36
FAAM – Faculdade de Artes Alcântara Machado PRODUÇÃO MUSICAL Apostila 2006 Prof. ROGÉRIO ZAGHI

Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

FAAM – Faculdade de Artes Alcântara Machado

PRODUÇÃO MUSICAL Apostila 2006

Prof. ROGÉRIO ZAGHI

Page 2: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

ÍNDICE  

CAPÍTULO 1 - CULTURA, MERCADO E MARKETING CULTURAL ............................................. 3 a) Algumas Definições   .........................................................................................................................................  3 

1. Mercado   .....................................................................................................................................................  3 2. Mercado Cultural   .....................................................................................................................................  3 3. Marketing   ..................................................................................................................................................  3 4. Marketing Cultural   ..................................................................................................................................  3 5. Cultural Marketing   ..................................................................................................................................  3 6. Engenharia Cultural   .................................................................................................................................  3 

b) O Universo da Cultura e o Mercado Cultural   ..............................................................................................  4 1. Cultura‐Identidade   ..................................................................................................................................  4 2. Cultura‐Atividade   ....................................................................................................................................  4 3. Cultura‐Interface   ......................................................................................................................................  5 

c) Cultura como Negócio   .....................................................................................................................................  5 

CAPÍTULO 2 - PROJETO – CONCEITOS, DEFINIÇÕES, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES ....... 7 a) Conceito de Projeto   ..........................................................................................................................................  7 b) Características do Projeto   ................................................................................................................................  8 c) Funções de um Projeto   ....................................................................................................................................  8 d) O Projeto Cultural   ............................................................................................................................................  8 e) Conteúdo do Projeto Cultural   ........................................................................................................................  10 f) Outros Tipos de Projetos   .................................................................................................................................  11 

1. Portfolio   .....................................................................................................................................................  12 2. Projeto para Eventos Pontuais   ................................................................................................................  12 3. Formulário para Leis de Incentivo à Cultura   .......................................................................................  12 4. Editais de Empresas Patrocinadoras   .....................................................................................................  13 5. Projeto para Captação de Recursos Financeiros   ..................................................................................  13 

CAPÍTULO 3 - LEIS DE INCENTIVO À CULTURA .................................................................... 14 a) O que são?   .........................................................................................................................................................  14 b) Lei Rouanet   .......................................................................................................................................................  14 

1. Finalidades do Programa Nacional de Incentivo à Cultura   ..............................................................  15 2. Áreas e segmentos que podem se beneficiar   ........................................................................................  15 3. Procedimentos e fases do projeto para a Lei Rouanet   ........................................................................  15 4. Os benefícios da lei na prática   ................................................................................................................  16 5. Doação X Patrocínio   .................................................................................................................................  16 

c) Medida Provisória n. 1.589‐1 / 97 – lei n. 9.874/99   .......................................................................................  17 d) Lei Mendonça   ...................................................................................................................................................  19 

CAPÍTULO 4 - PRODUÇÃO CULTURAL .................................................................................... 20 a) As Três Etapas da Produção Cultural   ...........................................................................................................  20 

1. Pré‐produção – Produção – Pós‐produção   ...........................................................................................  20 b) Detalhamento das Etapas da Produção Cultural   ........................................................................................  20 

CAPÍTULO 5 - ELABORAÇÃO DE CURRÍCULOS ...................................................................... 24 a) Tipos e funções   .................................................................................................................................................  24 

1. Currículo ou Release Artístico  ..................................................................................................................  24 2. Curriculum Vitae ou Acadêmico / Plataforma Lattes  ............................................................................  24 3. Seções de Um Curriculum Vitae   ..............................................................................................................  25 

CAPÍTULO 6 - ANEXOS ............................................................................................................ 26 a) Exemplos de Projetos: Programa Petrobrás Cultural ‐ 2005/2006   .............................................................  26 

1. Orquestra Popular Brasileira – Proponente: Milena Miotto   ..............................................................  26 b) Formulário para Apresentação de Projetos para Lei Rouanet   ...................................................................  29 

 

2

Page 3: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

CAPÍTULO 1 - MARKETING CULTURAL E MERCADO 1  a) ALGUMAS DEFINIÇÕES 

1. MERCADO: é o espaço de troca entre os agentes de um mesmo setor econômico ou de suas interfaces (pode‐se trocar dinheiro, produtos, serviços, idéias, doações etc. ‐ as ʺmoedas  ̋são inúmeras); 

2. MERCADO CULTURAL: universo da produção artística e cultural cujos segmentos estão definidos nas  leis de  incentivo à cultura. É o  lugar onde um projeto cultural procura recursos para ser viabilizado, onde ele se transforma em produto e se realiza para um público consumidor. Como existem  interfaces com outros setores, como o Turismo, a Gastronomia, a Educação etc., o mercado cultural deve ser considerado de maneira mais ampla, abrangendo todas as suas possibilidades de geração de negócios. 

3. MARKETING: é a área criativa de uma empresa, responsável pelo processo de análise, planejamento  e  administração  dos  recursos  da  organização,  de modo  a  identificar mercados  (grupos  de  clientes  atuais  e  potenciais)  e  satisfazer  as  necessidades  dos clientes,  de maneira  rentável.  Precisa  levar  em  conta  as  estratégias  de  ofertas  de produtos/serviços, preços, locais de distribuição e promoções. 

4. MARKETING  CULTURAL:  presente  no  universo  das  empresas  como  uma  das vertentes  do  seu marketing  institucional  ou  do marketing  de  produto. Refere‐se  à associação do nome de uma empresa ou da marca de seu produto a um evento ou projeto cultural, como estratégia para agregar valor cultural a uma marca, de forma a criar uma boa imagem junto à sociedade (marketing institucional) ou para ampliar as vendas  de  seu  produto  por meio  da  fixação  da marca  junto  a  um  público‐alvo determinado  (marketing de produto). As empresas que realmente  trabalham com o Marketing Cultural possuem uma série de critérios para analisar e aprovar os projetos encaminhados pelos artistas ou produtores culturais. Os artistas e produtores culturais devem ver o Marketing Cultural sobretudo como uma troca positiva de valores para ambas as partes: a empresa fornece os recursos financeiros para o projeto (com ou sem incentivos fiscais) e em troca ganha retornos institucionais, de marketing (aumento das vendas de produtos ou serviços) e de mídia. 

5. CULTURAL MARKETING:  existe  do  ponto  de  vista  dos  artistas  e  produtores culturais. Surge quando um artista tem uma idéia que é transformada em projeto para busca de recursos, quer através de patrocínios,  investimentos, ou mesmo através de estratégias  junto  a  públicos  específicos.  Em  relação  a  patrocinadores,  o  ʺcultural marketing  ̋é o caminho inverso ao seu – ele começa na obra, no projeto cultural e busca sua viabilização no mercado. 

6. ENGENHARIA CULTURAL: Reúne todas as abordagens acima, levando em conta a cadeia produtiva das diversas áreas e segmentos do mercado cultural. A Engenharia Cultural  estuda o marketing  cultural  (das  empresas)  e o  cultural marketing  (dos projetos) e busca o encontro de interesses. Ela estuda também as relações, entre a idéia e projeto, o projeto e o público, o patrocinador e a mídia, o público e o patrocinador e 

1 Dados extraídos da apostila do curso Estratégias de Engenharia de Marketing Cultural, ministrado por Mário Margutti (Sebrae/SP – 2000).

3

Page 4: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

entre  todos  os  agentes  da  cadeia  produtiva  do  mercado,  para  a  elaboração  de estratégias, adequadas. 

 b) O UNIVERSO DA CULTURA E O MERCADO CULTURAL  Podemos dividir o universo cultural em três conjuntos, que interagem entre si, dentro do 

mercado  1. Cultura‐Identidade 

A  Cultura‐Identidade  envolve  os  valores  humanos,  de  raiz;  os  comportamentos, características e  tradições de grupos e comunidades; a preservação e difusão de acervos e dos espaços  de memória. Assim,  a  preservação  de  prédios  antigos,  igrejas, monumentos,  praças, documentos,  fotografias,  livros,  filmes,  objetos  e  toda  iniciativa  que  possa  compor  o  acervo histórico  de  um  grupo,  manter  a  sua  memória  ativa  e  fortalecer  seus  valores,  contribui decisivamente para a construção da sua  identidade cultural. Projetos e atividades culturais que agreguem valores à sociedade,  ligados à  identidade nacional ou regional, encontram, cada vez mais, campo fértil para realização.  

A Leitura da Identidade 

Enxergar a identidade cultural pode ser um ato de descoberta de oportunidades de negócio no mercado  cultural.  Pode‐se  l̋er  ̋ um  bairro,  para  descobrir  suas  características,  os  anseios manifestos e latentes da comunidade, para em seguida criar projetos que atendam esses anseios. Quando não se sabe fazer a  l̋eitura ,̋ deve‐se pedir às pessoas que se manifestem, do fundo da alma  para  a  tona. O  que  vier  da  emoção mais  sincera  é  cultura,  é  inspiração  para  poetas, dançarinos,  atores,  pintores, músicos  e  empresários,  políticos,  dirigentes,  economistas  e  todos aqueles que trabalham no sentido do desenvolvimento humano e social.  

Hélio de Oliveira, que trabalha na Fundação Cultural José Augusto em Natal, Rio Grande do Norte. tornou-se o museólogo e restaurador mais respeitado de sua terra. E isto porque desenvolveu um trabalho autodidata, através da leitura de identidade do lugar onde vive. Ele decidiu criar uma hospedagem "que não fosse apenas um lugar para dormir, mas um espaço de cultura e história, uma pousada-museu”. É autor dos "museus comunitários", reconhecidos pelo Ministério da Cultura como uma alternativa original para cidades de pequeno porte. Consiste em fazer um museu a partir do que as comunidades entendem como tal e montá-lo a partir do que desejam ver preservado. "Não há um modelo, cada lugar tem uma visão muito própria de si e das suas necessidades culturais" (informação obtida no Jornal do Brasil de 25/11/98).

 2. Cultura‐Atividade 

Quando as formas de manifestação de um indivíduo ou grupo, dentro de sua comunidade, constituem‐se  em  atividades  culturais,  através  de  produtos  ou  de  eventos,  ocorre  a Cultura‐Atividade, Ela envolve as manifestações artísticas, como os espetáculos de teatro e dança, os shows e apresentações musicais, as exposições de pintura, escultura e fotografia, a exibição de filmes e vídeos,  os  lançamentos  de  livros,  as  festas,  feiras  de  artesanato,  palestras,  cursos,  seminários, oficinas de arte e todos os eventos artísticos e culturais. Quando a atividade cultural é canal de expressão  da  identidade  cultural,  torna‐se  fundamental  para  o  fortalecimento  dos  valores  da sociedade e para a criação de ambiência cultural. A construção da ambiência cultural, com base na identidade cultural, pode gerar desenvolvimento tanto para lugares quanto para empresas. 

 

4

Page 5: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

Em Conservatória, uma pequena cidade seresteira no distrito de Valença, Rio de Janeiro, os moradores colocaram placas com nomes de música nas fachadas de suas residências, homenageando compositores brasileiros. Os seresteiros tocam debaixo das janelas e caminham de casa em casa, cantando pela cidade nos finais de semana. O lugar ganhou fama, proliferam os hotéis e pousadas, as festas nas ruas, dando impulso a economia do lugar.

A restauração da Pinacoteca do Estado, da Estação da Luz e do Jardim da Luz e, finalmente, do Complexo Júlio Prestes, com a construção da Sala São Paulo na cidade de São Paulo, tem dado à região espaço na mídia nacional e internacional. Lojas de instrumentos musicais nas proximidades são freqüentadas por músicos, que realizam animadas rodas de samba e de choro. Aos poucos, essa região se revitaliza, o que será potencializado com a futura restauração do antigo prédio do DOPS, onde a Secretaria de Estado de Cultura pretende instalar uma Escola Superior de Música e Artes Cênicas.

