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CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS UBERABA/MG 2012 ANÁLISE CRIMINAL

Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

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CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

UBERABA/MG

2012

ANÁLISE CRIMINAL

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Sumário

UNIDADE I .................................................................................................................. 3

1. GESTÃO DAS INFORMAÇÕES CRIMINAIS ................................................. 3

1.1. Dado ........................................................................................................ 5

1.2. Informação ............................................................................................... 5

1.3. Conhecimento .......................................................................................... 6

UNIDADE II ............................................................................................................... 10

2. ANÁLISE CRIMINAL .................................................................................... 10

2.1. A análise criminal e seu campo de aplicação ........................................ 10

2.2. Conceito de análise criminal .................................................................. 10

2.3. Por quem e como é realizada a Análise Criminal A Análise Criminal .... 11

2.4. A Análise Criminal: ....................................................................................... 12

2.5. O processo de análise na Polícia Militar ................................................ 13

2.6. Análise Criminal na Polícia Militar de Minas Gerais. .............................. 15

2.7. Finalidades ............................................................................................ 15

2.8. A comunidade de estatística e geoprocessamento ............................... 16

2.9. Geoprocessamento ............................................................................... 16

2.10. Avaliação do Desempenho Operacional ................................................ 18

2.11. Acordo de Resultados ........................................................................... 19

2.12. Monitoramento de Metas ....................................................................... 19

2.13. Indicadores de avaliação ....................................................................... 20

2.14. Índices de segurança pública ................................................................ 20

UNIDADE III .............................................................................................................. 23

3. ESTATÍSTICA APLICADA A ANÁLISE CRIMINAL ...................................... 23

3.1. Definições essenciais ............................................................................ 23

3.2. Apresentação tabular de dados ............................................................. 27

3.3. Elaboração geral de tabela .................................................................... 28

3.3.1. Elementos da Tabela: ............................................................................ 29

3.3.2. Diagramação da tabela: ......................................................................... 32

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3.4. Análise gráfica ....................................................................................... 35

3.4.1. Histograma ............................................................................................ 36

3.4.2. Ogiva ..................................................................................................... 36

3.4.3. Gráfico de barras ................................................................................... 38

3.4.4. Gráfico de pontos (diagrama de dispersão) ........................................... 38

3.4.5. Gráfico de setores (diagrama circular ou gráfico de pizza) .................... 40

3.4.6. Gráfico de linhas .................................................................................... 40

3.5. Medidas de Tendência Central .............................................................. 42

3.5.1. Média ....................................................................................................... 42

3.5.2. Mediana ................................................................................................... 43

3.6. Cálculo da Medida de Tendência Central .............................................. 43

3.7. Medidas de Dispersão ou variabilidade. ....................................................... 45

3.7.1. Variância .................................................................................................. 45

3.7.2. Desvio padrão .......................................................................................... 46

3.7.3 Coeficiente de variação (CV)..................................................................... 46

UNIDADE IV .............................................................................................................. 51

4. NOÇÕES DE CARTOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO ........................ 51

4.1. Definição ................................................................................................ 51

4.2. Cartografia ............................................................................................. 52

4.3. Sistema GIS (Geographic Information Systems) ................................... 53

UNIDADE V ............................................................................................................... 55

5. MAPEAMENTO DA CRIMINALIDADE ......................................................... 56

5.1. Introdução .............................................................................................. 56

5.2. Visão geral ............................................................................................. 56

5.3. Informações do mapa ............................................................................ 58

5.4. Elementos do mapa ............................................................................... 59

5.5. Tipos de informação dos mapas ............................................................ 60

5.6. Mapas temáticos .................................................................................... 63

5.7. Função dos mapas da criminalidade ..................................................... 71

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5.8. Utilidade e significado do mapa ............................................................. 72

5.9. Atividade científica ................................................................................. 74

5.10. Análise de mapas .................................................................................. 76

Referências: ........................................................................................................... 78

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UNIDADE I

1. GESTÃO DAS INFORMAÇÕES CRIMINAIS

Os estudos da Análise Criminal baseiam-se no Pensamento Cientifico

Moderno, ou seja, o saber que em estágios históricos anteriores era constituído

unicamente pelas experiências e observações pessoais (empirismo) passa a

ratificar-se pela experimentação. Coloca-se no cenário moderno da gestão do

conhecimento o saber empírico à prova e observam-se cientificamente seus

resultados, assim, o saber deixa de repousar na especulação para o exercício do

pensamento.

Foi no contexto de desenvolvimento de um saber científico de cunho

positivista que o conhecimento estatístico foi assumido como uma ferramenta para a

construção da objetividade na investigação dos fenômenos sociais e na gestão

pública em muitos países.

A difusão do uso da estatística surge como representação de um período em

que a possibilidade de quantificação e controle da realidade constituía-se em

pensamento reinante entre analistas sociais e dirigentes.

Ao se fundamentar em uma visão científica da realidade, a gestão pública

incorpora uma série de características do saber cientifico:

A necessidade de adquirir os conhecimentos por meio da experiência

sensível;

O fato de buscar controlar ao máximo os preconceitos que deturpam a visão

da realidade;

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A fundamentação do conhecimento em experiências empíricas rigorosamente

determinadas em termos metodológicos;

A busca pelo estabelecimento de previsões.

A Gestão de Informações Criminais, além de demandar a utilização de

técnicas científicas deve possuir algumas características, a saber:

Relevância: é fundamental que as informações a serem priorizados na

Gestão de Informações sejam relevantes ao contexto da segurança pública;

Validade: as informações trabalhadas devem estar mais próximas o possível

da realidade em que estão inseridas, não devendo nunca serem destorcidas

ou incoerentes ao contexto.

Confiabilidade: as informações coletadas devem ser de fontes confiáveis e

fidedignas, deve se observar o contexto em que foram coletadas e suas

fontes e o quanto estas correspondem à realidade;

Cobertura Territorial e Populacional: deve-se sempre delimitar de forma

eficiente o território e a população a que se referem às informações

analisadas, com fulcro a possibilitar sempre uma comparação com outros

índices demográficos daqueles;

Transparência Metodológica: todas as etapas da gestão de informações

devem ser informadas, explicadas, demonstradas e justificadas para que não

paire dúvidas sobre a legitimidade dos indicadores;

Comunicabilidade: as informações devem ser divulgadas e remeterem aos

interlocutores um sentido ou significado, ou seja, devem ser inteligíveis;

Periodicidade: esta permite uma linha histórica de resultados e comparações

pretéritas e estimativas futuras. Permite ainda o acompanhamento de

resultados;

Comparabilidade: os indicadores devem permitir a sua inferência com índices

anteriores ou similares. Devem, contudo refinar-se a sua coleta e

interpretação ao longo do tempo;

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Estas considerações iniciais interpretam precariamente os conteúdos que a

seguir serão tratados do universo de conhecimentos que abarca a Análise Criminal

Moderna. Contudo são essenciais a uma reflexão da importância do tema tratado

neste curso.

1.1. Dado

É um registro acerca de um determinado evento para o sistema. Mesmo que

em grande quantidade, é facilmente obtido, armazenado e catalogado com a

moderna tecnologia. Entretanto, o dado carece de valor por ser um evento fora do

contexto e sem significado para o sistema.

Para que os dados se tornem úteis como informações é necessário que a

pessoa possa correlacioná-los e atuar sobre eles. Assim, eles se tornam uma forma

de observação sobre o estado do mundo. É fácil capturar, comunicar e armazenar

os dados. De acordo com Bellinger (1996), dados são apenas pontos inúteis, sem

sentido no espaço e no tempo, sem referência a outro espaço ou tempo, enfim, um

evento, uma carta, ou uma palavra, todos fora do contexto.

Segundo Fialho (2001), os atributos para serem descritos em qualquer nível

conduzem a uma representação simbólica. Tal representação recebe o nome de

“dado”, o qual pode ser oral (fonema), gráfico (grafema), gestual (querema) ou

escrito (monema ou sintagma).

1.2. Informação

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É um conjunto de dados, os quais devidamente processados são providos de

um determinado significado e contexto para o sistema. Entretanto, apesar da

relevância e propósito, carecerá de valor se faltar à riqueza da interpretação.

Conforme Drucker (1992), informação são dados que possuem relevância e

propósito, aos quais, depois de coletados, organizados e ordenados, são atribuídos

significados e contexto.

Para que os dados se transformem em informação á fundamental que as

correlações entre vários fatos e suas aplicações para os indivíduos e para a

organização sejam evidenciadas, tornando-se visíveis e explícitas. No entendimento

de Drucker (1992), para que dados sejam convertidos em informações, é preciso

perguntar do que se necessita de quem, quando e de que forma, além da certeza de

que aqueles que podem prover as informações conhecem e compreendem suas

responsabilidades.

Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), a informação é um fluxo de mensagens

e por meio dela não só se extrai como também se constrói o conhecimento. Alerta

Sveiby (1998) que o valor não está na informação armazenada, mas na criação de

conhecimento de que ela pode fazer parte. Informação é a disposição dos dados de

tal forma que possuam sentido, criando padrões e ativando significados na mente

das pessoas.

Entende Fialho (2001) que um conjunto de dados analisados e organizados

sob um determinado contexto e que satisfaçam um objetivo inscrito (gravado) sob a

forma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual. É um significado

transmitido a um ser consciente por meio de uma mensagem escrita em um suporte

espacial e temporal, seja ele impresso, seja ele um sinal elétrico ou uma onda

sonoro.

1.3. Conhecimento

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O interesse pelo tema conhecimento é muito antigo. Além de ter sido

estudado, profundamente, por vários filósofos e escritores renomados, foi abordado

por diversas áreas do saber humano.

No entendimento do filósofo grego Platão, conhecimento é a crença

verdadeiramente justificada. Nonaka e Takeuchi (1997), inspirados em Platão,

consideram o conhecimento como um processo humano dinâmico de justificar a

crença pessoal com relação à verdade.

Cabe ressaltar que a epistemologia tradicional ocidental se concentrou “na

verdade” como atributo essencial do conhecimento. Sempre que nos indagamos a

respeito do conhecimento, estamos, automaticamente, tratando do problema da

verdade.

Todo conhecimento pressupõe o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser

conhecido, que se apresentam frente a frente, em uma relação. O conhecimento é o

ato, o processo pelo qual o sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece uma

ligação. A relação de conhecimento implica uma transformação tanto do sujeito

quanto do objeto. O verdadeiro conhecimento se dá no cerne do processo dialético

de ida e vinda do concreto para o abstrato, processo esse que jamais tem fim e que

vai revelando o mundo humano na sua riqueza e diversidade. Crawford (1994)

afirma que conhecimento é a capacidade de aplicar a informação a um trabalho ou a

um resultado específico.

O conhecimento é internalizado pela pesquisa, estudo ou experiência que tem

valor para a organização. No entendimento de Davenport (1998), conhecimento são

a informação valiosa da mente combinada com experiência, contexto, interpretação

e reflexão.

Assim, o conteúdo de valor agregado do pensamento humano, resultante da

percepção e manipulação inteligente das informações, se transforma em

conhecimento. Os conhecimentos existem tão somente na mente do pensador e são

base das ações inteligentes. Traduzindo tal pensamento em esquema, chegar-se-ia

ao que está explicitado no Quadro 1.

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Dado Informação Conhecimento

Simples observação sobre estado do mundo.

Registro acerca de um determinado avento para o sistema.

Evento fora do conceito e sem significado para o sistema. Não existe correlação entre os fatos e suas implicações.

O dado é inerte.

Facilmente estruturado e transferível.

É apenas a representação de eventos e não há correlação e atuação humana sobre eles.

Dados dotados de relevância e propósito.

Conjunto de dados com um determinado significado para o sistema.

Provida de determinado significado e contexto para o sistema, porém carece do valor da interpretação.

A informação é dinâmica e exige a mediação humana.

Apesar de requerer unidade de análise é muito mais fácil de transferir do que o conhecimento.

Cria padrões e ativa significados na mente das pessoas e exige consenso com relação ao significado.

Informação valiosa da mente humana.

Informação que devidamente tratada muda o comportamento do sistema.

Possui contexto significado além da reflexão interpretação e síntese.

Implica envolvimento e entendimento ativo e está vinculada à ação humana.

Frequentemente tácito e de fácil estruturação e transferência.

É a base das ações inteligentes e está ancorado nas crenças de seu detentor.

Embora os termos informação e conhecimento sejam usados com freguência

como termos intercambiáveis, existe uma nítida distinção entre informação e

conhecimento. O conhecimento, ao contrário da informação, diz respeito a crenças e

compromissos. O conhecimento é uma função de uma atitude, perspectiva ou

intenção especifica... O conhecimento, ao contrário da informação, está relacionado

à ação.

Figura 01 – Dados/Informação/Conhecimento – Ação.

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O conhecimento se encontra não somente em objetos reais, como

documentos e sistemas, mas também nas práticas realizadas na organização e na

experiência acumulada pelas pessoas. Por isso, o processo da gestão estratégica

do conhecimento estar sendo assimilado, o conhecimento tem sido um recurso

muito mal gerido em muitas empresas e, por isso, não raro, encontram-se ainda

aquelas que operam com estruturas impróprias, sistemas obsoletos e gerentes

ultrapassados.

O mundo atual está repleto de informação desmedida, equivocada,

manipulada, dispersa, sonegada, ambígua e não confiável, e o grande desafio dos

gerentes é saber distingui-las. A máquina, cada vez mais, elimina a necessidade e a

oportunidade de contato humano, fazendo com que o homem moderno tenha pouco

tempo para se relacionar com os outros. Anestesiado pela profusão de estímulos,

ele acaba trabalhando, se distraindo e aprendendo sozinho. A mesma sociedade

que lhe cobra participação tira-lhe as condições de convivência e de contato

humano. O supremo paradoxo das relações interpessoais na atualidade é o de:

”Amar as coisas e usar as pessoas”.

