Apostila de Suínocultura parte_01

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    1.Origem e histria

    Os sunos foram domesticados primeiramente na China, por volta de 4.900 a. C.

    Todas as raas conhecidas so descendentes de dois grandes grandes grupos:

    Raas clticas (Sus scrofa) -: Originario do Javali EuropeuOrelha cada

    Ex: Landrace

    Raas asiticas (Sus vittatus) -: Originrio ao Javali AsiticoOrelha elevada

    Ex: Large White

    Raas ibricas (Sus mediterrneus) -: Cruzamento dos doisOrelha intermediria

    Ex: Duroc

    Os sunos chegaram na Amrica em 1493, trazidos por Cristvo Colombo e no

    Brasil em 1532, trazidos por Martin Afonso de Souza, estabelecendo-se em So Vicente

    (SP). Dentre as principais raas portuguesas, introduzidas pelos colonizadores portugueses

    que participaram da formao das raas nacionais, destacam-se a Alentejana,

    Transtaganada, Galega, Bizarra, Beiroa, Macau e a China. Essas raas cruzaram-se

    desordenadamente e deram origem s raas naturalizadas brasileiras.

    partir do fim do sculo XIX e incio do sculo XX, o Brasil comeou a importao de

    animais. Inicialmente vieram as raas inglesas (Berkshire, Taworth. Large Black e

    Yorkshire) e posteriormente vieram reprodutores Poland Chine e Duroc, somente na

    dcada de 30 e 40 chegaram exemplares de Wessex e Hampshire. E, finalmente na

    dcada de 50 a raa a Landrace foi introduzida.

    Nos ltimos vinte anos o Brasil foi alvo de ateno por parte dos grandes empresas

    de melhoramento gentico de sunos. Atualmente mais de 10 empresas multinacionais

    atuam no mercado de vendas de reprodutores melhorados (macho e fmeas).

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    1. Classificao do suno

    1.1. Classificao zoolgica

    - Classe: mamferos

    - Super ordem: ungulados (dedos providos de cascos)

    - Ordem: artiodctilos (nmero par de dedos)

    - Famlia: sudeos (Suidae).

    - Sub-familia: sunos (Suinae)

    - Gnero: sus

    - Espcie: Sus scrofa

    Sus vittatus

    Sus mediterraneus

    1.2. Classificao quanto s dimenses e direo das orelhas

    A classificao dos sunos quanto s dimenses e direo das orelhas, constitui

    um mtodo de grande simplicidade facilmente compreensvel pelo criador. Por este sistema

    os sunos so divididos em 3 tipos: asitico, cltico e ibrico.

    1.2.1. Tipo asitico

    Apresenta orelha curta, pontiaguda, rgida, levantada com concavidade dirigida para

    frente.

    1.2.2. Tipo ibrico

    Apresenta orelha mediana, com aproximadamente 15cm de comprimento, dirigidas

    para frente, protegendo os olhos.

    1.2.3. Tipo cltico

    Apresenta orelha grande e pendente que, nos animiais adultos atingem 25 a 30 cm,

    cobrindo os olhos e muitas vezes dificultando a viso.

    1.3. Classificao quanto ao perfil ceflico

    Este mtodo baseia-se nas propores da linha fronto-nasal, entretanto, este sem

    valor quando estes so jovens (3 meses), visto que as alteraes ceflicas s se observam

    aps esta idade.

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    1.3.1 Perfil retilneo

    Corresponde ao Javali, seu ancestral. No observa-se depresso na linha fronto-

    nasal, considerados de perfil reto.

    1.3.2. Perfil concavilneo

    Apresenta uma cabea forte e larga, focinho grosso, com uma forte depresso

    fronto-nasal.

    1 3.3. Perfil ultraconcaviiineo

    Apresenta uma cabea larga e curta, com forte depresso da linha fronto-nasal.

    Observa-se neste tipo um acentuado prognatismo.

    1.4. Raas

    Entende-se por raa, um conjunto de animais com caractersticas; ou uma populao

    de animais que difere daquelas de outras populaes, dentro da mesma espcie, com

    relao a certos caracteres geneticamente definidos.

    As raas de animais domsticos tem sido desenvolvidas e controladas pelo homem,

    apresentando caractersticas de origem quantitativa e qualitativa.

    1.4.1. Raas Puras Estrangeiras

    a) Meishan

    Raa originria da China, da regio dos vales do Lago Taihu, uma regio de clima

    temperado. Tem como caracterstica principal uma excepcional prolificidade, a raa

    mais prolfica do mundo. As fmeas atingem a puberdade entre 2,5 a 3 meses de idade e

    tem em mdia leitegadas de 15 a 17 leites. So muito resistentes a doenas e de

    grande capacidade maternal, e uma enorme produo de leite. Porm so de

    crescimento lento e muito gordas.

    b) Large white

    Originrio do condado de York e adjacncias, na Inglaterra; sendo tambm

    conhecido como Yorkshire. uma raa excelente quanto prolificidade sendo suas fmeas

    boas leiteiras e excelentes mes; possuem grande desenvolvimento se adaptando a

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    qualquer tipo de criao; tem boa capacidade de ganho de peso, rpido crescimento e boa

    converso alimentar.

    A raa Large White possue pelagem branca, cabea moderadamente longa, orelhas

    grandes e eretas do tipo asitico. So animais longos, cheios e profundos at os jarretes.

    Possuem lombos compridos mas com menor rea de olho de lombo do que a raa

    Landrace.

    c) Landrace

    Originria da Dinamarca onde foi selecionada e depois difundida para Europa e EUA.