 3. Cultura‐Interface 

Além da cultura, como identidade e atividade, há as suas interfaces com o turismo cultural, a gastronomia típica, o artesanato, o meio ambiente, a ciência, a ação social, a educação, o urbanismo, o lazer, esportes, saúde, comunicação, agricultura e tantas outras áreas de desenvolvimento. Projetos ligados, sobretudo, à ação social, educação, saúde e meio‐ambiente têm despertado grande interesse tanto na  população  e  no  Poder  Público,  quanto  nas  empresas  patrocinadoras  e  suas  Fundações  e Institutos. Eles têm sido alvo de grandes campanhas, recebendo recursos comumente de pessoas físicas. Inúmeras companhias e ONGs têm dirigido sua verba de patrocínio para a área social e educacional.  

Os agentes culturais podem potencializar os resultados de seus projetos, enxergando se podem estar ligados a mais de uma área, pois muitas são as interfaces da cultura com outras áreas de desenvolvimento. Eventos nos diversos setores artísticos, do conjunto da Cultura como Atividade, poderiam ser realizados em parceria com a área da Saúde, em trabalhos de prevenção. A Cultura no Campo, com a agricultura e a pecuária, revivendo, por exemplo, as festas juninas, o folclore e criando novos projetos, ressaltando a qualidade de vida no interior, poderiam mobilizar o turismo para toda uma região. A Cultura com o Meio Ambiente em importantes trabalhos de educação ambiental, utilizando a animação cultural em escolas e empresas. A Cultura e o Lazer, dando conteúdo à diversão, promovendo momentos de prazer e reflexão sobre a vida, em ambientes de total descontração. A Cultura com o Esporte,  trazendo componentes  importantes de  formação para crianças, jovens e adolescentes, revivendo o sentimento de amor pelo Brasil, por tudo aquilo criado neste imenso campo de oportunidades. E a Cultura com a Educação, esta parceria básica e fundamental, uma ligada intrinsecamente à outra, uma questão de vital importância. Um projeto ligado ao hip‐hop pode envolver dança, música, artes plásticas, moda, educação e ação social. 

 c) CULTURA‐NEGÓCIO 

 Ao se tomar uma atividade produtiva, a cultura passa a ser regulada pelas leis de mercado, 

assim como qualquer outra atividade comercial. Para muitos, em algumas áreas, este fato fere os princípios culturais e artísticos. Para outros é o único caminho da sobrevivência possível. 

 Para nós, o que importa é responder a pergunta: Como  se  pode  viabilizar  um  projeto  ou  produto  cultural  na  sociedade,  sem  que  isto 

signifique um aviltamento do processo criativo?  Acreditamos num terceiro vetor de mercado, que se dá na construção de caminhos capazes 

5

Page 6: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

de ligar nosso projeto ou produto original ao público, aos patrocinadores e investidores, à mídia e à sociedade. 

A possibilidade da  construção de um mercado  cultural ético, diferenciado e eficiente é  fascinante. Um mercado  onde  a  competição  é  substituída  pelo  trabalho  em  parceria,  onde  o marketing  não  é  venda,  nem  publicidade,  mas  o  encontro  de  um  conjunto  inteligente  de estratégias de captação de  recursos e de valorização da criatividade. Onde não se  ʺvende  ̋um projeto, mas se apresenta uma proposta de real importância e interesse para o patrocinador, para a mídia e para o público. 

Um poeta pode se fixar no alto de um monte e ali compor seus versos eternamente – é um direito que possui. Mas se ele desejar viver de seus poemas, precisará construir seu mercado – um caminho que levará seus versos às pessoas. Um caminho que, além de recursos, levará das pessoas a emoção para seus novos versos. 

Se me encomendam um quadro e eu sou pintor, pelo menos naquele  instante sou um ʺpintor por encomenda .̋ Se desejar “vender” o que sinto, então preciso, como o poeta, construir o meu mercado. E para isso preciso falar às pessoas, através da minha obra, e também organizar exposições ou formas de mostrar minha arte. Preciso aprender a produzir ou devo me associar a alguém que  trabalhe por mim na construção desse mercado. Se sou um músico novo e desejo gravar meu primeiro CD, o que devo fazer para obter um patrocínio, sem considerar amigos e parentes, sem considerar a existência de festivais ou programas abertos para novos talentos? O que você pode fazer antes de tudo é cantar, aperfeiçoar seu talento, mostrar seu trabalho para muitas pessoas cada vez mais, para aquelas que você acha que entendem e para aquelas que não entendem. Cantar,  cantar  e  cantar,  até que você  tenha 100 pessoas que admirem  sua música, depois 1.000, 3.000 etc., até que certamente surgirá alguém interessado em patrocinar seu disco. Na verdade, não existem caminhos sem estradas. ʺNão adianta que o olhar de um salto se apodere do horizonte, pois nenhum caminho renuncia aos pés  ̋(Gilgamech). 

6

Page 7: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

CAPÍTULO 2 - PROJETO: CONCEITOS, DEFINIÇÕES, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES.  a) CONCEITO DE PROJETO 

 Projeto pode ser definido como sendo: • “Um plano de trabalho a ser executado”. • “Justificativa da aplicação de recursos para um determinado fim”. • “O  conjunto  de  elementos  que  permite  avaliar  qualitativa  e  quantitativamente  as 

vantagens e desvantagens da aplicação de recursos para a produção de determinados bens ou serviços”. 

 Numa visão mais humanística: • “A transformação de uma idéia ou sonho em um empreendimento exeqüível”. • “O exercício de enxergar o ideal de forma realista”.2 

 Objetivamente: Um projeto  é um  empreendimento  temporário  com  o propósito de  criar um produto ou um serviço único.3

 • Temporário porque possui um começo e um fim bem definidos. • Único porque o produto ou serviço produzido é de alguma  forma diferente 

de todos os outros produtos ou serviços semelhantes.  

Os  projetos  têm  um  ciclo  de  vida  formado  por  etapas  distintas  que  se subdividem em tarefas ou atividades que podem ou não ser executadas de uma única vez. Já na produção diária, as mesmas tarefas são executadas todos os dias. Estabelecer padrões de produtividade em projetos é bastante difícil. Composto por uma seqüência de atividades, o planejamento é essencial para que o projeto se encerre em um prazo e custo adequados. 

O ciclo de vida de um projeto é uma de suas características básicas. Os projetos possuem um  conjunto de  etapas pelas  quais progridem. Ao  final de  cada  etapa, um produto  é  concluído.  O  número  de  fases,  seus  nomes  e  seus  inter‐relacionamentos variam de projeto para projeto. De forma geral, podemos dizer que um projeto possui quatro etapas genéricas:  

1. Conceitualização; 2. Desenvolvimento (definição de detalhes); 3. Execução; e 4. Finalização. 

b)

2 FONTE: Palestra realizada em 2002 por Paula Marques, consultora para assuntos culturais. 3 FONTE: "MBA Executivo em Gerência de Projetos" da FGV e PMI – Project Management Institute (Instituto de Gerenciamento de Projetos)

7

Page 8: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

CARACTERÍSTICAS DO PROJETO  

Quando colocamos uma idéia no papel, damos o primeiro passo no processo de sua futura concretização. Após pesquisar o assunto,  conversar  com  colegas e discutir a  idéia,  iniciamos a redação do texto que deverá representar o mais fielmente possível a realização final vislumbrada para aquela idéia inicial. 

Nesse processo de  elaboração do  texto,  é  fundamental  lembrar que qualquer projeto  é elaborado por uma pessoa e analisado por outra. Portanto, deve trazer todos os elementos para uma avaliação  consistente  e  ser  redigido  com  clareza  e objetividade, descartando  tudo que não  for essencial para a compreensão daquele que analisará o projeto.  c) FUNÇÕES DE UM PROJETO 

 O projeto tem início a partir de algum tipo de demanda, tais como: • Questões subjetivas de indivíduos ou grupos em função de necessidades específicas, 

sonhos, vontades ou ambições; • Observação e levantamento das necessidades ou desejos de outros; • Busca de soluções para determinados problemas; • Otimização ou organização de processos, ações, tarefas, etc. 

 d) O PROJETO CULTURAL 

 O Projeto Cultural é um tipo de projeto que mantém muitas das características dos projetos 

destinados  a  suprir  necessidades  gerenciais,  administrativas,  de  produção,  de  pesquisa,  de desenvolvimento de novos produtos, de design de objetos etc. 

Apesar  disso,  apresenta  os  elementos  próprios  do  meio  para  o  qual  se  destina:  a CULTURA. 

Nesse  sentido,  são  vários  os  “atores”  que  circundam  um  Projeto  Cultural,  sendo  os principais: 

 1. Proponente do Projeto; 2. Marketing Cultural; 3. Leis  de  Incentivo  à  Cultura  (municipais, estaduais e federal / Ministério da Cultura); 

4. Patrocinador / Apoiador Cultural; 5. Captador de Recursos; 6. Coordenador Técnico; 7. Produtor Cultural / Produtor Executivo; 8. Agência  de  Publicidade  /  Assessoria  de Imprensa; 

9. Assessorias administrativas variadas; 10. Artistas. 

 Cada um desses atores exerce uma  função específica no projeto e determinada em seu 

tempo de execução. Evidentemente, é impossível para aquele que propõe o projeto executar todas 

8

Page 9: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

as  etapas  sozinho,  pois  cada  uma  exige  conhecimentos  específicos  e  experiência  para  a  boa execução das tarefas. 

1. Proponente do Projeto: o projeto pode ser proposto por qualquer um, seja pessoa física (produtor, artista etc.) ou jurídica (empresa de produção de eventos, ONG ‐ Organização Não‐Governamental,  Instituto, Associação  etc.). O  proponente  geralmente  elabora  (ou contrata alguém para fazê‐lo) o projeto e coloca seu nome como responsável pela realização plena do projeto. 

2. Marketing Cultural: ferramenta que busca aproximar a cultura das ações de marketing destinadas  a  gerar  desde  a  valorização  institucional  da marca  até  a  venda  direta  de produtos. É indispensável para atrair o investidor, pois mostra de que maneira a empresa obtém retorno com o patrocínio destinado ao projeto. 

3. Leis de Incentivo à Cultura: Leis destinadas a oferecer isenção de impostos para empresas que  patrocinam  projetos. As  leis municipais  geralmente  oferecem  isenção  de  IPTU  – Imposto Predial e Territorial Urbano e ISS – Imposto Sobre Serviço; as estaduais, em ICMS –  Imposto  sobre Circulação de Mercadorias  e Serviços;  a  federal  (Lei Rouanet) oferece isenção no IR – Imposto de Renda. 

4. Patrocinador / Apoiador Cultural: o patrocinador é definido geralmente como a empresa que  patrocina  o  projeto  com  recursos  financeiros.  Já  o Apoio Cultural  é  recebido  em recursos materiais, tais como equipamentos, instrumentos, material gráfico, roupas, tecidos etc. É importante diferenciá‐los no momento de oferecer retornos institucionais mediante colocação da marca ou logotipo na publicidade do projeto. 

5. Captador de Recursos: sujeito responsável pela captação dos recursos financeiros junto às empresas.  A  captação  pode  levar  muito  tempo  e  é  nesta  etapa  que  geralmente  se interrompe a maior parte dos projetos, tanto pela incompetência do captador quanto pela falta de qualidade do projeto. 

6. Coordenador  Técnico:  Responsável  por  toda  a  coordenação  do  projeto.  Geralmente acompanha  a  elaboração  do  projeto  pelo  proponente,  passando  a  atuar  com  mais intensidade a partir do momento em que o patrocínio é conseguido e a execução do projeto se inicia. 

7. Produtor Cultural / Produtor Executivo: Responsável pela produção executiva do projeto. Cada projeto deve ter sua equipe de produção, definida de acordo com suas proporções, tendo em conta a hierarquia necessária para sua viabilização. Geralmente são necessários um produtor executivo, um produtor artístico, um diretor artístico e alguns assistentes de produção. 

8. Agência de Publicidade  / Assessoria de  Imprensa:  empresa  contratada para  executar todas  as  tarefas  ligadas  à publicidade do projeto. Mediante  solicitação do proponente, obtém‐se um Plano de Mídia, que abarca todas as etapas de divulgação e acompanhamento do projeto. A assessoria de imprensa é fundamental para acompanhar a repercussão do projeto na mídia, gerar matérias e reuni‐las em um clipping para apresentação futura ao patrocinador. 

