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COPPE/UFRJCOPPE/UFRJ
CRITÉRIO BASEADO EM DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS PARA AVALIAÇÃO DA
INTEGRIDADE DE RISERS DE PERFURAÇÃO CORROÍDOS
Marcello Augustus Ramos Roberto
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil.
Orientadores: Breno Pinheiro Jacob
Adilson Carvalho Benjamin
Rio de Janeiro
Outubro de 2008
CRITÉRIO BASEADO EM DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS PARA AVALIAÇÃO DA
INTEGRIDADE DE RISERS DE PERFURAÇÃO CORROÍDOS
Marcello Augustus Ramos Roberto
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO
LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM
CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.
Aprovada por:
________________________________________________ Prof. Breno Pinheiro Jacob, D.Sc.
________________________________________________ Dr. Adilson Carvalho Benjamin, D.Sc.
________________________________________________ Prof. Gilberto Bruno Ellwanger, D.Sc.
________________________________________________ Dr. Ricardo Franciss, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
OUTUBRO DE 2008
Roberto, Marcello Augustus Ramos
Critério Baseado em Deformações Plásticas para
Avaliação da Integridade de Risers de Perfuração
Corroídos/ Marcello Augustus Ramos Roberto. – Rio
de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2008.
XXI, 168 p.:il.; 29,7 cm.
Orientadores: Breno Pinheiro Jacob
Adilson Carvalho Benjamin
Dissertação (mestrado) – UFRJ/COPPE/Programa de
Engenharia Civil, 2008.
Referências Bibliográficas:p.160-164.
1. Riser de Perfuração. 2. Análise Limite. 3. Estruturas
Offshore. 4. Plasticidade. I. Jacob, Breno Pinheiro et al. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Civil. III. Título.
iii
Aos meus pais, à minha querida Priscila e ao meu filho amado Bernardo
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus que me deu saúde e capacidade para alcançar este objetivo.
À Petrobras, na pessoa dos seus gerentes, pela oportunidade e apoio à minha
formação acadêmica, permitindo a dedicação parcial do meu tempo para a realização
desta dissertação.
Aos meus orientadores, Breno Pinheiro Jacob e Adilson Carvalho Benjamin,
pelas orientações e pela confiança em mim depositada.
Aos colegas de trabalho da Petrobras, que sempre atenderam, com muita
presteza, às minhas solicitações de auxílio no esclarecimento de dúvidas. Em especial
aos engenheiros George Carneiro Campello, Anderson Barata, Fernando Borja e
Francisco Roveri pelas valiosas contribuições e sugestões que enriqueceram este
trabalho.
Aos Professores da COPPE, em especial a Gilberto Bruno Ellwanger e a Breno
Pinheiro Jacob, pelo ensino de alto nível e disponibilidade.
Ao colega do mestrado Felipe Araújo Castro, pela amizade demonstrada.
À minha família e amigos pela acolhida em todos os momentos.
Aos meus pais Walter e Marlene. Além do exemplo de caráter e amor ao
próximo, me proporcionaram uma educação de excelência, que reconheço como
fundamental para a realização deste sonho. Da mesma forma, agradeço aos meus
irmãos, Marcio e Ana Paula pela dedicação e apoio de toda uma vida à nossa família.
Agradeço, por fim, à minha esposa, companheira e amiga, Priscila, pelo amor
incondicional de todas as horas. A você, quem tanto amo, dedico este trabalho na
certeza de que colheremos juntos os frutos produzidos pelo objetivo alcançado.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
CRITÉRIO BASEADO EM DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS PARA AVALIAÇÃO DA
INTEGRIDADE DE RISERS DE PERFURAÇÃO CORROÍDOS
Marcello Augustus Ramos Roberto
Outubro/2008
Orientadores: Breno Pinheiro Jacob
Adilson Carvalho Benjamin
Programa: Engenharia Civil
As operações de perfuração em águas profundas exigem risers cada vez mais
resistentes as solicitações dinâmicas e as solicitações estruturais de operação.
Estas solicitações podem conduzir a estrutura a situações de colapso por
flambagem e a elevadas tensões de flexão, somadas a grandes tensões de
tração/compressão no riser.
A avaliação estrutural de risers de perfuração corroídos, sujeitos a estas
solicitações, vem assumindo uma importância crescente com o surgimento, cada vez
mais freqüente, de defeitos gerados por corrosão, que podem afetar a sua integridade
e comprometer a sua operação.
Devido à ausência de critérios de aceitação para perda de espessura causada
por corrosão nas normas internacionais, os fabricantes de risers recomendam que
juntas com perda acima de 12,5% da espessura nominal devem ser substituídas. Este
critério é excessivamente conservador, pois aplica a uma junta de riser corroída, que
se encontra em operação, a mesma tolerância de variação de espessura que é
aplicada a um tubo novo, fabricado de acordo com a API Specification 5L [1].
A busca de novos critérios de avaliação, dentre eles, um critério que estabeleça
deformações plásticas admissíveis, em contrapartida ao critério de tensão admissível,
tem como principal motivação a possibilidade de se estender o limite de aplicação
destes risers, permitindo assim, que nas regiões dos defeitos a tensão atuante
ultrapasse o limite de escoamento do material.
Nesse contexto, este trabalho estuda a influência dos defeitos de corrosão na
estrutura de um riser de perfuração e apresenta uma metodologia simplificada para
avaliar sua resistência estrutural baseada em deformações plásticas.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
CRITERION BASED ON PLASTIC STRAIN TO ASSES
THE INTEGRITY OF CORRODED DRILLING RISERS
Marcello Augustus Ramos Roberto
October/2008
Advisors: Breno Pinheiro Jacob
Adilson Carvalho Benjamin
Department: Civil Engineering
The drilling operations in deep waters demand risers able to resist to the
dynamic loads, and the operational structural loads.
These loads can lead the structure to buckling situations and elevated stresses
due to bending moments joined to large tension/compression stresses.
The structural assessment of corroded drilling risers subject to these loads has
acquired an increasing importance with the often occurrence of corrosion defects that
can affect its integrity.
Due to the lack of acceptance criteria for thickness loss caused by corrosion, in
the international codes, the risers manufacturers recommend that joints with thickness
loss over 12,5% of the nominal thickness shall be replaced. This criterion is excessively
conservative, since applies to a corroded riser joint, which is in service, the same
tolerance of thickness variation that is applied to a new pipe manufactured in
accordance with the API Specification5L.
The search for new assessment criteria, amid them, the one that establish
allowable plastic strains, instead of allowable stress, has the main motivation the
possible extent of the limit of application of these risers, allowing that the stress in the
defect region surpass the yield point of the material.
This criterion should also assure that these plastic strains are not excessive till
the point to cause structural damage which does not allow the use of these risers.
In this context, this work study the influence of the corrosion defects in the
structure of a drilling riser and present a simplified methodology to evaluate the
structural strength based on plastic deformation.
vii
ÍNDICE
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................... 1
1.1. MOTIVAÇÃO ......................................................................................................... 1
1.2. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO........................................................................ 4
CAPÍTULO 2. PERFURAÇÃO OFFSHORE............................................................ 5
2.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 5
2.2. EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO ................................................................................ 5
2.3. HISTÓRICO........................................................................................................... 6
2.4. O SISTEMA DE RISER E SUA CONFIGURAÇÃO BÁSICA ........................................ 8
2.4.1. Coluna de Riser de Perfuração ............................................................... 8
2.4.2. Principais Componentes de uma Coluna de Riser de Perfuração ... 10
2.4.2.1. Blow Out Preventer (BOP).............................................................. 10
2.4.2.2. Lower Marine Riser Package (LMRP) ........................................... 12
2.4.2.3. Flex Joint ........................................................................................... 12
2.4.2.4. Conectores do Riser de Perfuração .............................................. 13
2.4.2.5. Sistema Diverter............................................................................... 15
2.4.2.6. Junta Telescópica (Telescoping Joint) .......................................... 15
2.4.2.7. Cabos Tensionadores ..................................................................... 16
2.4.2.8. Flutuadores de Riser de Perfuração.............................................. 17
2.4.2.9. Fill Up Valve (válvula de inundação) - FUV.................................. 18
2.4.2.10. Terminal Spool ............................................................................... 18
2.4.2.11. Linhas de Choke e Kill................................................................... 19
2.4.2.12. Jumper Lines .................................................................................. 19
2.4.2.13. Ferramentas de Manuseio da Coluna do Riser de Perfuração 19
2.5. CARGAS ATUANTES NO RISER DE PERFURAÇÃO .............................................. 23
CAPÍTULO 3. METODOLOGIA DE ANÁLISE DO RISER.................................. 25
3.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 25
3.2. METODOLOGIA DE ANÁLISE............................................................................... 25
CAPÍTULO 4. ELASTOPLASTICIDADE [19] [20] ............................................... 28
4.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 28
4.2. ELASTICIDADE ................................................................................................... 28
viii
4.2.1. Corpos de Prova...................................................................................... 28
4.2.2. Deformação Linear.................................................................................. 28
4.2.3. Diagrama Tensão x Deformação .......................................................... 29
4.2.4. Materiais Dúcteis e Frágeis ................................................................... 30
4.2.5. Lei de Hooke ............................................................................................ 30
4.2.6. Propriedades Mecânicas........................................................................ 31
4.2.7. Forma Geral da Lei de Hooke ............................................................... 33
4.3. ELASTOPLASTICIDADE ....................................................................................... 33
4.3.1. Materiais Elastoplásticos........................................................................ 33
4.3.1.1. Descrição do Comportamento Elastoplástico .............................. 34
4.3.1.2. Modelos de Materiais Elastoplásticos ........................................... 40
4.3.1.2.1 Materiais Elastoplásticos Perfeitos.............................................. 41
4.3.1.2.2. Materiais Elastoplásticos Endurecíveis...................................... 42
4.3.2. A Relação Tensão x Deformação ......................................................... 44
4.3.3. Tensão e Deformação Combinadas ..................................................... 48
4.3.3.1. Deformações Combinadas ............................................................. 48
4.3.3.2. Tensões Combinadas...................................................................... 49
4.3.4. Entendendo a Não-linearidade do Material ......................................... 50
4.3.4.1 Definição das Tensões......................................................................... 50
4.3.5. Teoria da Plasticidade Independente do Tempo (Rate-Independent
Plasticity) ............................................................................................................. 51
4.3.6. Curva Verdadeira Tensão-Deformação [24]........................................ 59
4.3.7. O Problema da Incompressibilidade [22] ............................................. 62
4.3.8. Solução do Problema Não-Linear [22] ................................................. 62
4.3.8.1. Método de Newton-Raphson .......................................................... 62
4.3.9. Princípios Básicos do Método dos Elementos Finitos – MEF [25] ... 67
CAPÍTULO 5. CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO PARA AS ANÁLISES ELASTOPLÁSTICAS................................................................................................ 69
5.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 69
5.2. ANÁLISE ELÁSTICA E ANÁLISE ELASTOPLÁSTICA – CRITÉRIOS......................... 69
5.2.1. Análise Elástica ....................................................................................... 69
5.2.1.1. Tensões Admissíveis....................................................................... 69
5.2.2. Análise Elastoplástica............................................................................. 70
ix
5.2.3. Critérios para Definição da Carga Plástica .......................................... 73
5.2.3.1. Critério TES ...................................................................................... 73
5.2.3.2. Critério do Trabalho Plástico [31]................................................... 75
5.2.3.3. Critério da Interseção das Tangentes - TI .................................... 78
5.2.4. Critério Proposto...................................................................................... 79
5.2.4.1. Fator de Resistência Remanescente (Remaining Strenght
Factor).............................................................................................................. 79
5.2.4.2. Testes Hidrostáticos de dois Vasos de Pressão com Perda de
Espessura Localizada.................................................................................... 81
5.2.4.3. Projeto Baseado em Deformações (Strain-Based Design) ........ 81
5.2.4.4. Deformação Plástica Admissível para a Região de Defeitos e
Tensão Admissível para a Região Fora dos Defeitos ............................... 83
CAPÍTULO 6. ANÁLISES LOCAIS REALIZADAS .............................................. 85
6.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 85
6.2. PRINCIPAIS PREMISSAS ADOTADAS .................................................................. 85
6.3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO RISER ......................................................... 86
6.4. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DOS DEFEITOS............................................ 87
6.4.1. Pit Cilíndrico Largo (PCL)....................................................................... 87
6.4.2. Alvéolo Esférico (AE).............................................................................. 88
6.4.3. SCSE - Sulco Circunferencial Semi-Esférico ...................................... 90
6.4.4. Sulco Longitudinal Semi-Esférico (SLSE)............................................ 91
6.5. CARREGAMENTOS APLICADOS .......................................................................... 92
Os carregamentos aplicados na estrutura, em diversas seções do riser,
foram obtidos de uma análise global do riser de perfuração submetido a
cargas extremas, que foi realizada pela Petrobras [18]................................ 92
6.6. TENSÕES GERADAS NO RISER .......................................................................... 93
6.6.1. Tensão Axial ou Longitudinal................................................................. 94
6.6.2. Tensão Tangencial e Radial .................................................................. 95
6.6.3. Critérios para Verificação de Tensões Máximas no Riser ................. 96
6.6.3.1. Stress Intensity (Critério de Tresca) .............................................. 97
6.6.3.2. Critério da Energia de Distorção ou de Von Mises...................... 98
6.7. MODELO DE ELEMENTOS FINITOS................................................................... 100
6.7.1. Definição dos Modelos ......................................................................... 100
x
6.7.2. Características do Elemento Sólido SOLID45 .................................. 101
6.7.3. Condições de Contorno Aplicadas...................................................... 102
6.7.4. Malha de Elementos Finitos................................................................. 104
6.7.5. Modelo de Materiais Utilizado.............................................................. 105
6.7.6. Algoritmo de Solução Adotado (Solver) ............................................. 106
6.8. ANÁLISES REALIZADAS.................................................................................... 106
CAPÍTULO 7. PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS..................................... 107
7.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 107
7.2. PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS PARA OS DEFEITOS................................. 107
7.2.1. Pit Cilíndrico Largo (PCL) – Resultados Obtidos por BENJAMIN .. 108
7.2.2. Pit Cilíndrico Largo (PCL) – Resultados Obtidos para VMPS2% ... 110
7.2.3. Sulcos Circunferenciais Semi-Esféricos – SCSE - Resultados
Obtidos por BENJAMIN................................................................................... 114
7.2.4. Sulcos Circunferenciais Semi-Esféricos – SCSE - Resultados
Obtidos para VMPS2%.................................................................................... 115
7.2.5. Sulcos Longitudinais Semi-Esféricos – SLSE - Resultados Obtidos
por CAMPELLO................................................................................................ 119
7.2.6. Sulcos Longitudinais Semi-Esféricos – SLSE - Resultados Obtidos
para VMPS2% .................................................................................................. 121
7.2.7. Alvéolos Esféricos – AE - Resultados Obtidos por CAMPELLO .... 124
7.2.8. Alvéolos Esféricos – AE - Resultados Obtidos para VMPS2%....... 127
7.2.9. Comparação entre os Diversos Critérios de Plastificação Descritos
Nesta Dissertação............................................................................................ 131
7.2.10. Resultados Encontrados para o Máximo Valor de Momento
Aplicado Utilizando o Critério de Deformação Plástica Admissível VMPS2%............................................................................................................................ 151
7.2.11. Resultados Obtidos Utilizando o Critério RSF Aplicado ao
Carregamento M100% .................................................................................... 152
7.2.12. Resultados Obtidos Utilizando o Critério RSF Aplicado ao Critério
Estabelecido Nesta Dissertação .................................................................... 154
7.2.13. Resultados Obtidos Utilizando o Critério ASME Aplicado ao Critério
Estabelecido Nesta Dissertação .................................................................... 156
CAPÍTULO 8. CONCLUSÕES............................................................................... 158
xi
8.1. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................. 159
CAPÍTULO 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................... 160
ANEXO 1 ....................................................................................................................165
xii
ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1.1 - DEFEITO DE CORROSÃO 1 [4] ....................................................................... 3 FIGURA 1.2 - DEFEITO DE CORROSÃO 2 [4] ....................................................................... 3 FIGURA 2.1 - SONDAS DE PERFURAÇÃO [6] ....................................................................... 7 FIGURA 2.2 – JUNTAS DE RISER [6] ................................................................................... 9 FIGURA 2.3 – ESTALEIRO DE RISERS DE PERFURAÇÃO [6] ............................................... 10 FIGURA 2.4 – ARRANJO TÍPICO DE UM BLOWOUT PREVENTER (BOP) [6] .......................... 11 FIGURA 2.5 – BOP COM GAVETAS DE TUBO (PIPE RAMS) [6] ............................................ 11 FIGURA 2.6 - PREVENTOR ANULAR DO BOP [6] ............................................................... 11 FIGURA 2.7 - BOP E LMRP [6]........................................................................................ 12 FIGURA 2.8 - FLEX JOINT [6] ........................................................................................... 13 FIGURA 2.9 - FLEX JOINTS LOCALIZADAS NO TOPO DO BOP E NA BASE DO DIVERTER [6] . 13 FIGURA 2.10 - PINO E CAIXA DO CONECTOR TIPO MR® [6]............................................... 14 FIGURA 2.11- CONECTOR TIPO HMF® [6] ........................................................................ 15 FIGURA 2.12 - CONECTOR TIPO DT-2® [6] ....................................................................... 15 FIGURA 2.13 - JUNTAS TELESCÓPICAS [6] ....................................................................... 16 FIGURA 2.14 - CABOS TENSIONADORES E ANEL TENSIONADOR [6]................................... 17 FIGURA 2.15 – FLUTUADORES [9].................................................................................... 18 FIGURA 2.16 - VÁLVULA DE INUNDAÇÃO (FUV) [6] ........................................................... 18 FIGURA 2.17 - TERMINAL SPOOL [6] ................................................................................ 19 FIGURA 2.18 - RISER HANDLING TOOLS HIDRÁULICA E MECÂNICA [6] ................................ 20 FIGURA 2.19 - CUNHA HIDRÁULICA COM ABSORVEDOR DE CHOQUE [6] ............................ 21 FIGURA 2.20 - GIMBAL E SPIDER [6] ................................................................................ 21 FIGURA 2.21 - ESQUEMA DA CIRCULAÇÃO DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO [6] ...................... 22 FIGURA 2.22 - COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE RISER [3]................................................... 22 FIGURA 2.23 - PRINCIPAIS CARREGAMENTOS ATUANTES NO RISER (PLATAFORMA E NAVIO)
[3]........................................................................................................... 24 FIGURA 3.1 - FLUXOGRAMA DAS ANÁLISES ...................................................................... 27 FIGURA 4.1 - CORPO DE PROVA [18] ............................................................................... 29 FIGURA 4.2 - DIAGRAMAS TENSÃO X DEFORMAÇÃO – EXEMPLOS [20] .............................. 29 FIGURA 4.3 - LEI DE HOOKE – DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO [20] ........................... 30 FIGURA 4.4 - REGIÕES ELÁSTICA E PLÁSTICA DO DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO [20]
............................................................................................................... 31 FIGURA 4.5 - LIMITES DE ESCOAMENTO, RESISTÊNCIA E RUPTURA DO DIAGRAMA TENSÃO X
DEFORMAÇÃO [20] .................................................................................. 32 FIGURA 4.6 - LIMITE DE ESCOAMENTO DE MATERIAIS FRÁGEIS [20].................................. 33
xiii
FIGURA 4.7 - ENSAIO DE TRAÇÃO COM CARGA UNIFORMEMENTE CRESCENTE [21]........... 34 FIGURA 4.8 - CREEP E RELAXAÇÃO [21] .......................................................................... 35 FIGURA 4.9 - ENSAIOS DE CARGA E DESCARREGAMENTO [21] ......................................... 36 FIGURA 4.10 - ENSAIO DE CARGA, DESCARGA E NOVA CARGA [21].................................. 36 FIGURA 4.11 - EFEITO BAUSHINGER [21] ......................................................................... 37 FIGURA 4.12 - CORRESPONDÊNCIA MÚLTIPLA ENTRE TENSÕES E DEFORMAÇÕES [21] ..... 38 FIGURA 4.13 - ENSAIO DE TRAÇÃO DE UMA BARRA ANTERIORMENTE PLASTIFICADA [21] .. 39 FIGURA 4.14 - MATERIAL PERFEITAMENTE PLÁSTICO [21]................................................ 39 FIGURA 4.15 - MATERIAL ELASTOPLÁSTICO PERFEITO [22] .............................................. 41 FIGURA 4.16 – MODELO REOLÓGICO [22]........................................................................ 41 FIGURA 4.17 - MATERIAL COM ENDURECIMENTO LINEAR [22]........................................... 42 FIGURA 4.18 - MATERIAL COM ENDURECIMENTO NÃO LINEAR [22] ................................... 42 FIGURA 4.19 - MATERIAL COM ENDURECIMENTO ISÓTROPO [22] ...................................... 43 FIGURA 4.20 - DEFINIÇÃO DO VETOR TENSÃO [23] .......................................................... 45 FIGURA 4.21 - COMPORTAMENTO DA RELAÇÃO TENSÃO-DEFORMAÇÃO PARA O MODELO DE
MATERIAIS MULTILINEAR ISOTRÓPICO [23] ............................................... 52 FIGURA 4.22 - COMPORTAMENTO DA RELAÇÃO TENSÃO-DEFORMAÇÃO PARA O CRITÉRIO DE
ENDURECIMENTO ISOTRÓPICO [23] .......................................................... 53 FIGURA 4.23 - COMPORTAMENTO UNIAXIAL PARA O MODELO MULTILINEAR COM
ENDURECIMENTO ISOTRÓPICO [23].......................................................... 58 FIGURA 4.24 - INCLINAÇÃO DA RETA PARA O MÁXIMO VALOR DA TENSÃO [24] .................. 61 FIGURA 4.25 - FUNÇÃO NÃO-LINEAR A SER MINIMIZADA [22]............................................. 63 FIGURA 4.26 - DESLOCAMENTO DO CORPO X NÍVEIS DE ENERGIA [22] ............................. 64 FIGURA 4.27 - FLUXOGRAMA DO MÉTODO INCREMENTAL [22] .......................................... 65 FIGURA 4.28 - ESTIMATIVA DA NOVA CONFIGURAÇÃO [22] ................................................ 66 FIGURA 4.29 - VARIAÇÃO DE CARGAS EM TEMPOS DIFERENTES [22]................................ 67 FIGURA 5.1 - ANÁLISE LIMITE HIPOTÉTICA [31] ................................................................ 71 FIGURA 5.2 - CURVA TENSÃO X DEFORMAÇÃO [31].......................................................... 72 FIGURA 5.3 - COMPARAÇÃO ENTRE ANÁLISES ELASTOPLÁSTICAS [31].............................. 72 FIGURA 5.4 - CRITÉRIO TES [31] .................................................................................... 74 FIGURA 5.5 - TRABALHOS ELÁSTICO E PLÁSTICO [31] ...................................................... 75 FIGURA 5.6 - CRITÉRIO DO TRABALHO PLÁSTICO [31] ...................................................... 77 FIGURA 5.7 - CRITÉRIO DA INTERSEÇÃO DAS TANGENTES [31] ......................................... 78 FIGURA 5.8 - FATOR DE RESISTÊNCIA REMANESCENTE PARA UM VALOR FIXO DE
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA [40] ................................................................... 81 FIGURA 6.1 – CURVAS DE ENGENHARIA E REAL TENSÃO X DEFORMAÇÃO PARA O MATERIAL
DO RISER ................................................................................................ 87
xiv
FIGURA 6.2 - GEOMETRIA DO PIT CILÍNDRICO LARGO [3].................................................. 88 FIGURA 6.3 - GEOMETRIA DO ALVÉOLO ESFÉRICO [3] ...................................................... 89 FIGURA 6.4 - GEOMETRIA DO SULCO CIRCUNFERENCIAL SEMI-ESFÉRICO [3].................... 90 FIGURA 6.5 - GEOMETRIA DO SULCO LONGITUDINAL SEMI-ESFÉRICO [3] .......................... 91 FIGURA 6.6 - ESFORÇOS ATUANTES EM UM ELEMENTO DE RISER .................................... 94 FIGURA 6.7 - METODOLOGIA ADOTADA – TENSÃO EQUIVALENTE...................................... 96 FIGURA 6.8 – MALHA DE ELEMENTOS FINITOS – DEFEITO AE ........................................ 100 FIGURA 6.9 - MALHA DE ELEMENTOS FINITOS – DEFEITO SLSE..................................... 101 FIGURA 6.10 - MALHA DE ELEMENTOS FINITOS – RISER SEM DEFEITO ........................... 101 FIGURA 6.11 - ELEMENTO SOLID45 DO ANSYS [23] ................................................... 102 FIGURA 6.12 – CONDIÇÕES DE CONTORNO APLICADAS ................................................. 103 FIGURA 6.13 - COMPARAÇÃO ENTRE MALHAS – MODELO APRESENTADO POR CAMPELLO
[3] E MODELO DESTA DISSERTAÇÃO....................................................... 104 FIGURA 6.14 – CURVA DO MATERIAL MODELADA NO ANSYS......................................... 105 FIGURA 7.1 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES - PCL.......................................... 113 FIGURA 7.2 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES - SCSE....................................... 118 FIGURA 7.3 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES – SLSE....................................... 124 FIGURA 7.4 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES - AE............................................ 130
xv
ÍNDICE DE TABELAS TABELA 5-1 – DUTOS (PIPELINES) PROJETADOS COM O CONCEITO DE STRAIN-BASED
DESIGN................................................................................................... 82 TABELA 6-1 - CARACTERÍSTICAS DO RISER...................................................................... 86 TABELA 6-2 – VALORES DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO DE ENGENHARIA PARA O MATERIAL DO
RISER ..................................................................................................... 86 TABELA 6-3 - VALORES DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO REAIS PARA O MATERIAL DO RISER .. 86 TABELA 6-4 - DIMENSÕES DOS PITS CILÍNDRICOS LARGOS [3] .......................................... 88 TABELA 6-5 - DIMENSÕES DOS ALVÉOLOS ESFÉRICOS [3]................................................ 89 TABELA 6-6 - DIMENSÕES DOS SULCOS CIRCUNFERENCIAIS SEMI-ESFÉRICOS [3]. ........... 91 TABELA 6-7 - DIMENSÕES DOS SULCOS LONGITUDINAIS SEMI-ESFÉRICOS [3]................... 92 TABELA 6-8 - SEÇÕES DOS RISER, SUAS COORDENADAS E CARREGAMENTOS APLICADOS 92 TABELA 6-9 - TENSÕES LONGITUDINAIS, RADIAIS E TANGENCIAIS PARA O RISER SEM
DEFEITO ................................................................................................. 95 TABELA 6-10 -TENSÕES DE VON MISES PARA O RISER SEM DEFEITO ............................... 99 TABELA 6-11 - ANÁLISES REALIZADAS........................................................................... 106 TABELA 7-1 - DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS DE VON MISES NA REGIÃO DOS DEFEITOS (RD) E
TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DOS DEFEITOS (RFD) PARA AS
SEÇÕES DO RISER COM DEFEITOS DO TIPO PCL. .................................... 111 TABELA 7-2 - DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS DE VON MISES NA REGIÃO DOS DEFEITOS (RD) E
TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DOS DEFEITOS (RFD) PARA AS
SEÇÕES DO RISER COM DEFEITOS DO TIPO SCSE................................... 116 TABELA 7-3 - DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS DE VON MISES NA REGIÃO DOS DEFEITOS (RD) E
TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DOS DEFEITOS (RFD) PARA AS
SEÇÕES DO RISER COM DEFEITOS DO TIPO SLSE ................................. 122 TABELA 7-4 - DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS DE VON MISES NA REGIÃO DOS DEFEITOS (RD) E
TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DOS DEFEITOS (RFD) PARA AS
SEÇÕES DO RISER COM DEFEITOS DO TIPO AE........................................ 128 TABELA 7-5 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CRITÉRIOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA – DEFEITO
AE12 – SEÇÃO 1................................................................................... 131 TABELA 7-6 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CRITÉRIOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA – DEFEITO
SLSE10 – SEÇÃO 1 .............................................................................. 135 TABELA 7-7 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CRITÉRIOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA – DEFEITO
PCL4 – SEÇÃO 2 .................................................................................. 138 TABELA 7-8 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CRITÉRIOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA – DEFEITO
PCL1 – SEÇÃO 3 .................................................................................. 141
xvi
TABELA 7-9 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CRITÉRIOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA – DEFEITO
PCL4 – SEÇÃO 4 .................................................................................. 144 TABELA 7-10 - COMPARAÇÃO ENTRE OS CRITÉRIOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA – DEFEITO
PCL5 – SEÇÃO 5 .................................................................................. 147 TABELA 7-11 - VALORES MÁXIMOS DE MOMENTO OBTIDOS PARA CADA SEÇÃO DOS
CRITÉRIOS ANALISADOS ........................................................................ 150 TABELA 7-12 - MOMENTOS MÁXIMOS (KNM) OBTIDOS CONSIDERANDO A DEFORMAÇÃO
PLÁSTICA DE VON MISES IGUAL A 2% PARA TODOS OS DEFEITOS ........... 151 TABELA 7-13 – CRITÉRIO RSF APLICADO AO CARREGAMENTO DE M100% .................... 153 TABELA 7-14 - CRITÉRIO RSF APLICADO AO CRITÉRIO DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON
MISES IGUAL A 2% ................................................................................ 155
xvii
ÍNDICE DE GRÁFICOS GRÁFICO 7.1 – TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 20% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - PCL ........................................... 108 GRÁFICO 7.2 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO ANALISADO
DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 40% DO MOMENTO DISPONÍVEL
M100% DE CADA SEÇÃO - PCL ............................................................. 109 GRÁFICO 7.3 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO ANALISADO
DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 60% DO MOMENTO DISPONÍVEL
M100% DE CADA SEÇÃO - PCL ............................................................. 109 GRÁFICO 7.4 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO ANALISADO
DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 80% DO MOMENTO DISPONÍVEL
M100% DE CADA SEÇÃO - PCL ............................................................. 110 GRÁFICO 7.5 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - PCL........................... 112 GRÁFICO 7.6 - TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DO DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - PCL........................... 112 GRÁFICO 7.7 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO ANALISADO
DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 20% DO MOMENTO DISPONÍVEL
M100% DE CADA SEÇÃO - SCSE........................................................... 114 GRÁFICO 7.8 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO ANALISADO
DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 40% DO MOMENTO DISPONÍVEL
M100% DE CADA SEÇÃO - SCSE........................................................... 115 GRÁFICO 7.9 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - SCSE ........................ 116 GRÁFICO 7.10 - TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DO DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO – SCSE ....................... 117 GRÁFICO 7.11 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 20% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - SLSE......................................... 119
xviii
GRÁFICO 7.12 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 40% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - SLSE......................................... 120 GRÁFICO 7.13 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 60% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - SLSE......................................... 120 GRÁFICO 7.14 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 80% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - SLSE......................................... 121 GRÁFICO 7.15 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - SLSE....................... 122 GRÁFICO 7.16 - TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DO DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - SLSE......................... 123 GRÁFICO 7.17 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 20% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - AE ............................................. 125 GRÁFICO 7.18 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 40% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - AE ............................................. 125 GRÁFICO 7.19 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 60% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - AE ............................................. 126 GRÁFICO 7.20 - TENSÃO DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO TRECHO
ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 80% DO MOMENTO
DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - AE ............................................. 127 GRÁFICO 7.21 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES EM CADA DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO – AE ............................ 129 GRÁFICO 7.22 - TENSÃO DE VON MISES NAS REGIÕES FORA DO DEFEITO AO LONGO DO
TRECHO ANALISADO DO RISER EM QUE O MOMENTO É IGUAL A 100% DO
MOMENTO DISPONÍVEL M100% DE CADA SEÇÃO - AE ............................. 129 GRÁFICO 7.23 – VALOR MÁXIMO DO MOMENTO PARA OS CRITÉRIOS DE PLASTIFICAÇÃO –
DEFEITO AE12 SEÇÃO 1 ....................................................................... 132 GRÁFICO 7.24 – DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES PARA OS CRITÉRIOS DE
PLASTIFICAÇÃO – DEFEITO AE12 SEÇÃO 1 ............................................ 132
xix
GRÁFICO 7.25 – CRITÉRIO TES PARA O DEFEITO AE12 SEÇÃO 1 .................................. 133 GRÁFICO 7.26 - CRITÉRIO TI PARA O DEFEITO AE12 SEÇÃO 1....................................... 133 GRÁFICO 7.27 - CRITÉRIO PW PARA O DEFEITO AE12 SEÇÃO 1 .................................... 134 GRÁFICO 7.28 - VALOR MÁXIMO DO MOMENTO PARA OS CRITÉRIOS DE PLASTIFICAÇÃO –
DEFEITO SLSE10 SEÇÃO 1 ................................................................... 135 GRÁFICO 7.29 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES PARA OS CRITÉRIOS DE
PLASTIFICAÇÃO – DEFEITO SLSE10 SEÇÃO 1........................................ 136 GRÁFICO 7.30 - CRITÉRIO TES PARA O DEFEITO SLS10 SEÇÃO 1................................. 136 GRÁFICO 7.31 - CRITÉRIO TI PARA O DEFEITO SLS10 SEÇÃO 1..................................... 137 GRÁFICO 7.32 - CRITÉRIO PW PARA O DEFEITO SLS10 SEÇÃO 1 .................................. 137 GRÁFICO 7.33 - VALOR MÁXIMO DO MOMENTO PARA OS CRITÉRIOS DE PLASTIFICAÇÃO –
DEFEITO PCL4 SEÇÃO 2 ....................................................................... 138 GRÁFICO 7.34 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES PARA OS CRITÉRIOS DE
PLASTIFICAÇÃO – DEFEITO PCL4 SEÇÃO 2............................................ 139 GRÁFICO 7.35 - CRITÉRIO TES PARA O DEFEITO PCL4 SEÇÃO 2................................... 139 GRÁFICO 7.36 - CRITÉRIO TI PARA O DEFEITO PCL4 SEÇÃO 2 ...................................... 140 GRÁFICO 7.37 - CRITÉRIO PW PARA O DEFEITO PCL4 SEÇÃO 2.................................... 140 GRÁFICO 7.38 - VALOR MÁXIMO DO MOMENTO PARA OS CRITÉRIOS DE PLASTIFICAÇÃO –
DEFEITO PCL1 SEÇÃO 3 ....................................................................... 141 GRÁFICO 7.39 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES PARA OS CRITÉRIOS DE
PLASTIFICAÇÃO – DEFEITO PCL1 SEÇÃO 3............................................ 142 GRÁFICO 7.40 - CRITÉRIO TES PARA O DEFEITO PCL1 SEÇÃO 3................................... 142 GRÁFICO 7.41 - CRITÉRIO TI PARA O DEFEITO PCL1 SEÇÃO 3 ...................................... 143 GRÁFICO 7.42 - CRITÉRIO PW PARA O DEFEITO PCL1 SEÇÃO 3.................................... 143 GRÁFICO 7.43 - VALOR MÁXIMO DO MOMENTO PARA OS CRITÉRIOS DE PLASTIFICAÇÃO –
DEFEITO PCL4 SEÇÃO 4 ....................................................................... 144 GRÁFICO 7.44 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES PARA OS CRITÉRIOS DE
PLASTIFICAÇÃO – DEFEITO PCL4 SEÇÃO 4............................................ 145 GRÁFICO 7.45 - CRITÉRIO TES PARA O DEFEITO PCL4 SEÇÃO 4................................... 145 GRÁFICO 7.46 - CRITÉRIO TI PARA O DEFEITO PCL4 SEÇÃO 4 ...................................... 146 GRÁFICO 7.47 - CRITÉRIO PW PARA O DEFEITO PCL4 SEÇÃO 4.................................... 146 GRÁFICO 7.48 - VALOR MÁXIMO DO MOMENTO PARA OS CRITÉRIOS DE PLASTIFICAÇÃO –
DEFEITO PCL5 SEÇÃO 5 ....................................................................... 147 GRÁFICO 7.49 - DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES PARA OS CRITÉRIOS DE
PLASTIFICAÇÃO – DEFEITO PCL5 SEÇÃO 5............................................ 148 GRÁFICO 7.50 - CRITÉRIO TES PARA O DEFEITO PCL5 SEÇÃO 5................................... 148 GRÁFICO 7.51- CRITÉRIO TI PARA O DEFEITO PCL5 SEÇÃO 5 ....................................... 149
xx
GRÁFICO 7.52 – CRITÉRIO PW PARA O DEFEITO PCL5 SEÇÃO 5 ................................... 149 GRÁFICO 7.53 – VALORES MÁXIMOS DE MOMENTO OBTIDOS PARA TODOS OS DEFEITOS
UTILIZANDO O CRITÉRIO DE 2% DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE VON MISES
............................................................................................................. 152 GRÁFICO 7.54 - CRITÉRIO RSF APLICADO AO CARREGAMENTO M100% PARA TODOS OS
DEFEITOS ............................................................................................. 153 GRÁFICO 7.55 – CRITÉRIO RSF APLICADO AO CRITÉRIO DE 2% DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
DE VON MISES PARA TODOS OS DEFEITOS............................................. 156 GRÁFICO 7.56 - CRITÉRIO ASME APLICADO AO CRITÉRIO DE 2% DE DEFORMAÇÃO
PLÁSTICA DE VON MISES PARA TODOS OS DEFEITOS ............................. 157
xxi
Capítulo 1. Introdução
1.1. Motivação
Atualmente, as empresas de petróleo estão fazendo grandes investimentos em
exploração e produção de óleo, motivadas principalmente pelo alto preço do barril de
petróleo, o que torna viável a exploração de hidrocarbonetos em profundidades cada
vez maiores. Em contrapartida, as operações de perfuração em águas profundas
exigem risers cada vez mais resistentes às solicitações dinâmicas e às solicitações
estruturais de operação.
