Apostila Fundamentos de Direito Penal Militar

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    CURSO DE FORMAO PROFISSIONAL PARA O CARGO DE

    SOLDADO PM DA CARREIRA DE PRAAS DA POLCIA

    MILITAR DO CEAR - CFPCSPMCPPM / T2

    Disciplina: Fundamentos de Direito Penal Militar

    CONTEUDISTAS:

    Manuel Ozair Santos JniorMarcos Antnio Barros dos Santos

    - 2013

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    GESTO GERAL

    John Roosevelt Rogrio de ALENCAR Cel PM

    DIRETOR-GERAL

    MARIANA Maia Pinheiro de Abreu Meneses

    SECRETRIA EXECUTIVA

    GESTO ACADMICA

    TELMA Maria Melo Nazareth

    COORDENADORA GERAL DE ENSINO

    Clauber Wagner Vieira DE PAULA Maj PM

    ORIENTADOR DA CLULA DE FORMAO PROFISSIONAL

    Gessivando MENESES da Silva 1 Ten PM

    SECRETRIO ACADMICO

    EXPEDIENTE

    CAPA GIL Alisson Freitas de FariasFORMATAO Francisco SILVIO Maia

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    SUMRIO

    INTRODUO............................................................................................................................. 051. DO DIREITO PENAL MILITAR............................................................................................ 07

    1.1 Conceituao de Direito Penal Militar.................................................................................. 07

    1.2 O carter especial do Direito Penal Militar........................................................................... 07

    1.3 Aplicao da Lei Penal Militar ............................................................................................ 07

    2. DO CRIME................................................................................................................................ 08

    2.1 Elementos constitutivos do crime......................................................................................... 08

    2.1.1 Elementos no constitutivos do crime........................................................................ 102.2 Crime militar e transgresso militar...................................................................................... 10

    2.3 Crime comum e crime militar............................................................................................... 11

    2.4 Crime doloso e crime culposo.............................................................................................. 12

    2.5 Excludentes da ilicitude........................................................................................................ 12

    2.5.1 Do excesso e suas modalidades.................................................................................. 13

    2.6 Crime militar em tempo de paz............................................................................................ 13

    2.7 Crime militar em tempo de guerra........................................................................................ 142.8 Crime militar prprio e imprprio........................................................................................ 15

    2.8.1 Crime militar prprio................................................................................................. 15

    2.8.2 Crime militar imprprio............................................................................................. 15

    3. DAS PENAS............................................................................................................................... 16

    3.1 Conceito............................................................................................................................... 16

    3.2 Finalidade............................................................................................................................. 16

    3.3 Classificao......................................................................................................................... 16

    3.3.1 Penas principais.......................................................................................................... 16

    3.3.2 Penas acessrias.......................................................................................................... 17

    4. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU A DISCIPLINA........................ 17

    5. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA O SERVIO E O DEVER MILITAR.......................... 20

    6. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A PESSOA....................................................................... 21

    7. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO ........................................................... 24

    8. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO MILITAR................................. 26

    REFERNCIAS............................................................................................................................ 28

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    INTRODUO

    O Direito Penal Militar, assim como os demais ramos do Direito, tem sua origem noDireito Romano.

    No Brasil o Direito Penal Militar passou a ser aplicado efetivamente, com a vinda da

    famlia real portuguesa, em 1808, quando foi criado o Supremo Conselho Militar e de Justia,

    primeiro Tribunal instalado no Brasil. Atualmente, esta funo desempenhada pelo Superior

    Tribunal Militar, com sede em Braslia e jurisdio em todo o territrio nacional.

    A primeira legislao penal militar no Brasil refere-se aos Artigos de guerra do Conde

    de Lippe, aprovados em 1763, poca em que vigiam as Ordenaes do Reino, as Filipinas, com oseu terrvel Livro Quinto.

    A pena de morte era imposta, por exemplo, ao oficial que ao ser atacado pelo inimigo,

    abandonasse seu posto sem ordem, bem como ao militar que se escondesse ou fugisse do

    combate.

    Aqueles que desrespeitassem as sentinelas ou outros guardas eram fuzilados. J os

    cabeas de motim ou traio, assim como os que tendo conhecimento do crime no o

    denunciassem eram enforcados.Os que faltassem ao servio de guarda ou comparecessem parada, to bbados que no

    pudessem montar, eram punidos com pancadas de prancha de espadas. Esta pena foi abolida em

    1871.

    O Cdigo Penal Militar (CPM), Decreto-Lei n 1001, de 21 de outubro de 1969, alcana

    os integrantes das Foras Armadas, das Polcias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares,

    cabendo a estes o fiel cumprimento e respeito s regras contidas no CPM e s demais

    regulamentos militares.

    Ademais, pela prpria caracterstica das Polcias Militares, cujos integrantes foram

    denominados militares estaduais pela Constituio Federal, torna-se imprescindvel levar-se o

    conhecimento sobre o Direito Militar nos cursos de formao, haja vista que o mencionado ramo

    do Direito se constitui como um dos elementos norteadores da vida profissional de seus

    integrantes.