    Houve poca em que a Dinamarca proibiu suas exportaes, existindo apenas exemplares

    em alguns pases. Os exemplares que existiam no Brasil chegaram em 1955 e eram

    originados da Sucia. Somente em 1973, a Dinamarca liberou suas exportaes, chegando

    seus primeiros exemplares ao Brasil para o criador Luftalla, em So Paulo. Trata-se de uma

    raa altamente prolfera, precoce e produtiva. Os animais dessa raa tem excelente

    conformao, as fmeas com tima produo leiteira, boa converso alimentar, comprimento

    de corpo excelente e produo de carcaas com pouca porcentagem de gordura. Esta raa

    conhecida por produzirem grandes ninhadas e pelas suas qualidades maternais.

    A raa Landrace possui pelagem totalmente branca, orelhas clticas ou cadas,

    cabea moderadamente comprida, lombo comprido e reto, garupa larga e comprida,

    costelas bem arqueadas barriga plana com excelente aparelho mamrio, pernis amplos e

    cheios e a pele fina e solta.

    d) Duroc

    originria dos Estados Unidos; surgiu de uma mistura de vrios porcos vermelhos

    da regio de Nova York, Massachussets e Connecticut. Em princpio, a raa era chamada de

    Duroc Jersey, nome que derivou da combinao de duas das mais populares linhagens da

    poca, a Jersey Vermelha e a Duroc.

    uma raa rstica, muito adaptada s nossas condies tropicais e tambm a

    qualquer tipo de cruzamento e sistema de criao. Distingue-se pela grande precocidade ,

    rusticidade e fecundidade. Possuem boa carcaa, velocidade de ganho de peso e excelente

    converso alimentar.

    As fmeas geralmente no so boas mes por serem estouvadas e terem com

    freqncia problemas de tetos cegos ou invertidos e pouca produo leiteira. Por esse

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    motivo, no so muito usadas em cruzamentos. A raa Duroc considerada como raa pai.

    A raa Duroc de pelagem vermelha, podendo apresentar variaes de vermelho

    escuro e vermelho alaranjado. Possui a cabea pequena em proporo ao tamanho do

    corpo, orelhas mdias ao tipo ibricas, moderadamente finas, pontiagudas, nitidamente

    implantadas na cabea e pescoo curto e profundo.

    O antigo porco Duroc, grande produtor de banha e toucinho, transformou-se

    gradativamente num tipo intermedirio para carne e toucinho, e mais recentemente seus

    criadores vem se esforando para diminuir cada vez mais a manta de toucinho, para

    transformar-lo num animal tipo carne, mais alto comprido e delgado. Acreditam alguns,

    contudo, que o excesso de refinamento prejudicaria suas qualidade mais valiosas, que so

    vigor e rusticidade.

    e) Hampshire

    originria do condado de Boone, Kentucky; derivada de porcos ingleses do

    Hampshire, introduzidos em 1825. O iniciador da raa foi o major Joel Garmett, tornando-se

    conhecida a partir de 1893, quando se estabeleceu seu registro.

    No Brasl essa raa adaptou-se bem, sendo introduzida no Rio Grande do Sul na

    dcada de 1950. chamado o Porco Norte-Americano Cintado de Branco, pois sua

    caracterstica mais marcante a faixa branca na regio da escpula que se extende at a

    pata dianteira. Pode haver confuso entre Hampshire, Wessex e Essex que so trs raas

    diferentes independentes, mas com pelagens semelhantes.

    No Brasil a faixa branca no estvel, devido ao clima quente e tropical, h forte

    tendncia ao aparecimento de animais negros ou com faixa reduzida. Isto antes de constituir

    uma degenerao, corresponde a uma adaptao do animal ao meio.

    Os animais da raa Hampshire possuem orelhas eretas levemente inclinadas para

    cima e para fora, do tipo asitico.

    So animais de tamanho mdio, vigorosos, ativos e dceis, sendo excelentes mes,

    mas em cruzamentos so indicado para macho (raa pai). Possue boa carcaa, devido a

    grande quantidade de carne magra, com uma produo mnima de carnes de segunda

    categoria; adaptam-se bem aos regimes de semi-confinamento e confinamento. No tem o

    couro duro como os sunos comuns e so animais de grande beleza.

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    f) Pietran

    originria da Blgica, do cruzamento de sunos Berkshire e Taworth, possuem

    pelagem malhada de branco e preto. Caracteriza-se por possuir orelhas mdias, eretas do

    tipo asitico.

    Conhecida como a raa dos quatro pernis, por possuem uma excelente massa

    muscular no quarto dianteiro. Possuem baixa velocidade de ganho de peso e do a

    impresso de ser um porco gordo devido a sua conformao curta e rechonchuda (com

    membros curtos). Quase sempre apresentam problemas cardacos, sendo o maior limitante

    desta raa. Freqentemente perde-se reprodutores em acasalamento nas horas quentes dos

    dias.

    A qualidade de sua carne tambm no considerada boa, sendo do tipo PSE (Palid=

    plida, Soft=mole, Exsudative= exsudativa).

    g) Berkshire

    A raa originria da Inglaterra, do condado de Berkshire e Wiltshire, vindo de

    cruzamentos de porcos chineses, clticos e napolitanos. Possuem colorao preta, com

    pata, focinho e ponta da cauda brancos. As orelhas so eretas do tipo asiticas.