A Petrobras, através de diversos estudos realizados, aponta como uma de
suas principais áreas de interesse o desenvolvimento de tecnologias que permitam
perfurar a profundidade de até três mil metros.
O desenvolvimento destas tecnologias para perfuração de petróleo em águas
ultra profundas, dentre elas risers de perfuração com alta resistência, associado aos
altos investimentos nos projetos de pesquisa tem motivado estudos relativos a
análises estruturais de risers de perfuração.
Dentre estes estudos, podemos destacar a avaliação estrutural de risers de
perfuração com defeitos de corrosão, que vem assumindo uma importância crescente
com o surgimento, cada vez mais freqüente, de defeitos com profundidade acima de
20% da espessura nominal em risers de plataformas de perfuração da Bacia de
Campos.
Estes defeitos são gerados nos riser pela exposição a ambientes
potencialmente corrosivos, uma vez que os mesmos são utilizados submersos na
água do mar, e aparecem ao longo de sua vida útil (figuras 1.1 e 1.2).
Devido à ausência de critérios de aceitação para perda de espessura causada
por corrosão nas normas internacionais, os fabricantes de risers recomendam que
juntas com perda acima de 12,5% da espessura nominal devem ser substituídas. Este
critério é excessivamente conservador, pois aplica a uma junta de riser corroída, que
se encontra em operação, a mesma tolerância de variação de espessura que é
aplicada a um tubo novo, fabricado de acordo com a API Specification 5L [1]. Além
disto, a Norma API RP 16Q [2] apenas menciona que deve haver um critério de
aceitação de perdas de espessura causadas por corrosão, mas não estabelece
nenhum limite.
1
Os critérios mais comumente utilizados para análises estruturais, tanto de
dutos corroídos como de dutos íntegros, geralmente determinam que as tensões
atuantes nas estruturas estejam dentro de um valor correspondente ao limite de
escoamento de seu material acrescido de um fator de segurança, estabelecendo
assim uma tensão admissível para a estrutura.
Por muitas vezes, estes critérios são conservativos do ponto de vista estrutural,
uma vez que quando estas tensões são localizadas e excedem o limite de escoamento
do material, a estrutura pode ou não atingir deformações excessivas ou colapsar, ou
seja, estes critérios não levam em conta a capacidade de redistribuição das tensões
na estrutura nem a capacidade de encruamento do material .
A busca de novos critérios de avaliação, dentre eles, um critério que estabeleça
deformações plásticas admissíveis, em contrapartida ao critério de tensão admissível,
tem como principal motivação a possibilidade de se estender o limite de aplicação
destes risers, permitindo assim, que nas regiões dos defeitos, a tensão atuante
ultrapasse o limite de escoamento do material. Este critério deve garantir também que
estas deformações plásticas não sejam excessivas a ponto de causarem danos
estruturais que impossibilitem a utilização destes risers.
Nesse contexto, este trabalho estuda a influência dos defeitos de corrosão na
estrutura de um riser de perfuração e apresenta uma metodologia simplificada para
avaliar sua resistência estrutural baseada em deformações plásticas. Os defeitos
foram representados em modelos de elementos finitos que foram submetidos a
análises locais elastoplásticas. Os resultados obtidos foram submetidos ao critério de
elastoplástico estabelecido neste trabalho que demonstra que juntas que seriam
inicialmente condenadas, devido aos defeitos de corrosão apresentados, podem
continuar em operação.
É importante salientar que as avaliações e conclusões apresentadas nesta
dissertação levam em conta apenas os carregamentos extremos geradores das
tensões máximas atuantes nas regiões dos defeitos. As análises de fadiga para o
cenário estudado foram tema da dissertação Avaliação da Vida Residual de Risers de
Perfuração Corroídos [3].
2
Figura 1.1 - Defeito de Corrosão 1 [4]
Figura 1.2 - Defeito de Corrosão 2 [4]
3
1.2. Organização da Dissertação
Após o Capítulo introdutório, esta dissertação está desenvolvida com a
seguinte organização:
No Capítulo 2, é apresentado um breve descritivo do conceito de exploração e
produção de uma jazida de petróleo, um histórico do desenvolvimento da produção
offshore e os principais componentes de um sistema de risers de perfuração com a
finalidade de contextualizar os objetivos desta dissertação e introduzir estes conceitos
aos leitores não familiarizados com estes conceitos.
O Capítulo 3 apresenta a metodologia adotada para análise estrutural de um
riser de perfuração.
O capítulo 4 apresenta um resumo da teoria elastoplástica adotada nesta
dissertação e a metodologia simplificada de análise não linear do programa de
elementos finitos utilizado.
O capítulo 5 apresenta alguns critérios de aceitação para análises elásticas e
elastoplásticas comumente utilizados no dimensionamento de estruturas e o critério de
aceitação elastoplástico proposto nesta dissertação.
O capítulo 6 apresenta as premissas adotadas para a realização das análises,
as características geométricas dos defeitos, os carregamentos aplicados, as condições
de contorno aplicadas, o modelo de materiais utilizado e faz referência aos modelos de
elementos finitos e as análises realizadas.
O capítulo 7 apresenta os principais resultados obtidos.
O Capítulo 8 apresenta as conclusões e recomendações para trabalhos
futuros.
O Capítulo 9 traz as referências bibliográficas.
4
Capítulo 2. Perfuração Offshore
2.1. Introdução
Neste capítulo, é apresentado um breve descritivo do conceito de exploração e
produção de uma jazida de petróleo, um histórico do desenvolvimento da produção
offshore, os principais componentes de um sistema de risers de perfuração e as
cargas atuantes nestes risers.
2.2. Exploração e Produção
O ponto de partida na busca do petróleo é o processo exploratório que tem
como finalidade realizar estudos preliminares para a localização de uma jazida de
óleo. Para identificar e localizar o petróleo nos poros das rochas e decidir a melhor
forma de extraí-lo das grandes profundidades, na terra e no mar, utiliza-se as técnicas
desenvolvidas pela Geologia e Geofísica.
A Geologia realiza estudos na superfície que permitem um exame detalhado
das camadas de rochas onde possa haver acumulação de petróleo.
A Geofísica, mediante o emprego de certos princípios da física, faz uma
radiografia do subsolo, identificando assim possíveis acumulações de óleo. Um dos
métodos mais utilizados por essa ciência é o da sísmica, que compreende verdadeiros
terremotos artificiais, provocados, quase sempre, por meio de explosivos que
produzem ondas que se chocam contra a crosta terrestre e voltam à superfície, sendo
captadas por instrumentos que registram determinadas informações sobre o subsolo.
Após o conhecimento adquirido pela Geologia e Geofísica, os pesquisadores
montam um perfil inicial do reservatório, estabelecendo sua espessura, sua
profundidade e o comportamento das camadas das rochas sedimentares, que são os
locais onde estão localizados o petróleo e o gás.
Esses conhecimentos, aliados a diversos outros estudos, levam a definição do
melhor ponto para que possa haver a perfuração do solo, embora ainda não seja
possível nesta fase afirmar com segurança se há petróleo no subsolo.
A perfuração é a segunda etapa na busca de petróleo, ocorrendo em locais
previamente determinados pelas pesquisas geológicas e geofísicas. Para realizá-la,
perfura-se um poço - o pioneiro - mediante o uso de uma sonda de perfuração.
Comprovada a existência do petróleo, outros poços serão perfurados para se avaliar a
extensão da jazida. Essa informação é determinante para se estabelecer a viabilidade
ou não da produção do óleo descoberto.
5
Caso a análise seja positiva, o número de poços perfurados forma um campo
de petróleo - poço de desenvolvimento. Como o tempo de vida útil de um campo de
petróleo é de cerca de 30 anos, a extração é feita de forma racional para que esse
período não seja reduzido.
O Brasil domina a tecnologia de perfuração submarina em águas profundas,
acima de 400 metros, e ultra profundas, acima de 2.000 metros, sendo o recorde
nacional um poço exploratório perfurado em lâmina d'água de 2.853 metros, no mar da
Bacia de Campos.
2.3. Histórico
Um marco na história da produção offshore no Brasil foi a perfuração, em 1968,
do campo de Guaricema em Sergipe, onde a Petrobras deu início as sua atividades de
prospecção offshore. Entretanto, foi em Campos, no litoral fluminense, que a
Petrobras encontrou a bacia que se tornou a maior produtora de petróleo do país. O
campo inicial foi o de Garoupa, em 1974, seguido pelos campos gigantes de Marlim,
Albacora, Barracuda e Roncador.
O início do desenvolvimento da produção offshore foi através da utilização do
conceito de plataformas fixas, concebido e desenvolvido entre as décadas de 30 e 50,
e que consiste em grandes estruturas metálicas apoiadas no solo marinho (figura 2.1).
Entretanto, para a tecnologia dos sistemas de perfuração, PACHECO [5] observa uma
evolução diferenciada. O desafio, neste caso, consistia na construção de sondas
marítimas móveis que fossem capazes de perfurar diversos poços em localidades
distintas e em lâminas d’água cada vez mais profundas.
As primeiras Unidades de Perfuração Marítima eram simplesmente sondas
terrestres montadas sobre estruturas de madeira para perfurar em águas rasas. Com o
passar do tempo, a necessidade de buscar petróleo em águas mais profundas fez
avançar as pesquisas em novas técnicas e equipamentos direcionados à perfuração
marítima. Sondas, especificamente adaptadas para essa função, foram sendo
desenvolvidas e nos anos 50 houve um grande avanço com o aparecimento das jacks-
ups ou plataformas auto-elevatórias (figura 2.1). Na mesma época, sondas foram
adaptadas sobre as plataformas semi-submersíveis e sobre navios-sonda (figura 2.1).
6
Figura 2.1 - Sondas de Perfuração [6]
FIGUEIREDO [7] destaca que o aumento da atividade offshore em LDA cada
vez mais profunda, requer plataformas capazes de operar em qualquer LDA e em
qualquer locação geográfica. A mobilidade e a estabilidade são características
importantes deste tipo de plataforma, isto é, a movimentação de uma locação para
outra deve ser rápida e uma vez alcançada à nova locação, a plataforma deve ser
rápida e facilmente posicionada e manter esta posição durante a operação. Esta
tarefa pode ser cumprida com bom desempenho por sondas equipadas com
posicionamento dinâmico (Dynamic Positioning – DP) [8]. O sistema DP usa a energia
gerada a bordo para atuar os motores dos propulsores, provendo forças necessárias
para manter posicionada a sonda em uma determinada locação. Nenhuma conexão
mecânica com o solo é requerida. Este sistema identifica os offsets máximos a partir
dos quais os propulsores são acionados retornando a unidade para sua posição
original.
Uma sonda semi-submersível da Petrobras, que opera na Bacia de Campos, e
que possui capacidade para operar em águas de até 1900m de profundidade é objeto
de estudo desta dissertação.
7
2.4. O Sistema de Riser e sua Configuração Básica
O riser é um componente do sistema de exploração e produção de petróleo no
mar que tem como finalidade conectar a cabeça de poço, no fundo do oceano, a uma
unidade flutuante.
Esta estrutura tubular pode ser utilizada em operações de perfuração,
completação e produção, podendo conduzir fluidos, ferramentas ou equipamentos,
como por exemplo, uma coluna de perfuração (Drill pipe).
A perfuração com riser é aquela em que é possível ter retorno de fluido para a
superfície, ou seja, o poço é "trazido" até a sonda. O elemento de ligação entre o poço
submarino e a unidade de perfuração é o Blow Out Preventer - BOP (ver item 2.4.2.1),
o qual é descido e assentado no fundo do mar através de uma coluna de grandes
dimensões e elevada resistência mecânica denominada riser de perfuração.
O riser de perfuração serve como meio de condução entre a cabeça de poço e
a sonda, possibilitando o fácil acesso de ferramentas descidas através da coluna, bem
como a circulação de fluidos entre o poço e os tanques da sonda.
Os risers devem ser analisados para assegurar níveis aceitáveis de
deformações, tensões e vida à fadiga, devidas às forças impostas pelas correntes,
ondas e movimentos da embarcação. A pressão hidrostática interna (fluido de
perfuração) e a externa (água do mar) também são fundamentais nas análises, assim
como a influência do fluxo de corrente e onda ao redor do tubo.
A figura 2.22 mostra uma composição simplificada do sistema de riser.
2.4.1. Coluna de Riser de Perfuração
É um sistema utilizado na perfuração marítima composto de tubos de grandes
diâmetros que ligam a sonda, localizada na superfície, ao BOP (Blow Out Preventer)
submarino e ao poço localizado abaixo dele.
8
Figura 2.2 – Juntas de Riser [6]
Os tubos de uma coluna de riser de perfuração são fabricados normalmente de
aço com graus X-52, X-65 ou X-80 e sem emendas. O seu comprimento varia,
normalmente, entre 50, 75 ou 90 pés. Cada tubo que integra o riser de perfuração tem
um conector soldado em suas extremidades e que são utilizados para unir duas juntas
de riser (figura 2.2).
Estes tubos também possuem flanges suportes e guias, utilizados
principalmente para facilitar o seu manuseio e suportar o seu peso. Os flanges
suportam o riser na descida, provendo abertura para posicionamento das linhas de kill
e choke e tem pratos defletores para evitar danos à coluna de riser, quando os tubos
passam pela mesa rotativa. As linhas de kill e choke são presas no corpo do tubo
através de clamps, eliminando-se assim, a possibilidade de inclusão de
concentradores de tensão gerados por um processo de soldagem. A figura 2.3 mostra
várias colunas de riser no estaleiro.
9
Figura 2.3 – Estaleiro de Risers de Perfuração [6]
Os diâmetros do risers são baseados nas dimensões do BOP e os mais utilizados são
o de 21” para um BOP de 18 3/4", e o de 18 5/8" para um BOP de 16 3/4".
A coluna do riser de perfuração é composta dos seguintes equipamentos
utilizados na sua instalação: BOP, LMRP, flex joint, conectores das juntas dos risers,
diverter, junta telescópica, cabos tensionadores, flutuadores, fill up valve, terminal
spool, jumper lines e ferramentas de manuseio da coluna. Cada junta possui ainda
duas linhas rígidas fixadas em sua parede externa para cumprir as funções de choke e
kill.
A seguir é apresentada uma breve descrição de cada um deles.
As figuras 2.21 e 2.22 apresentam o esquema da circulação do fluido de perfuração e
composição de um sistema de riser de perfuração.
2.4.2. Principais Componentes de uma Coluna de Riser de Perfuração
2.4.2.1. Blow Out Preventer (BOP)
É um equipamento composto por válvulas de segurança que fica acoplado a
cabeça de poço tendo como finalidade impedir a ocorrência de escapamentos e
explosões denominados blowouts e kicks.
O BOP é formado por uma série de válvulas gaveta (figuras 2.4 e 2.5),
acopladas umas sobre as outras, com a configuração definida para vedação em torno
das diversas colunas de trabalho no poço. Além das gavetas de tubo, há a gaveta
cega ou cisalhante, capaz de cortar a coluna de trabalho e vedar o poço em caso de
descontrole. Também há no topo do BOP, a válvula anular ou válvula esférica,
formada por um elemento resiliente, capaz de vedar ao redor de diferentes diâmetros
de tubo (figura 2.6).
Na figura 2.4 é apresentado um arranjo típico de um BOP.
10
Figura 2.4 – Arranjo Típico de um Blowout Preventer (BOP) [6]
Figura 2.5 – BOP com Gavetas de Tubo (pipe rams) [6]
Figura 2.6 - Preventor Anular do BOP [6]
11
2.4.2.2. Lower Marine Riser Package (LMRP)
O conjunto completo do BOP é montado em uma grande estrutura que pode
pesar até 200 toneladas no ar. Em caso de emergência, uma vez fechado o poço, é
possível desacoplar a parte superior do BOP, conhecida como LMRP (figura 2.7).
Este procedimento é utilizado na situação em que a sonda de perfuração, com
posicionamento dinâmico, não consegue manter sua posição, ou por ação de
condições ambientais extremas, ou por falha no sistema de controle da plataforma.
Neste equipamento estão os módulos de controle, que são alimentados por um
umbilical eletro-hidráulico, que é posicionado externamente ao riser e conectado aos
painéis de controle na superfície.
A ligação entre o LMRP e o BOP é feita através de um conector hidráulico.
Este conector, denominado de High Angle Release - H4, possui alto ângulo de
desconexão (15°) e é projetado especificamente para utilização no LMRP.
Figura 2.7 - BOP e LMRP [6]
2.4.2.3. Flex Joint
A flex joint (figura 2.8) tem como principais características a resistência à
compressão e ao cisalhamento e é posicionada no topo do LMRP e conectada ao
riser. Existe também no sistema outra flex joint, que é acoplada com o barrilete interno
da junta telescópica, para compensar o movimento lateral da unidade de perfuração e
atenuar o momento fletor atuante na base do riser.
12
Figura 2.8 - Flex Joint [6]
A flex joint é formada por um elemento metálico articulado, que tem por função
proteger o elemento flexível e resistir à tração a que normalmente está submetida esta
seção do riser. O elemento flexível interno provê vedação e continuidade entre os dois
elementos articulados da junta, permitindo que haja um deslocamento angular entre os
eixos dos dois elementos, mantendo a estanqueidade (figura 2.9). A flex joint possui
também elastômeros que são laminados em situações alternadas e moldados no
housing e que são responsáveis pela sua rigidez flexional.
Figura 2.9 - Flex Joints Localizadas no Topo do BOP e na Base do Diverter [6]
2.4.2.4. Conectores do Riser de Perfuração
Os conectores são utilizados para unir duas juntas de riser e resistir aos
esforços gerados durante a perfuração de um poço.
A necessidade de se utilizar conectores mais resistentes e com maiores
durabilidades, devido à aplicação de risers de perfuração em águas profundas, fez
com que a indústria de petróleo se desenvolvesse para fabricar conectores de alto
desempenho, aumentando assim sua capacidade de receber carga.
13
Dentre estes conectores podemos citar o conector tipo MR®, o conector tipo HMF® e o
conector tipo DT®.
- Conectores de Riser tipos MR® (figura 2.10)
Este tipo de conector é caracterizado por ter um arranjo caixa-pino que se juntam para
formar a conexão da junta. Este tipo de conector é fabricado com quatro ou seis dogs
de travamento e podem ser utilizados, dependendo de sua classe, em lâminas d’água
de 1800 a 2500 metros.
- Conectores de Riser tipos HMF® (figura 2.11)
O flange de alta resistência deste conector é especialmente utilizado em perfuração
em lâminas d’água mais profundas, acima de 1800 metros, onde os carregamentos
nas juntas de riser são bastante significativos. As seções do flange são compactas e
leves em comparação com os flanges de outros conectores e não há nenhum tipo de
rosca no corpo do conector. A alta pré-carga provê uma longa vida útil, incrementa a
resistência à fadiga e assegura que não haja separação dos flanges sob as condições
de esforços máximos.
- Conectores de Riser tipos DT® (figura 2.12)
O conector de riser DT, utilizado na coluna de riser DT-2, é leve e possui dogs que
realizam o seu travamento e é especificamente projetado para ser utilizado em todas
as lâminas d’água.
Figura 2.10 - Pino e Caixa do Conector Tipo MR® [6]
14
Figura 2.11- Conector Tipo HMF® [6]
Figura 2.12 - Conector Tipo DT-2® [6]
2.4.2.5. Sistema Diverter
A função do diverter é prover a sonda de perfuração de um sistema de
equipamentos de controle de poço, de baixa pressão de trabalho, com o objetivo de
impedir que os fluidos efluentes do poço cheguem ao deck de perfuração,
direcionando-os para um local seguro fora da plataforma e ou para um separador
atmosférico, garantindo assim a segurança das pessoas e dos equipamentos
envolvidos na operação.
Em unidades flutuantes, o sistema diverter tem como função evitar que gases
do riser cheguem ao deck de perfuração, direcionando-os para fora da plataforma com
circulação através de uma linha de bombeamento (booster line) com máxima vazão
possível.
2.4.2.6. Junta Telescópica (Telescoping Joint)
A Junta Telescópica é uma junta deslizante de expansão que compensa o
efeito de suspensão (heave) e os movimentos relativos da embarcação de perfuração,
absorvendo sua movimentação vertical (figura 2.13). Ela provê também os meios para
a conexão do diverter ao riser de perfuração através da flex joint. O barrilete externo
da junta telescópica suporta o terminal para assentamento das linhas do kill e choque
e também provê os arranjos para o sistema dos tensionadores do riser.
15
A junta telescópica é instalada próxima ao topo do riser, acima da superfície do
mar e abaixo do deck de perfuração e possui dois barriletes cilindros concêntricos, um
interno e outro externo. O interno é fixo ao diverter e o externo é anexado ao riser.
Cabos tensionadores são ligados a um anel solidário ao barrilete externo, permitindo
assim a tração. O curso (stroke) máximo da junta varia de 45 a 55 pés.
Anel deslizante do tensionador do riser
Ponto de conexão das jumper lines
Figura 2.13 - Juntas Telescópicas [6]
2.4.2.7. Cabos Tensionadores
Para evitar a flambagem do riser é necessário mantê-lo sempre tracionado. Isto
pode ser feito em parte pelos módulos de empuxo (flutuadores), mas a maior parte da
tração cabe ao sistema de tracionamento. A força de tração é exercida por cabos de
aço ligados a um anel (anel tensionador) fixado logo abaixo do elemento deslizante, ou
seja, no topo do cilindro externo da junta telescópica (figura 2.14). Os cabos, 8 ou 12,
são distribuídos ao longo do anel e uma mesma tração, uniforme, é aplicada. A tração
nos cabos é exercida por cilindros hidráulicos lineares com câmara, ligada a uma
bateria de garrafas de ar comprimido de alta pressão, de modo que o deslocamento
não provoque alteração significativa na tração. Os cabos são ligados aos cilindros por
sistemas de polias que compatibilizam o curso admissível da junta telescópica com o
curso dos pistões.
16
Figura 2.14 - Cabos Tensionadores e Anel Tensionador [6]
2.4.2.8. Flutuadores de Riser de Perfuração
São estruturas feitas de espuma sintática que tem como principal função
reduzir seu peso na água diminuindo a tração máxima requerida pelo riser no topo
(superfície). Para resistir ao impacto e a abrasividade, estes flutuadores são supridos com uma
fibra resistente moldada integralmente em toda a sua superfície externa.
Apesar de trazer grandes vantagens, deve-se tomar cuidado com o aumento
da força de arrasto nos flutuadores devido à corrente, pois esta força é diretamente
proporcional ao diâmetro externo do riser, incluindo o módulo de empuxo. Alguns
destes flutuadores chegam a reduzir o peso submerso da junta em mais de 90%.
Os flutuadores são fixados ao riser através de sistemas de cintas e de fixação
diversos, que estão disponíveis em muitas variedades de estilo e materiais, incluindo
aço carbono, aço inoxidável e kevlar. A fixação integral ou moldada num suporte
simplifica o conjunto e a velocidade no processo de instalação.
A figura 2.15 mostra o posicionamento dos flutuadores nos tubos de riser a serem
descidos.
17
Figura 2.15 – Flutuadores [9]
2.4.2.9. Fill Up Valve (válvula de inundação) - FUV
A FUV é um equipamento que tem como principais funções evitar o colapso do
riser, caso ocorra queda do nível de fluido de perfuração ou completação no seu
interior, quando se opera em laminas d'água acima de 400m (dependendo do tipo riser
em uso) e evitar o colapso do riser devido à redução da pressão hidrostática no seu
interior quando se acumula gás acima do BOP. A sua abaertura pode ser automática
ou manual. A figura 2.16 apresenta uma ilustração da FUV.
Figura 2.16 - Válvula de Inundação (FUV) [6]
2.4.2.10. Terminal Spool
A função do terminal spool é permitir uma circulação adicional de fluidos
necessária para limpeza do poço acima do BOP. Os fluidos são bombeados através
de uma linha de circulação, que incrementa o fluxo no interior dos risers de perfuração,
melhorando sua velocidade anular e proporcionando uma melhor limpeza do seu
interior.
18
O terminal spool está localizado na coluna do riser imediatamente acima da flex
joint instalada no LMRP (figura 2.17).
Figura 2.17 - Terminal Spool [6]
2.4.2.11. Linhas de Choke e Kill
As linhas de choke e kill são projetadas para resistirem às altas pressões
causadas por kicks ou blowouts, que se originam do influxo de fluidos indesejáveis
partindo do poço para o espaço anular (entre o riser de perfuração e a coluna de
perfuração). O procedimento para o controle do poço se faz através do fechamento do
BOP para que o fluido passe a circular pela linha de choke e, então, o fluido adensado
é bombeado pela linha de kill para auxiliar a retirada do fluido indesejado até se atingir
o controle.
2.4.2.12. Jumper Lines
Para fazer a conexão das linhas de choke, kill e outras linhas auxiliares do riser
com os respectivos acessos nos manifoldes na sonda, há a necessidade de introdução
de um elemento com flexibilidade para absorver os deslocamentos verticais da junta
telescópica e normalmente é utilizada uma mangueira de alta pressão. No BOP, os
deslocamentos angulares da flex joint são absorvidos com o uso de um loop helicoidal
de aço incorporado ao lower marine riser. Estes elementos são as jumper lines.
2.4.2.13. Ferramentas de Manuseio da Coluna do Riser de Perfuração
O sistema de descida da coluna do riser requer duas ferramentas de manuseio
(Riser Handling Tools) e um spider, que é assentado na mesa rotativa da plataforma.
