Apostila de CONTABILIDADE

Embed Size (px)

Citation preview

APOSTILA DE

CONTABILIDADE

Prof. Esp. Carlos Csar de Lima

Tangar, maro de 2011

2 S U M R I O 1. Definio e Histrico da Contailidade ........................................................... 02 2. Conceitos e funes da contabilidade ............................................................ 05 3. Constituio de empresas ............................................................................... 07 2.1 Forma individual ......................................................................................... 07 2.1 Forma societria .......................................................................................... 08 3. Procedimentos, passo a passo, para abertura de uma nova empresa ......... 09 4. Escriturao contbil .................................................................................... 10 4.1 Escriturao contbil - mtodos e critrios previstos legalmente ............ 10 4.2 Principais Livros Contbeis .................................................................... 11 4.3 Registro contbil ..................................................................................... 12 4.4 Atos e Fatos Administrativos .................................................................. 12 5. Contas ............................................................................................................ 13 5.1. Plano de Contas ..................................................................................... 17 5.2. Documentos ........................................................................................... 19 6. Sistemas para apurao de resultados ......................................................... 26 5.1 Regime de competncia .......................................................................... 26 5.2 Regime de caixa ..................................................................................... 27 7. Demonstraes contbeis ............................................................................. 27 6.1 Demonstrao do Resultado do Exerccio ............................................. 28 6.2 Balano Patrimonial ............................................................................... 28 8. Referncias Bibliogrficas ........................................................................... 30 9. ANEXOS ....................................................................................................... 31

3

NOES GERAIS DE CONTABILIDADE. 1 DEFINIO E HISTRICO DA CONTABILIDADE: Cincia que estuda e pratica as funes de orientao e controle e de registro relativas administrao econmica. Congresso Brasileiro de Contabilistas Rio de Janeiro 17 a 27 de agosto de 1924 A Contabilidade uma cincia que permite, atravs de suas tcnicas, manter um controle permanente do Patrimnio da empresa Osni Moura, Contabilidade Bsica Editora Saraiva a cincia que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimnio das entidades mediante o registro, a demonstrao expositiva e a revelao desses fatos, com o fim de oferecer informaes e orientao sobre a composio do patrimnio, suas variaes e o resultado econmico decorrente da gesto da riqueza patrimonial. Hilrio Franco, Contabilidade Geral Editora Atlas A histria da contabilidade A histria da contabilidade to antiga quanto a prpria histria da civilizao. Est ligada s primeiras manifestaes humanas da necessidade social de proteo posse e de perpetuao e interpretao dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre disps para alcanar os fins propostos.

A origem da Contabilidade est ligada a necessidade de registros do comrcio. H indcios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fencios. A prtica do comrcio no era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. Os fencios so um povo de origem semita da costa setentrional do mar Vermelho (atual Lbano). Por volta do ano 1000 a.C., cidades-estados instauram a Fencia como federao, sob a hegemonia de Tiro.

medida que o homem comeava a possuir maior quantidade de valores, preocupavalhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informaes no eram de fcil memorizao quando j em maior volume, requerendo registros.

4

importante lembrarmos que naquele tempo no havia o crdito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de rvore assinalados como prova de dvida ou quitao. O desenvolvimento do papiro (papel) e do clamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informaes sobre negcios.

A medida em que as operaes econmicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da Repblica Romana (200 a.C.) j traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salrios, perdas e diverses. CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - perodo que se inicia com as primeiras civilizaes e vai at 1202 da Era Crist, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano. Liber Abaci ( o Livro do baco ou do Clculo) foi escrito por Fibonacci em 1202, e foi baseado na aritmtica e "lgebra" que Fibonacci apreendeu durante as suas viagens pelo Mediterrneo. Em 1228 o livro foi de novo publicado aps uma reviso. CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - perodo que vai de 1202 da Era Crist at 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que teoria contbil do dbito e do crdito corresponde teoria dos nmeros positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.

FREI LUCA PACIOLI Pacioli foi matemtico, telogo, contabilista entre outras profisses.

5 2. CONCEITOS E FUNES DA CONTABILIDADE: Objeto: O objeto da Contabilidade o PATRIMNIO das entidades econmicoadministrativas. Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa no era dissolvido, mas passado como herana aos filhos ou parentes. A herana recebida dos pais (pater, patris), denominouse patrimnio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes no tivessem sido herdados. PATRIMNIO o conjunto de bens, direitos e obrigaes avaliados em moeda e pertencente a uma pessoa. Entidades econmico-administrativas: Organizaes que renem os seguintes elementos: pessoas, patrimnio, titular, capital, ao administrativa e fim determinado. Objetivo da Contabilidade: O objetivo da Contabilidade permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes da gesto do patrimnio das entidades econmico-administrativas. Finalidade: Assegurar o controle do patrimnio administrado, atravs do fornecimento de informaes e orientao, necessrias tomada de decises, sobre a composio e as variaes patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econmicas desenvolvidas pela entidade para alcanar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, culturais, esportivos, beneficentes e outros).

Usurios da Contabilidade: Compreendem: pessoas fsicas e jurdicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliao da situao e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), scios, acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos e etc.

Campo de aplicao da contabilidade: Estudar o campo de aplicao da Contabilidade significa saber em que a contabilidade utilizada, ou seja, em que os contabilistas trabalham.

6 As principais funes da Contabilidade so: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificaes do patrimnio em virtude da atividade econmica ou social que a empresa exerce no contexto econmico. Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetrio; Organizar: um sistema de controle adequado empresa; Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de demonstrativos, a situao econmica, patrimonial e financeira da empresa; Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apurao dos resultados obtidos pela empresa; A funo fundamental da Contabilidade fornecer informao til para a tomada de decises econmicas. Neste aspecto destacam-se duas funes que julgamos imprescindveis ao lidar com Contabilidade. FUNO ECONMICA: Apurar o resultado do perodo, o qual pode se apresentar na forma de lucro ou prejuzo. FUNO ADMINISTRATIVA: Controlar o patrimnio da entidade, tanto sobre o aspecto esttico (posio em dado momento, ex: o balano patrimonial) como dinmico (representa o movimento ou as mudanas qualitativas e quantitativas dos elementos). Segundo a doutrina contbil a finalidade da contabilidade registrar, controlar e demonstrar os fatos que afetam o patrimnio, objetivando fornecer informaes sobre sua composio e variaes, bem como sobre o resultado econmico decorrente da gesto da riqueza patrimonial. A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econmico, o mesmo papel que a Histria na vida da humanidade. Sem ela no seria possvel conhecer o passado nem o presente da vida econmica da entidade, no sendo tambm possvel fazer previses para o futuro nem elaborar planos para a orientao administrativa. A contabilidade tem por finalidade o registro dos fatos e a produo das informaes que possibilitem ao administrador do patrimnio o planejamento e o controle das suas aes. PLANEJAR decidir, entre as diversas alternativas, pela hiptese que se apresenta como sendo a melhor situao na busca do cumprimento dos objetivos sociais e econmicos da entidade. Tambm pode ser representada pela melhor hiptese na busca de atingir a maior eficincia e eficcia ao determinar a linha de ao para o futuro. CONTROLAR verificar se os elementos materiais e humanos na entidade esto de acordo com os planos e polticas traadas. Atravs do controle do patrimnio, a contabilidade disponibiliza informaes aos agentes interessados em mensurar a situao patrimonial e o desempenho da entidade. A partir do Planejamento e do Controle, pode-se derivar alguns objetivos da Contabilidade:

7 - Apresentar o desempenho da empresa em um dado perodo; - Apresentar a posio da empresa em dado momento; - Conhecer as fontes de financiamento e as aplicaes de recursos existentes; - Demonstrar a situao econmica, financeira e patrimonial da entidade; - Permitir que os fatos ocorridos sejam corretamente interpretados, tenham eles afetado qualitativa ou quantitativamente o patrimnio; - Apresentar as situaes de liquidez, rentabilidade e solvncia da empresa, permitindo sua comparao com as demais pertencentes ao mesmo grupo; - Transformar os dados (os registros efetuados) em informaes que se apresentem como poderoso instrumento para a tomada de decises. 3 - CONSTITUIO DE EMPRESAS Para registrar uma empresa necessrio que o empresrio observe alguns protocolos. Como ainda no existe no Brasil, uma integrao entre os vrios rgos de registro (juntas comerciais, prefeituras, receitas estaduais e federal, entre outros), o processo de formalizao de uma nova empresa acaba tornando indispensvel a visita (em alguns casos virtual) a todos esses rgos. Em primeiro lugar, importante se observar o novo Cdigo Civil para fins de conhecimento das diversas variveis que definem, regulamentam e influenciam o processo de implementao e gesto das diversas formas de sociedades. As atividades empresariais podem ser exercidas das seguintes formas: Forma individual: que a atividade desenvolvida ponta e risco do empresrio; Forma societria: que significa a unio de duas ou mais pessoas com vistas a exercer atividades regidas por um contrato, onde h aplicao de capital e interesse comum na busca de retorno sobre o capital inicial investido (lucro). 3.1 forma individual Tm capacidade para exercer a atividade empresarial, diante do novo Cdigo Civil, os cidados considerados legalmente desimpedidos. O exerccio das funes ou o enquadramento nas situaes abaixo elencadas so exemplos de impedimentos: Deputados, senadores e governadores; Militares na ativa; Magistrados e juzes vitalcios; Os falidos, corretores e leiloeiros; Funcionrios pblicos; Mdicos na explorao de ramo farmacutico, entre outros. Na forma individual, o ativo e o passivo podem ser objeto de transferncia para outra organizao, mas a empresa (razo social) no pode em hiptese nenhuma ser transferida. Afinal, trata-se de uma firma individualmente pelos seus atos. Nesse tipo de empreendimento, normalmente os custos iniciais para abertura so pequenos, alm de proporcionar ao empresrio autonomia total para fins de gesto do negcio, que, se for concebido de forma planejada e adequada aos preceitos do empreendedorismo, pode representar grande vantagem competitiva.

8 3.2 Forma Societria As sociedades empresrias so aquelas que desenvolvem aes econmicas orientadas para o processo produtivo, prestao de servios e comercializao de bens. O novo Cdigo Civil relaciona cinco tipos de sociedades empresrias; Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade e Comandita Simples, Sociedade Limitada, Sociedade em Comandita por aes e Sociedade Annim. A Sociedade Limitada, em razo da simplicidade de seus atos e da limitao da responsabilidade dos seus scios, tem sido a mais escolhida pelos empresados. A maioria das sociedades brasileiras (mais de 95%) constituda sob a forma de sociedade limitada ou sociedades por aes. Alguns aspectos importantes, sobre as Sociedades Limitadas devem ser destacados: - Elas substituem, aps o advento do novo Cdigo Civil, as Sociedades por Quotas de Responsabilidades Limitadas; - A responsabilidade dos scios limitada ao montante do capital social; - o tipo de sociedade com mais registros nas juntas comerciais do pas; - Pode ser administradas por pessoa no scia, com exigncia de que conte a expressa autorizao ao gestor no contrato social; - Os scios admitidos, aps a constituio da sociedade, obrigam-se a honrar as dvidas sociais anteriores ao seu ingresso; - Se na liquidao da organizao os ativos forem insuficientes para quitao das dvidas, os scios respondem solidariamente com seus bens particulares; - As deliberaes sociais, que devem ser realizadas em assemblias ou reunies (em conformidade com o previsto no contrato social) para dirimir questes de ordem econmica, financeira e de gesto dos negcios, devem obrigatoriamente ter cpia de ata arquivada no Registro Pblico de Empresas Mercantis; - A sociedade limitada deve realizar assemblia pelo menos uma vez por ano para discutir questes relacionadas s contas dos administradores, balano e resultado econmico, bem como deliberar assuntos gerais decorrentes da gesto de organizao e suas estratgias; - Na hiptese de sada de um dos scios, sua excluso ou falecimento, os scios remanescentes e seus herdeiros continuam responsveis pelas obrigaes sociais da empresa anteriores a esses fatos, pelo prazo de dois anos. Sociedades Simples So sociedades que no desenvolvem atividades econmicas organizadas para a produo de bens ou servios.