9. Assessorias administrativas diversas: contábil e jurídica. Fundamentais para a realização de contratos com todos os envolvidos no projeto e administração de valores, além da parte mais importante na etapa de finalização do projeto: a prestação de contas. 

9

Page 10: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

10. Artistas: último  item, porém decisivo para o sucesso do projeto: os artistas. Somente um proponente/produtor que tenha uma vasta formação cultural e saiba reconhecer talentos artísticos chegará a um bom resultado ao final do projeto. O desenvolvimento do conteúdo de um projeto e a escolha dos artistas participantes depende exclusivamente da capacidade do proponente/produtor de conceber um projeto realmente consistente e qualitativamente significativo. 

 e) CONTEÚDO DO PROJETO CULTURAL 

 O projeto é o meio físico pela qual a empresa trava o primeiro contato com a  idéia que 

resultará numa ação cultural. É importante precedê‐lo de uma carta clara e objetiva que exponha, em linhas gerais, os termos da proposta. A proposta deve possuir um conteúdo realmente cultural e apresentar‐se em uma formatação razoável, preferencialmente com texto correto. 

Entre os itens indispensáveis para o projeto cultural, estão:  

1. Título 2. Apresentação 3. Objetivos 4. Justificativa 5. Público‐alvo do evento 6. Local de realização 7. Cronograma 8. Retorno institucional 9. Plano de mídia 10. Orçamento 11. Equipe técnica 12. Currículo 13. Meios para contato 

 1. Título:  O  título  de  um  projeto  pode  representar  seu  sucesso  ou  fracasso.  Como 

geralmente está associado a uma marca, é indispensável buscar um título que simbolize o projeto e, na mesma medida, que proporcione a visão clara do evento,  tanto para quem o analisará (patrocinador), quanto para o leigo ou espectador comum que será alvo da propaganda do evento na mídia pré‐definida. Quando uma grande empresa se associa a um projeto, o nome do patrocinador muitas vezes é colocado  junto com o nome  do  projeto,  gerando  um  elemento  agregador  ao  projeto  e  à  marca  do patrocinador (Ex: Free Jazz Festival, Tim Festival, etc.). 

2. Apresentação: Deve oferecer, de maneira simples e objetiva, uma introdução ao projeto com informações introdutórias sobre o projeto. 

3. Objetivos: aqui o texto deve ser curto e sem rodeios, descrevendo o objetivo do projeto. 

4. Justificativa: descreve por que motivos o projeto merece ser realizado. 

5. Público  –alvo  do  evento:  no  caso  de  projeto  para  patrocinadores  pré‐definidos,  o público‐alvo deve, obviamente, coincidir com o público consumidor dos produtos da empresa ou com o público que a empresa busca atingir para ampliar seu mercado ou melhorar a fixação da marca. Entre as informações que se deve pesquisar e obter sobre 

10

Page 11: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

o público‐alvo de um projeto, estão: classe social, idade, escolaridade, local onde residem e trabalham e lugares que freqüentam. 

6. Local de realização: local ou locais nos quais o projeto será implementado. 

7. Cronograma: descrição, por fases e com datas pré‐estabelecidas, de todas as etapas do projeto.  Esse  item  é  extremamente  representativo,  pois  evidencia  a  experiência  do proponente em organizar o projeto em sua seqüência correta de atividades a serem realizadas, passo a passo. 

8. Retorno  institucional:  proposta  de  retorno  para  o  patrocinador  e  apoiadores  do projeto. Geralmente  é pensada  em  conjunto  com uma  agência de publicidade,  em conformidade com o Plano de Mídia. 

9. Plano de mídia: plano de realizações no âmbito da publicidade paga, da mídia espontânea e da assessoria de imprensa. Deve estar de acordo com o público‐alvo do projeto, definindo as mídias a serem utilizadas que realmente atinjam o público. Deve acontecer em todas as  fases do projeto, muitas vezes até meses antes do projeto  iniciar  sua  execução  e finalizar algum tempo depois, através das últimas atividades de assessoria de imprensa. 

10. Orçamento:  lista  de  tudo  que  envolve  valores  financeiros,  incluindo  locações  de espaços e equipamentos, serviços de todos os tipos, impostos a serem recolhidos (INSS, ISS  e  IR),  cachês  etc.,  e  deve  estar  extremamente  detalhado,  com  seus  respectivos valores unitários e totais. 

11. Equipe  técnica: equipe que  será necessária para as  tarefas principais e  secundárias, sendo de grande importância a comprovação de que alguns cargos do projeto – os de grande responsabilidade executiva – serão ocupados por profissionais de reconhecido mérito e currículo considerável. 

12. Currículo: currículo do proponente, preferencialmente um release artístico breve e com as informações referenciais. 

13. Meios para contato: nome, telefone residencial e celular, e‐mail, website ou homepage e endereço. 

 f) OUTROS TIPOS DE PROJETO  Freqüentemente  agentes  culturais  que  atuam  em  diversos  níveis  e  áreas  da  cultura  – 

produtores, coordenadores de programações musicais, gerentes de espaços culturais –, quando procurados  pelos  artistas,  solicitam  que  levemos  um  “projeto”,  seja  para  um  curso  a  ser ministrado, um concerto a ser executado, uma palestra, um show etc. 

Como saber o que levar? Um projeto cultural completo para implementação de uma ação cultural que envolva patrocínio e Leis de Incentivo? Para cada caso, é necessário compreender que elementos são necessários para que o apreciador do projeto tenha em mãos nem mais, nem menos informações de que necessita. 

Cada  projeto  deve  ter  seu  objetivo  claramente  definido  e,  conseqüentemente,  a  sua viabilidade estudada. Entre as possibilidades de  formatos de projetos que devemos conhecer e diferenciar no momento em que procuramos realizar uma ação cultural, podemos distinguir: 

11

Page 12: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

1. Portfolio 2. Projeto para eventos pontuais 3. Formulário para Leis de Incentivo à Cultura 4. Editais de empresas patrocinadoras 5. Projeto para captação de recursos financeiros 

 1. Portfolio: 

Material  básico  de  documentação  e  apresentação  da  produção  do  artista. Geralmente solicitado quando um produtor ou outro agente cultural necessita comprovar a competência e talento do artista, antes de contratá‐lo. Isso significa que será utilizado em programações e espaços culturais que  já  tenham recursos para a  implementação do projeto, espaço  físico pré‐definido e divulgação acertada. 

Para cada área das artes, o portfolio será distinto; para o músico, são fundamentais os itens: a. Foto artística; b. Release artístico (currículo); c. CD demonstração com, no mínimo, três faixas de estilos distintos; d. Documentações comprobatórias (especialmente reportagens de jornal); e. Mapa de palco (para evitar surpresas, principalmente grupos musicais com formação 

instrumental diferenciada); f. Meios para contato (telefone, e‐mail, endereço etc.).  

2. Projeto para Eventos Pontuais: Definem‐se  “eventos pontuais”  aqueles que  são  restritos  a uma ou poucas datas num 

período de tempo extremamente reduzido, por exemplo, um show ou concerto que aconteça em uma única noite numa sala de espetáculos. 

Se o artista busca uma programação já existente, então se trata de um portfolio, pois nada mais  será  necessário.  Porém,  se  a  intenção  é  criar  um  evento,  único  e  limitado  no  tempo,  e conseguir condições para realizá‐lo integralmente, incluindo os artistas, o espaço próprio para o evento, os recursos financeiros, a equipe técnica, o marketing cultural etc., então se trata de um projeto cultural completo, cujos itens constam no capítulo “Conteúdo de um Projeto Cultural”, listados abaixo: 

a. Apresentação b. Objetivos c. Público‐alvo do evento d. Local de realização e. Cronograma f. Retorno institucional g. Plano de mídia h. Orçamento i. Equipe técnica j. Meios para contato 

 3. Formulário para Leis de Incentivo à Cultura: 

Formulários próprios para  cada Lei de  Incentivo,  com  conteúdo  e  elementos distintos. Geralmente  podem  ser  preenchidos  facilmente  quando  um  projeto  básico  já  está  redigido.  É preenchido mediante um programa de computador que pode ser baixado pela  Internet no site 

12

Page 13: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

correspondente ao município ou estado cuja lei está sediada. No caso da Lei Federal de Incentivo – Rouanet, o Ministério da Cultura é o responsável por sua aplicação e gestão. 

 4. Editais de Empresas Patrocinadoras: 

Lançados  freqüentemente  no Diário Oficial  da União,  estão  disponíveis  nos  sites  das empresas que oferecem, geralmente empresas públicas cujo objetivo é proporcionar o incentivo à produção artística brasileira. 

Cada empresa define valores e perfil dos projetos a receber. Entre as empresas que atuam fortemente em todo o país, podemos citar: Petrobrás, Nossa Caixa, Banco Itaú, Banco do Brasil, Banco  Real,  além  das  prefeituras  que  são  obrigadas  a  lançar  edital  para  cada  ação  a  ser implementada,  sendo  que  muitas  das  ações  são  destinadas  a  receber  projetos  e  resolver “problemas culturais” localizados. 

De maneira geral, os projetos para editais de empresas são preenchidos no próprio site da empresa, ou mediante programa baixado pela Internet. 

Cada edital tem uma lista a ser cumprida. Porém, sempre se baseiam em um projeto básico, além de elementos específicos para cada área cultural. Entre os itens específicos solicitados, além daqueles presentes no projeto básico, podemos citar: 

 a. Estratégia de Ação / Memorial Descritivo (equivalente ao cronograma) b. Plano de Distribuição de Produtos Culturais c. Equipe Técnica  (já  com  os nomes do  coordenador  e principais  técnicos do projeto) 

 5. Projeto para Captação de Recursos Financeiros: 

Deve conter rigorosamente o que o projeto básico contém, com enfoque especial nos quesitos “retorno institucional” e “proposta de marketing”. Talvez aqui o diferencial não esteja presente no projeto  em  si, mas  sim na  forma  como  esse projeto  é  apresentado. Cada vez mais, o uso da tecnologia deve ser absorvido para a apresentação de um projeto. O uso de programas, tais como “PowerPoint” ou “Adobe Première”, por exemplo, são ferramentas importantes na viabilização de uma apresentação objetiva, rápida e criativa. 

O  item  não  listado  nos  projetos  anteriores  e  que merece  destaque  para  este  caso  é  a proposta de  cotas de patrocínio  e  o  retorno destinado  ao patrocinador depois da  escolha de participação no projeto através da cota. Cabe ao proponente do projeto definir os benefícios que o investidor obterá de acordo com o percentual investido no projeto. 

13

Page 14: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

 

CAPÍTULO 3 - LEIS DE INCENTIVO À CULTURA  a) O QUE SÃO 

 As  Leis  de  Incentivo  à Cultura  são mecanismos  oferecidos  pelo  Estado  para 

fomentar  o  desenvolvimento  da  cultura  brasileira  enquanto  atividade  artística. Podem ser oferecidas pelos  três níveis de governo: municipal, estadual e  federal. Seu funcionamento  acontece mediante  renúncia  fiscal,  ou  seja,  o Estado determina um teto de renúncia fiscal e, dentro deste limite, permite à iniciativa privada a utilização de parte do seu  imposto para destinar a projetos culturais avaliados, previamente, pelas comissões competentes, de acordo com critérios pré‐estabelecidos. 

Exemplificando: supondo que, em um determinado ano, o município de São Paulo defina como teto para renúncia fiscal, o valor de R$ 100 milhões. Isso significa que a Secretaria de Cultura aprovará projetos até chegar ao valor de R$ 100 milhões somados,  encerrando  as  inscrições  para  outros  projetos  naquele  ano.  Assim,  a arrecadação  de  impostos  (ISS  e  IPTU)  daquele  ano  poderá  ser  R$  100  milhões inferior a do ano anterior, mas  somente  se  todos os projetos  se  concretizarem, ou seja, se todos os proponentes conseguirem captar os recursos financeiros para seus projetos.  Assim,  as  empresas  patrocinadoras,  em  vez  de  destinarem  os  R$  100 milhões  para  os  cofres  públicos,  destinam  para  os  projetos  que  avaliaram  e aprovaram  por  considerarem  importantes  e,  principalmente,  pelo  retorno  que poderiam obter com o projeto. 