A ferramenta de manuseio possui um drill pipe conectado em seu topo e se conecta ao
topo da junta do riser que está sendo manuseado, enquanto que outra ferramenta de
manuseio se posiciona na próxima junta a ser descida e a ser içada pelo drill pipe com
um elevador (na plataforma).
A figura 2.18 apresenta as ferramentas de manuseio hidráulica e mecânica.
19
Figura 2.18 - Riser Handling Tools hidráulica e mecânica [6]
A cunha do riser (spider) tem a função de suportar a coluna do riser e o BOP
quando a mesma estiver sendo descida e pode ser de acionamento manual, hidráulico
ou pneumático (figura 2.19). Nas unidades ancoradas, o spider é posicionado
diretamente sobre a plataforma e nas unidades com posicionamento dinâmico é
posicionado sobre uma cunha anti-stress (gimbal).
O gimbal é instalado sob o spider para reduzir os choques e eventualmente
distribuir cargas sobre a cunha e as seções do riser quando a coluna do riser é
descida.
Estes equipamentos são imprescindíveis quando longas colunas de riser são descidas
(figura 2.20).
20
Figura 2.19 - Cunha Hidráulica com Absorvedor de Choque [6]
Figura 2.20 - Gimbal e Spider [6]
21
Figura 2.21 - Esquema da Circulação do Fluido de Perfuração [6]
Figura 2.22 - Composição do Sistema de Riser [3]
22
2.5. Cargas Atuantes no Riser de Perfuração
Os risers de perfuração estão sujeitos a diversos carregamentos distintos que
são citados nesta seção.
Por estarem, quase em sua totalidade, submersos, os risers de perfuração
estão sujeitos às forças hidrodinâmicas que lhes são impostas através das ondas, das
correntes e dos movimentos da embarcação (navio ou plataforma). Carregamentos de
inércia, proporcionais à aceleração das partículas da água e ao quadrado do diâmetro
e que são resultado da aceleração lateral do riser também são impostos aos mesmos.
A diferença existente entre as densidades do fluido de perfuração, no interior
do riser, e a água do mar, faz com que as paredes do riser estejam sujeitas a um
carregamento oriundo do diferencial de pressão gerado por esta desigualdade.
Os risers também estão sujeitos às forças internas que compreendem o
momento fletor, a força cortante, a tração axial e o peso da estrutura. Com o intuito de
se evitar a flambagem do riser devido ao peso próprio e também reduzir a sua
curvatura, é aplicada uma tração em seu topo.
A dinâmica do fluido interno e a vibração causada por desprendimento de
vórtices (VIV) também podem gerar carregamentos sobre os risers.
O momento de torção é geralmente baixo e não causa esforços significativos
no sistema. No entanto, em sonda DP, o travamento eventual do anel de
tensionamento pode resultar em momento de torção ao longo do riser, que é
transmitido ao sistema de cabeça de poço.
As figura 2.23 ilustra duas configurações que mostram os principais
carregamentos atuando nos equipamentos que compõem a coluna.
23
Figura 2.23 - Principais Carregamentos Atuantes no Riser (plataforma e navio) [3]
24
Capítulo 3. Metodologia de Análise do Riser
3.1. Introdução
É apresentada neste capítulo a metodologia simplificada adotada para análise
estrutural de um riser de perfuração.
Em continuidade à dissertação de Mestrado Avaliação da Vida Residual de
Risers de Perfuração Corroídos [3], é adotado para o desenvolvimento deste trabalho,
o riser de perfuração de uma plataforma semi-submersível, cujos dados necessários
para análise foram disponibilizados pela Petrobras.
O cenário escolhido para as análises foi um Campo de Produção na Bacia de
Campos em uma lâmina d’água de 1900m. Os dados meteoceanográficos foram
fornecidos pela Petrobras [10] [11].
3.2. Metodologia de Análise
A metodologia de análise adotada pela Petrobras nos projetos de riser é
baseada na análise dinâmica não-linear no domínio do tempo, determinística ou
aleatória, e que permite uma representação mais adequada das não-linearidades
inerentes ao modelo.
Na fase de projeto relativa à verificação de estrutura submetida a situações
extremas, normalmente utiliza-se a análise dinâmica não-linear determinística no
domínio do tempo, com o intuito de se observar o atendimento dos limites
estabelecidos pelas normas no que diz respeito aos níveis de tensões atuantes. Esta
metodologia, geralmente adotada na verificação de situações extremas, tem como
vantagem o baixo custo computacional, pois a resposta estrutural é obtida em um
período de tempo correspondente a alguns períodos da onda incidente.
A estrutura é normalmente modelada, na Petrobars, em um programa de
elementos finitos, denominado ANFLEX [12], onde são realizadas análises globais do
riser de perfuração. Estas análises não contemplam a inclusão de defeitos de
corrosão nas juntas do riser, sendo necessária então a realização de análises locais
de elementos finitos nestas regiões.
Estas análises locais são apresentas por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16] e
CAMPELLO [3] em seus estudos sobre riser de perfuração corroídos, onde a tensão
admissível é função de um σflow e não mais do limite de escoamento do material. A
definição de σflow, bem como os demais critérios de aceitação para as análises, são
descritos nos capítulo 5 e 7.
25
Para determinar as janelas de operação e as cargas extremas, foi utilizado o
programa de simulação dinâmica para riser de perfuração “DERP” [17], com
combinações (colineares) de carregamento entre onda e corrente e com período de
retorno anual.
Como critério de definição para a tração de topo (top tension) mínima, foi
considerada a tração efetiva (Overpull) entre o BOP e o LMRP de 50.000 lbs. O valor
da tração no topo correspondente a este critério é de aproximadamente 650.000 lbs
Os valores de carga extrema obtidos por esta metodologia e apresentados por
CAMPELLO e ROVERI [18] são utilizados nas análises elastoplásticas desta
dissertação e são apresentados no capítulo 6.
A figura 3.1 apresenta um fluxograma simplificado da metodologia de análise adotada.
26
Figura 3.1 - Fluxograma das Análises
* POSFAL – Análise Aleatória de Fadiga. Manual do Usuário, Petrobras/Cenpes/MC, Brasil, 1995. (relatório interno
PETROBRAS) ** Vandiver, J.K. and Li Li, SHEAR7 Program Theoretical Manual, Technical Report, MIT, Cambridge, Massachussetts, USA. 2003.
METODOLOGIA ADOTADA PARA ESTA DISSERTAÇÃO
INÍCIO
DERP
TOP TENSION E OFFSET PARA OPERAÇÃO SEGURA
ANFLEX ANFLEX
ANÁLISE EXTREMA CONDIÇÃO AMBIENTAL ANUAL
POSFAL*
MOVIMENTOS DEVIDO À ONDA
DANO DE FADIGA DEVIDO À ONDA
ANÁLISE MODAL
SHEAR 7**
DANO DE FADIGA DEVIDO AO VIV
CARGAS EXTREMAS
VIDA ÚTILDO RISER
ANSYS ANÁLISES LOCAIS
CARGAS ADMISSÍVEIS UTILIZANDO O CRITÉRIO ELASTOPLÁSTICO
27
Capítulo 4. Elastoplasticidade [19] [20]
4.1. Introdução
A avaliação estrutural de uma junta de riser de perfuração utilizando os critérios
de tensão admissíveis associadas ao limite elástico do material é bastante
conservativa do ponto de vista real. A proposição de novas metodologias de análise
onde as tensões obtidas se igualem ou até mesmo superem, dentro de um limite pré-
estabelecido, o limite de escoamento do material tem sido propostas por diversos
estudos e códigos de projeto.
A busca de novos critérios de avaliação, dentre eles, um critério que estabeleça
deformações plásticas admissíveis, tem como principal motivação a possibilidade de
estender o limite de aplicação destes risers, permitindo assim, que nas regiões dos
defeitos, a tensão atuante ultrapasse o limite de escoamento do material. Este critério
deve garantir também que estas deformações plásticas não causem danos estruturais
que impossibilitem a utilização destes risers e garantir que as regiões fora do defeito
estejam dento dos limites admissíveis das normas de projeto.
Com essa finalidade, são apresentados neste capítulo, um resumo da teoria
elastoplástica e um resumo do método dos elementos finitos. É apresentada também
a metodologia simplificada de análise não linear do programa de elementos finitos
utilizado. A teoria aqui representada abrange principalmente os conceitos utilizados
nesta dissertação, como por exemplo o modelo de materiais utilizado e a curva tensão
x deformação real.
4.2. Elasticidade
4.2.1. Corpos de Prova
O primeiro passo para realização de uma análise não-linear consiste em
levantar, através de ensaios de laboratórios em corpos de prova, a curva tensão x
deformação para o material desejado. Estes ensaios são padronizados e a forma e as
dimensões dos corpos de prova variam conforme o material a ser ensaiado ou o tipo
de ensaio a se realizar.
4.2.2. Deformação Linear
Quando um corpo de prova é ensaiado à tração (esforço longitudinal), com
forças axiais gradualmente crescentes, pode-se medir os acréscimos sofridos nas
dimensões iniciais do corpo (comprimento inicial), e obter a sua deformação linear (ε).
Esta deformação linear pode ser medida conforme:
28
LLΔ
=ε (4.1)
Onde:
ε é a deformação linear (adimensional);
ΔL é o acréscimo do comprimento do corpo de prova devido à aplicação da carga (m);
L é o comprimento inicial do corpo de prova (m).
Figura 4.1 - Corpo de Prova [18]
4.2.3. Diagrama Tensão x Deformação
Para montagem do diagrama tensão x deformação do material desejado mede-
se então os diversos ΔLs correspondentes aos acréscimos da carga axial aplicada à
barra, e realiza-se o ensaio até a ruptura do corpo de prova. Chamando de A a área
da seção transversal inicial do corpo de prova, a tensão normal σ pode ser
determinada para qualquer valor de P (carga aplicada), conforme a fórmula:
AP
=σ (4.2)
Desta forma, podemos obter diversos pares de valores σ e ε e representar
graficamente a função que os relaciona.
Esta representação gráfica recebe o nome de diagrama tensão x deformação.
Podemos verificar na figura 4.2 alguns exemplos de diagramas tensão x deformação:
Figura 4.2 - Diagramas Tensão x Deformação – Exemplos [20]
29
O diagrama tensão x deformação varia muito de material para material e,
dependendo da temperatura do corpo de prova ou da velocidade de crescimento da
carga podem ocorrer resultados diferentes para um mesmo material. Entre os
diagramas tensão x deformação de vários grupos de materiais é possível, no entanto,
distinguir algumas características comuns que nos levam a dividir os materiais em
duas importantes categorias: materiais dúcteis e materiais frágeis.
4.2.4. Materiais Dúcteis e Frágeis
Material dúctil é aquele que quando sujeito a um carregamento apresenta
grandes deformações antes de se romper (aço e alumínio, por exemplo), enquanto
que o material frágil é aquele que se deforma relativamente pouco antes do
rompimento (ferro fundido e concreto, por exemplo).
4.2.5. Lei de Hooke
Para os materiais dúcteis, observa-se que a função tensão x deformação, no
trecho OP, é linear (figura 4.3). Esta relação linear entre os deslocamentos e as cargas
axiais foi apresentada por Robert Hooke em 1678 e é conhecida como Lei de Hooke.
Logo, o trecho OP do diagrama é representado por:
εσ E= (4.3)
Onde:
σ é a tensão normal (N/m2);
E é o módulo de elasticidade do material (N/m2) e representa a tangente do ângulo
que a reta OP forma com o eixo ε;
ε é a deformação específica longitudinal linear (adimensional).
O
Figura 4.3 - Lei de Hooke – Diagrama Tensão x Deformação [20]
30
4.2.6. Propriedades Mecânicas
A análise dos diagramas tensão x deformação dos materiais permite
caracterizar diversas propriedades do material, tais como:
• Limite de proporcionalidade: A tensão correspondente ao ponto P recebe o
nome de limite de proporcionalidade e representa o valor máximo da tensão
abaixo da qual o material obedece a Lei de Hooke. Para um material frágil, não
existe limite de proporcionalidade (o diagrama não apresenta parte reta).
• Limite de elasticidade: próximo ao ponto P existe um ponto na curva tensão x
deformação ao qual corresponde o limite de elasticidade que representa a
tensão máxima que pode ser aplicada à barra sem que apareçam deformações
residuais ou permanentes após a retirada integral da carga externa. Para
muitos materiais, os valores dos limites de elasticidade e proporcionalidade são
praticamente iguais, sendo usados como sinônimos.
• Região elástica: o trecho da curva compreendido entre a origem e o limite de
proporcionalidade recebe o nome de região elástica.
• Região plástica: o trecho da curva entre o limite de proporcionalidade e o ponto
de ruptura do material recebe o nome de região plástica.
Figura 4.4 - Regiões Elástica e Plástica do Diagrama Tensão x Deformação [20]
• Limite de escoamento: A tensão correspondente ao ponto Y (figura 4.5) tem o
nome de limite de escoamento. A partir deste ponto, aumentam as
deformações sem que se altere praticamente o valor da tensão. Quando se
atinge o limite de escoamento, diz-se que o material passa a escoar-se.
• Limite de resistência (ou resistência à tração): A tensão correspondente ao
ponto U (figura 4.5) recebe o nome de limite de resistência.
• Limite de ruptura: A tensão correspondente ao ponto R (figura 4.5) recebe o
nome de limite de ruptura (onde ocorre a ruptura do corpo de prova).
31
Figura 4.5 - Limites de Escoamento, Resistência e Ruptura do Diagrama Tensão x
Deformação [20]
• Tensão admissível: Obtém-se a tensão admissível dividindo-se a tensão
correspondente ao limite de resistência ou ao limite de escoamento por um
número, maior do que a unidade (1), denominado coeficiente de segurança (ou
fator de segurança). A fixação do coeficiente de segurança é feita nas normas
de cálculo ou, às vezes, pelo próprio calculista, baseado em experiência
própria.
FsS y
adm =σ ou FsSr
adm =σ (4.4)
Onde:
σadm = Tensão admissível;
Sy = Tensão de escoamento;
Sr = Tensão de ruptura;
Fs = Fator de segurança
• Limite de escoamento de materiais frágeis: denomina-se agora o limite de
escoamento como a tensão que corresponde a uma deformação permanente,
pré-fixada (ε1), depois do descarregamento do corpo de prova.
Após se fixar ε1, traça-se uma reta tangente à curva, partindo da origem, e
depois se traça uma reta paralela à tangente passando por O’. A interseção
desta reta com a curva determina o ponto Y que corresponde ao limite de
escoamento procurado (figura 4.6).
• Coeficiente de Poisson: a relação entre a deformação transversal e a
longitudinal, verificada em barras tracionadas e comprimidas, recebe o nome
de coeficiente de Poisson (υ ). Para diversos metais, o coeficiente de Poisson
varia entre 0,25 e 0,35.
32
x
y
εε
υ = ou x
z
εε
υ = (4.5)
Onde:
εx = deformação específica longitudinal;
εy, εz = deformação específica transversal.
Figura 4.6 - Limite de Escoamento de Materiais Frágeis [20]
4.2.7. Forma Geral da Lei de Hooke
Foi considerado anteriormente o caso particular da Lei de Hooke aplicável ao
caso simples de solicitação axial. No caso mais geral, em que um elemento do
material é solicitado por três tensões normais σx, σy e σz, perpendiculares entre si, às
quais correspondem, respectivamente, às deformações εx, εy e εz, a Lei de Hooke se
escreve da seguinte forma:
([ )zyxx ]E
σσυσε +−=1
(4.6)
([ zxyy )]E
σσυσε +−=1
(4.7)
([ yxzz )]E
σσυσε +−=1
(4.8)
4.3. Elastoplasticidade
4.3.1. Materiais Elastoplásticos
O conteúdo apresentado neste capítulo baseia-se na hipótese de que o
material satisfaça duas condições, as quais são:
33
• Material homogêneo: é um material que possui as mesmas propriedades
(mesmos E e υ ), em todos os seus pontos.
• Material isótropo (isotrópico): é um material que possui as mesmas
propriedades, qualquer que seja a direção escolhida, no ponto considerado.
Nem todos os materiais são isótropos. Se um material não possui qualquer
espécie de simetria elástica, ele é chamado anisotrópico e, à vezes, aelótropo.
Se o material possui três planos de simetria elástica, perpendiculares entre si,
ele recebe o nome de ortótropo.
Como visto anteriormente, inicialmente a relação tensão-deformação obedece
a uma relação linear segundo a Lei de Hooke. Com o aumento do carregamento
aplicado, a deformação não aumenta linearmente com a tensão gerada, mas o
material ainda permanece elástico, isto é, após a remoção do carregamento o
espécime retorna ao comprimento original. Esta condição prevalece até que o ponto Y
(figura 4.5), definido anteriormente como limite elástico, ou ponto de escoamento, é
alcançado. Para alguns materiais, onde o ponto de escoamento não é bem definido,
pode-se obter este valor fixando-se um valor de deformação permanente equivalente a
0.2 por cento. Além deste limite elástico, ocorrem deformações permanentes que são
chamadas de deformações plásticas. A deformação no limite elástico é da ordem de
0.001, ou 0.1 por cento.
4.3.1.1. Descrição do Comportamento Elastoplástico
Alguns elementos característicos dos ensaios de tração simples são analisados
a seguir para identificar os fenômenos que devem ser representados por um modelo
matemático de comportamento de material.
Figura 4.7 - Ensaio de Tração com Carga Uniformemente Crescente [21]
34
A figura acima mostra os resultados típicos, obtidos, por exemplo, com uma
barra de liga metálica, em vários ensaios de carga axial uniformemente crescente e
com velocidade de deformação controlada = constante. As várias curvas
apresentam uma parte linear ou proporcional e uma parte não linear com inclinação
menor. A inclinação desta segunda parte é sempre positiva em um ensaio com
velocidade de carga controlada ( = cte), mas poderia ser negativa quando se impõe
velocidade constante.
.ε
.σ
A modificação da curva tensão x deformação com é uma característica do
comportamento viscoso, conseqüentemente, dependente do tempo. Para muito
pequeno, tem-se o processo de carga “estático”, que será utilizado para definir a
relação tensão-deformação na teoria da plasticidade independente do tempo.
.ε
.ε
Figura 4.8 - Creep e Relaxação [21]
Se a tensão é mantida constante depois de considerável deformação,
correspondente à região não linear e durante um tempo prolongado, nota-se um
aumento da deformação. Este fenômeno é conhecido como creep. Se em lugar disto,
a deformação é mantida constante, apresenta-se a relaxação ou redução das tensões
com o tempo.
Os fenômenos de alteração da curva tensão x deformação com , o creep e a
relaxação, são manifestações do comportamento elastoplástico viscoso dos materiais
reais e não serão representadas nesta teoria restrita de plasticidade.
.ε
Quando se executa uma série de ensaios de carga uniforme até um valor
qualquer σ*, seguido de um descarregamento uniforme até zero, os resultados obtidos
serão dos dois tipos mostrados na figura 4.9, dependendo do valor da tensão σ*.
O valor de tensão σ* que distingue os dois comportamentos é a tensão de
escoamento inicial, ou limite de elasticidade σy (ou Sy).
35
Qualquer processo de carga e descarga com tensões (de tração) menores que σy é
reversível, no sentido de que quando a tensão volta ao valor inicial também se
reproduz o valor inicial da deformação.
Figura 4.9 - Ensaios de Carga e Descarregamento [21]
O comportamento plástico se distingue do elástico porque produz deformações
permanentes, ou seja, é irreversível, e não somente pela falta de linearidade entre
tensão e deformação.
Uma descrição cuidadosa do comportamento em carga e descarga seguidas
de um novo carregamento (figura 4.10) apresenta um loop de histerese e uma
concordância suave na segunda carga. Estes detalhes são eliminados em uma
descrição simples da plasticidade.
Figura 4.10 - Ensaio de Carga, Descarga e Nova Carga [21]
Uma observação importante relativa a esta experiência consiste em identificar
que a tensão final do primeiro processo de carga σ* passa a ser o novo limite elástico
no carregamento que segue à descarga. Em outras palavras, o processo de
deformação plástica modifica a tensão de escoamento inicial aumentando a faixa de
comportamento elástico em tração. Este é o fenômeno de encruamento ou
endurecimento por deformação plástica (work-hardening ou strain-hardening).
36
Outra experiência ilustrativa do comportamento de alguns materiais
elastoplásticos consiste em uma solicitação de tração seguida de uma descarga que
produz plastificação em compressão ficando aparente que a “resistência elástica” em
compressão foi reduzida pelo processo plástico de tração. Isto é, a deformação
plástica de tração reduz a tensão de plastificação em compressão enquanto aumenta
a de tração pelo mesmo motivo. Este fenômeno, chamado efeito Bauschinger implica
no aparecimento de anisotropia no material virgem isotrópico ( )00−+ −= yy σσ já
produzida pelo processo plástico.
Figura 4.11 - Efeito Baushinger [21]
A descrição feita até aqui mostra que o comportamento plástico é dependente
do programa de carga mediante o qual se atinge um determinado nível de
carregamento. A deformação presente no material não é função unicamente da
tensão atual, e sim também do histórico de carregamentos anteriores. Por exemplo,
na figura 4.12, os pontos 1, 2 e 3 correspondem a mesma tensão mas a diferentes
deformações, em razão de que esses estados terem sido alcançados mediante
diversos históricos de tensão. Analogamente, os pontos 2 e 4 têm igual deformação
mas com tensões diferentes.
37
Figura 4.12 - Correspondência Múltipla entre Tensões e Deformações [21]
O material carregado não tem memória (“não lembra”) da parte da história do
processo (histórico de carregamentos) constituída de variações de tensão e
deformação puramente elásticos. Se diz então que a deformação é função da história
lembrada ou gravada. Este é então um material com memória evanescente (que
desaparece) e cuja história lembrada deve ser representada pelos valores atuais de
alguns parâmetros de estado, por exemplo a própria deformação, a deformação
permanente ou o trabalho plástico dissipado. Este parâmetros são denotados, nesta
dissertação, pelo símbolo h. O comportamento depende da história, no sentido que o
valor destes parâmetros somente é conhecido quando se tem a história de processo
como dado. O valor destes parâmetros de história lembrada h, somente é modificado
em processos plásticos e permanece constante em processos puramente elásticos.
Desde o ponto de vista puramente mecânico, isto é, sem utilizar conceitos
termodinâmicos, não é possível medir deformações absolutas senão relativas a um
estado de referência acessível.
Considere a experiência realizada por um observador que recebe um material
para ensaios que já foi plastificado anteriormente (figura 4.13). Para este observador,
o limite de plastificação inicial é diferente daquele que se obteria, por exemplo,
ensaiando a peça recém fundida. Se as varáveis de estado termodinâmicas são
incluídas, poder-se-ia definir um estado virgem do material.
38
Figura 4.13 - Ensaio de Tração de uma Barra Anteriormente Plastificada [21]
1º Observador 2º Observador
Algumas ligas de alumínio e de aço doce mostram um comportamento
diferente em alguns aspectos ao descrito até aqui. O comportamento mostrado na
figura 4.14, correspondente à parte do processo em que a tensão permanece
constante e é chamado de escoamento plástico.
Figura 4.14 - Material Perfeitamente Plástico [21]
Em certo sentido, esta fase é análoga ao fluxo de um fluído, com a diferença de
que no fenômeno plástico a taxa de deformação não é uma função de tensão como
acontece nos fluídos.
Este material que apresenta escoamento plástico tem uma tensão de
plastificação σy independente do processo plástico anterior e, portanto, independente
da história lembrada. Em conseqüência, não apresenta endurecimento por
deformações nem efeito Bauschinger.
O comportamento recém descrito conduz ao modelo de plasticidade ideal ou
perfeita, e aquele apresentado anteriormente ao modelo de plasticidade com
endurecimento ou encruamento.
39
4.3.1.2. Modelos de Materiais Elastoplásticos
A análise das experiências descritas na seção anterior permite formalizar
modelos para representar o comportamento dos materiais elastoplásticos. A teoria da
plasticidade que será desenvolvida nas seções seguintes está baseada nas hipóteses
restritivas apresentadas a seguir.
i) independência em relação ao tempo – nesta hipótese, admite-se que a deformação
resultante de uma história de tensões não depende da velocidade com que este
programa se realiza. Devemos notar que segundo este conceito, o comportamento
puramente elástico, em particular, é independente do tempo pois é independente do
próprio programa de tensões e deformações anteriores.
O comportamento plástico aqui considerado é então dependente da história lembrada,
representada por valores de parâmetros de endurecimento que denotamos por h. Em
conseqüência, os fenômenos viscosos de dependência da curva tensão x deformação
com as taxas e , isto é creep, relaxação, etc., ficam excluídos deste modelo. .ε
.σ
Nesta teoria, o tempo entra nas equações apenas como parâmetro capaz de definir a
ordem de precedência dos eventos. Se um determinado “tempo” é utilizado, então
qualquer outro relacionado com este, por uma função uniforme crescente, é
igualmente apropriado. As equações são então indiferentes a uma mudança de
escala no tempo. O único tipo de fluxo possível nestas condições é o escoamento
plástico não viscoso, característico dos materiais idealmente plásticos.
ii) Ductilidade ilimitada – as equações do modelo matemático de comportamento
elastoplástico em consideração não conterão informação que evidencie a rotura do
material.
iii) Temperatura homogênea – não serão considerados gradientes de temperatura no
corpo elastoplástico, nem a influência da temperatura na própria equação constitutiva
do material.
Finalmente, vamos salientar novamente as características que distinguem a
plasticidade da elasticidade, em particular, a dependência da tensão como processo
plástico anterior e não somente com a deformação, assim como a irreversibilidade da
plastificação que se evidencia no fenômeno observado de que variações infinitesimais
positivas de tensão (carga com plastificação) ou negativas (descarregamento elástico
local) devem ser relacionadas com as variações infinitesimais de deformação
mediante módulos tangente diferentes.
40
Podemos concluir que uma teoria de plasticidade não pode ser uma “teoria de
deformação” que associa valores presentes de tensão e deformação, pois isto só pode
representar materiais elásticos, senão uma “teoria em taxas”, enunciada em termos de
taxas temporais de tensão e deformação.
Os materiais elastoplásticos podem ser divididos em dois grandes grupos. Os
materiais elastoplásticos perfeitos, que não sofrem endurecimento após o escoamento
e os materiais elastoplásticos endurecíveis.
4.3.1.2.1 Materiais Elastoplásticos Perfeitos
Em casos uniaxiais, um material elastoplástico perfeito pode ser representado
como a figura abaixo, onde σe (Sy) é o limite elástico do material. Uma vez atingido
este valor, tem início o escoamento ou o aparecimento de deformações plásticas.
Figura 4.15 - Material Elastoplástico Perfeito [22]
O comportamento deste material pode ser representado pelo modelo reológico abaixo:
Figura 4.16 – Modelo Reológico [22]
Este modelo é composto de uma mola e um elemento de atrito que só é
acionado quando a tensão atinge o patamar de escoamento. Se há uma descarga, o
elemento de atrito deixa novamente de ser acionado, de modo que a descarga ocorre
de forma elástica.
Para que se defina o limite elástico em problemas multiaxiais, empregam-se os
critérios de escoamento multiaxiais. O critério mais empregado em caso de
plasticidade independente da pressão é o de Von Mises.
41
Outro ponto importante é que as deformações plásticas não causam variação
volumétrica.
4.3.1.2.2. Materiais Elastoplásticos Endurecíveis
Nos materiais elastoplásticos endurecíveis, o limite elástico modifica-se com o
fluxo plástico. Em casos uniaxiais, estes materiais podem ser representados através
de diversos modelos, que podem ser classificados de duas diferentes formas: pelo
grau da função de endurecimento e pelo comportamento em reversão de carga. Pelo
primeiro critério, temos duas possibilidades de classificação:
i) Material com endurecimento linear
Figura 4.17 - Material com Endurecimento Linear [22]
ii) Material com endurecimento não-linear
Figura 4.18 - Material com Endurecimento Não Linear [22]
42
Nas figuras 4.17 e 4.18, tgβ = ET é denominado módulo plástico (ou módulo
tangente). No caso de endurecimento linear, o valor de ET é uma constante e no caso
de endurecimento não linear, este valor é função da deformação plástica. No figura
4.18, representa a tensão limite elástico para o material virgem. 0eσ
O modelo reológico que representa estes materiais é semelhante ao visto no item
4.3.1.2.1, sendo que o atrito é função crescente da deformação plástica.
Considerando o comportamento em reversão de carga, três modelos são possíveis:
i) Material com endurecimento isótropo: o material apresenta o mesmo comportamento
em carga e descarga. Este tipo de comportamento na reversão é indicado abaixo:
a) '''''' BBBBAAAA =<= b) Representação no plano desviador
Figura 4.19 - Material com Endurecimento Isótropo [22]
Existe, portanto, um aumento uniforme na tensão de escoamento, quando da reversão
da carga. Neste caso, o módulo plástico é denominado de isótropo (ET,iso). Para
diferenciar dos outros tipos de endurecimento, o módulo de endurecimento h é
redefinido como:
isoT
isoTiso EE
EEh
,
,
+=
O modelo reológico que representa estes materiais é semelhante ao visto no item
4.3.1.2.1.
43
ii) Material com endurecimento cinemático: neste caso, uma vez que o material se
deforma plasticamente (em tração ou compressão), na reversão da carga o
escoamento iniciará com valores menores.
iii) Endurecimento misto: é provavelmente o caso mais usual em metais de origem
comercial, havendo uma combinação dos endurecimentos comentados nos itens i) e
ii).
4.3.2. A Relação Tensão x Deformação
A tensão é relacionada com a deformação segundo a equação descrita abaixo:
{ } [ ]{ }elD εσ = (4-9)
Onde:
{σ} = vetor tensão = ⎣ ⎦Tx xzyzxyzy σσσσσσ ;
[D] = matriz de rigidez elástica, ou matriz tensão-deformação, ou matriz inversa
{εel} = {ε} – {εth} = vetor de deformação elástica;
{ε} = vetor de deformação total = ⎣ ⎦Txzyzxyzyx εεεεεε ;
{εth} = vetor de deformação térmica.
As deformações de cisalhamento (shear strains) (εxy, εyz e εxz) são as
deformações de cisalhamento de engenharia, as quais correspondem a duas vezes o
tensor deformação de cisalhamento. O vetor tensão é mostrado na figura 4.20 e a
convenção de sinais adotada é:
Tração – positivo
Compressão – negativo
Cisalhamento – positivo quando os dois aplicáveis eixos positivos giram na direção de
cada um.
44
Figura 4.20 - Definição do Vetor Tensão [23]
A equação 4-9 também pode ser escrita como
{ } { } [ ] { }σεε 1−+= Dth (4-10)
Para o caso tridimensional, o vetor de deformação térmica é:
{ } ⎣ ⎦000sez
sey
sex
th T αααε Δ= (4-11)
Onde:
αxse , αy
se e αzse = coeficientes da secante da expansão térmica nas direções x, y e z;
ΔT = T - Tref
T = Temperatura no ponto em questão;
Tref = Temperatura de referência (sem deformação).
A matriz de flexibilidade é expressa por:
[ ]
⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
−−−−−−
=−
xz
yz
xy
zyzx
yzyx
xzxy
GG
GEzEzEz
EyEyEyExExEx
D
/1000000/1000000/1000000/1//000//1/000///1
1 υυυυυυ
(4-12)
45
Onde:
Ex, Ey e Ez = módulos de Young (módulo de elasticidade) nas direções x, y e z;
xyυ = maior razão de Poisson;
yxυ = menor razão de Poisson;
Gxy, Gyz e Gxz = Módulo de cisalhamento nos planos xy, yz e xz.