    Nesta perspectiva, elaborou-se a presente apostila, com os contedos programticos

    capazes de fazer com que o aluno possa adquirir conhecimentos necessrios boa convivncia

    militar.

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    Para tanto, esta apostila divide-se em nove captulos. No primeiro, estuda-se a

    conceituao do direito penal militar, seu carter especial e a aplicao da lei penal militar. No

    segundo, aborda-se o crime e seus elementos constitutivos e no constitutivos, crime militar etransgresso; crime militar e comum; crime doloso e culposo; as excludentes da criminalidade; o

    excesso; crime militar em tempo de paz e de guerra; propriamente e impropriamente militar.

    No terceiro captulo, apresenta-se o conceito, a finalidade e a classificao das penas.

    Do quarto ao nono captulo, so enfocados: os crimes contra a autoridade ou disciplina; contra o

    servio e o dever militar; contra a pessoa; contra o patrimnio; contra a incolumidade pblica e

    contra a administrao militar.

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    1. DO DIREITO PENAL MILITAR

    1.1 Conceituao de Direito Penal Militar o complexo de normas jurdicas destinadas a assegurar a ordem e a realizao dos fins

    das instituies militares.

    A preservao dessa ordem jurdica militar, onde preponderam a hierarquia e a disciplina,

    exige obviamente do Estado, um elenco de sanes de naturezas diversas, de acordo com os

    diferentes bens tutelados: administrativas (disciplinares), civis e penais. As penais surgem com o

    Direito Penal Militar.

    1.2 O Carter especial do Direito Penal Militar

    Esse carter especial deve-se ao fato de que grande parte de suas normas, diferentemente

    do Direito Penal comum, aplicam-se exclusivamente aos militares, em vista da caracterstica

    peculiar desta categoria de agentes pblicos para com o Estado.

    O carter especial do Direito Penal Militar, tambm est consubstanciado na Constituio

    Federal, onde nos arts. 122 a 126, atribui a exclusividade da Justia Militar Federal para

    processar e julgar os crimes militares definidos em lei, bem como Justia Militar Estadual paraprocessar e julgar os militares estaduais.

    No entanto, deve-se fazer uma ressalva, quanto ao processo e o julgamento dos crimes

    dolosos contra a vida praticados por militar contra civil, cuja competncia do jur. Assim, tais

    fatos continuam possuindo a classificao de crime militar, e, portando, devem ser apurados por

    meio de IPM, contudo, ser a Justia Comum e no a Justia Militar, no mbito do Estado, a

    competente para o processamento e o julgamento de tais crimes.

    1.3 Da aplicao da lei penal militar

    As normas de Direito Penal Militar so conhecidas como de direito penal material ou

    substantivo e as de Direito Processual Penal Militar como de direito penal formal ou adjetivo, ou,

    simplesmente, de direito processual.

    As normas de Direito Penal Militar so as reunidas no Cdigo Penal Militar (CPM Decreto Lei

    n 1.001, de 21 de outubro de 1969) e as de Direito Processual Penal Militar, no Cdigo

    Processual Penal Militar (CPPM - Decreto Lei n 1.002, de 21 de outubro de 1969).

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    Anterioridade da lei No h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia

    cominao legal ( Art. 1 do CPM).

    Lei penal no tempo Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerarcrime, cessando, em virtude dela, a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria.

    Lei excepcional ou temporria Embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as

    circunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigncia.

    Tempo do crime -Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que

    outro seja o do resultado.

    Lugar do crime Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade

    criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participao, bem como onde seproduziu ou deveria produzir-se o resultado.

    Territorialidade Aplica-se a lei penal militar, sem prejuzos de convenes, tratados e regras

    de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte, no territrio nacional, ou fora

    dele, ainda que neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justia

    estrangeira.

    2. DO CRIME

    2.1 Elementos constitutivos do crime

    O "crime" passou a ser definido diferentemente pelas dezenas de escolas penais. E, dentro

    destas definies, haviam ainda sub-divises, levando-se em conta o foco de observao do

    jurista. Surgem ento, os conceitos: formal, material e analtico do crime, como expresses mais

    significativas, dentre outras de menor expresso. O conceito formal corresponde definio

    nominal, ou seja, relao de um termo quilo que o designa. O conceito material corresponde

    definio real, que procura estabelecer o contedo do fato punvel. O conceito analtico indica as

    caractersticas ou elementos constitutivos do crime, portanto, de grande importncia tcnica.

    O crime, portanto, passou a ser definido como toda a ao ou omisso, tpica, antijurdica

    e culpvel.

