro em qual face o engaste considerado.

  • 58

    V.1.4 Soluo

    Aps a insero de todas as condies, a simulao realizada. O resultado

    solicitado a tenso equivalente, e o produto da anlise demonstrado na FIGURA 27.

    FIGURA 27: Soluo Poliuretano

    Nota-se, a partir da anlise, que a tenso mxima observada encontra-se

    justamente na fronteira entre a face onde o carregamento se encontra aplicado e sua vizinha

    imediata, por conta do modo como a anlise foi modelada.

    Desconsiderando esta, possvel perceber que a distribuio das tenses se

    apresenta de uma forma bastante prxima quela prevista na abordagem analtica, e que existe

    uma regio crtica onde os valores oscilam em torno de 60 kPa, mostrada em verde. O valor

    mais crtico obtido nesta regio foi de aproximadamente 63,05 kPa.

  • 59

    V.2 Componentes metlicos

    V.2.1 Luva metlica

    V.2.1.1 Geometria

    A geometria utilizada foi mantida idntica utilizada no mtodo analtico, com as

    dimenses j explicitadas anteriormente. Para sua reproduo em trs dimenses foi criado

    um modelo no SolidWorks, software voltado para essa tarefa, posteriormente importado para

    o Ansys Workbench.. O modelo criado e utilizado se encontra representado na FIGURA 28.

    FIGURA 28: Geometria Luva

  • 60

    V.2.1.2 Malha

    Para a elaborao da malha, dentre os mtodos possveis, foi adotado o

    mapeamento de faces por proporcionar anlise um resultado mais unifome. O mapeamento

    foi empregado ao longo de toda a geometria da luva, para obter uma anlise mais refinada foi

    imposto um elemento de 30 mm, que resultou em 29244 ns e 16520 elementos. A FIGURA

    29 apresenta somente a malha e a mesma aplicada geometria.

    FIGURA 29: Malha Luva

  • 61

    V.2.1.3 Carregamento e condies de contorno

    Visando atingir uma correspondncia entre as anlises adotas afim de

    proporcionar uma comparao entre as mesmas, se fez necessrio replicar o carregamento

    empregado na proposta analtica. Para alcanar tal redundncia, empregou-se a mesma

    condio de contorno aplicada anteriormente com o a luva metlica engastada na sua base a

    partir de um suporte fixo, demonstrada na FIGURA 30.

    Para reproduzir o carregamento, foi imposto um momento constante de 3,875

    kN.m e uma fora com a mesma orientao da proposta analtica e mdulo de 2,5 kN, ambos

    aplicados na extremidade oposta superfcie engastada, resultantes dos esforos transferidos

    pelo poliuretano. A FIGURA 30 proporciona melhor entendimento dos carregamentos

    aplicados.

  • 62

    FIGURA 30: Carregamento e condies de contorno Luva

  • 63

    V.2.1.4 Soluo

    Aps elaborao e desenvolvimento do modelo, malha, condies de contorno e

    carregamento, o programa capaz de simular a reao da estrutura aos esforos. O resultado

    alcanado est apresentado na

    FIGURA 31.

  • 64

    FIGURA 31: Soluo Luva

    Ao avaliar a soluo do problema pelo mtodo de elementos finitos, nota-se que

    as tenses encontradas so localizadas nas mesmas regies e so da mesma ordem de

    grandeza das calculadas no modelo analtico.

  • 65

    V.2.2 Torus

    V.2.2.1 Geometria

    Assim como para os outros componentes, a modelagem tridimensional foi

    realizada por meio do software SolidWorks. A geometria foi reproduzida tendo como guia

    aquela definida anteriormente. A FIGURA 32 ilustra o resultado final da modelagem.

    FIGURA 32: Geometria Torus

  • 66

    V.2.2.2 Malha

    No caso do torus, o critrio de gerao da malha que apresentou melhores

    resultados foi a escolha de antemo do tamanho dos elementos. A cada elemento foi definido

    o tamanho de cerca de 20 mm. Isso resultou no melhor resultado observado em termos de

    preciso dos resultados, aliado a uma velocidade de processamento satisfatria. A malha do

    torus conta com 15232 elementos formados por 26189 ns, o que representa uma preciso de

    resultado elevado, se comparado malha do corpo de poliuretano, que apesar de ser

    consideravelmente maior apresenta um nmero reduzido de ns e, consequentemente,

    elementos. Por conta dos resultados obtidos com diversos outros tipos de malhas, entende-se

    que a malha converge, apresentando resultados confiveis. A FIGURA 33 apresenta a malha

    gerada.

  • 67

    FIGURA 33: Malha Torus

  • 68

    V.2.2.3 Carregamentos e Condies de contorno

    O carregamento aplicado no torus, definido anteriormente na abordagem analtica,

    consistia na transferncia de um momento transferido por meio do corpo de poliuretano at a

    sua atuao no componente metlico em questo. Este momento, por sua vez, foi traduzido

    em duas foras distintas, denomidadas Fa e Fb, aplicadas axialmente nas hastes de sustentao

    do torus.

    Para a abordagem pelo meio de elementos finitos, esse processo de transferncia

    do momento e sua transformao nas cargas foi suprimido, portanto as cargas consideradas

    so apenas as foras afinal definidas. Foram necessrias 4 cargas distintas devido s direes

    oposta com as quais as mesmas se apresentam. Alm disso a parte posterior das hastes, onde

    as mesmas so parafusadas na luva metlica, foi considerada engastada.

