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1 Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL Atividades de Leitura e Literatura Coisas esquisitas Eu vi a barata na careca do vovô. Assim que ela me viu, bateu asas e voou. Eu vi uma abelha no nariz da vovó. A abelha olhou, olhou, não picou, pois teve dó. Eu vi a cobra perto do pé da titia. A cobra via, mas a tia não via a cobra e sorria. Eu vi um jacaré deitado na rede. O bocão não me mordeu porque era quadro de parede. Texto: JOSÉ, Elias. Coisas esquisitas.In: _____Lua no brejo. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.

Apostila de Literatura- 2a Parte

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Page 1: Apostila de Literatura- 2a Parte

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Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL

Atividades de Leitura e Literatura

Coisas esquisitas

Eu vi a barata na careca do vovô. Assim que ela me viu, bateu asas e voou. Eu vi uma abelha no nariz da vovó. A abelha olhou, olhou, não picou, pois teve dó. Eu vi a cobra perto do pé da titia. A cobra via, mas a tia não via a cobra e sorria. Eu vi um jacaré deitado na rede. O bocão não me mordeu porque era quadro de parede. Texto: JOSÉ, Elias. Coisas esquisitas.In: _____Lua no brejo. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.

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1ª etapa Atividade introdutória à recepção do texto O professor canta a canção do folclore popular: “Eu vi uma barata na careca do vovô/ Assim que ela me viu/ Bateu asas e voou...” e pede que os alunos o acompanhem. Em um segundo momento, solicita que os alunos expressem, por meio de mímicas, a reação de quem vê uma barata na careca do vovô, ao mesmo tempo em que cantam. 2ª etapa Leitura compreensiva e interpretativa do texto A seguir, o professor lê o poema e pergunta aos alunos: § Quais são os animais nele citados? § Os animais referidos são conhecidos? § As ações dos animais são esquisitas? Por quê?

Após, o professor entrega uma cópia do texto para cada aluno a fim de que faça a leitura. Em seguida, o professor faz as seguintes perguntas: § É comum uma barata pousar na cabeça de alguém? Por quê? § O que a vovó fez para não ser picada pela abelha?

§ Onde estava a titia para que uma cobra visse seu pé? § A titia ficou com medo da cobra?

§ Normalmente os jacarés vivem em que lugar? § Por que o jacaré está deitado na rede?

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3ª etapa Transferência e aplicação da leitura § O professor solicita às crianças que citem outros animais

conhecidos. A partir das respostas, elabora uma lista no quadro. Após, recomenda aos alunos que, em pequenos grupos, selecionem um poema sobre animais.

§ Depois que os poemas estiverem selecionados, o professor propõe

que cada grupo apresente o seu poema. § O professor escolhe, junto com os alunos, um nome para a atividade,

por exemplo, Ciranda de poemas, Roda de leitura. § Utilizando papelão, caneta hidrocor e tinta têmpera, os alunos

deverão criar um painel em que ilustrem o poema selecionado. Ele será exposto na sala e, com os outros, constituirá uma amostra aberta à visitação.

§ Ao final da atividade, o professor solicita que o poema “Coisas

esquisitas” seja lido pelas crianças, em casa, para seus pais e avós. O aluno registrará por escrito a reação de seus ouvintes, sob forma de uma narrativa.

§ Após ler e comentar as narrativas produzidas pelos alunos, o

professor os desafia a inventarem, individualmente ou em dupla, “coisas esquisitas”, representando-as através de textos visuais (escrito, ilustrado) e verbais (recitando as produções).O resultado desse trabalho será divulgado sob a forma de um livreto.

§ O professor propõe uma atividade lúdica: o jogo “Pássaro voa?”.

dica

A brincadeira consiste em uma série de perguntas, envolvendo os mais diversos animais. O professor pergunta: Barata voa? Abelha voa? Corvo voa? Andorinha voa? Jacaré voa? Os alunos devem responder “voa”quando o enunciado envolver um animal com essa característica; devem permanecer em silêncio se o animal referido não voar. O aluno que responder inadequadamente pagará uma prenda.