    Vejamos ento, os seus elementos:

    a) Ao ou omisso: Significa que o crime sempre resulta de uma conduta positiva (ao),

    comissiva. Ou, de uma conduta negativa (omisso). o no fazer. A inrcia. Tanto criminoso o

    fato do marginal esfaquear uma pessoa at mat-la (ao), como o fato de uma me, por preguia

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    ou comodidade, no retirar de cima da mesa de sua casa (omisso) o veneno para matar baratas,

    que foi posteriormente ingerido pelo seu filho de trs anos, provocando-lhe a morte, enquanto

    aquela, assistia sua novela preferida.b) tpica: Significa que a ao ou omisso praticada pelo sujeito, deve ser tipificada. Isto

    , descrita em lei como delito. A conduta praticada deve ajustar-se descrio do crime criado

    pelo legislador e previsto em lei. Assim, pode a conduta no ser crime, e, no sendo crime,

    denomina-se conduta atpica (no punida, tendo em vista que no existe um dispositivo penal

    que a incrimine).

    Mas, cumpre lembrar, que uma conduta atpica, pode ser tipificada como contraveno

    penal. No se pode confundir de modo algum, crime com contraveno penal. Esta, como definiaHUNGRIA, um "crime ano", menos grave que o delito (ou crime) e possui legislao

    prpria (Decreto-lei n. 3.688/41), com tipificao e caractersticas prprias.

    c) antijurdica: Significa que a ao ou omisso, alm de tpica, deve ser antijurdica,

    contrria ao direito. a oposio ou contrariedade entre o fato e o direito. Ser antijurdica a

    conduta que no encontrar uma causa que venha a justific-la. Desta forma, uma pessoa pode ser

    morta, e ficar constatado, a ttulo de exemplificao, que:

    1) Ela foi morta injustificadamente. Portanto foi vtima de um homicdio (art. 205CPM).

    2) Ela foi morta justificadamente, porque estava de posse de uma pistola carregada e

    prestes a matar seu desafeto, quando foi morto por este, que agiu em legtima defesa (art. 42, II

    do CPM), uma excludente de ilicitude (antijuridicidade).

    3) Ela foi morta justificadamente, porque mesmo no estando armado, ele havia

    ameaado de morte seu desafeto, que, por erro plenamente justificado pelas circunstncias, sups

    que na realidade estivesse armado, vindo a mat-lo. Tendo, desta forma, agido em legtima

    defesa putativa (uma excludente de culpabilidade, art.36 do CPM).

    d) culpvel: a culpabilidade o elemento subjetivo do autor do crime. aquilo que se

    passa na mente daquela pessoa que praticou um delito.

    A culpabilidade portanto, a culpa em sentido amplo, que abrange o dolo (artigo 33,

    inciso I; CPM); e a culpa em sentido estrito (artigo 33, inciso II; CPM).

    Estes seriam, ento, os elementos integrantes do conceito jurdico, dogmtico ou analtico

    de crime, segundo a doutrina prevalente.

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    2.1.1 Elementos no constitutivos do crime

    Dispes o Cdigo Penal Militar em seu art. 47 que:

    Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:I a qualidade de superior ou de inferior, quando no conhecida do agente;

    II a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial do dia, de servio ou de quarto, ou a de

    sentinela, vigia, ou planto, quando a ao praticada em repulsa a agresso.

    Assim, exemplificando, se um cabo esbofeteia um sargento, est praticando, em tese, o

    crime de violncia contra superior, capitulado no art. 157 do Cdigo Penal Militar, desde que,

    claro, o agressor saiba que a vtima seu superior.

    Pode ocorrer, no entanto, que ambos, em trajes civis, e aps breve discusso, o cabotermina por agredir seu antagonista, desconhecendo a sua qualidade de sargento, portanto de

    superior. evidncia no poder responder pelo crime em tela (violncia contra superior), mas

    pelo art. 209 do Cdigo Penal Militar, se em decorrncia da agresso, ocasionar leses corporais.

    Relevncia de omisso - a omisso relevante desde que o omitente, ou seja, a pessoa

    que deixa de agir, devia e podia agir para evitar o resultado. Podemos ento afirmar que se faz

    necessrio a conjugao de dois fatores, quais sejam: que a pessoa que se omite tivesse o dever

    de agir e pudesse de fato agir. Para tanto, devem estar presentes e inafastveis a obrigao de agire a possibilidade real de faz-lo.

    Dessa forma, se o agente no agir para evitar o resultado, poder ser responsabilizado por

    este, a ttulo de dolo ou culpa.

    2.2 Crime militar e transgresso militar

    Crime militar todo aquele que a lei assim o reconhece como tal.

    O legislador penal brasileiro adotou o critrio legal para definir crime militar, isto ,

    apenas enumerou taxativamente as diversas situaes que definem esse delito. Ou seja, um fato

    s poder ser considerado crime militar se estiver previsto no Cdigo Penal Militar (CPM).

    O Cdigo Penal Militar dispes em seu art. 19 que este cdigo no compreende as

    infraes dos regulamentos disciplinares. Dessa forma, fica claro que as transgresses

    disciplinares devem estar presentes nos respectivos regulamentos.