9 Alguns aspectos importantes, sobre as Sociedades Simples, devem ser destacados: - So sociedades cujos processos produtivos no so conduzidos de forma organizada; - Foram criadas pelo novo Cdigo Civil e num se constituem em um tipo societrio especfico; - Seu registro e realizado no Cartrio de Registro Civil das Pessoas Jurdicas; - Se observarmos atentamente os arts. 966 e 982 do novo Cdigo Civil verificaremos que na criao da sociedade simples houve direcionamento para as cooperativas, que so sociedades que no tem o carter eminentemente empresarial; - Foram necessrios 42 artigos para descrever a sociedade simples e seu funcionamento no novo Cdigo Civil, o que de certa forma restringe a atividade administrativa e a liberdade dos scios; - Estabelece responsabilidade ilimitada dos scios, atravs do seu art. 1.023 do novo Cdigo Civil. O scio que retira da sociedade dica responsvel por mais dois anos pelo passivo da sociedade; - O novo Cdigo Civil exige que haja a deciso unnime dos scios (arts. 997, 999 e 1.019) para a realizao de quaisquer tipo de modificaes e mudanas, at as mais simples, como mudana de endereo, por exemplo. 3. PROCEDIMENTOS, PASSO A PASSO, PARA ABERTURA DE UMA NOVA EMPRESA 1. Em primeiro lugar, preciso definir o ramo de negcio (comrcio, indstria, prestadora de servios, etc.) e a natureza da sociedade, ou seja, se a empresa ser constituda sob a forma individual ou sob a forma de sociedade. 2. Aps esse primeiro passo necessrio elaborar o contrato social, estatuto social ou requerimento (dependendo do tipo de sociedade). As empresas que desenvolvem atividade mercantil (indstria ou comrcio) devem realizar o registro desse documento na Junta Comercial. As Sociedades Simples devero arquivar os seus atos constitutivos no Cartrio de Registro Civil de Pessoas Jurdicas. As empresas com capital aberto (S/As) tambm so registradas na Junta Comercial. - O Contrato Social um documento de importncia vital para as sociedades. Neles so definidos aspectos importantes como: distribuio e forma de transferncia das cotas, nomeao de administradores, objeto social, critrios para distribuio de lucros e outros interesses das partes; - Algumas atividades empresariais exigem registros especficos. Como por exemplo, citamos o caso dos escritrios de advocacia, que devem ser registrados na Ordem dos Advogados do Brasil, as empresas de engenharia e arquitetura no CREA, de turismo na EMBRATUR, contadores no CRC, entre outros. - A aceitao, pelo poder pblico, do nome comercial escolhido, ocorre na mesma fase em que os instrumentos de constituio feita pela Junta Comercial ou pelo Cartrio de Registro. Em alguns estados possvel realizar a pesquisa do nome comercial pela internet.

10 3. O terceiro passo a ser dado o registro da empresa na Receita Federal. Esse procedimento permitir que ela obtenha o seu nmero de inscrio no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica). O cadastro no CNPJ obrigatrio para todas as pessoas jurdicas. 4. O quarto passo a ser dado, depois de obtida a inscrio no CNPJ, procurar a Prefeitura ou a administrao regional para solicitar o alvar de funcionamento. Para alguns ramos de negcio exigida a vistoria prvia do local onde a empresa vai se estabelecer. 5. O quinto passo deve ser dado pelas empresas que desenvolvero atividades de comrcio, indstria e servios tributadas pelo ICMS (Imposto de Circulao de Mercadoria e Servios). O registro no estado necessrio para que a empresa obtenha o seu nmero de inscrio estadual. Esse nmero ser exigido todas as vezes que a empresa solicitar ou apresentar algum documento ao poder pblico estadual. Obs.: Em alguns estados o registro na Receita Estadual feito antes da obteno do alvar de funcionamento. 6. Depois de passar por todas as etapas enumeradas acima, a empresa ainda deve efetuar seu cadastro na Previdncia Social, mesmo que ainda no tenha funcionrios registrados. 7. Finalmente, antes de comear operar, necessrio providenciar o aparato fiscal (notas fiscais, mquinas de cupom fiscal, livros contbeis etc.) Nessa etapa, as empresas devem voltar a Secretaria da Receita Estadual ou Prefeitura, dependendo do ramo do negcio. 4. ESCRITURAO CONTBIL 4.1 Escriturao contbil - mtodos e critrios previstos legalmente A escriturao contbil dever ser mantida em registros permanentes, em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil, devendo ser observados mtodos e critrios contbeis uniformes no tempo, com obedincia s disposies legais pertinentes e aos princpios de contabilidade geralmente aceitos (Princpios Fundamentais de Contabilidade). As mutaes patrimoniais sero registradas segundo o regime de competncia. Os registros devem ser feitos com individuao e clareza, por ordem cronolgica de dia, ms e ano, sem intervalos em branco nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas ou transporte para as margens. Os erros cometidos sero corrigidos por meio de lanamentos de estorno. A individuao da escriturao compreende, como elemento integrante, a consignao expressa, no lanamento, das caractersticas principais dos documentos ou papis que lhe deram origem. Na escriturao comercial admitido o uso de cdigos de nmeros ou de abreviaturas, desde que estes constem de livro prprio, revestidos das formalidades a que esto sujeitos os livros comerciais. Os registros contbeis que forem necessrios para a observncia de preceitos da lei tributria, relativos determinao do lucro real, quando no devam, por sua natureza

11 exclusivamente fiscal, constar da escriturao comercial ou forem diferentes dos lanamentos dessa escriturao, sero feitos apenas no Livro de Apurao do Lucro Real (Lalur). A escriturao contbil e a emisso de relatrios, peas, anlises e mapas demonstrativos e demonstraes contbeis so de atribuio e responsabilidade exclusiva de Contabilista legalmente habilitado. Essas disposies a respeito de mtodos e critrios de escriturao contbil constam dos seguintes dispositivos legais: art. 2 do Decreto-lei n 486/1969; art. 177 da Lei n 6.404/1976; art. 2 do Decreto n 64.567/1969; arts. 251 a 274 do RIR/1999; e das Resolues CFC ns 563/1983, 790/1995 e 848/1999, que tratam da Norma Brasileira de Contabilidade - Tcnica (NBC T) 2.1 - Das Formalidades da Escriturao Contbil. 4.2 Principais livros contbeis Dos vrios livros usados pelas empresas, vamos mencionar apenas os utilizados pela contabilizao dos atos e fatos administrativos. Os principais livros utilizados pela Contabilidade so: 1 - Livro Dirio 2 - Livro Razo 3 - Livro Caixa 4 - Livro Contas-Correntes 4.2.1. Livro dirio O Dirio um livro obrigatrio pela legislao comercial. Por ser obrigatrio, o Dirio est sujeito s formalidades legais extrnsecas e intrnsecas8. Elementos Essenciais do Lanamento no Livro Dirio 1 - local e data; 2 - conta ou contas debitadas; 3 - conta ou contas creditadas, precedida(s) da partcula a; 4 - Histrico da operao; 5 - valor da operao.