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Maria-vai-com-as-outras Texto: ORTHOF, Silvia. Maria-vai-com-as-outras. 18.ed. São Paulo: Ática, 1982

1ª etapa Atividade introdutória à recepção do texto O professor pergunta aos alunos se, desejariam conhecer a história de uma ovelhinha chamada Maria. O interesse por animais, próprio desta fase do desenvolvimento infantil, certamente provocará uma resposta positiva dos alunos. Caso alguns entre eles revelem já conhecer o texto, o professor solicita sua colaboração no sentido de não anteciparem aspectos da narrativa. Entre esses estão o título do livro, já que o professor inicia a leitura pela p. 2. dica A omissão do título se justifica pela conotação aí implícita e que será explorada posteriormente. 2ª etapa Leitura compreensiva e interpretativa do texto Antes de iniciar a leitura, o professor sugere que os alunos criem a primeira frase da história. Após, detém-se nas páginas 2 e 3, perguntando:

Qual destas ovelhinhas é Maria? Para manter a relação comunicativa com os alunos, o professor poderá fazer, entre outros, os seguintes questionamentos: § Quem se preocupa com a descida das ovelhas? (p.4) § Por que o Pólo Sul é representado pelo boneco de neve? (p.8)

dica O professor deverá ter o cuidado de não mostrar a gravura da p.9. § Como se chama o animal que atravessa o deserto? (p.12) § O que é insolação? (p.13)

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§ O que é jiló (p.17) § Onde fica o Corcovado? (p.20) O professor deve explorar o suspense da página 29 e interrogar os alunos sobre as possíveis ações de Maria, transcrevendo suas respostas para serem confrontadas com aquilo que Maria efetivamente faz. Concluída a leitura, o professor mostra aos alunos a capa do livro e convida-os a reverem a história através das seguintes questões: § Por que a história recebeu esse título?

§ Por que a mesma ilustração é repetida quatro vezes? (p.2-3, p.6-7,

p.10-11 e p. 14-15)

§ O que parece dizer a expressão dos pinguins das páginas 8 e 9?

§ Na página 16, quem é que diz: “Que horror!”? É Maria ou o contador da história? Essa opinião está certa ou errada?

§ Escreva frases para explicar o que conta a ilustração das páginas

18 e 19.

§ Invente frases que os pássaros, ilustrados na página 26, poderiam dizer.

§ Como foi que Maria deixou de ser “maria-vai-com-as-outras”?

§ Por que o sol vibra com a requebrada de Maria? (p.29)

§ O que quer dizer: “Maria vai para onde caminha seu pé.”? (p.32)

§ Concordar com as pessoas significa ser “maria-vai-com-as-

outras”?

§ Por que a autora escolheu a ovelha e não outro animal para explicar o que é ser “maria-vai-com-as-outras”?

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3ª etapa Transferência e aplicação da leitura

§ Leia a seguinte frase: Maria deu uma requebrada. A partir dela, crie um final diferente para a história, fazendo também, sua ilustração.

§ O professor solicita aos alunos que exemplifiquem situações

em que pessoas se conduzam de acordo com a expressão “maria-vai-com-as-outras” , pedindo-lhes que manifestem sua opinião sobre esse tipo de comportamento.

§ Entre os exemplos citados, os alunos escolhem um para ser

apresentado sob forma de jogo dramático.

Sugestões para séries mais avançadas

§ Após a apresentação, o professor orienta os alunos a comporem um júri que julgará a situação representada no jogo dramático.

§ Entre os alunos, o professor escolhe aqueles que vão atuar

como jornalistas para divulgar, posteriormente, através de diferentes meios de comunicação, o julgamento e seu resultado.