    Considera-se transgresso disciplinar toda infrao administrativa caracterizada pela

    violao dos deveres militares, cominando ao infrator as sanes previstas nos Cdigos

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    Disciplinares, como no caso da Polcia Militar do Cear, ou nos respectivos Regulamentos, sem

    prejuzo das responsabilidades penal e civil.

    As transgresses disciplinares compreendem todas as aes ou omisses contrrias disciplina militar, especificadas nos Cdigos Disciplinares, inclusive as condutas que resultem

    nos crimes previstos no Cdigo Penal ou Penal Militar.

    2.3 Crime comum e crime militar

    Este um dos pontos que exige esforo dos aplicadores da lei e operadores do Direito,

    considerando que por vezes, complicado distinguir se o fato crime comum ou militar,

    principalmente nos casos de ilcitos praticados por policiais militares.Tanto o Direito Penal comum quanto o militar, em respeito ao constitucional princpio da

    reserva legal, definem: "No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia

    cominao legal." (CP, Art. 1) ou "No h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem

    prvia cominao legal. (CPM, Art. 1)"; adiante vem a Lei de Introduo ao Cdigo Penal

    ditando: "Considera-se crime a infrao penal a que a lei comina pena de recluso ou de

    deteno, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa". Assim,

    idnticas as definies legais de crime, tanto comum ou militar, deve-se recorrer, diante do casoconcreto s regras de hermenutica.

    Desta forma, se a conduta no foi tipificada no Cdigo Penal Militar, mas em alguma lei

    penal especial, esta prevalece. Se, todavia, o fato se subsume tanto na norma penal militar quanto

    na comum, prepondera a primeira em razo do princpio da especialidade.

    Assim, poderemos encontrar no caso concreto, perfeita subsuno do fato tpico a duas

    espcies de normas penais (penal comum e penal militar), como se observa nos crimes

    impropriamente militares, ou seja, aqueles que sendo definidos como crimes militares, podem de

    igual forma ter como sujeito ativo um militar ou mesmo um civil (o homicdio, definido do

    artigo 205 do CPM e no artigo 121 do CP, sem exigir qualquer dos tipos penais a condio de

    militar ao sujeito ativo; da mesma forma, o delito de leses corporais: art. 209, CPM e 129, CP; a

    Rixa: art. 211, CPM e art. 137, CP; o furto: art. 240, CPM e 155, CP; etc.). Na verdade, quase

    todos os crimes tipificados no Cdigo Penal "comum" de igual forma o so no Cdigo Penal

    Militar, tendo este ltimo um outro nmero de crimes que somente so por ele tipificados

    (geralmente os crimes propriamente militares).

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    2.4 Crime doloso e crime culposo

    a) crime doloso

    quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Vontade ou intenode delinqir.

    Dolo- a unio da vontade e da conscincia de realizar o tipo penal. .

    b) crime culposo

    quando o agente, deixando de empregar cautela, ateno, ou diligncia ordinria ou

    especial, a que estava obrigado em face das circunstncias, no prev o resultado que podia

    prever ou, prevendo-o, supe levianamente que no se realizaria ou que poderia evit-lo.

    Podemos assim dizer que o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ouimpercia.

    Importante destacar que, salvo nos casos expressos em lei, ningum pode ser punido por

    fato previsto como crime, seno quando o pratica dolosamente.

    2.5 Excludentes da ilicitude

    As excludentes da ilicitude conforme estabelecido no art. 42 do Cdigo Penal Militar,

    esto enumeradas em quatro, a saber: Estado de Necessidade, Legtima Defesa, EstritoCumprimento do Dever Legal e Exerccio Regular de Direito.

    Cada uma das excludentes tm seus requisitos prprios, a saber:

    O Estado de Necessidade exige: 1) Situao de Perigo Atual; 2) Ameaa a direito

    prprio ou alheio; 3) Situao no causada voluntariamente pelo sujeito; 4 ) Inexistncia do

    dever legal de afastar o perigo; 5) Inevitabilidade do comportamento lesivo e 6) Inexigibilidade

    de sacrifcio do interesse ameaado.

    A Legtima Defesa: 1) Agresso Injusta, atual ou Iminente; 2) Direitos do agredido ou de

    terceiros atacados ou ameaados de dano; 3) Uso dos meios necessrios; 4) Moderao no uso

    dos meios necessrios.

    O Exerccio Regular de um Direito composto pelo exerccio de uma prerrogativa

    conferida pelo ordenamento jurdico.

    J o Estrito Cumprimento do Dever Legal o cometimento de um fato tpico pelo

    desempenho de uma obrigao legal.