Texto Complementar:

Para entender o que é Gestão do Conhecimento - Gestão do Conhecimento – Estratégia Competitivas para a Criação e Mobilização do Conhecimento na Empresa, de Saulo P. Figueiredo, pela editora

QualityMark, edição 2005.

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UNIDADE II

2. ANÁLISE CRIMINAL

2.1. A análise criminal e seu campo de aplicação

O campo de aplicação da análise criminal pode ser descrito a partir de suas

dimensões principais:

a. Orientar os gestores quanto ao planejamento, execução e redirecionamento

das ações do sistema de segurança pública, contribuindo para uma melhor

distribuição dos recursos materiais e humanos;

b. Dar conhecimento à população e a outros órgãos governamentais e não-

governamentais quanto à situação da segurança.

2.2. Conceito de análise criminal

É um processo analítico e sistemático de produção de conhecimento,

orientado segundo os princípios da pertinência e da oportunidade, sendo realizado a

partir do estabelecimento de correlações entre conjuntos de fatos delituosos

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ocorridos e os padrões e tendências históricas da criminalidade de um determinado

local ou região.

A análise criminal serve o propósito de apoiar as áreas operacionais e da

gestão administrativa das organizações policiais, orientando o planejamento e

emprego de recursos humanos e materiais no sentido da prevenção e repressão do

fenômeno da criminalidade e da violência. Contribui de maneira objetiva para as

atividades de investigação, prisão de delinquentes, esclarecimento de crimes e

prevenção criminal.

A análise criminal é atividade desenvolvida por pessoa capacitada, que visa à

identificação dos fatores que envolvem a criminalidade, em termos quantitativos e

qualitativos, bem como a identificação de variáveis que se relacionam com esses

fatores, apresentando correlações entre si ou não.

2.3. Por quem e como é realizada a Análise Criminal A Análise Criminal

O Analista Criminal é profissional capacitado a realizar a coleta quantitativa e

qualitativa de dados dos eventos de defesa social, e de posse destes dados, realizar

inferências e relações com outros dados disponíveis, a fim de estabelecer

correlações ou não entre estes, gerando informações úteis a prevenção e combate a

criminalidade. O Analista deve ser capaz de operar Sistema, de bancos de dados,

estatísticos e de geoprocessamento, além de possuir senso crítico e experiência

profissional para gerar conhecimento acerca de suas análises.

São tarefas rotineiras do analista criminal:

A utilização de aplicativos de computador;

A realização de amostragens estatísticas aleatórias;

Elaboração de analises e estudos de correlação e regressão;

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Estudos probabilísticos;

Além das tarefas rotineiras de coleta e análise de dados são ainda funções do

Analista Criminal:

Detecção de padrões de criminalidade;

Estabelecimento de correlações de dados acerca de suspeitos do

cometimento de delitos;

Elaboração de perfis de suspeitos e projeção da ocorrência futura de

determinados delitos;

Preparação de relatórios sobre dados e tendências criminais;

Realização de apresentações para membros da instituição policial, da

comunidade e de organizações externas;

Monitoramento da criminalidade e estabelecimento de programas preventivos,

inclusive em parceria com outros órgãos do Poder Executivo local.

Como analista; este deverá exercer suas atividades técnicas da maneira mais

independente possível, formulando conclusões baseadas exclusivamente em

convicção de caráter técnico-profissional; deverá exercer elevado grau de

independência técnica na identificação e seleção de seus processos, métodos e

técnicas de pesquisa; estabelecerá e manterá canais de comunicação direta com os

diversos órgãos envolvidos na segurança pública.

2.4. A Análise Criminal:

A análise criminal é atividade desenvolvida por pessoa capacitada, que visa à

identificação dos fatores que envolvem a criminalidade, em termos quantitativos e

qualitativos, bem como a identificação de variáveis que se relacionam com esses

fatores, apresentando correlações entre si ou não. A análise criminal é feita com

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base nos aspectos de espaço e tempo e é fundamental no planejamento de ações e

operações policiais.

Na atuação policial a análise criminal procura chegar às causas da

criminalidade, através do estudo de seus efeitos; procura decompor os fatores e as

variáveis da criminalidade e estudá-las detalhadamente.

A análise criminal é abordada no aspecto quantitativo e qualitativo. A análise

quantitativa determina a proporção de fatores e variáveis que influenciam no

comportamento criminal. É uma abordagem numérica e de fácil interpretação,

podendo, muitas vezes, tornar-se apenas uma composição de estrutura geral da

análise criminal. A análise qualitativa é responsável pela identificação dos fatores e

das variáveis que influenciam no comportamento criminal.

A identificação é um processo mais complexo porque, além do apontamento

simples dos fatores, na realização da análise qualitativa, o analista deve conhecer a

relação que os fatores identificados têm com o comportamento criminal e entre si. A

análise qualitativa identifica o problema a ser solucionado.

2.5. O processo de análise na Polícia Militar

A análise criminal na Polícia Militar tem como princípios básicos: visão

sistêmica do problema e análise com ênfase na ação preventiva, a saber:

Visão Sistêmica do Problema: é o modo como o analista criminal deve

abordar a criminalidade; dentro de um sistema social e como um dos tópicos

principais da segurança pública.

Este processo se dá em quatro etapas:

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i. Identificação do Problema: deve se identificar objetivamente o problema não o

confundindo com as conseqüências, sendo assim, faz-se necessário

identificar primeiramente suas conseqüências;

ii. Relacionar o Problema com a Atividade fim da Polícia Militar: o analista deve

conhecer bem os objetivos da organização;

iii. Identificação de variáveis primárias do problema: diretamente relacionadas ao

problema, pode ser a causa principal do problema;

iv. Identificação de variáveis secundárias: são as variáveis que estão

indiretamente relacionadas ao problema;

A verificação de soluções para o problema parte da visão sistêmica

construída pelo analista que abrange, inclusive, outros atores do sistema de defesa

social que compartilham o problema e podem atuar na sua solução.

A análise com ênfase na ação preventiva: deve enfocar no problema da

criminalidade, os fatores tempo, espaço, modo de atuação do cidadão infrator

e tipo de crime ou delito. Na ação policial, a análise deve verificar a correta

alocação dos recursos logísticos e potencial humano para uma prevenção

eficiente e eficaz.

Figura 01.

Page 17: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

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2.6. Análise Criminal na Polícia Militar de Minas Gerais.

A atividade de análise criminal deve ser desenvolvida nos diversos níveis

operacionais, com o objetivo de identificar os fatores que envolvem a criminalidade,

em termos qualitativos e quantitativos, bem como, identificar as variáveis que se

relacionam com esses fatores, apresentando correlações entre si ou não.

No contexto da moderna gestão policial orientada por resultados, a atividade

de análise criminal apresenta preponderante papel, e aliada às técnicas de

planejamento, inteligência e resolução de problemas, configura-se em importante

instrumento gerencial para a efetividade das ações.

Na atuação policial a análise criminal procura chegar às causas da

criminalidade, através do estudo de seus efeitos; procura decompor os fatores e as

variáveis da criminalidade e estudá-las detalhadamente.

2.7. Finalidades

a. Facilitar a identificação e localização de problemas de segurança publica;

b. Proporcionar um acompanhamento geral e específico dos serviços e da

população da organização, além de identificar as possíveis deficiências no

policiamento;

c. Proporcionar o emprego racional dos meios;

d. Proporcionar segurança para o público interno;

e. Possibilitar a produção de melhores resultados operacionais;

f. Dar confiabilidade às informações produzidas pela corporação;

Page 18: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

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Torna-se importante ressalvar que as variáveis estudadas pelo processo de

Análise Criminal devem ser observadas sob a ótica sistêmica, em um contexto

social, cultural, histórico e geográfico. Não podem ser consideradas de forma

isolada. A ênfase do estudo deve estar com o foco na ação preventiva a ser

desenvolvida pelo policiamento.

2.8. A comunidade de estatística e geoprocessamento

É constituída uma rede de profissionais denominada comunidade de

estatística e geoprocessamento, composta por analistas de criminalidade nos

diversos níveis da instituição, caracterizada pelo interesse comum no estudo e

desenvolvimento das técnicas de análise. Deverá então haver pelo menos um

profissional habilitado por RPM, UEOp, Cia PM e Pelotões Destacados.

2.9. Geoprocessamento

É de forma geral, o conjunto de técnicas computacionais relacionadas com a

coleta, o armazenamento e o tratamento de informações espaciais ou

georefenciadas, para serem utilizadas em varias aplicações nas quais o espaço

físico geográfico representa relevância. Constitui-se em uma das principais

ferramentas do processo de análise da criminalidade.

O Geoprocessamento permite:

o Mapeamento e caracterização das áreas integradas;

o Tendência e padrões de evolução do fenômeno criminal;

Page 19: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

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o Padrão de comportamentos dos agressores;

o Possíveis alvos;

o Regiões de vulnerabilidade;

o Pontos geográficos estratégicos;

o Distância entre fatores, elementos e fenômenos;

o Relação entre percepções sociais do medo (sensação de insegurança) e

taxas reais de criminalidade.

A construção de mapas digitais procura incorporar a dimensão espacial à

dimensão temporal da criminalidade, além da aplicação das diversas teorias

sociológicas do crime na busca da localização dos fatores causadores dos

fenômenos, buscando servir de orientações ao planejamento operacional.

Desta forma, construção de geo-arquivos consiste na montagem de bases

georeferenciadas de informações de diversas fontes administrativas, da justiça

criminal e de dados censitários. A base espacial torna-se o denominador comum de

todas essas bases de informação oriundas de diferentes fontes, com distintas

unidades de contagem, tornando-se possível a construção de uma base de dados

que agregue os mais diversos tipos de informação.

Os arquivos de base devem conter dados estruturais da área integrada como:

eixos de ruas, quarteirões, bairros, centros comerciais, áreas verdes, favelas,

divisões administrativas dos diversos órgãos, subáreas das Companhias, áreas dos

batalhões, além de informações georeferenciadas sobre pontos comerciais e

aparelhos públicos, como bancos, supermercados, mercearias, padarias, casas

lotéricas, escolas, linhas de ônibus, prédios públicos, feiras, etc. As informações de

segurança pública a serem plotadas e analisadas no mapa devem ser produzidas

por meio dos registros de ocorrências policiais, pesquisas, e por intermédio de

atividades de inteligência como é o caso da identificação de infratores contumazes e

gangues.

Page 20: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

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É uma das metas do Comando-Geral a extensão desta ferramenta de

trabalho a todo território mineiro, e desta forma, os Comandantes Regionais e de

UEOp devem envidar esforços no sentido de implantar o geoprocessamento,

inicialmente nos municípios – sede, estendendo posteriormente às sedes de

Companhias PM. A atualização das informações geográficas no sistema

informatizado “Geosite” deve ser uma constante, de forma a permitir a utilização das

bases desse sistema na atividade de análise criminal por intermédio do

geoprocessamento.

2.10. Avaliação do Desempenho Operacional

O principio constitucional da eficiência no serviço público, exige que a

administração, em todos os seus serviços, busque formas de alcançar eficiência na

prestação de serviços. A avaliação de resultados é citada como mecanismo para

mensuração da eficiência.

Em conseqüência da política estadual para a avaliação de desempenho, o

Comando Geral da PMMG implementa medidas de aferição do desempenho por

Comando Regionais, e por estes, a avaliação do desempenho das Unidades de

Execução.

Na Polícia Militar, o uso de processos de avaliação de desempenho é uma

demanda resultante do próprio fortalecimento da cultura mundial de prestação de

contas (accountability).

Desta forma, alguns instrumentos são desenvolvidos com a finalidade de

garantir uma avaliação de desempenho sistemática e a possibilidade da correção

dos procedimentos dentro de um período de tempo que possibilite a influência

positiva nos resultados. Ressalta-se que a busca por melhores resultados não pode

e nem deve implicar desrespeito aos princípios legais que norteiam a atividade de

polícia ostensiva.

Page 21: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

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Os instrumentos descritos a seguir representam práticas de sucesso

utilizadas, sobretudo na administração gerencial e que são importantes mecanismos

de planejamento e avaliação que devem ser desdobrados pelos Comandos

Regionais de forma a adaptá-los com propriedade para todos os escalões

subordinados.

2.11. Acordo de Resultados

É o instrumento de contratualização de resultados instituído pelo Governo

Estadual, já celebrado pelo Comando da PMMG, de forma integrada ao Sistema de

Defesa Social. Baseia-se na projeção de metas a serem atingidas periodicamente,

tanto de produtividade quanto de redução da incidência da criminalidade. Metas

estas que são desdobradas aos Comandos Regionais, e estes por sua vez a todas

as Unidades de Execução.

2.12. Monitoramento de Metas

Uma vez que existam metas definidas e acordadas para as diversas Unidades

Operacionais, deve haver a fragmentação destas em metas parciais dispostas em

períodos de tempo que permitam a observação de distorções em menor proporção

temporal. O monitoramento de metas permitirá a correção das medidas de

intervenção focalizadas no problema, garantindo o cumprimento da meta geral ao

final do período.

Page 22: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

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2.13. Indicadores de avaliação

Indicadores são instrumentos quantitativos de avaliação de aspectos e

variáveis que fazem parte de um processo de produção ou serviço. Os indicadores

são unidades de mensuração referencial que permitem a rápida visualização de

parâmetros-chave para a produção de serviços, possibilitando ao gestor a

identificação imediata do problema ou de queda no desempenho.