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Beija-flor Beija-flor pequenininho que beija a flor com carinho me dá um pouco de amor,

que hoje estou tão sozinho... Beija-flor pequenininho, É certo que não sou flor, Mas eu quero um beijinho Que hoje estou tão sozinho... Texto: MURRAY, Roseana. Beija-flor.In: ___. No mundo da lua. Belo Horizonte:

Miguilin, 1983. 1ª etapa Atividade introdutória à recepção do texto O professor entrega aos alunos uma folha ofício colorida e convida-os a fazerem, sob sua orientação, a dobradura de um pássaro. dica Ao fazer o convite, o professor não diz o que aparecerá na conclusão do trabalho de dobradura.

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Terminada a tarefa, os alunos percebem aquilo que fizeram, e o professor, juntamente com as crianças, organiza um painel com “os pássaros” e, a seguir, propõe a leitura de um poema que se refere a uma ave. 2ª etapa Leitura compreensiva e interpretativa do texto O professor entrega para cada aluno uma cópia do poema e procede à sua leitura primeiramente sozinho e depois junto com a turma. Pode, ainda, convidar um aluno para ler individualmente o texto. Em seguida, apresenta as seguintes atividades: § Quem fala com o beija-flor?

§ Onde pode estar o beija-flor?

§ Como se sente aquele que fala com o beija-flor?

§ Aquele que fala com o beija-flor sempre se sente assim?

§ Pinte as palavras que referem características do beija-flor:

Carinhoso pequeno forte beijoqueiro arteiro § Marque as respostas certas:

Aquele que fala com o beija-flor pede-lhe ( ) conselho ( ) informações ( ) carinho ( ) afeto

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Tendo por base as respostas dadas, o professor pede aos alunos que ilustrem o poema e, após, exponham seus trabalhos no mural ao lado das dobraduras, formando um painel que poderá ser apreciado pelas outras turmas. 3ª etapa Transferência e aplicação da leitura O professor, juntamente com os alunos, cria no quadro um diálogo entre aquele que fala no poema e o beija-flor. dica O professor deve orientar os alunos para o uso do travessão, da pontuação e da construção desse tipo de discurso. O professor divide a turma em dois grupos (A e B) e solicita que § os integrantes do grupo A criem uma história que narre o encontro

de um beija-flor que está se sentindo só e pede atenção e carinho para alguém;

§ as crianças do grupo B adaptem o poema, escolhendo outro animal ,

para quem alguém pede atenção, carinho e afeto, por estar se sentindo sozinho.

dica Segue uma sugestão para esta proposta. Esquilo pequenininho que rói a noz rapidinho me dá um pouco de amor que hoje estou tão sozinho Esquilo pequenininho É certo que não sou noz Mas eu quero um beijinho Porque hoje estou a sós.

Concluídas as tarefas dos grupos, o professor solicita que os aluno participem da Ciranda da criação e que cada grupo leia sua narrativa ou poema.

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Após, com a ajuda dos alunos, o professor expõe os trabalhos dos grupos no painel formado pelas dobraduras e pelos desenhos. Esse painel pode ser exposto na sala de aula ou em um corredor da escola. A seguir, o professor sugere atividades de estudo que tenham por objeto o beija-flor e outros pássaros, valendo-se da observação direta ou de material veiculado por dicionários, enciclopédias ilustradas, revistas, documentários fílmicos. Feito o estudo, o professor e os alunos fazem o registro das informações em forma de um texto, elaborado coletivamente, e que também pode fazer parte do painel.

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O galo aluado

O galo aluado subiu no telhado, sentiu-se tão só, cocorissó, cocorissó! O galo aluado subiu no telhado e chamou pelo sol, cocorissol, cocorissol O galo aluado subiu no telhado e viu o caracol, cocoricol, cocoricol. O galo aluado subiu no telhado e exclamou para o cão: Cocoricão! Cocoricão!

O galo aluado subiu no telhado

e saudou a lua, cocorilua, cocorilua.

O galo aluado cochilou no telhado

e ouviu assustado, cocorigalo, cocorigalo.

Eram o caracol, cão, lua e sol que acudiam

ao triste chamado do galo aluado.

Texto: CAPARELLI, Sérgio. O galo aluado. In: __. Boi da cara preta. Porto Alegre:L&PM, 1983. p.37.