Presumindo-se que a matriz [D]-1 é simétrica, teremos:
ExEyxyyx υυ
= (4-13)
ExEzxzzx υυ
= (4-14)
EyEzyzzy υυ
= (4-15)
Para materiais isotrópicos Ex = Ey = Ez e xzyzxy υυυ == .
Expandindo a equação 4-10 com a equação 4-11, utilizando as equações 4-13 a 4-15
e escrevendo as seis equações de forma explícita, teremos:
ExExExT zxzyxyx
xxσυσυσ
αε −−+Δ= (4-16)
EyExEyT zyzxxyy
yy
συσυσαε −−+Δ= (4-17)
EyExEzT yyzxxzz
zz
συσυσαε −−+Δ= (4-18)
xy
xyxy G
σε = (4-19)
yz
yzyz G
σε = (4-20)
xz
xzxz G
σε = (4-21)
46
Onde:
εx, εy e εz = deformações nas direções x, y e z;
σx, σy e σz = tensões nas direções x, y e z;
εxy, εyz e εxz = deformações de cisalhamento nos planos xy, yz e xz;
σxy, σyz e σxz = tensões de cisalhamento nos planos xy, yz e xz.
Alternativamente, a equação 4-9 pode ser expandida invertendo-se primeiramente a
equação 4-12 e então combinando o resultado com as equações 4-11 e 4-13 e
utilizando a equação 4-15. Teremos então seis equações explícitas, as quais são:
)()()()(1 2 TEyEz
hEyT
EyEz
hEx
yyyzxzxyxxyzx Δ−++Δ−⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛−= αευυυαευσ
))(( ThEz
zzxyyzxz Δ−++ αευυυ (4-22)
)()()(1 2 TEyEz
hEyT
ExEz
hEy
xxyzxzxyyyxzy Δ−⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛++Δ−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= αευυυαευσ
))(( ThEz
zzxyxzyz Δ−++ αευυυ (4-23)
)()()(1 2 TExEy
hEzT
ExEy
hEz
yyxyxzyzzzxyz Δ−⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ++Δ−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= αευυυαευσ
))(( ThEz
xxxyyzxz Δ−++ αευυυ (4-24)
xyxyxy G εσ = (4-25)
yzyzyz G εσ = (4-26)
xzxzxz G εσ = (4-27)
Onde:
ExEz
ExEz
EyEz
ExEyh xzyzxyxzyzxy υυυυυυ 2)()()(1 222 −−−−= (4-28)
e tomando como premissa para os materiais isotrópicos que
)1(2 xyxzyzxy
ExGGGυ+
=== (4-29)
47
4.3.3. Tensão e Deformação Combinadas
Quando uma estrutura está sujeita a carregamentos que geram tensões e
deformações em diferentes direções é comum o agrupamento destes valores (de
tensão e/ou deformação) em uma única resposta, a fim de compará-los com as
tensões admissíveis estabelecidas pelas normas.
4.3.3.1. Deformações Combinadas
As deformações principais são calculadas das componentes de deformação
pela equação cúbica descrita abaixo:
0
21
21
21
21
21
21
0
0
0
=
−
−
−
εεεε
εεεε
εεεε
zyzxz
yzyxy
xzxyx
(4-30)
Onde:
ε0 = deformação principal (3 valores).
As três deformações principais são denominadas ε1, ε2 e ε3. As deformações
principais são ordenadas de forma que ε1 é a mais positiva e ε3 é a mais negativa.
A Intensidade da Deformação (strain intensity) εI é a maior dos valores
absolutos entre ε1- ε2, ε2- ε3 e ε3- ε1, ou seja:
),,( 133221 εεεεεεε −−−= MAXI (4-31)
A deformação de Von Mises, também denominada deformação equivalente εe,
é calculada segundo a equação abaixo.
( ) ( ) ( )[ ] 21
213
232
221, 2
11
1⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −+−+−
+= εεεεεε
υε e -32) (4
Onde:
Razão de Poisson para deformações
elásticas e térmicas =,υ Razão de Poisson Efetiva =
0.5 para deformações plástica, de creep e
hiperelástica.
48
4.3.3.2. Tensões Combinadas
As tensões principais (σ1, σ2 e σ3) são calculadas das componentes de tensão
pela equação cúbica descrita abaixo:
0
0
0
0
=−
−−
σσσσσσσσσσσσ
zyzxz
yzyxy
xzxyx
(4-33)
Onde,
σ0 = Tensão principal (3 valores).
As três tensões principais são denominadas σ1, σ 2 e σ 3. As tensões principais
são ordenadas de forma que σ1 é a mais positiva (tração) e σ3 é a mais negativa
(compressão).
A Intensidade da Tensão (stress intensity) σI é a maior dos valores absolutos
entre σ1- σ2, σ2- σ3 e σ3- σ1, ou seja:
),,( 133221 σσσσσσσ −−−= MAXI (4-34)
A tensão de Von Mises, também denominada tensão equivalente σe, é calculada
segundo a equação abaixo.
[ ] 21
213
232
221 )()()(
21
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −+−+−= σσσσσσσ e (4-35)
ou
[ ] 21
222222 )(6)()()(21
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +++−+−+−= xzyzxyxzzyyxe σσσσσσσσσσ (4-36)
Quando , a tensão equivalente se relaciona com a deformação equivalente
segundo a equação abaixo.
υυ =,
ee Eεσ = (4-37)
Onde E = Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young.
49
4.3.4. Entendendo a Não-linearidade do Material
As não linearidades do material ocorrem porque a relação entre tensão e
deformação no corpo não obedecem mais uma relação linear, ou seja a tensão agora
é uma função não linear da deformação. A relação é também dependente do caminho
(exceto para os casos de elasticidade não linear e hiperelasticidade), tal que as
tensões dependem do histórico de deformações bem como da própria deformação.
Para as análises realizadas nesta dissertação, é escolhida a não linearidade de
material baseada na teoria da plasticidade independente do tempo (Rate-independent
plasticity) conforme descrito nos itens 4.3.1.2 e 4.3.5.
4.3.4.1 Definição das Tensões
Para o caso de não linearidade de material, a definição da deformação elástica
dada na equação 4-9 assume a forma:
{ } { } { } { } { } { }swcrplthel εεεεεε −−−−= (4-38)
Onde,
εel = vetor deformação elástica;
ε = vetor deformação total;
εth = vetor deformação térmica;
εpl = vetor deformação elástica;
εcr = vetor deformação por creep;
εsw = vetor deformação por expansão (swelling).
Neste caso, {ε} é a deformação medida por um extensômetro (strain gauge). A
equação 4-38 é apresentada somente para relacionar os termos de deformação
descritos acima.
No nosso caso, a deformação total (εtot) é reportada como:
{ } { } { } { }crpleltot εεεε ++= (4-39)
Comparando as duas últimas equações, teremos:
{ } { } { } { }swthtot εεεε −−= (4-40)
onde {ε} pode ser usada para comparar os resultados obtidos pelo extensômetro e εtot
pode ser usada para plotar a curva não linear tensão x deformação.
50
4.3.5. Teoria da Plasticidade Independente do Tempo (Rate-
Independent Plasticity)
Esta teoria é caracterizada pela irreversibilidade da deformação que ocorre no
material uma vez que certo nível de tensão é alcançado. A deformação plástica se
desenvolve instantaneamente, isto é, independente do tempo. Dentro desta não
linearidade de material, é escolhido como modelo de comportamento do material, a ser
utilizado dentro do programa de simulação nesta dissertação, o modelo Multilinear
com Endurecimento Isotrópico (Multilinear Isotropic Hardening) (ver figura 4.21).
A teoria da plasticidade provê uma relação matemática que caracteriza a
resposta elastoplástica do material quando sujeito a uma determinada tensão.
Existem três conceitos, critério de escoamento (yield criterion), regra de fluxo (flow
rule) e critério de endurecimento (hardening rule), relacionados a esta teoria. Estes
conceitos são descritos nos itens abaixo.
4.3.5.1. Critério de Escoamento O critério de escoamento determina o nível de tensão na qual o escoamento do
material é iniciado.
Para vários componentes de tensão, gerados por diferentes carregamentos, este
critério é representado como uma função individual dos componentes, f({σ}), a qual
pode ser interpretada como uma tensão equivalente σe.
})({σσ fe = (4-41)
Onde:
{σ} = Vetor tensão.
Quando a tensão equivalente é igual ao parâmetro de escoamento do material σy,
yf σσ =})({ (4-42)
o material irá desenvolver deformações plásticas. Se σe for menor do que σy, o
material se encontra na fase elástica e as tensões se desenvolverão de acordo com a
relação elástica de tensão-deformação. Note que para este critério, a tensão
equivalente não pode exceder o escoamento do material, uma vez que, caso isto
ocorra, instantaneamente aparecerão deformações plásticas.
51
Multilinear Isotrópico
Tensã Média = constante o
Figura 4.21 - Comportamento da Relação Tensão-Deformação para o Modelo de
Materiais Multilinear Isotrópico [23]
4.3.5.2. Regra de Fluxo (Flow Rule) O critério de fluxo determina a direção da deformação plástica e é dado por:
{ }⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
=σ
λε Qd pl (4-43)
Onde:
λ = Multiplicador Plástico (o qual determina a quantidade de deformação plástica)
Q = Função da tensão chamada de potencial plástico (a qual determina a direção da
deformação plástica)
Sendo Q uma função do escoamento (como é normalmente assumido), a regra de
fluxo é chamada associativa e a deformação plástica ocorre na direção normal à
superfície de escoamento.
4.3.5.3. Critério de Endurecimento (Hardening Rule) O Critério de Endurecimento descreve a mudança da superfície de escoamento
à medida que o escoamento do material ocorre, tal que as condições (isto é o estado
de tensões) para o próximo passo de escoamento possa ser estabelecida.
52
O critério de endurecimento utilizado é baseado no encruamento do material
(work hardening ou isotropic hardening) onde a superfície de escoamento permanece
centrada em torno de sua linha de centro e aumenta seu tamanho à medida que as
deformações plásticas ocorrem.
Para os materiais com comportamento plástico isotrópico, o critério de
endurecimento é chamado de endurecimento isotrópico (isotropic hardening) e é
mostrado na figura abaixo.
Endurecimento Isotrópico
Superfície de Escoamento inicial
Superfície de Escoamento Subseqüente
Figura 4.22 - Comportamento da Relação tensão-deformação para o critério de
endurecimento isotrópico [23]
4.3.5.4. Incremento de Deformação Plástica
Caso a tensão equivalente calculada usando as propriedades elásticas do
material excederem a sua tensão de escoamento, ocorrerão as deformações plásticas.
Estas deformações plásticas reduzem o estado de tensões tal que ela satisfaça o
critério de escoamento, conforme equação 4-42. Baseada na teoria apresentada nas
seções anteriores, o incremento da deformação plástica é prontamente calculado.
O critério de endurecimento condiciona que o critério de escoamento muda
com o encruamento do material. Incorporando estas dependências na equação 4-42,
e remodelando-a, teremos:
{ } { } 0),,( =ασ kF (4-44)
Onde,
k = Trabalho Plástico;
{α} = translação da superfície de escoamento.
53
k e {α} são chamados de variáveis internas ou variáveis de estado. Especificamente, o
trabalho plástico é o somatório de trabalho plástico feito a partir do histórico de
carregamentos.
{ } [ ]{∫= plT dMk εσ }
}
(4-45)
Onde,
[ ]
⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
200000020000002000000100000010000001
M
A translação da superfície de escoamento é também dependente do histórico de
carregamentos e é dada por:
{ } {∫= pldC εα (4-46)
Onde,
C = parâmetro do material.
A equação 4-44 pode ser diferenciada tal que sua condição de estabilidade é:
0}]{[}]{[ =⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
+∂∂
+⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
= αα
σσ
dMFdkkFdMFdF
TT
(4-47)
Diferenciando as equações 4-45 e 4-46 teremos:
{ } [ ]{ plT dMdk εσ= } (4-48)
{ } { }pldCd εα = (4-49)
Substituindo as equações 4-48 e 4-49 na equação 4-47, teremos:
54
{ } [ ]{ } 0}]{[}]{[ =⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
+∂∂
+⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂ pl
TplT
T
dMFCdMkFdMF ε
αεσσ
σ (4-50)
O incremento da tensão pode ser calculado através da relação elástica da tensão-
deformação.
{ } [ ]{ }eldDd εσ = (4-51)
Onde:
[D] = Matriz tensão-deformação.
Uma vez que incremento total de deformação pode ser dividido nas partes elástica e
plástica, teremos:
{ } { } { }plel ddd εεε −= (4-52)
Combinando as equações 4-43, 4-50, 4-51 e 4-52, teremos:
⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
+⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
−⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
−
⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
=
σσσασσ
εσλ
QDMFQMFCQMkF
dDMF
TT
T
]][[][][}{
}]{][[ (4-53)
O tamanho do incremento de deformação plástica é conseqüentemente
relacionado ao incremento total de deformação, ao estado de tensões presente, e a
forma específica da superfície de escoamento e da superfície potencial. O incremento
de deformação plástica é então calculado usando a equação 4-43.
{ }⎭⎬⎫
⎩⎨⎧∂∂
=σ
λε Qd pl (4-54)
4.3.5.5. Implementação dentro do Programa de Elementos Finitos ANSYS Um esquema inverso de Euler é usado para forçar a consistência da condição de
estabilidade da equação 4-47 garantindo que as tensões, as deformações e as
variáveis internas estejam sobre a superfície de escoamento. O algoritmo procede
conforme os itens abaixo:
55
1. O parâmetro do material σy na equação 4-42 é determinado para este time step
(como por exemplo, a tensão de escoamento na temperatura desejada).
2. As tensões são calculadas baseadas em uma deformação tentativa (trial strain)
{εtr}, a qual corresponde a deformação total menos a deformação plástica
calculada no time point anterior (efeitos térmicos e outros são ignorados):
{ } { } { }plnn
trn 1−−= εεε (4-55)
Todos os termos subscritos referem-se ao time point. Quando todos os termos
referem-se ao time point corrente, os sobrescrito é não é utilizado. A tensão
tentativa (trial stress) é então definida como:
{ } [ ]{ }trtr D εσ = (4-56)
3. A tensão equivalente σe é calculada para este nível de tensão conforme
equação 4-41. Se σe é menor do que σy o material é elástico e nenhum
incremento de deformação plástica é adicionado.
4. Se a tensão exceder o escoamento do material, o multiplicador plástico λ é
determinado por um procedimento local de interação de Newton-Raphson.
5. {ΔεPL} é calculado via equação 4-54.
6. A deformação plástica atual é atualizada para
{ } { } { }plpln
pln εεε Δ+= −1 (4-57)
Onde,
{ }=plnε deformação plástica atual
A deformação elástica é calculada segundo a equação abaixo
{ } { } { }pltrel εεε Δ−= (4-58)
Onde:
{εel} = deformação elástica.
O vetor tensão é:
{ } [ ]{ }elD εσ = (4-59)
Onde:
{σ} = tensão.
7. O incremento no trabalho plástico Δk e o centro da superfície de escoamento
{Δα} são calculados através das equações 4-48 e 4-49 e os valores correntes
são atualizados.
kkk nn Δ+= −1 (4-60)
}{}{}{ 1 ααα Δ+= −nn (4-61)
Onde o valor subscrito n-1 é referente ao valor no time point anterior.
56
8. Como saída do programa, uma deformação plástica equivalente , um
incremento equivalente de deformação plástica , um parâmetro de tensão
equivalente e uma razão de tensão N são calculados. A razão de tensão
é dada por:
pl^ε
pl^εΔ
pl
e
^σ
y
eNσσ
= (4-62)
Onde σe é calculado usando a tensão tentativa (trial stress). N é maior ou igual
a 1 quando o escoamento está ocorrendo e menor do que 1 quando o estado
de tensões é elástico. O incremento equivalente de deformação plástica é
dado por:
{ } 21
^}]{[
32
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ΔΔ=Δ plTpl
pl
M εεε (4-63)
Note que o esquema de integração inverso de Euler no passo 4 é o algoritmo de
retorno radial para o Critério de Escoamento de Von Mises.
4.3.5.6. Matriz Elastoplástica de Tensão-Deformação A matriz tangente ou matriz elastoplástica tensão-deformação é derivada do
método de interação local de Newton-Raphson (ver item 4.3.8.1) usado no passo 4
descrito acima. Se a regra de fluxo é não-associativa (F≠ Q) então a tangente é não-
simétrica. Para preservar a simetria da matriz, para análises com regra de fluxo não-
associativo, a matriz é calculada usando somente F e depois somente Q, e então é
calculada a média das duas matrizes.
4.3.5.7. Modelo Multilinear com Endurecimento Isotrópico (Multilinear
Isotropic Hardening) Esta opção utiliza o critério de escoamento de Von Mises associado a regra de
fluxo e ao endurecimento isotrópico (isotropic hardening).
A tensão equivalente da equação 4-41 é
21
}]{[}{23
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡= SMS T
eσ (4-64)
57
onde {S} é a tensão desviatória (equação 4-66). Quando σe é igual a tensão de
escoamento atual σk, é assumido que o material está escoando. O critério de
escoamento é:
0}]{[}{23 2
1
=−⎥⎦⎤
⎢⎣⎡= k
T SMSF σ (4-65)
⎣ TmS 000111}{}{ σσ −= ⎦ (4-66)
Onde,
σm = tensão média ou tensão hidrostática = )(31
zyx σσσ ++ (4-67)
Para o encruamento do material (work hardening), σk é função da quantidade
de trabalho plástico realizado. Para o caso de plasticidade isotrópica assumida nesta
dissertação, σk pode ser determinado diretamente da deformação plástica equivalente
e da curva uniaxial tensão-deformação como apresentado na figura abaixo. σk é
obtido como um parâmetro da tensão equivalente.
pl^ε
Figura 4.23 - Comportamento Uniaxial para o Modelo Multilinear com Endurecimento
Isotrópico [23]
58
4.3.6. Curva Verdadeira Tensão-Deformação [24]
Como visto nos itens anteriores as curvas tensão x deformação são
representadas pela plotagem de uma tensão nominal versus uma deformação.
Podemos intuir que esta tensão nominal não é verdadeira tensão que age no corpo
ensaiado no teste de tração, uma vez que a seção reta da área do corpo é reduzida
com o aumento do carregamento. Para valores de tensão menores ou próximos ao
escoamento, esta diminuição da área do corpo não é tão importante. A tensão
verdadeira pode ser obtida da tensão nominal conforme mostrado a seguir. Se
pequenas mudanças no volume são desprezadas, isto é, o material é assumido ser
incompressível, então
AllA =00 (4-68)
Onde A0 e l0 são a área da seção reta e o comprimento original do corpo e A e l são a
área da seção reta e o comprimento atual do corpo (após carregamento). Se P é a
carga, então a tensão verdadeira σ é
00lAPl
AP==σ (4-69)
A tensão nominal é
0AP
n =σ (4-70)
e a deformação convencional é
10
−⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=
llε
logo,
)1( εσσ += n (4-71)
É reconhecido que a deformação de engenharia não pode estar
completamente correta, uma vez que o comprimento está continuamente em
mudança. Uma definição diferente, baseada na mudança do comprimento, foi
introduzida por LUDWICK [25], onde o incremento de deformação para um dado
comprimento é definido por:
ldld =
−
ε (4-72)
e a deformação total, advinda de algum comprimento inicial l0 para um comprimento
final l é:
∫ ==− l
l ll
ldl
0 0
lnε (4-73)
59
Onde é chamada de deformação natural, logarítmica, ou verdadeira e representa
uma espécie de média da deformação baseada na mudança de comprimento de l até
l0. A relação com a deformação convencional é facilmente obtida. Uma vez que
−
ε
ε+= 10ll
então:
)1ln( εε +=−
(4-74)
Para pequenas deformações, as deformações verdadeira e convencional são
praticamente idênticas.
Plotando as duas curvas tensão x deformação convencional e tensão x
deformação verdadeira para um teste de tração, veremos que estas curvas serão
essencialmente as mesmas até o limite de escoamento e levemente superior após o
limite de escoamento (figura 6.1). Além deste ponto as duas plotagens serão
diferentes. A tensão, para a curva deformação verdadeira, sempre aumentará até o
ponto de ruptura e não possuirá um máximo no ponto onde a carga inicia sua queda.
A tensão, para a curva deformação verdadeira, no ponto de máximo carregamento
pode ser calculada conforme o procedimento abaixo. Uma vez que,
AP σ= (4-75)
No ponto de máximo carregamento
0=+= σσ AddAdP (4-76)
ou A
dAd−=
σσ
como , então AllA =00
0=+ ldAAdl (4-77)
ou ldl
AdA
−=
Conseqüentemente: −
== εσσ d
ldld
(4-78)
ou
σε
σ=−
d
d (4-79)
εσ
εσ
+=
1dd
(4-80)
60
Em um plot de σ versus , o valor de σ na qual o carregamento é máximo
ocorre onde a inclinação da reta é igual a inclinação da região plástica da curva
gerada, conforme figura abaixo.
−
ε
Figura 4.24 - Inclinação da Reta para o Máximo valor da Tensão [24]
Alternativamente, a curva tensão x deformação verdadeira pode ser obtida
medindo-se a taxa de deformação diametral de um corpo com uma seção circular.
Então se εD é a deformação na direção diametral, então
0
0
DDD
D−
=ε (4-81)
onde D0 é o diâmetro inicial do corpo e D é o diâmetro do corpo quando sujeito a
tensão verdadeira σ (para a curva deformação verdadeira). A deformação diametral
verdadeira é:
0
ln)1ln(DD
DD =+=−
εε (4-82)
Utilizando a condição de incompressibilidade
0321 =++−−−
εεε (4-83)
A deformação longitudinal verdadeira é
DD
D0ln22 =−=
−−
εε (4-84)
A deformação verdadeira para qualquer carregamento pode então ser
determinada pela medida da mudança no diâmetro do corpo.
Da equação acima nós podemos verificar que a deformação verdadeira
também pode ser escrita como
61
AA0ln=
−
ε (4-85)
onde AA0ln é chamado de redução verdadeira de área.
No item 6.3 são apresentadas as curvas tensão x deformação de engenharia e
verdadeira para o material do riser analisado.
4.3.7. O Problema da Incompressibilidade [22]
Certos materiais têm um comportamento incompressível, ou seja, não sofrem
variação de volume como resultado do processo de deformação. Isto ocorre em
materiais isótropos lineares elásticos com coeficiente de poisson 0.5 e em materiais
hiper-elásticos (borracha por exemplo). Também muitos fluidos são assumidos
incompressíveis. Materiais elastoplásticos quando submetidos a grandes deformações
plásticas, também têm um comportamento incompressível. Conforme visto
anteriormente, as deformações plásticas não produzem variação de volume, apenas
as elásticas. Sendo as deformações plásticas predominantes frente as elásticas o
problema torna-se praticamente incompressível (na literatura usualmente denominado
de problema quaseincompressível) e o mesmo ocorre em problemas elasto-visco-
plásticos.
É importante salientarmos que o problema de incompressibilidade tem
importância apenas em problemas em que haja restrição à deformação. Problemas
em estado plano de tensão, placas, cascas e vigas, nas quais se admite uma tensão
nula, e portanto dilatação livre na direção correspondente, não terão problema de
incompressibilidade.
4.3.8. Solução do Problema Não-Linear [22]
4.3.8.1. Método de Newton-Raphson
Para que possamos entender melhor o método de Newton-Raphson, vamos
aplicá-lo inicialmente a uma função unidimensional (uma única variável). Logo, seja
f(x) a função não-linear a ser minimizada.
62
Figura 4.25 - Função não-linear a ser Minimizada [22]
A idéia básica do método é linearizar f(x) e procurar a solução sobre esta
função linearizada. Para que o método convirja à solução real ou física do problema é
necessário termos uma estimativa inicial da função (f(x0)), próxima desta solução. Isto
evita que o método convirja a uma solução indesejada (não física) já que, nos casos
não-lineares, a solução do problema deixa de ser única.
A linearização é obtida fazendo um desenvolvimento em série de Taylor da
função em torno de f(x0), truncando-se os termos de mais alta ordem. Logo:
( ) ( ) ( ) 01
0
00 =+−+=Δ
−
K876 x
xx
xxdxdfxfxf (4-86)
O incremento em x, Δx0, que torna a aproximação inicial x0 mais próxima da
solução (ver figura 4-25), pode então ser calculada como:
( )
0
01
xxdxdf
xfx
=
−=Δ (4-87)
Uma melhor aproximação da solução pode ser obtida como:
101 xxx Δ+= (4-88)
Para uma próxima iteração, faz-se uma linearização da função agora em torno da
solução melhorada (x1) de modo que o incremento torna-se:
63
( )
1
12
xxdxdf
xfx
=
−=Δ (4-89)
e assim por diante até que f(x) seja tão próxima de zero quanto se queira.
A extensão destas expressões para casos multidimensionais é imediata. Ou
seja, em lugar de minimizar a função f(x), vamos procurar minimizar a função resíduo
. As observações feitas quanto a necessidade de uma estimativa inicial da
solução também continuam válidas. Como indicado na figura 4.26 abaixo, vários
mínimos locais existem para a energia relacionada ao problema, mas apenas uma
está relacionada com a realidade física do mesmo. Uma estimativa inicial correta da
configuração equilibrada final deve então ser fornecida, para uma correta
convergência do método.
resF~
Figura 4.26 - Deslocamento do Corpo x Níveis de Energia [22]
Nível de energia E1>E2>E3>E4 U1,U2, deslocamento do corpo
Como nosso intuito é a solução de um problema não linear, o que inclui um
problema de grandes deformações, esta estimativa inicial necessária da solução ou da
configuração equilibrada final torna-se muito difícil. Isto pode ser resolvido dividindo-se
o problema em várias etapas ou passos, por exemplo, dividindo os carregamentos que
agem na estrutura. Assim, se o passo de carga for muito pequeno, teremos uma
configuração equilibrada num determinado passo de tempo muito semelhante ao do
passo anterior. Como esta configuração equilibrada do passo anterior já é conhecida,
a mesma pode ser empregada como estimativa da solução para o passo atual,
resolvendo esta questão. Este tipo de formulação é denominada incremental.
Podemos assim elaborar um fluxograma do método conforme abaixo:
64
j=1, número de passos
Incremento no carregamento
i = 1, número de iterações
)(1
)(
)()( ires
i
iresi
FX
X→
−
→
→→
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
∂
∂−=Δ (a)
)()()1( iii
XXX→→+→
Δ+= (b)
?/)1()1(
TOLFFiextires
≤+→+→
(c)
NÃO SIM
Figura 4.27 - Fluxograma do Método Incremental [22]
No fluxograma acima, o vetor →
X representa as coordenadas dos nós da malha
de elementos finitos. A norma euclidiana do resíduo pode ser dividida pela norma das
forças internas ou externas, divisão esta que adimensionaliza o resíduo. O valor de
TOL acima é usualmente tomado como 1 x 10-3. O termo entre colchetes (equação (a)
acima) é usualmente denominado de matriz tangente do problema, e deve ser
recalculada a cada iteração. Esta é uma operação cara computacionalmente mas
necessária para garantir a convergência quadrática que caracteriza o método. A
matriz tangente deve ser consistente com o método de integração empregado e é
possível também avaliá-la numericamente.
As boas características de convergência do método também dependerão da
qualidade da estimativa inicial que se faz da configuração equilibrada. Como já
comentado, isto pode ser obtido empregando incrementos de carga muito pequenos e
utilizando a última configuração equilibrada como estimativa. Assim se são as
coordenadas da última configuração equilibrada, a estimativa da nova configuração
será:
→
jX
→
+)0(1jX
→→
+ = jj XX )0(1 (4-90)
Porém o uso de incrementos muito pequenos não é econômico do ponto de vista de
tempo de computação.
65
Uma técnica interessante que permite acelerar o método de solução consiste em fazer
uma estimativa da nova configuração equilibrada como uma extrapolação linear
baseado na última e na penúltima configuração conhecida . Assim: ⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛−
~1jX
tXXX jj Δ+=→
→→
+
.)0(1 (4-91)
onde
1
1.
−
→
−
→→
−
−=
jj
jj
ttXX
X
Δt é o incremento de tempo do passo considerado (tj+1 - tj). É assumida, desta forma,
uma velocidade constante de deslocamento dos nós da malha. Graficamente este
procedimento pode ser visto abaixo:
Figura 4.28 - Estimativa da nova configuração [22]
O uso de 4-92, em lugar de 4-91 permite uma aceleração da convergência do
método e não deve ser aplicada para nós com deslocamento prescrito. Quando existe
uma brusca variação das cargas de um passo de tempo a outro (ver figura 4.29
abaixo) é preferível fazer a extrapolação em termos da função carregamento (aqui
genericamente representadas pela letra Q), cuja evolução no tempo é conhecida a
priori. A estimativa das coordenadas neste caso é dada pela equação abaixo.
tQXX jj Δ+=→
→→
+
.)0(1 (4-92)
Onde:
66
1
1.
−
→
−
→→
−
−=
jj
jj
ttQQ
Q (4-93)
Figura 4.29 - Variação de Cargas em Tempos Diferentes [22]
Apesar deste processo de extrapolação permitir o uso de incrementos de
tempo maiores, fica ainda a pergunta de quanto deve ser este incremento. Em
processos altamente não lineares é muito difícil estabelecer a priori o valor do
incremento de tempo, pois o mesmo pode ser adequado para dar início ao processo,
mas, posteriormente, tornar-se inadequado (muito grande, inviabilizando a análise, ou
muito pequeno, levando a um processo de solução exageradamente lento). Para
estes processos é então necessário o uso de passo de tempo variável, devendo ser o
valor do incremento ajustado automaticamente. Diversos tipos de critérios podem ser
utilizados para a definição do passo, como, por exemplo, a velocidade de
convergência dos passos anteriores: um pequeno número de interações no passo
anterior indica que o incremento pode ser aumentado enquanto que se muitas
iterações são feitas indica que o incremento já é muito grande e eventualmente deve
ser diminuído.
4.3.9. Princípios Básicos do Método dos Elementos Finitos – MEF [25]
O Método dos Elementos Finitos (MEF) resolve os problemas inerentes aos
métodos originais de Rayleigh-Ritz, Galerkin, diferenças finitas, resíduos ponderados e
outros. Nos dois primeiros métodos, nem sempre é fácil obter as funções
aproximadoras que satisfaçam as condições de contorno irregular e saber se elas se
aproximam da função exata. Além disto, para melhorar a precisão dos resultados é
preciso considerar sempre funções de ordem superior às anteriormente propostas, o
que torna o cálculo muito trabalhoso, ou em certos casos de difícil solução.
67
Comumente, o MEF utilizado é baseado no método de Rayleigh-Ritz, e este se
baseia na minimização da energia potencial total do sistema, escrita em função de um
campo predefinido de deslocamentos. Já o MEF prevê a divisão do domínio de
integração, contínuo, em um número finito de pequenas regiões denominadas
elementos finitos, tornando o meio contínuo discreto. A essa divisão do domínio se dá
o nome de malha de elementos finitos. A malha pode ser refinada variando o tamanho
dos elementos inicialmente propostos até que a convergência e os resultados não
apresentem discrepâncias consideradas. Quanto menor o tamanho dos elementos,
mais refinada é a malha. Os pontos de interseção das linhas dessa rede (malha) são
chamados nós.