Na PMMG os indicadores devem ser projetados de forma a auxiliar os

gestores na verificação de parâmetros de resultado como é o caso da criminalidade

incidente em uma unidade territorial, mensuração da produtividade alcançada pelos

diversos serviços, bem como mensuração de parâmetros de processo, como é o

caso, por exemplo, do tempo de resposta ou atendimento. Existem ainda os

indicadores de parâmetros administrativos ou de apoio.

A fim de possibilitar um painel ou mapa gerencial de apoio a decisão, os

comandos regionais devem produzir instruções normativas para a construção e

definição dos indicadores técnicos em cada região de subordinação, observando-se

os parâmetros científicos de criação desses indicadores.

2.14. Índices de segurança pública

Os índices e taxas de segurança pública correspondem à relação das

ocorrências em cada município com dados fornecidos pelos indicadores de

segurança pública.

Os totais de ocorrências específicas, relacionadas com a população, resultam

nos seguintes índices de segurança pública:

a. Índice de Criminalidade;

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b. Índice de Criminalidade Violenta;

c. Índice de Contravenção;

d. Índice de Assistência;

Conforme norma internacional, os índices são calculados por intermédio da

fórmula: n° de ocorrências x 10.000/população.

Tendo em vista que várias cidades do Estado possuem população com

menos de 10.000 habitantes, devem ser utilizados para o cálculo do índice os

valores:

n° de ocorrências x 1.000 / população.

O que corrige a discrepância que ocorreria em cidades com menos de 10.000

habitantes.

A definição das naturezas relacionadas aos índices são as seguintes:

a. Índice de Criminalidade: relacionadas conforme artigos do Código Penal e

Legislação Especial;

b. Índice de Criminalidade Violenta: Memorando 90.495/2011 EMPM:

o Crimes Violentos – CV: B01.121 Homicídio (tentado/consumado); B01.148

Sequestro ou Cárcere Privado (consumado); C01.157 Roubo (consumado);

C01.159 Extorsão Mediante Seguestro (consumado); D01.213 Estupro

(tentado/consumado).

o Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVPat.) - C01.157 Roubo

(consumado); C01.159 Extorsão Mediante Seguestro (consumado);

c. Índices de Contravenções: relacionados conforme artigos da Lei das

Contravenções Penais e Legislação Especial (Código de Trânsito Brasileiro,

Código Florestal);

Page 24: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

22

d. Índice de Assistência: selecionadas as classes voltadas diretamente à

assistência.

A Relação entre o número de bancos, veículos, escolas, bem como outros,

agregados à quantidade de ocorrências respectivas, resultam em taxas.

As taxas devem ser separadas nos seguintes grupos:

Taxas de Crimes contra o patrimônio – Furtos;

Taxas de Crimes contra o patrimônio – Roubos;

Page 25: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

23

UNIDADE III

3. ESTATÍSTICA APLICADA A ANÁLISE CRIMINAL

Estatística é uma ciência aplicada que fornece métodos para coleta,

organização, descrição, análise e interpretação de dados, para utilização dos

mesmos na tomada de decisões.

A coleta, a organização, a descrição dos dados, o calculo e a interpretação de

coeficientes pertencem à Estatística Descritiva, enquanto a análise e a interpretação

de coeficientes pertencem à Estatística Indutiva ou Inferencial, também denominada

medida da incerteza ou métodos que se fundamentam na teoria da probabilidade.

3.1. Definições essenciais

Fenômeno: é todo fato observado na natureza. Para os fins de estatística,

interessam aqueles fatos que possam ser medidos de algum modo, seja

numericamente, seja quanto à variação de suas qualidades. A análise quantitativa

de fenômenos é de simples compreensão, porque trata da quantidade de vezes em

que eles são observados. A análise qualitativa requer outro tipo de percepção, que

tente apreender o estado como o fenômeno se apresente. Por exemplo, o sexo dos

indivíduos da espécie humana é um fenômeno que, estatisticamente analisado,

pode ser visto sob a forma de variação entre masculino e feminino. Aqui não entram

observações de ordem psicológica, religiosa ou filosófica, nem a raríssima

ocorrência do hermafroditismo, nem preferências sexuais possíveis, nos indivíduos

Page 26: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

24

da espécie humana, mas apenas a variação entre duas possibilidades comuns que

interessam na análise do fenômeno.

Dado Estatístico: é um dado numérico, considerado a matéria-prima sobre a

qual se vão aplicar os métodos estatísticos.

População: é o conjunto total de elementos portadores de, pelo menos, uma

característica comum ou observável; também pode ser definida como qualquer

coleção de indivíduos ou valores, finita ou infinita. Assim pode-se falar em população

dos Cabos da PMMG, população dos revólveres calibre .38 da PMMG e assim por

diante.

Desta forma, é possível afirmar que população refere-se somente a uma

coleção de indivíduos (Cabos), ou ao objeto a que se refere o interesse da pesquisa

(revólveres calibre .38).

Amostra: em termos estatísticos, é uma parcela representativa da população,

examinada para se tirar conclusões sobre esta. Na estatística existem técnicas

apropriadas de seleção da amostra que asseguram, com pequena margem de erro,

a extensão das conclusões da amostra para toda a população.

Estimador: é uma característica numérica determinada na amostra, é uma

função dos dados amostrados. Genericamente, estimadores são as equações

matemáticas utilizadas para determinar um parâmetro de amostra.

Parâmetro: é toda medida estatística que caracteriza uma determinada

distribuição de probabilidades ou que fornece alguma informação sobre os dados

amostrais. Exemplo: média, mediana.

Estimativa: é um valor aproximado do parâmetro e é calculado com o uso da

amostra. Todo valor obtido da amostra é denominado estimativa. Por exemplo: no

Batalhão de Solenidade, os militares possuem altura média de 1,645m. . Assim,

conforme mencionado, o estimador é a fórmula matemática usada para calcular a

Page 27: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

25

média, e , a estimativa é o valor assumido como média, isto é, 1,645m. Em outras

palavras, estimador é uma fórmula matemática e estimativa, o resultado numérico

desta fórmula.

Distribuição Estatística: Ferramenta matemática que tem como função

prever a ocorrência de um fenômeno, baseado na coleta de um número limitado de

informações. Exemplo: pesquisas de intenção de voto.

Variável: é o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno.

Variável qualitativa ou (categórica):

É o tipo de variável na qual os valores são expressos por atributos, isto é, por

características não-numéricas dos elementos do conjunto, como sexo, cor da pele,

estado de conservação, grau de satisfação de cliente, etc. São as características

que não possuem valores quantitativos; são definidas por categorias:

a) Variável nominal: não existe ordenação dentre as categorias. Ex: sexo, cor

dos olhos, doente, sadio etc.

b) Variável ordinal: existe uma ordenação entre as categorias. Ex: escolaridade

(ensino fundamental, médio, superior), estágio da doença (inicial,

intermediário, terminal), meses do ano (janeiro, fevereiro, março, etc.), etc.

a) Variável quantitativa:

Tipo de variável expressa em números e à qual está sempre vinculada a idéia

de valor, de quantidade. Dividi-se em variável discreta e variável contínua.

a) Variável discreta: tipo de variável expressa em números inteiros, não

negativos. Em matemática, equivale ao conjunto dos números naturais.

Geralmente, resulta de contagens e assume valores inteiros. Por exemplo: 12

homicídios; 14 furtos. Variáveis como essas não devem ser expressas em

valores como 15,5, pois não existe, para a estatística, registro de meio delito.

b) Variável contínua: resulta de uma mensuração, e a escala numérica de seus

possíveis valores corresponde ao conjunto dos números reais, ou seja,

podem assumir, teoricamente, qualquer valor entre dois limites ou,

Page 28: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

26

equivalentemente, é aquela que pode assumir qualquer valor ao longo de

uma reta. Exemplo: altura de pessoas em cm.

Diagrama:

Figura 02.

Estatística Descritiva e Estatística Inferencial:

Os registros de dados vêm utilizando apenas a descrição, resumo e análise

de dados, tais procedimentos limitava-se a apresentação de dados em forma de

tabelas e gráficos e constituem o que chamamos de estatística descritiva, sem

procurar inferir qualquer coisa que ultrapassem os próprios dados.

Embora a estatística descritiva seja um ramo importante da estatística e

continue sendo amplamente utilizada, isto exige que na sua análise haja

generalizações que ultrapassem as informações obtidas na sua amostra, como por

exemplo, prever o fluxo de tráfego em uma rodovia ainda em construção com base

no tráfego observado em rodovias alternativas. Esses métodos estatísticos que

permitem a generalização é a denominada inferência estatística, cuja principal

característica, além da generalização, é a incerteza que ocorre na generalização,

porque dispomos apenas de informações parciais, incompletas ou indiretas.

A análise exploratória de dados é ferramenta crucial no estágio de síntese de

dados, através de técnicas estatísticas; é um método científico de organização,

resumo, apresentação e análise de dados.

Variável

Quantitativa

Discreta

Contínua

Qualitativa

Nominais

Ordinais

Page 29: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

27

Na análise estatística, é importante distinguir entre dados contínuos e dados

discretos, pois são de vital importância, existindo técnicas de análise estatística

específicas para cada tipo de dado.

3.2. Apresentação tabular de dados

A apresentação tabular de dados são orientações que visam fixar conceitos e

procedimentos aplicáveis à elaboração de tabelas de dados numéricos, de modo a

garantir a clareza das informações apresentadas, atendendo o rigor estatístico de

acordo com as “Normas de Apresentação Tabular” do IBGE (1993).

Tabela: é uma forma não discursiva de apresentar informações, das quais o

dado numérico se destaca como informação central. Na sua forma, identificam-se

espaços e elementos.

Page 30: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

28

3.3. Elaboração geral de tabela

Figura 03.

Topo

Rodapé

Centro

Divisão da Tabela

Page 31: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

29

3.3.1. Elementos da Tabela:

a. Número: uma tabela deve ter número inscrito no eu topo, sempre que um

documento apresentar duas ou mais tabelas, para identificá-las, permitindo

assim sua localização.

A localização da tabela deve ser feita com algarismos arábicos, de modo

crescente, precedidos da palavra Tabela, podendo ser subordinada ou não a

capítulos e seções de um documento.

Exemplos:

Tabela 5 (identifica a quinta tabela de um documento);

Tabela 17.5. (identifica a quinta tabela do décimo sétimo capítulo de um

documento).

b. Título: toda tabela deve ter título inscrito no topo, para indicar a natureza e as

abrangências geográficas e temporal dos dados numéricos. Notadamente o

título deve indicar o fenômeno estudado; a sua localização e a data ou

espaço de tempo de ocorrência do fato.

As indicações da natureza e abrangência geográfica dos dados

numéricos devem ser feitas sem abreviações, por extenso, de forma clara e

concisa.

Exemplos:

Tabela 3.1.3.1: Furtos e Roubos a Estabelecimentos Lotéricos, por

Municípios, Minas Gerais; período de Brasil – 1980-1990.

Tabela 3.1.3.2: Total de Homicídios, em números absolutos e relativos, por

bairro – Belo Horizonte – Minas Gerais – 2011.

Page 32: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

30

c. Moldura: a estruturação dos dados numéricos e dos termos necessários à

compreensão de uma tabela deve ser feita com, no mínimo, três traços

horizontais paralelos. O primeiro para separar o topo. O segundo para

separar o espaço do cabeçalho e o terceiro para separar o rodapé (Figura

03).

A moldura de uma tabela não deve ter traços verticais que a delimitem à

esquerda e à direita.

Exemplo:

Tabela 1: Taxa de desemprego por 1000 habitantes, nos principais bairros da cidade

de Enrico Dutra/ES, período de 1998 – 1999.

Bairro Taxa de Desemprego/1000 habitantes

Santo André 6,10

Santo Antônio 7,10

Aimoré 6.50

Lisboa 7,16

Rio Doce 11,80

Porto 15,21

Pedreira 7,77

Fonte: Dados fictícios

d. Cabeçalho: toda tabela deve ter cabeçalho, inscrito no espaço deste, para

indicar, completamente ao título, o conteúdo das colunas. A indicação do

conteúdo das colunas deve ser feita com palavras ou com notações de forma

Page 33: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

31

clara e concisa. A indicação com palavras deverá ser feita por extenso e sem

abreviações.

e. Indicador de Linha: toda tabela deve ter indicadores de linha, inscritos nas

colunas indicadoras, para apontar, completamente ao titulo, o conteúdo das

linhas. A indicação do conteúdo das linhas deve ser feita com palavras ou

anotações, de forma clara e concisa. A indicação com palavras deverá ser

feita por extenso e sem abreviações.

f. Sinais convencionais: uma tabela deve ter sinal convencional, inscrito em

uma célula, sempre que houver necessidade de se substituir um dado

numérico. A substituição de um dado numérico deve ser feita por um dos

sinais abaixo, conforme o caso:

a) - dado numérico igual a zero, não resultante de arredondamento;

b) .. não se aplica dado numérico;

c) ... dado numérico não disponível;

d) 0 ; 0,0 ou 0,00 dado numérico igual a zero, resultante de

arredondamento de um dado numérico originalmente positivo.

e) -0; -0,0 ou -0,00 dado numérico igual a zero, resultante de

arredondamento de um dado numérico originalmente negativo.

g. Apresentação de tempo: toda série temporal consecutiva deve ser

apresentada, em uma tabela, por seus pontos, inicial e final, ligados por hífen

(-).