    So animais rsticos e prolferos, adaptando-se bem a qualquer regime de

    explorao, apresentando carne de boa qualidade.

    h) Poland China

    originria de Ohio, dos condados de Buther e Warren. Entraram em sua formao

    porcos de vrias origens, principalmente animais procedentes da Polnia, porcos chineses e,

    provavelmente, a raa Berkshire. So animais prolferos, precoces e poucos rsticos,

    produzindo facilmente carcaas gordurosas. No Brasil foi quase extinta devido falta de

    importao.

    i) Taworth

    orginria da Inglaterra, prximo de Birmingham. uma das raas inglesas mais

    antigas. So animais muito rsticos e prolferos, adaptando-se bem em qualquer tipo de

    criao.

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    1.4.2. Raas Nacionais

    a) Piau

    H indcios de que originou-se na regio compreendida pelo sul de Gois, tringulo

    Mineiro e Oeste de So Paulo, sendo difcil fixar em to vasta regio, o local exato se sua

    origem. A maior concentrao deste grupo gentico est situada na bacia do rio Paranaba,

    comprendendo o sul de Gois e a zona do Tringulo Mineiro, regies onde existem criadores

    antigos, alguns com criao h mais de 35 anos. H Piaus grandes, mdias e pequenos.

    b) Nilo ou canastra

    So porcos de tipo mdio, apresentando a caracterstica de ausncia de cerdas e

    pele de cor preta, com o peso mdio de 100 a 150 quilos. De muita rusticidade, nas

    criaes melhoradas j apresentam bastante precocidade, produzindo bem e rpido

    desenvolvimento.

    O porco Nilo-Castanha apresenta ossatura fina, com musculatura reduzida, porm,

    grande rendimento de gordura. A conformao, em geral deixa a desejar, mas poder ser

    melhorada com a seleo. Pela sua rusticidade, so porcos muito indicados para o sistema

    de criao a campo (em pastoreio) com raes suplementares.

    As fmeas so boas mes, produzindo ninhadas, em mdia de 6 a 8 leites. Estes

    apresentam propenso a produo de muita banha e toucinho.

    c) Pirapetinga

    Os sunos denominados Pirapitinga so muito antigos na Zona da Mata, no estado

    de Minas Gerais. Originou-se, provavelmente, nas fazendas localizadas na bacia do rio

    Pirapitinga, de onde se disseminou pelos municpios vizinhos e no estado de Esprito

    Santo.

    Trata-se de um porco do tipo Asitico, de tamanho mdio de fina ossatura e bom

    comprimento. Tem poucas cerdas (quase pelado), apresentando o couro preto ou arroxeado,

    cabea descarnada, orelhas em p e focinho comprido. So ativos criando-se bem em

    pastoreiro ou em confinamento. O Pirapitinga engorda com grande facilidade, aproveitando

    bem grande variedade de alimentos, sendo timo pastejador. Produz toucinho de excelente

    qualidade e bom rendimento em gordura.

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    d) Caruncho

    um porco pequeno, com peso mdio de 90 a 100 quilos, quando gordo. Tem

    pelagem semelhante a do Piau com manchas pretas em fundo branco-creme ou cor de

    areia. So animais rsticos, pouco exigentes quanto a alimentao, de temperamento

    tranqilo e grandes produtores de gordura

    e) Tatu

    Animais de origem Asitica, proveniente da China ou da Indochina, de porte muito

    reduzido. Tambm conhecida como Macau e no norte do Brasil como Ba. So pequenos

    alcanando o peso mdio, nos adutos, de 70 a 90 quilos, cabea mediana, fronte abaulada

    e larga, focinho curto e reto, orelhas pequenas, estreitas, em p.

    O ventre desenvolvido e pouco musculoso, chegando a arrastar-se no cho nos

    adultos, quando bem gordos. A Pele geralmente muito fina e preta; s vezes, com algumas

    manchas brancas no focinho, nos ps e no corpo.

    So sunos geralmente pelados, mas quando no, as cerdas so muito finas e ralas,

    de cor geralmente preta. So timos produtores de gordura e carne para o suprimento

    caseiro, so ainda, porcos precoces e de pequena prolificidade, produzindo cerca de 6 a 8

    leites, em mdia, por leitegada.

    Na tabela 01 temos um resumo das principais raas estrangeiras de sunos.

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    Tabela 01. Resumo das principais raas estrangeiras de sunos.

    Raa Origem Orelhas Pelagem CaractersticasDuroc EUA Ibricas Vermelha -Rstica

    -Precoce- Prolfera- tima C. A.-Boa carcaa-Boa velocidade de ganho de peso-Raa pai

    Landrace Dinamarca Cltica Branca -Prolfera-Precoce-Produz carne magra-Animal comprido-Boa aptido maerna-Bom rendimento de pernil-Tendncias a problemas de casco-Tendncias a problemas de aprumos

    Large White

    Inglaterra Asitica Branca -Rstica-Prolfera-tima produtividade-animais longos-boa produo de leite-bom rendimeno de pernil

    Hampshire EUA Asiica Faixada -Animais vigorosos e aivoss-Animais dceis-Excelente mes-boas carcaas-Animais de grande beleza-Animais curtos-Raa pai

    Wessex Inglaterra Cltica Faixada -Boa aptido materna-animais dceis-animais rsticos prolfera-no possuem boa carcaa

    Pietran Blgica Asitica Oveira -animais com pernil desenvolvido-excelente rea lombar-boa aptido materna-tendncia a problemas cardacos-baixa boa qualidade de carcaa-baixa velocidade de ganho de peso

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    2. Caractersticas dos sunos

    2.1. Dentio

    Os sunos so animais difiodentes, possuem duas denties (leite e permanente):

    Dentio de leite: [12 incisivos + 4 caninos + 16 pr-molares] = 32 dentes

    Dentio permanente: [12 incisivos + 4 caninos + 16 pr-molares + 12 molares] = 44

    dentes.