Este método consiste não apenas em transformar o sólido contínuo em uma
associação de elementos discretos e escrever as equações de compatibilidade e
equilíbrio entre eles, mas admitir funções contínuas que representam, por exemplo, o
campo de deslocamentos no domínio de um elemento, e a partir daí, obter o estado de
deformações correspondente que, associado às relações constitutivas do material,
permitem definir o estado de tensões em todo o elemento. Este estado de tensões é
transformado em esforços internos que têm de estar em equilíbrio com as ações
externas.
Ao invés de buscar uma função admissível que satisfaça as condições de
contorno para todo o domínio, no MEF as funções admissíveis são definidas no
domínio de cada elemento finito. Para cada elemento finito, é montado um funcional
que, somado aos dos demais elementos finitos, formam o funcional para todo o
domínio. Para cada elemento, a função aproximada é formada por variáveis referidas
aos nós dos elementos (parâmetros nodais) e por funções denominadas de funções
de forma.
A solução de um sistema de equações dá valores dos parâmetros nodais que
podem ser deslocamentos, forças internas, ou ambos, dependendo da formulação do
método dos elementos finitos que se utiliza. Se o campo de deslocamentos é descrito
por funções aproximadoras e o princípio da mínima energia potencial é empregado, as
incógnitas são as componentes dos deslocamentos nodais e o método é denominado
modelo dos deslocamento ou método dos elementos finitos. Nos métodos mistos, as
funções aproximadoras são expressas em termos de deslocamentos e forças internas
ou tensões e são derivadas de princípios variacionais generalizados, como o princípio
de Reissner.
68
Capítulo 5. Critérios de Aceitação para as Análises Elastoplásticas
5.1. Introdução
O objetivo das diversas normas existentes de cálculo estrutural é estabelecer
limites para as tensões admissíveis que garantam a integridade dos equipamentos,
quando sujeitos aos carregamentos de operação. Estes limites admissíveis para as
tensões, resultantes dos carregamentos aplicados, são, na maioria das vezes,
conservativos, uma vez que estabelecem valores para as tensões admissíveis dentro
do regime elástico do material, ou seja, não permitem que a estrutura atinja
deformações plásticas localizadas.
Estas deformações plásticas ocorrem quando um corpo (de um material dúctil)
está sujeito a um carregamento estático excessivo e a não ser que este carregamento
seja limitado, ocorrerá o colapso plástico ou mesmo a ruptura da estrutura. De acordo
com as normas existentes, dois tipos de análises de tensão podem ser feitas para se
avaliar as tensões que ultrapassam o limite elástico do material e, conseqüentemente,
geram deformações plásticas. Estas análises são definidas com análises elásticas e
análises elastoplásticas.
Este capítulo pretende apresentar alguns critérios de aceitação para análises
elásticas e elastoplásticas comumente utilizados no dimensionamento de estruturas
que ultrapassam as tensões admissíveis elásticas estabelecidas pelos principais
códigos de projetos (normas). É apresentado também o critério de aceitação
elastoplástico proposto nesta dissertação.
5.2. Análise Elástica e Análise Elastoplástica – Critérios
5.2.1. Análise Elástica
Quando as análises elásticas são utilizadas, a carga admissível é calculada
indiretamente dividindo-se as tensões elásticas geradas em primária, secundária e de
pico e limitando-se as tensões primárias a valores admissíveis (ver iten 5.2.1.1
abaixo). Este procedimento é comumente chamado de linearização das tensões.
5.2.1.1. Tensões Admissíveis
A metodologia de projeto é estabelecida pela norma API 6AF2 [27], adotando-
se, entretanto, a tensão de projeto admissível estabelecida pelas normas API 6A [28] e
API 17D [29], o que resulta nos seguintes limites de tensão:
69
SM = 2/3 SYf (5-1)
Sm = SM (5-2)
SL + Sb = 1,5 SM (5-3)
SL + Sb + Sq = 3,0 SM (5-4)
Onde:
SM = tensão de projeto admissível;
Sm = tensão primária de membrana admissível;
SL = tensão primária local de membrana admissível;
Sb = tensão primária de flexão admissível;
Sq = tensão secundária;
SYf = tensão mínima de escoamento do material da estrutura.
5.2.2. Análise Elastoplástica
Quando o projeto é baseado em uma análise elastoplástica, a carga admissível
é determinada diretamente da resposta elástica-plástica da estrutura. Dois tipos de
análises inelásticas podem ser utilizadas para caracterizar esta resposta: análise limite
e análise plástica.
As análises limites assumem que o modelo do material a ser utilizado é um
modelo elastoplástico perfeito (conforme definido no item 4.3.1.2.1) e assumem a
teoria de pequenas deformações (figura 4.15). O material exibe um comportamento
linear até a sua tensão de escoamento e após este valor ocorre um ilimitado fluxo
plástico ou uma plasticidade perfeita. Quando uma plasticidade perfeita, aliada a uma
teoria de pequenas deformações são usadas, a capacidade de acumular
carregamento da estrutura é limitada pelas considerações de equilíbrio.
O resultado de um carregamento aplicado contra as deformações produzidas,
para uma análise limite hipotética, é apresentado na figura 5.1 abaixo.
Inicialmente, a resposta da estrutura é linear elástica e quando o escoamento é
excedido, as regiões da deformação plástica se desenvolvem e a resposta da
estrutura passa a ser não linear. Com o aumento do carregamento, incrementos
iguais de carga geram maiores deformações plásticas. Na carga limite, a curva da
deformação torna-se horizontal ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ = 0δd
dP. Como a estrutura não pode manter por
muito tempo o equilíbrio com as forças internas, ocorre então o escoamento plástico.
A estrutura falha pela perda de equilíbrio na carga limite. A norma BSI [30] condiciona
que ”se a teoria da análise limite plástica é empregada, a carga limite pode ser
definida como a carga que produz uma deformação plástica significativa, embora este
valor possa levar a valores de carga conservativos”.
70
Escoamento Ilimitado: Colapso Plástico
Domínio das Deformações Plásticas
Escoamento Local: Início das Deformações plásticas
Deformações Elásticas
Deformações
Carga Limite
Figura 5.1 - Análise Limite Hipotética [31]
A carga admissível é então calculada aplicando-se uma margem de
aproximadamente 1.5 sobre a carga que gerou esta deformação plástica significativa
(similarmente ao critério elástico onde 1.5 corresponde a razão entre a tensão de
escoamento e a tensão de projeto). Similarmente, a norma ASME, em sua seção VIII
divisão 2 Apêndice 4-136.3 que trata de análises limites, requer que esta carga
admissível não exceda dois terços da carga de colapso plástico.
La PP32
= (4-5)
onde PL é a carga limite da estrutura. Porém, o comportamento real da estrutura pode
variar um pouco do modelo da análise limite por duas razões: o material pode exibir,
após o escoamento, um endurecimento por deformação plástica (strain hardening) e
grandes deformações também podem ocorrer.
Os materiais reais das estruturas exibem comportamento linear até o
escoamento do material, mas depois disso, as tensões e as deformações aumentam
de uma maneira não-proporcional, como mostrado na figura 5.2 abaixo. Este
comportamento pós-escoamento é chamado de endurecimento por deformação
plástica (conforme visto no item 4.3.1.1). Como os materiais com endurecimento de
deformação plástica (strain hardening) podem suportar tensões superiores a do
escoamento, as deformações plásticas podem continuar, para carregamentos acima
do limite teórico de carga da estrutura, sem que seja violado o equilíbrio. Se grandes
deformações ocorrem, o caminho do carregamento estrutural pode mudar,
acarretando em um aumento ou em uma diminuição da capacidade de carregamento
da estrutura (conforme item 4.3.1.1).
71
Figura 5.2 - Curva Tensão x Deformação [31]
Uma curva hipotética, carga x deformação, de uma análise plástica é
comparada com uma curva de análise limite para a mesma estrutura na figura 5.3
abaixo.
Deformações
Deformações Plásticas Excessivas
Teoria da Plasticidade Perfeita para Pequenas deformações
Encruamento
Escoamento Local: Início das Deformações Plásticas
Deformações Elásticas
Figura 5.3 - Comparação entre Análises Elastoplásticas [31]
Uma das maiores dificuldades em se realizar uma análise plástica é definir “a
carga plástica”, obtida através da simulação, a ser utilizada como base para cálculo da
carga estática admissível para a estrutura. Esta dificuldade também é encontrada
quando queremos definir a carga limite em uma análise limite. Na prática, isto é feito
aplicando-se um critério para a escolha da carga que gerará uma deformação plástica
excessiva e não o colapso físico (“colapso plástico”) da estrutura.
72
Um grande número de critérios para escolha desta carga têm sido propostos na
literatura e uma revisão dos mais comumente utilizados é descrito por GERDEEN [32],
que atribui a carga calculada por este critério como “carga plástica” preferivelmente ao
termo “carga de colapso plástico”, uma vez que a mesma não gerará necessariamente
o colapso físico da estrutura.
A norma ASME VIII, em sua divisão 2 apêndice 4-136.5 Análises Plásticas,
requer que esta carga não exceda dois terços da carga de colapso (ou carga plástica)
da análise plástica. Então a carga admissível Pa é
Pa PP32
= (5-6)
Onde PP é o carregamento plástico da estrutura (carga plástica).
5.2.3. Critérios para Definição da Carga Plástica
5.2.3.1. Critério TES
O critério plástico especificado na norma ASME VIII, em sua divisão 2 apêndice
4-136, é denominado TES (twice-elastic-slope) e é definido no apêndice 6, Análises
Experimentais de Tensão Obrigatórias 6-153 - Critérios para Carga de Colapso,
indicando que a origem do método TES, e muito dos outros critérios plásticos, são
baseados em análises experimentais de tensão.
O critério TES é baseado na resposta carga-deformação de uma estrutura,
obtida em uma análise elastoplástica. A curva da resposta estrutural é mostrada na
figura 5.4 abaixo, onde o eixo da abscissa corresponde a deformação e o eixo das
ordenadas ao carregamento. A carga e a deformação são escolhidas de forma que a
resposta estrutural é caracterizada adequadamente. A escolha de um carregamento
característico é simples quando se trata de um carregamento apenas, mas pode ser
complicado quando a estrutura está sujeita a múltiplas combinações de carregamento.
A escolha de um apropriado parâmetro de deformação é essencial, caso contrário uma
estimativa para a carga plástica pode não ser conservativa. A norma ASME sugere
que os deslocamentos ou as deformações máximas principais podem ser utilizados,
mas não fornece um indicativo da região ou da forma destes parâmetros. A carga
plástica, , é o carregamento correspondente à interseção da curva carga-
deformação e uma linha reta, chamada linha limite de colapso, traçada a partir da
φP
73
origem e com duas vezes a inclinação da resposta elástica inicial da estrutura (tal que
θϕ tan2tan = ), conforme figura 5.4.
Linha Limite de Colapso
Deformações
Carga
Figura 5.4 - Critério TES [31]
GERDEEN [32] nos dá detalhada orientação e recomendação para as
melhores práticas quando se aplica este critério. Ele argumenta principalmente que a
caracterização da carga P e da deformação δ devem ser tais que o produto delas deva
ser em unidades de trabalho, Nm, como por exemplo, força e deslocamento, momento
e rotação, etc. Quando isto é feito, a área sobre a curva característica carga-
deformação representa o trabalho total feito pela carga na estrutura. O trabalho total é
composto das contribuições elástica e plásticas do trabalho, We e Wp,
respectivamente. Com a aproximação da carga plástica ( )ϕP , ocorre uma deformação
plástica significativa e o trabalho plástico (PW) torna-se significante se comparado ao
trabalho elástico, como mostrado na figura 5.5 abaixo.
Deformações
Carga P
74
Figura 5.5 - Trabalhos Elástico e Plástico [31]
Deste modo, o PW é recomendado para garantir uma indicação adequada da
carga plástica. Em seus estudos GERDEEN verificou que o critério TES apresenta o
menor erro perante os critérios considerado por ele. Em contrapartida existem alguns
problemas associados a este método, como por exemplo, a escolha de um apropriado
parâmetro para a carga e para a deformação, uma vez que uma escolha errada pode
levar a um projeto mais ou menos conservativo [32] [33]. Em alguns casos, a curva
carga-deformação e a linha limite de colapso não se interceptam, independente do
parâmetro escolhido. Caso a perda de equilíbrio ocorra prematuramente a resposta
da curva elastoplástica terminará antes da possível interseção com a linha limite de
colapso e o critério não poderá ser utilizado.
5.2.3.2. Critério do Trabalho Plástico [31]
Este critério, proposto por MUSCAT et al. [31], usa o PW calculado por uma
análise de elementos finitos para caracterizar o comportamento da estrutura. Segundo
GERDEEN, o aparecimento de uma deformação plástica excessiva é esperado
quando o trabalho plástico se torna excessivo.
O incremento do trabalho feito, dW, por unidade de volume, em um pequeno
elemento infinitesimal do material, durante um pequeno incremento de deformação, é
igual a soma do incremento no trabalho elástico dWe mais o incremento no trabalho
plástico dWp: pe dWdWdW += (5-7)
Este incremento pode ser descrito em termos dos componentes de tensão e
deformação (elástica e plástica) como:
( )pij
eijij dddW εεσ += (5-8)
Onde e são os incrementos de deformação elásticos e plásticos,
respectivamente, e
eijdε p
ijdε
ijσ e ijε são os componentes de tensão e deformação.
O trabalho elástico (equivalente a energia de deformação elástica da estrutura) é dado
por:
∫= eijij
e dW εσ (5-9)
O trabalho plástico (energia dissipada na estrutura) é dado por
75
∫= pijij
p dW εσ (5-10)
O trabalho elástico pode ser calculado aproximadamente através da tensão
equivalente de Von Mises, σe, e da deformação elástica equivalente, εe (dada por uma
análise de elementos finitos) integrando-os através do volume do modelo.
∫= eee dW εσ (5-11)
Onde
( ) ( ) ( ){ }21
222222 6662
1zxyzxyxzzyyxe τττσσσσσσσ +++−+−+−= (5-12)
( ) ( ) ( ){ }21
213
232
2212
1 εεεεεεε −+−+−=ed (5-13)
Assumindo o critério de escoamento de Von Mises, o trabalho plástico pode ser
expresso em termos da tensão equivalente e da deformação plástica equivalente
∫= pep dW εσ (5-14)
Onde:
( ) ( ) ( ){ }21
222222 66632
zxyzxypx
pz
pz
py
py
pxp dddddddddd εεεεεεεεεε +++−+−+−=
(5-15)
Os diversos carregamentos aplicados em uma estrutura constituem um
conjunto de cargas, {P1, P2 e P3, ...} ou P. Durante o carregamento, o carregamento P
vai de 0 até um valor máximo Pmax. O valor de P em qualquer ponto da análise pode
ser caracterizado por um multiplicador de carga proporcional, λ, tal que P = λPmax,
onde 10 ≤≤ λ .
O critério do trabalho plástico caracteriza a resposta plástica da estrutura pela
plotagem da carga aplicada, representada pelo parâmetro λ, contra o trabalho plástico
cumulativo correspondente. O parâmetro de carga λ é plotado no eixo das ordenadas
e o trabalho plástico no eixo das abscissas. Quando a carga está abaixo do limite
elástico o trabalho plástico é zero. Quando o limite de escoamento do material da
estrutura é alcançado inicia-se a deformação plástica e o carregamento aplicado é
relacionado a medida do trabalho plástico realizado. Com o aumento do
carregamento, a zona plástica aumenta de tamanho e a curva característica mostra
isto como um aumento crescente da quantidade de trabalho para incrementos iguais
de carregamento.
76
A figura 5.6 mostra um exemplo da curva carga-trabalho plástico de um
material com endurecimento por deformação plástica (strain hardening). A
deformação inicial da estrutura é totalmente elástica e nenhum trabalho plástico ocorre
até que o escoamento é excedido no nível de carregamento correspondente a
aproximadamente λ = 0.5.
Após o escoamento, parte do trabalho feito é armazenado na estrutura como energia
elástica de deformação, mas uma parte do trabalho é dissipado pela ação da
plasticidade. Com o aumento da carga, a região plástica cresce e a quantidade de
trabalho plástico aumenta de maneira não-linear. Acima de λ = 0.85, pequenos
incrementos de carga dão maiores incrementos de trabalho plástico, indicando que
mais do trabalho plástico é feito é dissipado pela ação plástica, formando assim um
mecanismo plástico de colapso. Em termos de projeto, o carregamento plástico foi
alcançado e uma deformação plástica excessiva é estabelecida.
Deformação Plástica Excessiva
Formação do Mecanismo de Colapso
Propagação da Plasticidade
Escoamento Local: Início das Deformações Plásticas
Figura 5.6 - Critério do Trabalho Plástico [31]
Como mostrado na figura 5.6, o desenvolvimento do mecanismo de falha
plástico é gradual e é muito difícil determinar precisamente quando a carga plástica é
alcançada. Isto é comum para todos os critérios que envolvem plasticidade. Neste
critério (trabalho plástico) é proposto que a carga plástica deve ser avaliada aplicando-
se uma construção similar àquela usada no Critério da Interseção das Tangentes (TI -
Tangent Intersection Criterion) [34] descrito abaixo.
77
5.2.3.3. Critério da Interseção das Tangentes - TI
O critério da Interseção das Tangentes é baseado em uma curva característica
carga-deformação similar àquela usada no critério TES. A carga plástica é definida
pela construção de duas linhas retas tangentes as regiões linear e não linear,
respectivamente, como mostrado na figura 5.7 abaixo.
A carga plástica PTI é definida como a carga correspondente a interseção destas duas
linhas tangentes, para uma curva deformação característica. Este critério tem sido
largamente usado na literatura e é especificado para avaliar cargas limites conforme
CEN prEN 13445-3 [34].
Uma desvantagem significativa no critério TI é que ele nem sempre é claro
quanto ao local onde a reta tangente, referente a parte plástica da curva carga-
deformação, deve ser desenhada, especialmente se esta curva não apresenta um
platô ou uma resposta próxima a do ‘permanente’. Algumas recomendações para
definição desta tangente podem ser encontradas na CEN prEN 13445-3 [34].
No critério PW, o multiplicador da carga plástica λP é definido como a
interseção entre a linha da reta tangente da região “permanente” da curva PW e a
linha vertical ao eixo x, como mostrado na figura 5.6. A carga plástica correspondente
é
maxPP PP λ= (5-16)
Segundo CEN prEN 13445-3 [34], caso não haja um máximo ou um
comportamento “permanente” na região da deformação principal menor que ± 5% a
reta tangente deverá ser desenhada a partir do valor correspondente a 5 % de
deformação principal, obtida de uma análise de elementos finitos.
Figura 5.7 - Critério da Interseção das Tangentes [31]
78
5.2.4. Critério Proposto
Todos os critérios mencionados nos itens acima são utilizados para estruturas
íntegras, ou seja, que não possuem defeitos. Como o intuito desta dissertação é
estabelecer um critério elastoplástico para risers de perfuração corroídos, os critérios
propostos anteriormente servem, neste caso, somente para efeito comparativo.
Devemos esclarecer também que estes critérios visam determinar um
carregamento máximo (carga plástica) que gerará uma deformação plástica local
excessiva. Esta deformação plástica excessiva é conseqüência do valor de carga
plástica determinado pelos critérios e não possui um valor pré-estabelecido, ou seja,
não corresponde necessariamente a um valor fixo, como por exemplo, um percentual
(1, 2, 3 ou mesmo 16%) da deformação plástica de Von Mises, de Tresca ou de
qualquer outra deformação.
No critério proposto nesta dissertação este valor de deformação plástica é
estabelecido como sendo o máximo admissível para as regiões com defeito, ou seja,
os carregamentos extremos aos quais os risers são submetidos não poderão gerar
deformações plásticas que ultrapassem, nas regiões dos defeitos, valores pré-
estabelecidos. O que se pretende, na realidade, é estabelecer um critério baseado em
deformações e não em tensões para as regiões do riser com defeitos.
Como complemento a este critério é verificado se as tensões no resto da
estrutura do riser (regiões fora do defeito) atendem as normas de projeto que
estabelecem limites elásticos admissíveis para estas tensões.
Com o intuito de subsidiar a escolha de um valor de deformação plástica
aceitável para as regiões de defeito, são descritos abaixo algumas metodologias e
testes realizados para vasos de pressão corroídos. Devemos lembrar que estes vasos
de pressão estão sujeitos somente ao carregamento de pressão interna e que não
possuem a mesma função estrutural de um riser de perfuração, servindo apenas de
parâmetro comparativo para a determinação do valor de deformação plástica
admissível. São descritos abaixo também alguns códigos de projeto de dutos
(pipelines) que permitem deformações plásticas localizadas.
5.2.4.1. Fator de Resistência Remanescente (Remaining Strenght Factor)
Várias metodologias para determinar se uma região com defeito (áreas com
espessuras menores do que as originais) é aceitável, ou seja, não precisa de reparos,
são sugeridas em vários estudos [36] [37] [38] e foram desenvolvidas através de uma
série de análises paramétricas utilizando modelos de elementos finitos
elástico/plásticos. Diversas fórmulas, baseadas nos resultados destas análises, foram
79
desenvolvidas para calcular o fator de resistência remanescente (RSF) para cada área
com perda de espessura.
Este fator de resistência remanescente (RSF), para vasos de pressão corroídos, foi
sugerido primeiramente por SIMS (Sims, et al.) e estabelece a relação:
9.0tan
≤=corrl
ltacorr
PP
RSF (5-17)
Onde:
Pltacorr = Pressão de colapso para o vaso com defeito;
Pltancorr = Pressão de colapso para o vaso sem defeitos.
Este valor proposto para o RSF é estabelecido e adotado pelo Materials Properties
Council [39].
Os valores de Pltacorr e Pltancorr são retirados de análises de elementos finitos.
Métodos alternativos para cálculo de RSF foram sugeridos, onde os valores
para Pltacorr e Pltancorr são obtidos utilizando como critério um valor definido de
deformação plástica, conforme descritos por KIRK [40].
Segundo KIRK [40] o valor de RSF proposto pelo MPC é conservativo devido
ao fato de não se levar em consideração, nas análises realizadas, o encruamento do
material (work-hardening), uma vez que as análises são realizadas considerando
sempre o material elastoplástico perfeito.
A metodologia descrita por KIRK [40] consiste em se estabelecer um limite de
deformação plástica admissível para a estrutura sujeita aos carregamentos de
operação (figura 5.8). Neste caso, o estudo foi realizado considerando-se um vaso de
pressão corroído sujeito ao carregamento de pressão interna. O valor definido por
KIRK [40] para a deformação plástica de Von Mises admissível é de 2%, a ser
calculada no nó pertencente ao elemento mais requisitado estruturalmente dentro do
defeito. Este valor foi utilizado principalmente por ser alto o bastante para garantir a
redistribuição das tensões secundárias e porque quase todos os vasos de pressão
devem estar habilitados a alcançar este valor de deformação sem falhar.
Este valor de deformação plástica de Von Mises admissível foi amplamente
utilizado por SIMS [36] [37] [38] [39] em seus trabalhos e está em consonância com
diversas análises de elementos finitos realizadas anteriormente [36] [37].
Com o estabelecimento de um valor determinado para a deformação plástica
admissível, o valor da carga plástica, correspondente a esta deformação, pode ser
obtido e o fator de resistência remanescente calculado e checado.
80
X%
Deformações
Carga
Estrutura sem defeito
Estrutura com defeito
Pltancorr
Pltacorr
Figura 5.8 - Fator de Resistência Remanescente para um Valor Fixo de Deformação
plástica [40]
5.2.4.2. Testes Hidrostáticos de dois Vasos de Pressão com Perda de Espessura Localizada
Em testes realizados por CONNELY [42] em vasos de pressão corroídos, foram
obtidos valores para deformação plástica acima de 4%, para ambos os vasos, antes
da ruptura da estrutura. Estes vasos foram ensaiados com uma pressão interna
correspondente a quatro vezes a pressão de projeto e um conjunto de defeitos foram
fabricados para simular um vaso de pressão com diversos pontos de corrosão.
5.2.4.3. Projeto Baseado em Deformações (Strain-Based Design)
O aparecimento de deformações plásticas localizadas durante a instalação de
dutos submarinos (pipelines) tem sido um fator importante no dimensionamento destes
dutos ao longo do tempo. A primeira instalação de dutos de aço de pequeno diâmetro
pelo método do carretel (reel method), método este que submete o duto a
deformações plásticas devido a aplicação de um dobramento, data do ano de 1940. O
dobramento a frio de dutos antes de sua instalação, que também introduz
81
deformações plásticas, também é um método que tem sido utilizado com bastante
sucesso ao longo do tempo. Estas técnicas têm sido utilizadas extensivamente ao
longo dos anos para dutos com alta resistência e com grandes diâmetros. Mais
recentemente, aplicações que permitem deformações plásticas localizadas em outros
elementos da instalação têm sido realizadas.
A tabela abaixo apresenta uma lista de instalações de dutos que consideram
em seus projetos a possibilidade do aparecimento de deformações plásticas
localizadas.
Tabela 5-1 – Dutos (pipelines) Projetados com o Conceito de Strain-Based Design
Dutos (pipelines)
Northstar para BP Lâmina d’água rasa no Alaska
Haltenpipe para Statoil
Projeto limitado a deformação máxima de 0.5%
devido a problemas de vão livre e de leito marinho
irregular
Badami para BP
Duto onshore instalado em solo permanentemente
congelado utiliza o strain-based para aprovar o
projeto de utilização deste duto inclinado
Linha de transmissão de gás NOVA
em Alberta
Utilização do critério de strain-based para duto
permanentemente congelado e com descontinuidade
Duto de gás combustível TAPS Utilização do critério de strain-based para flambagem
de duto permanentemente congelado
Ekofisk II para ConocoPhillips Utilização do critério de strain-based para duto
soterrado
Malampaya para Shell Utilização do critério de strain-based para problemas
sísmicos e de movimentação do solo marinho
Troca da linha de Erskine para Texaco Utilização do critério de strain-based para
substituição de duto com HP/HT
Flowlines e linhas de exportação de
gás para Elgin/Franklin
Utilização do critério de strain-based para pipelines
bundles
Malard no mar do norte Utilização do critério de strain-based para pipe-in-
pipe
Dutos (pipelines) considerados ou em processo de fabricação
Ilha de Sakhallin para ExxonMobil Dutos onshore em áreas sísmicas
Liberty no Alasca para BP Lâmina d’água rasa no Ártico
Thunder Horse para BP Utilização do critério de strain-based para duto com
HP/HT
Casos de deformação plástica em dutos em operação, devidos principalmente
aos carregamentos oriundos da movimentação do solo marinho, do aparecimento de
declives, de desmoronamentos e de cargas sísmicas, também foram observados ao
longo do tempo. Com o conhecimento cada vez maior sobre a resistência estrutural
82
dos dutos de aço, submetidos a estes carregamentos, adicionado ao conhecimento do
mecanismo de deformação plástica oriundo das operações de instalação e a
realização de diversos testes, tem permitido aos fabricantes, nos projetos de dutos,
incluir o strain-based design para casos de deformação plástica em dutos em
operação.
Para utilização de critérios que incluam o strain-based design, novamente se
faz o questionamento de qual é o valor máximo de deformação plástica aceitável para
o dimensionamento destes dutos, sujeitos aos carregamentos acima citados. Os
códigos de projeto estabelecem valores que são altamente dependentes da
qualificação do material e das tolerâncias de fabricação (dimensões) escolhidas para
construção do duto, como por exemplo, a norma DNV–OS-F101 [43], que estabelece
deformações plásticas de 2% para teste hidrostático do sistema, deformações
plásticas acumuladas de 0.1% para pressão e temperatura de operação e
deformações plásticas acumuladas, em algumas situações, maiores que 2% para
cargas de instalação e operação.
O EWI (Edison Welding Institute), baseado nas diversas normas existentes e
em diversos testes e análises realizadas, recomenda para quais valores de
deformação plástica estes dutos devem ter sua qualificação majorada [44]. Segundo o
EWI quando estes dutos são submetidos a deformações plásticas acumuladas
superiores a 2% eles deverão ter suas dimensões, suas propriedades mecânicas,
suas propriedades mecânicas após o envelhecimento para alívio de tensões, seus
cordões de solda, entre outros, com graus de qualificação superiores aos requeridos
quando está deformação está baixo de 2%.
Como podemos observar, critérios para dutos que levam em conta
deformações plásticas (Strain-based design) limitam estas deformações a
carregamentos gerados principalmente pela instalação e pela operação e a condições
que podem gerar cargas locais excessivas (abalos sísmicos, vãos livres,
movimentação de solo marinho, etc). Valores admissíveis para esta deformação
plástica são propostos por diversos códigos e recomendados pelo EWI e podem tornar
o dimensionamento do duto (pipeline) mais ou menos conservativo.
5.2.4.4. Deformação Plástica Admissível para a Região de Defeitos e Tensão Admissível para a Região Fora dos Defeitos
Conforme descrito nos itens anteriores, existe uma grande dificuldade em se
definir um critério que estabeleça um valor admissível para o par carga plástica-
deformação plástica em uma análise. Os critérios propostos podem ser mais ou
83
menos conservativos a depender dos parâmetros (carga plástica-deformação plástica)
escolhidos e da interpretação dos resultados obtidos.
Baseado nos estudos realizados,definidos nos itens 5.2.4.1 e 5.2.4.2 e nas
normas de projeto e critérios de deformação do item 5.2.4.3 o critério proposto por
esta dissertação estabelece que a deformação plástica de Von Mises admissível, para
a região do riser com defeito, deve ser menor ou igual a 2%, ou seja:
( ) ( ) ( ){ } %266632 2
1222222
≤+++−+−+−= zxyzxypx
pz
pz
py
py
pxp εεεεεεεεεε
Doravante este critério é definido como VMPS2%.
Onde VMPS é a deformação plástica de Von Mises (Von Mises Plastic Strain).
Este critério só é válido se as tensões nas regiões do riser fora do defeito,
estiverem de acordo com as normas de projeto, ou seja, estas regiões não poderão ter
suas tensões acima dos valores estabelecidos para um duto sem defeito e devem
obedecer a relação abaixo:
Yadm S32
=σ (5-18)
Onde,
SY é a tensão de escoamento do material.
84
Capítulo 6. ANÁLISES LOCAIS REALIZADAS
6.1. Introdução
Este capítulo tem como objetivo determinar os limites de utilização dos risers
de perfuração corroídos de uma plataforma, situada na Bacia de Campos, baseado no
critério estabelecido anteriormente (capítulo 5).
Para atendimento a este objetivo são criados diversos modelos de elementos finitos e
diversas análises locais são realizadas utilizando-se o programa ANSYS [23].
Com o intuito de não onerar a quantidade de simulações feitas, devido ao
grande custo temporal computacional envolvido, são simulados somente 4 defeitos
(considerados mais significativos) e que são divididos em quatro grupos:
1. Pits Cilíndrico Largo – PCL
2. Alvéolos Esféricos – AE
3. Sulcos Circunferenciais Semi-Esféricos – SCSE
4. Sulcos Longitudinais Semi-Esféricos – SLSE
Para efeito comparativo, também foi simulado um riser sem defeito.
As geometrias, dimensões e profundidades dos defeitos são mostradas na
seção 6.4.
6.2. Principais Premissas Adotadas
Para o desenvolvimento deste estudo, são adotadas algumas premissas
básicas, as quais são:
O riser possui apenas defeitos de corrosão, não existindo outros tipos de
defeitos (como por exemplo, trincas e amassamentos);
Os defeitos de corrosão encontram-se no metal de base do riser;
Os defeitos de corrosão encontram-se na superfície externa do riser;
As regiões soldadas da estrutura não são representadas;
Os flanges dos tubos que compõem o riser estão livres de corrosão;
A superfície interna do riser está livre de perda de espessura causada por
corrosão ou por desgaste devido ao atrito com a coluna de perfuração;
O fluido de perfuração não está contaminado com H2S ou CO2;
85
A pressão interna é maior ou igual à pressão externa em todas as fases de
operação dos risers.