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1º etapa Atividade introdutória à recepção do texto O professor escreve no quadro a palavra aluado e pergunta aos alunos o seu significado. A seguir, registra as respostas, à medida que os alunos as verbalizarem.Após, sugere a leitura de um poema que fala de um galo aluado. 2º etapa Leitura compreensiva e interpretativa do texto O professor lê expressivamente o poema e, a seguir, pede a alunos que façam a leitura. Outra forma de organizar a leitura do poema pelos alunos é fazer a divisão da turma em sete grupos, solicitando que cada um leia uma estrofe, para formar um jogral. dica O critério de divisão dos alunos poderá ser variado, de acordo com a criatividade do professor. Em seguida, o professor apresenta as seguintes perguntas:

• O que quer dizer “galo aluado”? • O galo é aluado por que não tem amigos, ou ele não tem amigos por que é aluado?

dica Como esse ponto de vista não está explicitado no poema, ambas as posições podem ser aceitas.

• Por que o galo subiu no telhado para chamar seus amigos? • O galo e seus amigos usam a mesma linguagem? Explique sua resposta.

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• Após, o professor solicita aos alunos que façam dois desenhos do galo sobre o telhado: o primeiro deve representá-lo como estava no início do poema; o segundo, como imaginam que ele ficou ao ouvir o chamado dos amigos.

a) No início do poema. B) Depois do chamado dos amigos. 3º etapa Transferência e aplicação da leitura O professor chama a atenção dos alunos para a palavra aluado, ajudando-os a descobrir que outra palavra está “escondida” dentro dela. Então, sugere os seguintes exercícios:

• Risque com lápis colorido ou circule as palavras “escondidas”, dentro de outras, no põem.

• Escreva, no telhado, palavra conhecidas ou inventadas, que “escondem” outras.

Pintes as “escondidas”.

• Invente: Uma história que conte como o galo aluado ficou depois do encontro com seus amigos.

OU um diálogo entre o galo e a lua. OU um diálogo entre o galo e o sol.

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Imagine se todas as coisas fossem mães! Como seria o mundo? Você pode ter uma idéia lendo a história do livro SE as coisas fossem mães, de Sylvia Orthof.

SE AS COISAS FOSSEM MÃES Se a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas, o céu seria sua casa, casa das estrelas belas. ................................................................................................................................................. Se a terra fosse mãe, seria a mãe das sementes, pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente. Se uma fada fosse mãe, seria a mãe da alegria, toda mãe é um pouco fada... Nossa mãe fada seria. ................................................................................................................................................. Cada mãe é diferente: mãe verdadeira, ou postiça, mãe vovó e mãe titia, Maria, Filó, Francisca, Gertrudes, Malvina, Alice, Toda mãe é como eu disse. Dona Mamãe ralha e beija, erra, acerta, arruma a mesa, cozinha, escreve, trabalha fora, ri, esquece, lembra e chora, traz remédio e sobremesa... Tem até pai que é “tipo mãe”... Esse, então, é uma beleza! 1- O que a autora quer dizer com “toda mãe é um pouco fada”? 2- Segundo o texto, que outras pessoas podem ocupar o lugar da mãe? 3- De acordo com a autora, o que toda mãe faz? 4- Copie o verso que você mais gostou. 5- ... Maria, Filó, Francisca, Gertrudes... Cada mãe tem seu próprio nome. Escreva o nome da sua mãe ou da pessoa que é uma mãe para você. Não se esqueça de que o nome próprio de pessoas, animais ou lugares é escrito com inicial maiúscula. 6- Essa pessoa que você escreveu o nome faz algo de que você goste muito? O quê?

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7- Troque idéias com seus colegas e, depois, explique o verso: ...Tem até pai que é “tipo mãe”... 8- Agora é com você! Invente a sua história “Se as Coisas Fossem Mães...”, completando as frases e desenhando. Se a chaleira fosse mãe, seria mãe _______________________________________________________________

Se a mesa fosse mãe, Seria mãe _______________________________________________________________

• Professor/a, para o 1º ano pode ouvir as sugestões dos alunos e juntos escolherem uma para registrar. Para o 3º ano, 2ª, 3ª e 4ª séries peça para eles seguirem a história, imaginando que outras coisas poderiam ser mães e o que fariam.