4.2.2. Livro Razo O Razo um livro de grande utilidade para contabilidade porque registra o movimento de todas as contas. A escriturao do livro Razo passou a ser obrigatria a partir de 1991. Na Contabilidade moderna, o Razo escriturado em fichas. 4.2.3. Livro contas-correntes O Contas-Correntes o livro auxiliar do Razo. Serve para controlar as contas que representam Direitos e Obrigaes para a empresa. 4.2.4. Livro caixa O livro Caixa tambm auxiliar. Nele so registrados todos os fatos administrativos que envolvam entradas e sadas de dinheiro.

12 4.3 Registro contbil A contabilidade, para registrar as suas operaes, adota o MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS. A essncia deste mtodo, que o registro de qualquer operao implica que um dbito em uma ou mais contas deve corresponder um crdito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual a soma dos valores creditados, ou simplificando: PARA CADA DBITO EXISTE UM CRDITO, ou ainda, PARA CADA DBITO EXITE UM OU MAIS CRDITOS, desde que a soma dos crditos sejam iguais ao dbito ou vice e versa: DBITO = CRDITO Escriturao - o nome dado ao conjunto de procedimentos que possibilita a anlise e o controle do patrimnio das entidades Lanamento - o registro do fato contbil. 4.4. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS Atos Administrativos uma ao praticada pela administrao que no provoca (podendo vir a provocar) alterao qualitativa e/ou quantitativa no patrimnio da entidade, portanto, a princpio, no interessa contabilidade.

FATO CONTBIL Toda operao ou evento que altera o patrimnio de uma entidade chamado de Fato Contbil

Podemos enumerar trs tipos de fatos contbeis: - Fatos Permutativos; - Fatos Modificativos e - Fatos Mistos. Fatos Permutativos: So aqueles fatos que no alteram a situao liquida do patrimnio. A operao de transferncia de recursos do caixa para o banco, numa empresa, um exemplo de fato permutativo. Nesse caso, observamos a simples permuta de valores entre duas contas do Ativo. Crdito: Caixa Dbito: Banco

Fato modificativo: So aqueles que afetam a situao lquida do patrimnio. O pagamento de salrios com recursos do caixa o do banco um exemplo de fato modificativo. Nesse caso, recursos que no se recuperam so consumidos, acarretando diminuio do patrimnio lquido.

13 Crdito; Banco Dbito: Salrios Fatos Mistos: so fatos contbeis caracterizados pela ocorrncia, ao mesmo tempo, de simples permutao e de alterao da situao lquida patrimonial. O recebimento de uma duplicata cujo o valor foi reduzido pela concesso de um desconto um exemplo de fato misto. Neste caso, teramos a permutao de dois elementos do Ativo (duplicatas a e receber) e o impacto no patrimnio lquido provocado pela alterao no Resultado (descontos concedidos). Crdito: Duplicatas a receber Dbito: Caixa Dbito: Descontos concedidos Os registros exemplificados acima, e todos os outros realizados pela Contabilidade a cada nova operao executada pela empresa, so denominados, genericamente, de lanamento. Assim, o registro de todos os fatos, que posteriormente daro origem aos relatrios contbeis, constitui o processo de escriturao. Durante muito tempo esse processo foi realizado manualmente. No toa que os contadores sempre foram chamados de guarda-livros. Antes do surgimento das mquinas, a Contabilidade era uma atividade que demandava, alm de conhecimento tcnico, grande esforo fsico. Todas as operaes eram registradas manualmente, em diversos modelos de livros, que muitas vezes acabavam repetindo informaes. Mais tarde, com o surgimento das mquinas de Contabilidade, os livros manuscritos foram substitudos por fichas, que ao final do processo tambm eram encadernadas. Com o desenvolvimento da microinformtica todos esses sistemas tornaram-se obsoletos. Atualmente, todas as rotinas contbeis so realizadas atravs de meios eletrnicos. A exemplo de outras cincias, a Contabilidade soube aproveitar muito bem os recursos tecnolgicos desenvolvidos nas ltimas dcadas. 5. CONTAS Conta o nome tcnico que identifica um componente patrimonial (Bem, Direito, Obrigao ou Patrimnio Lquido) ou um componente de Resultado. Assim sendo, todos os acontecimentos que ocorrem na vida da empresa, responsveis pela gesto do patrimnio como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc.. so registrados pela Contabilidade em contas prprias. As contas so classificadas em dois grandes grupos, quais sejam: as contas patrimoniais e as contas de resultado. As Contas Patrimoniais so as que representam os elementos componentes do Patrimnio. Dividem-se em Ativas (Bens e direitos) e Passivas (Obrigaes e PL).

14 Funo da contas patrimoniais A ttulo de ilustrao, apresentamos, em seguida, uma relao de contas e a funo de cada uma delas. As contas de resultados sero abordadas mais adiante. Contas do Ativo Caixa conta que registra o dinheiro existente em tesouraria. O saldo desta conta deve indicar o valor em moeda mantido na tesouraria da empresa. Bancos conta movimento representa a conta corrente de livre movimentao, mantida em banco pela empresa. O saldo desta conta aumentado pelos depsitos e diminudo pelos saques. A Conta Banco conta movimento subdividida em subcontas, de acordo com os bancos em que a empresa mantm conta. Aplicaes financeiras registra as aplicaes realizadas em instituies financeiras. usual as empresas aplicarem os valores existentes em conta corrente enquanto no necessitam deles. Duplicatas a receber registra as contas a receber de clientes em funo de vendas a prazo com emisso de duplicatas. Com a venda a prazo, o saldo desta conta aumenta. No momento do recebimento da duplicata, o saldo desta conta deve ser diminudo. Mercadorias ou Estoques de Mercadorias registra os bens mveis adquiridos para revenda. O saldo desta conta aumenta por ocasio da aquisio pela empresa, diminui por ocasio da venda para o consumidor. Estoque de matrias-primas conta utilizada por empresas industriais registra os estoques de bens destinados a fabricao de outros bens para a comercializao. Nas aquisies das matrias-primas o saldo aumenta. Quando da remessa de matrias-primas do almoxarifado para a indstria o saldo diminui. Estoque de Produtos em elaborao conta utilizada pelas empresas industriais, registra o estoque de bens ainda em fabricao (semi-acabados) que uma fez concludos sero encaminhados para a comercializao. O saldo aumenta em virtude da utilizao da matria-prima e diminui em funo da concluso do produto e transferncia para a comercializao. Estoque de Produtos acabados conta utilizada por empresas industriais registra o estoque de bens fabricados pela empresa prontos para serem comercializados. Estoque de Materiais para consumo prprio registra o estoque de bens mveis destinados a uso ou consumo pela empresa. o caso, por exemplo, do material de escritrio e da limpeza e manuteno. ICMS a recuperar utilizada para registrar ICMS includo no preo dos bens adquiridos pela empresa, a ser compensado com o ICMS incidente nas vendas que ela ir realizar.