6.3. Principais Características do Riser
As características geométricas e as propriedades mecânicas do riser de
perfuração se encontram na tabelas 6-1, 6-2 e 6-3 abaixo.
Tabela 6-1 - Características do Riser
Tipo de aço API 5L X80
Tensão de escoamento mínima especificada - σY 552 MPa
Tensão última de tração mínima especificada - σR 621 MPa
Módulo de elasticidade longitudinal E 200 GPa
Coeficiente de Poisson ν 0.30
Diâmetro externo De do tubo 533.4 mm (21 pol)
Espessura de parede do tubo 15.875 mm (0.625 pol)
Tabela 6-2 – Valores de Tensão e Deformação de Engenharia para o Material do Riser Tensão (MPa) Deformação (mm/mm)
0 0 552 0.0027638
585.7 0.0073559 608.4 0.010828 621.3 0.013926 644.7 0.023686 662.8 0.041081 672.1 0.078704 656.1 0.165954
Os valores de tensão e deformação reais da tabela abaixo são calculados
utilizando-se as equações 4-71 e 4-74 respectivamente.
Tabela 6-3 - Valores de Tensão e Deformação Reais para o Material do Riser Tensão (MPa) Deformação (mm/mm)
0 0
552 0.00276 590 0.007329 615 0.01077 630 0.01383 660 0.02341 690 0.04026 725 0.07576 765 0.15354
86
A figura abaixo apresenta as curvas de engenharia e real do material. A curva
real do material é a curva utilizada nas análises elastoplásticas desta dissertação (ver
item 4.3.6) devido principalmente à característica de grandes deformações geradas no
elemento sólido proposto para simulação dos defeitos (item. 6.7.2).
0.0
100.0
200.0
300.0
400.0
500.0
600.0
700.0
800.0
900.0
0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0.12 0.14 0.16 0.18Deformacao (mm/mm)
Tens
ao (M
Pa)
Curva Real Curva de Engenharia
Figura 6.1 – Curvas de Engenharia e Real Tensão x Deformação para o Material do Riser
6.4. Características Geométricas dos Defeitos
Nesta seção, serão apresentadas as características geométricas dos defeitos.
As profundidades variam de 12.6% a 50.3% da espessura de parede (t) do riser.
6.4.1. Pit Cilíndrico Largo (PCL)
A geometria do pit cilíndrico largo é descrita pelos seguintes parâmetros: a
profundidade máxima d, o comprimento do cilindro a e o raio do cilindro r. Nos defeitos
estudados neste relatório, o comprimento do cilindro a é igual ao raio do cilindro r.
Conseqüentemente, a profundidade d, o comprimento L e a largura l são,
respectivamente, iguais a 2 r, 2 r e 2 r (ver figura 6.2).
87
L
l
Figura 6.2 - Geometria do Pit Cilíndrico Largo [3]
Na tabela 6-4, encontram-se as dimensões dos defeitos do tipo pit Cilíndrico
Largo que são analisados.
Tabela 6-4 - Dimensões dos pits Cilíndricos Largos [3]
Defeito d (mm) r (mm) a (mm) L (mm) l (mm) d / t
PCL 1 2.0 1.0 1.0 2.0 2.0 0.126
PCL 2 3.2 1.6 1.6 3.2 3.2 0.201
PCL 3 4.8 2.4 2.4 4.8 4.8 0.302
PCL 4 6.4 3.2 3.2 6.4 6.4 0.403
PCL 5 8.0 4.0 4.0 8.0 8.0 0.503
6.4.2. Alvéolo Esférico (AE)
A geometria do alvéolo esférico (AE) é descrita pelos seguintes parâmetros: a
profundidade máxima d e o raio da esfera r.
Na figura 6.3, encontra-se um croquis de um alvéolo Esférico situado na
superfície externa do riser.
88
vista superior
seção longitudinal
seção transversal
Figura 6.3 - Geometria do Alvéolo Esférico [3]
Na tabela 6-5, encontram-se as dimensões dos defeitos deste tipo que são
analisados.
Tabela 6-5 - Dimensões dos Alvéolos Esféricos [3]
Defeito d (mm) r (mm) L (mm) l (mm) r / d d / t
AE 11 2.0 16.0 15.5 15.1 8 0.126
AE 12 3.2 25.6 24.8 23.8 8 0.201
AE 13 4.8 38.4 37.2 35.0 8 0.302
AE 14 6.4 51.2 49.6 45.8 8 0.403
AE 15 8.0 64.0 62.0 56.3 8 0.503
89
6.4.3. SCSE - Sulco Circunferencial Semi-Esférico
A geometria do sulco circunferencial semi-esférico é descrita pelos seguintes
parâmetros: a profundidade máxima d, o comprimento do sulco L, a largura do sulco l
e o raio da esfera r.
Na figura 6.4, encontra-se um croquis de um sulco circunferencial semi-esférico
situado na superfície externa do riser.
vista superior
seção longitudinal
seção transversal
Figura 6.4 - Geometria do Sulco Circunferencial Semi-Esférico [3]
Na tabela 6-6, encontram-se as dimensões dos defeitos deste tipo que são
analisados.
90
Tabela 6-6 - Dimensões dos Sulcos Circunferenciais Semi-Esféricos [3].
Defeito d (mm) r (mm) L (mm) l (mm) d / t l / (π De)
SCSE 6 2.0 2.0 4.0 80.0 0.126 0.048
SCSE 7 3.2 3.2 6.4 80.0 0.201 0.048
SCSE 8 4.8 4.8 9.6 80.0 0.302 0.048
SCSE 9 6.4 6.4 12.8 80.0 0.403 0.048
SCSE 10 8.0 8.0 16.0 80.0 0.503 0.048
6.4.4. Sulco Longitudinal Semi-Esférico (SLSE)
A geometria do sulco longitudinal semi-esférico é descrita pelos seguintes
parâmetros: a profundidade máxima d, o raio da esfera r, o comprimento do sulco L e
a largura do sulco l.
Na figura 6.5, encontra-se um croquis de um sulco longitudinal semi-esférico
situado na superfície externa do riser.
vista superior
seção longitudinal
seção transversal
Figura 6.5 - Geometria do Sulco Longitudinal Semi-Esférico [3]
Na tabela 6-7, encontram-se as dimensões dos defeitos deste tipo que são
analisados.
91
Tabela 6-7 - Dimensões dos Sulcos Longitudinais Semi-Esféricos [3]
Defeito d (mm) r (mm) L (mm) l (mm) d / t
SLSE 6 2.0 2.0 80.0 4.0 0.126
SLSE 7 3.2 3.2 80.0 6.4 0.201
SLSE 8 4.8 4.8 80.0 9.6 0.302
SLSE 9 6.4 6.4 80.0 12.8 0.403
SLSE 10 8.0 8.0 80.0 16.0 0.503
6.5. Carregamentos Aplicados
Os carregamentos aplicados na estrutura, em diversas seções do riser, foram
obtidos de uma análise global do riser de perfuração submetido a cargas extremas,
que foi realizada pela Petrobras [18].
Os carregamentos atuantes são: pressão interna (pi), pressão externa (pe), Tração (N)
e momento fletor (Mf).
O momento fletor fornecido pela análise global, aqui denominado de M100%, é
definido como o momento que, se aplicado, levaria a uma tensão de Tresca (Stress
Intensity) no ponto de tensão máxima da seção a se igualar ao valor limite permitido
pela Norma API RP 16Q [2], que é 67% da tensão de escoamento do material, quando
associado aos demais carregamentos aplicados (pi, pe e N).
Como os defeitos que foram analisados são defeitos hipotéticos, que poderiam
estar situados em qualquer seção do riser, foram escolhidas 5 seções distribuídas ao
longo do riser para realização das análises. Estas seções, suas respectivas
coordenadas (Z) e os carregamentos aplicados são apresentados na tabela 6-8
abaixo.
Tabela 6-8 - Seções dos Riser, suas Coordenadas e Carregamentos Aplicados
Seção Z (m) pi (MPa) pe (MPa) Tração (kN) M100% (kN.m)
1 1893.5 0.39 0.07 2640.7 852.675
2 1590.9 3.77 3.1 2455 867.423
3 1083.5 9.44 8.19 2290.3 892.285
4 422.1 16.83 14.83 1654.2 962.227
5 16.7 21.36 18.9 794.04 1135.08
O momento M100% é calculado através da equação 6-9 e utilizando os valores
da tabela 6-9.
92
Quanto mais próxima da superfície do mar for a seção, maior será sua
coordenada Z (profundidade).
Nas análises locais com carregamentos de pressão (interna ou externa), a
pressão é aplicada perpendicularmente à superfície (interna ou externa) do riser.
É aplicada também uma tensão longitudinal (de tração para a pressão interna e de
compressão para a pressão externa) no bordo livre do modelo, de valor igual à
componente longitudinal de tensão gerada pelo carregamento de pressão, calculada
supondo que o trecho de riser analisado é fechado nas extremidades. O momento
fletor é aplicado de forma que a tensão máxima de tração por ele gerada atuasse na
geratriz superior do tubo, onde está situado o defeito.
A aplicação destas condições de contorno pode ser visualizada na figura 6.12.
6.6. Tensões Geradas no Riser
Os carregamentos aplicados na estrutura de um riser de perfuração corroído
geram tensões na parede dos tubos que precisam ser avaliadas e comparadas com os
critérios de aceitação dos códigos de projeto (normas).
As tensões normais na parede do riser podem ser dividas em tensão
longitudinal, σL, que age ao longo do eixo longitudinal, tensão radial, σrd, que age na
direção definida pelo raio do tubo e tensão tangencial (circunferencial ou ainda de
hoop), σH, que é tangencial à parede do riser.
Os carregamentos de momento fletor e de tração geram a tensão longitudinal total,
enquanto que os carregamentos de pressão interna e pressão externa geram as
tensões radiais e as tensões tangenciais.
Podemos considerar para um tubo cilíndrico, onde o cisalhamento transversal e
a torção são desprezíveis, que as três componentes de tensões principais σ1, σ2 e σ3
são respectivamente σL (tensão longitudinal ou axial), σH (tensão tangencial ou de
hoop) e σrd (tensão radial) uma vez que na seção do riser as tensões principais se
originam da tração axial, momento e pressões interna e externa. As tensões principais
que surgem de forças de torção e cisalhamento são geralmente desprezíveis.
Devemos lembrar que a tensões principais representam sempre os máximos e
mínimos valores de um determinado estado de tensões e os planos onde atuam
possuem tensões de cisalhamento nulas. A figura 6.6 ilustra um elemento de tensão
principal tridimensional e uma seção transversal do riser.
93
Axial e Momento Fletor
Hoop
Radial
Figura 6.6 - Esforços Atuantes em um Elemento de Riser
6.6.1. Tensão Axial ou Longitudinal
A tensão longitudinal atuante em um elemento qualquer do riser pode ser
calculada através da relação abaixo:
rIM
AT
SSL ⋅±=σ (6-1)
Onde:
T = Tração real;
As = Área de seção transversal do tubo do riser;
M = Momento fletor devido ao carregamento lateral;
Is = Momento de inércia da seção transversal do tubo do riser;
ri ≤ r ≤ ro;
SAT
= Tensão Axial;
SIMr = Tensão devida ao momento fletor.
A área e o momento de inércia podem ser obtidos por:
)( 220 iS rrA −= π (6-2)
)(4
440 iS rrI −⋅=
π (6-3)
Onde:
r0 = Raio externo da parede do riser;
ri = Raio interno da parede do riser.
94
6.6.2. Tensão Tangencial e Radial
Considerando tubo longo de parede espessa, com as extremidades abertas,
submetido a uma pressão interna pi e uma pressão externa p0, raios interno e externo
ri e r0 respectivamente, as tensões tangencial e radial são [3], respectivamente:
220
200
2
220
220
20 )(
i
ii
i
iiH rr
rprprrrr
rpp
−⋅−⋅
+−⋅
⋅−
=σ (6-4)
220
200
2
220
220
20 )(
i
ii
i
iird rr
rprprrrr
rpp
−⋅−⋅
+−⋅
⋅−
=σ (6-5)
Onde:
( )zHp mii −⋅= γ
( )zHp w −⋅= 00 γ
γi = Peso específico do fluido de perfuração;
γ0 = Peso específico da água do mar ao redor do riser;
Hm = Altura da coluna de fluido de perfuração;
Hw = Altura da coluna de água do mar;
z = Coordenada vertical a partir do solo marinho.
Na tabela 6-9 abaixo, são apresentados os valores calculados para as tensões
radiais, longitudinais e tangenciais [18] para o riser sem defeito sujeito aos
carregamentos da tabela 6-8.
Tabela 6-9 - Tensões Longitudinais, Radiais e Tangenciais para o Riser sem Defeito
Seção Z (m) σL* (MPa) σH
** (MPa) σrd** (MPa)
1 1893.5 104.732012 4.84497596 0.06532823
2 1590.9 97.147732 7.0947492 -3.10197052
3 1083.5 84.392352 10.8662048 -8.1910224
4 422.1 56.1857252 15.7821972 -14.8307148
5 16.7 27.9653088 15.0099796 -18.8986468
*Os valores de tensão longitudinais (axiais) apresentados não levam em consideração a parcela do
momento fletor (M100%) aplicado. **Os valores de tensão radiais e tangenciais apresentados são calculados com r = r0.
95
6.6.3. Critérios para Verificação de Tensões Máximas no Riser
Um ponto qualquer de um corpo está geralmente submetido a um estado de
tensão triaxial e sabemos que é sempre possível encontrar um sistema de eixos
relativamente ao qual todas as componentes tangenciais do tensor das tensões se
anulam, sendo, nestas circunstâncias, as componentes normais designadas por
tensões principais, σ1, σ2, σ3, com σ1 ≥ σ2 ≥ σ3. O que se pretende, em termos de
avaliação de resistência estrutural, é comparar o nível de tensão instalado num ponto
de um corpo, com o limite de resistência que é determinado por ensaios laboratoriais
em corpos de prova e que estão sujeitos a um estado de tensão uniaxial bastante
diferente. Esta questão exige a adoção de uma metodologia para solucionar o
problema e que, habitualmente, consiste em considerar que existe (ficticiamente) um
estado de tensão uniaxial equivalente ao estado de tensão triaxial em análise, σeq =
função (σ1, σ2, σ3). Esse estado de tensão uniaxial equivalente pode então ser
comparado diretamente com o estado de tensão existente em qualquer ponto do corpo
de prova de um ensaio de tração. A figura 6.7 tenta ilustrar a metodologia adotada.
Figura 6.7 - Metodologia Adotada – Tensão Equivalente
Com base nesta metodologia, o limite de resistência num ponto é atingido
quando se verifica a igualdade:
σeq = σlim
Onde:
σeq = Tensão equivalente;
σlim = Tensão de escoamento (para materiais dúcteis).
96
Existem diferentes critérios para determinar o estado de tensão equivalente,
sendo que cada critério é fundamentado num dado pressuposto que explica o
mecanismo de escoamento (ou da rotura) do material. Cada critério só é aplicável a
um dado tipo de material uma vez que nem todos os materiais exibem o mesmo tipo
de comportamento à temperatura ambiente. Os critérios estabelecidos mais
comumente utilizados nos projetos de estruturas mecânicas, considerando os
materiais dúcteis, são o Critério da Tensão Tangencial Máxima, ou de Tresca e o
Critério da Energia de Distorção, ou de Von Mises. Estes critérios são abordados nos
itens abaixo.
6.6.3.1. Stress Intensity (Critério de Tresca)
O critério da tensão tangencial máxima foi postulado por Tresca e é um critério
aplicável somente a materiais com comportamento dúctil.
Este critério estabelece que o escoamento ocorre, num dado ponto de uma
peça, quando o valor da tensão tangencial máxima ( ), instalada nesse ponto,
iguala a tensão tangencial máxima ( ) instalada num ponto do corpo de prova de
um ensaio de tração no momento do escoamento, isto é, quando,
maxτmaxSyτ
maxmaxSyττ =
Considerando que a tensão tangencial máxima é determinada em função da maior e
da menor das três tensões principais pela relação,
231max σσ
τ−
= (6-6)
então a tensão tangencial máxima no momento de escoamento do corpo de prova é:
2max ySy
στ = (6-7)
e a condição limite de resistência pode, assim, escrever-se,
2231 yσσσ=
−
ou,
yσσσ =− 31
o que significa que a tensão equivalente, segundo o critério de Tresca, é obtida pela
expressão,
31 σσσ −=eq (6-8)
que também é descrita pela equação 4-34.
97
Conforme o item 6.5, o momento fletor fornecido pela análise global (M100%) é
definido como o momento que, se aplicado, levaria a uma tensão de Tresca (Stress
Intensity) no ponto de tensão máxima da seção a se igualar ao valor limite permitido
pela Norma API RP 16Q [2], que é de 32
da tensão de escoamento do material, ou
seja:
3132 σσσσ −== yeq
Como
σy = 552 MPa (ver tabela 6-1)
teremos
σeq = 368 MPa
Considerando, conforme item 6.6, que as três componentes de tensões principais σ1,
σ2 e σ3 são respectivamente σL (tensão longitudinal ou axial), σH (tensão tangencial ou
de hoop) e σrd (tensão radial), teremos:
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ++= Lrdy
S
rI
M σσσ32%100 (6-9)
Os valores obtidos para M100% estão apresentados na tabela 6-8.
6.6.3.2. Critério da Energia de Distorção ou de Von Mises
Este critério foi postulado por Von Mises e por Huber, sendo um critério
aplicável somente a materiais com comportamento dúctil e estabelece que o
escoamento ocorre, num dado ponto de uma peça, quando o valor da energia
específica de distorção ( ), instalada nesse ponto, iguala a energia específica de
distorção instalada num ponto do corpo de prova de um ensaio de tração no momento
do escoamento ( ), isto é, quando,
fu
fSyu
fSy
f uu =
Considerando que a energia específica de distorção (ou de mudança de forma) é
determinada em função das três tensões principais pela relação,
( ) ( ) ([ 213
232
2216
1 σσσσσσ ) ]υ−+−+−
+=
Eu f (6-10)
98
em que υ e E são o coeficiente de poisson e o módulo de elasticidade,
respectivamente, então a energia específica de distorção no momento da escoamento
do corpo é,
[ ]yfSy E
u συ 26
1+= (6-11)
e a condição limite de resistência pode, assim, escrever-se,
( ) ( ) ( ) [ ]yfSy
f
Eu
Eu συσσσσσσυ 2
612
132
322
2161 +
==⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ −+−+−
+= (6-12)
ou,
( ) ( ) ([ ])213
232
2212
1 σσσσσσσ −+−+−=y
o que significa que a tensão equivalente, segundo o critério de Von Mises, se obtém
pela expressão,
( ) ( ) ([ ) ]213
232
2212
1 σσσσσσσ −+−+−=eq (6-13)
que também é descrita pela equação 4-35.
Este critério é escolhido para representação dos resultados obtidos nesta
dissertação.
Os valores de tensão obtidos para o riser de perfuração sem defeito para o
critério de Von Mises são ligeiramente inferiores aos obtidos pelo critério de Tresca,
uma vez que o critério de Tresca é mais conservativo. Como o momento aplicado
(M100%) foi calculado para a tensão de Tresca (equação 4-120) as análises
apresentarão, para a região do riser sem defeito, os valores indicados na tabela 6-10
abaixo.
Tabela 6-10 -Tensões de Von Mises para o Riser sem Defeito
Seção Z (m) Von Mises (MPa) Tresca – SI (MPa)
1 1893.5 364.9 368
2 1590.9 362.4 368
3 1083.5 358.3 368
4 422.1 353.1 368
5 16.7 363.1 368
Média 360.36 368
99
6.7. Modelo de Elementos Finitos
As análises por elementos finitos são realizadas utilizando-se o programa
ANSYS em sua versão 11 e considerando a não linearidade de material. As seções
do riser são modeladas utilizando o elemento sólido SOLID45 pertencente à biblioteca
de elementos do ANSYS.
O SOLID45 é um elemento hexaédrico de oito nós e possui três graus de liberdade por
nó (translações nas direções x, y e z).
6.7.1. Definição dos Modelos
Os modelos são parametrizados e definidos com malhas mapeadas (elementos
hexaédricos) em todas as regiões. Nas figuras 6.8, 6.9 e 6.10, são apresentadas
algumas das malhas utilizadas nos modelos. Devido à dupla simetria, apenas um
quarto do domínio foi discretizado.
Figura 6.8 – Malha de Elementos Finitos – Defeito AE
100
Figura 6.9 - Malha de Elementos Finitos – Defeito SLSE
Figura 6.10 - Malha de Elementos Finitos – Riser Sem Defeito
6.7.2. Características do Elemento Sólido SOLID45
O elemento SOLID45 é utilizado comumente para a modelagem de estruturas
tridimensionais. O elemento é definido por oito nós com três graus de liberdade para
cada nó: translações nas direções x, y e z. O elemento tem as capacidades de
plasticidade, creep, expansão (swelling), stress stiffening, grandes deflexões e
grandes deformações.
A geometria, a localização dos nós, e o sistema de coordenadas do elemento
são mostrados na figura 6.11 abaixo.
101
Sistema de Coordenadas do Elemento
Sistema de Coordenadas da Superfície
Opção de Prisma
Opção de Tetraédrico (não recomendado)
Figura 6.11 - Elemento SOLID45 do ANSYS [23]
6.7.3. Condições de Contorno Aplicadas
Na figura 6.12, são indicadas as condições de contorno aplicadas no modelo.
Além das restrições relacionadas com os planos de simetria, foi aplicada também uma
restrição ao deslocamento na direção Z de um dos nós localizado na extremidade do
modelo a fim de evitar o movimento de corpo rígido da estrutura.
102
Pressão Interna (pi)
Pressão Externa (pe)
Restrição ao deslocamento
Pressão Interna (pi)
Pressão Externa (pe)
Restrição ao deslocamento
Pressão Interna (pi)
Pressão Externa (pe)
Restrição ao deslocamento
S S S S SSS
SS
SS S S S S S S
SS
Tração
Compressão
Simetria S
Momento
S S S S SSSS
S
SS S S S S S S
SS
Tração
Compressão
Simetria S
Momento
Figura 6.12 – Condições de Contorno Aplicadas
103
6.7.4. Malha de Elementos Finitos
Os refinamentos das malhas apresentadas por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16]
e CAMPELLO [3] em seus estudos foram feitos até que diferença percentual entre o
resultado da tensão longitudinal (σL), obtido para os modelos com a malha mais
refinada e menos refinada, fosse menor ou igual a 1%. Como este critério foi atingido,
o refinamento da malha foi considerado adequado.
Como as análises desta dissertação envolvem a não-linearidade de materiais
(plasticidade), uma mudança na razão de aspecto dos elementos, em relação às
malhas de BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16]] e CAMPELLO [3], principalmente na
região dos defeitos, é realizada. Desta forma, e a fim de não onerar ainda mais o
custo temporal computacional, não são realizadas análises de sensibilidade das
malhas em questão.
Na figura 6.13, podemos ver um comparativo, para um determinado defeito
(Alvéolo Esférico), entre as malha utilizada por CAMPELLO [3] e a malha utilizada
nesta dissertação.
Figura 6.13 - Comparação entre Malhas – Modelo Apresentado por CAMPELLO [3] e
Modelo desta Dissertação
O comprimento do modelo é fixado em 1600 mm baseado no trabalho de Silva
et al [43]. Com o objetivo de se verificar se este valor é adequado, observou-se nas
análises que até uma seção bastante próxima do defeito, as tensões ao longo do duto
refletiam apenas a aplicação do momento, ou seja, as tensões longitudinais eram
compatíveis com as tensões normais de tração e compressão causadas pela flexão.
104
Esta tensão corresponde à tensão principal σ1. As tensões principais σ2 e σ3 são
próximas de zero. Em outras palavras, as tensões de Von Mises se aproximam das
tensões normais de flexão em seções próximas do defeito e, de acordo com este
critério, o comprimento do modelo está adequado.
.Para as análises do riser sem defeito, foi construído um modelo de elementos
SOLID45 com o mesmo comprimento total de 1600 mm. Neste modelo, adotou-se
uma malha uniforme composta por elementos com lados de comprimento igual a
10 mm na superfície e 4 elementos na espessura (figura 6.10).
6.7.5. Modelo de Materiais Utilizado
O modelo escolhido para representar as análises elastoplásticas desta
dissertação é o modelo Multilinear com Endurecimento Isotrópico (Multilinear isotropic
Hardening) apresentado nos itens 4.3.5.7 e 4.3.1.2.2.
Como o elemento utilizado nas análises (SOLID45) nos permite trabalhar com
grandes deformações, os pontos (par tensão-deformação) utilizados para a construção
da curva real do material (ver figura 4.38) são utilizados como dados de entrada para
este modelo de materiais. A figura abaixo representa a curva tensão x deformação,
para um material multilinear com endurecimento isotrópico, utilizada nas análises de
elementos finitos.
Tensão (Pa)
Deformação (mm/mm)
Figura 6.14 – Curva do Material Modelada no ANSYS
105
6.7.6. Algoritmo de Solução Adotado (Solver)
O algoritmo de solução adotado é o Gradiente Conjugado Pré-condicionado
(Preconditioned Conjugate Gradient (PCG) Solver). O passo inicial de solução deste
algoritmo é a formulação da matriz do elemento. Uma das características deste
algoritmo é que ele não fatora (divide) a matriz global do elemento, em vez disso ele
monta a matriz de rigidez global completa e calcula os graus de liberdade (degrees of
freedom) da solução por interação até a convergência (iniciando com uma solução
inicial suposta para todos os graus de liberdade). O motivo principal de sua escolha é
que ele é usualmente cerca de 4 a 10 vezes mais rápido que os demais algoritmos
utilizados pelo programa ANSYS para a solução de elementos sólidos estruturais.
6.8. Análises Realizadas
Para cada defeito descrito no item 6.4, são criados cinco modelos de
elementos finitos correspondentes a cada uma das cinco seções definidas
anteriormente (item 6.5).
Para efeito comparativo, são criados também cinco modelos de elementos
finitos, para cada uma das seções do riser analisada, do riser sem defeito.
Um total de 125 análises são realizadas conforme descrito na tabela 6-11
abaixo.
Tabela 6-11 - Análises Realizadas Defeito Modelo no Análises
Pits Cilíndrico Largo – PCL 5 modelos x 5 seções 25
Alvéolos Esféricos – AE 5 modelos x 5 seções 25
Sulcos Circunferenciais Semi-Esféricos – SCSE 5 modelos x 5 seções 25
Sulcos Longitudinais Semi-Esféricos – SLSE 5 modelos x 5 seções 25
Sem Defeito (SD) 5 modelos x 5 seções 25
Total 125
Devido ao grande número de elementos (e, conseqüentemente, o de graus de
liberdade), em torno de cem mil para cada modelo, ocasionados pelo grau de
refinamento proposto nesta dissertação, o dispêndio temporal computacional para a
realização das análises se aproxima de 4800 horas (aproximadamente duzentos dias).
106
Capítulo 7. PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS
7.1. Introdução
Neste capítulo, são apresentados os principais resultados das análises de
elementos finitos para as regiões do riser de perfuração corroído, objeto desta
dissertação.
Conforme apresentado por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16] e CAMPELLO [3]
em seus estudos, a utilização de um critério de tensão admissível para a região de
defeitos do riser corroído limitam sua utilização a valores de carregamento de
momento inferiores ao momento M100% (ver definição no item 6.5). Esta limitação
pode ser vencida se um novo critério de aceitação permitir pequenos valores de
deformação plástica localizadas para as regiões do riser com defeito, conforme
proposto nesta dissertação.
Os resultados obtidos utilizando o critério adotado por BENJAMIN [4] [13] [14]
[15] [16] e CAMPELLO [3] e o estabelecido nesta dissertação são comparados.
Com intuito de comparar o critério sugerido no item 5.2.4, alguns defeitos são
também avaliados pelos demais critérios propostos nos itens 5.2.3.1, 5.2.3.2, 5.2.3.3 e
5.2.4.1.
7.2. Principais Resultados Obtidos para os Defeitos
Inicialmente, para fim comparativo, são apresentados os resultados obtidos por
BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16] e CAMPELLO [3] em seus estudos. Estes resultados
são obtidos através de análises lineares de elementos finitos e estabelecem limites
máximos para os valores de momento a serem aplicados no riser corroído. Estes
valores são obtidos utilizando-se o critério de aceitação que estabelece uma tensão
admissível baseada numa pseudo tensão de escoamento σflow que difere da tensão de
escoamento do material.
A tensão σflow é usada na literatura sobre dutos e vasos de pressão com o
objetivo de representar um material elastoplástico com endurecimento por meio de um
material elastoplástico perfeito equivalente, cuja tensão de escoamento é maior que a
tensão de escoamento convencional. Como não pode ser determinado por ensaios de
laboratório, o valor de σflow pode variar de acordo com suas diferentes definições.
BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16] estabelece então o seguinte valor para σflow:
σflow = 0.75σy + 0.25σR (4-125)
Utilizando os valores da tabela 6-1, teremos:
σflow = 569.25 MPa
107
Desta forma, a tensão de Von Mises admissível adotada por BENJAMIN [4] [13] [14]
[15] [16] e CAMPELLO [3] , utilizando a equação 5-18, é:
flowadm σσ32
= = 379.5 MPa
Os valores obtidos nesta dissertação para as regiões do riser sem defeito (tabelas 7-1,
7-2, 7-3 e 7-4) podem ser comparados aos valores obtidos na tabela 6-10.
Nos próximos itens, são apresentados os resultados para os defeitos modelados.
7.2.1. Pit Cilíndrico Largo (PCL) – Resultados Obtidos por BENJAMIN
Os gráficos abaixo apresentam os resultados obtidos por BENJAMIN [13] em
seus estudos sobre riser de perfuração corroído para o defeito Pit Cilíndrico Largo. Os
dados para obtenção destes gráficos encontram-se no anexo 1 desta dissertação.
1
2
3
4
5
0 100 200 300 400
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
PCL1
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.1 – Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 20% do momento disponível M100% de cada seção
- PCL
Como podemos verificar, todos os defeitos, correspondentes aos Pits
Cilíndricos largos, estão com uma tensão de Von Mises abaixo da tensão admissível,
ou seja, quando o momento aplicado corresponde a 20% do momento disponível
M100% nenhuma seção do riser precisa ser reparada.
108
1
2
3
4
5
0 100 200 300 400 500
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
PCL1
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.2 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 40% do momento disponível M100% de cada seção
- PCL
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 40% do
momento disponível M100% os defeitos PCL4 e PCL5 e algumas seções do defeito
PCL3 precisam ser reparadas segundo o critério de tensão admissível utilizado por
BENJAMIN [13].
1
2
3
4
5
0 200 400 600 800
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
PCL1
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.3 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 60% do momento disponível M100% de cada seção
- PCL
109
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 60% do
momento disponível M100% somente algumas seções do defeito PCL1 não precisam
ser reparadas, segundo o critério de tensão admissível proposto por BENJAMIN [13] .
1
2
3
4
5
0 200 400 600 800
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
PCL1
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.4 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 80% do momento disponível M100% de cada seção
- PCL
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 80% do
momento disponível M100%, todos os defeitos precisam ser reparados, segundo o
critério de tensão admissível proposto por BENJAMIN [13].