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    2.5 1 Do excesso e suas modalidades

    Ocorre o excesso quando o agente, aps dar incio a seu comportamento em

    conformidade a uma causa de justificao (por exemplo, estado de necessidade, legtima defesa,estrito cumprimento do dever legal, exerccio regular do direito) ultrapassa seus limites legais,

    excedendo-se, portanto, naquele comportamento, tornando-o reprovvel.

    a) Do excesso doloso

    Diz-se que o excesso doloso quando o agente quer deliberadamente um resultado alm

    do permitido e do necessrio. Por exemplo: o sujeito em legtima defesa, aps dominar seu

    agressor, passa a agredi-lo violentamente. Responder, evidentemente, pelas leses corporaisdolosas causadas. Na legislao penal militar, ao tratar do excesso doloso, faculta ao juiz

    atenuar a pena ainda quando punvel o fato por excesso doloso (art. 46).

    b) Do excesso culposo

    O excesso culposo, quando o agente, embora no querendo o resultado, provoca-o por

    deixar de observar a ateno e cautela a que estava obrigado em face das circunstncias, e vai

    alm do que era necessrio. Responder, ento, pelo excesso, se o fato for previsto como crimeculposo, de acordo com o estabelecido no art, 45 do Cdigo Penal Militar.

    2.6 Crimes militares em tempo de paz (Art. 9, CPM)

    Art. 9. Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

    I os crimes de que trata este Cdigo, quando definidos de modo diverso na lei penal comum,

    ou nela no previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposio especial;

    II os crimes previstos neste Cdigo, embora tambm o sejam com igual definio na lei penal

    comum, quando praticados:

    a) por militar em situao de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situao

    ou assemelhado;

    b) por militar em situao de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito administrao

    militar, contra militar da reserva, ou reformado ou assemelhado ou civil.

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    c) por militar em servio, em comisso de natureza militar, ou em formatura, ainda que

    fora do lugar sujeito administrao militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou

    assemelhado, ou civil;d) por militar durante o perodo de manobras ou exerccio, contra militar da reserva, ou

    reformado, ou assemelhado, ou civil;

    e) por militar em situao de atividade, ou assemelhado, contra o patrimnio sob a

    administrao militar, ou a ordem administrativa militar;

    III os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituies

    militares, consideram-se como tais no s os cometidos no inciso I, como os do inciso II, nosseguintes casos:

    a) contra o patrimnio sob a administrao militar, ou contra a ordem administrativa

    militar;

    b) em lugar sujeito administrao militar contra militar em situao de atividade ou

    assemelhado, ou contra funcionrio de Ministrio militar ou da Justia Militar, no exerccio de

    funo inerente a seu cargo;

    c) contra militar em formatura, ou durante o perodo de prontido, vigilncia, observao,explorao, exerccio, acampamento, acantonamento ou manobras;

    d) ainda que fora do lugar sujeito administrao militar, contra militar em funo de

    natureza militar, ou no desempenho de servio de vigilncia, garantia e preservao da ordem

    pblica, administrativa e judiciria, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em

    obedincia a determinao legal superior.

    Pargrafo nico Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos

    contra civil, sero da competncia da justia comum.

    2.7 Crimes Militares em Tempo de Guerra (Art. 10, CPM)

    Art.10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:

    I - os especialmente previstos neste Cdigo para o tempo de guerra;

    II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;

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    III - os crimes previstos neste Cdigo, embora tambm o sejam com igual definio na lei penal

    comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:

    a) em territrio nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparao, a eficincia

    ou as operaes militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurana externa do

    Pas ou podem exp-la a perigo;

    IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora no previstos neste Cdigo,

    quando praticados em zona de efetivas operaes militares ou em territrio estrangeiro,

    militarmente ocupado.

    2.8 Crime militar prprio e imprprio

    2.8.1 Crime militar prprio

    Os delitos propriamente militares nunca podem ser crimes comuns. Assim, o crime

    propriamente militar o que s por militares pode ser praticado, isto , aquele que constitui uma

    infrao especfica e funcional do militar.

    So exemplos de crime propriamente militares dentre outros: a covardia, o motim, arevolta, a violncia contra superior, o desrespeito a superior.

    No existe previso de tais fatos no Cdigo Penal comum ou em qualquer outra lei de

    carter penal, da dizer que so crimes propriamente militares.

    2.8.2 Crime militar imprprio

    O crime impropriamente militar , por sua vez, aquele que, pela condio militar do

    culpado, ou pela espcie militar do fato, ou pela natureza militar do lugar, ou, finalmente, pela

    anormalidade do tempo em que praticado, acarreta dano segurana ou economia, ao servio

    ou disciplina das instituies militares.

    O crime impropriamente militar , em linhas gerais, aquele crime comum cujas

    circunstncias alheias ao elemento constitutivo do fato delituoso o transformam em crime militar

    transportando-o para o CPM.

    Desta forma, podemos dizer que o fato definido como crime impropriamente militar

    tambm est previsto no Cdigo Penal comum.

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    3. DAS PENAS

    3.1 Conceito

    Segundo Damsio de Jesus, pena a sano aflitiva imposta pelo Estado, mediante aopenal, ao autor de uma infrao (no caso de nosso estudo penal militar), como retribuio pela

    prtica de seu ato ilcito, consistente na diminuio de um bem jurdico, e cujo objetivo evitar o

    cometimento de novos delitos.