• Procure ler o livro Se as Coisas Fossem Mães, de Sylvia Orthof, e descobrir se as

crianças tiveram as mesmas ideias que ela. Se não conseguir o livro, abaixo está o texto na íntegra.

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SE AS COISAS FOSSEM MÃES

e a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas, O céu seria sua casa, casa das estrelas belas.

e a sereia fosse mãe,seria mãe dos peixinhos, O mar seria um jardim e os barcos seus caminhos.

e a casa fosse mãe, seria a mãe das janelas, Conversaria com a lua sobre as crianças-estrelas, Falaria de receitas, pastéis de vento, quindins, Emprestaria a cozinha pra lua fazer pudins!

e a terra fosse mãe, seria mãe das sementes, pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente.

e uma fada fosse mãe, seria a mãe da alegria. Toda mãe é um pouco fada... Nossa mãe fada seria.

e uma bruxa fosse mãe, seria mamãe gozada: Seria a mãe das vassouras, da Família Vassourada!

e a chaleira fosse mãe, seria a mãe da água fervida, Faria chá e remédio para as doenças da vida.

e a mesa fosse mãe, as filhas, sendo cadeiras, Sentariam comportadas, teriam “boas maneiras”.

ada mãe é diferente: Mãe verdadeira, ou postiça, mãe-vovó, mãe titia, Maria, Filó, Francisca, Gertrudes, Malvina, Alice, toda mãe é como eu disse.

ona Mamãe ralha e beija, Erra, acerta, arruma a mesa, cozinha, escreve, trabalha fora, Ri, esquece, lembra e chora, traz remédio e sobremesa.

em até pai que é “tipo-mãe”...

Esse, então, é uma beleza

Texto:

ORTHOF, Sylvia. Se as coisas fossem mães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

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Valsinha José Paulo Paes

Atividade 1 Observe o papel para embalar abaixo. Depois converse com seus colegas sobre ele.

• Você conhece essa embalagem? Ela é bastante conhecida. Esta embalagem é a mesma há mais de trinta anos. Já comeu o bombom que vem embalado nela?

• Além do nome do bombom, o que mais podemos ver na embalagem? • Você acha que o bombom tem alguma relação com o nome do doce? • Por que você acha que o bombom tem esse nome Sonho de Valsa? • Observe, na embalagem, acima do nome Sonho de Valsa. Você conhece esse

instrumento musical? Qual a relação dele com o nome do chocolate e o desenho do casal na parte inferior da embalagem?

Dica Professor, se possível, permita que os alunos ouçam uma valsa. Coloque-a

para tocar, depois lhes pergunte se conhecem a música, o ritmo, se sabem dançar essa música, como é possível dançá-la, se já foram a um baile de formatura, que música os formandos dançam com os pais e padrinhos. Convide-os para dançar uma valsa.

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Associe o desenho da embalagem com a música que ouviram. Pergunte a eles questões como:

• Será que o casal está dançando uma valsa? • Será que a valsa é um ritmo moderno, atual? • É esse ritmo que as pessoas costumam dançar, quando saem para dançar? • As roupas que o casal está usando são roupas usadas na atualidade? • Hoje em dia, é comum dançar a valsa em que situações?

Atividade 2 Leia o texto individual e silenciosamente. Depois, preste atenção à leitura da professora. Valsinha É tão fácil Pra dançar dançar uma valsa uma valsa, é preciso rapaz... só dois. Pezinho O sol pra frente Com a lua pezinho Feijão pra trás. Com arroz. Texto:

PAES, José Paulo. Valsinha. In ___È isto ali...