15 Adiantamento as empregados registra contas a receber dos empregados, em virtude da antecipao de salrios, durante o ms. Edificaes (de uso) registra o custo de aquisio ou construo (sem computar o custo do terreno) de salas, galpes, prdios e demais edificaes destinadas a uso nas atividades da empresa. Terrenos (de uso) registra o custo de aquisio (sem computar o custo das edificaes, de terrenos destinados a uso nas atividades da empresa. Instalaes registra os gastos com instalaes (eltricas, hidrulicas) em imveis em uso. Veculos registra os veculos de uso nas atividades da empresa, como o caso daqueles destinados a entrega de mercadorias, transportes de empregados e diretores. Mveis e utenslios registra os mveis e utenslios de escritrio, tais como equipamentos mesas, cadeira, estantes ou de cozinhas como geladeiras, fogo, ventiladores, etc... Mquinas e equipamentos normalmente registra mquinas e equipamentos de uso na atividade industrial, ou seja, destinados produo.

Contas do Passivo Duplicatas a pagar conta que representa as obrigaes provenientes das aquisies de mercadorias a prazo, mediante aceite de duplicatas. Emprstimos e Financiamentos bancrios registra dvidas com bancos, oriundas de emprstimos e financiamentos ICMS a recolher registra o valor do ICMS incidente sobre as vendas, includo no preo de venda, a ser compensado com o ICMS a recuperar. Salrios a pagar registra dvidas com empregados, oriundas de salrios vencidos e ainda no pagos. Ao fim de cada ms, os salrios no pagos so registrados nesta conta. Quando pagamento, o saldo da conta encerrado. Adiantamento de clientes registra os adiantamentos recebidos de clientes por conta de bens e servios ainda no entregues ou prestados. Proviso para imposto de renda registra dvidas decorrentes do Imposto de renda devidas e ainda no pagas. Contas do Patrimnio Lquido Capital Social registra o montante dos recursos fornecidos pelos scios para a formao do patrimnio da sociedade e os posteriores aumentos de capital.

16 Lucros ou prejuzos acumulados para esta conta so transferidos os lucros ou prejuzos apurados em cada exerccio (ARE) mediante confronto de receitas e despesas do perodo. Reservas de lucros As reservas de lucro so constitudas atravs de apropriao do lucro da empresa com objetivos e regras definidos. A legislao vigente entra em detalhes sobre os critrios para constituio dessas reservas, uma vez que as mesmas influenciam diretamente o resultado disposio dos acionistas. As reservas de lucros so as seguintes:

Reserva legal Reservas estatutrias Reservas para contingncias Reservas de lucros a realizar Reservas para reinvestimentos ou expanso

O objetivo do balano patrimonial apresentar, de uma forma ordenada e padronizada, a situao econmica e financeira de uma empresa num determinado momento. Quando analisamos a demonstrao do resultado, verificamos que ela consiste na apresentao dos saldos das contas de receitas e de despesas de um modo ordenado. As contas que registram os elementos patrimoniais tambm devem ser classificadas e agrupadas de modo a permitir e facilitar o entendimento e anlise da situao econmico-financeira da empresa. O balano patrimonial deve ser elaborado na data de encerramento do exerccio social. As Contas de Resultados so as que representam as variaes patrimoniais. Dividem-se em Contas de Despesas e Contas de Receitas. Despesas As Despesas caracterizam-se pelo consumo de bens e utilizao de servios, objetivando a obteno de Receitas. Ex.: a energia eltrica consumida, os materiais de limpeza consumidos, os materiais de expedientes e servios telefnicos. As contas de despesas representam os gastos que a empresa tem com consumo de bens e servios. Podem ser divididas em despesas operacionais e no operacionais. Despesas com energia eltrica: trata-se da conta utilizada para contabilizar o consumo de energia eltrica. Despesas com gua e esgoto: trata-se a conta utilizada para contabilizar o consumo de gua e utilizao do sistema de esgoto.

17 Aluguis Passivos: trata-se da conta utilizada para contabilizar o pagamento de aluguel pela empresa. Juros Passivos: trata-se da conta utilizada para contabilizar juros pagos a bancos pela empresa por ocasio de pagamento de ttulos. Impostos diversos: trata-se da conta utilizada para contabilizar os impostos pagos pela empresa. Comisses de vendas: trata-se da conta utilizada para contabilizar os custos de comisses pagas a vendedores. Receitas As Receitas decorrem da venda de Bens e da prestao de servios. H menos receitas que despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: Aluguis Ativos, Descontos Obtidos, Juros Ativos, Venda de Mercadorias e Receitas de Servios. As contas exercem papel de grande importncia no processo contbil. atravs delas que a Contabilidade consegue atingir o seu objetivo, que consiste no registro e no controle dos fatos responsveis pela gesto do patrimnio da entidade. Vendas de mercadorias: ocorrem quando nossa empresa vende algum produto para outra empresa ou indivduo. Receita de Servios: ocorre quando nossa empresa presta algum servio para outra empresa ou indivduo. Juros Ativos: Ao contrrio dos juros passivos, neste caso a empresa recebe juros em decorrncia de algum emprstimo pago antecipado ou recebimento de duplicata a receber em atraso. Aluguis Ativos: ocorre quando a empresa possui um imvel ocupado por terceiros. Neste caso a empresa esta recebendo. Descontos obtidos: ocorre quando a empresa realiza uma transao comercial e o fornecedor concede um desconto sobre o valor total a ser pago. As contas so movimentadas atravs de dbitos e crditos nelas lanados. Para conhecer o mecanismo do dbito e do crdito das contas preciso, primeiramente conhecer a natureza de cada conta. 6.1. Plano de contas O Plano de Contas um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do setor de Contabilidade, objetivando a uniformizao dos registros.