    3.2 Finalidade

    De acordo com Loureiro Neto, sua finalidade eminentemente preventiva, pois evita a

    prtica de novas infraes. Nesse sentido, a preveno pode ser considerada em seus aspectosgeral e especial. No aspecto geral, o fim intimidativo da pena visa toda a sociedade, enquanto

    que no aspecto especial visa apenas o autor do delito. No sentido no apenas de corrigi-lo, como

    tambm de impedi-lo de praticar novos delitos.

    3.3 Classificao

    Conforme estabelecido no art. 55 do Cdigo Penal Militar, as penas classificam-se em

    principais e acessrias.

    3.3.1 Penas principais

    As penas principais compreendem a pena de morte, considerada na doutrina como pena

    corporal, pela privao da vida; recluso, deteno, priso e impedimento, consideradas na

    doutrina como privativas da liberdade, pois afastam o criminoso do ambiente social, em face de

    sua segregao; suspenso do exerccio do posto, graduao, cargo ou funo e reforma,

    consideradas na doutrina como privativas ou restritivas de direitos.

    A pena de morte aplicada em caso de guerra declarada.

    A pena de recluso tem o mnimo de um ano e o mximo de trinta anos (art. 58 do CPM).

    A pena de deteno tem o mnimo de trinta dias e o mximo de dez anos ( art. 58 do CPM).

    A pena de priso resulta da converso das penas de recluso ou de deteno at dois anos,

    aplicada a militar quando no for cabvel a suspenso condicional da pena (art. 59 do CPM).

    A pena de impedimento aplicada nos delitos de insubmisso (art. 183 do CPM). Sujeita o

    condenado a permanecer no recinto da Unidade, sem prejuzo da instruo militar.

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    Violncia Contra Superior - Praticar violncia contra superior. (157)

    uma agresso, via de regra, sem a configurao de leso corporal, consiste geralmenteem se aplicar empurres, tapas, puxes de orelha, pontaps. A pena varia de acordo com a

    gravidade do resultado e com a funo exercida pelo superior.

    Violncia contra militar de servio - Praticar violncia contra oficial de dia, de servio, ou de

    quarto, ou contra sentinela, vigia ou planto. (Art. 158)

    DESRESPEITO A SUPERIOR

    Art. 160 COM Desrespeitar superior diante de

    outro militar:

    Pena deteno, de trs meses a um ano, se o fato no

    constitui crime mais grave.

    Pargrafo nico. Se o fato praticado contra o Cmte daOM a que pertence, oficial general, oficial de dia, de

    servio ou de quarto, a pena aumentada da metade.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    Recusa de Obedincia - Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matria de

    servio, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instruo. (Art. 163)

    Oposio a Ordem de Sentinela - Opor-se s ordens da sentinela. (Art. 164)

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    USO INDEVIDO DE UNIFORME, DISTINTIVO OU

    INSGNIA MILITAR POR QUALQUER PESSOA

    Art.172 CPM usar indevidamente

    uniforme, distintivo ou insgnia militar a que

    no tenha direito:

    Pena deteno, at seis meses.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    VIOLNCIA CONTRA INFERIOR

    Art. 175 COM - Praticar violncia contra inferior:

    Pena deteno, de trs meses a um anoPargrafo nico. Se da violncia resulta leso corporal

    ou morte tambm aplicada a pena do crime contra a

    pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no

    art. 159.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    Amotinamento - Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina do recinto de

    priso militar. (Art. 182)

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    5. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA O SERVIO E O DEVER MILITAR

    DESERO

    Art. 187 COM - Ausentar-se o militar, sem

    licena, da unidade em que serve, ou do lugar em

    que deve permanecer, por mais de oito dias:

    Pena deteno, de seis meses a dois anos; seoficial, a pena agravada.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    Desero especial - Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou

    aeronave, de que tripulante, ou do deslocamento da unidade ou fora em que serve. (Art. 189,II)

    Desero por Evaso ou Fuga - Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de

    deteno ou de priso, ou fugir em seguida prtica de crime para evitar priso, permanecendo

    ausente por mais de oito dias. (Art. 192)

    Favorecimento a Desertor - Dar asilo a desertor, ou tom-lo a seu servio, ou

    proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio de ocultao, sabendo ou tendo razo para

    saber que cometeu qualquer dos crimes previstos no CPM contra o servio ou o dever militar.(Art. 193).