Converse com seus colegas sobre o texto

• Você gostou do poema? Por quê? • O que ele lembra a você: uma música? Que tipo de música? • Você já viu “pares” dançando? As pessoas sempre dançam aos pares? • Olhe novamente para a embalagem do chocolate Sonho de valsa. Como as pessoas

estão dançando? • Os pares precisam combinar? Em que devem combinar? • Sol combina com lua? E feijão... combina com arroz? Por quê?

Questão 1 Há alguma semelhança entre o ritmo da música que você ouviu no início da aula e a leitura do poema feita por você e pela professora? Questão 2 Por que, de acordo com o texto, dançar uma valsa não é difícil?

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Questão 3 Após a leitura do poema, você acha que é possível dançar uma valsa? Por quê? Questão 4 Todos podem dançar uma valsa, ou apenas o sol e a lua, feijão e o arroz?

Nome da gente

Por que é que eu me chamo isso

e não me chamo aquilo?

Por que é que o jacaré

não se chama crocodilo?

Eu não gosto

do meu nome,

não fui eu

quem escolheu.

Eu não sei

por que se metem

com um nome

que é só meu!

O nenê

que vai nascer

vai chamar

como o padrinho,

vai chamar

como o vovô,

Mas ninguém

vai perguntar

o que pensa

o coitadinho.

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Foi meu pai quem decidiu

que o meu nome fosse aquele.

Isso só seria justo

se eu escolhesse

o nome dele.

Quando eu tiver um filho,

não vou por nome nenhum.

Quando ele for bem grande

ele que procure um! Texto:

PEDRO BANDEIRA, Cavalgando o

Arco-íris.São Paulo: moderna, 2002.

Leia o poema proposto e converse com a classe o sentido que cada um atribuiu,

as impressões que o poema provocou. Depois em pequenos grupos (para 3ª e 4ª

séries) e/ ou coletivamente proponha as seguintes questões:

• Quem está falando no poema é um adulto ou uma criança?

• Por que, no poema, o narrador afirma não gostar do seu nome?

• Será que são sempre os pais que decidem sobre a escolha do nome do

bebê?

• É possível deixar a escolha do nome para quando o(a) filho(a) for bem

grande?Por quê?

• Imagine como a pessoa do poema se chama.

• Você gosta do seu nome? Quem escolheu este nome para você?

• Imagine uma criança. Faça de conta que é o seu filho ou filha. Escolha um

nome para ele (a) e registre através de um desenho.

• Em pequenos grupos, pensem numa forma de dramatizar esse poema.

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ALFABETÁRIO José de Nicola

A letra “A”!

A letra “A” assusta quem não a conhece. Montanha cortada? Triângulo rebelde? Escada de um degrau? Não! Apenas o primeiro passo de tudo o que faço.

Beija-flor Bate as asas,

baila no ar, escolhe a mais bela cor. Alimenta-se de amor este inquieto beija-flor

Caracol Carga curiosa

carrega o Caracol pelos campos,

de baixo de sol, coberto de pó: casa e carne num corpo só.

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Dragão Desce da nuvem imenso dragão. Ao tocar o chão,

transforma-se em pequeno camaleão. Herói por um dia, imagino uma ação. Golpe pra cá, golpe pra lá, olho no olho e... SOCORRO! corro apavorado, pelo quintal, com medo do estranho animal. (Coisas da imaginação ou da televisão?).

Era uma vez Era uma vez.... uma fada que vivia na cozinha. Pegava farinha,

ovo, fermento, uma colher de vento, um pouco de açúcar, três batidas na porta e... SCATAPLAM surgia uma torta. Era uma vez...

um mágico pedreiro (quase verdadeiro). Pegava tijolo, cal, cimento, um balde de vento, juntava argamassa e... SCATAPLUM estava pronta uma casa. Era uma vez... E ainda é!

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Filomena Fafá, Fefé, Fifi, Fofó, Fufu. E, no fim da fila (se é que fila de formiga tem fim), a minha amiga, a formiga Filomena. Todo dia, o dia todo lá estava ela

carregando nas costas a comida em fatia

(do mesmo jeitinho que sua avó, sua mãe e sua tia).