    Os leites nascem com 8 dentes pontiagudos, que devem ser cortados, nos primeiros

    dias de vida. Completam a dentio apenas com 18 meses. Nos machos adultos, aos 5

    anos, os caninos projetam-se para fora da boca, tornando-se uma arma perigosa.

    2.2. Aparelho digestrio

    Os sunos so animais onvoros e monogstricos com ceco simples, no funcional,

    possuindo estmago com pequena capacidade de armazenamento de alimentos (8 litros) e

    sntese de nutrientes e substncias. Possuem baixa capacidade de digesto de fibra

    (celulose). Como conseqncia, necessitam receber raes balanceadas contendo todos os

    ingredientes exigidos.

    2.3. Aparelho termo-regulador

    Sunos possuem aparelho termo-regulador pouco desenvolvido. So sensveis ao frio

    quando jovens e ao calor quando adultos. Chegam a perder imediatamente ao nescer de 1,7

    a 7,2C. Seu aparelho termo-regulador comea a funcionar dois dias aps o nascimento.

    2.3.1. Fatores que tornam os sunos sensveis ao calor

    -Pequeno nmero de ou nenhuma glndula sudorpara;

    - Produzem gordura nos dois extratos do hipoderma (pele espessa sobre a

    camada de gordura => isolante trmico);

    - Possuem plos agrupados (2 a 4 cerdas sado do mesmo folculo piloso);

    - Principal mecanismo de perda de calor atravs da respirao (morrem

    por asfixia se excitados em horas mais quentes)

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    2.4. Pulsao e freqncia respiratria

    No suno, a pulsao tomada na artria femural e, considerando-se em descanso, o

    nmero de pulsaes por minuto varia de 60 120 pulsaes/minuto.

    A frequencia respiratria obtida pelo nmero de movimentos respiratrios por minuto,

    sendo que a mdia desta em sunos adultos, independente da categoria de 28,5

    respiraes/minuto.

    2.5. Temperatura corporal

    Varia de 38,7 39.8 C, com mdia de 39,2C. mais elevada nos animais jovens com

    aproximadamente + 40.5C. Na tabela 02 pode-se verificar as temperaturas ambientais de

    conforto para diferentes categorias de sunos.

    Tabela 02. Temperaturas ambientais de conforto para diferentes categorias de sunos.

    Temperatura de conforto Temperatura de estresse (C)

    Categoria C Ao frio Ao calor

    Recm nascido

    Leites lactentes

    Porcas lactantes

    30 -32

    28 -30

    12 - 16

    -

    21

    7

    -

    36

    23

    Fonte: Aumaitre (1981)

    Deve-se ainda, observar o comportamento dos animais frente as variaes climticas e

    corrigir-las quando necessrio. Vide fuguras.

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    2.6 Outras caractersticas

    Os sunos possuem olfato desenvolvido, garantindo-lhes uma memria olfativa.

    Possuem longevidade de +l0- anos. Porm, apresentam vida til de 2,5 3 anos (as

    fmeas so eliminadas aps 5 ou 6 parto). A determinao da vida til de matrizes e

    reprodutores depender do histrico de seus ndices zootcnicos.

    Apresentam intervalo de geraes curto (+2,5 anos). Isso possibilita rpido

    melhoramento gentico

    So capazes de entender o tom da voz e so sensveis ao contato humano (tratador)

    2.7. Comportamento dos sunos

    O suno um animal socivel (procura contato com os outros, atravs de sinais sonoros

    e do olfato); a viso tem pouca importncia.

    Apresentam hbitos diurnos (maior atividade em pleno dia), acostumam-se facilmente

    penumbra;

    A umidade provoca nos sunos as dejees. Com isso os dejetos se acumulam nas

    proximidades do bebedouro (importante na hora de projetar as instalaes); alm de

    procuram a gua (lama) para se refrescarem, quando possvel;

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    3. Administrao de uma empresa suincola

    3.1. Fatores gerais

    Fatores que esto fora da interferncia do empresrio ou agricultor.

    a) Custo de produo

    o fator mais importante para a avaliao da empresa porque est relacionado com o

    projeto de venda. importante conhecer os custos de produo e se possvel saber como

    reduzir esses custos, programando coberturas, reduzindo o tempo gasto com o servio de

    limpeza, procurando aumentar a produtividade das porcas. Ex: aumentar o nmero de

    leltes/porca/ano, melhorar o ganho de peso.

    b) Relao suno/milho

    A situao da suinocultura sempre teve como termmetro a relao entre o peso do

    suno e o preo do milho. A adoo para o preo mnimo de referncia do quilo do suno vivo

    do valor resultante da relao porco/milho 1 :8. Isto que 1 kg de suno vivo custe 8 ou

    mais vezes que 1kg de milho. Neste caso a criao econmica.

    c) Comercializao

    o fator de maior entrave ao progresso e expanso da suinocultura brasileira. Crises

    cclicas de preo tem desestimulado os investimentos neste setor provocando o abandono da

    atividade criatria. A comercializao pode se dar pelo peso vivo ou pelo peso da carcaa,

    para esta ltima adota-se o sistema de classificao da carcaa que varia de indstria para

    indstria. Os animais podem ser comercializados de acordo com sua aptido:

    - Animal tipo exportao

    - Animal tipo carne

    - Animal tipo banha

    - Animal refugo

    3.2) Fatores especficos

    Fatores que esto diretamente relacionados ao empresrio e dele dependem.