18 O plano de Contas um instrumento de grande importncia no desenvolvimento do processo contbil de uma empresa. Cada empresa dever elaborar o seu Plano de Contas, tendo em vistas suas particularidades, como porte, ramo de atividade da empresa e a quantidade de informaes exigidas pelos usurios, podendo conter um nmero maior o menor de informaes. Composio do Plano de contas Um Plano de Contas ideal poder compor-se de trs partes: Elenco de contas; Manual de Contas ; Lanamentos explicativos para o registro de operaes especiais. Elenco de Contas O Elenco de Contas consiste na relao de contas que sero utilizadas para os registros dos Fatos Administrativos decorrentes da gesto do patrimnio da empresa.CONTAS PATRIMONIAIS 1ATIVO 10 ATIVO CIRCULANTE 10.1 Caixa 10.2 Banco conta movimento 10.3 Clientes 10.4 Duplicatas a receber 10.5 Promissrias a receber 10.6 Aes de outras empresas 10.7 Estoque de mercadoria 10.8 Estoque de materiais expediente 10.9 Estoque material de consumo 11 ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO 11.1 Duplicatas a receber 11.2 Promissrias a Receber 12 ATIVO PERMANENTE 12.1 Participao em outras empresas 12.2 Imveis de renda 12.3 Computadores 12.4 Imveis 12.5 Instalaes 12.6 Mveis e Utenslios 12.7 Veculos 12.8 Benfeitorias em bens de terceiros 12.9 Despesas de organizaes 21 PASSIVO EXIGVEL A LONGO PRAZO 2PASSIVO 20 PASSIVO CIRCULANTE

20.1 Fornecedores 20.2 Duplicatas a pagar 20.3 Promissrias a pagar 20.4 Contribuio da Previdncia a recolher 20.5 FGTS a recolher 20.6 Salrios a pagar 20.7 Imposto e Taxas a recolher

21.1 Duplicatas a pagar 21.2 Promissrias a pagar22 - RESULTADO DE EXERCCIOS FUTUROS 23 PATRIMNIO LQUIDO

23.1 Capital 23.2 Reserva Legal 23.3 Lucros ou Prejuzos acumulados

19CONTAS DE RESULTADO DESPESAS 30. DESPESAS OPERACIONAIS 30.1 Energia 30.2 gua e esgoto 30.3 Aluguis passivos 30.4 Despesas com alimentao 30.5 Combustvel 30.6 Contribuio Previdncia 30.7 Descontos concedidos 30.8 Despesas bancrias 30.9 Encargos sociais 30.10 Fretes e carretos 30.11 Juros passivos 30.12 Telefone 30.13 Material de expediente 30.14 Material de consumo 30.15 Salrios 30.16 Despesas eventuais 30.17 Custos com compras RECEITAS 40. RECEITAS OPERACIONAIS 40.1 Aluguis ativos 40.2 Descontos obtidos 40.3 Juros ativos 40.4 Receitas de servios 40.5 Receitas com vendas

APURAO DE RESULTADOS 50. RESULTADO BRUTO 50.1 Custo das Mercadorias vendidas 50.2 Custo dos Servios prestados 50.3 Resultado da conta mercadoria 50.4 Lucro sobre vendas 50.5 Prejuzo sobre vendas (-) 51. RESULTADO NO-OPERACIONAL 51.1 Ganhos ou perdas de Capital 52. RESULTADO LQUIDO 52. Resultado do exerccio

5.2 Documentos Os documentos podem ser divididos em duas categorias para fins de arquivos : Documentos Contbeis e Documentos Legais : Documentos contbeis Os documentos contbeis devem ser arquivados em ordem cronolgica de data , em alguns casos em ordem cronolgica de lanamentos nos livros fiscais , separados e arquivados por ms , por trimestre ou por ano , de conformidade com o volume de documentos de cada empresa . Os principais documentos contbeis so : - notas de compra/servios - notas de vendas/servios - extratos bancrios - duplicatas pagas - comprovantes de despesas/custos - cpias de cheques

20 - comprovantes de dbitos/crditos bancrios - outros documentos contabilizados Documentos legais Os documentos legais podem ser divididos e arquivados em 8 setores distintos : 100 FEDERAL 200 ESTADUAL 300 MUNICIPAL 400 MINISTRIO DO TRABALHO 500 CONTRATOS 600 INSS 700 SINDICAL 800 DIVERSOS

Por sua vez, cada setor dividido em: 100 - FEDERAL 101 Cadastro Geral de Contribuintes (CNPJ) 102 Declarao do Imposto de Renda - Pessoa Jurdica 103 Ficha de Alterao do CNPJ 104 Pedido de Restabelecimento do CNPJ 105 Certido Negativa do Imposto de Renda e CRJF 106 Comunicaes de Aumento de Capital 107 Demonstrativos dos Duodcimos 108 CAIF 109 Comunicaes de IPI e IRPJ 110 DIRF 111 Carto do CNPJ 112 Notificaes - Auto de Infraes 113 Baixa do CNPJ 114 Certido Negativa por Encerramento de Atividades 115 Programa de Alimentao ao Trabalhador 116 DNER 117 Defesas 118 Utilidade Pblica 119 Parcelamentos 120 Termo de Opo - Simples 121 Autorizao do DAC 122 IPEM 123 Diviso de Censura de Diverses Pblicas 124 CADE - SDE

21 200 - ESTADUAL 201 Declarao Cadastral (DECA) 202 Declarao para Codificao de Atividade Econmica (DECAE) 203 Declarao do Movimento Econmico Fiscal (DEMF) 204 ndice de Participao dos Municpios (DIPAM) 205 Licena da CETESB 206 Demonstrativo das Operaes Interestaduais 207 Certido Negativa do ICM 208 Autorizao para Confeco de Notas Fiscais 209 Auto de infrao 210 Parcelamento do ICM 211 Notificaes 212 FIC - Ficha de Inscrio do Contribuinte 213 Declaraes 214 Alvar de Utilizao - Secr. Sade 215 Modelos de Notas Fiscais 216 Comprovao ZONA FRANCA 217 Conselho Regional de Educao 218 Secretaria de Segurana Pblica (Registro Arma) 219 IBDF - IBAMA 220 Defesas 221 Licena da Diviso do Exerccio Profissional 222 Utilidade Pblica 223 Declarao de Microempresa 224 Laudos Tcnicos 225 Pedido/ Comunicao Uso Processamento de Dados 226 Vigilncia Sanitria

300 - MUNICIPAL 301 Guia de Inscrio ou Atualizao 302 Ficha de Inscrio no CCM 303 Taxas de Licena 304 Certido Negativa do ISS 305 Declarao Anual do Movimento Econmico (DAME) 306 Cadastramento de Anncios (CADAN) 307 Pedido de Vistoria 308 Comunicados 309 Imposto Predial 310 Auto de Infrao e Intimao 311 Autorizao para Impresso de Notas Fiscais 312 Habite-se / Auto Vistoria