O primeiro modelo foi a “Lei Sarney” (Lei Federal n° 7.505, de 3 de outubro de 1986). Em 1990 foi promulgada a “Lei Mendonça” (Lei Municipal n° 10.923, de 30 de dezembro de 1990 – cidade de São Paulo), precursora nessa forma de utilização dos incentivos fiscais. Por fim, em 1991 foi aprovada a “Lei Rouanet” (Lei Federal n° 8.313/91), posteriormente modificada pela Lei n° 9.874/98. 

 b) LEI ROUANET 

Concebida  em  1991  para  incentivar  investimentos  culturais,  a  Lei  Rouanet 

poder  ser  usada  por  empresas  e  pessoas  físicas  que  desejam  financiar  projetos culturais.  Ela  Institui  o  Programa  Nacional  de  Apoio  à  Cultura  (Pronac),  que  é formado por três mecanismos: 

 1. Fundo Nacional de Cultura (FNC); 2. Mecenato; 3. Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICArt). 

 1. FNC:  destina  recursos  a  projetos  culturais  por  meio  de  empréstimos 

reembolsáveis  ou  cessão  a  fundo  perdido  (investimento  realizado  sem expectativa de retorno de montante investido). 

2. FICart: possibilita a criação de fundos de investimentos culturais e artísticos. 3. Mecenato: viabiliza benefícios  fiscais para  investidores que apóiam projetos 

culturais  sob  forma  de  doação  ou  patrocínio.  Empresas  e  pessoas  físicas 

14

Page 15: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

podem  utilizar  a  isenção  em  até  100%  do  valor  no  Imposto  de  Renda  e investir em projetos culturais. Além da  isenção fiscal, elas  investem também em sua imagem institucional e em sua marca. 

 1. Finalidades do Programa Nacional de Incentivo à Cultura – PRONAC4: 

• Facilitar à população o acesso às fontes da cultura; • Estimular a produção e difusão cultural e artística regional; • Apoiar os criadores e suas obras; • Proteger as diferentes expressões culturais da sociedade brasileira; • Proteger os modos de criar, fazer e viver da sociedade brasileira; • Preservar o patrimônio cultural e histórico brasileiro; • Desenvolver  a  consciência  e  o  respeito  aos valores  culturais nacionais  e 

internacionais; • Estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal; • Dar prioridade ao produto cultural brasileiro. 

 2. Áreas e segmentos que podem se beneficiar: 

• Teatro, dança, ópera, circo, mímica e congêneres; • Produção  cinematográfica,  videográfica,  fotográfica,  discográfica  e 

congêneres; • Literatura, inclusive obras de referência; • Música; • Artes  plásticas,  artes  gráficas,  gravuras,  cartazes,  filatelia  e  outras 

congêneres; • Folclore e artesanato; • Patrimônio  cultural,  inclusive  histórico,  arquitetônico,  arqueológico, 

bibliotecas, museus; • Arquivos e demais acervos; • Humanidades; e • Rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não‐comercial.  

3. Procedimentos e fases do projeto para a Lei Rouanet5: 

1. O projeto deverá  ser aprovado pelo ministério da  cultura, através da COMISSÃO  NACIONAL  DE  INCENTIVO  À  CULTURA  (CNIC). Quem o apresenta é o proponente ou produtor; 

2. A CNIC emite um documento que autoriza a captação de recursos para o  projeto  e  permite  a  dedução  do  investimento  realizado  do  I.R. devido.  A  partir  deste  momento,  o  contato  às  empresas  pode  ser viabilizado; 

3. O  incentivador  cultural  (empresa  patrocinadora),  após  acerto  de contrato, faz o depósito na conta bancária aberta pelo produtor; 

4 FONTE: Ministério da Cultura 5 FONTE: Investeatro

15

Page 16: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

4. O  produtor  cultural  preenche  um  formulário  informando  a  data,  o valor do depósito, o projeto beneficiado, cópia da guia do depósito e remete ao Ministério da Cultura; 

5. A empresa, de posse do  total  investido e dos documentos  fornecidos pelo produtor, pode abater no máximo 4% do Imposto a pagar, o que tem que significar, também, no máximo, 30% do Patrocínio e 40% se for doação  (no  caso  de  não  ser  as  áreas  definidas  como  100%  de abatimento – ver item C, pág. 17); 

 4. Os benefícios da lei na prática: 

1. Incentivos fiscais da lei não excluem ou reduzem outros benefícios em vigor; 

2. O  valor  incentivado  não  pode  ultrapassar  a  4%  do  I.R.  devido, devendo ser observado que: 

• 30% do valor total do projeto recebe benefícios como patrocínio, situação  em  que  o  nome  da  empresa  patrocinadora  pode aparecer na divulgação do evento; 

• 40%  do  valor  total  do  projeto  recebe  benefícios  como  doação, situação  em  que  o  nome  da  empresa  patrocinadora  não  pode aparecer na divulgação. 

3. A lei oferece dois atrativos de dedução que são cumulativos: 

• O valor aplicado em cultura é apropriado  contabilmente como custo operacional reduzindo o tributável, diminuindo os valores da Contribuição Social e do I.R.; 

• Abatimento  de  30%  do  valor  do  projeto  apoiado  como patrocinador ou abatimento de 40% do valor do projeto apoiado como doador. 

4. O  Incentivador  canaliza  os  tributos  que  ele  paga  para  uma  fonte conhecida – a cultura – e para um projeto conhecido e analisado por ele; 

5. A  empresa  utiliza  no  seu marketing  cultural  recursos  que  pagaria  de impostos. 

 5. Doação X Patrocínio:  

• DOAÇÃO –  transferência gratuita, em  caráter definitivo, à pessoa  física ou  jurídica de natureza cultural, sem  fins  lucrativos, de numerário, bens ou  serviços,  para  a  realização  de  projetos  culturais,  vedado  o  uso  de publicidade paga para divulgação deste ato.  

16

Page 17: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

Exemplo  de DOAÇÃO  (40%  de  4%  de  15%):  pessoa  jurídica  que  tenha  auferido  um resultado  (lucro)  de  R$  4.000.000,00  e  decida  doar  R$  20.000,00  para  algum  projeto cultural.  

Incentivo Fiscal à Cultura ‐ LEI ROUANET ‐ DOAÇÃO6

DESCRIÇÃO  Com Doação  Sem Doação  Diferença 

Resultado  4.000.000,00   4.000.000,00   ‐ 

Doação  (20.000,00)   ‐   (20.000,00) 

Lucro antes da Contrib. Social e IRPJ   3.980.000,00   4.000.000,00   (20.000,00) 

CSLL  (358.200,00)   (360.000,00)   1.800,00  

IRPJ ‐ 15%  (597.000,00)   (600.000,00)  3.000,00  

Adicional  IRPJ  (374.000,00)   (376.000,00)   2.000,00  

Dedução 40%  8.000,00   ‐   8.000,00  

Total Carga Tributária   (1.321.200,00)   (1.336.000,00)   14.800,00  

Porcentagem de retorno financeiro           74% 

 

• PATROCÍNIO  –  transferência  gratuita,  em  caráter  definitivo,  à  pessoa física  ou  jurídica  de  natureza  cultural,  com  ou  sem  fins  lucrativos,  de numerário,  para  a  realização  de  projetos  culturais,  com  a  finalidade promocional  e  institucional  de  publicidade.  Considera‐se  também patrocínio, a cobertura de gastos ou a utilização de bens móveis e imóveis do  patrimônio  do  patrocinador  sem  a  transferência  de  domínio,  para  a realização de projetos culturais sem fins lucrativos. Exemplo de PATROCÍNIO (30% de 4% de 15%): pessoa jurídica que tenha auferido um resultado (lucro) de R$ 4.000.000,00, e decida patrocinar com o valor de R$ 20.000,00 para algum projeto cultural. 

 Incentivo Fiscal à Cultura ‐ LEI ROUANET – PATROCÍNIO7

DESCRIÇÃO  Com Patrocínio Sem Patrocínio Diferença 

Resultado  4.000.000,00   4.000.000,00   ‐ 

Patrocínio  (20.000,00)   ‐   (20.000,00) 

Lucro antes da Contrib. Social e IRPJ  3.980.000,00   4.000.000,00   (20.000,00) 

CSLL  (358.200,00)   (360.000,00)   1.800,00  

IRPJ ‐ 15%  (597.000,00)   (600.000,00)  3.000,00  

Adicional  IRPJ  (374.000,00)   (376.000,00)   2.000,00  

Dedução 30% (a)  6.000,00   ‐   6.000,00  

Total Carga Tributária   (1.323.200,00)   (1.336.000,00)   12.800,00  

Porcentagem de retorno financeiro          64% 

 b) MEDIDA PROVISÓRIA N. 1.589‐1 / 97 – LEI N. 9.874/99 

A  Medida  Provisória  no  1.589‐1/97,  convertida  posteriormente  na  Lei  no 

9.874/99  inovou  em  alguns  aspectos.  Ela  traz  regras  especiais  de  incentivo  para doações  ou  patrocínios  na  produção  cultural  que  atenda,  exclusivamente,  aos segmentos de: 

 

6 Fonte: REBRAF – Direito das Obrigações da Sociedade Civil – Roberto Quiroga Mosquera. Disponível em <www.cultura.gov.br> 7 Idem.

17

Page 18: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

a) artes cênicas; b) livros de valor artístico, literário ou humanístico; c) música erudita ou instrumental; d) circulação de exposição de artes plásticas; e) doações de acervos para bibliotecas públicas e museus. 

O  valor  das  doações  e  patrocínios  em  favor  de  projetos  culturais  dos segmentos  acima  referidos,  previamente  aprovados  pelo  Ministério  da  Cultura, poderá ser  integralmente deduzido do Imposto de Renda devido pelo contribuinte. Isto  significa  que  as  pessoas  jurídicas,  quando  contribuírem  nesses  projetos,  não estão sujeitas ao limite de 30% (trinta por cento) no caso do patrocínio, ou dos 40% (quarenta por cento) no caso das doações, podendo abater 100% do valor investido no projeto. 

Deve‐se  ressaltar,  porém,  que  o  valor  da  dedução  a  ser  efetuada  continua sujeita ao limite de 4% do imposto de renda devido, nos casos das pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas. 

Exemplo de PATROCÍNIO (100% de 4% de 15%): pessoa jurídica que tenha auferido um resultado (lucro) de R$ 4.000.000,00, e decida doar/patrocinar com o valor de R$ 20.000,00 para algum projeto cultural exclusivamente para os segmentos citados no item “c”. 

Incentivo Fiscal a Cultura – Lei nº 9.874/99 – Doação/Patrocínio8  

DESCRIÇÃO  Com Incentivo  Sem Incentivo  Diferença 

Resultado  4.000.000,00   4.000.000,00   ‐ 

Doação / Patrocínio (a)  (20.000,00)   ‐   (20.000,00) 

Lucro antes da Contrib. Social e IRPJ   3.980.000,00   4.000.000,00   (20.000,00) 

CSLL  (358.200,00)   (360.000,00)   1.800,00  

IRPJ ‐ 15%  (600.000,00)  (600.000,00)  0,00  

Adicional  IRPJ  (376.000,00)   (376.000,00)   0,00  

Dedução 100%  20.000,00  ‐   ‐  

Total Carga Tributária   (1.314.200,00)   (1.336.000,00)   21.800,00  

Porcentagem de retorno financeiro           109 % 

 

Exemplo de DOAÇÃO  (100% de  6% de  27,5%):  pessoa  física  que  tenha  auferido  um lucro de R$ 100.000,00, e decida doar para algum projeto cultural exclusivamente para os segmentos citados no item “c”. 