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    a) Escriturao zootcnica

    A finalidade da escriturao zootcnica manter um perfeito controle dos animais da

    criao, registrando-se nos livros e fichas competentes a idade, fecundidade, ascendncia,

    descendncia, qualidades e defeitos dos animais do plantel. Nenhuma criao poder ter

    xito financeiro se no mantiver rigorosa escriturao zootcnica. atravs da analise dos

    atos e fatos ocorridos que se pode avaliar o nvel da explorao e localizar as falhas e erros.

    a.1) Livro do criador ou gerenciador de dados

    Contm todas as principais ocorrncias da criao. O gerente ou responsvel deve

    percorrer diariamente todas as dependncias da criao anotando na caderneta as

    ocorrncias como cobertura, transferncias, partas, eliminaes, mortes e outros. Estes

    dados podem ser tranferidos para os gerenciadores de dados que fornecem relatrios

    peridicos da situao da granja.

    b) Escriturao contbil

    indispensvel para avaliao mediata da marcha financeira da Empresa.

    c) Lanamentos realizados diariamente

    c.1) Rebanho

    A transferncia de animais de uma classe para outra devem ser registrados

    diariamente. Anota-se as entradas (nmero de animais nascidos e adquiridos), as sadas

    (nmeros de animais vendidos e a mortalidade), o nmero atual e total de animais em cada

    classe e a totalizao dos animais do rebanho existente em cada dia.

    c.2) Rao consumida

    c.3) Mo-de-obra

    So as despesas com pessoal que trabalha dentro da criao, tarefas ligadas a criao

    incluindo o proprietrio e o administrador Os pagamentos dirios devem ser lanados

    diariamente, e os pagamentos mensais lanados no fim ao ms.

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    c.4) Despesas diversas

    Todas as despesas que no se enquadrem nas anteriores so lanadas em despesas

    diversas, a saber: impostos, combustveis, reparos de equipamentos, aquisio de terras,

    construes de instalaes e mquinas.

    c.5) Vendas feitas

    3.3) Gerncia

    Toda empresa de criao de sunos deve ter um escritrio onde so guardados os

    fichrios, arquivos, certificados genealgicos e demais documentos da empresa. Ali so

    feitas diariamente as anotaes das ocorrncias com respectivos lanamentos.

    O gerente deve ter predicados como honestidade, conhecimento. dinamismo, iniciativa,

    inteligncia e liderana, alm de estar bem informado do mercado a fim de comprar bem e

    vender melhor.

    3.4) Treinamento pessoal

    O principal entrave ao desenvolvimento da suinocultura a comercializao uma vez

    que as oscilaes de preo dos ltimos anos tem revelado uma estagnao absoluta e

    reduo relativa no preo do suno.

    Paralelamente a uma comercializao justa e adequada h a necessidade da qualidade

    da produo, o que se faz atravs do treinarnento do pessoal.

    As empresas industriais devem dedicar ateno ao treinamento do pessoal, tanto da

    parte administrativa como da parte tcnica.

    Ao gerente ou administrador cabem as responsabilidades maiores de execuo dos

    planos e projetos e aos operrios compete a rotina do dia-a-dia.

    3.5) ndices a serem alcanados

    Na avaliao da eficincia da criao parte-se de ndices bsicos de eficincia e de

    posse aos dados da empresa faz-se a anlise, comparando os dados determinando o nivel

    da criao e baseado nestes elaborar o programa a ser executado para superar as

    deficincias.

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    4. Sistema de Produo de Sunos

    o conjunto inter-relacionado de componentes ou variveis organizadas que tem como

    objetivo bsico a produo de sunos.

    4.1. Componentes de um Sistema de Produo de Sunos (SPS)

    a) Produtor

    - Gostar da atividade suincola.

    - Seguir as recomendaes tcnicas sobre a criao.

    - Ser dedicado para atingir as metas preestabelecidas.

    b) Animais

    - Provenientes de granjas idneas.

    - Livres de problemas sanitrios.

    - Material gentico de elevada qualidade.

    c) Instalaes

    - Respeitar a zona homeotrmica do animal.

    - Adaptar as construes s condies de conforto ao animal.

    d) Alimento e gua

    - Ser de qualidade.

    - Livre de contaminantes.

    e) Manejo

    - Proporcionar conforto aos animais para o mximo desempenho.

    f) Contaminantes

    - Cuidar da procedncia dos animais e alimentos.

    - Evitar entrada de pessoas e veculos estranhos.

    - Uso de pedilvo, rodilvio. banhos e uniformes.

    - Conhecer os contaminantes.

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    4.2. Classificao da produo de sunos

    produo de sunos pode ser classificada de acordo com o nmero de matrizes em:

    Pequena: produtor com menos de 21 matrize, Mdia: produtor com 21 a 100 matrizes, Grande: produtor com mais de 100 matrizes

    4.3. Fases da criao de sunos

    A produo de sunos pode ser dividida em fases de criao em:

    Gestao (Gestao, cobertura e IDE), Maternidade, Creche, Crescimento e terminao.