    Se o favorecedor ascendente, descendente, cnjuge ou irmo do criminoso, fica isento de

    pena. (Art. 193, pargrafo nico)!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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    ABANDONO DE POSTO

    Art. 195 COM - Abandonar, sem ordem superior,

    o posto ou lugar de servio que lhe tenha sido

    designado ou o servio que lhe cumpria, antes de

    termina-lo:

    Pena deteno, de trs meses a um ano.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    DORMIR EM SERVIO

    Art. 203 COM - Dormir o militar, quando emservio, como oficial de quarto ou de ronda, ou em

    situao equivalente, ou, no sendo oficial, em

    servio de sentinela, vigia, planto as mquinas, ao

    leme, de ronda ou em qualquer servio de natureza

    semelhante:

    Pena deteno, de trs meses a um ano.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    6. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A PESSOA

    Homicdio simples - Matar algum. (Art. 205)

    Homicdio qualificado - Se o homicdio cometido por motivo ftil, mediante paga ou

    promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou saciar desejos sexuais, ou por outro

    motivo torpe, com emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio

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    dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum, traio, de emboscada, com

    surpresa ou mediante outro recurso insidioso, que dificultou ou tornou impossvel a defesa da

    vtima, para assegurar a execuo, a ocultao, a impunidade ou vantagem de outro crime,prevalecendo-se o agente da situao de servio.

    LESO CORPORAL

    Art.209 COM - - Ofender a integridade corporal ou a

    sade de outrem: (leso leve).Pena deteno, de trs meses a um ano.

    Art.210 COM - Se a leso culposa:

    Pena - deteno, de dois meses a um ano

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    Leso grave - Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente de

    membro, sentido ou funo, ou incapacidade para as ocupaes habituais, por mais de trinta dias.

    (Art. 209 1)

    Leso levssima - No caso de leses levssimas, o juiz pode considerar a infrao como

    disciplinar. (Art. 209 6)

    Participao em rixa - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: (Art. 211)

    Calnia - Caluniar algum, imputando-lhe falsamente fato definido como crime(Art.

    214)

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Difamao - Difamar algum, imputando-lhe fato ofensivo sua reputao (Art. 215)

    Injria - Injuriar algum, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. (Art.216)

    Injria real - Se a injria consiste em violncia, ou outro ato que atinja a pessoa, e, por

    sua natureza ou pelo meio empregado, se considera aviltante. (Art. 217)

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    Constrangimento ilegal - Constranger algum, mediante violncia ou grave ameaa, ou

    depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistncia, a no fazer o

    que a lei permite, ou a fazer ou a tolerar que se faa, o que ela no manda. (Art. 222)Ameaa - Ameaar algum, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio

    simblico, de lhe causar mal injusto e grave. (Art. 223)

    Pederastia ou Outro Ato de Libidinagem - Praticar, ou permitir o militar que com ele

    se pratique ato libidinoso, homossexual ou no, em lugar sujeito a administrao militar. (Art.

    235)

    ATO OBSCENO

    Art. 238 COM - Praticar ato obsceno em lugar

    sujeito administrao militar:

    Pena deteno, de trs meses a um ano.

    Pargrafo nico A pena agravada, se o fato

    praticado por militar em servio ou por oficial.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

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    7. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO

    FURTO SIMPLESArt. 240 CPM Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia

    mvel:

    Pena recluso, at seis anos.

    FURTO QUALIFICADO

    Se o furto praticado durante a noite:

    Pena recluso, de dois a oito anos.

    Se a coisa furtada pertence a fazenda nacional:

    Pena- recluso, de dois a seis anos.

    Se o furto praticado: com destruio ou rompimento de

    obstculo subtrao da coisa, com abuso da confiana ou

    mediante fraude, escalada ou destreza, com emprego de chave

    falsa, mediante concurso de duas ou mais pessoas;

    Pena recluso, de trs a dez anos.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    FURTO DE USO

    Art.241 COM Se a coisa subtrada para o

    fim de uso momentneo e, a seguir, vem a ser

    imediatamente restituda ou reposta no lugar

    onde se achava:

    Pena deteno, at seis meses. A pena aumentada de metade, se a coisa usada veculo

    motorizado; e de um tero, se animal de sela ou

    de tiro.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    Roubo simples - Subtrair coisa alheia mvel, para si ou para outrem, mediante emprego

    ou ameaa de emprego de violncia contra pessoa, ou depois de hav-la, por qualquer modo,

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    reduzido impossibilidade de resistncia. (Art. 242)

    Latrocnio - Se, para praticar o roubo, ou assegurar a impunidade do crime, ou a

    deteno da coisa, o agente ocasiona dolosamente a morte de algum, a pena ser de recluso, dequinze a trinta anos, sendo irrelevante se a leso patrimonial deixa de consumar-se. Se h mais

    de uma vtima dessa violncia pessoa, aplica-se o disposto no Art. 79. (Art. 242 3)

    Art.79. Quando o agente, mediante uma s ou mais de uma ao ou omisso, pratica dois

    ou mais crimes, idnticos ou no, as penas privativas de liberdade devem ser unificadas. Se

    as penas so da mesma espcie, a pena nica a soma de todas; se, de espcies diferentes, a

    pena nica e a mais grave, mas com aumento correspondente metade do tempo dasmenos graves, ressalvado o disposto no art. 58.

    Art. 58. O mnimo da pena de recluso de um ano, e o mximo de trinta anos; o mnimo

    da pena de deteno de trinta dias, e o mximo de dez anos.