Exemplos:

Page 34: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

32

- 1981-1985 (apresenta dados numéricos para os anos de 1981, 1982, 1983,

1984 e 1985)

- OUT 1991 – MAR 1992 (apresenta dados numéricos para os meses de

outubro, novembro e dezembro de 1991 e janeiro, fevereiro e março de

1992);

- 30.05.1991-06.06.1991 (apresenta dados numéricos para os dias 30 e 31

de maio de 1991 e 1,2,3,4,5 e 6 de junho de 1991).

3.3.2. Diagramação da tabela:

Toda tabela que ultrapassar, em número de linhas e/ou de colunas, as

dimensões de uma página, deve ser apresentada em duas ou mais partes.

Se a tabela ultrapassar a dimensão de uma página, em número de linhas, e

tiver poucas colunas, basta apresentar a tabela em duas partes, lado a lado,

separando-se as partes por um traço vertical duplo, repetindo o cabeçalho, conforme

FIG. 4:

Page 35: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

33

FIGURA 04 – Modelo de diagramação lado a lado

Se a tabela tiver muitas colunas, que ultrapassarem a dimensão de uma

página, mas tiver poucas linhas, basta apresentar o conteúdo em duas ou mais

partes, na mesma página, separadas por um traço horizontal duplo, repetindo o

cabeçalho e as colunas e linhas indicadoras (ver FIG. 5).

FIGURA 05 – Modelo de tabela com muitas colunas

Page 36: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

34

Para tabelas cujo conteúdo não couber em uma página, ela deverá ser

dividida, em quantas partes (páginas) forem necessárias. Cada página deverá ter a

indicação da tabela, o cabeçalho da tabela e a indicação de continua para a primeira

página, continuação para as demais e conclusão para a última. O traço horizontal

deverá aparecer somente na última Lina da última tabela, conforme FIG. 6.

FIGURA 06 – Modelo de tabela muito longa, em mais de uma página

Toda tabela que ultrapassar as dimensões da página obedecendo ao que se

segue:

a. Cada página deve ter o conteúdo do topo e o cabeçalho da tabela ou o

cabeçalho da parte;

b. Cada página deve ter uma das seguintes indicações: continua para a

primeira, conclusão para a última e continuação, para as demais;

c. Cada página deve ter colunas indicadoras e seus respectivos cabeçalhos.

Page 37: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

35

Nota: no caso de tabela que contenha um número de colunas tal que seja

possível a sua apresentação em duas páginas confrontantes,

independentemente do número de linhas, é dispensável a apresentação das

colunas indicadoras e seus respectivos cabeçalhos na página confrontante à

direita. Nesse caso, a primeira e a última coluna devem ser de indicação do

número de ordem das linhas.

d. O traço horizontal da moldura que separa o rodapé deve ser apresentado

somente em cada página que contenha a última linha da tabela;

O conteúdo do rodapé só deve ser apresentado na página de conclusão.

3.4. Análise gráfica

Antes do uso de qualquer ferramenta estatística, é necessária uma análise

através de gráficos, pois eles fornecem informações relevantes para a síntese dos

dados.

Os principais tipos de gráficos usados na representação estatística são:

Histograma;

a. Histograma;

b. Ogiva;

c. Gráfico de barras;

d. Gráfico de pontos;

e. Gráfico de setores;

f. Gráfico de linhas;

Page 38: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

36

O objetivo das explicações seguintes é permitir que sejam eles utilizados de

forma adequada, respeitando o rigor estatístico.

Os gráficos são construídos facilmente pelo Excel, SPSS, Minitab e muitos

outros softwares existentes no mercado.

3.4.1. Histograma

O histograma é usado para variáveis continuas; uma das informações básicas

por ele fornecidas trata da simetria da distribuição (se é simétrica ou assimétrica).

Exemplo:

Gráfico 01.

3.4.2. Ogiva

Apresenta uma distribuição de freqüências acumuladas, utiliza uma poligonal

ascendente utilizando os pontos extremos.

Page 39: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

37

Exemplo:

Gráfico 02.

Page 40: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

38

3.4.3. Gráfico de barras

O gráfico de barras é usado para variáveis discretas e não para mensurações

em escala contínua; fornece as mesmas informações do histograma. É usado

normalmente para representar variáveis do tipo de crimes (número de homicídios,

número de roubos, etc.).

Exemplo:

Gráfico 03.

3.4.4. Gráfico de pontos (diagrama de dispersão)

Um diagrama de dispersão é a representação da relação entre duas ou mais

variáveis através de gráficos cartesianos, em que cada eixo representa uma das

variáveis. Assim, os registros de uma mesma observação são tomados como sendo

as coordenadas de um ponto num espaço bidimensional (dois eixos cartesianos). O

objetivo básico dessa forma de se representar dados é procurar identificar, no

Page 41: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

39

conjunto de pontos que constituem os dados de um experimento ou observação,

padrões que sugiram a natureza da relação entre as variáveis consideradas.

A idéia básica implícita no uso de diagrama de dispersão é a de que, existindo

uma relação entre as variáveis pesquisadas, tal relação é passível de expressão

através de uma equação matemática. Assim sendo, um determinado padrão que

surja de um levantamento de dados deverá refletir tal relação matemática. As

eventuais diferenças entre a efetiva posição dos pontos e a posição que seria de se

esperar deles, segundo a relação matemática que se supõe existir, são interpretadas

como sendo devidas a erros de medida, aos efeitos de variáveis intervenientes e/ou

a flutuações aleatórias.

Exemplo:

Gráfico 04.

Page 42: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

40

3.4.5. Gráfico de setores (diagrama circular ou gráfico de pizza)

Para construir um diagrama circular ou gráfico de pizza, repartimos um disco

em setores circulares correspondentes às porcentagens de cada valor (calculadas

multiplicando-se a freqüência relativa por 100). Este tipo de gráfico adapta-se muito

bem para as variáveis qualitativas nominais.

Exemplo:

Gráfico 05.

3.4.6. Gráfico de linhas

É um tipo de gráfico de extrema importância na análise criminal; representa

observações ao longo do tempo, em intervalos iguais ou não. Tais conjuntos de

Page 43: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

41

dados são denominados séries históricas ou séries temporais. Estas traduzem o

comportamento de um fenômeno ao longo do tempo.

As informações básicas desse tipo de gráfico são tendência e sazonalidade.

Denomina-se tendência um comportamento assumido pela variável, como, por

exemplo, o aumento ou diminuição do número de furtos ao longo do tempo. A

sazonalidade refere-se a padrões idênticos, ou quase, que uma série temporal

parece obedecer durante anos sucessivos. Por este gráfico pode-se observar quais

crimes ocorrem com maior ou menos freguência em determinadas épocas e, com

isto, planejar mecanismos para combate especifico à modalidade delituosa.

Exemplo:

Gráfico 06.

Page 44: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

42

3.5. Medidas de Tendência Central

As medidas de tendência central mostram o valor representativo em torno do

qual os dados tendem a se agrupar, com maior ou menor freguência. São utilizadas

para sintetizar em um único número o conjunto de dados observados. As duas

medidas mais utilizadas são a média e a mediana. Em alguns conjuntos de dados

aparecem números que divergem muito dos demais. Tais números são

considerados valores discrepantes. São também medidas de tipicidade, indicando os

valores que melhor representam um conjunto de dados.

3.5.1. Média

É o quociente da divisão de dois números. Na parte superior da divisão

(numerador), coloca-se o resultado da soma dos valores dos elementos do conjunto

de dados. Na parte inferior da divisão (denominador), coloca-se o número que

corresponda à quantidade de elementos desse mesmo conjunto. Em termos

gráficos, para fins de cálculo, este número é representado pela letra “n”. Assim, se

um conjunto é composto pelos números 2,17,40 e 85, a média será calculada:

1°. Somando-se esses valores;

2°. Dividindo o valor obtido, por 4, pois são quatro os elementos do conjunto.

A média é representada pela fórmula:

Onde o numerador significa o somatório dos valores dos elementos do

conjunto, e o denominador (n) representa a quantidade de elementos somados.

Page 45: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

43

A média deve ser usada quando a distribuição dos dados é simétrica.

Consideram-se simétricos os dados de um conjunto que ficam distribuídos de

maneira relativamente uniforme em torno da média, isto é, existe uma quantidade

aproximadamente semelhante, entre o grupo de elementos que está acima e o que

está abaixo da média.

3.5.2. Mediana

É uma medida e tendência central, em que 50% do conjunto de dados ficam

abaixo de um certo valor e os outros 50%, acima.

3.6. Cálculo da Medida de Tendência Central

O cálculo da medida de tendência central consiste em estimar, dentre outras

medidas, quais são a média e a mediana do conjunto de números que se tem em

mãos. Em um conjunto de dados, quando a média e a mediana possuem valores

próximos, é indiferente usar uma ou outra. Entretanto, quando possuem valores

muito diferentes, deve-se retornar ao conjunto de dados e observar se existe algum

número discrepante, isto é, se há algum número considerado outlyer. Se a

distribuição é assimétrica, caso possua pelo menos uma das duas situações, a

mediana deverá ser preferida em detrimento da média.

Exemplo:

Em determinada cidade, o número de homicídios mensal no ano de 1998

apresentou os seguintes valores:

Page 46: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

44

Tabela 3.3 : Quantidade de homicídios mensal na cidade de Vilaças ano 1988

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

8 10 7 8 11 11 12 12 9 6 8 11

Fonte: Dados Fictícios.

A média (𝐱 ) = 𝐱𝐢

𝐧𝐢=𝟏

𝐧=

𝟏𝟏𝟑

𝟏𝟐= 𝟗, 𝟒𝟏𝟔.

Mediana (𝐱 ), também denominada de 2° quartil dos dados amostrais, é o valor

do “meio” do conjunto de dados, quando os dados estão dispostos em ordem

crescente. Se n é impar, esse valor é único; se é par, a mediana é a média

aritmética simples dos valores centrais.

Exemplo: considerando o exemplo, para calcular a mediana é necessário

colocar os dados em ordem crescente e depois pegar o valor central.

06 07 08 08 08 09 10 11 11 11 12 12

Como n é par (n=12), a mediana será a média aritmética simples dos valores

centrais.

Mediana (x ) = 9+10

2 = 9,5

09 10 12 12 17 18 19 19 22 23 25

Como n é impar (n=11), a mediana é o valor 18, pois divide ao meio o

conjunto de dados ordenados (cinco valores acima e abaixo de 18).

Page 47: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

45

3.7. Medidas de Dispersão ou variabilidade.

Uma medida única, seja média ou mediana, não é suficiente para descrever

de modo satisfatório um conjunto de dados. Torna-se, então, necessário estabelecer

medidas que indiquem o grau de dispersão, ou variabilidade, em relação ao valor

central. Várias são as medidas de dispersão existentes na literatura estatística,

porém, apenas as duas mais comuns utilizadas serão apresentadas; a variância e o

desvio padrão.

3.7.1. Variância

A variância de um conjunto de dados reflete os desvios destes ou valores em

relação ao valor central, ou seja, à média. Para eliminar os desvios negativos sem

elevar ao quadrado, o que favorece em cálculos para grandes amostras. Esta

medida obtida (média dos quadrados dos desvios), denominada Variância, é

expressa pela seguinte equação matemática:

Na fórmula, n é o tamanho da amostra e x é a média aritmética dos dados.

Ressalta-se que a variância é uma grandeza quadrática, não refletindo a grandeza

original da medida. Assim, caso se torne o número de acidentes automobilísticos

mensais no decorrer de um ano, sua variância será expressa em números de

acidentes elevado ao quadrado.

Essa medida de dispersão é uma das importantes da literatura estatística,

mas pelo fato de sua apresentação na forma quadrática, torna sua interpretação, em

alguns casos, inconveniente. Por isso o ideal é usar o desvio padrão.

Page 48: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

46

3.7.2. Desvio padrão

O desvio padrão nada mais é do que a raiz quadrada da variância. É uma

medida de dispersão baseada em dados e na sua grandeza original. Desta forma,

na hipotética situação de se observarem, em média, 34 acidentes mensais em

determinada rodovia, com desvio-padrão 4, pode-se concluir que esta média varia

em 4 acidentes para mais ou para menos. Assim a equação matemática resume-se:

A variância e desvio padrão são valores que dependem da magnitude dos

dados. Desta forma, não é razoável comparar a variância ou os desvios padrão de

dados com naturezas diferentes. Por exemplo: sabe-se que, em localidades com

maior concentração de pessoas, o número de furtos, em termos de dados brutos, é

bem superior aquele verificado em localidades com menos concentração de

pessoas. Desta forma, se numa cidade A, de aproximadamente 2.000.000 pessoas,

ocorrem 540 furtos mensais com um desvio padrão de 144,50 e numa cidade B, com

aproximadamente 500.000 pessoas, ocorrem 128 furtos com desvio padrão de

44,80, qual a maior variabilidade dos delitos ocorridos? Na cidade A ou B? Existe

uma medida estática denominada coeficiente de variação, que é usada para

responder a este tipo de questão.

3.7.3 Coeficiente de variação (CV)

O desvio padrão tem a mesma unidade de medida que os dados, mas o

coeficiente de variação é uma medida adimensional (uma porcentagem), pois tanto o

desvio padrão quanto a média são expressos em unidades originais dos dados. A

Page 49: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

47

grande utilidade o CV é permitir a comparação das variabilidades de diferentes

conjuntos de dados. Matematicamente, o CV é definido como:

CV = s

x 100

O CV nada mais é que o desvio padrão dos dados, dividido pela média destes

mesmos dados, e a multiplicação disto por 100.