    4.4. Tipos de sistema de criao de sunos

    4.4.1. Extensiva

    - Animais com baixo potencial gentico

    - Animais tipo banha

    - Sem instalaes e benfeitorias

    - Todas as fases de criao no campo

    - Vivem na dependncia praticamente da natureza ou restos de comida

    - No emprega adequadamente a tecnologia

    - Produtores no recebem orientao tcnica

    - Apresentam baixo nveis de produtividade

    - Responsvel pela baixa taxa de desfrute

    - Objetivo: Produp de carne e gordura para consumo prprio, e o

    excedente e comercializado prximo propriedade.

    4.4.2. Intesiva

    a) Sistema confinado

    Os animais so confinados em instalaes, sem acesso a pastagens, exceto os varres

    que em alguns casos podem ter acesso pastagem.

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    a.1) Sistema Confinado Tradicional

    - A suinocultura nem sempre a atividade principal do produtor,

    - O plantel ou no reduzido em funo do mercado,

    - As instalaes so simples e de baixo custo,

    - Reposio de Fmeas: compram ou utilizam animais do prprio plantel,

    - Machos: so adquiridos de granjas com Melhoramento Gentico,

    - Modernas tcnicas de manejo e nutrio so parcialmente aceitas e adotadas

    pelo produtor.

    a.2) Sistema Confinado Moderno

    - Uso de instalaes especializadas,

    - Controle ambiental adequado,

    - Animais de elevado potencial gentico,

    - Reposio constante de animais (30 a 40% ao ano),

    - Alto investimento com profilaxia,

    - Esquema nutrcional e programa de alimentao fsicos e bem elaborados,

    - Visa a maximizao da produtividade,

    - Incorpora tecnologia gerada pela pesquisa,

    - Tendncia a automao,

    - Utilizao de 1, 2 ou 3 sitio.

    a.2.1) Sistema de criao de sunos em stio nico

    a.2.2) Sistema de criao de sunos em dois stios

    a.2.3) Sistema de criao de sunos em trs sitio

    b) Sistema de criao ao ar livre

    - Animais criados em piquetes (fases de reproduo, maternidade e em alguns

    casos a creche)

    -Nas fases de crescimento e terminao os animais so criados em confinamento

    (25 a 100 kg).

    4.5. Tipos de produo de sunos

    A produo definida pelo produto a ser comercializado e pelas fases de crIaes

    existentes na propriedade.

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    4.5.1. Produo em ciclo completo

    - Possui todas as fases de criao no mesmo sitio de produo

    - Produto final = suno terminado

    - o sistema mais utilizado no pas

    4.5.2. Produo em ciclo especial

    4.5.2.1. Produo de leites (Unidade de produo de leites UPL)

    a) Produo de leites desmamados

    - Leites destinados para Unidade de crescimento e terminao de

    leites que possuam creche.

    - Produto final = leites aos 21 dias com aproximadamente 6 kg.

    - 50 a 100% o valor do quilo do suno terminado.

    b) Produo de leites descrechados

    - Leites destinados para Unidade de crescimento e terminao.

    - Produto final = leites entre 50 70 dias de idade com

    aproximadamente 18 25 kg ce Peso Vivo.

    - 30 a 60% o valor do quilo do sumo terminado

    4.5.2.2. Produo de terminados (Unidade terminadora de leites UTL)

    - Animais destinados ao abate

    - Produto final = suno terminado

    - Envolve as fases de creche e terminao

    Quando adquire leites de 21 dias com aproximadamente 6 kg de

    PV.

    - Envolve a fase de terminao

    Quando adquire leites descrechados de 50 a 70 dias com

    aproximadamente 18 25 kg de PV.

    4.5.3. Produo de reprodutores

    - Produto final: futuros reprodutores machos e fmeas

    - Obedecem os critrios estabelecidos pela Associao Brasileira de Criadores

    de Sunos

    - Teste de prognie (Avaliam os suno pelo desempenho de seus filhos)

    - Teste de desempenho (Avaliam os reprodutores propriamente dito)

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    - Atualmente somente 199 granjas no Brasil registram animais puros

    - A maior parte de grandes e mdios produtores

    - 52% destas esto localizadas no Sul do pas

    a) Produo de reprodutores tradicional ou Granja tradicional de produo de

    reprodutores

    - E a criao nos moldes de um produtor de ciclo completo

    - Produto final: Reprodutores machos e fmeas

    - Comercializao

    Aps 3 meses aps inspeo zootcnica

    Aps 5 meses aps o teste de granja

    b) Granja Ncleo

    - uma criao com plantel fechado de animais com alto padro gentico e

    sanitrio

    - Trabalha com um mnimo de 60 fmeas de cada raa

    - Avalia os animais principalmente do ponto de vista reprodutivo

    - Substituio dos animais: Machos a cada 6 meses

    Fmeas aps a 2 leitegada

    - Comercializao

    - Granjas multiplicadoras

    - Animais para descarte = granja de produo (terminadores)

    c) Granja MultipIicadora

    - vinculada a uma granja ncleo, recebe machos e fmeas selecionados e

    predestinados ao acasalamento que geraro animais cruzados (F1)

    - Comercializao

    - Granjas de produo

    d) Granja de Produo

    - Trabalham com os animais provenientes da granja multiplicadora (F1) e o

    produto final so animais destinados ao abate (F2)

    - Muitos destes trabalham com reposio (fmea) oriundos da F2 da prpria

    granja.