Mas Filomena não se sentia feliz. Queria fazer arte: pintar, cantar – quem sabe? – chegar a ser atriz. Até que um dia,

olhar tristonho, perdida em sonho,

escorregou do galho, caiu nesta folha.

Filomena virou poema.

Galo Galante artista empina o peito.

Satisfeito arruma a tela: Com que invisível aquarela pinta a manhã o galo tagarela?

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Heróis Há heróis de todos os tipos: os que sobem paredes, os que vivem em cavernas, uns que voam, outros que enjoam. Há aquele furioso,

verde, horroroso. Uma bem feminina, maravilhosa heroína. Mas nenhum me fascina

como o humano comum, herói que luta pelo pão de cada dia na tristeza e na alegria.

Índio

Índio velho ensinou curumim: água do rio

(sempre nova!), tristeza do vento penteando a árvore, calor do fogo aquecendo a pele, terra fértil alimentando

o homem. Água, fogo, terra e ar,

quatro elementos para se amar.

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Jacaré Jacaré, abre o olho! Já pra água, jacaré. Olha o homem.... Dá no pé, jacaré. Uma paulada na moleira E você vira cinto, Bolsa e carteira!

Lua Lá longe a lua. Apaixonado,

o poeta insiste no namoro

que não ata nem desata.

Mata!

Minha mão

Muitas letras trago na cabeça; com elas

formo palavras – idéias que brincam no papel.

Outras letras trago no coração; com elas formo palavras que provocam emoção.

Mas o M

tem morada especial: trago-o bem guardado, escrito na carne da palma de minha mão.

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Não Não corra! Não pule! Não grite! Não me amole! Não coma de boca aberta! Não faça isso! Não Faça aquilo! - CHEGA!.... NÃO QUERO MAIS OUVIR ESSA PALAVRA! – Oh! Não... Eu também falei...

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Pipa Presa por um fio, agita-se a pipa no ar: dá pinote, sacode o rabo, pula cercas invisíveis. Por um instante pára, imóvel no espaço

como águia em busca da caça.

Cá embaixo, o menino-âncora sorri de felicidade sem entender que a pipa

se alimenta de liberdade.

Quereres Quero para mim o cheiro do jasmim. Quero para ti o canto da juriti. Quero para nós a mão apertadinha como a linha no retrós.

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Respostas Responda rápido: Quantos dedos tem o pé de vento? Pé de mesa tem calo? Pé de café tem chulé? Você guarda segredo contato ao pé do ouvido? Duvido!

Semente de serpente Sobre a folha de papel em branco, um ponto, feito semente, cresce, escorre

e aparece. Buscando a forma definitiva, silencioso, sinuoso, sem sossego, serpenteia o S.

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Tartaruga Tic-Tac, Tic-tac, tanto tempo para andar. Tempo passa, passatempo, tartaruga não é lebre, pisa leve, não tem pressa pra chegar.

Urubu Urubu: um furo escuro no azul do céu.

Violeta Veja você o que me aconteceu: plantei uma violeta que se dizia borboleta. Tão fraca da cuca, tão maluca, um dia bateu as pétalas e voou. Vazio o vaso ficou.

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Xereta, o palhaço Xereta, o palhaço, riscava um traço no espaço, parava no centro do picadeiro, braços e pernas abertos: a luz iluminava o

X de roupas coloridas.

Nessa hora, gostava de rodopiar, de rodopiar, de rodopiar.... até virar mais uma estrela no céu de lona do circo.

Zero Zero é redondo assim para rolar (feito moedinha sem valor). Some no rolo e fica nada.

Brincadeira de roda do Carlos

Alfa amava Beto que amava Carla que amava Dado que amava Érica que amava Fábio que amava Gilda que amava Hélio que beliscava Ida que voltava pro José que lembrava de Lídia que sorria pro Mário que amarrava Nair que odiava Odie que olhava pra Paula que matava aula por Quim que pertubava sem fim Renata que olhava Sérgio que atirava bolinha na Tina que xingava Udi que amava Vera que amava Xito que amava Zefa que não amava ninguém.