No caso abordado acima, tem-se que o CV da cidade A, é:

x = 540 e s = 144,50

CV = 144,50

540 (100) = 26,75%

Para a cidade B, tem se:

x = 128 e s = 44,80

CV = 44,80

128 (100) = 35%

Desta forma, conclui-se que o total de roubos na cidade A permanece estável

ou está mais sob controle do que na cidade B.

Page 50: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

48

3.8. Índices de criminalidade, taxas e coeficientes

Índices e taxas são medidas estatísticas idealizadas para mostrar as

variações de um grupo ou de uma variável, correlacionadas ao tempo, à localização

geográfica, ou a outras características como rendimento, produtividade, etc.

Os índices são razoes entre duas grandezas tais que uma não inclui a outra.

Exemplo:

Densidade demográfica = 𝐏𝐨𝐩𝐮𝐥𝐚çã𝐨

𝐒𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟í𝐜𝐢𝐞

ICV = 𝐬𝐨𝐦𝐚𝐭ó𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬

𝐩𝐨𝐩𝐮𝐥𝐚çã𝐨

As taxas são coeficientes multiplicados por uma potência de 10 (10, 100,

1000, ...) para tornar o resultado mais inteligível.

Exemplos:

Taxa de mortalidade = coeficiente de mortalidade x 1000

Taxa de natalidade = coeficiente de natalidade x 1000

Taxa de Crimes Violentos = ICV x 1000

Os principais índices usados na área operacional são os índice de

criminalidade violenta (ICV) e o índice de criminalidade (IC). Estas duas medidas

estatísticas tornam-se comparáveis às modalidades delituosas ao longo do tempo ou

em relação à localização geográfica.

Os coeficientes são razões entre o número de ocorrências e o número total,

tais que uma inclui a outra, exemplo:

Page 51: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

49

a. Roubos em que houve pris ão do agente

Total de roubos , esta medida poderia ser um coeficiente

de eficiência de determinada companhia.

b. Armas apreendidas no batalh ão

Tota l de apreens ões no Estado , coeficiente de apreensões de armas.

Notadamente se estes coeficientes forem expressos em termos de

percentual, a interpretação será facilitada.

Observa-se que todas as medidas, índices, taxas ou coeficientes refletem as

relações (quociente) entre dois valores numéricos.

3.9. Índices relativos

Índices relativos é a relação entre a quantidade de uma modalidade de crimes

em um período determinado, e essa mesma quantidade noutro período, denominado

básico ou de referência. De maneira geral, se qa e qb são total de crimes durante

período a e b, respectivamente, o índice relativo ou variação do período b, referido

ao período a, é denominado por qa e representado por qa/qb.

Exemplo: suponha que o número total de veículos furtados no 1° semestre

de 2000, em certo bairro, foi de 25 (qa veículos e que a quantidade de veículos

furtados no 2° semestre de 2000 seja de 30 (qb ) veículos. Logo, a quantidade

relativa ou a variação do número de furtos do 2° semestre (semestre dado), em

relação ao 1° semestre (período básico), é dada por:

qa/qb = qb

qa =

Total 2° semestre de 2000

Total 1° semestre de 2000 =

30

25 = 1,2

Page 52: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

50

Para facilitar a compreensão, é conveniente multiplicar por 100 e subtrair por

100, ficando assim: variação 1° semestre 2000/ 2° semestre 2000 = 1,2 x 100 – 100

= 20 (lê-se: variação do 2° semestre de 2000 em relação ao 1° semestre de 2000),

ou seja, um aumento de 20% em relação ao período anterior.

Propriedade de Reversibilidade no tempo:

Se qa, qb, qc ...., representam os totais de crimes dos períodos a,b,c, ...

respectivamente, tem-se a seguinte propriedade:

qa/b = 1

qb/a

Exemplo:

O aumento do furto de veículos no 2° semestre de 2000 em relação ao 1°

semestre de 2000 foi de 1,2, ou seja, 20% (qa/b). Para se determinar a variação do 1°

semestre de 2000, em relação ao 2° semestre de 2000 (qb/a):

qb/a = 1

qa/b =

1

1,2 = 0,83.

Logo, 0,83 x 100 – 100 = 17 (lê-se a variação do 1°semestre em relação ao 2°

semestre de 2000). Portanto, em relação ao 2° semestre, o número de furtos do 1°

semestre é 17% menor do que o 2° semestre. Ela estabelece que, se dois períodos

são permutados, os totais relativos são correspondentes.

Texto Complementar: Regras de Arredondamento;

Page 53: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

51

UNIDADE IV

4. NOÇÕES DE CARTOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO

4.1. Definição

Pode-se definir Geoprocessamento como o conjunto de técnicas

computacionais relacionadas com a coleta, o armazenamento e o tratamento de

informações espaciais ou georeferenciadas, para serem utilizadas em sistemas

específicos a cada aplicação que, de alguma forma, utilize espaço físico geográfico.

Segundo LAZZAROTTO, geoprocessamento é o uso automatizado de

informações que, de alguma forma, está vinculada a um determinado lugar no

espaço, seja por meio de um simples endereço ou por coordenadas.

Pode-se citar pelo menos quatro categorias de técnicas relacionadas ao

tratamento da informação espacial

a. Técnicas para coleta de informação espacial;

b. Técnicas de armazenamento de informação espacial;

c. Técnicas para tratamento e análise de informação espacial;

d. Técnicas para o uso integrado de informação espacial.

Informações georeferenciadas têm como característica principal a localização,

ou seja, estão ligadas a uma posição especifica do globo terrestre por meio de suas

Page 54: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

52

coordenadas. Vários sistemas fazem parte do Geoprocessamento, dentro os quais o

GIS (Sistema de Informações Geográfica), que é o sistema que reúne maior

capacidade de processamento e análise de dados espaciais. A Utilização destes

sistemas produz informações que permitem tomar decisões para colocar em prática

ações. Estes sistemas se aplicam a qualquer tema que manipule dados ou

informações vinculadas a um determinado lugar no espaço, e que seus elementos

possam ser representados em um mapa, tais como, casas, escolas, hospitais, etc...

Muitas vezes o volume de informações inviabiliza não apenas a qualidade da

informação, mas, também, a união dos fatores importantes para uma decisão

acertada. É neste aspecto que entra a colaboração dos sistemas de

Geoprocessamento, e principalmente do GIS.

Utilizando-se de software apropriado, pode-se plotar em um mapa os locais

em que houver a incidência de determinados delitos, possibilitando uma análise

espacial da criminalidade. É possível, ainda, obter informações temporais sobre os

delitos (dias da semana, horários), informações sobre agentes criminais (quantidade,

descrição física, armamento, modo de operação), etc. o cruzamento destas

informações e a análise criminal possibilitam a identificação de padrões e auxiliam

na prevenção de futuros delitos.

Um sistema GIS poderá apresentar respostas a estas exigências sem

nenhum esforço e dentro de poucos minutos. Esta busca pode ser feita sem auxilio

de um GIS, mas não se pode, neste caso, avaliar o esforço e o tempo para

encontrar o desejado.

4.2. Cartografia

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), citada por

Page 55: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

53

LAZZAROTTO, cartografia é a arte de levantamento, construção e edição de mapas

e cartas de qualquer natureza. Mapas, segundo um conceito moderno, são

apresentações ou abstrações da realidade geográfica, ferramentas para a

apresentação da informação geográfica nas modalidades visual, digital e tátil.

Cartografia é, portanto, ciência e arte que se propõe a representar, através de

mapas, cartas e outras formas gráficas (computação gráfica), os diversos ramos do

conhecimento do homem sobre a superfície e o ambiente terrestre. É ciência quando

se utiliza do apoio cientifico da Astronomia, da Matemática, da Física, da Geodésia,

da Estatística e de outras ciências para alcançar exatidão satisfatória; é arte quando

recorre às leis estéticas da simplicidade e da clareza, buscando atingir o ideal

artístico da beleza.

A cartografia, cuja função essencial é representar a realidade através de

informações espaciais de uma forma organizada e padronizada, incluindo

acuracidade, precisão, recursos matemáticos de projeções cartográficas, para a

determinação de coordenadas e ainda recursos gráficos de símbolos e texto, tem

tido suas aplicações estendidas a todas as atividades que, de alguma forma,

necessitem conhecer parte da superfície terrestre. O mapa é, portanto, uma

ferramenta fundamental no estudo da distribuição espacial da criminalidade.

4.3. Sistema GIS (Geographic Information Systems)

Geographic Information Systems (GIS) são sistemas automatizados usados

para armazenar, analisar e manipular dados geográficos, ou seja, dados que

representam objetos e fenômenos em que a localização geográfica é uma

característica inerente à informação e indispensável para analisá-la.

GIS é um sistema computacional composto de softwares e hardwares, que

permite a integração entre bancos de dados alfanuméricos (tabelas) e gráficos

(mapas), para o processamento, análise e saída de dados georefenciados. Os

Page 56: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

54

produtos criados são arquivos digitais contendo mapas, gráficos, tabelas e relatórios

convencionais.

O GIS engloba, em sua definição, vários aspectos já abordados na definição

de Geoprocessamento, porém, ao GIS agregam-se ainda os aspectos institucionais,

de recursos humanos (peopleware) e principalmente a aplicação específica a que se

destina.

A tecnologia GIS se utiliza de um sistema composta por softwares e

hardwares que estão submetidos a uma organização de pessoas interligadas para

um mesmo fim, que se utilizam de dados georefenciados visando à possibilidade de

mesmo fim, que se utilizam de dados georefenciados visando à possibilidade de

planejar e monitorar questões ligadas ao espaço físico geográfico, através dos

produtos gerados pelo sistema. Estes são arquivos digitais contendo mapas,

gráficos, tabelas e relatórios convencionais.

GIS é um conjunto de ferramentas computacionais composto de

equipamentos e programas que, por meio de técnicas, integra dados, pessoas e

instituições, de forma a tornar possível a coleta, o armazenamento, o

processamento, a análise e a disponibilização, a partir de dados georefenciados, de

informação produzida por meio das aplicações disponíveis, visando maior facilidade,

segurança e agilidade nas atividades humanas referentes ao monitoramento,

planejamento e tomada de decisão relativas ao espaço geográfico.

Muitas pessoas, quando falam em GIS, referem-se, especificamente, aos

softwares e não à tecnologia. Percebem-se frequentemente dificuldades de

comunicação entre profissionais que se utilizam da mesma nomenclatura para se

referir a conceitos diferentes. Assim, para um entendimento mais completo, é

necessário explicar os principais componentes de um GIS, no qual o software é

apenas um desses componentes.

Software: é formado por um conjunto de programas (geridos por um determinado

sistema operacional), cuja finalidade básica é coletar, armazenar, processar e

analisar dados geográficos, tirando partido do aumento da velocidade, facilidade de

Page 57: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

55

uso e segurança no manuseio destas informações, apontando para uma perspectiva

interdisciplinar de sua utilização.

Hardware: é o conjunto de equipamentos necessários para que o software possa

desempenhar as funções descritas. De forma sucinta, inclui o computador e

periféricos, como impressora, plotter, scanner, mesa digitalizadora, unidades de

armazenamento (unidades de disco flexível, disco rígido, CD-ROM, fitas magnéticas

e ZIP drives). A comunicação entre computadores também pode ser citada, sendo

realizada por meio de um ambiente de rede.

Dados: são os dados físicos, compostos por arquivos onde os dados são

armazenados. Se estes dados são associados à programas de gerenciamento, os

quais permitem executar rotinas de manutenção e controle, o que resulta são

bancos de dados. Basicamente, os sistemas de bancos de dados são recebidos

para gerenciar grandes quantidades de informação.

Recursos humanos (usuários): são pessoas com objetivos comuns, que formam

uma organização ou grupo de trabalho. O GIS por si só não garante a eficiência nem

a eficácia de sua aplicação. Como em qualquer organização, ferramentas novas só

se tornam eficientes quando se consegue integrá-las adequadamente a todo o

processo de trabalho. Para isto não basta apenas investimento, mas o treinamento

de pessoal, usuários e dirigentes, para maximizar o potencial de uso de uma nova

tecnologia.

Metodologia ou técnicas de análise: estão diretamente ligadas ao conhecimento e

à experiência do profissional que, a partir de um objetivo definido, submete seus

dados a um tratamento especifico, para obter os resultados desejados. Este aspecto

mostra que a qualidade dos resultados de um GIS não está ligada somente à sua

sofisticação e capacidade de processamento. Muito mais que isso, é proporcional a

experiência do usuário.

UNIDADE V

Texto Complementar:

Sistemas de Coordenadas;

G.P.S;

Page 58: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

56

UNIDADE V

5. MAPEAMENTO DA CRIMINALIDADE

5.1. Introdução

Pode-se considerar o mapeamento da criminalidade como uma das técnicas

utilizadas pelo analista criminal para a produção de informações necessárias ao

planejamento operacional, proporcionando a prevenção do crime.

O mapeamento do crime, aliado às técnicas de estatística, geoprocessamento

e conhecimentos de bancos de dados, torna-se uma ferramenta importantíssima na

gestão da informação para a prevenção e combate à criminalidade.

Para se utilizar o mapeamento do crime, como ferramenta, deve-se conhecer

os conceitos de geoprocessamento e SIG (Sistema de Informação Geográfica).

O analista criminal também deve saber operar um SIG, para a realização de

diversas análises.

5.2. Visão geral

Page 59: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

57

O mapeamento da criminalidade é a representação gráfica da distribuição

espacial dos dados de criminalidade, através de mapas.

Antes da informática, o geoprocessamento do crime era realizado através da

utilização de alfinetes e etiquetas sobre mapas cartográficos de papel. Esse trabalho

tinha o mesmo efeito dos realizados atualmente, contudo requeria muito tempo,

trabalho e conhecimento por parte dos analistas, para produzir mapas explicativos e

adequados. Muitos mapas, depois de prontos, já haviam se tornado obsoletos, por

motivo da evolução do “modo de operação” do infrator da lei.