    Extorso simples - Obter para si ou para outrem indevida vantagem econmica,

    constrangendo algum, mediante violncia ou grave ameaa. (Art. 243)

    Apropriao indbita simples - Apropriar-se de coisa alheia mvel, de que tem a posseou deteno. (Art. 248).

    DANO

    ART. 262 COM - Praticar dano em material ou

    aparelhamento de guerra ou de utilidade militar,

    ainda que em construo ou fabricao, ou em efeitos

    recolhidos a depsito, pertencentes ou no s Foras

    Armadas:

    Pena recluso, at 6 (seis) anos.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

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    Estelionato - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilcita, em prejuzo alheio,

    induzindo ou mantendo algum em erro, mediante artifcio, ardil ou qualquer outro meio

    fraudulento. (Art. 251)Receptao - Adquirir, receber ou ocultar em proveito prprio ou alheio, coisa

    proveniente de crime, ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, receba ou oculte. (Art.

    254)

    8. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO MILITAR

    DESACATO A SUPERIOR

    Art. 298 COM - Desacatar superior, ofendendo-lhe a

    dignidade ou o decoro, ou procurando deprimir-lhe a

    autoridade:

    Pena recluso, at quatro anos, se o fato no constituir crime

    mais grave.

    Figura retirada do Manual do Soldado no site: www.coter.eb.mil.br/html/.../Justia%20Militar%20da%20Unio.pdf

    Desacato a Militar - Desacatar militar no exerccio de funo de natureza militar ou em

    razo dela. (Art. 299)

    Desobedincia - Desobedecer a ordem legal de autoridade militar. (Art. 301)

    Peculato - Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem mvel, pblico ouparticular, de que tem a posse ou deteno, em razo do cargo ou comisso, ou desvi-lo em

    proveito prprio ou alheio. (Art. 303)

    Concusso - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da

    funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida. (Art. 305)

    Corrupo passiva - Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que

    fora da funo, ou antes de assumi-la, mas em razo dela vantagem indevida, ou aceitar

    promessa de tal vantagem. (Art. 308)Corrupo ativa - Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para a

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    prtica, omisso ou retardamento de ato funcional. (Art. 309)

    Falsificao de documento - Falsificar, no todo ou em parte, documento pblico ou

    particular, ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a administrao ou oservio militar. (Art. 311)

    Falsidade ideolgica - Omitir, em documento pblico ou particular, declarao que dele

    devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita,

    com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente

    relevante, desde que o fato atente contra a administrao ou o servio militar. (Art. 312)

    Prevaricao - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio, ou pratic-lo

    contra expressa disposio de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. (Art. 319)Condescendncia criminosa - Deixar de responsabilizar subordinado que comete

    infrao no exerccio do cargo, ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao

    conhecimento da autoridade competente. (Art. 322)

    Violncia arbitrria - Praticar violncia, em repartio ou estabelecimento militar, no

    exerccio de funo ou a pretexto de exerc-la. (Art. 333)

    Trfico de influncia - Obter para si ou para outrem, vantagem ou promessa de

    vantagem, a pretexto de influir em militar ou assemelhado ou funcionrio de repartio militar,no exerccio de funo. (Art. 336)

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    REFERNCIAS

    Bsica:

    ASSIS, Jorge Csar de. Direito Penal Militar. Aspectos Penais, Processuais Penais eAdministrativos. 2 edio, Editora Juru, 2007 reimpresso em 2011.

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    GIULIANI, Ricardo Henrique Alves. Direito Penal Militar. Porto Alegre: Verbo Jurdico,

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    LOBO, Clio. Direito Penal Militar. Braslia: Braslia Jurdica, 3 ed. 2006.

    NETO, Jos da Silva Loureiro. Direito Penal Militar. 5 edio,So Paulo: Atlas, 2010.NEVES, Ccero Robson Coimbra; STREIFINGER, Marcelo. Apontamentos de direito

    Penal Militar, So Paulo: Saraiva, 2005.

    NUCCI, Guilherme de Souza, Cdigo Penal Comentado, 7 ed. Ed. Revista dos Tribunais,

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    ROSA, Paulo tadeu Rodrigues. Direito Administrativo Militar. 3 ed. Rio de Janeiro:

    Lumen Juris, 2007.

    SARAIVA, Alexandre Jos de Barros Leal. Inqurito Policial Militar e Auto de priso emFlagrante nos Crimes Militares. So Paulo: Atlas, 1999.

    SARAIVA, Alexandre Jos de Barros Leal. Cdigo Penal Militar Comantado: parte geral.

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    SOUZA, Ione Cruz; AMIN, Cludio Miguel. Elementos de Direito Penal Militar. 2

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    Complementar:

    _____. et. Al. Coletnea de Leis da Polcia Militar do Cear. Fortaleza: Inesp,2007.

    ACQUAVIVA, Marcos Cludio. Dicionrio Jurdico. So Paulo: Ed. Rideel, 2007.

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