Terminou o ano e todo mundo foi pra casa, menos Zefa que foi direto tomar sorvete com Kelvin Wilson Ynsseto que não tinha entrado no alfabeto.

Texto: NICOLA, José de. Alfabetário. 2. ed.

São Paulo: Moderna, 2002

Propostas de Atividades

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1- Leia para as crianças os poemas. Leia o título do livro e pergunte por que o livro se chama Alfabetário. 2- Pergunte as crianças quais as letras que faltam no Alfabetário e por que Kelvin Wilson Ynsseto, do poema Brincadeira de roda do Carlos, não entrou no alfabeto. Aproveite para falar da nova regra ortográfica. 3- A cada poema trabalhado com as crianças façam juntos o registro das palavras que trazem as mesmas iniciais que as palavras do título. Sugestão de tabela:

Letra Título Outras palavras iniciadas pela mesma letra do título A A letra A assusta, apenas B Beija-flor bate, baila, bela, beija-flor C Caracol Carga, curiosa, carrega, caracol, campos, coberto, casa, carne, corpo D 4- “Era uma vez” propicia um divertido estudo das profissões. Faça um “decalque” do poema, inventando outras fadas e mágicos com suas criações. Exemplos: Era uma vez uma fada que vivia costurando. Pegava linha, tesoura, panos, um dedal de vento, três picadas de alfinete e ... ESCATAPLAM surgia um vestido de casamento. Ou Era uma vez um mágico marceneiro. Pegava pregos... 5- Verifique o que entenderam do poema “Heróis”. Por que o autor diz que o ser humano é um herói/ eles concordam com isso? Quais são os seus favoritos? Eles reconhecem alguns retratos no texto? E os heróis da ilustração? Traga para ouvirem juntos a música “Os super-heróis”, do CD Casa de Brinquedos, de Toquinho. 6- Promova um debate a partir do poema “Jacaré”. O que o autor quis dizer com “Da no pé, jacaré”?Pergunte o que eles acham de usar sapato de jacaré ou casaco de pele de raposa. Eles sabem que alguns animais estão ameaçados de extinção por coisas assim? 7- Retome algumas expressões populares que aparecem nos poemas. Verifique se eles sabem o que significa: Não ata nem desata (“Lua”); Fraca da cuca (“Violeta”); Falar ao pé do ouvido (“Respostas”). 8- Em “Respostas” aparecem expressões como “pé de mesa” e “pé de vento”. Observem as perguntas absurdas e a partir de outras expressões levantem novas perguntas como “O céu da boca tem estrelas?” e “Braço de mar sabe remar?”. 9- Observe o recurso visual empregado no poema “Ovo”. A ideia de ciclo é reforçada pela imagem arredondada do ovo, que propicia uma leitura cíclica, ininterrupta.

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10- Releia o último poema. Apresente o poema “Quadrilha” e comparem os dois. Peça que busquem no dicionário os significados de quadrilha e que discutam qual o significado empregado pelo autor, levantando hipóteses sobre o seu título (como numa quadrilha, as personagens vão trocando de pares). Proponha que produzam agora a sua recriação desse poema tão famoso.

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

10- Produzindo um alfabetário

Proponha à turma produzir um livro com poemas para cada uma das letras do alfabeto, agora incluindo as 26 letras,como fez José de Nicola . Para os menores faça o poema coletivamente e para os maiores pode sortear as letras e distribuir a cada aluno (ou dupla) uma palavra começada por aquela letra, para, a partir dela, escrever um poema. Depois de pronto, cada um cria a sua ilustração.

Referências Bibliográficas

SARAIVA, Juracy Asmann. Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano

da ação. Porto Alegre, Artmed Editora, 2001

EXPOENTE. Língua Portuguesa- 1º ano, volume 02, 2003.

http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/gestar/aaalinguaportuguesa/Ip_aaa5.pdf

www.moderna.com.br/catálogos/encartes