Com o passar dos anos e com o desenvolvimento da informática, a utilização

de computadores para produzir mapas e processar dados tornou-se cada vez mais

freqüente, devido ao desenvolvimento e facilidade de aquisição dos equipamentos e

programas.

Hoje em dia, um mapa de acompanhamento de determinado delito, que

demorava semanas para ficar pronto, em tempos passados, pode ser produzido em

apenas alguns minutos, bem como modificado e copiado.

O mapeamento de dados não é, contudo, uma prerrogativa e nem uma

iniciativa as forças policiais. Vários órgãos públicos e privados utilizam-se de mapas

para a visualização de dados e informações. Após a década de 1990, varias

prefeituras de cidades brasileiras começaram a utilizar mapas para a gestão de

informações relacionadas a saneamento básico, educação, impostos e tributos,

saúde pública, urbanização, trânsito urbano e administração pública em geral.

Atualmente, algumas empresas públicas e privadas também se utilizam de

mapas para estudo do solo, controle de grandes propriedades agropecuárias,

acompanhamento de recursos hídricos, redes pluviais, redes de distribuição,

gerenciamento de energia elétrica, malha rodoviária, controle florestal, transporte de

cargas e pessoas, dentre outros.

Os órgãos policiais, que têm como principais funções o combate e a

prevenção do crime, através de policiamento preventivo, repressivo e investigatório,

também viram nessa metodologia a possibilidade de mapear e conhecer o

comportamento criminal na sociedade, para uma melhor prestação de serviços. A

Page 60: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

58

ausência de indicadores sociais de criminalidade que façam uma medida adequada

entre aos fatos ocorridos (fatores objetivos) e a sensação de segurança (fatores

subjetivos) pode ser apontada como um dos principais motivos para a utilização do

mapeamento do crime.

Para as polícias, os mapas proporcionam a verificação da concentração de

crimes e delitos por tempo e espaço (local), bem como têm um importante papel na

pesquisa, análise e apresentação dos dados. Através dos mapas, podem-se

formular hipóteses para crimes e delitos, para posterior verificação e comportamento

criminal. Outro aspecto é que, através dos mapas, pode-se estudar o padrão de

mobilidade da população e acompanhar o crime organizado, informação

fundamental ao trabalho policial.

5.3. Informações do mapa

Os mapas são definidos com as seguintes características:

i. São desenhos de informações sobre áreas e lugares;

ii. Auxiliam na visualização dos dados;

iii. São como aquelas figuras proverbiais que valem mais que mil palavras;

iv. Permitem a rápida visualização da informação.

Assim como outras formas de visualização, os mapas são resultado da

atividade cientifica: formulação de hipóteses, coleta de dados, análise, revisão dos

resultados e avaliação da hipótese inicial como aceita ou rejeitada em prol de uma

versão modificada.

A construção dos mapas envolve tomar um conjunto de dados e decidir de

acordo com o método já padronizado. Deve-se tomar decisões acerca do tipo de

Page 61: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

59

mapa a ser preparado, de como serão os símbolos ou os tons, de como serão

tratadas as informações estatísticas, etc.

Símbolos ou legendas exageradas podem, por exemplo, chamar a atenção

para partes dos mapas que deveriam ser menos enfatizadas do ponto de vista

puramente cientifica. Uma má escolha de cores ou de intervalos também pode fazer

muita diferença. A missão cientifica do mapa pode, assim, ser subvertida por

escolhas artísticas inadequadas, e escolhas ruins do lado da ciência podem afetar

de maneira semelhante os elementos artísticos.

Os mapas tentam mostrar algum aspecto da realidade. Mas assim como os

livros, filmes, televisão ou jornais que tentam fazer o mesmo, eles são insuficientes.

Afinal de contas, a única representação perfeita da realidade é a própria realidade.

5.4. Elementos do mapa

Os mapas apresentam, em geral, os seguintes elementos que ajudam a

proporcionar consistência e careza aos leitores:

i. Um título (ou legenda) para a descrição do mapa;

ii. Uma legenda para a interpretação do conteúdo do mapa, como símbolos e

cores;

iii. Uma escala para a tradução da distância no mapa em distância no solo;

iv. Orientação indicando a direção.

Alguns mapas podem ser tão simples que a legenda não é necessária. Um

exemplo seria um mapa mostrando pontos, cada qual representando um

arrombamento residencial. O título do mapa pode conter informações necessárias,

dispensando, assim, a necessidade de uma legenda.

Page 62: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

60

Exemplo:

Mapa 01.

5.5. Tipos de informação dos mapas

Os mapas podem fornecer uma ampla variedade de informações, que incluem

localização, distância e direção, bem como padrão apresentação de dados pontuais

ou de área. Cada tipo de dado tem significados diferentes, conforme o tipo de

usuários a que se destine.

Localização: é, na perspectiva do analista criminal, o tipo mais importante de

informação a ser representado ou reunido em um mapa. Onde as coisas

aconteceram, ou onde podem acontecer no futuro, é a informação mais procurada e

potencialmente útil, pois tem diversas implicações para os investigadores me para a

Page 63: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

61

alocação dos recursos da polícia e da comunidade, além da sua utilidade no campo

do planejamento e da política.

Distância: a distância não é muito útil como informação abstrata. Ela toma

vida quando traduzida em algum tipo de relação: qual a distância da casa da vitima

até o local em que foi assaltada? Qual a distância máxima que as viaturas são

capazes de percorrer dentro de um ambiente urbano especifico para que atendam

às chamadas em tempo aceitável? Que distância em suspeito poderia ter percorrido

em um período de tempo específico?

Direção: a direção é mais útil quando combinada com a distância, embora

seja uma informação tipicamente importante na análise criminal, a menos que ela se

relacione a outros processos e condições relevantes. “É utilizada, em geral, num

contexto descritivo, como “a zona quente dos arrombamentos está se movendo para

o oeste”, ou “roubos seriais se movem para o sudeste,” ou “ o lado leste se tornando

uma área de alta criminalidade”.

Padrão: o padrão é um conceito especialmente útil na análise criminal, na

medida em que esta envolve a descrição ou análise do padrão das ocorrências. O

padrão pode ser uma ferramenta investigatória poderosa, porque o modo como os

pontos se configuram podem nos dizer algo acerca do processo que leva a esta

configuração. Os padrões são, em geral, classificados como aleatório, uniforme,

aglomerado ou disperso.

Pontos: em uma configuração aleatória, os pontos têm a mesma

possibilidade de estar em qualquer lugar do mapa. Os pontos se distribuem

aleatoriamente pelo mapa. Em uma distribuição uniforme, os pontos se encontram

igualmente espaçados. Também se pode dizer que um padrão de aglomerações, os

pontos vizinhos é maximizada. Em um padrão de aglomerações, os pontos se

encontram aglomerados, com áreas substancialmente vazias.

Distribuições discretas: quando dados pontuais são combinados dentro de

unidades de área como distritos, áreas de patrulha, de recenseamento ou bairros,

uma área é separada da outra; ela é discreta. O mapeamento por áreas discretas

pode ser utilizado para reorganizar os dados pontuais em um contexto mais

Page 64: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

62

significativo para um propósito específico. Os comandantes podem, por exemplo,

desejar visualizar a distribuição das transgressões relacionadas a drogas por ronda

de patrulha para decidir como a carga de trabalho deve ser dividida. Isto pode ser

medido através da densidade, que expressa a freqüência com que algo ocorre

dentro de uma área.

Page 65: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

63

5.6. Mapas temáticos

Mapa temático é, como o nome sugere, um mapa para um tema ou tópico.

Os mapas temáticos são de uma variedade quase infinita e incluem a maioria dos

mapas mostrados pela mídia, como, por exemplo, a dispersão das formigas

vermelhas, a situação dos impostos sobre vendas por Estado, ou a densidade

populacional mundial.

Os mapas temáticos são como uma grande kit de ferramentas – pode-se

escolher um tópico e então selecionar as diversas maneiras possíveis de converter

os dados em um mapa inteligível que comunique à audiência de maneira eficaz. Os

mapas temáticos podem ser quantitativos ou qualitativos.

Exemplo:

Mapa 02.

Page 66: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

64

Os mapas quantitativos apresentam informações numéricas, como o

número de crimes em uma área ou a taxa de criminalidade.

Mapas qualitativos mostram dados não numéricos, como o tipo de utilização

da terra ou características vítima/criminoso, como homem ou mulher, jovem ou

adulto.

A informação no nível de endereço demanda um tipo de mapa temático,

enquanto os dados medidos apenas no nível do bairro, distrito ou unidade de

recenseamento exigem outra abordagem. Na seguinte caracterização dos mapas

temáticos, há exemplos dos diversos modos com que eles podem ser produzidos:

Os mapas estatísticos utilizam símbolos proporcionais, gráficos de setores

circulares ou histogramas para visualizar os aspectos quantitativos dos dados. São

colocados símbolos estatísticos em cada subdivisão do mapa, como áreas de

patrulha, caso contenham uma grande quantidade de detalhes, especialmente

quando são mapeadas muitas subdivisões geográficas e diversas propriedades de

informações. Dados nominais, como raça das vitimas em gráficos de setores

circulares com base nos distritos, podem ser representados em um mapa estatístico.

Mapas pontuais (de pino) utilizam pontos para representar incidentes

individuais ou números específicos, como quando um ponto equivale a cinco

incidentes (a agregação de diversos incidentes em um único ponto ó seria feita em

um mapa de pequena escala). Um mapa que mostre a localização do tráfico por tipo

de droga dominante em cada caso é um exemplo de mapa pontual com dados em

escala nominal.

Os mapas pontuais são provavelmente os mais utilizados pela polícia, na

medida em que mostram a localização dos incidentes de maneira bastante precisa

quando se utiliza dados no nível de endereços.

Onde há muitos pontos a serem mapeados, a utilização dos dados pontuais

pode resultar em uma bagunça de pontos sobrepostos ou nenhum significado. Isso

pode acontecer, por exemplo, se as chamadas de emergência forem mapeadas

utilizando os endereços de uma cidade grande. Pode ser necessário sintetizar os

dados pontuais por área para que os dados se tornem inteligíveis. Os mapas

Page 67: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

65

pontuais também ficam confusos caso sejam sintetizadas as categorias criminais

mais freqüentes durante longos períodos de tempo. Portanto, embora seja possível

representar a informação locacional com precisão razoável nos mapas pontuais, a

agregação por área na forma de um mapa pode produzir um mais inteligível que a

apresentação de cada ponto individual.

Uma desvantagem da utilização de símbolos estatísticos nos mapas é que

eles podem sobrepor um ao outro, resultando em uma bagunça ininteligível. O

desenho do mapa deve levar em conta o seu tamanho final, a escala a ser utilizada

e a possibilidade de excesso de símbolos.

Exemplo:

Mapa 03.

Os mapas lineares mostram ruas e rodovias, bem como fluxos, através de

símbolos lineares como linhas proporcionais em espessura representando os fluxos.

Page 68: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

66

Além dos mapas básicos de ruas e rodovias, os analistas da criminalidade não

utilizam mapas lineares com freqüência – sua aplicação mais comum é a

investigação do roubo de veículos, mostrando as conexões entre o local do roubo e

o local da recuperação.

Exemplo:

Mapa 04.

Mapa de Kernel: por sua elevada aplicabilidade no campo do mapeamento

do crime, um tipo específico de mapa receberá enfoque. Trata-se do Mapa de

Kernel. Compreender a teoria em que está fundamentado esse tipo de mapa requer

algumas considerações sobre conhecimentos da Matemática, como se vê adiante.

Como, além disso, a idéia central que envolve o mapa de Kernel é a probabilidade,

isto é, o ramo do conhecimento humano que estuda possibilidades de ocorrências

de determinados eventos, ambos serão intercalados e às vezes relacionados entre

si.

Trata-se, pois, de verificar se um determinado evento pode ou não ocorrer e

qual o percentual dessa possibilidade. Por questões de pura convenção a

possibilidade total, que seria de 100% de chance do fato x acontecer, é indicada

matematicamente pelo numero 1, ao passo que a probabilidade zero, isto é, a total

Page 69: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

67

impossibilidade desde mesmo evento ocorrer é indicada matematicamente pelo

número 0. Desse modo, quando se fala em probabilidade, tem-se como extremos do

raciocínio os números 0 e 1.

Exemplificando, se a técnica probabilística indica que um individuo tem uma

chance em quatro, de ser atropelado em um certo cruzamento, isso seria expresso,

dentro da probabilística, pelo número 0,25. De modo análogo, ao se analisar as

chances de uma pessoa saudável sofrer um ataque cardíaco fulminante, um grupo

de cientistas constata, hipoteticamente, que seria uma chance a cada 1000

indivíduos saudáveis. Isso seria indicado, dentro da probabilística, pelo número

0,001.

Esse entendimento é base para a compreensão do mapa de Kernel, porque

este é um tipo especial de mapa que indica, graficamente, as possibilidades de

ocorrência de determinado evento, no espaço geográfico que se decida analisar. Por

exemplo, uma cidade. Na PMMG, em regra, tal mapa é utilizado na representação

de probabilidades no espaço correspondente a uma quadrícula, que mede 200m x

200m.