DESCRIÇÃO9 Com Incentivo  Sem Incentivo  Diferença 

Lucro Anual   100.000,00   100.000,00  ‐ 

Doação  (1.000,00)   ‐   (1.000,00) 

IRPF 27,5%   (27.140,00)   (27.140,00)   ‐ 

Dedução 100%  1.000,00       1.000,00  

Total Carga Tributária   (26.140,00)   (27.140,00)   1.000,00  

Porcentagem de retorno financeiro           100 % 

  c)

8 Fonte: REBRAF – Direito das Obrigações da Sociedade Civil – Roberto Quiroga Mosquera. Disponível em <www.cultura.gov.br> 9 Fonte: REBRAF – Direito das Obrigações da Sociedade Civil – Roberto Quiroga Mosquera. Disponível em <www.cultura.gov.br>

18

Page 19: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

LEI MENDONÇA  

Os incentivos fiscais à cultura no Município de São Paulo são regulados pela Lei n° 10.923, de 30 de dezembro de 1990 – conhecida como ʺLei Mendonçaʺ, que foi regulamentada pelos Decretos n°  29.684/91  e  32.186/92. De  acordo  com  essa  lei, o investidor  poderá  escolher  as  seguintes  atividades  para  destinar  recursos  e aproveitar‐se dos benefícios fiscais respectivos: 

 a) música e dança; b) teatro e circo; c) cinema, fotografia e vídeo; d) literatura; e) artes plásticas, artes gráficas e filatelia; f) folclore e artesanato; e g) acervo e patrimônio histórico e cultural, museus e centros culturais.  

Os  incentivos  são  concedidos  tanto  para  as  pessoas  físicas,  quanto  para  as pessoas jurídicas. O contribuinte pode destinar até 20% do valor devido de Imposto Sobre Serviços  (ISS)  e de  Imposto Predial Territorial Urbano  (IPTU) para projetos culturais devidamente aprovados pela Prefeitura, através de doação, patrocínio ou investimento, ou de certificados de investimento emitidos pelo Executivo Municipal. 

Do valor total destinado, 30% é custo do contribuinte, enquanto que 70% do valor destinado pode ser utilizado como abatimento do valor dos tributos devidos. 

Assim, os benefícios fiscais municipais podem ser assim resumidos: 

• Até 20% do total dos impostos a serem pagos pela empresa patrocinadora poderão ser destinados para projetos culturais; e 

• 70% do valor destinado ao projeto pode ser abatido do imposto devido da empresa patrocinadora. Exemplo de DOAÇÃO  (70% de 20% de ISS/IPTU): pessoa  física ou  jurídica que  tenha imposto a pagar no valor de R$ 100.000,00 e decida doar para algum projeto cultural para os segmentos citados. 

 Incentivo Fiscal do Município de São Paulo10

Valor total do imposto (ISS/IPTU)   R$ 100.000,00 

Patrocínio cultural:  R$ 20.000,00 

Desconto do imposto devido (70% de R$ 20.000,00)  R$ (14.000,00) 

Imposto a pagar:  R$ 86.000,00 

Valor investido:  R$ 6.000,00 

  

10 Fonte: REBRAF – Direito das Obrigações da Sociedade Civil – Roberto Quiroga Mosquera. Disponível em <www.cultura.gov.br>

19

Page 20: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

CAPÍTULO 4 - PRODUÇÃO CULTURAL  a) ETAPAS DA PRODUÇÃO CULTURAL11  

Propor um projeto e produzi‐lo muitas vezes parece ser uma atividade simples. Após  termos  uma  idéia,  o  passo  seguinte  deve  ser  o  questionamento  sobre  sua viabilidade em todos os âmbitos, do ponto de vista artístico até a possibilidade real de concretização mediante recursos e apoio do mercado cultural. 

A área de produção cultural profissionaliza‐se a cada dia,  tendo cada etapa de um projeto a necessidade de encontrar os profissionais exatos para sua realização, a fim de não comprometer o resultado final. 

Podemos dividir a atividade de produção cultural em três grandes etapas:  

1. PRÉ‐PRODUÇÃO 2. PRODUÇÃO 3. PÓS‐PRODUÇÃO 

 Entre  essas  etapas,  uma  etapa  de  passagem  deve  ser  considerada  como 

fundamental, pois sem ela é impossível a realização do projeto cultural: a CAPTAÇÃO DE RECURSOS. 

Essa  etapa  antecede  a  produção  e  é  crucial,  visto  que muitos  projetos  não  se concretizam sem os recursos financeiros devidamente estipulados para sua realização. 

 1. Pré‐produção:  etapa  de  concepção  da  idéia,  elaboração  do  projeto  e 

cadastramento em leis de incentivo. Devem‐se realizar pesquisas de público‐alvo, empresas que sejam possíveis patrocinadores, locais para realização do projeto, ou seja, tudo que envolver o projeto.  

 2. Produção:  é  a  execução  do  projeto  ou  evento  propriamente  dito.  Envolve 

equipes  de  profissionais,  assessorias  diversas,  muita  agitação  e responsabilidade. A produção pode começar meses antes da data do evento e geralmente exige muito tempo de trabalho. 

 3. Pós‐produção:  etapa  de  finalização  do  projeto.  Inclui  a  prestação  de  contas 

para  o  governo  (se  alguma  lei  de  incentivo  for  utilizada),  pagamento  de serviços e pesquisa de aceitação e retorno do público atingido. 

 b) DETALHAMENTO DAS ETAPAS DA PRODUÇÃO CULTURAL 

 1. Pesquisa e levantamento de dados 2. Projeto básico 3. Projeto de apresentação da proposta ao patrocinador 4. Enquadramento em lei de incentivo 5. Captação de recursos 6. Projeto final de execução 

11 FONTE: Investeatro.

20

Page 21: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

7. Contrato ou carta de aceite 8. Execução do Projeto 9. Divulgação 10. Prestação de contas 11. Avaliação 

1. Pesquisa  e  levantamento  de  dados: Nessa  fase,  além  da  pesquisa  por  novas áreas e oportunidades, é identificado o público do projeto. Se o produto cultural já existe e não  foi criado especialmente para determinada empresa, é nesta  fase que o produtor cruza informações sobre o público‐alvo do projeto e o público da empresa.  Esta  tarefa  é  importante  para  que  se  objetive  os  potenciais patrocinadores  e  evite  muita  batida  de  porta  em  vão.  É  nessa  etapa  que  se percebe  o  quanto  é  importante  a  empresa  possuir  uma  política  de  patrocínio. Muitas  entrevistas  nem  seriam marcadas  se  o  produtor  soubesse  de  antemão qual  o  público  que  o  investidor  quer  atingir,  qual  a  verba  disponível  para comunicação e em que área. 

2. Projeto  Básico:  É  resultado  da  idéia  inicial  em  conjunto  com  a  pesquisa  de mercado  realizada.  Já  se  investigou  a  área  e  criou‐se  uma  idéia  cultural interessante  e  viável.  Faz‐se,  então,  um  projeto  com  a  descrição  do produto/evento. Deve conter uma apresentação clara e objetiva; objetivos gerais e específicos; o plano de  trabalho; o orçamento visivelmente  justo e amplamente pesquisado,  com  opções de  valores;  além da  equipe de  execução do projeto  e alguns releases dos participantes principais. 

3. Projeto de Captação  / apresentação da proposta ao patrocinador: É um projeto que  é  apenas  apresentado  ao  patrocinador  almejado.  Desconfie  dos  projetos padronizados. O  importante para  a  empresa  é que  ele possua  estratégias bem claras  e  precisas  e  responda  à  questão  que  surgirá  para  o  representante  da empresa:  “Por  que  interessa  à minha  empresa?”  A  resposta  a  esta  pergunta deverá estar clara para o proponente e clara no projeto. Deve conter o orçamento detalhado,  a  forma  de  participação  do  patrocinador  (cotas),  o  plano  de desembolso do patrocínio, de que forma se dará a utilização das leis de incentivo à  cultura  (quais  impostos)  e  o  cronograma  de  execução.  É  importante  que contenha  alguns  anexos,  tais  como:  matérias  de  projetos  já  executados  pelo produtor  e,  se  for o  caso, matérias que  apresentem  as  edições  anteriores deste projeto, se for um projeto de longa duração. É importante se ater para o fato de que o marketing cultural é uma ferramenta bastante recente e atualmente muito procurada, e conhecê‐la é um grande ponto a favor do projeto. 

4. Enquadramento  em  Lei  de  Incentivo:  Consiste  no  cadastramento  do  projeto através de formulários padronizados e sua posterior aprovação em uma ou mais leis  de  incentivo.  No  caso  da  lei  federal  “Rouanet”,  o  cadastramento  é  feito através do Ministério da Cultura. As leis municipais e estaduais têm atendimento específico, em geral nas  secretarias de  cultura de  cada município ou estado. O incentivo  fiscal  é  uma  grande  vantagem,  tanto  para  patrocinado,  quanto  para patrocinador, pois permite que o empresário abata parte do valor empregado no projeto  do  imposto  a  pagar  (Imposto  de  Renda  na  Rouanet,  IPTU  e  ISS  na Mendonça, etc.). Em algumas áreas ‐ música erudita e instrumental, artes cênicas, 

21

Page 22: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

livros  de  valor  artístico,  circulação  de  exposição  de  artes  plásticas,  doação  de acervos para bibliotecas ‐ o investidor pode descontar 100% do investimento, até o limite de 4% do total do imposto devido. 

5. Captação de Recursos: Trabalho de visitação às empresas para apresentação do projeto. É nesta fase que a empresa é comumente abordada, especificamente nos casos em que o projeto  já existe e o objetivo  junto às empresas é a captação de recursos financeiros para sua concretização. A profissão de captador de recursos já é uma realidade no mercado brasileiro. Projetos com valores acima de R$ 100 mil geralmente  têm  previsto  em  seu  orçamento  os  serviços  de  um  captador  de recursos financeiros. O captador tem, como valor máximo a ser recebido segundo tabela do MINC, 15% do valor do projeto. 

6. Projeto  final  para  execução:  Aqui,  o  texto  interessará mais  propriamente  ao produtor e sua equipe. É um plano de trabalho bem detalhado para a execução do evento. Nele  já constarão as alterações negociadas  junto a empresa, se  for o caso  e  sempre  respeitando  a  integridade do projeto. No  âmbito da  liberação  e utilização dos recursos  financeiros, o plano de execução é resultado do diálogo entre  a  empresa  e  os  agentes  culturais  proponentes,  que  devem  possuir  uma devida experiência e  flexibilidade para a viabilização do patrocínio. No âmbito da  execução  propriamente  dita,  o  plano  de  trabalho  precisa  conter  todas  as informações necessárias à boa realização do projeto/evento. Um cronograma bem elaborado,  tendo  em  vista  todas  as  possibilidades  de  atrasos  e  dificuldades existentes, é essencial, sendo geralmente a base da concretização do projeto. 

7. Contrato ou carta de aceite: É um documento que formaliza o negócio e garante às partes  envolvidas  as  bases de  trocas definidas. O  ideal  é  que  seja  enxuto  e contenha  previsão  de  penalidades  no  caso  do  não  cumprimento.  Além  do contrato  com o patrocinador,  é  importante que  todas as partes  envolvidas  seja contratadas  oficialmente  e  por  escrito,  através  de  um  contrato  simples  de prestação de serviços. Isto garante que tudo aconteça no seu lugar, ou que, se não acontecer,  haverá  penalidades  ou  substituição  do  produto  ou  serviço  por  um similar. 

8. Execução do Projeto: Materialização do projeto nos termos como acordado com o  patrocinador.  Para  um  bom  resultado  do  evento  ou  produto  cultural,  é fundamental que o cronograma seja respeitado e que as etapas sejam realizadas com alto grau de profissionalismo. Nesta  fase, a empresa não deve  ficar alheia aos acontecimentos. Cabe ao produtor cultural  fornecer constantemente retorno dos  trabalhos  realizados, bem como guardar  todas as notas  fiscais e  recibos de gastos com o projeto, para que a prestação de contas seja tranqüila. 

9. Divulgação: É todo  trabalho de divulgação do projeto. Para grandes projetos, a contratação de uma agência de publicidade é fundamental, inclusive recomenda‐se  entrar  em  contato  antes  de  levar  o  projeto  ao  patrocinador,  para  que  o patrocinador veja um breve plano de mídia do  seu projeto. Este plano prevê a utilização  de material  gráfico  (convites,  cartazes,  folders,  banners,  outdoors  etc.), promocional  (camisetas,  bonés,  canetas,  bottons  etc.)  e  de  uma  assessoria  de imprensa  destinada  a  entrar  em  contato  com  os  veículos  de  comunicação 

22

Page 23: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

escolhidos, além da veiculação de anúncios publicitários (propaganda paga) em um ou mais veículos de mídia impressa ou eletrônica (necessária só em projetos de valores altos). É imprescindível que os créditos de patrocínio e apoio cultural, nos tamanhos e formatos previstos no projeto, estejam expressos no material de divulgação. A empresa deve ficar atenta ao que foi acordado com os produtores. 