  • 69

    A FIGURA 34 auxilia um entendimento mais claro das condies de contorno e

    carregamento impostos.

    FIGURA 34: Condies de contorno e carregamento Torus

  • 70

    V.2.2.4 Soluo

    Solucionando o problema, uma vez que este se encontra completamente definido,

    obtm-se as tenses equivalentes atuantes no componente. O resultado pode ser visto na

    FIGURA 35.

    FIGURA 35: Soluo Torus

    Alguns pontos merecem destaque nesta soluo. A distribuio das tenses

    apresenta uma concordncia com o comportamento estimado na abordagem analtica, e um

    valor mximo de 917 kPa. A tenso mxima ocorre no ponto mais prximo ao engaste, como

    se supunha acontecer no caso de um momento aplicado. Isso confirma a validade da hiptese

    de modelagem das foras axiais geradas por um momento, j que estas representaram de

    maneira satisfatria o comportamento esperado.

  • 71

    Captulo VI Concluso

    Este projeto de concluso de curso apresentou como objetivo a investigao das

    tenses presentes nos diferentes componentes de um enrijecedor de curvatura flexo sujeito

    a condies normais de trabalho.

    Aps tornar o leitor familiarizado com o funcionamento de um enrijecedor de

    curvatura, com sua geometria e noes bsicas sobre as partes que compe esse acessrio,

    foram definidas duas abordagens distintas a fim de realizar-se uma investigao vlida.

    No primeiro momento, afim de determinar qual carga de trabalho seria utilizada

    no restante do projeto, o mtodo da linha elstica foi utilizado. Aps isso, conceitos de

    resistncia dos materiais foram amplamente empregados durante a abordagem analtica,

    permitindo estimar diversos aspectos acerca das consequncias da interao do duto flexvel e

    o enrijecedor, entre elas as tenses internas, objetivo central do presente projeto.

    Durante a abordagem pelo mtodo de elementos finitos, vrias anlises numricas

    foram realizadas com o auxlio do software Ansys Workbench. Buscou-se reproduzir o mais

    fielmente possvel os modelos cunhados durante a abordagem analtica, para que a

    comparao dos resultados fosse o mais justa possvel.

    As tenses mximas esto mostradas na TABELA 2:

    TABELA 2: Comparao de resultados

    Tenses mximas [kPa]

    Abordagem Analtica Abordagem por Elementos Finitos

    Poliuretano 57.57 63,05 [1]

    Luva Metlica 1075 [2] 1135

    Torus 900 917

    [1] Tenso na regio equivalente quela que apresenta a maior tenso na abordagem

    analtica

    [2] Tenso de Von Mises Equivalente

  • 72

    Analisando os resultados obtidos, entende-se que as divergncias nos valores

    obtidos nas duas abordagens so pequenas, e que portanto a anlise por elementos finitos

    demonstra que os modelos teorizados na abordagem analtica configuram um mtodo

    confivel de estimativa de tenses de trabalho. Alm disso, a anlise pelo mtodo de

    elementos finitos apresenta uma fidelidade maior em relao realidade, no que diz respeito

    s tenses equivalentes avaliadas em decorrncia dos carregamentos impostos. Por isso

    natural que esta abordagem apresente tenses maiores que aquelas obtidas atravs do modelo

    analtico.

    Outro ponto a ser levado em considerao a ordem de graneza das tenses

    obtidas por ambos os mtodos de anlise. Embora estes valores apresentem-se bem abaixo da

    tenso de escoamento dos materiais, vale lembrar que o modo de falha de enrijecedores de

    curvatura por fadiga, no por solicitao esttica.

    Para a continuidade do projeto aqui exposto fica sugerida a realizao de uma

    anlise compreendendo a extenso completa do enrijecedor, visando dessa forma avaliar com

    preciso o comportamento real desse acessrio, considerando todos os seus componentes e as

    interaes que ocorrem entre cada um deles, alm das condies de contato e aderncia entre

    os mesmos.

  • 73

    Refernc a

    1. Hibbeler, R. C - Resistncia Dos Materiais - 7 Ed. - 2010

    2. H.J. Qi, M.C. Boyce - Stressstrain behavior of thermoplastic polyurethanes -

    July 2004

    3. Marcelo Caire Modelo de comportamento viscoelstico de enrijecedores

    flexo Agosto 2011

    4. American Petroleum Institute - API 17 J: Specification for Unbonded Flexible

    Pipe July 2008

    5. TONG Dong Jin, LOW Ying Min, SHEEHAN John M. - Nonlinear Bend

    Stiffener Analysis Using A Simple Formulation and Finite Element Method August 2011

    6. Paulo Pedro Kenedi, Ivan Ivanovitsch Thesi Riagusoff A comparative

    analysis of failures criteria applied to long bones Novembro 2007

    7. Diogo Garcia Lopes Avaliao das tesnes residuais na montagem de

    conectores em armaduras de trao de dutos flexveis Novembro 2013

    8. Fbio Gosi de Aquino Estudo do envelhecimento de poliuretanos aplicados

    na indstria do petrleo - 2009