7.2.2. Pit Cilíndrico Largo (PCL) – Resultados Obtidos para VMPS2%
Os resultados obtidos para o defeito PCL são apresentados na tabela 7-1 e nos
gráficos 7.5 e 7.6. Estes resultados correspondem aos dois critérios propostos e
adotados nesta dissertação, a saber, deformação plástica de Von Mises máxima na
região do defeito (RD) igual a 2% e tensão máxima nas regiões do riser fora do defeito
(RFD) menores ou iguais a tensão admissível (ver item 5.2.4.4).
110
Tabela 7-1 - Deformações Plásticas de Von Mises na região dos defeitos (RD) e
Tensão de Von Mises nas regiões fora dos defeitos (RFD) para as seções do riser com
defeitos do tipo PCL.
Defeito PCL1 PCL2
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises
(RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 360.08 0.00178926 360.41 0.0470091 2 358.36 0.00234447 357.44 0.0454699 3 360.11 0.00289968 359.27 0.0512159 4 359.34 0.00368928 357.16 0.0512826 5 362.00 0.00447888 362.10 0.0826327 Defeito PCL3 PCL4
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises
(RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 364.91 0.119589 356.16 0.156987 2 361.94 0.118179 353.16 0.157073 3 363.41 0.124348 355.25 0.16423 4 360.92 0.125062 353.56 0.166944 5 362.80 0.158961 354.53 0.209664 PCL5
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 363.68 0.1914 2 360.89 0.183445 3 362.53 0.206768 4 360.11 0.206315 5 361.80 0.242256
111
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
1 2 3 4 5
Seções
Def
orm
ação
Plá
stic
a (%
)
PCL1
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5
Gráfico 7.5 - Deformação Plástica de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho
analisado do riser em que o momento é igual a 100% do momento disponível M100%
de cada seção - PCL
1
2
3
4
5
350 360 370 380 390
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
PCL1
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.6 - Tensão de Von Mises nas regiões fora do defeito ao longo do trecho
analisado do riser em que o momento é igual a 100% do momento disponível M100%
de cada seção - PCL
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 100% do
momento disponível M100%, nenhum dos defeitos precisa ser reparado, uma vez que
todas as deformações plásticas de Von Mises estão abaixo do valor do critério
proposto (2%) e as tensões de Von Mises nas regiões fora do defeito estão abaixo da
tensão admissível considerada (368 MPa).
112
Na figura 7.1, são apresentadas as deformações plásticas de Von Mises para
os defeitos Pit Cilíndrico largo correspondentes ao carregamento de momento de
100% do momento disponível 100%. As figuras representam somente o valor para a
seção onde estas deformações são máximas (seção 5).
PCL1 – Seção 5
PCL2 – Seção 5
PCL 3 – Seção 5
PCL4 – Seção 5
PCL5 – Seção 5
Figura 7.1 - Deformação Plástica de Von Mises - PCL
113
7.2.3. Sulcos Circunferenciais Semi-Esféricos – SCSE - Resultados Obtidos por BENJAMIN
Os gráficos 7.7 e 7.8 apresentam os resultados obtidos por BENJAMIN [16] em
seus estudos sobre riser de perfuração corroído para o defeito Sulco Circunferencial
Semi-Esférico. Os dados para obtenção destes gráficos encontram-se no anexo 1
desta dissertação.
1
2
3
4
5
0 200 400 600 800
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
SCSE6
SCSE7
SCSE8
SCSE9
SCSE10(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.7 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 20% do momento disponível M100% de cada seção
- SCSE
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 20% do
momento disponível M100%, somente o defeito SCSE6 e algumas seções dos
defeitos SCSE7 e SCSE8 não precisam ser reparadas, segundo o critério de tensão
admissível utilizado por BENJAMIN [16].
114
1
2
3
4
5
0 500 1000 1500
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
SCSE6
SCSE7
SCSE8
SCSE9
SCSE10
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.8 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 40% do momento disponível M100% de cada seção
- SCSE
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 40% do
momento disponível M100%, todos os defeitos precisam ser reparados, segundo o
critério de tensão admissível utilizado por BENJAMIN [16]. Como para o valor de 40%
do momento disponível todas as tensões nos defeitos já estão acima do limite
admissível utilizado por BENJAMIN [16] não são apresentados o demais gráficos
correspondentes aos valores de 60 e 80% do momento disponível M100%.
7.2.4. Sulcos Circunferenciais Semi-Esféricos – SCSE - Resultados Obtidos para VMPS2%
Os resultados obtidos para o defeito SCSE são apresentados na tabela 7-2 e
nos gráficos 7.9 e 7.10. Estes resultados correspondem aos dois critérios propostos e
adotados nesta dissertação, a saber, deformação plástica de Von Mises máxima na
região do defeito (RD) igual a 2% e tensão máxima nas regiões do riser fora do defeito
(RFD) menores ou iguais a tensão admissível (ver item 5.2.4.4).
115
Tabela 7-2 - Deformações Plásticas de Von Mises na região dos defeitos (RD) e
Tensão de Von Mises nas regiões fora dos defeitos (RFD) para as seções do riser com
defeitos do tipo SCSE
Defeito SCSE6 SCSE7
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises
(RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 362.92 0.200249 360.39 0.355099 2 360.07 0.198199 357.42 0.35318 3 361.75 0.206273 359.25 0.367035 4 359.39 0.205135 357.14 0.369212 5 361.03 0.244969 358.55 0.432375 SCSE8 SCSE9
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises
(RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 364.47 0.578378 364.27 0.881771 2 361.93 0.576543 361.73 0.878607 3 363.52 0.598822 363.31 0.914152 4 361.02 0.604233 360.81 0.923399 5 362.73 0.727369 362.53 1.08346 SCSE10
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 363.98 1.11486 2 361.44 1.11241 3 363.01 1.15589 4 360.51 1.16858 5 362.23 1.37358
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1 2 3 4 5
Seções
Def
orm
ação
Plá
stic
a (%
)
SCSE6
SCSE7
SCSE8
SCSE9
SCSE10
Gráfico 7.9 - Deformação Plástica de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho
analisado do riser em que o momento é igual a 100% do momento disponível M100%
de cada seção - SCSE
116
1
2
3
4
5
355 360 365 370 375 380 385
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
SCSE6
SCSE7
SCSE8
SCSE9
SCSE10
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.10 - Tensão de Von Mises nas regiões fora do defeito ao longo do trecho
analisado do riser em que o momento é igual a 100% do momento disponível M100%
de cada seção – SCSE
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 100% do
momento disponível M100%, nenhum dos defeitos precisa ser reparado, uma vez que
todas as deformações plásticas de Von Mises estão abaixo do valor do critério
proposto (2%) e as tensões de Von Mises nas regiões fora do defeito estão abaixo da
tensão admissível considerada (368 MPa).
Na figura 7.2, são apresentadas as deformações plásticas de Von Mises para
os defeitos Sulco Circunferencial Semi-Esférico correspondentes ao carregamento de
momento de 100% do momento disponível 100%. As figuras representam somente o
valor para a seção onde estas deformações são máximas (seção 5).
117
SCSE6 – Seção 5
SCSE7 – Seção 5
SCSE8 – Seção 5
SCSE9 – Seção 5
SCSE10 – Seção 5
Figura 7.2 - Deformação Plástica de Von Mises - SCSE
118
7.2.5. Sulcos Longitudinais Semi-Esféricos – SLSE - Resultados Obtidos por CAMPELLO
Os gráficos 7.11 e 7.12 apresentam os resultados obtidos por CAMPELLO [3]
em seus estudos sobre riser de perfuração corroído para o defeito Sulco Longitudinal
Semi-Esférico. Os dados para obtenção destes gráficos encontram-se no anexo 1
desta dissertação.
1
2
3
4
5
0 100 200 300 400
Tensão de Von Mises (MPa)
Seç
ões
do R
iser
SLSE6SLSE7SLSE8SLSE9SLSE10(2/3)Sy(2/3)σflow
Gráfico 7.11 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 20% do momento disponível M100% de cada seção
- SLSE
Como podemos verificar, todos os defeitos, correspondentes aos Sulcos
Longitudinais Semi-Esféricos, estão com uma tensão de Von Mises abaixo da tensão
admissível, ou seja, quando o momento aplicado corresponde a 20% do momento
disponível M100% nenhuma seção do riser precisa ser reparada, segundo o critério de
tensão admissível utilizado por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16].
119
1
2
3
4
5
0 100 200 300 400
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
SLSE6SLSE7SLSE8SLSE9SLSE10(2/3)Sy(2/3)σflow
Gráfico 7.12 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 40% do momento disponível M100% de cada seção
- SLSE
Como podemos verificar, todos os defeitos, correspondentes aos Sulcos
Longitudinais Semi-Esféricos, estão com uma tensão de Von Mises abaixo da tensão
admissível, ou seja, quando o momento aplicado corresponde a 40% do momento
disponível M100% nenhuma seção do riser precisa ser reparada segundo o critério de
tensão admissível utilizado por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16].
1
2
3
4
5
200 250 300 350 400
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
SLSE6
SLSE7
SLSE8SLSE9
SLSE10
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.13 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 60% do momento disponível M100% de cada seção
- SLSE
120
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 60% do
momento disponível M100% somente uma seção do defeito SLSE9 e uma seção do
defeito SLSE10 precisam ser reparadas, segundo o critério de tensão admissível
utilizado por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16].
1
2
3
4
5
0 200 400 600
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
SLSE6
SLSE7
SLSE8
SLSE9
SLSE10
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.14 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 80% do momento disponível M100% de cada seção
- SLSE
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 80% do
momento disponível M100% todos os defeitos precisam ser reparados, segundo o
critério de tensão admissível utilizado por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16]
7.2.6. Sulcos Longitudinais Semi-Esféricos – SLSE - Resultados Obtidos para VMPS2%
Os resultados obtidos para o defeito SLSE são apresentados na tabela 7-3 e
nos gráficos 7.15 e 7.16. Estes resultados correspondem aos dois critérios propostos
e adotados nesta dissertação, a saber, deformação plástica de Von Mises máxima na
região do defeito (RD) igual a 2% e tensão máxima nas regiões do riser fora do defeito
(RFD) menores ou iguais a tensão admissível (ver item 5.2.4.4).
121
Tabela 7-3 - Deformações Plásticas de Von Mises na Região dos Defeitos (RD) e
Tensão de Von Mises nas Regiões Fora dos Defeitos (RFD) para as Seções do Riser
com Defeitos do Tipo SLSE
Defeito SLSE6 SLSE7
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises
(RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 363.56 0 364.06 0 2 360.44 0 361.12 0 3 362.64 0 363.06 0 4 360.99 0 361.04 0 5 362.99 0.000806438 362.32 0.00443441 SLSE8 SLSE9
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 364.56 0 364.22 0.00891594 2 361.80 0 361.35 0.00911237 3 363.48 0.00040103 363.20 0.0144026 4 361.09 0.00164318 361.05 0.0170766 5 362.73 0.0212293 362.46 0.037834 SLSE10
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 364.89 0.0133946 2 362.26 0.0138269 3 363.76 0.0198498 4 361.12 0.0227001 5 363.01 0.0437148
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
1 2 3 4 5
Seções
Def
orm
ação
Plá
stic
a (%
)
SLSE6
SLSE7
SLSE8
SLSE9
SLSE10
Gráfico 7.15 - Deformação Plástica de Von Mises em cada Defeito ao Longo do
Trecho Analisado do Riser em que o Momento é Igual a 100% do Momento Disponível
M100% de Cada Seção - SLSE
122
1
2
3
4
5
355 360 365 370 375 380 385
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
SLSE6
SLSE7
SLSE8
SLSE9
SLSE10(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.16 - Tensão de Von Mises nas regiões fora do defeito ao longo do trecho
analisado do riser em que o momento é igual a 100% do momento disponível M100%
de cada seção - SLSE
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 100% do
momento disponível M100%, nenhum dos defeitos precisa ser reparado, uma vez que
todas as deformações plásticas de Von Mises estão abaixo do valor do critério
proposto (2%) e as tensões de Von Mises nas regiões fora do defeito estão abaixo da
tensão admissível considerada (368 MPa).
Na figura 7.3 são apresentadas as deformações plásticas de Von Mises para
os defeitos Sulco Longitudinal Semi-Esférico correspondentes ao carregamento de
momento de 100% do momento disponível 100%. As figuras representam somente o
valor para a seção onde estas deformações são máximas (seção 5).
123
SLSE6 – Seção 5
SLSE7 – Seção 5
SLSE8 – Seção 5
SLSE9 – Seção 5
SLSE10 – Seção 5
Figura 7.3 - Deformação Plástica de Von Mises – SLSE
7.2.7. Alvéolos Esféricos – AE - Resultados Obtidos por CAMPELLO
Os gráficos 7.17, 7.18 e 7.19 e 7.20 apresentam os resultados obtidos por
CAMPELLO [3] em seus estudos sobre riser de perfuração corroído para o defeito
Alvéolo Esférico. Os dados para obtenção destes gráficos encontram-se no anexo 1
desta dissertação.
124
1
2
3
4
5
0 100 200 300 400
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
AE11AE12AE13AE14AE15(2/3)Sy(2/3)σflow
Gráfico 7.17 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 20% do momento disponível M100% de cada seção
- AE
Como podemos verificar, todos os defeitos, correspondentes aos Alvéolos
Esférico, estão com uma tensão de Von Mises abaixo da tensão admissível, ou seja,
quando o momento aplicado corresponde a 20% do momento disponível M100%
nenhuma seção do riser precisa ser reparada.
1
2
3
4
5
0 100 200 300 400
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
AE11AE12AE13AE14AE15(2/3)Sy(2/3)σflow
Gráfico 7.18 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 40% do momento disponível M100% de cada seção
- AE
125
Como podemos verificar, todos os defeitos, correspondentes aos Alvéolos
Esférico, estão com uma tensão de Von Mises abaixo da tensão admissível, ou seja,
quando o momento aplicado corresponde a 20% do momento disponível M100%
nenhuma seção do riser precisa ser reparada.
1
2
3
4
5
0 100 200 300 400 500
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
AE11AE12AE13AE14AE15(2/3)Sy(2/3)σflow
Gráfico 7.19 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 60% do momento disponível M100% de cada seção
- AE
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 60% do
momento disponível M100% os defeitos AE14 e AE15, bem com uma das seções do
defeito AE13 precisam ser reparadas, segundo o critério de tensão admissível utilizado
por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16].
126
1
2
3
4
5
0 200 400 600 800
Tensão de Von Mises (MPa)
Seç
ões
do R
iser
AE11AE12AE13AE14AE15(2/3)Sy(2/3)σflow
Gráfico 7.20 - Tensão de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho analisado do
riser em que o momento é igual a 80% do momento disponível M100% de cada seção
- AE
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 80% do
momento disponível M100% todos os defeitos precisam ser reparados, segundo o
critério de tensão admissível utilizado por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16].
7.2.8. Alvéolos Esféricos – AE - Resultados Obtidos para VMPS2%
Os resultados obtidos para o defeito AE são apresentados na tabela 7-4 e nos
gráficos 7.21 e 7.22. Estes resultados correspondem aos dois critérios propostos e
adotados nesta dissertação, a saber, deformação plástica de Von Mises máxima na
região do defeito (RD) igual a 2% e tensão máxima nas regiões do riser fora do defeito
(RFD) menores ou iguais a tensão admissível (ver item 5.2.4.4).
127
Tabela 7-4 - Deformações Plásticas de Von Mises na região dos defeitos (RD) e
Tensão de Von Mises nas regiões fora dos defeitos (RFD) para as seções do riser com
defeitos do tipo AE
Defeito AE11 AE12
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 364.80 0 365.35 0 2 362.32 0 362.73 0 3 363.78 0 364.25 0 4 361.18 0 361.63 0 5 363.02 0 363.49 0.0105575 AE13 AE14
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
Tensão Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 365.09 0.0154963 363.97 0.0401283 2 362.67 0.0142505 361.54 0.0390452 3 364.14 0.0170822 362.96 0.042991 4 361.52 0.0168497 360.39 0.0435184 5 363.36 0.0346435 362.21 0.0649471 AE15
Seções Tensão
Von Mises (RFD) MPa
Deformação Plástica (RD) %
1 364.53 0.101484 2 362.11 0.0999127 3 363.55 0.107857 4 360.96 0.109069 5 362.79 0.148048
128
0
0.05
0.1
0.15
0.2
1 2 3 4 5
Seções
Def
orm
ação
Plá
stic
a (%
)
AE11
AE12
AE13
AE14
AE15
Gráfico 7.21 - Deformação Plástica de Von Mises em cada defeito ao longo do trecho
analisado do riser em que o momento é igual a 100% do momento disponível M100%
de cada seção – AE
1
2
3
4
5
350 360 370 380 390
Tensão de Von Mises (MPa)
Seçõ
es d
o R
iser
AE11
AE12
AE13
AE14
AE15
(2/3)Sy
(2/3)σflow
Gráfico 7.22 - Tensão de Von Mises nas regiões fora do defeito ao longo do trecho
analisado do riser em que o momento é igual a 100% do momento disponível M100%
de cada seção - AE
129
Como podemos verificar, quando o momento aplicado corresponde a 100% do
momento disponível M100% nenhum dos defeitos precisa ser reparado, uma vez que
todas as deformações plásticas de Von Mises estão abaixo do valor do critério
proposto (2%) e as tensões de Von Mises nas regiões fora do defeito estão abaixo da
tensão admissível considerada (368 MPa).
Na figura 7.4 são apresentadas as deformações plásticas de Von Mises para os
defeitos Alvéolos Esféricos correspondentes ao carregamento de momento de 100%
do momento disponível 100%. As figuras representam somente o valor para a seção
onde estas deformações são máximas (seção 5).
AE12 – Seção 5
AE13 – Seção 5
AE14 – Seção 5
AE15 – seção 5
Figura 7.4 - Deformação Plástica de Von Mises - AE
130
7.2.9. Comparação entre os Diversos Critérios de Plastificação Descritos Nesta Dissertação
Com o intuito de comparar os valores de carga plástica, definida de acordo com
os critérios abordados nesta dissertação (ver item 5.2), e, conseqüentemente, os
valores de deformação plástica associados a estes critérios, são apresentados abaixo
alguns valores obtidos, segundo estes critérios, para algumas seções e defeitos do
riser corroído. Os critérios de plastificação (que permitem deformações plásticas)
escolhidos para comparação com o critério proposto nesta dissertação são o TES, o
TI, o PW, o RSF e o ASME. O critério ASME só é aplicado (conforme equação 5-6)
para o valor de carregamento correspondente a deformação plástica de Von Mises
igual a 2%, ou seja, somente para o critério proposto nesta dissertação. É importante
salientar que para todos os critérios analisados abaixo, as tensões na região do riser
sem defeito estão abaixo da tensão de escoamento do material, mas não
necessariamente atendem ao critério de tensão admissível de projeto (ver item 5.2.4.3,
equação 5-18).
As seções e os defeitos, bem como os resultados obtidos, são apresentados
nas tabelas e nos gráficos abaixo, onde o valor de λ corresponde ao valor do
carregamento máximo de momento, dividido pelo valor do momento M100% (ver
tabela 7-5), conforme relação abaixo:
%100MMomentodoMáximoValor
=λ
O valor de RSF é calculado dividindo-se os valores de momento obtidos (cargas
plásticas) para a deformação plástica de Von Mises para o riser sem defeito (ver
tabela 7-11), pelos valores de momento obtido pelos critérios de plastificação
analisados.
Tabela 7-5 - Comparação entre os Critérios de Deformação Plástica – Defeito AE12 –
Seção 1
Defeito Seção 1 AE12
Critério Valor Máximo do Momento (KNm)
Deformação Plástica de Von Mises λ RSF
2% de Deformação Plástica de VM 2257.30 2% 2.6 1.05
TES 1956.49 1.03% 2.3 1.12 TI 2223.68 1.81% 2.6 1.05
PW 2213.07 1.76% 2.6 1.05 ASME 1504.86 0.35% 1.8 1.57
131
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
Critério
Valo
r Máx
imo
do M
omen
to (k
Nm
)
2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.23 – Valor Máximo do Momento para os Critérios de Plastificação – Defeito
AE12 Seção 1
0%
1%
2%
3%
Critério
Def
orm
ação
Plá
stic
a de
Von
Mis
es 2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.24 – Deformação Plástica de Von Mises para os Critérios de Plastificação –
Defeito AE12 Seção 1
132
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0001 0.0002 0.0003 0.0004 0.0005 0.0006
Rotação em radianos
λ
TES Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.25 – Critério TES para o Defeito AE12 Seção 1
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0001 0.0002 0.0003 0.0004 0.0005 0.0006
Rotação em radianos
λ
TI Linha Limite de Colapso 1Linha Limite de Colapso 2
Gráfico 7.26 - Critério TI para o Defeito AE12 Seção 1
133
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009
PW em Nm
λ
PW Linha Limite de Colapso 1
Gráfico 7.27 - Critério PW para o Defeito AE12 Seção 1
Como podemos verificar, os valores dos carregamentos (carga plástica) obtidos
pelos critérios TI e PW não diferem muito do valor obtido utilizando-se o critério
definido nesta dissertação. Nós sabemos que em análises elastoplásticas qualquer
incremento (aumento) no valor da tensão, gera um aumento significativo na
deformação plástica, explicando, neste caso, as diferenças encontradas nos valores
de deformação plástica para os critérios analisados. Para o defeito e seção analisado
(AE12 Seção 1), o critério que mais se aproxima do sugerido nesta dissertação é o
critério da interseção das tangentes, cujo valor de deformação plástica (1.81%) se
aproxima de 2%.
É verificado também que o critério RSF é completamente atendido por todos os
critérios analisados, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica que o
defeito, segundo este critério, não precisa ser reparado.
134
Tabela 7-6 - Comparação entre os Critérios de Deformação Plástica – Defeito SLSE10
– Seção 1
Defeito Seção 1 SLSE10
Critério Valor Máximo do Momento (KNm)
Deformação Plástica de Von Mises λ RSF
2% de Deformação Plástica de VM 2183.96 2% 2.6 1.08
TES 1975.61 1.27% 2.3 1.11 TI 1983.66 1.29% 2.3 1.18
PW 1909.99 1.10% 2.2 1.22 ASME 1455.97 0.33% 1.7 1.62
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
Critério
Valo
r Máx
imo
do M
omen
to (k
Nm
)
2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.28 - Valor Máximo do Momento para os Critérios de Plastificação – Defeito
SLSE10 Seção 1
135
0%
1%
2%
3%
Critério
Def
orm
ação
Plá
stic
a de
Von
Mis
es 2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.29 - Deformação Plástica de Von Mises para os Critérios de Plastificação –
Defeito SLSE10 Seção 1
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0001 0.0002 0.0003 0.0004 0.0005
Rotação em Radianos
λ
TES Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.30 - Critério TES para o Defeito SLS10 Seção 1
136
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0001 0.0002 0.0003 0.0004 0.0005Rotação em Radianos
λ
TILinha Limite de Colapso 1Linha Limite de Colapso 2
Gráfico 7.31 - Critério TI para o Defeito SLS10 Seção 1
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.0
PW em Nm
λ
5
PW Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.32 - Critério PW para o Defeito SLS10 Seção 1
137
Como podemos verificar, os valores dos carregamentos (carga plástica) obtidos
pelos critérios TI, PW e TES são levemente inferiores ao valor obtido utilizando-se o
critério definido nesta dissertação. Para o defeito e seção analisado (SLSE10 Seção
1), o critério que mais se aproxima do sugerido nesta dissertação é o critério da
interseção das tangentes (TI), cujo valor de deformação plástica (1.29%) está mais
próximo de 2%.
É verificado também que o critério RSF é completamente atendido por todos os
critérios analisados, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica que o
defeito, segundo este critério, não precisa ser reparado.
Tabela 7-7 - Comparação entre os Critérios de Deformação Plástica – Defeito PCL4 –
Seção 2
Defeito Seção 2 PCL4
Critério Valor Máximo do Momento (KNm)
Deformação Plástica de Von Mises λ RSF
2% de Deformação Plástica de VM 1957.87 2% 2.3 1.22
TES 2081.82 2.54% 2.4 1.18 TI 2068.80 2.49% 2.4 1.18
PW 1995.07 2.16% 2.3 1.21 ASME 1305.25 0.49% 1.5 1.83
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
Critério
Valo
r Máx
imo
do M
omen
to (k
Nm
)
2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.33 - Valor Máximo do Momento para os Critérios de Plastificação – Defeito
PCL4 Seção 2
138
0%
1%
2%
3%
Critério
Def
orm
ação
Plá
stic
a de
Von
Mis
es 2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.34 - Deformação Plástica de Von Mises para os Critérios de Plastificação –
Defeito PCL4 Seção 2
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0002 0.0004 0.0006
Rotação em Radianos
λ
TES Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.35 - Critério TES para o Defeito PCL4 Seção 2
139
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0002 0.0004 0.0006Rotação em Radianos
λ
TILinha Limite Colapso 1Linha Limite Colapso 2
Gráfico 7.36 - Critério TI para o Defeito PCL4 Seção 2
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.02 0.04
PW em Nm
λ
PW Linha Limite Colapso
Gráfico 7.37 - Critério PW para o Defeito PCL4 Seção 2
140
Como podemos verificar, os valores dos carregamentos (carga plástica) obtidos
pelos critérios TI, TES e PW são levemente superiores ao valor obtido utilizando-se o
critério definido nesta dissertação. Para o defeito e seção analisado (PCL4 Seção 2),
os critérios TI, TES e PW apresentam valores de deformação plástica de Von Mises
(2.49, 2.54 e 2.16%, respectivamente) superiores ao do sugerido nesta dissertação
(2%).
É verificado também que o critério RSF é completamente atendido por todos os
critérios analisados, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica que o
defeito, segundo este critério, não precisa ser reparado.
Tabela 7-8 - Comparação entre os Critérios de Deformação Plástica – Defeito PCL1 –
Seção 3
Defeito Seção 3 PCL1
Critério Valor Máximo do Momento (KNm)
Deformação Plástica de Von Mises λ RSF
2% de Deformação Plástica de VM 2345.66 2% 2.6 1.02
TES 2137.02 1.13% 2.4 1.05 TI 2130.03 1.11% 2.4 1.05
PW 2052.26 0.94% 2.3 1.07 ASME 1563.77 0.34% 1.8 1.54
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
Critério
Valo
r Máx
imo
do M
omen
to (k
Nm
)
2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.38 - Valor Máximo do Momento para os Critérios de Plastificação – Defeito
PCL1 Seção 3
141
0%
1%
2%
3%
Critério
Def
orm
ação
Plá
stic
a de
Von
Mis
es 2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.39 - Deformação Plástica de Von Mises para os Critérios de Plastificação –
Defeito PCL1 Seção 3
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0002 0.0004 0.0006 0.0008
Rotação em Radianos
λ
TES Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.40 - Critério TES para o Defeito PCL1 Seção 3
142
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0002 0.0004 0.0006 0.0008
Rotação em Radianos
λ
TILinha Limite de Colapso 1Linha Limite de Colapso 2
Gráfico 7.41 - Critério TI para o Defeito PCL1 Seção 3
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.002 0.004 0.006 0.008
PW em Nm
λ
PW Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.42 - Critério PW para o Defeito PCL1 Seção 3
Como podemos verificar, os valores dos carregamentos (carga plástica) obtidos
pelos critérios TI, PW e TES são levemente inferiores ao valor obtido utilizando-se o
critério definido nesta dissertação.
143
Para o defeito e seção analisado (PCL1 Seção 3), o critério que mais se aproxima do
sugerido nesta dissertação é o critério TES, cujo valor de deformação plástica (1.13%)
está mais próximo de 2%.
É verificado também que o critério RSF é completamente atendido por todos os
critérios analisados, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica que o
defeito, segundo este critério, não precisa ser reparado.
Tabela 7-9 - Comparação entre os Critérios de deformação Plástica – Defeito PCL4 –
Seção 4
Defeito Seção 4 PCL4
Critério Valor Máximo do Momento (KNm)
Deformação Plástica de Von Mises λ RSF
2% de Deformação Plástica de VM 2045.08 2% 2.1 1.22
TES 2203.36 2.67% 2.3 1.16 TI 2313.70 3.50% 2.4 1.13
PW 2309.34 3.45% 2.4 1.14 ASME 1363.38 0.45% 1.4 1.82
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
Critério
Valo
r Máx
imo
do M
omen
to (k
Nm
)
2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.43 - Valor Máximo do Momento para os Critérios de Plastificação – Defeito
PCL4 Seção 4
144
0%
1%
2%
3%
4%
Critério
Def
orm
ação
Plá
stic
a de
Von
Mis
es 2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.44 - Deformação Plástica de Von Mises para os Critérios de Plastificação –
Defeito PCL4 Seção 4
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0005 0.001 0.0015
Rotação em Radianos
λ
TES Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.45 - Critério TES para o Defeito PCL4 Seção 4
145
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0005 0.001 0.0015
Rotação em Radianos
λ
TILinha Limite Colapso 1Linha Limite Colapso 2
Gráfico 7.46 - Critério TI para o Defeito PCL4 Seção 4
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.05 0.1 0.15
PW em Nm
λ
PW Linha Limite Colapso
Gráfico 7.47 - Critério PW para o Defeito PCL4 Seção 4
146
Como podemos verificar, os valores dos carregamentos (carga plástica) obtidos
pelos critérios TI, TES e PW são levemente superiores ao valor obtido utilizando-se o
critério definido nesta dissertação. Para o defeito e seção analisado (PCL4 Seção 4),
os critérios TI, TES e PW apresentam valores de deformação plástica de Von Mises
(3.50, 2.67 e 3.45%, respectivamente)) superiores ao do sugerido nesta dissertação
(2%).
Ë verificado também que o critério RSF é completamente atendido por todos os
critérios analisados, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica que o
defeito, segundo este critério, não precisa ser reparado.
Tabela 7-10 - Comparação entre os Critérios de Deformação Plástica – Defeito PCL5 –
Seção 5
Defeito Seção 5 PCL5
Critério Valor Máximo do Momento (KNm)
Deformação Plástica de Von Mises λ RSF
2% de Deformação Plástica de VM 2018.51 2% 1.8 1.28
TES 2292.86 3.30% 2.0 1.18 TI 2429.07 5.00% 2.1 1.12
PW 2383.67 4.34% 2.1 1.16 ASME 1345.67 0.39% 1.2 1.93
0.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
3000.00
Critério
Valo
r Máx
imo
do M
omen
to (k
Nm
)
2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.48 - Valor Máximo do Momento para os Critérios de Plastificação – Defeito
PCL5 Seção 5
147
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
Critério
Def
orm
ação
Plá
stic
a de
Von
Mis
es 2% de DeformaçãoPlástica de VM
TES
TI
PW
ASME
Gráfico 7.49 - Deformação Plástica de Von Mises para os Critérios de Plastificação –
Defeito PCL5 Seção 5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0001 0.0002 0.0003 0.0004 0.0005 0.0006 0.0007 0.0008 0.0009 0.001
Rotação em Radianos
λ
TES Linha Limite de Colapso
Gráfico 7.50 - Critério TES para o Defeito PCL5 Seção 5
148
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.0005 0.001 0.0015Rotação em Radianos
λ
TILinha Limite Colapso 1Linha Limite Colapso 2
Gráfico 7.51- Critério TI para o Defeito PCL5 Seção 5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
0 0.05 0.1 0.15
PW em Nm
λ
PW Linha Limite Colapso
Gráfico 7.52 – Critério PW para o Defeito PCL5 Seção 5
149
Como podemos verificar, os valores dos carregamentos (carga plástica) obtidos
pelos critérios TI, TES e PW são superiores ao valor obtido utilizando-se o critério
definido nesta dissertação. Para o defeito e seção analisado (PCL5 Seção 5), os
critérios TI, TES e PW apresentam valores de deformação plástica de Von Mises (5,
3.3, e 4.34%, respectivamente) superiores ao do sugerido nesta dissertação (2%).