10. Prestação  de  Contas  1  –  Patrocinador:  Algumas  empresas  não  exigem  a prestação completa, pois confiam na idoneidade dos proponentes e realizadores do projeto. Quando a empresa solicita, o proponente precisa  ter  tudo nas mãos para  apresentar  ao  patrocinador.  A  função  da  empresa  nesta  fase  é  de fiscalizadora das propostas de execução e gastos prometidos pelos produtores. A prestação acontece através da checagem de documentos, notas fiscais e recibos de comprovação  de  despesas,  como  também  de  fotos  do  evento  e  clipping (recolhimento de matérias publicadas no noticiário). Para a empresa é importante que  receba  uma  descrição  dos  resultados  financeiros  daquela  aplicação  num produto cultural. A mais comum é através do retorno de mídia espontânea e o que isto representaria em mídia paga (publicidade). 

11. Prestação de Contas  2  – Governo: O  governo  exige  a prestação de  contas do projeto. A princípio, o prazo estipulado é de 30 dias, porém, há a possibilidade de  prorrogação  mediante  solicitação  oficial  por  escrito.  Geralmente,  para  os grandes projetos, o proponente inclui no orçamento os serviços de um escritório de advocacia especializado nas leis ligadas da área cultural. Desta forma, todas a notas  fiscais deverão  ser  enviadas ao  escritório que, desde o  início, organizará todo  o  processo.  Quando  finalizado  o  projeto,  a  prestação  de  contas  estará pronta. Caso  o  projeto  seja  pequeno,  não  há  necessidade  de  um  escritório  de advocacia (porém, sempre é importante o contato com advogados especializados para esclarecimentos). Assim sendo, o próprio proponente deverá ficar atento e exigir nota fiscal de todas as transações realizadas dentro do projeto e organizar disciplinadamente o material, sem deixar para o dia seguinte. 

12. Avaliação:  A  empresa,  com  base  na  prestação  de  contas,  analisa  o  processo produtivo e a verificação de  todos os  retornos obtidos. O produtor ainda pode oferecer  aos  patrocinadores,  além  das  matérias  publicadas  na  imprensa,  o registro  de  opiniões  do  público  sobre  o  projeto.  Também  já  são  realizadas pesquisas  de  fixação  de  marca  que,  segundo  certos  métodos,  perguntam  ao público se se lembra quais os patrocinadores do evento. 

 

23

Page 24: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

CAPÍTULO 5 - ELABORAÇÃO DE CURRÍCULOS  a) TIPOS E FUNÇÕES  

Entre os itens de um projeto, seja ele um projeto cultural completo ou apenas um breve portfolio artístico, o currículo é sempre um elemento fundamental. Porém, para cada situação, o formato do currículo muda. Nas situações mais comuns que vivenciamos, há a necessidade de diferenciar duas categorias de currículos: os artísticos e os acadêmicos. 

 1. Currículo ou Release Artístico: texto curto, porém substancial, que contém uma breve 

biografia do autor. Utilizado como veículo de divulgação da atividade artística pessoal, tanto  para  projetos  quanto  para  a  imprensa.  Escrito  em  terceira  pessoa,  deve  ser redigido em texto contínuo, iniciar com as informações mais representativas e finalizar com as perspectivas para o futuro. Exemplo: 

Marcos Cardoso de Almeida, violonista solista de renome internacional, é Doutor em Performance pela Universidade de Sorbonne – França, Mestre em Artes pela USP – Brasil e Graduado em Violão pela FAAM. Natural de Piracicaba, desde tenra idade apresentou grande talento para o instrumento, realizando sua primeira turnê nacional já aos 13 anos de idade, ano em que venceu o “V Concurso Internacional de Violão do Rio de Janeiro”. Desde então, tem se apresentado por diversos países da Europa, incluindo França, Alemanha, Inglaterra, Áustria e Espanha, além de turnês pelo Japão e Austrália. Recentemente gravou seu quarto CD, dedicado a obra do maior compositor brasileiro para o instrumento: Villa-Lobos. Para o próximo ano, prepara dois concertos modernos para violão e orquestra que serão gravados juntamente com a Orquestra Filarmônica de Viena, sob a regência de Zubin Mehta.

 2. Currículo Vitae ou Acadêmico: Em formato distinto, apresenta toda a realização do 

autor. É utilizado para fins acadêmicos (pesquisas, cursos, provas para pós‐graduação, concursos públicos para lecionar em instituições de ensino etc.). Comumente chamado de Curriculum Vitae, é utilizado hoje também no formato ou plataforma Lattes (Currículo Lattes). A plataforma Lattes foi criada para facilitar o acesso e troca de informações por instituições  de  ensino  e  pesquisa  do  país  e  do  exterior. Utiliza‐se  de um  software disponível  no  site  do CNPQ  (Conselho Nacional  de Desenvolvimento Científico  e Tecnológico). 

 Exemplo de Curriculum Vitae: 

1. FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA

1.1. De Graduação Superior 1.1.1. Faculdade de Artes “Alcântara Machado” – FAAM/FMU

Bacharelado em Instrumento – Violão Orientação do professor Sidney Molina Concluído em 1992

1.2. De Pós-graduação 1.2.1. De Mestrado

1.2.1.1. Universidade de São Paulo – USP Mestrado em Artes - Música Título da Dissertação: “A Obra para Violão de Heitor Villa-Lobos” Orientação: Prof. Dr. José Siqueira Neves Defesa realizada em: 10 de janeiro de 1998

2. OUTROS CURSOS

2.1. De Formação Musical 2.1.1. Curso de violão na Escola Municipal de Música de São Paulo (EMM)

Sob orientação do professor Henrique Pinto Período: 1993 à 1994

2.2. De Especialização 2.2.1. Curso Panorama da Música para piano no Século XX

Sob orientação do pianista e professor Claude Helffer (França) Data: novembro de 1999 Local: Faculdade Santa Marcelina

24

Page 25: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

3. Seções de um Curriculum Vitae: abaixo estão listadas algumas das possibilidades de itens de um Curriculum Vitae, mas ele deve ser adaptado para a necessidade de cada um, haja vista que as atividades podem variar bastante entre as áreas artísticas. 

  Dados de Identificação / Dados Pessoais;  Formação Acadêmica / Titulação;  Cursos Livres de Música;  Participação em Festivais de Música;  Participação em Master Class e/ou Workshops;  Prêmios em Concursos e Festivais de Música Nacionais e Internacionais;  Apresentações Musicais (divididas em solo, câmara – duos, trios, quartetos, etc – com orquestra, ou a formação que melhor lhe convier); 

Gravação de CD / Participação em Gravações;  Atividades Acadêmicas;  Palestras Proferidas;  Participação em Palestras, Congressos e Simpósios;  Participação como Comunicador em Seminários;  Atividades Pedagógicas (instrumento, disciplinas teóricas, etc);  Línguas Estrangeiras;  Outras  Atividades  (gravações,  coordenação  de  projetos,  produção  cultural, programas de rádio, etc.). 

  

25

Page 26: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

CAPÍTULO 6 - ANEXOS  a) EXEMPLOS DE PROJETOS 

 1. ORQUESTRA POPULAR BRASILEIRA 

 Produção e Difusão/Música/Apoio a grupos musicais: bandas, corais, orquestras

jovens e de música regional tradicional

PROGRAMA PETROBRAS CULTURAL - SUMÁRIO DA INSCRIÇÃO INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO

Protocolo: 3927 Data de Inscrição: 13/01/2006 00:38:43

Título: ORQUESTRA POPULAR BRASILEIRA

Apresentação: A Orquestra Popular Brasileira, idealizada pelo guitarrista e arranjador Paulo Tiné, iniciou suas atividades em agosto de 2003 a partir do agrupamento de alguns instrumentos mais característicos da nossa música popular: flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, bandolim, cavaquinho, violão, violão de sete cordas, sanfona, baixo acústico e percussão. Mantém uma agenda de apresentações em escolas de música, teatros e casas noturnas de São Paulo e cidades próximas, sempre com o intuito de divulgar a música brasileira de uma maneira didática – explicando os seus diversos gêneros – e num corpo instrumental no qual forma (instrumentação) e conteúdo (música popular brasileira) se completam.

Objetivos: O objetivo do projeto é a realização de uma programação de 6 shows didáticos com a Orquestra Popular Brasileira no intuito de divulgar o repertório de compositores brasileiros novos e consagrados, entre eles, Tom Jobim, Zéquinha de Abreu, Luiz Gonzaga, Pixinguinha, Waldir Azevedo e Noel Rosa, em arranjos para a formação instrumental da Orquestra elaborados pelo guitarrista e arranjador Paulo Tiné e convidados.

Justificativa: São duas as justificativas para a proposição deste projeto: A primeira refere-se à necessidade de divulgação da música brasileira em seus diversos gêneros (choro, frevo, maracatu, baião, valsa, etc.), especialmente de novos compositores, além dos já consagrados pelo público e crítica, retratando o amplo leque que constitui a diversidade musical brasileira. A segunda diz respeito à Orquestra Popular Brasileira, grupo já atuante no meio musical que acumula aproximadamente 25 apresentações nos últimos dois anos e esbarra freqüentemente na falta de recursos para a manutenção de suas atividades. Este projeto visa trazer recursos para manter os músicos hoje presentes no conjunto, além de trazer novos arranjadores e compositores e ampliar o alcance das realizações, hoje limitadas pelos recursos disponíveis até então.

Estratégias de Ação (Memorial Descritivo): EQUIPAMENTOS PRÓPRIOS DA ORQUESTRA: Instrumentos: • 2 flautas • 2 clarinetes • trompete • trombone • 2 saxofones • violão • violão de 7 cordas • cavaquinho • bandolim • contrabaixo acústico • bateria • sanfona • percussão. Sonorização: • 5 amplificadores • 4 microfones Demais equipamentos: • estantes para partituras. PREPARAÇÃO DO REPERTÓRIO: • 4 ensaios mensais (1 ensaio semanal) com duração de 2h cada – total de 8h de ensaios/mês Parceria para cessão do local dos ensaios: • Faculdade de Música “Alcantara Machado” – UniFIAMFAAM R. Beneficência Portuguesa, 29 – Centro – São Paulo/SP SHOWS: Total de 9 (nove) shows, sendo 6 (seis) dentro da programação descrita no orçamento e 3 (três) outros, sem custos adicionais ao projeto, destinados a atender ao público da região central de São Paulo que não tem acesso aos teatros pré-definidos para a programação normal. Os espaços listados abaixo incluem teatros da capital e da Grande São Paulo. Teatros: 1. Teatro São Pedro – São Paulo 2. Teatro São Bento – São Paulo 3. Teatro Municipal de Santo André – Santo André 4. Teatro Santos Dumont – São Caetano do Sul 5. Teatro Cacilda Becker – São Bernardo do Campo 6. Teatro Municipal de Osasco – Osasco Espaços da região central da capital: 1.Hospital Santa Helena 2.Galeria Olido: espaço cultural inaugurado em 2004 com apresentações de grupos teatrais, bandas alternativas e consagradas, orquestras e diretores de cinema. 3. Pátio do Colégio: local onde foram instalados os primeiros cursos de filosofia, teologia e artes e uma biblioteca pelo jesuítas em 1653, ocupando uma área de 1.1502,52 m2. Complexo Pátio do Colégio - museu Padre Anchieta, o auditório Manoel da Nóbrega, a Galeria Tenerife, a praça Ilhas Canárias, a Capela Beato José de Anchieta, a Cripta Tibiriçá e a Biblioteca. Integrantes da Orquestra Popular Brasileira: 2 flautas – Milena Miotto e Eduardo Barthz 2 clarinetes – Nayane Nataly e Alexandre Ribs trompete – Danilo de Oliveira trombone – Marcos Corrêa 2 saxofones – Cássio Ferreira (Alto) e Leandro Dias (tenor e soprano) violão – Ivan Barasnevicius violão de 7 cordas – Luis Panini cavaquinho – Roberto Lima bandolim – Fábio Talarico contrabaixo acústico – Igor Pimenta bateria – Alexandre Lora Las Casas sanfona – Vicente Brauer percussão – Leo Rodrigues REPERTÓRIO DA ORQUESTRA: •Sabe lá que é isso (João Santiago) Arr: Duda do Recife •Madeira que Cupim não Rói (Capiba) Arr.: Duda do Recife •Evocação No1 (Nelson Ferreira) Arr.: Guedes Peixoto •Lamentos do Morro (Garoto) Arr.: Paulo Tiné •Maracatú/ Morô Omin Má (Egberto Gismonti/ Domínio Publico) Arr.: Paulo Tiné •Valsa Brasileira (Edu Lobo/ Chico Buarque) Arr.: Paulo Tiné. •Unborn Choro (Felipe Salles) •Amanheceu (Itamar Vidal) •Quebra Pedra (Tom Jobim) Arr.: Paulo Tiné •Naquele Tempo (Pixinguinha) Arr.: Paulo Tiné •Chiquinha Gonzaga - Corta Jaca – (Radamés Gnattalli). Arr.: Paulo Tiné. •Assanhado (Jacob do Bandolim). Arr. Paulo Tiné •Valsa Triste de Maria (Igor Pimenta) •Salve, Copinha (Hermeto Pascoal) Arr.: Paulo Tiné. •Terceiro Dia (José Menezes)