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    4.6. Estrutura de produo

    4.6.1. Estrutura especializada

    - So estruturas de mdio e grande porte

    - Independentes quanto insumos, assistncia tcnica e comrcio

    - Trabalham em parceria, cada qual com seu interesse

    4.6.2. Estrutura verticalizada

    - Uma nica empresa desempenha a grande parte das funes produtiva,

    desde a aquiso de material unidade transformadora de carnes.

    - So granjas grandes e independentes.

    4.6.3. Integrao

    4.6.3.1. Integrao Vertical

    - Composta por integrados e integrador

    - Integrador

    Produz e fornece reprodutores

    Fornece alimentos (total ou parcial)

    Fornece produtos veterinrios

    Oferece orientao tcnica

    Compra os animais produzidos

    - Integrado

    Possui a terra e a mo-de-obra

    Possui as edificaes e os equipamentos

    Produz os animais

    4.6.3.2. Integrao HorizontaI

    - Semelhante a Integrao vertical

    - Integraes exercidas por cooperativas, associaes de

    produtores, condomnios.

    - Produzem os sunos - industrializam - comercializam seus

    produtos

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    5. Planejamento da criao

    O planejamento racionaliza a produo, analisa o mercado e dimensiona a empresa. O

    planejamento no esttico e sim dinmico, permitindo correes no andamento do

    processo.

    MercadoO mercado consumidor deve ser analisado detalhadamente quanto:

    - Demanda quantitativa

    - Projeo de demanda e potencialidade

    - Demanda qualitativa

    - Mercado de reprodutores

    - Peculiaridades do mercado

    - Transporte e vias de comunicao

    - Prazos de pagamento e fontes de crdito

    - Flutuao sazonal de preos

    - Mercado de compras de matria prima e produtos

    - Risco da produo

    Recursos financeirosPode ser considerado limitante do tamanho do projeto e podem ser prprios ou

    financiados.

    Dimensionamento do projeto- A partir do capital disponvel

    - A partir do nmero de sunos a serem produzidos/ano (mais utilizado)

    5.1. Organizao da produo

    O fundamento principal do escalonamento da produo de sunos seja em

    uma criao de cicIo completo ou numa unidade produtora de leites que haja

    uniformidade ao longo do ano, do volume do produto a ser comercializado, sendo essa

    talvez a varivel mais importante a ser considerada na definio do tipo de organizao da

    produo.

    O escalonamento da produo pode ser mensal, quinzenal, semanal ou dirio definido

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    pelo tamanho do sistema de produo e volume do produto produzido.

    5.1.1. Organizao mensal

    Este tipo de organizao se aplica para SPS de com mais de 6 e menos de

    40 matrizes.

    5.1.2. Organizao quinzenal

    Indicado para SPS de com mais de 40 100 fmeas.

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    5.1.3. Organizao semanal

    Para SPS de grande porte. mais de 100 fmeas e alta tecnologia

    a) Organizao mensal:

    Grupos

    Ms A B C D E

    Janeiro

    Fevereiro

    Maro

    Abril

    Maio

    Junho

    Julho

    Agosto

    Setembro

    Outubro

    Novembro

    Dezembro

    Janeiro

    Fevereiro

    Maro

    Abril

    Maio

    Junho

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    b) Organizao quinzenal

    GruposMs Quinzena A B C D E F G H I J

    Jan. 12

    Fev. 12

    Mar 12

    Abr. 12

    Mai. 12

    Jun. 12

    Jul. 12

    Ago 12

    Set. 12

    Out. 12

    Nov 12

    Dez 12

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    c) Organizao SemanalGRUPOS

    Semana A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U123456789101112131415161718192021222324252627282930

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    5.2. Fases da criao de sunos

    Fases de produo

    Idade (dias) Peso Corporal (kg)

    Puberdade

    Varres

    Matrizes

    Adultos

    Varres

    Matrizes

    Aleitamento

    Creche

    Crescimento

    Terminao

    5.3. Estabelecimento de alvos de produtividade

    O estabelecimento de alvos de produtividade essencial para o monitoramento do

    desempenho do sistema e para o diagnstico de problemas de produo. Deve ser baseado:

    - Desempenho histrico do rebanho e/ou rebanhos utilizando tecnologia de produo,

    gentica e nutrio similares,

    - expectativa de futura produtividade baseada nos ganhos genticos introduzidos no

    platel e nas taxas de reposio e descarte do rebanho. Estas afetam a distribuio de

    fmeas co diferentes nmeros de ordem de pario no rebanho.

    Na tabela 03 algumas sugestes de alvos mdios para parmetros de produtividade em

    modernos sistemas de produo com alta tecnologia.

    GestaoCobrio

    Pr-cobrioMaternidade Creche

    Crescimentoe

    Terminao

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    Tabela 03. Alvos mdios para parmetros de produtividade em modernos sistemas de

    produo com alta tecnologia.