Geralmente, esse tipo de divisão espacial em quadrículas, serve para

construir cartões-programa. No entanto, com o advento do geoprocessamento

aplicado ao planejamento operacional, essas quadriculas passaram a ser base para

construção de mapas e Kernel que representam os antigos espaços territoriais

definidos em simples quadrículas. Estas continuam existindo, contudo, são lançadas

em um arquivo virtual que passa a calcular, entre 0 e 1, o valor da probabilidade

associada a cada quadrícula, no que diz respeito a um ou mais tipos de delitos. O

número resultante em cada quadricula é denominado Kernel, que é o nome

abreviado da expressão kernel estimation, de origem norte-americana, que traduzido

significa núcleo-estimador.

Desse modo, analisando-se o município de Findomodopólis, percebe-se que

ele, por exemplo, divisível em 80(oitenta) quadriculas de 200m x 200m. Como se

trata de indicar, dentro de cada quadrícula, a probabilidade, entre 0 e 1 (zero e total),

isto é, cada kernel de certo delito, ter-se-á, ao final dos lançamentos, cada

quadrícula com um kernel, isto é, com uma probabilidade associada a um delito,

Page 70: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

68

expressa em valor numérico probabilístico. Até esse ponto, não está, tecnicamente,

trabalhando sobre um mapa de kernel, mas é importante introduzir o conceito de

kernel nessa etapa do conhecimento sobre o tema, para se obter, com maior

facilidade, e clara e fácil compreensão final.

Compreendida esta etapa de lançamentos de dados, deve-se passar agora

ao entendimento de como as cores são usadas para facilitar a visualização do

conjunto de probabilidades expresso no conjunto de quadrículas em que se repartiu

um município. Frise-se que não precisa necessariamente ser um município, podendo

tal mapa ser construído a respeito de uma região de uma cidade, ou ainda sobre um

conjunto de ruas de um grande bairro, ou ainda de uma área localizada em torno de

um estádio. Enfim, depende do desejo de quem está lançando os dados e pretenda

analisá-los por meio de um mapa de Kernel.

Por pura convenção, semelhante àquela que estimulou como limites da

probabilidade os números 0 e 1, definiu-se que probabilidades maiores, ou seja,

próximas de 1, são representadas em cores mais escuras, ou mais fortes, indicando

assim, maior intensidade de ocorrências do delito. Por outro lado, probabilidades

menores são expressas em cores mais brandas tendendo ao branco, indicando

valores próximos à impossibilidade absoluta, extrema, ou seja, zero.

Obtida essa variância de colorações e intensidades, vai-se ter, logicamente,

ao se observar o município de Findomundópolis, uma imagem geral, expressa em

quadrículas, que traz um mapa dotado de espaços mais escuros, outros mais claros.

Eis um mapa de Kernel! Graças aos avanços da tecnologia gráfica, essa coloração é

feita automaticamente, à medida que se lança no computador dotado do programa

específico, os dados sobre quantidades de delitos de natureza x, y, ou z (se forem

três, por exemplo, os tipos de crimes lançados).

Em outras palavras, a utilidade do mapa de Kernel está em permitir estimar-

se a intensidade de um padrão de pontos, estimativas que é, por fim, expressa em

cores mais ou menos fortes, no mapa.

Pois bem, essa é a explicação visual do mapa de Kernel. No entanto, é

preciso inserir mais um raciocínio a respeito de seus bastidores. O que cada kernel

Page 71: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

69

não indica apenas quantidade (intensidade) de delitos, em determinada quadrícula,

mas sim a posição de cada um desses delitos, dentro da quadrícula. Isto não muda

o fato de que o mapa de Kernel trará sempre uma visão de intensidades maiores ou

menores de cores em um mapa de um certo espaço geográfico, mas é interessante

saber que, na verdade, o que permite a transformação de números em cores não é

simplesmente um cálculo baseado em valores, mas em posições.

O valor seria uma medida de influencia das amostras na quadrícula. Esta é

denominada célula, no contexto de mapeamento de crimes. Para fins técnicos, deve-

se conhecer a fórmula utilizada automaticamente pelo programa de computador,

para a geração das estimativas de kernel, isto é, dos pontos expressos em cores,

dentro de cada célula de 200m x 200m (quadrícula), que equivale a quatro

quilômetros quadrados (4km2).

Exemplos:

Mapa 05.

Page 72: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

70

Mapa 06.

Page 73: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

71

5.7. Função dos mapas da criminalidade

Os mapas normalmente são vistos como ferramentas de exibição. Na

realidade, os mapas desempenham um papel importante no processo de pesquisa e

análise. O mapeamento é mais eficaz quando suas múltiplas capacidades são

reconhecidas em toda sua extensão.

O mapa de criminalidade é o produto final de um processo que começa com o

primeiro relatório policial, que passa pela equipe do processamento de dados, é

introduzido no banco de dados e finalmente transformado em um símbolo no papel.

Mas os mapas podem ser úteis de outras formas, como adiante se vê.

Pensamento visual: neste caso, o mapa é utilizado para criar idéias e

hipóteses acerca do problema que está sendo investigado. Analisando um mapa,

pode-se, por exemplo, notar uma relação, correlação, entre fatores ambientais que

de outra forma não teriam sido notados. Esta correlação pode ser vertical no sentido

de que se captam as conexões entre fenômenos distintos, como os crimes, a

ocupação da terra e a demografia. Pode-se, alternativamente, perceber uma relação

horizontal na qual se reconhece um fator comum que perpassa um tipo especifico de

crime, como pichações em tipos semelhantes de locais onde houve crimes.

Comunicação visual: à medida que passa do pensamento visual à

comunicação visual, avança-se do domínio individual às atividades de síntese e

apresentação. A síntese implica em mesclar diversos tipos de informações, neste

caso, as camadas do sistema de informação geográficas (SIG) – em um produto

final coerente. Embora a síntese seja essencialmente cientifica, o julgamento

humano é o núcleo do processo de filtragem e refinamento.

A apresentação junta todos os pedaços relevantes do mapa. O mapa pode

ser altamente persuasivo, caso forneça informações relevantes para a questão com

a qual se lida, e seja bem projetado.

Um problema pouco reconhecido pelos analistas criminais é que, para

algumas pessoas, os mapas não significam nada. Elas podem não compreender

nem a escala, nem a simbolização. Como resultado, não se tem senso de distância,

Page 74: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

72

relativa ou absoluta, e são incapazes de tirar conclusões significativas a partir de um

mapa.

Enquanto os policiais possuem uma percepção geográfica razoável, devido

em parte à sua experiência de campo, os membros da comunidade podem não

possuí-la. Uma atenção especial deverá ser dada aos mapas direcionados à

comunidade. Deve-se inserir em um mapa para a comunidade, por exemplo, fotos

digitais de pontos de referência para mostrar aos moradores como os mapas se

relacionam ao seu ambiente.

5.8. Utilidade e significado do mapa

Um problema pouco conhecido pelos analistas criminais é que, para algumas

pessoas, os mapas não significam nada. Elas podem não compreender nem a

escala, nem a simbolização. Como resultado, não têm senso de distância, relativa

ou absoluta, e são incapazes de tirar conclusões significativas a partir de um mapa.

Enquanto os policiais possuem uma percepção geográfica razoável, devido

em parte à sua experiência de campo, os membros da comunidade podem não

possuí-la. Uma atenção especial deverá ser dada aos mapas direcionados à

comunidade. Deve-se inserir em um mapa para a comunidade, por exemplo, fotos

digitais de pontos de referência para mostrar aos moradores como os mapas se

relacionam ao seu ambiente.

PETERSON(1995) APUD HARRIES (1999) desenvolveu diversas teorias e

modelos para explicar como a informação visual é processada:

Modelo fásico – a informação visual caminha ao longo de três estágios (ou

fases) da memória. O primeiro (icônico) é muito curto e lida com o reconhecimento

inicial. O segundo (armazenagem visual e curto prazo) é mais longo, porém tem

menos capacidade, introduzindo então a questão da complexidade. A mudança do

Page 75: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

73

icônico para o de curto prazo demanda atenção. A informação é então enviada para

a memória visual de longo prazo. As imagens de longo prazo constituem pistas que

auxiliam o reconhecimento de novos estímulos visuais.

Teoria do padrão de reconhecimento – as imagens icônicas são

convertidas em algo reconhecível através do padrão de associação.

Modelo computacional – este sofisticado modelo tridimensional se

assemelha ao processo de abstração na cartografia.

Essas considerações técnicas lembram que a produção do mapa é só metade

do caminho. Também é necessário atentar para como ele é interpretado. O

armazenamento de pistas para a interpretação das imagens visuais na memória de

longo prazo significa que a familiaridade proporciona uma vantagem substantiva na

interpretação dos mapas. Frequentemente se esquece o fato de que o mapa que se

construiu é extremamente familiar para seu construtor, porém, pouco ou nada

familiar para aqueles que não possuem pontos de referência em sua memória de

longo prazo, ou que não tiveram tempo suficiente para estudar e processar os

detalhes.

A utilização dos diversos tipos de instrumentos estatísticos nos mapas

depende da imaginação do analista. Pode ser útil, por exemplo, combinar o mapa

com um diagrama de dispersão que mostre uma relação colateral, como as

chamadas de emergência segundo hora do dia (gráfico) e segundo a localização

(mapa). Os softwares de mapeamento oferecem inúmeras possibilidades, pois os

programas geralmente são capazes de produzir tanto gráficos quanto mapas, e de

combiná-los em layouts de maneira útil.

Por isso, são úteis algumas orientações:

Evitar mapas temáticos de taxas de criminalidade para pequenas áreas como

quarteirões, porque eles podem produzir resultados falsos em áreas onde não há

moradores, mas há crimes;

Acrescentar, em alguns mapas, uma indicação de que algumas áreas com

altas taxas de criminalidade têm população residencial pequena ou zero. Outra

Page 76: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

74

forma de comunicar este fato seria avisar que não foram calculadas, ou mesmo que

foram omitidas intencionalmente têm a população residencial pequena ou zero.

Outra forma de comunicar este fato seria avisar que não foram calculadas, ou

mesmo que foram omitidas intencionalmente as taxas para áreas com pequena ou

nenhuma população residencial. Isto deve ser feito com cuidado, pois alguns leitores

podem concluir que a Polícia tem algo a esconder, caso pensem que os dados

foram manipulados de maneira seletiva;

Na utilização de cores e tonalidades, usar cores mais escuras ou tonalidades

de cinza para valores maiores e cores mais claras para valores menores.

5.9. Atividade científica

O mapeamento do crime, devido aos seus aspectos relacionados ao

levantamento de informações, pode ser abordado como uma atividade cientifica.

Segundo HARRIES (1999), tal mapeamento abrange a cartografia e o processo

hipotético-dedutivo.

O mapeamento do crime concebido no campo cartográfico é identificado por

três escolas que seguem uma linha temporal:

a) A escola geográfica, predominante na França entre 1830 e 1880, onde

o mapeamento se baseava em dados sociais e seus resultados

tendiam a se concentrar na influencia de variáveis como o fator

econômico e densidade populacional sobre a criminalidade;

b) A escola tipológica, onde o enfoque era a relação entre as

características físicas e mentais das pessoas e a criminalidade;

Page 77: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

75

c) A escola da ecologia social, surgida no início do século XX,

relacionando os padrões de criminalidade às variações geográficas em

condições sociais.

Sob o ponto de vista hipotético-dedutivo, HARRIES (1999) entende que assim

como outras formas de visualização, os mapas são resultados da atividade

científica: formulação de hipóteses, coleta de dados, análise, revisão dos resultados

e avaliação da hipótese inicial como aceita ou rejeita em prol de uma versão

modificada. Para o autor, a construção dos mapas envolve tomar um conjunto de

dados e decidir de acordo com o processo hipotético-dedutivo.

Os mapas podem ser vistos como uma abstração da realidade, contudo, essa

abstração pode demonstrar mais ou menos informações. HARRIES (1999)

menciona que, quanto maior a abstração, menor a informação, pois a abstração fica

mais longe da realidade, mas a comunicação visual do mapa é mais eficaz por ser

mais simples e inteligível. Já uma menor abstração é igual a mais informação, por

estar mais próxima da realidade; todavia, a comunicação visual é menos eficaz,

devido à maior complexidade e menor inteligibilidade.

Outras perspectivas importantes são o espaço e o tempo. Nesse sentido, o

mapeamento do espaço envolvendo distancia, direção e local pode ser relacionado

a mapas de: dia da semana, mês, ano, hora do fato e tempo decorrido do fato.

Esses mapas são fundamentais nas análises e apontam padrões.

Os padrões são fatores que ligam o mapeamento da criminalidade à atividade

cientifica. As atuais pesquisas científicas buscam padrões em determinados

comportamentos. Aos padrões, podem ser aplicadas as teorias que, se confirmadas,

podem tornar-se regras. Os mapas, devidamente construídos, podem identificar

certos padrões no comportamento criminoso, que por sua vez geram teorias que

podem ser comprovadas com ações policiais preventivas.

Page 78: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

76

5.10. Análise de mapas

A análise de mapas pode ser abordada em dois pontos, segundo HARRIES

(1999). O primeiro aponta o escopo da análise, envolvendo os níveis de análise

macro e análise micro. A análise macro, no contexto da Polícia Militar de Minas

Gerais (PMMG), pode ser apontada como análise da criminalidade em Minas Gerais

ou análise da criminalidade na 5ª Região de Polícia Militar, por exemplo, ou ainda,

análise da área do 4° Batalhão de Polícia Militar. A análise macro mostra-se útil

apenas a nível estratégico e governamental, ou seja, quando abrange a população

do Estado de Minas Gerais, principalmente no que se refere à alocação de recursos

e políticas de governo.