22 313 314 315 316 317 318 319 320 Alvar de Funcionamento Defesas Utilidade Pblica Declarao de Microempresa Parcelamentos Cancelamentos CONTRU/FICAM Regime Especial

400 - MINISTRIO DO TRABALHO 401 Cadastro de Empresas 402 Relao de Empregados Menores 403 RAIS / DCPIS 404 CIPA 405 Certificados de Aprendizagem SENAI 406 Reclamaes Trabalhistas - Defesas 407 Notificaes/ Processos/ Autos de Infrao 408 Certificados de Aprovao das Instalaes - CAI/DI 409 Defesas 410 Acordo de Compensao 411 Laudos Tcnicos

500 - CONTRATO 501 Contrato Social - Ata de Constituio 502 Alteraes de Contrato 503 Contrato de Locao 504 Contrato de Uso de Veculos 505 Cadastro da JUCESP 506 Contrato de Assessoria 507 Contrato de Prestao de Servios 508 Reunies 509 Publicaes em Jornais 510 Atas 511 Contratos Diversos 512 Comprovante de Cauo de Locao 513 Certido Breve Relato - JUCESP 514 Xerox das Exigncias - JUCESP 515 Declarao de Alienao de Participaes Societrias 516 Baixa de Firma Individual p/ Transformao em LTDA. 517 Notificaes 518 Defesas

23 519 520 Recadastramento - So Paulo Firma Buscas Jucesp/Cartrios

600 - INSS 601 Pedido de Matrcula (Inicial) 602 603 604 605 606 607 608 609 610 611 612 613 614 615 616 617 618 Certificado de Matrcula Cpia Autenticada de Registros Contbeis (CARC) Certificado de Regularidade de Situao Certificado de Quitao Certificado de Taxa de Seguro Demonstrativo dos Salrios de Contribuio C..B. Alteraes: Nome, Endereo, CGC Declaraes de Rendimento do INSS Comprovante Inscrio Contribuio Individual Carns dos Scios Recadastramento Autos de Infrao Defesas SESI Termo Ao Fiscal TAF Parcelamentos

700 - SINDICAL 701 Contribuio Sindical e Assistencial do Empregador 702 Conselho Regional de Farmcia 703 Dissdios Coletivos 704 Acordos 705 SENAI - CIESP - FIESP 706 FINAME 707 Certides e Registros 708 CRA 709 CORCESP 710 Conselho Regional de Contabilidade 711 CRECI 712 CREA 713 Correspondncia Sindicato Patronal 714 CONAR (Legislao e Processos) 715 SUSEP

24 716 717 718 719 Certido Negativa de Dbito Salarial Conselho Regional de Medicina EMBRATUR Conselho Nacional do Cinema

800 - DIVERSOS 801 CACEX 803 Certido de Registro de Capital Estrangeiro 804 Procuraes / Declaraes 805 Balanos e Balancetes 806 Documentos dos Scios ( xerox ) 807 Marcas e Patentes 808 Correspondncias 809 Consultas 810 Certides Negativas - Frum - Cartrios - J.Federal - FGTS 811 Escrituras 812 Apurao do Ativo Imobilizado - TELESP 813 Ajustes de Balano 814 Laudo de Avaliao 815 Relatrios 816 Inventrio 817 Depsito Inicial 818 Cadastro de Fornecedores e Associaes 819 Convocaes 820 Atestado de Residncia e Capacidade Tcnica 821 Cadastro de Bancos 822 Mapas de Depreciaes 823 Alvars 824 Seguros 825 Carta de Fiana 826 Eletrobras 827 BNDES 828 Consrcios

As guias de recolhimento dos impostos e contribuies, bem como outros documentos esto divididos em 5 (cinco) pastas como segue: PASTA B/2 Guias de Apurao e Recolhimento do Guias de Recolhimento do INSS 9ICM Guias de Recolhimento e Relao dos Guias de Apurao e Recolhimento do 10 Empregados do FGTS IPI PASTA A/1

12-

25 Guias de Recolhimento do IRRF, Pessoas Jurdica e Contribuio Social Guias de Recolhimento do ISS Cadastro de Admisso e Demisso dos Empregados Guias de Recolhimento do PIS, Finsocial e COFINS Guias de Recolhimento e Relao dos Funcionrios de Contribuio Sindical e Assistencial Folhas e Envelopes de Pagamento

345678-

11 12 13 - Orientaes e Comunicados 14 - Memos Empresa Contbil 15 16 -

PASTA C/3 17- Balanos 18192021222324Balancetes Cadastros e Declaraes IBGE DCTF 25 -

PASTA D/4 Fichas Financeiras e Informes de Rendim. 26 - Folhas de Pagamento e Pro-Labore 27 28 29 30 31 32 - Documentos dos Autnomos

PASTA E/5 FUNCIONRIOS

33343536373839-

40 Empregados Desligados 40.1 40.2 40.3 40.4 40.5 40.6 40.7 40.8 40.9 40.10 -

26 6. SISTEMAS PARA APURAO DE RESULTADOS 6.1 Regime de competncia O reconhecimento das receitas e gastos um dos aspectos bsicos da contabilidade que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informaes financeiras. O regime de competncia um princpio contbil, que deve ser, na prtica, estendido a qualquer alterao patrimonial, independentemente de sua natureza e origem. Sob o mtodo de competncia, os efeitos financeiros das transaes e eventos so reconhecidos nos perodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos. Isto permite que as transaes sejam registradas nos livros contbeis e sejam apresentadas nas demonstraes financeiras do perodo no qual os bens (ou servios) foram entregues ou executados (ou recebidos). apresentada assim uma associao entre as receitas e os gastos necessrios para ger-las. As demonstraes financeiras preparadas sob o mtodo de competncia informam aos usurios no somente a respeito das transaes passadas, que envolvem pagamentos e recebimentos de dinheiro, mas tambm das obrigaes a serem pagas no futuro e dos recursos que representam dinheiro a ser recebido no futuro. Portanto, proporcionam o tipo de informaes sobre transaes passadas e outros eventos, que so de grande relevncia aos usurios na tomada de decises econmicas. As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O reconhecimento simultneo das receitas e despesas, quando correlatas, conseqncia natural do respeito ao perodo em que ocorrer sua gerao. Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competncia como nico parmetro vlido, portanto, de utilizao compulsria no meio empresarial. Reconhecimento das receitas As receitas consideram-se realizadas: 1. nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetiv-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes ENTIDADE, quer pela fruio de servios por esta prestados; 2 quando da extino, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; 3 - pela gerao natural de novos ativos independentemente da interveno de terceiros; 4 no recebimento efetivo de doaes e subvenes.