    Parmetros Alvos

    Taxa de fertilidade (%) 86

    Taxa de repetio de cio (%) 10

    Nmero de partos/fmea/ano 2,4

    Nmero total de nascidos 11,5

    Nmero leites nascidos vivos 10,8

    Nmero leites desmamados 10,2

    Taxa de leites natimortos (%) 5

    Taxa de leites mimificados (%) 1,5

    Taxa de mortalidade pr desmame (%) 6

    Taxa de mortalidade na creche (%) 1

    Nmero de desmamados por fmea por ano 24,5

    Durao da lactao (dias) 18

    Intervalo desmame estro (dias) 5

    Taxa de reposia anual de matrizes 1 ano (%) 15

    Taxa de reposia anual de matrizes 2 ano (%) 25

    Taxa de reposia anual de matrizes 3 ano em diante (%) 40

    Peso do leito aos 21 dias (kg) 6,4

    Peso do leito aos 42 dias (kg) 14,1

    Peso do leito aos 63 dias (kg) 26

    Peso do leito aos 110 dias (kg) 64,2

    Peso do leito aos 145 dias (kg) 100

    Leites terminados /fmea/ano 23,7

    Converso alimetar do rebanho 2,85

    Converso alimentar dos leites (nasc. aos 100 kg) 2,36

    Taxa mensal de abortos (%) 0,8

    Relao fmea/macho 20,1

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    6. Limpeza e desinfeco

    6.1. Programa de limpeza e desinfeco

    A aplicao de um programa de limpeza e desinfeco indispensvel dentro das

    prticas de manejo presentes na suinocultura que vise eficincia e lucratividade. No entanto

    a ADOO do programa no difcil, mas sua aplicao constante difcil sim por alguns

    fatores:

    O custo de manter um programa de limpeza e desinfeco imediato. Os

    benefcios sero percebidos a longo prazo e muitas vezes so difceis de mensurar, alm de

    no impedir totalmente os riscos de ocorrncias de doenas. Entretanto, minimizam os

    efeitos negativos determinados pela maioria das infeces endmicas

    Locais que abrigam sunos durante longos perodos so locais de intensa

    multiplicao de agentes infecciosos, e possuem efeitos cumulativos, podendo romper o

    equilbrio entre os sunos e os microorganismos em favor dos ltimos.

    Assim, a higiene e a desinfeco devem ser vistas como um mtodo preventivo e

    no apenas curativo aps a instalao de doenas contagiosas.

    6.1.1. Conceitos.

    a) Profilaxia

    Medidas que visam impedir (prevenir) a entrada de doenas na criao.

    - Medidas profilticas

    a.1) isolamento da granja

    a.2) controle de entrada de visitas (botas, macaces, banho e

    pedilvios)

    a.3) controle e entrada de veculos (rodolvios, lavagem, desinfeco)

    a.4) conscientizao dos funcionrios (banho e uniforme)

    a.5) destino para as fezes, urina, restos fetais e cadveres

    b) Higiene ou limpeza

    Remoo de material portador ou protetor de agentes causadores de

    doenas da instalao e seus arredores para algum lugar determinado e

    longe de animais.

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    Varia de acordo com o tipo de instalao e da fase dos animais

    b.1) limpeza diria

    1 limpeza a seco

    2 lavar a superfcie se necessrio

    b.2)Limpeza peridica

    Lavar a superfcie

    b.3) Tipo de piso

    Compacto> parcialmente ripado> ripado

    b.4) Equipamentos

    Sempre que precisar

    b.5) Veculo de transporte

    Toda vez que transportar animais

    b.6) Silos

    Ideal = 1x/semana ou no minimo1x/15dias

    c) Desinfeco

    Controle ou eliminao dirigida de microrganismos indesejveis das

    instalaes atravs de processos qumicos ou fsicos evitando-se sua

    transmisso pela reduo da dose infectante.

    c.1) Mtodos de desinfeco

    A desinfeco pode ser terminal, feita na ausncia dos animais. Esta desinfeco

    realizada por sistemas de utilizao de instalao todos dentro todos fora ou all in

    all out. Por outro lado, a desinfeco concorrente aquela realizada na presena dos

    animais, e necessrio utilizar desinfetantes adequados ao mtodo. o mtodo utilizado

    em Sistema de utilizao de instalao contnuo

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    c.1.1) Desinfeco fsica

    Calor (flambagem)Combate de bactrias e parasitas formadores de

    esporos (Clostridium, isospora, sarna)

    Radiao Vapor sob presso

    c.1.2) Desinfeco qumica

    Produtos qumicos- Estvel frente s variaes climticas

    - No deve ser corrosivo ao equipamento e instalaes

    - Deve ser alto poder de penetrao na superfcie dos

    materiais.

    - Inofensivo sade do homem e dos animais (atxico)

    - Ser biodegradvel

    - Ter facilidade de transporte

    - Deve ter longo perodo de conservao

    - Ter baixo custo

    - Ser solvel em gua

    SEMPRE LIMPAR + DESINFETARNUNCA DESINFETAR SEM LIMPAR

    prefervel limpar sem desinfetar

    A matria orgnica inativa os desinfetantes

    c.2) Princpios ativos mais utilizados

    Para evitar-se a resistncia dos microrganismos, deve-se realizar a rotao do

    desinfetante a cada 3 a 6 meses

    iodados Amnia quartenriaFenis e cresis

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    FormaldedosCloradosPermaganto de K + formaldedo = furmigao

    c.3) Exemplo de programa de limpeza de uma instalao tudo dentro

    tudo fora

    a) limpeza a seco

    b) retirar com gua (alta presso) a matria orgnica

    c) deixar de molho com soluo desingraxante (3 horas ou mais)

    d) enxaguar com gua (alta presso)

    e) vapor quente (140C) ou gua quente (100C alta presso) - OPTATIVO

    f) deixar secar

    g) aplicar o desinfetante

    h) deixar secar

    i) caiar

    j) deixar em descanso sanitrio por 7 a 15 dias

    k) desinfetar novamente antes da recepo doas animais

    l) deixar secar

    m) alojar os animais

    Obs. Lavar e desinfetar as paredes, cortinas, tela e o teto inclusive.