A análise micro se restringe à atuação de uma Companhia da PMMG, por

exemplo, a subárea da 191ª Cia PM, que é responsável por alguns bairros da cidade

de Uberaba/MG. Esse tipo de análise é mais eficaz, principalmente pelo fato de que

o comportamento da criminalidade é percebido mais localmente.

A Análise de mapas pode se desenvolver por duas perspectivas teóricas

mencionados por HARRIES (1999): interpretação da análise rotineira e interpretação

do comportamento espacial criminoso.

A “interpretação da atividade rotineira” apresenta onde os crimes ocorrem

devido a três fatores:

a) Objetivos satisfatórios – existência de fatores que possibilitem o

cometimento de infrações que trarão resultados satisfatórios aos

infratores;

b) Provável ofensor – cidadão propenso à prática de delitos;

c) Ausência de prevenção – ausência de fatores que possam prevenir o

ato delituoso.

Page 79: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

77

Diagrama do Crime (Triângulo do Crime):

Trabalhando com a perspectiva da interpretação da atividade rotineira, o

analista tenta encontrar nos mapas os três fatores, relacionando-os e extrapolando

as informações e os dados apresentados, buscando em outras fontes as respostas

de perguntas decorrentes da identificação dos três elementos.

A segunda perspectiva apontada por HARRIES (1999) enfoca o

“comportamento espacial criminoso”, ou seja, todo criminoso utiliza pistas e

sinais ambientais para escolher suas vítimas, podendo ser interpretado , também,

como todo criminoso escolhe seus alvos ou vítimas em um estudo de aspectos

sociais, físicos e ambientais. Nesse caso o analista deve, além de utilizar diversas

fontes de informação, fazer uma empatia, colocando-se no lugar do infrator e

observando os fatores analisados pelos criminosos, tentando perceber o padrão do

comportamento. As perspectivas teóricas são bastante úteis na análise micro.

Autor motivado

Vítima Potencial

CRIME

Ausência de

prevenção

Page 80: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

78

REFERÊNCIAS:

DANCEY, CHISTINE P, REIDY, JONH, REIDY. Estatística sem matemática para

Psicologia. Porto Alegre: Bookmam, 2006. 3ªed.

HARRIES, Keith. Mapping Crime: Principle and Practice. Dezembro 1999.

KELLING, George R, J. BRATTON, William. Taxas de criminalidade em declínio:

Uma visão de bastidores sobre a história de Nova York.

LEVIN, JACK. Estatística Aplicada à Ciências Humanas. Harba. 2ªed. 1987.

MINAS GERAIS, Polícia Militar. Seção de Emprego Operacional. Manual de

Conhecimentos Básicos de Banco de Dados, Estatística e Geoprocessamento. Belo

Horizonte/2003.

Page 81: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

79

QUINTA REGIÃO DE POLÍCIA MILITAR QUARTO BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR

105ª COMPANHIA DE ENSINO E TREINAMENTO Praça Governador Magalhães Pinto, 530

(0xx34) 3318-3817

PLANO DE DISCIPLINA

IDENTIFICAÇÃO

Estabelecimento de Ensino: 105ª Companhia de Ensino e Treinamento

Curso: Especial de Formação de Sargentos Carga Horária Total: 40horas-aula Ano Letivo: 2012

Modalidade: Educação Profissional Tipo de Ensino: Presencial Atividade: Formativa de Aperfeiçoamento

Disciplina: Análise Criminal Carga Horária: 20 horas-aula

Coordenador da Disciplina: 1° Ten. PM Marcos César Rodrigues Alves

Ementa: O planejamento eficiente das ações e operações policiais é uma das principais condições para uma prestação de serviços adequada aos anseios da comunidade. Para garantir essa eficiência, é preciso que dados sejam analisados e explicitados de forma clara e objetiva e, para tanto, a PMMG adotou o modelo da “Polícia de Resultados”, desenvolvendo programas e métodos que permitem diagnosticar o movimento e comportamento da violência e da criminalidade por regiões específicas. Tais programas representaram um grande salto qualitativo na produção de segurança, permitindo que as ações de polícia possam ser planejadas e executadas com maior direcionamento para as demanda peculiares de cada localidade. A principal ferramenta utilizada pela “Polícia de Resultados” é o Geoprocessamento, que compreende as atividades de aquisição, tratamento e análise de dados. Envolve desde um conjunto de tecnologias para a coleta de imagens do espaço físico geográfico, até o processamento e análise desses dados, em forma de mapas digitais, tornando possível que cada policial obtenha informações precisas sobre o que ocorre ou caracteriza o espaço geográfico de sua responsabilidade. A PMMG foi pioneira na utilização desse recurso para o desenvolvimento de mapas da criminalidade e tem como meta levar essa ferramenta de trabalho a toda a Corporação, difundindo-a para todos. Por isso, é fundamental torná-la conhecida pelo profissional em formação, pois, além de contribuir para a compreensão dos aspectos administrativos que norteiam as ações policiais, a compreensão e o uso estratégico das informações é certamente uma habilidade que tem sido cada vez mais valorizada no processo de desenvolvimento de O planejamento eficiente das ações e operações policiais é uma das principais condições para uma prestação de serviços adequada aos anseios da comunidade. Para garantir essa eficiência, é preciso que dados sejam analisados e explicitados de forma clara e objetiva e, para tanto, a PMMG adotou o modelo da “Polícia de Resultados”, desenvolvendo programas e métodos que permitem diagnosticar o movimento e comportamento da violência e da criminalidade por regiões específicas. Tais programas representaram um grande salto qualitativo na produção de segurança, permitindo que as ações de polícia possam ser planejadas e executadas com maior direcionamento para as demanda peculiares de cada localidade. A principal ferramenta utilizada pela “Polícia de Resultados” é o Geoprocessamento, que compreende as atividades de aquisição, tratamento e análise de dados. Envolve desde um conjunto de tecnologias para a coleta de imagens do espaço físico geográfico, até o processamento e análise desses dados, em forma de mapas digitais, tornando possível que cada policial obtenha informações precisas sobre o que ocorre ou caracteriza o espaço geográfico de sua responsabilidade.

OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA: Padronizar os métodos e as técnicas estatísticas no sentido de racionalizar os trabalhos de coletas, transferências, tratamentos e tabelamentos das

Page 82: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

80

informações, de forma a revelar o comportamento da criminalidade, sua distribuição espacial, seus indicadores e tendências conforme especificidades de cada Unidade da Polícia Militar de Minas Gerais, através do uso de técnicas e métodos já conhecidos, como a estatística convencional e a introdução de novas tecnologias, como o uso de ferramentas de Geoprocessamento, Sistema de Informação Geográfica, Estatística Espacial e mapeamento da criminalidade e áreas de risco para a segurança pública.

UNIDADE DIDÁTICA I – GESTÃO DAS INFORMAÇÕES CRIMINAIS N° DE AULAS: 04 (QUATRO)

CONTÉÚDO DA UNIDADE OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS METODOLÓGIAS

RECURSOS DIDÁTICOS

Apresentação da Disciplina UNIDADE I 1 Gestão das Informações Criminais 1.2 Dado 1.3 Informação 1.4 Conhecimento

-Melhor interação dos alunos e professor e estabelecer o cronograma das atividades; -Compreender a diferença entre dados, informação e conhecimento; -Correlacionar dado, Informação, conhecimento e processo decisório; - Entender o processo de gestão das Informações criminais

· Aula expositiva participativa; · Aula expositiva · Leitura e discussão em sala de aula

· Quadro · Apostila · Computador · Multimídia · Textos complementares

UNIDADE DIDÁTICA II: ANÁLISE CRIMINAL N.º DE AULAS: 04

(quatro)

CONTÉÚDO DA UNIDADE OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS METODOLÓGIAS

RECURSOS DIDÁTICOS

2.1 A análise criminal e seu campo de aplicação 2.2. Conceito de análise criminal 2.3. POR QUEM E COMO É REALIZADA A ANÁLISE CRIMINAL 2.4. A Análise Criminal 2.5. O processo de análise na Polícia Militar 2.6. Análise Criminal na Polícia Militar de Minas Gerais 2.7. Finalidades 2.8. A comunidade de estatística e Geoprocessamento. 2.9. Geoprocessamento

Proporcionar conhecimentos e desenvolver as habilidades dos discentes acerca do conceito da Análise Criminal dos dados estatísticos, que possam executá-lo ou melhor ainda saber aproveitá-los em suas tarefas policiais militares, especificamente no que concerne às atividades de polícia ostensiva de preservação da ordem pública. Conhecer o processo de análise na PMMG e compreender sua importância para o planejamento de ações operacionais

· Aula expositiva participativa; · Aula expositiva · Leitura e discussão em sala de aula

· Quadro · Apostila · Computador · Multimídia · Textos complementares

Page 83: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

81

2.10. Avaliação do Desempenho Operacional 2.11. Acordo de Resultados 2.12. Monitoramento de Metas 2.13. Indicadores de avaliação 2.14. Índices de segurança pública UNIDADE DIDÁTICA III: ESTATÍSTICA APLICADA ANÁLISE CRIMINAL N.º DE AULAS: 06 (seis)

CONTÉÚDO DA UNIDADE OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS METODOLÓGIAS

RECURSOS DIDÁTICOS

3. ESTATÍSTICA APLICADA A ANÁLISE CRIMINAL 3.1. Definições essenciais 3.2. Apresentação tabular de dados 3.3. Elaboração geral de tabela 3.4. Análise gráfica 3.5. Medidas de Tendência Central 3.6. Cálculo da Medida de Tendência Central

Conhecer a aplicar as principais técnicas para a obtenção, análise estatística e apresentação de dados. Entender alguns processos estatísticos. Desenvolver uma postura científica por parte dos policiais militares frente ao fenômeno da criminalidade e da violência

· Aula expositiva participativa;. · Aula expositiva · Leitura e discussão em sala de aula

· Quadro · Apostila · Computador · Multimídia · Textos complementares

UNIDADE DIDÁTICA IV: NOÇÕES DE CARTOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO N.º DE AULAS: 02 (duas)

CONTÉÚDO DA UNIDADE OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS METODOLÓGIAS

RECURSOS DIDÁTICOS

4. NOÇÕES DE CARTOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO 4.1. Definição 4.2. Cartografia 4.3. Sistema GIS (Geographic Information Systems)

Compreender a necessidade e a viabilidade do uso de ferramentas de análise cartográfica no planejamento das operações preventivas e repressivas na corporação

· Aula expositiva participativa; · Aula expositiva · Leitura e discussão em sala de aula

· Quadro · Apostila · Computador · Multimídia · Textos complementares

Page 84: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

82

UNIDADE DIDÁTICA V: MAPEAMENTO DA CRIMINALIDADE N.º DE AULAS: 04

(quatro)

CONTÉÚDO DA UNIDADE OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS METODOLÓGIAS

RECURSOS DIDÁTICOS

UNIDADE V 5. MAPEAMENTO DA CRIMINALIDADE 5.1. Introdução 5.4. Elementos do mapa 5.2. Visão geral 5.3. Informações do mapa 5.5. Tipos de informação dos mapas 5.6. Mapas temáticos 5.7. Função dos mapas da criminalidade 5.8. Utilidade e significado do mapa 5.9. Análise de mapas 5.10. Atividade científica

Entender o processo de construção e análise dos mapas de criminalidade

· Aula expositiva participativa;. · Aula expositiva · Leitura e discussão em sala de aula

· Quadro · Apostila · Computador · Multimídia · Textos complementares

AVALIAÇÃO SOMATIVA: Prova escrita, no VALOR DE 10 PONTOS, mensurando a compreensão correta das aulas ministradas e a apropriação do conhecimento pelo

aluno, através da capacidade de interpretação das questões e exposição escrita.

REFERÊNCIAS: 1 BRASIL, Secretaria Nacional de Segurança Pública. Plan Nacional de Segurança Pública. Brasília, 2003. 2 MINAS GERIAS, Secretaria de Estado da Defesa Social. Plano Estadual de Segurança Pública. Belo Horizonte, 2003. 3 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Diretriz para produção de serviços de segurança pública (DPSSP) Nr 01/2002-CG. Belo Horizonte: omando Geral,março 2002. 4 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Seção de Emprego Operacional. Manual de Conhecimentos Básicos de Banco de Dados, Estatística e geoprocessamento. Belo Horizonte. 2011. 5 BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Normas de Apresentação Tabular. Rio de Janeiro, 1993. 6 HARRIES, Keith. Mapping Crime: Principle and Practice. Dezembro 1999 7 SOARES,F.J.,FARIAS,A. F.,CESAR, C. C. Introdução à Estatística. Livros Técnicos e Científicos –LTC, 1991. 8 ALMEIDA, Maria Cristina de Mattos. Manual para Treinamento MAPINFO professional versão 4.0.2. Sistema de Informação – Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Belo Horizonte, 2001. MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) Instrução conjunta nr 01/2003 – Orientações para o preenchimento do boletim de ocorrência. Belo Horizonte/2003. 9 MINAS GERAIS, Polícia Militar de Minas Gerais. DIRETRIZ PARA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA PÚBLICA Nº 3.01.01/2010. Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMMG (DGEOp), 2010 10 KELLING,George R, J. BRATTON , William. Taxas de criminalidade em declínio: Uma visão de bastidores sobre a história de Nova York. 11 LEVIN, JACK. Estatística Aplicada à Ciências Humanas. Harba. 2ed.1987 12 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Seção de Emprego Operacional. Manual de Conhecimentos Básicos de Banco de Dados, Estatística e

Page 85: Apostila de Análise Criminal CEFS 2012

83

Geoprocessamento. Belo Horizonte 2010. 13 MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) Instrução conjunta nr 01/2003 – Orientações para o preenchimento do boletim de ocorrência. Belo Horizonte/2003.