Data de Início estimado: 05/2006 e de Término estimado: 12/2006

Plano de distribuição de Produtos Culturais: Os ingressos para os shows, a serem realizados nos teatros listados abaixo de 1 a 6, serão distribuídos gratuitamente em escolas públicas de 2º grau e Centros Comunitários próximos à região do teatro em que será realizado o show. Para o Hospital Santa Helena, a Galeria Olido e o Pátio do Colégio não haverá ingressos, mas uma ampla divulgação mediante flyers e cartazes afixados em locais estratégicos, além da inserção da chamada do evento nas agendas culturais de São Paulo. 1. Teatro São Pedro – São Paulo 646 lugares 2. Teatro São Bento – São Paulo 272 lugares 3. Teatro Municipal de Santo André – Santo André 475 lugares 4. Teatro Santos Dumont – São Caetano do Sul 344 lugares 5. Teatro Cacilda Becker – São Bernardo do Campo 216 lugares 6. Teatro Municipal de Osasco – Osasco 410 lugares Hospital Santa Helena público estimado: 200 pessoas Galeria Olido público estimado: 200 pessoas Pátio do Colégio público estimado: 200 pessoas -Público Total Estimado: 2963 pessoas -Classe Social: B e C -Faixa Etária: preferencialmente jovens e adultos -Localização Geográfica: Região Central da Cidade de São Paulo, Osasco e Região do Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul).

26

Page 27: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

Plano de Divulgação e Comunicação: CONTRAPARTIDA INSTITUICIONAL: A logomarca da PETROBRÁS estará presente em todo o material impresso e digital. MARCAS: -PETROBRÁS – Patrocinador -Uni FIAMFAAM – Apoio Cultural VEICULAÇÃO EM MÍDIA IMPRESSA: -Agenda Cultural da Prefeitura da Cidade de Santo André -Agenda Cultural da Prefeitura da Cidade de São Bernardo do Campo -Agenda Cultural da Prefeitura da Cidade de São Caetano do Sul -Agenda Cultural da Prefeitura da Cidade de Osasco -Revista CONCERTO – São Paulo VEICULAÇÃO EM MÍDIA DIGITAL: Chamadas em sites: -Uni FIAMFAAM – Centro Universitário: <http://www.fiamfaam.br> -Uni FMU: <http://www.fmu.br> -Organização Não Governamental: <http://www.wooz.org.br> -Teatro São Pedro: <http://www.teatrosaopedro.rs.gov.br> -Teatro Municipal de Santo André: <http://www.santoandre.sp.gov.br > -Teatro Municipal de Osasco: <http://www.osasco.com.br/teatro.php> -Teatro Santos Dumont: <http://www.fascs.com.br> -Teatro São Bento: <http://www.mosteiro.org.br/Faculdade/agenda.htm> MATERIAIS GRÁFICOS: -Cartazes: 180 unidades, 4x4 cores, papel couchê 180 gramas, a serem distribuídos em locais estratégicos; -Convites-flyer: 9000 unidades, 2x0 cores, papel couchê 120 gramas, a serem distribuídos gratuitamente em escolas públicas de 2º grau e Centros Comunitários próximos à região do teatro em que será realizado o show. CONTRAPARTIDA COMPENSATÓRIA: O projeto prevê a realização de 3 (três) shows destinados a permitir acesso gratuito para o público-alvo prioritário da região central da Cidade de São Paulo e proximidades. -HOSPITAL SANTA HELENA: público estimado de 200 pessoas, portadores de doenças e idosos, além da comunidade local e visitantes ocasionais; -GALERIA OLIDO: público estimado de 200 pessoas, moradores e trabalhadores da região central da capital, além de visitantes e freqüentadores do espaço; -PÁTIO DO COLÉGIO: público estimado de 200 pessoas, moradores e trabalhadores da região central da capital, além de visitantes e freqüentadores do espaço.

Equipe Técnica

Nome

Função no Projeto Experiência Profissional Formação

Rogério Zaghi Produção Executiva

Sócio-fundador da OSCIP "WOOZ - Arte e Cultura"; Produtor Executivo do "Trilhas Sonoras - Departamento de Eventos do FIAMFAAM - Centro Universitário"

Pianista graduado pela FAAM, Mestre em Artes pela UNICAMP, Produtor Musical da Oscip WOOZ

Paulo Tiné Preparação do repertório; Regência; Direção Musical

Arranjador, guitarrista, compositor e professor. Guitarrista e arranjador da Big Band do maestro Roberto Sion. Guitarrista e compositor do grupo instrumental “Ludi & Tiné Quarteto”, com o qual lançou o CD “Vento Leste”. Duas composições gravadas pelo Quarteto de Violões Quaternaglia no CD “Presença” (Paulus). Professor de guitarra e harmonia da FAAM – Faculdade de Artes Alcântara Machado e harmonia, arranjo e improvisação da Faculdade Santa Marcelina.

Bacharel em Regência pela USP (ECA), Mestre em Artes pela USP (ECA), Doutorando em Artes Musicologia pela USP (ECA)

Projeto Aprovado na Lei Rouanet? Não

Este Projeto foi inscrito em seleções anteriores do PROGRAMA PETROBRAS CULTURAL? Sim

O interlocutor escolhido foi: Proponente

Orçamento: Valores em R$

a)PRÉ-PRODUÇÃO/PREPARAÇÃO R$ 2.760,00

b)PRODUÇÃO/EXECUÇÃO R$ 25.260,00

c)DIVULGAÇÃO/COMERCIALIZAÇÃO R$ 2.140,00

d)CUSTOS ADMINISTRATIVOS R$ 1.800,00

e)IMPOSTOS/SEGUROS R$ 7.240,00

f)ELABORAÇÃO R$ 600,00

g)AGENCIAMENTO R$ 0,00

Valor total do projeto R$ 39.800,00

Valor solicitado à Petrobras R$ 39.800,00

Abrangência

São Paulo

INFORMAÇÕES DO PROPONENTE - PESSOA FÍSICA

Nome: Milena Miotto

CPF: 15477329890

Identidade: 228502354 Órgão Expedidor: SSP

Nacionalidade: brasileira

Data de Nascimento: 12/05/1973

27

Page 28: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

Sexo: Feminino

Endereço: Av. Pompéia, 2965

Estado: SP

Município: Piracicaba

CEP: 13425620

Telefone: 019 34262713

Celular: 011 71685351

FAX: null null

E-mail: [email protected]

Currículo: Formada em flauta transversal pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul, é também Bacharel em Flauta pela FAAM – Faculdade de Artes Alcântara Machado, sob orientação do flautista Marcos Kiehl. Foi professora por dois anos de musicalização infantil em projetos da Prefeitura de São Caetano do Sul para EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) e EMI (Escola Municipal Integral) e atualmente leciona em cursos livres de música. Atua como flautista em diversos grupos musicais, entre os quais destacam-se a Orquestre Popular Brasileira e a Big Band da Santa, ambas instaladas em cursos universitários de música. Desde 2005, atua como produtora musical da Orquestra Popular Brasileira, coordenando sua programação anual de shows pelo Estado de São Paulo. Na área acadêmica, tenciona cursar a Pós-Graduação em Música, pela UNICAMP.

INFORMAÇÕES DO COORDENADOR TÉCNICO (preencher somente se NÃO for o próprio proponente)

Sexo: Feminino

Telefone: null null

Celular: null null

FAX: null null

INFORMAÇÕES DO BENEFICIÁRIO - PESSOA FÍSICA

Nome: Paulo Tiné

CPF: 15701623874

Identidade: 179243548 Órgão Expedidor: SSP-SP

Sexo: Masculino

Endereço: R. Aracajú, 174 - apto. 113

Estado: SP

Município: São Paulo

CEP: 01240030

Telefone: 011 36611618

Celular: 011 92114606

FAX: null null

E-mail: [email protected]

Currículo: Arranjador, guitarrista, compositor e professor, é Doutorando em Artes na área de Musicologia pela ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes - Universidade de São Paulo). Foi guitarrista e arranjador da Big Band do maestro Roberto Sion entre os anos de 1993 e 1998. Atuou, entre 1994 e 1999, como guitarrista e compositor de seu próprio grupo instrumental “Ludi & Tiné Quarteto”, com o qual lançou o CD “Vento Leste” em 1997. Em 2004 teve duas composições gravadas pelo Quarteto de Violões Quaternaglia: “Presença” e “Noite Escura”, no CD intitulado “Presença” e lançado pela gravadora Paulus. É professor de guitarra e harmonia da FAAM – Faculdade de Artes Alcântara Machado desde 2000, e leciona harmonia, arranjo e improvisação na Faculdade Santa Marcelina desde 1995.

28

Page 29: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

b)  FORMULÁRIO  PARA  APRESENTAÇÃO  DE  PRPOJETOS  PARA  LEI ROUANET 

 

MECENATO

Formulários para Apresentação de Projetos

Atenção! Consulte o Manual de instruções do Mecenato preenchimento dos formulários.

29

para o

Page 30: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

SOLICITAÇÃO DE APOIO A PROJETOS MECANISMO DE APOIO

X MECENATO

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título:

Área(*): Segmento(*):

Modalidade(*): Endereço na Internet:

O projeto refere-se à Cultura Negra A iniciativa de realização é no exterior do país

Patrimônio Histórico tombado pelo IPHAN

Localidade:

2. IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE

De Direito Público

Esfera administrativa Federal Estadual Municipal

Administração: Direta Indireta

De direito privado sem fins lucrativos de natureza cultural

De direito privado com fins lucrativos de natureza cultural Entidade: CNPJ:

Endereço:

Município: UF: CEP:

Telefone: ( ) Fax:( ) Endereço Eletrônico(E-mail):

Dirigente: C.P.F

C.I Órgão Expedidor: Cargo:

Matrícula: Função:

Endereço residencial:

P E S S O A J U R Í D I C A

Cidade: UF: CEP:

Nome:

C.P.F.:

C.I Órgão Expedidor:

Endereço:

Cidade:

UF:

CEP:

P E S S O A F Í S I C A

Telefone:

Fax:( ) Endereço Eletrônico(E-mail):

(*) Ver tabelas I e II de Áreas e Segmentos e Modalidades do Manual de Instruções do Mecenato

30

Page 31: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

3.OBJETIVOS Indique os objetivos do projeto, isto é, o que deseja realizar, inclusive seus resultados

4.JUSTIFICATIVA Informe porque propôs o projeto

5.ESTRATÉGIAS DE AÇÃO (MEMORIAL DESCRITIVO) Enumere e descreva as atividades necessárias para atingir o(s) objetivo(s) desejado(s) e explique como pretende desenvolvê-las .