É verificado também que o critério RSF é completamente atendido por todos os
critérios analisados, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica que o
defeito, segundo este critério, não precisa ser reparado.
A tabela abaixo apresenta os valores máximos de momento obtidos para cada
seção dos critérios analisados.
Tabela 7-11 - Valores Máximos de Momento Obtidos para Cada Seção dos Critérios
Analisados
Seção 1
Critério Deformação Plástica de Von Mises
Momento (kNm)
TES 1.03 2183.3 TI 1.81 2334.749
PW 1.76 2326.856 Seção 2
TES 2.54 2447.505 TI 2.49 2442.384
PW 2.16 2404.55 Seção 3
TES 1.13 2241.728 TI 1.11 2237.03
PW 0.94 2192.181 Seção 4
TES 2.67 2554.903 TI 3.5 2625.369
PW 3.45 2630.522 Seção 5
TES 3.3 2714.646 TI 5 2728.877
PW 4.34 2774.998
150
7.2.10. Resultados Encontrados para o Máximo Valor de Momento Aplicado Utilizando o Critério de Deformação Plástica Admissível VMPS2%
São apresentados na tabela 7-12 e no gráfico 7.53 os valores obtidos de
momento máximo, correspondente à deformação plástica de Von Mises igual a 2%,
para todos os defeitos analisados nesta dissertação. Devemos lembrar que estes
valores, segundo o critério desta dissertação (ver item 5.2.4.3) não podem ser
aplicados à estrutura, uma vez que os mesmos geram tensões na região do riser sem
defeito superiores à tensão admissível estabelecida pela norma, apesar dessas
tensões serem inferiores à tensão de escoamento do material.
Tabela 7-12 - Momentos Máximos (kNm) Obtidos Considerando a Deformação
Plástica de Von Mises igual a 2% para todos os Defeitos
Defeitos PCL1 PCL2 PCL3 PCL4 PCL5 Riser SD*
Seção M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
1 2308.599 2170.447 2053.359 1911.394 1818.909 2360.717 2 2329.06 2191.746 2073.272 1957.869 1836.04 2384.102 3 2345.656 2207.313 2095.525 1965.372 1845.93 2400.853 4 2399.647 2277.404 2171.497 2045.076 1919.374 2487.61 5 2450.892 2353.039 2266.402 2145.378 2018.508 2593.056 AE11 AE12 AE13 AE14 AE15
Seção M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
1 2351.035 2257.295 2094.31 1910.819 1708.19 2 2369.584 2277.725 2114.071 1930.639 1727.36 3 2383.469 2293.011 2131.386 1941.996 1743.685 4 2434.422 2353.045 2205.197 2005.614 1819.196 5 2486.839 2412.973 2286.869 2112.14 1933.872 SLSE6 SLSE7 SLSE8 SLSE9 SLSE10
Seção M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
1 2331.397 2342.744 2280.58 2226.036 2183.96 2 2350.302 2361.408 2300.12 2246.712 2204.653 3 2363.879 2375.622 2314.1 2260.731 2218.83 4 2417.407 2426.594 2371.826 2323.735 2284.947 5 2473.894 2478.384 2431.393 2387.922 2354.394 SCSE6 SCSE7 SCSE8 SCSE9 SCSE10
Seção M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
M2% Defplast
1 1692.186 1496.272 1332.531 1204.563 1120.638 2 1708.974 1515.932 1348.522 1221.896 1136.057 3 1714.304 1531.708 1355.966 1231.784 1142.726 4 1780.775 1583.181 1420.444 1293.839 1208.519 5 1897.215 1685.204 1546.649 1401.392 1309.949
151
600
1100
1600
2100
2600
3100
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800
Momento (kN.m)
Traç
ão (k
N)
M100% (N.mm)
PCL5 M2% Def plast
AE15 M2% Def plast
SCSE10 M2% Def plast
SLSE10 M2% Def plast
PCL4 M2% Def plast
PCL3 M2% Def plast
PCL2 M2% Def plast
PCL1 M2% Def plast
AE14 M2% Def plast
AE13 M2% Def plast
AE12 M2% Def plast
AE11 M2% Def plast
SLSE9 M2% Def plast
SLSE8 M2% Def plast
SLSE7 M2% Def plast
SLSE6 M2% Def plast
SCSE9 M2% Def plast
SCSE8 M2% Def plast
SCSE7 M2% Def plast
SCSE6 M2% Def plast
SD M2% Def plast
Gráfico 7.53 – Valores Máximos de Momento Obtidos Para Todos os Defeitos
utilizando o Critério de 2% de deformação Plástica de Von Mises
7.2.11. Resultados Obtidos Utilizando o Critério RSF Aplicado ao Carregamento M100%
São apresentados na tabela e no gráfico abaixo os valores obtidos para RSF
aplicado ao valor de momento correspondente a 100% de M100%, para todas as
seções e defeitos analisados nesta dissertação.
152
Tabela 7-13 – Critério RSF Aplicado ao Carregamento de M100%
Defeitos PCL1 PCL2 PCL3 PCL4 PCL5
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 1.51 1.77 2.03 2.06 2.09 2 1.53 2.01 2.07 2.10 2.12 3 1.52 1.87 2.04 2.07 2.10 4 1.51 1.64 1.83 1.95 2.01 5 1.02 1.38 1.56 1.63 1.67 AE11 AE12 AE13 AE14 AE15
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 - - 1.59 1.73 2.01 2 - - 1.70 2.00 2.05 3 - - 1.62 1.81 2.03 4 - - 1.54 1.62 1.79 5 - 1.82 1.16 1.30 1.55 SLSE6 SLSE7 SLSE8 SLSE9 SLSE10
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 - - - 1.55 1.58 2 - - - 1.63 1.69 3 - - 1.50 1.96 1.64 4 - - 1.50 1.55 1.56 5 1.38 1.36 1.10 1.17 1.20 SCSE6 SCSE7 SCSE8 SCSE9 SCSE10
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 2.10 2.23 3.03 2.51 2.60 2 2.14 2.25 2.37 2.49 2.56 3 2.10 2.21 2.33 2.45 2.52 4 2.01 2.13 2.25 2.38 2.44 5 1.68 1.90 2.05 2.16 2.20
0.60
0.90
1.20
1.50
1.80
2.10
2.40
2.70
3.00
1 2 3 4 5
Seções
RSF
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5
AE11
AE12
AE13
AE14
AE15
SLSE6
SLSE7
SLSE8
SLSE9
SLSE10
SCSE6
SCSE7
SCSE8
SCSE9
SCSE10
Crit ério
Gráfico 7.54 - Critério RSF Aplicado ao Carregamento M100% para Todos os Defeitos
153
Como podemos verificar, o critério RSF é completamente atendido para todos
os defeitos e seções analisadas, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica
que os defeitos, segundo este critério, não precisam ser reparados.
Devido ao carregamento correspondente a 100% de M100% não gerar
deformação plástica em todos os defeitos, alguns deles não têm o RSF calculado, uma
vez que este critério relaciona as cargas geradoras de deformações plásticas (ver item
5.2.4.1).
7.2.12. Resultados Obtidos Utilizando o Critério RSF Aplicado ao Critério Estabelecido Nesta Dissertação
São apresentados na tabela 7-14 e no gráfico 7.55 os valores obtidos para RSF
aplicado ao critério de deformação plástica de Von Mises igual a 2%, para todas a
seções e defeitos analisados nesta dissertação. O RSF foi calculado considerando o
carregamento (carga plástica) (ver tabela 7-11) necessário para se atingir o critério de
deformação plástica de Von Mises igual a 2%.
154
Tabela 7-14 - Critério RSF Aplicado ao Critério de Deformação Plástica de Von Mises
igual a 2%
Defeitos PCL1 PCL2 PCL3 PCL4 PCL5
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 1.02 1.09 1.15 1.24 1.30 2 1.02 1.09 1.15 1.22 1.30 3 1.02 1.09 1.15 1.22 1.30 4 1.04 1.09 1.15 1.22 1.30 5 1.06 1.10 1.14 1.21 1.28 AE11 AE12 AE13 AE14 AE15
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 1.00 1.05 1.13 1.24 1.38 2 1.00 1.04 1.12 1.22 1.37 3 0.99 1.03 1.11 1.22 1.35 4 0.97 1.00 1.07 1.18 1.30 5 0.95 0.98 1.03 1.12 1.22 SLSE6 SLSE7 SLSE8 SLSE9 SLSE10
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 1.01 1.01 1.04 1.06 1.08 2 1.00 1.00 1.03 1.05 1.07 3 1.00 0.99 1.02 1.04 1.06 4 0.98 0.97 1.00 1.02 1.03 5 0.95 0.95 0.97 0.99 1.00 SCSE6 SCSE7 SCSE8 SCSE9 SCSE10
Seção RSF RSF RSF RSF RSF 1 1.40 1.58 1.77 1.96 2.11 2 1.38 1.56 1.75 1.93 2.08 3 1.38 1.54 1.74 1.92 2.07 4 1.33 1.49 1.66 1.82 1.95 5 1.24 1.40 1.53 1.68 1.80
155
0.6
0.9
1.2
1.5
1.8
2.1
2.4
1 2 3 4 5
Seções
RSF
PCL2
PCL3
PCL4
PCL5
AE11
AE12
AE13
AE14
AE15
SLSE6
SLSE7
SLSE8
SLSE9
SLSE10
SCSE6
SCSE7
SCSE8
SCSE9
SCSE10
Crit ério
Gráfico 7.55 – Critério RSF Aplicado ao Critério de 2% de deformação Plástica de Von
Mises para Todos os Defeitos
Como podemos verificar, o critério RSF é completamente atendido para todos
os defeitos e seções analisadas, ou seja, seu valor nunca é inferior a 0.9, o que indica
que os defeitos, segundo este critério, não precisam ser reparados.
7.2.13. Resultados Obtidos Utilizando o Critério ASME Aplicado ao Critério Estabelecido Nesta Dissertação
São apresentados no gráfico 7.56 os valores obtidos para o código ASME
aplicado ao critério de deformação plástica de Von Mises igual a 2%, para todas a
seções e defeitos analisados nesta dissertação. O critério ASME foi aplicado nos
carregamentos (cargas plásticas) (ver tabela 7-11) necessários para se atingir o
critério de deformação plástica de Von Mises igual a 2%. Os valores geradores deste
gráfico encontram-se no anexo 1 desta dissertação.
156
600
1100
1600
2100
2600
3100
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Momento (kN.m)
Traç
ão (k
N)
M100% (N.mm)
PCL5 2/ 3 M2% Def plast
AE15 2/ 3 M2% Def plast
SCSE10 2/ 3 M2% Def plast
SLSE10 2/ 3 M2% Def plast
PCL4 2/ 3 M2% Def plast
PCL3 2/ 3 M2% Def plast
PCL2 2/ 3 M2% Def plast
PCL1 2/ 3 M2% Def plast
AE14 2/ 3 M2% Def plast
AE13 2/ 3 M2% Def plast
AE12 2/ 3 M2% Def plast
AE11 2/ 3 M2% Def plast
SLSE9 2/ 3 M2% Def plast
SLSE8 2/ 3 M2% Def plast
SLSE7 2/ 3 M2% Def plast
SLSE6 2/ 3 M2% Def plast
SCSE9 2/ 3 M2% Def plast
SCSE8 2/ 3 M2% Def plast
SCSE7 2/ 3 M2% Def plast
SCSE6 2/ 3 M2% Def plast
SD 2/ 3 M2% Def plast
Gráfico 7.56 - Critério ASME Aplicado ao Critério de 2% de deformação Plástica de
Von Mises para Todos os Defeitos
Como podemos verificar, somente os defeitos SCSE10, SCSE9 e as seções 4
e 5 do defeito SCSE8 estão abaixo do valor de M100%. Todos os outros valores são
superiores ao M100%.
157
Capítulo 8. CONCLUSÕES
Conforme os estudos realizados por BENJAMIN [4] [13] [14] [15] [16] e
CAMPELLO [3] que utilizam o critério de tensão admissível (no regime elástico) para a
região dos defeitos, a utilização das seções analisadas do riser de perfuração, objeto
desta dissertação, seria limitada por valores de momento aplicado inferiores a 80% do
M100%, onde M100% corresponde ao momento que, se aplicado, levaria a uma
tensão de Tresca (Stress Intensity) no ponto de tensão máxima da seção a se igualar
ao valor limite correspondente a 67% da tensão de escoamento do material, quando
associado aos demais carregamentos aplicados (pi, pe e N).
Com o intuito de estender o limite de operação deste riser, ou seja, estabelecer
um critério que permita que os valores de momento aplicado sejam iguais a M100%, é
proposto que o limitante para as regiões dos defeitos não seja mais uma tensão
admissível e, sim, uma deformação plástica admissível, gerada por uma condição
qualquer de carregamento (carga plástica).
A grande dificuldade em se obter o par carga plástica-deformação plástica, é
devido à condição limitante de que esta deformação não pode ser excessiva. O termo
deformação plástica excessiva é bastante subjetivo e a obtenção deste valor tem sido
proposto por diversos códigos de projeto.
Os resultados obtidos por estes códigos, quando comparados com o critério
proposto nesta dissertação, apresentam valores que são mais ou menos
conservativos, ratificando a dificuldade em se estabelecer uma deformação plástica
admissível e não excessiva.
O critério proposto nesta dissertação estabelece que a máxima deformação
plástica de Von Mises para a região de defeitos não ultrapasse o valor de 2% e que as
tensões nas regiões fora do defeito atendam ao critério de tensão admissível.
Este critério permite que as seções do riser com defeito possam operar com
valores de momento aplicado correspondentes a M100%, estendendo assim sua
aplicação.
Como exemplo, podemos citar o defeito de corrosão sulco circunferencial semi-
esférico (SCSE10) e todas as suas seções, onde, segundo o critério de tensão
admissível, o mesmo teria a sua operação limitada para valores de momento iguais a
20% de M100%. Com a utilização do critério proposto nesta dissertação, este valor de
momento passa a corresponder ao próprio M100%. Este valor de deformação plástica
deve ser objeto de certificação através de ensaios de laboratório, a fim de garantir a
qualificação do método.
158
Caso o intuito seja aumentar o carregamento de momento a ser aplicado na
estrutura, ou seja, um momento maior que M100%, podemos aplicar o critério RSF ou
o critério proposto pelas ASME (aplicado ao proposto nesta dissertação). Estes
critérios só podem ser utilizados se as tensões na região do riser sem defeito não
forem limitadas pela tensão admissível e sim pela tensão de escoamento do material,
o que torna a avaliação pouco conservativa.
8.1. Recomendações para Trabalhos Futuros
Como se trata de assunto de grande importância para continuidade operacional
de risers de perfuração corroídos, são propostas algumas sugestões de trabalhos
futuros, as quais são:
1. Ensaios de laboratório de riser de perfuração corroídos a fim de aferir e,
conseqüentemente, validar os modelos numéricos;
2. Ampliar a gama de defeitos de corrosão externa, simulando novas
geometrias, profundidades e dimensões, inclusive colônias;
3. Simular defeitos de corrosão interna considerando que estes ocorrem
concomitantemente aos defeitos externos;
4. Desenvolver modelador automático de defeitos de corrosão e gerador de
malha, em risers de perfuração, para simulação em programas de elementos
finitos;
5. Estabelecer critérios menos conservativos para a região do riser sem defeito;
159
Capítulo 9. Referências Bibliográficas
[1] API 5L, Specification for Line Pipe, American Petroleum Institute, USA, forty-third
Edition, 2004.
[2] API RP 16Q, Recommended Practice for Design, Selection, Operation and
Maintenance of Marine Riser Drilling System, American Petroleum Institute,
USA, First Edition 1993, Reaffirmed 2001.
[3] CAMPELLO, G.C., Avaliação da Vida Residual de Risers de Perfuração Corroídos.
Tese M.Sc, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2007.
[4] BENJAMIN, A. C., CUNHA, D. J. S., SILVA, R. C. C., GUERREIRO, J. N. C. e
CARNEIRO, E. G., Análise local do Riser da P23 com PITs de corrosão semi-
esféricos, CT MC-30/2005, Petrobras/CENPES/ PDP/MC, RJ, Brasil, 2005.
(Relatório Interno Petrobras)
[5] PACHECO, A. A., Desenvolvimento de um Pós-Processador para Visualização das
Janelas de Operação de Risers de Perfuração. Dissertação de M.Sc.,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2004.
[6] Equipamentos do Sistema Submarino de Sondas e Controle de Poço em
Flutuantes, Documento Interno PETROBRAS, 2006.
[7] FIGUEIREDO, M. W., Estudo de Cargas em Cabeça de Poço Submarino em
Operações de Completação. Dissertação de M.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, 2001.
[8] SCHNEIDER, W. P., “Dynamic Positioning Systems”. In: Offshore Technology
Conference, OTC 1094, Houston, Texas, USA, May 1969.
[9] OFFSHORE ENGINEER, “Dual Gradient Drilling-Offshore Americas-Wet Gas
Metering”, Offshore Magazine, July 2002.
[10] PETROBRAS - Especificação Técnica, Metocean Data – Roncador Field, I-ET-
3549.00-1000-941-PPC-005, Rio de Janeiro, Brasil, 2003.
[11] PETROBRAS - Especificação Técnica, Metocean Data - Fatigue, VIV and
Deployment – Roncador Field, I-ET-3549.00-1000-941-PPC-004, Rio de
Janeiro, Brasil, 2004.
160
[12] ANFLEX – Manual teórico, RT MC 64/2001 - CENPES/PDP/MC, Rio de Janeiro,
Dezembro de 2001. (Relatório Interno Petrobras)
[13] BENJAMIN, A. C., CUNHA, D. J. S., SILVA, R. C. C., GUERREIRO, J. N. C. e
CARNEIRO, E. G., Análise local do Riser da P23 com PITs de corrosão
cilíndrico largo, CT MC-33/2005, Petrobras/CENPES/ PDP/MC, RJ, Brasil,
2005. (Relatório Interno Petrobras)
[14] BENJAMIN, A. C., CUNHA, D. J. S., SILVA, R. C. C., GUERREIRO, J. N. C. e
CARNEIRO, E. G., Análise local do Riser da P23 com PITs de corrosão
cilíndrico estreito, CT MC-40/2005, Petrobras/CENPES/ PDP/MC, RJ, Brasil,
2005. (Relatório Interno Petrobras)
[15] BENJAMIN, A. C., CUNHA, D. J. S., SILVA, R. C. C., GUERREIRO, J. N. C. e
CARNEIRO, E. G., Análises Locais do Riser da P23 com 3 Tipos de Pits de
Corrosão: Comparação de Fatores de Concentração de Tensão e Tensões
Máximas, CT MC-010/2006, Petrobras/ CENPES/PDP/MC, RJ, Brasil, 2006.
(Relatório Interno Petrobras)
[16] BENJAMIN, A. C., CUNHA, D. J. S., SILVA, R. C. C., GUERREIRO, J. N. C. e
CARNEIRO, E. G., Análise Local do Riser da P23 com Sulcos
Circunferenciais Semi-Esféricos, CT MC-012/2006, Petrobras/
CENPES/PDP/MC, RJ, Brasil, 2006. (Relatório Interno Petrobras)
[17] YOUNG, R.D., Miler C.A., FOX S.A., ET AL., DERP User’s manual, Stress
Engineering Services INC. 4 ed., Houston, TX, USA, 1996.
[18] CAMPELLO, G. C., ROVERI, F. E., Análise Global do Riser da P23 – 2º Relatório,
CT TS-13/2006, Projeto AT-7.03.0008, CENPES/PDP/TS, RJ, Brasil, 2006.
(Relatório Interno Petrobras)
[19] MENDELSON, A., Plasticity: Theory and Application. First Edition New York, The
Macmillan Company, 1968.
[20] GHISI, E., Apostila ECV565, Resistência dos Sólidos, 2004. (Documento Interno
Petrobras).
161
[21] UFPR – Universidade Federal do Paraná – Centro de Estudos de engenharia
Civil, Materiais Elastoplásticos, disponível em http://www.cpgmne.ufpr.br
consultado em 07 de julho de2008.
[22] Anônimo, Tratamento de Problemas Não-Lineares na Mecânica dos Sólidos,
2004. (Documento Interno Petrobras)
[23] ANSYS, ANSYS Reference Manual (version 11), ANSYS Inc, USA, 2006.
[24] HILL, R., The Mathematical Theory of Plasticity. Oxford University Press, 1950.
[25] LUDWIK, P., Elemente der technologischen Mechanik, Springer, Berlin, 1909.
[26] VALENTINI, M.D, Avaliação dos Métodos Semi-Empíricos para Análise de Dutos
Corroídos Subsidiado pelo Método dos Elementos Finitos. Dissertação de
M.Sc.,PUC-PR, Curitiba, PR, Brasil, 2006
[27] API 6AF2, Technical Report on Capabilities of API Integral Flanges Under
Combination of Loading – Phase II, American Petroleum Institute, Second
Edition, April 1999.
[28] API 6A, Specification for Wellhead and Christmas Tree Equipment, American
Petroleum Institute, July 2004.
[29] API 17D, Specification for Subsea Wellhead and Christmas Tree Equipment,
American Petroleum Institute, First Edition, October 1992.
[30] BSI, PD5500:2000, Specification for Unfired Fusion Welded Pressure Vessels,
British Standards Institution, 2000.
[31] MUSCAT, M., MACKENZIE, D. and HAMILTON, R., “A Work Criterion for Plastic
Collapse”. In: International Journal of Pressure Vessels and Piping,
September 2002.
[32] GERDEEN, J.C, “A Critical Evaluation of Plastic Behavior Data and a United
Definition of Plastic Loads for Pressure Vessel Components”. In: WRC Bull,
1979.
[33] MACKENZIE, D., BOYLE, J.T. and HAMILTON, R. “Application of Inelastic Finite
Element Analysis To Pressure Vessel Design”, Eighth ICPVT, 1996.
162
[34] SAVE, M., “Experimental Verification of Plastic Limit Analysis of Torispherical And
Toriconical Heads”, In: Pressure Vessel Piping: Design And Analysis, vol. 1.
New York: ASME, 1972.
[35] CEN, prEN 13445-3: Part 3, Unfired Pressure Vessels, European Committee for
Standardization (CEN), 1999.
[36] HANTZ, B.F., SIMS, J.R., KENYON, C.T, et al, “Fitness For Service: Groove Like
Local Thin Areas on Pressure Vessels And Storage Tanks, Plant
Systems/Components Aging Management”, ASME, 1993.
[37] SIMS, J.R., HANTZ, B.F., KUEHN, K., E., “A Basis for Fitness for Service
Evaluation of Thin Areas In Pressure Vessels And Storage Tanks, Pressure
Vessel Fracture, Fatigue And Life Management”, ASME, 1992.
[38] TURBAK, T. A., SIMS, J. R., ”Comparison of Local Thin Areas Assessment
Methodologies, Service Experience And Reliability Improvement: Nuclear,
Fossil And Petrochemical Plants”, ASME, 1994.
[39] The Materials Properties Council, FS-29, Final Reports of Research for MPC
Fitness for Service Phase I Sponsored Studies of Local Thin Areas, August
1996.
[40] KIRK, M.T, LAVERTY, K.D, and CHOU, C. H., “The Evaluation of Axisymmetric
Local Thin Areas In Pressure Vessels, Fitness for Service And Decisions for
Petroleum And Chemical Equipment”, ASME, 1995.
[41] DEPADOVA, T. A., SIMS, J.R., “Fitness for service: Local thin Areas Comparison
of Finite Element Analysis to Physical Test Results, Fitness for Service and
Decisions for Petroleum and Chemical Equipment”, ASME, 1995.
[42] CONNELLY, L.M., “Hydro-Test of Two Retired Pressure Vessels With Local Thin
Areas, Fitness for Service And Decisions for Petroleum And Chemical
Equipment, ASME, 1995.
[43] SILVA, R. C. C., GUERREIRO, J. N. C. e CARNEIRO, E. G., Validação de
Modelos de Elementos Finitos – Etapa 1, Contrato CENPES no
0050.0011145.05.2, Relatório 1, Revisão 0, LNCC/MCT, Rio de Janeiro, Maio
de 2005.
163
[44] DNV-OS-F101, Offshore Standard. Submarine Pipeline System, Det Norske
Veritas, 2000.
[45] MOHR, W., Strain-Based Design of Pipelines Report, Appendix C. EWI – Edison
Welding Institute, Ohio, EUA, October, 2003.
164
ANEXO I
RESULTADOS OBTIDOS POR ADILSON [4] [13] [14] [15] [16] E CAMPELLO [3] EM SEUS ESTUDOS SOBRE RISERS DE PERFURAÇÃO CORROÍDOS E RESULTADOS OBTIDOS UTILIZANDO O CRITÉRIO ASME APLICADO AO CRITÉRIO ESTABELECIDO NESTA DISSERTAÇÃO
165
Valores Utilizados para a elaboração dos gráficos 7.1, 7.2, 7.3, 7.4, 7.7, 7.8, 7.11,
7.12, 7.13, 7.14, 7.17, 7.18, 7.19 e 7.20.
Percentual do Momento Aplicado Mom20% Mom40% Mom60% Mom80%
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 236.63 316.37 396.58 476.33 2 226.14 307.68 388.79 470.39 3 210.42 293.98 377.26 461.10 4 178.67 266.70 355.85 445.95
PCL1
5 160.55 262.45 366.55 472.27
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 263.36 358.10 448.37 538.11 2 259.42 351.26 442.58 534.43 3 246.06 340.50 434.44 528.92 4 213.12 314.67 415.93 517.76
PCL2
5 192.56 311.49 431.17 550.99
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 298.38 398.04 498.29 597.94 2 288.68 390.68 492.09 594.09 3 274.18 379.09 483.43 588.35 4 237.70 350.76 463.28 576.40
PCL3
5 214.59 347.41 480.42 613.45
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 329.21 439.07 549.59 659.46 2 318.43 430.88 542.69 655.14 3 302.29 417.97 533.00 648.68 4 261.77 386.48 510.56 635.28
PCL4
5 235.93 382.59 529.28 675.97
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 344.30 459.12 574.62 689.44 2 333.07 450.60 567.44 684.97 3 316.26 437.15 557.37 678.27 4 273.95 404.29 533.96 664.31
PCL5
5 246.94 400.23 553.53 706.85
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 345.10 460.11 575.81 690.84 2 334.09 451.79 568.83 686.54 3 317.86 438.83 559.19 680.25 4 276.75 406.85 536.51 666.95
SCSE6
5 250.85 403.48 556.64 709.99
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 415.49 553.47 692.28 830.27 2 402.90 544.11 684.52 825.75 3 384.42 529.60 674.02 819.27 4 336.12 492.36 647.99 804.52
SCSE7
5 305.46 488.88 672.77 856.81
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 488.48 650.10 812.67 974.29 2 474.28 639.67 804.13 969.54 3 453.52 623.58 792.75 962.88 4 397.81 580.91 763.25 946.62
SCSE8
5 362.23 577.28 792.74 1008.35
166
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 571.51 759.98 949.56 1138.04 2 555.43 748.32 940.11 1133.01 3 532.04 730.39 927.67 1126.09 4 467.86 681.47 894.15 1108.01
SCSE9
5 426.64 677.60 928.95 1180.44
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 631.84 839.64 1048.66 1256.46 2 614.30 826.97 1038.42 1251.10 3 588.82 807.52 1025.04 1243.80 4 518.24 753.80 988.31 1224.11
SCSE10
5 472.75 749.53 1026.69 1303.98
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 178.67 252.60 326.52 400.45 2 172.40 247.61 322.81 398.02 3 167.52 244.88 322.25 399.61 4 148.03 231.46 314.88 398.31
AE11
5 129.13 227.54 325.95 424.36
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 185.49 266.24 346.99 427.74 2 179.34 261.49 343.63 425.78 3 174.66 259.16 343.66 428.16 4 155.73 246.85 337.98 429.10
AE12
5 138.21 245.70 353.19 460.69
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 193.61 282.48 371.34 460.21 2 187.60 278.00 368.40 458.81 3 183.16 276.15 369.14 462.14 4 164.89 265.17 365.46 465.74
AE13
5 149.02 267.31 385.61 503.91
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 202.95 301.17 399.38 497.59 2 197.11 297.02 396.92 496.83 3 192.94 295.71 398.48 501.26 4 175.44 286.27 397.10 507.93
AE14
5 161.46 292.19 422.93 553.67
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 213.17 321.60 430.02 538.45 2 207.50 317.80 428.10 538.40 3 203.63 317.09 430.55 544.01 4 186.97 309.32 431.68 554.04
AE15
5 175.05 319.39 463.73 608.06
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 184.01 263.27 342.54 421.80 2 177.83 258.47 339.10 419.74 3 173.11 256.06 339.00 421.95 4 154.06 243.51 332.95 422.40
SLSE6
5 136.23 241.75 347.27 452.79
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 185.54 266.34 347.14 427.94 2 179.39 261.59 343.79 425.98 3 174.72 259.27 343.82 428.37 4 155.79 246.97 338.15 429.33
SLSE7
5 138.28 245.84 353.40 460.96
167
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 188.95 273.16 357.37 441.58 2 182.86 268.53 354.20 439.86 3 178.28 266.41 354.53 442.65 4 159.64 254.67 349.70 444.73
SLSE8
5 142.82 254.92 367.02 479.12
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 192.59 280.43 368.27 456.11 2 186.56 275.92 365.28 454.64 3 182.09 274.01 365.93 457.86 4 163.74 262.87 361.99 461.12
SLSE9
5 147.65 264.59 381.53 498.46
Defeito Seção σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
σ von Mises (MPa)
1 195.28 285.82 376.35 466.89 2 189.30 281.40 373.50 465.61 3 184.91 279.65 374.39 469.13 4 166.78 268.95 371.12 473.29
SLSE10
5 151.24 271.76 392.29 512.81 Valores Utilizados para a elaboração do gráfico 7.56.
Defeitos PCL1 PCL2 PCL3 PCL4 PCL5
Seção M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME 1 1539.07 1446.96 1368.91 1274.26 1212.61 2 1552.71 1461.16 1382.18 1305.25 1224.03 3 1563.77 1471.54 1397.02 1310.25 1230.62 4 1599.76 1518.27 1447.66 1363.38 1279.58 5 1633.93 1568.69 1510.93 1430.25 1345.67 AE11 AE12 AE13 AE14 AE15
Seção M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME 1 1567.36 1504.86 1396.21 1273.88 1138.79 2 1579.72 1518.48 1409.38 1287.09 1151.57 3 1588.98 1528.67 1420.92 1294.66 1162.46 4 1622.95 1568.70 1470.13 1337.08 1212.80 5 1657.89 1608.65 1524.58 1408.09 1289.25 SLSE6 SLSE7 SLSE8 SLSE9 SLSE10
Seção M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME 1 1554.26 1561.83 1520.39 1484.02 1455.97 2 1566.87 1574.27 1533.41 1497.81 1469.77 3 1575.92 1583.75 1542.73 1507.15 1479.22 4 1611.60 1617.73 1581.22 1549.16 1523.30 5 1649.26 1652.26 1620.93 1591.95 1569.60 SCSE6 SCSE7 SCSE8 SCSE9 SCSE10
Seção M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME M2% + ASME 1 1128.12 997.51 888.35 803.04 747.09 2 1139.32 1010.62 899.01 814.60 757.37 3 1142.87 1021.14 903.98 821.19 761.82 4 1187.18 1055.45 946.96 862.56 805.68 5 1264.81 1123.47 1031.10 934.26 873.30
168