27 Reconhecimento dos gastos Consideram-se incorridas os gastos: 1 quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferncia de sua propriedade para terceiro; 2 pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo; 3 pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

6.2 Regime de caixa Sob o regime de caixa, os recebimentos e os pagamentos so reconhecidos unicamente quando se recebe ou se paga mediante dinheiro ou equivalente. Este mtodo freqentemente usado para a preparao de demonstraes financeiras de entidades pblicas. Isto devido ao fato de que o objetivo principal da contabilidade governamental identificar os propsitos e fins para os quais se tenham recebido e utilizados os recursos, e para manter o controle oramentrio da citada atividade. Alguns aspectos da legislao fiscal permitem a utilizao do regime de caixa, para fins tributrios. Porm, de modo algum o regime de competncia pode ser substitudo pelo regime de caixa numa entidade empresarial, pois se estaria violando um princpio contbil. Se a legislao fiscal permite que determinadas operaes sejam tributadas pelo regime de caixa, isto no significa que a contabilidade deva, obrigatoriamente, seguir seus ditames. Existem livros fiscais (como o Livro de Apurao do Lucro Real LALUR), que permitem os ajustes necessrios e controles de tal tributao, margem da contabilidade. O que no se pode nem se deve submeter a contabilidade a uma distoro, apenas para cumprir a necessidade de informao de um nico organismo, como o caso do fisco.

7. DEMONSTRAES CONTBEIS 6.1 Demonstrao do Resultado do Exerccio 6.1 Aps a elaborao do Balancete de Verificao, apresenta-se a Apurao do Resultado do Exerccio (ARE). Para operacionalizar essa etapa, necessrio seguir os seguintes passos: a) Separar as contas de resultado (despesas e receitas); b) Debitar as contas de receita e creditar na ARE; c) Creditar as contas de despesas e debitar na ARE; d) Verificar o valor da diferena entre os dbitos (despesas) e os crditos (receitas) da ARE; e) Apontar se ocorreu Lucro ou Prejuzo no Exerccio;

28 f) Encerrar o razonete da ARE, debitando a diferena na conta Prejuzo Acumulado (Conta Patrimonial do Passivo). Com base nas informaes da Apurao de Resultado do Exerccio (ARE) apresenta-se a Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE).

DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO - DRE1. Receita Operacional Bruta ROB (1.1) 1.1 Vendas de Mercadorias 2. (-) Dedues (2.1 + 2.2) 2.1 IPI sobre vendas 2.2 ICMS sobre vendas 3. (=) Receita Operacional Lquida ROL (1-2) 4. (-) Custo das Mercadorias Vendidas CMV 5. (=) Lucro Bruto (3-4) 6. (-) Despesas Operacionais 6.1 Despesas com vendas Despesas com Publicidades 6.2 Despesas Financeiras 6.3 Despesas Administrativas Despesas com Salrios Despesas com Energia Eltrica Despesas Honorrios contador Despesas com gua e Esgoto Despesas com caf Despesas com material de limpeza 7. (=) Lucro Operacional (5-6) 8. (-) Despesas no operacionais 9. (+) Receitas no operacionais 10. (=) Lucro Lquido antes do IR e da CS (7-8+9) 11. (-) Imposto de Renda e Contribuio Social 12 (=) Lucro ou Prejuizo Lquido do Exerccio (10-11) 3.900,00 3.900,00 (1.014,00) (351,00) (663,00) 2.886,00 (2.400,00) 486,00 (6.980,00) (400,00) (400,00) (6.580,00) (3.000,00) (400,00) (3.000,00) (120,00) (40,00) (20,00) (6.494,00) (6.494,00) (6.494,00)

6.2 Balano Patrimonial Aps encerrar as contas de resultado (despesas e receitas), apurar o resultado do exerccio e elaborar a Demonstrao de Resultado do Exerccio, apresenta-se o Balano Patrimonial. Para operacionalizar essa etapa, ser necessrio seguir os seguintes passos: a) Separar todas as contas patrimoniais (ativo e passivo) b) Observar no Plano de Contas os respectivos grupos de cada conta; c) Alocar as contas patrimoniais com seus respectivos saldos na estrutura do Balano Patrimonial; d) Realizar a soma dos grupos do Balano Patrimonial; e) Observar a igualdade dos saldos do Ativo e Passivo.

29

Ativo Circulante

BALANO PATRIMONIAL 52.026,00 Passivo CirculanteFinanciamento de Veculo Energia eltrica a pagar gua e esgoto a pagar Salrios a pagar

8.320,004.800,00 400,00 120,00 3.000,00

Caixa 44.440,00 Conta Corrente Banco Verde 3.600,00 Conta Poupana Banco Verde 1.000,00 Duplicadas a Receber 1.500,00 Estoque de camisetas prontas 1.050,00 Estoque de matria-prima 102,00 Tecido 12,00 Linha 70,00 Boto 20,00 Estoque de material de expediente 100,00 ICMS a recuperar 153,00 IPI a recuperar 81,00

Ativo Realizvel a Longo Prazo Ativo PermanenteInvestimentos Imobilizado Veculos Imveis Mquinas e equipamentos Mveis e utenslios Intangveis Diferido

0,00 Passivo exigvel a Longo Prazo 3.200,00Financiamento de veculo

153.000,00 38.000,00 80.000,00 20.000,00 15.000,00 0,00 0,00

153.000,00 Resultado de Exerccio Futuro 0,00 0,00 Patrimnio Lquido 193.506,00Capital Social Prejuzo Acumulado 200.000,00 (6.494,00)

TOTAL DO ATIVO

205.026,00

TOTAL DO PASSIVO

205.026,00

30 8.REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS CRUZ, June Alisson Westarb, ANDRICH, Emir Guimaraes, SGIER Carlos Ubiratan da Costa, Contabilidade Introdutria Descomplicada, 2 edio, Curitiba: Juar, 2009. FRANCO, Hilrio, Contabilidade Geral 23 ed. Ed. Atlas. So Paulo, 1997. RIBEIRO, Osnir Moura, Contabilidade Geral Fcil, 3 edio, So Paulo: Saraiva, 2002 http://www.iob.com.br/noticiadb.asp?area=contabil&noticia=33313 22/03/2011 acessado em

http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/regcompetencia.htm - acessado em 22/03/2011

31 A N E X O S