6 . REALIZAÇÃO DO PROJETO Tiragem: do produto cultural como CD, ,revistas, jornais, vídeos, etc. Plano de distribuição do produto cultural

Período de execução (n.º de dias necessários para realização)

Duração em minutos (quando for produção audiovisual)

Datas: Início Término

Estimativa de público alvo: (camadas da população/ quantos / faixa etária)

N.º do ato de tombamento e data (quando o bem for tombado)

31

Page 32: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

7. Orçamento físico-financeiro - detalhe aqui os itens de despesa necessários à execução do projeto, dando as especificações técnicas necessárias

Prazo de duração 1- etapas/

fases 2- Descrição das etapas/fases

3- Quantidade

4- Unidade 5- Quantidade de unidades

6- Valor Unitário

7- Total da linha

8- Total 9- Início

10-Término

numere as

etapas/ fases

Indique o item ou serviço que será contratado/utilizado

Indique a quantidade

de cada item da coluna 2

Indique a unidade de medida de cada item da

coluna 3

Indique a quantidade de

unidade de medida descrita

na coluna 4

Indique o preço de cada

unidade de despesa

coluna 3 X

coluna 5 X

coluna 6

Indique a soma dos totais da coluna 7

Previsão de início e término da fase

1 PRÉ-PRODUÇÃO/PREPARAÇÃO

TOTAL DE PRÉ-PRODUÇÃO/PREPARAÇÃO

2 PRODUÇÃO/EXECUÇÃO

TOTAL DE PRODUÇÃO/EXECUÇÃO

3 DIVULGAÇÃO/COMERCIALIZAÇÃO

TOTAL DE DIVULGAÇÃO/COMERCIALIZAÇÃO

4 CUSTOS ADMINISTRATIVOS

TOTAL DE CUSTOS ADMINISTRATIVOS

5 IMPOSTOS/RECOLHIMENTOS

TOTAL DE IMPOSTOS/RECOLHIMENTOS

6 ELABORAÇÃO/AGENCIAMENTO

TOTAL DE ELABORAÇÃO E AGENCIAMENTO

TOTAL DO PROJETO (somatório de 1 a 6)

32

Page 33: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

8. RESUMO DAS FONTES DE FINANCIAMENTO

FONTES VALOR (R$)

Mecenato (Lei 8.313/91)

Audiovisual (Leio 8.685/93)

Recursos Orçamentários (Inclusive FNC)

Leis estaduais de incentivo

Leis municipais de incentivo

Outras fontes(inclusive contrapartida

TOTAL

9 . RESUMO GERAL DO ORÇAMENTO (Preencher de acordo com o que foi descrito nas planilhas)

ATIVIDADE DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES CUSTO POR ATIVIDADE

1 PRÉ-PRODUÇÃO/PREPARAÇÃO

2 PRODUÇÃO/EXECUÇÃO

3 DIVULGAÇÃO/COMERCIALIZAÇÃO

4 CUSTOS ADMINISTRATIVOS

5 IMPOSTOS /SEGUROS

6 ELABORAÇÃO/AGENCIAMENTO

VALOR DO PROJETO:(R$)

10 . DECLARAÇÕES OBRIGATÓRIAS

M E

C E

N

A T

O

Declaro, nos termos do art. 2º do Decreto nº 83.936, de 06/09/97 que: - as informações aqui prestadas, tanto no projeto como em seus anexos, são de minha inteira

responsabilidade e podem, a qualquer momento, ser comprovadas; - caso o apoio se concretize, a movimentação dos recursos somente poderá ocorrer quando a captação

alcançar, no mínimo, 20% do orçamento total, e que deverei solicitar previamente autorização do Ministério da Cultura;

- estou ciente da obrigatoriedade de fazer constar o crédito à Lei Federal de Incentivo a Cultura, nas peças promocionais, no produto final ou serviço, conforme modelo definido pelo manual de identidade visual do Ministério da Cultura, obedecidos os critérios estabelecidos pela Portaria nº 219 de 04/12/97 e, também, que o não cumprimento deste dispositivo implicará minha inadimplência junto ao PRONAC, por um período de 12 meses;

- estou ciente de que devo estar quites com a União, inclusive com as contribuições de que tratam os art. 195 (INSS) e 239 (PIS/PASEP) da Constituição Federal, e com o FGTS, para poder me beneficiar da lei de incentivos fiscais;

- qualquer inexatidão nas declarações anteriores implicará o arquivamento do processo e que estarei sujeito às penalidades previstas no Código Penal Brasileiro, sem prejuízo de outras medidas administrativas e legais cabíveis.

11 . TERMO DE RESPONSABILIDADE

P A R A T O D O

S

O S

C A S O S

Estou ciente que são de minha inteira responsabilidade as informações contidas no presente formulário relativo ao meu projeto cultural, e que ao apresentá-lo este deve ser acompanhado dos documentos básicos e dos específicos de cada área, sem os quais a análise e a tramitação do projeto ficarão prejudicadas por minha exclusiva responsabilidade. Local/data: São Paulo, 30 de setembro de 2005 Nome do proponente: Milena Miotto Assinatura do Proponente: __________________________________________________

33

Page 34: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

PLANO BÁSICO DE DIVULGAÇÃO Comprometo-me a fazer constar a logomarca do Ministério da Cultura em todos os produtos, peças gráficas e de propaganda referentes á mídia e divulgação do projeto supracitado, de acordo com o que determina a Port/MinC/219/97 e conforme abaixo especificado NOME DO PROJETO: ____________________________________________________________________________________ Peça de Divulgação/Veículo Tamanho/Duração Formato da Logomarca Posição da Logomarca (indique a peça gráfica ou veículo de

comunicação utilizada para divulgação)

(indique as dimensões da peça gráfica ou a duração no caso de

peças audiovisuais)

(indique o formato da logomarca que será utilizada de acordo com o Manual De

Identidade Visual do Ministério da Cultura)

(indique o local onde será inserida a Logomarca do Ministério da Cultura, de acordo com o disposto na

Portaria/MinC/219/97)

DATA: _____ /_____ /_____

ASSINATURA:

PLANO DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS

Nome do Evento/Produto Nº de

Exemplares/ Ingressos Patrocinador Outros (*) Venda

Normal Venda

Promocional

Preço Normal

Preço Promocional

Venda Normal

Venda Promocional

(*) Especifique aqui o público-alvo a ser beneficiado com a distribuição gratuita:

Receita total Prevista(R$) (venda normal + venda promocional)

Local/Data : Assinatura do Proponente

34

Page 35: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

MODELO DE ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA

Para projetos que envolvam intervenção em imóveis de terceiros (tombados), utilize o modelo a seguir:

ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA QUE ENTRE SI CELEBRAM O (Proprietário do imóvel) .............................................. E O (Proponente do projeto de reforma do imóvel) .............................................. , COM VISTAS À EXECUÇÃO DE ................................................... .....................................

Os Acordantes ora denominados de: I - ACORDANTE (Proprietário do Imóvel) : ......................................................................... sediado à ..................................................., inscrito no CNPJ ou CPF nº .................................., podendo ser representado neste ato por seu Representante Legal ................................................................................ , residente e domiciliado na rua ...................................................... , inscrito no CPF nº ..................................... II - ACORDADO (Proponente do Projeto) : ................................................. , Sociedade Civil sem Fins Lucrativos, por seu representante legal, Sr. ......................................................... , resolvem celebrar o presente Acordo de Cooperação, que será regido pelas Cláusulas e condições que seguem:

CLÁUSULA PRIMEIRA - DO OBJETO Constitui-se objeto do presente Acordo de Cooperação a elaboração, captação e execução do projeto relativo ao Processo de nº ..........................., PRONAC nº ............. , apresentado ao Ministério da Cultura, visando ..........................................................................................

CLÁUSULA SEGUNDA - DO IMÓVEL DESCRIÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO

......................................................................................................................................

................................................................

CLÁUSULA TERCEIRA - DA APROVAÇÃO DO PROJETO Neste ato o Proprietário aprova o projeto elaborado pelo presente Acordo e autoriza a sua apresentação ao Ministério da Cultura de acordo com o objeto do presente Acordo. (OBS.: colocar assinatura do ACORDANTE no projeto a ser apresentado).

CLÁUSULA QUARTA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES As atribuições e responsabilidades inerentes ao pleno cumprimento do objeto do presente Protocolo de Cooperação, são as seguintes: I - DO ACORDANTE: a) Acompanhar a elaboração do projeto de preservação; b) acompanhar e zelar pela boa aplicação dos recursos captados para execução do projeto; c) aprovar e receber as obras de restauração e adaptação realizadas, mediante Termo de

Recebimento de Obra que trata o PRONAC nº ................... SUBCLÁUSULA ÚNICA. O ACORDANTE fica solidariamente responsável pelas obrigações estabelecidas neste Termo, ao ACORDADO, observando-se que a obrigação imposta ao ACORDADO, exaure-se com a aprovação na forma da legislação complementar e correlata. II - DO ACORDADO: a) Coordenar a elaboração e a execução dos projetos arquitetônicos, técnicos e

complementares, e os correspondentes projetos de incentivos fiscais, sempre de comum acordo com o (Proprietário do Imóvel)............................................. ;

b) colocar à disposição de sua equipe técnica, em especial para a elaboração e a execução dos projetos arquitetônicos, técnicos e fiscais, promovendo, ainda sua aprovação pelo Ministério da Cultura, para fins dos incentivos fiscais instituídos pela Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, bem como perante os demais órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio cultural, a Prefeitura Municipal e as concessionárias de serviços públicos desde já devidamente autorização pelo proprietário do imóvel;

35

Page 36: Apostila de PRODUÇÃO MUSICAL.pdf

c) selecionar e contratar, com aprovação prévia do proprietário do imóvel, os consultores especializados que colaborarão com a equipe própria na elaboração e execução dos projetos arquitetônicos, técnicos e complementares, respondendo pelos relatórios de acompanhamento e pelas correspondentes prestações de contas definidas na Lei de Incentivos Fiscais;

d) administrar e aplicar, sob supervisão do proprietário do imóvel, os recursos financeiros provenientes dos incentivos fiscais alocados ao custeio da elaboração e a execução dos projetos arquitetônicos, técnicos e complementares, bem como recolher os impostos e taxas inerentes aos trabalhos que serão realizados, e prestar contas dos recursos postos sob sua administração conforme definido nas Leis de Incentivos Fiscais.

CLÁUSULA QUINTA - DOS BENS REMANESCENTES

Os bens doados, e que em razão deste Acordo tenham sido adquiridos ou produzidos, ficam automaticamente incorporados ao patrimônio, sendo obrigatória a sua preservação pelo Proprietário.

CLÁUSULA SEXTA - DA VIGÊNCIA O presente Acordo vigorará até a aprovação final da prestação de contas.

CLÁUSULA SÉTIMA - DA ALTERAÇÃO Qualquer alteração no presente Acordo somente será válida se previamente submetida à aprovação do Ministério da Cultura.

CLÁUSULA OITAVA - DO ENQUADRAMENTO LEGAL O presente Acordo de Cooperação Técnica é celebrado com base no parágrafo único do artigo 28 da Lei nº 8.313, de 1991.

CLÁUSULA NONA - DOS CASOS OMISSOS Os casos omissos serão resolvidos de comum acordo entre as partes com anuência do Ministério da Cultura, inclusive aqueles relativos a alteração das partes Acordantes em face de previsão legal.

CLÁUSULA DÉCIMA - DO FORO Fica eleito o Foro da Justiça Federal do Distrito Federal para dirimir eventuais questões judiciais oriundas da execução deste Acordo, que não puderem ser resolvidas nos termos da Cláusula Nona renunciando as partes signatárias a qualquer outro, por mais privilegiado que seja. E assim, por estarem de pleno acordo e ajustados, depois de lido e achado conforme o presente Acordo, vai a seguir assinado pelos representantes das partes, na presença das testemunhas abaixo, dele se extraindo as cópias necessárias de igual teor e forma, para publicação e execução.

Brasília, ........ de...................... de 200....

________________________ _________________________ ACORDANTE ACORDADO Testemunhas: 1ª - NOME:____________________________ CPF nº____________________________ 2ª - NOME:____________________________ CPF nº____________________________

36